Rev sug de pauta

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PAUTA

SUGESTÃO DE Revista Bimestral Ano 1 Edição 001 Outubro de 2013 Itupiranga - Pará

ENTREVISTA

O que os nossos jovens pensam sobre o futuro PARAUAPEBAS & CANAÃ

ATÉ QUANDO SERÁ REFÚGIO CONTRA OS MALES DA NOSSA PRECÁRIA ECONOMIA?

Sugestão de Pauta | 1


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EDITORIAL

SUGESTÃO DE Revista Bimestral Ano 1 Edição 001

Outubro de 2013

PAUTA

I

Itupiranga - Pará

ENTREVISTA

O que os nossos jovens pensam sobre o futuro PARAUAPEBAS & CANAÃ

ATÉ QUANDO SERÁ REFÚGIO CONTRA OS MALES DA NOSSA PRECÁRIA ECONOMIA?

FOTO CAPA: ANTONIO CAVALCANTE

maginemos que se todos os homens, ao longo do tempo da existência humana, tivessem decidido não compartilhar as suas ideias com os outros, fossem elas simples, do senso comum ou mesmo as mais fantásticas, certamente ainda viveríamos e nos organizávamos da mesma forma do homem primitivo. Contudo, é a gradação crescente de infinitas ideias reunidas na existência humana que nos conduziu ao mundo das tecnologias com as quais convivemos e que configuram a sociedade global atual. Desta forma fica claro que é muito mais que compromisso do ser humano pensar e compartilhar, planejar e registrar. De nada vai adiantar ter ideias se elas não moverem as nossas ações. Pensando nisso, criamos uma revista com o título SUGESTÃO DE PAUTA, no intuito de construir uma plataforma de informação e de participação, na qual as ideias possam ficar registradas nas suas mais diversas formas: aquelas que se agregam a outras a longo prazo, e aquelas que imediatamente podem servir para base do pensamento contemporâneo e para o planejamento da gestão pública. Porque sabemos que é na essência dos interesses coletivos que encontram-se os elementos constitutivos do planejamento social, os quais se sobrepõem aos conflitos partidários, religiosos ou de classes, dando total importância à união de esforços para a idealização do futuro. É preciso que tenhamos ideias para guiar a vida social, pois o futuro é como uma aeronave que viaja enquanto planejamos a sua rota. Se não apontarmos um destino ela irá para o desconhecido, para o incerto. E a incerteza não pode servir de ponte para uma sociedade que precisa saber aonde quer chegar. São as ideias que colocarão o nosso passo no ritmo certo, à altura de um século da mais avançada revolução tecnológica, e que trará a juventude para um tempo diferente das décadas anteriores e apresentará a todos uma gama de novas possibilidades, até mesmo de renovar a nossa já tão saturada esperança de dias melhores. As ideias podem ser copiadas, pois quem tem uma ideia para ser copiada hoje, amanha terá uma melhor para ser realizada. O que importa são os resultados.

Sugestão de Pauta | 3


Não deixe a sua empresa no escuro

ÍNDICE

| | Economia Poder Legislativo | Climatização Escolar | | APAE de Itupiranga Desconfiança | Belo Monte | Hidrovia Araguaia-Tocantins 25 | 26 | As muralhas do Poder Sociedade 28 |

05 13 18 19 21 23 24

Entrevista

Quando o entrevistado é um jovem estudante

Destino: Paraupebas e Canaã dos Carajás LDO divide opiniões

Anuncie Nós nos encarregamos de divulgar enquanto os negócios se multiplicam

Salas de aulas climatizadas para melhorar o ensino

Em tempo de transição

São Tomé, por Caravaggio

Desenvolvimento que fere a cultura e vida das tribos do Xingú.

Itupiranga na rota do Desenvolvimento

Crônica social

Cores da Independência

EXPEDIENTE SUGESTÃO DE PAUTA CNPJ: 18.952.602/0001-04 Redação: Avenida 31 de Março, 46 Centro - Itupiranga - PA VALDIANA S. LOPES Diretor-Presidente Antonio Cavalcante Fotografia

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revista Sugestão de Pauta ouviu jovens estudantes para saber as suas expectativas para o futuro, seus maiores sonhos e o que pensam com relação ao mundo sóciopolítico e econômico do qual fazem parte e já começam a fazer intervenções essenciais quanto futuros profissionais. Eles falaram deste importante momento da vida em que o processo estudantil exige-lhes uma definição, em que escolhas devem ser feitas. Uma fase da vida que exige da família e do poder público atenção e apoio de forma especiais. A tônica dessa reportagem foi deixá-los livres para falar de todos os sentimentos comuns aos jovens nesta faixa etária submetidos as mesmas condições sociais. As respostas foram transcritas fieis ao pensamento e à fala de cada um.

SP - Essa fase é marcada por um misto de sentimentos que fazem das suas vidas um momento importante para o futuro, pois vocês têm que tomar decisões que servirão para toda a vida. Considerando isto, vocês se sentem confortáveis com o lugar em que vivem quando nos referimos às condições para que possam tomar essas decisões com otimismo e tranquilidade? Estudante 1 – Sinceramente, não. É cada vez mais visível o problema da falta de emprego em Itupiranga. Muitos estão optando por refugiar-se em outras cidades como Parauapebas e Canaã. É claro que o asfalto da transamazônica que poderá correr em breve, abrirá novas portas para o nosso município, pois facilitando o acesso empresas se interessarão em estabelecer-se em nossa cidade. Mas isso tudo ainda não passa de promessas, portanto, o que temos hoje é um futuro incerto, com muito otimismo pessoal, mas pouca tranquilidade. Estudante 2- Moro aqui e não vejo recursos para que possamos nos sentir confortáveis diante do desenvolvimento educacional, que, às vezes, me parece sem foco.

ENTREVISTA Sugestão de Pauta | 5


Estudante 3 - Certamente, não, pois são muitos os obstáculos quando o assunto é o futuro profissional. Me atrevo a dizer que são poucas as perspectivas que vejo como jovem no lugar em que vivo. As oportunidades são escassas e muitas vezes injustas. Mas sou jovem e não me faltam esperanças em um futuro no qual serei valorizada na minha cidade pelo meu conhecimento e não por minhas escolhas políticas. Estudante 4 - A resposta é não, pois se temos o interesse em progredir nos estudos em busca de uma vida melhor, não temos como escolher a não ser ir embora para outras cidades. É desconfortável pensar em como será o futuro se não temos base para isso e muito menos segurança na hora de fazer as escolhas. SP - As leis do país já reconhecem o jovem a partir do 16 anos como pessoas capazes e críticas o suficiente para escolherem pelo voto os líderes políticos. Por essa razão conclui-se que vocês têm conhecimento de que as escolhas eleitorais afetam a todos, inclusive a juventude que procura acertar o passo por caminhos seguros. Como agentes desse processo, de que avaliam a qualidade das ações do poder público para a juventude? Me refiro a todas as esferas, ou alguma em particular, caso queiram especificar. Estudante 1 - Hoje qualquer pessoa que se mostre interessada pode ter um nível de educação superior, não importa sua classe social, pois o governo brasileiro oferece programas como o ENEM e o PROUNI que possibilitam aos jovens o ingresso na faculdade. Porém, o nosso município não conta com uma universidade, isso é ruim. A prefeitura dispõe de ônibus que levam os alunos gratuitamente todos os dias para estudar em Marabá, e isso é bom, pois ajuda muito os jovens que optam por permanecer vivendo aqui na cidade. Porém, essa viagem diária é bastante cansativa e pode influenciar negativamente

