Como funciona | por Jéssie Panegassi
Hemodiálise salva vidas O procedimento, apesar de complicado, pode significar uma nova chance de vida para pessoas com comprometimentos renais irreversíveis. Com o intuito de filtrar o sangue, a diálise é realizada três vezes por semana em dias alternados. Além disso, é necessário manter a pressão arterial, o diabetes e até a obesidade sob controle para preveni-la ■
ilustração LUIZ LENTINI
PREPARAÇÃO Para que a hemodiálise possa ser realizada, é necessário que o paciente se submeta a uma intervenção cirúrgica que une uma veia a uma artéria, “construindo” um vaso com maior calibre. Isso é possível devido à maior pressão do sangue arterial, então, a veia se desenvolve e suas paredes ficam mais grossas. Depois de mais ou menos um mês, a chamada fístula arteriovenosa estará pronta para sustentar o procedimento. Caso a pessoa não tenha vasos que permitam esse tipo de intervenção, insere-se um cateter na veia do pescoço, e todo o processo é realizado através dele.
O PROCEDIMENTO Na veia que já foi anteriormente preparada são feitas duas pulsões. A posicionada mais abaixo leva o sangue com as toxinas para a máquina, que, depois de filtrá-lo, devolve ao organismo o sangue purificado pela pulsão localizada mais acima. A partir daí, o sangue já filtrado passa a irrigar o restante do corpo. Para que ele não coagule durante o processo, é injetado na veia do paciente um anticoagulante chamado heparina.
FÍSTULA
HORMÔNIOS A função do rim não se limita a filtrar o sangue, ele também produz hormônios e ativa a vitamina D ingerida no organismo. Produzido nos rins, o hormônio eritropoetina ativa a medula para que ela produza glóbulos vermelhos. Assim, as pessoas com disfunção renal também devem ser medicadas com uma injeção desse hormônio para que não tenham anemia.
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CONSULTORIA: HUGO ABENSUR, NEFROLOGISTA DO HOSPITAL
ARTÉRIA
DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO/ INFOGRÁFICO: AMANDA MATSUDA
VEIA
BOMBA ROLETE
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INDICAÇÕES A hemodiálise é um processo utilizado por pessoas com doença renal crônica que comprometeu a partir de 90% do funcionamento dos rins. As principais causas dessa doença são diabetes e pressão arterial sem o controle correto. A obesidade, que também é influenciada por essas doenças, pode agravar os problemas. Normalmente, os pacientes fazem uso dessa técnica enquanto aguardam um doador compatível para fazer o transplante do rim.
SANGUE FILTRADO
FIBRAS OCAS DETECTOR DE AR SOLUÇÃO DESCARTADA
DENTRO DA MÁQUINA Depois de feitas as pulsões, o sangue é puxado através de uma bomba rolete até as fibras ocas localizadas dentro do equipamento. As fibras ficam envoltas em uma solução líquida que as banha continuamente, e através do processo físico da difusão permite atrair as impurezas para ela. Nesse momento, a solução com as impurezas é descartada pela máquina para o esgoto. O excesso de líquido presente no sangue do paciente também é retirado nessa hora.
SANGUE COM TOXINAS
ANTICOAGULANTE
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SOLUÇÃO LÍQUIDA
PARA REGULAR O TEMPO A sessão de diálise dura, normalmente, entre três ou quatro horas e a porcentagem de ureia no sangue é usada para regular o tempo exato para cada pessoa. Para que a hemodiálise tenha o efeito desejado, ela tem que reduzir em 65% a concentração de ureia no sangue. É importante também que o paciente não perca nenhuma das três seções em dias alternados da semana. Afinal, o rim elimina o excesso de potássio do corpo, e quando ele fica muito elevado pode gerar uma arritmia fatal.
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