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Organizando a estante
Bibliografia comentada
ASSIS, Machado de. Contos: uma antologia. 2 volumes. Seleção, introdução e notas de John Gledson. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. • Coletânea de 75 contos de Machado de Assis, com um excelente estabelecimento de texto, introdução e comentários de John Gledson.
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Os dois volumes, por contar com tais paratextos, podem ser muito úteis tanto para quem deseja se iniciar na obra do autor quanto para quem pensa em aprofundar pesquisas e leituras.
ASSIS, Machado de. Crônicas escolhidas. Organização, introdução e notas de John Gledson. São Paulo: Penguin; Companhia das Letras, 2013. • Reunião de crônicas publicada por Machado de Assis na imprensa carioca, entre 1859 e 1900. Obra propícia para quem deseja conhecer um aspecto fundamental da produção machadiana, assim como para perceber o substrato humano e social de onde o autor criava as suas obras de ficção.
ASSIS, Machado de. Machado de Assis: crítica literária e textos diversos. Organização de Silvia Maria Azevedo; Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013. • Reunião de textos de crítica literária de Machado de Assis, uma de suas facetas menos conhecidas como escritor. A leitura da obra crítica do autor, que esteve dispersa por jornais e revistas, permite compreender a maneira como ele pensava a cultura e a literatura, sobretudo a brasileira, que passava por um processo de consolidação e de criação de tradições.
ASSIS, Machado de. Machado de Assis: obra completa. 3 volumes. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1986. • Consagrada edição da obra completa de Machado de Assis, organizada por Afrânio Coutinho, com o primeiro volume dedicado aos romances, o segundo aos contos e teatro e o terceiro à poesia, crônica e escritos diversos. Na introdução do volume I, há artigos analisando a produção de Machado, além de um esboço biográfico.
ASSIS, Machado de. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: Lombaerts, 1882. • Primeira edição de Papéis avulsos, publicada um ano após o lançamento de Memórias póstumas de Brás Cubas, podendo ser considerada o marco inicial do movimento realista brasileiro no gênero conto.
ASSIS, Machado de. Papéis avulsos. Prefácio de John Gledson. Notas de Hélio Guimarães. São Paulo: Penguin; Companhia das Letras, 2011. • Uma das edições mais recentes do fundamental livro de contos de Machado de Assis, provida de prefácio e diversas notas que auxiliam no esclarecimento e entendimento das instigantes narrativas.
Bíblia Sagrada. Tradução, introdução e notas de Ivo Storniolo e Euclides Martins Balancin. São Paulo: Edições Paulinas, 1990. • São raros são os textos de Machado de Assis que não fazem referências a passagens bíblicas, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento; nesse trabalho de intertextualidade, é fundamental que o leitor de Machado tenha sempre uma bíblia ao alcance das mãos.
BOSI, Alfredo. Machado de Assis. São Paulo: Publifolha, 2002. • Obra breve e de divulgação, feita por um dos mais renomados críticos literários do Brasil, grande especialista na obra de Machado de
Assis. Livro propício para quem procura uma boa porta de entrada no universo da literatura machadiana.
BOSI, Alfredo. Machado de Assis: o enigma do olhar. São Paulo: Martins Fontes, 2007. • Ensaio de Alfredo Bosi que “articula dois eixos de significados: 1) o olhar do narrador é móvel no plano da história das mentalidades, não derivando imediata e mecanicamente do quadro social observado; 2) Machado não só representou tipos, como o fizeram os realistas e naturalistas do seu tempo, mas criou personagens densas, singulares, capazes de resistir à cultura do favor (peculiar à rotina brasileira do século XIX), encontrando na própria consciência forças para viver com honra”.
CORTÁZAR, Julio. Valise de cronópio. Tradução de Davi Arriguci Jr. E João Alexandre Barbosa. Organização Haroldo de Campos e Davi Arriguci Jr. São Paulo: Perspectiva, 2013. • Nesta coletânea de ensaios do contista argentino Julio Cortázar, o destaque fica para a reprodução da palestra “Alguns aspectos do conto”, texto clássico sobre o gênero, com reflexões sobre a estrutura, os temas, certas características constantes e o ofício de escritor de contos.
COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. • Obra básica que o professor Afrânio Coutinho escreveu como material de apoio aos alunos do recém instituído curso de Teoria Literária; a obra discute o conceito de teoria literária e caracteriza os gêneros literários.
FREYRE, Gilberto. Vida social no Brasil nos meados do século XIX. São Paulo: Global, 2008. • Dissertação de mestrado de Gilberto Freyre, defendida na Universidade de Columbia, em Nova York, na década de 1920. Livro que apresenta as características que serão marcantes nas grandes obras do autor, como o trabalho com a linguagem e as referências
ao cotidiano na interpretação da formação do patriarcado no Brasil, permite compreender diversos aspectos da época em que Machado de Assis viveu e criou seus textos.
