Dezembro de 2013 - Pubiicação Bimestral - Distribuição Gratuita - Uma experiência em Jornalismo Ambiental
Especial
FESTA DA
CIÊNCIA
Editorial
Ciência e Esporte: uma combinação essencial Aqui estamos nós, mais uma vez cobrindo a “Festa da Ciência”, um dos eventos da “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”. E é com muito prazer que pudemos acompanhar o crescimento do evento de um ano para o outro. Desde o local de realização, aos novos projetos e até mesmo as personalidades presentes no evento. Ter a oportunidade de ver crianças se interessando por ciências e esportes, o tema escolhido desse ano, é de um sentimento sem fim. É incrível como na era da tecnologia ainda existe o brilho da curiosidade no olhar de cada criança, em descobrir como coisas manuais funcionam e como o mundo d a ciência p o d e e s t a r e m s u a s pequenas mãos. E assim como no ano passado, esperamos que você, querido leitor, também se interesse pelo assunto e que também participe de eventos que possam lhe ajudar a compreender o mundo e como isso inf luencia o meio ambiente. Um exemplo disso é uma das nossas matérias, na pág. 12, sobre uma das escolas que recebe bimestralmente o Impacto Ambiental e que fez parte da Festa da Ciência com seu próprio estande e com alunos apresentando seus projetos. Inspire-se, empolgue-se e comprometa-se com o meio ambiente, com as tecnologias que nos rodeiam e com o esporte que move nações. Esperamos que você aproveite ao máximo a nova Edição Especial Festa da Ciência e que ano que vem você possa t e r a oportunidade de acompanhar e participar dessa Semana que move todo o país. Boa Leitura! A Redação 02
Foto: Monique Nascimento
Orientadores: Pedro Celso Campos e Angelo Sottovia Aranha Editor: João Pedro Ferreira Coordenadora de Reportagem: Isabela Giordan Diagramação: João Pedro Ferreira Ilustração: Danilo Rodrigues Fotografia: Julia Germano e Monique Nascimento Reportagem: Amanda Costa, Ana Beatriz Ferreira, Gabriel dos Ouros, Isabel Silva, Isabella Holouka, Isadora de Oliveira, Lucas Mendes, Lucas Zanetti, Marcos Cardinalli, Maria Victoria e Naiara Teixeira
Diretor Administrativo e Marketing: Renato Delicato Zaiden Diretor Industrial e de Tecnologia: Marco Antonio C. Oliveira Gerente de Produtos Editoriais: João Jabbour Jornalista Responsável: Gisele Hilário Editora Executiva: Marcia Duran Gerente Industrial: Célio Marcos Gerente Comercial e Marketing: João Carlos do Amaral Diagramação Final: Alexandre Peres Gerente de Tec. Da Informação: Evandro Ferreira Campanha Coordenador do JC na Escola: Sérgio Roberto de Moura Purini
Publicação realizada por estudantes de Jornalismo, Design e Relações Públicas da Universidade Estdadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho (UNESP) com apoio da Pró-Reitoria de Extensão Universitária (PROEX) e o Programa JC na Escola Acesse: http://www.mundodigital.unesp.br/impactoambiental
Festa da Ciência
Marcos Pontes: o astronauta bauruense Voltando à sua cidade natal, Marcos Pontes relembra como começou e serve de exemplo e motivação para os jovens Lucas Zanetti
A Festa da Ciência contou com a ilustre presença de Marcos Pontes, primeiro brasileiro a ir para o espaço. Assim que chegou, o astronauta roubou a cena. Todos queriam tirar fotos, conversar, saber da experiência espacial e de sua vida. Pontes respondeu todas as perguntas em uma palestra sobre a sua profissão, contando ao público fascinado como era estar sob gravidade zero. Também falou sobre as dificuldades que teve para atingir seu sonho e incentivou todos a não desistir, a lutar e se esforçar para atingir os objetivos. Marcos Pontes foi à Festa da Ciência para participar da cerimônia de posse da primeira diretoria da Associação Bauruense de Ciência e Tecnologia (ABCT), entidade que visa à produção e divulgação do conhecimento científico na cidade. Pontes foi empossado como membro efetivo do Conselho de Notórios da ABCT devido aos seus trabalhos em prol da popularização da área em Bauru e no Brasil. Em um evento de ciência que promove a divulgação do conhecimento técnico e científico para jovens, a presença do astronauta é muito importante e motivadora, pois dá esperança de futuro aos jovens. A motivação aumenta ainda mais pelo fato de ser conterrâneo dos estudantes que prestigiaram o evento. Marcos diz que ‘’de princípio, 99% das pessoas falavam que meu sonho era impossível, que era só para filho de rico ou americano e que eu nunca iria conseguir atingi-lo. Mas hoje eu estou aqui para provar que é possível sim fazer, pois quem constrói a oportunidade somos nós. Essa é a mensagem que eu quero deixar para os jovens’’. Pontes também comentou o en-
sino tecnológico brasileiro. Ele acredita que o ensino científico precisa começar cedo, de forma que desperte a curiosidade das crianças e que vá se desenvolvendo e se intensificando conforme o tempo, fazendo com que o aluno chegue com uma boa carga no ensino médio. Feito isso, ele também defende o ensino médio integral, de forma completa e sem pressa, para que o aluno chegue à universidade realmente preparado, com um ensino que lhe proporcione condições de lutar pelo que sonha e sem limitações.
Profissional. ‘’Agora eu estou na ONU, tenho fundação, e sou mais próximo de entidades fortes, portanto posso trazer projetos para ajudar muito mais a Força Aérea, algo que não poderia ser feito caso eu ainda fosse militar’’, completa.
