Jornal do Centro - Ed578

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Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

UM JORNAL COMPLETO

DIRETOR

Paulo Neto

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA

Semanário 11 a 17 de abril de 2013

pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO pág. 14 > EDUCAÇÃO

Ano 12 N.º 578 1 Euro

pág. 15 > ECONOMIA pág. 18 > DESPORTO pág. 20 > CULTURA Publicidade

pág. 25 > CLASSIFICADOS

REGIÃO DE VISEU

pág. 27 > CLUBE DO LEITOR

·

Avenida Alber to S ampaio, 130 - 3510 - 028 V iseu ·

novo p

SEMANÁRIO DA

pág. 22 > SAÚDE

| Telefone: 232 437 461

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centrais > SUPLEMENTO

Novo acordo ortográfico

redacao@jornaldocentro.pt

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“O IPV devia evoluir no sentido de uma universidade politécnica de Viseu”

DR

∑ Declaração do recém-eleito presidente do Conselho Geral do IPV, João Cotta | págs. 6 e 7

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a outra Aprend o país n língua falada é onde


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Jornal do Centro 11 | abril | 2013

praçapública rInfelizmente, apesar rAlém disso, o poder r Estas

palavras

deles

de muitos e bem falantes criadores de ilusões, dado o estado calamitoso em que o País se encontra, não destaco nenhum político pela positiva, pois que, com mais ou menos responsabilidade, quase todos por acção ou omissão têm algumas culpas no estado da Nação”

autárquicas local está mais próximo são talvez as mais das pessoas e conhece difíceis que o PSD teve melhor os seus proble- até hoje” mas. Um presidente de Câmara tem de estar ao dispor das populações, atender em qualquer situação e sobre qualquer problema”

Editorial

Paulo Neto Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt

Opinião

David Santiago

andado de guitarra às costas, se calhar não tinha tido as experiências que tive...”

Mota Faria

Leonídio Monteiro

Presidente da Câmara Municipal de Penalva do Castelo, em entrevista ao Jornal do Centro

rSe eu não tivesse

Telmo Antunes Presidente da Câmara Municipal de Vouzela, em entrevista ao Jornal do Centro

Presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Viseu (Conferência de imprensa sobre o processo autárquico, 8 de abril)

Jorge Palma Músico, em entrevista ao Jornal do Centro

“Alcança quem não cansa” O Jornal do Centro criou uma rubrica chamada Autárquicas 2013 onde, diariamente e até Outubro, na sua página da internet, serão publicadas as informações oriundas de todos os candidatos dos 24 concelhos do distrito de Viseu. Mais, na versão papel, semanalmente, far-se-á a súmula dos eventos mais relevantes. Desta forma, pluralmente dá-se voz a todos e deste modo informamos os nossos leitores das propostas eleitorais dos candidatos, de molde a contrariar a fórmula tão propalada: “Sem informação não há decisão.” É pois nossa intenção transmitir a maior quantidade de informação possível para permitir decisões esclarecidas por parte do eleitorado. Assim, a partir deste instante, a bola está nos pés das distritais e das concelhias dos partidos políticos. O Jornal do Centro foi convi-

dado pelo Expresso para “media partner” das celebrações do 40º Aniversário do mais prestigiado semanário português, nestes termos: “É para nós muito importante o envolvimento e a parceria com o Jornal do Centro” (sic)

Estas comemorações estão a decorrer e decorrerão em todas as capitais de distrito e iniciar-se-ão dia 7 de Maio, em Viseu, com Exposição alusiva e Conferência subordinada ao tema da Educação, com a presença de ex-ministros desta pasta e de Pinto Balsemão, fundador do jornal que viu sair a sua 1ª edição a 6 de Janeiro de 1973, ainda sob o consulado marcelista, com a seguinte manchete: “ 63% dos portugueses nunca votaram”. O Jornal do Centro tem-se afirmado nestes últimos 22 meses com vigor e renovadas dinâmicas para fazer face às crescentes di-

ficuldades sectoriais e do mercado em que se insere. Para tal, tem evoluído, optimizando a sua linha editorial, redefinido objectivos e estratégias para os atingir e permanece vivo e activo, para tristeza de alguns e júbilo de muitos. O Jornal do Centro é hoje procurado e apreciado por quantos na política, economia, saúde, educação… a nível do distrito (e até nacional) têm voz. Ficam de fora os políticos de pacotilha no seu parolismo medíocre e horizonte curto. Ficam de fora os oportunistas, aldrabões e charlatões que fazem da política “modus vivendi”. Gente habituada à subserviência que ainda não percebeu que o “homus erectus” tem milhares de anos. O Jornal do Centro luta contra ventos e marés e lamenta sinceramente aqueles que, neste mester, vão ficando pelo caminho por falta de ânimo para enfrentar as

tempestades. O Jornal do Centro, para bem do território em que se insere, revigora-se, também vitaminado, pelo atrito dos que visam criar a inércia e obstar ao progredir do semanário mais lido da região. Com uma tiragem de 6 mil exemplares por semana, 2.500 a saírem com o Expresso, os nossos fiéis e renovados assinantes, a divulgação nas comunidades estrangeiras pelo mundo, a venda em banca e com a nossa página net, chegamos a 10 mil leitores que, durante a semana, a outros tantos nos fazem chegar. Na actual conjuntura, sermos um periódico lido por aproximadamente 80 mil leitores/mês, dános enorme responsabilidade e a força determinante para persistir. Até e porque, aquilinianos de alma e coração nunca perdemos de vista o seu lema e ex-libris: “Alcança quem não cansa.”

na excepcionalidade da crise, é o argumento que faltava para provar a impossibilidade deste governo prosseguir em funções. Se as devidas consequências políticas não se verificarem, será também a prova de que o actual sistema politico-eleitoral não é já capaz de fazer face aos desafios presentes.

meramente técnica, ou até como tratando-se simplesmente de uma “cabala” provocada pelas divergências sobre a RTP, como defendeu Morais Sarmento, foram uma forma leviana, suficientemente elucidativa, da falta de virtude a que tal obriga. Relvas devia ter sido demitido pela clara inexistência da virtude necessária ao desempenho de um cargo político. Maltez lembrou que, segundo os clássicos, os políticos devem agir com “decoro”. A falta deste, a que nos habituámos, é a mesma que leva alguém a desrespeitar por duas vezes seguidas aquela que é a lei fundamental da República, com a complacência do TC e o compadrio do, como alguém designou, “Residente da República”.

A falta de decoro 1- O Tribunal Constitucional (TC) decidiu e, desta feita, não houve nenhuma aldrabice assente na excepcionalidade, que deve ser expurgada das nossas lides politiqueiras. A lei fundamental não se adequa a tempos mais ou menos difíceis, existe como salvaguarda indicadora e limitativa do que pode ou não ser feito. Qualquer dia, cada vez menos improvável, pode surgir alguém, desta feita sem qualquer tipo de cenarização, propor a suspensão da democracia para resolver os problemas do país. Evidentemente, a Constituição também serve para evitar que esse dia chegue, e como tal, é inadmissível colocála no bolso a bel-prazer dos nossos [breves] governantes.

Já os três meses em suspenso seriam mais facilmente compreensíveis em tempos de menor tormenta. Bem sei que, como refere o presidente do TC, Sousa Ribeiro, “o tempo da justiça não é o tempo da política”. Mas não seria possível aplicar ao modus operandi do TC uma medida de “carácter transitório e excepcional”, como a aplicada em 2012 e que significou a suspensão da Constituição, que permitisse uma pronunciação mais expedita? Ficaremos sem resposta. A inconstitucionalidade do orçamento configura um furacão de ilegitimidade política para aquilo que resta de um governo total e fatalmente desacreditado. O reiterado desrespeito pela lei fundamental, assente

2-Sobre a questão da licenciatura de Relvas compete-me referir, tal como apontado por José Adelino Maltez, que esta foi desde o início, e devia ter sido considerada como tal, uma questão política. Passos Coelho considerou-a um “não-assunto”, que de tão irrelevante acabou por levar à primeira demissão ministerial. Assumir esta questão como sendo


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números

estrelas

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Com persistência criou na cidade de Viseu um espaço polivalente onde a cultura nas suas mais diversas expressões acontece semanalmente com grande qualidade.

