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DIÁRIO DO NORDESTE FORTALEZA, CEARÁ - QUARTA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 2018
Cidade
Reforma na Praça da Cidade 2000
Gestão Integrada de Resíduos
OBRAS. A Praça da Cidade 2000 vai ser reformada e
9H. Acontece, hoje, na Secretaria do Meio Ambiente,
ampliada, juntamente com a delegacia do local. O investimento é de R$ 1,7 mi, com prazo de seis meses
assinatura de protocolo com 9 prefeitos da RMF para criar um consórcio para a Gestão Integrada de Resíduos
ALERTA
Sete casos confirmados e três mortes no Ceará por H1N1 Em nota técnica divulgada ontem (17), a Sesa orienta notificação de todos os casos internados e óbitos THATIANY NASCIMENTO VANESSA MADEIRA Repórteres
Sete casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocada pelo vírus influenza A H1N1 foram confirmados no Ceará neste ano. Segundo nota técnicadivulgadaontem(17)pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), deste total, três pessoas morreram em virtude da doença. Ainda conforme o documento, cujos dados se referem ao período entre 1º de janeiro e 14 de abril, o Estado contabiliza umaocorrência deSRAGocasionada pelo vírus influenza B. Além da vacina, medidas como lavar as mãos ou utilizar álcool em gel, usar lenços descartáveis e evitar aglomerações se estiver comalgunsdossintomassãoformas de se prevenir da doença. Em todo o ano passado, de acordocomaSesa, oCearáregistrou36casosdeSRAGporinflueza. A nota técnica não especifica quais tipos de vírus foram responsável pela doença. No entanto, os dados apontam que, do total de casos confirmados, cinco evoluíram para óbito. Diante do cenário observado, a Sesa reforçou a orientação para que profissionais de saúde das redes pública e privada notifiquem todos os casos internados ou que tenham culminado na morte dos pacientes “para que sejam implementadas medidas de prevenção e controle”. Nesteano, acampanha nacional de vacinação contra a influenza deve ter início no próximo dia 23. A exceção é o estado de Goiás, quedevido à quantidade de óbitos registrados – 13 até o momento –, antecipou a mobilização. Serão imunizados grupos prioritários, como crianças comaté cinco anosdeidade,idosos,portadoresdedoençascrônicas, gestantes, puérperas, trabalhadores da área da Saúde e população indígena. No Ceará, a expectativa é vacinar cerca de 2 milhões de pessoas.
Ocorrência A influenza pode ocorrer durante todo o ano, porém sua propagaçãocresce rapidamenteem algumas estações. O Ministério da Saúde aponta o período de junho a agosto, por ser mais frio, comoomaispropícioparaaocorrência de epidemias de gripes.
Imunização Robério reitera que em relação à sazonalidadeda doença, o Brasil inteiroétratadode“maneiraúnica”. Isto, segundo o infectologista, não deveria ser assim. Pois, no Nordeste, por exemplo, o ideal é que a vacinação tivesse início entre fevereiro e março já
ANO PASSADO
36
casos de SRAG causada por influenza foram registrados em todo o ano passado no Ceará. Do total de casos confirmados, cinco evoluíram para óbito A campanha nacional de vacinação contra a influenza terá início no próximo dia 23. No Ceará, a expectativa é vacinar 2 milhões de pessoas FOTO: NATINHO RODRIGUES
A vacina contra gripe, que será liberada para os grupos de risco na próxima semana, protege contra vírus influenza A, B e C NoEstado,assimcomonorestante do Nordeste, segundo o infectologistaeprofessordaUniversidade Federal do Ceará (UFC), Robério Leite, todos os anos há uma discussão sobre a necessidade de antecipação das vacinas em virtude das condições climáticas, que fazem o período de maior propagação da influenza ser entre os meses de fevereiro e maio. A vacina contra gripe, que será liberada para os grupos de risco na próxima semana, protege contra estes três tipos de vírus influenza (A, B e C). Conforme o infectologistaRobérioLeite,o vírus é muito variável. “Ele é um vírus muito diferente. A medida que os anos vão passando a gente vai tendo contato, e o impacto dele já é diferente do que quando foi introduzido em 2009”.
