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Mundo pet | da Redação

Do que eles têm medo? Episódios de fobias, depressão, ansiedade e tantos outros transtornos psicológicos estão mais comuns no mundo animal

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COLABORAÇÃO: JÉSSIE PANEGASSI (ESTAGIÁRIA) / FOTOS: SHUTTERSTOCK

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om a “humanização” dos bichinhos, cada vez mais eles sentem os sintomas que antes eram exclusivos do homem, como os transtornos psicológicos. Proprietários e mascotes sofrem as consequências desses problemas, mas alguns ainda não perceberam que eles normalmente são desencadeados por um comportamento inadequado do próprio dono. Como os pets aprendem por repetição, o humano pode acabar ensinando ou reforçando um comportamento, além de certos medos, com as suas atitudes. Se o filhote se assusta com o barulho de um trovão, por exemplo, e o dono pega o bichinho no colo e treme com ele a cada novo som, a pessoa está reforçando que aquilo é perigoso. “Para não passar medo para o animal, o dono poderia brincar com ele nesse momento”, sugere Aldo Macellaro Junior, veterinário especialista em comportamento do Clube de Cãompo, em Itu (SP). Ele ainda explica que, apesar de os medos serem mais comuns nos filhotes, eles podem surgir em qualquer idade e se arrastar durante a vida toda. Assim como na psicologia humana, o melhor remédio para evitar que a mascote tenha esses sintomas é a prevenção. “O comportamento humano influencia no agir dos animais”, alerta Carlos Gomes Ferreira, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (MG). Ter uma rotina com o pet e lembrar que, apesar de ser considerado parte da família, ele é um animal e tem que cumprir tal hierarquia, pode ser uma boa maneira de prevenir futuros desconfortos. WWW.REVISTAVIVASAUDE.COM.BR

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O QUE NÃO FAZER COM SEU BICHINHO Confira o que não se deve fazer com o seu pet para que vocês tenham um melhor convívio dentro de casa: l VOZ FORÇADAMENTE FINA

Essa atitude remete um momento desagradável do animal com a mãe, e pode deixá-lo ainda mais ansioso ou até mesmo agressivo com as pessoas. l CHEGADAS E PARTIDAS DRAMÁTICAS Os bichos não tem noção do tempo como os humanos, então esse tipo comportamento pode causar um sofrimento desnecessário aos pets. l TRANSFERIR SEUS MEDOS Em uma tempestade com muitos raios e trovões, por exemplo, brinque com o animal em vez de pegá-lo no colo. l DIA A DIA SEM ROTINA Os bichos gostam de repetição; se você não impuser uma rotina desde o primeiro dia de convívio ele encontrará uma em que se sinta mais confortável.

Síndrome da Ansiedade e Separação A Síndrome da Ansiedade e Separação (SAS) se dá quando a ausência de uma pessoa se transforma em um transtorno psicológico para o cão. Entre os sintomas estão o excesso de micção e defecação em lugares inapropriados (depois de acostumados ao local correto), destruição de objetos e vocalização excessiva. Nesse caso, o problema também pode ser aumentado por ações do dono, como quando o cachorro late durante a noite e ele dá uma bronca. O animal entende que, mesmo se for para brigar, o seu dono estará presente, e isso pode fazer com que a ação se repita. “Se você acha que o seu cão está muito ansioso, é importante procurar um especialista para fazer um adestramento inteligente”, recomenda Macellaro. WWW.REVISTAVIVASAUDE.COM.BR

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Para que o pet não tenha medo de ficar sozinho, tente deixar uma TV ou rádio ligado, o som familiar pode ajudar na adaptação. Uma peça de roupa com o cheiro do dono também contribui no processo

Por que meu cão faz xixi quando eu chego em casa à noite? Existem várias razões que podem levar o animal a essa micção fora de hora, como os sentimentos de alegria, ansiedade, submissão, medo, a própria Síndrome da Ansiedade e Separação (SAS), etc. Macellaro explica que esse comportamento tende a melhorar com a idade, mas é importante que o dono não o incentive com ações inadequadas. Na hora em que chegar em casa, ou for se despedir, a pessoa deve evitar ser muito efusiva e dramática. “Os animais não conseguem contabilizar o tempo”, explica o veterinário. Então, tal comportamento vai gerar mais dor ao bichinho, que não saberá se o dono ficou fora por duas horas ou uma semana. “Na hora em que chegar, não fale ou brinque com o pet antes de fazer outras coisas. Deixe ele se acalmar e acostumar com a sua presença para depois recompensá-lo com carinhos”, finaliza Macellaro.

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