SERMÃO DO MONTE

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A vida em sociedade à luz da Bíblia Sermão do Monte

DCC O valor de

um amigo

O fruto do

Espírito

Missões N

acionais

EDIÇÃO DO ALUNO


Carta aberta Sei que essa revista encontrará algumas pessoas em férias. Nem todos, mas, ainda assim, julho é um mês que, automaticamente, relacionamos com férias. Bem, independentemente de estar em férias ou não, quero convidar você para iniciarmos mais um trimestre de aprendizagem mútua dos princípios bíblicos. O assunto dos próximos três meses para a EBD é muito importante para todo cristão comprometido a vive r o evangelho puro e simples. Estaremos juntos durante alguns domingo s lembrando tudo o que Jesus falou em seu famoso discurso conhecido como o Sermão do Monte. Sabemos que muitas coisas já foram escr itas a respeito deste conjunto de versículos, mas o que todos os autores concordam é que nessa pequena porção de texto está o segredo para uma vida melhor. O Sermão do Monte fala de ética, fala de estética. Fala de amo r, fala de relacionamento. Fala de Deus, fala de você e de mim. Sei que você irá confirmar tudo isso e dirá, ao final do trimestre: valeu a pena participar destes estudos. Na segunda parte da revista temos nos sa DCC – Divisão de Crescimento Cristão. Nas três unidades deste trimestre pensaremos um pouco sobre o valor de um amigo, o fruto do Espírito e também sobre nossas Missões Nacionais. Algumas igrejas util izam estes estudos em encontros dominicais à tarde. Outras, já o utilizam em encontros semanais de grupos pequenos. Independentemente da form a como sua igreja utiliza, convido você para a leitura destas três unidades. Sei que será recompensador. Meu desejo, como sempre, é que o Senhor possa continuar essa caminhada conosco, iluminando os profess ores e os alunos no aprendizado de sua Santa Palavra. Quão difícil seria nossa vida sem conhecer o amigo Jesus! Sou imensamente grato a Deus por mais uma oportunidade de aprender; espero que você também pen se assim. Abração e que a paz de Jesus esteja com todos nós hoje e sempre. 3o Trimestre – 2013

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Expediente

Diálogo e ação ISSN 1984-8595 Literatura Batista Ano 81 – N° 327 – Jul.Ago.Set. 2013 a destinada a Diálogo e Ação aluno é uma revist ndo lições para adolescentes (12 a 17 anos), conte os para a União a Escola Bíblica Dominical e estud imento Cristão), de adolescentes (Divisão de Cresc rias que passatempos bíblicos e outras maté scente nas mais favorecem o crescimento do adole diferentes áreas. ight © 2013 da Todos os direitos reservados. Copyr Convenção Batista Brasileira total ou parcial Proibida a reprodução deste texto nicos, por quaisquer meios (mecânicos, eletrô em banco de fotográficos, gravação, estocagem es, com dados etc.), a não ser em breves citaçõ explícita informação da fonte. Publicação trimestral do iosa da Departamento de Educação Relig Convenção Batista Brasileira CNPJ (MF): 39.056.627/0001-08 Endereço Caixa Postal, 13333 – CEP: 20270-972 Rio de Janeiro, RJ Tels.: (21) 2157-5557 Telegráfico – BATISTAS m Eletrônico – literatura@batistas.co Site – www.batistas.com Direção Geral Sócrates Oliveira de Souza Coordenação Editorial (RP/16897) Solange Cardoso de Abreu d’Almeida Redação Carlos Daniel de Campos Produção Editorial Studio Anunciar hotos.com Imagens: www.sxc.hu e freedigitalp

Nossa missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento da sua missão como comunidade local”

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Produção Gráfica Willy Assis Produção Gráfica Distribuição rial Ltda. EBD-1 Marketing e Consultoria Edito 68 Tels.: (21) 2406-6700 • 0800 2167 E-mail: pedidos@ebd-1.com.br Imagens utilizadas nesta edição: s.com • www.morguefile.com www.sxc.hu • www.digitalfreephoto

Diálogo e Ação Aluno


Sumário Carta aberta.......................................... ................................................................ ...... 1 Expediente.............................................. ................................................................ .... 2 Soltando o verbo (carta dos leitores)... ................................................................ .... 4 Estudo especial: O Sermão do Mon te............................................................. ......... 7 Vidas que inspiram: Clive Staples Lewi s.............................................................. ..15 Reflexão: Educação para crescimen to............................................................. ......18 Para pensar: Vida responsável........... ................................................................ ....21 Abertura do trimestre – EBD................. ................................................................ ..25

EBD – Tema do trimestre: O Sermão

do Monte

EBD 1 – O sermão que abalou o mun do.....................................................26 EBD 2 – A verdadeira felicidade........ ...........................................................29 EBD 3 – A função dos discípulos........ ..........................................................32 EBD 4 – Jesus e a lei.......................... ............................................................35 EBD 5 – Além da letra da lei............ .............................................................3 8 EBD 6 – Transparência é o desafio.... ..........................................................41 EBD 7 – A busca do que é eterno.......... .......................................................44 EBD 8 – Puro por dentro e por fora. .............................................................4 7 EBD 9 – Abaixo a ansiedade................ .........................................................50 EBD 10 – Ninguém é juiz de ninguém... ......................................................53 EBD 11 – Efeito bumerangue.......... .............................................................5 6 EBD 12 – Acertando o caminho......... ..........................................................59 EBD 13 – Cuidado com eles................. ........................................................62 Quiz......................................................... ................................................................ ...65 Abertura do trimestre – DCC................. ................................................................ ..67 Unidade 1 – O valor de um amig o DCC 1 – Amigos muito chegados.......... ...................................................68 DCC 2 – Amigos e amigos.................... ....................................................70 DCC 3 – Um amigo pra ninguém bota r defeito.......................................72 Letra e música.................................... ................................................................ ...... 74 Unidade 2 – O fruto do Espírito DCC 4 – A verdadeira alegria............. ......................................................76 DCC 5 – Mensageiro da paz e do amo r...................................................78 DCC 6 – Da teoria à prática.................. ....................................................80 DCC 7 – Andando a segunda milha .........................................................82 Entre as letras.......................................... ................................................................ .84 Unidade 3 – Missões Nacionais DCC 8 – Os alvos da Junta de Missões Nacionais.................................85 DCC 9 – Culto missionário.................. ......................................................87 DCC 10 – Mudando a cara do Bras il.......................................................89 DCC 11 – Os caminhos da oferta miss ionária........................................91 DCC 12 – Fazendo a minha parte........ ...................................................93 Cantinho do poeta.................................. ................................................................ ..95 Para ser sal........................................... ................................................................ ....96

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Soltando o verbo Querido adolescente Neste espaço, você tem a chance de dizer para o Brasil o que pensa. Adolescentes, como você, irão refletir sobre o que você diz e emitir, também, a sua opinião.