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o rendimento acadêmico desses jovens. O ideal seria que se estabelecesse na cidade uma universidade para atender os estudantes que aqui vivem, isso melhoraria a qualidade das ações do poder público municipal, que no meu ponto de vista está regular, mas isso é pouco para o nosso futuro, precisamos dela boa ou ótima. Estudante 2- Do ponto de vista do município posso afirmar que há ações boas, mas há as que ainda estão deixando a desejar, agora a nível nacional ainda tem que melhorar muito para que todos os jovens possam realmente alcançar os seus objetivos. Estudante 3 - Sim, elas existem, mas infelizmente os investimentos na juventude estão concentrados nas cidades grandes, enquanto que no interior, nas cidades pequenas, vejo que chega a ser insuficiente, e há sempre alguém a fazer disso uma moeda de troca em tempo de eleição, acho que é por isso que não fica melhor. Estudante 4 - Ainda não posso avaliar bem, pois sinto que falta mais motivação para os jovens, como criar novos espaços e novas ideias, claro que isso tem a ver com a falta de um ensino de qualidade. Creio que nós jovens também ainda não escolhemos correto e por isso está assim. Estudante 5 - Acredito que o governo vem tentando medidas para garantir aos jovens um futuro promissor, como é o caso do ENEM, PRISE, SISU, entre outros. Mas não acho que isso seja o suficiente, pois apesar dos grandes investimentos feitos na educação não conseguimos chegar a um nível de qualidade que possa beneficiar a juventude de maneira eficaz. Acredito que falta neste aspecto uma maior e mais rigorosa atenção do poder público. Estudante 6 - Olha! o governo até oferece programas, transporte escolar, acesso a universidade por meio de programas como o ENEM e outros, e assegura alguns direitos. Contudo, os jovens foram às ruas para mostrar que ainda não estamos satisfeitos, só precisamos agora mostrar isso na hora de escolher os nossos representantes.


Estudante 3 - Muitos dizem que a juventude é o futuro da nação, mas como isso irá ocorrer se nos falta muito no presente, como vamos ser futuro? falo de uma educação de quaidade. E se olharmos para o nosso município o problema é muito maior. Precisamos buscar soluções que não dependam da política, mas da vontade das pessoas que estão no poder. Estudante 4 - No meu ponto de vista, há coisas boas e ruins: os serviços públicos que já atendem os jovens é muito bom, e os ruins se refere ao abandono de causas importantes que possam criar a possibilidade do futuro que queremos. SP - O forte do jovem é reconhecer o futuro a ser desafiado, mas para isso vocês precisam que as forças públicas sejam aliadas no apoio e nas alternativas. No ponto de vista de vocês, o que está bom e o que falta para que possamos crescer com a certeza do sucesso na vida profissional? Estudante 1 - Observo que o Brasil está buscando capacitar cada vez mais profissionais, abrindo novas escolas e universidades de qualidade e possibilitando mais intercâmbios para estudantes de nível superior. Por outro lado, a maioria das cidades brasileiras ainda estão em situação precária quanto à educação, além da ausência de faculdades, como é o caso de Itupiranga. Mas na minha opinião, a certeza do sucesso profissional depende principalmente do interesse do jovem, pois de nada serve uma escola superior equipada se o aluno não buscar o conhecimento para si. Estudante 2 - O que está bom é o investimento em projetos educacionais, mesmo sabendo que não é de forma integral. E o que falta melhorar é ter mais apoio por parte do poder público.

Estudante 5 - Acredito que o que falta é motivação. Temos sim alternativas, mas do que tem adiantado se os governos não demonstram interesse total para que elas cheguem até nós com a força que deve chegar? Isso nos deixa desmotivados. Estudante 6 - Precisamos de políticas públicas direcionadas com mais qualidade, dando mais atenção às regiões brasileiras onde há muita dificuldade, como é o nosso caso, para que possamos ter mais oportunidades que nos assegure uma boa formação profissional.

falta de empregos, a ausência de universidades. Estudante 2 - Sim. Sinto falta de profissionais que possam atuar cada um na sua área, sem ter que colocar em áreas diferentes daquela que possa ser formada, pois parece que o é que acontece hoje com os órgãos públicos que funcionam mal. Cursos que possam ser facilmente encontrados no mercado de trabalho. E uma faculdade para que os jovens possam estudar sem sair da cidade. E como ponto positivo cita-se os benefícios na educação: transporte, escolas novas e acesso mais fácil ao nível superior abrindo possibilidade para os mais pobres. Estudante 3 - No nosso município é muito complicado apontar pontos positivos para uma vida futura eficaz, porém, como se trata de um município rico pela sua natureza, essas riquezas poderiam ser usadas como “arma” contra os problemas, ou seja, usá-los para melhorar a nossa economia, investindo massiçamente na educação, impactando assim diretamente na vida da juventude.

SP - E com relação exclusiva ao nosso município, é possível apontar pontos positivos e pontos negativos que incidem direto sobre a vida futura de vocês? Estudante 1 - O município de Itupiranga é rico, tem tudo a seu favor. São riquezas que pouco a pouco estão sendo vistas por grandes investidores, como é o caso do canal hidroviário, isso tem seu lado positivo para todos nós. Mas hoje, infelizmente está mais fácil apontar pontos negativos, como a Sugestão de Pauta | 7