É a percentagem de farmácias do distrito de Viseu que estão insolventes.

Importa-se de responder?

O também presidente da AIRV não deixa por mãos alheias o seu dinamismo e mais valia. Desta feita foi eleito Presidente do Conselho Geral do IPV, na mesma semana que foi eleito para a Ordem dos Veterinários Portugueses.

A cura para o cancro, pois acredito que a vida de muitas pessoas ficaria com muito menos sofrimento.

Pedro Dinis

Ana Loureiro

Diretor Comercial SH SGPS

Estudante de Enfermagem

Cura para todos os cancros. E quando falo de cancros não me estou a referir a políticos mas sim a carcinomas malignos.

Ser lançada a primeira vacina 100 por cento eficaz contra a sida, que além de efeitos preventivos tem também efeitos curativos. É bom sonhar, mas como diz o poeta o sonho comanda a vida.

José Carlos Almeida

Filipe Martins

Médico

Dentista

João Cotta Presidente da AIRV

Comemorando o 20º aniversário vai avançar com a construção de um crematório destinado à incineração de carcaças de animais, assim como vai construir boxes para acolher animais potencialmente perigosos.

Qual a notícia sobre saúde, que gostaria de ter recebido no dia mundial da saúde? Penso que o tema escolhido para este ano seja a hipertensão arterial, nesse sentido gostaria que fossem dinamizadas campanhas para a sensibilização da pressão arterial elevada e de todos os riscos associados. É um problema que afecta cada vez mais adultos e que muitas vezes não se conhecem todas as implicações.

Opinião

Ana Maria Vaz Presidente da Associação Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu

João Cotta Presidente do Conselho Geral do IPV

Nelson Dias O Lugar do Capitão

Viseu pela positiva - a liberdade de expressão A liberdade de expressão faz parte da qualidade de vida, da evolução civilizacional e é um dos aspetos mais ricos da democracia. A liberdade de expressão exige uma sociedade civil forte, uma comunicação social livre, profissional e cidadãos responsáveis. O Jornal do Centro tem feito o caminho da afirmação, da isenção, do rigor e da liberdade de expressão. Tem o seu posicionamento informativo, não procura a desgraça, procura noticiar os temas mais relevantes para a nossa região. Como qualquer jornal tem uma linha editorial própria, rebelde, incómoda, nem sempre unânime. Ainda bem que assim é! Esta linha editorial tem sido inclu-

siva e divergente, abrindo as portas a diversas opiniões. Neste jornal escrevem diversas pessoas, com diversas orientações políticas ou profissionais de forma livre e responsável. São entrevistadas personalidades plurais de todos os quadrantes, de dimensão regional e nacional. O seu exemplo tem sido crescentemente citado como um projeto de jornalismo regional de referência. Todos aqueles que ocupam funções de algum destaque, públicas ou privadas, podem e devem ser avaliados de forma educada, séria, frontal e com verdade. Têm de ouvir, aceitar ou contestar as opiniões expressas exercendo o direito de resposta. Não

aceitar as opiniões divergentes, não as valorizar mesmo que com elas não concordemos, é anacrónico e pouco inteligente. Liberdade de opinião significa também responsabilização. Todos aqueles que escrevem textos para serem lidos por outros devem ser responsáveis por eles. Devem ter orgulho no que escrevem e, como tal, assumirem o que é seu. Todos aqueles que escrevem no Jornal no Centro assinam a suas opiniões e dão a cara por elas. É um ato de coragem e de generosidade. Respeito e admiro todos que assumem, desta forma, a sua participação cívica. Pela falta destes valores, não mere-

cem respeito aqueles que, nos blogues ou de outras formas, fazem assassinatos do caráter de terceiros, emitindo as suas opiniões escondidos sob o anonimato. A região de Viseu necessita de uma comunicação social ativa, participativa, que informe, que comente a realidade regional. O Jornal do Centro é um exemplo de coragem empresarial e jornalística. Tem de continuar o caminho de afirmação como órgão de informação e opinião plural, isento e rigoroso. Disso necessitam os cidadãos, as suas escolhas, a qualidade das instituições, a vivência democrática e a qualidade das decisões políticas que são tomadas.


4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO Opinião Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt

Redação (redaccao@jornaldocentro.pt)

Emília Amaral, C.P. n.º 3955 emilia.amaral@jornaldocentro.pt

Micaela Costa, (estagiária) micaela.costa@jornaldocentro.pt

Sílvia Vermelho Politóloga

Departamento Comercial comercial@jornaldocentro.pt

Jornal do Centro 11 | abril | 2013

De Miguéis assim, está a minha paciência Uma vez escrevi que Miguel Gonçalves, agora rosto do Impulso Jovem (programa do Governo de combate ao desemprego jovem), era um Agente Smith, numa alusão clara à saga Matrix. Perpetuador do sistema, Smith era um agente multiplicador e ele mesmo multiplicado, destacado para a perpetuação do sistema, como o é Miguel Gonçalves - uma grafonola estridente que reproduz,

versão TEDx ou apresentador de circo, uma parafernália de ilusões. Grafonolas há muitas, e ilusões também, mas estas são especialmente perigosas – de tão eficazes. Percebo porque elas são eficazes, porque é que elas “vendem”, porque são vistas, ouvidas, e até acolhidas com entusiasmo por parte de algumas pessoas: elas colocam o ónus da responsabilidade em nós mesmas/os. Talvez o dis-

curso pegue, também, porque justifica o esforço individual desenvolvido por pessoas que confiam que este lhes trará retorno. Ou ainda porque, simples e implicitamente, estas pessoas rejeitam a responsabilidade do sistema/Estado/sociedade no insucesso individual. Esta rejeição é, só por si, perigosa porque impede a identificação dessa responsabilidade directa do sistema nas nossas vidas

líticas. A abstenção e a falta de envolvimento por pate dos portugueses maiores de idade têm anulado os bons princípios da democracia! Aliás, a abstenção nunca será o princípio da democracia, da liberdade. Será o fim! À conta desta permissividade, exemplos menores, com grande capacidade de destruição, têm atormentado os dias de hoje; ocupando lugares maiores. Um exemplo é o que Aníbal Cavaco Silva representa: toda a ganância, a maior parte da corrupção e o desrespeito pelo Estado Social. Grande parte do mal que nos destrói encarna neste político

que nunca será um grande académico. Para mal de todos, Cavaco, ministro da desordem pública, foi eleito Presidente da República em 2011 com, somente, 2.231.956 votos. Nesse triste dia, a abstenção foi de 53,48%. Muita gente desperdiçou “balas”, numa “guerra” que perdura e onde as batalhas têm sido ganhas por gente menor… Outros tentaram igualar-se a este tipo, ajudando a levar Portugal até à cepa torta. Outros, na batalha das eleições legislativas, por exemplo, ganharam com abstenções de 38,52% (2002), de 35,74% (2005), de 40,32% (2009) e de 41,97% (2011). Hoje em

Diretora: Catarina Fonte catarina.fonte@jornaldocentro.pt

Ana Paula Duarte ana.duarte@jornaldocentro.pt

Departamento Gráfico

Opinião

Marcos Rebelo

Votar Bem!

marcos.rebelo@jornaldocentro.pt

Serviços Administrativos Sabina Figueiredo sabina.figueiredo@jornaldocentro.pt

Impressão GRAFEDISPORT Impressão e Artes Gráficas, SA

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Sede e Redação Avenida Alberto Sampaio, 130 3510-028 Viseu Apartado 163 Telefone 232 437 461

O 25 de Abril trouxe-nos, antes de tudo, liberdade. Liberdade para pensarmos, para optarmos; para votarmos. Liberdade para construirmos um país sustentável. Contudo, a partir de 1975, o voto deixou de ser utilizado por muitos. Houve quem desistisse, entre outros objectivos, de ajudar à construção da democracia. Os números duros não enganam. Se em 1975 a abstenção nas eleições legislativas foi de 8,34%, em 2011 foi de 41,97%. Este aumento de 33,63 pp tem arrasado com a nossa (cidadãos) capacidade de tomarmos importantes decisões po-

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O Centro–Produção e Edição de Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91 Título registado na ERC sob o nº 124 008 SHI SGPS SA

Gerência Pedro Santiago

Maria do Céu Sobral Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.