A difícil decisão de Pontes Até 1998, antes de se tornar astronauta, o bauruense era militar ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). No mesmo ano ele passou em um concurso público para exercer a profissão e se ligar a Agência Espacial Brasileira (AEB), permitindo que viajasse ao espaço. Para isso teve que passar à reserva militar, pois as funções de um astronauta são civis, portanto, conflitantes com atividades militares. Pontes explica que foi muito difícil a decisão de deixar a FAB e a carreira militar, pois suas qualificações lhe dariam uma carreira estável: ‘’em minha decisão eu pensei que o que eu estava fazendo era pelo país e não por mim, e de longe o país é mais importante do que eu. Só fiz o que era certo.’’ Isso permitiu que Pontes fosse muito mais do que astronauta. Hoje, além dessa função ele desenvolve muitas outras que contribuem com o desenvolvimento do país e permitem a implantação de suas ideias, como o título de Embaixador Mundial da Educação
Marcos Pontes participou da Festa da Ciência, fez uma rodada de perguntas entre os jovens e se reuniu com membros da ABCT (Foto: Monique Nascimento) 03
Festa da Ciência
Robôs, desenvolvimento e tecnologia bem de perto CTI, SESI e SENAI de Bauru mostram que é possível desenvolver projetos inovadores e tecnológicos numa realidade próxima Gabriel dos Ouros
O Colégio Técnico Industrial (CTI) participou da Festa da Ciência levando o projeto de jogos acadêmicos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que objetiva reduzir os principais problemas com os jogos da APAE, entre eles o do sistema de varredura. No terceiro ano do CTI, é necessária a elaboração de um projeto de conclusão de curso, sem fins lucrativos para instituições públicas. “O intuito é de devolver para a sociedade o que ela investiu em nós. Assim, criamos o projeto de jogos acadêmicos para a APAE e identificamos os principais problemas”, conta a aluna do terceiro ano do CTI, Mariana Lazari Kawashima. Para acompanhar o desenvolvimento do aluno, o sistema da varredura colaborou possibilitando que seja possível identificar o tempo que o aluno demorou a realizar determinada tarefa, o número de tentativas e se houve auxílio. Esse mecanismo também criou alguns comandos no teclado para os alunos que possuem dificuldade para mexer com o mouse. E para os que têm dificuldade com o teclado normal, também foi desenvolvido um teclado virtual, parecido com o teclado de celulares. Outro problema era o da quantidade reduzida de jogos num mesmo sistema, o que dificultava o desenvolvimento, pois se o aluno estava jogando um jogo e queria jogar outro, era necessário fechar o sistema em questão e abrir um novo. Assim, unir os jogos em apenas um facilitaria para o aluno. O Serviço Social da Indústria (SESI) levou para a Festa da Ciência os projetos de inovação tecnológica que os alunos desenvolvem na escola. Incenti04
Os projetos são feitos com Lego pelos próprios alunos do SESI (Foto: Julia Germano)
vados pelo tema de Ciência, Saúde e Esporte da Festa da Ciência, os alunos do sexto ano ao Ensino Médio desenvolveram robôs direcionados a essas áreas. O SESI trabalha robótica com as crianças desde os seis anos de idade, com o objetivo de familiarizar as crianças com a tecnologia. Neste ano, os alunos SESI elaboraram o Lançador, que é um robô que faz o estudo de arremessos e o Chutador, que é outro robô que chuta para o gol. “Os robôs são feitos e programados pelos próprios alunos, utilizando Lego. A parte dos professores é apenas a orientação no desenvolvimento dos robôs”, comenta o professor de informática do SESI, Paulo Roberto Fernandes. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) também levou para a Festa da Ciência um robô interativo, um motor em que era possível ver as suas partes internas. Os professores, especialmente os da metalmecânica,
criaram uma brincadeira com anel metálico com o nome da instituição. Passar o anel metálico dentro de todo o escrito do SENAI era muito difícil e chamava a atenção de todos do evento, por conta de uma buzina que disparava quando as pessoas erravam. “Para ficar um projeto mais divertido, colocamos uma buzina, então quando a pessoa erra, a buzina toca e dá um susto, para deixar as pessoas mais interessadas”, afirma o professor de informática do SENAI de Bauru, Gustavo Henrique da Silva. O SENAI já possui parceria com a Semana Nacional da Tecnologia há algum tempo, priorizando projetos de inovação tecnológica promovida por alunos e professores da unidade de Bauru. O professor de informática ainda pontuou que a demonstração e explicação das atividades levadas para a Festa da Ciência também serve para interessar o jovem e incentivá-lo a fazer algum curso do SENAI.
Festa da Ciência
Ciência e Cultura
Estudantes da UNESP discutem diversidade cultural e ciência em situações cotidianas Isabel Silva
A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), trouxe à Feira de Ciência e Tecnologia 2013, Projetos de Extensão realizados pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) e pela Faculdade de Engenharia (FEB). Os projetos são desenvolvidos por estudantes da UNESP e centralizam questões cotidianas da sociedade, as quais se relacionam com o aperfeiçoamento da ciência. O projeto Capoeira Angola, da FAAC, traz a proposta de promover estudos sobre uma das mais representativas manifestações da cultura afro-brasileira, a qual originou a capoeira regional que conhecemos. O projeto articula discussões e pesquisas a cerca da capoeira de Angola com o aprendizado prático das habilidades corporais e musicais, conduzidos pelo Mestre João Pequeno.
Também presente, o Laboratório de Ergonomia lida com questões de adequação do homem ao ambiente de trabalho e doméstico. Os trabalhos, apresentados por especialistas em design da UNESP, trataram, principalmente, das relações de ergonomia perceptível e design de produtos. Os projetos apresentaram uma proposta de reflexão envolvendo valor estético e as formas de uso de materiais. Uma das discussões propostas foi sobre o estudo realizado na área de design ergonômico de embalagens. A pesquisa concluiu que, em todas as faixas etárias estudadas, houve diferenças significativas entre os indivíduos ao exercerem movimentos de abertura de embalagens, enfatizando as dificuldades de idosos ao lidarem com embalagens não adaptadas a esta Projeto de Engenharia Mecânica, Baja UNESP Bauru, apresenta o veículo construído para a competição Baja Nacional (Foto: Julia Germano) faixa etária.
