Jornal do Centro - Ed576

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ESTE SUPLEMENTO É PARTE

INTEGRANTE DO SEMANÁRIO

JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO

576 DE 28 DE MARÇO DE 2013

E NÃO PODE SER VENDIDO

SEPARADAMENTE.

UM JORNAL COMPLETO

suplemento Concelho de

Tondela &

DIRETOR

Paulo Neto

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA

Queima do Judas

Semanário 28 de março a 3 de abril de 2013

pág. 06 > ABERTURA pág. 10 > À CONVERSA pág. 12 > REGIÃO pág. 16 > EDUCAÇÃO

Ano 12 N.º 576 1 Euro

pág. 17 > SUPLEMENTO pág. 27 > DESPORTO pág. 29 > CULTURA Paulo Neto

pág. 35 > SAÚDE

Nesta edição

Paulo Neto

| Telefone: 232 437 461

novo p

SEMANÁRIO DA

pág. 33 > EM FOCO

Textos: Micaela Costa Grafismo: Marcos Rebelo

m

co Agora ço xxx 0,80 Euros re

pág. 25 > ECONOMIA

REGIÃO DE VISEU

pág. 37 > CLASSIFICADOS

Novo acordo ortográfico

·

Avenida Alber to S ampaio, 130 - 3510 - 028 V iseu ·

redacao@jornaldocentro.pt

O candidato do consenso

∑ Almeida Henriques é a escolha do PSD para a Câmara Municipal de Viseu

| pág. 12

·

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Jornal do Centro 28 | março | 2013

praçapública r Devia

palavras

deles

haver uma atitude proativa do Serviço Nacional de Saúde de perceber que há um produto natural (termas) [...], ele próprio uma mais-valia na diminuição de medicamentos que custam dinheiro ao Estado português”

rA minha vida sem- rEu sou o único cida- rSomos dez milhões pre se resumiu a estes 241 quilómetros quadrados de território e foi por este espaço que sempre lutei”

dão português com mais de 18 anos que não se pode candidatar à Câmara de S. Pedro do Sul sem ter cometido qualquer crime”

num conglomerado superior a quatrocentos milhões e onde outros têm um poder demográfico, económico e político superior ao do estado português”

Adriano Azevedo Conselho de Administração da Termalistur, empresa municipal que gere as termas de S. Pedro do Sul (Declarações ao Jornal do Centro, 25 de março)

Editorial

José Pereira Pinto Presidente da Câmara Municipal de Cinfães, em entrevista ao Jornal do Centro

José Manuel Sobral Historiador, em entrevista ao Jornal do Centro

Povo de arguidos…

Passos “está encurralado. Se agir, reganha a iniciativa política. Se não fizer isto, entramos no caos. No pântano político”, dizia Marques Mendes, enfático, no canal em que comenta. Quando é que estas Sibilas de Cumas nos dirão algo que não saibamos? A maior parte passou pelo poder central e com as honrosas excepções que bem conhePaulo Neto cemos, nada deixou de assinalável; Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt enquanto andaram em campo foram players medíocres, agora, na bancada, são coachs visionaríssimos. No fundo, ávidos do “regresso a casa”…

chegou para explicar a sua quota-parte nos “desvairos” da sua governação e a sua responsabilidade no estado da Nação. A não ser que, afinal, nos venha apenas fazer umas prelecções sobre aquilo que aprendeu na universidade parisiense que frequentou. Só ganhamos em ouvi-lo e haver abaixoassinados (uma moda…) a quererem impedi-lo de falar, em democracia, apenas revela “vista-curta”. Pela boca morre o peixe e se há carecas a destapar… pois só devem temê-lo os calvos que usam “capachinho”…

Agora vem Sócrates (o José). Passou rápido o período de “nojo”. Ele sabe que os portugueses têm a memória curta e desde Alcácer-Quibir e o Bandarra de Trancoso, anseiam por Messias. Relvas está feliz com a vinda do ex-primeiro-ministro para o canal público. Pudera! Sabe que ele vem ajustar contas com o PS… E enquanto o Zé Povo assiste ao lavar dos cestos, a vindima continua, desviadas as atenções do substantivo para o big brother adjectivo que se avizinha. Ou talvez o “engenheiro” tenha achado que a hora

É domingo. Chuvoso e frio. Tempo de Vias Crúcis. Que têm perdido algum do seu significado original no sentimento actual de que o trajecto do Pretório até ao Calvário é hoje uma Via Dolorosa sentida por milhões de portugueses no seu quotidiano, votados a uma agonia lenta pelos pilatosjuízes-das-nossas-vidas, condenados sem culpa alguma. Somos um povo de arguidos…

Opinião

António Carlos Figueiredo Presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, em entrevista ao Jornal do Centro

A Europa milenar, o “berço” de tanta civilização é hoje um ubero exauri-

do e seco. E nem os vagidos famélicos das crias nem a dor da “toura” impedem a morte lenta. Nos últimos séculos o Homem reinventa-se em “ismos”. Tão generosamente, gostamos de acreditar, quanto lamentamos o fim das sucessivas utopias. A federação de 740 milhões de habitantes é um estrondoso fiasco. Jean Monet, o visionário do “futuro europeu”, o bom-homem da união e as suas crenças… tiveram vida efémera. Sente-se hoje, no absoluto descrédito das políticas económicas e financeiras encetadas por “actores” de duvidosa competência face aos resultados obtidos, uma sensação de repúdio acrescida de uma percepção de perdição. Esboça-se na primeira fila do horizonte a certeza do “não ir por aí” mas com a incógnita do não saber para onde ir. Época fracturante como tantas outras da História. O Homem sobreviveu-lhes, reinventou-se e reestruturou-se. “É a Hora!” De última hora fala-se em remodelação ministerial. Que sai Relvas e Álvaro. Nihil obstat, diríamos como

se o nosso dizer alguma importância tivesse… E o Víctor continua a “prever previsões desconchavadas”? Talvez assim e agora, finalmente, o PSD Viseu encontre “O Candidato”! Quanto ao CDS, e face à indecisão/receio de Hélder Amaral, talvez em outubro… E afinal, porque tudo muda de um dia para o outro, hoje, 3ª feira, Almeida Henriques é o candidato à Câmara de Viseu pelo PSD. Gostamos de crer que ninguém sai derrotado e que a vitória, a haver, é a do bom senso, da lucidez e da visão apreceituada da realidade. Já há dois bons candidatos que honram o concelho. Importante agora é vermos quem integra as suas listas. E aí poderá estar o fundamento da diferença numa luta que vai ser renhida. Se Junqueiro conseguir elencar os nomes certos…. Se Almeida Henriques aparecer sem as “gorduras supérfluas” do passado, aqueles nomes que se julgavam perpetuados por obra e graça do Espírito Santo… Falta o CDS. Hélder atrasa-se. Vai de carro-vassoura e ao pensar num reboque do PSD sujeita-se a esperar sentado…

Que lixo nos entra em casa…!

Há 56 anos entrou em nossas casas um mono que destruiu o ambiente de conversa e de partilha, criou indisponibilidade para discutir assuntos comuns às famílias e amarrou a todos o vício (a que hoje chamam, parola e parvamente, de adição). Esse vício, pernicioso, ditador e castrador da vontade, chama-se televisão, a tal que berra em cafés e restaurantes enquanto se tenta comunicar com as demais pessoas. A nacional, com os quatro canais em disputa de audiências, põe à nossa disposição doses massivas de entulho. A sua qualidade é fraquinha, débilitante e epidémica. Os seus programas acompanham a decrepitude da moral da audiência numa sintonia mórbida, crescente e mergulhante. A cusquice, a maledicência e o sem pudor entram pelas nossas casas adentro numa atitude des-

respeitosa, com a desculpa de que quem não gostar pode, a qualquer momento, mudar de canal. Quem não tiver possibilidade de ter aquele leque alargado de canais que algumas empresas conhecidas vendem está confinado a ter, em permanência e numa alternância quase absoluta, futebol, comentários ao futebol e documentários de futebol, com novelas, publicidade às novelas e remakes de novelas. No primeiro caso, para quem estiver atento, assiste-se ao descartar de um certo tipo de doutrina futebolística, dita com ar muito sério e grave, quase doutoral, entremeada com comentários dos treinadores que dão vontade de chorar, tal o acalcanhar da língua-mater. Um horror cultural para o pagode aplaudir, porque gosta. No segundo caso, convive-se com todo o tipo de representação de cenas

canalhas, cobardes, violentas, ensalsadas com cenas de quase amor explícito. Seria falta de seriedade não dar aqui nota de mais qualquer coisa exibida na TV: os reality shows e os talk shows. Big Brother e Casa dos Segredos são exemplos de decadência sórdida, apresentados por gente sem escrúpulos e com vista a contaminar quem assiste. A mostra, em directo, do que parece ser o comportamento sem balizas dos concorrentes, com cenas de teor absolutamente reprovável é, depois, abadalhocadamente explorada pela apresentadora, esventrando o que poderia ter ficado, eventualmente, menos claro. É, de facto, a exploração do que mais abjecto e animalesco tem o ser humano, de forma cínica, viscosa, absolutamente degradante e venenosa.

Apesar de tudo, vi num programa hilariante e de todos conhecido, com caricaturas vivas de uma boa mão cheia de gente mais ou menos proeminente, uma representação de um noticiário televisivo em que era dito que iria recomeçar o Big Brother o que viria a ser uma boa medida para retirar a prostituição das ruas. Confesso que gostei. Achei ser uma piada inteligente e própria. Já o mesmo não poderei dizer da entrada do Coveiro-Mor deste País no talk-show anunciado da RPT1, a tal que é de todos nós, numa clara, inescrupulosa e desprezível guerra de audiências. Resta-me a esperança de que as 124000 assinaturas que se lhe opõem possam vingar e retirem a quase certa retórica aldrabona, contursionista e anafórica dos ecrãs caseiros. Pedro Calheiros


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números

estrelas

500

Foi o número de participantes do “1º Passeio BTT RI 14 - Dia da Unidade 2013”. A primeira edição foi um sucesso. O Regimento de Infantaria de Viseu está de parabéns, assim como os atletas envolvidos na prova que teve um percurso de 40 quilómetros.

Almeida Henriques Candidato do PSD à Câmara Municipal de Viseu

Num PSD dividido na seleção do candidato à autarquia viseense, reinou enfim o bom senso, determinando a escolha de Almeida Henriques, secretário de Estado no actual Governo.

Importa-se de responder?

ACERT Tondela

Académico de Viseu Futebol Clube

Após ter derrotado o líder Cinfães (3-0), o Académico relançou a candidatura para a subida à Segunda Liga de Futebol.

Perpetuando uma tradição secular, a ACERT realiza mais uma edição da Queima do Judas, tão profundamente enraízada na história do concelho.

Costuma ir ao teatro? (27 de março, Dia Mundial do Teatro) Sim. Como a cultura é parte integrante do meu ser, tento manter-me sempre atualizado com novas formas.

Sim, com bastante regularidade. Sou um apreciador de teatro, porque consegue-se enquanto espectador uma visão diferente daquilo que a peça nos quer transmitir e porque o teatro é sem dúvida uma forma de me enriquecer culturalmente.

António Oliveira

Vitor Simão

Fotógrafo

Edudante

Prefiro ir ao cinema. O teatro é enriquecedor e também não o desprezo. Mas ninguém me tira os filmes.

Costumo. Sou uma apaixonada por teatro e até tenho alguma experiência pessoal em cima do palco. Não me lembro de ter ido a uma peça que não tenha gostado. Saio de lá sempre com uma sensação de conforto e enriquecimento.

Tiago Marques

Raquel Rodrigues

Estudante

Vigilante

Opinião

João Cotta Presidente da AIRV

Viseu pela positiva - o próximo presidente da Câmara de Viseu O concelho de Viseu é o centro da nossa região. À sua volta estão outros concelhos que são motores complementares do desenvolvimento económico, social e cultural. Como capital regional temos a notável cidade de Viseu, uma referência nacional invejável. Entendo por isto que o próximo presidente da Câmara de Viseu deve liderar a CIM Viseu Dão Lafões, tem de ser mobilizador e promotor da coesão regional. Tal não significa centralização de processos ou mudança de instalações para Viseu. Significa ter a certeza de que, sem coesão regional, o concelho de Viseu corre o risco de definhar. A região de Viseu Dão Lafões ne-

cessita de um líder. Este líder deve ser o próximo presidente da Câmara de Viseu. Para ser líder regional tem de conquistar a autoridade para tal, o que se consegue apenas pelo exemplo. O exemplo advém das práticas e dos valores. A competência, o mérito, a paixão, a lealdade, a transparência, a autenticidade, a solidariedade e a capacidade de trabalho são, entre outros, exemplos que queremos seguir. Este líder regional tem de ter um projeto sólido, orientado para o futuro. Tem de ter espírito de missão, orientado para resultados de médiolongo prazo. Deve promover a renovação de pessoas a diversos níveis,

deve ser um sonhador realista. Deve ser uma pessoa de ideias inovadoras, que tenha visão do mundo, que seja humilde, que promova a participação cívica dos cidadãos, que promova a divergência de perspetivas e a confiança no futuro, que defenda o mérito como base do progresso individual e coletivo. Deve entender e conhecer as empresas, a cultura, o ensino, e a responsabilidade social. Deve saber criar equipas abrangentes, com pessoas talentosas, com provas dadas, fugindo da ditadura das estruturas partidárias. Deve apoiar as empresas, atrair o investimento, entender a relevância estratégica de apostar

na excelência do IPV, da Universidade Católica e do Piaget. A qualidade de vida é isto tudo, é criação de riqueza económica e cultural, é urbanismo equilibrado, é fixação de pessoas de talento, são cuidados de saúde adequados, é apoio social a quem precisa. Um bom começo será a campanha eleitoral. A linguagem deve ser nova, clara, verdadeira, centrada na nossa região. Usar temas estafados nacionais apenas pode revelar ausência de projeto credível. Os eleitores irão decidir com base nas propostas políticas, nos objetivos regionais, na linguagem positiva, na liderança e nas equipas para as concretizar.


4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO Opinião Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt

Redação (redaccao@jornaldocentro.pt)

Emília Amaral, C.P. n.º 3955 emilia.amaral@jornaldocentro.pt

Micaela Costa, (estagiária) micaela.costa@jornaldocentro.pt

Tiago Virgílio Pereira, C.P. n.º 9596 tiago.virgilio@jornaldocentro.pt

Sílvia Vermelho Politóloga

Departamento Comercial comercial@jornaldocentro.pt

Diretora: Catarina Fonte

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Um padrão de excepções O Chipre é um caso único na zona Euro e, por isso, está a ser alvo de medidas únicas, o que significa que os restantes países da UE não precisam de ter preocupações – as medidas não são aplicáveis noutros países. A Grécia também era um caso único na zona Euro. A Irlanda também. Tudo casos únicos. Ora porque o primeiro é um paraíso fiscal, ora porque o segundo é composto por um bando de preguiçosos ora porque o terceiro

viu um crescimento anormal - o takeoff irlandês – e, naturalmente, pagou por isso. Conseguimos facilmente lembrarnos de mais casos únicos de descalabros económicos. A nossa vizinha Espanha também é um caso único, culpa da especulação imobiliária que os doidinhos dos espanhóis provocaram com a construção de casas de férias para portugueses. A Itália também é um caso único, pois vê as suas

receitas desviadas por máfias enraizadas no tecido social e económico. São tudo casos únicos e, como todos os bons casos únicos, apresentam razões únicas para o seu falhanço, muitas vezes sustentadas pelos estereótipos e ideias feitas. O problema desta retórica do “caso único” é que evita o reconhecimento, por parte da opinião pública, de um padrão. Mas não nos enganemos, um padrão é uma repetição mais ou

catarina.fonte@jornaldocentro.pt

Ana Paula Duarte ana.duarte@jornaldocentro.pt

Departamento Gráfico

Opinião

Marcos Rebelo

O som da ruralidade

marcos.rebelo@jornaldocentro.pt

Serviços Administrativos Sabina Figueiredo sabina.figueiredo@jornaldocentro.pt

Impressão GRAFEDISPORT Impressão e Artes Gráficas, SA

Distribuição Vasp

Maria do Céu Sobral

Tiragem média

Geóloga mariasobral@gmail.com

6.000 exemplares por edição

Nenhum outro som transmite uma intemporalidade rural tão profunda como aquele que jorra da concertina (e do acordeão), a imagem do tocador é também ela marcada por elementos ligados à terra e tradição, a boina ou chapéu, as polainas, o colete, o lenço; o conjunto identifica a zona do país e antecipa o tipo de melodia. A concertina, acordeão diatónico de palhetas livres, com fole e dois teclados, perten-

ce à família de instrumentos como o acordeão, sendo o mais antigo ascendente conhecido, o cheng datado de 2700 a.c. e usado na China. O cheng veio primeiro para a Rússia no séc. XVIII, onde depois de conhecido o seu mecanismo de toque se espalhou pelo resto da europa em derivações como o harmónio (órgão sem tubos usado em igrejas, com som semelhante ao acordeão), e o acordeão. O tabu

de que não se conseguiria aprender a tocar concertina com notas musicais mas sim de ouvido e treino, está agora completamente ultrapassado, e como se considera que essa aprendizagem é mais fácil do que para o acordeão, o número de academias, escolas e associações que se dedicam ao ensino da arte têm contribuído muito favoravelmente para que o número de tocadores seja cada vez maior, e que o intervalo

Sede e Redação Avenida Alberto Sampaio, 130 3510-028 Viseu Apartado 163 Telefone 232 437 461

Opinião

1. Esta cidade não é para jovens: Aparento uma falsa juventude. Falsa na medida em que já carrego um acervo considerável de memórias-fantasma desta cidade. Apesar de Viseu não ter passado por nenhuma guerra ou catástrofe natural, são demasiados os sítios que apenas sobrevivem na minha memória e, para desgosto meu, muitos dos fragmentos que restam não passam de imprecisas imagens recolhidas na infância. O meu saudosismo sub-trinta tem por base uma “imagem-relâmpago” do Conde Barão; uma ténue recordação dos vultos que ocupavam o Mercado 1 de Maio; os brinquedos na Casa da Boneca; as tendas da feira semanal abertas no Campo de Viriato; a extinta confu-

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Gerência Pedro Santiago

Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.

Opinião

Semanário Sai à quinta-feira Membro de:

João Fraga de Oliveira Inspector do trabalho (aposentado) Associação Portuguesa de Imprensa

União Portuguesa da Imprensa Regional

Fim de época; Loja do Cidadão; CDS-PP são dos dias da semana na Rua Direita e Rua Formosa a transbordar de vida, de negócio e de esperança; os legumes que a minha avó comprava à porta de casa; o Parque Aquilino Ribeiro com esplanadas cheias; a inauguração da minha adolescência acontece sob o signo da demolição da Estação-de-caminhos de ferro, a banda sonora desses anos estava à venda na Rua da Paz; as primeiras sessões de cinema foram no Ícaro, ainda o Rossio era ponto de encontro; a minha biblioteca é a Casa Amarela. Entretanto, como comunidade, abraçamos a modernidade sob forma de centro comercial, as ruas ficaram vazias, o comércio tradicional pereceu, o centro histórico ficou cada vez mais

deserto. Nesta entrada de séc: XXI, impávidos e bastante serenos assistimos à decadência e desmantelação do nosso património cultural, social e físico. Perante a uniformização europeia abandonámos o que nos distingue. Ao longo de toda esta caminhada a companhia fiel vinha d’O Cortiço –haverá “marca” mais forte que esta?, espaço que esta semana encerrou as portas. Com o fechar de portas, também foram fechadas as memórias de muitos Viseenses, para os que lá passaram bons momentos restam as fotografias e as histórias pessoais que o tempo apagará. As notícias da morte da “minha cidade” podem pecar por serem exageradas, mas encarregamse de impossibilitar o célebre “Ale-

O “emprego” do desemprego Em Janeiro de 2013, segundo o Eurostat, o desemprego atingiu em Portugal a taxa de 17,6%, o que corresponde a mais de 961.000 pessoas desempregadas. Contando com aqueles que, “desencorajados”, já nem procuram emprego e com os que, “empregados” nas estatísticas mas que apenas realizam “biscates” pontuais, essa taxa ultrapassa os 25%. Mais de 1.400.000 desempregados. Mas a taxa de desemprego nada diz das consequências humanas e sociais do desemprego. “Para um desempregado, o desemprego é sempre de 100%”.

Desemprego não é apenas a privação do emprego e o que isso implica: perda do salário e, logo, do sustento, da habitação e do suporte da família, da saúde e educação dos filhos. É também risco de perda da própria saúde (física ou mental), progressiva desqualificação profissional, exclusão social, “apodrecimento da vida” (como escreveu Albert Camus). Para além disso, o desemprego é também um factor de degradação da qualidade do …emprego. Os desempregados têm cada vez menos apoio social. Com a diminuição da duração e montante do subsídio de desemprego, só cerca de 370.000 são

abrangidos. E, assim, o desemprego força-os a “aceitar” salários baixos, más condições de trabalho e vínculos laborais precários. Ou, mesmo, na procura de emprego, recorrer já não apenas à migração interna (em regra, do interior para o litoral) mas à emigração forçada. Em condições que, nalguns casos, como tem sido denunciado pela comunicação social e entidades oficiais, são caracterizáveis de verdadeira exploração. Ou, mesmo, escravatura. As políticas de dita “flexibilização do mercado de trabalho” via alterações da legislação laboral conduziram à individualização e precarização das


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menos incessante de casos únicos. E o que estamos a viver é que cada país está a verse privado da pertença a esse padrão, com as suas justificações únicas que fazem dos seus casos “únicos”. Assim, como Portugal é um caso único, não precisamos de nos preocupar. Porque nada do que aconteceu na Grécia aconteceu aqui tal como nada do que está a acontecer no Chipre pode acontecer aqui. É um raciocínio dedutivo perfeitamente lógico, claro. E, por isso, o melhor é fingirmos que

nada se está a passar e que o sistema bancário europeu está perfeitamente normal, logo o nosso dinheiro no banco está perfeitamente seguro e as nossas vidas decorrem normalmente. Mas quando a normalidade é feita de casos únicos e aparentemente anormais, quando um caso único se transforma rapidamente no seu plural, é melhor estarmos preparadas/os. Uma rotura da zona Euro, a escassez dos produtos alimentares nos supermercados, um racionamento dos

combustíveis, a redefinição de tudo o que conhecemos como espaço Schengen, bem, tudo isso, mas mesmo tudo isso, parece bem mais provável do que José Sócrates ter um programa na TV – e isso vai mesmo acontecer, não é verdade? Em tempos em que contar com as probabilidades deixou de ser possível, e que planear a nossa vida em função do “mais provável” se tornou uma coisa literalmente do século passado, urge prepararmo-nos para o que antes era o “menos provável”.

