Jornal do Centro - Ed570

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Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

págs. 11 e 13

UM JORNAL COMPLETO

DIRETOR

Paulo Neto

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA

Semanário 14 a 20 de fevereiro de 2013

pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO pág. 15 > EDUCAÇÃO

Ano 11 N.º 570 1 Euro

pág. 20 > DESPORTO pág. 22 > EM FOCO pág. 24 > CULTURA

Sugestões para o dia de S. Valentim

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Walter Branco

| Telefone: 232 437 461

pág. 29 > CLASSIFICADOS

REGIÃO DE VISEU

pág. 31 > CLUBE DO LEITOR

Avenida Alber to S ampaio, 130 - 3510 - 028 V iseu ·

novo p

SEMANÁRIO DA

pág. 26 > SAÚDE

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pág. 16 > ECONOMIA

Novo acordo ortográfico

redacao@jornaldocentro.pt

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“A nossa meta é colocar Portugal entre os dez países da UE com mais baixos índices de sinistralidade” ∑ Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, em entrevista exclusiva ao Jornal do Centro | págs. 8 e 9


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Jornal do Centro 14 | fevereiro | 2013

praçapública rNeste momento, a rHoje o interior do rNão podemos ver rAs pessoas têm a

palavras

deles Editorial

Paulo Neto Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt

Opinião

Maria do Céu Sobral Geóloga mariasobral@gmail.com

máscara de Lazarim, uma peça de artesanato riquíssima, já é conhecida em todo o mundo, desde o Brasil, ao Japão e à Nova Zelândia”

país não o é tanto quanto se possa pensar. Estamos a cerca de 30 kms da autoestrada, da A25 que faz a ligação à Europa.

uma organização de produtores somente focada num concelho. (...) Quando estamos a falar de uma encomenda estamos a falar de toneladas (de mirtilo)”

ideia de que voar é só para quem tem muito dinheiro e isso não é verdade”

Francisco Lopes

Carlos Silva

José Paulo Dias

Dominique Ramos

Presidente da Câmara de Lamego, em entrevista ao Jornal do Centro

Vice-presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe em entrevista ao Jornal do Centro

Diretor regional adjunto da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro, em entrevista ao Jornal do Centro

Diretor do Aeroclube de Viseu, em entrevista ao Jornal do Centro

Candidatar o “projecto” E nós a julgarmos que o PS seria o objecto da controvérsia na escolha do candidato para Viseu… E que no CDS seriam “favas contadas” com a omnipresença omnipotente de Hélder Amaral… E que no PSD, os sapientíssimos estrategas teriam tudo controlado e a rolar em esferas… Nada é o que parece. Nada parece o que é! Junqueiro lançou a concelhia local ao tapete por KO técnico. Hélder recua e avança. É uma maré, este deputado… Já perspectivou meia dúzia de cenários num ângulo de amplitude generosa. Agora está com José Cesário. Mas… O PSD a r ra nca com A mé rico Nunes, passa a Almeida Henriques e deixa a bola em Mota Faria que ainda não calçou as chuteiras. Almeida Henriques foi “zagalotado” por excesso de consis-

tência. Américo Nunes foi-o por falta dela. Mota Faria espera cansá-los a todos para dar o peito à missão… Porém, o cenário estremece com a chegada de José Cesário, surgido de “trólei” pronto, algures da Indonésia (ou terá sido Venezuela?), sujeito a sacrificarse, já não pela “diáspora lusitana” mas sim pelo pátrio quinhão onde entorgou raízes. E vão quatro. Hélder escrevia há dias na sua “social page” que andam todos preocupados com os candidatos quando deviam era preocupar-se com “o projecto”. Gostei e pus um “like”. Ó amigo Hélder, candidate lá então “o projecto”! Mas (é uma chatice esta conjunção adversativa…) o mais básico raciocínio põe-nos de acordo com a teoria, mas deixa-nos uma dúvida na prática: se pode haver candidato sem projecto, não pode existir projecto sem candidato. “Enganarei-me?

Enganarou-se!” E contudo, o PSD, na sua vivificante pujança ainda não esgotou os seus candidatos. E se calhar os menos – para já – falados serão os mais votados… Sobre sondagens ao eleitorado também o mexerico não pára quêdo. Que o PSD fez uma secretíssima sondagem cujo resultado teria sido tão desastroso, dando a vitória folgada a Junqueiro versus Américo, que ninguém a apadrinhou, ficando a dita bastarda. Uns negam. Outros juram que sim. Pronto, ganha o Nim! Que o PS tem uma sondagem no terreno, mais abrangente e considerando outros opositores ninguém enjeita. Quando teremos os resultados? Do CDS nada se sabe, mas ganha decerto “o projecto”! Ruas anda amargurado e numa recente entrevista a um periódico

nacional fala no “cartão vermelho” que lhe terá sido mostrado. Deve ter sido tamanha a falta para determinar tal expulsão… E quem terá sido o árbitro? Desta salsada toda uma realidade se salienta: capelinhas de clientelas partidárias e total ausência de uma visão para o desenvolvimento e relançamento de Viseu. “O projecto”… Cadê’le? Enquanto a degladiação se perpetua em minuetes de salão rócócó, o JC traz aos seus estimados leitores uma interessante entrevista exclusiva de um “peso-pesado” nacional, Miguel Macedo, ministro da Administração Interna; outra com Francisco Lopes, o imparável autarca de Lamego e apresenta uma “abertura” com um produto endógeno de sucesso: o mirtilo. Ufa! Ainda há esperança…

É Carnaval, ninguém leva a mal! Para quem pensa que o Carnaval nasceu no Brasil, talvez seja um choque ficar a saber que ele foi introduzido pelos portugueses, provavelmente no Séc. XVI com o nome de Entrudo, como forma de brincadeira e folia que antecedia o período contido da Quaresma. Em Portugal ele evoluiu ao longo dos tempos agarrado à tradição cultural do local e das suas gentes, manifestandose ainda hoje como caretos, marafonas, queimas da sogra, dança de cus, desfiles de máscaras; mostrando fortes influências célticas. No Brasil ele evoluiu para aquilo que todos conhecemos, uma folia generalizada de um país que é ritmado ao som do samba, uma imagem de marca à escala global e aposta turística com

enorme relevância na economia. Misturar os dois é como tentar misturar água e azeite, não combinam. Cada um tem o seu papel e características únicas, mas entendo que seja tentador misturá-los. Milhares de pessoas movimentam-se todos os anos no nosso país para assistir a desfiles de escolas de samba, alguns deles são bastante mediáticos e têm directos televisivos, mas não são minimamente representativos da nossa riqueza cultural carnavalesca. Raparigas em trajes minúsculos, a tilintar de frio e a tentar sambar, parece uma fraca homenagem ao original e um desrespeito pelo nosso tradicional. Ainda bem que a crise nos livrou dos Reis e Rainhas de carnaval, estrelas das novelas

brasileiras que inundavam os desfiles de norte a sul do país, mostrando que além da vontade, o ritmo e o calor eram características que faziam a diferença. Ao misturarmos duas coisas que não conseguem brilhar no espaço uma da outra, o resultado é por vezes deselegante e sujeito a comparações injustas. Não podemos esperar que o sol brilhe intensa e calorosamente no nosso inverno, que permita que as meninas dos fatos minúsculos sambem efusivamente banhadas em suor; mas gostava que se continuasse a ver mascaréus, foliões com as roupas dos pais ou avós, normalmente em camadas, com traseiros e seios avantajados com rolos de meias, disfarce de corpo inteiro que ocultava a identidade

e lhes permitia fazer todo o tipo de tropelias. O carnaval do Brasil é um espectáculo grandioso, de uma beleza e dimensão admiráveis, mas…no Brasil! Em Portugal vende-se Brasil sob pena de nos perdermos, de perder o nosso verdadeiro Carnaval, e de perder a oportunidade de ter um destino marcado pela diferença. A cultura, mesmo que brejeira, folclórica ou vulgar, é identitária de uma população e unitária para os seus membros, não devendo por isso ser trocada por uma que não lhe pertence. No Brasil o carnaval são três dias e a vida são dois, em Portugal a vida também são dois dias, mas o carnaval só já é um dia, porque a contenção não permite ponte.


OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 3

Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

números

estrelas

10.000

O Hospital de Proximidade de Lamego, que entrou em funcionamento esta semana, tem capacidade para realizar cerca de 10 mil cirurgias por ano nos três blocos operatórios.

Hospital de Proximidade de Lamego

A obra iniciada em 2009 e que passou por tanta vicissitude abriu as suas portas no dia 11 de fevereiro, tornando-se uma mais valia de saúde para todos os utentes da região.

Importa-se de responder?

Depois da vitória frente ao Benfica B, a formação orientada por Vítor Paneira, está mais próxima do sonho da subida.

O dia de São Valentim não tem grande lógica para os casais, visto que, para quem namora, o dia de São Valentim, deveria ser todos os dias. Não precisamos de uma data comemorativa e tão específica para ir jantar fora, oferecer presentes, dar beijos, escrever cartas e postais. Basicamente este dia é como o Natal: é, e deveria ser, quando o homem quiser! Todos os dias são bem passados com o meu namorado, e o dia 14 de fevereiro é só mais um.

Joana Simões

Rafaela Saraiva

Estudante

Estudante

É um dia como os outros, não faço nada de diferente.

Infelizmente o meu namorado está longe e não vamos estar juntos. Mas, é um dia como os outros, afinal de contas o amor “comemora-se” todo o ano.

Miguel Melo

Sara Garcia

Segurança

Estudante

David Santiago

Numa altura em que os produtores de Mirtilos da região de Lafões não dispõem de qualquer estrutura para o escoamento do produto, a ADRL deu o pontapé de saída com o encontro de sábado em Vouzela que juntou centenas de interessados.

Como vai festejar o Dia de São Valentim? Não ligo muito a esta festa comercial, mas costumo ir jantar fora com o meu namorado.

Opinião

ADRL - Associação de Desenvolvimento Rural de Lafões

Clube Desportivo de Tondela

Desconfianças Já todos teremos reflectido sobre a mudança ou crise de valores. Vivemos numa sociedade da qual nos sentimos cada vez mais afastados. Culpar somente as elites políticas seria redutor além de populista. Julgar que se trata de um percurso inexorável porque tais transformações, propiciadas pelo globalismo digital, são inevitáveis será, no mínimo, irresponsável. Pensar que tamanhas mudanças poderão ser simplesmente explicadas pela cambiante geracional será uma imbecilidade. Não sendo eu sociólogo, gostaria de reflectir um pouco sobre a crise de valores que nos faz viver como vivemos. Recentemente o professor Adriano Moreira revelava, na Antena 1, aquele

que considera ser o valor mais escasso nos dias que correm – “a confiança”. Um estudo com mais de um ano revelava que os níveis de confiança dos portugueses entre si, era inferior quando comparado com países como Espanha ou França e marcadamente menor comparativamente, por exemplo, com os países nórdicos. Se a causa de tal desconfiança não poderá ser atribuída exclusivamente aos nossos políticos e ainda menos ao fenómeno globalista, poderá ser explicada pelas assimetrias sociais, num dos países mais desiguais da União Europeia, e pela total descrença num sistema de justiça, que é visto pela maioria como um garante da injustiça em fa-

vor dos mais poderosos. No discurso, aquando da abertura do ano judicial, Noronha do Nascimento sustentou que a crise actual “leva a caminhos fáceis que passam por esmagar os débeis e moribundos e a negociar a salvação dos príncipes”. Não discordo desta afirmação, mas ouso alertar o ainda presidente do Supremo Tribunal de Justiça para o papel desta na “salvação dos príncipes”. Estudos mais recentes revelam que apenas 25% dos portugueses confia na nossa democracia. Conclui-se que este não pode ser considerado um mal dos nossos tempos, pelo que deve ser combatido. A regeneração da sociedade passará seguramente por diferentes [boas]

prácticas no que à governação diz respeito (o oposto de exemplos como o de Relvas ou Franquelim Alves), mas deverá passar também por aquilo a que o antigo banqueiro espanhol, condenado a 20 anos de prisão nos anos 90, Mario Conde, designou como “transcendência de humanidade”. A confiança é o principal elo de ligação entre os vários elementos de uma sociedade por definição heterogénea. Sem confiança cada uma das diferenças que nos distinguem tem um efeito exponencialmente desagregador. Uma sociedade em que as pessoas se olham sempre por cima do ombro é uma sociedade fatalmente condenada.


4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO

Jornal do Centro

Opinião

Desvio colossal na execução da receita fiscal 2012

Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt

Redação (redaccao@jornaldocentro.pt)

Emília Amaral, C.P. n.º 3955 emilia.amaral@jornaldocentro.pt

Micaela Costa, (estagiária) micaela.costa@jornaldocentro.pt

Tiago Virgílio Pereira, C.P. n.º 9596 tiago.virgilio@jornaldocentro.pt

Jorge Loureiro Presidente da AHRESP – Viseu

Departamento Comercial comercial@jornaldocentro.pt

Diretora: Catarina Fonte

14 | fevereiro | 2013

A Unidade de Acompanhamento à Execução do Orçamento da Assembleia da Republica, já vê “dificuldade acrescida” no cumprimento da meta para a receita fiscal de 2013. A UTAO refere no seu documento que as receitas fiscais em 2012 ficaram muito abaixo do que aquilo que o Governo estimava na sua proposta de Orçamento do Estado para este ano, algo que deverá com grande probabilidade afectar as projecções

de captação de impostos nomeadamente em sede de IVA, realizadas para 2013. A Unidade de Acompanhamento alerta que a projecção feita pelo Governo para a receita fiscal de 2013 tem como ponto de partida a cobrança estimada no passado mês de Outubro para a totalidade de 2012, que acabou por não se concretizar. Este desvio poderá, por efeito de arrastamento, implicar uma dificuldade

acrescida na obtenção de receita no corrente ano, uma vez que aquela estimativa sobreavaliada terá servido de base à projecção da receita fiscal de 2013. Refere igualmente que a receita líquida do IVA ficou aquém da estimativa para 2012, tendo inclusivamente ficado abaixo da receita obtida em 2011. Isto apesar de, desde o mês de Fevereiro de 2012, a receita do IVA beneficiar do pleno efeito da

acontecimento. Fala-se com pudor de coisas que nos incomodam socialmente – especialmente porque sabemos que vamos incomodar as outras pessoas. As élites que nos têm vindo a governar não têm essa auto-regulação activada. Elas não podiam sentir vergonha das suas atitudes mas sabiam que estas iriam incomodar alguém, mormente o eleitorado. Assim, geriam os seus erros com pudor o que, naturalmente,

condicionava a transparência da acção política. Revelar algo que pudesse incomodar o eleitorado rapidamente se tornava um escândalo. Ainda sou do tempo dos escândalos políticos. Mas apenas nos filmes e na literatura. Os escândalos reais são fait-divers de outros escândalos. É claro que os escândalos já não são o que eram. Antes, também não tinham assim grande impacto. Uma outra de-

catarina.fonte@jornaldocentro.pt

Ana Paula Duarte ana.duarte@jornaldocentro.pt

Departamento Gráfico

Opinião

Marcos Rebelo

Da vergonha

marcos.rebelo@jornaldocentro.pt

Serviços Administrativos Sabina Figueiredo sabina.figueiredo@jornaldocentro.pt

Impressão GRAFEDISPORT Impressão e Artes Gráficas, SA

Distribuição Vasp

Sílvia Vermelho Politóloga

Tiragem média 6.000 exemplares por edição

A vergonha é um sentimento de autopunição. Envergonharmo-nos de qualquer acto nosso é punirmo-nos, é ter consciência de que fizemos algo errado ou embaraçoso, algo que colocou em causa a forma correcta de ser e de estar. É uma espécie de auto-regulação. Pudor, por outro lado, diz muito mais respeito à forma como essa vergonha é tratada socialmente. Pretende influenciar uma posição externa face a um

Sede e Redação Avenida Alberto Sampaio, 130 3510-028 Viseu Apartado 163 Telefone 232 437 461

Opinião

E-mail

O Candidato, Mandatos, Ruísmo

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Internet www.jornaldocentro.pt

Propriedade O Centro–Produção e Edição de Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91 Título registado na ERC sob o nº 124 008 SHI SGPS SA

Gerência Pedro Santiago

Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.