Geóloga mariasobral@gmail.com

Opinião Semanário Sai à quinta-feira Membro de:

Associação Portuguesa de Imprensa

União Portuguesa da Imprensa Regional

Miguel Relvas já pode ir estudar Segundo o próprio, a sua força anímica encontrava-se já em níveis demasiado baixos para permitir a sua permanência no Governo, pudera, foi atacado de todos os lados, por todos e por causa de tudo, o que só acontece a quem se põe a jeito. Muitas das situações talvez tenham sido divulgadas e aceleradas pelos seus opositores, depois a opinião pública fê-las engordar, com proporções até inter-

nacionais, como a frase “Relvas vai estudar” que deu literalmente a volta ao mundo. A questão das equivalências ainda hoje preconiza anedotas e chavões, mas agora, que lhe anularam as cadeiras em que ele as tinha obtido de forma pouco própria, e logo sem canudo, o baldas vai mesmo ter de voltar ao banco da escola e estudar um bocadinho…se quiser continuar a ser chamado de Doutor e sincera-

mente, porque lhe ficava muito bem! Mas há outro canudo que me preocupa, decerto muitos outros haverá mas para já um tal em Engenharia Civil deixa-me particularmente desconfortável. Se não fosse a passagem governativa de ambos os pseudolicenciados nem nunca ficaríamos a saber das artimanhas possíveis para obtenção de um grau académico, aquele que todos pensávamos apenas ser

Deputados; Caso Almeida; Rali

1. Proponho ao leitor o seguinte exercício: Nomeie os actuais nove deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu. Sem recorrer à cábula, a minha resposta seria: João Figueiredo, Acácio Pinto, Hélder Amaral, José Junqueiro, não recordo o nome de baptismo de mais algum. Agora pergunto ao leitor, além das perguntas ao Governo, por questões de tacitismo político, que outra iniciativa legislativa tiveram pelo distrito? Recorda-se

de alguma com significado para os eleitores? Se compreendeu a ironia das questões que levanto e já espera a defesa da criação de círculos uninominais. Acertou. Porque defendo a criação destes círculos? Recorro a Maria F. Mónica que levanta e responde às seguintes questões: “Vigiam eles as acções do Governo? Não. Elaboram leis susceptíveis de melhorar as nossas vidas? Não. São capazes de produzir um discurso susceptível de levantar

o moral nacional? Não. Têm opiniões? Não. Estudam dossiers analisados em comissões especializadas? Não. Têm ao seu dispor equipas que os ajudem a formular políticas alternativas? Não. São independentes dos partidos a cujo patrocínio devem a eleição? Não.” M. F. Mónica poderia estar a falar apenas dos “nossos” deputados, mas estava a falar, e bem, da classe como um todo. Em português curto: Nos últimos 30 anos poucos deputados

se afastaram da triste mediania de quem nos representou. Se derem ao eleitor a oportunidade de votar num nome, e não num partido, o grau de responsabilização política aumenta. Não raras vezes, os eleitos desrespeitam o voto popular e vão tratar da vida, sendo substituídos por figuras ainda mais obscuras, situação que o voto uninominal limitaria. Se tivermos em conta que, da jota ao parlamento, os nossos representantes apenas conhecem


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cheia individuais e colectiva e, por isso, evita ou mina o seu combate, enfraquecendo-o. O ex-ministro Miguel Relvas fechou, com esta apresentação pública, um ciclo de disparates Relvistas no Governo. Miguel Gonçalves é um híbrido do Relvismo e do Porreirismo socrático, descendente directo do “jovem” dos anos 90, que deixou de ser substantivo e passou a ser um adjectivo, na medida em que “jovem” passou a ser sinónimo de “cool”, de “porreiro,

pá!”. E nesse sentido, este parece o jovem ideal saído dos anos 90, irreverente por tratar toda a gente por tu e usar dois relógios. E se isso é ser irreverente, e se ser irreverente é ser jovem, ser irreverente é aceitar o nivelamento do “ordenado jovem” (se para estudar só precisas de 1200 euros por ano, para que queres receber mais que 600 euros, afinal?). Miguel Gonçalves é um contestatário? Não. É um carneirinho que bebeu uma data de patranhas, acreditou

nelas e vende-as porque encontrou um rebanho que as compra, dado que reconhece no TEDtalks a fonte de toda a doutrina filosófica da pós-modernidade. O Impulso Jovem, enquanto ferramenta de combate ao desemprego, é uma fraude, tão grande como Miguel Relvas, José Sócrates e este regime, filho deste sistema que só se aguenta assim – com bolsas, com estágios e com Agentes Smith que, perdoem-me a fácil comparação, parecem estar todos sob

o efeito de alucinogénios, perpetuando isto. O Impulso Jovem, instrumento que veio estabelecer referenciais públicos do que devem ser os ordenados jovens, é mais um tampão. Não está a criar emprego, está a estabelecer possibilidades de sobrevivência. Este tipo de medidas é uma bicicleta estática. Não saímos do mesmo sítio, o nosso esforço apenas produz energia para a nossa sobrevivência e, com ela, dos nossos parasitas: este Estado que é deles.

dia, em Portugal, ganha-se o poder de destruir a vida de 10.772.354 portugueses, com apenas 2.159.181 votos (número de cruzes no P.S.D., nas legislativas de 2011). Mas, não só os absentistas são culpados. Nós, juntamente com muitos pais, professores, gestores e políticos, claro, somos grande parte da culpa. Uma culpa que nunca morrerá solteira... Questionemos os nossos procedimentos do dia-a-dia como cidadãos: Quantos foram os pais que levaram os seus filhos, pela mão, até aos locais de voto? Quantos professores insistiram na verdade, nas estórias de um povo que,

à mercê desta débil democracia, tem sobrevivido apoquentado? Quantos empresários planeiam as suas vidas tendo em conta a sustentabilidade do negócio e a vida dos outros? Quantos políticos visam a redistribuição da riqueza por todos? Uma minoria. Outra questão se deve colocar: o que pretendemos do futuro? À porta estão as autárquicas! Com elas, os políticos. Todos eles! A viagem de combóio (pouca terra, muita terra), “na qual se fundem a viagem de todos nós e a alegoria de políticos isolados do resto do país” já co-

meçou. “Nas carruagens coabitam os viciosos jornalistas, os idealistas obsoletos, a vaidade burguesa dos ladrões, entre outros e outros. É o retracto de um país triste que tem perdido o sentido da justiça e da liberdade e que viaja à velocidade de uma hecatombe anunciada.” Desde há muito que o interior de Portugal apresenta assimetrias a vários níveis com o litoral; nomeadamente a nível económico, social e cultural. O empobrecimento e a depressão, o desemprego e a emigração e a falta de razão são regra nestas regiões onde há décadas se morre mais do que se nasce. Onde quase ninguém é ouvido, lembra-

do. Também aqui, o povo não acredita no poder votar. A média da abstenção nas eleições autárquicas, que se realizam desde 1976, situa-se nos 37%, apesar de em 2009, subir aos 41%. Contudo, presumo – tendo em conta as pessoas que se têm manifestado contra a actual situação, quer nas ruas, quer na net, quer nos telejornais – que este ano a abstenção descerá para a ordem dos 20%. Uma percentagem aceitável, tendo em conta a necessidade de mostrar o cartão vermelho aos políticos pouco ou nada justos, e aos demais coniventes com as suas políticas destrutivas. Viseu sabe quem eles são. São os de sempre!