Estudante 4 - Todos nós falamos que Itupiranga é cheio de riquezas, e há diversas formas de explorá-las. Acredito que a razão para termos uma economia tão baixa não está relacionada à escassez de recursos e sim em como aproveitar esses recursos de forma que gere renda para todos. Ai já estão os dois pontos em um só. Estudante 5 - Com relação a Itupiranga, o que temos de cultura são as atividades das comunidades religiosas, espaços culturais nas escolas, festividades de julho. Isso é bom e necessário, mas não satisfaz a necessidade de emprego, escolas técnicas, e faculdade, pois é disso que depende para que tenhamos um futuro promissor. SP - O Brasil se destacou neste ano pela JMJ, e nela o Papa Francisco elogiou a juventude brasileira e pediu para que todos os jovens fossem revolucionários. Como vocês interpretam essa mensagem? Estudante 1- Com essa mensagem o Papa Francisco diz para que não nos acomodemos, que sejamos firmes na busca pelos nossos direitos, e jamais permaneçamos alienados. Pois ser um jovem revolucionário é sempre olhar para frente. É lutar pelos

nossos ideais lado a lado com a justiça, e nunca nos calarmos diante da hipocrisia que ronda o nosso país. Estudante 2 - No meu ponto de vista o papa quis dizer para os jovens brasileiros não ficarem no conformismo, ou seja, irem à luta pelos seus sonhos e direitos, porque somos capazes. Estudante 3 - O Papa quis dizer que temos que ser jovens diferentes, que devemos lutar para fazer um país melhor. Temos que ser a inspiração de outras pessoas e não nos abalarmos com os obstáculos, e muito menos fugir deles. Em resumo, temos que ser os Protagonistas da nossa história, assim seremos revolucionários. Estudante 4 - Ser revolucionário é ser jovem no contexto da palavra, e não só vivenciando uma fase que vai passar. É acreditar que podemos mudar o mundo se quisermos, e não desistirmos na primeira queda. Ser revolucionário é lutar pelos direitos com garra. E, acima de tudo, acreditar em um mundo melhor e mais justo. É termos a certeza de que assim fazemos parte da construção deste mundo. Estudante 5 - O papa deixou muito claro que levar o Evangelho é levar a força de Deus para arrancar e arrasar o mal, destruir as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio para edificar um mundo novo. SP - Revista SP: Se vocês estivessem diante de uma multidão de outros jovens estudantes, qual seriam as palavras de revolução que diriam a eles? Estudante 1 - Trago para todos os jovens uma frase de Che Guevara, a qual diz que o revolucionário deve sempre

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ser integral. Ele deverá trabalhar todas as horas, todos os minutos de sua vida, com um interesse sempre renovado e sempre crescente. Esta é uma qualidade fundamental. Estudante 2 - Adeus ao conformismo. Vamos à luta. O futuro depende de nós. Estudante 3 - Vamos lutar pelos nossos direitos, porque somos o futuro do Brasil. Chega de ficarmos calados e oprimidos. Estudante 4 - Sejam uma juventude que deixará saudades. Faça tudo o que puderem, e se errarem, busquem o caminho do acerto. Sejam estudantes da existência e professores da vida. Acredite que tudo é possível. Estudante 5 - O ambiente tem influência sobre você, mas você é o único responsável pelo que você é. Eu adaptei essa frase de Willian Sheakespeare, pois ela se encaixa


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bem neste contexto, pois não é pelo fato de vivermos num ambiente burocrático que a gente deve desistir de lutar, pois somos jovens e a essência da juventude é a persistência. Estudante 6 - É certo que em todas as grandes revoluções há muitas pessoas que saem às ruas, muitas delas pela primeira vez, e é natural que seus gritos sejam confusos e as suas posições oscilantes. Não é isso que nos preocupa, porque a adesão de novas pessoas revela a força de um movimento. As palavras que eu diria é: Vem pra luta! Vem pra rua! Desculpem o transtorno, estamos mudando o Brasil.

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Juventude, entusiasmo e mudança Apostar num projeto de nação que viabilize as práticas sociais de reconhecimento e valorização da juventude é reforçar o papel de protagonistas exercidos ao longo da historia por milhões de jovens, engajados em movimentos sociais dos mais variados. Sua mássica participação em momentos decisivos na história do país, como as inúmeras mobilizações em prol de uma sociedade mais justa, denunciando e repudiando atos antiéticos de políticos, como foi o impeachment do ex-presidente Collor e as diretas já, deram-lhes o perfil transformador, legitimado pelas práticas sociais que impulsionaram os movimentos estudantis UNE e UBES deste final de século. E um ponto a ressaltar é que a disposição juvenil por melhores condições de vida ultrapassou a dimensão do fato; tornou-se uma força simbólica importante no processo social brasileiro. A juventude como fator de mudança e de aceleração da história foi bastante invocada. O certo é que as rupturas políticas, econômicas e sociais se tornaram recorrentes e nelas a mobilização de jovens teve papel preponderante. As transformações recentes no mundo capitalista: produção organização e consumo; tem causado certo desconforto no que se refere às novas formas de acesso e inclusão: formação, trabalho e mobilidade social; somados aos desníveis e instabilidade no contexto político-social que o país vem atravessando nas últimas décadas que tem proporcionado à essa camada social refletir de forma avassaladora seus anseios e demandas sociais de construção de uma identidade capaz de revolucionar seus atos

e ações na luta por condições melhores de vida e reconhecimento como sujeitos, protagonistas da história. Recentemente assistimos o poder mobilizador dessa camada em processo de formação, marcada por mudanças e novas formas de acesso ao ser social, cujas potencialidades dependem de como estes estão inseridos na sociedade e como tal inserção, por sua vez, abre caminhos diferenciados para novas trajetórias. “Cada sociedade constitui o jovem à sua imagem” (Foracchi, 1965). Portanto, é importante refletir na sociedade que queremos, reconhecendo os atores sociais nela envolvidos e seus diversos papéis. Ser jovem, a bem verdade, é ser uma constante transformação. O espírito de busca por direitos e de luta que antes estava adormecido, veio à tona com força, trazendo como grito de guerra “o gigante acordou”. Uma excelente representação da nova força de pensar e agir, que diante da insatisfação com a estrutura política, econômica e social do país, levou milhões de jovens a se organizarem numa plataforma de luta comum. O que presenciamos recentemente foi a pronúncia das primeiras palavras e a descoberta de um mundo cheio de possibilidades, na qual o jovem é ouvido como adulto, à altura dessa nova condição social.

Áurea do Nascimento Professora de sociologia da rede Estadual de Ensino Especialista em Educação Social para a Juventude/UEPA.

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revolução industrial do século XVIII provocou a saída de milhares de pessoas do campo com destino às cidades industrializadas em busca de melhorias e da felicidade prometida pelas mudanças no comportamento sócio-econômico daquela década. Contudo, passados três séculos, o que se vê são acontecimentos semelhantes nos lugares em que a economia não se preparou para crescer no mesmo ritimo das demandas populacionais e suas imediatas consequências. Centenas de pessoas, na sua maioria jovens, partem para outros lugares em busca de melhorias de vida, tornando-se uma cena corriqueira. Pessoas que são atraídas pelas possibilidades de emprego nos centros urbanos industrializados, e que deixam para trás amigos e família, forçados por uma circunstância que não pode ser considerada normal quando isso deixa de ser uma opção e passa a ser uma imposição da necessidade capitalista de sobreviver.

ECONOMIA ECONOMIA

DESTINO

Parauapebas e Canaã dos Carajás Sugestão de Pauta | 13


ECONOMIA

Quando as possibilidades de criar mecanismos para viver se esgota,, a saída é partir para outras cidades: reflexos de economia que desperta atenção.

