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UM JORNAL COMPLETO
DIRETOR
Paulo Neto
pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA
Semanário 12 a 18 de outubro 2012
pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO
Ano 11 N.º 552
pág. 13 > ECONOMIA pág. 15 > DESPORTO pág. 18 > CULTURA
1,00 Euro
pág. 22 > EM FOCO pág. 24 > SAÚDE
SEMANÁRIO DA
pág. 26 > CLASSIFICADOS pág. 26 > NECROLOGIA
REGIÃO DE VISEU
pág. 27 > CLUBE DO LEITOR
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“Sempre estive disponível para a Câmara de Viseu” ∑ José Junqueiro, deputado do PS, em entrevista ao
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Nuno André Ferreira
Jornal do Centro | págs. 8 e 9
Novo acordo ortográfico
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2
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
praçapública r
palavras
deles Opinião
Fernando Figueiredo as1400480@sapo.pt
Vou cumprir estes quatro anos e depois verei. Se estiver em condições de ainda jogar, se me apetecer jogar, o treinador que diga se me põe a jogar ou não. Posso até na altura já não ter vontade, mas não me vou autolimita”
r
Somos contactados por dezenas de pessoas que, ou nos dizem que não tem dinheiro para continuar a manter os animais em casa porque estão desempregados, ou então, porque vão emigrar”
Fernando Ruas
Ana Maria Vaz
Presidente da Câmara Municipal de Viseu Lusa, 5 de outubro
Presidente da Associação Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu Jornal do centro, nesta edição
r
O governo tem uma linguagem muito salazarista que é a linguagem da resignação, da substituição da solidariedade pela misericórdia, uma política de conformismo e isso não tem que ser assim, nem no país nem no distrito de Viseu”
r
será inevitável o encerramento de restaurantes emblemáticos na região de Viseu, que são em muitos casos a única referência de visitação que faz as pessoas ir até uma determinada localidade”
José Junqueiro
Jorge Loureiro
Deputado do PS, em entrevista ao Jornal do Centro
Vice-presidente da AHRESP, em entrevista ao Jornal do Centro
Diz-se que disse! Os tempos que correm cá pelo burgo têm sido férteis no diz que disse. Diz que disse que no “mamarracho” da Segurança Social a “limpeza” foi de alto a baixo embora, e outra coisa não seria de esperar, tudo feito com a maior transparência e com base na imprescindível meritocracia que se junta aos habituais cartões de militante e silêncio da oposição. Oposição, que sobra, vive perdida entre destroços irrealistas ou quiçá demasiado idealistas, que levaram recentemente à demissão de José Carreira no CDS Viseu o que deixa Hélder Amaral a pouco menos de um ano em maus lençóis. No PS Viseu, a espiral negativa é reflectida nos jogos de bastidores dando como certa num periódico da cidade a candidatura de José Junqueiro. Notícia feita, também ela, com base no diz que disse e que alguém terá dito para dizer que não disse mas no entanto seria bom que se dissesse, colocandose também esse tipo de imprensa no mesmo patamar de vacuidade da oposição, que só acrescenta ruído à discussão política que se quer liberta deste tipo de espuma e se deseja confronto de ideias que não de pessoas. Desta forma, José Junqueiro ficou com o pretexto de colocar-se de fora mantendo-se dentro e Lúcia Silva mostra que a suposta cabala de que se queixa ser vítima é filha directa da sua própria falta de liderança. Inspirado em Vladimir Putin, Fernando Ruas, preocupado com tanta falta de afirmação por parte de quem com seriedade e competência possa reinaugurar a esperança dos viseenses, predispõe-se a deixar tudo como está para daqui a qua-
tro anos voltar a ser dono e senhor da vontade dos viseenses. Hugo Chavez não lhe chega aos calcanhares! No diz que disse, Ruas já não esconde o ressabiamento de ter que largar o estatuto de rei da Praça da República nem a ausência formal do convite para novo desiderato de poder. Já Lúcia Silva isolada e mal aconselhada com o assessor do Largo do Rato, com os jovens Jotas e os velhos que levaram o socialismo ao restelo, acredita que a sua teimosia inabalável será condição suficiente para fazer do nada surgir o candidato credível, “independente” e dinâmico que abafe de vez o telemóvel do Fernando Cálix cheio de contactos do ex-assessor do “filósofo parisiense” e lance o partido numa onda vitoriosa pelo concelho ganhando no mínimo o dobro das juntas de freguesia das que agora detém. Resta-lhe, se preza o partido e a cidade, seguir o exemplo de José Carreira. Perdidos nestes jogos absurdos de poder, a oposição já nem respeita o voto do eleitorado que os indicou para fazerem o escrutínio sério do poder e apresentarem propostas que contribuam para uma melhor qualidade de vida do cidadão, para combater o terrível f lagelo do desemprego ou para a nível local ajudar a combater esta malfadada crise, que mês após mês, nos consome o espírito e os últimos cêntimos. Do lado do PSD diz-se que Almeida Henriques sairá do Governo quando o problema terá sido, na minha opinião, ter ido para lá, e que será uma boa solução para
Viseu numa lógica algo estranha que não serve para o nacional mas ajusta-se ao local ou melhor dizendo, dá-se aos outros o que não serve para nós. E diz-se muito que Marta, o terrível marcador de golos ao Benfica, nos áureos tempos do Académico, está desejoso de entrar em campo, do mesmo modo que Fernando Ruas aguarda oportunidade para o rasteirar, mesmo correndo o risco de grande penalidade para o concelho onde ele é também o amigo do árbitro escolhido em qualquer uma das suas 32 alinhadas freguesias. É claro que muita água passará pelo inquinado Pavia e até a situação difícil que o País atravessa fará perder no cotão do tempo todos estes rumores do diz que disse que ninguém diz mas que muitos querem que se diga, mas até lá, ao invés de se discutir seriamente os reais e graves problemas concelhios e nacionais diz-se o que não se disse. Ao invés de discutir a inutilidade de uma Assembleia Distrital, a extinção ou agregação das freguesias urbanas, a reorganização das rurais, dizse que disse num estudo encomendado que não se diz mais do que se disse na Lei que ninguém quer ver aplicada nem discutida convenientemente não vá alguém lembrar-se de “mexer no meu quintal” e perder a bacoca dimensão do poder. E, enquanto andam entretidos nestes mesquinhos jogos de poder onde os fins parecem justificar os meios, ninguém dá conta que houve um “assalto ao Arranha Céus”, que a despesa pública não diminui, que o progresso desapareceu da cidade e que o
horizonte já mostra nuvens negras da borrasca de sacrifícios e impostos que se aproxima. Ao invés de se discutir como revitalizar as cada vez mais desertas áreas industriais que se juntam ao já depauperado comércio do centro histórico, dizse que disse que o Hélder vai acabar por empurrar o Luís Caetano ou apostar tudo nas coligações a troco de um lugar de Presidente da Assembleia Municipal. Ou que o Américo Nunes avança contra tudo e contra todos já no inverno e de guarda chuva na mão, mas que o José Alberto Ferreira pode ser a bomba que todos conhecem mas ninguém esperaria. Que o José Costa, candidato sem nunca o ter sido, cala-se pelo lugar de Presidente do IPV e que o PS não tem quem escolher desde que o Gualter Mirandez recuou e o Cálix não se calou. Que ao PSD não faltam nomes, João Cotta, Telmo Antunes, Mota Faria e até em jeito de graça não fosse trágico o cenário, se diz que disse que o Guilherme Almeida ganhará ao José Junqueiro, que acabará por ter que ser candidato sem o saber. Muitos quês sem porquês, neste diz-se que disse onde percebida a tormenta que por aí anda e pior se adivinha, o importante é o lugar, o cargo, o tacho e não o concelho, a cidade ou as suas gentes. Neste nevoeiro denso que por aí se espalha todos esperam que o D. Sebastião acabe por aparecer no lugar do D. Duarte em pleno coração da cidade dando nova esperança aos viseenses e novos tempos ao tempo. Se é assim ou não, não sei, mas diz-se que disse e se disserem que eu disse, fiquem sabendo que, sim disse!
OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 3
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
números
estrelas
13
É o número de novos desempregados que surgem diariamente no distrito de Viseu.
Importa-se de responder?
Ermida Rebelo Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu
Ana Maria Vaz Presidente do Cantinho dos Animais
Pela renovada capacidade de reinventar espaço para acolhimento dos mais de 600 animais abandonados pelos donos, que deles se desfazem, pela impossibilidade de os manter, perante a crise crescente.
A incapacidade de encontrar um diretor clínico leva-o à acumulação de funções, passando a ideia de uma grande dificuldade em formar uma equipa coerente e operativa, tendo que recorrer ao Ministro da tutela para validar uma situação inusual.
Sim. Estas últimas obras que fizeram ajudaram muito, como é o caso das passadeiras. Sem dúvida que estas remodelações deram mais qualidade de vida aos cegos.
Aida Andrade
Maria de Lurdes Silva
Estudante
Reformada
Acho que sim, por aquilo que eu vejo está melhor que outras cidades. A nível de passeios, de passadeiras e a zona da Câmara e a zona história, por exemplo, estão bem preparadas e houve uma preocupação em melhorar a qualidade de serviços para os cegos.
Sílvia Vermelho Politóloga
O “velho lutador” tem sido alvo das desconsiderações de uma estrutura partidária de duvidosa visão.
Considera Viseu uma cidade adaptada aos cegos? Acho que não. Falta muita coisa como por exemplo os corrimãos para o multibanco para eles se poderem segurar. Mangualde que é uma cidade mais pequena penso que está um pouco melhor.
Opinião
José Junqueiro Deputado do Partido Socialista
Penso que está no bom caminho, mas há muita coisa que podia estar melhor. Já vi muitas pessoas que se depararam com dificuldades na cidade.
Paulo Cruz
Jessica Lisboa
Comercial
Estudante
Do cravo vermelho à flor de Lótus A aproximar-se o 15 de Outubro, ainda é o 15 de Setembro que me ocupa a mente e a minha presença na manifestação desse dia em Viseu. Este vício de politóloga, comum a qualquer cientista social, levou-me, desde cedo, a acompanhar a generalidade dos movimentos sociais que ora defendem ora operacionalizam mudança (uma abstracção que passou a valer per se). Estava em Lisboa, por aqueles dias, mas decidi vir para cima e ir à manifestação do dia 15 de Setembro em Viseu. Decidi estar presente em Viseu pela razão simples de que este, a nossa região, é o meu/nosso espaço de intervenção. É aqui que sinto e é aqui que pre-
tendo intervir. Outra razão que pesou foi ter sentido que juntar-me ao grupo de pessoas que por lá se iria encontrar representaria um acréscimo numérico importante. E, porque número é visibilidade, demonstrar que Viseu tem voz, é tornarmo-nos visíveis pelo número também. Mas acabou por não ser o número, nem a organização, nem os intervenientes em si, que me captaram a atenção. Foi mesmo o discurso. E, porque no início era o verbo e no século XX foi a imagem, o discurso do cravo vermelho foi acompanhado, a rigor, pela presença empunhada do dito cravo. O discurso do cravo vermelho é o
discurso do Portugal de Abril. De ugaldo um Portugal social, de um Portugal do Estado e do intervencionismo, dos direitos sociais e da protecção da riqueza gerada por via do rendimento. É um discurso que assume o sistema, joga nele e o legitima por via da regeneração. O Portugal de Abril, como todas as ditas Democracias do mundo Ocidental, é um país de partidos e eleitorado, de patronato e pessoas trabalhadoras e de capital e trabalho. Este é um sistema de irreconciliáveis dicotomias e divisões, como a História e, principalmente, as histórias dos contribuintes de Gaspar, nos têm demonstrado. Numa próxima manifestação, gosta-
va de ver flores de Lótus nas mãos dasm das mulheres e dos homens ali presentes. A flor de Lótus tem um simbolismo muito ligado à elevação espiritual, à consciência da pertença a este Universo que é o nosso. Assim, passar do cravo vermelho à flor de Lótus, é passar do Portugal de Abril, esse das dicotomias legitimadas, para um mundo novo. É passar da legitimação de um sistema, por via da regeneração, que já deu provas da sua falência crónica, para a consciência de que o mundo não se organiza necessariamente nestas dicotomias maniqueístas artificiais que o ser humano criou. A Terra é una e a força que a preserva também o deve ser.
4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO Editorial Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt
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Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
Pinceladas 1. Em declarações ao “Económico online, Fernando Ruas revela sentir-se “castigado” por não poder recandidatar-se ao 6º mandato na autarquia viseense. Estamos solidários e deixamos-lhe aqui uma sugestão: Porque não se propõem à câmara de Tondela, uma vez que Carlos Marta vai sair? 2. Algumas urtigas decerto terão os lugares de presidente da distrital e da concelhia do CDS/PP. É que, no prazo de escassos meses Rui Santos demitiu-se. Depois foi a vez de Jorge Azevedo e, agora, a poucos dias de ter tomada posse, demite-se José Carreira?! Os menos avisados até poderão pensar
que há alguns problemas com o assento das cadeiras da sede, ou então, com a democracia interna do partido. Certo é, que com tanta urticária, a imagem que passa para o exterior é de agitação, nervosismo, mal-estar… o que começa a ser negativo indício a menos de 12 meses das autárquicas… 3. A concelhia de Viseu do PS tem uma seira de castanhas aferventadas no regaço… tantas reviravoltas deu com as pressupostas “indigitações e não indigitações” do putativo candidato autárquico local, que corre o sério risco de ficar reduzida ao espontâneo e prezado Cálix. Jovem aliás de muito merecimen-
to que conhecemos desde o tempo que foi presidente da AE do ISCE – Mangualde, onde desempenhou meritório mandato. Porém, o momento não é para “plumas”, mas sim “pesos-pesados”. E quem ignorar tal facto sofre de cegueira política. Ou então, de cegueira induzida, que na política é muito mais grave. Quanto a Fernando Cálix, percebe-se que é o candidato tardio e residual de Lúcia Silva, a qual começa a perder campo de manobra para o profícuo exercício das funções desempenhadas. 4. Remodelar ou não remodelar o Governo já não se coloca como questão. O quando é que se tor-
fície terrestre, detritos animais e vegetais que depois de depositados no fundo de lagos e mares sofreram transformações químicas por aumento de temperatura e pressão ao longo de milhões de anos gerando óleo, ou seja, é uma espécie mineral de alta viscosidade. Nunca poderemos precisar ao certo quanto se formou, quanto está em formação nes-
te preciso momento e se até, numa visão mais futurista, o poderemos gerar artificialmente, mas pode-se precisar o quanto necessitamos, e esse quanto é cada vez mais. Tudo seria tão simples se ele jorrasse de uma fonte, ou corresse no subsolo como um rio, mas a natureza nunca deixa que a simplicidade seja uma característica dos seus tesouros. Ele
um pequeno voo e pousou no bordo de um muro logo ali à frente. A pequena seguiu a ave e o pai seguiu a filha até se chegarem perto do dito muro, altura em que ouvi, do pai, o mesmo que a filha terá ouvido: - Oh filha foge, que ela caga-te. Com dificuldade consegui disfarçar uma sonora gargalhada, tão nervosa quanto triste, quanto divertida, já que: 1. Confesso que não me alegra ver as crianças a perseguir as pombas; 2. Enerva-me ouvir, publicamente,
calão ou “asneirolas”; 3. Lembrei-me de uma anedota que conto. Havia um rapagão “belo, alto e espadaúdo”, Zé, a quem ninguém conhecia uma namorada. Naquele tempo a rapaziada só tinha namoradAs. E, um dia, o seu melhor amigo, Quim, resolveu tirar “nabos da púcara” e tentar saber o porquê daquela aparente disfunção. Pois se era bem apresentado, bem empregado, sério e tudo o mais, o que faria com que não alcançasse o
acessório de menino rico ou militante do Bloco! Se por um lado Viseu não seria a primeira cidade a valorizar-se partindo de um projecto cultural, por outro em tempo de vacas magras levantam-se outras prioridades. Nem tudo é mau, neste momento possuímos diversos espaços genuinamente talhados para actividades culturais onde nada existe - Parque Aquilino Ribeiro, Mercado 2 de Maio, Fontelo, Parque Urbano da Aguieira, Centro Histórico, Mirita Casimiro, Pavilhão Multiusos e, quem sabe, uma ou duas
rotundas. Resta dar vida, procurar dinamizar estes espaços e neles valorizar a produção local de modo a desenvolver uma dinâmica cultural com um carácter distintivo. Este é o trabalho de casa autárquico que temos de fazer se queremos deixar de ser uma cidade subalterna em termos culturais. Se a cultura é alimento para a alma, ao fim de duas décadas esta comunidade está sub-nutrida. 2. Balanço da Feira: A Feira, não tendo sido formalmente condenada em julgamento público por um juiz
Serviços Administrativos Sabina Figueiredo sabina.figueiredo@jornaldocentro.pt
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Opinião
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Maria do Céu Sobral Geóloga mariasobral@gmail.com
Ouro Negro (III) O petróleo é mais uma das fantásticas ocorrências naturais que parecem desafiar todas as leis e ciências exactas, a sua existência é um jogo de oportunidades e probabilidades, tal qual como a vida. A teoria mediatizada e aceite por Geólogos e Geoquímicos é a sua formação a partir de substâncias orgânicas provenientes da super-
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Opinião
Uma anedota
Propriedade O Centro–Produção e Edição de Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91 Título registado na ERC sob o nº 124 008 SHI SGPS SA
Há dias, na nossa cidade, cruzei com um pai que ia acompanhado com uma menina de 2/3 anitos de idade. Ela, traquina e demonstrando interesse pelas coisas, pôs os olhos numa pomba que ia a caminhar à sua frente e acelerou o passo no intuito de a alcançar, certamente para matar a curiosidade, defeito que nestas idades é manifesta qualidade. O pai, sorridente e de atento braço esticado, acompanhava a pequena nos passitos em que evoluía. Mas a pomba, farta de aturar “canalha”, fez
Gerência Pedro Santiago
Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.