atingível com o pagamento de propinas e consequente realização por estudo e trabalho das cadeiras do programa. Mas se o canudo de Miguel Relvas me é completamente inofensivo, não sei que pensar do de José Sócrates, no primeiro a carreira que poderia potenciar passaria sempre pelo comentário, escrita, opinião; no segundo poderíamos estar sujeitos à construção por sua assinatura de habitações ou outra obra de engenharia que pode-

ria pôr em causa a integridade física, ou como já foi o caso, obras de impacto visual duvidoso. Não me parece que José Sócrates venha a fazer muito mais uso da sua licenciatura, o que é um grande alívio, e Miguel Relvas já se demitiu, que por um lado também é um grande alívio, considerando os seus outros envolvimentos em casos mediáticos que enfraqueciam a imagem e as decisões do governo, podendo até considerar-se que

a sua demissão chegou demasiado tarde. Exasperante mesmo, é pensar, agora com algum grau de certeza, que poderá haver profissionais altamente considerados, em ramos de actividade com influência directa no bem-estar e segurança da população, que por dividirem o seu percurso profissional com a política, conhecerem os meios e processos para a artimanha do canudo, ponham em risco a qualidade de vida e futuro organizacional das pes-

soas e empresas directamente afectadas. Junta-se assim ao vasto currículo do político (de modo genérico) mais uma entrada nada favorável a que a opinião pública melhore os seus níveis de confiança política, mas Miguel Relvas poderia dar um sinal positivo, agora que se encontra “desempregado”, e com toda a certeza possui capacidade para tal, já pode ir terminar a sua licenciatura de forma lícita e normal, estudando.

a palavra obediência, teremos pavor a votar em símbolos partidários. Para os deputados-militantes ser um ultra do partido é o seu abono de família, pois fora da esfera partidária a vida é dura para com os medíocres, por isso falam e actuam em sempre em concordância. A vida política, sem qualquer tipo de diferenciação entre maus e bons, representa a vitória do pior tipo de socialismo. Está na hora de pedir explicações aos cinco que não sabemos quem são, o que têm feito ou como lá chegaram, bem como aos atrás citados para que não se es-

queçam que o distrito precisa que sejam mais proactivos, inquiridores e produtores de iniciativas que tragam desenvolvimento, emprego e bem-estar à região. Se não compreendem esta necessidade, demitam-se! Nós, eleitores, compreenderemos!

dade que acabou fechada compulsivamente, apenas referiu que os dois casos são distintos pois frequentou durante 6 anos o ensino superior [o que não prova rigorosamente nada] e que tirou um Mestrado no ISCTE. Já o ISCTE tem entre-mãos o caso Almeida, um vereador acusado de plágio ou, em linguagem moderninha, “osmose conjugal”. Se o caso Almeida levar o mesmo tempo do caso Relvas, mesmo em cima das eleições haverá resultados. Caso corra mal, o que fará Guilherme? Que danos colaterais provocará na lista que o acolher?

3. Rali: Além da tradicional Volta a Portugal, Viseu tem o 1º circuito nacional de BTT. O que não vai para o pedal sobra para a novela. Para quando uma aposta internacional com o Rali de Portugal a levantar pó nas estradas do concelho? Já em 2014 esta prova volta ao Norte e Centro do País, a CMV já ligou os motores?

2. Bomba Relógio: Esta semana Miguel Relvas cessou funções como Ministro-Adjunto. Aparentemente, a demissão deriva do escândalo em torno da sua não-licenciatura. Sobre este tema, Sócrates que obteve a sua licenciatura a um Domingo, numa universi-

Miguel Fernandes

Politólogo atribunadeviseu@gmail.com

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico


Jornal do Centro

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abertura

textos ∑ Emília Amaral fotos ∑ DR

João Cotta eleito presidente O presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV) é o novo presidente do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Viseu (IPV). A eleição do empresário decorreu durante a cerimónia de tomada de posse dos novos elementos externos, os nove lugares que faltava ocupar no novo Conselho Geral do IPV empossado a 13 de março. O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, Arlindo Cunha, o presidente do Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões, Marques Neves, a diretora do Centro de Emprego de Viseu, Marta Rodrigues, o professor Fernando Bexiga e o diretor da Escola Secundária Viriato, Carlos Alberto Oliveira juntaram-se ao corpo de elementos externos do qual já faziam parte o próprio João Cotta, o presidente da Associação Comercial do Distrito, Gualter Mirandez, o presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes e Francisco Correia, chefe de divisão da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro. De fora ficou agora o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (ver caixa ao lado) A escolha destes elementos externos ao IPV para integrarem o Conselho Geral é feita pelos membros eleitos internos - professores e alunos - “que procuram ter pessoas representativas de diversas áreas da região de Viseu”, refere o presidente do IPV, Fernando Sebastião. A legislação reforça que a escolha dos nove elementos terá de recair sob personalidades “de reconhecido mérito, ligadas a atividades profissionais e empresariais de vários quadrantes da comunidade sócio económica, com conhecimentos e experiência relevantes para a missão” do IPV. O Conselho Geral é um dos cinco órgãos que compõem o IPV. É composto por 30 elementos, 16 representantes dos professores e in-

vestigadores, cinco representantes dos estudantes e nove personalidades não pertencentes à instituição. O presidente da AIRV vai presidir a este organismo nos próximos quatro anos. A escolha do Conselho Geral foi unânime. O presidente do IPV adianta que a eleição de João Cotta “é um sinal de abertura do IPV à comunidade”. “O facto de ter sido eleito João Cotta não foi por acaso, houve vários motivos que levaram à sua escolha. Por um lado, a sua participação no IPV, a forma como permite a ligação forte com a AIRV e, por outro, entendemos que tem sido uma pessoa que puxa pela região de Viseu e isso para nós também é importante”, sublinha. Fernando Sebastião lembra que o IPV tem tido “uma

proximidade grande com a comunidade, porventura nem sempre conhecida, mas admite que a eleição do representante dos empresários do distrito vai “desenvolver ainda mais essa proximidade” com o mundo empresarial. João Cotta tem anunciado há já algum tempo e em diversos fóruns que é preciso mais nesta aproximação entre o IPV e as empresas da região. “Já o tenho dito por diversas vezes, defendemos que o Instituto Politécnico de Viseu devia evoluir no sentido de uma universidade politécnica de Viseu, isto é, uma instituição de ensino superior orientada para a vida das empresas, para a educação prática nas empresas, para todos os componentes da vida empresa-

rial, porque o Politécnico é de facto o motor da região”, lembra João Cotta. O dirigente reconhece que “o ensino que se pratica no IPV é um ensino de qualidade” e, por isso “a designação de universidade deve ser aplicada a este tipo de instituições que tem um ensino superior muito orientado para a vida das empresas”, assumindo a evolução como um “desafio” no trabalho a desenvolver como presidente do Conselho Geral do IPV, nos próximos quatro anos. Para Fernando Sebastião, a designação “é uma questão cultural” ao reforçar a necessidade do IPV evoluir para universidade: “Eu próprio já defendi a mudança de nome de instituto para universidade politécnica ou universidade de ciências aplicadas que

é a designação adotada pelos politécnicos na Europa. O termo universidade em Portugal é ainda muito forte”. O presidente do IPV refere que “o instituto tem capacidade científica, tem capacidade de investigação” e está a fazer “aquilo que a maioria das universidades já faz”, sendo que, dentro de ano e meio, dispõe de 70% do corpo docente com grau de doutor, quando para se ser universidade de raiz é exigido apenas 50% do corpo docente doutorado. “Temos consciência que isso não será possível a curto prazo, agora, não significa que o Instituto não seja reconhecido como instituição de referência na região”, conclui.

Competências. O Conselho Geral dos institutos

politécnicos reúne, ordinariamente, quatro vezes ao ano, além das reuniões extraordinárias convocadas pelo seu presidente, por sua iniciativa, a pedido do presidente do Instituto ou, ainda, de um terço dos seus membros. Compete ao Conselho Geral deliberar sob um conjunto de matérias, nomeadamente em assuntos tão relevantes como as linhas gerais de orientação do instituto, o orçamento, as propinas e os planos de atividades anuais da instituição. João Cotta tem como objetivo base “colocar a comunidade ao serviço do Politécnico e pôr o Politécnico ao serviço da comunidade” através de um “trabalho conjunto” (ver entrevista ao lado).