A

exploração do minério na região de Parauapebas e Canaã dos Carajás passou a ser o grande atrativo para centenas de pessoas que não encontram no lugar em que moram as menores condições para viverem basicamente. Este fenômeno não pode ser compreendido como algo simples, mas como um sinal de que algo está errado com a nossa economia. Algo que precisa ser estudado a fundo para que o problema que hoje é óbvio não cresça e continue atingindo em cheio a vida dos cidadãos. Não é fácil decidir deixar tudo para trás e se lançar em busca de um emprego em outros lugares. Esta é uma decisão que exige de cada um reorganização da vida cotidiana, tendo, às vezes, que se instalarem em lugares desconfortáveis, pagando aluguéis caros, tudo para garantir o sonhado em-

prego. Não há uma pergunta que precise ser feita, mas há uma resposta a ser dada quando nos referimos a um fenômeno que tem como fator motivacional a precariedade econômica do município. Não precisamos de uma resposta que busque explicar, mas que aponte caminhos, os quais possam projetar mudanças no cenário econômico para um possível repatriamento de muitos que anseiam retornar, e, acima de tudo, para assegurar que o futuro não seja ainda mais alarmante. Quando a economia não está seguindo uma rota promissora, e, principalmente, quando ela não aponta na direção de perspectivas nas quais possamos aportar nossas esperanças, requer atitude política em que as questões meramente partidárias não sejam usadas como instrumento ideológico, mas com foco na própria econo-

mia, tendo o entendimento de que todos são vítimas do mesmo problema, que, apesar do efeito ser sentido pelos empresários e pelas pessoas de melhor estabilidade financeira, é sobre as pessoas mais pobres que ela impera sua força esmagadora, empurrando-os para o limite da suportabilidade, de tal forma que os obriga a buscarem outros caminhos. Entender a economia é o primeiro passo, o segundo consiste na construção de mecanismos para transformá-la. E é preciso mudar a rota, pois se faz necessário devolver a cada um dos cidadãos e cidadãs, jovens e adultos, a esperança que foi se perdendo com o tempo, ano após ano, gestão após gestão. É muito difícil para o cidadão entrar ano e sair ano sem nenhuma perspectiva de melhoria, aí sofre o pai e mãe, e por fim sofrem os filhos que estão em fase de crescimento e de formação educacional.

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É comovente imaginar a dor de um pai ao ver o filho pedindo um caderno e não poder atender porque o pouco que conseguiu tem pagar a energia para não ficar no escuro; A dor de uma mãe ao ver a filha adolescente, vaidosa pela natureza da idade, pedindo uma roupa e não poder atender durante meses. E o que é inevitável é a amargura e desespero dos pais ao verem o filho ir dormir com fome, e assim crescerem, maltratados pela falta do pão na mesa. Esses fatos são retratos de uma economia que não avança e o conjunto de todos os efeitos negativos vão pouco a pouco ferindo a vida de cada família na sua essência. O caminho para mudar a realidade começa pela educação, mas se não potencializar a economia, o pão não chegará à mesa, logo não haverá um bom aprendizado. É preciso ter uma melhor renda para que a criança se alimente melhor com os nutrientes necessários para a produção do conhecimento, caso contrário o investimento que gira em torno do problema é vão, e apenas serve para camuflar uma realidade cujo processo emperra a sociedade e cada geração é fadada a reproduzir um cenário triste e circular de impossibilidades crescentes. Quando conversamos com itupiranguenses que hoje estão em outras cidades, pudemos observar o ceticismo de cada um quando o assunto é poder voltar para o seu lugar de origem, os quais demonstram não acreditar que haja alguma solução a médio prazo. Mas é preciso compreender que não estamos pautando essa análise na impossibilidade do municípo dar uma reviravolta e começar a crescer economicamente.Con-

tudo, redirecionar a trajetória da economia local começa pelo reconhecimento dos erros cometidos no decorrer de três décadas, cujo ponto de partida está diretamente ligado ao início do projeto de reforma agrária no Brasil, ocasião em que foi trazido para o município, atraindo muita gente de localidades e até estados próximos. Os erros começaram exatamente quando se tinha uma grande ideia de desenvolvimento, ou seja, o projeto de ocupar a zona rural seria o primeiro passo para começar a dar consistência econômica ao município usando a terra para produzir em grande escala. Ocorre que não caminhou junto com a ocupação o planejamento necessário e com a eficácia que devem ter projetos que se propõe a serem grandes. Na verdade não passou de uma ideia que se perdeu, seguindo os passos em falso do governo federal quando decidiu ocupar o eixo da transamazônica atraindo gente para as terras, realizando a “ocupação pela ocupação”, cujo processo colocou o homem na terra desassistido de políticas públicas e abandonados à sorte, predestinando a região a este visível fracasso. Quando ouvido pela Revista Sugestão de pauta, o Senhor José Milesi, ex-prefeito, que na década de 80 articulou a reforma agrária em Itupiranga, o mesmo reconhece que no início a ideia tinha como finalidade o estímulo à produção, contudo foi obrigado a esperar do governo federal o apoio que não veio, porque o município não tem capacidade orçamentária para implementar projetos de desenvolvimento desta grandeza, e além do mais o campo sempre foi uma responsabilidade maior

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Sugestão de Pauta | 15


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do união, neste caso o INCRA, e o muncípio era o principal parceiro para a assistência aos projetos agrários. “Fizemos um trabalho de atração de pessoas para ocupar a zona rural e ficamos aguardando o governo federal, mas acabamos por ficar sozinhos com todos os problemas que foram surgindo”, relata Milesi. Segundo ele, tudo foi ficando cada vez mais difícil na proporção que iam aumentando as ocupações rurais, com imediato ampliação da população municipal, a partir daí ampliaram-se os problemas na saúde, na educação, nas estradas, na moradia, enfim, todas as necessidades básicas da sociedade, ao passo que os ideais de produção começavam a tomar os rumos da agropecuária, que passou a ser uma boa saída. Atrair indústrias a partir da isenção de impostos seria a alternativa? Certamente este será o caminho mais curto para amenizar o sofrimento, mas não significa que seja o melhor. O caminho melhor é aquele que cria alicerces sobre a capacidade genuina de gerar economia. Certamente, estamos falando do que é real, pois é imensurável, sem um estudo técnico, citar as inúmeras riquezas que temos e que podemos potencializar. O campo é extenso e a terra é boa, e gente disposta temos muita, o que falta é converter tudo isso em resultados. Um exemplo bom disso é a forte e destacada pecuária que já se destaca no cenário estadual dentre os principais rebanhos. Os produtos derivados deste setor poderiam gerar muitas oportunidades de emprego e de investimentos, alavancando uma importante promessa da indústria local. Claro que atrair empresas, como dito antes, é bom, mas as empresas