Semanário Sai à quinta-feira Membro de:

1. O meu candidato: Um homem precisa de heróis, são eles que nos permitem acreditar que algum tipo de ordem prevalecerá sobre o caos institucionalizado. Em 1994, já nenhum dos meus heróis fazia parte do mundo dos vivos. Entrar na adolescência sobre os escombros dos epitáfios de figuras motivadoras é garantir que chegaremos à vida adulta com um pé atrás em relação à capacidade redentora da sociedade. Em termos políticos, nunca tive heróis contemporâneos. Era novo demais para o cavaquismo, adolescente demais para o guterrismo, não passar de um longo bocejo; não puxei do lenço branco quando Barroso foi para a velha Europa e, em abono da verdade, sempre preferi Xenofonte a Sócrates. Serve esta introdução para reforçar a ideia de que, tal como a grande maioria

Opinião

Associação Portuguesa de Imprensa

João Cotta União Portuguesa da Imprensa Regional

Presidente da AIRV

do povo, nunca embarquei em grandes manifestações de júbilo pré ou pós eleitoral. No decurso dos anos o homem comum perdeu a fé na política. No início deste século, Barack Obama veio restabelecer algum do encanto perdido, mas quem vos escreve é, no máximo, um obamista moderado. Sendo uma criatura que se revê no modo de vida europeu, não embarco em messianismos norte-americanos. Se há algum político, ainda com a capacidade de respirar, que me capta a atenção é um autarca. Não meus caros, não é o bom e velho Dr. Ruas, mas sim o mayor de Londres Boris Johnson. O que tem de atractivo esta figura politicamente incorrecta? Qualquer político que defende que a U.E faria melhor em promover o ensino do latim em vez de apostar na política agrícola comum, mere-

ce todo o meu respeito. Resumindo, Boris é quase tudo aquilo que eu espero encontrar no futuro autarca de Viseu. Johnson é um político com um background cultural acima da média -Tory, formado em Oxford, ex-editor da The Spectactor e ex-ministro sombra para as artes e educação-, com ideias arrumadas e prosa irrepreensível, é capaz de defender com agudeza de espírito aquilo em que acredita mesmo contra a opinião generalizada, sendo acima de tudo uma pessoa que vive e ama a cidade da sua vida. Em 2011, Johnson lançou uma obra dedicada à sua Londres: “Johnson´s life of London”. Esta obra, um conjunto de pequenas biografias, é a celebração do génio de grandes personagens londrinas que contribuíram para construir a cidade e o mundo. Em Boris, a ideia de Pólis, assenta na

Políticas autárquicas 2013 e as empresas Segundo dados de 2011 o PIB p or h a bit a n te d a r e g i ã o D ã o Lafões é de 11 . 400 euros (Portugal 16.100 euros; Região Centro 13.400 euros). A nossa região tem 25.000 empresas, das quais apenas 1,5% são exportadoras. Mais de 95% das nossas empresas regionais têm menos de 10 trabalhadores. A região de Dão Lafões representa 2% do PIB na-

cional (Baixo Vouga 3,4%; Baixo Mondego 3,2%). Apenas 7% das empresas são industriais. Apenas 11,2% da nossa população residente acima dos 15 anos tem o ensino superior, em comparação com 13,8% da média nacional. O que é que isto quer dizer? Q ue temos pouca s empresa s , pouca indústria, que as nossas empresas não têm dimensão para

a exportação, que pesamos muito pouco no PIB nacional. Que pela sua dimensão e pela qualificação dos seus trabalhadores as nossas empresas são pouco inovadoras e com um baixo nível de gestão. Isto retrata a necessidade de políticas autárquicas de atração de investimento reprodutivo, que permitam mudar a situação. A nossa região tem de mudar, atrair


OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 5

Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

medida de aumento das taxas do IVA da eletricidade e do gás natural que ocorreu no quarto trimestre de 2011 e, posteriormente, da medida de racionalização da estrutura das taxas do IVA prevista no OE/2012, onde se incluiu o aumento da taxa de IVA de 13% para 23% nos serviços de restauração e bebidas. A receita global do IVA registou uma diminuição homóloga de 2,0% face ao ano anterior, em resultado da forte quebra do consumo privado e das importações.

Os dados constantes, são retirados da Direcção- Geral do Orçamento (DGO), pelo que não há alteração nos

dados apresentados anteriormente. Este cenário, só vem provar a oportunidade e a urgência em constituir o

grupo de trabalho interministerial para avaliar e rever o regime f iscal de todo o sector do Turismo. Lembro que este grupo de trabalho aprovado na lei do orçamento para 2013, resultou do intenso dialogo entre a AHR ESP e o Governo, em particular o Gabinete do Primeiro Ministro.

missão, uma ou outra comissão de inquérito. Nesse aspecto, pouco piorámos. Mas no que se nota uma grandessíssima diferença é mesmo no despudor com que os antigamente-escândalos-agora-factos-da-vida são tratados. Tenho para mim que foi Sócrates que trouxe esta nova corrente para Portugal. Não me lembro de, antes dele, alguém ter aguentado mandato e meio com tanta coisa a cair-lhe em cima. Nele e no seu governo.

Freeport, Independente, prédios na Covilhã etc. Sócrates não tinha vergonha de se expressar mal noutra língua estrangeira nem tinha vergonha de carregar a cruz do Freeport ou da Independente. Essa falta de vergonha, que só tem par na de Miguel Relvas, pode explicar o despudor instalado que fizeram os escândalos deixar de o ser. Mas que importa que falem? Não há necessidade de ocultar mais, de pedir desculpa, de disfarçar, de colocar pó-de-talco no moribundo.

O que se seguiu a Sócrates é, sem dúvida, o descalabro. Se Sócrates conseguiu, também o consegue Relvas, também o consegue Passos, também o consegue a corja do BPN. Consegue toda a gente porque os semvergonha conseguiram inutilizar o antigo dissuasor das suas práticas: o pudor. Ao considerar a política uma coisa suja, um conjunto de práticas de compadrio, a casa dos horrores da corrupção, o povo normalizou as atitudes destas élites. Que é

como quem diz, os desenvergonhados conquistaram definitivamente a praça pública porque esta foi desprezada por quem a devia guardar. A política não é coisa suja e a política não é corrupção. Este equívoco é o maior do início do século XXI em Portugal. As pessoas afastaram-se da política por algo que ela não é e deixaram que esta fosse tomada de assalto por quem não a cumpre. O alheamento da política é uma alienação da nossa Humanidade. Bichos seremos, pois.

necessidade da urbe ser um sítio óptimo para viver. Reconhece a importância de envolver a comunidade e do mecenato, cabendo ao estado/autarquia garantir que investimento público é reprodutivo – apostando na construção de vias de acesso, com especial incidência na conectividade via caminhos ferroviários e restantes infra-estruturas de apoio adequadas à nova economia-, a cidade deve ter o empreendedorismo suficiente para acolher, reinventar e exportar ideias. O elemento nuclear para a vida urbana passa por mais e melhor educação -ensino superior de qualidade-, cuidados de saúde, variada oferta cultural, aposta em espaços verdes e ambiente, criação de emprego e elevados índices

de competitividade. Segundo Boris, o factor que transforma uma cidade num local de excelência é a pura competição, o reactor nuclear para uma vida urbana efervescente é a capacidade de atrair para o mesmo local pessoas talentosas em competição directa, só assim surge o “génio”. Em Viseu, faltam políticos que adoptem esta dimensão para tirar o municipalismo, tão caro a Herculano, do esgoto da baixa política em que entre nós caiu, falta uma candidatura que entenda a necessidade de mudança na narrativa política e urbana de Viseu, falta abraçar o século XXI.

de mandatos é coxa. Esta lei deveria ser alargada a todos os cargos públicos ocupados através de eleição universal. Todos sem excepção deveriam ter mandatos, de 5 anos, limitados a uma reeleição por cargo. A limitação imposta a Ruas&companhia não é injustiça, é apenas justiça por defeito.

2. Limitação de mandatos: Fernando Ruas tem razão, a lei de limitação

3. Ruísmo: Numa tentativa de aproximação enciclopedista poderemos balizar o Ruísmo como: Um fenómeno autárquico, mais concretamente o período em que o poder político, em Viseu, foi exercido por Fernando Ruas. Não pode ser considerado uma teoria política, uma vez que não articula de forma lógica ou sistemática conceitos ou

princípios ideológicos. O Ruísmo segue o vetusto modelo de desenvolvimento autárquico em voga nos anos 90, nomeadamente o incentivo ao associativismo, como garantia de recolha de apoios na sociedade civil, e a atracção pelo betão, como garantia de perpetuação da obra no corpo da cidade, sendo a rotunda ajardinada o exemplo paradigmático. Estando delimitado regionalmente, apresenta diversas características em comum com o Putinismo, tal como a indigitação de um substituto que lhe possibilite uma re-candidatura em 2017.

de empresas que produzam bens e serviços transacionáveis inovadores, que possam ser exportadoras, que possam fixar quadros qualificados. Até há 3 ou 4 anos era o Estado que criava muito emprego qualificado. Tudo mudou, para o futuro quem criará o emprego qualificado serão as empresas. As empresas necessitam de uma envolvente competitiva, qualifica-

da, com estreita colaboração entre autarquias, ensino e e empresas. As próximas eleições autárquicas têm de centrar-se nos projetos e nas pessoas que os promovem. Os futuros autarcas terão de fazer muito mais com muito menos, o que lhes exigirá capacidade de inovar, gerir e mobilizar. Têm de gerir o desenvolvimento dos territórios na promoção do crescimento económico, na qua-

lidade do ensino superior, na qualificação dos seus cidadãos, na oferta cultural, na atração do talento. Para tal têm de ter a coragem e capacidade de atrair os melhores, da economia à cultura. O desenvolvimento dos concelhos e das regiões está muito ligado à abertura ao mundo das lideranças autárquicas. Assim o foi no passado e será muito mais no futuro.

Miguel Fernandes Politólogo atribunadeviseugmail.com

O panorama de desenvolvimento da nossa região é insatisfatório. Isto quer dizer que podemos fazer muito para o melhorar. Por esta razão os empresários não estão indiferentes às políticas autárquicas e seguem com atenção os projetos e as pessoas. A mudança faz-se com projetos que incluam uma estratégia clara, métodos de trabalho, mérito, determinação, humildade e pessoas capazes.

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico


Jornal do Centro

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14 | fevereiro | 2013

abertura E depois da produção?

Textos ∑ Emília Amaral

Tem a palavra

“A exportação deverá ser um canal de escoamento”

1.

José Paulo Dias Diretor regional adjunto da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro

Como vê o crescimento da cultura do mirtilo na região de Lafões?

É uma janela de oportunidades, ou seja é uma cultura que apesar de já existir há algum tempo, há agora um novo incremento até pela oportunidade que surgiu com os jovens agricultores. É de facto necessário que estes jovens que chegam ao sistema, muitos deles com formação universitária, deem o passo seguinte, que é o da organização para terem acesso ao mercado de uma forma mais vantajosa. A dispersão cria-lhes alguma dificuldade na rentabilização e na viabilização das suas explorações.

Mirtilos ∑ Produtores da região de Viseu reconhecem a necessidade de um modelo de organização urgente que garanta escoamento Onde e a quem vender o mirtilo? O tema dominou o debate do Encontro de Produtores de Mirtilos de Lafões, que decorreu do passado sábado, no Auditório Municipal 25 de Abril em Vouzela, organizado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Lafões. Os produtores temem que a explosão da produção do mirtilo no país e sobretudo na região de Viseu possa ficar comprometida dentro de três a quatro anos se não houver canais de escoamento do produto. A produção de mirtilo em Portugal surgiu no início dos anos 90, mas o grande crescimento deuse nos últimos anos, sendo a região de Viseu um exemplo disso. É uma boa oportunidade para as economias locais que tinham os campos abandonados, é uma cultura que se adapta à dimensão média da região, é uma saída para os jovens desempregados e as candidaturas dos projetos ao PRODER garantem um financiamento quase a 100%. Neste fato feito à medida, em que fica claro

que se trata de uma cultura rentável, os produtores de Lafões e a maioria dos produtores dos 15 concelhos do distrito de Viseu que estão sobre a coordenação da DRAPC, entre Castro Daire e Mortágua, vêem-se agora confrontados com a forte necessidade do escoamento do produto. “É bom que as pessoas se comecem a consciencializar de que isto é qualquer coisa de muito sério”, alertou Jorge Carreira, delegado regional de Viseu da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC). Nos 15 concelhos estima-se que haja atualmente perto de 200 hectares de plantações de mirtilos, estando a região a aproximar-se dos 200 projetos aprovados. De acordo com as contas dos especialistas desta área, um héctar pode produzir até dez toneladas de mirtilos, significando que dentro de dez anos a região possa escoar até 2000 toneladas deste fruto vermelho. Um quarto da produção de mirtilo

está concentrado na região de Lafões (Vouzela à cabeça, seguido de S. Pedro do Sul e Oliveira de Frades). Lafões e Mangualde são os dois grandes polos de produção em toda a área dos 15 concelhos. Em junho deste ano vão começar a surgir os primeiros frutos das produções sobretudo em Lafões, estimando-se que o pico surja dentro de três/quatro anos. “Vou começar a vender este ano e ainda não sei a quem vou vender”, confessou Paulo Paiva, produtor de S. Pedro do Sul durante a mesa redonda que encerrou o encontro de sábado. Todos falaram a uma só voz relativamente à necessidade de os produtores de mirtilos da região encontrarem um modelo de organização para pensar alternativas de escoamento. Mangualde é exceção à regra uma vez que acautelou o escoamento através de um contrato celebrado entre a COAPE e uma empresa espanhola (ver texto página ao lado). O Diretor da DRAPC ,

José Paulo Paiva não concordou que se esteja a ‘começar a casa pelo telhado’, mas reconheceu ser um problema para o qual a DRAPC está atenta (ver tem a palavra). A responsável pela Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga, Sofia Freitas participou no encontro com a sua experiência organizativa em Sever do Vouga mais avançada e deixou uma mensagem clara. “Temos que nos deixar de uma vez por todas de regionalismos. Hoje pedemnos [mirtilos] em quantidades que nem todos juntos conseguimos responder. Temos que falar a nível nacional, entrar em acordo e conseguir cooperar”, preveniu deixando o alerta para uma outra realidade. A de o país não ter capacidade para consumir a quantidade de toneladas que os jovens produtores estão a produzir e, daí, a necessidade de um projeto de exportação do mirtilo nacional.

2.

A conclusão que se retira deste debate é que se está a “construir a casa pelo telhado”. Os produtores estão a produzir, mas não sabem como, onde e a quem vender o seu produto. Concorda?

Não diria isso. O que aconteceu foi uma grande adesão à agricultura por parte dos jovens nestes últimos tempos. Esta é uma cultura que parece ser interessante na região e, portanto, estes encontros têm o objetivo de promover a discussão destes problemas, no sentido de eles próprios se organizarem e encontrarem o seu rumo.

3.

A organização de produtores vai ser necessária para resolver o problema do escoamento?

Eu penso que sim. A partir do momento em que temos aumentos de produção muito grandes necessariamente passa a haver mais produto no mercado e haverá uma degradação do preço. Como tal, é necessário encontrar formas de concentração que promovam o acesso ao mercado e, ao mesmo tempo, valorizem esse mesmo produto. Tudo demorará o seu tempo, é uma cultura nova, há um histórico da cultura do mirtilo bem próximo, em Sever do Vouga já com alguns anos e com alguma experiência que deve ser aproveitada, mas temos que ver isto do ponto de vista mais global.

4.

5.

Ou seja…?

Não podemos ver uma organização de produtores somente focada num concelho. Como se disse no encontro, quando estamos a falar de uma encomenda, estamos a falar de toneladas, como tal, é necessária uma concentração de oferta e uma organização entre os produtores para que consigam canalizar a sua produção para outras vias e com preços muito mais interessantes.

A exportação será o grande objetivo final uma vez que não mercado no país como se ouviu no encontro?

Esse deverá ser um canal de escoamento.


Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

PRODUÇÃO DE MIRTILO NO DISTRITO DE VISEU | ABERTURA 7

O que é o Mirtilo?

O exemplo de Mangualde Frutos vermelhos ∑ Contrato entre COAPE e empresa espanhola

∑ O mirtilo é consumido pelo homem desde a Pré-História… A planta do mirtilo designa-se em geral por vaccinium. A comercialização do mirtilo é importante em vários países, da Escandinávia ao leste europeu. Segundo as estatísticas, por exemplo na Finlândia, cada habitante consagra em média 8 dias/ano à recolha do mirtilo. Tornou-se um fruto popular nos EUA e Canadá, estendendo-se a sua popularidade pelo mundo fora. A título de curiosidade o género vaccinium abarca 450 espécies. Em Portugal continental encontramos o myrtillus e o vitis-idae. Ma Madeira encontra-se o padifolium e nos Açores o cilindraceum. São amplas as propriedades do mirtilo: Para o anti-envelhecimento, como vaso-dilatador, enquanto anti-inflamatório (edemas, artrites e artroses), rico em resveratrol e antocianinas (enfartes, infecções urinárias, da laringe e da boca, formação de glaucomas), reduz ainda a taxa de açúcar no sangue, sendo indicado para os diabéticos. Vamos a ele? Paulo Neto Publicidade

O Concelho de Mangualde possui o segundo maior polo de produção de mirtilos no distrito de Viseu. Em dezembro de 2012 existiam 17 projetos aprovados representando 20 hectares de produção, mas estima-se que no final de 2014 existam 5o hectares de produção de mirtilos. Os números são da Cooperativa AgroPecuária de Agricultores de Mangualde (COAPE), que em junho do ano passado resolveu o problema do escoamento da produção de frutos vermelhos produzidos em Mangualde e em alguns concelhos à volta, através da assinatura de um contrato de assistência técnica e comercialização de frutos vermelhos com a empresa espanhola Asturianberries S.L, que garante a exportação de toda a produção ali obtida.

