TGI II IAU USP | Joara Tomba Pereira

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a c i dade e seus tempos uma intervenção na rua são francisco em curitiba


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Arquitetura e Urbanismo, São Carlos | IAU-USP


trabalho de graduação integrado JOARA TOMBA PEREIRA

comissão de acompanhamento permanente Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert José Lancha Prof. Dra. Lucia Zanin Shimbo Prof. Dra. Luciana Bongiovanni Martins Schenk coordenadora do grupo de trabalho Aline Coelho Sanches Corato

SÃO CARLOS, DEZEMBRO DE 2017


AGRADECIMENTOS A todos que estiveram ao meu lado durante essa longa trajetória. Em especial, a minha família, pelo amor e compreensão; Ao Juliano, pelo afeto imprescindível; Aos amigos que São Carlos me presenteou, por todo apoio e incentivo; Aos professores, pelo aprendizado e dedicação, sobretudo ao David e a Aline, por acreditarem em mim.


“[…] Ora, direis ler cidades, certo perdestes o senso. […] Uma cidade não se lê com os olhos. […] Uma cidade não se lê com o corpo. Uma cidade se lê com a vida. A Vida sabe ler. […] Detesto Cidades fáceis de ler. Só amo cidades que já sei de cor. […] Só sei uma cidade de cor. Minha vida sabe de cor uma cidade. Cada rua, cada ruína. Uma rua, ruína de milhões de passos e pegadas, de encontros fortuitos. Melhor mudar de calçada. E de pontuais desencontros. […] Tem noites que sonho passar por lugares que não existem mais. Do lado do Colégio Santa Maria, onde hoje é um banco, em meados dos anos 60, havia uma gráfica. Ainda ouço as máquinas. Ruínas de sons, ruínas de lembrança. Era ali que a gente se reunia para discutir os filmes do momento. Não admito viver em uma cidade artificial. Todas as cidades que nasceram na maquete do arquiteto e do engenheiro são fascistas. Uma cidade tem que nascer sozinha, em espontâneo brotar. Não se pode dizer, eu quero uma árvore ali, me tire essa praça daqui. Eu quero aquela aldeia que mora em Nova Iorque. Eu leio através das ruínas. A ruína é clara, limpa lente de microscópio. Já tirei pra dançar todas as ruínas de Curitiba. As mocinhas da cidade são bonita. Bonita. Não bonitas. Eu quero o erro. […] Sem erro, não dá pra continuar vivendo. […] Uma cidade se lê com tudo. Uma cidade se lê em todas as direções. Uma vida é muito curta para que se saiba de cor mais de uma cidade. […] Não há sinônimo para a cidade. Cidade não tem substituto nem alternativa. A cidade é o colo de mamãe, o leite do peito, o cheiro da velha. […] A Cidade é o mercado, a supercidade, o supermercado. Um ABC, onde cada letra pode significar ao mesmo tempo ABCDEFGHIJLM NOPQRSTUVXZ. Viva o K. Viva o Y. Viva o W.”

Paulo Leminski, 1989.



O trabalho de graduação aqui apresentado expõe alguns dos principais questionamentos sobre a lógica de ocupação urbana nos centros metropolitanos, sobretudo em regiões com significativa presença do patrimônio histórico edificado e imaterial. Tais questionamentos fundamentaram as investigações aqui desenvolvidas acerca do cenário da cidade contemporânea, chamando atenção para os valores simbólicos das paisagens urbanas e para a necessidade de sua rearticulação com o funcional. Tal investigação partiu do estudo sobre a conformação urbana de Curitiba/PR, resgatando o processo de consolidação da região central e suas repercussões, e apresenta uma proposição de intervenção em uma das ruas mais antigas da cidade: a Rua São Francisco. Definindo diretrizes de ocupação para os espaços “subutilizados” ou edifícios em estado de degradação ao longo da rua, destaca-se a importância de considerar o capital social urbano e o diálogo com os valores simbólicos do pré-existente a fim de se pensar o “espaço público ampliado” como extensão do território da rua.

Palavras chaves: intervenção urbana; centro metropolitano; patrimônio; espaço público da rua.


premissas | 01 cenรกrio | 02 a rua sรฃo francisco 02. 3

o setor histรณrico 02. 2

curitiba 02. 1

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16 18 30 48


intervenção | 03

94 132 recorte

REFERÊNCIAS

ÍNDICE

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“Um dos aspectos fundamentais na vida de uma cidade, portanto, é o conjunto de recordações que dela emergem: a memória urbana é a realidade que marca nossa própria fugacidade na história, ao mesmo tempo em que anuncia a possibilidade de transcendermos nossa temporalidade individual”. (ORTEGOSA, 2009)

A conformação do espaço urbano se desdobra assim entre a fluidez dos processos cotidianos e a materialidade de seu caráter físico espacial, no qual a coexistência e sobreposição de diversas e múltiplas temporalidades, identidades, morfologias e formas de apropriação configuram verdadeiras camadas urbanas de apreensão deste cenário. “A materialidade, que é uma adição do passado e do presente, porque está presente diante de nós, mas nos traz o passado através das formas (...) Na realidade, a paisagem é toda ela passado, porque o presente que escapa de nossas mãos, já é passado também. Então, a cidade nos traz, através de sua materialidade, que é um dado fundamental da compreensão do espaço, essa presença dos tempos que se foram e que permanecem através das formas e objetos que são também representativos de técnicas” (MILTON SANTOS, p.21, 1989). A compreensão deste cenário urbano, cada vez mais complexo e fragmentado, encontra respaldo nas discussões sobre a subjetividade que ganharam palco na década de 50 e 60, em meio aos questionamentos assimétricos sobre a arquitetura e principalmente sobre o planejamento urbano moderno. Tais discussões fundamentam várias questões da contemporaneidade, e embora se apresentem em contextos muito distintos, devem ser assinaladas como parte da fundamentação crítica do presente trabalho; evidenciando-se, por exemplo, as discussões levantadas por Jane Jacobs, Aldo Rossi e Ernesto Nathan Rogers.

PREMISSAS . 01

O presente trabalho é resultado de inúmeras reflexões sobre a realidade do espaço urbano, principalmente no que diz respeito a relação do lugar e sua memória e ao declínio de espaços públicos no cenário contemporâneo. Tal conjuntura ganha ainda mais destaque se considerada a realidade das metrópoles brasileiras, sobretudo nos seus centros urbanos consolidados e congestionados, cuja dinamicidade dá margem à diversos processos urbanos que merecem destaque e cujos desdobramentos e implicações sócio espaciais devem ser questionados.


fig.01 08


Paralelamente, evidencia-se também a formulação de Aldo Rossi sobre o “espírito do lugar”, na qual conclama a importância da memória coletiva, considerando em primeiro plano a experiência urbana das pessoas, capaz de elevar os edifícios com importância social e reconhecimento coletivo à condição de fato urbano. Segundo Rossi, “a cidade é a memória coletiva dos povos; e como a memória está ligada a fatos e a lugares, a cidade é o “locus” da memória coletiva” (ROSSI, 1966); destacando-se assim, na formulação rossiana, a cidade como a grande representação da condição humana, através da cena fixa e concreta da arquitetura.

“Como os fatos urbanos são relacionáveis as obras de arte? Todas as grandes manifestações da vida social têm em comum com a obra de arte o fato de nascerem da vida inconsciente, esse nível é coletivo no primeiro caso e, individual no segundo, mas a diferença é secundária, porque umas são produzidas pelo público, as outras para o público, mas é precisamente o público que lhes fornece um denominador comum” (ROSSI, p. 19, 1966).

Soma-se a estas questões, a importante formulação desenvolvida por Jane Jacobs , em “The Death and Life of Great American Cities” de 1961; na qual, a autora delineou uma suntuosa crítica ao processo de urbanização então vigente, condenando os princípios e os objetivos que nortearam o planejamento urbano moderno, em defesa a um movimento de volta às ruas, cuja vitalidade e sociabilidade deveriam ser consideradas. Criticava-se assim os espaços urbanos monótonos e vazios decorrentes da monofuncionalidade do planejamento urbano normativo moderno, defendendo, em contrapartida, um diálogo direto com a vida cotidiana, com a dinâmica real das ruas, considerando as associações intrasubjetivas para a criação de um sentido de lugar.

A VIVACIDADE DAS RUAS E O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO

Ciente, assim, do distanciamento contextual e do predomínio de uma “cultura” brasileira vinculada à desvalorização do antigo e ao destruir-reconstruir, é importante para as seguintes formulações destacar, em contraposição a deliberações formais que se apoiavam na oposição do novo e do velho, a formulação de Ernesto Nathan Rogers sobre uma relação dialética entre ambos. Defensor de uma nova forma de pensar o espaço, sob a visão de se constituir no novo, o antigo; chamava atenção para os valores simbólicos das pré-existências, que deveriam ser consideradas na leitura dos cenários urbanos. O que tornava a solução dada para cada sitio única e totalmente relacionada ao seu contexto, em detrimento de qualquer abstracionismo.