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que vêm para se instalar no município a partir da isenção de impostos, dependendo da natureza de sua exploração, podem até se tornarem permamentes, enquanto outras podem ir perdendo capacidade produtiva mediante a escassez da matéria-prima. Quando o segundo caso acontece, e o lucro, locomotiva do setor, deixa de ser atraente, pode não compensar permanecer, como foi o caso das madeireiras que se instalaram na década de 80. E aí começa um grande problema, pois quando empresas fecham as portas, deixam um vácuo na sociedade, criando uma onda de desemprego, impactuando sobre a vida de todos, do comércio e, sobretudo, desustruturando o processo econômico por um todo. É preciso projetar o nosso modelo produtivo de tal forma que venha promover e estimular o empreendedorismo local, a promover uma visão empreendedora capaz de colocar no balcão de negócios nacionais e mundiais todas as nossas matérias primas e suas infinitas possibilidades de produção. Uma iniciativa que tem que ser tratada com zelo, a partir de projetos reais e comprometidos com os resultados. Um bom projeto de desenvolvimento sempre leva em conta a possibilidades de produção que há no solo, assim, quando os elementos que vêm da terra: milho, o feijão, o arroz, a farinha, etc. deixarem de ser produção de subsistência e passarem a ser explorados como uma das nossa maiores fontes produtivas, a exemplo de outros municípios e estados brasileiros, estaremos dando início a um novo ciclo econômico, de impulsão do campo e da cidade. Todos viverão melhor daí para frente.


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Sugestão de Pauta | 17


PODER LEGISLATIVO LDO divide opiniões A Câmara Municipal de Itupiranga recebeu grande público na primeira sessão de agosto, a primeira do segundo semestre de 2013. O que explica começar assim com “a casa cheia” é a expectativa criada em torno de uma questão levantada pelo vereador Nilton Moura, sobre a LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano consecutivo. A LDO é uma previsão orçamentária que limita o teto de gastos que o prefeito pode realizar no exercício seguinte. A LDO do ano atual permitia ao prefeito aplicar até 113 milhões de reais, mas como o processo de se dá por solicitação do próprio poder executivo, ele solicitou um aumento de 40 % sobre o valor anterior, cuja proposta foi levada para a câmara de vereadores e acabou sendo aprovada em 30%. O aumento de 30% concedido eleva a possibilidades em 2014 de 113 para 147 milhões de reais. Contrariando a proposta de 5% do vereador Nilton Moura. Contudo, na primeira sessão de agosto, o vereador levou para a tribuna uma pauta de alegações sobre o processo como se deu a aprovação do projeto, solicitando a anulação daquela sessão, que, segundo ele, havia uma série de procedimentos irregulares que contrariavam o regimento do poder Legislativo, e contrariava a proposta do próprio vereador que defendia a participação popular numa discussão de tamanha importância. A proposta de anulação da sessão extraordinária recebeu aprovação de maioria absoluta dos vereadores, inclusive de importantes nomes da base aliada do governo, tendo 08 votos a favor da anulação e 05 contra, cujo movimento, para

18 | Sugestão de Pauta

Nilton Moura, esse resultado é uma tomada de consciência que representa uma vitória do cidadão na proteção dos recursos públicos. Nilton Moura, destaca a sua postura como sendo nada mais que a função de um fiscal do povo no exercício para o qual foi eleito, e ainda ressalta que não é contra dar um aumento de 30% ou 40% como o prefeito deseja, mas se sente na obrigação de se posicionar contra esse aumento do orçamento como forma de proteger o recurso público, considerando que aprovar é colocar a disposição do prefeito um valor desse proporção, sendo que o mesmo não abre o prefeitura para que se saiba de fato onde o dinheiro é aplicado, se referindo a experiência do primeiro semestre, onde o prefeito recebeu uma previsão de 113 milhões e tem deixado de dar informações necessárias sobre a aplicação dos recursos, anulando o trabalho de fiscal do vereador. Ainda de acordo com Nilton, não é possível simplesmente aprovar um aumento de mais 37 milhões para ficar à disposição do prefeito, se não há um processo transparente que permita a todos os vereadores acompanharem o gasto desse dinheiro e ter a certeza de que está chegando ao povo da forma como deve chegar: em saúde, educação, infra-estrutura, atenção social,etc. Além do mais, ressalta, a população deve entender que fiscalizar para onde o dinheiro está indo é papel de todo vereador, e o povo deve começar cobrar de todos os demais que acompanhem o destino de cada

centavo do dinheiro que sai dos cofres públicos, pois enfrentamos uma cultura onde procuram fazer com que a população acredite que fiscalizar é perseguir o prefeito, muito pelo contrário, fiscalizar é buscar garantir que o povo tenha aquilo que é seu por direito, evitando desvios de dinheiro, evitando fraudes e descasos com a sociedade. Quando o dinheiro é aplicado de forma correta, certamente não há porque o gestor fechar as portas da prefeitura para impedir que um vereador fiscalizador tenha acesso a documentos e informações. Quando isso acontece, quando não há total transparência dos fatos, é preciso ficar atento e aumentar a vigilância. Como exemplo desse tipo de procedimento o vereador alega que sente a necessidade de acompanhar de perto as folhas de pagamento dos segmentos públicos, as quais tem sido solicitadas, mas não é atendido pelo gestor, contrariando a lei e colocando em alerta aqueles que devem estar preocupados com a sociedade e, principalmente, aquele que decide devolver ao povo os resultados para os quais o povo elegeu o vereador: fiscalizar.


“TÁ PINTANDO” UM CLIMA na sala de aula

“Desde que assumi uma cadeira no legislativo tenho me dedicado às lutas para suprir as principais necessidades da nossa gente. Cuidar dos estudantes é uma delas, com os quais venho conversando e recebendo grande apoio na luta pela climatização das salas de aula. Os resultados esperados logo devem aparecer, pois a nossa batalha é constante, com muito diálogo e inssessante persistência. No final, a vitória será de todos nós: do vereador, dos estudantes, dos pais, dos professores e dos que somaram esforços para que os resultados esperados apareçam.” Jhonnatan Baima Vereador

Veredor Jhonnatan fala da climatização das salas de aula. Vereador jovem, eleito e reconhecido como uma das principais forças aliadas em defesa da juventude itupiranguense, Jhonnatan Baima, ao completar o primeiro semestre de ação legislativa, destaca, dentre outras lutas, uma que, segundo ele, é muito importante para a vida estudantil que é a climatização das salas de aula das escolas públicas. O vereador ressalta que vem engajado em prol da climatização desde o primeiro mês de mandato em consoante esforço do Deputado Federal Zequinha Marinho, do PSC - Partido Social Cristão, pelo qual o vereador se elegeu. Jhonnatan aponta com satisfação que as coisas estão dando certo e aguarda ansioso para que as primeiras escolas recebam a tão sonhada climatização. Isso é resultado certamente do esforço coletivo, destaca o vereador, falando da importância dos apoios que tem recebido na caminhada. O vereador deixa claro a sua preocupação com a classe estudantil por saber das dificuldades que as pessoas encontram para estudar por causa do calor nas salas de aula. Jhonnatan concluiu o ensino médio na escola Albertina Barreiros há pouco tempo e por essa razão fala com propriedade sobre a necessidade e urgência em melhorar o ambiente da sala de aula, que chega a ser insuportável em certos dias quentes, enfatiza