Opinião Semanário Sai às sextas-feiras Membro de:
Associação Portuguesa de Imprensa
União Portuguesa da Imprensa Regional
Outono em Viseu 1. Sub-Aproveitados: Bastante dinheiro, alguma tinta e uma carga de macadame depois há vida no ex-futuro-centro de artes e espectáculos, actual futuro parque de estacionamento. No plano conceptual, entre mais um parque de estacionamento pago e um centro de artes, a última opção seria a escolha óbvia, mas Viseu, como Portugal, vive no plano real e este não está pelos ajustes. Segundo os ministros de Lisboa, pelos ajustes orçamentais este país não está e as questões culturais, como sempre, são vistas como
OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 5
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
nou cerne da “coisa”. Ontem, ontem ou ontem? Enquanto os mais optimistas afiançam ser depois da votação do OE. Remodeláveis, diz-se, serão Álvaro Pereira, Almeida Henriques, Sérgio Monteiro e José Cesário (o táxi viseense). Miguel Relvas vai estudar para Boston e já terá pago as propinas. Assunção Cristas, Mota Soares e Cecília Meireles, todos de lambreta no wagon do CDS/PP… A TSU e o QREN matam tanto quanto as universidades privadas vistas por um canudo. 5. Grandes mexidas na Segurança Social local. Novos directores de núcleo com ideias novas, políticas novas, nova vitalidade e, no dizer assertivo
de Joaquim Seixas, com muita nova fusão e poupança ao erário, sem sombra de nova política por trás. Noutra coisa não acreditaríamos nós. Nem ninguém. Mota Faria, ao que confessou, não sabe de nada. 6. Gaspar, o contabilista-mor que se engana nas contas, tem um problema na trave da língua e é muito apreciado Europa-Sachs fora, soletra que “os-portu-gue-ses-são-o-me-lhor-po-vo-domun-do…” Pudera não! Se não fossem já o tinham despachado para gerente do Farol das Berlengas... 7. O país está salvo! Dom Duarte Pio de Bragança está disponível, neste 5 de Outubro, para um 1º de Dezembro. Ou seja, tomar frio e bridão em mãos
do puro-sangue lusitano de Alter Real que corre ensandecido Portugal abaixo, para o abismo. Acabaram-se as trapalhadas de Sousas, Jamés, Coelhos & Gaspares, SA. Habemus Rex! Como detemos alguns amigos viscondes, é desta que arranjamos um lugarzinho de escudeiro ou de pajem… A correr, polir os doirados do blazer azul! 8. Festejar o 5 de Outubro num pátio esconso, quase a modos que clandestinamente, hastear a bandeira da República às avessas, ouvir uma lírica espontânea a cantar Lopes Graça ao despique com outra cidadã entoando as desgraças dos “inesticáveis” 200 euros com que sobrevive, são augúrios da era a vir ou sintomas do tempo a ser?
encontra-se entranhado nos microporos das rochas, como água numa esponja, principalmente em bacias sedimentares que são meios mais porosos. Numa tentativa de se escapar ao lugar apertado onde se encontra, vai migrando de poro em poro e por vezes consegue mesmo chegar à superfície. Mas na maioria das vezes, ele encontra rochas impermeáveis e continua aprisionado gerando
acumulações, são essas acumulações que se pretendem encontrar e explorar, se o seu tamanho o justificar. O aumento da sua escassez é proporcional ao aumento da profundidade a que se extrai, cada vez mais se alcançam locais considerados no passado inatingíveis, e para isso muito contribuíram novas tecnologias, mas a verdade é que a tarefa ainda é muito morosa e difícil. Nunca esta foi
a temática ou ramo que mais me apaixonou na Geologia, mas é a mais comentada e desejada, talvez ombreando apenas com os diamantes, aliás esta ciência apaixonou-me porque pareceu-me sempre a mais completa; como entendermonos sem sabermos de onde vimos? Como nos formamos? Como este planeta casa nos fez chegar até aqui e nos ajudou a ser o que somos e o que temos…porque
apesar do que a maioria pensa, o geólogo não estuda tão-somente as rochas, é nelas que lê toda a história de um universo e de uma humanidade, como se a Terra fosse um imenso livro onde capítulo a capítulo nos descobrimos a nós próprios e aos poucos entendemos que a Ela pertencemos e não o contrário, e isso continua a parecer-me simplesmente fascinante.
sucesso expectável com e género oposto (hoje também já considerado adversário). E, questionado sobre o porquê de tal aberração, o “belo moço” respondeu dizendo que não tinha, pura e simplesmente, jeito para falar com elas. Contestando, o Quim arremetia-lhe com a beleza física e o poder que ela exercia no meio feminino e que elas nem ligavam muito ao que se lhes diz. Mais, convidou-o para jantar num local onde belas donzelas frequentavam as mesas, arranjadas com gosto e demonstrando simpatia por quem lhes fosse afável. E lá foram.
Sentados, a aguardar o “garçon”, vêem entrar uma conhecida estrela de cinema que escolhe a mesa contígua e dela lança interessados olhares sobre o Zé. O Quim, radiante, incentiva o amigo a um avanço imediato, devendo levantar-se e cumprimentar a senhora, para dar início a uma possível conversa. Mas, o Zé, tolhido pela timidez e desventuras pretéritas, acanha-se e fica retivo, preso à cadeira. Só ao fim de muita insistência, se decide levantar, mas, no exacto momento em que a senhora se levanta também para ir à casa de banho. Volta, pois, a sentar-se,
desolado. Alguns minutos mais tarde, ela, vaporosa, regressa passando pela mesa deles e lançando ao Zé um belo e aberto sorriso, que o fez corar. O Quim, presenciando aquilo, “empurra” o amigo com um “é agora!” e o Zé lá vai, tímido, receoso. Abeira-se da beleza, que lhe sorri, dá-lhe uma cotovelada e pergunta-lhe: - Então, foste cagar? A quem ler isto deixo o meu pedido de desculpas. Acabo por usar a mesma linguagem. A verdade é que não sabia contar de outra maneira.
Tudo isto para fechar, dizendo que a juventude que temos é tão despudorada na forma de falar que nada me espanta que as declarações (se é que as há…) sejam deste teor. Pensei, também, que ao pai da dita criancinha, ninguém lhe deve ter ensinado mais do que aquilo que lhe saiu boca afora. Haverá, por acaso, forma de travar ou inverter esta ordinarice constante que se manifesta nas ruas, nos cafés, nos restaurantes, em toda a parte?
competente, passou as últimas décadas agrilhoada às ruas da amargura. Os executores da pena - máxima e sem direito a precárias- passeiam no mundo dos vivos, sem tempo para inquietações de alma. Em jeito de balanço desta edição, José Moreira reconhece que a cada ano o desafio é renovado. Este ano, além do alargamento temporal, o certame acolheu mais 35 mil visitantes pagantes, um resultado positivo em tempos difíceis. José Moreira sabe que, como ponto de partida para um futuro melhor, é necessário perceber o que falhou e introduzir melhorias já na próxima edição,
de maneira a tornar o espaço mais atractivo. Segundo o mesmo José Moreira, a feira terá de se ajustar aos dias que correm, sendo necessário construir a feira de hoje com olhos no futuro. Aqui é necessário não tomar a árvore pela floresta e assumir que a feira provavelmente será o maior desafio social, cultural e económico de Viseu. A breve prazo, é imperativo construir uma feira diferente, mais apelativa, virada para o século XXI. Para atingir este desígnio sobra muito trabalho pela frente, as novidades terão de ser uma constante na vida da feira, a programação terá de ser variada,
coerente e apelativa a todos os públicos. Só assim será possível atribuir ao evento uma dimensão maior e definitivamente afirmá-lo como uma marca das beiras. Da “luta de classes” deverá nascer um meiotermo entre um modelo tradicional e um modelo vanguardista de feira. O poder ouviu Moreira? 3. FAV(as) contadas: Há turbulência na Federação Académica de Viseu. Recordo o tempo em que fazer uma licenciatura significava 4 ou 5 anos de vida académica, literária e cultural para ser vivida intensamente e em grupo, com sorte esse grupo
de amigos trazia mais para cima da mesa do que um jogo de sueca ou bisca lambida. Hoje em dia a inscrição numa licenciatura serve para o lançamento de projectos de poder nos quais ex-jotas, às portas da ternura dos quarenta, com o apoio das máquinas partidárias, tomam os lugares que deviam ser ocupados por jovens, com vista a marcarem uma posição para o seu futuro. Neste jogo, já não há lugar para os românticos da academia.
Pedro Calheiros
Miguel Fernandes Politólogo (atribunadeviseu@gmail.com)
Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico
Jornal do Centro
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12 | outubro | 2012
abertura
textos e fotos ∑ Tiago Virgílio Pereira
A António Moura, farmacêutico e proprietário da Farmácia Avenida, em Viseu
Farmácias viseenses estão doentes. Não há melhoras e algumas vão morrer À imagem do país, as farmácias estão a atravessar um momento delicado e a sustentabilidade do setor está em causa. Em Viseu, o cenário não é animador. Muitas farmácias correm o risco de fechar, até ao final do ano. O Jornal do Centro sabe que a Farmácia Vaz é uma das mais “doentes” da cidade e que o “medicamento” tarda em chegar. Embora não tenha sido possível falar com o proprietário, apesar da insistência, fonte de outra farmácia garantiu ao semanário que “o grande investimento realizado para adquirir um dos espaços com maior visibilidade e prestígio, realizado há cerca de dois anos, não está a ter o retorno esperado e, por isso, a Vaz está a passar por uma situação muito complicada”. Este não é caso isolado, e, de uma maneira geral, todas atravessam dificuldades. Por esse
motivo, as farmácias portuguesas foram chamadas a “pôr luto” e explicar aos utentes as razões que podem levar ao encerramento de 600 unidades, numa ação que inclui uma petição ao Governo para alterar as políticas do setor. O autocolante com a mensagem “Farmácia de Luto” está colado nos vidros de quase todas as farmácias no concelho de Viseu. E amanhã, cerca de 3.500 pessoas do setor, espalhadas pelo país, vão realizar um cortejo, em Lisboa, desde o Campo Pequeno até ao Ministério da Saúde, onde pretendem entregar a petição, que conta 100 mil assinaturas, que defende a alteração da política do medicamento. António Moura é farmacêutico e proprietário da Farmácia Avenida, em Repeses, Viseu. Há um ano e dois meses realizou um investimento “considerá-
mácia “movel” numa farm farmácia la e com c a mederna, ampla ogiaa”, em prol lhor tecnologia”, Hojje diz não do cliente. Hoje endid do, mas reestar arrependido, e se fosse hoje, conhece que nvesttido tanto e “não teria investido m espaço esspaço mais apostava num o e de e menores equilibrado dimensões e que os materiais escolhidos seriam de qualidade inferior”. Apesar do cenário negro e pouco animador, António Moura “tem esperança num futuro melhor”, até lá, “vai desenvolver novas dinâmicas para aumentar o volume das vendas”. Para o farmacêutico, o setor depara-se com três dilemas: “a diminuição administrativa do preço dos medicamentos; a redução das margens de comercialização e a redução do número de pessoas nas farmácias”. A margem de comercialização passou dos 20 para os 16 por cento e os países de referência do pre-
ços dos medicamentos para Portugal passarem a ser a Eslovénia, a Espanha e a Grécia não ajudaram j o setor. A situação é dramática e atinge farmácias, armazéns e laboratórios. “A redução brutal e descontrolada do preço dos medicamentos é, provavelmente, o maior responsável por esta situação”, lembra António Moura. E justifica: “por um lado, leva à desconfiança dos utentes, sobretudo nos genéricos, que atingem valores irrisórios o que faz com que as pessoas não acreditem que tenha o mesmo efeito e por outro lado, assistese ao fenómeno da exportação paralela”. De facto, “a exportação paralela de medicamentos, que tem vindo a aumentar com as sucessivas baixas dos preços, e, está a provocar um desabastecimento real do mercado nacional,
com especial destaque nos remédios para o sistema nervoso central”, concluiu um estudo encomendado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) à consultora Deloitte. O estudo revelou ainda que, só em 2011, e numa amostra de 126 medicamentos (305 apresentações), a exportação paralela ultrapassou os 73 milhões de euros, o que representa 21% do total das exportações dos medicamentos analisados. Os principais destinos são a Alemanha, Holanda, Reino Unido e países escandinavos onde, em média, “os preços chegam a
ser o dobro dos praticados em Portugal”. A exportação paralela de remédios é legal g desde que não comprometa o abastecimento do mercado nacional. Contudo, este estudo vem confirmar que armazenistas e distribuidores portugueses estão a exportar cada vez mais paralelamente, pois são os principais beneficiados com esta situação na medida em que as “margens [de lucro] podem chegar a ser seis vezes superiores às praticadas no mercado nacional”. Em jeito de conclusão, António Moura está consciente das dificuldades dos viseenses e assume, com tristeza, que “conhece casos em que as pessoas não podem comprar medicamentos, porque a luz, a água e o gás também têm de ser pagos”.