“Eu percebo a preocupação das pessoas que têm plantações. Nós antes de produzir preocupámo-nos em ver a quem podíamos vender, temos essa garantia para os próximos 15 anos e neste momento até temos uma postura de compradores, estamos abertos a comprar a quem tenha mirtilo para vender”, alertou o presidente da direção da COAPE, Rui Costa, adiantando que em breve atinjam a cota de produção para a qual a COAPE tem a garantia de escoamento, de 75 hectares. Rui Costa receia que “no futuro muitos venham a abandonar os campos, porque não têm a tal garantiaa de escoamento e o preço pode sofrer uma baiemxa nestes próximos tempos”.


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Jornal do Centro 14 | fevereiro | 2013

à conversa

entrevista ∑ Paulo Neto fotos ∑ Walter Branco

“Portugal continua a ser um país seguro e isso é um ativo importante que nos esforçaremos por manter” Miguel Bento Martins da Costa de Macedo e Silva nasceu em Braga a 6 de maio de 1959. É licenciado em direito pela Universidade de Coimbra e advogado. Iniciou a sua actividade política aos 21 anos como o vicepresidente da Mesa do Congresso Nacional da JSD. Foi Secretário de Estado da Juventude (1990-1991); Vereador da Câmara Municipal de Braga (1993-1997); Secretário de Estado da Justiça nos XV e XVI Governos Constitucionais (2002-2005); Secretário-Geral do PSD (20052007); Membro da Assembleia Municipal de Braga; Líder Parlamentar do PSD (2010-2011); Actualmente exerce as funções de Ministro da Administração Interna no XIX Governo Constitucional. Que balanço faz da sinistralidade rodoviária em Portugal? É um problema de mentalidade dos condutores ou de condições de circulação?

A segurança rodoviária em Portugal conheceu, na última década, um progresso assinalável no que

respeita à melhoria dos índices de sinistralidade. O número de vítimas mortais, por exemplo, diminui 57%. Mas sabemos também que, apesar destes progressos, a sinistralidade rodoviária está ainda acima da média da união europeia.

Como tal, temos de trabalhar mais e melhor. É urgente recuperar o tempo perdido na primeira fase da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, que vigorou entre 2008 e 2011, onde a maioria das ações-chave ficaram por concluir e o

grau de execução foi inferior a 50%. Estamos já em fase de revisão intercalar desta estratégia para adaptá-la aos novos desafios e assegurar a boa execução das medidas chave que venham a ser identificadas.

Como é que vai combater este flagelo?

No processo de revisão intercalar da Estratégia Nacional de Segurança rodoviária estabelecemos precisamente como grandes princípios norteadores, entre outros, a melhoria do comporta-

mento dos condutores, a melhoria das infraestruturas, tornando-as mais segura, a proteção dos utilizadores vulneráveis, o aumento da segurança dentro das localidades e a redução dos principais comportamentos de risco.


MIGUEL MACEDO | À CONVERSA 9

Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

com o crescente número de utilizadores dos meios suaves de mobilidade, principalmente com o número crescente de ciclistas. Esta realidade introduz hoje novos desafios, aos quais é preciso responder de forma pronta e eficaz. Vamos, por isso, propor a introdução de regras no Código da Estrada que não só protejam estes utilizadores mais vulneráveis, mas também que possam incrementar o uso deste tipo de transportes, pelos benefícios para a saúde e também para o meio ambiente, pela redução da poluição. Trata-se, assim, de consagrar no Código da Estrada o Estatuto do Peão e do Ciclista. Vamos ainda propor a introdução de regras mais exigentes, no que respeita à taxa de álcool no sangue, dos condutores em regime probatório e dos condutores de veículos de socorro ou de serviço urgente, de transportes colectivo de crianças e jovens menores de 16 anos, táxis, automóveis pesados de passageiros ou de mercadorias, ou de transporte de mercadorias perigosas. Avançaremos igualmente com a implementação do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) que, como é do conhecimento público, consiste na colocação de radares, devidamente identificados, em pontos críticos do país. Quais os objectivos destas medidas? A redução drástica da sinistralidade ou uma fonte de receita para o erário?

Na área da sensibilização e educação rodoviária, é preciso continuar a desenvolver esforços, em especial no que respeita à educação dos mais jovens, promovendo ações de sensibilização nesta área. É também fundamental continuar a apostar na

sensibilização geral da população para os comportamentos a adotar, para os cuidados a ter, para o cumprimento das regras de segurança nas estradas. A presença ativa das brigadas nas estradas, que vamos manter, também serve esse propósito.

Estão a caminho novas medidas de fiscalização de veículos e condutores. Fundamentalmente em que consistem? Prevenção ou repressão?

Sabemos hoje que o paradigma do utilizador rodoviário está a alterar-se

Os objectivos do Governo, nesta matéria, são claros. A nossa meta é colocar Portugal entre os dez países da União Europeia com mais baixos índices de sinistralidade. A orientação, assumida, de intensificar a fiscalização rodoviária visa atingir este propósito e as acusações de caça à multa não condicionarão de forma alguma o cumprimento deste objectivo. Lembro, aliás, que as forças de segurança publicitam muitas das ações de fiscalização quer através dos painéis informativos

das AEE, quer através das redes sociais. A PSP queixa-se de falta de efetivos e meios materiais. E a GNR refere falta de meios para prevenir o aumento da pequena criminalidade. Há fundamento neste lamento?

Em 2012 foi lançado novo concurso de admissão de novos agentes e guardas, designadamente, 800 na GNR e 300 na PSP. A isto somou-se a abertura de 25 vagas para o curso de formação de oficiais de polícia. Do ponto de v ista orçamental, fez-se ainda um esforço significativo – numa conjuntura muito difícil - que permitiu ao MAI, pela primeira vez em muitos anos, iniciar o ano praticamente sem dívidas, interrompendo assim um ciclo permanente e sucessivo de suborçamentação. Lembro que o Orçamento de Estado para 2013 consagrou, um aumento, em conjunto, de 10,8 por cento das verbas atribuídas à GNR e à PSP. Estão em curso os processos de promoção, os elementos das forças de segurança estão integrados no sistema remuneratório, foi atualizado o suplemento de força de segurança e o subsídio de fardamento, tendo como objectivo devolver a estabilidade e garantir previsibilidade às forças de segurança. Forças de segurança que estão de, resto, a levar a cabo a sua missão com resultados assinaláveis, nomeadamente, na área da fiscalização rodoviária. Em 2012, a PSP aumentou em cerca de 40% as operações de fiscalização rodoviária e a GNR reforçou em 9% as ações de fiscalização e número de condutores abrangidos. No total, a PSP e GNR fiscalizaram mais de 3 milhões de condutores. Estes resultados falam por si. Face à situação de crise económica que o País vive corremos o risco de nos tornarmos numa sociedade violenta?

Os portugueses têm dado prova de coragem, espírito de sacrifício e so-

lidariedade a enfrentar a situação difícil que vivemos e que, juntos, vamos ultrapassar. Portugal continua a ser um país seguro e isso é um ativo importante que nos esforçaremos por manter. As corporações de bombeiros vão ter meios adequados para combater os incêndios este verão, apesar da contenção orçamental?

Este ano, ao abrigo do Programa Permanente de Cooperação, o MAI vai reforçar o financiamento às corporações de bombeiros em cerca de 2,3 milhões de euros. Em 2012, e pela primeira vez em muito tempo, fechámos o ano sem dever um tostão às corporações de bombeiros, tendo até, em muitos casos, sido antecipadas verbas às associações mais fustigadas pelos incêndios. Entre outras medidas, recordo que aumentámos a comparticipação para 80% em caso de perda de viaturas no ativo. Reforçámos o valor pago pelas refeições e atribuímos inclusive uma nova refeição de reforço, num total de seis refeições diárias. Q ueremos dot a r os bombeiros portugueses de mais e melhores meios para executarem as suas tarefas. Procedemos, para isso, à alteração referente ao regime jurídico dos bombeiros portugueses e dos corpos de bombeiros, tendo em vista incentivar o voluntariado e reforçar o estatuto social do bombeiro, quer na educação, quer na vigilância médica. Uma mensagem para a nossa Região, no âmbito da prevenção rodoviária…

A segurança rodoviária é componente essencial da percepção de segurança dos cidadãos. Os desafios que temos pela frente são imensos e requerem trabalho, empenho e dedicação de todos os envolvidos, Governo, Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, forças de segurança, autarquias e cidadãos. No fim, estou certo, as estradas portuguesas estarão mais seguras e estaremos todos mais seguros.


Jornal do Centro

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região Aeroclube de Viseu convida a voar O Aeroclube de Viseu (ACV) completa no próximo mês de março 47 anos de história. Como forma de divulgar as atividades, organiza de sábado até dia 24 uma exposição no Palácio do Gelo em Viseu. “Queremos aproximar as pessoas do aeroclube”, explica Dominique Ramos, atual diretor do ACV, pois “o mundo da aviação não é fechado é acessível a toda a gente”, acrescenta. Na exposição estará presente uma Aeronave - planador - e pilotos, para esclarecerem as dúvidas dos mais curiosos. A funcionar desde 1966, o Aeroclube de Viseu, conta com uma vasta oferta para os amantes da aviação. A escola de pilotagem é um bom exemplo disso, “nesta escola já passaram pilotos que felizmente decidiram fazer carreira e que hoje estão na linha aérea, TAP, Sata, Portugália, e outros estão a aguardar vaga no mundo de trabalho”, afirma Dominique Ramos. O ACV disponibiliza dois cursos, o de piloto ultraligeiro e piloto particular de aeronaves. Os cursos diferem nas características da aeronave, e no que diz respeito aos candidatos, podem ingressar no curso pessoas com 12º ano de escolaridade e que não Publicidade

Micaela Costa

Exposição ∑ De 15 a 24 de fevereiro no Palácio do Gelo com a presença de uma Aeronave - planador

A Dominique Ramos, diretor do Aeroclube padeçam de problemas de saúde, atentado por um certificado médico válido. Dominique explica que “as restrições são diferentes das da força aérea, falamos de modalidades diferentes”. Para além da escola de pilotagem, o ACV, dispõe ainda de várias atividades para todos os que tenham curiosidade de voar numa aeronave. “As pessoas têm a ideia de que voar é só para quem tem muito dinheiro e isso não é verdade”, afirma Dominique. Um batismo de voo, por exemplo,

com uma duração de 15 a 20 min, custa apenas 25 euros. O valor é para custear os desgaste da aeronave e o consumo do combustível, os pilotos fazem-no a custo zero e sobretudo pela paixão que têm em voar”, explica o diretor da ACV. O voo panorâmico é outra das atividades, de que pode disfrutar. “Sobrevoar o sítio onde se mora ou a terra onde se viveu, são as preferências de quem procura esta experiência”, explica. Mas para o diretor e piloto existem outros pontos de interesse, “há locais lindís-

simos, como a barragem da Aguieira, o Douro, ou a Serra da Estrela”. Existe ainda um novo programa que o ACV está a fomentar, “piloto por um dia”, em que as pessoas têm a possibilidade de, durante um dia, se sentirem um verdadeiro piloto. “Numa fase inicial fazem um briefing onde o piloto, em cerca de 45 minutos, relata as condições meteorológicas, o funcionamento da aeronave, faz a inspeção e procedimentos necessários durante a descolagem e aterragem. Depois farão

um voo e nesse voo o piloto vai explicando quais as principais necessidades e qual a atenção que o piloto deve ter durante todo o processo, como é que aeronave voa e as condições de segurança. São feitas várias aterragens e descolagens para que tudo fique bem entendido”, explica Dominique Ramos. “Esta é uma boa oportunidade para os interessados perceberam se querem ou não fazer o curso e, quem sabe, enveredar pela aeronáutica”, acrescenta. Com uma nova direção,

desde dezembro passado, o Aeroclube de Viseu pretende “dinamizar e a dar continuidade a toda a dinâmica”, trazendo mais pessoas e sobretudo “aproximá-las, de forma a que percebam toda a potencialidade do aeroclube”. O ACV está já a preparar o Festival Aéreo que, em princípio, decorre a 18 de agosto. Um encontro aeronáutico onde o aeroclube dá a possibilidade à comunidade de assistir aos melhores acrobatas do país. Micaela Costa


VISEU | TONDELA | REGIÃO 11

Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

Sugestões para o dia de S. Valentim Viseu. Filipe Novíssimo, ex-aluno do Instituo Politécnico de Viseu (IPV), morreu no passado dia 5 de fevereiro, após ter caído inanimado num bar junto ao IPV. O jovem de 30 anos, sofreu uma paragem cardiorespiratória. “Sentiu-se mal e viemos passear para ele apanhar ar. Quando estava melhor, entrámos num bar. Passados cinco minutos começou a vomitar e a ter convulsões, até que deixou cair a cabeça em cima da mesa”, contou Carlos Correia, amigo que assistiu à morte. O alerta foi dado cerca das 23h00. Quando o INEM chegou ao local ainda fez várias tentativas de reanimação, mas o óbito foi atestado no local.

INCÊNDIO

Viseu. Um autocarro incendiou-se na madrugada de sexta-feira, dia 8, quando circulava na Estrada Nacional 2, em Alma rgem, concelho de Viseu, sem registar vítimas. No autocarro seguia apenas o condutor, que ia buscar passageiros a Viseu. O incidente aconteceu pouco depois das 02h00, quando se incendiou e ardeu totalmente. Ao local deslocaram-se 12 elementos dos Bombeiros Municipais e Voluntários de Viseu, apoiados por quatro viaturas.

DR

MORTE

A Os paços do concelho estiveram encerrados durante toda a manhã

Câmara de Tondela assaltada no fim de semana 1000 euros ∑ Valor roubado do cofre da tesouraria A Câmara Municipal de Tondela foi assaltada durante o fim de semana e foram roubados cerca de 1000 euros do cofre que estava na tesouraria. O alerta foi dado, na segunda-feira, por uma funcionária da limpeza, pelas 08h30, momentos antes da abertura dos serviços. A GNR está a investigar o caso. Os larápios partiram a fechadura de uma porta traseira e entraram no edifício que não tem sistema de alarme. Os ladrões roubaram cerca de 1000 euros do cofre. Abri-

ram ainda uma máquina de café, chocolates e bolos, com recurso a chaves de fendas retiradas da sala de informática. O montante não foi apurado porque é concessionada. As portas de acesso ao gabinete de apoio à presidência e vereação e dos recursos humanos foram arrombadas. “Ficámos todos surpreendidos, mas é um acontecimento natural da nossa sociedade. É uma situação difícil, mas felizmente sem grandes consequências”, referiu ao Carlos Marta, presidente da Câmara de

Tondela. Ainda segundo o autarca, “o ataque foi feito por profissionais, pela forma como o canhão do cofre foi arrombado. Entraram em gabinetes mas não levaram nada, nem computadores, nem outro tipo de material informático. Iam exclusivamente à procura de dinheiro”, complementou. Durante toda a manhã, a autarquia esteve encerrada ao público e só reabriu às 14h00. O último assalto remonta ao ano de 1993. Tiago Virgílio Pereira


12 REGIÃO | LAMEGO

Jornal do Centro 14 | fevereiro | 2013

“O Entrudo é o património mais rico que a freguesia de Lazarim possui” O Entrudo de Lazarim é uma tradição de contornos únicos no país, suportada no valor antropológico da máscara e dos ritos ancestrais a ela associados. Para os lazarinenses, esta tradição tem uma simbologia extraordinária, tanto religiosa como profana, completamente diferente de outras celebrações carnavalescas “abrasileiradas” que desfilam no nosso país. O Entrudo é o património mais rico que a freguesia de Lazarim possui. As suas origens perdem-se no tempo, talvez a meados do século XIX, mas mantém-se vivas na memória recente da população. Baseia-se em elementos muito tradicionais e arreigados à cultura popular: as máscaras, os trajes dos caretos (elemento fundamental para “libertação” do espírito do Entrudo), a gastronomia baseada no porco (em cada dia da semana que antecedia o entrudo os habitantes comiam uma parte determinado do porco, a qual era também objeto de leilão) e a crítica social traduzida na leitura do testamento. O Entrudo de Lazarim é uma manifestação genuína e voluntária das gentes desta terra, onde se nota alguma desorganização e sobra muita espontaneidade. Na TerçaFeira Gorda, o dia do juí-

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ra, estudiosos dos costumes “autênticos”, curiosos do grotesco e do exótico, intelectuais e artistas. O seu potencial de atração no futuro continua, no entanto, a ser imenso. Saibam as forças vivas da região trabalhar em parceria para catapultar internacionalmente este evento. Neste momento, a máscara de Lazarim, uma peça de artesanato riquíssima, já é conhecida em todo o mundo, desde o Brasil, ao Japão e à Nova Zelândia.

zo final, não se sabe, por exemplo, quem serão e quantos serão os caretos que vão aparecer e qual será o seu comportamento em público. Que significados têm os “caretos”, máscaras carrancudas em madeira de amieiro, feitas por artesãos locais? E as “senhorinhas”?