Jhonnatan. . O propósito é ajudar para que melhore a educação, pois garantir espaços ideais para a construção do conhecimento é preciso. O calor excessivo incomoda e não há concentração, logo não há bons resultados, complementa o vereador. Outro setor para o qual o vereador também vem buscando melhorias é o esporte. Ele que é um assíduo praticante, aponta a necessidade de reforma no ginásio poliesportivo, cujo estado é precário e por essa razão vem cobrando do executivo uma resposta imediata para melhoria daquele espaço importante para os desportistas locais. Além dessas bandeiras, Jhonnatan Baima, que é de família evangélica e dedicado às causas deste importante segmento religioso, o vereador apresentou projeto para a realização da “Marcha pra Cristo”, como forma de prestigiar e valorizar o projeto cristão. Para o vereador, que faz questão de manifestar carinho aos evangélicos de uma forma geral, afirma entender que não se pode mensurar valor do cristão medindo o tamanho da sua igreja, pois todas são importantes do mesmo jeito para o projeto divino. Portanto coloca o seu mandato à disposição das igrejas, seja ela grande ou pequena, que, segundo ele, tem o mesmo valor para Deus. Sugestão de Pauta | 19


A

Semed lança Coral Municipal

Prefeitura Municipal de Itupiranga, através da Secretaria Municipal de Educação, realizou dia 01 de Setembro o lançamento do Coral Municipal, composto por jovens da sociedade local, cujo evento marcou o início da semana da Pátria organizada pela Secretaria Municipal de Educação, tendo à frente das ações o Secretário Paulo Ricarto, o Prof. Artur e o Assessor Melquíades Justiniano. O evento foi prestigiado por representantes da sociedade, os quais tiveram oportunidade de conhecer o projeto que representa um avanço importante para a cultura local. Além do incentivo à prática da arte musical, o projeto tem como objetivo inserir o jovem diretamente em um processo de formação intelectual e cultural, no qual

a música seja aliada no desenvolvimento dos potenciais de cada um dos envolvidos, bem como na valorização das aptidões para o campo do canto coral e da música instrumentalizada. O Prefeito Benjamin Tasca comemorou com jovens e pais os resultados do evento, enfatizando a necessidade do município fomentar e apoiar ideias que tenham como meta a valorização da juventude. A iniciativa, que representa o resgate de uma ideia já experimentada no primeiro governo do prefeito Benjamin, agora retoma os passos se propondo a enfrentar os desafios deste novo momento, buscando encontrar nos erros do passado as garantias para o presente, podendo contar neste momento com bons profissionais de música, sob a coordenação da

Professora Ozevânea. A criação de um coral muncipal segue o exemplos de muitos municípios que tem encontrado em projetos semelhantes resultados que vão desde o despertar para a música, ao melhoramento da capacidade intelectual, além de ser uma opção para a juventude. O primeiro coral municipal foi lançado em 1998, já no governo Benjamin Tasca, com aulas de música, canto, instrumentalização e teatro.

Coral de 1998, em apresentação homenagem no dia das mães.

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APAE - Associação dos Pais e Amigos dos excepicionais - atende atualmente 70

alunos que apresentam alguma deficiência psicomotora: intelectuais, múltiplas e física.

Grupo de Danças Folclóricas 1º Lugar no Festival Regional Nossa Arte

O trabalho desenvolvido pela APAE de Itupiranga procura promover a melhoria da

“Em breve estaremos realizando

trabalho que vai além da promoção

qualidade de vida das pessoas com necessida-

a transição da direção da APAE, mas

social, é uma atitude de justiça e ci-

des especiais, proporcionando o contato com

continuaremos parceiros desta institui-

dadania.

atividades culturais, sociais e clínicas a crian-

ção porque aprendemos aqui a ser mais

“Mais uma vez tivemos que pedir

ças, jovens e adultos, como forma de garantir a

que diretores, aprendemos a ser mais

ajuda da Câmara Municipal para que

cidadania a estas pessoas.

humanos, e a acolhida destas pessoas

o prefeito nos dê a mão, acrescenta

Dentre as atividades destaca-se a partici-

tão especiais elevou em cada um de nós

Radilson. Isso é desagradável, des-

pação do grupo folclórico, formado por jovens

a capacidade de amar o próximo. Esta-

gastante e desnecessário. Bastava o

especiais, no Festival Regional Nossa Arte,

mos cuidando para que deixemos a ins-

gestor olhar para essas pessoas com

realizado para as APAES, ocasião em que o

tituição funcionando bem, pois é dessa

mais carinho e atenção. É impressio-

grupo competiu com Marabá, Eldorado dos

condição que as pessoas atendidas pela

nante que tenhamos que travar uma

Carajás, Conceição do Araguaia e Tucuruí,

APAE precisam, pois são pessoas que

luta anual para conseguir este apoio.

ficando em primeiro lugar no gênero dança

além de terem necessidades especiais,

É um tempo que poderíamos estar

folclórica, apresentando o grupo de carimbó da

são de famílias que em sua maioria pre-

dedicando mais a nossos jovens, mas

Apae e ritimos paraenses. Depois representou

cisam dessa parceria importante.”

que acabamos gastando anualmente

Itupiranga no festival do mesmo nome realizado em Belém.

Quando questionado sobre o apoio

para garantir o direito desses peque-

que tem recebido da Prefeitura Muni-

nos cidadãos e cidadãs de Itupiranga.

Além de atender alunos da sede do muni-

cipal para o funcionamento da Institui-

Não sei como o prefeito vê a APAE

cípio, o trabalho se estende ao distrito de Caja-

ção, Radilson lembrou que a prefeitura

para não se sentir comprometido de

zeiras e ao Tauiri. A Família APAE tem como

tem sido parceira e que é grato por

forma espontânea com essa causa,

presidente o Senhor Radilson; Coordenadora

isso, mas questiona a luta que enfrenta

por isso, esperamos muito que as

Pedagógica a Sra. Eucimar Alves; Marinalva se

para garantir este apoio do principal

próximas gestões recebessem esta

encarrega dos serviços da Secretaria, além das

órgão público local. Destaca ainda que

instituição como uma parceira. Gra-

monitoras que desempenham papel importante

a prefeitura não tem obrigação com a

ças a outros parceiros, nesse tempo de

no lida com os clientes deste grandioso traba-

APAE quanto entidade, mas reitera que

luta conseguimos trabalhar mesmo

lho social.

o apoio cobrado é para as pessoas que a

com muita dificuldade para garantir

APAE atende, pois são itupiranguenses

aos nossos jovens a alegria de viver.