Jornal do Centro
FARMÁCIAS DE LUTO EM VISEU | ABERTURA 7
12 | outubro | 2012
conversas
“A rede de distribuição de medicamentos à população está em risco” Numa altura de crise e de grave dificuldade económica no país, como estão as farmácias do concelho de Viseu a gerir a situação?
Todo o País está mergulhado numa grave crise, com reflexo na população e nos vários setores de atividade, e as farmácias não são exceção. Este é, porém, um setor que já antes da chegada da Troika estava a ser alvo de mediadas de forte austeridade, tendo vindo a ser sujeito a sucessivas reduções administrativas de preços e alterações de margem, ao longo dos últimos anos. O setor das farmácias está neste momento em colapso. Este é um fenómeno transversal a todo o País, ao qual as farmácias do concelho de Viseu não são imunes. As medidas discricionárias e não avaliadas tomadas pelos sucessivos Governos, conduziram o setor a um cenário em que a margem das farmácias não lhes permite cobrir os custos fixos. Em Portugal, em junho, havia 1.131 farmácias com os fornecimentos suspensos nos grossistas e 457 farmácias com processos judiciais para pagamento de dívidas aos grossistas. O montante global da dívida litigiosa aos grossistas era de 235 milhões de euros. Até aqui, e pelos dados entretanto recolhidos, este montante cresceu para 300 milhões de euros. A margem das farmácias não lhe permite cobrir atualmente os custos fixos e neste cenários a rede de distribuição de medicamentos à população está efectivamente em risco. É por tudo isto que as Farmácias iniciaram a 24 de setembro a Publicidade
campanha de informação à população: “Farmácia de Luto”. A população tem de estar informada quanto aos reais riscos que corre de ver a sua farmácia encerrar. O que propõe fazer para contrariar as adversidades que as farmácias enfrentam?
As farmácias estão de luto e precisam de medidas urgentes que possam permitir a sua sobrevivência imediata e um novo modelo de remuneração que possibilite a sua viabilidade a curto e médio prazo. Esta campanha de informação que estamos a dirigir à população em geral serve precisamente para alertar para a situação limite em que nos encontramos. Foram as medidas adoptadas pelo Governo que nos conduziram a esta situação e só o Governo poderá corrigir a desigualdade criada entre os diversos agentes da área do medicamento, redistribuindo com equidade os esforços a que estamos obrigados. Esta é uma equação possível, sem qualquer custo para a população. O Jornal do Centro sabe que há farmácias no concelho de Viseu em risco de fechar a porta. Confirma esse cenário?
Como já referi este cenário de devastação que atravessa o setor das farmácias é generalizado e mesmos existindo situações efectivamente mais dramáticas, de nada serve estar a particularizar. O importante é que se perceba que, se nada for feito, as estimativas apontam para o encerramento de cerca de 600 farmácias em 2013.
Num cenário destes o acesso da população ao medicamento fica seriamente comprometido. Qual o valor da quebra das receitas das farmácias em relação ao ano passado?
De acordo com os estudos recentemente realizados, pela Universidade de Aveiro e pela Nova School of Business & Economics, as farmácias não têm condições de sobrevivência nas condições atuais. Desde 2010, o valor das vendas nas farmácias reduziu 20%,
rNos hospitais, os objectivos de poupança não são cumpridos” a margem bruta caiu 26%, a rentabilidade operacional das vendas diminuiu 100% e a rentabilidade líquida diminuiu 200%. Em 2012, prevê-se um resultado líquido negativo da farmácia média de (-) 40 mil euros. A margem das farmácias não lhe permite cobrir os custos de funcionamento. Em apenas dois anos, o mercado de medicamentos no ambulatório, a que correspondem as farmácias, reduziu 731 milhões de euros. No mesmo período, a despesa pública com medicamentos em ambulatório reduziu 602 milhões
de euros. Em 2012, a redução do mercado continua a agravar-se de mês para mês, com -3,1% em janeiro e -15,4% em julho. Porém, o que se verifica é não haver equidade nas medidas de austeridade adoptadas pelo Governo, entre as farmácias e os hospitais. As farmácias não querem de forma alguma um tratamento de exceção nos esforços que são pedidos a todo o País, mas neste momento todos os limites foram já ultrapassados. Nas farmácias, os objetivos de poupança foram já cumpridos e excedidos em muito. Nos hospitais, os objectivos de poupança não são cumpridos e a despesa com medicamentos mantém-se praticamente inalterada. Em 2012, o SNS poupará nas farmácias em medicamentos 130 milhões de euros. Nos hospitais, tudo aponta para que o SNS gaste 186 milhões de euros acima do objectivo previsto. O Jornal do Centro sabe ainda que há muitas farmácias com os stocks reduzidos ao mínimo. Tem conhecimento desta situação?
Quando estudos independentes demonstram, de forma inequívoca, que as farmácias não geram sequer recursos para fazer face aos custos fixos, e face à instabilidade dos próprios preços dos medicamentos, é natural que a gestão dos stocks tenha que ser extremamente rigorosa e que em alguns casos seja mesmo deficitária. A crise das farmácias é atualmente indisfarçável. Se nada for feito da parte do Governo para inverter a
Lucília Ribeiro Simões Delegada regional da Associação Nacional das Farmácias situação não me espantará que se venha a assistir, a breve prazo, a uma falha generalizada no abastecimento de medicamentos, à semelhança da que se vive na Grécia, com consequências imprevisíveis para a saúde pública. Há pessoas em Viseu que precisam de medicamentos mas não os podem comprar porque canalizam as escassas verbas para a alimentação. Que comentário lhe merece?
Ao balcão da farmácia assiste-se diariamente a situações dramáticas, situações nas quais as far-
mácias tentam ajudar a encontrar soluções, agora com outra capacidade de intervenção no aconselhamento dos doentes, fruto da nova legislação relativa à prescrição por DCI. No entanto, há casos incontornáveis em que os doentes não tomam de facto a medicação por motivos estritamente económicos, e o mais frustrante neste processo é sentirmos que com uma gestão racional dos recursos existentes seria possível ao Estado cumprir o seu papel e dar a necessária resposta a este tipo de situações.
8 entrevista ∑ Paulo Neto fotos ∑ Nuno André Ferreira
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
à conversa “Não me sinto ofendido, mas sinto alguma desilusão pela menoridade política que está no terreno”
José Junqueiro, nascido em 1953, professor do ensino superior, está na política ativa há quase três décadas, como deputado na VIIª, VIIIª, IXª, Xª e XIª legislaturas; secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária; secretário de Estado da Administração Local; vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo; Presidente da 1ª Comissão para a Cooperação Política e Segurança; Presidente da Comissão de Inquérito sobre Corrupção à JAE; Presidente da Comissão de Obras Públicas; funções na administração local; membro do Secretariado Nacional do PS; vice-Presidente da bancada parlamentar do PS; foi presidente da Federação de Viseu e é uma figura carismática, polémica e longeva da política nacional, com o seu clube de fãs a par de um clube, também, de inimigos de estimação. Apreciado e detestado, em seu torno têm-se gerado controvérsias no contexto de uma eventual, possível e por muitos desejada candidatura à autarquia viseense. Visto como a única alternativa possível de sucesso, há, porém, dentro do próprio partido antagonismos concretos a essa perspectiva… Estamos a menos de um ano das eleições autárquicas, é o candidato do PS à Câmara de Viseu?
tes a, pelo menos, quatro personalidades e nunca o tenha convidado a si?
Eu só consigo explicar Não. aquilo que percebo e também como não faço parte Um órgão de comunicação do órgão em questão, não social local, a 2 de Outubro, tenho nenhuma informanoticiava: “José Junqueiro ção que me permita comaceitou o convite por ver preender. uma grande convergência nas diversas estruturas socialistas.” Que comentário faz a esta afirmação?
Não corresponde à verdade, tal como desmenti no dia a seguir, mas esse desmentido não teve o mesmo destaque que a notícia e as pessoas não se aperceberam. “A casamento e a baptizado só vai quem é convidado”, e eu não tive esse convite. E é por isto que eu digo que não sou candidato à Câmara.
A concelhia de Viseu tem sido o único obstáculo à sua candidatura? Porque este antagonismo num momento tão crucial?
Não compreendo o processo que se desenvolveu porque ele antecipou tudo aquilo que eram regras estabelecidas pelo secretariado nacional do partido socialista e pelo próprio secretário-geral. Essas regras foram ultrapassadas e portanto, envolveram o partido no concelho, publicamenComo explica que Lúcia Silva te, numa situação que detetenha já endereçado convi- riora a sua imagem e afasta
a credibilidade a qualquer candidato. Há quem avoque o público desentendimento entre José Junqueiro e Miguel Ginestal, sendo conhecida a ascendência directa deste na estrutura concelhia local. Reside aqui o cerne desta polémica?
Não tenho informação que me permita responder a isso. Tenho convicções mas não tenho o direito de pôr nomes nas minhas convicções. No entanto, penso que é um erro, em vez de estarem a preparar as eleições autárquicas, que as pessoas se movimentem em qualquer concelho em função das eleições legislativas, que teoricamente só seriam em 2015… Neste preciso momento e perante uma possível conquista da câmara de Viseu ao PSD, qual deveria ser a melhor estratégia autárquica
do PS, na sua óptica?
Eu fui candidato em 93 e tive a maior votação de sempre no PS, e essa minha candidatura resultou de uma avocação feita pela federação para eu ser candidato. E foi uma candidatura que reabilitou. 20 anos depois esse score nunca mais foi atingido, embora o PS tenha vindo sempre a cair e o número de eleitores sempre a crescer. Portanto, como é que eu respondo que devia ser feito… O que devia ser feito era uma preparação antecipada e não uma coisa feita à última da hora. Como vê, neste momento e neste contexto, a indecisão subjacente à política implementada pela concelhia do PS- Viseu?
Não posso nem devo comentar isso, porque é um assunto da responsabilidade da concelhia. Apenas re-
firo que sempre pensei repetir a experiência de candidato à Câmara de Viseu, sempre estive disponível para o fazer e não posso dizer mais do que isto, neste momento é absolutamente impossível.
decorrentes de uma vontade pessoal…
Sim, sempre fui a todos os combates do PS. Este não era mais um, mas era um especial que eu faria com muito gosto e nunca poderei entender como é que uma estrutura política “Neste momento é absolu- vai delapidar essas possibitamente impossível”, neste lidades, perante a passividacontexto … Mas não é insu- de de toda a gente. perável?
É insuperável.
Essa passividade de toda a gente inclui quem?
Inclui aqueles que têm uma decisão direta nessa matéria. Não responsabilizo particularmente a preDefinitivamente, não sidente da concelhia porconsegui ser candidato à que ela é institucionalmenCâmara de Viseu. te a presidente, mas não é ela que decide, pelo menos Essa resposta, “não conse- a sós. Não a responsabiligui ser…” zo, mas lamento que este Como desejava… tenha sido o desiderato de uma situação que desresEntão temos aqui factores peitou aquilo que era a inexógenos muito fortes e não tenção da federação e até Definitivamente, decididamente, o José Junqueiro não será candidato à Câmara de Viseu?
JOSÉ JUNQUERO | À CONVERSA 9
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
pre um gosto para a cidade e para a região que tenhamos viseenses no governo. Isso deve ser uma coisa boa e não uma coisa má. Reconheço que o governante mais experimentado, como é o caso do José Cesário, pessoa de quem eu sou amigo e é aquele que faz um desempenho mais governativo acima da média. Relativamente à economia, percebemos que as coisas não foram bem-sucedidas e sobretudo para quem se dizia ter experiência na área teórica, como é o caso de Álvaro Santos Pereira, uma outra empresarial de Almeida Henriques e uma outra de consultor como é o caso do actual Secretário de Estado dos Transportes, que assinou a maioria das PPP’s e portanto sabe melhor do que ninguém o que fez e como é que aquilo foi negociado, devo diFalemos então dessas coisas zer que nesta área há uma relevantes… desilusão enorme, porque No distrito, nós tivemos passou-se muito tempo a anos em que se discutiu dizer que era preciso inempre aqui o verbo “investir”, “de- centivos para as empresenvolver”, conjugaram-se sas e foram retirados toestes verbos. Hoje em dia dos os incentivos fiscais às conjugam-se verbos como “parar”, “extinguir” e isso preocupa-me porque olho para o distrito e vejo o desemprego a crescer, as forças políticas de uma forma geral não falam nisto e dão a entender que estão resignadas. O meu entendimento é que isto não tem que ser assim, não há ninguém capaz de impedir a obstrução do próprio futuro. O governo tem uma linguagem muito salazarista que é a linguagem da resignação, da substituição da solidariedade pela misericórdia, uma política de conformismo e isso não tem que ser assim, nem no país nem no distrito de Viseu.
na sua vida à custa dos amigos que o punham por cima. Ele conquistou o seu lugar. É dele de pleno direito e devo dizer que me tem surpreendido muito como presidente de Câmara, porque Se houvesse neste momento revela um nível de maturium movimento convicto… dade que não é vulgar num Não repensaria. Todas jovem como ele. É, penso as coisas têm o seu tempo. eu, o segundo presidente de Quando tive funções de li- câmara mais novo do país. derança distrital do partido avoquei várias vezes elei- “Contrariamente a outros fez pela vida”, a quem se ções e escolhas de candirefere? datos em vários concelhos Àqueles que não fizeram para permitir que ficássemos numa situação sem re- como ele… torno. Esse não é o melhor Em que condições estaria método, mas é um método disponível para assumir uma extremo, quando nós percecandidatura autárquica em bemos que a devido tempo Viseu? as coisas vão dar asneira. Esse assunto já teve o seu Subjacente às suas palavras… tempo, é um assunto que Sente-se ofendido… não se coloca, mas nós teNão me sinto ofendido, mos coisas relevantes no mas sinto alguma desilu- distrito e no país de que posão pela menoridade políti- demos falar. ca que está no terreno.
do partido, de uma forma geral, que de algum modo corresponde às expectativas públicas para um concelho com a projeção que este tem no país.
Inclusivamente, seria lógico que ao final de uma carreira…
Eu sou dentro do partido socialista um trabalhador. Sempre a trabalhar desde as 6 da manhã até noite dentro, como é conhecido. Aqui no distrito, enquanto presidente da federação, de três em três dias tinha sempre uma reunião com o concelho. Como deputado nunca deixei de participar ativamente, como membro, e apesar das funções do governo, sempre encontrei algum espaço para a militância. Portanto, tenho uma vida plena, tenho energia e tenho esta vontade. Neste momento faço apoio àquilo que são muitas vezes as solicitações nacionais do partido socialista, faço-o intensamente, gosto da vida política, gosto dos desafios, não estou quieto, gosto sobretudo de me incomodar e o que mais me perturba é que por vezes haja pessoas no partido socialista que não se incomodem a tempo e horas. Qual a sua relação com o presidente da federação, João Azevedo?
Num enfoque nacional fala-se numa remodelação governamental logo a seguir à votação do OE. Os nomes mais ouvidos são os de Álvaro Pereira, Almeida Henriques, Sérgio Monteiro e José Cesário – os quatro de Viseu. Para além destes, a nível nacional, fala-se de Miguel Relvas, Assunção Cristas, Mota Soares e Cecília Meireles. Qual a sua opinião sobre o desempenho destes governantes?