A simultaneidade de diferentes usos, níveis sociais, culturas e até de formas de apropriação das ruas deveria ser resguardada em meio à dinamicidade do espaço urbano e em defesa da “necessidade que as cidades têm de uma diversidade de usos mais complexa e densa, que propicie entre eles uma sustentação mútua e constante, tanto econômica quanto social” (JACOBS, p.13, 1961). A vivacidade das ruas e o sentimento de pertencimento se destacavam como os elementos balizadores da segurança e sobrevivência dos espaços, posto que a rede de relações entre as pessoas usuárias destes espaços constituía, o que Jacobs denominou, capital social urbano. As ruas e calçadas correspondiam assim, na visão de Jacobs, ao principal espaço da vitalidade urbana, onde estas relações se estabeleciam de fato. Neste sentido, a cidade deveria ser entendida enquanto conjunto de vivências, cujas dimensões subjetivas e temporais são constitutivas. Mostrava-se assim necessário incorporar um olhar menos técnico e racionalista para as cidades, considerando a dinâmica da cidade existente a partir do contato com as pessoas que vivenciam seus espaços, para que a diversidade e a vivacidade sejam resguardadas em detrimento de qualquer artificialismo ou falsa ordem. fig.02

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REARTICULAÇÃO DO FUNCIONAL COM O SIMBÓLICO

Portanto, evidencia-se este interesse crescente pela valorização do contexto local, da cultura, da diversidade e da noção de lugar, que cada vez mais se destacava no debate internacional nas décadas de 60 e 70. Tais interesses podem, em certo sentido, ser considerados contemporâneos, enquanto crítica, sobretudo, ao caráter excludente e elitista das intervenções urbanísticas que ganharam corpo principalmente a partir da década de 80 no Brasil. Observou-se o inchaço de inúmeras forças de ação que perpassam a dinâmica de urbanização contemporânea, como o rodoviarismo, o padrão de consumo, o mercado imobiliário, a distribuição funcional do espaço e todos os jogos de interesse que sucumbem o espaço público à lógica capitalista e o consequente desmonte de uma série de relações dialéticas com o espaço urbano. A perda de valores simbólicos e a conformação de espaços destituídos de identidade e história – na visão de Marc Augé, “não-lugares”¹ - resultantes do processo de internacionalização e da noção de tempo simultâneo, são sintomas dessa descaracterização e assepsia em relação ao passado e aos traços de identidade local. Os processos de transformação dos centros urbanos, das metrópoles brasileiras, são emblemáticos deste predomínio da ordem estética e mercadológica na conformação do espaço urbano. Sendo incontáveis os exemplos de depreciação do patrimônio² histórico edificado e não-edificado decorrente de grandes investimentos privados, que corroboram para a fragmentação da paisagem urbana. Ou ainda, o predomínio de uma visão fundamentalista da preservação, que direcionam essas áreas a um uso passivo, associado na maioria das vezes à cultura; cuja eventualidade não estimula um uso ativo e contínuo (considerando o contexto brasileiro de produção cultural). Neste sentido, observa-se a premência de considerarmos esta realidade fragmentária, para esboçarmos uma compreensão do espaço urbano, que permita a rearticulação do funcional com o simbólico, destacando-se a coexistência de temporalidades e memórias e a inerente necessidade de diálogo com estas camadas urbanas no contexto brasileiro. Deve-se buscar, assim, conforme expressão de Françoise Choay, “articular a propedêutica do esquecimento a uma concepção crítica e condicional da preservação [...] na dinâmica do desenvolvimento” (CHOAY, p. 203, 2001). NOTA: 01. O termo “não-lugares” se refere sinteticamente à espaços de passagem que não configuram nenhum tipo de identidade com as pessoas. Tal termo foi utilizado pela primeira vez por Marc Augé em 1992 em seu livro “Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da Supermodernidade”. 02. “Patrimonio histórico. La expresión designa un fondo destinado al disfrute de una comunidad ampliada a las dimensiones planetarias, y constituido por la acumulación continua de una diversidad de piezas vinculadas por su común pertenencia al pasado: objetos y obras maestras de las bellas artes y de las artes aplicadas, trabajos y productos de todos los saberes y habilidades del ser humano.” (ALEGORÍA DEL PATRIMONIO. Françoise Choay). 12


fig.03


Portanto, reavivando o discurso de Jacobs e levando em consideração todas essas apreensões do cenário urbano atual, evidenciam-se questionamentos a respeito dos processos de intervenção urbana que ganham corpo nas metrópoles brasileiras, e seus desdobramentos, sobretudo, ao capital social urbano envolvido. Questiona-se, por exemplo, como a apropriação de espaços residuais, imersos em áreas consolidadas, pode contribuir para a ressignificação do espaço urbano, destacando seus valores simbólicos – possivelmente rarefeitos – e rearticulando “periferias históricas”³ às relações de pertencimento e memória coletiva? Como repensar o processo atual de transformação dos centros congestionados – com amplos empreendimentos imobiliários de incentivo à moradia que não se posicionam frente a este aparato histórico latente dos centros – considerando sua riqueza semântica e a coexistência de diferentes formas de apropriação? Como se rearticular a transição entre o espaço público e privado de modo a valorizar a apropriação social presente no espaço público da rua e sua possível expansão para um espaço privado coletivo, assumindo a rua enquanto centro da vida social urbana? Neste ínterim, a cidade de Curitiba se destacou como local favorável para a discussão de tais questões; devido inicialmente a uma afetividade particular ao seu centro histórico e ao desejo de enfrentar uma escala urbana metropolitana e todas as suas contingências. O fato de seu centro congestionado ser cenário ativo de apropriações sociais e ter sido palco de recentes projetos de “reestruturação”, bem como o particular histórico de planejamento urbano da cidade foram fatores contribuintes desta escolha. Pretende-se assim, a partir da proposição de uma intervenção urbana no seu centro “histórico”, estimular discussões sobre a articulação entre o setor especial histórico e as demais regiões; destacando-se as relações de pertencimento, memória coletiva e sentido de lugar no constante processo de conformação urbana.

“Cidades também morrem. Anualmente no inverno, o frio mata um pouco a cidade. Nós, seus habitantes, vestidos grossas mortalhas de cinza de lã [...] morremos um pouco a cada inverno. [...] Mas, logo o inverno vai passar e a cidade vai reviver, oferecendo-nos, mais uma vez, suas ruas, suas casas e suas gentes” (Lazzarotto, 1975). NOTA: 03. periferia histórica - “Existen las periferias geográficas, son las que han dado origen al término; pero también existen las periferias históricas, lugares que el tempo y la memoria han arrinconado al margen de lo cotidiano. El inconsciente urbano a menudo dissimula las áreas que no quiere reconocer, por incómodas, confusas, conflictivas. Y, sin embargo, puede tratarse de zonas perfectamente centrales desde el punto de vista topográfico. Igual que hay “centros históricos”, lugares que la historia há considerado como centros, hay periferias hechas por la historia” (SOLÀ-MORALES, 2008, p. 32). 14


CENÁRIO . 02 A cidade enquanto cenário urbano de latente coexistência física e imaterial de diversos momentos históricos, constituído essencialmente pelo conjunto de relações que nela ganham corpo, é uma das compreensões centrais deste trabalho. E “nesse momento em que o tempo aparece como havendo dissolvido o espaço, e algumas pessoas o descreveram assim, a realidade é exatamente oposta. O espaço impede que o tempo se dissolva” (MILTON SANTOS, p.22, 1989).


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CURITIB


BA | 02.1 18


O processo de formação urbana de Curitiba tem seu início datado em 1693, quando a ocupação passara da condição de freguesia à vila – ainda como parte da província de São Paulo. Constituía ponto de passagem e parada das atividades ligadas à extração de ouro, no século XVII, e ao tropeirismo, no século XVIII; e sua ocupação inicial se localizava ao redor do Largo da Matriz (atual Praça Tiradentes), em virtude de sua estratégica posição em relação aos fluxos de circulação, como a Estrada da Graciosa (antigamente referenciada como entrada da marinha). Ainda no século XVIII, duas novas capelas foram construídas ao fundo da Igreja Matriz: a Igreja de Nossa Senhora do Terço (1737) e a Igreja dos Pretos de São Benedito, posteriormente conhecidas como Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas e a Igreja do Rosário de São Benedito respectivamente. Tais capelas se integravam à Matriz através de eixos viários e largos, que articulavam a dinâmica cívica da época, pois ao apresentar uma conformação urbana tipicamente colonial, a localização das igrejas definia um centro referencial para os demais edifícios e usos. mapa de 1857 fig.04

No século XIX, a dinâmica urbana da cidade se intensificou, em virtude sobretudo da produção da erva-mate e da sua ascensão à condição de capital da província do Paraná – que se tornou independente em 1853. Já neste período, Curitiba teve sua primeira intervenção urbanística, desenvolvida pelo engenheiro francês Pierre Taulois, que definia um traçado ortogonal para a expansão da cidade, em plena prosperidade econômica e demográfica. No final do mesmo século, a construção da estação ferroviária delineou novas diretrizes de ocupação, sobretudo ao incentivar o crescimento urbano ao sul do rio Ivo. Novas dinâmicas comerciais, institucionais e de serviço se estabeleceram e a função de centro urbano se deslocou em direção ao sul do antigo largo da Matriz, mantendo na região da ocupação inicial, uma configuração urbana do século XVIII e XIX. As edificações existentes, contudo, apresentariam diversas transformações, com influência principalmente do estilo arquitetônico eclético, trazido pelos imigrantes europeus.

fig.05


La De rgo ze 19 d m br e o

Largo D. Faria

Largo Thereza Christina

Largo General Osório Largo Zacarias

Largo da

Proclamação

Largo

15 de Novembro

Largo da República

Largo

Euphrasio Correa

Evolução da Ocupação Urbana

Largo Senador Pardinho

mapa de 1894

fig.06

fig.07

20


A instalação das indústrias nas primeiras décadas do século XX e a consequente migração do interior do estado para a capital acarretaram um crescimento urbano sem precedentes; em paralelo a outros investimentos que ganharam corpo com a prosperidade econômica da época, como a instalação de um sistema de bondes elétricos e o pioneirismo na fundação da Universidade Federal do Paraná. Esta expressiva ampliação do espaço urbano de Curitiba – que no início do século apresentava aproximadamente 78 mil habitantes – acarretou uma conformação urbana assimétrica, que segundo o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba):

fig.08

“As funções são [foram] reavaliadas e a cidade dividida em três zonas: a Zona I, central, é destinada ao comércio e moradias de alto padrão; a Zona II, às fábricas e moradias dos operários qualificados; a Zona III, às moradias de operários menos qualificados e pequenos sitiantes” (IPPUC, 2008) Neste contexto de crescimento populacional e expansão urbana, fez-se necessário um novo planejamento, que ganhou destaque em 1943, e foi desenvolvido por Alfred Agache. Considerado como o primeiro plano diretor da cidade, apresentava uma perspectiva racionalista e moderna de definição espacial fragmentada, organizando o espaço urbano em setores funcionais e prevendo um desenvolvimento radial e perimetral. Destaca-se, por exemplo, o já então reconhecimento do caráter histórico do núcleo central e o alargamento previsto da atual Rua Barão do Serro Azul (Estrada da Graciosa), que teve consideráveis consequências para a unidade do centro histórico de Curitiba e já preconizava o conflito entre o sistema viário e a área antiga, que potencializar-se-ia com o tempo.