Envie sua carta para Caixa Postal 39836130 – Rio de Janeiro, RJ ou seu e-mail para literatura@batistas.com

Olá pessoal da Diálogo e Ação, sou Juliana Neves da Igreja Batista Central de Olaria e venho dizer que os estudos apresentados na revista são muito bons, tanto os da EBD quanto da DCC. Que Deus possa abençoar vocês a cada dia mais para ser luz a tantos adolescentes. Envio em anexo a foto dos adolescentes da minha igreja na liderança do Pr. Márcio Rodrigues, e ia gostar muito se aparecesse na próxima revista. Obrigada. Beijos.

Juliana Neves Igreja Batista Central de Olaria Rio de Janeiro, RJ

Resposta: Oi, Juliana, muito obrigado por suas gentis palavras. Ficamos felizes quando sabemos que os estudos têm abençoado as pessoas. Saiba que também é muito abençoador prepará-los. Obrigado pela foto. Como pediu, ela segue publicada. Sempre que quiserem, enviem suas poesias, desenhos, textos e fotos. A revista é feita por todos nós. Abração e paz do Amigo Jesus.

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Diálogo e Ação Aluno


Olá pessoal da Diálogo e Ação, sou Franciele Jandrey, professora da classe dos adolescentes da Igreja Batista em Jardim América, Paranaguá, PR. Trabalho com os adolescentes desde 2009 e amo estar com essa turminha compartilhando da Palavra do Senhor. Eles são bênçãos na minha vida! Por isso, gostaria de pedir que, se possível, publicassem na próxima revista duas fotos. Uma foto da nossa turma reunida aqui em nossa igreja e outra foto do congresso Conad Litoral, que aconteceu em novembro do ano passado e reuniu muitos adolescentes; pude presenciar Deus atuando na vida de cada adolescente que estava ali. Foi algo muito recompensador. Que Deus continue abençoando a vida de todos vocês que contribuem de forma direta e indireta na realização deste trabalho. Tenho certeza que os estudos oferecidos pela revista Diálogo e Ação têm enriquecido e fortalecido espiritualmente a vida de muitos alunos como, também, a dos professores. Obrigada. Franciele Jandrey Igreja Batista em Jardim América Paranaguá, PR

Resposta: Olá, Franciele, como suas palavras nos alegram! É bom saber que existem pessoas que amam compartilhar a Bíblia com os adolescentes e que têm procurado seguir Jesus de forma real. Obrigado por enviar as fotos dessa galera tão bonita. Nossa oração é que Deus continue abençoando vocês. Esperamos, também, que vocês continuem a contribuir com a revista. Trimestre –– 2013 2013 23oo Trimestre

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Olá, a graça e paz, eu sou professora Liedja da EBD da 1ª Igreja Batista em Jucurutu, RN e gostei muito dos temas desta lição; foram muito bem elaborados de acordo com a realidade de hoje. Aí vão algumas fotos dos nossos momentos. Uma é no aniversário do meu esposo que é professor da classe comigo; outra é nossa turma na caminhada do dia da Bíblia. Fiquem na paz e gostaria de ver nossas fotos na revista. Obrigada

Resposta: Obrigado por enviarem as fotos. Deus os abençoe.

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Estudo especial

Introdução ao Sermão do Monte O Sermão do Monte, também conhecido como o Sermão da Montanha, a princípio parece uma leitura simples, contudo, quando lemos mais calmamente podemos perceber uma profundidade sem tamanho nas palavras do Mestre Jesus. Em um tempo em que a superficialidade dos textos postados no Facebook ou nos 140 caracteres do Twitter proliferam, ler algo da nobreza do Sermão do Monte é uma oportunidade que não podemos deixar passar. Público O Sermão do Monte é encontrado nos Evangelhos de Mateus e de Lucas, contudo, o texto mais detalhado é o de Mateus e é o que seguiremos nos nossos encontros. Encontramos a narrativa do Sermão do Monte nos três capítulos do Evangelho de Mateus – 5, 6 e 7. O versículo primeiro do capítulo 5 inicia dizendo que "Jesus vendo as multidões

subiu a um monte e, como que se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos". Logo, vemos que os ouvintes são dois grupos: os discípulos e a multidão. Vale ressaltar que quando falamos em multidão temos ali o povo, os religiosos e, também, os não-religiosos. Os religiosos são os escribas e fariseus e os não-religiosos são os publicanos e pecadores. No entanto, você verá, ao estudarmos o texto, que Jesus dirige seus ensinamentos para seus discípulos. Jesus fala sobre o caráter de seus seguidores. Jesus toca em pontos como ética, espiritualidade e atitudes de um discípulo para viver uma vida feliz ou bem-aventurada, estável, sem ansiedade que ele mesmo compara à vida de uma pessoa que constrói sua casa sobre a rocha (Mateus 7.26,27). Fonte Você já pensou se no tempo que Jesus viveu na terra existissem 3oo Trimestre – 2013 3 Trimestre – 2013

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filmadoras? Esse Sermão do Monte seria, provavelmente, sucesso de acessos no Youtube. Como não havia, pode ser que o que temos registrado nesses três capítulos não seja todo o Sermão proferido. Como assim? Calma. Quero dizer que leva-se em conta o fato de que o Evangelho de Mateus foi escrito, aproximadamente, trinta anos

depois da morte e ressurreição de Jesus e que outros assuntos podem ter sido abordados pelo Mestre. Você já tentou copiar um sermão de algum pregador no mesmo momento em que ele está pregando? Não é tarefa tão simples. Alguns estudiosos também defedem a ideia de que o Sermão do Monte é um somatório de vários en-

