Entrevista a licenciadas do curso de Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Coimbra Trabalho elaborado por: Danniela Filipa Jéssica Jubilado Joana Diogo João Marques Marianna Pacífico Melissa Silva
Atelier de Cibercultura
Enquadramento teórico Com esta entrevista pretendemos explorar a temática das profissões que podemos exercer enquanto estudantes e futuros profissionais da área de Comunicação Social. Deste modo, e tendo esse objetivo em conta, escolhemos entrevistar recém-licenciados do nosso curso. Estes deram-nos uma perspetiva mais abrangente da realidade que podemos esperar encontrar na nossa área profissional tanto quanto ao estágio curricular, como ao emprego bem como conselhos acerca do que podemos ir desenvolvendo enquanto atuais alunos da licenciatura. Assim, esperamos que este trabalho nos dê, de facto, essa perspetiva mais abrangente, bem como a quem o ler.
Entrevista a Comunicação Social
ex-alunos
de
1. O curso de Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), correspondeu às suas expetativas? Joana Beja (J.B.): Não, esperava que fosse ainda mais prático e que os alunos tivessem Beja, recém-licenciada acesso a outro tipo Joana de material. Sinto que em comunicação social.
isso não está a corresponder às exigências dos trabalhos que os alunos realizam. 2. O estágio curricular no local onde o realizou deve certamente ter servido como uma oportunidade de abrir portasf para quem tem o objetivo de ingressar na área do Jornalismo. Como foi a sua experiência neste sentido? Joana Beja (J.B.): Nem sempre um estágio pode ser uma oportunidade para ficarmos a trabalhar nessa empresa. No meu caso não foi, porque a equipa está toda definida e não contratam ninguém há mais de 15 anos. Todavia foi uma ótima experiência e pude pôr em prática todos os conhecimentos que adquiri ao longo do curso. 3. De que maneira a formação académica contribuiu para o/a preparar para o exigente e concorrido mercado de trabalho? Joana Beja (J.B.): A verdade é que, por mais aulas que tenhamos, a realidade do mundo do trabalho é sempre diferente e bem mais exigente. A meu ver, o que ajuda são os trabalhos que fazemos nas aulas e conhecermos bem os nossos direitos e deveres enquanto jornalistas ou aprendizes. Os trabalhos em sala de aula dão-nos esse conhecimento, claro.
4. Que recomendações e conselhos daria aos estudantes, neste caso, a nós, para melhor se prepararem para desempenhar a sua profissão? Joana Beja (J.B.): O maior conselho é, sem dúvida, terem alguma atividade extracurricular onde possam aprender e ganhar currículo. Eu estive no Jornal Universitário e pude aprender muito. Foi uma grande escola. Para além disso, os artigos que fiz serviram para o meu currículo e portefólio.
5. Quais acha que são os maiores entraves e desafios com que um recém-licenciado em Comunicação Social se depara? Joana Beja (J.B.): Atualmente, o mercado de trabalho, na nossa área, está muito saturado. São poucas as vagas e muita a oferta. Vários recém-licenciados tentam, como nós, encontrar a sua oportunidade e têm tantas qualidades como nós. Para além disso, as empresas pedem sempre pessoas com experiência. Ou, pior, oferecem apenas estágios curriculares. É importante olharmos para Comunicação Social de vários ângulos. Não é apenas Jornalismo. É muito mais do que isso. É saber escrever, entrevistar, mexer com os conteúdos audiovisuais. E, hoje em dia, não há nenhuma empresa que não tenha uma área de comunicação, ou que não precise de alguém para criar conteúdos para o site, blog e redes sociais da empresa. Essa é a nova oportunidade para nós, recém-licenciados, termos a capacidade de olhar à nossa volta e encontrar a nossa oportunidade.