fig.09


fig.10 22

mapa de 1944


rede integrada de transporte

Tal organização espacial passou por diversas atualizações, definidas pelo histórico particular do planejamento urbano de Curitiba. Destaca-se neste processo a criação do IPPUC em 1965 e a definição do tripé – uso do solo, transporte público e sistema viário - como organizador do planejamento urbano; assumindo o transporte público como indutor do desenvolvimento e a conformação linear da cidade, em torno dos setores estruturantes. Atualmente, está em vigência o plano diretor de 2015, no qual se propõe consolidar o crescimento e o adensamento da cidade com a integração do uso do solo, o sistema viário e os transportes; estimular a distribuição espacial da população e das atividades econômicas em áreas dotadas de infraestrutura e equipamentos públicos; requalificar o centro tradicional, estimulando o uso habitacional e atividades econômicas de lazer; consolidar e ampliar áreas de uso preferencial ou exclusivo de pedestres; induzir a ocupação das áreas não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas que já possuem infraestrutura urbana; dentre outras premissas. Ademais, salienta-se a reclassificação do setor histórico no macrozoneamento, no qual deixou de constituir a macrozona “Áreas de Destinação Específica” e passou a integrar a macrozona “Áreas de Ocupação Mista”, em função do caráter das atividades existentes e previstas para este setor. Destaca-se as principais zonas que circundam a área de intervenção e constituem um dos pontos de articulação do zoneamento urbano de Curitiba, no qual os eixos dos setores estruturais se conectam, configurando este importante ponto de convergência dos fluxos periferia-centro. A presença do centro histórico de Curitiba nesta região fulcral da circulação viária da cidade chama atenção para a importância da valorização deste patrimônio histórico-cultural para que estes valores simbólicos não se percam em prol do rodoviarismo.

fig. 11


zoneamento consolidado 2015

fig.12 fig.13 24

sistema cicloviรกrio 2016


setor especial histórico: Constitui a parcela da região central com maior expressão histórica e cultural, que abrange um grande número de edificações originárias do processo de ocupação da cidade do fim do século XIX e início do século XX. Dividido em 2 subsetores; define para o subsetor 1: uma taxa de ocupação de 100% no térreo (e 80% nos demais pavimentos), um coeficiente de aproveitamento de 2,6 e altura máxima de 3 pavimentos; enquanto no subsetor 2: a taxa de ocupação é 50% em todos os pavimentos, o coeficiente de aproveitamento é 2,0 e a altura máxima é 5 pavimentos.

“A pobreza que Curitiba apresenta em atrações turísticas e, de outro lado, as características do SH, foram pontos de partida para as medidas turísticas e urbanísticas que têm como finalidade a transformação da área no centro turístico-cultural da cidade” (Curitiba, 1970, p.29).

ZC (ZONA CENTRAL): Abrange o centro tradicional da cidade, onde há grande concentração de atividades e funções urbanas de caráter setorial. São permitidos os usos habitacionais, comerciais e comunitários, além do uso industrial (com área inferior a 100 m²). Os principais diferenciais desta zona são: altura livre das edificações, a permissão para ocupação integral do lote no térreo e no primeiro pavimento, sem afastamento das divisas, enquanto nos demais pavimentos o afastamento obrigatório é de dois metros; e um dos mais altos coeficientes de aproveitamento, permitindo que seja construído até cinco vezes a área do lote. ZR-4 (ZONA RESIDENCIAL 4): Zona caracterizada como de média-alta densidade habitacional, onde são permitidos os usos habitacionais, comercial e serviços (com área inferior a 200m²) e industrial (com área inferior a 100m²). Admite a presença de habitações unifamiliares, porém o foco é na ocupação por habitações coletivas, transitórias e institucionais, com predomínio da verticalização - sendo permitidos até seis pavimentos desde que obedecido o recuo mínimo de um sexto da altura da edificação nas divisas laterais e nos fundos do terreno. SE (SETOR ESTRUTURAL): Considerado o prolongamento do centro da cidade, apresenta um coeficiente de aproveitamento igual a quatro, incentivando a verticalização e a diversidade de usos; bem como, melhores condições de atendimento à população urbana, ao se estender do nordeste ao sudoeste do município, tangente ao centro comercial. Assim este setor é responsável por incentivar o crescimento linear da cidade, conectando-se diretamente a um sistema viário específico, caracterizado por um trinário composto por uma via central e duas externas; a via central é direcionada à canaleta para o transporte público e as pistas lentas para atendimento às atividades lindeiras; enquanto as vias externas são ruas paralelas com sentido único de tráfego, destinadas ao fluxo contínuo de veículos. Não há limitações quanto a altura máxima e é permitido a ocupação de 100% do terreno no térreo e no primeiro pavimento.


setor histórico

zona central

zona residencial 4

setor estrutural

C (ZONA CENTRAL): Abrange o centro tradicional da cidade, onde há grande concentração de

ividades

e

funções

urbanas

de

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São

permitidos

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ZR-4 (ZONA RESIDENCIAL 4): Zona caracterizada como de média-alta densidade habitacional, onde

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são permitidos os usos habitacionais, comercial e serviços (com área inferior a 200m²) e industrial

omerciais e comunitários, além do uso industrial (com área inferior a 100 m²). Os principais

(com área inferior a 100m²). Admite a presença de habitações unifamiliares, porém o foco é na

ferenciais desta zona são: altura livre das edificações, a permissão para ocupação integral do

ocupação por habitações coletivas, transitórias e institucionais, com predomínio da verticalização

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SE (SETOR ESTRUTURAL): Considerado o prolongamento do centro da cidade, apresenta um coeficiente de

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aproveitamento igual a quatro, incentivando a verticalização e a diversidade de usos; bem como, melhores condições de atendimento à população urbana, ao se estender do nordeste ao sudoeste do município, tangente ao centro comercial. Assim este setor é responsável por incentivar o crescimento linear da cidade,

conectando-se diretamente a um sistema viário específico, caracterizado por um trinário composto por uma


A definição do setor especial histórico retoma o Plano Preliminar de Urbanismo de Curitiba, de Jorge Wilhelm, que no anteprojeto de lei de 20 de maio de 1966, já se identificava na secção de preservação e revitalização dos setores histórico-tradicionais: “Art. 48 – Fica estabelecida no Município de Curitiba, a política de preservação e revitalização do Setor Histórico-Tradicional, com a finalidade de resguardar os valores históricos e urbanos de determinadas áreas” (CORRÊA LYRA, 1970). Em 1970, por sua vez, é definido o Plano do Setor Histórico de Curitiba, coordenado por Cyro Correa Lyra, cujo objetivo era salvaguardar o patrimônio edificado do centro antigo da cidade com o intuito de se desenvolver o seu potencial turístico – transformando o monumento histórico em produto econômico, conforme Choay (2006); reflexo do então processo de valorização do patrimônio enquanto elemento da indústria cultural. Desta forma, desde a década de 70, definiram-se limitações para as novas construções, sobretudo no que diz respeito aos usos permitidos, excluindo por exemplo oficinas, depósitos e estabelecimentos industriais, sugerindo uma região de cultura e lazer, articulada a um cenário de arquiteturas históricas; bem como a valorização do trânsito de pedestres (que levou, por exemplo, a pedestrialização de parte da rua são Francisco na década de 80) e a restrita verticalização, para não se descaracterizar a paisagem urbana. Contudo, a implantação da avenida estrutural norte, dividindo o setor histórico ao meio e acarretando a perda da paisagem urbana da Travessa Nestor de Castro, evidencia a dualidade nos interesses e o não-protagonismo do setor histórico neste conflito. Ademais, destaca-se a necessidade de expansão deste setor para salvaguardar outros importantes monumentos, que a priori não estão incorporados, como exemplo, a extensão da Rua Jaime Reis até o Reservatório do Alto São Francisco, a Rua Trajano Reis até o Cemitério Municipal (já tombado), a Rua Inácio Lustosa até o Passeio Público e a Rua Barão do Rio Branco até a Praça Eufrásio Correa e a Estação Ferroviária (WAL e IMAGUIRE Jr., 2016, p. 17), dentre outros importantes testemunhos históricos que merecem igual reconhecimento. O limite fragmentário definidor deste setor já sugere o conflitoso processo de caracterização desta área, cujo questionamento deve ser constante.


inauguração da PRAÇA DE BOLSO DO CICLISTA + projeto de “revitalização da são francisco revisão do plano diretor, que levou ao zoneamento de 2015.

2014

Revisão do Plano Diretor e o Estatuto da Cidade

2016 | 1.893.997

2004

1981

1974

implementação da REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE

1972

plano de pedestrianização do centro, que incluiu a transformação da XV de novembro no primeiro calçadão do país.

1966

plano agache

1965

criação do IPPUC (instituto de pesquisa e planejamento urbano de curiitba) Em 1965, a administração municipal realizou um concurso público para a elaboração do Plano Diretor da cidade. A proposta vencedora estabeleceu o Plano Preliminar de Urbanismo; que deu origem ao primeiro Plano Diretor de Curitiba,

abertura do Museu de Arte Sacra, no anexo lateral da igreja da ordem, marca a preocupação com a conservação da história da cidade.