Jornal do Centro 11| abril | 2013

CONSELHO GERAL DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU | ABERTURA 7

do Conselho Geral da AIRV

Presidente da Câmara Viseu de fora do Conselho Geral do Politécnico

∑ O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas foi excluído do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Viseu (IPV). O presidente do IPV, Fernando Sebastião escusou-se a pronunciar sobre a deliberação, mas fonte daquele órgão justificou ao Jornal do Centro que na decisão terá pesado o facto de o presidente da Câmara ter faltado a todas as reuniões do anterior Conselho Geral do IPV. O presidente do IPV reconheceu que a assiduidade pesou na escolha das novas personalidades externas ao instituto: “É um facto que se mantiveram as pessoas mais assíduas e escolheram-se pessoas novas, mas não me quero pronunciar sobre este assunto”. Fernando Sebastião explicou que a escolha dos membros externos do Conselho Geral incide sobre pessoas e não instituições, não cabendo a deliberação ao presidente do IPV: “A escolha foi efetuada pelos membros eleitos, professores e alunos, procurando ter pessoas representativas de diversas áreas da região de Viseu”. Em representação das autarquias, no Conselho Geral do IPV, mantém-se o presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes.

∑ Avelina Rainho, antiga professora do Instituto Politécnico de Viseu foi a primeira presidente do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Viseu, eleita em 2007. Na quartafeira, dia 3 de abril, a professora durante mais de 30 anos no IPV, deixou a cadeira entregue ao presidente da AIRV, João Cotta. Avelina Rainho assumiu a liderança face à nova deliberação de 2007. Antes desta data, o Presidente do Politécnico acumulava funções de presidente do Conselho Geral.

“A grande meta é abrir ainda mais o Instituto Politécnico de Viseu à comunidade” Como encarou este convite?

Enca rei- o com u m a grande honra e como um grande desafio. Tenho referido diversas vezes que a instituição mais relevante para o desenvolvimento da região é o Instituto Politécnico de Viseu. Quando o engenheiro Fernando Sebastião me desafiou para integrar o Conselho Geral e agora que fui eleito presidente, entendi que devia aceitar porque faz parte do meu dever de participação cívica como cidadão e como empresário, do desenvolvimento da região. Em termos de participação cívica é para mim talvez o desafio mais importante que tive até hoje e aquele que pode ter mais impacto no futuro da região, numa instituição que é uma âncora do nosso desenvolvimento. Sempre reivindicou a universidade para Viseu. O que

mudou?

Mudou o contexto, mudou o conhecimento que vamos tendo do Instituto Politécnico de Viseu, também a noção de que com o Instituto Politécnico de Viseu podemos fazer a questão da universidade fruto do conhecimento e da avaliação que temos e do relacionamento que estabelecemos e do potencial que tem o politécnico A eleição de João Cotta permite o alargamento do projeto do IPV?

Já o temos revindicado em diversos fóruns. A grande meta é abrir ainda mais o Instituto Politécnico de Viseu à comunidade e, dentro daquilo que está ao alcance da comunidade, desencadear todos os mecanismos de pressão para que possamos defender os interesses da região, defendendo que os interesses da região passam por fazer

esta evolução do Instituto no sentido de universidade politécnica ligada ao ensino prático das empresas. Aquilo que nós vamos fazer é colocar a comunidade ao serviço do politécnico e pôr o politécnico ao serviço da comunidade, para que esse desiderato seja alcançado e trabalhar em equipa com toda a estrutura do Politécnico. Mesmo para a fixação das empresas é fundamental termos um ensino superior de referência. Isto não se faz nem num ano nem em dois, é um caminho que se faz com pequenos passos. Mesmo para a fixação das empresas, do investimento, do talento, dos jovens qualificados é fundamental ter um ensino superior de referência. É isso que o move?

A âncora e o motor é o IPV. É isso que nos move, trabalhando em conjunto.


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Jornal do Centro

em fim de mandato “Fazer política é servir o povo” Nota: Esta rubrica iniciou-se na edição 576 de 28 de março

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entrevistas e fotos ∑ Paulo Neto

Leonídio de Figueiredo Gomes Monteiro 56 anos de idade, Advogado, natural da freguesia de Pindo, concelho de Penalva do Castelo. Presidente de Câmara desde 1986 a 1993 e entre 2002 até ao presente. Que mudou em Penalva do Castelo com a sua gestão?

Foi realizada uma autêntica revolução na administração municipal, no apoio à Educação, na descentralização de competências para as Juntas de freguesia, na àrea ambiental, na execução de diversas infraestruturas eléctricas, de saneamento básico (àguas e esgotos), na requalificação urbanística, no âmbito Social, cultural, desportivo, na remodelação da ,rede viária, na aquisição de terrenos para o Município, na afirmação e valorização da triologia de excelência produtiva do concelho com o vinho do Dão, o queijo Serra da Estrela e a maçã bravo de Esmolfe, etc, etc... Fizemos um conjunto diversificado de investimentos, com um grande rigor financeiro, como o comprova o primeiro lugar, entre os 179 municípios com menos de 20.000 habitantes no ranking global nacional dos melhores municípios em termos de eficiência financeira, publicado no último Anuário Financeiro das autarquias locais. Quais as três linhas estruturantes da sua gestão em que mais se revê como autarca?

Não é fácil destacar apenas três situações estruturantes; mas não posso deixar de salientar a gestão rigorosa a planear e a executar com os meios financeiros disponíveis, o que fez com que, no sector social, se desse um apoio significativo a um trabalho fantástico das instituições e colectividades e uma colaboração com as diversas freguesias do concelho.

No âmbito das infraestruturas, em que quase tudo se fez de início, para além da construção de vários novos equipamentos, como a Biblioteca Municipal e as Piscinas Municipais, saliento a regeneração urbana e a revolução urbanística da vila, com a criação de novas centralidades. Criámos condições e equipamentos para o desenvolvimento da educação, desporto, cultura e turismo, em que tivemos a felicidade de ter o grupo Visabeira que transformou a Casa da Ínsua em Hotel de Cha rme, para além da construção por um privado do hotel “Portas do Dão”. Enf im, para além do enumerado, concretizámos um sem número de situações, que correspondem a necessidades e legítimas aspirações de Penalva e dos Penalvenses, e que nos fazem ficar satisfeitos com o desenvolvimento e o trabalho realizado.

Quais as qualidades do Poder Local que não encontrou no Poder Central?

O poder central fundamentalmente não consegue a proximidade às pessoas e à resolução dos seus problemas, o fazer muito com poucos recursos, a capacidade de poupança. No caso do Município de Penalva do Castelo, por exemplo no pessoal que poderia ser contratado para gabinetes de apoio político, representou, nestes 12 anos, uma poupança de cerca de um milhão duzentos e vinte e seis mil euros. Qual foi para si o maior político nacional destes últimos 20 anos?

Infelizmente, apesar de muitos e bem falantes criadores de ilusões, dado o estado calamitoso em que o País se encontra, não destaco nenhum político pela positiva, pois que, com mais ou menos responsabilidade, quase todos por acção ou omissão têm algumas culpas no estado da Nação. No sentido negativo, destaco naturalmente o Engº.

Sócrates, como principal responsável pela desgraça a que o País chegou e que ainda hoje, quase dois anos volvidos como primeiro ministro, parece continuar a querer não se dar conta da grave situação a que conduziu Portugal e do drama dos portugueses, agindo como se nada fosse com ele. Qual foi a maior dificuldade que enfrentou enquanto autarca?

Tendo como critério só fazer obra para a qual tinha capacidade financeira, a maior dificuldade foi a falta de meios financeiros para fazer o que ainda é necessário para o desenvolvimento do concelho e bem estar dos penalvenses. Que obras gostaria ainda de ter feito e deixa por fazer?