O Sermão da Montanha – Gustave Doré

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Jerusalém dos tempos atuais

sinos de Jesus durante o seu ministério e que Mateus apenas os organizou nessa parte do texto. Se você lembrar bem, o livro de Mateus foi escrito pensando nos judeus, diferente do Evangelho de João, por exemplo. Isso faz com que encontremos muito mais citações do Antigo Testamento no Evangelho de Mateus. O fato dele dizer que Jesus sobe a um monte para proferir esses ensinamentos aos seus seguidores é uma imagem de Moisés que subiu ao Monte Sinai para receber a Lei de Deus. Mostrando, assim, que Jesus é maior que Moisés, pois ele

mesmo fala e ensina uma nova lei, a Lei do amor. Entretanto, cremos que a Bíblia foi inspirada por Deus e o que nela está registrado é o que pode nos guiar para uma vida reta e santa diante dele. Se o que temos registrado como Sermão do Monte foi pregado tudo de uma vez ou se é a junção de vários ensinamentos de Jesus, não importa. Pensemos que, se todo aquele que se diz um seguidor de Jesus agisse conforme a proposta do Sermão do Monte, o mundo seria, certamente, um lugar melhor para nós vivermos.

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O Sermão Um teólogo escreveu que "a ética do Sermão do Monte é a ética absoluta do reino de Deus. Não devemos supor que sejamos capazes neste mundo de amar nossos inimigos, ou mesmo o nosso próximo, na plena medida em que Deus nos amou; ou mesmo de sermos tão completamente desinteressados e ingênuos, tão puros quanto aos desejos e ansiedades do mundo e tão predispostos ao sacrifício quanto as palavras de Jesus o exigem; e contudo estes são os

Diálogoe Ação e AçãoAluno Aluno 10 Diálogo 10

padrões pelos quais nossas ações são julgadas". Uma afirmação como esta apenas consolida, mais ainda, a ideia que o Sermão do Monte nos transmite: não conseguiremos agir da forma proposta a partir de nós mesmos. Essa é uma grande diferenciação de livros de autoajuda e propostas de algumas religiões. Nós não conseguiremos nos satisfazer ou sermos felizes sozinhos. Somos dependentes de Deus e é isso que nos remete à oração, à confissão dos pecados e à busca do relacionamento com o Senhor.


A caminhada Se observarmos os capítulos anteriores do Evangelho de Mateus veremos que ele inicia narrando o nascimento de Jesus (texto muito lido no Natal), depois fala sobre

João Batista e, em seguida, sobre como Jesus chama seus discípulos. No capítulo 5, Mateus já inicia o Sermão do Monte. Uma forma bem resumida do Evangelho de Mateus, pensando na ênfase do discipulado, seria:

1 Jesus convoca os discípulos 2 Jesus estabelece os valores e paradigmas para a vida dos discípulos

3 Jesus convive – ensinando e praticando – com os discípulos 4 Jesus envia seus discípulos a formarem novos discípulos em todas as nações

Nossa proposta é em 13 encontros refletir sobre os ensinamentos de Jesus contidos neste Sermão. Não será tarefa simples. Poderíamos, facilmente, ficar nesses mesmos encontros discorrendo apenas sobre as bem-aventuranças, por exemplo. Muitas vezes, algum texto será destacado deixando outro para alguma outra oportunidade. Minha sugestão é que você leia e releia o texto bíblico antes de encontrar o grupo de estudos e que você vá além da lição dessa revista. Você se sentirá grandemente recompensado com tudo o que aprenderá. Seguimos o Mestre Jesus, logo, precisamos saber o que Ele propõe e espera de nós. Vamos juntos!

"Essa é uma grande diferenciação de livros de autoajuda e propostas de algumas religiões. Nós não conseguiremos nos satisfazer ou sermos felizes sozinhos. Somos dependentes de Deus e é isso que nos remete à oração, à confissão dos pecados e à busca do relacionamento com o Senhor"

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Falaram sobre o Sermão do Monte Carlos Queiróz: "O que Jesus apresenta (no Sermão do Monte) não deveria ser considerado tão novo assim. Aliás, dentre os aspectos do Sermão, talvez o mais significativo, mais espiritual e mais bem-aventurado seja justamente este: a redescoberta da vocação humana". C.H. Dodd: "Os preceitos de Cristo não são definições estatutárias como as do código mosaico, mas sim indicações da qualidade e da direção de ação que devem ser aparentes mesmo nas mais simples atitudes”. John Stott: "Nossa justiça tem de ser mais profunda porque atinge também o nosso coração, e o nosso amor tem de ser mais amplo porque abrange também nossos inimigos" . Martyn Lloyd-Jones: "Se ao menos cada crente da igreja atual estivesse vivendo o Sermão do Monte, então o grande reavivamento pelo qual temos estado orando e anelando já teria começado. Estariam acontecendo coisas notáveis e assombrosas; o mundo ficaria atônito, e homens e mulheres seriam impelidos e atraídos para nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo". Referências LLOYD-JONES, Martyn. Estudos no Sermão do Monte. São José dos Campos: Fiel, 2001. QUEIRÓZ, Carlos. Ser é o bastante. Curitiba: Encontro, 2009. RIENECKER, Fritz. Evangelho de Mateus. Curitiba: Ed. Evangélica Esperança, 1998. SÓRIA, Paulo Roberto. O Sermão do Monte. Rio de Janeiro: JUERP, 2001. TASKER, R. V. G. Mateus, introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2006.

