O modelo CREATES para aumentar a criatividade

Modelo CREATES para aumentar a criatividade

O pensamento criativo acontece de forma muito mais rápida se for estimulado e se for intencional. Apesar da afirmação de que nenhuma ideia aparece na nossa mente por acidente ou por pura inspiração, isso não significa que o momento do surgimento dessas ideias não possa acontecer sem intenção.

E isso sim podemos e devemos controlar se quisermos aumentar a nossa criatividade.

A neurocientista Dra. Shelley Carson, descreveu no seu livro, “O cérebro criativo”, os 7 padrões cerebrais relacionados com a criatividade, que ela nomeou como CREATES.

Cada um de nós tende a ficar na zona de conforto e utilizar um desses 7 padrões na hora de usar a criatividade. O desafio está em sair de um padrão conhecido e experimentar os outros para aumentar a criatividade.

A sigla CREATES é a junção das letras iniciais de cada um dos padrões de criatividade. São eles:

Conectar (Connect) Razão (Reason) Visualizar (Envision) Absorver (Absorb) Transformar (Transform) Avaliar (Evaluate) Corrente (Stream)

O primeiro padrão é o de Conexão, um estado específico de concentração e foco que nos permite fazer ligações entre conceitos ou objectos não relacionados, gerar várias soluções para o mesmo problema. Além de gerar um estado de permanente inspiração e motivação pessoal para continuar criando.

O YouTube, por exemplo, surgiu da conexão entre a lentidão do sistema de e-mail e a demora para fazer o download de ficheiros. Para vencer essa barreira, Chad Hurley e Steve Chen criaram uma plataforma onde não é necessário fazer downloads para poder assistir a vídeos mais rapidamente. Basicamente eles fizeram a ligação entre dois conceitos não relacionados para criar um terceiro.

O segundo é o da Razão. Sabe aquele momento que você diz que está “pensando a respeito” de algo? Esse é o momento, onde você está buscando em sua memória, de forma plenamente consciente, a resposta para uma dúvida ou problema. Quem usa a razão, utiliza o raciocínio lógico para aumentar a criatividade.

A Visualização equivale à imaginação. Aqui não fazemos uso de palavras, mas apenas de recursos visuais, para ver as semelhanças em conceitos completamente não relacionados. Dar uma representação visual para um conceito abstracto, como um sentimento por exemplo, equivale ao exercício da visualização e estimula a criatividade.

Quem entra no modo de Absorção, percebe que a mente fica clara, alerta e aberta a novas possibilidades. Sem julgamentos, sem preconceitos e sem uma visão crítica. Apenas observamos e registamos. É nesse momento que podem surgir as ideias mais inovadoras.

Por exemplo, no século passado pareceria extremamente absurdo pensar num veículo que pudesse andar sem ter cavalos na frente para colocá-lo em movimento. Essa ideia precisou surgir sem senso crítico para que pudesse virar realidade.

O modo de Transformação possibilita modificar um sentimento negativo, como raiva ou tristeza em algo positivo, expressando, de alguma forma aquela sensação. Nem sempre a angústia precisa tornar-se numa produção criativa, mas tirá-la da nossa cabeça já tem uma função transformadora de estado de consciência.

Num primeiro momento as ideias precisam surgir sem julgamentos ou visão crítica e racional. Porém, nem toda ideia pode ou deve ser aproveitada. É para isso que o modo de Avaliação serve. Para fazer um filtro e validar o que pode ser aproveitado e eliminar aquilo que não gera valor.

O sétimo padrão é o da Corrente. Entramos uma espécie de estado de “flow”, onde todas as ideias surgem sem grandes dificuldades e numa sequência não-caótica. Não existe certo ou errado, mas criatividade e zona de conforto são conceitos que não combinam.

Se ficaram curioso(a) sobre como activar mais modos de criatividade, leiam o livro “O cérebro criativo” de Shelly Carlson. Nele ela ensina técnicas e exercícios baseados no método CREATES.

No entanto, existem outras maneiras simples de aumentar a criatividade, mesmo que não acreditemos que não somos uma pessoa criativa.