Quando isto acontece, é a tal mudança de paradigma de que se fala corriqueiramente. Nos entretantos, explode um engenho explosivo numa agência bancária no Chipre. Em menos de nada, o “Que se lixe a Troika! Queremos as nossas vidas!” pode transformar-se num “Queremos as vossas vidas”. Tenho medo que, quando esse dia chegar, o povo na miséria não se contente em passar facturas em nome de Passos Coelho.

de idades dos mesmos possa ascender a 80 ou até 90 anos! Quando eu era gaiata, um tocador de concertina era raro, só nas festas da aldeia poderia surgir um de fora ou um contratado, e o leque de sonoridades e temas era bastante repetitivo, agora volvidas quase 3 décadas e a bem da cultura, não há festa ou comemoração onde não apareça um grupo de tocadores ou até vários, e fruto de sangue novo em todos as etapas do processo criativo surgem novas e modernas sonorida-

des que mesmo assim não perdem em nada identidade ou referência geográfica. Mas para que este património cultural e som típico da ruralidade mais profunda possa continuar vigorosamente e possa implantar-se em rotas turísticas, a aposta na sua presença e divulgação tem de ser contínua, integrada ou não noutras celebrações de outros objectos ou tradições culturais. No passado dia 23 em Sernancelhe, cerca de 5 centenas de tocadores de concertina marcaram presença no

III Encontro Nacional de Concertinas, organizado pela Associação Desportiva e Recreativa da Sarzeda. Ao ExpoSalão de Sernancelhe acorreram muitos e fervorosos seguidores, que se concentraram durante uma tarde inteira em volta de presunto e vinho tinto, mas com os ouvidos atentos às centenas de concertinas que se ouviram divididas por 30 grupos de várias zonas do país. Eu estive lá, não como entendida, mas como curiosa, houve grupos que me surpreende-

ram pela extrema qualidade (o que para o meu ouvido leigo, quer dizer que me soaram muito bem), e mais tarde apercebi-me que esses grupos que mais me agradaram e que me soaram tão afinados, eram grupos de crianças e jovens, alunos da concertina desde a idade pré-escolar, confirmando que este ainda recente ensino já gerou muitas esperanças e desmistificando o tocador de ouvido. Na concertina, como no resto, é de pequenino que se torce o pepino.

gra-te, jovem, na tua juventude” do livro de Eclesiastes. Da minha juventude, que hoje dificilmente se alegra, faz parte um passado, na minha cidade, que o presente, com a paciência de quem tem tempo, se encarrega de destruir, felizmente não há instagram que altere as cores da minha memória. 2. O que se passa na Loja do Cidadão? Este jornal tem atribuído merecido destaque ao estranho caso da Loja do Cidadão. A polémica principal gira em torno da nomeação – nomeação, nesta frase, funciona como mero eufemismo- da coordenadora Ana Luísa Bastos. Como referiu o Jornal do Centro, Hélder Amaral, colocou diversas questões ao Ministro da Tutela Miguel Relvas relacionadas com este caso. Apesar

da pertinência das questões, as respostas - algumas em tom de fuga em frente – pouco ou nada esclareceram. Desde logo, ficámos por saber onde foi publicitado o referido concurso. Terá sido no BEP, em algum jornal ou site? Fiz uma pesquisa e confesso que não encontrei nada. Será que com apenas dois elementos a loja corria o risco de deixar público por atender? A resposta é negativa. Sabemos que a referida loja funcionou durante oito anos com apenas dois sub-gerentes, sem registo de constrangimentos ao seu funcionamento. Numa época de diminuição da oferta e fortes constrangimentos orçamentais que motivo justificará tal “nomeação”? A justificação de prevenção de alguma ausência também não colhe, caso contrário todos os serviços públicos teriam um

quadro de pessoal duplicado de modo a colmatar eventuais falhas. Terá realmente existido algum acréscimo de funções que justifiquem a contratação, ou repartiram as existentes de modo a tentar justificar a inclusão de um terceiro elemento? As minhas fichas ficam todas na última opção. Apesar da vontade de Hélder Amaral, estou certo que vamos continuar a aguardar resposta.

Cunha, num jornal online. A diferença pela qual Carlos Cunha se tem pautado é positiva. Positiva na medida em que não opta pelo discurso simplista da contagem de espingardas, não fulaniza, apresenta uma visão “fresca” sobre a política local e com a mesma elevação com que faz oposição a Ruas é a única voz que evita que a campanha de Junqueiro passe incólume entre os pingos de chuva. Finalmente o CDS, sendo unívoco, fala a mais do que uma voz. Agora, resta esperar pela confirmação da candidatura de Hélder Amaral e que o CDS contribua com boas ideias e melhores pessoas para a escolha do próximo mês de Outubro.

relações de trabalho. Isso, o desemprego e a manutenção dos mais baixos salários da UE, está a fragilizar cada vez mais as pessoas nas relações de trabalho. E, assim, atemorizam-se e inibem-se na exigência e exercitação dos seus direitos e, até, na denúncia do atropelo destes, o que dificulta a acção pro-reguladora dos sindicatos e a acção reguladora das autoridades de controlo público (Autoridade para as Condições de Trabalho) e dos tribunais. Por isso, ainda que invisível, cresce a desregulação, o incumprimento da lei (condições de segurança e saúde, salários, horários de trabalho, férias, contribuições para a Segurança Social, etc.). “Empregando” o

desemprego “cá fora” como instrumento de “gestão”, há quem, empregador, desrespeite direitos sociais dos trabalhadores e pratique concorrência empresarial desleal (por dumping social) com empregadores cumpridores. Ainda que em algumas empresas, isso aconteça como solução de desespero (mas inadmissível) para sobreviverem às políticas de “selecção natural” (cito o sr. primeiro-ministro), economicamente “austericidas” (sobretudo para as PME), que estão a ser seguidas. Há que reflectir (e agir), social, institucional e politicamente no sentido de se restituir confiança e esperança por via de um emprego que, como exige a Organização Internacional do Trabalho, garanta um tra-

balho digno. Caso contrário, sendo certo que o trabalho é central na sociedade e na vida de cada um, acrescendo ao desumano “trabalhinho” que o desemprego já faz ou induz nesses domínios, agravar-se-ão as condições de saúde física e mental das pessoas por doenças profissionais e acidentes de trabalho, a quebra de natalidade, o insucesso e abandono escolar dos filhos, a desestruturação familiar, o isolamento social, a pobreza e outras nefastas consequências humanas, sociais e económicas associadas. O desemprego é, sem dúvida, a “maior chaga pessoal, familiar e social”. E, por isso, deve merecer toda a atenção (e acção) social, económica e política. A nível do Go-

2. As vozes do CDS: Durante bastante tempo a voz do CDS-PP Viseu era confundida com a voz de Hélder Amaral, mas algo está a mudar. Se por um lado temos Rui Santos, ainda que a título pessoal, a escrever com regularidade no seu blog “Tempos de Véspera”, por outro lado, num registo oficial, começa a despontar a voz de Carlos

Miguel Fernandes Politólogo atribunadeviseu@gmail.com

verno, instituições, empresas e pessoas. E no plano nacional, regional e local. Mas é imprescindível que essa atenção (e acção, repete-se) sobre o desemprego não descure também esta obscura e socialmente perigosa desvalorização do trabalho, degradação das condições de trabalho e perda da qualidade do emprego que é também efeito (e, em círculo vicioso, igualmente causa) do desemprego. Porque, ainda que haja quem considere a falência em catadupa de empresas como “selecção natural” e o desemprego como uma “oportunidade” ou um “desapontamento”, constitui uma escandalosa perversidade este (sub)“emprego” que fomenta e está a ser fomentado pelo … desemprego.

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico


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abertura

textos ∑ Emília Amaral

SNS deve repensar o termalismo No arranque de mais uma época termal, responsáveis pelas estâncias do distrito de Viseu reivindicam a necessidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltar a comparticipar os tratamentos termais. Uma medida suspensa pelo Governo em 2011, que se refletiu numa quebra superior a 10% da procura. O distrito de Viseu possui seis estâncias termais que receberam em 2012 28.817 mil aquistas (ver quadro) segundo os dados da Associação Termas de Portugal (ATP) a que o Jornal do Centro teve acesso. Um número que reflete uma quebra de nove por cento em relação a 2011, ano em que registou a presença de 31.668 clientes. Adriano Azevedo, da Termalistur, a empresa municipal que gere as Termas de S. Pedro do Sul confirma que a medida do SNS fez com que “um fluxo de termalistas deixasse de vir por razões financeiras”. “O que acho é que devia haver uma atitude proativa do SNS de perceber que é um produto natural, susceptível não só da valorização do território do interior, mas também ele próprio uma maisvalia na diminuição da importação de medicamentos que custam dinheiro ao Estado português. Isto pode não interessar a muitos interesses instalados, mas são situações reais em que o Estado devia, de alguma, ser o regulador e autor de uma campanha nacional para os portugueses frequentarem termas”, acres-

centa. O também vice-presidente da Câmara de S. Pedro do Sul cita países como a Alemanha, em que “11 por cento dos alemães frequentam termas, não só por razões de bem-estar, mas também por razões de saúde”. A falta de comparticipação dos tratamentos termais por parte do SNS é uma das razões das quebras registadas no sector, mas a crise também influencia, assumem os responsáveis. No entanto, as termas continuam a ser um potencial significativo tanto no distrito como na região Centro, tendo-se registado nos últimos anos investimentos significativos ao nível das infraestruturas de cada equipamento, no sector hoteleira e na própria requalificação urbano, numa aposta das autarquias. Os dados da ATP revelam que as seis estâncias do distrito faturaram em 2012 mais de seis milhões de euros (7.300 milhões em 2011), o que representa 43 por cento da faturação total das 35 termas espalhadas pelo território nacional. Por tudo isto, Adriano Azevedo considera que o cenário de diminuição do número de frequentadores se vence com novas apostas, nomeadamente com a internacionalização, mas é preciso o Governo ter “algum carinho” por esta área da saúde e bem-estar. O responsável lembra que, no “interior do país, é uma das áreas que pode consolidar emprego”. Pedro Machado, presiden-

te do Turismo do Centro reforça que as termas representam um polo de atração ”muito importante” no Centro, por três razões: “tendo por base não apenas o histórico do número de aquistas que visitam a região anualmente e onde se identificam as Termas de S. Pedro do Sul como o balneário com mais influência relativamente ao resto do país”, assim como o facto de representarem “um polo de permanência do número de dias superior àquele que é a média da taxa de ocupação turística na região Centro”. E ainda, termina, o “significativo” investimento financeiro público e privado. “As termas são de facto um produto turístico muito interessante para além da componente termal tradicional também na óptica da saúde e bem-estar e por aquilo que oferecem como complementaridade a outros produtos turísticos”, refere. Novo quadro comunitário. A necessidade de o novo quadro comunitário 2014/2020 assumir a saúde e bem-estar como um pilar determinante no contexto de desenvolvimento do território da região Centro, tem sido a tónica de alguns dos responsáveis locais. Pedro Machado adianta que a Comissão de Coordenação da Região Centro (CCDRC) está a “preparar um envelope financeiro para o Programa Operacional do Centro, em que o turismo e o bem-estar é um eixo diferenciador”.

Clientes das termas 2012-2011 / Distrito de Viseu

* * Situadas em Aguiar da Beira, distrito da Guarda e integradas na área da CIM Dão Lafões


Jornal do Centro

NOVA ÉPOCA TERMAL | ABERTURA 7

28| março | 2013

Produtos cosméticos a partir das águas termais nascem em S. Pedro do Sul

Caldas de Aregos: As segundas mais procudadas no distrito

As Termas de S. Pedro do Sul estão a desenvolver uma linha de dermocosmética que deverá estar disponível no mercado nacional e internacional no final do ano. Esta é a aposta mais recente da maior estância termal do país, aberta durante todo o ano e que em 2012 recebeu perto de 17 mil aquistas, representando um volume de faturação de cerca de quatro milhões de euros. “Estamos esperançados que com a aplicação deste projeto vamos promover as termas no mercado nacional e no mercado internacional e daí podermos beneficiar de outro tipo de procura, adianta o responsável pela Termalistur, Adriano Azevedo. Esta nova área de negócio complementar ao termalismo de saúde e bem-estar é inovadora em Portugal e representa um investimento de 700 mil euros. O projeto de investigação teve um primeiro momento articulado com a Universidade do Porto, que desenvolveu os estudos de credibilização e verificação das águas em termos científicos.

A estância Termal de Caldas de Aregos, em Resende revelou-se nos últimos anos um lugar de destaque ao nível do termalismo. A Câmara adquiriu as Termas em abril 2009 e, após beneficiação das instalações existentes, o balneário passou a estar aberto todo o ano. De acordo com os últimos dados nacionais, é a quinta mais frequentada do país na área do termalismo e bem-estar, e a segunda no distrito de Viseu. Durante o ano de 2012, 4360 clientes usufruíram destas termas situadas junto ao rio Douro. Em apenas um ano a frequência das termas de Caldas de Aregos aumentou 78,4%, já que em 2011 foram registados 2444 clientes. Na área de bem-estar, o aumento de aquistas foi ainda mais visível, com uma percentagem de

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Com base nesses estudos, o projeto avança agora para a realização de novos testes com vista à criação de linhas de produtos para o mercado, prevendo-se que os primeiros lotes piloto surjam em junho deste ano. “Estou convicto que dará mais visibilidade e despertará mais curiosidade pelo termalismo. Somos líderes do mercado e o público em geral vai seguramente associar esta área da cosmética à outra componente de saúde, que para nós é determinante”, reforça Adriano Azevedo. A linha de dermocosmética faz parte do pacote de apostas para esta época termal, mas há outras apostas previstas, nomeadamente no processo de internacionalização da estância termal. Com clientes espanhóis

já fidelizados, as Termas de S. Pedro do Sul vão começar a promover-se no mercado alemão e no mercado polaco. “A internacionalização é feita através do turismo de Portugal, através das agências de promoção turística e ainda através de clusters que foram sendo criados no país. Há uma atenção particular também através do turismo médico, em que os hospitais, as universidades de referência e clínicas privadas estão também a desenvolver a sua área de marketing e de promoção”, explica. Acordo. A Câmara e a Embaixada da Polónia em Portugal estabeleceram um acordo de cooperação que pode trazer para a estância termal dois mil polacos por ano. A parceria entre a Embaixada da Polónia em Portugal e a autarquia deverá ainda vir a ser reforçada com investimentos nas termas, assim como um acordo de geminação de S. Pedro do Sul com uma cidade termal polaca.

crescimento superior a 100% (em 2011 foram realizados 1689 tratamentos, aumentando para 3618, em 2012). Para além dos tratamentos terapêutico-medicinais, a Companhia das Águas de Caldas de Aregos, EM, SA, tem explorado as potencialidades destas águas na componente de lazer e bemestar. Para o presidente da Câmara de Resende, António Borges, também presidente do Conselho de Administração da Companhia das Águas, os resultados são a melhor resposta para alguns preconceitos que vêm do passado relativamente a Caldas de Aregos e às suas termas”. “É aqui que temos de construir um dos grandes pilares da empregabilidade no concelho, acrescentou”.


Jornal do Centro

8 ABERTURA | NOVA ÉPOCA TERMAL

28 | março | 2013

Caldas da Felgueira: Abertas desde 1 de março

DR

O Centro Termal das Caldas da Felgueira, no concelho de Nelas abriu para nova época a 1 de março. Em 2012 recebeu perto de três mil aquistas. Para 2013 é planeada uma época “cheia de novidades mas sempre com a mesma qualidade”, escreve a administração do equipamento na página da internet.

As termas das Caldas da Felgueira estão vocacionadas para o tratamento de doenças do foro respiratório, como asma, bronquite, rinite e sinusite, e músculo-esquelético, como a osteoartrose e a reabilitação articular e muscular, com bons resultados nas artropatias traumáticas, particularmente no pós-operatório ortopédico.

Ao nível do bem-estar, o centro termal tem como particularidade um programa de estética e beleza entre as diversificadas ofertas. A história agora contada recorda que a utilização das águas das Caldas da Felgueira remonta ao início do século XIX e o primeiro doente a curar os seus males através das águas foi o pa-

dre José Lourenço que, de seguida, mandou construir a primeira casa de habitação em Canas de Senhorim. Em 1818 havia já um povoado de 13 fogos e 50 habitantes. Até aqui o movimento era pouco, facto que se alterou com a vinda de imensas pessoas de várias regiões, que tentavam encontrar naquelas águas as respostas aos seus problemas.

As Termas Sulfurosas de Alcafache têm um lugar de destaque na história dos cuidados de saúde da população. Este ano, o inverno prolongado e as obras de requalificação nos acessos ao complexo por parte da Câmara de Viseu atrasaram a abertura da nova época termal, es-

tando a mesma prevista para 15 de abril. As Termas de Alcafache funcionam desde 1962, e têm vindo a ser objecto de constantes remodelações e aperfeiçoamentos que permitem tirar o máximo partido das suas características e do seu apoio aos cuidados de saúde.

A par da tranquilidade espiritual vivida em comunhão com a natureza, as Termas de Alcafache, oferecem propriedades únicas no tratamento das vias respiratórias, várias doenças de pele, de reumatismos crónicos, doenças músculo-esqueléticas, na recuperação de dificuldades motoras, colites e

colecistopatias crónicas. Tal como a maioria das estâncias em Portugal, nos últimos anos tem apostado em program, as de bem-estar, nomeadamente nos spa termal de vinoterapia, spa termal de algoterapia, spa termal tradições do oriente e massagem sensorial com velas.

DR

Alcafache: Nova época em abril

DR

Carvalhal: Nova aposta no bem-estar As Termas do Carvalhal, situadas no concelho de Castro Daire estão abertas desde 14 de Janeiro. A nova época termal prolonga-se até 15 de dezembro com uma “forte aposta” nas campanhas da área do bem-estar. As águas termais de Carvalhal são indicadas para o tratamento de problemas como

afeções das vias respiratórias, do aparelho digestivo, reumáticas e músculo esqueléticas, doenças de pele e patologias dermatológicas. Mafalda Pais, responsável pelo complexo termal adianta que o termalismo clássico continua a ser procurado pelas suas indicações terapêuticas, mas reconhece que as campa-

nhas de bem-estar são um “incentivo” e “uma forma de cativar novos clientes”. O pacote “doce relaxamento” é a grande novidade deste ano. Ao longo de três dias os aderentes podem usufruir de diferentes massagens especiais. As Termas do Carvalhal contam este ano ultrapassar novamente os três mil frequen-

tadores. Um valor que no ano passado ficou abaixo das expetativas pelo facto de o balneário ser obrigado a encerrar durante dois meses, devido a uma rutura na conduta principal. O complexo tem em curso um projeto de restruturação que vai permitir a requalificação e o alargamento do balneário.

“Esperamos que seja um momento que marque um ano de sucesso com muitos utentes e possamos inverter uma tendência nacional de dificuldade para todos os equipamentos desta natureza”, a expetativa de Miguel Rodrigues, responsável pela Tondelviva, empresa municipal que gere os destinos das termas. A estância localizada em Lageosa do Dão, Tondela abriu as portas a uma nova época no dia 15

de março. O complexo está situado num vale com características únicas que permite aos utentes realizar os seus tratamentos, mas também explorar a natureza exposta no seu melhor. O vice-presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus salientou que a diferenciação de Sangemil terá de ser pelas terapias, mas também pela proximidade e “pela resposta cuidada que os profis-

sionais ali podem desenvolver”. Aumentar a capacidade hoteleira é uma das ambições dos responsáveis pelas termas de forma a atrair novos clientes. Miguel Rodrigues confirmou que está a ser recuperada uma antiga pensão junto ao complexo, com capacidade para 14 camas, representando um investimento privado de cerca de 500 mil euros, comparticipado no âmbito de uma candidatura

PRODER, via ADICES. As Caldas de Sangemil têm como primeira indicação terapêutica as patologias do foro reumatológico e algumas patologias músculo-esqueléticas e de artropatias resultantes de acidentes de viação, de trabalho ou outros, e ainda na fase de cuidados pré e pós operatórios. Como segunda indicação, destina-se esta água às patologias das vias respiratórias superiores.

Emília Amaral

Sangemil: Querem destacar-se pela diferença

DR

Caldas da Cavaca: um pequeno paraíso desde 1924 Localizadas na freguesia da Cortiçada, a quatro quilómetros de Aguiar da Beira (distrito da Guarda), as termas das Caldas da Cavaca reabriram remodelas em 2008. O arranque da nova época está programado para maio,

com a novidade de que o complexo deixou de ser gerido pela Câmara Municipal de Aguiar da Beira e passou para as mãos da empresa Montalvia de Castro Daire. Em 2012 recebeu 797 utentes segundo os dados da Associação Termas de Por-

tugal, tendo os programas de bem-estar registado uma maior adesão em relação ao número de utentes que optou pelos tratamentos tradicionais. As águas das Caldas da Cavaca são recomendadas para as doenças digestivas, doen-

ças músculo-esqueléticas e osteoarticulares, doenças da pele e doenças respiratórias. A estância, para além dos tratamentos terapêuticos, oferece programas de bemestar com vista ao relaxamento e revitalização do corpo e da mente humana.



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Jornal do Centro 28 | março | 2013

em fim de mandato

entrevista ∑ Tiago Virgílio Pereira

Devido à Lei de Limitação de Mandatos, 12 dos 24 atuais presidentes das autarquias vão sair por força da legislação. Esta semana, o Jornal do Centro conversou com José Pereira Pinto (PS), presidente da Câmara Municipal de Cinfães e António Carlos Figueiredo (PSD), presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul. Era desejo do semanário iniciar esta rúbrica “em fim de mandato”, com o presidente da autarquia viseense. Contudo, Fernando Ruas não se mostrou disponível, em tempo útil, para aceder à nossa solicitação.

“As áreas social e da educação foram as que mais marcaram a minha ação”

Esperava estar tantos anos à frente da autarquia?

Sinceramente não. Eu, tal como os meus colegas, estamos sempre dependentes da vontade popular e eu nunca diria que ficava 16 anos como presidente da Câmara de Cinfães. Para se ter uma ideia, na história do concelho, fui o autarca que mais anos esteve à frente da autarquia. O que é para si fazer política?

É trabalhar para a minha terra e para a minha população. Essa sempre foi a minha filosofia quer como presidente da Junta de Freguesia da sede do concelho, quer como presidente da Câmara. A minha vida sempre se resumiu a estes 241 quilómetros quadrados de território e foi por este espaço que sempre lutei. Quem foi a pessoa do seu partido que mais o desiludiu?

Não é fáci l responder. Pelo facto de, felizmente, estar sempre, ou quase sempre, de acordo com as ideias defendidas pelos Secretários

Gerais do meu partido. Mais fácil é falar da pessoa que sempre admirei, o Dr. Jorge Sampaio. Se tivesse que escolher só um, qual seria o momento mais marcante?