Nas suas representações mais elementares, representam o Demónio. A luta atinge o auge na Terça-Feira Gorda numa “violenta” guerra de sexos que domina todos os rituais do ciclo carnavalesco, protagonizados pelos rapazes solteiros, de um lado da barricada, e as raparigas solteiras, do outro. As senhorinhas são representações femininas sempre usados por homens. Senhorinha é o careto no feminino. O careto é assumido como uma personagem transfigurada, um ser meio fantástico. O mascarado é um tipo de super-homem, momentaneamente fora da cultura e da linguagem humana, fora até da própria identidade. Um ser cuja liberdade de ação e de inversão das normas decorre diretamente da máscara que enverga. O ponto alto do evento, depois do desfile, centra-se na Leitura dos Testamentos da Comadre e do Compadre. Qual a sua simbologia?

Construídos em verso, e para cuja escrita são con-

Qual o significado para o Concelho de Lamego desta festividade?

Paulo Neto

Há quem o considere o mais genuíno de Portugal. Porquê?

A Francisco Lopes, presidente da câmara municipal de Lamego vocados os mais talentosos na rima e no tempero “picante”, a simbologia dos testamentos está associada a um julgamento popular. As culpas são expostas para suscitarem crítica social e censura pública. Uma leitura que tenta passar um efeito dramático junto da multidão e provocar o arrependimento e a alteração de comportamento junto dos jovens solteiros que praticaram atos condenáveis e que merecem uma punição da comunidade. Os testamentos são um quadro longo, misto de drama e paródia, que põe a nú a psicologia do povo de Lazarim. No final, o testamento anuncia o tipo de morte que castigará a

comadre e o compadre, o rebentamento feito através do fogo. Há memória das críticas aqui proferidas terem provocado confrontos posteriores entre os “declarantes”?

A leitura dos testamentos já desfez muitos namoros e até provocou separações ao expor publicamente comportamentos menos fieis de alguns membros da comunidade, atingindo até pessoas carismáticas da terra. O Entrudo era tradicionalmente um tempo de “ajuste de contas”. Protegidos pelo traje de careto e pela máscara de madeira, e adequadamente armados de varapau, um surgimento repentino

numa viela estreita da vila de Lazarim e duas boas pauladas, evitaram muitos longos e dispendiosos processos judiciais. Lazarim tem nesta altura do ano uma afluência enorme de forasteiros. Como explica esta tão grande curiosidade?

O Entrudo de Lazarim já se afirmou como um evento cultural de importância ímpar e de características únicas no país, que se distingue pela sua identidade e diferenciação artística e patrimonial. Os festejos oferecem aos forasteiros um ambiente diferente, simultaneamente alegre e intimidador. Atrai a comunicação social, nacional e estrangei-

O potencial turístico e económico desta festividade é significativo para a população local, permitindo estimular e consolidar a atividade turística do concelho de Lamego. A juntar a isto, garante a nossa promoção a nível regional, nacional e mesmo internacional, através da representação da Máscara de Lazarim em diversos núcleos museológicos. Sendo um cartaz que decorre durante o período de Inverno, época baixa no setor turístico, o Entrudo contribui para a redução da sazonalidade turística. Estou certo que o Município de Lamego continuará a apostar na valorização deste evento, procurando introduzir novos atrativos à participação popular. Paulo Neto


VOUZELA | REGIÃO 13

Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

DR

Câmaras assinam protocolos com Exército

A Parceria conseguiu um vereador em 2009

Movimento independente termina coligação com PS Vouzela ∑ Manifesto de candidatura à autarquia apresentado em março O movimento independente de cidadãos vai voltar a candidat a r- se à pre sidênc i a da Câmara de Vouzela nas próximas eleições autárquicas, abandonando a coligação feita com o PS em 2009. “O ba la nço que f izemos destes a nos é que nem o movimento ganhou muito com isso, nem o PS, nem o concelho. Nem sequer a oposição se tornou

mais eficaz”, esclareceu Mário Pereira, um dos membros do movimento, em declarações à agência Lusa. Em 2001 e em 2005 o movimento apresentou candidaturas independentes e conseguiu eleger um elemento para a Assembleia Municipal. Em 2009 decidiu passar de um projeto de participação a um projeto de poder e coligou-se com o PS, ten-

do daí surgido a oposição ao social-democrata, Telmo Antunes, que voltou a vencer a Câmara, com 51% dos votos, e o movimento conseg uiu f ica r com um elemento seu entre os três eleitos da lista do PS, encabeçada por Viriato Garcez. Ao assumir que a lógica partidária foi um entrave, o movimento quer agora gerar disc u s s ã o e m to r n o d e

questões que considera fundamentais para o concelho e para a região de Lafões, como o encerramento de serviços públicos. O mov i mento va i apre s ent a r em m a rço o manifesto público da sua candidatura e anunciar o candidato à Câmara Municipal de Vouzela. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt

A Câmara de Vouzela e o Centro de Recrutamento de Viseu do Exército Português assinaram um protocolo de colaboração, em que o município se compromete a fazer a divulgação do Serviço Militar em Regime de Voluntariado ou Regime de Contrato e a prestar esclarecimentos sobre assuntos de natureza militar, como o recenseamento militar, as certidões militares e a contagem de tempo de serviço. A autarquia lembra em comunicado que, com o fim da prestação do serviço militar obrigatório, o ingresso nas fileiras passou a ser exclusivamente em Regime de Voluntariado ou Regime de Contrato. “Tal facto implica que os

Centros de Recrutamento passem a ter novas áreas de responsabilidade de recrutamento, cabendo-lhes a missão de recrutar pessoal para aderir a estes tipos de regime, com o objetivo de manter nas fileiras o número de militares fixado”, acrescenta. No mesmo dia foi assinado o protocolo entre o Exército e a Câmara de Oliveira de Frades. Uma nota do Exército Português adianta que “este protocolo está inserido na estratégia de recrutamento contínuo de voluntários, exigida por um sistema que visa assegurar a disponibilidade de recursos humanos qualificados dos municípios”. EA

Sugestões para o dia de S. Valentim


14 REGIÃO | VISEU | SÁTÃO

Jornal do Centro 14 | fevereiro | 2013

Socialistas questionam Governo sobre ligação ferroviária Aveiro-Viseu-Vilar Formoso Prioridade ∑ Deputados querem ouvir ministro da Economia sobre o projeto Os deputados do PS eleitos pelo círculo de Viseu questionaram o ministro da Economia e do Emprego sobre se o Governo mantém como prioridade a ligação ferroviária Aveiro – Viseu – Vilar Formoso. A pergunta ao ministro foi feita no dia em que se ficou a saber que o Governo vai avançar com o comboio de alta velocidade em 2015 depois de ter negociado com Bruxelas o financiamento para a linha de alta velocidade enPublicidade

tre Lisboa e Madrid. Apesar de os ministros das Finanças e da Economia se terem referido a esta obra, José Junqueiro, Elza Pais e Acácio Pinto dizem não ter ouvido qualquer palavra do Governo sobre a ligação Aveiro – Viseu – Vilar

Formoso, que consideram “um investimento estruturante para o país, para a região de Viseu e todo o interior”. Neste âmbito, pretendem saber se o Governo mantém a prioridade relativamente à ligação Aveiro – Viseu – Vilar Formoso e,

em caso afirmativo, “qual o cronograma de desenvolvimento e execução desta ligação ferroviária”. José Junqueiro, Elza Pais e Acácio Pinto lembram que “o PS pugnou sempre pelo projeto de ligação ferroviária em Viseu”, tendo desenvolvido várias iniciativas com esse fim, e que também “a autarquia de Viseu, bem como os partidos em geral, alinharam os seus discursos por esse objetivo”. Emília Amaral

CAMPANHA AJUDA FAMÍLIAS MAIS VULNERÁVEIS A Câmara de Sátão está a desenvolver uma campanha de recolha de roupa, calçado e brinquedos usados para distribuir às famílias vulneráveis do concelho. No âmbito de um protocolo celebrado com a empresa H. SARAH Trading Lda, o município disponibiliza contentores para a recolha destes artigos, que depois de devidamente tratados serão distribuídos pelas famílias, através do Banco de Equipamentos e Utensílios de Sátão. O objetivo é “apelar para uma maior consciencialização cívica, ecológica e social dos munícipes e contribuir para uma melhor gestão e valorização dos resíduos têxteis, incrementando os benefícios económicos e para o meio ambiente, bem como apaziguar carências sociais existentes no concelho de Sátão”, justifica a autarquia. Os contentores de recolha já estão colocados em pontos da vila considerados estratégicos e em Lamas, freguesia de Ferreira de Aves.

Opinião

Gato por lebre O recente escândalo decorrente da utilização de carne de cavalo para a elaboração de hambúrgueres com a menção de 100% carne de vaca fez suar de novo os alarmes na Europa. A empresa produtora dos referidos hambúrgueres alude e argumenta que foi aldravada pelos seus intermediários/fornecedores. Estes, por sua vez, referem que foram ludibriados pelos seus fornecedores e mais uma vez parece que a culpa deste episódio não é de ninguém. As perpetuadas falhas nos vários sistemas! Não sei porquê mas fica-se com a sensação que vimos este filme recentemente, transmitido na SIC. Muitos não sabiam, alguns não queriam saber e outros tratavam de não saber, muitos perdiam e poucos enchiam o odre, não de azeite. Agora todos nós pagamos e bem, magia no seu melhor, não é… Relativamente a este episódio, que mais uma vez abre uma brecha na cadeia da segurança alimentar, a culpa é fácil de detectar e de determinar, como em todos os episódios. Haja vontade e querer e tudo se descobre. Importa referir que todos os animais destinados ao consumo humano só podem ser abatidos em estabelecimentos devidamente licenciados, sujeitos a rigorosas inspecções, com a excepção das matanças destinadas apenas para consumo próprio. No que diz respeito à carne bovina, e na sequência da celeuma aquando da BSE (mais conhecida como a doença das “vacas loucas”), foi legislado um conjunto de regulamentos de aplicação comum em toda a União Europeia, designado de modo cómodo “pacote de segurança alimentar”. Assim, toda a carne de origem bovina tem de estar permanentemente acompanhada do seu cartão, dito BI “bilhete de identidade”, onde se encontra mencionada a data e local de nascimento, o tipo de maneio aplicado e o local de abate. Numa linguagem mais técnica, a designada rastreabilidade do produto. O que muitos

Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt

apontam neste episódio é para um processo de fraude. As questões a colocar agora são muitas. Qual é a origem desta carne de cavalo? Onde é que foram abatidos e em que condições? Quem é que inspeccionou essa carne? O que foi detectado na carne? A sua origem é da Roménia ou de outro país? Nesta altura, convém elucidar os mais desatentes que a dita rastreabilidade (bilhete de identidade de cada produto alimentar) deve ser sempre possível de verificar, não só pelos produtores e distribuidores, como ainda pelas respectivas autoridades. Acresce informar que após a entrada de qualquer produto num estabelecimento de elaboração, transformação e/ou serviço, a responsabilidade por manter os produtos sob controlo (rastreados) cabe a cada estabelecimento. Para baralhar e possivelmente esclarecer todo este episódio, quem manipula com os diferentes tipos de carne não saberá distinguir, através das suas características sensoriais, qual o tipo de carne com que se está a trabalhar? Se denotam dificuldades é conveniente a frequência dos cursos de caracter obrigatório para os manipuladores de carne. Pelo crescente aumento de abate de cavalos que se está a verificar por toda a Europa, estes episódios vão voltar-se a repetir ou vão ser camuflados de modo mais eficaz. Agora já se pesquisa a presença de antibióticos e parece que há novidades. Segundo se consta, a ASAE já voltou ao terreno para se apurar com rigor a situação em território nacional. Nestes casos, o problema é comum: o BI (Bilhete de Identidade ou Banco Insular do BPN). Gato por lebre sempre se vendeu. Não?


Jornal do Centro

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educação&formação VISEU ASSINALA 500 ANOS DO FORAL MANUELINO

Mais autonomia em Mundão Benvinda Silva Diretora do Agrupamento de Escolas de Mundão/Viseu

O que mudou a partir de 2009?

Novidade∑ Agrupamento prepara-se para assinar contrato de autonomia com o Ministério

Escolas

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Uma escola do 2º e 3º ciclos, 8 escolas do primeiro ciclo e pré-escolar.

Taxa de abandono escolar desde 2010

O Agrupamento de Escolas de Mundão (AEM), vai assinar em breve um contrato de autonomia com o Ministério de Educação, tornando-se o único agrupamento do concelho de Viseu a ficar de fora do processo dos “mega agrupamentos”. O AEM que recebeu o estatuto de escola TAPE (escolas inseridas em territórios educativos de intervenção prioritária) em 2009 garante desta forma a manutenção do projeto que está a desenvolver na instituição há cerca de três anos, não por ser uma escola problemática como acontece com a maioria das TAPE do país, mas

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778 104 Alunos

Professores

37 SEF’s

É a unica escola do concelho com turmas de alunos SEF’s. Nesta variante profissional dispõe de duas turmas (24 alunos em hotelaria e 13 alunos em cabeleireiro) por ser um agrupamento de periferia com escolas muito distantes umas das outras. A diretora, Benvinda Silva está convencida que o convite do Ministério da Educação para AEM assumir o contrato de autonomia resulta essencialmente dos bons resultados obtidos nos últimos anos, que justificam passar a uma nova fase além do contrato TAPE e que, uma vez agregada ao agrupamento do Viso, poderiam cair por terra. “Temos um projeto ambicioso que tem tido os seus frutos. Somos a melhor escola do país em matemática, ao nível de esco-

las TAPE do sexto ano. A Português, temos também bons resultados, quando em 2009 os nossos resultados eram muito baixos. Desde 2010 que não temos abandono escolar”, adianta a diretora, recordando que no ranking nacional de 2012 ficaram em quarto lugar a nível concelhio e em segundo lugar ao nível da vertente socioeconómica. Benvinda Silva admite que a projeção surge dos resultados, mas há um conjunto de projetos internos que “contribuem para os resultados”. No desporto, o AEM destaca-se pelo trabalho desenvolvido na modalidade de ténis de mesa

Emília Amaral

9

- a par da participação no desporto escolar tem uma equipa de 25 alunos federados. Dispõe ainda de uma rádio escola que garante animação nos intervalos durante toda a semana, de um clube de teatro, do jornal da escola e de uma associação de estudantes “muito ativa”, entre outros projetos dentro e fora da escola. “Centramo-nos muito na sala de aula pelos resultados, não temos muitos projetos mas temos os alunos canalizados para determinados projetos em que eles também são os vencedores”, termina a diretora. Emília Amaral

Uma das coisas importantes foi termos mais recursos para fazer assessorias nas aulas e para dar apoio educativo no primeiro ciclo. No final do ano de 2009 criámos muitas salas de estudo e não valeu a pena porque os miúdos estão cansados no final do dia. Era um recurso que estava a ser desperdiçado. Então, apostámos nas assessorias. Os professores gostaram da experiência de partilhar a sala de aula e deu resultados. A autonomia das escolas é sinónimo de qualidade?

A autonomia e os recursos, mas não em excesso. Recursos com gestão muito partilhada entre os próprios docentes. A unidade orgânica tem consciência que se estivesse agregada não conseguia fazer isto. O nosso corpo docente é jovem e não est a r i a a t raba l h a r aqui.

A Câmara de Viseu vai assinalar os 500 anos da outorga do Foral de D. Manuel I à cidade com a realização de várias iniciativas ao longo deste ano. A primeira delas foi o desfile de Carnaval que juntou na sexta-feira cerca de dois mil alunos do primeiro ciclo e do pré-escolar do concelho. A temática estará presente em diversos momentos da programação cultural, como o 6.º Festival de Música da Primavera, o Festival de Teatro Jovem e as Marchas dos Santos Populares. Vai realizar-se também um ciclo de conferências, exposições, concertos e edições municipais, entre outras iniciativas. Viseu teve quatro forais, o primeiro em 1123, concedido pela rainha D. Teresa. O último, o “novo foral de Viseu”, de 15 de dezembro de 1513 foi concedido por D. Manuel.

