GENIUS 35

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CINCO POEMAS DE RONALDO CUNHA LIMA

AUTOBIOGRAFIA Sou plateia e personagem, Sou multidão, sou sozinho, Sou bloqueio, sou caminho, Sou verdade, sou miragem. Sou pensamento, sou vida, Sou cisma, sou acalanto, Sou regozijo, sou pranto, Sou chegada, sou partida.

Sou fome, sou mesa e pão, Sou adulto, sou criança, Sou descrença e esperança, Sou pai, sou filho e irmão. Sou discórdia, sou estima, Sou a curva, sou a reta, Sou, simplesmente, poeta, Sou Ronaldo Cunha Lima.

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IMORTAL

Dá pra contar nas mãos os meus amigos, amigos que abraçam e que eu abraço. Às vezes, erro as contas e as refaço pela ausência de amigos mais antigos.

Pode até meu amor já ter morrido. Podes dizer que teu amor morreu. Só não pode morrer, nem faz sentido, Aquele amor que nosso amor viveu.

Não consigo contar os inimigos, se inimigos reais eu nunca faço. Não os vejo da vida em meu espaço, nem pressinto no tempo os seus fustigos.

Não sei onde você anda, Mas sei o que você faz: Faz uma falta danada.

E se nenhum amigo eu mais contasse e a vida de ser só não me bastasse, Bastaria lembrar-me de Jesus.

Sou abandono, sou ninho, Sou desamor, sou amante, Sou eterno, sou instante, Sou desconforto e carinho. Sou amparo e abandono, Sou revide, sou perdão, Sou inverno, sou verão, Sou primavera e outono.

O AMIGO

Bastaria, somente, que O louvasse Para sentir presente, face a face, O Amigo que por mim morreu na cruz.

O ADVOGADO Depois de convencido da verdade, tem paixão pela causa que defende. Altivo e respeitoso, não se rende nem se curva a nenhuma autoridade.

Eu viverei de sonhos e utopias, Realizando as minhas fantasias, Tornando cada qual mais verdadeira.

PORQUE SOU POETA* Eu translado os ditames de minh´alma. Ela é quem diz em versos que componho. É dela que me vem o dom da calma, que me revela o que dizer do sonho. Não há gáudio de métrica, nem palma sequer das suas rimas eu disponho. O sentimento que o meu verso acalma não é mimeografado nem tordonho.

Arauto da Justiça e Liberdade, é forte, mas leal com quem contende, e sendo derrotado não se ofende, recorre se o assiste a faculdade.

Eu canto o mesmo que minh´alma canta, sua meta, no amor, é a mesma meta que encanta o instante que meu tempo encanta.

Guarda segredos e respeita os prazos. Sabe que na desídia e nos atrasos o seu cliente sai prejudicado.

A minh´alma em meus versos se projeta. E se projeta de maneira tanta, que me faz, por seus ditos, ser poeta.

Confia na Justiça. Ela é seu Templo e nesse templo se cultiva o exemplo do grande e atuante Advogado.

*Segundo anotação do escritor Diógenes Cunha Lima, posta em seu livro RONALDO CUNHA LIMA – Um nordestino de todo canto, este poema foi o último composto pelo Poeta, a seis dias de seu falecimento.

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CARTA AO LEITOR

SUMÁRIO

O mês de janeiro do corrente ano assinala, com alegria, o sexto aniversário desta revista cuja caminhada os seus idealizadores e realizadores vêm conseguindo manter com muito esforço, fazendo-a chegar ao número 35, sempre com a preocupação de propiciar aos leitores um conteúdo rico, expressivo, capaz de instruí-los em diversos temas e nas diversificadas matérias que têm povoado suas páginas: história, literatura, ciência política, cinema, folclore, religião, música. artes plásticas etc. etc. Continuando com tal propósito, GENIUS abre a presente edição com um tema instigante, qual seja, a indiscutível influência de Santo Agostinho na doutrina luterana, notadamente naqueles pontos referentes à Fé e à Graça, presentes igualmente no pensamento agostiniano. O tema é repassado por um grande estudioso de tais questões, o professor Renan Pires Maia. Uma apreciação do pensamento de Gilberto Freyre a respeito da condição e da representação feminina em sua trilogia – Casa Grande & Senzala, Sobrados e Mocambos e Ordem e Progresso, é desenvolvida pelo professor Márcio Ferreira de Sousa, e nela o autor, em suas primeiras linhas, chama a atenção para o fato de que até Gilberto Freyre, “a tradição ensaística brasileira pouca ênfase havia atribuído ao papel das mulheres para a construção da vida social”. Uma das grandes figuras do parlamento brasileiro, atuante nos anos 60 foi , sem dúvida, Francisco Clementino de San Tiago Dantas, ministro de várias pastas, que tem seu pensamento dissecado por um de seus admiradores de perto, o Embaixador Arthur Vivacqua Correa Meyer e por um seu adversário na Câmara dos Deputados, o então Deputado Ernani Sátyro, que inicia a sua análise chamando a atenção para essa circunstância. Ambas as análises lúcidas e capazes de dar ao leitor uma noção exata de quem foi o homenageado. Um passeio por Leiria, aprazível cidade portuguesa nos é proporcionada pelo nosso colaborador Carlos Meira Trigueiro, que por lá perambulou em proveitosa vilegiatura. Para que o leitor possa verificar o que GENIUS já divulgou em proveito dos que a leem e se interessam pelos temas nela inseridos, apresentamos versão atualizada do Índice remissivo de matérias, com tudo o que foi publicado até o número anterior.

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CINCO POEMAS DE RONALDO CUNHA LIMA

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LUTERO, UM DISCÍPULO DE SANTO AGOSTINHO? Renan Pires Maia

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SAN TIAGO DANTAS, A POLÍTICA E A ATUAÇÃO EXTERNA DO BRASIL Arthur Vivacqua Correa Meyer

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UM HOMEM QUE DESPERTAVA CURIOSIDADE Ernani Sátyro

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O JURISTA PAULO DE BARROS CARVALHO PELO HISTORIADOR SALES GAUDÊNCIO Rossini Correa

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GILBERTO FREYRE E A REPRESENTAÇÃO FEMININA NA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA SOCIEDADE PATRIARCAL NO BRASIL Márcio Ferreira de Souza

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POSSE DO NOVO DEFENSOR PÚBLICO GERAL Equipe Genius

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A ARCA DA FRATERNIDADE Ailton Elisiário

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UMA VISITA A LEIRIA - PORTUGAL Carlos Meira Trigueiro

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HISTÓRIAS DO AMIGO VELHO Martinho Moreira Franco

E boa leitura.

Janeiro/Fevereiro/2019 - Ano VI Nº 35 Uma publicação de LAN EDIÇÃO E COMERCIO DE PERIÓDICOS LTDA. Diretor e Editor: Flávio Sátiro Fernandes (SRTE-PB 0001980/PB) Diagramação e arte: João Damasceno (DRT-3902) Tiragem: 1.000 exemplares Redação: Av. Epitácio Pessoa, 1251- Sala 807 – 8º andar Bairro dos Estados - João Pessoa-PB - CEP: 58.030-001 Telefones: (83) 99981.2335 E-mail: flaviosatiro@uol.com.br Impresso nas oficinas gráficas de A União Superintendência de Imprensa e Editora

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COLABORAM NESTE NÚMERO: 4

AILTON ELISIÁRIO [A Arca da Fraternidade] Possui graduação em Direito pela Universidade Regional do Nordeste (1987), em Ciências Econômicas pela UFPB (1968), mestrado em Economia pela UFPB (1983) e especialização em Direito Civil pela Universidade Estadual da Paraiba (1987). É professor titular da Universidade Estadual da Paraíba e membro da Academia de Letras de Campina Grande.

ARTHUR VIVACQUA CORREA MEYER [San Tiago Dantas, a política e a atuação externa do Brasil] O embaixador Arthur Meyer é diplomata de carreira e foi embaixador na Guiné-Bissau, na Guiana e em São Tomé e Príncipe. Graduado em Ciências Econômicas pela antiga Universidade do Estado da Guanabara (hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ), realizou cursos de pós-graduação, nove mestrados e doutorado) nos EUA e na Venezuela. Exerce atualmente o cargo de assistente do Ministério das Relações Exteriores junto à Escola Superior de Guerra.

CARLOS MEIRA TRIGUEIRO [Viagem A Leiria – Portugal] Professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba. Lecionou na Universidade Católica de Pernambuco. Autor do livro Estudos de casos no treinamento de executivos e Marketing & Turismo.

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ERNANI SÁTYRO (In Memoriam) (Patos, 1911 - Brasília, 1986) [Ivan Bichara] Escritor, ensaísta, romancista, poeta, político. Foi Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito da Capital, Governador do Estado, Ministro do STM. Membro da Academia Paraibana de Letras e da Academia Brasiliense de Letras. MÁRCIO FERREIRA DE SOUZA [Gilberto Freyre e a representação feminina na Introdução à História da Sociedade Patriarcal no Brasil] Doutorado em Ciências Humanas: Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor adjunto do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). MARTINHO MOREIRA FRANCO [Histórias do Amigo Velho] Jornalista, com atuação em diferentes órgãos de imprensa, desde que se iniciou no batente. RENAN PIRES MAIA [Lutero, um discípulo de Santo Agostinho?] Graduado em Psicologia pela UFPB; Mestre em Filosofia, também pela UFPB. Professor da Faculdade Santíssima Trindade, em Nazaré da Mata, Pernambuco. ROSSINI CORREA [O jurista Paulo de Barros Carvalho pelo historiador Sales Gaudêncio] Advogado, professor e escritor. Da Academia Brasiliense de Letras.


HISTÓRIA RELIGIOSA LUTERO, UM DISCÍPULO DE SANTO AGOSTINHO? Renan Pires Maia

RESUMO: O presente trabalho se propõe a fazer uma análise da extensão da influência de Santo Agostinho sobre Lutero, no intuito de em algum sentido demarcar até que ponto Lutero permanece fiel a Santo Agostinho na defesa de suas visões doutrinárias. Sabe-se que Lutero era, no período anterior à Reforma, monge agostiniano, e durante e após a Reforma se utiliza de Santo Agostinho para defender suas visões doutrinárias: como, por exemplo, a doutrina da justificação somente pela Fé (Sola Fide) e salvação somente pela graça (Sola Gratia). De fato, Santo Agostinho se torna muito importante para os reformadores, sendo citado várias vezes nos escritos destes. Tais doutrinas centrais da Reforma em torno da Fé e da Graça são também amplamente defendidas nos escritos agostinianos. Porém, assim como podemos traçar paralelos entre as visões doutrinárias agostinianas e as visões luteranas, podemos, igualmente, perceber distanciamentos. Santo Agostinho, por exemplo, não defende uma visão de Sola Scriptura, e mantém uma postura de total abertura à filosofia grega, a qual Lutero repudia. Também podemos dizer que, enquanto este questiona o poder e o valor da Tradição eclesiástica, Santo Agostinho a enaltece. PALAVRAS CHAVE: Santo Agostinho, Lutero, Reforma LUTHER, AN AUGUNSTIN FOLLOWER? ABSTRACT: The present work has the propose to do an analysis of the extension of Saint Augustine’s

influence over Luther, with the objective of in some way to demark till which point Luther remains loyal to Saint Augustine in his doctrinaire visions defense. It’s known that Luther was, before the Reformation, augustinian monk, and during and after the Reformation uses Saint Augustine to defend his doctrinaire visions: as, for example, the doctrine of justification only by faith (Sola Fide) and salvation only by grace (Sola Gratia). Actually, Saint Augustine becomes very important to the reformers, being cited many times in the reformer’s writings. Such Reformation central doctrines concerning faith and grace are also broadly defended in augustinian writings. Nevertheless, as long as we can draw parallels between the augustinian doctrinaire visions and the lutheran ones, we can, equally, perceive contrasts. Saint Augustine, for example, does not defend a Sola Scriptura vision, and maintains a position of total openness to greek philosophy, which Luther criticizes. We can say also that, while Luther questions the power and the value of ecclesiastic tradition, Saint Augustine valorizes it. KEYWORDS: Saint Augustine; Luther; Reformation INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise da extensão da influência que Santo Agostinho lança sobre o reformador Martinho Lutero. Que houve influências agostinianas não só sobre Lutero, mas como sobre todo o movimento da Reforma Protestante é-nos patente não apenas pelo fato de Santo Agostinho ser citado diversas vezes pelos reformadores – por

exemplo, no Livro de concórdia o Santo Doutor é mencionado trinta e seis vezes (The book of concord, 1959, p. 653), enquanto que nas Institutas da religião cristã, de Calvino, temos bem mais do que cem citações (vide: CALVIN, 2008, p. 10111014) – mas também pelas afinidades doutrinárias, sobretudo naquilo que diz respeito à doutrina da graça e da justificação pela fé. Todavia, isso não indica necessariamente que o movimento da Reforma seja um movimento essencialmente agostiniano, posto que entre Santo Agostinho e os reformadores há distanciamentos quanto a pontos doutrinários fundamentais – Tais como aqueles relativos à doutrina de Sola Scriptura, concernentes ao papel da filosofia na fundamentação das verdades da fé, sobre a conduta ascética etc., tal como abordaremos ao longo do presente escrito. Assim sendo, o presente artigo visa, através da pergunta “Lutero, um agostiniano?” a explorar os pontos de aproximação e distanciamento entre Agostinho e Lutero, tomando-o como representante primeiro e maior do movimento da Reforma, considerando ainda o fato de ter sido monge agostiniano anteriormente à Reforma. A primeira parte do artigo se destinará a analisar os pontos de aproximação, tais como: as concepções a respeito da graça, da justificação pela fé e da predestinação; e a segunda parte, por seu turno, se destinará a explorar os pontos de distanciamento, tais como: a importância atribuída por Santo Agostinho à filosofia, em geral tida como negativa por Lutero, a visão agostiniana de ascese, de celibato e de monasticismo, em geral criticada por Lutero como uma forma de legalismo, e as visões de ambos a respeito da

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relação entre a tradição e as autoridades eclesiásticas e as Escrituras. APROXIMAÇÕES ENTRE SANTO AGOSTINHO E LUTERO Quando surgiu o movimento da Reforma, naturalmente, as primeiras acusações foram as de colocarem a Reforma como um movimento inovador – em sentido negativo , isto é, que trazia novas doutrinas, não condizentes com as verdades cristãs defendidas desde sempre pela tradição. A reação natural dos Reformadores foi a de demonstrar que tal acusação era na verdade um equívoco. E como fizeram isso? Demonstrando que os primeiros cristãos pensavam como eles. A Patrística, nesse sentido, se reveste de singular importância para os reformadores, pois demonstrar que as doutrinas da Reforma eram exatamente as mesmas das dos Padres da Igreja não era senão demonstrar que, se o poder eclesiástico era contrário à Reforma, isso se devia ao fato de que a Igreja se corrompeu, distanciando-se do que ensinavam os cristãos dos primeiros séculos. Tal nos fica patente pelo que lemos no prefácio das Institutas: escrito a Francis I, rei da França: É uma calúnia nos colocar como sendo opostos aos padres (isto é, os escritores antigos de uma época mais pura), como se os padres fossem apoiadores da impiedade deles. Se a competição fosse para ser decidida por tal autoridade (para falar de modo moderado), a melhor parte da vitória seria nossa.(CALVIN, ibidem, p. XXV). Quando falamos em Patrística poucos nomes se equiparam em importância ao de Santo Agostinho, que inquestionavelmente definiu muitos dos rumos do Cristianismo em termos

de teologia, de modo que a autoridade de Santo Agostinho acaba sendo invocada pelos reformadores no sentido de legitimar suas doutrinas. É o que acontece, por exemplo, com as doutrinas de Sola Grafia e de Sola Fique. Podemos constatar aproximações interessantes nestes pontos entre o Doutor Gateai e Lutero, ambos adotando posturas soteriológicas essencialmente monergistas, e mantendo uma postura pessimista quanto à possibilidade de o homem, por seu livre-arbítrio, conseguir salvar-se ou chegar-se a Deus. Detenhamo-nos um pouco nestes pontos de aproximação antes de falarmos dos pontos de distanciamento. Ambos os pensadores abordam a questão do livre-arbítrio e de sua relação com a salvação, analisando em que medida o livre-arbítrio é eficaz com relação a esta. N a história da teologia e da filosofia cristã podemos mapear duas visões principais em torno do tema, uma sinergista, que afirma que o livre-arbítrio possui um papel fundamental no que diz respeito à salvação do homem; e uma monergista, que postula que o livre-arbítrio, por si só, é incapaz de conduzir o homem a Deus, sendo a salvação um produto da graça de Deus no homem. Dentro destas visões o livre-arbítrio aparece como vinculado com outros elementos, como as obras que o homem pratica e o cumprimento da lei mosaica ou veterotestamentária. Numa visão sinergista, a prática humana, suas obras e o cumprimento da lei veterotestamentária ajudariam o homem, a partir da sua capacidade, a cumprir um papel importante em sua salvação, recebendo uma ajuda da graça divina. Numa visão, por outro lado, monergista, as obras e o esforço do livre-arbítrio humano seriam completamente ineficazes para a salvação, sempre puxando o homem para o pecado. Na verdade, o homem,

Doutor da Graça, título atribuído a Santo Agostinho. Ou sinergista.

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nesta perspectiva só conseguiria fazer verdadeiras boas obras por ele já ter sido em alguma medida salvo, isto é, já ter recebido a graça divina, sendo as obras resultado da graça, não proporcionadoras desta. Como principal defensor de uma visão com ênfase no poder do livre-arbítrio com relação à salvação podemos citar, sem dúvidas, Pelágio, contemporâneo de Agostinho, e seus seguidores – os pelagianos – e, na época de Lutero, Erasmo de Rotterdam, que adota uma postura semipelagiana. Tanto Santo Agostinho quanto Lutero escreveram obras importantes afirmando o ponto básico do Cristianismo de que a salvação não parte do homem, mas de Deus, isto é, é pela graça, pelo sacrifício de Cristo, sendo o livre-arbítrio e as obras ineficazes no tocante à salvação, como diz São Paulo em Efésios 2,89. De Santo Agostinho temos, entre outras, as obras A predestinação dos santos e o De libero arbitrio, e de Lutero temos, como sua obra mais importante sobre o tema, o De servo arbitrio. O problema da liberdade humana é abordado por Santo Agostinho a partir de duas questões, uma delas é a de como a liberdade poderia ser conciliada com a noção de necessidade, que em grande medida caracterizaria a vontade divina, sua providência e presciência (o chamado “problema dos futuros contingentes”), já que a vontade divina e aquilo que Deus prevê em seu pensamento necessariamente se realiza, numa visão cristã, e nada acontece sem que Deus o queira ou o permita; a outra seria a relação da liberdade humana com a sua salvação. Ambas as questões, dentro do panorama filosófico e teológico cristão não são de fato dissociadas, uma vez que, se o homem age por necessidade e não por liberdade, fica a pergunta de como ele poderia ser responsabilizado pelos seus atos, posto


que o pecado pressuporia uma escolha deliberada em relação a ele. A questão da conciliação da noção de liberdade com a de presciência e providência divinas é solucionada pelo Santo Doutor ao longo do livro V da De civitate Dei. Mas, demonstrado haver liberdade humana ainda que exista a presciência e providência de Deus, fica ainda a questão de como tal liberdade se relaciona com a salvação. A liberdade seria suficiente para salvar ou condenar o homem? Agostinho, em sua obra De libero arbitrio, aborda a liberdade a partir de dois momentos: o homem antes da queda e do pecado original, e o homem depois da queda. O homem, no momento de sua criação, “não foi programado deterministicamente nem para o bem, nem para o mal” (COSTA, 2012, p. 46). Sua natureza era livre. Entretanto, após a queda, o homem perde sua condição de plena liberdade e passa a viver, em certa medida, em uma condição de necessitarismo, devido à sua natureza pecadora, e impossibilitado de libertar-se por si mesmo. Isso não significa, contudo, que a alma ou o corpo do homem – que, em Santo Agostinho constituem uma unidade, não sendo o homem nem apenas corpo, nem apenas alma – sejam maus. Tudo o que é criado por Deus é bom, como nos exprime o primeiro capítulo do Gênesis. Todavia, no estado decaído do homem, a alma e o corpo passaram a um estado de desarmonia. Como diz Etienne Gilson, o corpo do homem não é a prisão da sua alma, mas tornou-se tal por efeito do pecado original. (...) A natureza decaída é, pois, má na medida em que é viciada pelo pecado, mas é um bem enquanto natureza; exatamente, ela é esse mesmo bem em que o mal existe e sem o qual não poderia existir. (...) Transgressão à lei divina, o pecado original teve por consequência a rebelião do corpo contra a alma, de onde vêm a concupiscência e a ignorância. A alma foi criada por Deus para reger seu corpo, mas eis que é, ao contrário, regida por ele (GILSON, 1995, p. 153154). Tal condição decaída do primeiro homem é transmitida para os seus descendentes. Segundo Fraile, “para explicar a transmissão do pecado original lhe resulta muito mais fácil a teoria traducionista. Em sua carta a Optato de Milevi (...) lhe manifesta não ter todavia formada uma opinião própria” (FRAILE, 1986, p. 219). Em todo caso, há dois momentos e duas naturezas, uma criada em estado de inocência, e uma decaída. Como afirma o Agostinho: Igualmente, quanto ao termo “natureza”. Entendemos de um jeito, quando falamos em sentido próprio, isto é, a respeito da natureza específica, na qual o homem foi primeiramente

criado no estado de inocência. De modo diferente, entendemos o termo “natureza” quando tratamos dessa natureza na qual, como um discípulo de Santo Agostinho? consequência do castigo imposto ao primeiro homem, após sua condenação, nascemos mortais, ignorantes e escravos da carne, tal como disse o Apóstolo: “Como eles (os pagãos), nós (os judeus) também andávamos outrora nos desejos de nossa carne, satisfazendo as vontades da carne e os seus impulsos, e éramos por natureza como os demais, filhos da ira” (Ef 2,3). (AGOSTINHO, 1995, p. 212). O homem, em sua natureza decaída, é incapaz de erguer-se por si mesmo ou de libertar-se do pecado. Segundo Agostinho, se o homem fosse bom, agiria de outra forma. Agora, porém, porque está nesse estado, ele não é bom nem possui o poder de se tornar bom. Seja porque não vê em que estado deve se colocar, seja porque, embora o vendo, não tem a força de se alçar a esse estado melhor, no qual sabe que teria o dever de se pôr (AGOSTINHO, ibidem, p. 209). A impossibilidade de o homem, por si mesmo, se erguer em direção a Deus o coloca como dependente da ação salvífica de Deus, do sacrifício de Cristo, que vem ao homem em sua forma humana e paga pelos pecados da humanidade, e de sua graça redentora. Pessanha afirma que para Agostinho “Deus é a bondade absoluta e o homem é o réprobo miserável condenado à danação eterna e só recuperável mediante a graça divina. Eis o cerne da antropologia agostiniana” (PESSANHA, 1984, p. 17). Gilson, sobre isso, também afirma: “No estado em que se encontra, a alma não pode se salvar por suas próprias forças. O homem pôde cair espontaneamente, isto é, por seu livre-arbítrio, mas seu livre-arbítrio não lhe basta para tornar a se erguer” (GILSON, op. cit., p. 154). Em seu debate com os pelagianos Agostinho combate a visão de que o homem, por seu livre-arbítrio, poderia direcionar-se ao bem ou ao mal. O livre-arbítrio humano é incapaz de conduzi-lo ao bem, a Deus e à salvação, mas apenas para o pecado ou para as coisas que estão no poder do homem, sendo o livre-arbítrio a única causa do mal. Todavia, o mal que o homem pratica não é colocado como sendo de responsabilidade de Deus, mas é devido à natureza decaída do homem, danificada pelo pecado original, cometido em liberdade por Adão e transmitido aos seus descendentes. O sacrifício de Cristo seria o único antídoto que regeneraria a natureza humana, possibilitando ao homem entrar novamente em comunhão com Deus. Nesta religação (religare) do homem com Deus o homem não seria ativo, mas paciente, uma vez que dependeria da graça salvadora,

e não das obras de seu livre-arbítrio, bastando para isso ter fé no sacrifício de Cristo que teria pago os pecados da humanidade. Todavia, em Agostinho a fé é já, ela mesma, obra da graça, sendo resultado. A graça, assim, é preveni ente, não surge a partir de uma ação do homem em direção a Deus, mas de uma iniciativa de Deus em direção ao homem ou de uma eleição. Agostinho, em sua obra A Predestinação dos santos (AGOSTINHO , 1999), cap. III, afirma que Deus é o autor da nossa fé, e falando sobre quando acreditava que a fé independia da graça, diz: Não julgava que a fé fosse precedida pela graça de Deus, de sorte que por ele recebêssemos o que pedíssemos convenientemente, mas pensava que não podíamos ter fé, se não a precedesse o anúncio da verdade. Porém, o acolhimento à fé era iniciativa nossa, uma vez recebido o anúncio do Evangelho, e julgava ser merecimento nosso. Alguns opúsculos de minha lavra, escritos antes de ser ordenado Bispo, revelam com clareza este erro (III, 7) Gilson, sobre isso, diz que sendo iniciativa divina, a graça precede, portanto, em nós, qualquer esforço eficaz para nos reerguermos. Sem dúvida ela nasce da fé, mas a própria fé é uma graça. É por isso que a fé precede as obras, não no sentido de que as dispensa de consumá-las, mas porque as boas obras e seu mérito nascem da graça, e não inversamente (GILSON, op. cit., p. 155). Desse modo, podemos perceber que Agostinho defende uma visão soteriológica estritamente monergista, isto é, onde Deus é o único responsável pela salvação do homem, posto que até mesmo a fé que o homem possui no sacrifício de Cristo e na redenção dos pecados é já, ela mesma, fruto da graça de Deus. O homem, assim, não contribuiria para sua própria salvação nem com suas obras, uma vez que, por sua liberdade, é incapaz de fazer o bem e alcançar a Deus, nem por sua capacidade de crer no sacrifício redentor, pois a fé já é um resultado da operação do Espírito Santo no homem. O debate acerca do poder e do alcance do livre-arbítrio no tocante à salvação retorna no período do Renascimento através do debate entre Lutero e Erasmo de Rotterdam, este último defendendo, em sua obra Diatribe sobre o livre arbítrio uma visão humanista na qual o poder do livre-arbítrio do homem desempenharia um papel importante na salvação. Lutero, em resposta, publica a obra De servo arbitrio¸ título que é altamente reminiscente do De libero arbitrio de Santo Agostinho, e cujo conteúdo não o é menos, insistindo na completa insuficiência do livre-arbítrio do homem decaído no que diz respeito à salvação.

A Confissão de Augsburgo, que resume os principais artigos da fé luterana, não foi escrita por Lutero, mas por seu amigo Felipe Melancton, sendo Lutero, todavia, consultado. Q. 109¬114, pt I da pt. II.