Não gosto de falar em momentos mas sim em áreas. E, neste capítulo, as áreas da educação e da área social foram aquelas que mais marcaram a minha ação. É bom lembrar que em 10 anos, de 2001 a 2011, o concel ho de Ci n f ãe s reduziu a problemática do abandono escolar em 10 por cento. Esforçámo-nos para que todos os alunos tivessem acesso ao t ra n spor te escolar, sem qualquer custo para as famílias. Assumimos esse comprom i s s o até com a s nossas crianças do jardim de infância. Acho que também lutei por este objetivo pelo facto de ser professor. Lutámos muito para que os a lu nos conti nua ssem com os estudos até ao 12º ano de escolaridade. Quanto à rede de infraestruturas sociais, criámos inúmeras parcerias com as Instituições de Solidariedade Social do concelho para darmos uma resposta ef icaz e em tempo útil às necessidades das nossas populações. Até findar o mandato, que obras faltam fazer?

É óbvio que as obras lançadas a concurso são para concretizar. Mas a grande obra vai ser a inauguração da bibliote-

Emília Amaral

José Pereira Pinto, 62 anos, chegou à presidência da Câmara Municipal de Cinfães (PS) no dia 2 de janeiro de 1998. Antes, foi professor do primeiro ciclo do ensino básico. É natural de Cinfães e só se ausentou para estudar.

ca e do auditório municipal. A Casa da Cultura já não dava resposta e estas modernas infraestruturas vão tornar o concelho mais moderno e atrativo. Quais as maiores diferenças que assinala no concelho quando chegou à Câmara e agora que vai partir?

B em , se f i zer u m a retrospetiva do que era

Cinfães há 16 anos é notório que não pode ser comparável ao concelho dos dias de hoje. Houve uma mel horia clara na qualidade de vida das populações. Hoje, as pessoas são mais qualificadas. O concelho casa ruralidade com modernidade e dá gosto viver em Cinfães. O que ficou por fazer?

No geral, o que ambi-

cionei está concretizado ou vai concretizarse. Qua ndo cheg uei à Câmara encontrei-a endividada. E no primeiro mandato o objetivo foi fazer uma gestão correta das contas e parar o endividamento. A partir do segundo mandato é que comecei a fazer obra propriamente dita. O que irá fazer depois de terminado o mandato?

Vou de férias. Ao longo destes anos nunca gozei mais do que 10/11 dias de férias. E, naturalmente, preciso de descansar. Vou fazer algumas viagens que sonho que nunca pude realizar. Claro que depois vou continuar a estar ativo. Não quero nem devo parar e por isso vou apostar e enriquecer a minha formação pessoal e profissional.


Jornal do Centro 28| março | 2013

JOSÉ PEREIRA PINTO | ANTÓNIO CARLOS FIGUEIREDO | À CONVERSA 11

“Os grandes problemas do interior não são de interioridade”

Esperava estar tantos anos à frente da autarquia?

Quando começamos não sabemos quando vamos sair. O exercício político tem as suas contingências e não depende da nossa vontade. Nunca escondi que gostava de ser presidente da Câmara de S. Pedro do Sul, na medida em que havia um conjunto de projetos que me entusiasmava e se me fui recandidatando é porque achava que podia dar algo mais ao concelho. Não sei se aceitaria ser candidato em outra localidade, porque esta é que é a minha terra e estes são os meus problemas. Concorda com a lei de limitação de mandatos?

Do ponto de vista do autarca é bom, porque quando chegamos ao fim do mandato somos confrontados com duas situações. Se quisermos sair e estivermos em alta junto do eleitorado não nos deixam sair. As pessoas não nos deixam ir embora porque dizem que entregamos o ouro ao bandido. Quando estamos em baixo, nós é que não queremos sair porque queremos provar que somos úteis à população. É sempre muito difícil. A filosofia da limitação causa alguma estranheza. Eu sou o único cidadão português com mais de 18 anos que não se pode candidatar à Câmara de S. Pedro do Sul sem ter cometido qualquer crime e isso causa uma estranha sensação. Pior, quando aqueles que são eleitos diretamente por sufrágio universal estão impedidos e aqueles

Se tivesse que escolher só um, qual seria o momento mais marcante?

O mais marcante e decisivo para o concelho foi quando nos vimos confrontados com as condições em que estava a funcionar o Balneário D. Afonso Henriques. Sustenta uma parte da atividade económica do concelho, a receita do concelho incluindo mais de duas mil camas de hotel e tivemos de decidir porque a Direção Geral de Saúde foi clara quando disse: ou fazem obras ou têm de encerrar. Corria o ano de 2006, estávamos entre quadros, o novo ainda demorava dois anos a entrar em vigor, e fomos confrontados com uma obra de 10 milhões de euros apenas com as receitas do município. Não podíamos afetar a época alta, pela sua complexidade e por não podermos falhar, foi sem dúvida o momento mais difícil. A atividade termal tem um peso significativo na economia do concelho. O balneário é o maior e o mais moderno da Europa. Quando chegou, S. Pedro do Sul era vila. Hoje é cidade. O que mudou?

A designação de vila e cidade não tem a ver com a dimensão nem com uma presunção de superioridade. Compararmos a cidade de S. Paulo (Brasil) e Viseu, não têm nada em comum, são realidades diferentes. Em S. Pedro do Sul tínhamos a parte da vila, a parte das termas na freguesia de Várzea. E não fazia sentido porque tínhamos um conjunto de equipamentos e valências: comércio, hotelaria, termalismo e era necessária uma ligação. Necessitávamos de transformar esta área numa urbe coerente. Chamar-se cida-

Tiago Virgílio Pereira

António Carlos Figueiredo, 53 anos, esteve pela primeira vez à frente da Câmara de S. Pedro do Sul (PSD) em 2001, através de eleição intercalar. Foi a partir de 2002 que cimentou a presidência. É advogado de profissão.

que são designados indiretamente podem recandidatar-se eternamente. O Salazar tinha a teoria que o povo não sabia votar, e parece que voltámos a essa altura, numa atitude antidemocrática.

de a S. Pedro do sul não foi nenhum prémio da Assembleia da República, foi apenas o formalizar de uma realidade. Convém lembrar que neste momento continuamos com todos os ser viços públicos e ganhámos o serviço de Urgências regional a funcionar 24 horas. O que é para si fazer política?

É nós tomarmos o pulsar daquilo que são as necessidades da população e conseguirmos, com coerência, sermos justos. Sem usar o dinheiro público (coletivo) para satisfazermos as vontades pessoais (individuais). E isto tem o seu treino. É um conceito que nos dias de hoje tem alguma carga negativa, fomentada por alguns teóricos. Por exemplo, o professor Marcelo Rebelo de Sousa gos-

ta muito de política, sabe comentar mas não a sabe fazer e provou-o quando esteve à frente do partido. Para ele, a política é o reconhecimento de uma atividade profissional ou de um serviço que se faz à comunidade e está errado, a política é uma ciência, em todos os países desenvolvidos. O professor faz as análises de acordo com a sua posição pessoal. Quando se corta no vencimento dos políticos ele diz que teria ido mais longe e quando se corta nos vencimentos da administração pública, que ele também recebe, diz não saber se é constitucional. Quem foi a pessoa do seu partido que mais o desiludiu?

Penso que todos os políticos fizeram o melhor que puderam. Não guardo mágoa de colegas do par-

tido nem de opositores. No distrito temos tido bons autarcas, apesar de lutarem por concelhos do interior do país, que é sempre mais difícil. Que obras faltam realizar até final do mandato?

Nós autarcas lutámos muito pelas acessibilidades. Os grandes problemas do interior não são de interioridade. Estou a 40 minutos do mar, se morasse nos E.U.A., a minha casa era de praia. Temos é a dificuldade da dispersão da população. No litoral, 100 metros de tubagem servem 10 mil pessoas aqui para servir 1000 pessoas precisamos de 10 mil metros. A ótica do utilizador pagador impede-nos de viver num concelho de população dispersa, porque os serviços são muito mais caros. Esta a

grande dificuldade das populações do interior. A forma de o combater seria com equilíbrio das despesas. Algumas teriam de ser pagas pelo desenvolvimento das zonas massificadas do litoral. A nível interno, a grande obra vai nascer, no próximo ano, e será o maior investimento na área da educação. O novo Centro Escolar, orçado em 4 milhões de euros, vai servir 550 alunos do concelho. Quando sair, o que irá fazer?

O mesmo que fazia antes de entrar. Vou retomar o meu escritório de advocacia. Deu-me uma grande satisfação e foi uma honra ter estado à frente dos destinos da autarquia e da população de S. Pedro do Sul, de quem tenho as melhores referências e as maiores recordações.


Jornal do Centro

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28 | março | 2013

região Júlio Norte candidato peloPSDemMortágua

Autárquicas ∑ Candidatura votada por unanimidade

ao lado de Afonso Abrantes durante quase 24 anos. A notícia da sua candidatura nas listas do PSD surgiu como “uma surpresa total” no concelho, adiantou um munícipe ao Jornal do Centro: “é o assunto do dia”, adiantou o mesmo na terça-feira. EA

Sete coligações PSD/CDS-PP O PSD e o CDS-PP vão concorrer coligados em sete concelhos do distrito de Viseu, nas próximas eleições autárquicas de outubro. A par das atuais coligações em Lamego e em Nelas, os dois partidos

deixam cair a coligação em Penalva do Castelo, mas vão coligar-se em Tabuaço, Mangualde, Moi m e nt a d a B e i r a , Cinfães e Resende, concelhos geridos atualmente por executivos do PS. EA

Reviravolta em S. Pedro do Sul A Distrital do PSD rejeitou a proposta apresentada pela concelhia de S. Pedro Sul de avançar com o nome de José Sousa para candidato à Câmara Municipal. A distrital social-democrata decidiu por unanimidade que o candidato do PSD à Câmara de S. Pedro do Sul é Adriano Publicidade

Azevedo, atual vice-presidente da autarquia. Fonte ligado ao processo admitiu ao Jornal do Centro que terá contribuído para a decisão a assembleia de militantes extraordinária em que foi aprovada uma moção de apoio à candidatura de Adriano Azevedo. EA

O secretário de Estado da Economia, Almeida Henriques vai ser o candidato do PSD à Câmara Municipal de Viseu. A candidatura foi aprovada por unanimidade, tendo o processo ficado fechado na segunda-feira à noite, durante uma reunião da comissão política distrital. Com a confirmação da candidatura do social-democrata encerra um longo processo que gerou avanços e recuos relativamente ao substituto de Fernando Ruas, que em outubro termina um percurso de 24 anos de presidente da autarquia viseense, impedido de se recandidatar pela Lei de Limitação de Mandatos. Há já algum tempo que a cidade e o concelho viam Almeida Henriques como o sucessor natural de Fernando Ruas. Em declarações ao Jornal do Centro em fevereiro passado o agora candidato chegou a afirmar: “já estive disponível”, deixando transparecer a ideia de que se tinha fechado uma porta, mas os rumores da última semana de que seria o candidato do partido por Viseu confirmaramse na terça-feira. O secretário de Estado Adjunto da Economia e

Paulo Neto

José Júlio Norte, até agora vice-presidente da Câmara Municipal de Mortágua (PS) vai concorrer como independente na lista do PSD à mesma autarquia, nas eleições de outubro. A candidatura foi aprovada na última reunião da Comissão Política Distrital do PSD Viseu, tendo já o autarca renunciado ao mandato no executivo do socialista, de Afonso Abrantes. Júlio Norte, também provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mortágua, assumiu funções de vereador

Almeida Henriques é oficialmente candidato

do Desenvolvimento vai manter-se no cargo até 15 de maio. Ao longo do dia de terça-feira foi dizendo aos jornalistas que saía do cargo para se candidatar à Câmara Municipal de Viseu com a consciência do dever cumprido. “Continuarei com a minha função e com a consciência de que ao longo destes 20 meses dei o melhor de mim e do ponto de vista entusiástico, quer em defesa das PME [pe-

quenas e médias empresas], quer na vertente da revitalização de empresas”, assegurou. A candidatura nas próximas eleições autárquicas acontece, de acordo com Almeida Henriques, devido a um “amplo apelo da sociedade visiense, das estruturas do partido e do próprio presidente da câmara, o doutor Fernando Ruas”, revelou à agência Lusa. “Estimularam-me for-

temente a abraçar este desígnio de me candidatar e de poder liderar um projeto de desenvolvimento para Viseu e para o concelho”, justificou. “É uma candidatura que dignificará o município e todos os cidadãos”, comentou o presidente da Comissão Política Distrital do PSD, Mota Faria. O responsável mostrou-se confiante que “a sua experiência irá dar continuidade ao projeto do dr. Fernando Ruas e saberá adequá-lo aos novos desafios que se irão colocar”. Com a oficialização da candidatura de Almeida Henriques, o concelho passa a conhecer dois candidatos ao cargo de presidente da Câmara de Viseu. O candidato socialista, José junqueiro felicitou Almeida Henriques, através da sua página do facebook onde escreveu: “Quero felicitá-lo por assumir essa responsabilidade e por, como espero, poder vir a contribuir para um debate público elevado que traga a Viseu valor acrescentado, longe de quezílias e com base num caminho feito de propostas concretas para os problemas reais que o concelho e as pessoas pretendem ver resolvidos”. Emília Amaral


Jornal do Centro

VISEU | REGIÃO 13

28| março | 2013

Viseu é o distrito do país com mais idosos a viverem sozinhos ou isolados Viseu é o distrito com mais idosos sinalizados pela GNR a viverem sozinhos ou isolados, tendo sido identif icados 3.315 casos. Este número surge na sequência da operação “Censos Sénior”, que a Guarda Nacional Republicana realizou em todo o país, entre 15 de janeiro e 28 de fevereiro. No total, foram identificados 28.197 idosos a viverem sozinhos ou isolados, mais 5.196 do que no ano passado. “Na primeira fase desta operação não tínhamos conseguido chegar a todos os locais, por isso só estavam referenciados

1.500 idosos. O distrito ainda não está totalmente coberto com a eficácia desejável, mas agora estamos mais perto da realidade, com este aumento de cerca de 80 por cento”, referiu ao Jornal do Centro o Tenente Coronel José Machado. O Relações Públicas da GNR de Viseu disse a i nda que “fa lta m acrescentar os valores dos concelhos de Carregal do Sal e Mortágua, podendo aumentar em mais 50, os 3.315 casos”. A média de idade dos idosos referenciados é de 77 anos, 67 por cento são mulheres e 23 por cento já recebem algum

Tiago Virgílio Pereira

Operação “Censos Sénior”∑ Lamego, Moimenta da Beira e Cinfães são os concelhos mais afetados com esta problemática

A GNR de Viseu diz que estes dados “estão mais perto da realidade” tipo de apoio das instituições locais ou da própria família. Dos dados recolhidos, 2.325 idosos vivem sozi-

nhos e 199 vivem isolados. Foram ainda identificados 86 idosos que vivem sozinhos e isolados. Destes, com uma média

de idade de 79 anos, 45 por cento não têm telefone. No distrito de Viseu foram sinalizados 11 idosos que necessitam de

acompanhamento por parte das instituições locais. Em termos de distribuição por concelhos, Lamego (431), Moimenta da Beira (404) e Cinfães (327), são aqueles onde fora m referenci ados mais idosos a viverem sozinhos e/ou isolados. O Comando Territorial da GNR de Viseu, face aos dados recolhidos, vai continuar a desenvolver o programa “Idosos em Segurança” e a comunicar às instituições as situações que julguem ser prioritárias em termos de intervenção social. Tiago Virgílio Pereira

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Jornal do Centro

14 REGIÃO | MANGUALDE

28 | março | 2013

Misericórdia de Mangualde apaga 400 velas

Já iniciámos as comemorações com cerimónias religiosas. Teremos intervenções de cariz cultural, com concertos na Igreja. Teremos uma exposição museológica com algumas peças. E vamos lançar uma revista comemorativa que está a ser trabalhada durante este ano. Vai incluir algumas notas históricas com o desenvolvimento da instituição e algumas colaborações. É um momento histórico para a instituição e para o concelho?

Sem dúvida. No concelho, em termos institucionais, julgo que só o município será mais antigo que a Misericórdia. Não se conhece bem a configuração dos municípios nessa altura, mas alguma coisa existiria. As Misericórdias nasceram pela mão da rainha Dona Leonor que se inseriram a partir de um movimento que surgiu em Florença, Itália, e que se destinava a consertar os males das guerras. A rainha incentivou estas irmandades das Misericórdias com vista a atenuar o sofrimento pelo reino. Os primeiros estatutos da Misericórdia de Mangualde foram aprovados 100 anos depois desse movimento, já com Filipe II, em 1613. A partir de 1722 apareceram as primeiras atas escritas. A Misericór-

Orgulhoso por estar à frente desta instituição?

Não defino como orgulho a minha postura à frente da instituição. Pela minha carreira profissional passada diria que passei da guerra para a paz. É uma instituição onde dá prazer estar e onde se desenvolve trabalho com honestidade. Estou satisfeito pelo trabalho que tem sido feito, não completamente porque a solidariedade e a assistência são assuntos em que nunca estamos totalmente preenchidos. Mal de quem se sente satisfeito, isso significa que parou o seu processo criativo. Qual a obra mais marcante?

Ao longo destes anos, muitas obras marcaram a Misericórdia. Contudo, no meu mandato, o mais marcante foi a construção da Unidade de Cuidados Continuados (ver foto legenda). Representa um apoio de saúde fundamental. Convém lembrar que todos os investimentos nas infraestruturas são uma consequência da criação do estado social. Mas hoje em dia, com estas dificuldades vigentes, parecem estar em causa sobretudo na sustentação de todo este sistema. É comum ouvir-se que as Misericórdias são ricas por causa do Euromilhões mas não é verdade. Há uma natural confusão entre a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e pensa-se que todas as outras estão envolvidas nesse processo. Chegou à Santa Casa em 2003. Vai continuar?

Ultrapassámos os mandatos previstos nos nossos estatutos, mas sempre com o acordo da Assembleia Geral da Misericórdia, porque não apareceram outras listas. Contudo, e ao que tudo

indica, este mandato, que se estende até finais de 2014, será o último. Qual foi a primeira medida que tomou?

A instituição vinha com algum vigor mas com algumas dificuldades económicas. A primeira medida foi encetar um processo saneador com a montagem de dispositivos para controlar custos, recorrer a fontes de receita e começámos devagar. A instituição tem obras antigas, um dos lares tem 40 anos, e está a exigir a atualizações face à debilidade e à própria legislação. Ao abrigo de um programa Pares investimos numa creche, há seis anos, quando ainda havia crianças, mas atualmente notasse um decréscimo, devido à baixa natalidade e porque a situação de desemprego leva a que os pais se retraiam, ficando com elas em casa quando há mães desempregadas. Procuramos desenvolver projetos pedagógicos tendo em vista o desenvolvimento harmónico da criança, que se perde, quando as crianças estão só em casa. Quais os projetos até final do mandato?

Manter a situação estável e viável. Foram aprovadas as contas do ano passado e tivemos um saldo de cerca de 80 mil euros. Mas não tenhamos ilusões porque temos de ter uma almofada financeira. Esta Misericórdia não é rica e não bafejada por muitos beneméritos no passado e o que há esfumou-se em investimentos que estão à vista. Temos ainda dois templos a cuidar, a Ermida Nossa Senhora do Castelo e o Templo da Misericórdia e as intervenções nestas áreas são sempre custosas. Desejo também ter sempre capacidade para pagar a tempo aos 90 funcionários, mesmo com os atrasos que acontecem por parte das tutelas.

aponta mais no sentido da retração do que de expansão. Temos uma população crescentemente idosa e isso preocupa-me e alguma forma de apoio tem de se conseguir mas julgo que não passa pela construção de mais lares. Até porque a situação atual cria naturais receios nas direções destas casas. Acho que se podia fazer mais no apoio domiciliário porque ainda há muitas lacunas e não satisfaz. Apesar dos esforços das equipas domiciliárias, elas não chegam totalmente às pessoas nem a todas as pessoas. Estamos à espera do estudo da GNR para sabermos a real dimensão das pessoas isoladas no concelho, para analisarmos a situação. Tiago Virgílio Pereira

foto legenda

DR

De que forma a Misericórdia vai celebrar os 400 anos?

dia passou pela Capela da Senhora do Castelo, até que as pessoas desceram à vila, concretamente à Igreja Matriz. Mas o fidalgo Simão Pais do Amaral instituiu a Igreja da Misericórdia, e aí acontecem os atos mais formais, em 1724.

Tiago Virgílio Pereira

A Santa Casa da Misericórdia de Mangualde celebra 400 anos de existência (16 de março de 1613 – 2013). É uma marca histórica para o concelho e para a região, que enche de ânimo Fernando Morais que, há 10 anos, é o provedor da instituição. Antes de o ser, fez carreira no Exército Português. Aos 73 anos, o provedor faz um balanço dos seus mandatos, recorda algumas das obras mais emblemáticas e lembra que a Santa Casa da Misericórdia não é sinónimo de Euromilhões, numa clara alusão às dificuldades económicas que todas as instituições enfrentam, por estes anos, em Portugal.

Instalada no antigo hospital de Mangualde, a Unidade de Cuidados Continuados representou um investimento de cerca de três milhões de euros. A inauguração aconteceu em março de 2012 e contou com a presença de Fernando Leal da Costa, secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde. João Azevedo, presidente da Câmara de Mangualde, felicitou orgulhoso a Santa Casa da Misericórdia de Mangualde pelos seus 400 anos. “É sem dúvida um marco histórico e notável para o concelho que uma instituição como a Santa Casa comemore quatro séculos de vida”.

Valências da Instituição Há espaço para a Santa Casa daMisericórdiadeMangualde crescer?

Julgo que não. A reconfiguração do estado social

∑ Creche Mariazinha Lemos, atualmente com 28 crianças. ∑ Lar Morgado Cruzeiro, com 67 idosos. ∑ Lar Nossa Senhora do amparo, com 70 idosos ∑ Unidade de Cuidados Continuados de longa duração e manutenção, com 38 camas.