1970 - 1980

delimitação do setor histórico; inauguração da rodoferroviária; e definição da região metropolitana. 1973 teve início a feira livre do largo da ordem

1943

parte da rua são francisco recebeu o nome Dr. Claudino dos Santos

1918

1912

1980 | 1.025.079

PRIMEIRO PLANO DIRETOR DE CURITIBA

no século XIX, a dinâmica urbana da cidade se intensificou, em virtude sobretudo da produção da erva-mate e da sua elevação à condição de capital da província do paraná. contudo, foi com a instalação das indústrias nas primeiras décadas do século XX e a consequente migração do interior do estado para a capital que acarretaram um crescimento urbano sem precedentes.

criação da universidade federal do paraná

1910

1950 | 180.575

início do uso dos bondes elétricos (até 1952)

construção do atual teatro 13 de maio, na época, a fábrica de tecidos da família Hoffmann

1890

data do nome atual da rua SÃO FRANCISCO

1867

1853

independência do estado de são paulo; curitiba passou à condição de capital do estado

1786

1721

a vila passou a se chamar CURITIBA

1693

a ocupação passara da condição de freguesia à vila (data oficial de fundação da cidade

1654

fundação do povoado de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais

constituía ponto de passagem e parada das atividades ligadas à extração de outro, no século XVII, e ao tropeirismo, no século XVIII

1900 | 49.755

data da nomeação “RUA DO FOGO”

1780 | 2,949

1990 - 2000

criação das Unidades de Interesse de Preservação Históricas. É instituída a Lei do Solo Criado, incentivo construtivo que visa garantir a conservação de edificações de valor cultural

ELABORADO PELA AUTORA

28


SETOR H 02


HISTÓRICO 2.2

30


ALMIRANTE TAMANDARÉ

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47

6

COLOMBO

ro d

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rodovia do contorno (norte de Curitiba)

CAMPO MAGRO

SENTIDO SÃO PAULO rodovia 116 Reg. Bittencourt

regional matriz

RODOVIA

(divisão administrativa)

interior do Paraná

PINHAIS CENTRO + SÃO FRANCISCO

CAMPO LARGO

ARAUCÁRIA SÃO JOSÉ DOS PINHAIS (Aeroporto)

rodovia do contorno (leste de Curitiba)

FAZENDA RIO GRANDE

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32


Os centros urbanos são identificados na maioria das vezes como o lócus da dinamicidade, onde confluem fluxos de pessoas e mercadorias e convergem usos muito distintos; em contrapartida a cena fixa e concreta da arquitetura, cujas alterações em geral correspondem ao desmonte de importantes registros históricos. O caráter dicotômico e complexo dos centros é assim inerente a sua conformação enquanto espaço ativo da vida urbana. Neste ínterim, destaca-se a forte relação entre o desenvolvimento dos centros urbanos das metrópoles brasileiras e a ocupação das camadas de alta renda, cuja associação esboça os diferentes processos de transformação do tecido urbano, mais evidente na região central. Conforme destaca Villaça: “Em seu deslocamento espacial, essas classes [de alta renda], por meio do mercado imobiliário, tendem a fazer com que o centro principal cresça – continua ou descontinuamente – na sua mesma direção. As metrópoles analisadas revelam uma tendência a desenvolver o que popularmente se chama de um ‘centro novo’, localizado na região geral de concentração das camadas de mais alta renda. O centro tradicional, abandonado pelas burguesias, vem sendo tomado pelas camadas populares” (VILLAÇA, p.311, 2001). Curitiba não é exceção. Até 1950, a localização inicial das áreas residenciais das camadas de alta renda foi determinada pela acessibilidade ao centro – sobretudo as regiões hoje correspondentes aos bairros Batel e Alto da Glória. A localização do transporte intra-urbano (bondes de tração animal até 1912) explicita tal relação, pois suas linhas foram definidas de acordo com a localização das áreas residenciais desta parcela da população. Assim, é sintomático que ao iniciar a estratificação social nas metrópoles brasileiras, inicia-se também o processo de segregação espacial por classes de renda (VILLAÇA, 2001).

mapa da divisão territorial dos bairros da regional matriz

fonte: IPPUC - Geoprocessamento


rendimento médio das pessoas responsáveis por domicílios por setores censitários - reg. matriz 2010 fonte: IBGE 2010

densidade demográfica por setores censitários regional matriz 2010 fonte: IBGE 2010

34


Tal relação entre localização, acessibilidade e valorização imobiliária se tornaria cada vez mais evidente, sobretudo no centro de Curitiba, que passava a concentrar cada vez mais estabelecimentos de comércio e serviços e instituições públicas – ainda que as edificações residenciais fossem maioria no início do século (BLEY, 1982). Na década de 1950, contudo, o auge da economia cafeeira paranaense e o aumento da taxa de crescimento populacional acarretaram importantes mudanças na configuração urbana; como por exemplo a intensificação da atividade imobiliária com o início do processo de verticalização e o deslocamento do centro administrativo, com a implantação do Centro Cívico.

“Precisamente entre 1941 e 1946 ocorre, no Brasil, uma intensificação da atividade imobiliária que se constitui como o ‘boom do século’: a propriedade imobiliária como campo de investimentos de lucros da indústria, do comercio e da exportação agrícola se intensifica. Esse processo se dá, em parte, devido à dificuldade de importação de equipamentos industriais durante a guerra, mas, fundamentalmente, devido ao surgimento de circuitos financeiros associados à ‘economia coletiva’. Assim, ocorre a expansão de fundos previdenciários, das companhias de capitalização, das caixas econômicas e das empresas de seguros que oferecem credito imobiliário, empréstimos hipotecários, e investem em construções (...). O capital incorporador se consolida como fração de capital no processo de produção do ambiente urbano. (FELDMAN, 2005, p.16).

áreas verdes

residencial

misto com habitação

comercial


serviços

misto sem habitação

institucional privado

institucional público

outros (obras, etc)

não utilizados

5

25

50

MAPA ELABORADO PELA AUTORA

100

36


Neste processo de verticalização do centro, esboçava-se uma predominância de edifícios comerciais e de serviços – ainda que na década de 1960, e sobretudo, 1970, um pequeno incremento no número de edifícios residenciais no centro tenha ocorrido. De 1970 a 1990, este processo de verticalização se dilata para bairros limítrofes do Centro, como o Batel e Alto da XV e observa-se, conforme aponta Angela Seixa Pilotto, um número maior de edifícios residenciais construídos fora do Centro em comparação com as construções no próprio bairro; ao mesmo tempo em que o número de edifícios residências como um todo só crescia, o que apontava um novo padrão residencial. “A localização da verticalização em Curitiba esteve associada às duas áreas de residência das camadas de alta renda e à implantação dos setores estruturais (ou eixos estruturais) nos anos de 1970 e 80. ” (PILOTTO, 2010, p. 55). Esta dilatação da verticalização sentido bairros limítrofes, acarretou a partir de 1970, o início do processo de conformação de um “centro” no bairro Batel, relacionado à localização das camadas de alta renda; enquanto o centro tradicional histórico passava a se associar às camadas de baixa renda e ao comércio “popular” – apresentando inclusive, entre 1980 e 1991, um crescimento populacional negativo .

verticalização se concentra ao longo dos eixos estruturantes e, na região destacada, na vertente leste da rua barão do serro azul, vinculada sobretudo às canaletas exclusivas de ônibus

térreo

02 a 03 pav.

04 a 06 pav.

07 a 10 pa


av.

do se rro az ul rua b arão tro

as de c r o est tv. n

10 a 15 pav.

mais de 15 pav.

não definido (obras)

5

25

50

MAPA ELABORADO PELA AUTORA

100

38


Evidencia-se no mapa a concentração de equipamentos públicos na região central de Curitiba, destacando suas áreas de influência. “Na década de 1980, os centros principais já estavam quase totalmente tomados pelas camadas populares. Aquilo a que se chama ideologicamente de ‘decadência’ do centro é tão-somente sua tomada pelas camadas populares, justamente sua tomada pela maioria da população. Nestas condições, sendo o centro realmente da maioria, ele é centro da cidade” (VILLAÇA, 2001, p.283).

áreas livres

educaionais

culturais

de saúde

de transporte

e


específicos

50

100 200

400

800

MAPA ELABORADO PELA AUTORA 40


O início do século XIX marcou assim a consolidação do bairro Batel enquanto “centro novo” e o “declínio” populacional do Centro, com uma perda de quase 10mil habitantes entre 1980 e 2000; em paralelo a outros processos urbanos como o deslocamento das camadas de alta renda para as periferias, com a difusão dos condomínios fechados, e o adensamento das aglomerações metropolitanas. Assim como a falta de incentivo a fixação de moradias no centro, apesar de sua recente valorização pelo mercado imobiliário, e o aumento do número de domicílios particulares não ocupados ou subutilizados, que se tornaram alvo de degradação permanente e acabam propiciando a sua ocupação irregular com a proliferação de cortiços e mocós. Além do número significativo de moradores de rua; a falta de segurança devido ao esvaziamento das ruas no período não comercial e o considerável déficit habitacional do centro. Estes processos se intensificaram na virada do século, e a degradação dos centros metropolitanos e, consequentemente, do seu patrimônio histórico edificado, passou a ser cada vez mais associado ao território popular. “Desvalorizados pela lógica do mercado (...) [os] antigos centros das classes abastadas, que em algum momento já foram ‘o’ centro da cidade, são hoje territórios populares numa condição física precária, tanto dos imóveis privados como dos espaços públicos” (ROLNIK, 2006). .