O João Azevedo é um amigo. Ele, de alguma forma foi crescendo ao meu lado e contrariamente a outros fez pela vida e ganhou a autarquia em Mangualde com trabalho próprio. NunEu respeito muito as ca se escondeu atrás de ninguém nem nunca progrediu funções. Primeiro é sem-
empresas do interior. Nós, como o PSD exigiu a introdução de portagens para aprovar o programa do último governo do PS, nós conseguimos introduzir a custo a questão das isenções e dos descontos, depois acabaram com as isenções e com os descontos. Não há uma descriminação positiva e, portanto, tudo aquilo em que podíamos atuar de forma objetiva e substantiva no país e aqui no distrito, mas sobretudo neste contexto de interior que necessita de maiores estímulos públicos, devo dizer que foi até agora uma desilusão. Destes quatro temos três erros de casting?
Eu não posso comentar as escolhas do PrimeiroMinistro, apenas posso dizer que fiquei satisfeito por ter viseenses no governo, que estou desiludido por não existir uma correspondência a esta minha expectativa e concluir que neste bolo global há apenas uma pessoa que mostrou ser ex experiente e que faz o seu trabalho bem feito. E no caso do polémico Miguel Relvas?
Miguel Relvas não é um político de Viseu… Mas é uma figura que tem, supostamente, muito poder no governo e é actualmente uma pessoa muito debilitada e uma pessoa que não ajuda o Primeiro- Ministro. É, como eu
já disse, o calcanhar de Aquiles. O Primeiro-Ministro está muito condicionado por uma pessoa muito experiente, Paulo Portas, por um ministro das Finanças que está em declínio e que tem alguns sintomas de desequilíbrio de responsabilidade e também prisioneiro de Miguel Relvas. Ninguém percebe que tenhamos chegado a esta altura do campeonato, não digo como o Dr. Pacheco Pereira que o governo é uma espécie de procissão em que todos andam aos encontrões uns aos outros com vuvuzelas a fazer barulho e depois numa esquina fazem “uh” e mudam de direção mas, de fato, o governo quis constituir-se como um governo de poucos ministros e depois foi um governo de imensos assessores, de ministérios de muita confusão e com um Carlos Moedas que arranjou uma equipa de polícias governamentais inepta, porque eles nunca disseram tantas tolices como agora, uma equipa de polícias governamentais para tomar conta dos ministros e dos secretários de estado. Isso é uma coisa deprimente e agora arranjaram uma equipa de deputados e de regentes do PSD e do CDS para tomarem conta dos membros do governos do PSD e do CDS no próprio governo. Quando o país chega a este ponto, chega ao grau zero da política e, quando há um ano atrás, estas oposições derrubaram o governo, somaram a uma crise política económica que era internacional uma crise politica absolutamente desnecessária. E agora dizem piedosamente que a crise é internacional, que nós estamos dependentes da conjuntura e do contexto, mas há um ou dois anos atrás já era assim e, portanto, é fundamental perceber que a solução está cá, mas está muito na Europa e que nós não podemos desempenhar uma actividade governativa sem a Europa ou com uma Europa que só sobrevive… Daí que o secretário-geral do PS tenha tido um rasgo de, muito antecipadamente, concentrar uma parte das suas energias na Europa como ponto de partida e solução para o problema
português. O “ministro-sombra” António Borges…
Sempre que é preciso dizer como se privatiza a RTP, não aparece Miguel Relvas que está debilitado, aparece António Borges. Sempre que é preciso dizer que é necessário baixar os salários, que é uma urgência nacional, não aparece o Miguel Relvas, aparece António Borges,. Sempre que é necessário insultar os empresários e dizer que são uns ignorantes, não aparece Vítor Gaspar, mas aparece António Borges… Como se vê, este membro do governo, o 13º ministro é, de fato, um super-ministro. Independentemente disso, Paulo Portas continua a ser um super ministro mas ao que se perspetiva vamos ter uma limpeza…
Não faço a mínima ideia sobre o que passa na cabeça do Primeiro-Ministro e se passar alguma coisa já é bom porque se pensa sobre isso. Mas não faço ideia, a única coisa que eu queria era que o governo se reencontrasse, gostaria que houvesse de novo uma oportunidade para a estabilidade interna. O país não suporta crises políticas nem compreende que dois parceiros de coligação casadinhos de fresco, não se entendam ao fim de um ano. Quer deixar um conselho à concelhia de Viseu…
Não tenho categoria pessoal para estar a dar conselhos à concelhia do partido socialista, mas deixo como sugestão aquilo que acho que poderia ser feito, que era discrição e muito empenhamento nas escolhas. E sempre a ideia, que já não vai a tempo, de que uma primeira escolha é sempre melhor do que uma segunda ou uma terceira. E portanto é a sugestão que deixo: é que a partir de agora, quando tivermos que falar num candidato à Câmara de Viseu, se possa dizer o seu nome em definitivo e dizer ainda que contam, sem nenhuma hipocrisia, sempre com o meu trabalho intenso e a tempo inteiro para ajudar essa candidatura. Ninguém contará comigo para prejudicar o PS. Eu estarei sempre a fazer o que for necessário para que haja êxito.
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região As comissões políticas concelhias do PS de Viseu e Tondela estão contra o facto de o presidente do Conselho de Administração do centro Hospitalar Tondela - Viseu (CHTV), Ermida Rebelo estar a acumular funções de diretor clínico na mesma unidade. Em comunicado, os socialistas adiantam que a circunstância de Ermida Rebelo “ser médico não pode servir de alibi perfeito para não nomear, entre os médicos do corpo clínico do CHTV, um diretor clínico”. Na mesma nota à imprensa, as concelhias do PS acrescentam que “cumprir esse desiderato é uma obrigação legal” e consideram que a acumulação de funções pode causar “um claro conflito de interesses” entre o conselho de administração e os profissionais médicos, doentes e demais utentes do CHTV, podendo ser “postos em causa sem que haja um direção clínica que possa manifestar com total independência e responsabilidade o seu posicionamento”. Ermida Rebelo foi nomeado recentemente diretor clínico do CHTV pelo ministro da Saúde, após a exPublicidade
diretora clínica, Alexandra Guedes ter renunciado ao cargo em julho, sete meses depois de ter tomado posse com a nova administração. De acordo com a publicação em Diário da República, Alexandra Guedes foi nessa altura nomeada assessora do conselho de administração para a área médica, com vista ao bom funcionamento do CHTV e até à nomeação do novo diretor clínico. Com o recente despacho do ministro, Ermida Rebelo acumula funções, mantendo-se Alexandra Guedes assessora para a área clínica. Face às críticas das concelhias do PS, Ermida Rebelo responde através de uma nota do gabinete de relações públicas do CHTV que “é médico do hospital e quando deixar de ocupar as funções de presidente do CHTV continuará a ser médico”. O responsável lembra que Viseu não é caso único no país em que o presidente do conselho de administração acumula funções de diretor clínico e cita como exemplo “o maior hospital do país, o Santa Maria em Lisboa, não sendo por isso que as instituições deixam de funcionar”. EA
Arquivo
PS contra acumulação de funções no Centro Hospitalar
Segurança Social “emagrece” pouco em Viseu Reorganização ∑ Fundem-se Unidades e Núcleos. Mudam chefes de equipa O Instituto da Segurança Social extinguiu, no país, 318 cargos de dirigentes de todos os graus, desde altos cargos até chefias intermédias. Este processo de redução está em execução desde a entrada em vigor da nova Lei Orgânica (Dec-Lei 83/2012, de 30 de Março), publicada no âmbito do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC). Segundo informou o gabinete de imprensa Instituto da Segurança Social ao Jornal do Centro (JC), “a reorganização da estrutura orgânica do Instituto da Segurança Social permitiu a extinção de 22 cargos de dirigentes de 1º grau e uma redução média de chefias na ordem dos 23 por cento, que se traduz numa poupança a médio prazo de seis milhões de euros. Em causa está o cumprimento de objetivos de “melhor gestão dos recursos humanos no processo de modernização da Administração Pública e de racionaliza-
ção das estruturas do Estado, aumentando simultaneamente a capacidade de resposta e eficácia dos serviços”. Ainda segundo a mesma fonte, relativamente ao distrito de Viseu, “mantém-se o cargo de diretor do Centro Distrital, enquanto o cargo de diretor adjunto foi extinto. A presença do Instituto da Segurança Social em todos os concelhos continua assegurada. Todas as chefias nomeadas para o Centro Distrital de Viseu são funcionários do Instituto da Segurança Social e uma parte já ocupava cargos de chefia”. Ao que o JC apurou, fundiram-se Unidades e desapareceu uma mas não se registou um “emagrecimento” significativo, especialmente ao nível dos Núcleos. As nomeações em regime de substituição acabaram e a abertura de concurso é, agora, obrigatória. Há uma nova estrutura a nível das contribuições. Assim, foram
escolhidas pessoas para acompanharem as empresas de forma mais direta e mais próxima, no fundo, pretendem-se criar condições para celebrar mais protocolos mas ao mesmo tempo existe um controlo mais “apertado”. A Unidade de Prestações e Atendimento, dirigida por Márcia Martins, e a Unidade de Identificação, Qualificação e Contribuições, dirigida por José Luís Santos, fundiu-se na Unidade de Prestações e Contribuições, agora dirigida por Manuel Ferrinho. A Márcia Martins e o José Luís Santos juntam-se Margarida Henriques, que dirigia a Unidade de Ação Social, no lote dos dispensados. Nos Núcleos registaram-se mexidas pouco significativas. Dulce Trindade e Lídia Campos, por exemplo, aposentaramse. No Núcleo de Apoio à Direção mantém-se Paulo Magalhães como diretor. O Núcleo de Recursos Humanos foi integrado
no Núcleo Administrativo e Financeiro passando a existir o Núcleo Administrativo, Financeiro e de Recursos Humanos, dirigido por Rosa Rebelo. Rosa Valério é “oficialmente” diretora do Núcleo de Respostas Sociais. Vinha a ocupar essas funções, desde 2010, e foi nomeada para o assumir. O semanário sabe ainda que está a ser preparada uma “limpeza” nos chefes de equipa. Para Joaquim Seixas, diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Viseu, o grande objetivo passa por “criar uma nova dinâmica”. O mais importante é que “o serviço melhore em algumas áreas” e que todos se entreguem “com espírito de missão”. O responsável máximo pela Segurança Social em Viseu lembrou ainda que “apenas propôs alguns nomes e quem nomeou foi o Conselho Diretivo”´, de que o Centro Distrital depende. Tiago Virgílio Pereira
Jornal do Centro
VISEU | LAMEGO | VOUZELA | REGIĂƒO 11
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Crise alastra ao abandono de animais Viseu∑ Entregas diĂĄrias no Cantinho aumentaram de 4 para 10 O desespero levou o proprietĂĄrio de uma quinta em Santarinho junto Ă Ecopista de Viseu a colocar um aviso na sua propriedade por nĂŁo saber o que fazer a dezenas de cĂŁes que sĂŁo abandonados e atirados para o interior da herdade. O senhorio recusou-se a falar Ă reportagem do Jornal do Centro, mas vĂĄrios moradores da zona confirmam que tem sido um problema crescente. A tarja visĂvel a partir da ciclovia (ver foto) tem chocado muitos frequentadores ao ponto de alertarem a comunicação social para a situação. Este episĂłdio faz parte de uma problemĂĄtica mais alargada relativa ao abandono de animais. A leitura dos Ăşltimos dados da Direção Geral de Alimentação e VeterinĂĄria permite concluir que os cortes nos gastos familiares jĂĄ estĂŁo a atingir os animais de estimação. De norte a sul do paĂs, milhares de animais de companhia sĂŁo abandonados nas ruas, entregues aos cuidados de associaçþes ou depositados em canis municipais. A responsĂĄvel pelo Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu (CAAV), Ana Maria Vaz reconhe-
ce que este â€œĂŠ o momento mais difĂcil que a associação estĂĄ a viverâ€? nos 23 anos de atividade, registando “um aumento assustadorâ€? do nĂşmero de animais entregues ou abandonados no Cantinho. Segundo a responsĂĄvel, hĂĄ 4/5 anos atrĂĄs a associação recebia em mĂŠdia quatro animais por dia e hoje recebe em mĂŠdia 10 cĂŁes e gatosos diariamente. “Somos contactados por dezenas de pessoas que trazem 3/4/8 animais de cada vez e ou nos dizem que nĂŁo tem dinheiro para continuar a manter os animais em casa porque estĂŁo desempregados ou entĂŁo porque vĂŁo emigrarâ€?, adianta Ana Maria Vaz. Para a responsĂĄvel, apesar do aumento “brutalâ€? do nĂşmero entregas na associação “as pessoas estĂŁo a respeitar mais os animaisâ€? fruto do trabalho das associaçþes. Ă€s antigas razĂľes apontadas para abandonar o amigo de quatro patas, como as fĂŠrias de verĂŁo, de uma forma “friaâ€? e “sem um gesto de sofrimentoâ€?, junta-se agora a falta de dinheiro e a taxa de emigração numa atitude de desespero. “Vivemos aqui momentos muito dolorosos com
despedidas sofridas de pessoas a chorar. HĂĄ quem peça por favor para nĂŁo o deixar adotar na esperança de voltar a ter o seu animal em casa, outros vĂŁo emigrar e nĂŁo lhes resta outra alternativa‌ ĂŠ o abandono obrigado pela criseâ€?, relata Ana Maria Vaz ao recordar casos concretos: “HĂĄ um senhor que tem trĂŞs cĂŁes. Vem cĂĄ pedir comida, mas quer mantĂŞ-los em casa porque diz que ĂŠ a Ăşnica companhia que temâ€?. O CAAV acolhe neste momento 600 animais. NĂŁo tem “tempo para respirarâ€?, mas abre as portas a quem a crise jĂĄ nĂŁo permite manter os animais de estimação. “Estamos a dar todo o apoio que o dono necessita. Se quiser manter o seu animal nĂŁo hesite em vir ao cantinho. Para tal o CAAV, uma associação sem fins lucrativos onde o trabalho diĂĄrio ĂŠ assegurado por 12 voluntĂĄrios, continua a receber o apoio da cidade e da regiĂŁo. No passado fim-der-semana recolheu na sua campanha anual mais de trĂŞs mil toneladas de ração. “Quero agradecer muito Ă s pessoas de Viseuâ€?, termina Ana Maria Vaz. EmĂlia Amaral
Lamego. No dia 8 de outubro, no rio Varosa, em Lamego, o NĂşcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Lamego, no âmbito de patrulhamento geral, deteve em flagrante delito um indivĂduo do sexo masculino de 42 anos idade, residente no concelho de Lamego, pelo crime de pesca em ĂŠpoca de defeso. Foi apreendida uma cana de pesca e peixes de vĂĄrias espĂŠcies, tendo estes sido restituĂdos ao seu habitat natural. O indivĂduo foi sujeito Ă s medidas processuais penais, sendo posteriormente restituĂdo Ă liberdade.