O Sol, o Céu e as Estrelas
UNESP leva alunos de Física para compartilharem conhecimentos astronômicos com os visitantes da Festa Ana Beatriz Ferreira
Entre as tantas escolas, universidades e instituições que participaram da Festa da Ciência, a UNESP também deu sua contribuição, mas fora do ginásio, com salas de aula móveis e um telescópio. Por meio da iniciativa da Faculdade de Ciências, a FC, os visitantes puderam conhecer um pouco mais
a respeito do sol, de astronomia e de constelações. Sobre o trabalho e os visitantes aguardados, Marcos Martins, aluno do 1º ano de Física da UNESP, declarou: “No nosso projeto, já no observatório, nós sempre atendemos gente de escola, porque é um projeto didático, aí já estamos
acostumados com jovens”. Já no gramado, quem tinha curiosidade pôde ter uma visão da estrela solar através das lentes. A atividade prática, porém, estava sendo explicada por alunos do curso de Física lá dentro do veículo da universidade. Acomodado em cadeiras, por meio de apresentações e de imagens de programas voltados à área astronômica, o público teve a oportunidade de entender melhor alguns dados sobre a natureza do sol, como sua temperatura, seu tamanho e
sua distância da Terra, repletos de comparações que ilustravam grandeza. O momento de maior curiosidade, todavia, ficou por conta das constelações e do misticismo que existe em torno dos signos, que são, antes de tudo, nomes de conjuntos estelares. Para as apresentações, os estudantes utilizaram o programa Stellarium, que permite ver o céu, à noite, de qualquer canto do mundo e é acessível para amadores que simplesmente queiram ter acesso a um planetário virtual. 05
Festa da Ciência
Mais ciência e tecnologia para Bauru e região Posse da primeira diretoria da Associação Bauruense de Ciência e Tecnologia traz expectativa de maiores investimentos na área
Lucas Mendes
Um dos eventos que movimentaram a realização da Festa da Ciência de Bauru foi a posse da 1ª diretoria da Associação Bauruense de Ciência e Tecnologia. A cerimônia começou por volta das dez e meia da manhã, e pôde ser acompanhada pelo público presente no Ginásio de Esportes Darcy Cesar Improta, localizado no Núcleo Habitacional Pres. Ernesto Geisel, onde ocorreu a Festa. A diretoria conta com pessoas atuantes no cenário tecnológico e científico da cidade. Destaque para o astronauta Marcos Pontes, que esteve presente no evento e também foi empossado. A Associação, conhecida como ABCT, surgiu do grupo responsável pela organização da primeira Festa da Ciência de Bauru, realizada no ano de 2004, pela iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia. Após a realização do evento, o grupo continuou se reunindo, e passou a
discutir a popularização da ciência na cidade de Bauru. A cada ano mais pessoas se interessavam pela iniciativa e se integravam ao grupo. Segundo Luís Victorelli, eleito 1º presidente da ABCT, houve uma continuidade nos trabalhos do grupo. “A ABCT é uma consequência, e um espaço de encontro formalizado e oficial desse grupo que já vinha trabalhando”, afirma o presidente. A ABCT é uma entidade sem fins lucrativos, que reúne representantes dos segmentos de produção e divulgação de ciência e tecnologia dos setores público e privado de Bauru. O órgão é independente, e tem autonomia para proporcionar ações organizadas que interajam com a sociedade como um todo. Adalberto Macedo, engenheiro, pesquisador e professor, atuará no conselho de Ética da ABCT, e acredita que a principal meta da Associação é popularizar a ciência e tecnologia do meio acadêmico.
Posse da primeira diretoria da ABCT, com a presença do astronauta Marcos Pontes, que fará parte do conselho de notórios da Associação (Foto:Monique Nascimento) 06
Segundo ele, “ciência e tecnologia que são apenas pesquisadas, e não transformadas em produtos que venham transformar a qualidade de vida da população, muitas vezes não ser vem para nada. Um dos nossos focos é ligar a sociedade e o seu dia a dia com a questão da ciência e tecnologia que ocorrem no meio acadêmico”. A realidade da ciência e tecnologia no Brasil é levada em conta pela Associação. Lourenço Magnoni Jr., do Centro Paula Souza e membro do conselho deliberativo da ABCT, acredita que “enquanto o Brasil não priorizar a qualidade da educação básica, não teremos o desenvolvimento significativo da ciência e da inovação, tão importantes para o Brasil ocupar o seu espaço merecido na economia mundial”. Por ser uma entidade sem fins lucrativos, a ABCT vai precisar de ajuda financeira. Esse incentivo deve partir não só do poder público, mas também da iniciativa privada. Edson Mitsuya, do curso de ciências aeronáuticas da ITE, de Bauru, e tesoureiro da ABCT, comenta que a área científica “carece de incentivos públicos, mas principalmente de investimentos privados. Nos países mais industrializados, muitos investimentos são feitos por empresas privadas. Empresas fazem as pesquisas envolvendo tecnologia, e o resultado é colocado para toda população”. Nas palavras de seu presidente, Luis Victorelli, “a popularização da ciência é a essência nossa. A ABCT vai ser ativa em políticas públicas de desenvolvimento de ciência e tecnologia na cidade, de promover debates sobre temas polêmicos. A ABCT pode ser um fórum natural de discussões”.
Festa da Ciência
De olho no ouvido!
Centrinho leva unidade móvel e dá dicas de como prevenir problemas na audição Amanda Costa
A Festa da Ciência contou com a unidade móvel do centrinho onde era possível obter informações e dicas para prevenir futuros problemas de audição. A unidade móvel faz parte do projeto “Saúde Auditiva” que informa aos jovens os riscos de ter problemas na audição ou até a perdê-la de forma precoce. Segundo a coordenadora do projeto, Adriana Sampaio, é importante evitar desde novo escutar som em volume exagerado e ter bastante cuidado com o uso de cotonete. “Muitos jovens que começam a ouvir som alto desde cedo podem vir a ter problemas na audição antes de seus pais”, levantou Adriana. A coordenadora ainda alertou para a gravidade do problema: “Pesquisas americanas já mostram jovens na faixa dos 20 anos com perdas leves na audição”.
Alguns simples cuidados: - Evite locais muito ruidosos que exijam elevação do volume de voz; - Evite ouvir música em volume excessivo; - Não utilize objetos pontiagudos como palitos, grampos e lápis para limpar a orelha. Esse tipo de objeto pode machucar o tímpano; - Faça um teste para avaliar sua audição pelo menos a cada cinco anos; - Ao higienizar o ouvido com cotonete não retirar completamente o cerúmem, conhecido como “cera de ouvido”. Ele é proteção natural do canal auditivo. Sua principal função é impedir que água ou partículas de sujeira penetrem no ouvido prejudicando os tímpanos.