ATELIÊ DE CONSTRUÇÃO DE MASCARAS PARA O PRÉ-ESCOLAR O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) de Viseu vai realizar um ateliê de construção de máscaras de carnaval com balões, durante este mês de fevereiro. “Pretende-se despertar nos mais novos o gosto pela construção de novos objetos, ensinando novas técnicas, com o uso de materiais, muitos deles que não serviriam, aparentemente, para mais nada”, esclarece um comunicado da autarquia. A iniciativa destina-se a crianças do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico. EA


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economia Clareza no Pensamento

“Portugal sou eu” aposta na valorização de produtos nacionais “Este é um contexto de contenção de mercado e é fundamental que consumidores e produtores valorizem os produtos de origem nacional”, disse Norma Rodrigues, da Associação Industrial Portuguesa (AIP), durante a apresentação do programa “Portugal sou eu”, na Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV). O projeto foi lançado no dia 13 de dezembro de 2012 e está na fase de apresentação, que decorrerá até final de março, um pouco por todo o país. O programa “Portugal sou eu” traduz-se num selo “distintivo da portugalidade” que será atribuído a produtos do setor agrícola e industrial. As empresas nacionais e estrangeiras que produzam em Portugal também poPublicidade

Tiago Virgílio Pereira

AIRV∑ Selo “distintivo da portugalidade” será atribuído a produtos do setor agrícola e industrial

ANorma Rodrigues (ao centro) durante a apresentação dem aderir. É direcionado para empresas, consumidores e entidades públicas. No primeiro caso serão desenvolvidas ações de promoção de adesão ao selo e as empresas beneficiaram de uma campanha de comunicação e marketing, o segundo com campanhas de comunicação. O selo

“Portugal sou eu” é válido por um ano. O custo vai desde os 180 euros aos 3 mil euros, sem I.V.A.. Dependendo do número de produtos registados aquando da candidatura e do volume de negócios da empresa no ano transato. A ação desenvolvida na AIRV direcionava-se aos

Tiago Virgílio Pereira

Loja do ramo imobiliário abre em Viseu Abre, na próxima segunda-feira, 18, na Rua do Mercado Municipal uma loja ligada ao setor imobiliário e habitação. Com várias marcas associadas, este espaço pretende disponibiliza r vá rios serviços: a mediação imobiliária, representada pela mar-

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empresários da região. Contudo, foram os alunos da Escola Profissional Mariana Seixas quem encheram o auditório. O programa “Portugal sou eu” procura melhorar a competitividade do país, e contribuir para o equilíbrio sustentado da balança comercial. Pretende reforçar o desenvolvimento das empresas portuguesas, através da valorização da oferta nacional. Tem o objetivo de aumentar a produção nacional através da dinamização do mercado interno, mas contribuindo também para criar condições para aumentar o número de empresas com potencial para exportar. No futuro, a prioridade passa por criar um franchising do “Portugal sou eu”.

ca New-lar imobiliária, serviço de obras e remodelação para habitação e empresa, CasaOk e ainda gestão de condomínios representada pela New-lar condomínios. Pa ra m a is i n for m ações contactar através do 232 814 270.

(http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Visitas bem passadas: uma forma diferente de conhecer Viseu… Quando em outubro de 2012, participei numa visita encenada pela Zunzum ao centro histórico de Viseu, na companhia de 40 alunos do curso de Turismo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, não contava com uma surpresa em cada recanto. O projeto “Visitas Bem Passadas” é uma criação artística da Zunzum Associação Cultural, com o objetivo de dar uma nova vida ao centro histórico da cidade de Viseu, surpreendendo através da cultura e arte. O nome não podia ser melhor escolhido “Visitas Bem Passadas” e foi isso realmente que aconteceu. Durante uma hora e trinta minutos encontrámos nos locais mais improváveis (ou não…) personagens que nos fizeram sorrir, rir e aprender um pouco mais sobre a história de Viseu. A cidade foi mostrada através de excelentes quadros teatrais, onde não faltou o primeiro rei de Portugal Afonso Henriques (11091185) e a vitória das suas tropas no confronto com as de D. Teresa; São Teotónio (1082-1162) o primeiro santo português, padroeiro da cidade e da diocese; Vasco Fernandes (1475-1543) que viria a ficar na história com o título de “Grão Vasco”, um verdadeiro mestre do renascimento português; D. António Alves Martins (18081882) e a sua famosa citação “A religião deve ser como o sal na comida: nem muito nem pouco, só o preciso”; Augusto Hilário (1864-

Cristina Barroco Docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu cbarroco@estv.ipv.pt

1896) fadista, executante de guitarra e poeta imortalizado através dos seus fados; Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) nascido em Cabanas de Viriato e um dos maiores símbolos nacionais da II Guerra Mundial; Aquilino Ribeiro (18851963), considerado um dos maiores escritores portugueses de sempre, proposto em 1960 como candidato ao Prémio Nobel da Literatura; José de Azeredo Perdigão (1896-1993) apelidado por dois jornais católicos como “O Ateu de Calções”, já adulto encontra Calouste Sarkis Gulbenkian, tornando-se mais tarde, desde 1956 até à sua morte, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian. E… finalmente… João Torto, figura mítica viseense do século XVI, terá sido percursor da aviação, influenciado pelo Bispo de Viseu, D. Miguel da Silva, após conhecer Leonardo da Vinci em Itália… E… assim se faz uma visita bem passada com personagens históricas da nossa cidade. A Zunzum está de Parabéns, que continue o seu excelente trabalho e quem sabe se um dia numa dessas visitas criativas, dinâmicas e inovadoras não nos deparamos com D. Duarte, o eloquente e filósofo monarca nascido em Viseu em 1391 ou com a famosa cantora lírica viseense Augusta Cruz. Nas mãos da Zunzum tudo pode acontecer…


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Sernancelhe incentiva o empreendedorismo Zona Industrial ∑ Ferreirim

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uma freguesia empreendedora. Apostou-se aqui e em bom momento pois de nove ou dez pavilhões construídos, um está vendido e quatro em fase de arrendamento.” Quanto aos motivos que podem levar um empresário a fazer um investimento no interior do país, acrescentou: “Hoje o interior do país não o é tanto quanto se possa pensar. Estamos a cerca de 30 kms da auto-estrada, da A25 que faz a ligação à Europa. A interioridade existe. Somos um interior rural. Temos a nossa ruralidade e numa região como a nossa conquistar algo custa três vezes mais, porque não temos acesso às coisas com a mesma rapidez dos grandes centros urbanos, mas apesar disso temos todas as condições para acreditar no sucesso deste empreendimento e se a adversidade nos afecta, criou também uma consciência crítica diferente daquela que existia, quer nos municípios, quer nos empresários. Havia muitos financiamentos, vivia-se sem grandes dificuldades e hoje pensa-se mais crítica e apuradamente o investimento. Somos capazes de trabalhar para fora. Hoje, o concelho de Sernancelhe exporta muito para a França e Suíça alumínio, granito… Para tornarmos este empreendimento atraente para os empresários o município financia em 50% o valor de cada pavilhão, no caso da aquisição. Um pavilhão destes que custe 140 mil

euros, fica em 70 mil com todas as condições, pronto a funcionar. É só pedir a água e a luz. É claro que estes 50% carecem de excelência e de qualidade, pois temos um regulamento que premeia as empresas de qualidade. Temos ainda a facilidade de arrendamento, custando um pavilhão destes na ordem dos 250 euros mensais.” Fortunato Figueiredo, um alentejano em Ferreirim. Qual a sua opinião acerca desta zona industrial? “Acho que faz muita falta, Deus queira que seja bem-vinda. O meu desejo é que dê trabalho a toda a população de Ferreirim e a muita do concelho. Acho que as pessoas se vêm instalar e aqui criar riqueza, porque as pessoas daqui são excelentes trabalhadores e honestos. E onde há honestidade há sucesso.” De seguida falámos com José António Ferreira, proprietário do posto de combustíveis local: “Sou natural de Ferreirim e acho muito bom este investimento. Fui um dos iniciadores da ideia. Dei os primeiros passos. Está tudo bem e a desenvolver-se muito bem. Vai ser gerador de riqueza. Tudo indica que vai ter um bom futuro e vai trazer riqueza para a terra.” Finalmente ouvimos Jaime Oliveira Ferreira, 50 anos, nascido e criado em Ferreirim que referiu: “Somos uma terra de trabalho onde a agricultura sempre foi uma das maiores actividades da freguesia. Esta zona industrial vai ser

A Carlos Silva, vice-presidente da câmara de Sernancelhe

A Fortunato Figueiredo

A José António Ferreira

Paulo Neto

O Município de Sernancelhe, visando incentivar o empreendedorismo e estimular a economia local e regional, apoia os empresários até 50 por cento na compra de fracções (já com pavilhões construídos) no Parque Empresarial de Ferreirim, Concelho de Sernancelhe. Atendendo à situação de crise actual, quem não reunir condições financeiras que permitam a aquisição, tem sempre a possibilidade de arrendar fracções, variando os valores das rendas entre os 245.70 euros, para uma área de 540 m2 e os 540, 21 Euros, para uma área 2833 m2. Hoje, um dos problemas nacionais com especial incidência no interior é o recuo demográfico. As autarquias, sensibilizadas para esta preocupante realidade, começam a criar condições de fixação dos mais jovens através de melhores condições de vida e de emprego. Esta iniciativa da Câmara de Sernancelhe é já uma realidade concreta que está à vista de todos e disponível para acolher quantos aí queiram radicar-se ou criar empresas de excelência. O Jornal do Centro foi a Ferreirim falar com locais e com o vice-presidente, Carlos Silva. “O primeiro grande objectivo”, diz-nos Carlos Silva “foi o de estimular o empreendedorismo local e regional. Há condições excepcionais para que este nicho empresarial esteja neste espaço. Ferreirim é

A Jaime Oliveira Ferreira para nós a melhor vinha ou o melhor pomar que nós podíamos ter plantado. Além do grande investimento feito pelo município na nossa freguesia, a sua importância abrange todo o concelho e também a região. Não tenho dúvidas de que as pessoas que se vierem a fixar aqui criam emprego e riqueza

para todos. Temos aqui já 10 pavilhões prontos para uma área coberta estimada de mais de 4 mil m2. Têm áreas diversificadas para dar resposta à diferente procura, exigência, valência e necessidade dos empresários. Visase atrair investimento de fora e incentivar os de cá, impedindo, assim, não só a sua saída como a criação de condições para a sua permanência. Ferreirim fica numa zona muito central e acessível. Já temos empresas ligadas à reflorestação e ambiente, mecânica, estores, embalamento e produtos agrí-

colas, temos a Frusantos que já vai comemorar os seus 25 anos de existência, com investimento na área dos frutos, essencialmente a castanha, adubos, etc., temos na área das rações e lenhas. Aproximadamente já se criaram mais de 20 postos de trabalho. Havia uma empresa da área dos granitos que se vitalizou fruto da dinâmica gerada com a Zona Industrial e se reconverteu para a área da metalomecânica e visa ter em breve perto de 20 pessoas a trabalhar.” Paulo Neto


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“Proliferam por todo o país inúmeros agentes têm hoje a sua ordem profissional. O exercício é agora condicionado à obtenção de um grau mínimo de licenciatura. Porém, o mercado não está favorável, contribuindo para isso a crise atual com outros fatores como a procuradoria ilícita e a concorrência dos balcões do Estado. Ouvimos o Presidente Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores, Fernando Rodrigues. Sendo o Solicitador um profissional liberal, em que medida é afetado pela atual crise económica?

O profissional liberal não tem qualquer benefício social, como subsídio de desemprego, baixa médica ou licença de parto, não obstante estar sujeito ao desconto obrigatório para o sistema de segurança social “CPAS – Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores” não dispõe de tais benefícios. O solicitador vive da remu ner aç ão au fe r i-

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da pelos serviços prest ados aos cid ad ãos e às empresas no âmbito dos actos legalmente definidos como próprios dos solicitadores. A Lei 49/2004 de 24 de Agosto define os actos próprios dos advogados e solicitadores e tipifica o crime de procuradoria ilícita. No ent a nto, n ão só proliferam por todo o país inúmeros agentes que praticam a procurador i a i l ícit a , como ainda têm os solicitadores e advogados de suportar a concorrência do próprio estado que, através dos balcões do estado, praticam actos próprios das profissões a quem por lei o Estado definiu o âmbito das competências exclusiv a s d aq u e l a s pr of i s sões, por preços que os próprios profissionais não conseguem assegurar aos seus clientes. Como se tudo isso não bastasse, a g rave crise económica que presentemente afecta cidadãos e empresas, com pa rticula r incidência nos sectores da construção civil, transmissão de imóveis e crédito bancário, reflecte-se em reduzida necessidade de titulação de contractos sujeitos a registo, gerando substancial redução de mercado de trabalho para crescente número de profission a i s em exercício de

funções. Visando uma ultrapassagem da recessão económica, que caminhos são os indicados pela tutela e pela Câmara dos Solicitadores, uma vez que, no global, apenas são apontadas soluções sociais para auxiliar os trabalhadores dependentes?

A quota de mercado p e r d i d a n o s ú lt i m o s anos pelos solicitadores no mercado relacionado com o sector imobiliário, tem sido parcialmente preenchido pelos agentes de execução, actualmente cerca de 1100 em exercício estimando-se que, em média, empreguem cerca de 5 funcionários por agente de execução. A actividade económ i c a d o s a g e n te s d e execução atinge actualmente números significativos em matéria de postos de trabalho dependente, recrutando preferentemente empregados forenses junto de sol ic it adore s e estagiários, pela especif icidade das competências dos licenciados em solicitadoria. To d a v i a , i s s o n ã o chega e têm-se apontado caminhos dirigidos para nichos de mercado de comunidades portuguesas no estrangeiro que, apesar de emigrados, ma ntêm i nteresses pela or igem e i nteresses dei xados em

DR

Os Solicitadores


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que praticam a procuradoria ilícita” etc. Noticiou-se que o governo vai abrir 36 quiosques do cidadão em concelhos de média/pequena dimensão, pelo país, a partir de Janeiro. O que fica para os Solicitadores, que quota de mercado lhes resta?

Sim é caso para perguntar o que resta! De fac to, os Sol icitadores mexem-se no mesmo mercado que os demais operadores, embora sujeitos às limitações do processo relativamente aos Advogados e de fé-pública relativamente aos Notários. Todavia, preterida que foi a obrigatoriedade da escritura pública para d a r fo r m a a o s n e g ó cios que envolvem bens imóveis, os Solicitadores e Advogados podem titular com a mesma segurança, através de Documentos Particulares Autenticados, a maioria dos actos que anteriormente eram exclusivos dos Notários. Relativamente aos balcões e quiosques do Estado, o s S ol ic it adore s têm as mesmas competências podendo concorrer com aqueles serviços em matéria de competências.

Portugal. Tarda a reacção mas será inevitável dispersar a actividade para além das fronteiras portuguesas, já que os clientes dos solicitadores, ou seja os cidadãos que têm interesses em Portugal continuam dispersos pelo mundo. A par disso, algumas soluções relacionadas com novos serviços estão a ser trabalhadas e em breve serão apre sentadas pela tutela e pela Câmara dos Solicitadores. O cidadão comum tem noção que os advoga-

dos têm a sua área de intervenção privilegiada no foro, nomeadamente nos ramos de Direito Penal, Trabalho, Família, Civil, Administrativo e Fiscal, como tem noção das funções dos notários em matéria de fé pública conferida a alguns atos jurídicos. Conhece também, por amplamente divulgados, alguns serviços do Estado onde diretamente pode o cidadão comum suscitar serviços especializados, como: a Casa Pronta; a Empresa na Hora; o Balcão da Herança; Balcão do Divórcio com partilha,

Vai arrancar mais um estágio com cerca de 450 candidatos na zona norte, a par de um outro que decorre já com cerca de 350 estagiários. Há mercado para todos esses candidatos a Solicitadores? Qual o futuro, após a licenciatura e concluído o estágio?

Bom, mercado de facto, hoje, não há mercado para todos. Porém, no meu entendimento, a ra zão não se deve a intoxicação por excesso de solicitadores, mas à falta de negócios pela forte crise económica e f inanceira que afecta o país, a banca e os portugueses em geral. A pa r da crise, temos a i nda a concor rência do estado através dos seus vá rios ba lcões e

da própria procurador ia i l ícita que apesa r de tipificada como crime (Lei nº. 49/2004, de 24 de Agosto) não tem merecido f iscalização e punição eficaz e dissuasora. O f ut u ro dos l icenciados em solicitadoria, concluído que seja o estágio, estará dependente da retoma da economia e da reanimação do próprio mercado imobiliário. No entanto, há que reinventar a profissão e os serviços a prestar ao cidadão. A Câ m a ra dos Sol icitadores tem feito algum esforço e investimento em nova s á rea s de intervenção, apesar de ainda não existirem resultados de efeitos práticos imediatos. Perante a alteração dos Estatutos da Câmara dos Publicidade

Solicitadores, surge agora a oportunidade para a classe se constituir em Ordem? Da alteração estatutária, qual o impacto previsto para os seus membros, também no exercício da profissão?