DESPISTE
INCĂŠNDIO
Viseu. Um incêndo em mato junto à estrada municipal que liga Paradin ha a S. Salvador, em Viseu lavrou durante cerca de uma hora e obrigou à mobilização de meios aÊrios. No local combateram as chamas meia dezena de bombeiros dos municipais de Viseu e das corporaçþes de voluntårios de Viseu, Tondela, Canas de Senhorim e Cabanas de Viriato. EA
CRISE
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Vouzela. O condutor de um Publicidade
Capa ITR
Nuno AndrĂŠ Ferreira
DETENĂ‡ĂƒO
camião morreu na terçafeira de manhã quando a viatura que conduzia se despistou na Estrada Nacional nº 16, nas imediaçþes de Vouzela. Henrique Pereira, 57 anos, ex-årbitro de futebol da Associação de Futebol de Viseu, foi cuspido depois de o pesado ter capotado vårias vezes por uma ravina com mais de 60 metros de profundidade. EA
4 SGG PLANISTAR ONE + 16 (90% ĂĄrgon) + 4
SGG
PLANILUX
Viseu. A transportado-
ra JLS, uma das maiores empresas do paĂs no sector, anunciou esta semana Ă agĂŞncia Lusa que estĂĄ a preparar a deslocalização da sua sede de Viseu para Paris devido Ă crise e aos custos das portagens, sobretudo nas antigas Scut. “Portugal nĂŁo ĂŠ um PaĂs atractivo para uma empresa como a nossa e a introdução de portagens nas antigas Scut foi a derradeira prova de que nĂŁo hĂĄ o mĂnimo de sensibilidade para quem investeâ€?, disse o administrador da JLS, Nelson Sousa, salientando que este sector ĂŠ “altamente competitivoâ€?. EA
PARQUE
Viseu. A Câmara de Viseu anunciou a construção de um parque na cidade para autocaravanas e motorhome com ligaçþes especĂficas de energia, de ĂĄgua e esgotos. A estrutura integra-se no novo parque de estacionamento que vai nascer junto Ă â€œFonte CibernĂŠticaâ€?, com capacidade para 262 viaturas ligeiras. EA
Jornal do Centro
12 REGIÃO | VISEU
12 | outubro | 2012
Opinião
“Governo está a desagregar toda a economia do interior”
Concretizar ideias
PS∑ deputados acusam ministro e secretário de Estado “viseenses” O deputado do PS, José Junqueiro acusou o Governo de Passos Coelho de “estar a desagregar e a desestruturar toda a economia do interior” e culpou o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira assim como o secretário de Estado da Economia, Almeida Henriques, ambos de Viseu de “não terem qualquer sensibilidade para as dificuldades que estão a passar as pequenas e médias empresas da região”. O socialista falava numa conferência de imprensa, na segunda-feira, sobre a “desagregação da economia regional”, onde esteve também o deputado Acácio Pinto. Junqueiro lembrou que Publicidade
AJosé Junqueiro e Acácio Pinto em conferência de imprensa “os incentivos fiscais que existiam para o interior foram todos retirados às pequenas e médias empresas”, que “não há controlo sobre os preços dos combustíveis”, que o IVA “é máximo na luz, no gás e na restauração” e que terminou o regime de isenção nas autoestradas (ex-SCUT). “Isto faz com que exista uma pressão enorme sobre a vida das empresas
que têm todos os fatores de produção “mais caros” e, por isso, “só podem produzir mais caro, vender mais caro”, acabando por “não resistir” no mercado. O deputado deu como exemplo os últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para “um crescimento de 28 % de desempregados em relação ao ano passado (25% a nível nacio-
nal) ”, sendo atualmente mais de 22 mil no distrito de Viseu. Um outro exemplo recordado foi o da empresa JLS que, está a preparar a deslocalização da sua sede para Paris e já abastece os camiões em França, deixando 95 % dos seus 250 funcionários, em risco de desemprego. Os deputados focaram as acusações nos dois elementos do Governo naturais de Viseu por terem “especiais responsabilidades” pelas áreas que tutelam e por serem do interior “que conhecem bem”, onde as políticas, de acordo com os deputados, estão a ter “especial impacto negativo. Emília Amaral
CRISE NO CDS/PP DE VISEU? Não bastavam já as recentes demissões de Rui Silva, Jorge Azevedo e José Carreira, da distrital e concelhia locais, como agora, em comunicado conjunto assinado pelo presidente, vice-presidente e secretário da Mesa do Plenário, se dá conhecimento da dissolução da Comissão Política Concelhia de Viseu, por ter sido “pedida e aceite a demissão por um número superior a metade dos seus membros.” Mais acrescenta o Comunicado estarem demissionários os membros que compõem a Mesa do Plenário Concelhio. PN
Na semana passada discorri sobre o potencial que a região evidencia ao nível frutícola. A valorização da variedade regional Bravo de Esmolfe é um caso paradigmático, alvo já de muitos estudos. Esta variedade está bem preservada, é devidamente acarinhada, valorizada e fiscalizada. O seu nome está protegido e a produção circunscrita à região. O trabalho foi bem feito e merece ser enaltecido, salva positiva. Assim, e procurando dar sequência ao que foi já escrito neste espaço, a pergunta impõe-se: Como fazer sidra? Quais os requisitos necessários à sua elaboração? Descrever procedimentos (dar receitas) é sempre algo abstracto e perigoso. Existem sempre alguns condicionalismos. Cada caso é um caso. Como é fácil de entender, o processo de fabrico de sidra poderá ter um pendor industrial ou artesanal. Fiquemo-nos pelo segundo, talvez o mais exequível para uma pequena brincadeira. A variedade Golden Delicious é provavelmente a mais fácil de trabalhar e a que existe em maior quantidade. A sidra proveniente desta variedade apresenta a melhor harmonia entre a doçura, acidez, aromas e sabores. Os resultados já obtidos permitem alvitrar nesse sentido. Mas gostos não se discutem, experimentam-se. Um requisito fundamental para a elaboração desta bebida é a lavagem e remoção de todas as maçãs que evidenciem podridões. Após a sua escolha, há que promover o esmagamento. O esmagador utilizado na vinificação resulta em pleno, necessita é de uma ligei-
1ª Publicação
(Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt
ra alteração na caixa de descarga. No entanto, existem já no mercado moinhos próprios para este fim, relativamente baratos. A sulfitação das massas é fundamental, mas em doses muito inferiores ao que se preconiza para os vinhos. A massa e o sumo devem sofrer agora a prensagem. As diferentes prensas empregues na elaboração de vinhos dão na perfeição, sempre sujeitas a alguns ajustamentos. Pequenos truques. Sugiro, se possível, a defecação do sumo de maçã durante 2 a 3 dias para uma correcta clarificação. Nesta fase, pré-fermentativa, o controlo da temperatura é fundamental para evitar o arranque da fermentação (7ºC). O sumo deverá ser posteriormente trasfegado para a cuba onde tem início, e em simultâneo, a fermentação alcoólica e maloláctica. O modo mais simples, pese embora possam existir outros, é a desencuba a uma densidade de 1000. A cuba agora utilizada agradece-se que fique convenientemente atestada e fechada por completo. É nesta fase que se promove o desenvolvimento da efervescência (gás) típica desta bebida. Existem outras maneiras de desenvolver cada uma das diferentes fases agora descritas, mas implicam a utilização de produtos clarificantes e estabilizantes que exigem o domínio de outros factores e estão porventura apenas ao alcance dos técnicos. Todas as possíveis indicações ficam indubitavelmente condicionadas ao estado de maturação e sanitário da fruta. É recomendável o conhecimento das concentrações de açúcares e de ácidos existentes nas maçãs, em particular o teor de ácido málico, responsável pela sua acidez. O tipo de equipamentos e tecnologias disponíveis são condições que importa considerar. A capacidade de ajustar todos estes factores a cada umadasdiferentes realidades é que convém dominar. Não será isto que nos é sempre pedido para ontem? Boas experiências.
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economia
Arquivo
Mercado Magriço mostra potencialidades de Penedono
A Jorge Loureiro, vice-presidente da AHRESP
Segundo a AHRESP o IVA na restauração é uma calamidade Restauração ∑ Cenário trágico no setor Em conversa com Jorge Loureiro, vice-presidente da AHRESP e presidente da delegação de Viseu, foi-nos manifestada a grande preocupação pelos efeitos nefastos do IVA no sector da restauração. Jorge Loureiro afirma: “de acordo com os resultados de um estudo requerido à Price Waterhouse Cooper e a Espanha & Associados, as perspetivas não podem ser mais desanimadoras, prevendose em consequência da medida o encerramento de 39 mil empresas e a extinção de cerca de 100 mil postos de trabalho.” Tal situação não poupa o distrito de Viseu, tendonos acrescentado a este respeito: “ os empresários que encerram as suas empresas não têm subsídio de desempre-
go nem outros meios de subsistência. Alguns até atingiram já o limite do endividamento pessoal, tendo, in extremis, alguns, empenhado seus bens pessoais. Mesmo as empresas mais resistentes não terão meios financeiros para liquidar o IVA do 3º trimestre.” Esta medida vai também provocar um efeito negativo ao nível da segurança social e efeitos indiretos, prevendose um impacto negativo para o Estado, em 2012/13 de 947 ME, traduzindose num efeito negativo, só em 2013, de 854 ME. Jorge Loureiro fala “num massacre das empresas e dos trabalhadores do setor caso não se venha a verificar a reposição da taxa de IVA nos 13%”, concluindo “será inevitável o encerra-
mento de restaurantes emblemáticos na região de Viseu, que são em muitos casos a única referência de visitação que faz as pessoas ir até uma determinada localidade. Ao encerrar esse restaurante, essa localidade fica ainda mais isolada, com tudo o que isso implica de desertificação e abandono Está em causa também a sobrevivência da Gastronomia, Património Cultural de Portugal, que é reconhecido internacionalmente como um dos produtos estratégicos mais relevantes, sendo um forte golpe na estratégia de promoção desta nossa região, que começava agora a ter alguma visibilidade enquanto Destino Turístico.” Paulo Neto
Conhecer o setor empresarial do concelho de Penedono é o objetivo do Mercado Magriço, que decorre pela terceira vez no Pavilhão Gimnodesportivo Municipal da vila, nos dias 2, 3 e 4 de novembro. O certame, organizado pela Câmara Municipal, apresenta-se como uma montra das potencialidades económicas concelhias, através da promoção do artesanato, da gastronomia, da pecuária e outras atividades. Para o presidente da autarquia, Carlos Esteves o Mercado Magriço “não é mais do que cumprir o objetivo a que a edilidade cedo se pro-
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pôs, o de caminhar lado a lado com os produtores, com os empresários e artífices do concelho, na certeza de que juntos, a afirmação de Penedono, dos produtos e bens produzidos será uma realidade” e marcará presença nos mercados nacionais e internacionais. Carlos Esteves particulariza o facto de o Mercado Magriço conseguir envolver toda a comunidade local à volta de um avento que acontece uma vez por ano, mas ao mesmo tempo os turistas e potenciais investidores. “O espaço
não será somente local de intercâmbio e mostra comercial, envolve várias iniciativas que visam gerar a dinâmica necessária a qualquer evento deste género”, acrescenta. O Mercado Magriço vai contar ainda com uma programação cultural e de animação preenchida pelo concerto de Quim Barreiros (2 de novembro), o espetáculo Tributo a Michael Jackson (3 novembro) e a apresentação do grupo Sons do Vinho (4 novembro). EA
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14 ECONOMIA | INVESTIR & AGIR SOVECO VISEU RECEBE A KIA
12 | outubro | 2012
Clareza no Pensamento
ANFAJE alerta para as janelas eficientes
(http://clarezanopensamento.blogspot.com)
O “Concurso Todos Contam”
Ilídio Silva Docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu isilva@estv.ipv.pt
Vantagens∑ Poupança até 40% na fatura energética A Soveco Viseu acaba de se tornar o concessionário oficial da marca KIA para o distrito de Viseu. Nascida em junho de 1990, a Soveco Viseu, inserida no Grupo Gocial, representa agora nove marcas do mercado de automóveis. Está representada desde 2006 como concessionário da Iveco. Em 2010, foi nomeada concessionário oficial das marcas Fiat, Fiat Professional, Alfa Romeo e Lancia para o distrito de Viseu. Em 2011 tornou-se a representante oficial da JEEP e em 2012, a Soveco Viseu é nomeada concessionário oficial para o distrito de Viseu, das marcas Nissan e Hyundai, e mais recentemente da KIA. Num ano particularmente difícil para o sector, a Soveco Viseu contraria as tendências do mercado e tem registado forte crescimento, ao tornar-se uma aposta clara do Grupo Gocial na estrutura e recursos humanos de Viseu. Publicidade
“As janelas eficientes nos edifícios proporcionam uma maior obtenção de conforto térmico e conforto acústico e ainda uma maior segurança anti-intrusão. No que respeita à obtenção de maior conforto térmico há evidentes poupanças de energia e consequente diminuição do valor da factura energética”, explica João Ferreira Gomes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (ANFAJE). A valorização dos produtos imobiliários e a crescente exigência dos clientes e utilizadores finais tem aumentado a escolha das janelas eficientes por parte dos produtores/construtores que “começam a ter consciência e informação de que não podem comprar casas construídas em 2012 com janelas que já se produziam nos anos 70”, afir-
Numa altura em que a educação financeira se assume cada vez mais importante na vida dos cidadãos, é com agrado que se regista esta iniciativa, sobretudo porque envolve os alunos do ensino básico e secundário.