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Erasmo define o livre-arbítrio como “a potência, através da qual o ser humano se pode inclinar ou afastar ao/do que leva à salvação eterna” (LUTERO, 1993, p. 14). A visão antropológica de Erasmo, segundo esta definição, é claramente semipelagiana, colocando na própria natureza humana um fator indispensável pelo qual o homem pode ser salvo ou condenado, contrariando as visões paulinas e agostinianas. De acordo com Beutel (2003, p. 15), “Erasmo opta pelo caminho do meio: no caminho para a salvação muitas coisas têm de ser atribuídas à graça divina e outras à vontade humana”. A graça divina, na visão de Erasmo, entraria como uma espécie de ajuda ao livre-arbítrio que se direciona ao bem. A visão soteriológica de Erasmo seria, portanto, sinergista. Por outro lado, a incapacidade do homem em relação à salvação se torna o ponto central da teologia luterana, que centra-se no pressuposto de que o homem seria salvo apenas mediante a graça e justificado pela fé, sendo esta mesma obra da graça divina. Os lema s Sola Fide e Sola Gratia viriam, ao lado do Sola Scriptura, se tornar as bases do movimento da Reforma. Ainda segundo Beutel, Lutero faz a seguinte distinção: com respeito à sua relação com Deus, o arbítrio humano é completamente cativo. Por outro lado, com respeito ao seu relacionamento com coisas mundanas, a liberdade de escolha pertence aos homens (BEUTEL, idem). Assim, não se trata de enxergar em Lutero um determinismo absoluto, como se defendesse que cada um dos nossos passos estivesse mecanicamente determinados. Nós, por nossa própria vontade, escolhemos as coisas inferiores em detrimento das superiores – o que, numa visão agostiniana, seria a origem do mal. Para que cheguemos às coisas superiores, precisamos da intervenção da graça. Lutero faz a seguinte comparação: se alguém te dissesse que é livre aquilo que, por seu próprio poder, só pode fazer algo numa direção, a saber, na má direção, ao passo que na outra direção, a saber na boa direção, pode fazer algo, mas não por seu próprio poder, e, sim, unicamente com auxilio de outro, poderias conter o riso, meu amigo? Pois assim demonstrarei facilmente que uma pedra ou um tronco tem livre-arbítrio, já que pode voltar-se tanto para cima quanto para baixo, mas por sua própria força só para baixo, e para cima só com o auxilio de outrem (LUTERO, 1993, p. 79). De acordo com Lutero, o homem seria semelhante a uma pedra ou um tronco, que não poderia senão cair, não podendo escolher – e nem mesmo querer, uma vez que sua vontade é cativa subir. Assim como a pedra só poderia ser erguida pela ação de alguém, o homem só poderia ser erguido em direção à salvação pela ação de Deus. Não haveria no homem qualquer faculdade que pudesse direcioná-lo para cima, mesmo no tocante à fé que seria já fruto do agir

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do Espírito Santo. Para fundamentar suas posições Lutero faz uso de diversas passagens bíblicas, tais como Rm 3,10, Ef 2,89, Hb 10,38, Jo 16,8, Jo 6,44. Lutero permanece, assim, agostiniano no que diz respeito à doutrina da graça. De fato, no Livro de concórdia, o livro base onde estão escritas as doutrinas fundamentais do luteranismo, Santo Agostinho chega a ser citado diversas vezes, conforme já dito, algumas delas na Confissão de Augsburgo4, nos artigos sobre o livre-arbítrio e o sobre a fé e as boas obras (The book of concord, op. cit., p. 3940; 4243). Lutero, defendendo o Sola Gratia, cita Agostinho, dizendo: Argumenta-se: o ser humano recebeu uma vontade livre pela qual ele merece ou deixa de merecer alguma coisa. A resposta a isso é: a vontade livre, constituída fora da graça, não possui, em absoluto, nenhuma aptidão para a justiça, mas encontra-se necessariamente em pecado. Por isso, o bem-aventurado Agostinho está certo em seu livro “Contra Juliano” quando ele diz a esse respeito: “É preferível uma vontade cativa a uma vontade livre.” Porém, somente quando se tem a graça, a vontade torna-se propriamente livre, ao menos, com relação à salvação. A bem da verdade, ela é sempre livre num sentido natural; porém, apenas em relação àquilo que está em seu poder e lhe é subordinado, mas não no tocante às coisas que estão acima dela, uma vez que ela está presa em pecados e, nesse caso, não tem capacidade para escolher o que é bom aos olhos de Deus (LUTERO, 2003, p. 308309). As doutrinas de Sola Gratia e de Sola Fide, que seriam centrais na teologia da Reforma de Lutero, seriam assim apoiadas pela autoridade de Santo Agostinho. Também podemos mapear aproximações no tocante à doutrina da predestinação, a qual é defendida tanto por Santo Agostinho quanto por Lutero. A principal defesa da predestinação entre os escritos agostinianos estão na supracitada A predestinação dos santos, onde a noção de predestinação aparece como uma decorrência lógica da própria noção de que apenas Deus é causa da salvação do homem. Em Lutero podemos mapear a mesma defesa da doutrina de que Deus predestina ou elege aqueles que haverão de crer e ser salvos, como quando, comentando os capítulos 9, 10 e 11 da epístola paulina aos romanos, diz: Nos caps. 9, 10 e 11, [Paulo] ensina a eterna predeterminação de Deus. Desse conceito provém originalmente a distinção entre quem há de crer e quem não há, quem se pode livrar de pecados ou não. Com ele está de todo fora do nosso alcance e exclusivamente nas mãos de Deus que nos tornemos retos (LUTERO, ibidem, p. 139). A doutrina da predestinação retorna com particular força na Reforma não apenas com Lutero, mas também como Calvino. Todavia, neste,

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temos a controversa noção de dupla predestinação – isto é, de que Deus predestina não apenas alguns para que creiam em Cristo e se salvem, mas também predestina alguns para serem condenados. Esta visão – a de predestinação para a condenação – contudo, não só não aparece em nenhum lugar de A predestinação dos santos como também é rechaçada no Livro de concórdia (vide: Livro de concórdia, op. cit., p. 629). PONTOS DE DISTANCIAMENTO ENTRE SANTO AGOSTINHO E LUTERO Entre os pontos de distanciamento entre Santo Agostinho e Lutero podemos elencar pelo menos três: as visões a respeito da relação entre filosofia e teologia ou, em outros termos, sobre a possibilidade de se fundamentar racionalmente as verdades da fé; as visões a respeito do monasticismo, do celibato e da conduta ascética e, enfim, as visões a respeito da autoridade eclesiástica e sua relação com as Sagradas Escrituras . Trataremos brevemente sobre cada um destes pontos. Sobre o primeiro ponto, convém dizer que a crítica de Lutero não se limita a Erasmo e ao seu semipelagianismo, mas a todo o aristotelismo em algum grau dominante na teologia católica da época, a qual Lutero coloca como também sendo essencialmente contrária à doutrina da graça. No Debate sobre a teologia escolástica , Lutero já havia atacado a visão de que a vontade humana, em conformidade com a razão, poderia escolher entre o bem e o mal, particularmente a de Duns Scotus e Gabriel Biel. Verdade é que ética aristotélica trazia esta visão com sua noção de agir segundo a “reta razão”. Nesta mesma obra Lutero chega a afirmar que “quase toda a Ética de Aristóteles é a pior inimiga da graça”, sendo “um erro dizer que a concepção de felicidade de Aristóteles não contraria a doutrina católica” (LUTERO, 1987, p. 17), ou que sem Aristóteles e sem ser um lógico ninguém poderia se tornar teólogo. As críticas a Aristóteles redundam, como é de se esperar, numa forte crítica a Santo Tomás, como vemos em Do cativeiro babilônico da igreja (LUTERO, 2006, p. 3435). Todavia, do fato de os escolásticos terem bebido de Aristóteles não decorre que eles aceitavam absolutamente tudo de Aristóteles, ou que eram mais aristotélicos do que cristãos. Santo Tomás, por exemplo, reafirma, no Tratado sobre a graça, parte da Summa theologica, que é a graça de Deus quem realiza a salvação do homem, operando nele o conhecimento de Deus (vide: AQUINAS, 1952, p. 338378)5 e as infundindo nele as virtudes teologais, as quais são inacessíveis ao homem apenas com as potências de sua própria natureza, como vemos na Summa Theologica, Q. 62, pt. I da pt. II (AQUINAS, ibidem, p. 60). Santo Tomás postula, nesse sentido, essencialmente o mesmo que Santo Agostinho e as resoluções conciliares em


torno do pelagianismo e do semipelagianismo – Já falamos que em Santo Agostinho mesmo a fé, virtude teologal, é obra da graça, como coloca na A predestinação dos santos; quanto às resoluções conciliares, temos condenações formais do pelagianismo e do semipelagianismo no Concílios de Éfeso (DENZINGER, 2006, p. 102103) e no Sínodo de Orange (DENZINGER, ibidem, p. 139146). As críticas de Lutero à razão e às influências de filosofia direcionadas a Santo Tomás, Gabriel Biel e Duns Scotus, contudo, podem muito bem ser entendidas como um distanciamento claro em relação a Santo Agostinho, afinal se é verdade que os escolásticos mencionados se deixaram influenciar por Aristóteles, é igualmente verdade que Santo Agostinho foi, em não menor grau, influenciado por Platão e Plotino, como bem se sabe. Em Santo Agostinho fé e razão não são contrapostas, mas complementares. Segundo Fraile, para Agostinho a razão e a fé são coisas distintas, mas no homem cristão não funcionam isoladamente, senão em íntima e fecunda compenetração. (...) A insuficiência da filosofia encontra seu complemento na plenitude da verdade descoberta pela fé. Desde que sua alma se sente inundada pelos resplendores da fé, já não haverá para ele um funcionamento autônomo da pura razão. Sua alma descansa na possessão da verdade que lhe ministra a fé, e por sua vez a fé vivida penetra, sem a anular, até o mais intime de sua razão (FRAILE, op. cit., p. 197). Daí a expressão agostiniana “Intellige ut credas. Crede ut intelligas” (“Entenda para que creias. Creia para que entendas”). Para Lutero, por outro lado, razão e fé são coisas separadas, de certo modo contrapostas. Embora a razão

seja capaz de nos fornecer muitas verdades, ela jamais terá a palavra final no que diz respeito às verdades mais elevadas, que só podem ser acessíveis mediante a revelação divina e as Escrituras. As verdades últimas são inacessíveis à razão. Lutero, a este respeito, diz: A sua absurdidade é uma das principais causas para que as palavras de Moisés e de Paulo não sejam compreendidas em sua simplicidade. Mas contra que artigo de fé peca esta absurdidade? Ou quem se ofende com ela? A razão humana se ofende, razão que, embora cega, surda, estulta, ímpia e sacrílega no tocante a todas as palavras e obras de Deus, por meus opositores é chamada para ser juíza das palavras e das obras de Deus (LUTERO, 1993, p. 125) Ainda sobre a razão, ele afirma: A filosofia, ou ciência humana, define o homem como um ser com razão, sentimento e corpo. Mas é preciso saber que esta definição diz respeito ao homem apenas enquanto mortal e ao espaço de sua vida. E certamente é verdade que a razão é o que há de mais importante e mais elevado, sendo, em comparação com as outras coisas desta vida, a melhor, algo divino. [...] Por isso, convém que ela seja chamada de diferença essencial pela qual o homem se distingue dos animais e das outras coisas. A Escritura Sagrada também a constitui senhora sobre a terra, as aves, os peixes, o gado, ao dizer: ‘Dominai’ (Gn 1.28). Contudo, se se comparar a filosofia ou a própria razão com a teologia, ficará evidente que não sabemos quase nada sobre o homem. A partir da plenitude de sua sabedoria, a teologia define o homem de maneira total e perfeita. A saber, que o homem é criatura de Deus constituída de corpo e alma viva, feita no princípio à semelhança de Deus, sem pecado, a fim de procriar e dominar sobre as coisas, sem nunca morrer. Mas

que, após a queda de Adão, a criatura ficou sujeita ao poder do diabo, ao pecado e à morte, um mal duplo, insuperável para as suas forças e eterno. E disso não pode ser libertada e receber a vida eterna a não ser pelo Filho de Deus, Jesus Cristo (se nele crê). (LUTERO, 1992b, p. 194). O fundamento do Sola Scriptura e do conhecimento revelado defendido por Lutero reside, então, no fato de que a razão não só é completamente incapaz de chegar ao conhecimento da Verdade, mas é “ímpia e sacrílega”, levando sempre ao erro. Assim, a filosofia, seja aristotélica ou neoplatônica, é colocada em segundo plano na visão luterana6. Para Agostinho, a razão, bem como a filosofia, poderiam fornecer bons fundamentos na defesa da fé, como o demonstra largamente em suas obras. E, de fato, Santo Agostinho chega a falar nas Confissões que encontrou na Bíblia muitas verdades que leu outrora nos escritos dos platônicos, porém na Bíblia realçadas com a graça (AGOSTINHO, 1984, p. 124). Quanto ao segundo ponto, a saber, aquele em relação ao monasticismo, ao celibato e à conduta ascética, podemos perceber, por um lado, uma legitimação por parte de Santo Agostinho, ele mesmo tendo vivido de forma celibatária, e por outro, uma forte crítica por parte de Lutero. Cabe lembrar que Lutero já havia sido monge, quebrando, posteriormente, seus votos e casando com Katharina von Bora. Sua mudança em torno da questão do monasticismo, do celibato e da conduta ascética são sintetizadas na pt. III, art. XI e XIV dos seus Artigos de Esmalcalde, sobre o casamento dos sacerdotes e dos votos monásticos, respectivamente: Os papistas não têm nem autoridade e nem direito de proibir o casamento e de atar o estado divino dos sacerdotes ao celibato perpétuo. Ao

Embora Lutero, paradoxalmente, se reconheça como admirador de Santo Agostinho, o qual não deixa de valorizar a filosofia, e de místicos como Johannes Tauler (LUTERO, 1987, p. 98), de influências claramente neoplatônicas. Há também estudiosos que postulam uma influência de Ockham sobre Lutero (HÄGGLUND, 1981, p. 184).

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contrário, eles agem como anticristãos, tiranos e canalhas, e dão ocasião a toda sorte de pecados sem conta, terríveis e abomináveis, nos quais estão ainda envolvidos. [...] Tão pouco quanto o poder que nos foi dado para fazer de um homem uma mulher ou uma mulher de um homem ou de abolir as distinções de sexo é o poder que temos de separar tais criaturas ou de proibi-los de viver juntos em honesto matrimônio (The book of concord, op. cit., p. 314). E mais adiante: Quem quer que faça votos de vida monástica acredita que está entrando num modo de vida que é melhor que aquele modo de vida cristão ordinário e propõe por meio desta obra ajudar não apenas a si mesmo, mas a outros a entrarem no paraíso. Isto é negar a Cristo, etc. E na autoridade do Santo Tomás deles tais pessoas se gabam de que um voto monástico é igual ao batismo. Isto é blasfêmia (The book of concord, ibidem, p. 315316)7. Como se nota, Lutero vincula o voto monástico a uma espécie de legalismo, como se o monge pretendesse se justificar, por seus próprios méritos, ao entrar na vida monacal. Santo Agostinho, por seu turno, parece não ver contradição entre as condutas ascéticas do celibato e do monasticismo com a doutrina da graça, a qual, sem dúvidas, ele se coloca como um dos mais importantes defensores. Primeiramente, porque ele mesmo viveu por um tempo de forma monacal, estabelecendo diferentes monastérios, sendo o primeiro em Tagaste e o segundo em Hipona, conforme nos diz Fraile (op. cit., p. 193194) e, conforme nos diz Pessanha (op. cit., p. 10), Santo Agostinho pretendia viver o resto de sua vida recolhido no primeiro monastério que fundou, sendo, meio que a contragosto, afastado deste caminho, assumindo a função episcopal em Hipona. Mas mesmo enquanto já bispo de Hipona, estabelece um centro monástico em sua residência (FRAILE, op. cit., p. 194). Quanto à questão da vida monacal, Santo Agostinho parece não demonstrar nenhuma mudança de opinião, como Lutero demonstra. Muito pelo contrário, em diversos momentos de seus escritos o Santo Doutor parece enaltecer a conduta ascética, típica da vida monacal, como sendo o ideal de conduta cristã. Podemos ver isso de modo patente nas Confissões, livro X, cap. 3039 (AGOSTINHO, 1984, p. 191203), onde o Doctor Gratiae delineia como ideal de vida cristã o completo e total desprendimento em relação aos prazeres da mesa, dos perfumes, da música, do olhar, em relação à curiosidade, ao orgulho, ao louvor, à vanglória e ao amor próprio. Podemos consta-

tar o viés marcadamente ascético de Agostinho ao ver como ele coloca como negativo o apego a coisas que hoje vemos como completamente boas, neutras ou, no mínimo, não ofensivas, tais como o gosto pela música. Santo Agostinho prega, com suas palavras nas Confissões, o completo desapego de tudo o que seja proveniente dos sentidos. Também podemos ver esse contínuo buscar pelo total e completo desapego às coisas provenientes dos sentidos em sua obra Sobre a potencialidade da alma, onde o bispo de Hipona traça sete graus pelos quais a alma passa em seu completo desapego a todas as coisas sensíveis e em sua ascensão até a contemplação de Deus (vide: AGOSTINHO, 2013, p. 159166). Quanto ao celibato, por seu turno, o Bispo de Hipona enaltece-o em diferentes momentos, como vemos, por exemplo, nos Solilóquios, ao falar sobre a possibilidade de ter uma esposa: Por mais que queiras pintá-la e cumulá-la de todas essas vantagens, decidi que nada devo evitar tanto como a coabitação conjugal. Acho que não existe nada que possa abater o ânimo viril mais que as carícias femininas e o contato dos corpos, sem o qual não se pode ter esposa. Por isso, se é obrigação do sábio dedicar-se aos filhos (o que ainda não constatei), e só por isso é que ele coabita, isso parece-me que é mais de se admirar, mas de modo algum imitar; pois há maior perigo em tentar fazer que felicidade em ser capaz de fazê-lo. Pelo que acho que minha decisão de não desejar nem procurar esposa nem casar-me foi uma decisão suficiente, justa e útil, pela liberdade de minha alma (AGOSTINHO, 1998, p. 37 38)8. Vemos assim de certo modo o enaltecimento de uma conduta ascética e da vida monacal em Agostinho, de modo que este não via qualquer contrariedade entre o rigor da vida monástica, ascética e celibatária e a doutrina de que a salvação vem da graça, e não das obras e do cumprimento da lei, ao contrário do que podemos ver em Lutero. O’Donnell chama a atenção para o modo como Agostinho desde sua conversão opta pelo caminho da ascese e do celibato: Nada do Cristianismo o obrigava a abandonar a atividade sexual para ser batizado, mas Agostinho buscou algo mais elevado: a vida do filósofo cristão, separado do caminho ordinário do cristão e superando os mais ascéticos e etéreos filósofos não cristãos (O’DONNELL, 2006, p. 18) Poderíamos falar, por fim, como estando entre as diferenças realmente fundamentais, aquela referente à relação entre a Igreja e as Sagradas Escrituras. Do princípio luterano de Sola Scriptura decorre com necessidade a conclusão

de que a Igreja deve se fundar e se limitar àquilo que aparece na Bíblia. Podemos ver essa concepção de modo claro em Lutero já na Dieta de Worms, quando se recusa a se retratar por suas doutrinas, a menos que fosse convencido de que estava errado pela autoridade bíblica, colocando a autoridade papal e dos concílios abaixo das Sagradas Escrituras, dizendo: a não ser que seja convencido por testemunho das Escrituras ou por argumento evidente da razão (pois não acredito nem no papa nem nos concílios exclusivamente, visto que é certo que os mesmos erraram muitas vezes e se contradisseram a si mesmos) – estou vencido pelas Escrituras por mim apresentadas e minha consciência está presa nas palavras de Deus – não posso nem quero retratar-me de nada, porque agir contra a consciência não é prudente nem íntegro. Que Deus me ajude. Amém (LUTERO, 2012, p. 1015). Em Santo Agostinho, por sua vez, não temos qualquer base para a ideia de um Sola Scriptura. Primeiro porque, como já vimos, o Santo Doutor não deixa de admitir como válidas formas de conhecimento extrabíblicas, como é o caso da filosofia grega. Em segundo lugar, não só não existe de modo claro a ideia de que a autoridade da Igreja está abaixo das Escrituras Sagradas, como podemos ver em certos momentos, inclusive, a ideia contrária, isto é, a ideia de que a Bíblia extrai sua autoridade do magistério da Igreja. É caso quando diz: “Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja católica” (Catecismo da Igreja Católica, 1999, p. 43)9. Rist comenta que, para Agostinho, a mente humana deveria ser usada para o discernimento de autoridades; é inadequado e irracional identificar certas verdades teológicas importantes, e provavelmente também éticas e estéticas, sem essas autoridades. Agostinho afirmou que não teria acreditado nos Evangelhos sem a autoridade da Igreja Católica (C. ep. Fund. 5.6). Mas ele também está ciente de que o discernimento humano é empobrecido e ele culpa a queda por esse empobrecimento. Como, então, ele sabe que ele discerniu suas autoridades corretamente? Claro, ele não sabe, mas ele afirma verdadeira crença ou fé. Na medida em que seus discernimentos são corretos, essa correção foi alcançada através da graça e da ajuda de Deus que muitas vezes pode ser identificada retrospectivamente. Deus trabalha na história para mostrar quais indivíduos e quais instituições merecem a crença teológica, e no indivíduo para permitir que ele veja o que ele normalmente não enxerga (RIST, 2006, p. 32).

Obviamente, Lutero está aí a ignorar passagens bíblicas em que o celibato é colocado como algo positivo, como Mt 19,12, Lc 9,23 e 1Co 7,9¬10. Apesar de sua opção pessoal pelo celibato, Santo Agostinho parece variar quanto à abstinência, demonstrando visões mais abertas em relação a sexualidade com o passar do tempo, conforme nos aponta Costa (op. cit., p. 73¬80). Todavia, as concessões que Agostinho faz à sexualidade não deixam de se restringir àqueles que seguem a vocação do matrimônio 9 “Ego vero Evangelio non crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas” (Contra epistolam manichaei quam vocant fundamenti, 5,6: PL 42,176). 7 8

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A frase em questão (“Eu não creria no Evangelho...”) nos deixa clara exatamente a ideia oposta a de Lutero. Enquanto que para este a Igreja estava em certo sentido abaixo das Escrituras, para Agostinho, pelo contrário, as Escrituras estavam ao lado da Igreja, já que seria um fruto da tradição eclesiástica, e posto que Deus se revela não apenas nas Escrituras, mas também na autoridade da Igreja. Podemos entender isto no sentido de que o cânon bíblico – e, portanto, a própria noção de Bíblia é definido pela tradição e pela autoridade eclesiásticas, e não inverso, e também de que a interpretação bíblica cabe ao magistério eclesiástico. Além disso, temos que, na época do Doctor Gratiae, ninguém questionava a autoridade do clero senão os considerados hereges. E, cabe dizer, Santo Agostinho polemizou com todas as heresias de seu tempo, sendo a parte mais substancial de seus escritos contra as heresias de sua época: como contra o maniqueísmo, o arianismo, o donatismo etc (vide: FRAILE, op. cit., p. 193195). Em outras palavras, na disputa entre a tradição e as formas de Cristianismo consideradas heréticas, em todos os momentos após sua conversão Agostinho optou por ficar ao lado da tradição. O mesmo não se pode dizer de Lutero. Não só por ele mesmo questionar a tradição e a auto-

ridade eclesiástica, mas também por assumir as perspectivas daqueles que questionaram, como no caso de Jan Hus (LUTERO, 1987, p. 350), condenado como herege pelo Concílio de Constança, e de Pico dela Mirandola (LUTERO, ibidem, p. 120), que também caiu em controvérsias com a ortodoxia. CONCLUSÃO. A partir do exposto, podemos concluir que há tanto pontos de aproximação quanto pontos de distanciamento entre Santo Agostinho e Lutero, todos estes se dando em aspectos igualmente fundamentais dos pensamentos de ambos os pensadores. Assim, respondendo à pergunta proposta no título do presente artigo, não se pode de fato falar de Lutero como um agostiniano, sem que isso cause confusões e atropelos em doutrinas fundamentais de ambos os pensadores. De igual modo, não se pode dizer que exista uma total ruptura por parte de Lutero em relação a Santo Agostinho. De fato, Lutero, nas polêmicas contra as indulgências e acerca do papel do livre-arbítrio com Erasmo, se pretende, em grande medida, resgatador de visões agostinianas em tese esquecidas pela Igreja de seu tempo, tais como aquelas acerca da graça, da justificação pela fé e da predestinação. Importa dizer, contudo, que estas doutrinas não eram de

fato esquecidas ou ignoradas pela Igreja do séc. XVI. Se é verdade que a Igreja da época de Lutero era a Igreja turista, como diz em Do cativeiro babilônico da igreja (LUTERO, 2006, p. 34), é interessante notar que, como colocamos antes, Santo Tomás igualmente faz ampla defesa da doutrina da graça em sua Summa theologica. E é com certa segurança que podemos afirmar que a Summa theologica era no tempo de Lutero uma obra mais referencial de doutrina católica do que qualquer obra de Erasmo. Por fim, poderíamos concluir que a negativa de que Lutero era um agostiniano é ainda mais verdadeira se, no lugar de Lutero, colocarmos outros reformadores, uma vez que tais pensadores e teólogos levam as visões doutrinárias de Lutero a outros níveis de desenvolvimento e a novas consequências. É o caso de Calvino com a TULIP10, por exemplo, com visões como a de expiação limitada, não previstas nem em Lutero e, igualmente, também não em Santo Agostinho. O mesmo poderíamos falar em relação às concepções em torno de Maria, que é enaltecida não só por Agostinho11, mas também por Lutero, como vemos em seu Magnificat (LUTERO, 2015), mas que tende a ter sua importância diminuída nos protestantes pós Lutero, consolidando-se a importância atribuída a Maria um dos aspectos distintivos fundamentais entre o catolicismo e o protestantismo. g

Os cinco pontos doutrinários fundamentais do calvinismo. São Luís Maria Grignion de Montfort em seu Tratado da verdadeira devoção à santíssima virgem traz visões e dizeres significativos de Santo Agostinho sobre este tema (vide: GRIGNION, 2015, p. 36, 51, 81, 215, 225). O mesmo faz Santo Afonso de Ligório em seu Glórias de Maria (vide: AFONSO, 1989, p. 24, 27...) 10 11

BIBLIOGRAFIA PELA ORDEM DAS REFERÊNCIAS AFONSO, S. Glórias de Maria. 3ª ed. Aparecida, SP: Editora Santuário, 1989. AGOSTINHO, S. A predestinação dos santos. In: AGOSTINHO, S. A graça (II). Tradução de Augustinho Belmonte. São Paulo: Paulus, 1999. AGOSTINHO, S. O livre-arbítrio. Tradução, organização e notas: Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulus, 1995. AGOSTINHO, S. Os Pensadores. 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. AGOSTINHO, S. Sobre a potencialidade da alma. Tradução de Aloysio Jansen de Faria. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. AGOSTINHO, S. Solilóquios e a vida feliz. São Paulo: Paulus, 1998. AUGUSTINE, S. The confessions, the city of God, on christian doctrine. Encyclopaedia Britannica. Chicago: William Benton, 1952. AQUINAS, T. The summa theologica. Translated by Fathers of the English Dominican Province. Encyclopaedia Britannica. Chicago, William Benton, 1952. BEUTEL, A. Luther’s life. In: McKIN, Donald (editor). The Cambridge Companion to Martin Luther. Cambdrige: Cambridge University Press, 2003. CALVIN, J. Institutes of the christian religion. Translated by Henry Beveridge. Massachusetts: Hendrickson Publishers, 2008. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 1999. COSTA, M. R. N. 10 lições sobre Santo Agostinho. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. DENZINGER, H. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral da Igreja Católica. Tradução de José Marino Luz e Johan Konings. São Paulo: Paulinas e Loyola, 2006. FRAILE, G. Historia de la filosofia II: El Cristianismo y la filosofia patrística. Primera escolástica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1986. GILSON, E. A filosofia na Idade Média. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1995. GRIGNION, S. L. M. Tratado da verdadeira devoção à santíssima virgem. 46ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. HÄGGLUND, B. História da teologia. Tradução de Mário L. Rehfeldt e Gládis Knak Rehfeldt. Porto Alegre, RS: Editora Concórdia, 1981. LUTERO, M. Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012. LUTERO, M. Do cativeiro babilônico da igreja. Tradução de Martin N. Dreher. São Paulo: Martin Claret, 2006. LUTERO, M. Magnificat: o louvor de Maria. Aparecida, SP: Editora Santuário; São Leopoldo: Editora Sinodal, 2015. LUTERO, M. Nascido escravo. 1ª ed. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 1992a. LUTERO, M. Obras selecionadas vol. 1. São Leopoldo e Porto Alegre: Editoras Sinodal e Concórdia, 1987. LUTERO, M. Obras selecionadas vol. 3. São Leopoldo e Porto Alegre: Editoras Sinodal e Concórdia, 1992b. LUTERO, M. Obras selecionadas vol. 4. São Leopoldo e Porto Alegre: Editoras Sinodal e Concórdia, 1993. LUTERO, M. Obras selecionadas vol. 8. São Leopoldo e Porto Alegre: Editoras Sinodal e AUFKLÄRUNG, João Pessoa, v.5, n.3, Set.Dez., 2018, p.193206 206 Renan PiresMaia Concórdia, 2003. O’DONNELL, J. J. Augustine: his time and lives. In: STUMP, E., KRETZMANN, N. The Cambridge companion to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. PESSANHA, J. A. M. Santo Agostinho: Vida e Obra. In: AGOSTINHO, S. Os Pensadores. 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. RIST, J. Faith and reason. In: STUMP, E., KRETZMANN, N. The Cambridge companion to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. RIST, J. The book of concord: The confessions of the evangelical lutheran church. Translated and edited by Theodore G. Tappert. Philadelphia: Fortress Press, 1959. ISSN: 2357-8335