PREDOMÍNIO DO COMÉRCIO POPULAR + VAZIOS URBANOS + EDIFÍCIOS ABANDONADOS (INTEGRAL OU PARCIALMENTE)


42


destaca-se o uso dos lotes não-construídos em função de interesses privados, vinculados ao rodoviarismo, no centro consolidado de curitiba, onde a rede integrada de transporte apresenta maior densidade; e cujo potencial de uso merece destaque.

estacionamentos privados


5

25

50

100

MAPA ELABORADO PELA AUTORA 44


Neste sentido, os centros metropolitanos constituem alvo frequente de projetos de reabilitação; que na sua maioria das vezes, se vincula a interesses privados que visam mudar o perfil popular do centro; em detrimento de se considerar toda vivacidade presente, independemente da renda salarial. “(...) a preservação dos núcleos históricos não deve ser vista apenas como a conservação física de edifícios e espaços urbanos. Esse aspecto é importante, mas insuficiente para que se tenha um processo sustentável e socialmente equilibrado. Substituir o uso habitacional das áreas históricas, assim como os moradores que ali vivem, significa criar núcleos sem vida cotidiana, sem comércio e serviços de caráter local, o que tende a gerar espaços que permanecem desertos durante boa parte do dia. Isso não é bom para a população local, pois impede um melhor aproveitamento social das excelentes condições de localização dessas áreas. Sem moradores, as relações fundamentais entre o espaço físico e o processo sociocultural que lhe dá vida são destruídas” (VILLAÇA, 2001, p.317,318). Salienta-se assim o contrassenso entre a existência de inúmeros vazios urbanos e o déficit habitacional do município, sobretudo em regiões totalmente abastecidas pelo transporte público. Sendo sintomática a complexidade deste cenário, que suplanta compreensões horizontais do espaço urbano e demanda um reconhecimento do patrimônio material e imaterial fundamentais das áreas históricas, cujos valores simbólicos latentes e a continua e dinâmica produção social do espaço suscitam diferentes nuances no seu cotidiano emblemáticos da sua multiplicidade. “A memória não é um instrumento para a exploração do passado; é, antes, o meio. É o meio onde se deu a vivência, assim como o solo é o meio no qual as antigas cidades estão soterradas. Quem pretende se aproximar do próprio passado soterrado deve agir como um homem que escava. [...]. Pois “fatos” nada são além de camadas que apenas a exploração mais cuidadosa entregam aquilo que recompensa a escavação” (Benjamin, 1995, p. 239).

edifícios tombados

unidades de interesse de preservação (restauradas)

unidades de


e interesse de preservação (degradadas)

unidades de interesse de preservação (em obras)

paisagem urbana tombada ou c/ interesse de preservação

5

25

50

100

MAPA ELABORADO PELA AUTORA 46


A RUA SÃO FR


ANCISCO 02.3

48


Antigamente conhecida como a Rua do Fogo, a São Francisco surgiu com o crescimento da vila de Curitiba para o norte da ocupação, estabelecendo a conexão entre a antiga capela do Terço (atual Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas) e a capela da Irmandade dos Pretos (atual Igreja de Nossa Senhora do Rosário); prolongando-se mais tarde até a rua Garibaldi, atual Presidente Faria. A conformação atual, no entanto, se restringe na conexão entre a Rua Pres. Faria e o largo da ordem (referente à igreja acima citada), sendo substituída em um trecho pela rua Dr. Claudino dos Santos. No final do século XIX, a rua já apresentava predomínio de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, como armarinhos, armazéns, hotéis, escritórios comerciais e selarias; bem como as diversas pensões de estudantes, vinculadas à proximidade com a Universidade Federal do Paraná, e as inúmeras influências da imigração, sobretudo dos alemães, poloneses e italianos. Tal vocação comercial e de prestação de serviços se mantém de certa forma até os dias de hoje, definindo as dinâmicas urbanas do seu espaço público, que sofreram alterações decorrentes, por exemplo, do fechamento do tráfego viário em parte da sua extensão e do alargamento da Rua Barão do Serro Azul (antiga Estrada da Graciosa). Assim, a rua constitui um importante testemunho histórico, urbanístico e arquitetônico, e que apresenta significativas relações de pertencimento tanto com os moradores e comerciantes locais, quanto com a totalidade da cidade, que reconhecem sua importância.

A VOCAÇÃO HISTÓRICA DA SÃO FRANCISCO . COMÉRCIO + SERVIÇOS

No centro histórico congestionado de Curitiba, destaca-se o eixo urbano da Rua São Francisco como importante paisagem urbana a ser resguardada, cuja apreensão e percurso esboçam diferentes momentos de diálogo com a história da cidade e realçam a sempre continua produção social do espaço, mesmo em áreas de ocupação consolidada.


fig.15

fig.14

fig.16 50


Desta forma, a rua já fora alvo um projeto de reestruturação em 2014, no qual a fiação elétrica foi enterrada, o calçamento do passeio refeito e um novo projeto de iluminação instaurado, com intuito de valorizar o patrimônio edificado e a paisagem urbana da São Francisco. Tal projeto deteve uma significativa importância, chamando atenção para ruas históricas do centro antigo e, sobretudo, para o setor histórico como um todo; porém, a própria denominação da intenção de “revitalização” já predispõe uma acepção burguesa do que se considera vida no centro; que deve ser questionada. Ademais, segmentos do calçamento já se encontram em degradação assim como parte do patrimônio histórico edificado ainda está abandonado. “As [revitalizações parciais] executadas nas ruas São Francisco e Riachuelo foram maquiagem urbana: não alteraram o uso – ou subuso – das edificações. Ainda existem pavimentos inteiros desocupados ou usados apenas como depósitos, miolos de quadra ociosos e edificações abandonadas. Seria necessário um programa, com os convenientes financiamentos e estímulos, para a revitalização integral das edificações. Dessa ação, produzindo adensamento sem verticalização, decorreria um aumento de oferta de habitações numa ampla faixa de valores” (WAL e IMAGUIRE Jr., 2016, p. 25 e 26). Destaca-se assim a importância de se pensar a rua São Francisco enquanto unidade projetual, com todas as suas diferentes nuances e acontecimentos sociais, evidenciando as suas potencialidades e tornando visível as inúmeras camadas temporais coexistentes. A presença de espaços subutilizados e não construídos devem ser questionados; em virtude de se potencializar a vivacidade e diversidade ali presentes, constitutivas do seu cotidiano.


52


Reestabelecendo o traçado original da Rua São Francisco, o presente trabalho assume o seu eixo histórico enquanto elemento estruturador dos diálogos e articulações entre os valores simbólicos acumulados e o contínuo processo de produção social do espaço. Evidencia-se as fortes relações históricas que o eixo estabelece com a Praça João Cândico, Praça Tiradentes e Praça Santos Andrade; enquanto articulações que lhe sustentam e potencializam sua centralidade; tornando-se saliente a possibilidade de se pensar tais articulações como um segundo momento do projeto, ainda que a escolha atual seja outra.

Reservatório do alto São Francisco

PRAÇA JOÃO CÂNDIDO Antiga Praça do Observatório, corresponde ao local onde os franciscanos iniciaram a construção do que viria a ser a Igreja de São Francisco de Paula, no século XVIII, que, contudo, não chegou a ser concluída. Até o início do século XX, a capela – único elemento do conjunto franciscano que chegou a ser construído – ainda existia; porém foi demolida devido ao seu estado de precariedade, e construiu-se no local o atual “belvedere”, que marca a paisagem da praça juntamente com os remanescentes desta construção inacabada, denominada ruínas de São Francisco.

fig.17

Praça João Cândido

Praça Garibaldi


fig.18

Largo da Ordem

RUA

SÃO F

fig.19

RAN

CISC

O Praça Santos Andrade

Praça Tiradentes

Berço histórico de Curitiba, considerada como o marco zero da capital paranaense, era conhecida como antigo Largo da Matriz, Largo Dom Pedro II e em 1889 assumiu sua denominação atual. A Igreja Matriz, o prédio da Cadeia Municipal e os sobrados residenciais marcavam sua paisagem colonial, que passou por continuas transformações urbanas ao longo da história; constituindo-se até os dias de hoje um importante núcleo comercial e de serviços, bem como um ponto nodal no sistema de transporte municipal.

PRAÇA TIRADENTES 54


Reservatório do alto São Francisco

fig.20

Antigamente conhecida como Praça Dr. Faria Sobrinho e Praça do Rosário; a Praça Garibaldi abriga um patrimônio arquitetônico importante, como o Palácio Garibaldi, a Igreja do Rosário dos Pretos, a Igreja Presbiteriana, o Solar do Rosário e o Palacete Wolf; bem como a fonte da memória e o relógio das flores. Constituindo assim um importante espaço livre, estruturador do eixo da Rua São Francisco, e detentor de inúmeros valores simbólicos sobrepostos. Abriga também a Feira do Largo da Ordem, que se estende até a praça João Cândido.

PRAÇA GARIBALDI

Praça João Cândido

Praça Garibaldi


fig.21

LARGO DA ORDEM

Largo da Ordem

Denominado Largo Coronel Enéas, Pátio de Nossa Senhora do Terço, e posteriormente Pátio de São Francisco de Chagas – devido a presença da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, a mais antiga da cidade. Comumente conhecido como o Largo da Ordem; constituía nos séculos XVIII e XIV uma área de intenso comércio; hoje associada aos diversos equipamentos culturais existentes e à feira livre que ali ganha corpo todos os domingos desde 1973.