São várias, mas destaco a variante a Penalva do Castelo e a conclusão da circular à vila até próximo da Zona Industrial entre Esmolfe e Sezures, que está em fase final de execução. Realço também a re-

cuperação do antigo edifício dos Paços do concelho, bem como o auditório municipal ao lado da biblioteca, cujos projectos se encontram prontos a concursar, mas para os quais não foi ainda possível arranjar fundos comunitários, que espero surjam no próximo quadro comunitário 2014 a 2020.

ouvir e em cada momento, com os meios disponíveis, decidir e fazer o melhor possível por todos os que representamos. Concordo com Aristóteles que dizia que «o homem é um animal político»; porém infelizmente alguns homens que vivem na e da política têm sido mais animais que políticos.

Concorda com a Lei de Limitação de Mandatos?

Quem foi a personalidade do seu partido que mais o desiludiu, a nível nacional, regional e local?

Só concordaria com essa Lei se não se confinasse apenas a alguns poucos cargos, mas tivesse uma abrangência a todos os cargos, de forma a dar oportunidade efectiva de intervenção política com verdadeira alternativa, quer a quem exerce altos cargos e de chefia, quer a quem perde as eleições e se recandidata sem qualquer limitação. O que é para si fazer política?

É servir o Povo. É estar ao serviço do que se considera justo e necessário fazer. É fundamentalmente saber

Só se desilude quem cria grandes expectativas sobre qualquer personalidade e, como não foi esse o caso, acabei também por não ter grandes desilusões. Que vai fazer depois de terminar o mandato?

Com a satisfação do dever cumprido, com total empenho e dedicação para com o meu concelho durante 20 anos como presidente de câmara, penso regressar ao meu escritório de advocacia que tenho na vila de Penalva do Castelo.


LEONÍDIO MONTEIRO | TELMO ANTUNES | À CONVERSA 9

Jornal do Centro 11| abril | 2013

“A pessoa humana deve ser o centro de todas as atenções” Armindo Te l m o Antunes Ferreira, 46 anos, advogado de profissão. Natural da freguesia de Alcofra, concelho de Vouzela. Deputado municipal, vereador e presidente da Câmara Municipal de Vouzela desde 7 de Janeiro de 2002. Quais as três linhas estruturantes da sua gestão em que mais se revê como autarca?

Em primeiro lugar, enquanto político, entendo que a pessoa humana deve ser o centro de todas as preocupações. Nunca nos podemos esquecer que trabalhamos para as pessoas, para resolver os seus problemas, para corresponder às suas expectativas, para as tornarmos mais felizes. Depois, tenho a seriedade como o principal valor para o exercício de funções públicas. Finalmente, só se pode ser autarca se se tiver espírito de missão e amor pela terra. A função de eleito local é muito exigente. Sem uma dedicação total e se não gostarmos mesmo muito da nossa terra não conseguimos alcançar os nossos objectivos. Que mudou em Vouzela com a sua gestão?

O concelho de Vouzela é hoje mais equilibrado e mais justo. Exerci o meu mandato com uma grande preocupação de justiça. Justiça na repartição das obras e justiça no investimento nas pessoas. Repare, as pessoas têm os mesmos direitos de qualidade de vida independentemente do lugar onde nasceram ou vivem. Daí que tenhamos procurado dotar todas as freguesias das mesmas infra-estruturas básicas, procurando assim um desenvolvimento mais harmonioso e sustentável. A outra vertente prende-se com o investimen-

to nas pessoas. Entendemos que devemos dar a todas as pessoas as mesmas oportunidades. Para isso, muito contribuiu o fornecimento de livros escolares, de material pedagógico e de alimentação, a criação de bolsas de estudo para alunos universitários, um programa de apoio aos séniores, um programa de apoio à habitação degradada, etc, etc. Além disso, temos uma cobertura de valências sociais muito significativa graças à excelente articulação com as instituições do concelho. Iniciámos projectos sociais emblemáticos que foram depois seguidos por muitos outros municípios. Quais as qualidades do Poder Local que não encontrou no Poder Central?

Mais democrático e mais participativo. O poder local é, na sua génese, muito mais democrático e participativo do que o poder central. Desde 1976 que mais de meio milhão de portugueses desempenharam funções autárquicas, o que demonstra a grande vitalidade do poder local. E prova disso também é o facto das eleições autárquicas serem as mais participadas. Além disso, o poder local está mais próximo das pessoas e conhece melhor os seus problemas. Um presidente de Câmara tem de estar ao dispor das populações, atender em qualquer situação e sobre qualquer problema. Por outro lado, o poder local consegue fazer mais com menos recursos. Fazemos mais com menos colaboradores e fazemos mais com menos dinheiro. Infelizmente, nem sempre conseguimos passar essa mensagem. Qual foi para si o maior político nacional destes

últimos 20 anos?

O pol ítico n acion a l com mais importância dos últimos 20 anos é o actual presidente da República. Todavia, o político nacional que teve e continua a ter mais inf luência em Portugal e apesar do seu desaparecimento, é Sá Carneiro. As grande reformas estruturais foram pensadas por ele: separação do poder político do poder militar, privatização da economia e o investimento em política sociais. Pode ser um lugar comum falar em Sá Carneiro, mas é a referência do pensamento político em Portugal para todos os que se assumem como não socialistas. Qual foi a maior dificuldade que enfrentou enquanto autarca?

Tinha acabado de tomar posse quando encerrou uma fábrica no concelho com perto de 300 trabalhadores. Durante meses fiz o que pude pela sobrevivência da empresa, na tentativa de evitar que aquelas pessoas fossem para o desemprego. Infelizmente foi uma luta inglória. Que obras gostaria ainda de ter feito e deixa por fazer?

A requalificação urbana da vila de Vouzela e a conclusão do saneamento nas freguesias mais rurais. Sem dúvida. Quem foi a personalidade do seu partido político que mais o desiludiu, a nível nacional, regional e local?

Du rão Ba rroso. Fez acreditar os Portugueses que era bom para o país a sua ida para presidente da Comissão Europeia. E não foi. A nível regional e local não tive desilusões relevantes. Que vai fazer depois de terminar o mandato?

É minha intenção regressar à advocacia.


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11 | abril | 2013

região VICE DA CÂMARA DE CARREGAL DO SAL É CANDIDATO PELO CDS-PP

Paulo Neto

O advogado Luís Fidalgo é o candidato independente, apoiado pelo CDS/ PP, à presidência da Câmara de Carregal do Sal, autarquia onde assume atualmente as funções de vice-presidente eleito, em 2009 como independente na lista do PSD. Em declarações à Agência Lusa, Luís Fidalgo, de 55 anos, explicou ter aceitado “o desafio porque procura o melhor para o concelho e as suas gentes”.