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CIÊNCIA POLÍTICA SAN TIAGO DANTAS, A POLÍTICA E A ATUAÇÃO EXTERNA DO BRASIL

Arthur Vivacqua Correa Meyer

Resumo: O artigo aborda e comenta três conferências proferidas na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, durante o decênio de 1950, pelo grande político e jurista brasileiro Francisco Clementino de San Tiago Dantas, o qual foi ministro das Relações Exteriores e ministro da Fazenda do Brasil na primeira metade da década de 1960. A atualidade do pensamento político de San Tiago Dantas é ressaltada, especialmente com vistas à condução da política externa brasileira no atual contexto internacional. Palavras-chaves: San Tiago Dantas, política interna e externa do Brasil. Francisco Clementino de San Tiago Dantas, falecido prematuramente em 1964, foi um dos mais eminentes políticos e juristas brasileiros da segunda metade do século XX. Antes de exercer os cargos de ministro da Fazenda e das Relações Exteriores, no início da década de 1960, durante o governo do presidente João Goulart, proferiu, alguns anos antes, importantes conferências na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, algumas das quais são objeto das reflexões contidas neste artigo. San Tiago Dantas observa que toda sociedade contém duas camadas de estratificação: a elite ou classe dirigente e a massa ou classe dirigida. Em certas sociedades, essas duas camadas se acham isoladas por fatores que impedem a circulação de indivíduos de uma para outra (castas, diferenças raciais, nobreza e plebe). Nas sociedades democráticas modernas, as duas camadas se intercomunicam, dando lu-

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gar a uma circulação vertical constante, em que se manifestam diversos processos seletivos (SAN TIAGO DANTAS, 2014, p. 125). A capacidade de compreender os imperativos existenciais da nação politicamente organizada (o estado nacional) e de agir racionalmente com vistas à consecução dos objetivos decorrentes daqueles imperativos varia com frequência entre as elites e as massas. Há momentos históricos em que as elites superam as massas na sensibilidade aos imperativos e assumem a condução dos acontecimentos; existem outros momentos em que as classes dirigentes, deformadas por erros diversos, perdem aquela sensibilidade e as massas assumem o papel condutor. Como nota San Tiago Dantas, as elites ou classes dirigentes nem sempre são a parte que mais integralmente apreende os interesses vitais da sociedade. Estas manifestam não raro “tendência para considerar, em primeiro lugar, os interesses da própria classe, os quais podem, eventualmente, estar em contradição com os interesses da sociedade como um todo” (SAN TIAGO DANTAS, 2014, p. 125-126). Especialmente quando uma sociedade passa por transformações muito rápidas, as classes dirigentes se atrasam frequentemente em relação a essas mudanças e adotam conduta inadequada aos interesses vitais da nação. Exemplo de elite insensível aos imperativos vitais da sociedade, enquanto as massas conservavam plena intuição deles, ocorre por ocasião do ataque à Rússia pelo exército do imperador francês Napoleão, no início do

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século XIX (retratado no famoso romance “Guerra e Paz” de Leon Tolstoy). Por contraposição, exemplo de elite esclarecida e capaz de apreender a totalidade dos interesses nacionais se acha no caso do processo da independência dos Estados Unidos da América, no final do século XVIII. Essas considerações nos remetem à Sociologia do Conhecimento e à obra clássica sobre o assunto “Ideologia e Utopia”, de Karl Mannheim. A ideologia é a visão do mundo, plasmada num conjunto de formulações (que valoriza a tradição e o passado) dos grupos que se opõem ao progresso social; a utopia, pelo contrário, é a visão do mundo, voltada para o futuro e para as transformações, adotada pelos estamentos que defendem o progresso econômico e social. Nas palavras de San Tiago Dantas (2014, p. 128): (...) O que hoje sabemos é que o conhecimento e as afirmações científicas de conteúdo social não são inteiramente independentes da posição social, diríamos melhor, da condição existencial daqueles que os elaboram (...) O existencialismo precede o racionalismo. A discussão e o embate sobre as visões acerca dos interesses vitais da nação se dá geralmente no quadro das instituições do estado (a nação politicamente organizada). Isso enseja uma breve reflexão acerca do papel do estado nacional na presente era da globalização. O estado formula e executa, com vistas à consecução dos interesses e objetivos nacionais, políticas de caráter sistêmico ou setorial.


Há consenso generalizado sobre o fato de que, na presente era histórica da globalização, caracterizada por rápidas e profundas transformações sociais, econômicas e tecnológicas, a capacidade de os estados nacionais executarem políticas sistêmicas referenciadas territorialmente sofre marcado enfraquecimento. A ordem mundial tendo como principal ator ou sujeito o estado nacional foi definida por Jessica Matthews (1997) como o “sistema westphaliano”. Essa expressão se deve ao fato de a mencionada ordem mundial se haver tornado claramente visível após a assinatura do Tratado de Westphalia, em 1648, que pôs fim à Guerra dos Trinta Anos na Europa. Segundo Matthews (1997), as características básicas do “sistema westphaliano” seriam as seguintes: a) existência de estados nacionais com territórios definidos; b) existência de uma autoridade laica governando cada estado nacional e o representando nas relações exteriores; c) inexistência de autoridade superior aos estados nacionais. Esse quadro geral, vigente há mais de três séculos, tem sofrido transformações consideráveis em anos mais recentes, imprimindo nova dinâmica às relações entre classes dirigentes e dirigidas e aos debates sobre os interesses vitais de cada país. A nova dinâmica das relações entre classes dirigentes e dirigidas acima referida constitui frequentemente reflexo de uma dissociação entre fontes formais e fontes reais de poder nas sociedades e nos estados nacionais da era contemporânea. A presente era histórica da globalização tem exposto essa dissociação em variadas formas, o que representa fenômeno nunca antes observado. Diversos fatores nela presentes causam efeitos profundos sobre a existência e a relevância do estado-nação, afetando em consequência a dinâmica das relações entre classes dirigentes e dirigidas em cada país. O processo cada vez mais intenso da integração econômica e tecnológica do mundo vem enfraquecendo os estados nacionais e sua capacidade de formular e executar políticas sistêmicas. Paralelamente à integração da economia mundial (manifestada pela acentuada expansão do comércio de bens e serviços e dos fluxos de capitais), as novas tecnologias da informação, além de facilitar a globalização econômica, causam uma redução dramática dos custos de comunicação e coordenação entre grupos diversos. Dessa forma, elas estimulam o crescimento de redes descentralizadas nacionais e internacionais, geralmente mais ágeis e eficazes do que as estruturas governamentais, quase sempre mais rígidas e hierarquizadas. Outros fatores têm contribuído também para um certo enfraquecimento dos estados

nacionais e do “sistema westphaliano”. Dentre esses, salientam-se o aparecimento de problemas transnacionais e de novos atores internacionais que põem em causa a relevância (marcante até os dois últimos decênios do século XX) do estado-nação. A partir especialmente do último quartel do século passado, têm surgido graves problemas em escala global para cujo tratamento adequado os governos nacionais enfrentam crescentes dificuldades, se agindo de forma isolada. A preservação ambiental, o controle das epidemias, os movimentos migratórios e a repressão ao narcotráfico e ao crime organizado vêm ganhando cada vez maior importância. Por outro lado, têm aparecido nas relações internacionais novos atores ou sujeitos que disputam a primazia do estadonação, o elemento básico do “sistema westphaliano”. Dentre esses novos sujeitos não estatais se encontram as organizações não governamentais (ONGs), as grandes empresas multinacionais e os organismos internacionais. O papel e a influência das ONGs, cujos focos de interesse se têm amplamente diversificado, são cada vez mais importantes nas relações internacionais. Seus campos de atuação mais conhecidos abrangem a preservação ambiental, a assistência humanitária e a proteção dos direitos humanos. Na área da preservação ambiental, entidades como o World Wildlife Fund (WWF) o Greenpeace e a International Union for the Conservation of Nature (IUCN) são largamente conhecidas e influentes. O mesmo ocorre nas áreas da assistência humanitária (Cruz Vermelha, Médecins sans Frontières) e da proteção dos direitos humanos (Human Rights Watch, Amnesty International). No tocante às grandes empresas multinacionais, suas atividades na produção integrada em vários países, no comércio e nos serviços financeiros, nos transportes terrestres, marítimos e aéreos, nas telecomunicações e na publicidade hoje têm relevância cada vez maior na economia global. Esse fenômeno é especialmente visível nos mercados cambiais e de derivativos, cujas quantias transacionadas (bem acima de US$ 1 trilhão por dia) são muito superiores às do produto interno bruto (PIB) mundial. Além das ONGs e das empresas multinacionais, os organismos internacionais também se vêm tornando influentes sujeitos. Tradicionalmente estabelecidos e administrados pelos governos nacionais, esses organismos têm adquirido, em anos mais recentes, margem significativa de autonomia e criado suas próprias “clientelas”. O fenômeno acima referido se manifesta especialmente pela crescente cooperação paritária entre estados nacionais, ONGs e organizações internacionais. Dentre estas últimas,

algumas são ou se vêm tornando entidades de caráter misto, envolvendo governos nacionais e entidades privadas. Reflexo desse novo tipo de cooperação “tripartite” é o número crescente de normas jurídicas internacionais da forma soft law (“lei branda”). Essas normas jurídicas “brandas” assumem a forma de recomendações, diretivas (guidelines) e resoluções não obrigatórias. Não somente organismos internacionais essencialmente políticos, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), mas também instituições econômicas e financeiras, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) têm passado frequentemente a se envolver em assuntos internos dos estados nacionais. No caso da ONU, o mencionado envolvimento se tem manifestado pela atuação, entre outros, de seu Conselho Econômico e Social (ECOSOC) e de sua Comissão de Direitos Humanos. Já no caso do Banco Mundial e do FMI, o envolvimento acima referido em assuntos internos dos estados nacionais se tem manifestado pela imposição de conditionalities, ou seja, condições e requisitos para a concessão de empréstimos e financiamentos. Essas condições têm incidido principalmente sobre políticas nacionais de redução da pobreza, de preservação ambiental ou de diminuição de gastos militares e têm sido inspiradas, não raro, por pressões ou recomendações de ONGs ou de grupos organizados da sociedade civil internacional. Por conseguinte, diversos fatores enfraquecem de variadas formas o estado-nação nas relações internacionais da presente era da globalização. Esses fatores são, como se viu, o aparecimento de profundas transformações econômicas, tecnológicas e culturais no mundo globalizado e o surgimento de novos problemas transnacionais e de novos sujeitos ou atores (ONGs, empresas multinacionais e organismos internacionais) competindo com o estado-nação. No entanto, apesar do movimento de redistribuição de poder descrito nos parágrafos anteriores entre estados e novos sujeitos das relações internacionais, não existe ainda substituto plenamente satisfatório ao estado-nação. Essa situação foi ressaltada com propriedade por Paul Kennedy (1993, p. 134): There may have been a certain erosion of powers of the nationstate in recent decades, but the nation-state remains the primary locus of identity of most people; regardless of who their employer is and what they do for a living, individuals pay taxes to the state, are subject to its laws, serve (if need be) in its armed forces, and can travel only by having its passport. Moreover, as new challenges emerge – be it illegal migration or biotech farming – peoples

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turn instinctively (at least in the democracies) to their own governments to find “solutions”. The global demographic explosion, atmospheric pollution, and technology-driven change each have their own transnational momentum; but it is national governments and assemblies which decide whether to abolish currency controls, permit biotechnology, cut factory emissions, or support a population policy. Por outro lado, os novos sujeitos ou atores das relações internacionais, que vêm competindo com o estado-nação tradicional no “sistema westphaliano”, também apresentam sérias limitações. Tanto as organizações não governamentais (ONGs), quanto as empresas multinacionais e os organismos internacionais padecem de defeitos oriundos de seus interesses específicos ou limitados. As ONGs, por exemplo, embora geralmente não motivadas por ganho financeiro, sofrem quase sempre de “visão de túnel”, julgando as ações públicas pelo seu efeito sobre seus interesses particulares e mostram capacidade limitada para empreender projetos multidimensionais de larga escala. Como bem ressaltado por Jessica Matthews (1997): (...) A society in which the piling up of special interests replaces a single strong voice for the common good is unlikely to fare well (…) In the longer sun, a stronger civil society could also be more fragmented, producing a weakened sense of common identity and purpose (…) More and more groups promoting worthy but narrow causes could ultimately threaten democratic government. De forma análoga, outros estudiosos já apontaram que as empresas multinacionais, apesar de sua influência cada vez mais abrangente no comércio e nos investimentos, exibem limitada responsabilidade global. É conhecida a constatação de que, quando os custos e os benefícios sociais de um empreendimento estão separados por longa distância temporal, os agentes econômicos privados raramente conseguem atingir a decisão ótima, pelo fato de usarem taxas de desconto excessivamente altas para calcular o valor presente dos fluxos de rendimentos futuros (o que é especialmente relevante para a consideração dos impactos ambientais de investimentos em capital social básico). Limitações e desvantagens também podem ser discernidas no caráter e na atuação dos organismos internacionais. Nestes, um grau muito elevado de pluralismo frequentemente leva a um excesso de retórica e à adoção de agendas de ação impraticáveis ou irrealistas. Por conseguinte, o estado nacional soberano, apesar de certo enfraquecimento recente, continua mantendo importantes funções de indução econômica, de provisão da ordem jurídica e social, e de regulação e fiscalização na presente ordem mundial globalizada. O

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exercício dessas funções é indispensável para assegurar os interesses da democracia e da cidadania, com vistas à preservação de um grau razoável de equidade social e econômica. Cabe ainda lembrar que existe hoje a consciência generalizada de ser a segurança dos países cada vez mais ligada ao bem-estar de seus povos. As questões ligadas ao planejamento do crescimento econômico, à correção das desigualdades sociais e regionais e à proteção do meio ambiente assumem relevância insuperável e requerem a participação governamental (um dos elementos fundamentais do estado) para seu adequado equacionamento. Em suma, o estado-nação continua relevante, a despeito de algumas limitações, na presente era da globalização. Como ressaltado por Paul Kennedy (1993, p. 134), apesar das deficiências apontadas do estado nacional do sistema westphaliano, “(...) no adequate substitute has emerged to replace it as the key unit in responding to global change”. San Tiago Dantas (2014, p. 160-161) nota, com propriedade, sobre essa questão ser: (...) difícil conceber o desaparecimento do Estado, como uma etapa final de qualquer processo evolutivo. O provável é que, pelo contrário, o Estado represente sempre uma fórmula de equilíbrio e de compensação entre os deslocamentos de Poder que se vão operando entre as classes, à medida que cada uma delas acumula um determinado coeficiente de Poder e tende a preponderar sobre as outras, nesse equilíbrio instável que continuamente se processa. Nos dias de hoje, um dos principais fatores de mudança da identidade nacional e do poder do estado é a globalização. Esta gera constantemente pressões conflitantes favorecendo a centralização e a descentralização. A internet, por exemplo, promove a cultura global, contribuindo para o enfraquecimento das identidades nacionais, porém, ao mesmo tempo, com a rapidez das comunicações permite o fortalecimento dessas mesmas identidades. Esse complexo fenômeno impacta profundamente a estrutura do estado-nação e a vida política dos países. Criase uma nova dinâmica de relações entre as classes dirigentes e as classes dirigidas. A ideia de que certas classes ou segmentos sociais desempenham, em cada momento histórico, papel de maior relevo na investidura dos órgãos de direção do estado levam ao conceito fundamental da distinção entre fontes reais e fontes formais de poder. Uma organização de Estado apresenta, talvez, o máximo em seu rendimento jurídico social, quando há, entre as fontes reais e as fontes formais, senão uma perfeita identidade, pelo menos uma grande adequação. O completo desencontro entre as fontes reais e as fontes formais determina as chamadas crises

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institucionais (SAN TIAGO DANTAS, 2014, p. 160-161). Ao término da Guerra Fria, com a reunificação da Alemanha e o desaparecimento da União Soviética, se popularizou a expressão “fim da História”, cunhada por Francis Fukuyama. Segundo essa noção, haveria a adoção universal dos regimes baseados na democracia representativa e na economia de mercado, uma vez que os sistemas alternativos haviam falido completamente. Essa concepção extremamente otimista (e, até mesmo, um pouco ingênua) também dava margem à expectativa equivocada de que tenderia ao desaparecimento a dissociação clássica entre fontes reais e fontes formais de poder. Em outras palavras, os sistemas políticos da era da globalização seriam essencialmente estáveis, pelo fato de inexistirem problemas de representação. Se a representação popular padece de defeitos, o sistema político, ainda que formalmente democrático, tende a se tornar ineficiente e se evidencia gradualmente a dicotomia entre fontes reais e fontes formais de poder, o que leva a crises institucionais recorrentes. A circulação de elementos entre classe dirigente e classe dirigida se reduz, gerando um anquilosamento das instituições políticas. San Tiago Dantas (2014, p. 201-202) observa com acerto que: Entre a classe dirigida e a classe dirigente numa sociedade, pode existir intensa circulação de elementos. (...) Tudo isto depende dos índices de mobilidade social observados em cada caso, do tipo moral e institucional daquela sociedade, e de uma série de outros fatores de segmentação e de isolamento. (...) O que se quer saber então é até que ponto a formação política dos indivíduos e dos grupos sociais que se incluem na grande coletividade política, que é o Estado, desempenha um papel na política desse Estado, na conduta do Poder Nacional e em todas as ações que o Poder Nacional procura desenvolver, seja dentro do próprio país, seja em relação a outros Estados. As considerações precedentes nos remetem à noção fundamental de cultura política da sociedade. San Tiago Dantas a define como o grau de participação da sociedade como um todo ou dos grupos de que ela se constitui na vida política. A cultura política ou grau de participação da sociedade como um todo na vida política está intimamente ligada ao conceito de cidadania. Giddens e Sutton (2015, p. 306) o definem como status conferido aos indivíduos dentro de uma comunidade nacional que envolve direitos e deveres determinados. A cidadania, no estado-nação das eras moderna e contemporânea da história, passou por evolução dirigida a uma abrangência crescente. Partindo dos direitos civis (ligados


primariamente à detenção da propriedade), ela incorporou em seguida os direitos políticos (a partir do século XIX) e, depois, os direitos sociais (ao longo do século XX). Quando a cultura política da sociedade não permite o exercício pleno dos direitos e responsabilidades que compõem a cidadania, surge o problema da dicotomia entre fontes reais e fontes formais de poder, antes referido. Em decorrência disso, aparecem as crises institucionais que enfraquecem o estado nacional. O mencionado enfraquecimento do estado-nação, expresso por crises institucionais recorrentes, estimula o aparecimento de lideranças políticas demagógicas ou cesaristas. Também repercute sobre a formulação e a execução da política externa nacional. Lembrando novamente San Tiago Dantas (2014, p. 209-210): Não há verdadeiramente melhor maneira de definir demagogia senão como liderança emocional, é o momento em que alguém alcança a liderança por fatores emocionais; não propriamente por fatores decorrentes de uma experimentação política já assentada, já reiterada ou por um motivo lógico qualquer, mas por meio de afinidades emocionais que criam vínculos rápidos, homogêneos e colocam o líder diretamente em relação com a massa. Normalmente, a verdadeira liderança política não é a liderança de indivíduos, é liderança de uma classe em relação à outra classe. Numa sociedade em que a cultura política se desnivela, surge um processo de desintegração e de marcha para o autoritarismo. A situação ideal e a base da estabilidade política e do desenvolvimento social e econômico sustentado são a elevação simultânea do teor de cultura política da classe dirigente e da classe dirigida. Quando se consegue obter a convergência no desenvolvimento dessa cultura política, é então que se obtém aquela complementaridade entre os dois segmentos em que a sociedade se divide do ponto de vista do poder, que permite a cada um deles desempenhar efetivamente o

seu papel, dentro de um ideal de estabilidade. (SAN TIAGO DANTAS, 2014, p. 211). Os regimes democráticos só florescem e apresentam funcionamento adequado quando a cultura política das classes dirigidas se desenvolve de forma equilibrada e complementar à das classes dirigentes. Do contrário, surgem os regimes autoritários, caracterizados pela grande latitude de arbítrio das classes dirigentes na conduta dos negócios públicos e na administração do estado nacional. Nesses regimes, onde a classe dirigente não sofre o controle da opinião pública, a conduta política passa a ser imprevisível, por depender largamente de decisões individuais, tomadas por lideranças cesaristas e demagógicas. Como se viu, a globalização, por meio de seus variados fenômenos, tem conduzido a um relativo enfraquecimento do estado-nação. Por outro lado, ela também gera novas oportunidades para o fortalecimento dos estados nacionais e para a construção de uma ordem internacional mais pacífica e na qual haja difusão mais abrangente do progresso econômico e técnico-científico. Nos estados nacionais, em consequência do amplo processo da globalização, surge uma nova dinâmica das relações entre classes dirigentes e classes dirigidas, dificultando ou facilitando a circulação entre elas. Esse fenômeno cria, por vezes, dissociação entre fontes reais e fontes formais de poder, levando a um descompasso no grau de participação, na vida política do estado, das classes dirigentes e das classes dirigidas. Em consequência, surgem as crises institucionais, que levam, às vezes, ao cesarismo e à demagogia. Os regimes autoritários, que aparecem na esteira do cesarismo e da demagogia, muito raramente conseguem gerar padrões de desenvolvimento social e econômico sustentado e inclusivo. Estes requerem a adoção de amplo consenso nas sociedades nacionais, baseados em metas valores compartilhados por numerosos segmentos das classes dirigentes e dirigidas.

O permanente engajamento de todos os estratos sociais, com vistas à construção de amplos consensos acerca dos objetivos e dos interesses nacionais é tarefa sempre necessária. Daí vem uma compreensão, renovada continuamente, da relação entre ideologia e existência, a qual dá sentido ao embate tradicional entre idealismo e realismo políticos. Nas palavras luminosas de San Tiago Dantas (2014, p. 129): Toda verdadeira grande política é ideológica, isto é, implica a transmutação profunda de um imperativo existencial em uma doutrina racional conveniente não só à nação que a elabora, mas às outras nações. Toda ideologia é, portanto, idealista nos seus meios e realista nos seus princípios e fins. Os princípios basilares da política externa brasileira ao longo de várias gerações se enquadram na formulação acima exposta. A preservação da integridade territorial do país, a promoção do desenvolvimento econômico e social, e a defesa da paz e da segurança internacionais por meio da cooperação bilateral e multilateral mantêm permanente atualidade, sob governos diferentes. Nesse sentido, a política externa do Brasil, mesmo em governos de inspiração ideológica diversa “(...) é, ao mesmo tempo, idealista e realista. Realista no sentido de que ela está adequada aos interesses vitais que trata de defender, idealista no sentido de que ela não impõe esses interesses vitais à comunidade, mas, pelo contrário, só os torna aceitáveis por meio de fórmulas racionais, suscetíveis de adoção universal” (SAN TIAGO DANTAS, 2014, p. 130). Ao longo de todas essas reflexões se evidencia com clareza a impressionante atualidade do pensamento de San Tiago Dantas. Hoje, após mais de meio século de sua morte, permanece inteiramente correto o vaticínio de Alceu Amoroso Lima no décimo aniversário de seu falecimento, em 1974: “O presente o desconheceu. O futuro o reabilitará”. g

BIBLIOGRAFIA PELA ORDEM DAS REFERÊNCIAS GIDDENS, A.; SUTTON, P. Conceitos Essenciais da Sociologia. São Paulo: UNESP, 2015. KENNEDY, P. Preparing for the Twenty – First Century. New York: Penguim Randon House, 1993. MATTHEWS, J. Power Shift. Foreign Affairs, v. 76, n. 1, 1997. SAN TIAGO DANTAS, F. C. “O Poder Nacional – seus tipos de estrutura”, conferência proferida na Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, 1955. Poder Nacional, Cultura Política e Paz Mundial. Escola Superior de Guerra: Rio de Janeiro, 2014. SAN TIAGO DANTAS, F. C. “A cultura política como fator de Poder Nacional”, conferência proferida na Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, 1956. Poder Nacional, Cultura Política e Paz Mundial. Escola Superior de Guerra: Rio de Janeiro, 2014. SAN TIAGO DANTAS, F. C. “O Poder Nacional – seus móveis, interesses e aspirações: realismo e idealismo políticos”, conferência proferida na Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, 1953. Poder Nacional, Cultura Política e Paz Mundial – conferências de San Tiago Dantas na Escola Superior de Guerra (1951 -1962). Escola Superior de Guerra: Rio de Janeiro, 2014. ISSN: 2357-8335

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HOMENAGEM UM HOMEM QUE DESPERTAVA CURIOSIDADE(*) Ernani Sátyro