RUA

SÃO F

RAN

CISC

O Praça Santos Andrade

Praça Tiradentes

fig.22 56


INTERVE


N Ç Ã O . 03

58


“Recuperar o centro das metrópoles nos dias atuais significa, entre outros aspectos, melhorar a imagem da cidade que, ao perpetuar a sua história, cria um espírito de comunidade e pertencimento. Significa, também, promover a reutilização de seus edifícios e a consequente valorização do patrimônio construído; otimizar o uso da infra-estrutura estabelecida; dinamizar o comércio com o qual tem uma relação de origem; gerar novos empregos.” (VARGAS E De CASTILHO, p. 5, 2009). Considerando as leituras urbanas desenvolvidas e as questões anteriormente expostas, delineia-se a seguir uma proposição de intervenção na rua São Francisco; a partir da qual, questiona-se as formas de intervenção nos centros urbanos e se salienta a importância de considerar o capital social urbano, o espaço público da rua e o diálogo com os valores simbólicos do pré-existente a fim de se pensar o “espaço público ampliado” como extensão do território da rua. Desta forma a rua São Francisco constitui o eixo estruturador do projeto por diversas razões. A princípio por ser uma das principais vias históricas de Curitiba, cujas reminiscências do seu momento colonial coexistem com alterações urbanísticas e arquitetônicas acumuladas ao longo do tempo. Mas também por apresentar uma escala mais voltada ao pedestre, em virtude das dimensões do seu calçamento e do gabarito das edificações que lhe conformam; e por transpassar dinâmicas urbanas distintas que sintetizam algumas das problemáticas comuns nos centros metropolitanos. Além de deter um histórico de apropriações sociais muito particular, sendo palco constante de manifestações políticas e culturais, como as feiras livres semanais, e de uma vida noturna singular.


PROBLEMAS + POTENCIALIDADES

60


É importante destacar que tal proposição teve como referência, ainda que os cenários sejam muito distintos, o projeto da Praça das Artes, no centro congestionado de São Paulo, projetado pelo escritório Brasil Arquitetura e inaugurado em 2012. Resolvendo um problema histórico de falta de espaço dos bastidores do Teatro Municipal, tal projeto desempenha um importante papel nos processos de transformação da área central da cidade, evidente na significativa presença de funções de caráter público bem como na valorização do patrimônio edificado do Antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo. Destaca-se assim o quanto este projeto assumiu a natureza do lugar como elemento determinante, e lidando com os espaços residuais do miolo de quadra e todas as suas preexistências, propôs novas conexões urbanas através dos edifícios; estabelecendo eixos de permeabilidade em meio a uma malha urbana consolidada e densa. O complexo cultural Praça das Artes foi projetado pelo escritório Brasil Arquitetura e inaugurado em 2012; localiza-se na Avenida São João, no centro de São Paulo.

praça das artes | brasil arquitetura . 2012


fig.23

fig.24

fig.25 62


Ademais, destaca-se também, como importante referência de “contato com o histórico”, o Centro de Lazer SESC Fábrica da Pompéia, projetado por Lina Bo Bardi no final dos anos 70, sobretudo por ser emblemático de sua formulação sobre o “presente histórico”. “É preciso se liberar das ‘amarras’, não jogar fora simplesmente o passado e toda a sua história; o que é preciso é considerar o passado como presente histórico. O passado, visto como presente histórico, é ainda vivo, é um presente que ajuda a evitar as arapucas... Frente ao presente histórico, nossa tarefa é forjar outro presente, “verdadeiro”, e para isso não é necessário um conhecimento profundo de especialista, mas uma capacidade de entender historicamente o passado, saber distinguir o que irá servir para novas situações de hoje que se apresentam a vocês e tudo isso não se aprende somente nos livros. [...] Na prática, não existe o passado, o que existe é o presente histórico. (BARDI, 1992, p. 61-62) Exemplo de articulação entre o novo e o antigo, entre o presente e o passado; tal formulação propõe uma nova forma de encontro com o passado, na qual o presente possibilita novas interpretações, extraindo-o do esquecimento; e excluindo a única e definitiva compreensão do mesmo. Tal formulação vai de encontro com as intenções projetuais de se estabelecer diálogos com as camadas urbanas; considerando a memória local como o eixo central de compreensão do lugar. A transformação dos antigos galpões da fábrica de tambores em um centro cultural e de lazer, ampliando os significados do local e ao mesmo tempo preservando a memória do que ali acontecera anteriormente, é exemplo de uma integração entre o antigo e o novo que suplanta as intenções de preservação para atribuir novos significados; não assumindo a arquitetura enquanto expressão congelada de um momento histórico. “A referência à origem não pode significar a eterna repetição de modelos anteriores e a morte dos acontecimentos posteriores, mas sim a vida, na sua plenitude. A relação entre os tempos históricos tem que ser mútua e construtiva. Transformar todas as partes envolvidas.” (BIRREMBACH, 2007, p. 15). sesc pompéia| lina bo bardi . 1977


fig.26

fig.28

fig.27

fig.29 64


A intervenção esboça assim diretrizes gerais para a ocupação dos lotes não construídos e dos edifícios em situação atual de degradação ao longo da Rua São Francisco, com o intuito de se reconstituir a unidade da sua paisagem urbana e concomitantemente aumentar o aproveitamento desta área central. A incongruência de se encontrar edifícios não ocupados ou subutilizados em localidades com déficit habi-tacional e altamente abastecidas de serviços e infraestrutura urbana vai de encontro assim com as proposições de ocupação, sobretudo considerando que maioria destes lotes constituem atualmente estacionamentos privados e apresentam um potencial de ocupação muito particular por permitirem a conexão entre vias de diferentes escalas. Ademais, a degradação crescente de edifícios com interesse de preservação chama atenção para a importância destas localidades, de modo que a memória coletiva não se rarefaça frente ao modelo de ocupação atual. Desta forma, o presente trabalho se estrutura a partir do percurso ao longo da rua São Francisco para definir as diretrizes propostas, ciente das particularidades que este espaço público apresenta ao longo de sua extensão.


o percurso ao longo da são francisco (considerando sua configuração histórica)

a praça da fonte + o largo + o cruzamento e o monumento + o reduto

+ costuras urbanas entre o histórico e não histórico

(o entre quadras, enquanto transições de escala)

= extensão do espaço público

66


PRINCIPAIS FLUXOScomuns DE PEDESTRES são associados aos pontos e terminais de ônibus, e à região de maior concentração de comércio das problemáticas nos centros metropolitanos rua são Francisco. Assim, a porção do setor especial histórico à norte da Travessa Nestor de Castro, apesar de apresentar as grandes extensões pede

av.

1785m

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jaim

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principais fluxos de pedestres

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estrianizadas, o fato de que a área encontra-se deslocada das principais funções comerciais, de serviços

A CIS SÃ MONU O E O MENT O

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5

10

20

40

80

68


diretrize

assumir a rua são francisco como o espaço público estruturador das costuras urbanas, articulando as diferentes escalas e expandindo a relação do espaço público com o espaço edificado;

potencializar os valores simbólicos da paisagem urbana (o lugar e a memória), chamando atenção para a espacialidade da rua histórica e reestabelecendo a apreensão da são francisco enquanto unidade arquitetônica e urbanistica;

contribuir para a diminuição do defict habitacional no centro, com a presença de habitações em todos os momentos do projeto;


es gerais

definir um espaço central de encontro, que estruture todo o projeto e permita o diálogo entre programas;

estruturar o programa ao longo do eixo, distribuindo-o nos diferentes momentos do projeto, de modo a centralizar essa distribuição no espaço da rua;

estabelcer relações diretas com as pré-exitências, assumindo-as como definidoras dos eixos de ação, e articulando descontinuidades;

70


expansão do espaço público articulando o espaço livre dos equipamentos culturais (pré-existentes) à espacialidade da rua.

manutenção da pavimentação (com início do índice de pedra portuguesa rosa) + mobiliário móvel (adaptável às feiras livres)


expansão do espaço público, e sua articulação ao espaço privado coletivo + espaço central de conexão e encontro

conversão do segundo trecho da rua são francisco em rua compartilhada + ampliação da pavimentação de pedra portuguesa rosa, conservando parte do piso histórico.

continuação do índice de pedra portuguesa rosa entre o largo e o cruzamento com a av. barão do serro azul.

restauração dos edifícios com interesse de preservação + reconversão para habitação de interesse social.

reconfiguração do marco visual da são francisco, ampliando o espaço livre inicial da rua (junto à praça de bolso do ciclista). + reconversão para habitação de interesse social

72


04 a rua sĂŁo francisco.

01


02

05

03

74


04

02

03


05

76



a rua são francisco.

01

A dimensão do espaço público da rua configura o momento central do projeto. Ele define o eixo estruturador de todos os seus acontecimentos, ainda que não se submeta a transformações físicas invasivas. Acredita-se em pequenas inserções para salvaguardar seu caráter singular e incentivar um uso ainda mais intenso, indo de encontro com as intenções já apresentadas. Assim, propõe-se a interrupção do transporte de veículos em toda a rua São Francisco, resguardando-a ao uso dos pedestres e ciclistas enquanto uma rua compartilhada (permitindo apenas o trânsito de veículos para carga e descarga dos estabelecimentos locais). Ademais, propõe-se a conformação de um índice físico referente a sua apreensão enquanto unidade (considerando sua formação histórica), definido pela continuação da pavimentação de pedra portuguesa rosa, que atualmente marca presença da Praça Garibaldi ao Largo da Ordem. Tal índice se manteria como uma faixa na pavimentação até a Av. Barão do Serro Azul, ocupando a partir desta até a Praça de Bolso do Ciclista uma faixa maior do pavimento (em substituição ao calçamento vermelho, datado de 2014 e que já se encontra em estado de degradação). 78