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TONDELA | REGIÃO 15

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CÂMARA DE TONDELA APOIA GOVERNO DE TIMOR-LESTE NA CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE COVALIMA

Opinião

A ressurreição A páscoa é um dos momentos de nos impele para a reflexão e recriação. Assim o calendário político português parece ajustarse em pleno à ocasião. O contínuo aparecimento e ressurreição de individualidades políticas é um facto consumado. Acotovelam-se na procura de espaço de antena para dissertarem e opinarem sobre um vasto conjunto de temas e ideias que provavelmente aquando da sua passagem pelo poder lhes escaparam. Agora, com notório distanciamento conseguem discernir com clareza e lucidez sobre um leque alargado de temas, imbuídos sempre de uma solução! Assim, ou não estavam preparados, ou desejam experimentar de novo, ou simplesmente opinar, ou mais algo…. O que vão auferir para já fica no segredo dos deuses. As contas fazem-se no fim. Publicidade

Aproveitando esta vaga talvez seja oportuno criar algures, um curso para este fim exportando talentos, pensadores e lideres. Estes últimos, segundo se constam em vias de extinção. Assim sendo a aposta está ganha. Um filão a explorar. Uns obteriam como naturalidade o grau, outros lá arranjariam estratagemas para a sua conclusão. Muito professores a dispensar, teriam agora alunos para ensinar… As novas estratégias geopolíticas que agora se encontram a marinar, vão ser cozinhadas e servidas nos variadíssimos espaços televisivos a digladiarem-se por audiências. A troca de galhardetes vai ser uma constante e provavelmente o jogo vai aumentar de ritmo e intensidade. Este é também um período em que se pede a redenção e a privação de alimen-

tos para a desejada purificação. Relativamente a este último aspecto a pretensa contenção já há muito se verifica. Os dados estatísticos revelam uma tendência notória, talvez alarmante. Tomemos apenas alguns dos mais recentes, de Novembro de 2012 a Janeiro de 2013. Em comparação com o período homólogo (Novembro e Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012), nas carnes de origem bovina, suína, ovina e caprina registamos variações de -9.4%, -7.7%, -1.0%. Nos frangos -28.6%, +4.8%, +1.6%. Nos patos -9.7%, -15.4%, -12.2%. Nos coelhos -3.5%, +0.2%, -12.3%. Se estes números denotam uma retracção no consumo por parte das famílias, no que se refere à disponibilidade de proteína na alimentação, vejamos mais alguns. No pescado capturado,

no mesmo período, assistimos a um decréscimo de -8.8%, -26.9%, -25.7%. Nos ovos -11.8%, -7.3%, -10.8% e no leite, um bem tido como essencial e fundamental -2.9%, +4.8%, -2.5%. Em face desta diminuição importa reflectir sobre todos estes números. Os dados agora narrados são reveladores de uma tendência que se tem vindo a gravar de modo continuado e não é de agora. Se o consumo tende a diminuir, se os custos com a electricidade, com as comunicações, com os transportes, com os combustíveis não param de aumentar, mês após mês, ano após ano, é possível diminuir os custos de produção? Segundo se consta a Troíka demanda agora explicações sobre esta matéria. Os gestores destes monopólios com provas já dadas, não serão capazes de catapultar, erguer e ou rePublicidade

Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt

erguer muitas das empresas que se encontram em plena agonia. Em termos agrícolas seria interessante implementarem e cimentarem todo esse conhecimento nas herdades que provavelmente possuem e que por certo constituem um expoente do que melhor se faz por este Portugal, com níveis de produção e produtividade do melhor que há. Por certo esses locais não têm apenas o propósito de patrocinar uns refastelados fins-de-semana. A terem possibilidade e quando convidados para esses espaços falem das experiências agrícolas que têm ou que conhecem com detalhe, era interessante. Boa Páscoa.

O presidente da Câmara de Tondela, Carlos Marta, esteve presente na assinatura de um acordo de cooperação, entre a Secretaria de Estado da Descentralização Administrativa de Timor-Leste e 26 municípios portugueses. O governo de Timor procura a experiência dos autarcas portugueses como colaboradores na construção dos municípios timorenses, traduzindo uma grande vontade de desenvolver e reforçar as relações de amizade e cooperação entre as instituições e pessoas dos municípios destes dois países. O município de Tondela e a comissão instaladora irão assim, cooperar com a comissão instaladora do município de Covalima, em todos os domínios de atividade que considerem úteis e em relação aos quais estejam reunidas as condições necessárias para a sua concretização.


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educação&formação Emídio Navarro recebe encontro de escolas europeias

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INFORMA`13 EM MORTÁGUA

A E s c ol a S e c u n d á ria Emídio Navarro de Viseu (ESEN) recebeu recentemente um encontro de escolas europeias que juntou alunos e professores da Grécia, Suécia, Espanha, Itália e de Portugal (Viseu), no âmbito do projeto educativo Comenius. O C o m e n iu s é u m projeto de trabalho e de aprendizagem que visa o i ntercâ mbio de saberes entre escolas da União Europeia. O programa inclui parcerias entre alunos e professores das escolas participantes através da realização de trabalhos/projetos dos alunos e visitas de estudo ao país parceiro. Dentro desse espírito, alguns elementos da ESEN deslocaram-se ao Publicidade

Porto para receberem os professores e alunos das escolas parceiras, que rumaram até Viseu para sete dias de visitas, troca de experiências e sessões de trabalho. O Porto e Coimbra foram outras das cidades visitadas ao longo da semana. Uma das particularidades do encontro, que decorreu entre 20 e 23 de fevereiro, foi o facto de os alunos europeus ficarem alojados em casas de famílias que se disponibilizaram para os receber. “Foram dias de convívio, de aprendizagem e de partilha, só possíveis com a colaboração de professores, alunos, ex-alunos e famílias”, reforça a organização do encontro em nota à imprensa. EA

Vouzela com uma das menores taxas de abandono escolar do país Estudo ∑ Em 2011 rondava 0,31%, número que deixa o concelho nos três primeiros com menor taxa. Um estudo do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa (Cesnova) concluiu que Vouzela, no distrito de Viseu, é um dos três concelhos do país com menor taxa de abandono escolar, a par da Golegã e Cadaval. O estudo concluiu que o abandono escolar diminuiu, em 20 anos, no ensino básico, para valores quase residuais e, no secundário, para um nível ainda elevado. Os dados, que se reportam ao abandono escolar e

à escolarização em Portugal, entre 1991 e 2011, constam do “Atlas da Educação”, um trabalho que está a ser realizado pelo Cesnova. Em 2011, o abandono escolar rondava em Vouzela, os 0,31 por cento, um indicador que resulta do trabalho em rede existente no concelho. Na lista dos 25 municípios com menos abandono estão também Mortágua, Carregal do Sal, Sátão e Vila Nova de Paiva. Já os concel hos de

Cinfães, Resende, Tarouca, Castro Daire, Vila Nova de Paiva, e São João da Pesqueira integram a listagem, dos 25 municípios, no país que mais reduziram o abandono escolar. Em 2001, no município de Cinfães a taxa de abandono era de 8,48 por cento, caindo para os 2,46 em 2011. reduziram o abandono escolar. Em 2001, no município de Cinfães a taxa de abandono era de 8,48 por cento, caindo para os 2,46 em 2011.

Rea liza-se no pró ximo dia 5, no Centro de Animação Cultural, das 10h00 às 17h30, mais uma edição da inFORMA - Feira de Informação Escolar e Profissional, uma iniciativa promovida pelo Município de Mortágua, no âmbito do Projeto “Da Escola, Agarra a Vida”. A inFORMA dirige-se a todos os alunos dos diversos ciclos de ensino, e paralelamente a pais, professores e comunidade em geral. Esta ação tem como objetivo proporcionar um conhecimento mais alargado das diversas entidades e a oferta de educação/formação existentes, e para o ano letivo de 2013-2014, bem como informações sobre as condições de ingresso, programas curriculares, incentivos, saídas profissionais, associados a cada curso. Este esclarecimento é sobretudo útil para os alunos que estão a concluir o ensino secundário ou profissional. Para esta sexta edição está confirmada a presença de 15 instituições de Ensino e Formação, entre Universidades, Institutos Politécnicos, Escolas Profissionais e o Exército Português. Estarão ainda presentes outras instituições de Ensino Superior ataravés do envio de informação para consulta dos alunos. Ao longo do dia estão previstas palestras a cargo de várias das instituições presentes.


ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO 576 DE 28 DE MARÇO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

suplemento Concelho de

Paulo Neto

Tondela &

Queima do Judas

Textos: Micaela Costa Grafismo: Marcos Rebelo


SUPLEMENTO CONCELHO DE TONDELA

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Que evolução teve o concelho de Tondela ao longo dos últimos anos? Julgo que Tondela, cidade e concelho, fruto da capacidade individual e empreendedora das suas gentes tem dado um salto qualitativo ao longo dos últimos anos. Nós costumamos dizer que não esperamos que o governo, as diferentes instituições públicas e mesmo a autarquia, resolvam os nossos problemas, temos que ser nós com a nossa capacidade, com as nossas competências, com o nosso dinamismo, com a nossa força do movimento institucional e associativo, que temos vindo a dar um passo muito grande de valorização e, sobretudo, de crescimento do próprio concelho. E, por isso o mérito é exclusivo das nossas gentes, aquelas que aqui nasceram, que aqui vivem, que aqui trabalham, que criam riqueza, emprego… De que forma o município contribui para que a população tenha uma boa qualidade de vida? Nós procuramos, sobretudo, atuar do ponto de vista das nossas competências e que nos são atribuídas por lei, fazendo as infraestruturas que são fundamentais e necessárias para que esse crescimento e esse desenvolvimento se possam verificar. Mas somos sobretudo parceiros ativos e facilitadores do progresso e do desenvolvimento. Procuramos, com todas as instituições, quer públicas e privadas, manter um diálogo franco, aberto, de grande independência e autonomia dessas próprias instituições e, sobretudo, procuramos ser parceiros ativos nas dinâmicas que vão sendo desenvolvidas no nosso território, sejam elas no âmbito do movimento associativo, sejam elas no movimento da criação de riqueza, que é fundamental para que um concelho e uma região possam crescer. Da cultura, à educação, ao desporto e à saúde, de que forma a autarquia intervém nestas áreas? Em primeiro lugar queremos que todos tenham acesso a todas essas áreas, julgo

que é um ponto fundamental, ou seja, a generalização destes subsetores do desenvolvimento global. E temos criado as condições quer do ponto de vista físico, quer imaterial. E depois procuramos estimular aqueles que têm mais criatividade e mérito, para que eles possam ser bons exemplos para a nossa comunidade e para a nossa região, nos vários domínios. E temos hoje instituições que são de grande referência na nossa região e isso deixa-nos satisfeitos, o que significa que fomos capazes de desenvolver uma estratégia política que permitiu que as diferentes pessoas, ou as diferentes instituições, possam, pelas suas próprias capacidades e pelo seu próprio mérito, desenvolver ações que são muito significativas na nossa região. Quer na educação, quer na cultura, quer no desporto, estamos muito à frente neste domínio, o que prova que as estratégias e as políticas que desenvolvemos deram resultados que consideramos positivos. Estamos neste momento a atravessar muitas dificuldades que têm consequências nessas instituições, mas temos conseguido com muito equilíbrio e muito rigor, conseguir resistir a estas dificuldades e continuar a ter uma cidade e um concelho que marcam a diferença. Que instituições são essas? Nós temos um movimento associativo muito forte, nas várias áreas de intervenção, no domínio social, cultural, desportivo, no domínio recreativo, empresarial e comercial. Mas é evidente que depois há algumas que se destacam. A Escola Profissional é um exemplo de referência na região, o Clube Desportivo de Tondela também é, indiscutivelmente, uma boa referencia e a ACERT que, acabou de ficar em primeiro lugar num concurso regional e nacional. O que significa que pelo menos nestas três áreas marcamos aqui um salto qualitativo do ponto de vista local, regional e também do ponto de vista nacional. Mas elas são o resultado do trabalho que muitas outras instituições fazem no nosso concelho. A Queima do Judas,

Paulo Neto

“O mérito é das nossas gentes”

v Carlos Marta, presidente da câmara municipal de Tondela um trabalho da ACERT, é um marco importante do concelho. Um evento que merece o respeito da Câmara? Esta é uma das iniciativas que a Câmara tem apoiado, uma iniciativa da ACERT e do Teatro Trigo Limpo e que é uma marca importante no concelho. E por isso vale a pena haver este grande espetáculo feito por gente criativa. E gente que também tem sabido resistir às enormes dificuldades por que todos estamos a passar. Julgo que as pessoas da região e do país devem perder um pouco do seu tempo e vir assistir a este grande espetáculo. Mais que a admiração e a divulgação, é valorizar e respeitar a autonomia da instituição. Este espetáculo tem, ao longo dos anos, criado muita sátira política, mas nós respeitamos a liberdade dos criativos, da instituição, de poderem dizer, de forma natural, à população aquilo que pensa sobre a nossa sociedade local, regional e nacional. Tendo em conta a conjuntura nacional e o contexto de crise, de que forma a autarquia mantém as pessoas no concelho? Há uns tempos a esta parte, e porque nos apercebemos das dificuldades e dos problemas que iriam surgir, procurámos sobretudo ter uma estratégia de tentar aguentar aquilo que tínhamos, e nesse domínio temos sido “felizes”, porque as principais empresas, as principais instituições se mantiveram no concelho, têm criado riqueza, criam negócios para o exterior, muita

exportação. As principais instituições, que já referi, estão a marcar com dinâmicas permanentes a sua atividade e ao mesmo tempo temos estado atentos a todas as possibilidades de investimento que existem na nossa região. E neste domínio também é sabido que nos últimos quatro anos, temos conseguido atrair investimento privado. Recentemente, apresentámos investimentos deste domínio e estamos muito felizes porque uma outra empresa que tinha previsto fazer um investimento a médio prazo até 2020, vai antecipar esse investimento e vai voltar a investir mais 20 milhões de euros no nosso concelho e isto é muito significativo, muito importante, numa altura que só se vê sair empresas, instituições. Mas nós estamos a conseguir resistir bem a esta crise e há investimento produtivo que cria riqueza. Há novos investimentos e criação de novas estruturas pensadas pela autarquia? Também neste domínio somos dos poucos concelhos que consegue, porque tem as suas contas equilibradas e que não teve necessidade de recorrer à ajuda do governo e, portanto, estamos neste momento a fazer muitos investimentos do ponto de vista estrutural. Como é o caso do saneamento, em que vamos chegar ao final deste mandato com uma cobertura de quase 92%, o que é muito significativo, uma vez que na água já temos uma cobertura de mais de 95%. Estamos a fazer investimentos na área do património, cultura e da educação. No domínio das aces-

sibilidades e da requalificação urbana onde estamos a investir 10 milhões de euros. Também noutros locais do concelho, ainda recentemente lançámos uma obra importante em Campo de Besteiros, a estrada regional 230 entre Molelos e o Caramulo de quase 3 milhões de euros, vamos muito em breve começar a requalificação da ETAR de Tondela, de cerca de 700 mil euros. Ou seja, estamos a fazer muitos investimentos que ainda são estruturantes para a nossa região e para o nosso concelho e neste sentido estamos a ser dinâmicos, a fazer investimentos que por um lado vão criar qualidade de vida e que por outro lado também momentaneamente estão a criar riqueza e emprego. Estamos também a ser pioneiros, num momento complicado da vida das instituições e das pessoas, em descer taxas e impostos municipais e que é uma grande ajuda neste momento. Por todas estas razões, de investimentos, de baixa de impostos, como é que a Câmara mantém solidez económica? Procuramos sobretudo investir naquilo que pode ser produtivo e que possa criar riqueza e temos ao longo destes anos procurado diminuir despesas que eram eventualmente supérfluas ou que não tinha tanto significado e que em tempo de abundancia ninguém ligava a essas despesas. Reduzimos muito essa despesa e libertámos naturalmente recursos, por um lado para fazer investimentos e por outro para baixarmos impostos e taxas.

O que distingue o município de Tondela de qualquer outro? A distinção não é fácil de fazer, porque todos os concelhos têm gentes e pessoas com qualidade. Mas o que distingue de facto é a nossa capacidade empreendedora e isso é naturalmente distintivo e um fator muito importante. As pessoas de Tondela não esperam que a Câmara ou o Estado lhes venham resolver os problemas, têm sido elas a encontrar soluções para essas dificuldades e estão a conseguir. Tondela vai continuar a trabalhar para as pessoas? Sem dúvida. Estou a terminar o meu mandato mas estou confiante de que as pessoas que assumirem responsabilidades políticas no concelho de Tondela irão continuar com esta dinâmica, com esta postura e sobretudo com uma ideia de que não sabemos tudo, de que permanentemente temos que dialogar, conversar, discutir e ter as pessoas a participar na nossa vida coletiva. E eu estou sinceramente convencido que o futuro de Tondela irá continuar nesse bom caminho. Está de saída, que mensagem gostaria de deixar aos tondelenses? Uma satisfação enormíssima de ter tido a oportunidade de trabalhar com as instituições e as pessoas do concelho e procurarei até ao final do meu mandato contribuir para que Tondela e as suas gentes continuem a ser um concelho e pessoas de referência.


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SUPLEMENTO CONCELHO DE TONDELA

Queima do Judas

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A queima e rebentamento do Judas, é uma tradição com raízes pagãs e que oficialmente, simbolisa a morte de Judas Iscariote - apóstolo que, segundo os Evangelhos, atraiçoou Jesus Cristo. Em 1985 a ACERT (Associação Cultural e Recreativa de Tondela) “recebe” de um grupo de cidadãos de Tondela a passagem de testemunho para a realização da Queima do Judas, tradição antiga da comunidade e com a sua companhia de teatro, “Trigo Limpo”, tem recriado ao longo dos tempos uma tradição enraizada nas gentes de Tondela. Durante alguns anos, manteve-se sem

grandes alterações. À saída da missa no sábado de Aleluia, um boneco feito de palha e trapos velhos era queimado junto à Igreja Matriz de Tondela. Posteriormente, o ritual foi evoluindo dando origem a um espetáculo comunitário que alia a dança, a construção cénica, a música, a expressão, numa celebração onde se purificam todos os males ocorridos desde o ano anterior. O Judas é um elemento cénico, que procura representar um animal gigantesco, não muito bem caracterizado, que simboliza os males do mundo, da sociedade e no final dos espetáculos todos os querem

exorcizar. Através de sátiras, que percorrem o panorama internacional, nacional e local, o público vai pedindo que o Judas acabe queimado e este é o ponto alto de todo o ritual. Uma simbiose entre uma imagem de um passado, com uma visão modernista, criativa e vanguardista. Quem nunca foi à Queima do Judas não consegue imaginar o trabalho, mas sobretudo a dedicação que mais de 200 voluntários aplicam até ao dia do espetáculo. Os preparativos começam apenas uma semana antes, quase que de forma inacreditável, em pouco tempo, várias pes-

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soas trabalham num projeto que todos apelidam de “único”. Durante essa semana constrói-se o Judas, boneco que este ano terá 8 metros de altura e cinco metros de largura. Uma construção muito particular, repartida em várias peças, feitas por dentro à base de uma estrutura de vime, que se vão encaixando como um puzzle. Este momento, “Oficina da Queima”, junta gentes de todo o lado, amigos que convidam os amigos e que num autêntico espirito de entrega criam um verdadeiro espetáculo. O seu caracter único faz deste, um dos eventos mais conhecidos da região!


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Um espétaculo que alia a tradição a uma visão modernista, criativa e vanguardista José Rui Martins- Ator,

Como é que se monta um evento deste tipo? José Rui (JR) – Este acontecimento, e a forma que reveste este espetáculo de rua comunitário, é reflexo de um conjunto de experiências que ao longo dos anos se vai afirmando. É irrepetível para qualquer outra organização que queira pegar neste modelo. Por um lado existe uma pratica comunitária onde fomos beber muita daa informação, que são pessoas que desde há muitos anos faziam a Queima do Judas e, depois, bebendo nessa experiência, recriamos – porque essa é uma das funções e preocupações da ACERT, pegar na tradição e fazê-la reviver de uma outra forma na contemporaneidade – todo um ima-

ginário dessa mesma tradição. Depois, durante uma semana, o que se imaginou são achas para a fogueira, que se vão acendendo de forma nova através da vivencia de cerca de 200 pessoas que, na área musical, coreografia representação teatral, construção, pegam nesses indutores e imaginativamente os vão trabalhando ao longo dessa semana até resultar o espetáculo. PJ – Quando começa no domingo às 18h00, para fazermos a reunião de apresentação, estão os indicadores todos apontados, a equipa fixa e os criadores que se juntam à ACERT para fazerem o projeto têm tecnicamente soluções, estruturas, propostas em cima da mesa. Mas é um processo, porque ao fazer-se por muita gente, os intervenientes

elemento fundador da ACERT e da companhia de teatro Trigo Limpo. Encenador, animador cultural, criativo e dinâmico. Programador artístico e produtor, autor e um apaixonado pelas artes.

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Como surge esta recriação da tradição da Queima do Judas? Pompeu José (PJ) – A ACERT pega na tradição em si, à porta da igreja e começou a dar-lhe a volta gradualmente. Só por volta de 1995 é que decidimos dar o salto, também por uma questão de segurança, e acabámos por mudar o espetáculo para o campo de futebol. E a partir daí, foi evoluindo, criando estruturas que se baseiam num processo de crescimento natural. Recriámos a tradição e refizemos uma tradição para nós próprios.

E, na segunda-feira, corre-se com o quê? PJ – Com o objetivo de

“É um

espetáculo único, um cozinhado que vai ao lume e é o que sair!” Pompeu José

têm autonomia para ir dando as soluções. Mas só na segunda-feira é que começamos a correr!

construir o objeto que vai arder, este ano terá 8 metros de altura e cinco metros de largura, tem duas frentes

para a apresentação. Aqui também há uma ligação com a tradição, o boneco antigamente era uma espécie de cone com 2 metros de diâmetro que levava fogo e rodava, e decidimos manter isso, um lado fica para o público e no final ao rodar aparece outra figura que vai queimar. Portanto, na segunda-feira começamos a construir esse boneco, os adereços, roupas, vai-se ensaiando a representação e a música, com instrumentos e o coro da Casa do Povo. É um espetáculo que tem esta componente, é um espetáculo único, um cozinhado que vai ao lume e é o que sair! Porque há muita coisa

que não podemos ensaiar, como o fogo-de-artifício. Ensaiamos ao máximo, para que os riscos sejam mínimos, mas é sempre um ato único, uma celebração! JR - O teatro é efémero, por natureza, e cada espetáculo, mesmo quando se repete, tem uma alma diferente e o público vê isso no teatro, o instante. E este é mesmo um instante, há coisas que não se podem experimentar e não se podem vir a corrigir. Tudo o que acontece naquele espetáculo, não é como num espetáculo normal que depois se afina. Daí que é vivido com grande adrenalina, com grande intensidade, com grande pai-

xão. Vendo isto como um edifício teatral, o alicerce é a mestria na sua construção, resultante nas experiencias anteriores. O objetivo é habitar nesse edifício que é o dia do espetáculo. Os arquitetos que desenham o interior deste edifício teatral, como nele habitar da melhor forma, é o que se processa ao longo da semana. E esse processo criativo, a história, como surgem? JR – Tão fácil, infelizmente! PJ – Temos muita matéria! Isto também tem a ver com a celebração, este espetáculo tem um padrão que é, e


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SUPLEMENTO CONCELHO DE TONDELA

de-artifício só rebentavam quando a missa acabava, e nós mantemos essa tradição, só depois da missa é que o espetáculo começa. E às vezes os padres até ajudam e adiantam a missa [risos]. JR – É uma celebração que tem uma raiz pagã e quando era realizada punha uma fração da população contra a outra, porque o ritual que está associado a isso contradiz de alguma forma a ideia de reflexão e recolhimento e isto extravasa esse sentido. Começam a ser as pessoas que vos procuram para poder participar? PJ – Apenas devem ter mais de 14 anos, por uma questão de segurança, até porque se meche em fogo. Mas já há miúdos que querem fa zer, mas que ainda não podem. Depois há aqueles que estudam fora ou que nas férias saiam e que agora preferem ficar e ajudar no espetáculo. JR- O espetáculo acaba por dar algum ânimo ao interior, tanto no processo de criação, com os vários voluntários que vêm de toda a parte, e também os espectadores vêm de todo o país. E isto é “repovoar” o interior.