A química salvando vidas Empresa apresenta produtos que tornam o piso mais seguro
Marcos Cardinalli
O estande da Piso Seguro foi apresentado pelo engenheiro Adalberto Macedo, que explicou sobre dois produtos de tratamento de pisos desenvolvidos pela empresa. Segundo Adalberto, um dos sérios problemas que existe na saúde pública é a intoxicação pelo mal uso de
produtos de limpeza. Devido a isso, foi desenvolvido um produto que, além de criar uma camada impermeável nos pisos, não permitindo que a água penetre no piso e leve com ela a sujeira, também elimina a ferrugem. “Percebemos que o grande problema que existe com os pisos são as oxidações. O pro-
Os jovens devem ter cuidado com fones de ouvido muito altos, que prejudicam a audição (Foto: Julia Germano)
duto desenvolvido consegue eliminar essa ferrugem através de reações químicas que não agridem o piso. A oxidação é convertida em dióxido de ferro, que é mais fácil de remover”, explica o engenheiro. Macedo também explica que com esse processo acontecendo, há uma menor necessidade do uso de produtos de limpeza, o que diminuiria as intoxicações. O outro produto apresentado pode transformar um piso escorregadio em antiderrapante. De acordo com Adalber-
to, cerca de 5% de internações hospitalares são por quedas, o que ocorre especialmente com idosos ao tomarem banho. Adalberto explica como foi a produção: “Através da nanotecnologia, foram desenvolvidas micropartículas de liga de titânio que se unem à cerâmica do piso, gerando um efeito antiderrapante. Estamos trabalhando para que essas micropartículas tenham também uma condição antimicrobiana, pois todo piso de banheiro possui uma contaminação natural, o que prejudica principalmente crianças e idosos”. 07
Festa da Ciência
Basquete sobre rodas FIB aproximou o público das dificuldades diárias de cadeirantes
Ana Beatriz Ferreira
Colocar-se no lugar do outro é um desafio diário para a compreensão do mundo e da sociedade. Para quem não tem deficiências físicas, colocar-se no lugar de uma cadeirante, então, é uma ocasião inimaginável. Com a iniciativa de quebrar este afastamento e de facilitar a vida de quem usa diariamente a cadeira de rodas, a APAE e as Faculdades Integradas de Bauru (FIB) se uniram num estande na Festa da Ciência. Na APAE, a ideia do projeto surgiu da Oficina de Tecnologia Assistiva, presente em Bauru desde fevereiro de 2004, com a função de tornar mais fáceis as vidas de pessoas com deficiências físicas ou múltiplas em tarefas do dia a dia. Questões como modificações no lar e auxílio de mobilidade entram nas diretrizes da oficina, que comercializa os aparelhos sob encomenda. Já
na FIB, os estudantes do curso de Educação Física aderiram à ideia de levar ao público uma cadeira de rodas adaptada para que todos pudessem conhecer os desafios de jogar basquete como cadeirante. Olga de Castro Mendes, professora das disciplinas de Fisiologia Humana e Fisiologia do Exercício e Saúde Coletiva na faculdade, explicou um pouco mais a respeito do projeto: “Nós trouxemos porque as pessoas precisam admitir a dificuldade que é a pessoa jogar basquete, controlar a cadeira e controlar a bola”. Um pouco sem jeito, os participantes puderam tentar a sorte na cesta. Para Pamela Marcelly, aluna do 9º ano da E.E. Luiz Zuiani, a experiência foi “interessante”. Mas pouco fácil, como garantiram também outros jovens que saíam do local.
Egaleca,demokratia,solidareco
Língua sem nação, internacionalmente acolhida como veículo comunicador igualitário Isabel Silva
Em 1887, um médico polonês publicou a brochura que apresentaria o Esperanto ao mundo. O jovem judeu Luís Lázaro Zamenhof, nascido no Império Russo, presenciava uma civilização conturbada, onde o poder era fonte de disputa entre os povos. A diferença linguística concedia espaço para prejulga08
mentos e suspeitas entre os povos habitantes da região. Questionando as divergências da época, Zamenhof desenvolveu a ideia de um veículo justo, através do qual as pessoas poderiam se comunicar, uma ferramenta capaz de finalizar os desentendimentos devido às diferenças culturais.
Estande proporciona também reflexões sobre as dificuldades diárias de cadeirantes que praticam esportes (Foto: Monique Nascimento)
Aos 28 anos, o Dr. Lázaro Zamenhof, conclui seus estudos a cerca dessa nova ferramenta, lançando o Esperanto. Criada com o objetivo de ser uma segunda língua de cada povo, o Esperanto nasce propondo a preservação da cultura materna de todos os povos do mundo, paralelamente à utilização de um idioma auxiliar nas comunicações internacionais. Com mais de 120 anos de sua criação, o Esperanto é uma língua viva que já atinge cerca de 2 milhões de pessoas
em 115 países. A ONU, mediante a UNESCO, reconheceu oficialmente a legitimidade do idioma e recomendou seu ensino às nações membro. De acordo com José dos Santos Simas, membro do Conselho Fiscal da Sociedade Bauruense de Esperanto, presente na Festa, 60% do vocabulário do idioma tem origem em radicais latinos, facilitando o aprendizado de outras línguas. “O Esperanto é uma ferramenta muito útil que pode ser utilizada pela ciência, em congressos e eventos internacionais,” afirma José.
Festa da Ciência
Qual é o bicho?
Zoológico de Bauru trouxe propostas didáticas e educativas Isadora de Oliveira
O zoológico de Bauru também estava presente na Festa da Ciência, onde apresentou um estande dinâmico e didático para atrair o público presente. O objetivo era despertar maior interesse pela área de ciências biológicas nos jovens estudantes que em breve prestarão o vestibular. Um dos temas do estande foi esporte, onde era proposto ao visitante um jogo de adivinhação chamado “Jogos Abertos da Fauna”. A pessoa deveria adivinhar qual era o melhor corredor, o melhor nadador e o melhor saltador da fauna brasileira. Eram três opções de animais para cada categoria e o visitante que acertasse ganhava uma medalha. Os animais vencedores foram a cervicapra como o animal mais rápido, a onça parda, como o melhor saltador e o Pinguim, como melhor nadador.