80


e esta ntrada cion ame nto

liceu de ofícios

praça interna

teatro 13 de maio foyer

habitação

confo rm espaç ação do s os li vres

praça de bolso do ciclista

bicicletaria

cultural sala de dança

expansão bicicletaria cultural liceu de ofícios

espaço de apoio à feira livre

confo rm espaç ação do s os li vres

centro de estudos do movimento eixo como s de circu la a rela rticulad ção do edifício ção onver são diret ores na rua e rec co e par a habitação pré-ex aent a ist istên m pré-ex cias sse social de intere

rua alfredo bufren

16

implantação | primeira proposição volumétrica 1:500 implantação || proposição volumétrica implantação primeira proposição volumétrica

sala de dança

liceu de ofícios

comércio serviço centro de estudos do movimento

8

foyer

expansão

espaço comunitário

espaço apoio ciclista

teatro 13 de maio

os r od çã nfo ten e co a nu u ma s” q praç icos) a ro ól “mu mam simb res lo (va

oficina de manutenção

de mai o

habitação

espaço de apoio à feira livre

rua são francisco

liceu de ofícios espa ço p do te rivado atro

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16 1 21 241 4 2

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8

16

1 2 1 2

4

8

116 2

16

4

8

4

8

16

térreo | primeira implantação proposição | primeira volumétrica proposição volumétrica térreo proposição volumétrica térreo || primeira proposição volumétrica 1:500

1 2

4

8

1 2

4

1 2 164 1 2

8

48

16

16

ressignificando o fragmento: o lugar e a memória da rua são francisco joara tomba pereira

16

161

8

1 2 1 2

4 1 2

48

8

16

16

2

1 2 4 16

4 1 2

4

48


02

expansão bibicletaria cultural

apoio praça

expansão da bicicletaria cultural espaço apoio ciclista oficina de manutenção espaço comunitário

+ comércio e serviço

+ habitação de interesse social (com a adaptação do edifício abandonado, originalmente destinado à conjuntos comerciais) 16 1 2

41 2

4 8

8

16

16

corte AA | 1:500

82



fig.30

fig.31 84


e esta ntrada cion ame n

rua tre ze de maio

to

liceu de ofícios

praça interna

teatro 13 de maio

liceu de ofícios

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teatro 13 de maio foyer

habitação

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confo rm espaç ação do s os li vres

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sala de dança

liceu de ofícios

liceu de ofícios centro de estudos do movimento

reco nvers ão pres novo us dos sob erva ção o e cons rados pa do p e atrim quente ra ônio edific ado | primeira proposição volumétrica implantaçãoimplantação | proposição volumétrica

centro de estudos do movimento

rua s ão

eixo como s de circu la a rela rticulad ção çã o rua e o direta res na co pré-ex istên m a cias

franc

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asse g suas urar pais difere a ntes gem urb an temp orali a e dade s

memorial de curitiba

habitação estudantil

expansão centro de estudos do movimento

espaço de apoio à feira livre

1 2

4

8

16

1 2 4 1 2 4

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8

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16

1 2 1 2

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8

16

térreo | primeira implantação proposiçãovolumétrica volumétrica | primeira proposição volumétrica térreo | proposição 4

8

1 2

4

116 21 1 2 42 44

8

8

88

16 1 2 1 42

4

8

8

16

16

16 16 16

1 2

1 2 1 42

4

4

8

8

térre 8


03 EDIFICIOS PRÉ-EXISTENTES (unidades de interesse de preservação) em atual estado de degradação Propõe-se a restauração dos cinco sobrados, rearticulando suas conexões com o espaço público da via; e entre os próprios edifícios, a partir de ligações físicas entre seus primeiros pavimentos; salvaguardando o uso dos térreos, dos que estão atualmente ocupados; Sugere-se assim a sua utilização como HABITAÇÃO ESTUDANTIL, vinculadas à Universidade Federal do Paraná, de modo a se definir uma possível ocupação aos outros edíficios com interesse de preservação, em que se encontram em degradação ou com o primeiro pavimento desocupado.

86


fig.32


fig.33 88


COSTURAS URBANAS 04 COSTURAS COSTURASURBANAS URBANAS. .QUADRA . QUADRA QUADRA04 04

COSTURAS URBANAS . QU

etr en e nn trtr aa a dd eseta e ss d aa ta a cc cta io io nn nio aa a m m eto em e nn n toto

liceu liceu dede liceu de ofícios ofícios ofícios

praça interna

teatro teatro 13teatro de 13 de maio maio 13 de maio

foyer foyer

liceu de ofícios

foyer

habitação habitação habitação

espa ço p do te rivado atro espa ço priv a da esp oço teatro do privad do te o atro

praça praça praça interna interna interna

e esta nt cion

ruaruru a atre tre tre ze ze zededem de maim oo oaiai

teatro 13 de maio foyer

habitação

gathering space

cc c oo o fo nn nrfo fo rm ra m m espaço espaço dede eseses a aã çç ço ã ãdo pa o d pa ç oo çpa ç sdsos oo s so svv apoio apoio à à lili lies rves r res feira feira livre livre

confo rm espaç ação do s os li vres

sala de sala sala dede dança dança dança

sala de dança

liceu liceu de liceu dede ofícios ofícios ofícios

liceu de ofícios centro de centro centro dede estudos do estudos estudos dodo movimento movimento movimento

centro de estudos do movimento

memorial memorial de curitiba memorial de curitiba de curitiba

eixo como s de circu la artic rela eixo eisxo u d ção çc ores desla de ão omd c irc iret ruaco circ na aort aic e mroécoumlauçla rat ção ão relpra uic ex el laudla a des çã çis oa ores ên ãdt r o o cia dir iret ruaru aetsa ona na eapr eépr m m é-isexiscoc ex têntcênca a iasias

expansão expansão centro de expansão centro de estudos do centro de estudos do movimento estudos do movimento movimento

espaço de apoio à feira livre

espaço de apoio à feira livre

1 2

4

8

16

1 2 14 2

implantação | |primeira proposição volumétrica implantação implantação | primeira primeira proposição proposição volumétrica volumétrica1:500 implantação | proposição volumétrica 1 2

4

8

4

8

16

8

16

1 2

1 2

16

4

1 2 14 2

41 2

8

4

4 8

8

16

16

1 2 114 22 44

térreo | |primeira proposição volumétrica 1:500 térreo térreo implantação | primeira | proposição primeira proposição proposição volumétrica volumétrica volumétrica térreo | primeira proposição volumétrica 16

8

8

8

88

1 2 4 16 116 162 14 2 4 8

1 2

16

16

ressignificando o fragmento: o lugar e a memória da rua são francisco 1 2 14 2 4 8 8 16 16 joara tomba pereira

4

4

8

1162 14 2

4

16

16

4 8

8

1 2

8 8

16 16

corte AA 1:500 térreo | primeira proposição corte corte AAvo AA

8

1 2 1 2

8

1162 14 2 16

16

4

4

8

8

16

8

16

16


04 liceu de oficios (vinculado à cenografia, costura e reutilização de bens) salas para cursos profissionalizantes ateliers de marcenaria e cenografia sala multimídia

+ habitação de interesse social (associada à habitação temporária)

+ foyer (associado ao teatro 13 de maio)

+ expansão da casa hoffmann (centro de estudos do movimento) sala da dança biblioteca de apoio espaço para cursos e oficinas

+ espaço de apoio à feira livre semanal do largo da ordem

+ estacionamento 90


fig.34

fig.35

teatro 13 de maio


casa hoffmann centro de estudos do movimento

92


RECO


ORTE

94


05 . o recorte O lote destacado foi escolhido para o aprofundamento do projeto, por se localizar no trecho da rua São Francisco mais associado ao caráter comercial (se considerada à dicotomia existente na via devido ao alargamento da av. barão do serro azul, já referenciado) e com um número maior de edifícios em estado de degradação. O terreno apresenta aproximadamente 3.160m² e era ocupado por dois estacionamentos privados, cujos limites são fragmentados e não perpendiculares à via. O projeto assume assim o caráter de passagem inerente ao terreno, e se constitui enquanto transição entre a rua São Francisco e a rua treze de maio (conectando duas vias de escalas e usos muito distintos); bem como entre os edifícios mais altos próximos à av. barão do serro azul e o gabarito máximo do setor histórico (3 pavimentos). Estabelece assim um eixo de permeabilidade em meio a malha urbana consolidada do centro metropolitano, ao mesmo tempo em que apresenta um espaço central de encontro e congraçamento (criado a partir do desnível artificial do terreno). Tenciona-se desta forma a convergência entre o estar e o permear, em analogia à compreensão da rua compartilhada. Ademais, o número de pavimentos propostos e a altura dos elementos da fachada foram pensados a partir do estudo dos edifícios da rua São Francisco e seus gabaritos. O diálogo com a paisagem urbana da rua também foi considerado na liberação do primeiro volume do térreo, que define um enquadramento da rua São Francisco a partir de vários pontos de vista do projeto. Outro fator que merece destaque é a presença de uma empena cega no maior limite do terreno (altura aproximada de 20 pavimentos) que levou a disposição das circulações no sentido longitudinal, definindo os grandes eixos estruturadores do projeto. Por fim, o projeto se propõe a repensar a articulação entre o espaço público e o espaço privado coletivo, definindo no térreo uma situação de singularidade, marcada pelos volumes de vidro que ativam o espaço externo ao abrigarem programas flexíveis. O térreo conforma assim o centro comunitário para a Associação de Moradores e Comerciantes da São Francisco; enquanto os demais pavimentos são ocupados por habitações mínimas, na sua maioria, de 45m². O primeiro pavimento constituí uma transição, ao apresentar dois amplos espaços privados coletivos, que dialogam visivelmente com os espaços públicos do térreo e subsolo.


rua sĂŁo francisco

rua treze de maio

96


articular a circulação do edifício à verticalidade da principal empena, permitindo a circulação cruzada nas unidades habitacionais e incentivando uma ventilação chaminé no espaço de circulação


destaque à presença física das empenas como fator marcante do terreno

98


repensar o espaço de passagem, definindo um espaço central de encontro a partir da criação de um desnível.

ativar o térreo com usos vinculados às atividades desenvolvidas na rua; a fim de fomentar usos distintos e em diversos momentos do dia.


articular as distintas escalas da massa edificada, considerando as relaçþes transversais e longitudinais ao lote (rua a rua) 100


centro comunitário (para a associação de moradores e comerciantes da são francisco) biblioteca sala multimídia espaço coworking creche auditório