Pompeu José - Ator reconhecido do panorama nacional. Homem do teatro, com uma enorme visão de criatividade e dinâmismo. Integra em 1993 o grupo de teatro Trigo Limpo e desde então faz parte da organização de um dos mais relevantes acontecimentos culturais da cidade de tondela

nós agarramo-nos a isso e divergimos mais, encontrar as coisas a criticar do ano anterior e encontramos uma figura que é culpada disso tudo. E os textos são aquilo que a nível internacional, nacional e local mais emblematicamente pode servir para unir quem fez e quem vai ver o espetáculo. JR – Quando dizemos que é fácil referimo-nos à escolha dos temas, porque isso há muito. Mas te que haver alguma engenharia, do ponto de vista da dramaturgia, para pegar, aglutinar todas as temáticas, num espetáculo de curta duração, onde com o mínimo de palavras, onde os diálogos

não podem ser muito explicativos, mas que têm que ser descodificados pelo espectador. O espetáculo tem que conduzir a que o público tenha vontade, tal como os atores, do momento final. Pompeu – Outra coisa que diferencia a Queima de outros espetáculos, é o facto de estarmos a construir peças bonitas e perfeitas, para queimar! Q u a nt a s p es soa s estão envolvidas na construção do espetáculo? PJ – Chegam aos 230 voluntários, entre músicos, coro, construção, a mani-

pulação… São de onde? JR – A maioria são de Tondela, mas depois há muitas outras pessoas. O caso dos estudantes, que contam aos amigos e vêm ajudar. É de certa forma um espaço onde se privilegia a relação das pessoas, da interação. PJ – Temos muita gente a trabalhar, com formas diferentes de pensar e que se aqui juntam todos. JR – O Judas reflete exatamente o tecido social, a vida de um país. Pessoas com várias formas de estar e que se encontram neste ponto comum e isto é também uma celebração.

Tradição, religião e crítica. Como se conciliam estes temas distintos?

Há vários espetáculos da Queima do Judas pelo país. O que marca a diferença deste para todos os outros? PJ – O nosso golpe foi não fazer só antropologia, ou folclore, quisemos ar-

“Já muito gente

nos abandonou, mas o público e a comunidade nunca o fizeram” José Rui

PJ – Existe um respeito mutuo. Antigamente, quando era feito à por ta da igreja, o boneco e o fogo-

tisticamente pôr o nosso cunho e refazer a tradição, não lhe tirando toda a carga de celebração. O que

queremos fazer tem que ter uma raiz de onde estamos. Por vezes a música é agressiva e um pouco roqueira, mas como está a servir esse empolgamento do público, não são só os jovens que abanam a cabeça. O progresso da ACERT é exatamente a relação que se cria com a comunidade e isto torna tudo diferente. E não têm “medo” da chuva? PJ – Temos uma cunha no São Pedro! [risos] JR - A verdade é que durante a semana está sempre a chover, e mesmo horas antes de começar o espetáculo, quando está a chover, as pessoas estão lá na mesma. E essa força ajuda a que não se tenha medo de nada. É esta entrega que dá à ACERT a força para continuar a trabalhar? JR – Já muito gente nos abandonou, mas o público e a comunidade nunca o fizeram e isso dá-nos uma força imensa para continuar a sonhar, a trabalhar e não nos deixarmos estagnar. Este espetáculo é a “menina dos vossos olhos”? JR – Existe um saber fazer que advém da Queima do Judas. Há um conjunto de coisas que são testadas no Judas que depois ajudam em outros espetáculos, foi a nossa grande escola. Pompeu – Se não o fizéssemos já o ano não corria da mesma maneira! De que forma convidariam as pessoas a vir assistir ao espetáculo? PJ – Antes de tudo que venham fazer, que experimentam. E quem não poder venha ver, que depois vai querer fazer. J R – Ve n h a m a s s i stir a um espetáculo diferente, único e que para o ano não será melhor, nem pior, será novamente diferente.


SUPLEMENTO CONCELHO DE TONDELA

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“A Queima do Judas foi a nossa grande escola” José Rui

Fotos: DR

Ao longo dos anos a Queima e Rebentamento do Judas tornou-se um acontecimento imperdível na cidade de Tondela. Num ritual pagão, funde-se o teatro, a música e o fogo para celebrar hoje uma memória ancestral que oferece ao público momentos únicos que só quem assistiu, consegue entender. A construção do espetáculo, única a cada ano de realização, torna este ritual uma paragem obrigatória na cidade de Tondela. “Aventure-se neste jogo de Sorte ou Azar!”


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SUPLEMENTO CONCELHO DE TONDELA

“É fundamental que a sociedade saiba valorizar quem tem capacidade”

Com grandes raízes… Penso que todo o concelho e a própria região se identificam com este espetáculo, precisamente por o que ele tem de único, original e também por conseguir estas vertentes a par de um grande profissionalismo. Para além deste voluntariado espontâneo, também há uma componente na construção de capacidade criativa e para nós é muito determinante percebemos que podemos conjugar um movimento associativo, que se quer independente, livre e criativo, mas também de grande qualidade. E se Tondela tem um dos pilares de que se pode orgulhar é na capacidade de saber conjugar estes vetores, a independência com a criatividade, a capacidade de produzir, com a nossa resposta de ser parceiros sem condicionar a criatividade. Até porque há aqui um grande apoio por parte da Câmara. Nós entendemos que uma das estratégias, é não substituirmos quem faz bem e não deixarmos de apoiar quem precisa de apoio. Neste caso

em particular, a nossa estratégia passa por uma visão de complementaridade apoiando logisticamente, do ponto de vista financeiro e, por vezes, também na contribuição de um estímulo, de uma visão de reflexão, mas sem deixar nunca que isto seja visto como um condicionamento para quem quer produzir, trabalhar e que se quer afirmar pelas capacidades que tem. É essa a nossa relação, claro que temos um investimento significativo, que não corresponde àquilo que porventura seria esperado da parte da própria estrutura. Como é sabido os dois pilares fundamentais de apoio à estrutura ACERT, estão centrados na Direção Geral de Artes e Espetáculo (DGARTES) e na autarquia de Tondela. Tendo nós mantido ao longo dos últimos tempos um equilíbrio neste apoio, pois tem havido, de há quatro, cinco anos para cá, cortes sucessivos por parte da DGARTES que tem vindo a condicionar, e muito, a liberdade financeira da própria estrutura. Mas também é bom constatar que apesar desses constrangimentos, apesar dessas dificuldades, a ACERT tem sabido reinventar-se, assegurar o grau de exigência e de profissionalismo e, para nós, este é um fator muito significativo. Outros podiam ter abandonado o território, ter-se deslocado para os grandes centros, ter dito que não valia a pena ter resignação, pois a fatalidade era inevitável. Mas, felizmente, todos em conjunto entendemos que este projeto é do território, que tem vários atores, um deles determinante a ACERT, mas jamais deixaremos que um parceiro, que é relevante, se possa deixar desvalorizar pela situação económica que o país vive. É também esta entrega por parte do município e das entidades, que se vão ajudando entre si, que marca a diferença neste evento, e noutros?

Paulo Neto

Qual a importância da “Queima do Judas” a nível cultural, no concelho? É um dos momentos mais marcantes da atividade cultura no concelho de Tondela, em particular, e não só pela grandiosidade do espetáculo em si, mas por tudo o que está associado à preparação do próprio espetáculo. Poderíamos dizer que, além de retratar, e de dar um enfoco muito especial a uma componente da tradição e da cultura popular do concelho de Tondela, consegue conciliar essa transposição para um patamar de inovação e de criatividade, que todos os anos procura surpreender aqueles que se deslocam para assistir ao espetáculo.

se potenciador. A cultura em Tondela centra-se na ACERT e em muitas outras instituições, com folclore, dança, expressão musical, atividade recreativa entre outros. Desde há muito que isto é uma opção estratégica, além disso fazemo-lo por o sentirmos. Fazemo-lo porque temos a conceção profunda, de que do ponto de vista estratégico, como instrumento de desenvolvimento, a cultura é um dos pilares fundamentais. E numa altura em que falamos de empreendedorismo, de criatividade, isto é fundamental, foram a génese de muitos destes projetos culturais e em particular deste que soube alicerçar-se e crescer. Se recuarmos aos finais da década de 70, inícios de 80, muitas destas associações, que existem no concelho, resultaram porque as pessoas precisavam de, através da sua intervenção associativa, afirmar a sua expressão, e nós precisamos de voltar a valorizar isto. É fundamental que a sociedade saiba valorizar quem tem capacidade, mérito e que se esforça e que, através disto tudo, procura progredir.

v José António Jesus, vice-presidente da câmara municipal de Tondela, responsável pelo pelouro da cultura É também um evento comunitário. Nos tempos em que vivemos penso que há uma grande diferença entre um espetáculo, uma produção cultural, que se adquire fora das nossas fronteiras, que se contratualiza ou, pelo contrário, como é este exemplo, algo que é construído de forma partilhada e participada por todos, à medida da sua capacidade de intervenção. E isto não tem preço. Por ventura algo que pode ser muito diferenciador no nosso território tem a ver com esta capacidade de entrega, de identidade, de sentimento de pertença. Isto é a principal bandeira que nós podemos levantar, como caracterizadora desta vivência associativa.

de Tondela. Não deixa de ser verdade que associada à Pascoa há uma tendência para que muitas das comunidades espalhadas pelo país se possam deslocar ao concelho de Tondela, mas também não deixa de ser verdade que há já uma rede de contacto e conhecimento, em particular de muitas capitais de distritos envolventes ao nosso, que têm por habito esta vinda a Tondela, como que uma marca que já faz parte das suas vidas. E esta é a melhor projeção que pode acontecer, ano após ano já não perguntam quando acontece, simplesmente vêm. E isto é sinal que as pessoas se identificam e reconhecem o mérito de quem está a trabalhar.

Sentem que há pessoas que se deslocam de vários pontos do país, só para ver este espetáculo? Este é um dos espetáculos que mais gente atrai e que já faz parte do calendário de muitas pessoas vindas de outras paragens e não necessariamente naturais do concelho

De que forma o município se prepara para receber os visitantes? Desde algum tempo que o município tem gerido uma plataforma, que tem a marca Caramulo, como primeira referência e, plataforma esta, que agrega vários agentes ligadas à hotelaria, dinâmicas

culturais, aos museus, às diferentes estruturas do turismo, no sentido de que em rede todos possam potenciar as suas ofertas em função deste tipo de acontecimentos. Há pacotes hoteleiros, há ofertas específicas que envolvem a restauração e o alojamento. Nos tempos em que vivemos não podemos olhar de forma isolada e sectorizada para determinado acontecimento, temos que perceber as dinâmicas que se geram à volta dele e como é que, apoiados nessas dinâmicas, podemos projetar e alargar a outras atividades, nomeadamente, na valorização da atividade económica local. Este e outros eventos demonstram a aposta do município na cultura? Num momento de globalização em que vivemos, podemos diferenciar-nos e queremos territórios que sejam diferenciáveis. Seria algo incompreensível, que aquilo que mais nos caracteriza, por saber fazer bem e por ser diferenciador, não fos-

Quem vem a Tondela, o que pode encontrar? Quem vem encontrará duas componentes muito fortes. Uma associada a uma área determinante, que tem a ver com a componente paisagística e natural e patrimonial, apoiada na Serra do Caramulo. Há um encontro de emoções, sabores e olhares próprios do Caramulo e que devem ser descobertos de forma serena, sem a pressa da vivência mais citadina. Há todo um património arqueológico, arquitetónico e que procuramos valorizar através das estruturas do Museu Terras de Besteiros. E depois há a visão mais urbana que queremos que, sendo urbana, não deixe de ter referências de identidade. É neste conjugar de dois caminhos que se encontra o concelho de Tondela. Claro que no meio vai encontrar inúmeras oportunidades que nós queremos valorizar e que se apoiam no desenvolvimento local, na capacidade empreendedora da indústria no concelho. É interessante conjugar uma vertente urbana apoiada na economia geradora de emprego, com uma vertente patrimonial que permita o reencontro e o equilíbrio entre um concelho que procura valorizar a sua identidade.


SUPLEMENTO CONCELHO DE TONDELA

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Conheça Tondela e apaixone-se por ela!

“Percorrer o concelho de Tondela, é verdadeiramente partir à descoberta da história nas suas mais belas vertentes, a arte, as paisagens e as gentes, pois em cada lugar existem marcas de outros tempos dignas de serem admiradas: imponentes solares com as suas belíssimas pedras de armas, igrejas, capelas, pontes e moinhos de água.

Do património arquitectónico com valor histórico no Município são de referenciar alguns conjuntos habitacionais dignos de registo, tanto pela sua imponência e dimensão, como pela história que lhes está associada e aos seus proprietários. De registo são também, os pelourinhos, marcos representativos da história local e da tradição política portuguesa definida nas cartas de foral”.

A forte componente paisagistica, que conjuga os encantos da Serra do Caramulo e da zona planáltica do Vale de Besteiros bem como o ar puro, as águas termais Sangemil, oferecem aos visitantes um refúgio de beleza natural. A gastronomia e cultura aliam-se num misto de sensações e emoções que quem visita, vai querer voltar.

Gastronomia - O mel, o cabrito e a laranja de

Serra do Caramulo- A Serra do Caramulo ofere ao

besteiros são bons exemplos da gastronomia ímpar e diferenciada do concelho de Tondela.

concelho de Tondela um conjunto de paisagens que convida a visitar, verdadeiros refúgios de beleza natural.

Termas - Em Caldas de Sangemil, onde se encontram as nascentes que deram origem e fizeram desenvolver as termas, existe um balneário termal frequentado por muitos utentes em busca de bem-estar e do tratamento de algumas doenças.

Zona Industriais - A forte aposta na indústria tem

Museus - O património arquitétonico do município e a história de uma região marcada pela cultura pode ser conhecida num dos museus que ali se situam: Museu Terras de Besteiros e Museu do Caramulo.

sido um motor de desenvolvimento da região que tem permito nvestimentos, que por um lado criam qualidade de vida e que por outro criam riqueza e emprego.

Chafariz da Sereia - Quem vai a Tondela tem que visitar o Chafariz da Sereia! Conjunto escultórico onde sobressai o granito e que identifica uma marca da cidade.

Barro negro - O barro negro de Molelos e suas práticas antigas, sobressaí pelo seu método arcaico, com um processo tradicional de cozedura em soenga, que consistia em cozer a loiça numa cova pouco funda cavada no solo.


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economia Opinião

Jornada Mirtilo Viseu fez-se azul com a fileira dos pequenos frutos (II)

Sérgio Martins Responsável pela cultura de pequenos frutos na DRAPCentro, na Estação Agrária de Viseu

Rua Direita transformada num jardim “Jardins efémeros∑ Projeto em vias de ser alargado a uma das ruas mais comerciais de Viseu

acções de marketing. Por último, no 3º painel “Prospectivas de comercialização” Marta Batista, da Confagri, e Lurdes Barata, da CASES (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social), fizeram uma caracterização de cada uma das entidades, e o papel que poderão desempenhar na organização da produção. A Agim revelou em primeira mão, ter decidido alterar os seus estatutos por forma a constituir-se como uma associação nacional inter-profissional para a fileira do Mirtilo. Perante o elevado interesse que a cultura do mirtilo está despertar, e uma vez que, como já se referiu, é parco o conhecimento das técnicas de produção, por parte da maioria dos potenciais investidores, a Estação Agrária de Viseu, enquanto organismo da DrapCentro vocacionado para a produção e divulgação do conhecimento, tem em execução um projecto direccionado para a cultura dos pequenos frutos, arquitectado em parcerias estabelecidas com importantes players desta fileira de produção. O campo de ensaio e de demonstração de variedades, instalado na EAV, e a realização periódica de acções práticas de campo, durante o qual os participantes podem acompanhar as diferentes fases da cultura, são, entre outros os objectivos desse projecto. Estamos crentes de que com este trabalho e com a implementação e fortalecimento deste tipo de parcerias, conseguiremos contribuir de forma marcante para a capacitação dos produtores e sustentabilidade do sector.

O proje to “J ardins Efémeros” que tem vindo a realizar-se anua l mente n a P raça D. Duarte, em Viseu pode alargar-se à Rua Direita. A ideia foi apresentada pela produtora do evento, Sandra Oliveira, à Associação Comercial do Distrito de Viseu (ACDV), que se mostrou-se interessada aguardando apenas pelo orçamento. O modelo apresentado prevê a realização de um evento idêntico ao que aconteceu nos últimos dois anos, reunindo música, teatro, gastronomia, artes visuais, livros, oficinas e arte, mas a decorrer durante a época de verão. “A ideia é tapar um pequeno troço da Rua Direita, fazendo mesmo o centro comercial a céu

aberto, com varandas ornamentadas e tudo o resto, num contexto completamente diferente do que é hoje”, adianta o presidente da Associação ACDV, Gualter Mirandez. O responsável reconhece que o projeto tal como lhe foi apresentado “pode dar vida à rua”, uma das mais movimentadas da cidade noutros tempos, que hoje está a funcionar com menos de metade dos comerciantes. Gualter Mirandez esclarece que “agora há um caminho a percorrer que tem de envolver outras entidades”, mas acredita que a Rua Direita no verão “pode ser transformada num jardim”.

Nuno André Ferreira (arquivo)

A mesa redonda “Agentes na Comercialização”, onde estiveram representados, os principais players locais e nacionais, suscitou, como era expectável, um enorme debate, pois existe uma crescente preocupação com os aspectos relacionados com a comercialização dos pequenos frutos. Se saber produzir com qualidade é importante, saber comercializar é fundamental. Assim, e considerando que, no prazo de 6 a 8 anos, Portugal poderá atingir uma produção equivalente a 7000 toneladas, 3500 das quais originárias da zona de intervenção da DrapCentro, urge sensibilizar os produtores para a necessidade de estabelecer estratégias válidas para a comercialização. Sabendo, à partida que, a produção se destinará essencialmente à exportação, e sendo o mirtilo um fruto muito perecível antes e pós colheita, foi opinião geral que a organização da fileira é fundamental quer para a aquisição de poder negocial, quer para a promoção de uma logística comercial eficiente, imprescindível para que se atinja o objectivo primeiro de que o mirtilo de Portugal seja uma referência de topo junto dos consumidores. Tendo ainda sido referido que essa organização deveria passar pela formação de pequenos núcleos de produtores, associados a estruturas cooperativas existentes, ou a constituir, e que tenham a seu cargo a logística comercial, e que por sua vez se agregariam numa estrutura de nível superior que coordene os seus associados no mercado e tenha a seu cargos as

A A ideia será para desenvolver durante o verão

Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt

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Jornal do Centro

26 ECONOMIA | INVESTIR & AGIR

28 | março | 2013

“A FIRTELIZAÇÃO DO MIRTILO” ANALISADA EM CONFERÊNCIA

Ilídio Silva Docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu isilva@estv.ipv.pt

Leilão de eletricidade DR

A AGIM – Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga e a empresa Espaço Visual - Consultores de Engenharia Agronómica, L.da organizam, em Sever do Vouga, a conferência sobre o tema “A Fertilização do Mirtilo”, no próximo dia 13, no Centro das Artes e do Espectáculo de Sever do Vouga, a partir das 8h45. O encontro conta com intervenções de um experiente técnico italiano e de vários especialistas portugueses. Além da transmissão do saber fazer destes peritos, que irão elevar o ‘background’ técnico dos mirticultores de Portugal, podem ser esclarecidas dúvidas e elencados aspectos práticos que são determinantes para o sucesso empresarial dos produtores de mirtilos. Do ponto de vista técnico, a nutrição da planta de mirtilo é estratégico para a sustentabilidade das altas produtividades com alta qualidade ao longo de largos períodos de tempo. Para que este sucesso seja obtido é necessário acautelar a fertilização quer de implantação, quer de manutenção, tirando partido do melhor que se sabe em Portugal e em Itália sobre esta tecnologia. Esta forte pressão de implantação por parte de muitos produtores, a maioria dos quais vêm de fora do mundo agrícola, sobretudo jovens agricultores, resulta do facto de esta ser uma actividade bastante rentável, aliada à capacidade exportadora das suas produções. Além disso, o facto da sua produtividade possuir um alto potencial de progressão, a qual virá a compensar, no futuro, eventuais abaixamentos de preços de comercialização que possam vir a ocorrer. As inscrições obrigatórias e estão a decorrer até ao dia 11 de abril em www. espaco-visual.pt, www. severdovouga.pt, através do e-mail agim@severdovouga.pt ou do número 913338800.

Clareza no Pensamento (http://clarezanopensamento.blogspot.com)

A O evento decorre dias 29, 30 e 31, em quatro restaurantes

Fim-de-semana gastronómico em Moimenta da Beira Objetivo∑ atrair novos turistas ao município Quatro restaurantes de Moimenta da Beira abraçaram a iniciativa “fins de semana gastronómicos” do Turismo Porto e Norte de Portugal e vão assegurar o fim-de-semana gastronómico do concelho nos próximos dias 29, 30 e 31. Javali com castanhas, tarte de maçã e um trago degustado de um “Terras do Demo - Olho de

Perdiz”, espumante leve, borbulhante e de paladar frutado. É a ementa dos quatro restaurantes: Moinhos da Tia Antoninha, Peto Real (Hotel Verdeal), Pico do MeioDia e Prato Dourado. O programa assume também uma vertente cultural, permitindo ao público que aderir, visitas gratuitas à “Fundação Aquilino Ribeiro”, em Soutosa,

durante o dia de sábado. O objectivo da iniciativa é aproveitar a gastronomia tradicional e os seus produtos endógenos para afirmar o município e a região no contexto turístico, e conseguir que se transformem e consolidem como ‘destino de férias’ para turistas portugueses ou estrangeiros, em qualquer período do ano.

Litocar é concessionário Opel A Opel é a nova aposta do Grupo Litocar, para as regiões da Guarda e da Covilhã. No âmbito da sua estratégia de crescimento, o Grupo Litocar passa a ser o distribuidor oficial Opel para as regiões da Guarda e da Covilhã, disponibilizando todos os serviços que um concessionário Opel tem para oferecer. A marca Opel é integrada nos edifícios do Grupo Litocar das respetivas cidades, com localização no Parque Industrial da Guarda e na Alameda Pêro da Covilhã. Com espaços dedicados a veículos novos, onde estão disponíveis os modelos Opel, as instalações ofere-

cem também espaços destinados a veículos usados – Usados 100%, a marca de veículos de ocasião multimarca do Grupo Litocar. Ao nível do pós-venda, a Litocar disponibiliza os serviços de mecânica e colisão. Também o serviço de aluguer de viaturas, o serviço de Inspeção Periódica Obrigatória, o serviço de recolha e entrega de viaturas, marcações de oficina on-line e a comercialização de peças e acessórios originais Opel estão disponíveis para clientes particulares e empresas, desde já, nas instalações Litocar da Guarda e Covilhã. A abertura destas novas

instalações vem também contribuir para a criação de novos postos de trabalho. Foram recrutados colaboradores com experiência e formação na marca, de forma a garantir a assistência técnica ao melhor nível. Com mais de 150 pontos de venda, o Grupo Litocar é hoje uma referência na distribuição automóvel da Região Centro. Atualmente está presente nos distritos de Coimbra, Viseu, Guarda e Castelo Branco, onde representa as marcas Renault, Dacia, Nissan, Honda e Mitsubishi, para além da marca própria – Usados 100%.