Este seria, à primeira vista, um discurso difícil: a homenagem de um líder da UDN, em nome de sua bancada, a um de seus maiores adversários. Faço questão de insistir: adversário, somente adversário, e isto já é muito. Adversário, não somente por ser de outro partido, ter a marca de outra legenda, mas principalmente, por muitas de suas ideias, por muito de sua ação. Perguntar-se-ia, talvez, por que este discurso, como e para que este discurso? Responderei com ênfase que não é uma oração protocolar, dessas a que somos arrastados por dever de ofício, com enfado ou constrangimento. A personalidade de Santiago Dantas é, em si mesma, um desafio. Dificilmente sobre ela podem ser ditas palavras convencionais. A força está mais na agressividade de suas solicitações do que nas qualidades de qualquer orador. Apenas acontece, agora, que, no representante udenista que fala, a maior das curiosidades é a curiosidade humana; a maior das paixões, a paixão das pessoas, reais ou imaginárias, a favor ou contra, neutra, nunca, compreensiva, quase sempre. Santiago Dantas era, sem a menor concessão ou favor, um homem que despertava curiosidade. Começarei até dizendo o que ele, no elogio ao Visconde de Cairu, também disse a propósito dos três Andradas: era uma personalidade controversa. Difícil seria julgá-lo pelos critérios limitados da coerência. À versatilidade da inteligência correspondia a versatilidade das convicções, embora, em determinado momento, a cada uma delas se apegasse com o maior vigor. Apegava-se – veja-se bem – sem se aferrar, porque, como bom estrategista, nas suas aparentemente mais firmes posições, havia sempre a margem para a retirada. O raciocínio poderoso, ao desprender-se como uma flecha, já estava

carregado da faculdade de mudar de rumo. E essa é uma das características do realismo político. É um dos recursos do orador. É uma virtude do advogado. Sua vida política teve duas fases distintas, marcadas pela mais profunda divergência ideológica. Da primeira nos resta uma impressão mais cenográfica, como era da natureza do próprio movimento. Foi na segunda fase, já maduro e com possibilidade de influenciar nos destinos do País, que deixou toda a marca de sua personalidade política. E então, como se tentasse, no plano real, a reconquista do tempo perdido, de que fala o romancista genial, rebentou como uma tempestade. Nunca, em tão pouco tempo, se foi tanta coisa e tanta coisa se deixou de ser. Por isso falo em tempestade. Para ser mais preciso – uma tempestade de fim de estação, ou que abreviou a própria estação. Como percebesse que chegava tarde, sentiu que era necessário logo relampejar, trovejar, inundar. E relampejou e trovejou e inundou. Só não fez colher, e realmente não colhem as tempestades. Não analisarei os ângulos mais salientes do seu pensamento e da sua ação política. Estão bem próximos, para que possam ser esquecidos. Prefiro fazer um retrato impressionista, de quem leva a desvantagem de pouco ter visto de perto, mas tem a vantagem da perspectiva, da verdadeira perspectiva, que é a do espaço e não a do tempo. Outros mais identificados com a sua atuação na vida pública, melhor poderão falar de suas ideias e sua conduta política. A mim, o que mais me atrai é o traço de luz que lhe acompanha a figura, em qualquer de suas posições. E esse traço não é outro senão o da inteligência. Da inteligência que certamente não deixou con-

substanciada numa obra definitiva, pensada e meditada, toda a sua força e todos os seus recursos, mas esteve sempre presente, mesmo nos trabalhos mais apressados, e até circunstanciais, através de um estilo seco, límpido, direi até matemático. Pode-se dizer que a obra escrita de Santiago Dantas se constitui de fragmentos. É a tese, o parecer, o discurso, o perfil de alguns brasileiros eminentes. Falta-lhe a unidade, o “espírito de livro”, sem o qual não se edificam as obras duradouras. Mas, a essa falta de unidade extrínseca corresponde sempre uma unidade interior, uma disciplina, uma universalidade. Em qualquer de seus estudos, a propósito de diversos assuntos, diversos e não muitos, encontra-se, senão o filósofo, o espírito filosófico, senão o literato, o homem de boas letras, senão o artista, o homem de sensibilidade artística. No estudo sobre Rui Barbosa, composto de duas partes – Rui, o reformador social, e Rui e o Código Civil – é talvez onde melhor se lhe revele a capacidade de incursionar por vários domínios do conhecimento humano. Fácil já era surpreender ali, no professor de direito civil, que escrevia sobre o paladino do liberalismo, o futuro ministro da Fazenda, o futuro líder esquerdista. Assim ele começa o estudo: “A plena compreensão da personalidade de Rui Barbosa não poderá ser alcançada, enquanto os seus críticos se quiserem limitar ao louvor das ideias e atitudes que ele incorporou ao nosso patrimônio político”. E a partir daí, Santiago Dantas mergulha fundo no Rui Barbosa, Ministro das Finanças, lançando clarões sobre certos aspectos, então obscuros, da tão discutida atuação do grande brasileiro à frente de nossa política financeira. E o ensaio vai crescendo sobre as finanças, sobre a classe

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média, sobre o Exército, sobre as reformas sociais. Na outra parte, Rui e o Código Civil, também procura Santiago Dantas fugir do aspecto já tão explorado, que é o Rui censor gramatical do Projeto Bevilacqua, do Rui jurista, do Rui da réplica, para apreciar o Parecer Jurídico, inacabado, é certo, durante muitos anos inédito, mas que já dava a ideia do trabalho definitivo que ia ser. Aqui, mais uma vez, a propósito da elaboração do Código Civil desde a escolha de Bevilacqua, por Epitácio Pessoa, Santiago Dantas nos levanta um quadro mural do que era o Brasil, nas finanças, nas letras, na filosofia, na política. E faz a grande descoberta, que é um achado de intuição e sensibilidade: que Rui, se as atividades políticas não o tivessem afastado da luta pelo Código Civil, ou contra o Código Civil, dizemos nós, terminaria sendo o maior defensor e colaborador do Projeto Bevilacqua, cuja forma atacara tão rudemente. É que, afinal, reformador e honesto, o grande Rui vislumbrara afinal, que por trás das impurezas vernaculares, e no meio do tão bem dosado equilíbrio, Bevilacqua trazia alguma coisa de renovador. Não concordo com Santiago Dantas, quando procura disfarçar a vaidade ferida, talvez até o despeito com que o grande brasileiro se atirou contra o projeto de Código Civil, desde a escolha do autor do projeto. Mas força é proclamar que, do exame de todos os episódios, surge uma nova faceta da personalidade de Rui. Também o perfil de Bevilacqua está dominado pelo mesmo espírito de compreensão, pela quase tortura de descobrir. Lúcio de Men-

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donça, Pires e Albuquerque, Narcélio de Queirós, Matos Peixoto, Francisco Campos, Cairu, foram os modelos maiores ou menores, que deram a Santiago Dantas a oportunidade de se revelar o jurista, o financista, o ensaísta da natureza humana. Na “Política Externa Independente” composta não apenas de trabalhos seus, mas de outros pronunciamentos alheios, encontra-se o resumo do que pensou, do que disse e do que fez nesse terreno de suas atividades. Não me detendo sobre esse ponto, como não me demorando sobre suas concepções e atos nos campos da política econômico-financeira, não estou fugindo a um assunto nem ladeando uma dificuldade. Ingênuo seria ignorar-lhe, sobre esses pontos, a tão marcada projeção. É que eu mesmo já disse, e peço permissão para repetir: um retrato não é uma fotografia. Ele tem tanto de quem é pintado, quanto de quem o pinta. Impossível falar dos outros sem falar de si mesmo. Cada ser humano tem duas existências: a própria, real, e a que é vista pelos outros. O ato de ver já é em si mesmo uma recriação. Porque não vemos apenas com os olhos, e sim com o sangue, e sim com o coração. Vemos com todo o ser. Este foi o Santiago que vi. Parece-me revê-lo ainda, de passo lento e percepção rápida, incoerente, mas firme, firme, mas não irredutível, obstinado e flexível, ambicioso e humilde, numa riqueza de contradições que constitui o sinal das grandes personalidades. Não foi planície, e isto todos sabem. Mas também não foi apenas planalto. Foi montanha, com suas oscilações e sinuosidades, altos e baixos, variação, riqueza.

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Talvez ele tenha traçado um autoperfil, ao escrever estas palavras sobre o Cairu: “Homem de sua época, Sílvio Lisboa não quis, ou não pôde, ser uma testemunha externa da sociedade que se plasmava em torno dele, e nela se integrou, reformando sua própria vocação cultural, a ponto de tornar-se um de seus mais autênticos protagonistas”. E agora, uma palavra final. Menos uma palavra do que uma impressão. Ainda conservo diante dos sentidos a última conversa que tive com Santiago Dantas, no Gabinete da Maioria. Éramos três: Santiago, Pedro Aleixo e eu. Era noite, mas a fisionomia de Santiago, vindo da Europa, era uma manhã de esperanças renascidas. Descobrira, na própria desgraça que sobre ele caía, uma nova curiosidade. Estava ameaçado de perder a voz. Pois bem: preparara-se para viver sem voz. Munira-se dos livros, dos interesses, até da postura psicológica do homem sem voz. Não falou da vista. Mas Bilac Pinto conta que, há tempos, Santiago também estivera ameaçado de perder a visão. E preparou-se para viver nas trevas, chegando ao esmero de aprender o método Braille. Trabalhador incansável, com uma capacidade imensa de aprender, estava ensinando à própria natureza. Sim, preparara-se antes para viver sem a visão. Estava preparado agora para viver sem a voz. Só não conseguiu preparar-se para o paradoxo impossível: viver sem a vida. (O orador é abraçado.) g (*) Discurso pronunciado, aos dez dias do mês de setembro de 1964, em nome da UDN, na sessão da Câmara dos Deputados, de homenagem a Francisco Clementino Santiago Dantas.


RESENHA LITERÁRIA O JURISTA PAULO DE BARROS CARVALHO PELO HISTORIADOR SALES GAUDÊNCIO Rossini Correa

Francisco de Sales Gaudêncio acaba de publicar, pelo Selo Editorial Prólogo, desta feita em parceria com Hernani Maia Costa, um livro modelar intitulado Paulo de Barros Carvalho: um jurista brasileiro: dimensões e percursos. Trata-se de um volume que provoca sentimentos extremos, todos positivos: tem-se vontade de repetir o lugar comum, de que é obra que faltava e preenche uma lacuna na bibliografia brasileira ou não se resiste ao ânimo de declarar ser um livro inusitado, que resultou simplesmente monumental. As duas coisas são verdadeiras. Sales Gaudêncio era o homem talhado para a tarefa intelectual em questão. Historiador consumado com formação jurídica, membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e da Academia Paraibana de Letras, o ilustre professor nordestino já havia brindado as letras brasileiras com a tese doutoral Joaquim da Silva: um empresário ilustrado do Império, festejada por José Jobson de Andrade Arruda como de vertente dialética, sábia na arquitetura do entrecho, ao conjugar a singularidade da pessoa com os condicionamentos de sua condição social. Retorna agora Sales Gaudêncio, em companhia de Hernani Maia Costa, para confirmar o talento e a competência de que ambos são portadores, com uma biografia social exemplar. O personagem é filho do estamento açucareiro pernambucano, a confirmar a condição do ponto fora da curva, na melhor tradição democrática e esclarecida, que ofereceu ao Brasil pró-homens da estatura social quer de Joaquim Nabuco, quer de Francisco Julião. Paulo de Barros Carvalho, embora nascido paulistano, é filho de menino de engenho cujas raízes remontam aos

fundadores da Capitania de Pernambuco, entrelaçando-se com os Albuquerque, Cavalcante, Holanda, Arcoverde, Correia, Rego, Freire, Lins, Costa, Melo e Vieira de Melo, entre outros. Honrando a tradição nabuqueana, Paulo de Barros Carvalho escreveu uma história vitoriosa, que o projeta como dos mais relevantes juristas do seu tempo, reconhecido como inovador, por César Garcia Novoa, líder intelectual, Heleno Taveira Torres, verdadeiro jusfilósofo, por Ives Gandra Martins, formulador das teorias da incidência da regra jurídica e do giro linguístico jurídico, por Eros Grau e, finalmente, como linguista e filósofo do Direito, por José Juan Ferrero Lapatz. Este é o jurista projetado no mundo que influenciou gerações de estudiosos do Direito, formando uma escola de pensamento tributário, com poderosas ramificações que sinalizam para a lógica, a linguística e a filosofia, retratado de maneira primorosa por Sales Gaudêncio. A obra desenvolvida com maestria por Sales Gaudêncio e Hernani Maia Costa seguiu à risca a convicção do Padre Antônio Vieira, no Sermão da Sexagésima, ao destacar em Paulo de Barros Carvalho a vida, as ações e os exemplos, na certeza de que são capazes de converter o mundo. A trilha perseguida remontou, depois de refletir sobre o lugar da biografia na história, às origens familiares, desdobrando-se nos anos de formação e na estrutura dos afetos, módulos decisivos para a compreensão da trajetória e da vigência intelectuais do homem de ciência com dimensão filosófica. A saga dos antigos não poderia ser olvidada, posto que Paulo de Barros Carvalho reescreveu a legenda de Ortega y

Gasset, com significativos acréscimos: “eu sou eu, a minha circunstância e meus afetos e amizades; se eu não os salvar, não hei de me salvar”. Eis que Paulo de Barros Carvalho é uma legião, povoado que está por Sônia Falcão de Barros Carvalho e suas filhas, Roberta, Renata, Priscilla e Fernanda, bem como pelos grandes amigos Geraldo Ataliba e Lourival Vilanova, de saudosa memória, e outros tantos, que seria temerário enumerar, não podendo inventariar a todos: o pintor Tunga, o diplomata Gonçalo, ambos Barros de Carvalho e Melo Mourão, filho do grande poeta Gerardo, os juristas Heleno Torres, Souto Maior Borges, Ives Gandra Martins e Eros Roberto Grau, para ser econômico. Como não acrescentar Samuel Gaudêncio, Francisco Sales Gaudêncio e Hernani Maia Costa? Em resumo: Paulo de Barros Carvalho: um jurista brasileiro: dimensões e percursos é uma contribuição decisiva, pela riqueza multifacetada da existência do biografado, projetada em seu pensamento tributário, linguístico e filosófico, para a história das ideias jurídicas no Brasil. Retrato complexo de um homem aberto para o exercício da solidariedade, único caminho para a redenção do mundo, que, a partir de seu sucesso pessoal soube realizar a construção da esperança de muitos, como se repetisse, à luz de cada ideia, de cada ação, de cada obra, o mantra que reinventou segundo Ortega y Gasset... ‘se eu não os salvar, não hei de me salvar”. A verdade é que estamos todos de parabéns: o biografado, as letras históricas e jurídicas, os leitores de agora e porvindouros, Francisco de Sales Gaudêncio e Hernani Maia da Costa. Assim foi, é e será, até a consumação dos séculos. g

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SOCIOLOGIA GILBERTO FREYRE E A REPRESENTAÇÃO FEMININA NA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA SOCIEDADE PATRIARCAL NO BRASIL Márcio Ferreira de Souza RESUMO Na trilogia Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil, Gilberto Freyre desenvolve teses focadas na dimensão da intimidade brasileira e sua extensão para a vida pública. Dentro da tradição ensaística, pode ser considerado pioneiro na abordagem das mulheres como sujeitos relevantes para a construção da vida pública. Em sua trilogia, estas são apresentadas em três tempos na sociedade patriarcal: no período da formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal (Casa-grande & senzala,1933); na decadência do patriarcado rural e no desenvolvimento do urbano (Sobrados e mucambos, 1936); e no processo de desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal sob o regime de trabalho livre (Ordem e progresso, 1959). Neste artigo, busco abordar a discussão estabelecida por Freyre em sua análise sobre a transição da sociedade patriarcal para uma sociedade moderna, descrevendo como esse autor construiu sua visão acerca da representação do feminino em três dimensões temporais da história brasileira: os períodos Colonial, Imperial e Republicano. Palavras-chave: Gilberto Freyre; Mulheres; Patriarcado; Pensamento social no Brasil. GILBERTO FREYRE AND THE FEMININE REPRESENTATION IN THE INTRODUCTION TO THE HISTORY OF PATRIARCAL SOCIETY IN BRAZIL ABSTRACT In the trilogy Introduction to the history of patriarcal society in Brazil, Gilberto Freyre develops teses about dimension of Brazilian

privacy and its extension for the public life. Inside of sociological tradition it can be considered pioneering in the studies of women as citizens for the construction of the public life. In its trilogy these are presented in three times in the patriarcal society: the period of Brazilian family formation under the patriarcal economy regimen (Casa-grande & senzala, 1933); the fall of agricultural patriarchate and the urbanization development (Sobrados e mucambos, 1936) and the process of semipatriarcal and patriarcais societies desintegration under the free work regimen (Ordem e progresso, 1959). In the present article I search to approach the arguments established for Freyre in its analysis about the transition of patriarcal society for a modern society, describing as this author constructed his vision concerning the feminine representation in three dimensions of Brazilian history: Colonial, Imperial and Republican periods. Keywords: Gilberto Freyre; Women; Patriarchate; Brazilian social thought. INTRODUÇÃO Até Gilberto Freyre, a tradição ensaística brasileira pouca ênfase havia atribuído ao papel das mulheres para a construção da vida social. Um balanço acurado sobre os mais relevantes autores pertencentes ao campo de estudos do pensamento social no Brasil possibilita uma verificação desta afirmação. Esta não é uma tendência exclusiva deste país, mas do campo das análises sociológicas em geral, nas quais, ao longo de muitos anos, as mulheres, quando apareciam, tinham seu papel legado ao pano de fundo no cenário da vida social. Se Marx contribuiu para dar visibilidade à classe

trabalhadora, que até a segunda metade do século XIX esteve oculta, é somente a partir da década de 1970 que as mulheres passarão a ser vistas também como protagonistas do mundo social, como sujeitos da ação, isso graças ao movimento feminista2. O padre André João Antonil observou a vida social brasileira em seu estudo clássico Cultura e Opulência do Brasil (1711), descrevendo a engrenagem e funcionamento do engenho de açúcar. Nesse estudo, ressaltou uma tipologia de diversos personagens que contribuíam para o movimento social no entorno do sistema do engenho. Aparecem os senhores do engenho, o feitor-mor e outros feitores, o mestre do açúcar, o purgado e o caixeiro. As mulheres, por sua vez, entram em cena em algumas passagens - particularmente quando se trata das mulheres dos senhores de engenho. Porém, estas aparecem de forma pejorativa, visto que Antonil registrou, em sua escrita, as atitudes de mulheres em condições socialmente superiores às de outras mulheres, socialmente inferiores, como atitudes presunçosas. Estas exigem tratamento de rainha frente às mulheres dos lavradores tomadas como criadas, para, dessa maneira, “parecer entre elas como a Lua entre as estrelas menores” (ANTONIL, 1982, p. 78). Já Auguste Saint-Hilaire (1940, p. 138) chegou a registrar a situação de inferioridade social das mulheres no Brasil como sendo “a primeira escrava da casa”, antes mesmo do que o cão. Em algumas publicações no campo da História do Brasil, encontramos referências às mulheres também de uma maneira muito peculiar. Estas referências ocorrem quando se trata de personagens mais emblemáticas, cujas

1 Este artigo foi apresentado no VI Encontro da Rede Brasileira de Estudos e Pesquisas Feministas (REDEFEM), ocorrido em Belo Horizonte, em 2008. Esta versão incorpora algumas modificações em relação à primeira. 2 Lengermann e Niebrugge-Bruntley fazem um interessante paralelo entre a teoria feminista e a teoria marxiana, destacando a contribuição de Karl Marx para o conhecimento que temos da sociedade: a demonstração de que o mundo pode ser observado do ponto de vista dos trabalhadores que, embora sejam subordinados política e economicamente, são os produtores indispensáveis do nosso mundo. Estas autoras salientam que as questões teóricas do feminismo nos levam a descobrir que o que havíamos considerado que constitua conhecimento universal e absoluto do mundo é, na realidade, um conhecimento derivado das experiências de um segmento poderoso da sociedade, os homens como “amos”. Ao redescobrir o mundo, este conhecimento se relativiza (LENGERMANN; NIEBRUGGE-BRUNTLEY apud RITZER, 2002).

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posições sociais e políticas são mais significativas, como D. Carlota Joaquina, por exemplo, que figura como um dos capítulos do livro D. João VI no Brasil (1909), de Oliveira Lima. Neste caso, porém, o foco central é D. João VI. Em outros casos, autores como Oliveira Vianna, em Populações Meridionais no Brasil (1920) e Sérgio Buarque, em Raízes do Brasil (1936), trataram da história da família no Brasil. Sob tal enfoque, as mulheres aparecem na vida cotidiana confinadas à dimensão doméstica. Foram particularmente retratadas por sua condição de subserviência e a partir do seu papel secundário na vida social3. Gilberto Freyre, em sua publicação seminal Casa-grande & senzala (1933), realiza um estudo acerca da formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Nesta publicação, um enfoque maior passa a ser dado às mulheres. Ainda que seja destacada especialmente sua inserção na vida privada doméstica - visto que este era o espaço limitado para a condição feminina no mundo colonial e agrário –, há que se considerar que Gilberto Freyre, ao tratar da vida social brasileira, marcou sua análise com aspectos bastante originais. Além da propagada inovação metodológica, em que utiliza uma base documental nada ortodoxa - diários íntimos, livros de viagens, cartas, cadernos de receitas, depoimentos pessoais escritos e orais, livros de modinhas, romances etc. –, o autor não se limita às mulheres dos senhores de engenho. Em sua abordagem, mereceram destaque mulheres de diferentes condições sociais (livres ou escravas), raciais (brancas, negras e indígenas) e de gerações (jovens ou senhoras). Ainda que viesse apontar para a situação das mulheres vistas como objeto sexual, o autor chegou a abordar importantes questões que envolvem a condição feminina: o casamento em suas variadas dimensões (aristocráticos, consanguíneos, precoces), a maternidade, a sexualidade, a monogamia e poligamia, a prostituição colonial das negras, a virgindade, a menstruação, a moral feminina, os costumes, a nudez, a higiene corporal, a vida sentimental das sinhazinhas, o quarto das moças, as iaiás solteironas, a moda feminina, a violência contra as mulheres, dentre outros temas. Em Sobrados e mucambos (1936), que configura o segundo livro de sua trilogia, denominada Introdução à história da sociedade patriarcal, Freyre aborda a “decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento do urbano”. Nota-se, no referido trabalho a observação do autor acerca da transformação da condição feminina a partir do processo de transformação da vida social brasileira. Freyre descreve ainda, nas volumosas páginas de Sobrados e mucambos, a opressão feminina e

muitos dos seus resultados para a vida íntima e social das mulheres. No capítulo IV, intitulado “A mulher e o homem”, ressalta a moral vigente sob os auspícios do regime patriarcal agrário, que buscava estabelecer uma conformação do masculino e do feminino a partir de elementos opostos, simbolicamente identificadores da condição específica de cada gênero. Ao homem, por exemplo, associavam-se as barbas e bigodes, o cavalo e outros símbolos do considerado “sexo dominante”. Os elementos femininos, por seu turno, estavam circunscritos pela moda, as meias de seda, o espartilho, os penteados etc. Registrou Freyre que “é característico do regime patriarcal, o homem fazer da mulher uma criatura tão diferente dele quanto possível. Ele, o sexo forte, ela o fraco; ele o sexo nobre, ela o belo” (FREYRE, 2002, p. 805). Porém, a beleza que se deseja da mulher, no regime patriarcal, “é uma beleza meio mórbida. A menina do tipo franzino, quase doente. Ou então a senhora gorda, mole, caseira, maternal, coxas e nádegas largas” (FREYRE, 2002, p. 805). Devido à rígida demarcação da diferenciação entre os sexos masculino e feminino, que, segundo Freyre (2002, p. 805), seria mais conveniente à exploração da mulher pelo homem, justificar-se-ia um “padrão duplo de moralidade, dando ao homem todas as liberdades de gozo físico do amor e limitando o da mulher a ir para a cama como marido”. Para a mulher, o gozo acompanhado da obrigação “de conceber, parir, ter filho, criar menino” (FREYRE, 2002, p. 805). Freyre ainda complementa apontando que este “padrão duplo de moralidade”, para além da atividade sexual, estender-se-ia à vida social, dando “ao homem todas as oportunidades de iniciativa, de ação social, de contatos diversos, limitando as oportunidades da mulher ao serviço e às artes domésticas, ao contato com os filhos, a parentela, as amas, as velhas, os escravos” (FREYRE, 2002, p. 805). Fazem-se também presentes, em Sobrados e mucambos, temas da análise da vida conjugal, tais como o adultério, o amor romântico e os preconceitos sociais, a exacerbação da sexualidade, a mancebia de brancos e negras, os maridos enganados, os filhos naturais, além de discussões sobre as mulheres nos campos da saúde e da higiene (os banhos, as doenças das mulheres dos sobrados etc.) e do direito (a lei sujeitando a mulher ao homem). Em Ordem e progresso (1959), Gilberto Freyre discute a desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal na transição do regime de trabalho escravo para o de trabalho livre, enfocando o período republicano em seu momento inicial até as três primeiras décadas do século XX. A organização desse livro é

consideravelmente peculiar, já que não obedece a uma estrutura convencional formada por capítulos, mas é elaborada a partir de ensaios temáticos. Uma de suas teses se concentra na explicação de como a ordem social se mantém no cenário de transformação política, e, por outro lado, o autor também questiona sobre o que possibilitará a ordem democrática existente na relação entre monarquia e patriarcado no período Imperial. No que seja concernente à dimensão de gênero, Freyre aborda a permanência da tradição vista através do processo de socialização de meninos e meninas como claramente definidos e diferenciados, a partir das atividades e dos jogos que localizarão o papel e o lugar de cada gênero. Brincadeiras como soltar pipa ou papagaio, “pular carniça” ou “academia” eram atividades de meninos, enquanto as meninas “pulavam corda ou cantavam em roda”. Escreve Freyre (1959, p. 85) que “Dona Virgínia Cavalcante, nascida em São Bento, no sertão de Pernambuco, mas educada no Recife, recorda quais eram os brinquedos prediletos das meninas do seu tempo: ciranda, cirandinha, Senhora Viúva; mas também Cabra-cega” e o Boca-de-forno. Brinquedos que algumas iaiás consideravam de “machonas”. Nesse sentido, o autor estava se referindo a um processo de transformação do lugar social ocupado pelas mulheres. Há registros das diferenças sociais das crianças através dos brinquedos, como, por exemplo, com relação às bonecas: “brincar com boneca de pano era sinal de ser menina de gente inferior” (FREYRE, 1959, p. 89). As meninas burguesas brincavam com bonecas de louça, geralmente louras, dentro dos padrões europeus. Freyre irá atentar para a oposição entre a adoção de um comportamento de feição europeia, percebido no contexto das famílias burguesas, e um ordenamento social de raízes agrárias e estrutura patriarcal (FREYRE, 1959, p. 90). Nas três obras que compõem a trilogia denominada “Introdução à história da sociedade patriarcal”, Gilberto Freyre atentou para a análise das formas internalizadoras da ordem, vistas por meio do processo de socialização na sociedade brasileira. Por meio da análise freireana, é possível observar como esse autor trabalhou a dimensão dos papéis sexuais e suas transformações à medida que o processo de modernização brasileira avança até atingir os usos e costumes, ditando novas formas de socialização e de comportamento, seja nos campos gerais da vida social, seja nas dimensões mais específicas da vida privada, como a de gênero. O autor não perdeu de vista, porém, a ideia de que o patriarcado permanece, pois era uma forte base de sustentação da vida brasileira.

Das poucas mulheres escritoras, existentes até então, algumas destacaram, de modo mais contundente, a condição de opressão a que eram submetidas as mulheres brasileiras, dentre as quais Nísia Floresta merece especial destaque e a quem Gilberto Freyre faz algumas referências.

