Hollywood - Charles Bukoswski (memória descritiva)

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2013/2014

Mem贸ria descritiva Hollywood Charles Bukoski Re-design



Índice Introdução Conceito Estudos de Layout Margens Número de página e cabeçalho Contracapa e cólofon Estudos tipográficos Miolo do livro Entrada de capítulo e páginas de texto Contracapa e cólofon Final Capa Processo criativo Lettering Nome do autor Resumo do livro Primeira abordagem Capa Final Conlusão

4 5 6 8 9 10 14 16 18 20 21 24 25 26 28 30


Introdução Ao longo dos séculos, as orientações tipográficas foram desenvolvidas para proporcionar consistência e competência dentro da profissão, para preservar a beleza e a legibilidade da forma tipográfica, e para garantir que cumpra a sua função - representar claramente as intenções do autor. Aplicando conhecimentos tipográficos e de layout, a composição e a criatividade, foi proposta a concepção de um livro á escolha. Foi proposto o redesenho da capa, contra capa e lombada, bem como, o layout do seu interior, a escolha tipografica, página de rosto, entrada de capítulo e uma dupla página de texto. Hollywood de Charles Bukowski foi o livro eleito para ser redesenhado. O desenvolvimento deste projecto envolve bastante pesquisa nomeadamente na área tipográfica e de layout. Deste modo, realizaram-se várias experiências até culminar no produto final.

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Conceito Em Hollywood, Charles Bukowski através do seu alter ego (Henry Chinaski), conta toda a experiência da produção de um filme (porque ele, de fato, escreveu um roteiro para o filme Barfly, que tem a mesma história que a Dança de Jim Beam, o filme que aparece no livro). Sendo este um livro extremamente auto-biográfico, retrata a vida de um poeta e romancista de relativo sucesso com forte queda para mulheres e para a bebida. À medida que Chinaski se vê cada vez mais enredado no remoinho da indústria do cinema, o autor aproveita para satirizar sobre uma série de figuras bem conhecidas do meio, compondo um retrato irresistivelmente irreverente de Hollywood. Deste modo, resolveu-se trazer para a capa a contradição que é vivida em Hollywood, isto é, aquilo que nós vemos e aquilo que Bukowski nos conta e satiriza. Assim sendo, a capa possui uma parte extremamente brilhante e fantástica que nos remete para a visão exterior de Hollywood (lettering/ nome do livro), e uma parte extremamente degradada e cheia de vícios (nome do autor e fundo).

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margens

Estudos de layout Realizaram-se vรกrios estudos de layout para o miolo do livro. Inicialmente criaram-se as margens com base na grelha de Jan Tschichold, sendo estas depois ajustadas para proporcionar uma melhor leitura e harmonia de pรกgina.

Top: 20 Bottom: 40 Inside: 12,5 Outside: 25

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margens

Top: 20 Bottom: 30 Inside: 16 Outside: 17

Top: 25 Bottom: 30 Inside: 15 Outside: 20

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número de página e cabeçalho

Estudos de layout Realizaram-se estudos de alinhamento do número de página e do cabeçalho. Podem ver-se exemplos de alinhamento á direita, á esquerda e ao centro.

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contracapa e col贸fon

Estudos de layout

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Estudos tipográficos Foram feitos vários estudos tipográficos e de combinação de tipos, bem como, o layout da entrada de capítulo (exemplos de alinhamento ao centro, esquerda e direita).

Adobe Carlson Pro TRAJAN PRO

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Sabon Zapfino


Bembo Bembo

Apollo TRAJAN PRO

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Gotham Book Gotham Condensed

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Fedra Coneria Script


Bodoni Bodoni

Proforma Museo

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entrada de capítulo e páginas de texto

Miolo do Livro

As dimensões decididas para livro são 130 mm x 220 mm. Deste modo, determinaram-se as medidas das margens, baseadas numa primeira fase na grelha de Jan Tschichold e adaptadas consoante os estudos acima apresentados. O cabeçalho e número de página foram alinhados ao centro. De acordo com os estudos tipográficos anteriormente analisados e com base em pesquisas de combinação de fontes, percebeu-se que um tipo de letra serifado e um tipo de letra sem serifas formam uma boa combinação. Escolheu-se a Proforma para o miolo do texto e número de página e a Gill Sans para a entrada de capítulo e cabeçalho. A Proforma é um tipo extremamente harmonioso e legível em texto e é, ao mesmo tempo, um tipo moderno. A Gill Sans é uma tipografia extremamente famosa, cujo seu uso não deixa dúvidas, conferindo assim um toque mais descontraído.

O texto está justificado á esquerda e alinhado á baseline grid.

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Gill Sans Light 8 pt All caps

Proforma Book 9 pt


entrada de capítulo e páginas de texto

MARGENS Top: 25mm Bottom: 30mm Inside: 15mm Outside: 20mm

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contracapa e colófon

Miolo do Livro

Após experiências realizadas e mostradas anteriormente, resolveu-se utilizar a capa em grayscale para a contracapa, de maneira a estabelecer uma ligação com a mesma.