Quando é o próprio c h e fe d a m i s s ã o d o FMI que faz parte da troyka (Abebe Selassie, numa entrevista recente à agência Lusa) a afirmar que considera muito desapontante o facto dos preços da eletricidade e das telecomunicações não terem descido e que esta questão é importante para garantir que os sacrifícios são repartidos de forma justa, nós, enquanto consumidores, temos razões para nos preocuparmos. Neste contexto, para o caso específico da eletricidade, destaco o leilão de eletricidade promovido pela DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor). Em que consiste esta iniciativa? O “leilão da eletricidade” representa uma iniciativa patrocinada pela DECO cujo objetivo é angariar o maior número possível de consumidores de eletricidade em Portugal, com o intuito de poder negociar com os fornecedores de eletricidade autorizados no nosso país uma tarifa de consumo de eletricidade mais baixa para os consumidores aderentes. Quem pode aderir a esta iniciativa? O “leilão de eletricidade” encontra-se apenas reservado aos clientes particulares de eletricidade de Baixa Tensão Normal (BTN) com uma potência contratada até 20,7 KvA, abrangendo apenas Portugal Continental.

Como posso aderir? Os consumidores de eletricidade interessados em participar nesta iniciativa apenas têm de se inscrever, de forma gratuita, no sítio da internet www.paguemenosluz.pt até ao dia 30 de abril deste ano. Se um consumidor se inscrever nesta iniciativa terá depois que mudar obrigatoriamente de fornecedor? Não. Ninguém será obrigado a mudar de fornecedor de eletricidade apenas por se ter inscrito nesta iniciativa. Após a realização do leilão (que decorrerá no dia 2 de maio deste ano), o resultado do leilão será comunicad0 a partir do dia 15 de maio. A partir desta data, os consumidores poderão tomar a decisão de aceitar ou rejeitar a proposta até ao dia 30 de junho deste ano. Para mais informações… Para mais informações acerca desta iniciativa poderá consultar o sítio da internet onde deve efetuar a sua inscrição (www.paguemenosluz.pt) ou contactar os serviços da DECO (telefones 808 780 050 ou 218 410 890). Nota Final: eu também já me inscrevi. No momento em que estou a escrever este apontamento já se encontravam registadas nesta iniciativa cerca de 362.000 pessoas. Quanto maior for o número de pessoas inscritas, maior será o peso negocial da DECO junto dos fornecedores de eletricidade participantes.


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desporto P J 32 32 32 33 33 32 32 32 33 33 32 33 32 32 32 32 32 31 32 32 32 32

V 24 16 13 13 12 13 13 13 13 13 12 12 10 10 10 10 10 7 6 5 5 4

E 6 8 13 12 14 11 10 9 8 8 11 10 15 12 9 7 4 11 10 12 9 11

D GMGS 2 59 25 8 49 34 6 47 33 8 37 29 7 39 37 8 46 35 9 43 37 10 55 41 12 41 41 12 36 35 9 39 34 11 44 43 7 37 33 10 41 42 13 45 48 15 36 47 18 28 37 13 27 37 16 24 43 15 27 41 18 29 54 17 14 37

33ª Jornada Portimonense Arouca Guimarães B Marítimo B Oliveirense Penafiel Atlético Desp. Aves Leixões Sp. Covilhã Sporting B

-

Tondela Freamunde Naval 1º Maio FC Porto B Trofense Belenenses Santa Clara Sp. Braga B U. Madeira Feirense Benfica B

Segunda Div. CENTRO 1 Cinfães 2 Ac. Viseu 3 Sp. Espinho 4 Pampilhosa 5 Operário 6 Benfica CB 7 Sousense 8 Anadia 9 Coimbrões 10 S. João Ver 11 Nogueirense 12 Tourizense 13 Cesarense 14 Bustelo 15 Lusitânia 16 Tocha

P 48 47 44 42 40 36 36 33 33 33 31 28 28 25 20 14

J 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25

V 13 13 12 12 11 9 9 10 7 9 8 7 7 5 4 2

E 9 8 8 6 7 9 9 3 12 6 7 7 7 10 8 8

D GMGS 3 44 22 4 36 18 5 33 23 7 39 30 7 37 28 7 36 30 7 33 28 12 25 32 6 31 32 10 30 34 10 27 31 11 23 28 11 21 31 10 22 32 13 32 47 15 20 43

25ª Jornada Ac. Viseu Anadia Cesarense S. João Ver Sp. Espinho Tocha Lusitânia Operário

3-0 0-2 2-1 1-1 3-1 1-1 0-3 2-0

Cinfães Sp. Bustelo Sousense Tourizense Nogueirense Coimbrões Pampilhosa Benfica CB

26ª Jornada Benfica CB Cinfães Coimbrões Pampilhosa Sousense Sp. Bustelo Tocha Tourizense

-

Lusitânia S. João Ver Ac. Viseu Nogueirense Operário Cesarense Sp. Espinho Anadia

Futebol

Académico e Cinfães são “dois galos para um só poleiro” Jogos ∑ Coimbrões - Académico de Viseu, Cinfães - São João de Ver (26ª jornada, sábado, pelas 15h00) Está tudo em aberto na série Centro da II Divisão de Futebol. A disputa pela subida está cada vez mais renhida com as equipas do distrito de Viseu a liderarem a tabela classificativa. Depois de uma partida cheia de emoções no passado domingo, 24, Académico de Viseu e Cinfães assumem-se como os principais candidatos à subida, mas sem perder de vista o Sporting de Espinho que está por perto. A equipa academista impôs a maior de derrota desta época ao líder Cinfães (3-0) e está agora a apenas um ponto do lugar que dá acesso à tão ambicionada subida. A formação de Cinfães “viu-se a braços” com um Académico determinado a vencer, mas, durante os 90 minutos da partida, demostrou porque ocupa o primeiro lugar e luta pela subida. Mas a equipa academista foi claramente mais forte e saiu vencedora. Agora, e a faltarem

Micaela Costa

Segunda Liga 1 Belenenses 78 2 Arouca 56 3 Sporting B 52 4 Leixões 51 5 Desp. Aves 50 6 Santa Clara 50 7 Oliveirense 49 8 Benfica B 48 9 Tondela 47 10Penafiel 47 11 FC Porto B 47 12Portimonense 46 13U. Madeira 45 14Naval 42 15Feirense 39 16Atlético CP 37 17Marítimo B 34 18SC Braga B 30 19Trofense 28 20Sp. Covilhã 27 21Freamunde 24 22Guimarães B 23

A

Académico goleia o líder no Fontelo (3-0) e relança a candidatura para a subida à II Liga de futebol apenas cinco jogos para o final do campeonato, só as vitórias interessam às duas equipas. Se esta jornada (26º) pode correr de feição ao Académico de Viseu, que leva na bagagem uma motivação extra, já o Cinfães pode acusar alguma pressão. Recorde-se que o líder, viu o seu treinador, Flávio das Neves, ser expulso na partida, frente ao Académico, e ainda dois

jogadores, entre eles Rúben, habitual titular da equipa de Cinfães. De referir ainda que o terceiro classificado, Sp. Espinho (44 pontos), pode atrapalhar as contas ao Académico, a faltar uma jornada para as duas equipas se defrontarem. Nesta jornada, 26, o Académ ico de Viseu desloca-se a Vila Nova de Gaia para defrontar o Coimbrões, 9º classifi-

cado (33 pontos), a quem venceu na primeira volta por 2-1. Já o Cinfães recebe o São João de Ver, 10º classificado (33 pontos). Jogos marcados para sábado, pelas 15h00. A equipa orientada por Flávio das Neves mantém o primeiro lugar com 48 pontos, apenas com um de vantagem em relação aos viseenses. Micaela Costa

Futebol Feminino

Viseu 2001 soma primeiros pontos No Nacional de Futebol Feminino, Fase de Promoção, o Viseu 2001 somou os primeiros 3 pontos. A formação viseense recebeu, e venceu, a União Ferreirense por 3 a 1, no passado fim-de-semana. Viseu 2001 e Ferreirense encontraram-se pela terceira vez esta temporada, já que as duas equipas foram adversárias na Fase

Regular do campeonato. Uma troca da ordem de jogos trouxe a partida da segunda volta ao Campo 1º de Maio, no Fontelo, no passado domingo, 24, e a vitória sorriu à equipa da casa. Esta foi a segunda partida consecutiva que as viseenses jogaram em casa, sendo que na primeira jornada perderam contra a formação

de Freamunde (1-6). Com esta vitória o Viseu 2001 “arrecadou” os três pontos e subiu ao 4º lugar, com os mesmos que a equipa do Freamunde (recebeu e perdeu, este fim-de-semana, frente à formação de A-dos-Francos. No topo estão Valadares Gaia e A-dos-Francos que somam vitórias nos dois jogos já realizados, e

se assumem como as principais candidatas à subida à I Divisão Nacional de futebol feminino. Na próxima jornada, dia 14 de Abril, e a faltarem oito jogos para a final da Fase de Promoção, o Viseu 2001 joga em casa frente ao Atlético da Pontinha, equipa que ainda não pontuou nos dois jogos já realizados. MC

LUSITANO É ÚNICO REPRESENTANTE DO DISTRITO EM TORNEIO NACIONAL A equipa de Escolas Sub11 do Lusitano Futebol Clube vai participar num dos mais prestigiantes torneios do escalão a nível nacional. O 11º torneio Dr. Egas Moniz, realiza-se no distrito de Aveiro, em Avanca e tem como organizador o clube local, a Associação Atlética de Avanca. O evento amanhã e sábado, 29 e 30, sendo o Lusitano o único representante do distrito de Viseu. Para além do Lusitano vão estar também presentes grandes equipas do futebol nacional, tais como, Académica de Coimbra, Feirense, FC Porto, Paços de Ferreira, SL Benfica, Varzim e Oliveirense, bem como o Arcozelo, o Murtoense, a Maia Lidador e o Avanca. O sorteio ditou que os Trambelos terão como adversários na primeira fase do torneio a Académica de Coimbra e o Varzim. MC

“MARATONA BTT DE MORTÁGUA” Realiza-se no próximo dia 7 de abril a “Maratona BTT de Mortágua”, uma organização conjunta do Velo Clube do Centro e do Município de Mortágua. A “Maratona BTT de Mortágua”, na sua sexta edição, é uma prova pontuável para a Taça XCM do Centro 2013 e a primeira prova do Desafio ABIMOTA/FULLSPORT (desafio ABIMOTA ciclista completo). Os bttistas terão duas extensões de percurso à sua escolha, a Maratona de 75 Km ou a Meia-Maratona de 45 Km, sendo o percurso comum numa parte do traçado. O preço da inscrição é de 10 euros sem almoço e de 15 euros com almoço, incluindo abastecimento, banhos, seguro e lembranças. Para mais informações e inscrições poderá ser consultado o site www.veloclubedocentro.pt MC


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Jornal do Centro 28 | março | 2013

Futsal

Equipas entre o sonho e o pesadelo

Aproxima-se o final de mais uma época nos nacionais de futsal. Os campeonatos entram agora na fase de todas as decisões. A seis jornadas do final, entre as equipas de Viseu reina o sonho dos que querem subir, e o pesadelo dos que tudo fazem para evitar a descida. O Viseu 2001 reacendeu a esperança de lutar pela promoção à I Divisão de Futsal masculino ao vencer por 2 a 1 no recinto do Cohaemato. Frente a um candidato à subida, os viseenses somaram uma importante vitória e beneficiaram ainda do empate entre os dois primeiros - Lameirinhas e Boavista, segundo e primeiro, respetivamente, terminaram o jogo com uma igualdade Publicidade

a 5 golos. Com estes resultados o Viseu 2001 subiu ao 5º lugar, agora a cinco pontos do segundo classificado. Segue-se mais uma final para os viseenses na deslocação ao pavilhão do Boavista, onde defrontará, este sábado, dia 30, o líder desta série A. Um jogo em que o Viseu 2001 está praticamente obrigado a vencer. Mais a Norte, a AJAB de Tabuaço, bateu o Póvoa Futsal por 7 a 3 e subiu para o 6º lugar. Tem os mesmos 31 pontos do Viseu 2001 e é assim, uma equipa com uma palavra a dizer nesta fase final do campeonato. Na próxima jornada, joga no recinto do CRECOR. MC

Futebol

Tondela quer manter “espinha dorsal” Renovação ∑ Clube assegura jorgadores por mais duas temporadas O Clube Desportivo de Tondela já está a preparar, atempadamente, a próxima época. O presidente Gilberto Coimbra anunciou na terça-feira, 26, a renovação de contrato com mais quatro jogadores, Pica, Tiago Barros, Pedro Araújo e Cláudio, prolongando assim um vínculo com o clube por mais duas temporadas. Recorde-se que o Tondela já tinha renovado com o avançado argentino Piojo e com o médio Fábio Pacheco. Uma aposta clara do Tondela em manter a “espinha dorsal” da equipa. Resta agora saber se

Vítor Paneira vai continuar a treinar os tondelenses, mas segundo o que o Jornal do Centro apurou, até ao fecho desta edição, terça-feira, 26, há uma vontade por parte do clube em manter o treinador, sendo que o acordo para a continuidade do técnico ainda não está fechado. G i l b e r to C oi m br a anunciou ainda a promoção do jogador dos juniores do Tondela, Rúben Silvestre. O atleta, primeiro das camadas de formação a assinar um contrato profissional na história do clube, é reforço da equipa sénior na

próxima época, com um contrato válido até 2017. Hoje, pelas 20h00, o Tondela defronta o Portimonense, 12º classificado com 46 pontos. Os Tondelenses, após a vitória do passado fim de semana, frente ao Guimarães B (1-0), somaram 47 pontos e ocupam o 9º lugar. Em caso de vitória em Portimão, a equipa de Tondela pode aproximar-se do topo da tabela e continuar a sonhar com uma eventual subida para a I Liga. Não será fácil, mas também não é impossível. Micaela Costa

Futsal RIO DE MOINHOS NA CORRIDA PELA MANUTENÇÃO Na III Divisão Nacional de Futsal, na série B, o Rio de Moinhos somou mais um ponto e continua na corrida pela manutenção nos nacionais. Na jornada 19, empate a 3 golos no pavilhão do Arsenal Parada. O R io de Moin hos ocupa a 8ª posição, 4 pontos acima da “linha de água”. E m sit u aç ão m a i s complicada está o São Martinho de Mouros. A formação do concelho de Resende perdeu por 7 a 1 no Futsal Azeméis e continua em posição de descida, ao ocupar o penúltimo lugar, já a cinco pontos dos lugares de manutenção. Na série C o ABC de Nelas empatou a 4 golos frente ao Casal Velho. Empate que deixa os nelenses no 4º lugar, agora a 4 pontos do líder que é o Eléctrico.


D Jorge Palma em Lamego

Jornal do Centro 28| março | 2013

culturas expos

Jorge Palma está em digressão pelo país com o espetáculo “Íntimo”, acompanhado pelo seu filho, Vicente Palma. O Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, recebe um dos artistas mais conceituados do panorama musical português, no dia 6 de abril, às 21h30.

Arcas da memória

Destaque

Composição sobre o “Coro dos Escravos Hebreus” da ópera “Nabuco”

VILA NOVA DE PAIVA ∑ Auditório Municipal Carlos Paredes

Homenagem ao Conservatório de Música de Viseu

Até dia 31 de março Exposição de escultura “Coisas da Natureza”, de Adelino Cunha. Até dia 31 de março Exposição de desenho “Aldeia Estúpida”, de Luís Belo. Até dia 31 de março Exposição de artesanato “Artesanato Sobral”, de Regina e Acácio Sobral. Até dia 31 de março Exposição de pintura “Verso e Reverso 2”, de Irene Decorações. VISEU ∑ FNAC Até dia 1 de abril Exposição de fotografia “Arrefeceu a Cor Dos Teus Cabelos”, de Lara Jacinto. TONDELA ∑ Mercado Velho Até dia 28 de março XI Exposição coletiva de arte popular do concelho de Tondela.

Alunas apostam em curta-metragem sobre codependência “Malmequer”∑ Está na fase de pré-produção e envolve cerca de 30 pessoas

Sessões diárias às 13h30, 16h05, 18h40, 21h15, 00h00* Comboio noturno para Lisboa (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h20, 16h45, 19h10

Babilónia, lá longe, na distância do tempo e do lugar!... Tardes de sábado de longos verões, as águas remansosas do rio Eufrates correndo vagarosas como vagarosos corriam os dias dos filhos de Israel, prisioneiros de Nabuco. Sessenta anos quase passados, que longos dias têm sessenta anos!... Os filhos de Israel chegavam à meia tarde quando o sol já descia sobre o mar, quando as sombras dos salgueiros se estendiam, demoradas, na dourada limpidez do areal. Vinham raparigas e rapazes. Traziam as harpas e punham-se a cantar. Os velhos sentavam-se em roda e ficavam a escutar. Alguns choravam e enxugavam as lágrimas na dobra dos mantos para ninguém ver. As raparigas e os rapazes que cantavam tinham nascido já em Babilónia. Mas os avós contaram-lhes de Sião. Contaram-lhes pedra a pedra do Templo de Salomão, contaram-lhes das portas da muralha rompidas pelo Rei de Babilónia, contaram-lhes do sangue que correu, da desolação que se apossou de Jerusalém, das cadeias de ferro arrastando no deserto. As raparigas e os rapazes guardavam na memória as histórias tristes dos avós. E a plangente toada das harpas, nas tardes de sábado, trazia os ecos de uma pátria antiga, a lembrança

Inês Calheiros, 22 anos, e Vera Taboada, 21 anos, estão a preparar ao pormenor uma curta-metragem, apelidada de “Malmequer”, que deverá estar concluída no início de julho, no âmbito do curso de Design de Comunicação e Produção Audiovisua l, pela Escola Superior de Artes aplicadas, do Instituto Politécnico de Castelo Branco. “Esta curta-metragem surge na sequência do

projeto final da licenciatura. Começámos a trabalhar no verão e agora estamos na fase de préprodução”, explicou Vera Taboada, natural do Porto. As jovens escreveram o guião, escolheram o guarda-roupa e a banda sonora original. “Tem sido muito trabalhoso mas ao mesmo tempo muito gratificante. As expetativas são elevadas e queremos fazer o melhor, uma vez que iremos enviar a curta para os fes-

tivais”, referiu a viseense Inês Calheiros. “Malmequer” é baseada na codependência entre indivíduos. Carmo é o nome da atriz principal de uma curta dramática e intensa. Para já, as jovens “preferem não adiantar mais pormenores”. As f ilmagens decorrem nos dias 6, 7, 11 e 13 de abril. Cerca de 30 pessoas estão nesta altura envolvidas no projeto.

Os Croods VP (M6) (Digital)

Jack o caçador de gigantes (M12) (Digital)

00h30* Die Hard: Nunca é bom dia para morrer (M12) (Digital)

(dom.), 13h50, 16h05, 18h20 As fantásticas aventuras de Tad VP (M6) (Digital)

Sessões diárias às 13h40, 16h15, 18h50, 21h30, 00h10* G.I. Joe: Retaliação (M16) (Digital 3D)

Sessões diárias às 13h20, 15h35, 17h50, 21h40, 23h25* A idade da loucura (M12) (Digital)

roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 14h00, 16h35, 19h20, 21h50, 00h30* G.I. Joe: Retaliação (CB) (Digital)

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Sessões diárias às 13h40, 16h10, 18h45, 21h25, 00h10* Snitch - infiltrado (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h50, 17h00, 21h10, 00h05* OZ: O grande poderoso (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h45, 16h20, 18h55, 21h45, 00h25*

Sessões diárias às 21h35, 00h20* Argo (M12) (Digital)

Tiago Virgílio Pereira

PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 14h30, 17h20, 21h10, 00h00* Nómada (M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h00, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25* Vigarista à vista (M12) (Digital)

Sessões diárias às 11h00* (dom.), 14h10, 16h35, 19h00, 21h20, 23h45* Os Croods VP (M6) (Digital 3D)

Sessões diárias às 22h00,

Sessões diárias às 10h50*

Legenda: *sexta e sábado

Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com

das oliveiras plantadas nas colinas como se jardins foram, que jardins eram os hortos de Getsemani, na margem da cidade. Às vezes Ismael, o hebreu que encontrara privilégio na Corte do Rei, vinha escutar. Trazia Fenema consigo, a filha do Rei, porque ele a amava, a formosa filha do Rei. E ambos ficavam a escutar, ao pé dos velhos que choravam, aquelas canções tristes. Lamentos sobre Sião, que eram sempre. Cantos que eram oração. Vozes clamando por Javé contra os Edomitas opressores. Às vezes os rapazes e as raparigas de Babilónia vinham escutar os cantos dos hebreus. Ficavam a ouvir de longe. Mas houve rapazes que se tomaram de amores pelas escravas e raparigas que, por amor, fizeram de um escravo seu senhor. Um dia, depois de muitos dias, Javé ouviu as preces dos hebreus. Foi então que chegou um novo rei. Abriram-se as cadeias. Quebraram-se as trancas das portas de Babilónia. E a toada das harpas era agora alegre pelo deserto fora. Que Jerusalém já era perto. Fenema partia com Ismael. Ana, Ester, Sara, Rute e outras raparigas, ficavam em Babilónia. Escravas, só de amor.

Estreia da semana

G.I. Joe: Retaliação – O Presidente dos EUA decide decretar a ilicitude dos G.I. Joe, rotulando-os como uma organização terrorista que se assume como uma forte ameaça internacional. Os G.I. Joe terão portanto de mostrar ao mundo que não são vilões, mas sim heróis acusados injustamente.


D Dia Internacional do Livro Infantil celebra-se em Viseu

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culturas

28 | março | 2013

No âmbito do Dia Internacional do Livro Infantil, a autarquia viseense promove, no dia 2 de abril, data do nascimento de Hans Christian Andersen, autor dinamarquês de algumas das histórias para crianças e contos de fadas mais lidos em todo o mundo. A Biblioteca Municipal Dom Miguel da Silva revive o autor através de um conjunto de atividades dirigidas a crianças do pré-escolar.

O som e a fúria

Música

Fingertips - Próximo disco, “Oh my love” Os Fingertips, com a voz da Joana e as cordas do Rui, são uma referência crescente no panorama musical actual. A pretexto de um espec tác u lo n a F NAC , fomos ouvi-los e partilhar com eles a sua harmonia, um reportório muito bem seleccionado e uma energia criativa cheia de “garra”... A Joana contou-nos como foi...

fazê-lo com um público tão querido e na nossa cidade.” Quais as perspectivas para o imediato?