+ habitação de interesse social (espaço mínimo de 45m²)

+ estacionamento

+ praça interna

+ espaço central de encontro


102


D

C reservatório edifício 02 casa de bombeamento

HALL PÚBLICO sanitários públicos

estacionamento

B

A

RUA TREZE DE MAIO

PLANTA SUBSOLO

café

ESPAÇO CENTRAL DE ENCONTRO E OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS -3.00m

depósitos

café

reservatório edifício 01 casa de bombeamento C

D


RUA SÃO FRANCISCO

B

A

1 5 10


D

C

HALL PÚBLICO

playground

B

A

RUA TREZE DE MAIO

PLANTA TÉRREO

creche

café

ESPAÇO CENTRAL DE ENCONTRO E OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS -3.00m

0.00M

cantina/café

coworking/midiateca C

HALL PRIVADO D


RUA Sร O FRANCISCO

1.00M

B

A

entrada auditรณrio

coworking/midiateca

1

5

10


D

estar coletivo

B

A

RUA TREZE DE MAIO

PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

C

estar coletivo

lavanderia coletiva

HALL PRIVADO C

D


RUA SÃO FRANCISCO

B

A

AUDITÓRIO + espaço de apo io

1

5

10


PLANTA SEGUNDO E TERCEIRO PAVIMENTO

B

A

RUA TREZE DE MAIO

C

C

D

HALL PRIVADO D


RUA SÃO FRANCISCO

B

A

1 5 10


5.000

5.000

5.000

5.000

5.000

5.000

11

10

9

8

7

6

5

4 5.000

5.000

2.000

F

6.400

G

5.000

3

2

1

5 unidades habitacionais de 42m²

A

7.000

B

7.000

C

2.000

D

E

5.000

11 unidades habitacionais de 45m² + 1 unidade habitacional de 80m²/ primeiro pavimento


5.000

17

5.000

16

5.000

15

14

13

12 5.000

5.000

1

5

10


corte aa

RUA Sร O FRANCISCO

auditรณrio

ES


SPAÇO CENTRAL DE ENCONTRO

rua treze de maio 1

5

10

estacionamento

114


rua treze de maio corte BB

estacionamento

ESPAÇO CENTRAL DE ENCONTRO


auditรณrio

RUA Sร O FRANCISCO

1

5

10

116


corte CC estacionamento


corte DD 1

5

10

ESPAÇO CENTRAL DE ENCONTRO

118


3.000

1.000

3.000

1.000

3.000

1.000

3.000

1.000


escala 1:100 120


O

RE

R TÉ


O EIR

V PA

O

NT

E IM

IM

PR

122


SE

GU

O ND

V PA

O

NT

E IM


O EIR

V PA

O

NT

E IM

RC

TE

124



126



128



130


referência bibliográfica ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. A Cidade do Pensamento Único. Desmanchando consensos. Petrópolis: Editora Vozes, 2000. AUGÉ, Marc. Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus, 1994. BARDI, Lina Bo. “Uma aula de arquitetura”. Projeto n. 149, 1992. BENJAMIN, Walter. Escavando e Recordando. In. Obras Escolhidas II: Rua de Mão Única. São Paulo: Brasiliense, 1995. BIERRENBACH, Ana Carolina de Souza. Lina Bo Bardi: tempo, história e restauro. Revista CPC, São Paulo, n. 3, nov. 2006/abr. 2007. BONDUKI, Nabil. Intervenções urbanas na recuperação de centros históricos. Brasília, DF: Iphan / Programa Monumenta, 2010. BOTTON, Fernando. Os traços do invisível: Aspectos peculiares de história, urbanização e projetos urbanísticos na cidade de Curitiba. 2011. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.138/4123>. Acesso dia 11 de junho de 2017. CHOAY, F. A Alegoria do Patrimônio. Tradução de Luciano V. Machado. São Paulo: Estação Liberdade: UNESP, 2001. CORRÊA LYRA, C. I. Plano de Revitalização do Setor Histórico de Curitiba. Curitiba: IPPUC, 1970. Não publicado. CURITIBA. Plano de Revitalização do Setor Histórico. Curitiba: IPPUC, 1970. GEHL, J. Cidade para Pessoas. Tradução de Anita Di Marco, 3.ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. Lina Bo Bardi. São Paulo: Empresa das Artes, 1993. Organizador Marcelo Carvalho Ferraz. JACOBS, Jane. Morte e vida nas grandes cidades. Tradução: Carlos S. Mendes Rosa. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2000. LAZZAROTTO, P.; XAVIER, V. Curitiba, de nós. Curitiba: Digital Fotogravura Ltda, 1975. LEMINSKI, Paulo. Ler uma Cidade: o alfabeto das ruínas (1989). In: FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA. Histórias de Curitiba. Curitiba: FCC, 2008. MACIEL, A. P.; GARCIA, F. G.; MAGALHÃES, M. A. M. Q. Presente Histórico: o antigo e o novo na obra de Lina Bo Bardi. Disponível em: <http://www.docomomobahia.org/linabobardi_50/1.pdf>. Acesso dia 05 de Agosto de 2017. MARICATO, E. Resenha do livro: JACOBS, Jane. Morte e vida das cidades grandes. Tradução: Carlos S. Mendes Rosa. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2000. Resenha 2001. Disponível em: <http://www.fau.usp.br/depprojeto/labhab/biblioteca/textos/maricato_resenhajacobs.pdf>. Acesso dia 12 de maio de 2017. PILOTTO, Angela Seixas. Área metropolitana de Curitiba. Um estudo a partir do espaço intra-urbano. São Paulo, 2010. ORTEGOSA, S. M. Cidade e memória: do urbanismo “arrasa-quarteirão” à questão do lugar. 2009. Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/revistas/ read/arquitextos/10.112/30>. Acesso dia 12 de maio de 2017. ROGERS, E. N. As pré-existências ambientais e os temas práticos contemporâneos. 1955. ROLNIK, R. Um novo lugar para o velho centro. Jornal O Estado de São Paulo. 16 de abril de 2006. ROSSI, A. A arquitetura da cidade. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1995. SANTOS, M. O tempo nas cidades. In: mesa-redonda “O tempo na Filosofia e na História”, Grupo de Estudos sobre o Tempo do Instituto de Estudos Avançados da USP em 29 de maio de 1989. VARGAS, H. C.; CASTILHO, A. L. H. de. Intervenções em Centros Urbanos: objetivos, estratégias e resultados. Barueri: Manole, 2009. VENTURI, Robert. Complexidade e Contradição em Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2004. WAL, Danielli Costa e IMAGUIRE Jr., Key. Bairro São Francisco. Curitiba: Instituto Arquibrasil, 2016.


132


lista de figura As imagens utilizadas são da autora, com exceção: FIG. 01: http://1.bp.blogspot.com/-fcRA24WHmc4/T0zHt-pXWKI/AAAAAAAARFc/Zwfmzt1C7_U/s1600/Curitiba-aerea.jpg FIG. 02: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/91/09/cf/9109cf85f79d621292392691958295d7.jpg FIG. 03: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/rua-sao-francisco-ganha-nova-cara-apos-4-meses-31fz8hpdkntmxeaw2sln74x1q FIG. 04: https://omatadouromunicipaleoguabirotuba.wordpress.com/o-rio-belem/ (editado pela autora) FIG. 05: https://pt.wikipedia.org/wiki/Curitiba#/media/File:Curitiba-view.jpg FIG. 06: https://pt.wikipedia.org/wiki/Curitiba (editado pela autora) FIG 07: http://curitibaemdados.ippuc.org.br/Curitiba_em_dados_Pesquisa.htm (editado pela autora) FIG 08: http://curitibanaquelesidos.blogspot.com.br/2015/01/esquina-da-praca-tiradentes-com-rua.html FIG 09: http://www.cmc.pr.gov.br/ass_det.php?not=26154#&panel1-1 FIG 10: https://asvirtudesdobemmorar.wordpress.com/obras-de-eduardo-fernando-chaves-2/ FIG. 11: http://www.ippuc.org.br/ FIG. 12: http://www.ippuc.org.br/ FIG. 13: http://www.ippuc.org.br/ FIG. 14: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. FIG. 15: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. Coleção Arthur Wischral. FIG. 16: http://www.tipografiacuritiba.com.br/wp-content/uploads/NG1737-600x469.jpg FIG. 17: http://www.circulandoporcuritiba.com.br/2009/06/praca-joao-candido-o-belvedere-e-as.html FIG. 18: https://br.pinterest.com/pin/139400550935733162/ FIG. 19: http://4.bp.blogspot.com/-rvLY6AZRvpE/UweozDV5G0I/AAAAAAAAPk0/hQT-qM-Cu7Q/s1600/CURITIBA+CENTRO.jpg FIG. 20: http://www.curitibaantiga.com/fotos-antigas/575/Curitiba-na-d%C3%A9cada-de-50-Largo-da-Ordem.html FIG. 21: http://www.curitibaantiga.com/imagens_facebook/mais_fotos_em_curitibaantiga_ponto_com_1351716911.jpg FIG. 22: https://docs.ufpr.br/~coorhis/keittyenadia/fotoclaudiograziani.jpg FIG. 23: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura FIG. 24: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura FIG. 25: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura FIG. 26: http://www.infoartsp.com.br/guia/museus-e-instituicoes/sesc-pompeia/ FIG. 27: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/08.093/1897 FIG. 28: http://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi FIG. 29: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/08.093/1897 FIG. 30: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. FIG. 31: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. Autor: MARAVALHAS, Haraton. FIG. 32: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. Autor (da publicacao_1): GRÖTZNER, Paulo Afonso. FIG. 33: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. FIG. 34: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. Autor: MARAVALHAS, Haraton. FIG. 35: Acervo da Casa da Memória/ Diretoria do Patrimônio Cultural/ Fundação Cultural de Curitiba. Autor: MARAVALHAS, Haraton.


134



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