Com o objetivo de proporcionar o aprendizado a respeito da alimentação de determinados animais, no local também havia crânios deles, para os visitantes analisarem suas mandíbulas e então adivinharem se o animal era herbívoro ou carnívoro. Maisa Jampali, estagiária de biologia da educação ambiental, contou como era a última atividade: “a partir da descrição das propriedades dos alimentos, por exemplo, ‘sou rico em potássio e água, tenho fibras e tenho uma poupa macia e doce’, o visitante deve adivinhar qual é a fruta. Nesse caso era a banana”. O zoológico todo o mês escolhe um determinado animal e espalha dicas a respeito dele por todo o zoológico, a fim de despertar a atenção e a curiosidade dos visitantes que sempre aprendem Em cada mês um novo animal, um novo aprendizado e uma nova descoberta (Foto: Monique Nascimento) algo novo.
O Tempo e o Vento
IPMet mostra ao público o seu trabalho de pesquisa e divulgação de boletins meteorológicos Isadora de Oliveira
O Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) da UNESP de Bauru, também participou da Festa da Ciência 2013. No seu estande foi exposta toda a evolução tecnológica que ocorreu com os aparelhos meteorológicos ao longo do tempo. A meteorologista Zilde-
ne Pedrosa contou ao público presente como o Instituto funciona e quais são suas atividades, destacou que a previsão do tempo é feita diariamente para todo o estado de São Paulo, e é atualizada a cada hora. Eles também são responsáveis por alertarem a população a respeito da temperatura e se há
possibilidade de precipitação. A UNESP de Bauru oferece o curso de meteorologia, com isso é possível colocar em prática tudo aquilo que é ensinado na sala de aula. O técnico do IPEMet Denílson Quintãn, entre diversas explicações a respeito de como funciona os radares, ressaltou a importância das caixas de vento presente em cidades como Londrina, Curitiba e São Paulo que são coordenadas pela Aeronáutica. Essas caixas mostram aos pilotos qual é o melhor
trajeto a se fazer, por exemplo, voar a favor do vento economiza combustível. As caixas são chamadas de rádio-sonda e possuem um sensor de temperatura, umidade, pressão, velocidade e direção do vento. O sinal do rádio é usado para transmitir essas informações que são úteis para elaborar a previsão do tempo e para saber qual é a altura mais adequada para o voo, pois em cada altura o vento possui uma direção e uma velocidade diferente. 09
Festa da Ciência
Diversidade, curiosidade e serviço à comunidade Isabella Holouka
Dentre as atrações dos estandes da UNIP e da USC destacaram-se as construções e as ciências biológicas
O interesse por uma profissão surge da curiosidade. Por isso a Universidade Sagrado Coração (USC) e a Universidade Paulista (UNIP) trouxeram à festa da Ciência estandes recheados de projetos, objetos em exposição e experiências com alunos de cursos variados. Construções Sustentáveis Captação e reciclagem da água da chuva, utilização de dejetos de animais para geração de energia, utilização de garrafas pet e bambu nas construções civis... Quem visitou os estandes da USC e da UNIP viu de tudo! No estande da USC, um projeto de Casa Sustentável do aluno de arquitetura, Rafael Carreira, era explicado pelo professor de arquitetura e engenharia da universidade, Ricardo Ramos da Rocha. De acordo com Ricardo, alguns dos principais benefícios que o projeto pode agregar às construções são a economia de água devido ao sistema de captação e reciclagem da água da chuva e o uso de materiais oferecidos pela natureza, como o bambu, ou materiais que podem ser reaproveitados e reciclados, como as garrafas pet. A aluna Joyce Gabriela, de Engenharia Civil da UNIP, disse estar orgulhosa e feliz em poder apresentar o seu trabalho para as pessoas na Festa. Ela projetou um estádio de futebol todo movido a energia solar e com captação de água da chuva pelo gramado para os banheiros. 10
No estande da UNIP, todos queriam ver de pertinho as bactérias de Biomedicina (Foto: Julia Germano)
Também no estande da UNIP, fazendas de criação que podem ser encontradas nos estados do Mato Grosso e no Paraná eram a principal referência da “Fazenda Rei do Porco”, maquete dos alunos de Engenharia. Além da coleta de água da chuva, a fazenda é movida, principalmente, pelo aproveitamento do dejeto dos porcos. A matéria fecal é dividida em duas partes, sendo que a parte líquida torna-se biofertilizante para a plantação e a parte gasosa dos dejetos é queimada para aquecer os leitõezinhos e para gerar energia. “Tudo foi pensado para ter pouco gasto e muita pro-
dutividade sem causar nenhuma poluição ao meio ambiente”, disse Mateus de Souza, um dos alunos que concebeu o projeto. Para tudo que é ser vivo Além da exposição dos trabalhos dos alunos das engenharias, no estande da UNIP também era possível conhecer muitas profissões e muitos experimentos da área das ciências biológicas. Os alunos de Medicina Veterinária expuseram crânios de diversos animais, como do cavalo e do veado. Tinha também porquinho da índia e um tatu empalhado e um feto de cachorro.
E para quem pensa em tornar-se também um médico veterinário, a aluna Mayra Iackstet, dá a dica: “Não é só pegar o animal e cuidar, aprendemos toda a anatomia dos animais e acabamos aprendendo também a cuidar da gente”. A professora de Medicina Veterinária Silvia Pedrini chamou a atenção para cerca de 20 vasos de plantas como comigo ninguém pode, mamona, espada de São Jorge, antúrio, lírio da paz (nomes populares). Segundo Silvia, “a maioria dessas plantas são vendidas nos supermercados e ninguém imagina que elas são tóxicas e que podem até levar um filhote ou um bebê a óbito”. Sucesso com a criançada, os alunos de Fisioterapia levaram para a Festa equipamentos usados em pacientes que perderam os movimentos musculares. Trata-se de uma corrente elétrica que vibra e tenciona o músculo, para que ele não atrofie, como explicou Renato Coradi. E para fechar o estande da UNIP, as alunas de biomedicina Giovana Costa, Ingrid Lacerda e Gabriela Assoline faziam exames de tipagem sanguínea e exame de glicemia, ensinando também como fazer uma coleta de sangue e mostrando algumas bactérias semeadas no microscópio. “Achamos que os exames e as exposições fossem o que mais interessaria para o nosso público, além de que também pode ser considerado um serviço à comunidade”, disseram as futuras biomédicas.