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A LITERATURA FEMINISTA E O CONCEITO DE PATRIARCADO Os estudos feitos sobre as mulheres, por obra da literatura feminista, enfatizaram a dimensão do poder, seja através das análises de gênero (RUBIN, 1975; SCOTT, 1990) ou valendo-se do conceito de patriarcado (PATEMAN, 1993; AGUIAR, 2002; MACHADO, 2000; SAFFIOTI, 2004). Gayle Rubin (1975) foi uma das primeiras sistematizadoras do conceito de gênero do ponto de vista feminista, ao estabelecer uma crítica a determinadas explicações difundidas sobre a gênese da desigualdade sexual e esboçar elementos para uma explicação alternativa a este problema. Desenvolve importante crítica às teorias marxistas apontando que estas têm um considerável poder explicativo para a opressão de classe, mas, no que diz respeito à opressão das mulheres, deixa a desejar. A proposta estabelecida pela referida autora foi a de preencher a lacuna deixada pela teoria marxista, que vê a opressão da força do trabalho de um ponto de vista independente da opressão de gênero. Dessa maneira procurou estabelecer a sobreposição da antropologia (por intermédio de Lèvi-Strauss) e da psicanálise (baseando-se em Freud), apresentando a definição de sistema de sexo/gênero como o “conjunto de arranjos através dos quais uma sociedade transforma a sexualidade biológica em produtos da atividade humana, e na qual estas necessidades sexuais transformadas são satisfeitas” (RUBIN, 1975, p. 2). Gayle Rubin ressaltou o sistema sexo/gênero como variável, pois pode haver desde um sistema opressivo de gênero até um sistema igualitário. Ainda atenta para a existência de um sistema onde não há dominação, como os

sistemas democráticos – dessa maneira, a noção de patriarcado não seria suficiente para a autora. Joan Scott (1990), outra importante feminista, enfatizou a perspectiva política. De acordo com a concepção desta autora, a narrativa histórica – da história das mulheres – tratando isoladamente as mulheres, apenas confirma uma relação marginal e particularizada em comparação aos temas masculinos já estabelecidos como dominantes e universais. O advento do conceito de gênero no âmbito da academia não eliminou, porém, a utilização do conceito de patriarcado como categoria analítica. Muitas autoras destacaram a importância deste conceito nos estudos sobre as mulheres. Conforme Saffioti (2004), o conceito de patriarcado permanece como uma categoria analítica importante porque tem a capacidade de ressaltar, com maior ênfase, a desigualdade no âmbito das relações hierarquizadas. Sendo assim, torna-se um conceito válido para discutir a desigualdade entre os gêneros. A violência contra as mulheres é um dos exemplos discutidos por Saffioti, e tal questão é ressaltada sob a argumentação de que se trata de uma forma de subordinação e uma maneira pela qual as desigualdades se explicitam, já que, ainda que sofram violência, tornam-se, de certa maneira, “culpadas”. Lia Zanotta Machado 2000), por sua vez, irá valorizar o conceito de gênero por entender que este implica a visão de que as relações entre homens e mulheres não são relações fixas, mas, ao mesmo tempo, a autora defende o conceito de patriarcado como importante para compreender as formas históricas que determinaram a dominação masculina – trata-se de um conceito fixo. Gênero e patriarcado, na

Esta descrição é feita a partir do relato de Zacarias Wagner, no século XVII,

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concepção de Machado, não se opõem nem se excluem. Neuma Aguiar (2002) desenvolve a observação de que Gilberto Freyre foi um dos autores, no campo do pensamento social brasileiro, que mais se detiveram na análise do patriarcado. Observou esta autora que “o patriarcalismo estabeleceu-se no Brasil como uma estratégia da colonização portuguesa” (AGUIAR, 2000, p. 308). O grupo doméstico rural e o regime da escravidão tornaram-se as bases institucionais desta forma de dominação. De fato, quando Freyre aborda a questão da mulher na formação do Brasil, argumenta que a híbrida sociedade brasileira [...] é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, da do conquistador com a do conquistado. Organizou-se uma sociedade cristã na superestrutura, com a mulher indígena, recém batizada, por esposa e mãe de família; e servindo-se em sua economia e vida doméstica de muitas das tradições, experiências e utensílios da gente autóctone (FREYRE, 2002, p. 230). Freyre descreve ainda que muitos portugueses, mesmo aqueles mais abastados e até “alguns neerlandeses abrasados de paixões” (FREYRE, 2002, p. 230) iam buscar entre as filhas das caboclas esposas legítimas. Ressaltou que essa união entre europeus com índias ou com suas filhas se dava não por escassez de mulher branca, “mas por decidida preferência


sexual” (FREYRE, 2002, p. 230). Segundo o autor, “a transigência com o elemento nativo se impunha à política colonial portuguesa: as circunstâncias facilitaram-na” (FREYRE, 2002, p.230). Dessa maneira “a luxúria dos indivíduos soltos sem família, no meio da indiada nua, vinha servir a poderosas razões de estado no sentido de rápido povoamento mestiço da nova terra” (FREYRE, 2002, p. 230). Além de considerar a mulher indígena como “a base física da família brasileira, aquela em que se apoiou, robustecendo-se e multiplicando-se, a energia de reduzido número de povoadores europeus” (FREYRE, 2002, p. 230), Freyre aponta para sua condição de “valioso elemento de cultura, pelo menos material, na formação brasileira”. Isto pelo fato de que foi por seu intermédio que “enriquece-se a vida no Brasil [...], de uma série de alimentos ainda hoje em uso, de drogas, de remédios caseiros, de tradições ligadas ao desenvolvimento da criança, de um conjunto de utensílios de cozinha, de processos de higiene tropical” (FREYRE, 2002, p. 230). O autor ainda enumera as contribuições da cunhã ao desenvolvimento social do Brasil, dentre elas, o hábito do banho frequente ou diário e a higiene doméstica. Com base no relato de vários cronistas, dentre eles Gabriel Soares, que escreveu sobre os Tupinambá, Freyre relata que Os machos é que ‘costumam a roçar os matos, e os queimam e limpam a terra deles’; que ‘vão buscar lenha com que se aquentam e se servem porque não dormem sem fogo ao longo das redes, que é sua cama’; que ‘costumam ir lavar as redes aos rios quando estão sujas’. Isto sem insistirmos nas responsabilidades principais do homem de abastecer a taba de carne e de peixe e de defendê-la de inimigos e de animais bravios (FREYRE 2002, p. 250). Freyre complementa, porém, com base em Léry, que as mulheres trabalhavam, sem comparação, mais do que os homens” (FREYRE, 2002, p. 250). Este autor preocupou-se com descrições pormenorizadas e advertiu que o próprio Gabriel Soares “não precisa de que sexo ou idade fosse cada uma das atividades de caráter industrial ou artístico que encontrou entre os Tupinambá” (FREYRE, 2002, p. 250)6 . Por outro lado, reforçou sua argumentação de que “sob o ponto de vista da organização agrária em que se estabilizou a colonização portuguesa do Brasil, maior foi a utilidade social e econômica da mulher que a do homem indígena” (FREYRE, 2002, p. 251) e que “a toda contribuição que se exigiu dela na formação social do Brasil [...] a cunha correspondeu vantajosamente” (FREYRE, 2002, p. 251). Um aspecto considerável, também ressaltado por Freyre, é o de que “entre os seus

era a mulher índia o principal valor econômico e técnico. Um pouco besta de carga e um pouco escrava do homem. Mas superior a ele na capacidade de utilizar as cousas e de produzir o necessário à vida e conforto comuns” (FREYRE, 2002, p. 251)5. As Mulheres Negras marcam forte presença na análise de Freyre, que ressalta, sobretudo, a grande influência dos africanos na vida sexual e familiar do brasileiro: “em tudo que é expressão sincera da vida, trazemos quase todos a marca da influência negra” (FREYRE, 2002, p. 396). Com relação à mulher negra, descreve sobre as mães-pretas que Referem as tradições, o lugar verdadeiramente de honra que ficavam ocupando no seio das famílias patriarcais. Alforriadas, arredondavam-se quase sempre em pretalhonas enormes. Negras a quem se faziam todas as vontades: os meninos tomavam-lhes a bênção; os escravos tratavam-nas de senhoras; os boleeiros andavam com elas de carro. E dia de festa, quem as visse anchas e enganjentas entre os brancos de casa, havia de supô-las senhoras bem nascidas; nunca ex-escravas vindas da senzala (FREYRE, 2002, p. 453). As mulatas são apontadas como mulheres de “ardência sexual fora do comum”, o elemento de “superexcitação sexual”, que “ao natural, ou enfeitada e artificializada [...] sempre teve o seu quindim para o branco” (FREYRE, 2002, p. 1.240). São vistas como fomentadoras dos desejos proibidos e libertinos dos homens: “é procurada pelos que desejam colher do amor físico os extremos de gozo, e não apenas o comum” (FREYRE, 2002, p. 1.241). Um dos resultados destas relações entre “os homens de raça pura e as mulheres de meio-sangue”, é destacado como, em certos casos, elemento de ascensão social (FREYRE, 2002, p. 1.241). A DIMENSÃO SEXUAL A dimensão sexual, em Gilberto Freyre, foi sistematicamente trabalhada por Helena Bocayuva (2001) em sua dissertação de mestrado, que resultou no livro Erotismo à brasileira: o excesso sexual na obra de Gilberto Freyre, no qual a autora preocupa-se em apontar que “a obra de Gilberto Freyre consolidou e difundiu a crença no excesso sexual, ainda vigente em nossos dias” (BOCAYUVA, 2001, p. 18). Nesse sentido, Bocayuva indica como o excesso sexual se desponta associado a diversas categorias, como as de raça, de gênero ou mesmo “às condições sociais pautadas pela colonização portuguesa, a economia açucareira e a escravidão” (BOCAYUVA, 2001, p. 21). De fato, Freyre aborda, em muitas passa-

gens de Casa-grande & senzala, o processo da “sifilização” brasileira, dado que aponta a sífilis como “a doença por excelência das casas-grandes e senzalas” (FREYRE, 2002, p. 191). Era a doença “a que o filho do senhor de engenho contraía quase brincando entre negras e mulatas ao desvirginar-se precocemente aos doze ou aos treze anos” (FREYRE, 2002, p. 191). A marca da sífilis significava um ethos da masculinidade, pois sem esta o “menino donzelão” seria “ridicularizado por não conhecer mulher”. Citando Martius, descreve que o brasileiro ostentava a marca da sífilis “como quem ostentasse uma ferida de guerra” (FREYRE, 2002, p. 191). Segundo Freyre, Costuma dizer-se que a civilização e a sifilização andam juntas: o Brasil, entretanto, parece ter-se sifilizado antes de se haver civilizado. Os primeiros europeus aqui chegados desapareceram na massa indígena quase sem deixar sobre ela outro traço europeizante além das manchas de mestiçagem e de sífilis (FREYRE, 2002, p. 191). Esse processo de sifilização, através do intercurso sexual entre o conquistador europeu e a mulher índia, que depois se estenderia às relações dos senhores com as escravas negras, aponta Freyre, resultou em circunstâncias desfavoráveis à mulher: “uma espécie de sadismo do branco e de masoquismo da índia ou da negra terá predominado nas relações sexuais como nas sociais do europeu com as mulheres das raças submetidas ao seu domínio” (FREYRE, 2002, p. 194). Conforme a análise freireana, este sadismo de conquistador para conquistado, de senhor sobre escravo, se estendeu para todas as esferas da vida social brasileira. Estando “ligado naturalmente à circunstância econômica da nossa formação patriarcal”, resultou no fato de a “mulher ser tantas vezes vítima inerme do domínio e do abuso do homem; criatura reprimida sexual e socialmente dentro da sombra do pai ou do marido” (FREYRE, 2002, p. 195). Freyre também adverte sobre o sadismo das próprias mulheres do senhor de engenho contra os escravos, “principalmente sobre as mulatas; com relação a estas, por ciúme ou inveja sexual” (FREYRE, 2002, p. 195). Em uma nota de rodapé, Freyre escreve Não deve ficar sem reparo o fato de, num país por longos séculos de escravos e de mulheres recalcadas pela extrema pressão masculina, o culto dominante entre a maioria católica ser o masoquista, sentimental, do Coração de Jesus. É comum entre os poetas um como exibicionismo do coração sofredor. A nossa literatura amorosa, tanto quanto a

Eis mais um indício da preocupação de Freyre com a questão de gênero.

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devocional e mística, está cheia de corações a sangrarem voluptuosamente; ou então magoados, doloridos, feridos, amargurados, dilacerados, em chamas. etc. etc (FREYRE, 2002, p. 227). Outra referência analítica importante sobre a condição feminina na obra de Gilberto Freyre é a de Fátima Quintas, autora de Sexo à moda patriarcal: o feminino e o masculino em Gilberto Freyre (2008), que analisou, nessa publicação, inicialmente, a população feminina nativa, atentando para o cenário de “intoxicação sexual” que gerou a desagregação dos valores autóctones. Esta autora descreve, no referido livro, a condição feminina e masculina da população autóctone, revelando os seus ritos de iniciação – como a couvade e o baito - e sua complexidade para além da mera dualidade de papéis de gênero. Vale lembrar: no ritual couvade (do francês “couver” – incubar), o homem tem participação ativa no parto (fica de resguardo, simula dores ou se veste de mulher). O ritual baito (a casa secreta dos homens) refere-se às provas de iniciação do adolescente masculino à fase adulta. Na segunda parte de seu trabalho, entra em cena a mulher portuguesa nos tempos da Casa-grande. Neste cenário, se encontravam as sinhazinhas, as iaiás solteironas, as mulheres recônditas, na condição de isolamento e repressão para quem, em comparação aos homens, a vida lhes reservara as mais cruéis desventuras: a repressão sexual, a condição submissa, o envelhecimento precoce. Na terceira parte do referido livro, Quintas dedicou atenção para a mulher negra, discutindo, entre outros temas, a sexualidade da mulata, a relação entre negritude e cristianismo e o papel social da mãe-preta. Ao longo de suas páginas, a análise de Quintas (2008) se vale de títulos mais específicos de Freyre, como Casa-grande & senzala, Sobrados e mucambos, Vida social no Brasil

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nos meados do século XIX, Modos de homem, modas de mulher e Oh de casa! De maneira bem sucedida, a autora afirma que Freyre antecipou-se na noção de gênero ao ‘eliminar’ a dimensão unilateral e apenas biológica do sexo. Assinalou a dialética homem-mulher, elaborando uma construção relacional numa época em que ninguém designava a ‘encruzilhada’ dos confrontos sexuais. Sexuais, portanto, de gênero masculino e feminino (QUINTAS, 2008, p. 164). Uma ousadia: a afirmação de Freyre como um autor “feminista”. Em suas palavras, “feminista porque denunciador de uma sociedade patriarcal embasada num dualismo entre macho e fêmea”, cuja concepção está atrelada à “denúncia antropológica da situação subalterna da mulher” (QUINTAS, 2008, p. 165). OPRESSÃO, CONFINAMENTO, CASAMENTO E LEI DE SUBORDINAÇÃO Freyre observou uma tendência para a perda precoce da vivacidade por parte das mulheres brancas no Brasil colonial, muito pela corriqueira situação de confinamento. As modinhas de engenho do Brasil serviram como fonte para o autor dissertar sobre a condição feminina. Freyre aponta que “nem todas as modinhas celebravam o quindim das mulatas das senzalas; muitas exaltavam as iaiás das casas-grandes, filhas de senhor de engenho” (FREYRE, 2002, p. 446). As modinhas exaltavam as “meninas de doze, treze, quatorze anos”, “Anjos louros”, “Santas imaculadas”, “Pálidas madonas”, Marias do Céu”, “Marias da Graça”, “Marias das Dores”, “Marias da Glória” (FREYRE, 2002, p. 446). Freyre também descreve que as meninas deixavam de ser crianças “desde o dia da primeira comunhão” e “tornavam-se sinhás-moças”. O dia da primeira comunhão “era um grande dia. Maior só o do casamento”

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(FREYRE, 2002, p. 446). O casamento, geralmente realizado muito precocemente, resultava em muitos filhos, e a vida reclu sapermanecia depois dele. Citando o relato de Mrs. Kinderley, uma inglesa que estivera no Brasil, Freyre descreve que esta registrara que “as brasileiras envelheciam depressa; seu rosto tornava-se logo de um amarelo doentio” (FREYRE, 2001, p. 447). O casamento precoce das mulheres foi um costume geral no Brasil: “aos doze, treze, quatorze anos. Com filha solteira de quinze anos dentro de casa já começavam os pais a se inquietar e a fazer promessas a Santo Antônio ou São João. Antes dos vinte anos, estava a moça solteirona” (FREYRE, 2002, p. 448). Em Sobrados e mucambos, um aspecto notável ressaltado pelo autor diz respeito ao amparo da lei à sujeição da mulher ao homem no Brasil patriarcal. Com base em alguns relatos de viajantes estrangeiros, tal como o do alemão Hermann Burmeister, Freyre destacou que [...] muitos brasileiros internam suas mulheres sem plausível razão, durante anos, num claustro simplesmente a fim de viverem tanto mais a seu gosto na sua casa com uma amante. A lei presta auxílio a este abuso; quem quer se livrar da própria esposa, vai à polícia e faz levá-la ao convento pelos funcionários, desde que pague o custo de suas despesas (FREYRE, 2002, p. 835). O mestre de Apipucos registrou que “a lei favoreceu por todos os lados a subordinação da mulher ao homem” (FREYRE, 2002, p. 835), não somente ao longo de todo o período de patriarcalismo, mas também durante sua primeira fase de declínio, e complementaria sua afirmação apontando que “a mulher semipatriarcal de sobrado continuou abusada pelo pai e pelo marido. Menos, porém, que dentro das casas-grandes de fazenda e de engenho” (FREYRE, 2002, p. 835).


Por outro lado, ressaltou a figura da solteirona como sendo, talvez, “a maior vítima do patriarcalismo em declínio”, tal como pode ser verificado em seu registro: Abusada não só pelos homens, como pelas mulheres casadas. Era ela quem nos dias comuns como nos de festa ficava em casa o tempo todo, meio governante, meio parente-pobre, tomando conta dos meninos, botando sentido nas escravas, cosendo, cerzindo meia, enquanto as casadas e as moças casadouras iam ao teatro ou à igreja. Nos dias de aniversário ou de batizado, quase não aparecia às visitas: ficava pela cozinha, pela copa, pelos quartos ajudando a enfeitar os pratos e preparar os doces, a dar banho nos meninos, a vesti-los para a festa [...]. Sua situação de dependência econômica absoluta fazia dela a criatura mais obediente da casa. Obedecendo até as meninas e hesitando em dar ordens mais severas às mucamas (FREYRE, 2002, p. 836). A opressão da mulher, em tempo de decadência do patriarcado, culminou em situações de adultério. Freyre destacou as figuras do padre e do médico de família como participantes nos casos de adultérios por parte das mulheres, apontando que A mulher do sobrado foi encontrando no doutor uma figura prestigiosa de homem em quem repousar da do marido e da do padre, a confissão das doenças, de dores, de intimidades do corpo oferecendo-lhe um meio agradável de desafogar-se da opressão patriarcal e da clerical (FREYRE, 2002, p. 830). Dessa maneira, Freyre (2002, p. 830) chegou a apontar que “a figura do padre donjuan foi sendo substituída pela do médico”. Ao tratar do intercurso sexual de brancos com escravas negras e mulatas, Freyre chamou atenção para que tal envolvimento tenha resultado na “grossa multidão de filhos ilegítimos – mulatinhos criados muitas vezes com a prole legítima, dentro do liberal patriarcalismo das casas grandes; outros à sombra dos engenhos de frades; ou então nas ‘rodas’ e orfanatos” (FREYRE, 2002, p. 529). O autor faz também outras abordagens sobre a maternidade, que merecem destaque. MATERNIDADE Freyre abordou a questão da maternidade no Brasil colônia descrevendo as condições em que se efetuava e apontando para a importância social das amas de leite: “de Portugal transmitira-se ao Brasil o costume das mães ricas não amamentarem os filhos, confiando-os ao peito das saloias ou escravas” (FREYRE, 2002, p. 459). Contestando Júlio Dantas, que, em um estudo sobre Portugal, atribui tal fato

à moda, Freyre aponta que “o que houve, entre nós, foi impossibilidade física das mães de atenderem a esse primeiro dever de maternidade” (FREYRE, 2002, p. 459). Pelo fato de se casarem ainda meninas, algumas se tornariam Fisicamente incapazes de ser mães em toda a plenitude. Casadas sucediam-se nelas os partos. Um filho atrás do outro. Um doloroso e contínuo esforço de multiplicação. Filhos muitas vezes nascidos mortos – anjos que iam logo se enterrar em caixõezinhos azuis. Outros que se salvavam da morte por milagre. Mas todos deixando as mães uns molambos de gente (FREYRE, 2002, p. 460). A morbidade feminina era muito alta, e grande parte das enfermidades ocorriam em função da gravidez ou do parto. Descreve Freyre que “muitas noivas de quinze anos morriam logo depois de casadas. Meninas. [...] Sem se arredondarem em matronas obesas; sem criarem buço; sem murcharem em velhinhas de trinta ou quarenta anos” (FREYRE, 2002, p. 451). Era frequente a morte de parto, que vitimava as mulheres “sem tempo de criarem nem o primeiro filho. Sem provarem o gosto de ninar uma criança de verdade em vez dos bebês de pano, feitos pelas negras de restos de vestidos. Ficava então o menino para as mucamas criarem” (FREYRE, 2002, p. 451). Freyre apontou que nossos antepassados raramente tiveram a oportunidade de se poder acompanhar da mesma esposa até a velhice, pois “eram elas que apesar de mais moças iam morrendo; e eles casando com irmãs mais novas ou primas da primeira mulher”. Era comum a existência de homens que se casavam três ou quatro vezes, tornando-se pais de numerosa prole, ao que Freyre aponta que “essa multiplicação de gente se fazia à custa do sacrifício das mulheres, verdadeiras mártires em que o esforço de gerar, consumindo primeiro a mocidade, logo consumia a vida” (FREYRE, 2002, p. 460). TEMPOS DE MUDANÇAS SOCIAIS Desse painel traçado por Gilberto Freyre sobre a sociedade patriarcal brasileira, ao tratar da transição de um regime político para outro – do Império à República – em Ordem e Progresso (1959), o autor advertiria que tal transição não implica necessariamente uma brusca mudança social. Seguindo tal princípio, ressaltou a permanência da tradição na sociedade brasileira. No Brasil republicano, persiste a articulação entre o tradicional e o moderno, o velho e o novo, o urbano e o rural – tema já abordado em Sobrados e Mucambos. Nos depoimentos colhidos para a elaboração desta sua terceira parte da história da sociedade patriarcal, observou as transformações de gênero, sem cair na fácil tentação da afirmação de que o processo de modernização social

culminaria, inevitavelmente, em mudanças de valores. Aspecto notável em Freyre é o fato de este autor não perder de vista a dimensão do caráter ambíguo de uma sociedade complexa como a brasileira. Em Ordem e Progresso, apontou para uma condição de mudança política no Brasil, que não implica necessariamente mudanças radicais no que diz respeito ao ordenamento cultural aqui sedimentado. Porém, esteve sempre atento às transformações sociais, abordando a questão da mulher nos três tempos históricos no Brasil. Ao apontar para a hierarquização de papéis de gênero, Freyre observou que, mesmo com as transformações sociais – com os processos de modernização e urbanização –, mantiveram-se os estereótipos da masculinidade. As mulheres, porém, mudaram bastante. Nesse sentido, sua leitura é carregada de considerável atualidade, já que, neste caso, no processo de negociação social marcado pela luta das mulheres por seus direitos, podemos observar que as conquistas femininas tendem a ser maiores, já que o estereótipo masculino se manteve sedimentado. O autor problematiza o gênero em um viés de valores e moralidade, através da leitura de percepções e práticas da vida cotidiana para se pensar a mudança social. Freyre faz referências a importantes mulheres que se destacaram na luta pelas conquistas feministas, ainda que em curtas passagens. Em Sobrados e Mucambos, contesta o crítico Aderbal Jurema, que escrevera que, durante o Segundo Reinado, mesmo “vigiado de perto” pelos patriarcas, o “talento feminino começou a brilhar” entre nós. A contestação de Freyre se dá no sentido de apontar para que “esse começo de brilho da inteligência feminina nos salões patriarcais do Brasil data do Primeiro Reinado e até da época colonial” e exemplifica citando Maria Graham, escritora, viajante e desenhista inglesa (FREYRE, 2002, p. 705). Entretanto, o autor fez ponderações advertindo para a incipiente participação da mulher na vida intelectual ainda no Brasil Imperial: “O que houve foi uma ou outra flor de estufa. Tanto que Nísia Floresta seria um escândalo para a sociedade brasileira do seu tempo (FREYRE, 2002, p. 705). Ainda tratando de Nísia Floresta, em outras passagens do livro, repete que esta surgiu “como uma exceção escandalosa. Verdadeira machona entre as sinhazinhas dengosas do meado do século XIX” (FREYRE, 2002, p. 820). Ao descrevermos tal ponderação, é possível perceber que Freyre procurou ressaltar que as mulheres mereciam ter uma participação maior na vida intelectual. Quando surgia alguma mulher em posição de vanguarda em seu tempo, argumentou que estas seriam raras: Nas letras, já nos fins do século XIX, apareceu uma Narcisa Amália. Depois,

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uma Carmen Dolores. Ainda mais tarde, uma Júlia Lopes de Almeida. Antes delas, quase só houve bacharelas medíocres, solteironas pedantes ou simplórias, uma ou outra mulher afrancesada, algumas das quais colaboradoras do Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro. E assim mesmo foram raras (FREYRE, 2002, p. 820). Nestas passagens, observa-se a atenção dada por Freyre ao surgimento de mulheres com perfis diferenciados daquelas outras submissas, que viviam nos espaços das casas-grandes e sobrados. Citou o padre Lopes Gama, defensor da “dona de casa ortodoxamente patriarcal”, que bradava contra “as senhoras afrancesadas da primeira metade do século XIX”, como se estas fossem “pecadoras terríveis” (FREYRE, 2002, p. 820). Destacou o fato de que, ainda que timidamente, já havia começado a despontar outro tipo de mulher, marcado por um perfil característico, Menos servil e mais mundano; acordando tarde por ter ido ao teatro ou a algum baile; lendo romance; olhando a rua da janela ou da varanda; levando duas horas no toucador ‘a preparar a charola da cabeça’; outras tantas horas no piano, estudando a lição de música; e ainda outras, na lição de francês ou na de dança. Muito menos devoção religiosa do que antigamente. Menos confessionário. Menos conversa com as mucamas. Menos história da carochinha contada pela negra velha. E mais

romance. O médico da família mais poderoso que o confessor. O teatro seduzindo a mulher elegante mais que a igreja. O próprio ‘baile mascarado’ atraindo senhoras de sobrado (FREYRE, 2002, p. 821). Escritoras como Carmen Dolores e Júlia Lopes de Almeida voltam a ser citadas positivamente em Ordem e Progresso: “em quem a sensibilidade feminina não matava o espírito crítico” (FREYRE, 1959, p. 287). Berta Lutz também é lembrada como “a primeira feminista brasileira a agitar com inteligência o problema dos direitos políticos da mulher” (FREYRE, 1959, p. 645). Em longa nota, que ocupa mais de duas páginas, Freyre descreve depoimentos de entrevistados e entrevistadas sobre “a questão dos direitos (políticos e civis) da mulher”, com predominância evidente de opiniões desfavoráveis à luta feminista, inclusive das próprias mulheres, e alguns poucos depoimentos de homens que viam com simpatia a batalha das mulheres pela emancipação (1959). O diferencial em Gilberto Freyre, com relação a diversos autores que deixaram algum registro sobre as mulheres no Brasil, é que o Mestre de Apipucos, ao constatar a opressão feminina, vestiu a camisa da indignação contra esta opressão, criticando teorias naturalizadoras dos papéis de gênero. O autor ressaltou a contribuição cultural para a conformação e cristalização dos papéis masculino e feminino na sociedade brasileira. Ao penetrar na seara da discussão sobre as diferenças entre os se-

xos, critica as ideias predominantes, em seu tempo, da superioridade masculina em detrimento da inferioridade feminina, destacando que tais ideias encontravam seu paralelo nas teorias sobre raça, então vigentes (FREYRE, 2002, p. 817). Outro fato positivo nas análises de Freyre é sua visão plural acerca das mulheres e a atenção dada aos mais diferenciados perfis femininos, não se concentrando apenas na mulher branca da casa-grande, mas destacando o papel da mulher negra e índia na formação da sociedade brasileira. O autor também observou de maneira adequada que, a despeito das transformações políticas e sociais no Brasil, permaneceram as marcas de uma sociedade patriarcal, onde “os assuntos gerais eram tratados não só de ponto de vista inteiramente masculino como por processos mentais e psíquicos quase exclusivamente masculinos” (FREYRE, 2002, p. 820), ainda que o Brasil estivesse entrado em sua fase urbanizada e moderna. O país, agora uma República, a pretexto de tantas mudanças, permanece seguindo velhas tradições sedimentadas pela cultura patriarcal aqui desenvolvida. Dessa maneira, a obra de Gilberto Freyre é importante pelo seu pioneirismo para a discussão sobre as mulheres no Brasil e no tratamento da dimensão do patriarcado como um conceito fundamental para os estudos de gêneros e para a compreensão da sociedade brasileira. g

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CERIMÔNIA POSSE DO NOVO DEFENSOR PÚBLICO GERAL Equipe Genius

Tomou posse no caso de Defensor Púbico Geral o Bacharel Ricardo José Costa Souza Barros, nomeado por ato do Governador João Azevedo. Ele foi indicado pelos integrantes da Defensoria Pública para compor a lista tríplice da qual sairia o nome que haverá de conduzir aquele órgão durante o novo período e, apesar de seu nome haver se posicionado em segundo lugar na ordem de votação, foi ele o escolhido para gerir a Defensoria, em substituição à então ocupante do cargo, Bacharela Madalena Abrantes. A lista tríplice contou com os nomes de Madalena Abrantes, Ricardo Barros e Alípio Bezerra, os três mais votados na consulta aos defensores.