A João Ferreira Gomes, presidente da ANFAJE mou João Ferreira Gomes. O presidente da ANFAJE lembra ainda que “não vale a pena comprar uma janela eficiente que garanta mais conforto térmico e acústico se, entretanto, a sua montagem em obra não for a mais adequada”, nesse sentido a ANFAJE desenvolveu em conjunto com a prestigiada empresa BUREAU VERITAS um “Selo da Qualidade de Instalação” para que as empresas do sector se possam qualificar e atestar as
suas competências nesta área. Este selo da Qualidade apresenta mais uma garantia da qualidade de instalação junto dos seus clientes.” Promover o desenvolvimento do mercado das janelas eficientes em Portugal, assegurar a qualidade e inovação tecnológica do sector e divulgar as vantagens da instalação de janelas eficientes são os objectivos da ANFANJE. Micaela Costa
Pó d’Arroz aposta na satisfação A pensar no bem estar dos clientes e atenta à crise que o país atravessa a Pó d’Arroz Cabeleireiros e Estética aposta na qualidade e na satisfação dos clientes. Com o objetivo de mimar quem se dirige ao salão faz sorteios mensais e packs promocionais recheados de vantagens nas áreas da estética e bem estar. Para outubro reserva aos seus clientes a possibilidade de se habilitarem a ganhar um relógio Swatch, de senhora, e para isso basta ir ao salão e cortar o cabelo. Os packs promocionais, na área da estética, oferecem aos clientes preços fantásticos para que possam usufruir de tratamentos de relaxamento, beleza e bem estar. Em relação aos tratamento de bem estar, a Pó
d’Arroz dá a escolher entre sessões de radiofrequência, sessões de cavitação, sessões de electroestimulação, limpeza de pele, massagem, hidratação e esfoliação corporal, pédicure e manicura. Na Pó d’Arroz pode encontrar serviços como cabeleireiro, com todo o tipo de trabalhos (pintura, alisamentos, madeixas e penteados elaborados), maquilhagem, manicure (unhas de gel, gelinho e nail art), massagens, depilação, foto-depilação, cavitação e drenagem linfática manual e muito mais. Desde 1 de setembro que a Pó d’Arroz Cabeleireiros e Estética tem nova gerência e promete continuar a mimar todos os seus clientes. MC
Em que consiste esta i n i c i a t i v a? O “ C o n curso Todos Contam” constitui uma iniciativa do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (constituído pelo Banco de Portugal, pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e pelo Instituto de Seguros de Portugal), com o apoio do Ministério da Educação e Ciência, desenvolvida no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira, que visa premiar os melhores projetos de formação financeira que irão ser implementados nas escolas durante o ano letivo de 2012/2013. A quem se dirige este concurso? Este concurso dirige-se aos agrupamentos de escolas, escolas não agrupadas, assim como a estabelecimentos de ensino particulares e cooperativos que ministrem o ensino básico e secundário. Que características devem apresentar os projetos a concurso? Os projetos a concurso deverão: sensibilizar para a importância dos conhecimentos fin a ncei ros no quot idiano, desenvolver conhecimentos e capacidades financeiras nos alunos, promover comportamentos e atitudes financeiras adequados, promover a criação de hábitos de poupança e estimular a utilização
dos conteúdos e recursos disponíveis no Portal “Todos Contam”. Que critérios de avaliação e valorização serão adotados? Os projetos a concurso serão avaliados tendo em conta a sua qualidade pedagógica e científica, a sua criatividade e relevância, o envolvimento da comu n idade escola r, a sua viabilidade e exequibilidade e a utilização do Portal Nacional de Formação Financeira “Todos Contam”. Até quando deverão ser enviados os projetos a concurso? Os projetos deverão ser submetidos até ao dia 19 de outubro deste ano, at ravés do endereço eletrónico concurso@ todoscontam.pt, para serem avaliados pelo Júri de seleção. Quais os prémios a atribuir? O conc u rso irá atribuir quatro prémios (um por cada ciclo do ensino básico e um pa ra o ensino secundário). Cada prémio corresponde a livros e materiais esc ol a r e s n o v a lo r d e 1.000 euros, sendo metade atribuído no Dia Mundial da Poupança (31 de outubro) e o restante após o relatório de implementação do projeto. Contactos úteis. As escolas interessadas em enviar projetos a concurso poderão obter mais informações, nomeada mente o regulamento do concurso e a Ficha de Projeto, no Portal do Plano Nacional de Formação Financeira (www.todoscontam.pt) e no sítio de Internet da Direção Geral da Educação (www. dgidc.min-edu.pt).
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Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
desporto Visto e Falado
AGENDA FIM-DE-SEMANA FUTEBOL II LIGA PROFISSIONAL
Vítor Santos vtr1967@gmail.com
10ª jornada - 14 Out - 15h00 Jogos antecipados
FUTEBOL Moimenta da Beira
Cartão FairPlay O desporto em geral e o futebol em particular tem destes resultados. A equipa treinada por Jorge Febras foi a última a garantir lugar na divisão de honra da AFV mas é quem a lidera, ao fim de 3 jornadas. A equipa de Moimenta da Beira só tem vitórias nos jogos disputados. Esta época é atípica pelo elevado números de clubes que descem de divisão e garantir pontos de início pode ser decisivo. BTT Indo Eu BTT Viseu
Cartão FairPlay O viseense Sérgio Pereira, em dupla com Tiago Costa, venceu a final mundial do International Pairs, realizada na Escócia. Terminaram empatados no 1.º lugar com o par dos EUA,. No desempate venceram a prova no 2.º buraco. FUTSAL Federação Portuguesa de Futebol
Cartão Amarelo Não se percebe a proibição de atletas jovens não poderem jogar pela equipa sénior. Deve ser das poucas modalidades que não o permite. Se a razão é obrigar a haver equipas de formação o resultado não será o pretendido.
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Belenenses Feirense
-
Portimonense Tondela
II DIVISÃO NACIONAL SÉRIE CENTRO 5ª jornada - 14 Out - 15h00
A Tondelenses muito combativos no jogo com o União da Madeira Futebol - II Liga Profissional
Cesarense
-
Operário
Anadia
-
Lusitânia
S. J. Ver
-
Nogueirense
AC. Viseu
-
Pampilhosa
Tocha
-
B.C. Branco
Cinfães
-
Bustelo
Sp. Espinho
-
Tourizense
Coimbrões
-
Sousense
Crise, qual crise?
III DIVISÃO NACIONAL SÉRIE C
Tondela ∑ Regresso às vitórias e às boas exibições Ultrapassado, c o m distinção, o exame que o Despor tivo de Tondela tinha frente ao União da Madeira. Se a equipa entendia, após a “não exibição” no Restelo, que devia provar alguma coisa a si própria, e aos adeptos, então fê-lo da melhor forma. O Tondela recebeu o União da Madeira , equipa experiente que causou muitas dificuldades no João Cardoso, mas a formação de Paneira foi melhor e ganhou por 3 a 2. A primeira meia hora deu para alguns bocejos, tal era o receio mútuo de arriscar e falhar. O safanão no jogo acon-
teceu aos 34 minutos com o golo do União da Madeira. Bancadas em silêncio, ainda com a memória fresca da derrota frente ao Belenenses. Mas o golo dos adversários acabou por ser uma injeção de moral no amor-próprio dos tondelenses. Entregaram-se com mais genica ao jogo e acaba ra m por ver os esforços coroados com dois golos de cabeça, pri mei ro por Fonse ca, mais alto que toda a gente, e depois com Lu í s Au ré l io , mu ito oportuno, a aproveitar uma falha da defesa contrária. Estava consumada a
reviravolta, mas o pior estaria para acontecer, já sobre o apito f inal pra os primeiros 45 minutos. Uma infantilidade de Pica, que quis jogar bonito em vez de enviar a bola “para as couves”, acabou por resultar no empate dos madeirenses. Paneira foi irritadíssimo para os balneários. Mas a equipa não se ressentiu do desaire e entrou mais combativa e solidária que nunca na segunda parte. Acabou por ver coroada de êxito uma das suas iniciativas atacantes, por Tiago Barros. Um cruzamento largo da direita e o esquerdino a chutar, de primei-
5ª jornada - 14 Out - 15h00
ra, sem deixar a bola cair. Grande golo. Feita justiça no marcador, com a vitória daquela que foi a melhor equipa e que mais fez por ganhar o jogo. Arbitragem sem problemas de João Capela que apenas pecou no capítulo disciplina r, poupando alguns cartões aos jogadores do União, mas não foi por isso que deixou de fazer uma arbitragem de qualidade. Com esta v itória o Tondela subiu ao 9º lugar com 15 pontos. Na próxima jornada, domingo, o Tondela vai ao Feirense. Gil Peres
Aguiar Beira
-
GD Parada
Grijó
-
Salgueiros 08
P. Castelo
-
Estarreja
U. Lamas
-
Oliv. Frades
Alba
-
Avanca
Oliv. Bairro
-
Sampedrense
Série D Sourense
-
Mortágua
ASSOCIAÇÃO FUTEBOL DE VISEU DIVISÃO DE HONRA
04ª jornada - 14 Out - 15h00 Castro Daire Tarouquense
-
Lusitano Paivense
Viseu Benfica Fornelos Sp. Lamego
-
Resende Sátão C. Senhorim
M. Beira Mangualde
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Vouzelenses Molelos
Campia
-
Sernancelhe
16 DESPORTO | MODALIDADES
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
Futebol - II e III Divisões
Jornada pouco positiva A A equipa vencedora Golfe - Expresso / BPI 2012
Montebelo venceu etapa das Beiras
A Carlos Agostinho, treinador do Académico de Viseu, sofreu primeira derrota no campeonato Cinfães e Sampedrense salvaram a “honra do convento” num fim-desemana nada positivo para as equipas de Viseu nos nacionais de futebol das II e III divisões. Na série Centro da II Divisão, a quarta jornada f icou marcada pela primeira derrota do Académico de Viseu. Em Nogueira do Cravo, num sintético onde nunca venceu, voltou a não ser feliz e perdeu por 1 a 0. Um golo sofrido já nos minutos finais. Publicidade
Com est a der rot a o Académico caiu para o 11º lugar com 4 pontos, mas menos um jogo disputado, a partida em atraso com o Operário, nos Açores. Bem melhor o Cinfães que foi vencer a Sousense por 3 a 1 e está agora no segundo lugar da série Centro com 8 pontos, menos quatro que o Coimbrões que soma por vitórias todos os jogos já disputados. Na III Divisão, a jornada quatro na série C trou-
xe a primeira vitória e os primeiros pontos da época para a Sampedrense. Venceu em Avanca por 1 a 0, no que foi um dos resultados sensação da ronda. Quanto às restantes equipas foi o descalabro. Ainda na série C, o Penalva do Castelo perdeu na deslocação ao Salgueiros 08. Uma derrota por 3 a 1. Já o Oliveira de Frades foi surpreendido em casa pelo Alba e perdeu por 1 a 0. Derrota também do Pa-
rada, em casa, frente ao Grijó, por 1 a 2. Fina lmente na série D, o Mortágua também não foi feliz e perdeu, em casa, frente ao Ginásio de Alcobaça por 3 a 2. Apesar de ainda estarmos no início de época, perder pontos em casa, não é nada positivo. As últimas temporadas mostraram que é preciso amealhar, e bem, desde o início, para evitar surpresas desagradáveis no final. GP
A equipa Montebelo Hotels & Resorts, constituída pelas duplas Carlos Tinoco-Bruno Melo e Adelino Nunes-Leonel Seixas, foi a vencedora da etapa Centro do Expresso BPI Golf Cup, disputada, no passado fimde-semana, no Montebelo Golfe, em Viseu. Com uns expressivos 84 pontos, umas das “equipas da casa” deixou a Vilda (vencedora em 2011) a 3 pontos de distância, in-
vertendo-se a classificação que ambas obtiveram na fase de qualificação, realizada na véspera, 6 de Outubro. Os jogadores da Montebelo Hotels & Resorts e da Vilda vão agora representar a Região Centro na Final Nacional da 16ª edição do Campeonato Nacional de Empresas, que se realiza nos dias 16 e 17 de Novembro, nos Açores. PR
Futebol
Rui Almeida no Castro Daire Rui Almeida é o novo treinador do Castro Daire. O ex-técnico do Oliveira de Frades está assim de regresso para assumir o comando da equipa que milita na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu. Rui Almeida sucede no cargo a Reguila, treinador que não resistiu ao mau início de época e teve assim
uma curta passagem pelo clube, onde havia chegado no início desta temporada. Saiu ao fim de três jornadas… Deixou o Castro Daire a meio da tabela, na oitava posição, com quatro pontos… ganhou um jogo, empatou outro e também perdeu um, na última jornada em Vila Nova de Paiva. GP
1ª Publicação
(Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
FUTSAL | DESPORTO 17
Jornal do Centro 12 | outubro | 2012
Taça de Portugal
ABC de Nelas apurado para a Futsal Feminino - AF Vseu II Eliminatória Candidatas
já se assumem
A Rio de Moinhos foi eliminado O ABC de Nelas foi a única das três equipas de Viseu que conseguiu vencer na I Eliminatória da Taça de Portugal, em futsal. Menos fel i zes São Martinho de Mouros e Rio de Moinhos. Perderam e ficaram pelo caminho. Nesta primeira eliminatória da Taça de Portugal, apenas para equipas que vão esta temporada jogar na III Divisão Nacional, o ABC de Nelas recebeu, e venceu, a equipa do Casal Publicidade
Velho por 5 a 0. Quanto ao São Martinho de Mouros, esta época repescado das competições distritais de Viseu para os nacionais, não aproveitou o factor casa e foi goleado pelo Pinheirense por 7 a 0, enquanto o Rio de Moinhos, campeão distrital de Viseu em título, perdeu na deslocação ao recinto do São João de Ver por 5 a 0. O sorteio da II Eliminatória é a 18 de Outubro e além do ABC de Nelas, nas bolinhas da sorte vão
também entrar os nomes do Viseu 2001 e da AJAB de Tabuaço, equipas de Viseu que vão jogar esta temporada na II Divisão Nacional. Entretanto no fim-de-semana começam as competições nacionais nas II e III Divisões de Futsal, com Viseu a ser representada por cinco equipas: Viseu 2001 e AJAB de Tabuaço, na II, e Rio de Moinhos, ABC de Nelas e São Martinho de Mouros na III.
II DIVISÃO NACIONAL FUTSAL SÉRIE A 1ª jornada Macedense
-
Viseu 2001
AJAB
-
Vale de Cambra
II DIVISÃO NACIONAL FUTSAL 1ª jornada Série B Gondomar
-
Rio Moinhos
Pinheirense
-
SM Mouros
Série C MTBA
-
ABC Nelas
A lei d a s m a i s fortes imperou na jornada inaugural do Campeon ato Di st r ita l de F u t s a l Fe m i n i n o d a A sso ci aç ão de F ute bol de Viseu. Un idos da Estação, Penedono e Carbelrio, venceram os respectivos jogos. A for m ação de São Pedro do Sul, que esta época procura chegar ao hept a , e cont i nuar a fazer história na modalidade no distri-
to, goleou no terreno do vizinho Oliveira de Frades por 6 a 0. Já o Penedono alcanç o u u m a v itór i a i m portante num recinto sempre difícil, como é a casa do Lusitano de Vildemoinhos. Triunfo robusto por 7 a 1. Ma is d i fíci l a v itó r i a do Ca rb el r io , de Sátão, que venceu em Castro Daire pela margem mínima, com um triun fo por 4 a 3 . GP
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culturas expos
Jornal do Centro
“Alguma dor cura a alma” em Viseu
No próximo dia 20, o escritor Carlos Ferreira vem à Associação Cultural e Recreativa do Rancho Folclórico do Caçador, em Viseu, apresentar a obra “Alguma dor cura a alma”. A apresentação está marcada para as 18h00. Carlos Machado é o orador convidado.
Arcas da memória
Destaque
VISEU
A minha feira de S. Francisco
∑ Forum Viseu Até dia 21 de outubro Exposição “Projectos que (ainda) não passaram do papel”, pelo Núcleo de Arquitectos da
Até dia 21 de outubro Exposição de desenho “Sem além...nem mal!”, de Chico Lucena e textos de Ricardo Bordalo.
VILA NOVA DE PAIVA ∑ Auditório Municipal Carlos Paredes Até dia 31 de outubroExposição fotográfica “Sombras entre Sonhos”, de Luís Rigueira. Até dia 31 de outubroExposição de escultura “Barro Preto da Olaria Moderna”, de António Manuel Marques.
MANGUALDE ∑ Biblioteca Municipal Até dia 31 de outubro Exposição “Zootrope”, no qual se aliam o cinema de animação e a reciclagem.
DR
Região de Viseu (NARV).