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contracapa e col贸fon

Proforma Bold/Semibold/Book/ Book Italic 9 pt

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final

Miolo do Livro

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final

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processo criativo

Capa

Inicialmente a ideia era fazer duas capas em que a exterior mostrasse o lado do estrelato de hollywood e a interior mostrasse o degredo, suportando o conceito apresentado anteriormente. No entanto, percebeu-se que o conceito não ficaria muito perceptível uma vez que a capa exterior não faria sentido sem a capa interior e o leitor não tinha indicações de que havia uma capa interior. Deste modo, decidiu-se optar por uma só capa onde fosse possível visualizar as duas realidades. Resultando assim numa imagem muito mais forte e perceptível. Sendo assim, a capa torna-se crua e nua como as palavras de Bukowski. Numa primeira fase foi feito um lettering com o nome do livro, a partir do qual se recorreram a outras técnicas nomeadamente a fotocópia, de maneira a criar uma nova dimensão mais plástica para conferir a tal ideia de degradação. O lettering foi inspirado nos placares luminosos de Los Angeles e dos cinemas, bem como no placar de Hollywood sendo a posição das letras baseada na maneira como as letras assentam nas montanhas. Deste modo, a escolha tipográfica que serviu como base do lettering foi o tipo Big Noodle Titling.

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lettering

Capa Foi criada uma tipografia 3D a partir de um tipo de letra (BigNoodleTitling).

Criação de uma segunda layer por cima da tipografia 3D.

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lettering

ExperiĂŞncias do lettering em fotocĂłpia.

Ajustes de brilho e contraste.

ExperiĂŞncias de cor

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lettering

Experiências de composição

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nome do autor

Capa

Para o nome do autor utilizou-se um lettering desenhado á mão para contrastar com o nome do livro extremamente luminoso e trabalhado. Assim sendo, o nome do autor escrito desta forma é quase como se fosse um ‘auto-retrato’.

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resumo do livro

Capa

No resumo do livro seria de esperar que foi escolhida uma tipografia, mas após várias experiências concluiu-se que não ficava coerente. Por um lado, porque é demasiado rígido tendo em conta que todo o resto é extremamente experimental. Desta forma, decidiu-se , tal como no nome do autor, escrever manualmente, acabando por ir contra as regras e reforçando mais uma vez o conceito desenvolvido. O resumo do livro foi encurtado, mas vizualmente traduz muito do que se pretende dizer.

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primeira abordagem

Capa

Hollywood

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Charles Bukowski

Charles Bukowski dizia que escrevia quando se sentia zangado. Hollywood é, pelas suas palavras, um romance de indignação. Bukowski nunca teve grande consideração pela indústria do cinema, mas quando foi convidado a escrever um guião para um filme sobre si próprio percebeu que a realidade era muito mais terrível do que alguma vez poderia ter imaginado. O guião foi escrito e o filme - Barfly - estreou em 1987, com Mickey Rourke e Faye Dunaway nos papéis principais. Hollywood ficciona as experiências de Bukowski durante a escrita do guião, entremeando a sua perspectiva sardónica da louca indústria de Hollywood com as suas romarias a bares e clubes nocturnos de Los Angeles. O alter ego de Bukowski é Henry Chinaski, poeta e romancista de relativo sucesso com forte queda para as mulheres e para a bebida. À medida que Chinaski e a sua companheira se vêem cada vez mais enredados no remoinho da indústria do cinema, o autor aproveita para satirizar sobre uma série de figuras bem conhecidas do meio, compondo um retrato irresistivelmente irreverente de Hollywood ao mesmo tempo que dá continuidade á sua autobiografia ficcionada em vários volumes.


segunda abordagem

Capa


Capa final Após várias tentativas e experiências, percebeu-se a necessidade de escala no lettering Hollywood, bem como, a necessidade de uma nova layer que torna-se a capa mais ‘respirável’ e que fizesse sentido no contexto apresentado. A parte branca do fundo foi pensada para ser a textura de um papel específico, reduzindo a quebra visual que temos na imagem. Por outro lado,, resolveu-se voltar a utilizar abas para dar continuidade á imagem e deixála fluir no papel. Todos os pormenores foram pensados, de maneira a suportar o conceito(ver pág. 3), tendo portanto a capa culminado num choque entre as duas prespectivas de Hollywood, a da sociedade e a de Bukowski (por isso mesmo, temos também o fundo e a lombada divididos).

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Conclusão Percebeu-se, portanto a necessidade de investigação sobre layout e tipografia para o miolo do livro, e a procura de um conceito firme e levado até ao fim, bem como todo o processo de experimental. Em suma, todo o processo de pesquisas e experiências resultou numa capa extremamente ousada, tal como o autor do livro. Foi arriscado, mas eu cá acho que Bukowski teria gostado.

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