Sim, parece ser este o momento adequado à adaptação dos Estatutos, face à necessidade de os adaptar à lei de bases das associações públicas prof issionais (Lei nº. 2/2013, de 10 de Janeiro), decorrendo da própria lei, no nº. 1 do artº. 11º, relativo às denominações “As associações públicas pro f issionais têm a denom i n ação de «ordem prof issiona l» qua ndo cor responda m a pro f issões cujo exercício é cond icion ado à ob tenção prévia de uma habilitação académica

de licenciatura ou superior…”. Ora, actualmente, é requisito para i n s c r iç ã o n o e st á g io para solicitadores, ser licenciado em Direito ou Solicitadoria. Não existirá impacto especial decorrente dessa alteração. O impacto existirá, sobretudo, pela alteração estatutária de adaptação dos Estatutos à lei de bases das associações públicas profissionais, sendo ainda prematuro abordar as várias alterações por não ser conhecida a versão da proposta . Porém, prevê-se, desde logo, alterações à estrutura orgânica da Câmara dos Solicitadores, menos restrição à livre associação, à publicidade, aos impedimentos e às incompatibilidades. Paulo Neto


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desporto Segunda Liga P J 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27

1 Belenenses 63 2 Sporting B 47 3 Arouca 46 4 Tondela 44 5 Leixões 43 6 Desp. Aves 42 7 Oliveirense 40 8 Portimonense 40 9 Penafiel 39 10Benfica B 38 11 FC Porto B 38 12U. Madeira 37 13Santa Clara 37 14Naval 35 15Feirense 32 16Atlético CP 31 17Marítimo B 30 18Sp. Covilhã 24 19SC Braga B 23 20Guimarães B 23 21Trofense 23 22Freamunde 19

V 19 12 13 12 11 10 10 11 11 10 9 8 9 8 8 9 9 5 5 4 5 4

E 6 11 7 8 10 12 10 7 6 8 11 13 10 11 8 4 3 9 10 11 8 7

D GMGS 2 47 21 4 41 28 7 41 31 7 36 28 6 33 25 5 32 30 7 34 30 9 37 34 10 28 25 9 46 37 7 32 30 6 29 29 8 36 31 8 37 38 11 40 42 14 29 40 15 22 29 13 24 34 12 22 34 12 14 27 14 20 36 16 22 43

27ª Jornada Belenenses Tondela Desp. Aves Guimarães B Leixões Oliveirense Sp. Covilhã Sporting B Penafiel Portimonense U. Madeira

2-1 1-0 3-3 0-0 1-0 4-2 0-1 1-1 1-0 1-0 2-2

FC Porto B Benfica B Feirense Trofense Santa Clara Atlético Marítimo B Arouca Freamunde Sp. Braga B Naval 1º Maio

28ª Jornada Benfica B Sp. Braga B Naval 1º Maio Marítimo B Trofense Arouca Belenenses Feirense Freamunde FC Porto B Santa Clara

-

Desp. Aves Leixões Tondela Atlético Sporting B Sp. Covilhã U. Madeira Penafiel Oliveirense Guimarães B Portimonense

MODALIDADES AMADORASDISCUTEM-SE EM VILA NOVA DE PAIVA Decorre no próximo dia 20 de fevereiro, no Auditório Municipal Carlos Paredes, em VNP, uma ação referente às “Dinâmicas das Modalidades Amadoras no Interior do País. OViseu2001estarárepresentadoporTiagoFreitas(sóciofundador e diretor de marketing) e Rui Almeida (treinador da equipa sénior e coordenador da formação futsal). Publicidade

Segunda Div. CENTRO

Futebol

1 Cinfães 2 Ac. Viseu 3 Sp. Espinho 4 Anadia 5 S. João Ver 6 Pampilhosa 7 Operário 8 Benfica CB 9 Coimbrões 10 Sousense 11 Tourizense 12 Nogueirense 13 Cesarense 14 Bustelo 15 Tocha 16 Lusitânia

Tondela a dois pontos da subida Jogo∑ Vitória por 1-0 frente ao Benfica B deixa os tondelenses a dois pontos do Arouca (3º classificado) Num dos jogos mais aguardados da 27º jornada o Tondela voltou a mostrar que a subida à primeira divisão é possível, está agora a dois pontos do Arouca. A jogar em casa, a equipa de Vítor Paneira, entrou segura frente a um Benfica B pouco atacante e sem grande perigo para a baliza de Cláudio. Aos 8 minutos os tondelenses têm a primeira oportunidade de se adiantar no marcador. Canto batido, Luís Aurélio remata para defesa de Mika e depois é Materazzi a atirar à trave. Poucos minutos de jogo e já o Tondela se mostrava superior à equipa vi-

sitante. Aos 15 minutos são novamente os tondelenses a criar perigo, Piojo só não marcou porque a bola sai cruzada e a passar muito próxima da baliza de Mika. Três minutos depois, novamente Luís Aurélio a falhar à boca da baliza. Era claro o domínio da equipa de Tondela que se volta a confirmar aos 23 minutos, num lance de bola parada, Piojo cabeceia, na sequência da marcação de um livre e Mika a negar o golo ao Tondela. O Benfica B, só aos 43 minutos têm a sua primeira jogada digna de registo. As duas equipas vão para o intervalo empatadas, sem

golos, mas o Tondela podia e devia estar a vencer. Na segunda parte a equipa visitante entra forte e chega mais vezes à baliza, no entanto sem grandes jogadas a destacar. Aos 57 minutos um erro de Mika, que não segura a bola, ainda fez tremer a equipa lisboeta, com Piojo na recarga a não conseguir marcar. A equipa visitante mostrava-se mais segura e conseguia sair em ataques rápidos, muito diferente dos primeiros 45 minutos de jogo. E aos 77 minutos esteve muito perto de inaugurar o marcador com Cláudio a salvar a equipa ton-

delense e poucos minutos depois novamente Cláudio, numa boa intervenção, a não deixar entrar a bola. Foi preciso 84 minutos de jogo para o Tondela carimbar a vitória. Luís Aurélio assina o golo, num cruzamento pela esquerda marcado por Tiago Carneiro. É no melhor período do Benfica B que o Tondela marca e arrecada os três pontos que o coloca ainda mais perto do Arouca. Na próxima jornada o Tondela vai à Figueira da Foz defrontar a Naval 1º de Maio, jogo que decorre no sábado, 16, pelas 17h00. Micaela Costa

Académico superior mas a empatar O Académico de Viseu defrontou este fim-de-semana o 12º classificado, Nogueirense e empatou sem golos, apesar das várias oportunidades criadas. As duas equipas entraram decididas a ganhar, mas foi a equipa viseense que desde cedo criou situações de perigo. A primeira acontece a poucos minutos do início da partida com um bom remate de Bruno Loureiro.

Os academistas controlavam o meio campo apesar de desperdiçarem várias oportunidades de golo. Aos 33 minutos jogada pelo lado esquerdo do ataque academista com Kifuta a tirar do caminho o guardião do Nogueirense e na finalização a bola a ser cortado por um defesa da equipa contrária. Uma primeira parte com mais posse de bola para a equipa viseense e com

o Nogueirense a defender e a tentar jogar no erro do adversário. Na segunda metade o Académico entra seguro, mas é o Nogueirense quem surpreende, quando aos 55 minutos, David Nunez, exviseense, remata forte com a bola a rasar a baliza de Nuno Ricardo. As oportunidades da equipa academista continuaram a ser notórias e aos 70 minutos Luizinho isolado

não conseguiu adiantar-se no marcador. O ataque viseense intensificava-se pela lateral direita mas a bola teimava em não entrar. A partida terminou sem golos com o Académico de Viseu a perder os três pontos que o colocariam numa posição mais confortável. Contudo mantém-se em segundo lugar a três pontos do primeiro classificado.

P 39 36 34 32 31 31 28 26 25 25 21 21 20 16 11 11

J 19 19 19 19 19 19 19 19 18 19 19 19 19 19 19 18

V 11 10 9 10 9 9 7 6 6 6 5 5 5 3 2 2

E 6 6 7 2 4 4 7 8 7 7 6 6 5 7 5 5

D GMGS 2 36 16 3 24 13 3 24 15 7 21 18 6 24 21 6 27 25 5 28 21 5 27 24 5 25 26 6 18 19 8 19 21 8 20 25 9 15 22 9 13 24 12 14 29 11 20 36

19ª Jornada Ac. Viseu Anadia Cinfães Coimbrões S. João Ver Sp. Espinho Tocha Tourizense

0-0 2-2 3-0 2-1 1-0 2-1 0-3 0-1

Nogueirense Operário Sousense Benfinca CB Lusitânia Cesarense Pampilhosa Sp. Bustelo

20ª Jornada Nogueirense Benfinca CB Lusitânia Operário Pampilhosa Sousense Sp. Bustelo Tourizense

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S. João Ver Tocha Anadia Cesarense Ac. Viseu Coimbrões Cinfães Sp. Espinho

DANI “REGRESSA” AO VISEU 2001 Depois de no final de dezembro o jogador ter sido transferido do Operário (1.ª Divisão) para o Viseu 2001, ainda não alinhou pelo Viseu 2001. O interesse de um outro clube primodivisionário (Rio Ave) e por questões do foro pessoal do atleta que o têm obrigado a permanecer no Porto (de onde é natural) contribuíram para o adiamento do ingresso no clube viseense. Ultrapassadas tais questões, Dani regressou aos treinos, no passado sábado, 9, sendo opção para a equipa técnica viseense.


MODALIDADES | DESPORTO 21

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Desporto e Municípios Foi apresentado no passado dia 4, em Tondela, o livro “Desporto e Municípios - Políticas, Práticas e Programas”. A obra reúne o contributo de 25 peritos de Portugal, Espanha e Brasil e visa trazer à discussão a relação entre o as-

sociativismo desportivo e os municípios. O livro é coordenado por Olímpio Bento e José Manuel Constantino, antigo presidente do Instituto de Desporto de Portugal e atual candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal.

Futsal

Viseu 2001 goleou Macedense Na semana em que o Viseu 2001 ficou a saber que o Benfica é o seu adversário na Taça de Portugal de futsal, que decorre no dia 27 de fevereiro, mostrou que está pronto para este grande jogo. Na receção ao Macedense, em jogo correspondente à primeira jornada da 2.ª volta, venceu por 10-5. Os visitantes não facilitaram e golearam, num jogo em que foram superiores em todos os aspePublicidade

tos. Os transmontanos tiveram sempre muitas dificuldades em travar as investidas dos viseenses e foi com naturalidade que o resultado ao intervalo assinalava 7-3. Na segunda parte o Viseu 2001 continuou a rodar todos os elementos convocados materializando a vantagem, estabelecendo o resultado final de 10-5. Domingo, pelas 17h00 joga contra o Paredes, no Colégio da Via Sacra.

Basquetebol

Gumirães campeão distrital de Sub 16 Resultado ∑ Equipa viseense vence Clube Bola Basket por 35-66 As equipas da ASS Gumirães A e o Clube Bola Basket, disputaram entre si o play off para o apuramento do Campeonato Distrital de basquetebol. O segundo jogo disputado no recinto do Bola Basket, despertou grande interesse, face à qualidade das duas equipas. A vitória acabou por pertencer aos viseenses com o resultado final de 35-66 (11-11;5-13;13-16 e 6-26). No final do jogo Sérgio Pina, era um treinador feliz com a conquista do seu primeiro título como técnico principal, “foi bastante agradável e,

a meu ver, bem merecida, pois todos se esforçaram para esta conquista, jogadores, pais dos atletas e o corpo técnico do clube”. Sérgio Pina referiu ainda que ingressar no Gumirães foi uma mais-valia, “não tive qualquer dúvida em aceitar o convite, pois era uma boa oporcer tunidade para crescer como treinador”. rA ASS Gumirães participar agora na Taça Nacional do seu escalão e joga com as equipas de Coimbra, Aveiro, Guarda, Vila Real, Braga e Viana do Castelo. áApesar dos adversá-

rios difíceis Sérgio Pina, está confiante numa boa prestação da sua equipa, alertando que é preciso “um grande empenho, esforço e dedicação por parte de todos para podermos sonhar cada vez mais alto e desta forma lutarmos pela conquista de títulos”.

A Atleta do Viseu2001 RICKY NA SELEÇÃO NACIONAL Ricardo Soares “Ricky” vai representar a Selecção Nacional Sub20. Ricardo Soares, é um dos 20 atletas convocados para ingressar a equipa das quinas. O estágio de preparação realiza-se de 17 a 20 de fevereiro em Matosinhos. Também Tânia Costa está em estágio da seleção nacional, que termina hoje em Rio Maior. A jovem atleta do Viseu 2001 é o novo reforço da equipa sub19 feminino da seleção nacional.

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REABILITAÇÃO DE HABITAÇÕES É A NOSSA ESPECIALIDADE

> Tectos Falsos/Pinturas > Decoração de Interiores > Remodelação “Chave na Mão” > Requalificação de Fachadas


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em foco Milhares de crianças brincaram ao Carnaval em Viseu Cerca de dois mil alunos do 1º ciclo do concelho de Viseu, saíram à rua na passada sexta-feira, 8. Entre reis e rainhas, príncipes e princesas, palhaços e muitos outros disfarces, as crianças brincaram ao Carnaval e os mais crescidos não ficaram indiferentes a tanta animação. O desfile de carnaval teve como tema os quinhentos anos do foral de D. Manuel. Acompanhados pelos professores/educadores, os mais pequenos, desfilaram e espalharam a alegria do Carnaval nas ruas da cidade.



D Workshop de realização

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culturas expos VILA NOVA DE PAIVA ∑ Auditório Municipal Carlos Paredes Até dia 28 de fevereiro Exposição “Arquitetura em exposição - Projetos (que ficaram) no papel”. Até dia 28 de fevereiro Exposição documental “Amadis de Gaula - Cavaleiro Medieval”, de José Valle de Figueiredo. ∑ Posto de Turismo Até dia 28 de fevereiro Exposição de artesanato “Ponto de Arte”, de Erondina Calhau.

SANTA COMBA DÃO ∑ Casa da Cultura Até dia 28 de fevereiro Exposição de lenços emoldurados, presépios, marafonas e caixas “Marcas de Portugal”, da autoria de Matilde Santos.

Arcas da memória

Destaque

Mane . Tecel . Fares

Teatro Viriato com “Alma” de Gil Vicente Sexta, dia 15 ∑ Espetáculo vai desde o ritual sagrado à festa profana O Teatro Viriato, em Viseu, recebe amanhã, dia 15, a peça de teatro “Alma”, de Gil Vicente, com encenação de Nuno Carinhas e produção pelo Teatro Nacional São João. O espetáculo está marcado para as 21h30. Nuno Carinhas regressa a Gil Vicente, através de um dos autos menos representados do autor que tão bem soube espelhar nos seus textos a natureza humana. “Alma” propõe um pequeno teatro da vida humana, en-

cenando-a como uma viagem, com os seus avanços e os seus recuos, obstáculos e desvios. Com uma dramaturgia que é também um excurso por lugares pouco frequentados da literatura portuguesa – Vitorino Nemésio, Guerra Junqueiro, Teixeira de Pascoaes –, “Alma” é um espetáculo plasticamente intenso atravessado por reminiscências pictóricas, num trajeto que vai desde o ritual sagrado à festa profana. No epicentro,

disputada pelo anjo e pelo diabo, uma singular personagem vicentina – uma “Alma caminheira”, alegoria de toda a espécie humana luta contra o tempo e faz um trajeto de provação, mudança, descoberta. O preço dos bilhetes varia entre os 5 euros - frisas laterais - 7, 50 euros frisas frontais e 10 euros na plateia e camarotes. A peça tem a duração de 60 minutos.

Guia para um final feliz (M12) (Digital)

Sessões diárias às 16h00 Vickie e o tesouro dos deuses VP (M6) (Digital)

Hitchcock (M16) (Digital)

roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 14h00, 18h40 As aventuras de Vickie VP (M6) (Digital) Sessões diárias às 21h40, 00h20* Seis Sessões (M12) (Digital) Sessões diárias às 18h45 A vida de Pi (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h20, 16h05, 21h30, 00h20*

Sessões diárias às 14h20, 20h50, 00h00* A Hora Negra (M16) (Digital) Sessões diárias às 14h40, 17h40, 21h00, 23h50* Aguenta-te aos 40! (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h10, 16h20, 18h30, 21h20, 23h30* Hansel & Gretel: Caçadores de Bruxas (M16) (Digital)

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O Cine Clube de Viseu vai receber, nos dias 16, 17, 22 e 23 de março, o realizador José Filipe Costa para um workshop dedicado à produção e realização. O objetivo passa por explorar noções básicas da linguagem cinematográfica através da realização de um filme de curta duração.