O novo Defensor Público Geral, quando pronunciava seu discurso de posse

Aspectos da mesa diretora dos trabalhos, composta de membros do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado

Ricardo Barros e sua esposa Franci Belmont

A solenidade de posse ocorreu no dia 16 de janeiro, no auditório do Centro Cultural Ariano Suassuna, do Tribunal de Contas do Estado, contando com a presença de grande número de defensores públicos, advogados, desembargadores, juízes, deputados estaduais, vereadores, professores e familiares do empossando que, depois de cumprir os atos formais de juramento e assinatura do termo respectivo, foi considerado empossado. Falaram, na ocasião, além Ricardo Barros, o Defensor Gerardo Rabelo, em nome de seus colegas e o Defensor Fábio Liberalino da Nóbrega, em nome da Associação dos Defensores Públicos, da qual é Presidente. g

Ricardo Barros e o nosso Diretor e Editor Flávio Sátiro

Ricardo Barros e familiares

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UNIÃO EM TORNO DA PAZ A ARCA DA FRATERNIDADE Ailton Elisiário

O Papa Francisco esteve agora visitando os Emirados Árabes Unidos, lugar de domínio da religião muçulmana e onde vivem cerca de um milhão de cristãos. O Papa recebera antes no Vaticano o Grande Imã Ahmed Muhammad Ahmed al-Tayeb, da Mesquita Al-Azhar do Cairo, no Egito, que é a maior autoridade do Islã sunita, encerrando dez anos de tensões entre a Santa Sé e a Mesquita de Al-Azhar. Neste encontro o Papa e o Grande Imã assinaram um documento pelo qual convidam todas as pessoas de fé a se unirem e trabalharem juntas pela paz e pela convivência comum. A declaração conjunta objetiva estreitar os laços de irmandade entre as duas religiões e trilhar caminhos de paz e conciliação. O documento que tem por título “Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum” diz que “o pluralismo e as diversidades de religião, de cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte daquele desígnio divino com que Deus criou os seres humanos. Esta Sabedoria divina é a origem donde deriva o direito à liberdade de credo e à liberdade de ser diferente. Por isso, condena-se o fato de forçar as pessoas a aderir a uma determinada religião ou a uma certa cultura, bem como de impor um estilo de civilização que os outros não aceitam”. Nele os dois líderes religiosos escreveram: “Rogamos a nós mesmos e aos líderes do mundo inteiro, aos artífices da política internacional e da economia mundial, que se empenhem seriamente para difundir a cultura da tolerância, da convivência e da paz; que intervenham, o quanto antes possível, para impedir o derramamento de sangue inocente, e ponham fim às guerras, aos conflitos, à degradação ambiental e

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ao declínio cultural e moral que o mundo vive atualmente”. Numa síntese simbólica do ato, o Papa Francisco comentou: “De acordo com o relato bíblico, a fim de preservar a humanidade da destruição, Deus pediu a Noé que entrasse na arca junto com sua família. Nós também em nome de Deus, a fim de salvaguardar a paz, precisamos entrar juntos como uma família numa arca que pode navegar pelos mares tempestuosos do mundo: a arca da fraternidade”. No entanto, enquanto o papa e o imã buscam uma aproximação, contra isto se insurgem autoridades, setores da Igreja e católicos ultraconservadores alegando traição ao passado da Igreja e à doutrina católica e que as palavras do papa derrubam o Evangelho. Em outras palavras, estão a dizer que o papa é herege. O historiador católico Roberto de Mattei disse que as declarações do Papa Francisco estão em desacordo com os ensinamentos dos papas Gregório XVI a Pio XI e o 4° Concílio de Latrão convocado por Inocêncio III, em 1213, desprezando os ensinamentos mais recentes dos papas Paulo VI a Bento XVI e o Concílio Vaticano II convocado por João XXIII, em 1961, que direciona a Igreja nos dias atuais. Disse ele: “Se os homens, de fato, em nome da fraternidade, são obrigados a viver juntos sem um fim que dê sentido ao seu sentido de pertencimento, a arca se torna uma prisão, e a fraternidade – imposta em palavras – é destinada à fragmentação e ao caos”. Uma declaração de confronto e de não aceitação ao diálogo. Uma defesa do exclusivismo da Igreja e de rejeição ao pluralismo religioso. Pluralismo que a própria Igreja estimula, conforme a Carta Encíclica Ecclesiam Suam, do Papa Paulo VI. Nela, o Sumo

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Pontífice afirma que “a Igreja deve entrar em diálogo com o mundo em que vive” e passa a detalhar, em quatro grandes dimensões, as perspectivas dialogais da Igreja: a) o diálogo no interior da própria Igreja Católica; b) o diálogo com os cristãos não-católicos; c) o diálogo com os crentes em Deus, não cristãos; d) o diálogo com os homens de boa vontade, com aquilo que é humano. Onde o papa derruba a doutrina do Evangelho? Ele está fazendo o que a Igreja mesma manda fazer. Então, há que se indagar: do que é feito o dogma da infalibilidade papal? O pontífice quando fala “ex cathedra”, isto é, no exercício de seu ofício de pastor e mestre de todos os cristãos, define uma doutrina de fé ou costumes que deve ser sustentada por toda a Igreja. Na verdade, o papa está disseminando o Evangelho de Jesus Cristo que é Amor. Amor é união, respeito, compreensão, carinho, fraternidade. O Documento conclui desejando ser “um convite à reconciliação e à fraternidade entre todos os crentes, mais ainda entre os crentes e os não-crentes, e entre todas as pessoas de boa vontade; um símbolo do abraço entre o Oriente e o Ocidente, entre o Norte e o Sul e entre todos aqueles que acreditam que Deus nos criou para nos conhecermos, cooperarmos entre nós e vivermos como irmãos que se amam”. As religiões devem estar unidas em torno da paz. O proselitismo religioso é que se constitui o grande mal, pois na ânsia de se sobrepor às demais, cada religião torna-se o verdugo de todas as outras gerando conflitos e guerras. A melhor forma de se evitar tais violências é exatamente o respeito mútuo. Este é o caminho de aproximação dos fiéis dessas diferentes religiões para um trabalho comum em prol da humanidade. g


TURISMO UMA VISITA A LEIRIA - PORTUGAL Carlos Meira Trigueiro

Planejamos passar o primeiro dia de janeiro de 2019 em Leiria, Portugal, onde estão morando e trabalhando meu sobrinho e afilhado, Osvaldinho e sua esposa Larissa. Saímos de Lisboa por volta das 08:30. Alugamos um veículo e tomamos a autoestrada A8 e chegamos a cidade às 09:45. O percurso é mais ou menos de uma hora e vinte minutos, dependendo do trânsito. A viagem é agradável e com bonitas paisagens de campos de vinhedos. Como se sabe, Portugal tem um dos melhores vinhos do mundo e essa região é privilegiada de vinhas. Chegando ao apartamento de Osvaldinho encontramos meu irmão Osvaldo e Rosinha, pais do nosso afilhado. Foi uma grande celebração de carinho e amor familiar. Antes do almoço fomos dar um passeio a pé passando por um lindo parque com um rio corrente e cachoeiras perenes. Pena que estava muito frio (+ 3o C) e não podemos tomar um banho. No verão é um dos locais mais visitados pelos nativos e turistas. Chegamos ao centro da cidade, onde fica o Centro Histórico, muito bem conservado e com várias atrações turísticas, destacando-se a história dos primeiros colonizadores. Leiria é uma cidade com fortes influências medievais e modernas e está localizada junto a um monte fortificado desde a época mourisca, na confluência dos rios Liz e Lena. O importante Castelo de Leiria, é a atração principal da localidade. Vale a pena conhecer! Leiria é uma das cidades mais importantes do país. A comunidade judia em 1411 construiu a primeira fábrica de papel em Portugal. A cidade é agradável e discreta. Existem bons restaurantes, bares e cafeterias; as ruas encontram-se repletas de lojas de várias grifes e de diversas categorias. A Praça Rodrigues Lobo é o

centro da cidade. Lá se encontra a Igreja de Nossa Senhora da Pena, de estilo gótico; existe ainda o Palácio real, com numerosas áreas que merecem ser visitadas, em especial, a Galeria Central. Percorrendo as ruas deparamos com a Catedral de Leiria, a igreja de São Pedro (século XII) e a famosa Pharmacia Leonardo Paiva, decorada com uns interessantes painéis de azulejos nos quais aparecem Hipócrates, Galeno e Sócrates.

Existem muitas outras atrações turísticas que por falta de tempo deixamos de conhecer, pois Rosinha e sua irmã Rosalinda estavam nos esperando para almoçar uma caldeirada de bacalhau no tacho, acompanhada de bons vinhos da região. Foi um dia extremamente maravilhoso, não só pelo conhecimento dessa linda cidade, mas sobretudo, pelo encontro fraternal e familiar. Voltamos à Lisboa por volta das 19:30. g

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ERNANI SÁTYRO – AMIGO VELHO, UMA BIOGRAFIA

HISTÓRIAS DO AMIGO VELHO Martinho Moreira Franco Flávio Sátiro Fernandes aceitou com o estilo que lhe é peculiar minhas desculpas por ter faltado ao lançamento do seu livro “Ernani Sátyro , Amigo Velho, Uma Biografia (volume 1)”; mandou fazer a entrega em domicílio de um exemplar autografado com dedicatória e tudo. É uma obra de peso – senti que o porteiro do edifício quis dizer isso. São 791 páginas, em primorosa publicação de A União Editora, com capa do autor e de João Damasceno, também responsável pela diagramação. A catalogação é de Adriana Rangel Pereira. O Índice anuncia capítulos de interesse de historiadores, claro, mas também de curiosos em inteirar-se sobre a trajetória de personagem tão marcante na história política da Paraíba. Do meu ponto de vista, porém, confesso que temi pela quantidade de partes em que é dividido: exatas 15. Para mim, um desafio quase intransponível, com todo o respeito pela obra e todas as vênias ao escritor. Só que Flávio, em relação ao locutor que vos fala, atirou no que viu e acertou no que não viu: logo após a décima quinta parte, ele abre um “Índice de Notículas”, enumerando títulos de 93 notas, em sua maioria hilárias, com “estórias ou informações de cunho jocoso, histórico, político, sobre a vida do Amigo Velho”. Já li quase todas. Evidente que não vou transcrever “notículas” de Flávio Sátiro, até para que novos leitores do livro sintam o gostinho da descoberta. Não resisto, todavia, em rememorar historinhas do folclore políti-

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co que se criou em torno da figura de Ernani Sátyro, boa parte produzida por coleguinhas aqui da Paraíba, especialmente o saudoso Biu Ramos. Vejamos: O deputado Ernani Sátyro estava na comissão encarregada de transportar à Paraíba os restos mortais do grande Epitácio Pessoa. Necessitando de uma aeronave para o traslado, procurou João Agripino e dele, por maldade, recebeu a sugestão de falar com o brigadeiro Eduardo Gomes, então ministro da Aeronáutica. Por telefone, Ernani fez a solicitação e surpreendeu-se com a resistência do brigadeiro, mas insistiu: - Mas Brigadeiro, Epitácio foi um grande brasileiro e para a Aeronáutica, ceder um avião não custa nada. E o Brigadeiro, se justificando: - Tudo bem, deputado. Eu só quero lembrar que em toda a minha vida militar, só fui preso duas vezes. Ambas¸ por ordem de Epitácio. *** Nos anos setenta, a Paraíba era povoada por alguns lunáticos que viviam a divertir o mundo político, como verdadeiros bobos da corte. Mocidade, Caixa Dágua, Carbureto e Isabel Bandeira Brasileira eram os principais. Mocidade, protegido de João Agripino, que admirava sua inteligência, rivalizava com Caixa, protegido de /Ernani. Ao suceder João Agripino, no Governo, Ernani foi

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procurado por Mocidade, que reclamava o corte de uma mesada que recebia da Loteria do Estado e pretendia vê-la restaurada. Ernani, que não tolerava a impertinência de mocidade, foi peremptório: - Mocidade, você é doido de João. Eu tenho os meus doidos para proteger, viu? *** Ernani Sátyro era governador da Paraíba e, precisando redigir seu artigo semanal, que os jornais publicavam sob o título “Sempre aos Domingos”, recomendou ao chefe da Casa Militar, major Geraldo Cabral, que, para evitar incômodos, dissesse a quem chegasse ao Palácio que o governador não estava. O major passou a orientação para o porteiro, Irmão Artur, crente de carteirinha. Ao primeiro visitante que o abordou perguntando pelo governador, o Irmão confirmou a presença deste no gabinete. A visita, por sinal, era o Capitão dos Portos, e o major comunicou-a ao governador. - Mas eu não mandei dizer que não estava – esbravejou Ernani. O major, cheio de mesuras, tentou explicar as razões do porteiro: “Um crente não mente jamais”. - Está bem, major, - disse o governador. Mande o Capitão dos Portos entrar, mas demita logo esse crente e nomeie ainda hoje um católico para o lugar dele. g


ÍNDICE REMISSIVO DE MATÉRIAS (Equipe GENIUS)

Nºs 1 a 16, 21 a 34 e mais quatro edições especiais dedicadas a Pedro Moreno Gondim, Augusto dos Anjos, Epitácio Pessoa e José Lins do Rego, totalizando trinta e quatro edições. MATÉRIA, TÍTULO, AUTOR, Nº E ANO DA EDIÇÃO DE GENIUS. ABELARDO JUREMA - O Centenário de nascimento de Abelardo Jurema – Equipe GENIUS, nº 5, 2014 ## Abelardo Jurema, meu pai – Abelardo Jurema Filho, nº 5, 2014 ## Abelardo Jurema e a federalização da Universidade da Paraíba – Cláudio José Lopes Rodrigues, nº 5, 2014. ACADEMIAS - Academia Paraibana de Letras Jurídicas em festa – Equipe GENIUS, Nº 26, 2017 ## Dois jovens juristas – Flávio Sátiro Fernandes [Saudação a Francisco Seráfico da Nóbrega Coutinho e Renata Mangueira], nº 26, 2017 ## Posse da nova diretoria da APCA – Equipe GENIUS, nº 27, 2017 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Cerimonial e protocolo no Estado pós-moderno – Itapuan Botto Targino, nº 3, 2013. ADYLLA ROCHA RABELLO - Aos 83 anos morre a professora e escritora paraibana Adylla Rocha Rabello – Equipe GENIUS, nº 11, 2015 ## Tempo de gratidão – Gerardo Rabello, nº 11, 2015 ## Eu, minha mãe e os planos de Deus – Roberto Rabello, nº 11, 2015 ## A lição de Adylla – Gonzaga Rodrigues, nº 11, 2015 ## Uma mulher forte – Damião Ramos Cavalcante, nº 11, 2015 # Exemplo de mulher - Abelardo Jurema Filho, nº 11, 2015 ## Minha professora favorita - Neno Rabello, nº 11, 2015 ## Lembranças à beira-mar – Martinho Moreira Franco, nº 11, 2015 # Adylla, sem mais nada – Flávio Sátiro Fernandes, nº 12, 2015 ## A responsabilidade em suceder Adylla – Ruy de Vasconcelos Leitão, nº 16, 2016 ÁGUA - Reflexões sobre os recursos hídricos particularmente do Estado da Paraíba – Joaquim O.Carneiro, nº 25, 2017 ALCIDES VIEIRA CARNEIRO - Alcides Carneiro: O orador poeta que encantava as multidões - Joaquim O. Carneiro e Maria Ida Steinmüller, nº 33, 2018 ALOÍSIO BONAVIDES - Jornalista paraibano morre em Brasília, aos 92 anos de idade – Equipe GENIUS, nº 11, 2015 ALTIMAR PIMENTEL - Altimar, um garimpeiro de estórias populares – Oswaldo Meira Trigueiro, nº 6, 2014 AMARO DE LYRA E CÉSAR - De Lyra e César, um poeta universal nos sertões da Paraíba – Ana Maria César, nº 6, 2014 ÂNGELA BEZERRA DE CASTRO - Ângela, nº 33, 2018 ANNIBAL BONAVIDES - Memórias de meus tempos no O POVO – Anníbal Bonavides, nº 8, 2014 Um jornalista intemerato e intimorato – Equipe GENIUS, Nº 8, 2014 ANTÔNIO CÂNDIDO - Encontros com Antônio Cândido: Depoimento e metacrítica – Neide Medeiros Santos, nº 27, 2017 ANTROPOLOGIA - Engels & Morgan: Uma leitura antropológica de A Origem da Família – Carlos A. Azevedo, nº 11, 2015 ARIANO SUASSUNA - Tessituras – Elizabeth Marinheiro, nº 12, 2015 ## Ariano – O cavaleiro da Pedra do Reino, nº 25, 2017 ## Eu me chamo Ariano – Juca Pontes, nº 27, 2017 ARQUITETURA - Mário Glauco Di Láscio – Um ícone de nossa arquitetura (Entrevista) – Flávio Sátiro Fernandes, nº 2, 2013 ARTES PLÁSTICAS - Flávio Tavares: Um pintor que alcançou a imortalidade - Equipe GENIUS, nº 3, 2013 ## Flávio Tavares: ontem, hoje e sempre, o admirável artista – Eudes Rocha, º 3, 2013 ## Arte e cultura na obra de Miguel Guilherme – Walter Galvão, nº 9, 2015 ## Nossos grafites estão ameaçados: novos desafios do direito para a proteção do patrimônio artístico – Igor Halter Andrade, Jonathan França Ribeiro, Marcelo Conrado, nº 30, 2018 ## A regulamentação legal do grafite: perspectivas e caminhos a partir de uma experiência prática em Curitiba, - Angela Cassia Costaldello e Francisco Bley, nº 32, 2018 ASCENDINO LEITE - Ascendino Leite e a magia estética das coisas feitas – José Mário da Silva Branco, nº 13, 2016 AUGUSTO DOS ANJOS - Augusto dos Anjos e a Escola do Recife – Flávio Sátiro Fernandes, nº 4, 2013 ## A cena edipiana em “A árvore da serra” – Chico Viana, nº 13, 2016 ## Excesso e falta em Augusto dos Anjos – Chico Viana, EEAA, novembro/2014 ## Augusto dos Anjos, o gênio lírico – Ernani Sátyro, EEAA, novembro/2014 ## Escritas da violência no EU, de Augusto dos Anjos – Maria Olívia Garcia R. Arruda, EEAA, novembro/2014 ## Augusto dos Anjos e a Escola do Recife – Flávio Sátiro Fernandes, EEAA, novembro/2014 ## O otimismo na poesia de Augusto dos Anjos – Verucci Domingos de Almeida, EEAA, novembro/2014 ## Augusto dos Anjos e o Nonevar – Chico Viana, EEAA, novembro/2014 ## Augusto dos Anjos, o cronista – Linaldo Guedes, EEAA, novembro/2014 ## Monólogo de uma sombra – Augusto dos Anjos, EEAA, novembro/2014 ## Alguns sonetos de Augusto – Augusto dos Anjos, EEAA, novembro/2014 ## Mais de um século depois, alguém tinha de identificar “Parfeno”, aquele que “arrancou os olhos” de Dioniso – Evandro da Nóbrega, EEAA, novembro/2014 ## Augusto dos Anjos e a hipótese de reencarnação – Chico Viana, nº 24, 2017 BIBLIOFILIA - Amor aos livros – Francisco Gil Messias, nº 2, 2013 ## Escrever textos, editar livros, fazer história: a Coleção Documentos Brasileiros e as transformações da historiografia nacional (19361960 – Fábio Franzini, nº 7, 2014 ## Biblioteca Pública Estadual da Paraíba, um retrato – Tiago Eloy Zaidan, nº 13, 2016 BIBLIOTECONOMIA - Os desafios dos usuários de bibliotecas – Tiago Eloy Zaidan, nº 11, 2015 BIVAR OLYNTHO DE MELO E SILVA - O centenário de um líder – Equipe GENIUS, nº 3, 2013 ## Bivar Olyntho, meu pai – Moema de Melo e Silva Soares, nº 3, 2013. CARLOS DRUMOND DE ANDRADE - Melancolia e ironia em Carlos Drumond de Andrade – Chico Viana, nº, 2013. CATOLÉ DO ROCHA- Catolé do Rocha dos anos 40 - Raimundo Nonato Batista, nº 3, 2013. CATOLICISMO - Sertanejo das Espinharas é nomeado Bispo de Garanhuns – Equipe Genius, nº 10, 2015 CELSO FURTADO - Uma personalidade multifacética - Hélio Jaguaribe, nº 33, 2018 CHICO PEREIRA JR. - Arte e militância cultural em Chico Pereira Junior – José Octávio de Arruda Melo, nº 21, 2016 CIÊNCIA - Einstein e o início de uma nova era: a astronomia das ondas gravitacionais – Evandro da Nóbrega, nº 14, 2016 ## Vida além da terra – Ailton Elisiário, nº 25, 2017 CIÊNCIA POLÍTICA - Conferência em Buenos Aires – Paulo Bonavides, Nº 1, 2013 ## Religião e Estado na Constituição de Cádiz e em algumas outras que receberam sua influência – Flávio Sátiro Fernandes, nº 2, 2013 ## Liberdade de Imprensa, uma salvaguarda da Constituição – Paulo Bonavides, nº 4, 2013 ## Os três universos da liberdade na evolução do Estado – Paulo Bonavides, nº 5, 2014 ## Los Comentarios a La constitución de Carlos Maximiliano Pereira dos Santos y la repercusión de la cultura jurídica argentina em el Brasil durante la primera mitad del siglo XX - Ezequiel Abásolo, nº 8, 2014 ## A política paraibana na visão de um cientista político francês – Renato César Carneiro, nº 9, 2015 ## Discurso de agradecimento – Paulo Bonavides, nº 9, 2015 ## Discurso de agradecimento – Paulo Bonavides, nº 10 (Reproduzido por incorreções) ## Oração aos Bachareis do Oeste potiguar – Paulo Bonavides, nº 12, 2015 ## O Estado Social e a crise do presidencialismo no Brasil – Paulo Bonavides, nº 16, 2016 ## Nacionalismo brasileiro em perspectiva história – Ivan Colangelo Salomão, nº 34, 2018 CINEMA - FFFFPB e outros festivais – Wills Leal, nº 2, 2013 ## Para onde vai o Oriente Médio? – Andrès von Dessauer, nº 7, 2014 ## Duas vezes Oscar – Andrès von Dessauer. nº 8, 2014 ## Para comer com os olhos – Andrès von Dessauer, nº 9, 2015 ## A religião no cinema - Andrès von Dessauer, nº 10, 2015 ## A comparação a serviço da análise cinematográfica – Andrès von Dessauer, nº 11, 2015 ## Ego e alter ego nas telas – Andrès von Dessauer, nº 12, 2015 ## Duas versões da guerra civil espanhola – Andrès von Dessauer, nº 13, 2016 ## Uma visão dos “Road movies” - Andrès von Dessauer, nº 14, 2016 ## Dois filmes e um só destino: a música – Andrès von Dessauer, nº 16, 2016 ## Varilux em três tempos – Andrès von Dessauer, nº 15, 2016 ## A produção cinematográfica argentina – Andrès von Dessauer, nº 22, 2016 ## O medo nas telas – Andrès von Dessauer, nº 24, 2017 ## Jack Nicholson – a loucura como estigma de sucesso - Andrès von Dessauer, nº 25, 2017