Festa da Ciência
Aulas chatas? Passado! Four C e Major Fraga levam novidades para a feira
Maria Victoria
A melhor forma de aprender é se divertindo (Foto: Monique Nascimento)
Tratamento para os que sofrem Órteses do Instituto Lauro Souza Lima auxiliam pacientes com lepra a realizar atividades diárias
Naiara Teixeira
Você já ouviu falar de lepra? Essa doença hoje é também conhecida com o nome de hanseníase e é uma enfermidade infecciosa que afeta a pele e os nervos, causando manchas, deformações ou atrofiamentos. A hanseníase era considerada um alto risco no passado e os pacientes eram isolados
em hospitais ou sanatórios. Mas com o avanço da tecnologia, o atual tratamento impede que a transmissão ocorra, após cerca de 15 dias de acompanhamento especializado. Em Bauru, os estudos do Instituto Lauro Souza Lima são referência na área de Dermatologia Geral. Os representantes do
Visando transformar as aulas de educação física em algo atrativo para os alunos, a escola Bilíngue Four C, de Bauru, deixa suas aulas esportivas muito mais dinâmicas e divertidas. Através do uso de aparelhos condicionadores de força e equilíbrio, os professores aproximam os alunos do esporte, mas, ao mesmo tempo, fazendo com que eles interajam. Uma das tecnologias que mais agradam aos alunos são o paraquedas e uma espécie de carrinho “As crianças adoram, pois tornam as aulas muito mais divertidas” explica um dos professores, Luiz Henrique. Além disso, não só praticar se torna prazeroso, pois ensinar acaba divertindo os professores também. Já a Escola Estadual Major Fraga, de Tibiriçá, distrito de Bauru, apresentou um projeto
diferente e sustentável em seu estande da Feira da Ciência: um robô feito de material reciclável. Como explica Kevin Matheus da Rocha, estudante do nono ano, “[O robô] é feito de material reciclável como garrafas pet, e outros produtos. É feito para lembrar o público como reutilizar esses produtos de uma forma diferente”. O robô construído com a ajuda de professores, além de ser pensado de uma forma para contribuir com o meio ambiente, também é capaz de se mexer, andando para trás e para frente, podendo interagir com o público. Assim, de formas diferentes, as duas escolas apresentam técnicas de aproximarem mais seus alunos das matérias de uma forma que faça com que eles se interessem por aquilo que aprendem durante as aulas.
Instituto estiveram na Feira e apresentaram soluções para os que sofrem com a doença. O tratamento dos pacientes que apresentam deficiências causadas pela lepra é desenvolvido no instituto. As adaptações necessárias são feitas por meio de recursos tecnológicos e órteses importadas. “Nós usamos a tecnologia assistida para permitir que quem não consiga realizar as atividades do dia a dia, através desse meio volte a realizar”, explica Cristina Quaaggio, terapeuta ocupacional.
Quem também pode ser auxiliado pelos recursos são os pacientes que sofrem de LER (Lesões por esforço repetitivo) ou DORT (Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho). Esses casos são tratados na Clínica de Terapia Ocupacional da Universidade do Sagrado Coração (USC). Cristina ressalta que qualquer pessoa que sofra com LER ou DORT pode ir até a USC para orientação. O endereço é Rua Irmã Arminda, 10-50, Jd. Brasil, em Bauru. O telefone é (14) 2107-7000. 11
Festa da Ciência
Chega de mandar as sobras pro lixo! Uma forma ecológica de aproveitar os restos de comida e fertilizar as plantas Naiara Teixeira
A Escola Estadual Professor José Aparecido Guedes de Azevedo (JAGA) encontrou uma maneira sustentável de utilizar as sobras orgânicas da merenda. A turma da sétima série de 2012, sob a orientação da professora Lismaria Polato Francelin, desenvolveu um biodigestor através da compostagem caseira, método simples e de baixo custo que chamou a atenção de toda a escola. A professora conta que “além dos alunos desenvolverem a prática da ciência, eles também poderão em suas casas desenvolver o mesmo projeto”. A compostagem é feita pela minhocultura, que utiliza minhocas californianas para transformar os restos de comida em húmus (fertilizante orgânico) separando a matéria orgânica do líquido final chamado biofertilizante líquido. “Os subprodutos são livres de patogênicos, então podem ser usados nas hortas ou jardins e, além disso, é um processo simples”, acrescenta Lismaria. A iniciativa é um exemplo para outras escolas de Bauru, que podem através de um simples biodigestor integrar os alunos, a escola e a comunidade. Instigando o interesse dessas crianças pela ciência, tornando os pais mais ativos e interessados nas atividades escolares e incentivando os alunos a espalharem o projeto para seus vizinhos e amigos. O projeto dos alunos do JAGA foi exposto também na Festieco/FIMAB 2013, em maio. No site do Impacto Ambiental vo c ê p o d e a p re n d e r c o m o s e f a z u m a c o m p o s t e i ra B a s t a d i g i t a r o s e g u i n t e e n d e re ç o : htt p://www.mundo dig ital.unes p.br/ impactoambiental/ 12
A composteira também pode ser feita em casa, se utilizando dos prórios restos de alimentos (Foto: João Pedro Ferreira)
Festa da Ciência
Bambu: criatividade e versatilidade Planta pode ter uso diferenciado em muitos locais Gabriel dos Ouros
O Projeto Taquara é um projeto de extensão multidisciplinar da UNESP Bauru, ativo desde 2009, dentro do Projeto Bambu. Esse grupo une a teoria aprendida em sala de aula com a prática, envolvendo o estudo de todo o processo produtivo do bambu, e produzindo materiais, a partir do uso do bambu como matéria prima, para levar esses conhecimentos práticos e teóricos para a comunidade de Bauru e região. Em parceria com o Projeto Bambu, que existe desde 1990, o Taquara surgiu no ano de 2009. O Bambu e o Taquara possuem estudos de diversas áreas, como as características hidráulicas de bambu gigante, irrigação com bambu, caracterização física e mecânica de espécies, plantio, manejo, cultivo, produção de colmos e mudas, tratamento, processamento e confecção de produtos em bambu in natura e de peças e produtos em bambu laminado colado (BLaC). Em 2009, alunos de Design e Arquitetura se aproximaram do professor responsável Marco Pereira para desenvolver projetos com o bambu. Hoje, o grupo é de multidisciplinar e possui uma variedade grande de cursos envolvidos. “Eu costumo falar que o bambu vai até onde sua criatividade for, pois ela é uma planta muito versátil e, com ela, podemos fazer diversas coisas”, comenta Lemuel Simis, participante do Projeto Taquara e estudante de Relações Públicas. O objetivo do projeto é capacitar alunos da UNESP para trabalhar na cadeia produtiva do bambu e transferir esse conhecimento adquirido para a comunidade bauruense, de diversas maneiras.