com os quais o governo tem obrigações

É gratificante o carinho deles e da

sociais; quem está lá são os filhos de

família, é satisfatório sentir o amor

famílias itupiranguenses, fragilizadas

verdadeiro com que eles dão o retorno

pela dificuldade de oferecer aos filhos

a todos nós. Se os governos abrissem

com necessidades especiais mais dignidade. São pessoas que o município deve

seu lado humano, se amolecessem

zelar, e todos nós devemos protegê-las

dúvidas de que a razão lhes cobrariam

e ajuda-las para que sejam incluídas na

atenção especial a esse gente simples

sociedade com dignidade. Isso é um

da APAE.

seus corações, certamente não haveria

Sugestão de Pauta | 21


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DESCONFIANÇA

A incredulidade de Sao Tome, Caravaggio, óleo sobre tela (1599)

APAE

Que relação pode haver entre uma obra de mais de meio século com a sociedade atual? Como pode a palavra do homem ser corroída pelos seus atos ao ponto de esmaecer diante de outro?

O fragmento acima é de uma obra de Caravaggio, artista barroco do século XVI, cuja cena retrata Cristo ressuscitado com São Tomé procurando se certificar se o que ele está vendo é verdadeiro, neste caso só tocando, revirando com o dedo o ferimento. Certamente podemos comprovar que a desconfiança nos fatos que nos rodeiam é uma herança histórica, considerando que a obra é originária de uma época de conflitos entre a razão e a emoção, entre o sagrado e o profano, ou seja, o ambiente barroco era de incertezas que acompanhariam o próprio homem através das gerações até os dias de hoje. Os limites da nossa crença de que as coisas vão de fato acontecer está cada vez menor, pois há um tempo de espera que parece nunca chegar e há uma esperança que tende a chegar ao fim. A palavra do homem que seria o instrumento de transparência do seu ca-

Jorge Washington

ráter em muitos casos já não serve mais para nortear a nossa vida, exemplo disso são os palanques eleitorais, dos quais se sai com mais dúvidas que certezas. De tal forma que já se funde o bem e o mau na cabeça das pessoas, a tal ponto que a palavra político já parece sinônimo de corrupto. O drama social da impunidade que aprisiona pessoas de bem em suas casas enquanto as do mal alardeiam as ruas é outro exemplo de fragilidade da confiança, pois as leis que se esvaziam na morosidade dos tribunais se encarregam de fazer com que a sociedade desacredite dela, enquanto a banalidade do crime confirma o que o cidadão pensa, pois o praticante das coisas erradas também sente esta fraqueza da palavra justiça e diante disso ganha forças para práticas desafiadores e desestruturante da família e da sociedade. A obra de Caravaggio ainda pode ser notoriamente eleita

como contemporânea quando se trata dos gritantes contrastes dos sentimentos do bem e do mal que o autor transfere usando a dissonância dos tons claros e escuros. São estas incertezas que fragmentam a sociedade atual, a qual se vê em um `beco sem saída´ entre o que se deseja e a impossibilidade de tê-lo, quando nos referimos aos anseios de viver em um país melhor e de homens em cujas palavras se possa repousar com total confiança. Contudo, a palavra de quem sofre ainda é o instrumento mais forte de ação ao lado de atitudes verdadeiramente revolucionárias. Quando assim se comporta o país é a palavra de todos, juntos, ecoando nos mais distantes rincões do território, dizendo que não é de palavras vãs que precisamos para continuar, mas de ações concretas, as quais precisamos ver para crer, como São Tomé. Sugestão de Pauta | 23 Sugestão de Pauta | 23


O DESENVOLVIMENTO que fere a identidade e a vida dos povos indígenas do Xingú FONTE:www.ocolecionadordeideias.com

“Belo Monte, anúncio de uma guerra”: Belo Monte é um projeto de aproveitamento hidrelétrico em terras indígenas. O projeto contempla um complexo de pelo menos 4 barragens, 2 casas de força, 27 diques, 3 canais de enchimento, 7 canais de transposição e 1 gigantesco canal de derivação que pretende desviar o rio Xingu para reservatórios que alagariam cerca de 516 km² da Floresta Amazônica e propriedades particulares onde o cultivo predominante é o cacau. Nenhuma terra indígena seria alagada. Entretanto, Belo Monte transformaria os 100 km da Volta Grande do Xingu em um trecho de vazão reduzida e isolado, uma vez que os paredões de concreto da barragem barrariam as aldeias da cidade de Altamira. Com isso, os indígenas não mais poderiam ir de canoa até Altamira, uma prática frequente e necessária para que recebam tratamentos médicos. Além disso, a construção da barragem é uma ameaça aos peixes da Volta Grande do rio Xingu. Nove espécies de peixes raros correm o risco de extinção: Aequidens michaeli, Anostomoides passionis, Astyanax dnophos, Ossubtus xinguense, Parancistrus nudiventris, Pituna xinguensis, Plesiolebias Altamira,Simpsonichthys reticulatus e Teleocichla centisquama. Como se não bastasse essa tragédia, o peixe representa 90% da proteína ingerida pelo povo local e é este dado que relaciona Belo Monte a um potencial genocídio. Isto porque, especialistas e caciques tradicionais prevêem que, ao se reduzir a vazão do rio na Volta Grande, os peixes morrerão, pois o rio é pedregoso e tem a sua temperatura elevada em muitos graus quando seu nível está baixo. Por esse motivo, também a Associação de Pescadores de Altamira é contra o empreendimento. A falta de peixes terá grande impacto na economia local e poderá gerar situações de fome. Atualmente, o empreendedor e o governos federal ignoram por completo essa possibilidade.

24 | Sugestão de Pauta

O aumento populacional nas cidades de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio a Uruará representa um dos mais problemáticos impactos socioambientais do empreendimento, uma vez que o empreendedor não cumpriu as condicionantes básicas que preparariam tais municípios para receber a onda migratória. Hoje já é possível constatar os impactos sofridos por estas cidades em decorrência da já iniciada migração ocasionada por Belo Monte, tais como: aumento no índice de violência, prostituição, alcoolismo e tráfico de drogas. Se formado o lago de Belo Monte, tais municípios também sofrerão com aumento de doenças de veiculação hídrica e por insetos, tais como dengue e malária. “Com Belo Monte Altamira poderá se tornar uma península doente rodeada por um lago podre sem peixes. (...) Pessoas famintas, sem moradia, violentas e prostituídas... É um destino triste para a população local”. Don Erwin Klauter -- bispo da prelazia do Xingu. Apesar de seu alto custo e grandiosa dimensão, Belo Monte é considerada um projeto de engenharia ruim e extremamente ineficiente. Embora possua um potencial de 11.182 Megawatts, Belo Monte não produzirá mais do que 4.000 Megawatts devido à sazonalidade do rio Xingu. Além disso, as linhas de transmissão da energia gerada na usina nunca foram orçadas e seu custo, assim como seu traçado, ainda são uma incógnita para os brasileiros. Especialistas prevêem que poderá custar o mesmo valor da obra, ou seja, cerca de R$ 30 bilhões. Impactos socioambientais foram subdimensionados pelo empreendedor, de modo que, ao contrário do que os defensores da usina divulgam, a energia gerada por Belo Monte é, na realidade, caríssima. Este alto preço se dá, igualmente, por força da alta importância do rio Xingu como fonte de água, alimentos e, principalmente, devido à preciosidade dos povos ancestrais que dele dependem para sobreviver.