SÁTÃO ∑ Casa da Cultura Até dia 28 de fevereiro Exposição de pintura de Pedro Emanuel. VISEU ∑ FNAC Até dia 1 de abril Exposição de fotografia “Arrefeceu a Cor Dos Teus Cabelos”, de Lara Jacinto.

Jornal do Centro

Sessões diárias às 18h10 Argo (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h30, 16h50, 19h10, 21h50, 00h30* Die Hard: Nunca é bom dia para morrer (CB) (Digital) PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 19h15, 22h00, 00h30*

Tiago Virgílio Pereira

Sessões diárias às 14h00, 17h30, 20h50 (exceto 6ª e sáb.), 21h50* Django Libertado (M16) (Digital) Sessões diárias às 11h10*(dom.), 13h50, 16h00 Zambézia VP (M6) (Digital) Sessões diárias às 14h10, 16h30, 19h20, 21h40, 00h00* Sangue Quente (M16) (Digital)

A história passa-se no ano 539 antes de Cristo e é Daniel, o profeta, que no-la conta em seu livro [Daniel, 6, 25 – 29]. Nabucodonosor, o grande Rei edificador de Babilónia deixara o reino a seu filho Baltasar que na sua conduta não emenda os desvarios que perderam o seu pai, nem cuida de salvar a cidade quando os inimigos se aproximam, crendo inexpugnáveis os seus muros. E ei-lo com seus cortesãos, tão iníquos quanto ele, entregue a uma noite de orgia, ânforas de vinho despejadas nos cálices de ouro que haviam sido trazidos de Jerusalém, destruído o Templo, o povo de Israel arrastado como escravo e que assim permanecia havia quase sessenta anos. Estava a Corte neste delírio quando o rei vê surgir mão misteriosa que escreve no grande muro branco do salão estas palavras: MANE . TECEL . FARES. Empalidece o Rei. Cala-se o murmúrio dos convidados. Vieram magos, astrólogos, feiticeiros. Ninguém soube ler os secretos caracteres. Recolhida, a Rainha, avisada decerto da perturbação do seu rei, eis que entra na sala e lhe diz que há um profeta que seu pai trouxera de Jerusalém, o maior dentre os seus sábios, só ele poderá revelar o conteúdo da estranha mensagem. E o Rei o manda vir com promessas de oiro e do terceiro lugar junto do trono. E Daniel, o profeta, vem. Não quer honras nem tesouros. Mas tem a coragem de lembrar ao Rei a sua iniquidade,

Sessões diárias às 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h25* O Impossível (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h40, 16h20, 19h00, 21h20, 00h10* Die Hard: Nunca é bom dia para morrer (CB) (Digital) Sessões diárias às 14h30, 17h45, 21h00, 00h15* Lincoln (M12) (Digital)

Legenda: *sexta e sábado

Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com

o hediondo acto da profanação dos vasos sagrados do seu Deus, os abomináveis sacrifícios que faz suportar à sua gente. E ali estava escrita a sentença dos seus actos pela mão de invisível juiz. MANE. Quer dizer que Deus contou os anos do teu reinado e lhe pôs termo, esclareceu o profeta; TECEL. Foste pesado na balança e muito leve se achou o teu peso. FARES. O teu tempo chegou agora ao fim. Ciro, rei dos Medos, entrara triunfante na cidade. E nessa noite as muralhas de Babilónia abriram-se e ao romper do dia um novo rei reinava sobre a cidade. Jerusalém exultava de novo com o regresso dos escravos. A cidade florida dos Jardins de Semíramis exultava cheia de sol. Dançavase nas ruas. O povo voltava a ser feliz. Eu já vi na minha pátria letras semelhantes arvoradas ao sabor do vento. Mãos que as agitavam. Ansiosas. E não há um profeta que desça à minha pátria para dizer ao Rei que basta de opressão sobre o seu povo, que é preciso fazer regressar os que partiram sem vontade, quase ao jeito dos escravos de antanho que partiram de Israel. Não há um profeta que ele queira ouvir. E as muralhas da minha pátria estremecem.

Estreia da semana

Aguenta-te aos 40!– Depois de vários anos de casamento, Pete vive numa casa cheia de mulheres: a esposa Debbie e as duas filhas, Charlotte de oito anos e Sadie de treze anos. Enquanto Pete luta para manter a empresa, o casal tem de descobrir como desculpar, esquecer e desfrutar o resto das suas vidas… antes que se matem um ao outro.


Jornal do Centro 14| fevereiro | 2013

culturas

D “Retratos Incógnitos” no Caramulo

O Museu do Caramulo tem patente a exposição de fotografia “Retratos Incógnitos”, de Eurico Lino do Vale. A exposição pode ser visitada até ao dia 25 de maio.

O som e a fúria

Destaque

“Espero que as pessoas comprem o álbum e se identifiquem com ele” “Vícios”∑ Primeiro trabalho de João Bota será apresentado em meados de março “Vícios” é o nome do primeiro álbum do cantor e compositor viseense João Bota. Depois do lançamento na internet, o álbum chega às lojas em meados de março. O primeiro single é já um sucesso e faz parte da banda sonora da novela “Destinos Cruzados”, da TVI. João Bota, 23 anos, ainda espera por um grande concerto, na cidade que o viu nascer. Foi lançado no dia 14 de janeiro nas plataformas digitais e, em março, vai chegar às lojas. A apresentação de “Vícios” vai acontecer numa FNAC do país, ainda a definir. No mesmo dia, João Bota dará um concerto de exibição e apresentará o segundo single: “Vício Meu”, bem como o videoclip associado. Para já, “Faz por isso”, primeiro single, toca nas rádios locais e nacionais e o artista tem recebido rasgados elogios da crítica da especialidade. “Felizmente, o feedback tem sido muito positivo, tanto das pessoas como da crítica. Espero que as pessoas comprem o álbum e que, de dia para dia, se identifiquem mais com a minha música”, referiu ao JC o músico. “Vícios” é composto por 12 faixas. As sonoridades estão viradas para

o pop/rock mas a grande novidade é a introdução do soul e do R&B. “São estes os estilos que quero que façam parte da minha música no futuro”, explicou. A ajudar na composição e arranjos esteva a Gang Band, a banda de quatro elementos que acompanha João Bota nos concertos. Jimmy P, Zim e Mic foram os convidados especiais. A secção de sopros ficou a cargo dos Hornsters. “Vícios relata a maneira que vejo o mundo. Sozinho e com os meus amigos”, disse o músico que agora pertence à editora XPTO Records. A produção de “Destinos Cruzados” ouviu, gostou e lançou-lhe o convite e “Faz por isso” é uma das músicas da novela da TVI. “É muito gratificante ter a minha música associada a grande atores e atrizes nacionais. Sabe bem ver televisão e ouvir a música”, contou o também estudante de Línguas e Relações Empresariais, na Universidade de Aveiro. João Bota quer apresentar ao vivo o novo álbum por todas as FNAC´s do país. Em Viseu, ainda aguarda pelo “grande” concerto. “Adorava que me dessem essa oportunidade. Já atuei na Feira

A Capa do álbum “Vícios” de S. Mateus mas gostava de pisar outros palcos. Para isso, preciso de apoios e as autarquias são fundamentais para ajudar um artista como eu a projetar-me”, apelou. Consciente das dificuldades económicas dos portu-

gueses e da afirmação dos artistas nacionais, João Bota coloca na página facebook.com/joaobotamusica algumas músicas e novidades da sua, promissora, carreira. Tiago Virgílio Pereira

João Bota “foi” João Simões

∑ O nome João Simões que o lançou na música, no primeiro E.P., já estava patenteado na Sociedade Portuguesa de Autores e o cantor optou por João Bota. “Acho que esta mudança foi positiva. É um nome que fica mais na cabeça das pessoas e tem carisma. Em Viseu, os meus amigos sempre me chamaram “Bota”, é uma alcunha que sempre me acompanhou e que agora recupero”, explicou.

“Esverdear” a Arquitetura A voracidade do crescimento populacional (até 2050 estima-se um crescimento de 70%) encontra uma barreira natural na Terra: a sua superfície. Não há mais terra além da nossa Terra. Além disso, a utilização dos recursos do Planeta, segundo o modelo da sociedade ocidental actual, conduziu-nos a este estado de declarada insustentabilidade. A arquitectura uma vez tocada pela ética da ecologia tem sido intensamente estimulada face ao relevo do papel que os edifícios assumem na escala da degradação do ambiente (são responsáveis por 50% do consumo mundial de combustíveis fósseis e 50% da emissão de gases com efeito de estufa). Porém, este não é um problema de hoje. São vários os estudos sobre a relação entre arquitectura e Natureza (Wright) focados na ideia de racionalização do processo de construção (Walter Gropius). A grande questão é a seguinte: para moldar a arquitectura à sustentabilidade ecológica será necessário inventar o futuro ou redescobrir o passado? Enfim, é preciso “ecologizar” a arquitetura. A verdade é que todos os eco-projectos nos parecem, a maioria das vezes, digamos, futuristas ou utópicos. Além disso, há um “perigo”: a utilização destas ideias como estratégias de marketing ou tendências da moda. Certo é que não podemos menosprezar os riscos de uma “tendência” deste género para o habitat que nos tem acolhido.

Literatura

“A Foto”… história de retratados Oito h istór ia s , ou melhor, percursos com história de oito protagonistas que saem de um insta ntâ neo cap tado em 1963 para um livro escrito mais de meio sé c u lo dep oi s , em 2012. Jaime Mendes,

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Joaqui m L et ria , José Gomes de Pina, Mário Lino, Noémia de Ariz t í a , P a u lo Mou r ã o , R a i mu ndo Na rciso e Te r e s a T i t o d e M o rais… são as personagens. Da Introdução escrita por Raimundo Nar-

ciso, fica-nos o fundamento: “ ta lvez fosse possível, meio século depois, reunirmos fios dispersos das nossas vidas e com eles dar, àquele grupo tão pletórico de esperança e certezas num mundo novo, a oportunidade

de fazerem o balanço de meio século e go zarem a alegria de se juntarem de novo…” Percu rsos comu ns, l i n h a s que se ent re cruzam, visões ideológicas semelha ntes, chega-nos “A Foto” a Viseu por mãos de um

seu co -autor, o re penses José Gomes de Pina. Da “Â ncora Edit o r a ”, s e r á a p r e sentado no Sola r do Vin ho do Dão, no dia 15 de feverei ro, p el a s 18H00. PN

Maria da Graça Canto Moniz

A arquitetura tem vindo a responder a este apelo com criações interessantíssimas sobretudo para megapolis (como Nova Iorque) desafiadas pela “horizontalidade” do espaço. A ideia chave é a de conciliar a paisagem urbana com a auto-suficiência ambiental e energética. Para tal, alguns arquitetos (por exemplo, o belga Callebaut) propõem-se reinventar as linhas da construção vertical não só em termos de estrutura per se mas também ao nível das funções. Por exemplo, num dos projectos de Callebaut, a ideia é construir uma quinta urbana vertical que inclua espaços poli-funcionalizados misturando habitações, escritórios e espaços agrícolas a ser usados pelos habitantes do prédio. O ponto essencial é harmonizar “sociedade” e “ambiente” de modo a responder ao dilema contemporâneo da produção de alimentos numa cidade com pouco espaço horizontal necessário para a agricultura numa lógica de confusão entre produtor e consumir. A resposta mais confortável (e que certamente passa pela cabeça do leitor) é ignorar estes problemas “ambientais” que (ainda) não nos tocam directamente. Mas é uma verdade inconveniente essa a de que o ambiente não conhece as fronteiras artificiais criadas pelos Homem.


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saúde e bem-estar Hospital de Proximidade de Lamego a funcionar desde segunda-feira O Hospital de Proximidade de Lamego abriu na segunda-feira, dia 11. A nova unidade surge como um projeto inovador em Portugal, pela forte aposta na cirurgia de ambulatório, onde foram investidos 42 milhões de euros, O novo hospita l de Lamego privilegia a componente de ambulatório com o objetivo de reduzir o impacto do internamento na vida dos doentes e das suas famílias. Inicialmente a unidade foi construída apenas para serviço de ambulatório, mas mais recen-

temente ficou a saber-se que o hospital possui um serviço de medicina interna com 30 camas de internamento para doentes agudos. A introdução destas melhorias no modelo funcional do novo hospital foi ao encontro das reivindicações manifestadas durante os últimos anos pelo autarca de Lamego e executivo camarário, Assembleia Municipal, forças políticas locais, profissionais de saúde e população, que apontavam a ausência daquelas valências

como fragilidades graves. A nova unidade hospitalar vai assegurar a prestação de cuidados a cerca de cem mil habitantes dos dez concelhos do Douro Sul. Nas áreas de cirurgia de ambulatório, dará resposta aos 375 mil habitantes que integram o CHTMAD. A primeira pedra desta obra foi lançada em agosto de 2009. Na ocasião, o primeiro-ministro, José Sócrates afirmou que o Hospital de Lamego abria “o caminho a um novo conceito de hospi-

tais de proximidade em Portugal”. Esta nova unidade, fica encerra o ciclo de obras de remodelação do centro hospitalar que teve um investimento, nos últimos cinco anos, superior a 100 milhões de euros. O CHTMAD é constituído por quatro unidades hospitalares, Vila Real (sede social), Chaves, Lamego, Peso da Régua e uma unidade de cuidados continuados em Vila Pouca de Aguiar. Emília Amaral com Lusa

DR

Inovação∑ Primeira unidade do país com novo conceito voltado para serviço de ambulatório

A

Investimento de 42 milhões de euros, tem capacidade para realizar cerca de 10 mil cirurgias por ano nos três blocos operários

OS PERIGOS DO SOLÁRIO

O risco de desenvolver cancro da pele por exposição aos raios ultravioleta das cabines de bronzeamento artificial é duas vezes maior do que passar o mesmo período de tempo exposto ao sol ao meio-dia de verão, revelam investigadores da Universidade de Dundee, na Escócia. Os cientistas examinaram 400 camas de bronzeamento no Reino Unido, mediram os níveis de radiação UV, e concluíram que esses valores estavam acima das diretrizes britânicas e da União Europeia em nove das dez camas.


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SAÚDE 27

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Cinfães tem Suporte Imediato de Vida

Dia Mundial do Rim

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem em funcionamento, desde sexta-feira, uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) em Cinfães, no norte do distrito de Viseu. “Esta nova ambulância visa melhorar a assistência pré-hospitalar às vítimas de acidente e doença súbita na região, bem como assegurar um adequado transporte inter-hospitalar aos doentes críticos assistidos no Serviço de Urgência Básica de

A Sociedade Portuguesa de Nefrologia assinala, no dia 14 de março, o Dia Mundial do Rim. Subordinado ao tema “Rins para a Vida, Pare a Lesão Renal Aguda”, a efeméride pretende alertar a população

Cinfães”, justifica o INEM, em comunicado. A ambulância ficará localizada no Serviço de Urgência Básico local. Vai já funcionar de acordo com o novo modelo de partilha de recursos humanos entre o INEM e os Serviços de Urgência, potenciando sinergias. Ou seja, “os enfermeiros que constituem a tripulação das ambulâncias SIV desempenham também funções nas urgências onde o meio está sediado”, explica o INEM, considerando

que, desta forma, se obtêm “ganhos de eficiência dos meios” e se melhora “a manutenção das competências técnicas dos profissionais”. “Assegura-se ainda uma melhor ligação entre o pré e o intra-hospitalar, ao garantir não só a capacidade de resposta das equipas de emergência na vertente do pré-hospitalar nas localidades onde estão inseridas, mas também uma intervenção ativa e significativa nos Serviços de Urgência”, acrescenta.

Com a ambulância localizada em Cinfães, o INEM passa a ter 34 unidades deste tipo, cuja tripulação é composta por um enfermeiro e um técnico de ambulância de emergência. As ambulâncias SIV têm por missão garantir cuidados de saúde diferenciados, como manobras de reanimação, até estar disponível uma equipa com capacidade de prestação de Suporte Avançado de Vida. EA/Lusa

para as doenças que fazem com que o rim, subitamente, deixe de ser capaz de cumprir as suas funções. Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica.