H1N1
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
75
casos notificados
7
casos confirmados por Influenza A H1N1
1
funcionou no último domingo (15) e também deve abrir as portas no próximo (22). Noperíododechuvas,eleconta que o espaço recebe esse númeromaior depacientes, agrande maioria com crianças. Ele ressalta que o atendimento na instituiçãoéde10minutosparaespera e mais 10 para o momento da vacina em si. Noentanto,apacienteMarilene Costa e Silva, 63, esperava há meia hora quando falava com a reportagem. Recuperada há 4 meses de um câncer de mama, elabuscouavacinaparaseprevenircontrainfecções.“Mesmoainda tendo 100 pessoas na minha frente, vou esperar, porque estou preocupada”, conta. Na clínica Imunize, também no bairro Aldeota, às 12h de on-
3
caso confirmado por Influenza B
óbitos causados por vírus Influenza A H1N1
FONTE: SESA
Comparativo Sintomas
Influenza A (H1N1) Viroses
Gripe comum
Não chega a 39º Febre Menor intensidade Dor de cabeça Esporádicos Calafrios Moderado Cansaço Moderadas Dores musculares Moderados Dor ou ardor nos olhos Manchas vermelhas pelo corpo Não apresenta Acentuada Dor de garganta Menos intensa Tosse Forte e com congestão nasal Muco (catarro)
Início súbito a 38º Intensa Frequentes Extremo Intensas Intensas Não apresenta Leve Seca e contínua Pouco comum
Sim Pode ser leve ou intensa Pode apresentar Não é frequente Pode apresentar Pode apresentar Não apresenta Não apresenta Não é frequente Não apresenta
Medidas de prevenção para evitar as doenças
Utilizar lenços descartáveis
Lavar as mãos
Cobrir a boca ao tossir ou espirrar
Evitais locais com aglomeração de pessoas
Utilizar álcool gel nas mãos FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE
Procura por vacina aumenta na Capital Temendo a transmissão do vírus H1N1 e com pressa na busca por imunização, muitas pessoas têm procurado clínicas particulares em Fortaleza e, mesmo assim, enfrentadofilas etempodeespera. Na Clínica de Vacinação Dra. Núbia Jacó, no bairro Aldeota, desde o último sábado (14) estão sendo distribuídas, em média, 700 vacinas por dia. O normal é 70 unidades. “O que temos percebido é que muita gente, a grande maioria com crianças, vêm com bastante pânico. No começo identificamos muitas fake news, mas é importante não esquecer de que este vírus realmente não é inofensivo”, explica o médico João Cláudio Jacó, diretor da clínica. Paraatenderàgrandedemanda, o diretor afirma que a clínica
De acordo com ele, a expectativa é que em Fortaleza, este ano, haja uma predominância de circulação da influenza tipo A H3N2, mas os registros ainda não confirmam essa projeção. “Não temos ainda dados oficiais. O que se sabe é que neste momento estão circulando as três cepas do vírus”. Questionado sobre a suposta gravidade do H1N1 em relação aos demais tipos de vírus da influenza, Robério informa que o cenário mais complicado foi em 2009, quando o H1N1 ainda era desconhecido.Noatualmomento,afirma ele, os três tipos de vírus “podem evoluir e causar óbitos. No entanto, a situação não está fora de controle. Então não há motivo para pânico”. Outro fator importante, reforça o médico, é que a vacina é mais eficaz contra a influenza B e influenza A (H1N1).
Muitas pessoas têm procurado clínicas particulares em Fortaleza e, mesmo assim, enfrentado filas e tempo de espera FOTO: HELENE SANTOS
tem as doses já haviam acabado. A empresária Rachel Cavalcante levou os dois filhos, de três e oito anos, para tomarem a vacina. “Estamosaquiporcausadopânico. Não queremos passar por isso. É mais por medo mesmo”, relata. Na unidade, a previsão é que o estoque seja reabastecido até o fim desta semana. O empresário Eduardo Filomenolevou o pequeno Rafael, 3, para tomar pela segunda vez a vacina contra o H1N1. Teve sorte ao pegar uma das 40 doses restantes da manhã, mas não conseguiu uma para si mesmo, só para o filho. “A prioridade é ele”, resume.
Crianças No caso do público infantil, que representa grande parte da demanda nas clínicas particulares, a pediatra Isa Xavier reforça que “a variação climática típica dos primeiros meses do ano no Cearáinterfere,diretamente,nasaú-
que o efeito de imunização adequado é alcançado um mês depois da aplicação. “Se começar a vacinarsemanaquevem,jáéum período de maior circulação do vírus. O melhor momento seria fevereiro”, diz. Outra ponderação do médico é que é preciso diferenciar a influenza (incluindo a H1N1) do resfriado. Na primeira, o vírus provoca febre alta, tosse, coriza e dor no corpo. Já os resfriados limitam-se a sintomas no trato respiratório com coriza e febre baixa. De acordo com ele, os sintomas são muito semelhantes. Sóquandosefazosexamesclínicos é possível distinguir. No tratamento, explica o infectologista,anormatécnicaprevê que as pessoas que tiveram contato com alguém suscetível à doença devem fazer a profilaxia, com uso do antiviral, em até 48 horas. Embora a comprovação aconteça via exames laboratoriais,Robérioinforma,queaconduta de iniciar o tratamento é clínica. “Se você for esperar sair o resultado, pode demorar muito e ser um risco. Tem que orientar para o tratamento. Não se espera o resultado do exame laboratorial, que é mais para saber o que está circulando”, reforça.
de dos pequenos. Nesta época do ano, é comum que crianças sejam acometidas, em um curto espaço de tempo, por viroses e gripes seguidas”. A médica esclarece que alguns sintomas específicos da H1N1 em crianças são: febre repentina de mais de 37,5 graus e tosse, cansaço, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares e nas articulações, além da diarreia e cólicas abdominais.
Cuidados No início, o quadro geral também podem ser confundido com osdedoençascomuns.A intensidade e a frequência deles, alerta amédica,devemseracompanhadas para que não seja feito um diagnóstico tardio. “Não é por ser uma virose que não precisa de cuidados, porque ela pode evoluir e levar a outras doenças”,alerta.Criançaseidososexigematençãodiferenciada.(Colaborou João Duarte)