1. O curso de Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC),
correspondeu
às
suas
expetativas? Bárbara Rodrigues (B.R.):
O curso de
Comunicação Social na ESEC correspondeu às minhas expetativas, sim. Procurava algo
Bárbara Rodrigues recémlicenciada em comunicação social.
que
tivesse
também
uma
componente
prática, porque acho que, apesar da parte teórica ter muita importância, a prática está a
ser cada vez mais valorizada e não pode ser descartada quando se pensa num trabalho futuro. Como tal, o curso esteve à altura daquilo que pretendia. Contudo, existem sempre melhorias a fazer. Por exemplo, os métodos de algumas cadeiras estão sempre a tempo de serem melhorados. Quanto
mais
realista
for
a
visão
que
se
dá
(comparativamente ao mercado de trabalho), melhor será.
aos
estudantes
2. O estágio curricular no local onde o realizou deve certamente ter servido como uma oportunidade de abrir portas para quem tem o objetivo de ingressar na área do Jornalismo. Como foi a sua experiência neste sentido? Bárbara Rodrigues (B.R.): Realizei o meu estágio curricular na Agência Lusa e foi uma experiência ótima. Foi o local que me fez perceber a profissão a que aspirava, em todos os sentidos. Desde compreender burocracias internas de que o jornalismo carece, até ao impacto que tem nos outros. Naturalmente, a escrita numa agência é diferente, mas foi uma escola incrível e recomendo a todos. Sou da opinião de que quem aprende a escrever para uma agência noticiosa saberá depois escrever para qualquer meio. No entanto, não é o estágio que tem que nos “abrir portas”. Somos nós quem tem de as abrir. É a nossa atitude, esforço e amor pela profissão o que vai determinar tudo. Podemos até não ficar a exercer no local de estágio, às vezes por falta de verbas de contratação. Mas, se tivermos trabalhado para tal e não desistirmos de bater às portas de outros sítios, podemos vir a ter sucesso. O segredo é mesmo o amor, o trabalho, sem esquecer a persistência.
3. De que maneira a formação académica contribuiu para o/a preparar para o exigente e concorrido mercado de trabalho? Bárbara Rodrigues (B.R.): O mercado de trabalho é sempre muito mais exigente do que estamos à espera. Porém, seria muito mais complicado sem formação académica. Se bem que acredito que há pessoas que podem ser excelentes jornalistas sem ter o curso de Comunicação. Há, no entanto, cadeiras fulcrais, como é o caso de Ética e Deontologia para a Comunicação Social. Senti que, sem elas, não iria praticar um jornalismo correto.
4. Que recomendações e conselhos daria aos estudantes, neste caso, a nós, para melhor se prepararem para desempenhar a sua profissão? Bárbara Rodrigues (B.R.): Eu defendo que o essencial para serem bem-sucedidos nesta profissão é serem apaixonados por ela. Não conseguem ter noção (tal como eu também não tinha), do trabalho árduo que vão ter em mãos. Existem muitos sacrifícios, muita responsabilidade por irem informar o vosso público. Tudo coisas que, sem amor, vão fazer com que desistam depressa. Para já, enquanto estudam, recomendo que pratiquem muito e que desenvolvam trabalhos práticos da forma mais profissional que vos for possível. Por fim, algum cuidado se forem trabalhar para jornais universitários ou algo dentro desse registo, para não ganharem vícios incorretos. Mas trabalhem sempre e pratiquem o máximo que vos for possível.
5. Quais acha que são os maiores entraves e desafios com que um recém-licenciado em Comunicação Social se depara?
Bárbara Rodrigues (B.R.): A maior dificuldade que notei quando terminei a licenciatura remeteu para a pouca oferta de trabalho. Há uma oferta muito mais pequena do que estava à espera, para não dizer que é praticamente nula. É importante perceber que vão enfrentar essa realidade, mas acreditar: “Ok, é praticamente nula, mas não é 100% nula”, portanto vou ter que me mexer por todo o lado.” Comigo resultou. Acredito que também resultará com os melhores que aí estão para vir.