Paulo Neto

I Fórum “ As mulheres na política autárquica” Junqueiro toma o pulso à comunicação social local

O ca nd idato do PS Jo s é Ju n q u e i r o c o n vidou a comunicação social local - regional para um encontro onde auscultasse o seu pulsar em matéria de problemas sectoriais. O d iá logo cent rouse na tentativa de compreensão daquilo que “conjunta mente fa zemos numa auta rquia pelo desenvolvimento de uma região”. Mais af irmou, a necessidade de “ter uma comunicação regional forte, porque sem ela não podemos ter uma região forte. A autarquia, os agentes económicos e a comunicação social são parceiros com os mesmos objectivos”. Questionou ainda os presentes sobre as dificuldades sentidas; de que vive a comunica-

ção social regional; se há um tratamento equitativo por parte do poder local; se há verbas comun itá rias pa ra o sector; sobre a falta que a rádio e os jornais fazem numa região... Tentou ainda saber: “como pode um candidato a uma autarquia ter uma comunicação social mais forte?”; rematando com a conclusão seguinte: “o que eu penso que é fundamental para todo a comunicação social regional é promover também a realidade patrimonial, gastronómica, termal, através de debates supramunicipais para gerar sinergias”. “A comunicação so cial é um serviço público com transparência ao serviço do cidadão”, concluiu. PN

Na tarde do dia 6 de abril, na Pousada de Viseu, preencheu-se uma página inédita da história deste distrito. O Departamento Federativo das Mulheres Socialistas de Viseu, cumprindo um dos seus objetivos, o de trazer mais mulheres para a política ativa, promovendo a sua capacitação para a intervenção pública, organizou um Encontro de Mulheres Autarcas do Distrito, eleitas pelo PS, para partilharem as suas experiências, falarem das dificuldades de conciliação entre a vida familiar, profissional e a vida política, apontando caminhos possíveis, necessários e urgentes para a construção de uma cidadania conjunta – uma efetiva igualdade de oportunidades para todos, independentemente do género. Esta iniciativa, que contou com a participação, ao longo da tarde, de mais de cem pessoas, só poderia ter a chancela do partido que, enquanto governo, promoveu sérias medidas de combate às desigualdades de direitos – o Partido Socialista – partido charneira nesta matéria. Pela voz de Helena Rebelo, a presidente do DFMS de Viseu, todos os

presentes, e neste todos estão obviamente incluídos as mulheres e os homens que enchiam a sala, ficaram a saber da disponibilidade e vontade das mulheres socialistas para integrarem as listas para as eleições autárquicas que se avizinham, como cidadãs de pleno direito. Após alguns momentos protocolares de boas-vindas aos participantes e abertura dos trabalhos, protagonizados pela Presidente do DFMS de Viseu, Helena Rebelo, pelo Presidente da Federação do PS Viseu, João Azevedo, pela Presidente da Comissão Política Concelhia de Viseu, Lúcia Silva e pelo do Coordenador da Juventude Socialista de Viseu, José Pedro Gomes, o espaço de intervenção foi ocupado por um conjunto de mulheres pertencentes a diferentes órgãos políticos autárquicos: a Presidente da Assembleia Municipal de Mangualde, Leonor Pais; as Vereadoras, Dulce Pereira, da Câmara Municipal de Resende, e Leonor Nascimento, da Câmara Municipal de Sernancelhe; a Coordenadora da JS de Penalva do Castelo e

candidata à Junta de Freguesia de Germil, Marlene Lopes, e Marta Costa, eleita na lista do PS à Assembleia de Freguesia de S. José, Viseu. Estes testemunhos serviram de mote para outras mulheres do distrito que quiseram dar o seu contributo; vereadoras, presidentes de junta de freguesia, deputadas das assembleias municipais e a deputada da Assembleia da República, Elza Pais, figura emblemática das questões da igualdade de género em Portugal. Um dos momentos mais aguardados, pelo facto de no nosso distrito não termos nenhuma presidente de câmara, eleita por qualquer força política, foi a intervenção forte, sabedora, sensível, franca e otimista de Maria do Céu Albuquerque, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes. A encerrar os trabalhos, já para além da hora prevista, a motivação, a palavra conhecedora e conhecida de todos os socialistas, José Junqueiro, o candidato do PS à Câmara Municipal de Viseu. Ana Albuquerque

Deputada da Assembleia Municipal de Sátão e membro do Secretariado do Departamento Federativo das Mulheres Socialistas de Viseu

CASA GRANDE DE CASFREIRES É MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO O Solar dos Olivas, mais conhecido por Casa Grande de Casfreires, no concelho de Sátão foi classificado como monumento de interesse público. “Este tipo de classificação poderá contribuir para a aldeia de Casfreires ter mais visitas ao longo do ano”, considerou o presidente da Câmara de Sátão, em declarações à agência Lusa. Trata-se de um “típico solar barroco da região beirã”, que resulta de “uma campanha de obras de meados do século XVIII que veio alterar a construção primitiva, remontando aos séculos XVI e XVII, de que ainda hoje restam vestígios”.

TAXISTA E SEGURANÇA CONDENADOS O taxista e o segurança acusados de terem matado e queimado um homem, em abril de 2012, foram condenados pelo Tribunal de Mangualde a penas de prisão de 13 e 17 anos respetivamente. O Tribunal de Mangualde deu como provada a intenção de matar Domingos Soares, tendo Guilherme Silva demonstrado “ambição de vingança”, na sequência da reclamação de uma dívida.



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12 REGIÃO | VISEU | NELAS

11 | abril | 2013

Opinião

Chove e muito

Viseu. Uma mulher de 90 anos foi encontrada morta, no sábado, dia 6 de abril, em Repeses, Viseu. O corpo estava em avançado estado de decomposição, na cama, na habitação onde vivia sozinha, segundo os vizinhos. Maria Natividade Martins não tinha família e, contam os vizinhos, sempre se negou a ir para um lar. Não era vista há cerca de um mês. Após vários dias a tentar contactar a idosa, foram os próprios amigos que mais de perto contatavam com ela que decidiram alertar a PSP.O corpo foi depois removido pelos Bombeiros Municipais de Viseu para o Instituto de Medicina Legal.

DETENÇÃO

Nelas. O Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Mangualde da GNR deteve quatro indivíduos com idades compreendidas entre os 19 e os 31 anos por tráfico de estufacientes, nas imediações do Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim, concelho de Nelas. As detenções ocorreram na sequência da ação de investigação de tráfico de estupefacientes, levada a cabo nos últimos nove meses, pelo Núcleo de Investigação Criminal. O inquérito teve origem na suspeita de consumo/tráfico. “Na operação foram apreendidos um veículo ligeiro de passageiros, 33 doses de haxixe, uma arma pressão de ar (imitação pistola 9mm), 15 armas brancas, 15 euros em notas, 28 munições de diversos calibres, uma balança digital e nove telemóveis”, revela o comando territorial de Viseu da GNR em comunicado. No âmbito do mesmo processo, já tinham sido detidos dois indivíduos maiores (24 e 29 anos) do sexo masculino e apreendido mais de um quilograma de haxixe”, acrescenta a nota. EA

Emília Amaral

MORTE

A Distrital laranja quer “manter e se possível aumentar” o número de Câmaras”

PSD anuncia campanha sem gastos supérfluos Balanço ∑ Distrital social democrata faz balanço do processo autárquico O presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Viseu, Mota Faria, anunciou na segunda-feira uma campanha para as eleições autárquicas de outubro “sóbria e sem ostentações”, em todo o distrito, face à crise que se vive no país “Faremos uma campanha eleitoral serena, que vai ser sóbria em todos os concelhos, sem ostentações, e com grande respeito pelos adversários políticos”, revelou. A distrital deu uma conferência de imprensa para fazer o balanço do processo autárquico aos jornalistas. Mota Faria confirmou que o partido tem escolhidos os candidatos às câmaras municipais do distrito de Viseu. Dos 24 processos, sete candidaturas são coligação com o CDS-PP (Cinfães, Resende, Lamego, Tabuaço, Moimenta da Beira, Mangualde e Nelas) e três são candidatos independentes (Mortágua, Moimenta da beira e Vila Nova de Paiva). Sete presidentas recandidatam-se a um novo mandato e os restantes vão sair por força da Lei de Li-

mitação de Mandatos. Sobre os objetivos estratégicos no distrito de Viseu, Mota Faria avançou que passam por “manter e se possível aumentar o número de autarquias”, sendo que atualmente, o PSD lidera em 15 dos 24 concelhos do distrito de Viseu. No entanto, o líder distrital do PSD não escondeu as dificuldades do próximo ato eleitoral: “Estas são, talvez, as eleições mais difíceis que o PSD teve até hoje... Temos que fazer um esforço acrescido de explicar às pessoas sobre como chegámos a esta situação e também apresentar o nosso projeto local”, apontou. Com estes objetivos re-

gionais, pretendem também “manter a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias”. Mota Faria sublinhou que todos os candidatos do PSD aos 24 concelhos foram aprovados por unanimidade. Mesmo em relação ao processo mais difícil de gerir, em S. Pedro do Sul, em que o atual vice-presidente da Câmara, Adriano Azevedo vai ser candidato, o liderar do PSD insistiu que “tudo foi aprovado por unanimidade”. Emília Amaral

Partidos apostam pouco em mulheres

∑ Numa altura em que os três partidos com maior representação no distrito já deram a conhecer grande parte dos candidatos às 24 câmaras, apenas duas mulheres encabeçam listas. Isaura Pedro recandidata-se pelo PSD a um terceiro mandato em Nelas. Manuela Alves é a candidata do CDS-PP à autarquia de Santa Comba Dão. O PS não ter nenhuma mulher candidata no distrito. Mota Faria respondeu que o esforço do PSD “tem sido de levar as mulheres à participação” na política, criando o Secretariado das Mulheres Social Democratas, mas reconheceu que gostaria de ter mais mulheres “com essa vontade”.