## A imortalidade dos Western - Andrès von Dessauer, nº 26, 2017 ## O efeito surpresa na sétima arte – Andrès von Dessauer, nº 27, 2017 ## As dificuldades de um novo lar – Andrès von Dessauer, nº 29, 2018 ## Sensualidade no limite – Andrès von Dessauer, nº 30, 2018 ## O direito nas telas – Andrès von Dessauer, nº 32, 2018 ## Três filmes para Marte – Andrès von Dessauer, nº 33, 2018 ## Ângela – William Costa, nº 33, 2018 CLEANTO GOMES PEREIRA - Um galardão que me cinge e muito me honra - Cleanto Gomes Pereira, nº 33, 2018 COMUNICAÇÃO - O jeito como o brasileiro vê TV, esteja onde estiver – Osvaldo Meira Trigueiro, nº 10, 2015 ## Do zabumba ao paredão (No tempo das redes sociais – Chico Pereira, nº 16, 2016 CONTOS - Paixão de Alan Heart - Conto de Mercedes Cavalcanti, nº 4, 2013 ## Crianças – Conto de Vicente de Carvalho, nº 16, 2016 ## O profeta seráfico do boi – Conto de José Leite Guerra, nº 6, 2014 ## O reencontro – Depois da travessia – conto de Everaldo Dantas da Nóbrega, nº 13, 2016 ## O touro negro – Conto de Aluísio Azevedo, nº 13, 2016 ## O suave milagre – Conto de Eça de Queiroz, nº 14 ## Paixão – Conto de Mercedes Pepita Cavalcanti, nº 25, 2017 ## O jornalista – Conto de Lima Barreto, nº 26, 2017 ## As entranhas de Sua Majestade – Cláudio José Lopes Rodrigues, nº 27, 2017 ## Angústia – Conto de Anton Tchekhov, nº 30, 2018 CONTROLE EXTERNO - Paraibano assume a presidência da ATRICON – Equipe GENIUS, nº 30, 2018 ## A esperança não murcha, ela não cansa – Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, nº 30, 2018 CRÔNICA - Tudo passa... – Coriolano de Medeiros, nº 27, 2017 CULTURA JAPONESA - Lúcia Hiratsuka e a valorização da cultura japonesa – Neide Medeiros Santos, nº 32, 2018 DARIO DUTRA SÁTIRO FERNANDES - Advogado da União é premiado pela AGU – Equipe GENIUS, nº 4, 2013. DESTAQUES DA BIBLIOGRAFIA PARAIBANA - Pela Verdade – Flávio Sátiro Fernandes, nº 7, 2014 ## Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba – Flávio Sátiro Fernandes, nº 7, 2014 ## A Paraíba e seus problemas – Flávio Sátiro Fernandes, nº 8, 2014 ## Apontamentos para a história territorial da Paraíba, de João Lyra Tavares, Flávio Sátiro Fernandes, nº 9, 2015 ## História da Paraíba, de Horácio de Almeida - Flávio Sátiro Fernandes, nº 10, 2015 ## João Pessoa e a revolução de 30, de Ademar Vidal – Flávio Sátiro Fernandes, nº 11, 2015 ## Diálogo das grandezas do Brasil – Flávio Sátiro Fernandes, nº 6, 2014 DIREITO - O direito na literatura e na filosofia – Marcos Cavalcanti de Albuquerque, nº 1, 2013 ## História Constitucional dos Estados Brasileiros – Equipe GENIUS, nº 7, 2014 ## Dois marcos na história constitucional dos Municípios brasileiros – Flávio Sátiro Fernandes, nº 25, 2017 ## O futuro do direito e o direito do futuro – Gustavo Rabay Guerra, nº 27, 2017 O direito nas telas – Andrès von Dessauer, nº 32, 2018 ## A vida do direito é uma saga - Alcides Vieira Carneiro, nº 32, 2018 ## A Paraíba e o Direito – Flávio Sátiro Fernandes, nº 33, 2018 DIREITOS HUMANOS - A importância dos contos de fadas para a educação em direitos humanos: a contribuição de Oscar Wilde – Giovana Meira Polarini, nº 7, 2014 DIVAGAÇÕES - Os alemães e a comunidade – Carlos Alberto Jales, nº 25, 2017 ## Amor & Alzheiner – Felizardo de Moura Jansen, nº 29, 2018 DORGIVAL TERCEIRO NETO - Adeus a Dorgival – Equipe GENIUS, nº 2, 2013 ## O Dorgival que eu conheci – Severino Ramalho Leite, nº 4, 2013. ECONOMIA DO NORDESTE - A importância pretérita do algodão para o Nordeste brasileiro – José Romero Cardoso/Marcela Ferreira Lopes, nº 11, 2015 EDUCAÇÃO - Educar é preciso – Neroaldo Pontes de Azevedo, Nº 2, 2013 ## Violência na escola: Grande desafio na “pós modernidade” - Marinalva Freire da Silva, nº 9, 2015 ## Educação na sociedade moderna – José Loureiro Lopes, nº 16, 2016 EILZO NOGUEIRA MATOS - Eilzo Matos: Das Letras do Sertão, Madeiras do Rosarinho e Norberto Bobbio à APL – José Octávio de Arruda Melo, nº 30, 2018 ELIZABETH MARINHEIRO - As tessituras de Elizabeth Marinheiro – Milton Marques Junior, nº 4, 2013. ELPÍDIO DE ALMEIDA - Aspectos relacionados com a presença de Elpídio de Almeida no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – Joaquim Osterne Carneiro, nº 11, 2015 ## Justificativa para reeditar História de Campina Grande, de Elpídio de Almeida – Josemir Camilo de Melo, nº 11, 2015 ## Elpídio de Almeida: Uma reserva moral – Astênio César Fernandes, nº 8, 2014 EMÍLIO DE FARIAS - Emílio de Farias, a ave canora das liberdades - Carlos Pessoa de Aquino, nº 5, 2014 ## EPITÁCIO PESSOA - Epitácio Pessoa na Corte Permanente de Justiça Internacional – Flávio Sátiro Fernandes, nº 3, 2013 ## Epitácio Pessoa – Paulo Bonavides – EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa e a história do Direito Internacional – Margarida Cantarelli – EEEP, maio/2015 ## O paraibaníssimo Epitácio Pessoa – Alcides Carneiro – EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa no Supremo Tribunal – Oswaldo Trigueiro de A. Melo - EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa – Eraldo Gueiros - EEEP, maio/2015 ## Pela Verdade, um brado de revolta – Ernani Sátyro - EEEP, maio/2015 ## Um homem que ultrapassava sua época – Raul de Goes - EEEP, maio/2015 ## Um defensor permanente da ordem jurídica – Hamilton Nogueira - EEEP, maio/2015 ## Epitácio como “construtor do mundo moderno” – Evandro da Nóbrega - EEEP, maio/2015 ## Baú de recordações: A propósito de quatro cartas de um telegrama nos 150 anos de Epitácio Pessoa – Marcílio Toscano Franca Filho - EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa e as ações de combate aos efeitos da seca – Joaquim O. Carneiro - EEEP, maio/2015 ## Epitácio e Ruy - Virgínius da Gama e Melo - EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa – O homem e o direito – Everardo Luna - EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa: Força e sentimento – José Américo de Almeida - EEEP, maio/2015 ## Epitácio Pessoa na intimidade – Neide Medeiros Santos - EEEP, maio/2015 ## A publicação da coleção “Obras Completas de Epitácio Pessoa” pela Imprensa Nacional – Matheus Medeiros Lacerda – EEEP, maio/2015 ## Epitácio, antes de tudo um ético – Damião Ramos Cavalcante, nº 11, 2015 ## Marinheiros do Brasil: A relíquia que levais é digna de vossa glória - Ernani Sátyro, nº 11, 2015 EPITÁCIO SOARES - Epitácio Soares: A simplicidade e a glória em um centenário – Flávio Sátiro Fernandes, nº 10, 2015 ## Mestre Epitácio Soares – José Mário da Silva Branco, nº 11, 2015 ERNANI SÁTYRO - A cassação dos parlamentares comunistas – Flávio Sátiro Fernandes, nº 16, 2016 ## Ernani Sátyro e o Direito Eleitoral Brasileiro – Renato César Carneiro, nº 6, 2014 # Ernani Sátyro: sua obra literária – Luiz Augusto da Franca Crispim, nº 13, 2016 # Carregando pedras – Flávio Sátiro Fernandes, nº 14, 2016 ## Rumo à capital paraibana – Flávio Sátiro Fernandes, nº 21, 2016 ## Ernani Sátyro: Um Governo em face da história (1971/1975) – José Octávio de Arruda Melo, nº 26, 2017 ## “Devemos ter tolerância uns com os outros” – Bertholdo Sátyro e Sousa, nº 34, 2018 ## Um homem público arrebatado – Flávio Sátiro Fernandes, nº 34, 2018 ## Bem aventurado tu, Ernani – Evaldo Gonçalves de Queiroz, nº 34, 2018 ## O amigo velho de Flávio – Francisco Gil Messias, nº 34, 2018 ## O Ernani de Flávio Sátiro – Gonzaga Rodrigues, nº 34, 2018 ## De Flávio Sátiro para Ernani Sátyro: “Amigo Velho” – Mário Tourinho, nº 34, 2018 ## Tenho uma história para te contar, Amigo Velho – Thomas Bruno Oliveira, nº 34, 2018 EVENTOS LITERÁRIOS - Concorrido evento assinalou lançamento do livro Barragens de Curema e Mãe Dágua – Nos bastidores da construção – Equipe GENIUS, Nº 4, 2013 ## Lançado no Centro Cultural Ariano Suassuna o livro Fauna Ilustrada da Fazenda Tamanduá – Equipe GENIUS, nº 16, 2016 ## Juscelino redivivo – Flávio Sátiro Fernandes, nº 6, 2014 ## Um congraçamento cultural – Equipe GENIUS, nº 34, 2018 FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE - Turma do apagão comemora cinquenta anos – Equipe GENIUS, Nº 8, 2014 ## Um Bacharel de 64 – Equipe GENIUS, nº 8, 2014 FEMINICÍDIO - O feminicídio nas fronteiras da América Latina: um consenso? – Aline Passos, nº 21, 2016 FERNANDO G. DOS SANTOS (D)–D.Fernando Gomes dos Santos: Pastor et Magister–Flávio Sátiro Fernandes, nº 8, 2014 FESTAS POPULARES - As festas tradicionais e os diferentes processos de atualização – Oswaldo Meira Trigueiro, nº 25, 2017 FICÇÃO - Dona Chiquinha, Walt Disney e Jesus Cristo descendo na Avenida Dom Vital–Cláudio José Lopes Rodrigues, nº 6, 2014 # Casada e viúva - Conto de Machado de Assis, nº 9, 2015 # O mate do João

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Cardoso – Conto de Simões Lopes Neto, nº 11, 2015 Assombramento – Afonso Arinos, nº 12, 2015 FILOSOFIA - Concepção de homem: Aproximações conceituais entre Paulo Freire e Edgar Morin – Glória das Neves Dutra Escarião, nº 2, 2013 ## Baudelaire e a correspondência das artes – Álvaro Cardoso Gomes, nº 5, 2014 ## O direito natural de Tomás de Aquino como categoria jurídico-metodológica contemporânea – Cláudio Pedrosa Nunes, nº 7, 2014 ## Kant e o Idealismo alemão – Flamarion Tavares Leite, nº 8, 2014 ## Joaquim Nabuco, Epicteto e a abolição da escravatura – Aldo Lopes Dinucci, nº 9, 2015 ## Fragmentos impressionistas – Carlos Alberto Jales, nº 12, 2015 FLÁVIO TAVARES - Flávio Tavares: Um pintor que alcançou a imortalidade - Equipe GENIUS, nº 3, 2013 ## Flávio Tavares: ontem, hoje e sempre, o admirável artista – Eudes Rocha, º 3, 2013. FOLCLORE - As feiras livres na Paraíba: Espaços de consumo modernos e tradicionais - Oswaldo Meira Trigueiro, nº 2, 2013 ## Nos baús da memória – Firmino Ayres Leite, nº 4, 2013 ## A viagem na literatura de cordel: Um diálogo entre um folheto de Manuel Camilo dos Santos e outro de Maria Godelivie – Verucci Domingos de Almeida, nº 5, 2014 ## As festas populares da Idade Média à Idade da Mídia – Oswaldo Meira Trigueiro, nº 5, 2014 ## Festa dos Tabuleiros em Tomar (Portugal): uma celebração ao Divino Espírito Santo – Oswaldo Meira Trigueiro, nº 7, 2014 ## 40º Encontro Cultural de Laranjeiras e o pulsar da Cultura – Osvaldo Meira Trigueiro, nº 9, 2015 ## Vivendo e aprendendo nos carnavais com Roberto Benjamim – Oswaldo Meira Trigueiro, nº 13, 2016 ## O folclore, de Rodrigues de Carvalho a Ademar Vidal - José Octávio de Arruda Mello, nº 25, 2017 ## A rede folkcom e o centenário de Luiz Beltrão – Osvaldo Meira Trigueiro, Nº 30, 2018 ## José Rodrigues de Carvalho e o Cancioneiro do Norte – Oswaldo Meira Trigueiro, nº 32, 2018 FRANCISCO CARVALHO - A morte de um poeta “exilado” – Carlos Alberto Jales, nº 2, 2013 FREI DAMIÃO - Frei Damião, o Missionário – Joaquim de Assis Ferreira (Con.), nº 6, 2014 FUTEBOL - Um jogo de futebol inesquecível – Carlos Alberto Jales, nº 16, 2016 GENEALOGIA - Breve relato a respeito da origem e formação da família Carneiro do sertão da Paraíba – Joaquim Osterne Carneiro, nº 7, 2014 GENIUS - Intelectuais se confraternizam no lançamento de GENIUS – Equipe GENIUS, nº 2, 2013 ## Em defesa do jornalismo cultural de qualidade – Igor Waltz, nº 5, 2014 ## O ponto de equilíbrio – Alessandra Torres, nº 9, 2015 ## Genius é exaltada na Câmara dos Deputados – Deputada Nilda Gondim, nº 10, 2015 ## “GENIUS”: escrevendo com arte – Mário Tourinho”, nº 13, 2016 ## Presidente Epitácio Pessoa: passeio do jurista em Boa /Viagem – Lucas Santos Jatobá, nº 14, 2016 GILBERTO FREYRE - Oito vezes Gilberto – Carlos Alberto Azevedo, nº 4, 2013 GRAFITE - Nossos grafites estão ameaçados: novos desafios do direito para a proteção do patrimônio artístico – Igor Halter Andrade, Jonathan França Ribeiro, Marcelo Conrado, nº 30, 2018 @@ A regulamentação legal do grafite: perspectivas e caminhos a partir de uma experiência prática em Curitiba, - Angela Cassia Costaldello e Francisco Bley, nº 32, 2018 GRAMÁTICA PORTUGUESA - Problemas de coesão em redações de vestibulandos – Chico Viana, nº 22, 2016 GUIMARÃES DUQUE - Guimarães Duque: um estudioso do semiárido nordestino – Joaquim Osterne Carneiro, nº 2, 2013 GUIOMAR NOVAES - Guiomar Novaes (1894-1979) – Camila Frésca, nº 5, 2014 HERÁLDICA - Espalha-se pelo Brasil e pelo mundo erro crasso na divisa latina do Brasão d´Armas de Cajazeiras – Evandro da Nóbrega, nº 6, 2014 HILDEBERTO BARBOSA FILHO - Múltiplo Hildeberto – Milton Marques Junior, nº 33, 2018 HIDROGRAFIA DA PARAÍBA - Transposição das águas do São Francisco – Lourdinha Luna, nº 29, 2018 O Rio Paraíba do Norte e sua toponímia – Vanderleid e Brito e Ida Steinmuller, nº 32, 2018 HISTÓRIA DA PARAÍBA - Herckmans é muito estudado ainda hoje mundo afora – mas não só por haver governado a Paraíba holandesa – Evandro da Nóbega, nº 2, 2013 ## A construção da ferrovia Patos-Campina Grande: o cotidiano dos cassacos- Josinaldo Gomes da Silva, nº 5, 2014 ## Repitam comigo: “Barlaeus nunca esteve no Brasil” “Barlaeus jamais visitou o Brasil holandês”- Evandro da Nóbrega, nº 11, 2015 ## A importância do complexo Curema-Mãe D´água: Considerações históricas e sócio-econômicas – Emmanoel Rocha Carvalho, nº 12, 2015 ## A Guarda Nacional e o coronelismo – Ramalho Leite, nº 13, 2016 ## A morte de João Suassuna – Rostand Medeiros, nº 12, 2015 ## Uma bibliografia para a Coluna Prestes – José Octávio de Arruda Melo, nº 2, 2013 # O Livro de Tombo do Padre Zé Diniz – Ramalho Leite, nº 16, 2016 ## A Inquisição na Paraíba no final do Século XVI e sua recrudescência no Século XVIII – Guilherme da Silveira D´Ávila Lins, nº 8, 2014 HISTÓRIA DO BRASIL - Dom Pedro II e João Goulart – Humberto Mello, nº 16, 2016 ## 1930: Estado e sociedade – uma polêmica historiográfica – Martha Mª Falcão de Carvalho e M. Santana, nº 22, 2016 ## O Bacharel luso-brasileiro no Brasil colonial – Maria José Teixeira Lopes Gomes, nº 8, 2014 ## O Brasil continua Bateau Mouche – Francisco Gil Messias, nº 14, 2016 ## Muito antes de Cabral – Thiago Andrade Macedo, nº 30, 2018 HISTÓRIA MUNICIPAL - Evolução histórica da cidade de Borborema –Antecedentes - Ramalho Leite, nº 29, 2018 HISTORIOGRAFIA - Um livro na matriz da historiografia brasileira – José Octávio de Arruda Mello, nº 1, 2013 ## A presença dos franciscanos na Paraíba através do Convento de Santo Antônio – Aldo di Cillo Pagotto (D.), nº 22, 2014 ## Uma reedição para nova visão da revolução de trinta – José Octávio de Arruda e Mello, nº 6, 2014

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HOMENAGEM - Editora Fórum homenageia o Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes – Equipe GENIUS, nº 2, 2013 ## Jurista brasileiro é homenageado em Portugal – Equipe GENIUS, nº 2, 2013. HORÁCIO DE ALMEIDA - Lembrando Horácio de Almeida – Lourdinha Luna, nº 13, 2016 IBIAPINA (Pe.) - Ibiapina, o político – Ronald de Queiroz Fernandes, nº 21, 2016 ## Padre Ibiapina, Missionário do Nordeste – Sebastião Aires de Queiroz, nº 33, 2018 IDEOLOGIA DE GÊNERO - Papa Francisco diz que a doutrinação das crianças com a ideologia de gênero é uma maldade, além de representar ma colonização ideológica – Equipe GENIUS, nº 21, 2016 IGNEZ MARIZ - Duas valorosas mulheres – Renato César Carneiro, nº 3, 2013 INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PARAIBANO - Evocações que me são gratas – Deusdedit V. Leitão, nº 24, 2017 ## Relevância do IHGP e dos Institutos Históricos municipais paraibanos – Joaquim Osterne Carneiro, nº 32, 2018 IRINEU FERREIRA PINTO - Irineu Ferreira Pinto – Vida e obra – Berilo Ramos Borba, nº 3, 2013. IVAN BICHARA SOBREIRA - Antes do Governador, o cidadão – Ricardo Vieira Coutinho, nº 31, 2018 ## Ivan Bichara – Ernani Sátyro, nº 31, 2018 ## Ivan Bichara, além do seu tempo... – Evaldo Gonçalves, nº 31, 2018 ## Ivan Bichara e o jornal O Norte – Evandro da Nóbrega, nº 31, 2018 ## Joana dos Santos ou uma história de amor – Flávio Sátiro Fernandes, nº 31, 2018 ## Os escondidos do Dr. Ivan – Gonzaga Rodrigues, nº 31, 2018 ## Ivan Bichara, indubitavelmente, um romancista de vocação – Hildeberto Barbosa Filho, nº 31, 2018 ## Quero governar à luz do sol, sem mistérios, sem subterfúgios e sem sombras – Ivan Bichara Sobreira, nº 31, 2018 # Venho para servir e não para ser servido – Ivan Bichara Sobreira, nº 31, 2018 ## A trajetória política de Ivan Bichara – José Octávio de Arruda Mello, nº 31, 2018 ## Cinco poemas de Ivan Bichara Sobreira – Ivan Bichara Sobreira, nº 31, 2018 JOACIL DE BRITO PEREIRA - Joacil de Brito Pereira, um esgrimista do direito - Flávio Sátiro Fernandes. Nº 1, 2013 JOÃO AGRIPINO FILHO - Centenário de nascimento de João Agripino Filho – Equipe GENIUS, nº 5, 2014 ## Perfil de uma administração – Juarez Farias, nº 5, 2014 JOÃO CABRAL DE MELO NETO - Um precursor de vanguardas – José Américo de Almeida, nº 15, 2016 JOHN STEINBECK - As agruras do homem do campo nos Estados Unidos pós-1929 – Tiago Eloy Zaidan, nº 21, 2016 JORNALISMO - ALVA e IDEIA: Duas revistas e um passado para a vida literária paraibana do Século XIX – Socorro de Fátima Pacífico Vilar, nº 10, 2015 JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA - José Américo de Almeida – Uma abordagem biográfica do político paraibano – Ana Isabel Souza Leão de Andrade, nº 15, 2016 ## José Américo de Almeida , o escritor e o estadista – Ernani Sátyro, nº 15, 2016 ## Mago do sertão, profeta das ruas – José Sarney, nº 15, 2016 ## O criador de um novo estilo – Alceu Amoroso Lima, nº 15, 2016 ## José Américo e A Bagaceira – Maria do Socorro Silva de Aragão, nº 15, 2016 ## José Américo de Almeida para crianças e jovens – Neide Medeiros Santos, nº 15, 2016 ## A fé cristã em José Américo – Lourdinha Luna, nº 15, 2016 ## O José Américo que eu lembro – Ramalho Leite, nº 15, 2016 ## Homem típico do Nordeste – Octacílio Nóbrega de Queiroz, nº 16, 2016 ## Destino e história social em Antes que me esqueça – José Octávio de Arruda Melo, nº 15, 2016 ## José Américo de Almeida – Paulo Bonavides, nº 15, 2016 ## José Américo no ano do golpe – Walter Galvão, nº 15, 2016 ## Em busca de possíveis edições eslavas das obras de José Américo de Almeida – Evandro da Nóbrega, nº 15, 2016 ## José Américo de Almeida (o memorialista) – Paulo Bonavides, nº 27, 2017 JOSÉ ELIAS BARBOSA BORGES - José Elias Barbosa Borges – Lourdinha Luna, nº7, 2014 JOSÉ JOFFILY BEZERRA - Joffily – Um militante da política ideológica – Gonzaga Rodrigues, nº 6, 2014 JOSÉ LINS DO REGO - Ostentação e decadência em Fogo Morto, de José Lins do Rego – Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues, EEJLR/novembro/2015 ## José Lins do Rego em variegadas línguas – inclusive russo e búlgaro – Evandro da Nóbrega, EEJLR/novembro/2015 ## Érico Veríssimo e José Lins do Rego: História social de contadores de histórias natos – Fabrício Santos da Costa, EEJLR/novembro/2015 ## O autor e a autoria: José Lins do Rego em cena – Iranilson Buriti de Oliveira, EEJLR/ novembro/2015 ## O enunciado do romance Usina, de José Lins do Rego: fluxo de consciência, circuito de vozes, repetição – Ângela Maria Rubel Fanini/Vanessa Lopes Ribeiro, EEJLR/novembro/2015 ## Ao rés do chão: história e literatura – Diego José Fernandes, EEJLR/novembro/2015 ## Discurso de posse na ABL – José Lins do Rego, EEJLR/novembro/2015 ## Um amante das boas histórias e das boas gargalhadas – Carlos Lacerda, EEJLR/novembro/2015 ## Aproximações ao ensaísmo de Zé Lins - Hildeberto Barbosa Filho, EEJLR/novembro/2015 ## Totônia e a arte de contar histórias – Neide Medeiros Santos, EEJLR/novembro/2015 ## O curioso caso de José Lins do Rego – Cristiano Ramos, EEJLR/novembro/2015 JOSÉ LOPES DE ANDRADE - O fundador da Cadeira 21 – Flávio Sátiro Fernandes, nº 11, 2015 JOSÉ PEDRO NICODEMOS - José Pedro Nicodemos, um historiador na educação ou um educador na história? – Regina Célia Gonçalves, nº 22, 2016 JOSÉ RODRIGUES DE CARVALHO - José Rodrigues de Carvalho e o Cancioneiro do Norte – Oswaldo M.eira Trigueiro, nº 32, 2018 LEDA BOECHAT RODRIGUES (Dra.) - Dra. Leda, na lembrança de uma contribuição – José Octávio de Arruda Melo, nº 13, 2016 LATIM - O latim na educação básica – José Loureiro Lopes, nº 21, 2016 LINGUÍSTICA - A linguagem regional-popular no nordeste do Brasil: Aspectos léxicos – Maria o So-


corro S. Aragão, nº 10, 2015 ## Falares nordestinos: aspectos culturais – Maria do Socorro Silva Aragão, º 3, 2013. LITERATURA - Notas para um jornal literário – Alexandre de Luna Freire, nº 1, 2013 ## Melancolia e erotismo em Olavo Bilac – Chico Viana, nº 2, 2013 ## A singularidade das palavras e das cores – Flávio Taares, nº 3, 2013. ## Seis histórias de bem contar a vida, o tempo, o amor e a morte – Antônio Mariano, nº 4, 2013 ## Melancolia e linguagem – Chico Viana, nº 10, 2015 ## Entre Augusto, Dioniso e Parfeno: Uma carta-ensaio ao erudito Evandro da Nóbrega – Hildeberto Barbosa Filho, nº 11, 2015 ## A representação minimalista de O Quadro-Negro – Ângela Bezerra de Castro, nº 1, 2013 ## Sob o signo da culpa – Chico Viana, nº 1, 2013 ## As palavras: Uma autobiografia romanceada, - José Jacson Carneiro de Carvalho, nº 1, 2013 ## Leitura: Um universo múltiplo – Neide Medeiros Santos, nº 3, 2013 ## Ah, essas vozes recorrentes – Krishnamurti Goes dos Anjos, nº 29, 2018 ## Exemplário da plenitude de viver – Ângela Bezerra de Castro, nº 32, 2018 LITERATURA ITALIANA - Cecco Angiolieri, o antiDante Alighieri – Evandro da Nóbrega, nº 4, 2013 LITERATURA POPULAR - Silvino Pirauá: O Enciclopédico – José Romildo de Sousa, nº 16, 2016 LIVROS - IX Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto – Maria José Teixeira Lopes Gomes, nº 5, 2014 LUIZ BELTRÃO - A rede folkcom e o centenário de Luiz Beltrão – Osvaldo Meira Trigueiro, Nº 30, 2018 LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA (Pe.) - Da grandeza humana - Ângela Bezerra de Castro, nº 25, 2017 MACHADO DE ASSIS - Um estudo de alguns contos machadianos sob a luz das representações sociais – Carlos Alberto Jales e Otaviana Maroja Jales, nº 13, 2016 MAGISTÉRIO - Cassetetes e Contracheques – Cristovam Buarque, nº 10, 2015 MARCELO DEDA - Morre o Governador de Sergipe, Marcelo Deda, grande amigo da Paraíba – Equipe GENIUS, nº 4, 2013 MEIO AMBIENTE - A fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá – Flávio Sátiro Fernandes, nº 16, 2016 ## Patos e a vizinha área ecológica de Teixeira – Octacílio Nóbrega de Queiroz, nº 6, 2014 MEMÓRIA - Orlando Tejo e Zé Limeira no sertão do Peixe-Piranhas – Eilzo Nogueira Matos, nº 4, 2013 ## O baobá do poeta – Diógenes da Cunha Lima, nº 6, 2014 ## História (quase conto) do homem que disse: não! – Gonzaga Rodrigues, nº 33, 2018 MILTON NÓBREGA - Morre Milton Nóbrega, o mago do design gráfico – Equipe GENIUS, nº 7, 2014 ## Em memória de Milton Nóbrega – Eilzo Nogueira Matos, nº 7, 2014 ## O tempo iluminado de Mituca – Juca Pontes, nº 7, 2014 ## Milton Nóbrega – Gonzaga Rodrigues, nº 7, 2014 MÚCIO WANDERLEY SÁTYRO - Faleceu o ex-deputado Múcio Wanderley Sátyro – Equipe GENIUS, nº 14, 2016 MUSEOLOGIA - Museus & redes sociais – Carlos Alberto Azevedo, nº 6, 2014 MÚSICA POPULAR BRASILEIRA - Do Nordeste para o Mundo – Érico Dutra Sátiro Fernandes, nº 2, 2013 ## Uma breve leitura sobre as homenagens a Luiz Gonzaga em CD – Érico Dutra Sátiro Fernandes, nº 1, 2013 ## Jackson do Pandeiro e o futebol – Érico Dutra Sátiro Fernandes, nº 9, 2015 ## Nacionalismo musical: o samba como arma de combate ao fado nos anos 1930 – Adalberto Paranhos, nº 34, 2018 NACIONALISMO - Nacionalismo brasileiro em perspectiva história – Ivan Colangelo Salomão, nº 34, 2018 ## Nacionalismo musical: o samba como arma de combate ao fado nos anos 1930 – Adalberto Paranhos, nº 34, 2018 NAPOLEÃO LAUREANO - Centenário de nascimento de Napoleão Laureano – Equipe GENIUS, Nº 7, 2014 ## Napoleão Laureano – O Nome e o Nume – Otávio Sitônio Pinto, nº 7, 2014 ## Napoleão Laureano – O político – Durval Ferreira, nº 7, 2014 NATHANAEL ALVES - Nathanael Alves – uma página sempre em branco - José Nunes, nº 16, 2016 NIVALSON FERNANDES DE MIRANDA - Nivalson Fernandes de Miranda – Evaldo Gonçalves de Queiroz, nº 8, 2014 NISE DA SILVEIRA - Nise da Silveira, rebeldia que gera ciência – Tiago Eloy Zaidan, nº 29, 2018 OBITUÁRIO - Isabel Marques da Silva (Zabé da Loca), nº 26, 2017 ## José Maria Pires (D.), nº 26, 2017 ## Joseph Levitch (Jerry Lewis), nº 26, 2017 ## Luiz Carlos dos Santos (Luiz Melodia), nº 26, 2017 ## Maria Goretti Zenaide, nº 26, 2017 ORLANDO TEJO - De Orlando Tejo a Zé Limeira: um paralelismo entre dois mundos – José Octávio de A. Mello, nº 33, 2018 OSMAR DE AQUINO - Osmar de Aquino: trajetória eleitoral nas indicações de um centenário – José Octávio de Arruda Mello, nº 24, 2017 PABLO LUCAS MURILLO DE LA CUEVA - Discurso de saudação ao Professor Doutor Pablo Lucas Murillo de La Cueva – Paulo Bonavides, nº 22, 2016 PARAIBANOS NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Discurso de posse – A. J. Pereira da Silva, nº 9, 2015 = Discurso de posse – José Américo de Almeida, nº 10, 2015 = Discurso de recepção a Múcio Leão – A. J. Pereira da Silva, nº 11, 2015 = Discurso de posse – Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, nº 12, 2015 = Discurso de posse – Aurélio de Lyra Tavares, nº 13, 2016 = Discurso de posse – Ariano Suassuna, nº 14, 2016 = O criador de um novo estilo – Alceu Amoroso Lima [Saudação a José Américo de Almeida], nº 15, 2016 = Um precursor de vanguardas – José Américo de Almeida, [Saudação a João Cabral de Melo Neto] nº 15, 2016 = Discurso de posse – Celso Furtado, nº 16, 2016 = Vida, tristeza e morte de Pereira da Silva – Peregrino Junior [Discurso de posse com elogio a Pereira da Silva], nº 22, 2016 = Não desertastes o campo da luta – Aníbal Freire [Saudação a Assis Chateaubriand] nº 24, 2017 = Crítica social de grande acento cristão – Marcos Vinícius Rodrigues Villaça [Saudação a Ariano Suassuna], nº 25, 2017 = Um político que pensa – Eduardo Portela [Saudação a Celso Furtado] nº 26, 2017 = Obra construída com amor, seriedade e segurança – Ivan Lins [Saudação a Aurélio de Lira Tavares], nº 27, 2017 = Um curioso cruzamento de polemista e de repórter (Discurso de posse, com o elogio de Assis Chateaubriand) – João Cabral de Melo Neto, nº 29, 2018 = José Lins do Rego, o homem e o escritor – (Discurso de posse com o elogio de José Lins do Rego) – Afonso Arinos de Melo Franco, nº 30, 2018 = A poesia para vós é luz, é guia, é pão, e é vida – Adelmar Tavares [Saudação a Pereira da Silva], nº 32, 2018 = Uma personalidade multifacética – (Discurso de posse, com o elogio de Celso Furtado) – Hélio Jaguaribe, nº 33, 2018 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA PARAÍBA - Carta do Lyceu Paraibano – IPHAEP, nº 16, 2016 PAULO BONAVIDES - Três momentos solenes de um Doutoramento – Equipe GENIUS, nº 5, 2014 ## Una breve presentatión Del Professor Paulo Bonavides, em oportunidad de recibir su Doctorado Honoris Causa de La UBA – Ricardo Rabinovich-Berkman, nº 5, 2014 ## Palabras porteñas: Uma laudatio AL Prof. Dr. Paulo Bonavides Obertura sobre naturaleza y cultura em nuestro jurista decano - Raul Gustavo Ferreyra, nº 5, 2014 PAULO GADELHA - Luto na Academia [Falecimento do Acadêmico Paulo Gadelha] – Equipe GENIUS, nº 1, 2013 ## O sousense Paulo Gadelha – Eilzo Nogueira Matos, nº 1. 2013 PEDRO MORENO GONDIM - O homem que foi Pedro – Gonzaga Rodrigues, EEPMG, maio/2014 ## Centenário de Pedro Gondim – Lourdinha Luna, EEPMG, maio/2014 ## A beleza do outono – Adylla Rocha Rabello, EEPMG, maio/2014 ## As formas poéticas de Homero Morgon – Manoel Batista de Medeiros, EEPMG, maio/2014 ## Na trajetória eleitoral de Pedro Gondim – José Octávio de Arruda Mello, EEPMG, maio/2014 ## O meu amigo Pedro Gondim – Ramalho Leite, EEPMG, maio/2014 ## Pedro Gondim: humanismo e ética – Evaldo Gonçalves de Queiroz, EEPMG, maio/2014 ## Pedro Moreno Gondim – Waldir Lira dos Santos Lima, EEPMG, maio/2014 ## Pedro Moreno Gondim – Hélio Zenaide, EEPMG, maio/2014 ## Clarinadas – Equipe GENIUS, EEPMG, maio/2014 ## Pedro Moreno Gondim e a Justiça Eleitoral – Renato César Carneiro, EEPMG, maio/2014 ## Uma festa do povo, com o povo e para o povo – Equipe GENIUS, EEPMG, maio/2014 ## O homem é Pedro – Nelson Coelho, EEPMG, maio/2014 ## Dois poemas de Homero Morgon – Pedro Gondim, EEPMG, maio/2014 ## Governador Pedro Gondim visita a Faculdade de Direito do Recife – Equipe GENIUS, EEPMG, maio/2014 ## Faz-se necessário um governo diferente – Pedro Moreno Gondim, EEPMG, maio/2014 PISCICULTURA NA PARAÍBA - O pai da piscicultura na Rainha da Borborema: Rodolpho von Iheringe a Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste em Campina Grande-PB (1934-1935) – Erika Derquiane Cavalcante e Maria Ida Steinmuller, nº 24, 2017