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Pinturas no SermĂŁo do Monte

The Sermon on the Mount, Dante Gabriel Rossetti, 1862

The Sermon on the Mount, Claude Lorrain, 1656 3o Trimestre – 2013

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The Sermon on the Mount, James Tissot, 1886-96

The Sermon on the Mount, Fra Angelico, c. 1450

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Vidas que inspiram

Clive Staples Lewis Muita gente conhece o C.S. Lewis por causa dos filmes Crônicas de Nárnia, mas é um bom exercício conhecer um pouco mais deste servo de Deus. Lewis nasceu na Irlanda do Norte, em 1898, em uma família protestante, de origem metodista. Ele tinha um irmão mais velho chamado Warren, e quando eram adolescentes passaram a maior parte de seus tempos dentro de casa lendo vários clássicos. Na adolescência, Lewis começou a ler a obra do compositor Richard Wagner, o que o incentivou a conhecer melhor a mitologia nórdica. A morte de sua mãe, quando ele tinha 10 anos de idade, fez com que ele se tornasse diferente e isolado dos demais adolescentes, passando a viver conforme suas histórias e fantasias infantis. Em 1916, quando tinha 18 anos, Lewis entrou no University College, em Oxford, mas teve de parar por causa do serviço militar e retornou a Oxford em 1918. Lewis foi professor no Magdallen College até 1954

e deste ano até a sua morte lecionou em Oxford. Na Universidade de Cambridge, lecionou Literatura Medieval e Renascentista, o que o tornou muito respeitado neste campo e como escritor. O seu livro mais importante, “A alegoria do amor”, um estudo da tradição medieval, publicado em 1936, concedeu-lhe o prêmio “Gollansz Memorial” de literatura. Em Oxford, Lewis conheceu vários escritores famosos, mas dois marcaram sua vida, principalmente 3o Trimestre – 2013

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porque o ajudaram a retornar à fé cristã. Estes dois escritores foram Tolkien e T.S Eliot. Ao retornar à fé cristã, na década de 30, Lewis passou a pertencer à Igreja Anglicana. A partir de então, C.S. Lewis passou a ser conhecido como um porta-voz não-oficial do cristianismo, principalmente por causa de suas palestres e de seus livros. As obras mais conhecidas no meio evangélico são: O regresso do peregrino (1933), O problema do sofrimento (1940), Milagres (1947) e Cartas do inferno (1942). Para o meio científico, escreveu uma trilogia de ficção científico-religiosa conhecida como a Trilogia Espacial: Longe do planeta silencioso (1938), Perelandra (1943) e That Hideous Strength (1945). Para o público infantil, Lewis escreveu uma série de fábulas, mas o seu primeiro livro foi O Leão, a Feiticeira

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e o Guardaroupas (1950), que fazem parte das Crônicas de Nárnia. C. S. Lewis influenciou muitas personalidades ilustres e ainda influencia algumas hoje, e isto pode ser visto nas citações de Lewis em algumas palestras dessas personalidades. Dos trinta e oito livros que C.S. Lewis escreveu, e que foram traduzidos para mais de 30 línguas, já foram vendidas mais de 200 milhões de cópias. Clive Staples Lewis morreu no dia 22 de novembro de 1953. As Crônicas de Nárnia As Crônicas de Nárnia é uma série de sete livros infantis escrita por Lewis que narra as aventuras que ocorrem numa terra fictícia denominada Nárnia. Esta série já ganhou adaptação para o rádio, televisão e para o cinema.


Nestas crônicas, Lewis mostra o bem combatendo o mal, animais falando e criaturas mitológicas por todos os lados. Entretanto, em todos os momentos, de forma quase imperceptiível, há temas cristãos apresentando a moral das histórias, como o Leão Aslam que representa Jesus Cristo. Ordem cronológica das histórias • O sobrinho do mago (publicado em 1955) • O leão, a feiticeira e o guarda-roupa (publicado em 1950) • O cavalo e seu menino (publicado em 1954) • O príncipe Caspiam (publicado em 1951) • A viagem do peregrino da alvorada (publicado em 1952) • A cadeira de prata (publicado em 1953) • A última batalha (publicado em 1956)

Temática de Nárnia C.S. Lewis descreve em sua história, um multiuniverso, onde Nárnia é um dos vários universos paralelos a este mundo que existe. Por isso, em cada história há uma passagem do nosso mundo para um universo, mas Nárnia é o nome dado para todos os mundos. Em Nárnia, há animais como os que existem em nosso mundo, a diferença está em que os animais de Nárnia são como os humanos, pensam e falam. Também há muitas personagens das mitologias grega, romana e nórdica. E, por fim, há humanos que são descendentes dos primeiros habitantes de Nárnia. Apesar de Lewis não querer abordar temas cristãos, seus livros estão cheios desses temas que são incorporados naturalmente no desenrolar das histórias. Por isso, também, é preciso conhecer as temáticas cristãs que aparecem em cada livro.

LIVRO O sobrinho do mago

TEMA A criação

O leão, o príncipe e o guarda-roupa O evangelho O cavalo e o seu menino

O cuidado de Deus

O príncipe Caspian

A apostasia e a fé

A viagem do peregrino da alvorada O batismo e o Cordeiro de Deus A cadeira de prata

A vida cristã

A última batalha

Escatologia 3o Trimestre – 2013

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Reflexão

Educação para crescimento

Gosto muito de dois provérbios populares que dizem o seguinte: 1º) O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário; 2º) Conhecimento não ocupa espaço. Ultimamente, quando o assunto é escola, o que mais ouço é que colégio é “tudo de ruim”. As redes sociais estão aí para provar que não estou mentindo. Basta ler as frases posta-

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das pelos adolescentes que você verá como anda a “moral” da escola com essa galera. Qualquer imprevisto que faça com que as aulas sejam suspensas é motivo de comemoração por parte dos alunos. Digo isso porque moro e trabalho próximo a duas escolas e convivo bastante com os alunos de uma delas. Diante dessa realidade fico me questionando se no passado também era assim. Para mim, a resposta é sim e não. Sim, porque aluno é aluno, não importa a idade. Não,


porque, pelo que me lembro, os professores eram amigos e não inimigos dos alunos. Os alunos viam os professores como alguém que contribuía para a formação do seu caráter, já hoje os professores são vistos, apenas, como alguém que transmite um conteúdo que será cobrado na prova. Professores já foram aliados dos pais, contudo, atualmente, os professores são, simplesmente, funcionários dos pais. Os de escolas públicas devido aos impostos; os das escolas particulares devido à mensalidade do filho. Como você, um discípulo de Jesus, vê a escola: uma tortura diária ou um local de crescimento? A revista Você S/A, de novembro de 2010, apresentou uma pesquisa afirmando que os salários mais altos, via de regra, são dados às pessoas que possuem mais estudos. Ou seja, quer ganhar um bom salário? Estude! Você pode dizer que não é bem assim e que conhece gente que vive bem e que não estudou. É verdade, mas isso é exceção ou você acha que todo jogador de futebol tem o salário do Neymar ou do Kaká? Essas pessoas não são a regra; são a exceção. Pode até não parecer, mas a educação faz muita diferença na vida de um cidadão. Sonhe para você, no mínimo, uma graduação.