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28 SAÚDE & BEM-ESTAR

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Opinião

Tratamentos estéticos em Medicina Dentária Um sorriso bonito, dentes alinhados, lábios carnudos, e uma brancura invejável de toda a dentição é algo muito agradável e que é muito desejado. É fácilmente perceptível que pessoas com um sorriso atractivo têm mais sucesso social e profissional. Em Medicina Dentária simetria é sinónimo de beleza, e talvez seja essa a pedra basilar da estética. Diferenças de posição, formato, volume, de cor, de transparência ou

até de textura, podem deitar por terra o resultado final de um tratamento dentário bem efectuado. O sucesso dos tratamentos em Medicina Dentária baseia-se muitos vezes em algo que não se vê! Os nossos tratamentos devem ser o mais imperceptíveis e naturais possível, de forma a que se enquadrem da melhor forma. Hoje em dia, temos muitas “armas” ao nosso alcance, fruto da evolução da Medicina Dentária enquanto

Ciência e Arte, da tecnologia ao nosso dispor, e da boa preparação do staff Médico e auxiliar. Desde aparelhos ortodônticos, que permitem corrigir ao longo do tempo os dentes desalinhados, a facetas e coroas em cerâmica, que nos ajudam a transformar rapidamente um sorriso triste num sorriso luminoso, quase tudo é possível hoje em dia. Muitas vezes a dentição está perfeitamente saudável, e apenas a tonalidade é

insatisfatória – estes são os casos candidatos ao branqueamento dentário. Este tratamento é puramente estético, e consiste na aplicação de um gel com capacidade branqueadora sobre os dentes, durante um período mais ou menos longo. Esse gel reduz significativamente os pigmentos responsáveis pela tonalidade escurecida do dente, permitindo branquear a dentição, sem efeitos nefastos conhecidos. Perante pequenos defei-

tos dentários, como fissuras ou pequenas fracturas, um dos tratamentos mais aconselhados é a aplicação de resinas compostas, massas da cor do dente, que permitem reconstruir esses pequenos defeitos de forma imperceptível e duradoura. Já quando os defeitos ou a destruição da estrutura dentária é maior, o tratamento ideal será a aplicação de coroas em cerâmicas – pequenas capas feitas em laboratório, perfeitamente adaptadas ao

Pedro Carvalho Gomes CMDV Supreme Smile

seu dente, e que permitem melhorar significativamente a cor, formato, e inclusive a posição da sua dentição. Este tipo de tratamento reforça ainda a estrutura dentária, protegendo o dente remanescente, sendo, no entanto, mais dispendioso do que a reconstrução com resina.

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CLASSIFICADOS 29

14| fevereiro | 2013

EMPREGO

INSTITUCIONAIS

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(Jornal do Centro - N.º 570 de 14.02.2013)

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Carpinteiro Tosco Ref. 587941106Tempo Completo – Nelas Cortador carnes verdes Ref. 587947785 - Tempo Completo Mangualde Estucador Ref. 587941905Tempo Completo – Mangualde

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.

(Jornal do Centro - N.º 570 de 14.02.2013)

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Jornal do Centro

30 CLASSIFICADOS

14 | fevereiro | 2013

INSTITUCIONAIS

NECROLOGIA Maria José, 92 anos. Natural e residente em Lumiares, Armamar. O funeral realizou-se no dia 10 de fevereiro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Lumiares.

Manuel Pereira da Silva, 85 anos, viúvo. Natural de Tarouca e residente em Teixelo, Tarouca. O funeral realizou-se no dia 9 de fevereiro, pelas 12.00 horas, para o cemitério de Teixelo.

Agência Funerária Igreja Armamar Tel. 254 855 231

António Monteiro, 89 anos, casado. Natural de Tarouca e residente em Cravaz, Tarouca. O funeral realizou-se no dia 11 de fevereiro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Esporões, Tarouca.

Maria José, 97 anos, viúva. Natural de Cunha Alta e residente em Mangualde. O funeral realizou-se no dia 7 de fevereiro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Cunha Alta.

2ª Publicação

Maria Duarte Ribeiro, 103 anos, viúva. Natural e residente em Abrunhosa do Mato, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 7 de fevereiro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Abrunhosa do Mato. Agência Funerária Ferraz & Alfredo Mangualde Tel. 232 613 652 Albertina Augusta, 85 anos, viúva. Natural e residente em Adcide, Campia, Vouzela. O funeral realizou-se no dia 12 de fevereiro, pelas 11.00 horas, para o cemitério de Campia. Albino tavares da Silva, 89 anos, casado. Natural e residente em Arcozelo das Maias, Oliveira de Frades. O funeral realizou-se no dia 12 de fevereiro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Arcozelo das Maias. Ag. Fun. Figueiredo & Filhos, Lda. Oliveira de Frades Tel. 232 761 252 Alberto de Almeida, 86 anos, casado. Natural de Bordonhos, São Pedro do Sul e residente em Trapa, Santa Cruz da Trapa. O funeral realizou-se no dia 6 de fevereiro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Santa Cruz da Trapa. Clementina dos Santos Russo Marques, 70 anos, viúva. Natural e residente em Adsinjo, São Miguel do Mato, Vouzela. O funeral realizou-se no dia 9 de fevereiro, pelas 10.30 horas, para o cemitério de Moçamedes.

(Jornal do Centro - N.º 570 de 14.02.2013)

Maria Lucinda de Oliveira Fernandes, 91 anos, viúva. Natural e residente em Cabo, Bordonhos, São Pedro do Sul. O funeral realizou-se no dia 10 de fevereiro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Bordonhos. Ag. Funerária Loureiro de Lafões, Lda. S. Pedro do Sul Tel. 232 711 927

2ª Publicação

Lurdes da Conceição Correia Gonçalves, 92 anos, viúva. Natural de Vila Real e residente em Tarouca. O funeral realizou-se no dia 8 de fevereiro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Esporões.

Maria Lurdes de Jesus Martins, 62 anos, casada. Natural e residente em Vilarinho, Tarouca. O funeral realizouse no dia 12 de fevereiro, pelas 10.00 horas, para o cemitério de Vilarinho. Ag. Funerária Maria O. Borges Duarte Tarouca Tel. 254 679 721 Conceição de Jesus de Almeida Silva, 77 anos, viúva. Natural de São Salvador, Viseu e residente em Paradinha, Viseu. O funeral realizou-se no dia 3 de fevereiro, pelas 15.30 horas, para o cemitério de Paradinha. Ana da Encarnação, 86 anos, viúva. Natural e residente em Travassós de Baixo, Viseu. O funeral realizou-se no dia 5 de fevereiro, pelas 10.30 horas, para o cemitério de Rio de Loba. António da Silva Melo Oliveira, 87 anos, viúvo. Natural de Ranhados, Viseu e residente em Coimbra. O funeral realizouse no dia 5 de fevereiro, pelas 15.30 horas, para o cemitério velho de Viseu. Agência Funerária Abílio Viseu Tel. 232 437 542 Filipe Emanuel Casimiro Novíssimo, 30 anos, solteiro. Natural e residente em Orgens, Viseu. O funeral realizou-se no dia 7 de fevereiro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Orgens. Maria madalena Ferreira da Costa, 90 anos, viúva. Natural e residente em Ranhados, Viseu. O funeral realizou-se no dia 11 de fevereiro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Ranhados. Joaquim Rodrigues Novo, 41 anos, solteiro. Natural de Tondela e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 12 de fevereiro, pelas 10.00 horas, para o cemitério novo de Viseu. Agência Funerária Balula, Lda. Viseu Tel. 232 437 268 Manuel Domingos de Jesus, 78 anos, casado. Natural de Cepões e residente em Cavernães. O funeral realizou-se no dia 11 de fevereiro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Cavernães. Ag. Fun. Decorativa Viseense, Lda. Viseu Tel. 232 423 131

José António de Almeida Alexandre MISSA DE 1º ANIVERSÁRIO E AGRADECIMENTO

Sua família participa que será celebrada missa do 1º aniversário no dia 20 de fevereiro de 2013, pelas 19:30 Horas, na Capela de Sta. Eulália em Repeses. Agradece desde já a todos os que se dignem assistir a este ato, bem como a todos os que a acompanharam neste período difícil de ausência deste nosso ente muito querido.

(Jornal do Centro - N.º 570 de 14.02.2013)

AGÊNCIA F UNERÁRIA A MARAL & SOBRINHO L DA . F IGUEIRÓ – VISEU TELF.232415578 / 964647521 E-M AIL : AGENCIA . AMARALESOBRINHO @GMAIL .COM


Jornal do Centro

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DEscreva-nos para:

14| fevereiro | 2013

clubedoleitor

Jornal do Centro - Clube do Leitor, Rua Santa Isabel, Lote 3, R/C, EP, 3500-680 Repeses, Viseu. Ou então use o email: redacao@jornaldocentro.pt As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta seção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

FOTOS DA SEMANA

HÁ UM ANO EDIÇÃO 518 | 17 DE FEVEREIRO DE 2012 Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Junto ao edifício da Segurança Social, em pleno passeio, quando a rolote do rastreio do cancro da mama sai, ficam os buracos a servir de ratoeira aos transeuntes, com “ferrinhos” e tudo... para o pontapé doer mais!

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DIRETOR

·

Paulo Neto

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO pág. 13 > EDUCAÇÃO pág. 14 > ECONOMIA pág. 16 > ESPECIAL pág. 19 > DESPORTO pág. 22 > CULTURA pág. 26 > SAÚDE pág. 28 > CLASSIFICADOS pág. 29 > EMPREGO pág. 30 > NECROLOGIA pág. 31 > CLUBE DO LEITOR

Semanário 17 a 23 de fevereiro de 2012 Ano 10 N.º 518

1,00 Euro

SEMANÁRIO DA

REGIÃO DE VISEU Novo acordo ortográfico

- 3500-680 Repeses - Viseu · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP

redacao@jornaldocentro.pt

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“Não sou testa de ferro de ninguém” ∑ José Moreira, candidato à comissão política e9 em entrevista ao Jornal do Centro | páginas 8

do PSD Viseu,

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Nuno André Ferreira

| Telefone: 232 437 461

UM JORNAL COMPLETO

l llevam a mal... l ∑ É Carnavall e alguns Carta Social Dinâmica dá resposta a novas ∑ necessidades

∑ Empresas de reboques em greve ∑ Associação de Pais admite posição “mais dura” na Ana Maria Silva

ESEN

∑ “O programa PME Crescimento tem sido ignorado pelos bancos” Esta rúbrica está aberta à participação dos leitores. Submeta a sua denúncia para redacao@jornaldocentro.pt

CARTA DO LEITOR

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Os Sem-abrigo e o BPI O Senhor Presidente do BPI, Dr. Fernando Ulrich, não está muito satisfeito com o desempenho do seu Banco. Quer mais … austeridade. Apesar de ter ganho em 2012 muitos milhões de euros. Apesar do empréstimo que o Estado lhe concedeu e que todos pagamos com a nossa austeridade. FU confunde e compara espontaneamente o ganhar milhões de euros, com a ajuda do nosso empréstimo, aos ser Sem-abrigo. FU confunde e compara espontaneamente a escalada da sua fortuna, com a queda no abismo negro de muitas centenas, ou até milhares, de cidadãos. Mas não é a mesm a coi sa . E m mu it a s dessas situações, são realidades-condição uma da outra: a segunda da primeira. FU merece ser desafiado na sua “ética”: Porque a sua candidatura a Sem-abrigo, circunstância que não desejamos, dificilmente ocorrerá,

sugerimos-lhe que faça a doação de 1/3 do seu modesto ordenado aos Sem-abrigo da sua cidade, já que as duas situações e o risco de pessoalmente lhe acontecer são assim tão próximas e semelhantes. Como reverso do que tem sido feito aos cidadãos que pagam o empréstimo que lhe foi feito e que pode ter sido passaporte de Sem-abrigo para muitos. Mesmo assim e apesar disso, a ofensa que acaba de fazer-lhes e àqueles que o virão a ser, quem sabe a custa da sua fortuna, exigiria muito mais.

Ofereço-lhe uma contrapartida: se por azar da fortuna vier um dia a ser Sem-abrigo, prometo-lhe fazer-me cliente do BPI e doar todos os juros do meu reduzido capital para o tirar de tão degradante condição. Mesmo assim e apesar disso, será muito mais do aquilo que a sua “ética” hoje merece. Uma coisa será certa: sairia dessa situação muito mais maduro em termos humanos e muito mais digno dessa condição. Cidadão devidamente identificado”

∑ Hotel Casa da Ínsua nos voos da TAP ∑ ACERT debate problema das Minas da Urgeiriça


tempo

JORNAL DO CENTRO 14 | FEVEREIRO | 2013

Hoje, dia 14 de fevereiro, céu nublado. Temperatura máxima de 15ºC e mínima de 5ºC. Amanhã, 15 de fevereiro, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 14ºC e mínima de 4ºC. Sábado, 16 de fevereiro, céu nublado. Temperatura máxima de 12ºC e mínima de 3ºC. Domingo, 17 de fevereiro, aguaceiros. Temperatura máxima de 12ºC e mínima de 3ºC. Segunda, 18 de fevereiro, chuva moderada. Temperatura máxima de 12ºC e mínima de 6ºC.

Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

∑agenda

Olho de Gato

http://twitter.com/olhodegato http://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

Quinta, 14

Viseu ∑ O Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica de Viseu realiza várias atividades. De manhã, irá decorrer na Escola Secundária Alves Martins uma ação de sensibilização acerca da violência no namoro.

Joaquim Alexandre Rodrigues joaquim.alexandre.rodrigues@netvisao.pt

Lincoln

Até sábado, 16 Lamego ∑ O Teatro Ribeiro Conceição recebe a primeira Semana Camiliana. Leitura, cinema e teatro fazem parte das “Noites de Lamego” - 150 anos.

Sexta, 15 Viseu ∑ A FNAC recebe ao vivo a banda Corsage, a partir das 18h00, para a apresentação do terceiro álbum do grupo português.

A D. Ilídio Leandro e D. António Couto, bispos de Viseu e Lamego

Bispos consideram “ato de coragem” Viseu e Lamego ∑ Sobre a renúncia do papa Bento XVI

Domingo, 17 Viseu ∑ Bênção da Casa Episcopal da Diocese, às 16h30, pelo bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro.

∑ A FNAC é o palco do lançamento da obra “A Educação Emocional para Seniores” com a presença dos autores Vitor Fragoso e Martha Chaves, a partir das 17h00.

Segunda, 18 Viseu ∑ Sessão solene do dia do Hospital S. Teotónio, às 11h00.

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O bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, disse que o anúncio da resignação feito pelo papa Bento XVI foi um ato de coragem e de fé. “De coragem, porque era necessário vencer toda uma tradição que não aponta para ser normal um ato destes e de muita fé, porque vê-se que tomou esta atitude por amor à Igreja e por sentir que as suas forças já não permitiam conduzir a barca de Pedro (a Igreja) nos momentos e nas circunstâncias em que é necessário

vigor, determinação, firmeza e aquela presença que, pela doença, já não poderia ter”, considerou o bispo de Viseu. O papa Bento X V I , 85 anos, anunciou na segunda-feira, durante um consistório no Vaticano, a sua resignação a partir do dia 28 de fevereiro devido “à idade avançada”. D. António Couto disse não ter percebido sinais de qualquer “fragilidade intelectual” quando em outubro esteve no Vaticano para participar

no Sínodo para a Nova Evangelização. O bispo de Lamego olha para a resignação como uma decisão de quem “vê a vida à luz de Jesus Cristo e de quem nunca se desligou” e por isso, considerou que “o seu serviço à Igreja e o amor a Cristo o levam a tomar este passo para um maior bem da Igreja”. O ú lt i m o c h e fe d a Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415). Tiago Virgílio Pereira

1. No seu livro “Maus Samaritanos – O Mito do Livre-Comércio e a História Secreta do Capitalismo”, Ha-Joon Chang chama a atenção que tanto se pode dizer “Lincoln, o Libertador” (pelo seu papel na libertação dos escravos) como “Lincoln, o Protector” (ele protegeu sempre as manufacturas dos estados do norte, tendo criado as mais altas taxas aduaneiras da história do seu país). Os estados do norte defendiam a protecção da indústria e a distribuição de terras públicas nos novos estados do oeste, políticas que tinham a oposição dos estados agrários do sul que precisavam de livre-comércio para venderem os seus produtos e temiam uma reforma agrária. Foi esta fractura política, mais do que a escravatura, que levou à guerra civil americana, iniciada e resolvida durante os mandatos de Abraham Lincoln. 2. Lincoln foi o primeiro presidente norte-americano a ser assassinado. A sua longa vida política foi interrompida aos 56 anos por uma bala. Como é sabido, o filme de Steven Spielberg — agora em exibição e que está nomeado para 12 óscares — foca-se só na aprovação da 13ª emenda constitucional que aboliu a escravatura e conta a história daquilo que foi preciso fazer para conseguir os votos necessários. Este filme está a ser profundamente analisado em todo o mundo. Aqui, só quero chamar a atenção para um aspecto que ainda não vi sublinhado em lado nenhum: a 13ª emenda só passou porque a mulher de Lincoln o obrigou a ir, ele próprio, arranjar os votos que faltavam, fosse de que maneira fosse. E porque, quando foi necessária contenção na língua afiada do radical anti-esclavagista Thaddeus Stevens (saia um óscar para o fabuloso Tommy Lee Jones!), este não respondeu às provocações porque tinha um prémio secreto à sua espera: mostrar a acta daquela votação histórica à noite, na cama, à sua mulher negra. O mundo, um enorme matriarcado.


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