“Agora iremos regressar ao estúdio para continuar o nosso trabalho. Estamos bastante motivados e olhamos para o futuro de uma forma muito positiva, proc u ra ndo supera r a condição económ ica e a crise de valores que o nosso país atravessa neste momento. Acreditamos que com talento e persistência haverá sempre um caminho a seguir. Desejamos continuar a fazer as nossas canções, a subir aos palcos para as apresentar ao público e, que esse “nosso público” se estenda a novas culturas por esse mundo fora. Esse é um dos nossos grandes objectivos. E se houver registos de vida em Marte, também fará parte dos planos levar para lá a nossa música!” Paulo Neto

Paulo Neto

“Confessamos que fomos apanhados de surpresa com o convite da FNAC Viseu para uma apresentação em acústico, uma vez que nestes últimos meses temos estado 24h por dia, dura nte os 7 dias da semana, em estúdio a trabalhar num novo álbum. É claro que aceit a m o s d e s d e lo g o o convite e a passada noite de sábado revelou-se uma agradável surpresa para nós. Adoramos este contacto com o público. O concer to foi ba st a nte intimista, sentimos uma proximidade muito grande com a audiência, que esteve atenta e entusiasmada logo desde o início. Sim, já tín ha mos saudades destes momentos! Apresentámos músicas do passado, viajámos pelas ruas do álbum “Venice” e tocámos músicas do “2”, no fundo, contámos a história do nosso percurso até hoje! E decidimos também aproveitar a ocasião para criar um momento, tocando pela primeira vez ao vivo uma das canções que irá fazer parte do alinhamento de músicas do próximo disco, “Oh my love”. Nada como

Jornal do Centro

Mad Men, o sonho americano e o jogo de mentiras

Durante a Guerra Fria, a expressão “american way of life” ou “american dream” foi usada pelos mestres da propaganda para enaltecer as milhentas maravilhas do capitalismo e sublinhar as diferenças na qualidade de vida das pessoas do bloco comunista e do bloco capitalista. Em 1992, a expressão foi usada pelo Sr. Bush pai para, lá do cimo da sua grandeza magistral, afirmar que esse estilo de vida, esses valores, não é negociável. O filho Bush recorreu à mesma expressão para convencer a América de que o seu estilo de vida “não podia ser ameaçado por outras nações”. Com essa deixa invadiu o Iraque e o Afeganistão. Simplif ica ndo, essa doutrina pregava que a forma de o americano encontrar a felicidade e esquecer o seu passado (marcado pelas Guerras mundiais e pela Guerra Fria) era o trabalho e a família perfeita. A família estava funcionalizada, cada um desempenhando o seu papel: a mulher ficava em casa a tomar conta da miudagem e das lides domésticas e o pai saia para trazer o pão para a mesa. Um país com vocações tão vorazes e insaciáveis a espalhar uma mensagem de limites, de satisfações, de funções, de divisões de papéis, do “eu cá tu lá”. É o sonho, o ideal americano: nada falha e nada pode falhar. Mas a vida falha. Falha-mos nós e, às vezes, falha-nos a vida. E são essas falhas do sonho americano que vemos na série Mad Men, uma alegoria à década de 60 com pretensões de desconstruir ilusões e revelar mentiras. Estes in-

Maria da Graça Canto Moniz

tentos resultam logo do facto de a série ter lugar numa agência de publicidade. A publicidade, os reclames, têm certos efeitos nas pessoas, dizendolhes por meios esconsos e mentiras subtis o que querem; apesar do lado criativo (artístico, se quiserem ser politicamente mais corretos) tratase, no fundo, de inventar os gostos das pessoas. É como me diziam no outro dia dois amigos (um canadiano e outro romeno) quando lhes explicava que não precisava de um Ipad: “tu só percebes que precisas depois de comprares”. O que a série faz é contar-nos estas mentiras e a forma como eram criadas, na altura. Mas Mad Men desmonta uma mentira ainda maior. Ainda que o mise en scène aluda a uma idade dourada (aquela, do “american dream”), a narrativa destrói toda a magia desses tempos perfeitos. Os teóricos do ideal americano esquecemse de uma característica humana e, por isso, universal e alheia a geografias e conceções políticas: a insatisfação, a vontade de ir mais longe, de experimentar, de querer sempre mais e mais, de correr riscos e de tentar. Como li noutro dia algures o princípio do ego é o motor da história. Vemos ali, sobretudo na personagem de Pete Campbell, a pressão social para atingir uma certa perfeição, aquilo que deve ser quando, na verdade, não é aquilo que ele quer. A solução? Carregar no álcool e nos affairs. Porém, faltará sempre “qualquer coisa” que ficou perdida quando a vida se substituiu à vontade de Pete (e outras personagens da série).


Jornal do Centro 28| março | 2013

culturas Variedades

D Exposição em Mangualde

A Biblioteca Municipal de Mangualde, Dr. Alexandre Alves acolhe até 16 abril, a exposição de fotografia “Qual a imagem da Segurança e Saúde no Trabalho”. A iniciativa, promovida pela Unidade Local de Viseu da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), em parceria com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), conta com o apoio da Câmara Municipal de Mangualde.

Música

Prémio Foto Viseu Jazz volta hoje ao Patrimonium ´13 Lugar do Capitão Com os objet ivos de fomentar a observação, a descoberta e a revelação através do registo e promoção, de bens, materiais ou imateriais e para a identidade da cultura local do distrito de Viseu, bem como o i ncentivo à produção artística na área da f, fotografia, a FNAC Viseu, o Museu da Misericórdia de Viseu, o Departamento de Bens Culturais da Diocese de Viseu, a Travel Gate Viseu, o Instituto Português de Fotografia e a Câmara Municipal de Viseu promovem o Prémio

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Foto Viseu Patrimonium ´13. As inscrições estão abertas até ao fim do mês de abril. O vencedor terá as suas fotos premiadas numa exposição individual na Galeria Fnac de Viseu, de 18 a 31 de maio, e levará para casa o primeiro prémio: uma câmara fotográfica profissional. O dossiê de candidatura, com 5 a 10 fotografias em suporte digital, deve ser entregue no balcão de fotograf ia da FNAC Viseu. O regulamento pode ser consultado na FNAC Viseu.

O conceituado músico Jeffery Davis será o protagonista do próximo concerto das “Quintas ao Jazz”, hoje, dia 28, às 21h30, no Lugar do Capitão, em Viseu. Jeffery Davis apresenta-se em Viseu na companhia do seu Vibrafone. O músico, com uma carreira internacionalmente reconhecida, é também compositor, tanto de Jazz como de Clássico. Realiza regularmente master classes nas mais prestigiadas escolas nacionais e europeias e apresenta-se em recitais por todo o país e em concertos com diferentes orquestras de todo o mundo. Frequentou o curso de Jazz Performance Vibraphone,

na Berklee College of Music, nos Estados Unidos da América. Foi nessa mesma instituição que ganhou inúmeros prémios, como o prémio de Most Active Mallet Player, o Gary Burton Scholarship e o prémio por excelência académica Dean of Curriculum. Recebeu também do IAJE ( International Association for Jazz Education ) o prémio de Outstanding Musicianship. Nos Estados Unidos teve a oportunidade de trabalhar com músicos de jazz, como Hal Crook, Joe Lovano, Gary Burton, Dave Liebman, Dave Samuels, Phil Wilson, Terrence Blanchard e Michel Camilo.

Propostas FNAC Viseu Quique Montes “Cinderela Ate As Una” Ao Vivo Dia 4, quinta-feira, a partir das 21h00 Caracterizado por um estilo pessoal e inconfundível, cheio de sensibilidade e romantismo, o músico espanhol apresenta no Fórum FNAC o seu segundo álbum envolto por um vibrato intenso e uma voz quente e harmoniosa.

Ensemble e Orquestra de Acordeãos Por Conservatório de

Música de Viseu Dr. José de Azeredo Perdigão Ao Vivo Dia 5, sexta-feira, às 19h00 A FNAC apresenta a classe de Acordeão do Conservatório de Viseu. Nesta apresentação ao vivo, alunos solistas, o Ensemble e uma Orquestra de Acordeãos tocam músicas de Piazolla, Bach, Gershwin, Galliano, Matono entre outros. Esta apresentação é o prelúdio do 6º Festival de música da Primavera de Viseu que decorrerá de 12 a 18 de abril.

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municipal de Ordenamento O o do Território do Alto Douro Vinhateirro (PIOTADV)) Plano Interm Decorrridos mais de 10 anos so obre a classiificação do Alto A Douro Vin nhateiro (ADV V) como Patrrimónio Mundial a Estrutura a de Missão para p a Região Demarcada do d Douro cons siderou impera rativo proceder a um e de con nservação do bem classificado como Pa aisagem Cultuural Evolutiva e Viva balançço, quer do estado tendo por referênccia os valoress e atributos que exprimem o seu valo or universal eexcecional, qu uer da mentos de gesstão implementados, o que motivou a adjudicação de um eficáccia dos modelos e instrum estudo o de avaliaçã ão a uma equipa conjuntaa da Universid dade do Portto e da Univeersidade e Trrás-osMonte es e Alto Dourro. O balanço efetuad do aos 10 anos de gestãão do ADV, nomeadamen nte no estuddo atrás referrido, a a acumulada,, o avanço ddo conhecimento sobre os o valores cuulturais, natu urais e experriência prática paisag gísticos, bem como a neccessidade de aperfeiçoar e clarificar as s atuais form mas de gestão o e de articulação intersecctorial, as alterações orgâniicas com repe ercussões nas s entidades coom competênccias no ADV, aliados à evo olução do reg gime jurídico ddos instrumen ntos de gestão o territorial, a par das exigências transm mitidas pelo Centro do Património P Muundial – UNESCO, justificaram que sse desse iníccio ao procedimento tende ente à alteraçção do Plano Intermunicipa al de Ordenam mento do Terrritório do Alto Douro Vinha ateiro (PIOTAD DV). Assim m, as Assemblleias Municipa ais de Alijó [ALLJ], Armamar [AMM], Carra azeda de Ansiiães [CZA], La amego [LMG]], Mesão Frio [MSF], Peso da Régua [PR RG], Sabrosa [SBR], Santa Marta de Pennaguião [SMP P], São João da Pesqueira [SJP], Tabua aço [TBC], To rre de Moncorvo [TMC], Vila Nova de Fooz Côa [VNF] e Vila Real [[VRL] aprovarram - em 22 de d fevereiro dee 2013 (VNF), 25 de fevere eiro de 2013 (LLMG e TMC),, 27 de fevere eiro de 2013 (MSF e SBR)) e 28 de fevvereiro de 201 13 (ALJ, AMM M, CZA, PRG,, SJP, SMP, TBC e VRL) - as proposta as das respetivvas Câmaras Municipais de e dar início ao o processo dee alteração do o Plano Interm do Território do Alto Dou municipal de Ordenamento O uro Vinhateiro (PIOTADV) e não sujeitar essa alteração a avaliaçã ão ambiental, atento o dispoosto na legisla ação em vigorr. Nesta a conformidade e faz-se público que até aoo final do mês de março pod dem ser formuuladas sugestõ ões ou A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR

APOIO

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE TONDELA Rua Dr. Ricardo Mota, s/n 3460-613 Tondela www.acert.pt

apresentadas inform mações sobre e quaisquer q uestões consideradas relev vantes para a alteração do o plano em ccausa, as qu uais devem ser expostaas por escritto via correio eletrónico para o end dereço correio@cimdouro.pt.


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Jornal do Centro 28 | março | 2013

culturas Entrevista

“Quem vive em Portugal, continua profundamente identificado com o destino da sua sociedade” José Manuel Sobral, historiador, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa a propósito da apresentação do seu último livro em Viseu: “Portugal, Portugueses: Uma Identidade Nacional”… A apresentação esteve a cargo de Eduardo Pinto, ex-Tubarões dos anos 60. Como surge este livro?

O que é hoje, numa sincronia de tão acelerada mudança, a identidade portuguesa?

A identidade portuguesa é muito difícil de definir numa simples palavra, mas é para todos nós o facto de sentirmos que pertencemos a Portugal, e que o simples facto de sermos portugueses, faz de nós um colectivo diferenciado dos outros, dos espanhóis, dos ingleses, dos alemães… Isso é ter-se uma identidade nacional. Depois, podemos interpretá-la de uma maneira completamente diferente, mas é essencialmente isso: reconhecermo-nos como

portugueses e como parte de um colectivo de milhões que têm um determinado tipo de presente, hoje em dia, mas que têm também um passado, uma narrativa histórica, que nos seus grandes traços, a maioria de nós conhece. Neste contexto e essencialmente, o que tem mudado no decurso dos séculos?

O que mudou no decurso dos séculos em relação à identidade portuguesa prende-se com duas grandes mudanças que balizam o século, para além das mudanças políticas. A primeira é Portugal ter deixado o século XX e esta primeira década do século XXI como poder imperial, um pequeno poder imperial que tinha uma história extra-europeia colonial, tendo sofrido rupturas com a independência do Brasil e em 1975 com a independência das antigas colónias, que hoje são os países de expressão oficial portuguesa. Essa é uma grande mudança. A outra é a entrada de Portugal no conjunto de países da EU. São mudanças que afectam a identidade nacional de uma maneira distinta. Primeiro porque Portugal teve que se configurar como país europeu

em relação à questão do império, que tão importante tinha sido durante séculos da História Portuguesa e a segunda a de pertencer à Europa onde habitam milhões de portugueses daqui levados pela emigração, implicou pertencer a esse conglomerado maior e um estatuto de fragilidade que só agora se começa a tornar muito visível, na medida em que somos dez milhões num conglomerado superior a quatrocentos milhões e onde outros têm um poder demográfico, económi- mica visível nas remessas co e político superior ao do dos emigrantes que continuam a ser importantes estado português. para a economia portugueHoje, agora, os portugueses sa, mas que se vê ainda em identificam-se com a sua coisas tão simples como nação? na celebração de feriados Não tenho dúvidas algu- portugueses ou identifimas em afirmar que sim. carem-se com a Selecção Identificam-se em Portu- Nacional Portuguesa. Pagal identifica-se a diáspo- recendo algo de superfira portuguesa, pelo menos cial, o simples facto de se até ao momento da integra- aplaudir uma selecção, o ção noutras sociedades, ao simples facto de quererem fim de várias gerações, de que os filhos aprendam portugueses que se torna- português, o simples facram brasileiros, norte ame- to de comprarem coisas ricanos, venezuelanos, etc. portuguesas, tudo isso faz Há um forte sentimento de deles cidadãos nacionais. identificação nacional que E quem vive em Portugal, se vê, não apenas na rela- continua profundamente ção continuada que man- identificado com o destino têm com Portugal, onde da sua sociedade, crendo muitas vezes ainda têm fa- até que hoje, dadas as difimiliares, a relação econó- culdades do presente, está Paulo Neto

A história deste livro é simples. Por um lado eu interesso-me há muitos anos pelos problemas do nacionalismo e da identidade nacional, com particular referência ao caso português, mas não só, numa perspectiva comparada. E isso era do conhecimento dos editores, os doutores António Araújo e António Barreto, que como director da Análise Social e meu antigo colega, conheciam o que eu havia já publicado sobre o tema. Pediram-me que escrevesse sobre esta temática, dando-me inteira liberdade para o fazer, para além do nível de exigências de análise que colocavam, queriam que fosse um livro que pudesse ser lido por um público culto e interessado e não um livro fechado no vocabulário académico, para eruditos.

Pessoa, o Luís Eugénio Cunha Matos, o Carlos Simões, o Paulo Meneses, o Jorge Teixeira, a Maria José Faro, o Francisco Reinaldo e tantos outros, gente de várias gerações, vizinhos, colegas, amigos, o meu cunhaJosé Manuel Sobral, um vise- do José Luís Alvim…

fortalecida essa identidade, mais consolidada até, e pelos constrangimentos que enfrentam no interior, do que há 4 ou 5 anos quando o sentimento cosmopolita era maior.

ense. Algumas memórias da juventude, nesta cidade?

Tenho imensas memórias e à medida que o tempo passa, a nossa infância e a nossa juventude são um lugar e um tempo a que recuamos nas nossas recordações. Tenho imensas memórias daqui, recordo-me da instrução primária, de como era a cidade de Viseu, dos lugares da cidade de Viseu, do Liceu, de muitos dos meus colegas, desde o Manuel Carrilho, o Carlos

E professores, recorda?

Houve dois professores que me marcaram muito: o meu professor de Literatura, José Manuel Pereira de Melo foi o professor que mais me influenciou em toda a minha vida. Devo muito, também, ao professor de Filosofia, Augusto Saraiva e à Dona Manuela Guerra que me ensinou várias línguas. Paulo Neto


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em foco Via sacra representada nas ruas de Ranhados

Douro, Dão-Lafões e Viseu entre as presenças mais destacadas na Xantar 2013 Viseu esteve representado no 14º Salão Galego de Gastronomia e Turismo. A cargo do Restaurante Graçon Douro / Taberna do Porfírio do “chefe” José Vicente na cidade de Lamego, não só o Douro mostrou as suas melhores ofertas gastronómicas, como o norte do distrito de Viseu, que, este ano contou ainda com a primeira participação da região de Dão-Lafões, com o Restaurante “O País” do Hotel do Caramulo.

DR

O Agrupamento de Escuteiros nº 1029 do Corpo Nacional de Escutas - Região de Viseu, voltou a representar a “Dramatização ao vivo da Via Sacra”, em Ranhados, no concelho de Viseu. A dramatização ao vivo da via sacra, consistiu na representação das várias cenas retratando os últimos dias da vida de Cristo. O evento reuniu dezenas de personagens e figurantes.

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A ADICES Com CANDIDATURAS ABERTAS PARA APRESENTAÇÃO DE PEDIDOS DE APOIO A Apresentação dos Pedidos de Apoio decorre em período contínuo MEDIDA 3.1 – DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA E CRIAÇÃO DE EMPREGO Nº4/2013-Ação 3.1.1 – Diversificação de Atividades na Exploração Agrícola Nº5/2013-Ação 3.1.2 – Criação e Desenvolvimento de Microempresas Nº4/2013-Ação 3.1.3 – Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer

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em foco IIIº Encontro Nacional de Concertinas de Sernancelhe Organizado pela Associação Desportiva e Recreativa de Sarzedas – Tocadores de Concertina Terra da Castanha, com o apoio da Associação Sementes da Terra e do Município de Sernancelhe, decorreu no dia 23 de Março, no Expo Salão local, juntando centenas de instrumentistas e dezenas de grupos de todas as partes do país. Dos 5 aos 70 anos, nas mãos dos músicos, as teclas vibraram e os foles sopraram com força sua harmonia. Nuno Miguel Sobral Moreira, o presidente da associação organizadora referiu-nos: “ É o terceiro encontro. Temos tido sucesso. Vamos melhorando ano após ano. Já aqui temos 350 concertinistas, mas ainda nos faltam grupos e esperamos a sua chegada. Estão aqui músicos desde Sintra até à Guarda, um vasto leque oriundo de todo o país que acedeu ao nosso convite para estar presente. É nosso objectivo divulgar e implementar o gosto pela tradicional concertina e pelos cantares tradicionais das nossas terras. Sernancelhe tem uma enorme relação com a música e a prová-lo aqui estamos, sem esquecer o Festival Internacional de Guitarra Clássica e os vários concertos realizados durante todo o ano. Nós, através do vereador Carlos Silva, que nos incutiu este gosto, temos tentado trazer para o nosso concelho esta recriação de tradições. E como se vê… tem sido um êxito que fala por si.” PN


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saúde e bem-estar APPACDM recebe 44 mil euros da Missão Sorriso Viseu∑ Aprovado projeto “Porque a chuva quando cai também é para todos” para melhorar acessibilidades da valência de Repeses O projeto “Porque a Chuva Quando Cai Também é para Todos” da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental de Viseu (APPACDM) foi o único apoiado no distrito pela Missão Sorriso e vai receber 44 mil euros para investir na melhoria das infraestruturas do complexo de Repeses. “Com estes 44 mil euros e com mais algum dinheiro vamos conseguir fazer as coberturas dos edifícios e uma ligação entre os cinco lares residenciais”, adianta a diretora executiva da APPACDM de Viseu, Emília Dias. A responsável explica que o projeto “Porque a

Chuva Quando Cai Também é para Todos” engloba a construção de coberturas no edifício principal da associação e do edifício secundário, onde funciona o Centro de Recursos para a Inclusão, que dá resposta a mais de 60 jovens de escolas do distrito de Viseu e aos internos da APPACDM. Do mesmo projeto faz parte a construção de uma ligação entre os cinco lares, permitindo que no futuro fiquem todos ligados internamente. “Este montante será convertido num projeto de melhoria da mobilidade e acessibilidade que visa melhorar os acessos aos espaços físicos do diaa-dia de cada um dos 295

A Coberturas nos edifícios e ligação entre lares fazem do investimento utentes com deficiência mental”, conclui a Missão Sorriso em comunicado. A A P PAC D M d e Viseu assiste nesta altura 230 utentes [que denomina de clientes] nas áreas da formação profissional, na escola de

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formação especial, no Centro de Atividades Ocupacionais e em lar residencial (30). A par da sua atividade interna, a APPACDM assiste 67 jovens nas escolas do distrito de Viseu. Nesta altura está a ser

constr uído em Sa nta Comba Dão, o primeiro polo da instituição, com capacidade para 30 utentes, 1 2 em la r residencial. Emília Dias acredita que a valência estará pronta a funcionar ainda este ano.

Novas candidaturas. A APPACDM de Viseu acaba de apresentar novas candidaturas, nomeadamente, ao Programa EDP Solidária e à Fundação Manuel António da Mota, no sentido de conseguir financiamento para a construção de uma ligação interna com elevador, entre os edifícios onde os utentes realizam as sessões de terapia. “Estamos a falar de pessoas em cadeiras rodas que hoje têm de passar pela rua, com piso irregular e, por vezes, à chuva tornando a situação complicada”, descreve Emília Dias. Emília Amaral


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Ana Granja da Fonseca Odontopediatra, médica dentista de crianças CMDV Kids - anagranja@netcabo.pt

A boca funciona como um marcador de doenças! Os olhos são a janela da alma, mas a boca é a porta para a doença. Embora possa ser difícil fazer a ligação entre a perda dentária e um ataque cardíaco o que se passa na nossa boca pode prever muitas doenças. Dentro da boca existem vários tipos de bactérias, a maior parte coabitam sem provocar alterações na estrutura oral, no entanto existem outras que podem colonizar bolsas gengivais (espaço livre entre a gengiva e o dente) provocando inflamação e hemorragia gengival e a perda óssea que por sua vez pode levar à perda dentária sem dor. A doença periodontal (doença que afeta as estruturas de suporte do dente: gengiva, osso alveolar e ligamentos periodontais) possui cerca de 500 espécies de bactérias diferentes. Uma questão essencial que se prende neste aspeto é: “Porque é que a saúde oral pode afetar as várias patologias clínicas, como a patologia cardíaca?” As bactérias existentes na doença periodontal circulam livremente por todo o organismo, e nos pequenos vasos sanguíneos podem depositar-se libertando toxinas e substâncias inflamatórias que poderão levar a bloqueios vasculares. A perda dos dentes pode ser considerada como precursor de algumas doenças tais como: doença arterial coronária, endocardite bacteriana, pneumonia bacteriana, diabetes, doença renal e derrame cerebral.

