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1 INTRODUÇÃO
Era uma tarde quente de outubro em São Luís e nos dirigimos para o Estaleiro-Escola, onde a equipe anterior do órgão deveria realizar a transição de comando da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Nossa expectativa para saber onde pisaríamos era enorme.
Decepção. A transição não ultrapassou a formalidade. O único documento que recebemos foi uma folha digitada com lista de ações realizadas, sem qualquer menção aos convênios em andamento, resultados alcançados, prédios, servidores, pendências e processos judiciais, nada.
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Sacos pretos, centenas de sacos pretos espalhadas por várias salas. Essa foi a primeira imagem que a equipe encontrou ao chegar na sede da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o órgão se confundia com a Universidade Virtual do Estado do Maranhão-
UNIVIMA e o programa Primeiro Emprego. Nossa impressão foi tratar-se de agência de estágio para cursos profissionalizantes.
Trabalho desafiador que fizemos foi estruturar um Plano de Metas, denominado “Ciência, Tecnologia e Inovação para todos nós”1
(MARANHÃO, 2015) com diagnóstico inicial, histórico, missão, visão e valores para o órgão principal, agora denominado Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, com eixos estratégicos para atuação.
Alegria. A construção coletiva dessa política foi muito
enriquecedora, trabalhamos
intensamente para colocar a Ciência, Tecnologia e Inovação na agenda pública. Consequentemente, a Secretaria se tornou polo de atração de pessoas e instituições e produção de ideias e projetos.
Este primeiro livro apresenta o registro da reinvenção da Secretaria e o trabalho de organização e regulação do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, cujos fundamentos e estratégias aqui constam.
Com isto, não queremos dizer que para apreender o papel e a construção de uma instituição como esta temos de nos ater a documentos legais, sem captar seu espírito, sem analisar o contexto e as condições em que ela é instituída e implementada (FÁVERO, 2000, p. 7).
Concordamos com Fávero (2000) e é por isso que este trabalho se justifica. Precisamos garantir que esses fundamentos e estratégias se tornem acessíveis ao público e aqueles dispostos os estudem, analisem e apresentem novas luzes para sua interpretação e reinterpretação da história.
1 O nome foi inspirado em artigo publicado no Jornal Pequeno por mim e o hoje deputado federal Bira do Pindaré, primeiro Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação no Governo Flávio Dino.
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Todos nós, envolvidos com a implementação da política de Ciência, Tecnologia e Inovação no Maranhão fomos conscientes de que a lei não pode disciplinar “um processo de cultura que, por sua natureza, é um processo regulado pela consciência profissional e técnica dos que o orientam” (TEIXEIRA, 1956, p. 21).
A cultura demora a se constituir, pode levar gerações. No entanto, como homens públicos não poderíamos renunciar ao nosso papel e dever: acelerar os passos no rumo da transformação almejada e nos pôr intensamente nessa olaria.
E é por ser um processo de cultura que os desdobramentos do trabalho feito ecoarão no futuro e, nem que seja por um átimo de segundo, as próximas gerações conhecerão esse feito, saberão do nosso esforço coletivo em prol do avanço científico-tecnológico nas terras do Maranhão.