HIDR OVIA ARAGUAIA- TOCANTINS Itupiranga na rota do desenvolvimento

O rio Tocantins, que alimentou as origens da cidade, se transformará em um dos principais corredores do desenvolvimento do Centro-Norte brasileiro com a criação da Hidrovia AraguaiaTocantins, levando a todos os municípios de seu trajeto mais possibilidades de desenvolvimento, desde o planalto ao norte do país, porta de entrada da hidrovia. A criação da hidrovia remete à década de 60, sendo retomado na década de 80 com o objetivo de implementar a navegação comercial. A obra foi projetada para utilizar como canal viário os rios da Morte, Araguaia e Tocantins, iniciando em Nova Xavantina (MT) e chegando ao Araguaia em um trecho em Aruanã (GO) e Xambioá (TO), e por fim utilizando o rio Tocantins até chegar à bacia do Marajó. Como todo e qualquer projeto de desenvolvimento, a hidrovia divide opiniões, colocando de um lado os ideais do desenvolvimento e do outro os da preservação dos recursos naturais, deixando no meio desse dilema os moradores da cidades ribeiras onde o turismo de veraneio é o principal

negócio, os quais esperam ansiosos uma notícia confortante de que as praias não serão engolidas pelas mudanças no leito do rio. Mas polêmicas à parte, respeitando a preocupação com a biodiversidade como tem que ser, o projeto da hidrovia é uma promessa para a economia de municípios como Itupiranga, o qual espera novas possibilidades de desenvolvimento por meio das vantagens previstas com a hidrovia. Segundo dados levantados por Bucher & Huszar (1995), algumas vantagens são eminentes, dentre estas a geração de emprego e renda que influenciará a economia local, ampliando as atividades agropecuárias, industriais, comerciais e turísticas. Além desses pontos relevantes, ainda haverá a influência sobre as pessoas que encontrarão no contexto da hidrovia oportunidades de negócios, aumentando assim a capacidade sócio-economica da população. Mas quando mesmo sairá a hidrovia? A resposta a essa pergunta está no labirinto burocrático pelo qual qualquer projeto desta natureza deve passar, dentre os quais está o estudo dos impactos sobre a

vida marinha quando da necessidade da derrocagem, cujo processo se faz necessário para abrir caminho que permita a navegação. E quando esse processo se concretizar, exigirá de cada município maior capacidade de gestão, os quais deverão reunir esforços e capacidade para lidar com uma série de novos problemas ambientais como o assoramento dos rios e canais causando perda de qualidade da água e da biodiversidade; a poluição por defensivos, resíduos urbanos industriais, novas doenças introduzidas pelo aumento populacional que é atraído pela força dos negócios proporcionados pela hidrovia. Enfim, é preciso saber lidar com o que se tem a ganhar e o que se pode perder. Uma coisa é certa: o processo de desenvolvimento regional perpassa pelo aproveitamento das nossas possibilidades, e nesta caso o rio passa a ser uma de grande importância. O que se faz necessário é utilizar os estudos realizados para nortear as ações, buscando garantir agora e no futuro o seu uso pautado essencialmente na ideia de sustentabilidade.

Sugestão de Pauta | 25


As Muralhas do Poder Certo dia, um cidadão que procurando se refugiar sob a sombra da constituição brasileira decidiu exigir de seu governo uma prestação de contas sobre a forma como estavam gastando o dinheiro público. Era um cidadão solitário que acreditava no seu direito (acreditava tê-los de fato). Um tipo que não agrada porque do meio da multidão cria coragem de erguer a voz. Aquele homem, de tanto gritar chegou à rouquidão sem que alguém viesse lhe atender, exceto um grupo de assessores de todas as cores e formas, com semblantes sisudos como segurança em porta de festa, mas com a sutileza fugaz do vernáculo jurídico com o qual expulsaram aquele homem do seu intento ideológico, e com a mais dissimulada vocação capital, devolveram-no à invisibilidade comum dos demais desassistidos da democracia, e pôs-se de volta para seu casulo onde o homem se metarmofoseia em ódio e desesperança. Ele não pode mais ensinar ao filho que a Constituição é um instrumento do cidadão, se voltou e pensa em morrer mais cedo agora, porque o homem morre em si de tanto tédio. Pensou em voltar ao balcão onde o juiz atende, mas lembrou que lá é alto demais para poder colocar duas ou três palavras, e lembrou ainda que quem o recebeu na última vez foram aqueles mesmos homens armados até os dentes com as palavras rebuscadas que só deveriam usar como acessórios processuais. Aquelas palavras que também fazem lisas as pedras por onde a injustiça corre como águas serpenteando montanhas abaixo. E aquele homem já sabia desse fato. Agora acha difícil compreender o porquê desse descompasso social, porque gastou sua voz nas ‘Diretas Já’, no ‘Fora Collor’ gritando por justiça e paz, e tem lembrança fresca do nome DEMOCRACIA, o qual foi pronunciado na pia batismal da história para aquela suposta mudança no país. Que país? Este que marginaliza o cidadão, que explora o professor que faz “das tripas coração” . Este hilário país onde analfabetos podem concorrer a cargos públicos como se a gerência do dinheiro público não precisasse ser coisa séria. Este absurdo país onde exigir direitos parece crime, e crime pode receber louros como se a astúcia austera rendesse méritos à natureza humana. Um Brasil no qual a democracia se arrasta dotada de um evidente hermafroditismo ideológico, cujos gêneros comungam o bem e o mal. Preconceituosamente.

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7 de Setembro de 2013: Expressão de cidadania no belíssimo desfile das escolas locais

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HUMOR ENQUANTO ISSO NO SUPREMO Um contribuinte, teve sua declaração rejeitada

Vão prendendo esse aí, enquanto eu analiso esses outros.

pela Receita Federal porque, aparentemente, respondeu a uma das questões incorretamente. Em resposta à pergunta “Você tem dependentes?” o homem escreveu: “40.000

imigrantes

ilegais,

10.000

viciados,

150.000 servidores públicos, 150.000 criminosos em nossas prisões, além de uma porrada de políticos em Brasília e nos municípios. A Receita afirmou que o preenchimento que ele deu foi inaceitável. A resposta do homem à Receita foi: - De quem foi que eu me esqueci?

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