Uma história bonita em nosso país é a da Marina Silva, que foi candidata à presidência da República nas eleições de 2009. Marina nasceu em uma família muito pobre na região norte de nosso país e só foi aprender ler e escrever aos 16 anos. Entretanto, ler e escrever não basta, e Marina sabia disso. Seguiu em frente e formou-se em História na Universidade Federal de sua cidade. E o mais bonito, para mim, em sua história, é que ela tornou-se professora para ensinar aqueles que desejam aprender. Existem muitas outras histórias assim no Brasil e no mundo. Histórias de gente que não desiste; de gente que entende que estudar não é hobbie, mas necessidade; de gente que já compreendeu que estudar é usar, com sabedoria, algo que o próprio Deus nos presenteou: o cérebro humano. Além desse superpresente, Deus ainda nos deixou várias dicas, em sua Palavra, dizendo que o conhecimento só pode fazer bem e não mal. confira: “Se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação” (Provérbios 1.5). Entendo este provérbio bíblico como sendo um conselho para darmos ouvidos àqueles que querem ensinar algo e, assim, aumentarmos nosso conhecimento. 3o Trimestre – 2013

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Deixo algumas dicas que, penso, podem ajudar você a se focar mais nos estudos: stude diariamente – nem que sejam 30 minutos por dia, você precisa revisar a matéria que o professor deu em sala de aula. Isso ajudará, não só, na hora da prova, mas em toda sua vida. eja interessado – sente na frente, ouça o professor, faça anotações, pergunte. Preste atenção na aula. Isso, certamente, facilitará o aprendizado. enha foco – procure ampliar seus conhecimentos na área em que você tem mais facilidade. se os recursos disponíveis – a geração atual é privilegiada com muitos recursos tecnológicos. Em vez de investir tempo em Facebook, Orkut, Twitter, MSN ou jogos virtuais, aproveite a internet para aprender coisas novas. Um idioma, por exemplo. Ou mesmo complementar o assunto que está sendo dado no colégio. escubra seu método – cada pessoa tem facilidade de aprender de um jeito. Tente descobrir o seu. Pode ser lendo, escrevendo, vendo ou falando. duque-se – muito se fala sobre ensinar, mas de nada adianta alguém ensinar se o outro não quiser aprender. Eduque-se sempre. Eduque-se a pensar que você pode melhorar,

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não para se tornar melhor que os outros, mas para se tornar melhor que você mesmo. Que Deus lhe dê sabedoria e forças para continuar seus estudos, seja ensino médio, técnico, graduação, mestrado, doutorado ou outro curso que você decida fazer. E que, acima de tudo, todo conhecimento adquirido seja para contribuir com a sociedade e honrar ao Rei JESUS. __________ Carlos Daniel emaildocarlosdaniel@gmail.com


Para pensar

Vida responsável Você já deve ter percebido que, em algumas casas, as pessoas usam vasos com plantas, porém, são plantas artificiais, de plástico. Elas dão menos trabalho, não precisam de água ou de algum outro cuidado, mas se você pegar em suas folhas, perceberá que são duras, frias e sem o odor característico da vegetação natural. A natureza existente, real, com cheiro próprio, quente e com vida foi criada por Deus. O primeiro livro da Bíblia, Gênesis, narra a criação do mundo e o que nele existe. Algumas pessoas não acreditam nessa criação conforme é descrita em Gênesis, porém, há um princípio por trás do texto que essas pessoas não podem negar. O princípio é de que Deus criou todas as coisas. E o mais interessante de tudo, Deus disse ao ser humano para que cuidasse de toda essa maravilha. Wow! Quanta responsabilidade pra mim e pra você: cuidar do planeta! Examinemos, rapidamente, como essa responsabilidade é distribuída. 3o Trimestre – 2013

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1) Responsabilidade de Deus “No princípio criou Deus os céus e a terra” – Gênesis 1.1 Deus assumiu, por vontade própria, uma grande responsabilidade inicial: criar. O capítulo primeiro de Gênesis fala da criação dos astros celestes, dos animais, das plantas, do ser humano, ou seja, de tudo. Ele também criou leis que regem o universo. Por exemplo, a lei da gravidade, que faz com que as coisas não saiam flutuando por aí. Porém, Deus não criou o universo e sumiu. Ele sustenta todas as coisas. Ele continua cuidando do ser humano. Deus cumpriu uma res-

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ponsabilidade que ele mesmo assumiu por sua própria vontade: criar o meio ambiente. O mais extraordinário é que Deus compartilhou com o ser humano tudo o que criou. A beleza dos pássaros, a grandeza das montanhas, a sublimidade do mar e tantas outras coisas que você deve estar aí imaginando. 2) Responsabilidade da comunidade “Criou Deus o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher os criou” – Gênesis 1.27 Deus criou a família. E com isso instituiu a comunidade. Não


ficou sozinho o homem Adão, mas recebeu Eva para ser sua companheira de vida e de responsabilidades. Uma igreja, por exemplo, como comunidade, é responsável por cuidar do meio ambiente, juntos. Uma sugestão seria recolher garrafas descartáveis de refrigerante para reciclagem e até aproveitar para fazer pufes, vassouras entre outros utensílios. Na internet é possível encontrar vídeos ensinando a reutilização. Há uma frase que diz que “juntos podemos mais” e ela é verdadeira. Como comunidade, podemos dividir a responsabilidade, dar as mãos e ter um impacto maior no cuidado com o meio. Indico a leitura da Carta da Terra que um grupo de pessoas de 46 países escreveu no ano 2000, após oito anos de discussão. Alguns princípios que lá aparecem: a Respeitar a terra e a vida em toda sua diversidade; a Garantir a generosidade e a beleza da terra para as gerações atuais e futuras; a Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, tomar o caminho da prudência;

a Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e uma ampla aplicação do conhecimento adquirido. Você pode ler a íntegra da Carta da Terra em: www.cartadaterra.com Como comunidade, estamos cumprindo nossa responsabilidade de cuidar do meio ambiente? 3) Responsabilidade do indivíduo “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” – Gênesis 2.15 Adão não foi colocado no Jardim do Éden para ficar de braços cruzados. Ele tinha uma responsabilidade: cuidar do jardim. Hoje, esse jardim é o nosso planeta e cada um de nós recebe a ordem para cuidar dele. 3o Trimestre – 2013

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Somente poderei ajudar minha comunidade a cuidar do meio ambiente se eu assumir minha responsabilidade individual neste processo. O mandamento dado a Adão é dado, também, a você e a mim. Pequenas ações como não jogar o lixo na rua, evitar desperdício de impressão de papel, identificar as fontes de desperdícios em casa, entre outras, podem tornar-se grandes quando feitas pelas pessoas individualmente. Para pensar a O que você tem feito, como indivíduo, para cuidar do meio ambiente?