MOIMENTA DA BEIRA ∑ Galeria Municipal
A Feira de S. Francisco acontecia, e ainda acontece, uma vez no ano, aos quatro dias de Outubro, as vindimas quase feitas e as castanhas começando de cair. Feira antiga, nos termos de Caria, de Arcozelos e da Rua, termos da Beira, nascida à sombra de um Convento dedicado a S. Francisco, o Poverello, que um dia Cinema, workshops e uma exposição no programa apresentado em Viseu e Mangualde ali passara, diz a lenda, viajando a Compostela. Andava ainda longe dos dez anos a primeira vez que lá fui e eu achei que era ali o fim do mundo, de demorada que ficava tal viagem. Desse tempo não me lembro do Terreiro, o chão de ervagens em que reparo agora sempre quelápasso.Lembro-meque Aprender em Festa∑ Programa do Cine Clube ao encontro dos estudantes era ali uma encruzilhada de caminhos que, na época, deO Cine Clube de Viseu especial do projeto, é que nunca tinha introduzido a mudados, mal lembravam (CCV) volta a apresentar dedica o programa a todos exposição no programa. A os carreiros apertados dos o programa “Aprender em os níveis de ensino desde mostra experimenta novas frades do Convento que anFesta” até 31 de outubro, o 1º Ciclo ao Superior”, re- formas de conceber e ex- davam pelos povos em redor como forma de assinalar o vela Rodrigo Francisco do plorar o brinquedo ótico – nas funções de mamposteiDia Internacional do Cine- CCV. Mesmo assim, o res- Zootrope, no qual se aliam ro ou pregador. Nesse, enma de Animação (dia 28) e ponsável reconhece que as temáticas do cinema de tão, meu tempo de menino, destacar uma das suas prin- 60% dos participantes são animação e a reciclagem. havia ainda os albardeiros, a alunos do 1º Ciclo admitin- A exposição foi desenvol- rua das mulheres com o licipais áreas de atividade. Ao longo de quatro sema- do que “não é preciso tanta vida pela Escola Superior nho, o lugar marcado para nas são apresentadas ses- burocracia para tirar uma de Tecnologia e Gestão do os socos ferrados de Alvite, sões de cinema, workshops turma da sala de aula” para Instituto Politécnico de os jugos, as gamelas, os ane uma exposição, em diver- assistir a uma sessão de ci- Portalegre. cinhos, os latoeiros, cobertoRodrigo Francisco conclui res, tendas de fazenda, chita sos locais das cidades de nema de animação. O “Aprender em Fes- que “a ideia é dedicar um ou pano cru. Ciganos havia, Viseu e Mangualde. O CCV espera a partici- ta” que arrancou em 2003, mês ao cinema de anima- que eu sei, nesse eterno jeito pação de mais de 1500 pes- tem a sua segunda ativi- ção” e o conjunto das ações para a troca de burros e casoas essencialmente alu- dade deste ano, dia 15 com a apresentar “demonstram a valos de sofrível andadura. E nos, já que o programa, em- a abertura da exposição importância que representa antes ainda que fosse meiobora destinado ao público “[Re]animar” patente na para a CVV a sensibilização dia era já gostoso o cheiro em geral, está direcionado Biblioteca Municipal de de novos públicos para o ci- bom da marrã nas frigideiMangualde. A mesma re- nema e audiovisual”. para as escolas. ras. Breves toalhas de azul e “É uma qualidade e tal- presenta a novidade desbranco, aos quadrados, pão Emília Amaral e vinho sobre esconso tabuvez a característica mais te ano, já que o Cine Clube
A
Nova homenagem ao cinema de animação
roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 14h00, 16h20, 18h40, 21h30, 23h50* ParaNorman VP (M6) (Digital 3D) Sessões diárias às 14h40, 17h35, 21h10, 00h05* Selvagens (M16) (Digital) Sessões diárias às 13h30, 15h45, 18h00 Madagáscar 3 VP (M4) (Digital)
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Sessões diárias às 21h40, 00h20* Os Mercenários 2 (M12) (Digital) Sessões diárias às 21h20, 00h00* Ted (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h45, 16h10, 18h30 Brave Indomável VP (M4) (Digital) Sessões diárias às 14h30,
16h35, 19h00 Impy na terra da magia (M4) (Digital)
16h00, 18h35, 21h20, 23h55* Para Roma, com amor (M12) (Digital)
16h15, 19h10, 21h30, 00h00* Patrulha de Bairro (M12) (Digital)
Sessões diárias às 21h50, 00h30* Dredd (M16) (Digital)
Sessões diárias às 13h40, 16h20, 19h05, 21h45, 00h30* Looper - reflexo assassino (CB) (Digital)
Sessões diárias às 13h50, 16h30, 19h20, 21h50, 00h20* Arbitrage - a fraude (CB) (Digital)
Sessões diárias às 14h30, 17h25, 21h10, 00h10* Balas e Bolinhos 3 – O Último Capítulo (M16) (Digital)
Sessões diárias às 14h00, 16h10, 18h20, 21h00, 23h40** Taken - a vingança (M12) (Digital)
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Legenda: * sexta e sábado
Sessões diárias às 14h20, 17h45, 21h00, 00h10* Linhas de Wellington (M12) (Digital)
PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 13h30,
Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com
ado, almofias de batatas cozidas com a casca, apetitosas, e esse inesquecível sabor que nos ficou. Bem ao lado, ficava, que eu sabia, o casario do Convento e eu pedi ao pai que mo fosse lá mostrar. E ele levou-me a vê-lo só do alto. Que tudo era ruína lá ao pé. Ninguém andava nesse tempo, como agora ninguém anda, por ali. Nem Padre Ambrósio, o Padre Mestre, nem Libório, Celidónia, essa gente que Aquilino ainda conhecera morando por ali, no seu romance. Só muito mais tarde eu conheci as personagens dessa história. Lembro-me mais de Celidónia. Tão pequena e já enamorada, a pobre dela. Ainda agora sinto pena dela. Foi criada de servir. Soube que casou. Não sei se foi feliz. Acho que não. Passo agora, muitas vezes, estrada fora, a deslado da ruína. Vê-se a torre do Convento entre ramagem. Está mais velhaedespiram-nadossinos. Levaramaspedrasdotanque onde se encostava, a descansar, o bom do padre Ambrósio. E morreu a figueira que crescia lá ao pé. Nenhum sinal ficou da casa pobre dos Violas. Celidónia nunca mais lá quis voltar. Mas eu lembro-me dela quando vem o S. Francisco, quando a feira tem lugar ali ao pé.
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s a t é l i t e
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culturas
D Casting para filme promocional
O som e a fúria
Roberto Chichorro homenageado em Lamego Durante o fim-de-semana ∑ Exposição, apresentação de obra e concertos sobre a vida e a obra do artista
A Artista trabalhou
como desenhador de publicidade e arquitetura
Cichorro. Depois, está prev i sta u m a con fe rência sobre a vida e a obra de Roberto Cichorro, ambas as atividades realizam-se no Teatro Ribeiro Conceição - Largo Camões. No domingo, o Teatro Ribeiro Conceição - Largo Camões recebe três propostas. Exibição do documentário “Cruzeiro Seixas, Aproveitar o Acaso”, às 1 4h30. A meio da tarde, momento musical com Celina Pereira, e, às 17h00, atua o com-
positor e músico Pedro Barroso. Gastronomia, dança e artesanato moçambicano vão animar o fimde-semana. Rober to Ch ichorro nasceu em 1941 em Lourenço Ma rques. Traba l hou como de sen hador de publicidade e arquitetura, e como decorador de pav i l hões pa ra feiras internacionais em Moçambique. Fez cenografias para espetáculos e ilustrou vários livros.
Variedades
Zunzum promove “Outono Quente” para assinalar quinto aniversário A Associação cultural Zunzum vai promover o evento “Outono Quente”, de 22 a 27 de outubro, no Parque Aquilino Ribeiro. em Viseu. A iniciativa pretende reunir espetáculos de música, teatro, animação, clown, dança, cinema e variados workshops. O evento é promovido pela Zunzum em parceria com a Câmara Municipal de Viseu e junta artistas de variados grupos e associações da região e do panorama nacional Publicidade
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O Hotel Casa da Sé, em Viseu vai realizar um casting para filme promocional da cidade e da unidade hoteleira, amanhã, dia 13, das 14h00 às 18h00. procura-se uma protagonista com idade entre os 20 e os 35, com ou sem experiência no ramo.
Destaque
A Associação Douro Alliance - Eixo Urbano do Douro - apresenta no fim-de-semana, 13 e 14, “Plast&Cine, Roberto Chichorro - Vida e Obra”, em Lamego. Amanhã, a partir das 11h30, é inaugurada a exposição “Andarilho em cores de beij a - f l o r ”, n a C a s a d o Poço de Lamego. À tarde, a partir das 14h30, será apresentado o livro “Estória, Estória... do Tambor a Blimundo”, de Celina Pereira e ilustrações de Roberto
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como a ACERT, a d’Orfeu de Águeda, a Nuvem Voadora, de Vila do Conde, Osmavati, de Aveiro, B de Baile de Lisboa entre muito outros. O e ve n to c u lt u r a l “Outono Quente” surge aquando da celebração do quinto aniversário da Zunzum. Para comemorar a data, será servido um jantar, pelo Lanxeirão, no dia 23 de outubro, terçafeira, a partir das 20h00, no parque Aquilino Ribeiro. TVP
Propostas FNAC para os mais pequenos A FNAC Viseu continua a apostar em atividades para os mais novos. Assim, amanhã, dia 13, a partir das 11h30, Francelina Balteiro convida os mais pequenos a se auto– ilustrar. A aprender a representarem-se a si mesmos a partir de diversos materiais riscadores, colagens e variados supor-
tes bidimensionais, tais como papel, cartolina ou jornal. Uma atividade lúdica que aborda o reconhecimento plástico da própria criança. No domingo, a “hora do conto” acontece às 16h00. Ana Raquel Alves promove o livro e a leitura através de contos mágicos e cativantes.
5 de Outubro além de ser o dia de Portugal... Maria da Graça Canto Moniz
... é o aniversario de James Bond! A 5 de outubro de 1962, o primeiro filme de Bond, Dr. No, chegou aos cinemas. Cinco décadas e 22 filmes depois, o espião foi imortalizado como um herói lendário. No próximo dia 23 de Novembro, “SkyFall” desce dos céus até aos milhões de fãs de 007. Não e necessário ver um filme de James Bond para ficar a conhecer o 007. E um dos espiões mais famosos no mundo, e a sua presença na cultura pop global é esmagadora. A maneira como diz “Bond. James Bond”; o martini (“shaken not stirred”); as várias bond girls. As vestimentas sempre impecáveis mesmo apos explosões e violentas lutas corpo a corpo. Os carros, as armas, o aparato tecnológico sofisticadíssimo (“gadgets”); personagens frequentes como M, Q , Moneypenny. Estes elementos “bondianos” estão entranhados na cultura dos nossos tempos. Diria mesmo, “we will always have Bond”. O sucesso desta personagem sobreviveu aos diferentes atores encarregados de interpretar Bond, que mantiveram a essência da personagem ainda que tenham
dado pequenas contribuições particulares: a luta de George Lazenby, a sátira de Roger Moore, a agressividade de Timothy Dalton e a insolência de Pierce Brosnan. Pouco a pouco, os criadores da saga foram atualizando o protagonista e as histórias: atenuaram os traços machistas do seu carácter, deram um papel mais activo às personagens femininas, integraram o uso das novas tecnologias e, uma vez terminada a Guerra Fria, trocaram os inimigos comunistas por terroristas internacionais. Com Da n iel Cra ig, cuja escolha como James B ond foi mu ito criticada, a saga deu um giro de 180 graus para uma personagem mais obscura e rude, em tramas mais realistas e complicadas e filmes mais viscerais e menos glamorosos. Finalmente, este novo James Bond mais vulnerável, desencantado com sua profissão, que troca o Martini com Vodca pela cerveja, traído pela mulher que ama, causou um novo deslumbramento nos espectadores. Prova disso é que recentemente Roger Moore afirmou que Craig é o melhor 007 da história...
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em foco Festa dos anos 60 atrai mais de 700 pessoas à ExpoCenter. Viseu recebeu a 16ª edição de “Os Melhores Anos”, e a festa foi um sucesso. Mais de 700 pessoas marcaram presença no jantar dançante promovido pela Visabeira, que se realizou na ExpoCenter. O tema desta edição foi “Viseu com Gosto”. Foi desta forma que a entidade organizadora homenageou a cidade de Viriato, depois desta ter sido considerada, pela segunda vez, a melhor para se viver no país, num estudo da DECO. No mesmo sentido, e para dar a conhecer a cozinha típica da região, foi confecionado ao vivo “Rancho à Moda de Viseu”. Numa panela com dois metros de diâmetro, foram introduzidos 20 quilogramas de massa e 15 de chouriça, entre outros ingredientes. Pedro Abrunhosa foi a figura da noite e fez vibrar os convivas que responderam com palmas e muita dança. O tema “Talvez Fo...” foi o ponto-alto da noite. Pela primeira vez, o evento associou-se a uma causa solidária. A IPSS “Make a Wish”, que apoia crianças e jovens dos 3 aos 18 que sofrem de uma doença mortal, angariou mais algum dinheiro para concretizar o desejo do pequeno André. Ir ao estádio da Luz, em Lisboa.
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Pedro Abrunhosa foi a figura da noite
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Academia de Dança de Viseu celebra 17º aniversário No passado dia 5 de outubro, a Academia de Dança de Viseu festejou o 17º aniversário. Foram entregues os resultados dos exames que se realizaram durante o ano lectivo, numa festa que envolveu pais e alunos. A Academia nasceu em 1995, fundada pela bailarina e professora Giselle Brites. A escola tem vindo a desenvolver um trabalho ambicioso, incutindo na sociedade o gosto e a motivação pela dança.
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saúde e bem-estar Luta dos utentes garante mais um médico em Bodiosa A direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Dão Lafões I garantiu na terça-feira que a partir do próximo dia 25 vai começar a trabalhar mais um médico na extensão de Bodiosa, concelho de Viseu, às segundas, quartas e sextas-feiras, ficando assim servida por dois profissionais de saúde. “Por escrito ainda não tenho nada, mas recebi um telefonema do Agrupamento a confirmar isso mesmo”, garantiu o presidente da Junta de Bodiosa, António Oliveira no fecho da edição do Jornal do centro. A Solução da ACES surgiu algumas horas depois de a população ter protes-
tado junto à extensão de saúde, ao tentar “entupir” as marcações de consultas no período da manhã. À extensão de saúde estão destinados atualmente dois médicos em regime de permanência para servir três mil utentes das freguesias de Bodiosa e Ribafeita. Em abril deste ano saiu uma médica e nunca foi substituída, obrigando a profissional em permanência a consultar os seus utentes e os que estavam sem médico. Ao entrar em período de férias, os utentes viram-se sem médico na unidade de saúde, sendo encaminhados para uma das unidades de saúde familiar da cidade que fica a 10 quilómetros. EA
CENTRO KAILAS PROPÕE CURSO DE AUTOAJUDA O Centro Kailas Viseu promove, este sábado e domingo, o curso de autoajuda Jin Shin Jyutsu. Entre as 10h00 e as 16h00, nas instalações da Rua Alexandre Herculano, os participantes vão poder descobrir “a arte de viver em harmonia”, como revela a organização do encontro em comunicado. “O nosso esti lo de vida, os nossos hábitos, as nossas crenças e ansiedades geram tensões e stress que podem afetar o funcionamento adequado do organismo e da vida em geral, causando vários tipos de desconforto e disfunções”, acrescenta a nota. A informação para pa rticipa r no curso está disponível em w w w.ji n sh i njy ut su . no.sapo.pt. Os participantes devem levar roupa confortável, papel e caneta, manta ou xaile e colchão de campismo.