Artesanatos, utilitários, mobiliários e estruturas leves e pesadas são feitas com o bambu como matéria prima. “Atualmente temos um projeto de construção de uma concha acústica no Bosque da UNESP. É uma diversidade de projetos muito grande, é incrível”, conta Lemuel. O projeto recebe auxílio de algumas bolsas, da PROEX, de extensão, e do CNPq, de pesquisa. Mas também contam com a inscrição em editais para patrocinar os projetos do Taquara. “O nosso maior ganho foi um edital que escrevemos para o instituto 3M, em que ganhamos um financiamento de trinta mil reais para construir um galpão no assentamento rural Horto de Aimorés, uma comunidade que conseguimos implementar a cultura do galpão e capacitar algumas famílias nesse sentido, e hoje em dia eles já utilizam o galpão para desenvolver os seus próprios produtos e comercializá-los”, afirma com
entusiasmo o participante. O Taquara tem um projeto recente de visita de escolas, aberto ao ensino fundamental, com o intuito de divulgar cada vez mais o bambu. “Fazemos essa divulgação porque ainda há muito preconceito com a planta, pois muitos não sabem da versatilidade que a planta possui e da sustentabilidade desse material”. Lemuel ainda acrescenta que, se alguma escola quiser entrar em contato com o projeto, o Taquara está de portas abertas. Qualquer aluno da UNESP interessado em participar, deve procurar os contatos do projeto. Alunos de qualquer área do conhecimento podem participar, pois o Taquara trabalha com o bambu das formas mais diversas e todos podem ajudar. Os contatos para os interessados são o site taquaraunesp. blogspot.com e o e-mail taquaradesign@ gmail.com.
A inauguração do Galpão Bambuzeira, em Horto de Aimorés, foi no final de 2012 (Foto: Divulgação/Blog Projeto Taquara) 13
Festa da Ciência
Voando com os pés no chão ITE levou simuladores de aeronaves à Festa da Ciência
Ana Beatriz Ferreira
Poucas pessoas têm a oportunidade de entrar em uma aeronave ao longo da vida, mas, com os avanços da tecnologia aeronáutica, existem atualmente simuladores que proporcionam sensações parecidas às de um voo para quem está em terra. E quem estava em Bauru, mais especificamente na Festa da Ciência, pôde ter acesso a esses equipamentos por meio do estande da Instituição Toledo de Ensino, a ITE. Com três simuladores semelhantes a videogames e painéis repletos de botões aos quais os jovens já estão habituados, o centro universitário levou à feira alunos do 1º ano de Ciências Aeronáuticas com a função de instruir o público e ensinar um pouco sobre o universo das aeronaves. Matheus Mendes, um dos alunos da instituição explicou o
funcionamento do aparelho: “esse simulador aqui é muito, muito parecido com o voo na prática mesmo. Ele simula uma das aeronaves de instrução mais avançadas que existe, o Cessna 172, com o painel todo digital”. O Cessna 172 é uma aeronave norte-americana com quatro lugares, que existe desde 1956, bastante popular no meio daqueles que estão começando a treinar. Para os visitantes da Festa, mais do que isso, seus simuladores, com os controles e os gráficos que davam rodopios no ar, foram uma chance de aprendizado e de diversão, como garantiu Nicolly Tavares, aluna do 9º ano da E.E. Dr. Luiz Zuiani. Para ela, foi também a melhor atração do evento, sobre o qual falou: “Eu acho legal, tem muita coisa pra ver”.
Tecnologia e saúde em destaque Projetos proporcionam melhor conhecimento do corpo humano e tecnologias usadas em fisioterapias. Maria Victoria
O mundo dos games chegou à Feira da Ciência de uma maneira diferente. Em parceria com cursos de engenharia da USP, os alunos de fisioterapia e design das Faculdades Integradas de Bauru (FIB), desenvolveram um videogame destinado a pacientes em fisioterapia. “É um game para tornar a 14
fisio algo mais agradável para o paciente. Ele vai calibrá-lo, conseguindo reconhecer os membros, braços, mãos e pés, pois só funciona em membros superiores” explica Patrícia de Souza, coordenadora do curso. Já o SENAC apresentou diversos projetos dentro da feira. O primeiro deles, desenvol-
Estudantes da ITE compartilhando o interesse pela aeronáutica com outros jovens (Foto: Monique Nascimento)
vido por estudantes de técnico em enfermagem, é apresentar a diferença entre suplemento e anabolizante. “O suplemento pode complementar a alimentação, suprindo a falta de alguma vitamina ou proteína. O anabolizante é para quem que ganhar massa muscular” explica Marília Barbosa, uma das estudantes. Porém, o enfoque das especialistas é apontar os problemas que ambos os produtos podem causar no corpo humano. Ainda nos estandes da organização, era possível en-
contrar dois projetos que envolviam o corpo humano e o exercício físico, dando a oportunidade para todos entender o que acontece com o sistema musculatório e respiratório na teoria e na prática. Por último, foi apresentado pelos especialistas em nutrição uma atividade onde os visitantes montavam seu prato, de acordo com o que estava acostumado a comer. Depois, a nutricionista apontava os acertos e os erros, indicando a forma correta e saudável de todos se alimentarem.
Festa da Ciência
A mancha desmanchou! Alunos da ETEC realizaram experimentos curiosos e divertiram as crianças
Naiara Teixeira
“Mancha que desmancha” chamou a atenção de quem passava pela Feira (Foto: Monique Nascimento)
Inovação Ambiental SEMMA apresenta projetos e incentivos para os bauruenses
Gabriel dos Ouros
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente. SEMMA trouxe diversos projetos focados na educação ambiental: o telhado ecológico, o projeto de arborização urbana, a amostra de praça ecológica e o Ecoponto. O telhado ecológico é uma alternativa para reduzir o uso de ventilador e de ar condicionado.