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Diálogo e Ação Aluno

a O que sua comunidade (bairro, escola, igreja) tem feito para cuidar da natureza? Para agir a Que tal começar uma campanha de reciclagem em sua igreja? Procure no Youtube vídeos de confecção de pufes de garrafa pet e faça alguns. Depois, você pode enviar algumas fotos de sua reciclagem para a revista. a Que Deus nos ajude a assumirmos nossa responsabilidade. __________ Carlos Daniel emaildocarlosdaniel@gmail.com


Abertura do trimestre A vida em sociedade à luz da Bíblia (Sermão do Monte) Objetivos: É impossível ser um cristão e nunca ter refletido sobre os ensinamentos do Sermão do Monte. Nele encontramos princípios essenciais para todo aquele que decide viver a vida de um jeito cristão. A proposta deste trimestre é justamente pensar um pouco sobre tudo aquilo que o Mestre Jesus nos ensinou e foi registrado nesses versículos. Com isso, seremos ajudados a viver uma vida melhor em nossos relacionamentos com Deus, com nossos semelhantes e com nós mesmos. Estudos da EBD EBD 1 – O sermão que abalou o mundo EBD 2 – A verdadeira felicidade EBD 3 – A função dos discípulos EBD 4 – Jesus e a lei EBD 5 – Além da letra da lei EBD 6 – Transparência é o desafio EBD 7 – A busca do que é eterno EBD 8 – Puro por dentro e por fora EBD 9 – Abaixo a ansiedade EBD 10 – Ninguém é juiz de ninguém EBD 11 – Efeito bumerangue EBD 12 – Acertando o caminho EBD 13 – Cuidado com eles Autor das lições O autor das lições é Carlos Daniel de Campos que, atualmente, é pastor para a juventude na Igreja Batista Itacuruçá no Rio de Janeiro e redator da nossa revista Diálogo e Ação. Ele é formado em Ciências Contábeis (UFMT) e Teologia (STBSB) e é casado com a Vânia Bucco.

3o Trimestre – 2013

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EBD 1 O sermão que abalou o mundo Mateus 5-7

7 de julho

Se você tem o hábito de ler e estudar a Bíblia deve se lembrar de duas coisas ao ouvir sobre o Evangelho de Mateus: a genealogia de Jesus e o Sermão da Montanha. Apesar de parecer um texto entediante, a genealogia do Sen hor Jesus pode nos ensinar muitas cois as sobre Deus. Uma delas, sem dúvi da, éa do amor que promove a inclusão das pessoas. Mas isso é assunto para outro encontro, porque nos próximos três meses nós vamos nos deter ao, talve z, mais famoso texto de Mateus: o Serm ão do Monte ou o Sermão da Montanh a. Contudo, antes de continuar vamos ler esse famoso Sermão. Leia aí que eu vou ler aqui. Pronto, já li e você?

Leituras diárias Segunda – João 1.1-7 Terça – Lucas 3.2-6 Quarta – João 1.8-11

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Diálogo e Ação Aluno

Quinta – João 1.12-14 Sexta – Lucas 3.7-11 Sábado – Lucas 3.15,16 Domingo – João 1.17,18


Autoridade de quem fala O texto tem princípios essenciais para a vida do ser humano, mas tem um detalhe que é colocado por Mateus no fim do discurso de Jesus que muito me chama a atenção: “Quando Jesus terminou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei” (Mateus 7.28,29). No tempo de Jesus existiam aquelas pessoas que se dedicavam ao estudo da Lei de Moisés e das demais leis criadas pelos fariseus. Eles eram doutores, pessoas que sabiam muito a respeito de todas as leis judaicas que um cidadão deveria cumprir. Entretanto, veja como as pessoas ficaram surpresas, admiradas, maravilhadas com o ensino de Jesus. Ele falava com autoridade de Deus. Ele falava como o próprio Deus. Talvez uma das coisas que demonstrava essa autoridade era a atitude de Jesus, a forma como ele agia. E, também, ele devia falar acreditando no que estava dizendo. Trazendo para a nossa vida, vemos que, por vezes, falamos das coisas de Deus, mas não há um efeito na vida das pessoas. Isso pode ser pelo fato de não estarmos plenamente convictos do que estamos dizendo

ou, também, por nossas palavras destoarem de nossas ações. Jesus vivia o que falava e falava o que vivia. Autoridade de quem age Sabendo que esse ensino de Jesus foi dito com uma autoridade perceptível, prossigamos em nosso estudo. Antes, porém, precisamos nos lembrar que, embora estudemos o Sermão do Monte por partes, ele é um todo. Não podemos "perder de vista o bosque por causa de uma árvore". Digo isto para evitar que exploremos mais um assunto que outro. O Sermão e seus ensinos são um todo e seus princípios estão interligados, podemos assim dizer. Os bem-aventurados são, também, aqueles que são chamados de sal da terra e luz do mundo. O Sermão do Monte é uma descrição do caráter do cristão. O Sermão não é um conjunto de regras para serem cumpridas. Jesus está falando sobre o caráter de seus seguidores, ou seja, se você se considera um seguidor de Jesus, sua vida já deve refletir o que é descrito nesse Sermão. Jesus está nos mostrando como nós, seus seguidores, deveríamos viver. Conjugo o verbo no futuro do pretérito porque não creio que todo aquele que afirma ser um seguidor de Jesus vive conforme o descrito no Sermão do Monte. 3o Trimestre – 2013

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O Dr. Martyn Lloyd-Jones* diz em seu livro "Estudos no Sermão do Monte" que se, enquanto estiver lendo o Sermão do Monte, um cristão começar a argumentar com o discurso de Jesus, isso significa que ou há algo errado com esse cristão ou então ele está interpretando o Sermão erroneamente. Autoridade de quem vive Sejamos honestos, você e eu. Será que nossa vida apresenta todas as características descritas por Jesus? Será que sempre pensamos em oferecer a outra face? Será que sempre decidimos caminhar outra milha? Será que nosso coração é puro? Será que temos fome e sede de justiça? Será que somos misericordiosos?