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SAÚDE E BEM-ESTAR 25
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Assembleia de Mortágua acusa ARS Centro pela falta de médicos A Assembleia Municipal de Mortágua (AMM) aprovou por unanimidade uma moção de protesto, da bancada do Partido Socialista, contra a falta de médicos no Centro de Saúde de Mortágua (CSM). O CSM atende cerca de 10 mil utentes segundo a moção, mais 2000 não residentes no concelho e dispõe atualmente de
NOVO BOLETIM DE SAÚDE INFANTIL RECOMENDA CONSULTA AOS CINCO ANOS Uma consulta médica recomendada aos cinco anos, data que marca o fim da idade pré-escolar, é uma das várias novidades do novo Boletim de Saúde Infantil e Juvenil, que entra em vigor no próximo ano. O boletim, segundo noticiou a agência Lusa, vai sofrer alterações no próximo ano, tendo em conta as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), recentemente aprovadas pela Direção Geral da Saúde (DGS). Uma dessas alterações é a recomendação de uma consulta aos cinco anos, uma idade que marca o fim da idade pré-escolar. Nessa altura, “importa que se faça uma avaliação a esse nível de transição e aí devem-se recomendar outras avaliações”, disse o presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), António Guerra. A mudança também vai atingir a tabela de percentis, que até agora seguia o modelo norteamericano, mas que os profissionais de saúde há muito reconheciam como desajustado. Lusa/EA
cinco médicos de família. Os autarcas adiantam que “faltam três médicos” na unidade de saúde. No documento é manifestado o “profundo desagrado e repúdio pela forma como o Centro de Saúde de Mortágua tem sido tratado, com desrespeito e profundo desprezo pelos utentes e pelos profissionais”. Durante o debate na
AMM, o presidente da Câmara, Afonso Abrantes acusou ainda a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) de “passividade, falta de diálogo” e de “tratar de forma desigual e discricionária” o centro de saúde local. “Mortágua está a ser prejud icado e n ão h á vontade política para resolver a falta de médicos.
Não me irei calar perante esta discricionariedade e abandono a que estão a votar o Centro de Saúde, onde até faltam materiais essenciais para fazer tratamentos e deixou de haver consultas de prevenção em várias áreas da saúde”, af irmou o autarca socialista, adiantando que a ARSC “não responde por escrito às questões
que lhe são colocadas”, “ nem aos ped idos de reunião solicitadas”. Segundo os dados da AMM, cada médico do CSM tem mais de 1900 utentes quando a lei indica um limite de 1500, existindo ainda 616 pessoas sem médico de fam í l i a . “ Só t rês méd icos atendem 66% dos utentes que têm médico de família”, revela a
moção. A direção da ARSC respondeu através do gabinete de assessoria “não querer comentar o assunto na praça pública”. Os deputados do PS eleitos pelo circulo de Viseu também questionaram o ministro da Saúde sobre esta matéria, através de requerimento entregue na Assembleia da República. EA
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26 CLASSIFICADOS
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INSTITUCIONAIS / DIVERSOS Natália Teixeira Garcia Agente de Execução
Processo: 232/06.8TBVZL
EDITAL DE VENDA 1ª Publicação
2ª Publicação
Afixado em ..…/…../….. A Agente de Execução,
1ª Publicação
N/Referência: PE/292/2006 Data: 09/10/2012
Exequente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Lafões, Crl. Executados: Zulmira Guimarães Pereira Gashi e outros
Processo n.º 232/06.8TBVZL Tribunal Judicial de Vouzela – Secção Única FAZ SE SABER que, nos autos acima identificados, encontra se designado o dia 19 de Novembro de 2012, pelas 14:30 horas no Tribunal Judicial da Comarca de Vouzela para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento na secretaria, pelos interessados na compra dos seguintes bens: Verbas Verba n.º 1 – Prédio rústico, constituído por terreno de cultura, com 1020 m2, sito no Lugar de Caria, freguesia de São Miguel do Mato e concelho de Vouzela, inscrito na matriz sob o artigo n.º 1773 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Vouzela sob o n.º 1463/20070713. Valor Base: 10.000,00 euros. Verba n.º 2 – Prédio rústico, constituído por terreno de cultura e oliveiras, com 290 m2, sito no Lugar de Caria, freguesia de São Miguel do Mato e concelho de Vouzela, inscrito na matriz sob o artigo n.º 1739, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Vouzela sob o n.º 70/19851218. Valor Base: 5.000,00 euros. Os bens pertencem a Marília Marques Guimarães, residente no Lugar de Caria, freguesia de São Miguel do Mato e concelho de Vouzela. Serão aceites as propostas de melhor preço acima de 70% do valor base. Não se encontra pendente oposição à execução. Não foram reclamados créditos. É fiel depositária, que os deve mostrar a pedido, a executada Marília Marques Guimarães, residente no Lugar de Caria, freguesia de São Miguel do Mato e concelho de Vouzela. Albergaria a Velha, 09 de Outubro de 2012 A Agente de Execução, (Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
(Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
(Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
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NECROLOGIA
Colina verde perto do IPV
Ana Ferreira Martins, 94 anos, viúva. Natural e residente em Pepim, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 7 de outubro, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Pepim.
350€ T. 968 824 790
Maria de Lurdes Duarte de Almeida, 84 anos, casada. Natural de Reriz e residente em Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 9 de outubro, pelas 17.15 horas, para o cemitério de Castro Daire.
2ª Publicação
Ag. Fun. Amadeu Andrade & Filhos, Lda. Castro Daire Tel. 232 382 238 João Afonso Rodrigues, 89 anos, casado. Natural de Ovadas, Resende e residente em Sobrado, Parada de Ester. O funeral realizou-se no dia 29 de setembro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Sobrado. Maria Augusta Gomes Pedro, 79 anos, casada. Natural de Cabril, Castro Daire e residente no Lar Partilhar Amizade, Aguiar da Beira. O funeral realizou-se no dia 2 de outubro, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Cabril. Agência Morgado Castro Daire Tel. 232 107 358 (Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
Maria Luísa de Jesus Vasconcelos, 90 anos, viúva. Natural de Viseu e residente em São João de Lourosa. O funeral realizou-se no dia 4 de setembro, pelas 15.30 horas, para o cemitério velho de Viseu. Agência Funerária Abílio Viseu Tel. 232 437 542 Eduardo de Oliveira Durão, 72 anos, casado. Natural de Abraveses e residente em Monte Salvado, Viseu. O funeral realizou-se no dia 7 de outubro, pelas 16.30 horas, para o cemitério velho de Abraveses.
1ª Publicação
Luciano da Cunha Nogueira, 84 anos, casado. Natural de Santos Evos e residente em Mundão. O funeral realizou-se no dia 8 de outubro, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Santos Evos. Belarmino Chaves, 90 anos, casado. Natural de Cortiçada, Aguiar da Beira e residente em Marzovelos, Viseu. O funeral realizou-se no dia 10 de outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério velho de Viseu. (Jornal do Centro - N.º 552 de 12.10.2012)
Ag. Fun. Decorativa Viseense, Lda. Viseu Tel. 232 423 131
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clubedoleitor
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Jornal do Centro - Clube do Leitor, Rua Santa Isabel, Lote 3, R/C, EP, 3500-680 Repeses, Viseu. Ou então use o email: redacao@jornaldocentro.pt As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta seção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.
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Distribuído com o Expresso. Venda interdita.
DIRECTOR
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UM JORNAL COMPLETO
Paulo Neto
Semanário 14 a 20 de Outubro de 2011 Sexta-feira Ano 10
N.º 500 1,00 Euro
SEMANÁRIO DA
REGIÃO DE VISEU
· www.jornaldocentro.pt | Repeses - Viseu · redaccao@jornaldocentro.pt · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP - 3500-680 | Telefone: 232 437 461 · Fax: 232 431 225
O panorama cultural do distrito
As más práticas, por mais que se insista, parecem gravadas no mais profundo inconsciente de alguns condutores que agem como verdadeiros vândalos. Havendo locais de estacionamento vazios ao lado, que motivação poderá levar os “topos de gama” a estacionar em cima de um relvado público? Mania das grandezas ou nítida sensação de total impunidade? (Parque de estacionamento da Quinta do Bosque) Paulo Neto
pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 12 > REGIÃO pág. 18 > EDUCAÇÃO pág. 20 > ECONOMIA pág. 21 > SUPLEMENTO pág. 27 > PASSEIO DE OUTUNO pág. 30 > DESPORTO pág. 33 > CULTURA pág. 35 > EM FOCO pág. 36 > SAÚDE pág. 39 > CLASSIFICADOS pág. 42 > NECROLOGIA pág. 43 > CLUBE DO LEITOR
∑ O Jornal do Centro na sua 500ª edição quis ouvir os interventores culturais... | páginas 6 a 11
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Nuno André Ferreira
EDIÇÃO 500 14 DE OUTUBRO DE 2011
é que ele ∑ “A ideia que devemos ter relativamente ao distrito país...” do é hoje um dos itinerários culturais mais importantes José Rui, ACERT.
∑ Feira dos Santos regressa ao centro de Mangualde ∑ Temperaturas elevadas alteram época crítica de incêndios
∑ Mangualde dá formação a diretores de turma ∑ Viseu declara insolventes 81 empresas ∑ Mortágua é o espelho de água da região ∑ “O distrito está recheado de atividades culturais...” (Carlos Silva)
∑ Comissão “intensifica” protestos (Contra as portagens) O JORNAL DO CENTRO ERROU
Paulo Neto
Por lapso, o Jornal do Centro escreveu, na edição 550, a 28 de setembro, que o aniversário do Restaurante Santa Luzia já se tinha realizado, quando na realidade, a data correta foi a 1 de outubro. Na comemoração dos 34 anos, no dia 2, o restaurante ofereceu aos seus clientes, bolo e champagne. Publicidade
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(13) out ubro : concerto
Bela Nafa Guiné-Bissau A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR
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tempo
JORNAL DO CENTRO 12 | OUTUBRO | 2012
Hoje, dia 12 de outubro, céu limpo. Temperatura máxima de 18 e mínima de 9ºC. Amanhã, 13 de outubro, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 7ºC. Domingo, 14 de outubro, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 19ºC e mínima de 7ºC. Segunda, 15 de outubro, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 7ºC.
Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal
∑agenda
Olho de Gato
Sexta, 12
Jardins Efémeros
Viseu ∑ Entrega dos prémios nacionais e regionais do 9º concurso Poliempreende, às 14h30, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu.
∑ Ação de sensibilização “Nós os Riscos”, no ãmbito das comemorações do Dia Internacional para a Redução das Catástrofes, às 10h00, na Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva. ∑ Reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Viseu, às 17h00, para discutir e votar a proposta de reorganização territorial das freguesias que vai ser enviada à Assembleia da República.
Segunda, 15 Viseu ∑ Às 21h00 no pequeno auditório do IPV. Apresentação publica: “Grupo de Análise e Reflexão Novos Desafios para Viseu”, com Pedro Baila Antunes e João Inês Vaz.
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Joaquim Alexandre Rodrigues joaquim.alexandre.rodrigues@netvisao.pt
Paulo Neto
∑ Buzinão contra as portagens na A25, A24 e A23, com partida da Avenida da Europa, às 18h00.
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A Aquilino Ribeiro Machado na biblioteca de Sernancelhe
Faleceu Aquilino Ribeiro Machado Em Lisboa ∑ Aos 82 anos de idade No passado dia 7 de Outubro, em Lisboa, faleceu Aquilino Ribeiro Machado. Filho do escritor do Carregal, Sernancelhe, Aquilino Ribeiro e de Gerónima Dantas Machado, cujo pai foi o presidente da Iª República, Bernardino Machado, nasceu em Bayonne, a 6 de Abril de 1930, no decurso do terceiro exílio vivido em terras gaulesas pelo escritor. Engenheiro de profissão, político de coração, foi um dos proeminentes nomes do Partido Socialista português,
“compagnon de route” de Mário Soares, desempenhou o cargo de 60º presidente da autarquia lisbonense e, depois, de vereador, com Nuno Abecassis. Indefetível divulgador da obra de seu pai esteve sempre presente nas iniciativas implementadas pela Câmara de Sernancelhe e seus autarcas, que muito esti m ava . Colaborador de colóquios, da Revista Literá ria AQUILINO, do CEAR e de todos quantos erguiam letra talhada à obra do Escritor,
era portador da memória vívida de seu pai, que em tantas tertúlias partilhou connosco, a seu modo crítico, interventivo, erudito e sempre solidário. Com ele extingue-se uma geração de grande cidadania, cultura e participação cívica. O Jornal do Centro endereça à viúva, Senhora Dona Alexandra Machado Ribeiro e a seus filhos, Mariana, Mónica, Aquilino e Sofia o seu sentido voto de pesar. Paulo Neto
1. Em Julho, Viseu viveu os Jardins Efémeros. Foram seis dias e seis noites em que a cidade gostou de se rever no seu centro histórico. Na Praça D. Duarte, na Praça da Erva, na Casa do Tempo, na Garagem da Maria Xica, em vários sítios, filmes, músicas, instalações, teatro, gastronomia, debates, distracções, gente a acorrer, gente a conviver, gente “há-tantos-anos-que-não-te-viapá-dá-cá-um-abraço!”, gente de todas as idades, gente de todos os escalões de IRS, gente de todas as universidades da vida. Foram seis dias e seis noites com uma ecologia humana amável, tolerante, civilizada. Viseu, cidade linda, é ainda mais linda com estes “sinais exteriores de riqueza cultural.” É claro que tudo isto não aconteceu por acaso: aqueles seis dias e seis noites significaram muito trabalho de preparação, muita capacidade de resolução de problemas, de criação, de frugalidade, de mobilização. A “alma” dos Jardins Efémeros foi e é a Sandra Oliveira. E o método da Sandra Oliveira é aquilo que Richard Sennett chama “espírito artesanal” e que designa “o desejo de fazer uma coisa bem feita simplesmente pelo prazer ou pelo facto de a fazer bem.” Infelizmente, na última assembleia municipal, o mau hálito da partidarite foi incapaz de consensualizar um louvor aos Jardins Efémeros. Isso, que é espuma politiqueira, não faça a cidade perder o foco. E o foco é fazer dos Jardins Efémeros uma tradição do nosso viver colectivo. Venha a edição de 2013. 2. O draculismo fiscal do dr. Gaspar decidiu aplicar à classe média uma sobretaxa de 4% no IRS. Ora, como é sabido, todos os presidentes da câmara em geral e o dr. Ruas em particular têm a possibilidade legal de aliviar até 5% o IRS do seu concelho. O dr. Ruas vai preferir ficar ao lado do dr. Gaspar ou ao lado dos viseenses?
Expo-Oportunidades aposta no empreendedorismo Está a decorrer até amanhã a 6º edição da ExpoOportunidades, no Pavilhão Multiusos em Viseu. O tema deste ano prende-se com as questões relacionadas com o emprego, a empregabilidade, o empreendedorismo e a partilha de oportunidades de negócio, experiências e competências. Amanhã recebe o Franchise Roadshow, um encontro onde várias mar-
cas franchisadas procuram potenciais parceiros e interessados em criar o seu próprio negócio, ou emprego, na região de Viseu. Uma iniciativa do Instituto de Informação em Franchising (IIF) que conta com a parceria do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e visa “impulsionar o empreendedorismo regional, em articulação com instituições nacio-
nais e locais e a criação de emprego”, explicou Marta Rodrigues, directora do Centro de Emprego de Viseu. A iniciativa decorre entre as 10h00 e as 18h00, no Multiusos e a inscrição é gratuita. Os dois primeiros dias do evento estiveram reservados para workshops e palestras relacionadas com o empreendedorismo, inovação e criação de empresas. MC