GLEDSON, John. Por um novo Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. • Reunião de 14 ensaios do crítico inglês John Gledson, um dos mais importantes intérpretes da obra machadiana. Os textos se propõem a abordar a obra de Machado de Assis a partir de perspectivas inovadoras, tratando de temas controversos e fazendo relações por vezes inesperadas, sempre valorizando a multiplicidades de leituras e perspectivas.
KAYSER, Wolfgang. Análise e interpretação da obra literária. Coimbra: Armênio Amado, editor, 1976. • Obra clássica que serve como introdução à ciência da literatura; discute conceitos fundamentais de conteúdo e forma, além de apresentar e exemplificar questões relacionadas ao ritmo, ao estilo e aos gêneros literários.
KURY, Mário da Gama. Dicionário de mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990. • Essa obra de referência, feita pelo escritor e tradutor Mário da Gama
Kury, é de grande auxílio para quem deseja compreender a fundo as diversas citações feitas nos textos de Machado de Assis à mitologia greco-romana, algo que não só é importante para a construção de sentido de seus textos, como era frequente no repertório literário do século XIX.
LOURENÇO, Eduardo. “A Peregrinação ou a metamorfose do olhar europeu”. In: ALMEIDA, Isabel. (org.) Pereguinaçam, 1614. Lisboa: Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, 2017.
• Ensaio do célebre crítico português, publicado em uma coletânea feita em homenagem aos quatro séculos do livro de Fernão Mendes
Pinto. Em seu texto, Eduardo Lourenço comenta como a dimensão fantasiosa do livro foi fundamental para a sua difusão e sucesso, pois isso estava ligado ao entendimento que os leitores europeus tinham acerca do mundo, à época dos grandes descobrimentos marítimos.
MACEDO, Joaquim Manuel de. Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Edição revista e anotada por Gastão Penalva e prefaciada por Astrojildo Pereira. Brasília: Edições do Senado Federal, 2005. • Nessa obra, publicada originalmente em dois volumes, entre 1862 e 1863, o escritor Joaquim Manuel de Macedo, um dos principais nomes do romantismo brasileiro, conduz os leitores pelas ruas do
Rio de Janeiro, narrando de maneira leve e atrativa fatos ligados à origem dos espaços da cidade que à época era a capital do Império brasileiro.
PINTO, Fernão Mendes. Peregrinação. Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1983. • Nesse livro, publicado em 1614, o viajante Fernão Mendes Pinto, mesclando ficção e realidade, constrói um relato fantasioso acerca de suas viagens pela Ásia, realizadas no século XVI. A obra se tornou um dos mais famosos relatos do período das grandes navegações, permitindo compreender algo da maneira como os europeus pensavam e se expandiam pela outras partes do mundo.
ROQUETTE, José Inácio. Código do Bom-Tom, ou, Regras de civilidade e de bem viver no século XIX. Organização de Lilia M. Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. • Manual de boas maneiras publicado pelo cônego português José
Inácio Roquette em meados do século XIX. O livro, organizado como
uma série de conselhos de um preocupado pai que se esmera em garantir uma boa educação aos filhos, fazia sucesso no Brasil, sobretudo na Corte, permitindo compreender mais a fundo alguns dos comportamentos sociais analisados por Machado de Assis em suas narrativas.
SCHWARCZ, Lilia M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. • Livro no qual a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz faz uma análise do reinado de D. Pedro II, tratando dos elementos culturais e rituais que lhe garantiam representatividade e longevidade, orientando assim o processo de formação do Estado Nacional brasileiro ao longo do século XIX. Um dado interessante é que Machado de
Assis nasceu praticamente junto com o Segundo Reinado, tendo vivido toda a sua formação nesse período.
SCHWARCZ, Lilia M. & STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. • Obra escrita a quatro mãos, na qual as autoras, com uma narrativa fluida e agradável, mas sem perder o rigor da análise, traçam um longo panorama da história do Brasil. Um livro de grande auxílio para quem deseja explorar as nuances históricas das narrativas de
Machado de Assis.
SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2000. • Nesse ensaio, um clássico da crítica literária brasileiro, Roberto
Schwarz se debruça sobre as obras iniciais de Machado de Assis, anteriores às Memórias póstumas de Brás Cubas. Com isso, analisa o processo de formação do escritor até o momento de sua grande
virada, para o qual foi fundamental o desenvolvimento de um fino entendimento da sociedade brasileira do século XIX, assim como a transposição de seus mecanismos para o âmbito da literatura.
SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2000. • Ensaio que dá continuidade às reflexões iniciadas em Ao vencedor as batatas. Nesse segundo livro, Roberto Schwarz analisa a fase madura de Machado de Assis, na qual o escritor produziu verdadeiras obras-primas, originais em seus aspectos formais e temáticos, marcadas pela ironia e pela capacidade de criticar as contradições e desigualdades da sociedade brasileira.