Hospital de Lamego inovador nas cataratas “Femtosegundo” ∑ Tecnologia permite cirurgia mais precisa O Hospital de Proximidade de Lamego é o primeiro do país dotado com o laser “Femtosegundo”. Trata-se de uma tecnologia inovadora que permite uma cirurgia de cataratas mais precisa, rápida e uma melhor recuperação do utente. A primeira cirurgia de catarata utilizando o laser “Femtosegundo” foi realizada no passado dia 19, na Unidade Oftalmológica do novo Hospital de Proximidade de Lamego, anunciou o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD). Foi a primeira vez que esta nova tecnologia cirúrgica foi utilizada no país, quer a nível do Serviço Nacional

Paulo Neto

Opinião

de Saúde, quer na oftalmologia privada portuguesa. O Hospital de Proximidade de Lamego entrou em funcionamento no dia 11 de fevereiro, como a primeira unidade hospitalar do país construída de raiz para ambulatório. Na sequência desta abertura, O Centro Oftalmológico da Régua foi transferido para Lamego. A nova unidade hospitalar possui 14 especialidades médicas e médico-cirúrgi-

cas e três blocos operatórios para fazer cirurgias de ambulatório, com capacidade para realizar cerca de 10 mil intervenções cirúrgicas por ano. Possui ainda consulta externa, urgência básica qualificada com capacidade para 60 mil atendimentos por ano, hospital de dia e visitas domiciliárias, que permitem o acompanhamento dos doentes, em suas casas. Emília Amaral/Lusa

AÇÃO DE RECOLHA DE SANGUE NO FORUM O Centro Regional de Saúde de Coimbra realiza esta quinta-feira, dia 28 de março, uma ação de recolha de sangue no centro comercial Forum Viseu. O posto móvel encontrase na alameda do piso 1, entre as 9h00 e as 13h00 e das 14h30 às 18h00. “Todos por uma causa nobre” foi o apelo do Centro Regional de Sangue de Coimbra, lembrando que “dar sangue é um acto livre, voluntário e altruísta”, na esperança de que “todos aqueles que queiram ajudar quem mais precisa o possam fazer”. Os dadores de sangue terão que ter entre 18 e 65 anos, hábitos de vida saudável e um peso igual ou superior a 50 quilos. As dádivas podem ser feitas de três em três meses no caso dos homens, e de quatro em quatro meses no caso das mulheres. EA


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EMPREGO IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. Av. Visconde Guedes Teixeira ,25 R/C - Apartado 96 5100-073 Lamego | Tel: 254 655 192

Mecânico de automóveis. Sernancelhe - Ref. 587801020

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Fiel de armazém. Lamego - Ref. 587857844

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CENTRO DE EMPREGO DE SÃO PEDRO DO SUL Rua do Querido, 108 – R/C Dto - 3660-500 São Pedro do Sul | Tel: 232 720 170 e-mail: cte.spedrosul.drc@iefp.pt

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Cortador de carnes verdes Ref. 587984445

CENTRO DE EMPREGO DE TONDELA Praceta Dr. Teófilo da Cruz - 3460-589 Tondela | Tel: 232 819 320 e-mail: cte.tondela@iefp.pt

Cabeleireiro Ref. 587968585 – Tondela Com experiencia. Outras costureiras, bordadeiras e trabalhadores similares Ref. 587839124 – Carregal do Sal Estucador Ref. 57883929 - Mortágua Candidato com experiencia em gesso projetado

Secretário de administração Ref. 587961484 – Mortágua Requer excelentes conhecimentos de inglês, e informática na vertente de utilizador Engenheiro civil – construção de estradas Ref. 587967546 – Mortágua Pretende-se candidato com experiencia em obras públicas

CENTRO DE EMPREGO DE VISEU Rua D. José da Cruz Moreira Pinto , Lote 6 - 3514-505 Viseu | Tel: 232 483 460 e-mail: cte.viseu.drc@iefp.pt

Cozinheiro Ref. 587998706 - Tempo Completo - Viseu

Electricista Ref. 588002705 - Tempo Completo – Sátão

Motorista Pesados Mercadorias Ref. 588002051 – Tempo Completo - Viseu

Lavador Viaturas Ref. 588016865 - Tempo Completo – Penalva Castelo

Cozinheiro Ref. 5888006146 - Tempo Completo - Viseu

Cabeleireira Ref. 588016105- Tempo Completo – Mangualde

Ajudante cabeleireira Ref. 587998045- Tempo Completo - Nelas

Ajudante Padaria Ref. 588008365- Tempo Completo – Viseu

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.

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INSTITUCIONAIS

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1ª Publicação

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(Jornal do Centro - N.Âş 576 de 28.03.2013)

(Jornal do Centro - N.Âş 576 de 28.03.2013)

AmÊrico Alves Agente de Execução CÊdula 3394

Ana Isabel dos Santos Pinto De Campos, 54 Anos, Casada. O Funeral realizouse no dia 24 de março pelas 17h15, na Igreja de Cabanas de Viriato para o CemitÊrio de Cabanas De Viriato. Ilda Correia de Figueiredo Ferreira, 60 anos, casada. O funeral realizou-se no dia 24 de março pelas 16 horas na Igreja de Cabanas de Viriato para o cemitÊrio de Cabanas de Viriato. Maria Armanda Santos Pereira, 78 anos, viúva. O funeral realizou-se no dia 22 de março pelas 9h30 na Igreja de Currelos para o cemitÊrio de Currelos. Agência Funeråria São Brås Carregal do Sal Tel. 232 671 415 Mårcio AndrÊ Rodrigues de Almeida, 27 anos, solteiro. Natural e residente em Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 22 de março, pelas 17h.30, para o cemitÊrio de Castro Daire.

ANĂšNCIO 1ÂŞ Publicação

Bens a vender: Verba 1: PrĂŠdio rĂşstico sito em Cadornel, freguesia e concelho de Tarouca, constituĂ­do por pinhal e mato com 8000m2,inscrito na matriz sob o artigo 2990Âş e descrito sob o n.Âş2605/20021205. Confronta de Norte com herdeiros de Isaura de Melo; Sul e Nascente com Carlos Alberto Aranha Gouveia; Poente com Joaquim Vitorino Teixeira. Verba 2: PrĂŠdio rĂşstico sito em Courela, freguesia e concelho de Tarouca, constituĂ­do por pinhal e mato com 4540m2, inscrito na matriz sob o artigo 2672Âş e descrito sob o n.Âş 2604/20021205. Confronta de Norte com caminho; Sul com Manuel Pereira Pinto; Nascente com herdeiros de HorĂĄcio da Silva e Poente com Amadeu FeijĂł. Verba 1: Valor base: 970,00â‚Ź; Valor mĂ­nimo das propostas: 679,00â‚Ź Verba 2: Valor base: 560,00â‚Ź; Valor MĂ­nimo das Propostas: 392,00â‚Ź . Penhorados a Jaime LuĂ­s do Carmo Lopes e Maria Fernanda do Carmo Carvalho, Lugar de Mataduço, 3610 Arguedeira, Tarouca. É fiel depositĂĄrio Jaime LuĂ­s do Carmo Lopes que o deverĂĄ mostrar a pedido. As propostas enviadas pelo correio deverĂŁo conter, sob cominação de nĂŁo serem consideradas, fotocĂłpia do bilhete de identidade e nĂşmero de contribuinte do proponente e/ou seu legal representante, bem como telefone de contacto. Os proponentes devem juntar Ă sua proposta, como caução, um cheque visado, Ă ordem do agente de execução no montante correspondente a 5 % do valor base dos bens, ou garantia bancĂĄria no mesmo valor. Sendo a proponente pessoa colectiva, deverĂĄ a referida proposta ser acompanhada por documento onde se possa aferir, sem margem para dĂşvidas, que quem a representa tem poderes para o acto. Houve reclamação de crĂŠditos por parte do Banco Popular Portugal, SA. EstĂĄ pendente oposição Ă execução EstĂĄ pendente oposição Ă penhora

NĂŁo NĂŁo

Maria de Almeida, 101 anos, solteira. Natural e residente em Alva, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 26 de março, pelas 15 horas, para o cemitÊrio Alva, Castro Daire.

Maria de Ludes Cardoso dos santos, 77 anos, casada. Natural e residente em Viseu. O funeral foi dia 22 de março, pelas 15 horas para o cemitÊrio de Viseu.

Maria Rosa de Abrantes Marques Melo, 63 anos, casada. Natural e residente em Pedreles, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 20 de março, pelas 15 horas, para o cemitÊrio Fornos de Maceira Dão, Mangualde. Agência Funeråria Ferraz & Alfredo Mangualde Tel. 232 613 652 Palmira dos Anjos Fernandes, 76 anos, viuva. Natural e residente em carvalhal Redondo. O funeral realizou-se no dia 21 de março, pelas 16 horas, para o cemitÊrio de Carvalhal Redondo. Lia de Figueiredo Melo Simþes, 73 anos, viuva. Natural e residente em Sangemil, Lageosa. O funeral realizou-se no dia 22 de março, pelas 16 horas, para o cemitÊrio de Lageosa. Fernanda da Silva Pereira, 80 anos, solteira. Natural e residente em Lageosa. O funeral realizou-se no dia 22 de março, pelas 16.00 horas, para o cemitÊrio de Lageosa. Agência Funeråria Nisa, Lda. Nelas Tel. 232 949 009 Maria Filomena Augusto, 94 anos, viúva. Natural e residente em Vouzela. O funeral realizou-se no dia 27 de março, pelas 15.00 horas, para o cemitÊrio de Vouzela. Agência Funeråria Figueiredo & Filhos, Lda. Oliveira de Frades Tel. 232 761 252 Júlio Batista, 87 anos, solteiro. Natural e residente de Fornelo do Monte, Vouzela. O funeral realizou-se dia 24 março pelas 16h30 para o cemitÊrio de Fornelo do Monte, Vouzela. Agência Funeråria Fernandes Correia & Filhos, Lda. Oliveira de Frades Tel. 232 761 610

(Jornal do Centro - N.Âş 576 de 28.03.2013)

Laurinda da Silva Morais, 87 anos, viúva. Natural e residente em Tarouca. O funeral realizou-se dia 22 de março, pelas 17 horas para o cemitÊrio de Esporþes, Tarouca.

Maria Alina Alexandre Gonçalves, 89 anos, solteira. Natural e residente em Viseu. O funeral foi dia 21 de março pelas 15h30 para o cemitÊrio velho de Viseu.

O Agente de Execução,

(AmĂŠrico Alves) (Jornal do Centro - N.Âş 576 de 28.03.2013)

Maria Cândida, 87 anos, viúva. Natural de Tarouca e residente Teixelo, Tarouca. O funeral foi dia 20 de março pelas 17 horas para o cemitÊrio de Teixelo, Tarouca.

Maria de Lurdes da Conceição Fernandes, 34 anos, casada. Natural de Mamouros, Castro Daire e residente Folgosa, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 24 de março, pelas 17h.30 horas, para o cemitÊrio de Castro Daire.

Maria Manuela Figueiredo, 61 anos, casada. Natural e residente em Mangualde. O funeral realizou-se no dia 23 de março, pelas 14.00 horas, para o cemitÊrio de Mangualde.

Nos autos acima identificados foi designado o dia 16 de Maio de 2013 pelas 14H00, no Tribunal Judicial de Lamego, para a abertura de propostas que sejam entregues atĂŠ ao momento na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra dos seguintes bens imĂłveis:

AgĂŞncia FunerĂĄria Sampedrense, Lda. S. Pedro do Sul Tel. 232 728 394

AgĂŞncia FunerĂĄria Maria O. Borges Duarte Tarouca Tel. 254 679 721

EXECUĂ‡ĂƒO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA

1ª Publicação

JosÊ Manuel Rodrigues Soares, 45 anos, casado. Natural e residente no Lugar de Så, freguesia de Carvalhais. O funeral foi dia 27 de março pelas 15h30 para o cemitÊrio de Carvalhais.

António Quintela Gonçalves, 51 anos. Natural e residente em Pepim, Catro Daire. O funeral realizou-se no dia 23 de março, pelas 17h30, para o cemitÊrio de Catro Daire..

AgĂŞncia FunerĂĄria Amadeu Andrade & Filhos, Lda. Castro Daire Tel. 232 382 238

Processo Nº. 471/09.0TBLMG Execução Para Pagamento de Quantia Certa N/Referencia: P.I. n.º 64/09 Data: 22/03/2013 Exequente: Caixa de CrÊdito Agrícola Mútuo de Tarouca, CRL. Executado: Jaime Luís do Carmo Lopes e Outra.

Maria de Lurdes da Rocha, 86 anos, viúva. Natural e Residente no Lugar de Goja, freguesia de Vila Maior. O funeral foi dia 21 de março pelas 10 horas para o cemitÊrio de Vila- Maior, S. Pedro do Sul.

Armando Pinto Loureiro, 35 anos, solteiro. Natural e residente de Lugar de Så, freguesia de Carvalhais. O funeral realizou-se no dia 20 de março pelas 15 horas, para o cemitÊrio de Carvalhais.

Agência Funeråria Abílio Viseu Tel. 232 437 542 Celso da Costa Martins Correia, 47 anos, Casado. Natural de Silgueiros e residente em Pindelo, silgueiros. O funeral realizou-se no dia 25 de março, pelas 15h30 horas, para o cemitÊrio de Silgueiros Agência Funeråria Balula, Lda. Viseu Tel. 232 437 268 JosÊ Gonçalves dos Santos, 43 anos, casado. Natural de Bodiosa e residente em Travanca de Bodiosa. O funeral foi dia 20 de março pelas 16h15 para o cemitÊrio de Bodiosa. Duarte Neves Correia Fernandes, 71 anos. Natural de Vil de Souto e residente em Póvoa de Abraveses. O funeral foi dia 20 de março pelas 14 horas, para o cemitÊrio novo de Viseu. Sara de Jesus Coelho, 79 anos, viúva. Natural de Mundão e residente em Britamontes. O funeral foi dia 20 de março pelas 16 horas par o cemitÊrio de Mundão. Ludovina de Jesus Silva Ferreira, 84 anos, viúva. Natural de N.ª Sr.ª da Conceição Alandroal residente em Viseu. O funeral foi dia 21 de março pelas 10h30 para o cemitÊrio de Couto de Cima. Olga Orlanda Sequeira, 87 anos, solteira. Natural da SÊ Lamego e residente em Viseu. O funeral foi dia 2 de março pelas 15h30 para o cemitÊrio velho de Viseu. Albertina Esteves de Almeida Queirós, 88 anos, viúva. Natural de Abraves e residente em Viseu. O funeral foi dia 22 de março pelas 15h30 para o cemitÊrio velho de Viseu. António de Almeida Glória, 76 anos, casado. Natural e residente em S. Cipriano. O funeral fopi dia 24 de março pelas 17h45 para o cemitÊrio de S. Cipriano. Manuel Pinto Marques, 67 anos, casado. Natural de Campo e residente em Moselos. O Funeral foi dia 24 de março pelas 15h30 para o cemitÊrio do Campo. Fernando Carlos Rodrigues da Costa, 61 anos. Natural e residente em Viseu. O funeral foi dia 26 de março pelas 16 horas para o cemitÊrio novo de Ranhados. Mårio Francisco Pereira, 87 anos, casado. Natural e residente de Real Figueiredo das Donas, Vouzela. O funeral foi dia 27 de março pelas 16 horas para o cemitÊrio local. Agência Funeråria Decorativa Viseense, Lda. Viseu Tel. 232 423 131


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HÁ UM ANO EDIÇÃO 524 | 30 DE MARÇO DE 2012 Distribuído com o Expresso. Venda interdita. DIRETOR

Paulo Neto

Semanário 30 de março a 05 de abril de 2012

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 06 > ABERTURA pág. 10 > À CONVERSA pág. 12 > REGIÃO pág. 18 > EDUCAÇÃO pág. 22 > ECONOMIA pág. 24 > ESPECIAL pág. 28 > DESPORTO pág. 31 > CULTURA pág. 34 > SAÚDE pág. 36 > CLASSIFICADOS pág. 37 > EMPREGO pág. 38 > NECROLOGIA pág. 39 > CLUBE DO LEITOR

efone: 232 437 461

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Ano 11 N.º 524

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SEMANÁRIO DA

REGIÃO DE VISEU Novo acordo ortográfico

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Venham mais dez! ∑ O Jornal do Centro assinalou

uma década de existência com a “Noite do Fado”, na Pousada de Viseu | páginas 6 a 9

∑ Parabéns Jornal do Centro ∑ “Na diocese de Viseu a maioria das paróquias desconhecia quem foi São Teotónio” (Fátima Eusébio)

∑ Empresas de Viseu chamadas ao mercado Árabe ∑ Sérgio Godinho ao vivo no Viriato ∑ As Lições dos Jovens Mestres (Sernancelhe) ∑ Reservas de sangue atingem níveis normais ∑ Viseu volta a conquistar lugar na CPN do PSD ∑ João Cotta toma possa para último mandato na AIRV

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Jornal do Centro - Clube do Leitor, Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 3510-028, Viseu. Ou então use o email: redacao@jornaldocentro.pt As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

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JORNAL DO CENTRO 28 | MARÇO | 2013

Hoje, dia 28 de março, chuva moderada. Temperatura máxima de 14ºC e mínima de 8ºC. Amanhã, 29 de março, chuva moderada. Temperatura máxima de 12ºC e mínima de 8ºC. Sábado, 30 de março, aguaceiros. Temperatura máxima de 13ºC e mínima de 8ºC. Domingo, 31 de março, chuva moderada. Temperatura máxima de 13ºC e mínima de 8ºC. Segunda, 1 de abril, chuva moderada. Temperatura máxima de 10ºC e mínima de 6ºC.

Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

∑agenda Sexta, 29

Castro Daire ∑ Torneio da Pásco, organizado pela associação O Crasto, no Complexo Desportivo de Castro Daire.

Sábado, 30 Santa Comba Dão ∑ A Escola d’Artes Expressart realiza mais uma edição da Queima do Judas, às 23h00, no Largo do Município e contará com a participação do grupo de teatro da Escola d’Artes e com a actuação do Vira Milho.

Terça, 2 abril Tondela ∑ ACampanha de sensibilização rodoviária para a segurança infantil, sobre a importância de cumprir as regras de trânsito e quais as consequências do não cumprimento, 8h15 na escola sede do Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido de Figueiredo.

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Uma Europa pós-nacional Joaquim Alexandre Rodrigues joaquim.alexandre.rodrigues@netvisao.pt

DR

Satão ∑ Apresentação do livro infantil “Apreenducar com a Mãe Natureza” e do livro de poesia “SobreViver de Miguel Almeida”, às 21h00, na Casa da Cultura de Sátão.

http://twitter.com/olhodegato http://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

Olho de Gato

A Os temas do mais recente álbum “Alegria” farão parte do repertório de Cristina Branco

Seia Jazz & Blues arranca quinta-feira Nona edição ∑ Cristina Branco e Frankie Chavez são as principais atrações Cristina Branco e Frankie Chavez são os cabeça de cartaz da nona edição do Seia Jazz & Blues, que arranca no dia 4 de abril, na Casa Municipal da Cultura, em Seia. Cristina Branco apresentará um repertório único, uma vez que aos temas do seu mais recente trabalho “Alegria”, lançado a 25 de fevereiro, junta músicas que espelham o seu modo de entender a música no seu todo, livre de espartilhos e rótulos. Cristina Branco conta com um percurso artístico de 15 anos e 13 discos editados. O espetáculo está marcado para o dia 6 de abril. No dia 7, Frankie Chavez, considerado um dos mais promissores talen-

tos da nova música portuguesa, sobe ao palco. A sua música, conjuga diferentes tipos de sonoridades, resultando num Blues/Folk composto por ambientes limpos e por outros mais crus e psicadélicos. Apesar de se identificarem diferentes influências musicais (Robert Johnson, Jimi Hendrix, Kelly Joe Phelps, Ry Cooder), é difícil encontrar um único termo para definir a sua música, o que lhe garante um estilo único e inconfundível. Por sua vez a Big Band da EPSE, levará o Jazz às escolas do concelho, no dia 4. No dia 5 subirá ao palco do auditório da Casa da Cultura para um concerto de abertura do festival.

A Big Band da EPSE de Seia é um projeto que nasce no âmbito da disciplina de “Projectos Colectivos de Improvisação”, do Curso Profissional de Instrumentistas de Sopro e Percussão da Escola Profissional da Serra da Estrela. Com o objetivo de iniciar os seus alunos na área da improvisação, desenvolve um repertório baseado em standarts do Jazz e do Blues, incentivando-os ainda ao desenvolvimento da criação artística. O Seia Jazz & Blues é organizado pelo município de Seia, e este ano conta com apoio comunitário, no âmbito da Cultrede. Tiago Virgílio Pereira

1. O trabalho de Angela Merkel é tratar dos interesses dos alemães respeitando a constituição alemã. Quanto mais o dr. Soares disser mal da “senhora Merkel” (é assim que ele a chama), melhor ela estará a fazer o seu trabalho. A chanceler alemã não tem feito mais do que o seu dever. 2. Isolado, nenhum país europeu tem a escala dos Estados Unidos, da China, da Rússia, da Índia, do Brasil, da Indonésia. Em 2025, nem tão pouco a Alemanha terá assento no G8. Já a União Europeia é o maior bloco económico do mundo e tem uma moeda que, apesar de tudo, se mantém forte e confiável nos mercados. 3. Os problemas da globalização não podem ser resolvidos à escala nacional. As lavandarias cipriotas põem em risco poupanças inglesas, o ladrilho espanhol abana bancos alemães, um ataque da Al-Qaeda na Argélia torna os nossos banhos mais caros. 4. Daniel Cohn-Bendit e Guy Verhofstadt, no seu recente “Manifesto por uma Revolução Pós-Nacional na Europa”, defendem que as eleições para o parlamento europeu de 2014 devem ser constituintes, devem ser fornecedoras de legitimidade para a redacção de uma constituição europeia que rompa com a eurocracia e permita um governo europeu. 5. A “Europa” precisa de um governo europeu democrático, eleito directamente pelos europeus, e que responda perante eles como Angela Merkel responde perante os alemães. Se for para isso, valerá a pena eleger deputados europeus em 2014. Se for para dar umas veniagas a “Correias-de-Campos” fora do prazo de validade, não vale a pena.

Mudança da Hora Este domingo, à 01h00 da madrugada, não se esqueça de adiantar 60 minutos ao seu relógio passando para as 02h00.


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