"União Performance Lab" (Boletim digital, edição nº 4)

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Edição nº 4, 23 de Outubro de 2015

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oão Pedro Silva é o responsável pelo ‘União Lab Performance’, um projeto que visa valorizar e potenciar o aparecimento de jovens atletas de elevado potencial desportivo. Desde sempre praticante de desporto de alto rendimento, o professor tem um vasto currículo na área desportiva e não tem dúvidas de que o União será pioneiro na Madeira. Recentemente foi lançada a primeira pedra do projeto ‘União Performance Lab’, nomeadamente com a realização de uma palestra alusiva. Exatamente o que pressupõe esta iniciativa? Este é um projecto que surge na sequência de diversas reuniões com o presidente dr. Filipe Silva e cujo objetivo é aproveitar o trabalhado já desenvolvido nos escalões de formação, otimizando-o por forma a criar mais um conjunto de condições favoráveis para o aparecimento de jovens atletas de elevado potencial desportivo e preparados para dar uma verdadeira resposta às exigências inerentes ao escalão máximo do futebol nacional. Pretendemos lançar nos escalões de formação (a partir dos sub 13), formas práticas e eficazes de trabalho da condição física geral e prevenção de lesão. Para tal, realizamos recentemente essa reunião com todos os treinadores envolvidos na nossa formação. Que directrizes foram abordadas nessa reunião de índole formativo? Foi transmitido aos treinadores o quê e como fazer… apenas nos 20

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‘União Performance Lab’

Um projeto ao mais alto nível minutos iniciais de cada treino… foi o desafio que lhes coloquei. Começando uma vez por semana e passando, assim que possível, para 2x por semana. Esta metodologia de exercícios é, no fundo, a primeira pedra do projeto ‘União Performance LAB’ e cria uma linha direta para o trabalho já realizado pelos atletas da equipa profissional.

Naturalmente que se trata de uma dimensão diferente, mas quando esses atletas de elevado potencial desportivo tiverem a oportunidade de chegar à equipa B e à equipa profissional, trazem consigo uma forma de trabalhar e de se prepararem individualmente que lhes permitirá uma maior e mais rápida adaptação às exigências fundamentalmente


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coordenativas e condicionais de base dos nossos jovens, apenas e só com um único material e auxiliar, o seu próprio peso e uma bola de futebol ou o próprio colega… E isto, de uma forma transversal desde os sub 13, terminando no topo da pirâmide com a equipa profissional.

físicas, mas também técnicas, tácticas e psicológicas. Como habitualmente os atletas da equipa profissional me ouvem dizer, nós somos seres puramente funcionais! E quanto melhor e mais equilibrados estivermos, menos energia vamos desperdiçar em situações desnecessárias e melhor aproveitamos e potenciamos as capacidades individuais, sempre em serviço do coletivo. Quais as vantagens/importância deste projeto para um Clube como o União da Madeira? A importância é imensa… Dado que nenhum Clube se consegue auto-sustentar se não tiver uma formação forte, credível, sustentada, organizada. É certo que o União não tem os mesmos recursos que um Benfica, Porto, Sporting ou Sporting de Braga, mas isso não nos impede de fazer um trabalho consciente e adaptado às condições que temos. Só assim será possível vir a ter mais atletas do patamar do Rúben Micael e fazer com que as suas transferências sejam mais-valias financeiras para os clubes que os formaram. Esta é uma iniciativa inédita na Região? O nome LAB está na ‘moda’ por assim dizer, já que muitos clubes o usam. No entanto, atrevo-me a dizer que da forma como o utilizamos - puramente direcionado para o aumento da performance individual do atleta -, mas ninguém o faz na ilha. Mesmo ao nível nacional, tenho sérias dúvidas que algum clube o faça… e se algum fizer só mesmo dos chamados ‘4 grandes nacionais’. Tal como referi anteriormente, o trabalho tem como princípio fundamental o desenvolvimento das capacidades Patrocinado por:

O Clube regressou esta época ao mais alto patamar do futebol português, este é o melhor timing para implementar um projeto desta natureza? Claro que o “timing” pode não ser o ideal pois o clube está a “combater” em várias frentes em simultâneo… Uma chegada à Primeira Liga obriga a um crescimento e amadurecimento das várias estruturas do clube mais rápidos e da melhor forma… e podemos até falar de logística, de organização dos eventos desportivos de grande dimensão como os jogos, muitos deles televisionados e muitas outras coisas. Mas nada disso nos moveu e nunca me senti ‘abandonado’ por quem fosse da estrutura diretiva do clube. Bem pelo contrário, uma das primeiras coisas que o dr. Filipe Silva e o diretor desportivo dr. Edgar Rodrigues me pediram foi mesmo que avançasse assim que possível com este projeto, pois também eles sabem o quanto pode ser importante no presente e no futuro a médio prazo para o Clube. Que meios serão necessários? Nesta primeira fase, os requisitos necessários são mesmo a compreensão, a vontade, o querer e o acreditar por parte de todos. Se daqui a 7 anos um jovem, atualmente com

O nome LAB está na ‘moda’ por assim dizer… No entanto, atrevo-me a dizer que da forma como o utilizamos puramente direcionado para o aumento da performance individual do atleta mais ninguém o faz na ilha.”


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13 anos, tiver as condições necessárias para se tornar um verdadeiro talento desportivo, o mérito não será com certeza de quem o viu ou treinou pela primeira vez ou de quem iniciou este projeto LAB... Será sim, necessariamente de um ‘Nós’ cujo nome é representado pelo Clube… o União da Madeira. Claro que também sabemos que as próximas etapas passam por um investimento na aquisição de algum material muito específico e determinante para o feedback imediato da performance do atleta, como a possibilidade de fazermos análises bioquímicas para aferir se podem estar prestes a entrar em sobretreino ou com dificuldades na remoção dos metabolitos inerentes às mialgias de esforço. Precisaremos também de máquinas que nos permitam analisar as assimetrias e os défices de força da musculatura agonista e antagonista e de coletes monitorizados por GPS e com cardiofrequencímetros, por forma a sabermos com total exatidão as distâncias percorridas no treino e no jogo de cada jogador. A juntar a tudo isto, ainda podemos analisar as frequências cardíacas registadas em cada momento do treino e do jogo, em corrida acelerada, nas mudanças de direção e muitas outras coisas mais. Como é para si vivenciar este projeto desde a nascença? Estou a adorar. Primeiro porque tenho toda a confiança possível por parte de todos e, acima de tudo, do Clube. E a tarefa não se avizinha de fácil passagem, pois existem muitas forças que por vezes nos tentam demover dos caminhos que sabemos serem os mais corretos para os nossos jovens e para a consolidação do Clube no futuro. Acima de tudo, o primeiro de todos é mesmo trabalhar para que o União fique na Primeira Liga, pois só aí é que se conseguem obter todos os recursos financeiros para a coletividade continuar a ser cumpridora e estável. Por muito eficazes e relevantes que sejam este tipo de projetos, estes só sobrevivem e ultrapassam etapas com o amadurecimento do Clube e a sua estabilidade. Ou seja, através de uma regularidade e rigorosa coerência de resultados desportivos e financeiros. Patrocinado por:

Raio X

João Pedro Silva foi treinador de voleibol, durante sete anos, no Sporting Clube de Braga, clube onde também onde estive ligado à recuperação e readaptação física de atletas. Entre 2007 e 2009, esteve ligado ao Club Sports Madeira e à equipa Sénior de Voleibol Feminino na 1ª divisão. Ingressou em Julho de 2003 no União da Madeira, tendo sido, na época 2013-2014, treinador adjunto de José Barros, ex-treinador adjunto de Leonardo Jardim. Foi nessa altura que começou a dedicarse em exclusivo à recuperação e otimização da performance individual dos atletas. Na época 2014/2015, o profe ssor de Educação Física integrou a equipa técnica do treinador Vítor Oliveira, dedicando-se em exclusivo à recuperação e otimização da performance dos atletas. João Pedro Silva foi também coordenador e responsável pela prescrição de exercício e treino personalizado no Vida Health Club até 2007.


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