POESIA – APRECIAÇÕES - A poética em Alcides Carneiro – Joaquim Osterne Carneiro, nº 9, 2015 ## Augusto para todos os séculos – Ângela Bezerra de Castro, nº 11, 2015 ## Vinte anos de poesia – Sérgio de Castro Pinto, nº 22, 2016 ## A representação da morte na poesia de Augusto dos Anjos e de Cecília Meireles – Neide Medeiros Santos, nº 6, 2014 ## Augusto dos Anjos e Alfredo Pimenta: uma comparação – Chico Viana, nº 6, 2014 ## Hildeberto – A pedagogia do poético – Ângela Bezerra de Castro, nº 25, 2017 ## De Orlando Tejo a Zé Limeira: um paralelismo entre dois mundos – José Octávio de Arruda Mello, nº 33, 2018 POESIA – PRODUÇÕES - Seis poemas de Ciro José Tavares, nº 1, 2013 ## Quatro poemas de Chicão de Bodocongó, nº 2, 2013 ## Cinco poemas de Walter Galvão, nº 3, 2013. ## Cinco sonetos de Raul Machado, nº 4, 2013 ## Cinco poemas (Inéditos) de Francisco Gil Messias, nº 5, 2014 ## Cinco poemas de Luiz Fernandes da Silva, nº 6, 2014 ## Cinco poemas de Ernani Sátyro, nº 7, 2014 ## Cinco poemas de Carlos Alberto Jales, nº 8, 2014 ## Cinco sonetos de Américo Falcão, nº 9, 2015 ## Cinco poemas de Cleide Maria Fernandes Ferreira (Dândy), nº 10, 2015 ## Cinco poemas de Tarcísio Meira César, nº 11, 2015 ## Cinco poemas de Manuel José de Lima (Caixa Dágua). nº 13, 2016 ## Dez poemas de José Américo, nº 15, 2016 ## Cinco poemas de Sá Leitão Filho, nº 16, 2016 ## Cinco poemas de Violeta Formiga, nº 21, 2016 ## Cinco poemas de Flávio Sátiro Fernandes, nº 22, 2016 ## Cinco poemas de Regina Lyra, nº 24, 2017 ## Cinco poemas de D. Fernando Gomes, nº 25, 2017 ## Cinco poemas de Manuel Bandeira, nº 26, 2017 ## Cinco poemas de João Cabral de Melo Neto, nº 27, 2017 ## Cinco poemas de Cecília Meireles, nº 29, 2018 ## Cinco poemas de Wandecy Medeiros, nº 30, 2018 ## Cinco poemas de Ivan Bichara Sobreira, nº 31, 2018 ## Cinco poemas de Pereira da Silva, nº 32, 2018 ## Cinco poemas de Chico Viana, nº 33, 2018 ## O espelho – Auxiliadora Borba, nº 33, 2018 ## Cinco poemas de Manuel Bandeira, nº 34, 2018 PORTUGAL - Sebastianismo: a revisão de um mito – Eliane de Alcântara Teixeira, nº 6, 2014 REFLEXÕES - Prosa caótica – o duro recomeço Caderno 1 (1985/2000) – Eilzo Nogueira Matos, nº 13, 2016 ## Última revelação – Chico Viana, nº 13, 2016 REINALDO DE OLIVEIRA SOBRINHO - O historiador Reinaldo de Oliveira Sobrinho – Equipe GENIUS, nº 11, 2015 RELIGIÃO - Os mitos e o feminino maculado: Gênesis – André Agra Gomes de Lira, nº 1, 2013 ## A Igreja do Rosário de Pombal e o sincretismo religioso – José Romero de Araújo Cardoso, nº 2, 2013 RESENHAS LITERÁRIAS - Diário de bordo – O legado de Jacques Drouvot: Um romance de aventuras? – Neide Medeiros Santos, nº 12, 2015 ## Setas do arco íris – Sonetos de poesia vária – Paulo Bonavides, nº 25. 2017 ## Carlos Alberto Jales e a palavra submersa – Bartyra Soares, nº 29, 2018 ## História de um revolucionário – João Lélis de Luna Freire, Nº 30, 2018 REVOLUÇÃO DE 1817 - Uma tela do pintor Antônio Parreiras – A rendição de Peregrino – Flávio Sátiro Fernandes, nº 28, 2017 ## 1817 – A ciumeira dos republicanos de Pernambuco: a carta do Padre João Ribeiro – Josemir Camilo de Melo, nº 28, 2017 ## Bárbara de Alencar, de inimiga do rei a heroína nacional: percursos da imaginação história e modelos de representação literária – Cláudia Luna, nº 28, 2017 ## Memórias da insurreição de 1817 na Paraíba: o diário do Sargento Francisco Inácio do Valle – Serioja R. C. Mariano, nº 28, 2017 ## Cancioneiro da Revolução – Diversos, nº 28, 2017 ## A primeira lei orgânica brasileira: 2017 – José Honório Rodrigues, nº 28, 2917 ## O processo histórico de 1817 em Pernambuco – Vamireh Chacon, nº 28, 2017 # A revolução de 1817 na Paraíba: velhas e novas interpretações – José Octávio de Arruda Mello, nº 28, 2017 ## O despertar de uma memória esquecida e aviltada – Eliete de Queiroz Gurjão, nº 28, 2017 ## Quatro telas de Antônio Parreiras – Nº 28, 2017 ROMERO ÁBDON QUEIROZ DA NÓBREGA - Romero Nóbrega: um jurista de várias faces – Renato C. Carneiro, nº 7, 2014 RONALD QUEIROZ - Uma ponte sobre o abismo – Equipe GENIUS, nº 21, 2016 RONALDO CUNHA LIMA - Um paraibano no Congresso: ativação política, cultura, Código Civil e efeito vinculante – José Octávio de Arruda Melo, nº 9, 2015 SECA - Seca no Nordeste: um tema sempre atual – Joaquim Osterne Carneiro, nº 4, 2013 SEIXAS DÓRIA - Seixas Dória: As horas amargas de intolerância e solidão - Patrícia Sobral de Sousa, nº 21, 2016 SÉRGIO DE CASTRO PINTO - O poeta só inspira admiração - Ângela Bezerra de Castro, Nº 29, 2018 SERVIÇO SOCIAL - O menor carente – Marinalva Freire da Silva, nº 3, 2013. SOCIOLOGIA - O vaqueiro: símbolo da liberdade e mantenedor da ordem no sertão – Tanya Maria Pires Brandão, nº 4, 2013 SUMMA THEOLOGICA - Tarcísio Burity, Wilson Aquino, Tomás de Aquino e os 11 volumes da Summa Theologica (em latim e português) nas estantes do degas aqui – Evandro da Nóbrega, nº 21, 2016 TEATRO - O Papa dramaturgo – Tarcísio Pereira, nº 26, 2017 TEREZINHA DE JESUS RAMALHO PORDEUS - Duas valorosas mulheres – Renato César Carneiro, nº 3, 2013. TEXTOS E DOCUMENTOS QUE INTERESSAM À HISTÓRIA DA PARAÍBA - O selo da perpetuidade – José Américo de Almeida, nº 3, 2013 ## Venho governar sem prevenções e sem preferências – João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, nº 4, 2013. ## Lei Estadual nº 1.366, de 02 de dezembro de 1955 – Cria a Universidade da Paraíba e dá outras providências/Lei Federal nº 3.835, de 13 de dezembro de 1960 – Federaliza a Universidade da Paraíba, nº 5, 2014 ## Primeira Constituição do Estado – nº 6, 2014 ## Legislação pré-revolucionária, nº 7, 2014 # Segunda Constituição do Estado, de 20 de julho de 1892, nº 8, 2014 ## A Constituição de 27 de setembro de 1930, nº 9, 2015 ## A Constituição de 10 de maio de 1935, nº 10, 2015 ## A Constituição de 20 de outubro de 1945, nº 11, 2015 ## A Constituição de 11 de junho de 1947, nº 12, 2015 ## A Constituição de 12 de maio de 1967, nº 13, 2016 ## Constituição do Estado da Paraíba (Emenda Constitucional nº 1, de 16 de junho de 1970), nº 14, 2016 # Os acontecimentos da Praça da Bandeira, em Campina Grande – Ernani Sátyro, nº 16, 2016 ## Campina Grande e o comício da Praça da Bandeira – Samuel Duarte, 21, 2016 ## O conflito de Campina – Samuel Duarte, nº 21, 2016 TRANSPORTE FERROVIÁRIO - As estações ferroviárias e as sensibilidades do moderno (1950-1960) – Josinaldo Gomes da Silva, nº 10, 2015 # Notas sobre a importância da Estrada de Ferro Mossoró-Sousa – José Romero de Araújo Cardoso e Marcela Ferreira Lopes, nº 10, 2015 TRIBUNAIS DE CONTAS - Os Tribunais de Contas no cenário político-legal da atualidade – Marcelo Deda, nº 4, 2013 ## Oração da Medalha do Tribunal de Contas do Ceará – Paulo Bonavides, nº 14, 2016 ## Paraibano assume a presidência da ATRICON – Equipe GENIUS, nº 30, 2018 ## A esperança não murcha, ela não cansa – Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, nº 30, 2018 TURISMO - Do Alaska ao Ushuaia (Do Alaska a el fin del mundo) – Carlos Meira Trigueiro, nº 2, 2013 ## O potencial da história da capital paraibana no desenvolvimento do seu turismo cultural – Guilherme Gomes da Silveira d´Ávila Lins, nº 4, 2013. ## Stowen e Eden Mountain, duas interessantes e atraentes cidades norteamericanas – Carlos Meira Trigueiro, nº 5, 2014 ## A bela praia do Cabo Branco – Wills Leal, nº 7, 2014 ## João Pessoa, Capital da República da Paraíba: em meio a uma das maiores áreas de mata atlântica urbana do Brasil – Boaz Vasconcelos Nóbrega, nº 7, 2014 # Nos caminhos da China – Eliane Dutra Fernandes, nº 8, 2014 ## A Festa das Neves em Portugal – Osvaldo Meira Trigueiro, nº 27, 2017 ## Em Dubai, nas alturas – Eliane Dutra Fernandes, nº 14, 2016 ## Sentimento em Berlim – Ailton Elisiário, nº 29, 2018 ## Nas proximidades de Lisboa – Ailton Elisiário, nº 30, 2018 UBIRATAN TARGINO BOTTO - Um jurista internacional – Adalberto Targino, nº 25, 2017 VIDA ACADÊMICA - Festa na Academia [Posse do Acadêmico Marcos Cavalcante] – Equipe GENIUS, nº 1, 2013 ## A imortalidade acadêmica – Damião Ramos Cavalcanti, nº 1, 2013 ## Academia recebe Severino Ramalho Leite – Equipe GENIUS, 2013, nº 4, 2013. VINGT-UN ROSADO - A batalha de Vingt-un Rosado em defesa da pesquisa de petróleo na bacia potiguar – José Romero de Araújo Cardoso, nº 3, 2013. VIRGÍNIUS DA GAMA E MELO - Virgínius da Gama e Melo – romancista política – Flávio Sátiro Fernandes, nº 13, 2016 O romance histórico em Virgínius – José Octávio de Arruda Mello, nº 32, 2018 WELLINGTON HERMES V. DE AGUIAR - Morre o escritor e historiador Wellington Aguiar – Equipe GENIUS, nº 8, 2014

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COLABORADORES A. J. Pereira da Silva (In Memoriam) – 9, 11, 32 Abelardo Jurema Filho – 5, 11 Adalberto Paranhos - 34 Adalberto Targino – 25 Adelmar Tavares - 32 Adylla Rocha Rabello – EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014 Afonso Arinos (In Memoriam) – 12 Afonso Arinos de Melo Franco (In Memoriam) - 30 Ailton Elisiário – 25, 29, 30 Alceu Amoroso Lima (In Memoriam) – 15 Alcides Carneiro (In Memoriam) - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 32 Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Aldo Di Cillo Pagotto (D.) – 8 Aldo Lopes Dinucci – 9 Alessandra Torres – 9 Alexandre de Luna Freire – 1 Aline Passos - 21 Aluísio de Azevedo (In Memoriam) – 13 Aníbal Freire (In Memoriam) - 24 Álvaro Cardoso Gomes – 5 Américo Falcão (In Memoriam) – 9 Ana Isabel Sousa Leão Andrade – 15 André Agra Gomes de Lira – 1 André Lucena - 32 Andrès Von Dessauer – 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 16, 21, 22, 23, 24, 25,26, 27, 29, 30, 32, 33 Ângela Bezerra de Castro – 1, 11, 25, 29, 32 Ângela Cassia Costaldello - 32 Ângela Maria Rubel Fanini – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Anna Maria Lyra e César – 6 Anníbal Bonavides (In Memoriam) – 8 Anton Tchecov (In Memoriam) - 30 Antônio Mariano de Lima – 4 Antônio Parreiras (In Memoriam) - 28 Ariano Suassuna (In Memoriam) – 14 Assis Chateaubriand (In Memoriam) – 12 Astênio César Fernandes – EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014, 8 Augusto dos Anjos (In Memoriam) – EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014 Aurélio de Lyra Tavares (In Memoriam) – 13 Austregésilo de Atahyde (In Memoriam) – 23 Auxiliadora Borba - 33 Bartyra Soares - 29 Berilo Ramos Borba – 3 Bertholdo Sátyro e Sousa - 34 Boaz Vasconcelos Lopes – 7 Camila Frésca – 5 Carlos Alberto de Azevedo– 4, 6, 11 Carlos Alberto Jales – 2, 12, 14, 16, 23, 25 Carlos Lacerda (In Memoriam) – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Carlos Meira Trigueiro – 2, 5 Carlos Pessoa de Aquino – 5 Celso Furtado - 16 Coriolando de Medeiros (In Memoriam) – 27 Chico Pereira - 16 Chico Viana – 1, 2, 4, 6, – EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014, 10, 13, 14, 22, 24, 33 Ciro José Tavares – 1, 23 Cláudia Luna - 28 Cláudio José Lopes Rodrigues – 5, 6, 27 Cláudio Pedrosa Nunes – 7 Cleanto Gomes Pereira - 33 Cristiano Ramos – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Cristovam Buarque – 10 Damião Ramos Cavalcanti – 1, 11 Deusdedit de Vasconcelos Leitão - 24 Diego José Fernandes – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Diógenes da Cunha Lima – 6 Durval Ferreira – 7 Eça de Queiroz (In Memoriam) – 14 Eilzo Nogueira Matos – 1, 4, 7, 13 Eliane de Alcântara Teixeira - 6 Eliane Dutra Fernandes – 8, 14 Eliete de Queiroz Gurjão - 28 Elizabeth Marinheiro – 12 Emmanoel Rocha Carvalho – 12 Érico Dutra Sátiro Fernandes - 1, 9, 27 Erika Derquiane Cavalcante - 24 Ernani Sátyro (In Memoriam) –EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014, 7, EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 11, 15, 16, 31 Esdras Gueiros (In Memoriam) - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Eudes Rocha - 3 Evaldo Gonçalves de Queiroz - EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014, 8, 31, 34 Evandro da Nóbrega- 2, 4, 6, EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 11, 14, 15, 21, 31 Everaldo Dantas da Nóbrega – 13 Everardo Luna (In Memoriam) - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Ezequiel Abásolo - 8 Fábio Franzini – 7 Fábio Túlio Filgueiras Nogueira - 30 Fabrício Santos da Costa – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Felizardo de Moura Jansen - 29 Fernando Gomes (D.) (In Memoriam) - 25 Firmino Ayres Leite (In Memoriam) - 4 Flamarion Tavares Leite – 8 Flávio Sátiro Fernandes – 1, 2, 4, 6, EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 14, 16, 21, 22, 23, 26, 28, 31, 33, 34 Flávio Tavares – 3 Francisco Bley - 32 Francisco de Assis Cunha Metri (Chicão de Bodocongó) - 2 Francisco Gil Messias – 2, 5, 14, 34 Gerardo Rabello – 11 Gustavo Rabay Guerra – 27 Giovanna Meire Polarini – 7 Glória das Neves Dutra Escarião – 2 Gonzaga Rodrigues – 6, EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014, 11, 31, 33, 34 Guilherme Gomes da Silveira d’Avila Lins – 4, 8 Hamilton Nogueira (In Memoriam) – EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Hélio Jaguaribe - 33 Hélio Zenaide – EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014 Hildeberto Barbosa Filho – 11, EE José Lins do Rego/Novembro/2015, 31 Humberto Fonseca de Lucena - 23 Humberto Melo – 16 Ida Maria Steinmuller – 24, 32, 33 Igor Halter Andrade – 30

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Inês Virgínia Prado Soares - 23 Iranilson Buriti de Oliveira – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Itapuan Botto Targino – 3 Ivan Bichara Sobreira - 31 Ivan Colangelo Salomão - 34 João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (In Memoriam) – 4 João Cabral de Melo Neto (In Memoriam) – 27, 29 João Lelis de Luna Freire - 30 Joaquim de Assis Ferreira (Con.) (In Memoriam) – 6 Joaquim do Amor Divino Caneca - 28 Joaquim Osterne Carneiro – 2, 4, 7, 9, EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 11, 14, 25, 32, 33 Jonathan França Ribeiro – 30 José Américo de Almeida (In Memoriam) – 3, 10, EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 15 José Honório Rodrigues (In Memoriam) - 28 José Jackson Carneiro de Carvalho – 1 José Leite Guerra – 6 José Lins do Rego (In Memoriam) – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 José Loureiro Lopes – 16, 21 José Mário da Silva Branco – 11, 13 José Nunes – 16, 25 José Octávio de Arruda Melo – 1, 3, 6, EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014, 9, 13, 15, 21, 24, 25, 28, 30, 31, 32, 33, 34 José Romero Araújo Cardoso – 2, 3, 10, 11 José Romildo de Sousa – 16 José Sarney – 15 Josemir Camilo de Melo – 11, 28 Josinaldo Gomes da Silva – 5, 10 Juarez Farias – 5 Juca Pontes – 7, 11, 27 Krishnamurti Goes dos Anjos – 29 Ivan Lins – 27 Linaldo Guedes – EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014 Lourdinha Luna – EE/Pedro Moreno Gondim/2014, 7, 13, 15, 29 Lucas Santos Jatobá – 14 Luiz Augusto da Franca Crispim (In Memoriam) – 13 Luiz Fernandes da Silva- 6 Machado de Assis (In Memoriam) – 9 Manoel Batista de Medeiros – EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014 Manuel José de Lima (Caixa Dágua) (In Memoriam) – 13 Marcelo Conrado – 30 Marcelo Deda (In Memoriam) – 4 Márcia de Albuquerque Alves - 23 Marcílio Toscano Franca Filho - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 23 Marcos Cavalcanti de Albuquerque – 1 Marcus Vilaça - 25 Margarida Cantarelli - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Maria das Neves Alcântara de Pontes – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Maria do Socorro Silva de Aragão – 3, 10, 15 Maria José Teixeira Lopes Gomes – 5, 8 Maria Olívia Garcia R. Arruda – EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014 Mariane Bigio - 28 Marinalva Freire da Silva – 3, 9 Mário Glauco Di Lascio – 2 Mário Tourinho – 13, 34 Martha Mª Falcão de Carvalho e M. Santana - 22 Martinho Moreira Franco – 11 Matheus de Medeiros Lacerda - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Mercedes Cavalcanti (Pepita) – 4 Milton Marques Júnior – 4, 33 Moema de Mello e Silva Soares – 3 Neide Medeiros Santos – 3, 6, EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, EE/José Lins do Rego/ Novembro/2015, 15, 23, 27, 32 Nelson Coelho – EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014 Neno Rabello – 11 Neroaldo Pontes de Azevedo – 2 Octacílio Nóbrega de Queiroz (In Memoriam) - 6, 15 Octávio de Sá Leitão (Sênior) (In Memoriam) - 23 Octávio de Sá Leitão Filho (In Memoriam) – 16 Osvaldo Meira Trigueiro – 2, 5, 6, 7, 9, 10, 13, 25, 27, 30, 32 Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo (In Memoriam) – EE/Epitácio da Silva Pessoa/ Maio/2015 Otaviana Maroja Jalles - 14 Otávio Sitônio Pinto – 7 Patrícia Sobral de Sousa - 21 Paulo Bonavides – 1, 4, 5, 9, 10, EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015, 12, 14, 15, 16, 22,23, 25, 27 Pedro Moreno Gondim (In Memoriam) – EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014 Peregrino Júnior (In Memoriam) - 22 Raimundo Nonato Batista (In Memoriam) – 3 Raúl Gustavo Ferreyra – 5 Raul de Goes (In Memoriam) - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Raul Machado (In Memoriam) – 4 Regina Célia Gonçalves – 22 Regina Lyra - 24 Renato César Carneiro – 3, 6, EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014,7,9 Ricardo Vieira Coutinho – 31 Ricardo Rabinovich Berkmann – 5 Roberto Rabello – 11 Ronald de Queiroz Fernandes (In Memoriam) - 21 Rostand Medeiros – 12 Ruy de Vasconcelos Leitão – 16 Samuel Duarte (In Memoriam) – 21 Sebastião Aires de Queiroz - 33 Sérgio de Castro Pinto – 22 Serioja R. C. Mariano – 28 Severino Alves de Sousa - 28 Severino Ramalho Leite – 4, EE/Pedro Moreno Gondim/Maio/2014, 13, 15, 16, 29 Socorro de Fátima Patrício Vilar – 10 Thanya Maria Pires Brandão – 4 Thiago Andrade Macedo – 30 Tiago Eloy Zaidan – 11, 13, 21, 23, 29 Thomas Bruno Oliveira - 34 Vamireh Chacon - 28 Vanderley de Brito - 32 Vanessa Lopes Ribeiro – EE/José Lins do Rego/Novembro/2015 Verucci Domingos de Almeida – 5, EE/Augusto dos Anjos/Novembro/2014 Vicente de Carvalho – 16 Violeta Formiga (In Memoriam) - 21 Virgínius da Gama e Melo (In Memoriam) - EE/Epitácio Pessoa/Maio/2015 Waldir dos Santos Lima – EE/Pedro Moreno Gondim/Novembro/2014 Walter Galvão – 3, 9, 15 Wandecy Medeiros - 30 William Costa - 33 Wills Leal – 2, 7


DEZ FRASES QUE... NÃO SÃO DE EFEITO... MAS QUE PODEM TER EFEITO... “O SILÊNCIO RESPONDE ATÉ MESMO O QUE NÃO FOI PERGUNTADO”.

“É MAIS FÁCIL ENSINAR DO QUE EDUCAR, POIS, PARA ENSINAR VOCÊ SÓ PRECISA SABER, ENQUANTO PARA EDUCAR, VOCÊ PRECISA SER”.

ACEITE O CONSELHO DOS OUTROS MAS NUNCA DESISTA DE SUA PRÓPRIA OPINIÃO. WILLIAM SHAKESPEARE

AME A PESSOA QUE O VIU, QUANDO NINGUÉM O VIA.

NÃO PONHA LIMITES EM SEUS SONHOS. PONHA FÉ.

VÁ O MAIS LONGE QUE PUDER, MAS NUNCA SE ESQUEÇA DE ONDE VEIO.

O ÓDIO QUE VOCÊ SENTE NÃO ATINGE NINGUÉM, SENÃO VOCÊ MESMO.

EU TE DEI R$10,00. ELE TE DEU R$20,00. VOCÊ PENSOU QUE ELE FOSSE MELHOR, POR TE TER DADO MAIS. MAS ELE TINHA R$500,00 E EU SÓ TINHA R$10,00.

NÃO ADIANTA QUERER CULPAR O VENTO PELA DESORDEM FEITA, SE FOI VOCÊ QUE DEIXOU A JANELA ABERTA.

“JÁ CHOREI ATÉ PEGAR NO SONO, MAS TAMBÉM JÁ FUI DORMIR TÃO FELIZ AO PONTO DE NEM CONSEGUIR FECHAR OS OLHOS”. CLARICE LISPECTOR

ISSN: 2357-8335

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