Em um ambiente de maior ventilação, a circulação do ar é ainda mais favorável. Trata-se de um jardim colocado em coberturas de prédios ou sobre telhas comuns, o que é ambientalmente sustentável. “O telhado ecológico é possível de fazer, não é absurdamente caro e contribui para a purificação do
Os alunos do Centro Paula Souza, a ETEC, compareceram a Festa da Ciência e realizaram em seu estande diversos experimentos que entreteram as crianças que participavam do evento. Na Festa da Ciência um dos experimentos que mais chamou a atenção do público que passava pelo estande foi “a mancha que desmancha”. O experimento é simples e consiste em um recipiente com detergente não diluído e um copo menor por dentro, ao acrescentar gotas de corantes de três cores diferentes conforme se movimenta o vidro de dentro as cores se misturam ou se separam. Miriam Caroline, estudante de Técnico em Açúcar e Álcool na ETEC de Cabrália Paulista/SP, explica como funciona: “O detergente é muito viscoso, então quando você mistura o co-
rante ele não se dilui e formam três camadas. Quando eu giro a vasilha as camadas se sobrepõem, se tornando móveis”, detalha Miriam. Para realizar o experimento basta ter um vidro grande e um menor, detergente, água e os corantes a seguir: verde, azul e vermelho. A ETEC é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo que oferece cursos técnicos profissionalizantes por todo o estado. Em Bauru os cursos oferecidos são: Administração, Enfermagem, Informática, Logística, Segurança do Trabalho. Além dos cursos profissionalizantes a ETEC também possui o ensino médio, onde alunos do ensino fundamental podem prestar uma prova e estudar gratuitamente.
ar”, complementa a diretora de Ações e Recursos Ambientais da SEMMA, Gilda Scalfi. A arborização da cidade é um projeto amplo, com substituições de árvores, escolhendo as espécies mais qualificadas para determinado lugar. Foi apresentado uma praça ecológica, que também é possível construir. “Nós já temos uma praça no Jd. Vânia Maria, que é adequada a todas as idades”, lembra Gilda. O Ecoponto é um local de recolhimento de material de pequenas quantidades de entu-
lhos, de até 1m³, como madeira, plástico, metal, vidro, papelão, móveis e eletrodomésticos. Já há sete Ecopontos instalados na cidade e a pretensão da Secretaria é de chegar a dezesseis. A SEMMA trabalha com incentivos e tenta trazer projetos para os órgãos públicos. “A gente já possui algumas legislações, que obrigam uma metragem quadrada de construção, por exemplo, para a pessoa ter captação de água de chuva. Mas uma iniciativa como o telhado ecológico é um incentivo por enquanto”, pontua Scalfi. 15
Festa da Ciência
Brincando para aprender IESB optou por mecanismos divertidos para prender a atenção do público Isabel Silva
O estande do Instituto de Ensino Superior de Bauru (IESB) exibiu uma maquete da hidrografia do Rio Ribeirão Bauru e seus afluentes, destacando as áreas poluídas do principal rio de Bauru. O Ribeirão Bauru forma-se do encontro entre o Rio Água da Ressaca e o Córrego Água da Forquilha e percorre a área urbana de Bauru, seguindo na direção de Pederneiras até desembocar no Rio Tietê. Quem estava lá explicando tudo era o professor Antonio Miguel Garcia e Silvia Mancini, estudante de Pedagogia da UNIESP – IESB. Um dos agravantes da poluição dos rios é a proximidade com a área urbana, onde o esgoto sem tratamento é diretamente despejado neles. O córrego Água Comprida é um dos maiores afluentes do Rio Ribeirão Bauru e está entre os rios mais poluídos da região. O córrego está localizado à margem da Floresta Urbana da Água Comprida, a qual possui extensa área de biodiversidade de fauna e flora da Mata Atlântica. “A prefeitura do município já possui um projeto de despoluição dos rios de Bauru, aos poucos estão tentando despoluir, esperamos que nos próximos três a quatro anos o rio Ribeirão Bauru esteja parcialmente despoluído”, afirma o professor Antonio Garcia. Outra questão discutida pela população de Bauru é a respeito do rio Ribeirão das Flores, um dos afluentes do Ribeirão Bauru. Este afluente se encontra atualmente sob a Avenida Nações Unidas, uma das principais avenidas da cidade. A canalização do Rio das Flores foi realizada em 1970, e desde então a 16
população sofre em períodos de chuva. Em situações como esta, o aumento do nível do rio, devido ao acumulo da água da chuva, provoca enchentes colossais, tornando a via intransitável e perigosa. A prefeitura municipal apresentou um projeto para solucionar esta questão. A proposta consiste em abrir os canteiros centrais da avenida, alargando as laterais da via para deixá-la transitável. A área aberta proporcionaria maior capacidade de retenção da água da chuva. Porém, há alguns obstáculos que impedem o projeto de sair do papel. “A proposta necessitaria de muito dinheiro, e não sei se Bauru tem condições”, comentou Garcia indagando se a cidade possui estrutura financeira para promover a obra. É importante ressaltar, ainda, que as áreas do rio, que ficariam expos-
tas, precisariam de manutenção e segurança, uma vez que, existe o risco de se tornar um esgoto a céu aberto, devido à sua localização urbana. A segunda opção seria a recanalização do Ribeirão das Flores, mas também é uma obra de alto custo e o problema não seria completamente extinto, se agravando tempos depois. O estande também apresentou uma proposta cr iativa de discutir a impor tância de uma alimentação balancead a com a presença de fr utas e verduras. O público foi convid ado a identificar fr utas e verduras, utilizando apenas um dos sentidos sensor iais, neste caso, o tato foi o escolhido. A pós a realização d a ativid ade os presentes foram recompensados com infor mações sobre os alimentos expostos e sua atuação e benefícios para o metabolismo humano.
Maquete da hidrografia do Rio Ribeirão Bauru destaca em vermelho os trechos poluídos no percurso do rio. (Foto: Julia Germano)