São questões para pensarmos diariamente. O Sermão do Monte pode ser muito bonito para ser lido como um tratado de ética ou moral, mas ele é muito mais que isso. Ele não fala de uma reputação a ser alcançada, mas de um caráter para ser vivido. Não importa idade, nacionalidade ou gênero, o desafio é para todos nós e o Senhor está pronto para nos ajudar nesse desafio. Gostaria que você lesse novamente esses capítulos do Evangelho de Mateus calmamente e refletisse um pouco sobre sua vida. Se ela apresenta tudo isso que Jesus está dizendo e como e onde pode ser melhorada. Em seguida, fale com Jesus. Abra seu coração para ele. Diga onde você tem mais dificuldade para mudar e creia que ele irá lhe escutar e lhe ajudar, pois tudo isso que ele falou, ele viveu e quer nos ajudar a viver também.

* Dr. Martyn Lloyd-Jones era, aos 23 anos, chefe assistente clínico do médico do rei da Inglaterra. Inesperadamente, aos 27 anos, Dr. Lloyd-Jones voltou ao País de Gales, sua terra natal, com o coração ardendo pela salvação de seus compatriotas. Alguns consideraram essa decisão como romantismo, outros, loucura de um jovem. Após 12 anos pastoreando em sua cidade natal, Martyn Lloyd-Jones voltou para Londres, onde permaneceu por 30 anos ocupando o púlpito da Capela de Westminster. Em 1981, Deus o chamou para si.

Para o coração...

"Disse Jesus: quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha” (Mateus 7.24)

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EBD 2 A verdadeira felicidade Mateus 5.1-12

14 de julho

e ou das Jesus, logo no início do Sermão da Montanha, nos fala de felicidad ea grego em escrito foi nto Testame Novo bem-aventuranças. Como sabemos, o abenou felizes como a traduzid ser pode – i makario – aqui palavra usada por Jesus adamente, 50 çoados ou, ainda, bem-aventurados. Essa palavra aparece, aproxim do, implica abençoa ou feliz vezes no Novo Testamento. Entretanto, o significado, seja a partir de feliz é você Deus; de partir a do algo que vem de Deus. Você é abençoa seria "pleo traduçã melhor a que dizer m costuma os Deus. Por isso, alguns estudios ações proclam oito as seguir, a , Vejamos do". abençoa ente "plenam ou feliz" namente de makarioi.

Leituras diárias Segunda – Mateus 5.1-3 Terça – Mateus 5.4 Quarta – Mateus 5.5

Quinta – Mateus 5.6 Sexta – Mateus 5.7 Sábado – Mateus 5.8-10 Domingo – Mateus 5.11,12 3o Trimestre – 2013

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• Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus – O primeiro item descrito por Jesus não poderia ser mais apropriado, pois ele parte do elementar, do esvaziamento de nós mesmos. Não poderemos ser cheios enquanto não formos primeiramente esvaziados. Humildade de espírito é uma característica de um seguidor de Jesus. Essa característica nos mostra que não conseguiremos escalar o monte sozinhos. Ser humilde é reconhecer que precisamos de ajuda. Precisamos da ajuda do Senhor. Quem reconhece isso é bem-aventurado e é um cidadão do reino dos céus. • Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados – O cristão quando se dá conta de seus pecados, de sua natureza pecadora, se entristece e chora. Esse é o choro a que Jesus está se referindo, uma tristeza espiritual. Em nossa sociedade, chorar é sinal de fraqueza e o discurso é que precisamos ser sempre fortes. No entanto, a noção do pecado em nós nos entristece a ponto de chorarmos. Esses que assim choram são bem-aventurados, pois serão consolados. • Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra – Ser manso não é ser covarde, não é dei-

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xar de lutar por seus direitos, mas é NÃO possuir o desejo de vingança, não se render à ira imediata. A mansidão produz paz. Os judeus esperavam um Messias político, guerreiro que os libertaria do domínio romano. Jesus, o Messias, porém, tem outra proposta. Quem herdará a terra não serão os guerreiros, mas os mansos, aqueles que promovem a paz. • Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão satisfeitos – Já vimos que as pessoas buscam a felicidade e, às vezes, a qualquer custo. Jesus, entretanto, nos diz que a felicidade vem para aqueles que têm fome e sede de justiça. Alguns autores entendem essa frase como uma busca pela justiça de Deus para o perdão dos nossos pecados, ou seja, seria uma busca pela santidade. • Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia – A palavra misericórdia é formada por miséris + córdia (pena, compaixão + coração), ou seja, é colocar o seu coração na compaixão pelo sofrimento alheio, seja por falta de recursos materiais ou pela situação moral e espiritual do outro. Ser misericordioso, também, é estar pronto para perdoar.


• Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus – O homem vê o exterior, porém, o Senhor vê o interior (1Samuel 16.7). Pureza na aparência não comove a Deus, pois ele conhece e vê o nosso coração. Nosso coração é purificado por Deus, mas isso só acontece quando tomamos consciência de sua impureza e rogamos a Deus que o torne puro. • Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus – Pacificadores são aqueles que promovem a paz entre as pessoas. Não precisamos esperar ser um diplomata para realizar acordos de paz; podemos promover a paz onde estamos. Quando estiver ao nosso alcance, podemos promover reconciliação, promover paz entre amigos, entre colegas, entre familiares. • Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus – Essa perseguição é pela busca de ser um cristão autêntico e procurar tomar as decisões baseados nos princí-

pios bíblicos. Contudo, precisamos perseverar e permanecer no propósito de ser um filho de Deus. A perseguição irá acontecer, mas não devemos desistir. Felizes são os que vivem desta maneira. Jesus encerra esse trecho do discurso dizendo que perseguiram os profetas no passado e vão perseguir seus discípulos também. No entanto, se essa perseguição for por causa de Jesus, diz ele, somos bem-aventurados, somos felizes. Refletindo sobre as bem-aventuranças vejo que o cristianismo é muito mais demonstrado por meio de nossas reações que de nossas ações. Como nós reagimos frente às situações diárias de trabalho, amizade, namoro, igreja, é que conseguimos perceber se temos mesmo a mente de Cristo ou não (1Coríntios 2.16); se somos felizes ou não. Jesus Cristo pode nos fazer feliz. Se você ainda não é, converse com ele hoje mesmo. Procure seu pastor ou líder para conversar sobre isso também.

Para o coração...

"Felizes os que não viram e creram" ( João 20.29b)

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EBD 3

A função dos discípulos Mateus 5.13-16

21 de julho

Lembra do encontro da semana pass ada? Nós vimos o que nós somos como seguidores de Jesus. Hoje, nos dete remos em alguns versículos e perc eberemos a nossa função e propósito no mun do. Creio não ser um texto novo para a maioria de vocês, entretanto, vale lembrar as duas principais afirmações de Jesu s nesses versículos: v. 13 – vocês são o sal da terra; v. 14 – vocês são a luz do mundo.

Leituras diárias Segunda – Mateus 5.13 Terça – Mateus 5.14 Quarta – Mateus 5.15

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Quinta – Mateus 5.16 Sexta – Provérbios 4.18 Sábado – Filipenses 2.15 Domingo – João 8.12


No passado, alguns cristãos querendo manter-se puros, procuravam o isolamento do restante do mundo e passavam a viver uma vida contemplativa, porém, isolada da sociedade e seus dramas. O cristão não pertence a este mundo, isto é fato, contudo, não só estamos como temos uma vida ativa nele. Sendo assim, precisamos estar conscientes de nossa função nele. Somos sal e somos luz deste mundo e não podemos ficar escondidos, mas precisamos cumprir nossa missão. O sal O sal possui muitas propriedades. A primeira que nos lembramos é o sabor que ele dá aos alimentos. Muitas pessoas estão à procura de um sentido para a existência. Querem encontrar um sabor para a vida. O sabor da vida está no cristianismo bíblico. Nossa missão é mostrar isso ao mundo. Há também outra função para o sal que é a de preservar. No passado não havia geladeira ou freezer, a carne era salgada para não apodrecer. Jesus foi muito feliz em utilizar essa imagem do sal para seus seguidores, pois cabe a nós, seus discípulos, impedir o processo de putrefação e decadência do mundo. Há um livro antigo chamado "Sal fora do saleiro", onde o autor mostra que só se exerce a legítima função de

sal quando se está fora do saleiro. Ou seja, quando estamos em um grupo de cristãos, seja na igreja ou em outro encontro, é muito fácil ser cristão. O difícil é quando estamos sozinhos na escola, no trabalho e em outros ambientes onde nós estamos fora do "saleiro". Mesmo difícil, são nesses momentos que mais precisamos ser sal da terra. O cristão é sal da terra agindo conforme seu caráter. Já aconteceu de seus amigos não-cristãos estarem conversando e você chegar perto e eles trocarem de assunto por considerarem que você não precisa ouvir aquelas palavras e assuntos, digamos, inadequados? Uma cena como essa é uma demonstração que eles estão percebendo a diferença que há em você. Se você for ao supermercado e olhar a seção do sal, você encontrará diversos tipos de sal. No tempo de Jesus não era assim. Penso que em nossos dias também aparecem muitos tipos de cristãos. Será que essa era a proposta inicial? A Bíblia é a mesma; Jesus é o mesmo; o cristianismo não pode mudar. A relativização das coisas tem entrado em nossa igreja e, por vezes, o pecado já não é mais tratado como pecado, a misericórdia já não é exercida e a graça já não é mais pregada. Posso dizer, com certeza, que a missão do cristão não foi mudada. Cristo nos chama para salgarmos a terra. Diante disso, faço-lhe uma 3o Trimestre – 2013

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pergunta: Você é sal também fora do saleiro? Porque, cá entre nós, ser sal dentro do saleiro é muito fácil. A luz Jesus também disse que nós somos a luz do mundo. Quando se está em um ambiente de total escuridão não conseguimos nos orientar muito bem, mas quando chega a luz, é muito mais fácil saber para onde se vai. A luz também serve para aquecer. O sol, o fogo e até mesmo a luz artificial faz com que superfícies frias sejam aquecidas. Há muito tempo Deus disse: "haja luz" e houve luz. Passou um certo tempo e Deus voltou a dizer: "haja luz" e, mais uma vez, houve luz, desta vez na pessoa do Senhor Jesus Cristo. E, agora, Jesus nos fala: "vocês são a luz do mundo". A luz não existe para ficar escondida, pois não cumpriria o propósito para o qual foi criada. A luz existe para ajudar os perdidos a se encontrarem; para ajudar os que vivem nas trevas a verem uma saída, para aquecer aqueles que estão na frieza espiritual. Esta é nossa responsabilidade. Esta é nossa missão.

"A luz existe para ajudar os perdidos a se encontrarem; para ajudar os que vivem nas trevas a verem uma saída, para aquecer aqueles que estão na frieza espiritual. Esta é nossa responsabilidade. Esta é nossa missão"

O versículo 16 diz: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". A glória é toda para Deus. Você e eu devemos agir como sal e como luz que somos, mas o objetivo é somente glorificar o nome de Deus. Lembro isso porque vejo alguns cristãos se orgulhando de cumprir o evangelho, mas isso não é certo. É vaidade. No Sermão do Monte aprendemos que nosso estilo de vida precisa apontar para Deus. Isto é ser sal. Isto é ser luz. Isto é ser um discípulo do Mestre. Torna-se inevitável fazer uma pergunta para refletirmos essa semana: você e eu já tomamos consciências da nossa função de sal da terra e de luz do mundo?

Para o coração... Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" (Mateus 5.16)

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