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4 CIÊNCIA CIDADÃ

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1 INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO

Buscamos ao longo desse tempo implementar uma política de estado para este setor fundamental em qualquer projeto de desenvolvimento.

Reunimos esses esforços programáticos na consigna “Ciência Cidadã” (ALMADA, 2017a). O sentido maior dos investimentos e ações realizadas estava no fortalecimento da capacidade de cada maranhense em exercer melhor sua cidadania pelo acesso ao conhecimento e às tecnologias. Ciência Cidadã significa a emancipação pelo conhecimento. A elite política ainda não compreende a importância do investimento em educação, isso é sabido. Compreende menos ainda a relevância de se investir em ciência, tecnologia e inovação, onde tudo é urgente e o bom asfalto a todos acomoda. Basta constatar que o programa espacial brasileiro recebeu menos de 100 milhões de dólares por ano, enquanto os países que dominam a exploração espacial aplicam acima de 1 bilhão de dólares

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por ano.

Boas ideias e intenções sem financiamento não duram, todos temos limites. O cenário da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil se encontra nessa encruzilhada, o orçamento do Ministério regrediu mais de uma década, o que ameaça a manutenção das pesquisas atuais e impede qualquer possibilidade de ampliação. Nossas bolsas de mestrado e doutorado são inferiores ao

salário necessário para sustentar uma família, o que obriga nossos pesquisadores a fazerem bicos e viverem pendurados. Acredito que nenhum leitor tenha dúvidas quanto aos talentos científicos existentes em nosso Brasil continental e diversificado,

milhares e milhares de jovens pesquisadores, com premiações nacionais e internacionais, mas desempregados. O que ocorrerá se isso não for mudado? Na melhor das hipóteses, perderemos esses jovens para a China, Estados Unidos, União Europeia, Japão e Coréia do Sul, lá se investe mais de 2% de todas as riquezas da nação em pesquisa e desenvolvimento.

E é desses países que consumimos as tecnologias de carros, celulares, satélites, computadores e televisores em troca dos nossos grãos. Não são a Pasárgada do poeta Manuel Bandeira, mas tratam os cientistas como amigos do rei. No pior cenário, perderemos esses talentos para a máquina de moer gente da pobreza, do crime, da violência e do subemprego. Apesar dos desafios, marchas e contramarchas, o presente livro evidencia que é possível fazer e o quanto avançamos no Maranhão. Entendo que os fundamentos e estratégias para a Ciência

Cidadã foram construídos ao longo da nossa gestão à frente da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ao leitor que nos acompanha nessa viagem pela memória institucional, ressalto que deixamos para um segundo livro as ações e resultados dos Programas da SECTI, tais como: Aulão do ENEM, Cidadão do Mundo, Luminar Caravana da Ciência e Maranet.

Ciência Cidadã se faz em respeito ao trabalho de todas as equipes envolvidas e mobilizadas nessa construção.

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