A chuva que tem vindo a fustigar Portugal parece não cessar. De uma pertença bênção passamos agora para uma situação de possível calamidade. Segundo os especialistas nas culturas de girassol, tomate, milho, melão, melancia, estas poderão estar em causa. Para culturas como a vinha e o olival perspectivam-se cenários interessantes. No caso de parar rapidamente de chover, e se o sol passar a irromper com vigor, os teores de humidade vão estar durante algum tempo no seu valor máximo. Deste modo, a possível ocorrência de problemas relacionados com fungos nas culturas vai ser “o prato do dia”. Este será um ano em que os custos com os tratamentos fitossanitários vão disparar. Se as condições meteorológicas não dão tréguas, o mesmo se passa em termos políticos. Portugal está em suspense, atordoado, à espera do que virá. O chumbo do Tribunal Constitucional era previsível. Pensar o contrário era estranho e bizarro. Insistir na receita, após o que ocorreu em 2012, é forçar e esgrimir argumentos contra quem decide. Se as normas eram inconstitucionais, o modo como foram mediados os processos e o hiato de tempo criado para a sua pronúncia é que são no mínimo dramáticos para um país amparado por ajuda externa. Vários intervenientes e órgãos que agora se digladiam, ou ambicionam fazer parte na nova solução ou pretendem demarcar-se de modo notório deste folhetim. A moção de censura foi o que foi. Mais do que desenvolver mecanismos com diferentes fins, o que importa é apresentar soluções concretas, mensuráveis de correcto impacto e não discursos evasivos redondos e efémeros. A remodelação do governo vislumbra-se. O Ministro das Finanças, perante este episódio, entra fraco e sai forte. O multifacetado Ministro dos Assuntos Parlamentares en-

Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt

trou capaz de fazer tudo, saiu brando. Para muitos, era já um fardo de que se queriam livrar. O eterno e remodelável Ministro da Economia, que meticulosamente está a tentar suturar algumas gangrenas, ou dá um valente murro na mesa e pede - para não dizer exige - cobertura política ou…. Chegou a sua hora. A bitola e o pendor têm de mudar das finanças para a economia. O INE publicou recentemente um estudo do quinquénio 2006-2010 que aponta para um grau de autossuficiência alimentar de 81%. A ser assim, só nos poderemos rejubilar de agrado com os números vertidos. Nos produtos agrícolas, o seu valor atinge os 83%. Já somos excedentários em vinho, com um valor médio de 1.5 mil milhões de euros/ano. Encontramo-nos numa situação de particamente satisfazer a procura em azeite (250 milhões de euros/ ano), em hortofrutícolas (412 milhões de euros/ano) e em frutas frescas (395 milhões euros/ano). Denotamos, no entanto, uma evidente dependência em cereais de 70% e em oleaginosas com aproximadamente 100%. Relativamente a estas culturas, seria importante estudar e perceber se reunimos condições para amenizarmos este cenário. Algo está a ser feito, vamos ver. É bom não esquecer que se trata de alimentos que estão na base da alimentação humana e animal. Este estudo demonstra de forma notória que a agricultura está em franco desenvolvimento. Agora importa perceber o que importamos, em que quantidade e o potencial que demonstramos em exportar e para onde. Ficamos por aqui a aguardar que o tempo melhore em todos os sentidos. Bem precisamos.


Jornal do Centro

VISEU | REGIÃO 13

11| abril | 2013

Cantinho constrói boxes para animais potencialmente perigosos Reconhecimento∑ Câmara de Viseu entrega serviço de recolha de animais mortos na via pública à Associação

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de oito boxes “com todos os requisitos exigidos por lei”, adianta a presidente da Associação, Ana Maria Vaz. “Já tínhamos duas boxes e temos estado a receber [animais], mas estas têm todos os requisitos, são feitas em bloco e ferro, sem rede e com uma porta de contenção na zona do dormitório”, descreve Ana Maria Vaz recordando que a associação recebeu recentemente um cão raça pittbull das mãos da GNR, depois de ter estado um mês sem comer, ao ser abandonado pelo proprietário. “Viseu tem dos melhores exemplos do país no âmbito da problemática dos animais abandonados”, subli-

nhou o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas. O reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo “Cantinho dos Animais” fez também com que o executivo decidisse entregar a recolha dos animais mortos na via pública do concelho à Associação. Um serviço anteriormente prestado por uma empresa privada. “Os cadáveres passam a ser tratados no Cantinho, que depois serão encaminhados [para a incineração] através de um protocolo que temos com uma empresa de Torres Vedras”, esclarece Ana Maria Vaz. “O Cantinho é uma das melhores associações do

Crematório

Emília Amaral

A Associação Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu vai construir boxes destinadas a acolher animais potencialmente perigosos. O projeto foi anunciado na segunda-feira, durante a cerimónia de renovação do protocolo de cooperação com a Câmara Municipal de Viseu, que garante agora uma comparticipação de 28.500 anual (24 mil em anos anteriores). No Salão Nobre foi também formalizado um protocolo de colaboração que permite à autarquia comparticipar as obras de construção das boxes em oito mil euros. O investimento de 16 mil euros prevê a construção

A Fernando Ruas e Ana Vaz assinaram protocolo país porque existe um trabalho conjunto entre voluntários, população e Câmara. As associações sozinhas, por muito que trabalhem, sem o apoio das autarquias pouco ou nada podem fazer”, refere a responsável,

lamentando que outras associações não tenham o apoio das autarquias que é dado ao Cantinho pela Câmara de Viseu. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt

∑ No ano em que assinada 20 anos a Associação Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu vai avançar com a construção de um crematório destinado à incineração de carcaças de animais, no complexo de Rio de Loba. A presidente, Ana Maria Vaz adiantou ao Jornal do Centro que a associação tem previsto avançar para o projeto, depois da entrada em funcionamento da Clínica Veterinária no Cantinho, que deverá estar concluída em outubro deste ano.


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11 | abril | 2013

educação&formação Exposição alerta estudantes para a reabilitação urbana A empresa Viseu Novo - Sociedade de Reabilitação Urbana e as Câmara Municipal de Viseu, estão a promover a exposição subordinada ao tema “(Re)Centrar o Centro”, na Escola Secundária Alves Martins, até ao dia 3 de maio. O objetivo é informar os cidadãos sobre o “trabalho realizado na área crítica de recuperação e reconversão urbanística (ACRRU), onde se insere o Centro Histórico, dando assim, visibilidade” ao trabalho que está a ser desenvolvido pela empresa municipal

Viseu Novo. “Sabemos que é possível despertar a curiosidade de muitos em conhecer os novos desafios e os trabalhos realizados, contribuindo para aproximar a população ao centro histórico e (re)centrar, de novo, o centro urbano antigo”, adianta a Viseu Novo em comunicado. Ao aprox i ma r este tipo de iniciativas junto da comunidade escolar, a organização pretende “atrair os mais jovens para a relevância do processo de reabilitação urbana da ACRRU”. EA

Workshops animam manhãs de domingo no Palácio do Gelo Workshops temáticos, onde pais e f ilhos se juntam em actividades lúdicas e pedagógicas, é a proposta para as manhãs de domingo do espaço de animação infantil Polar & Brincar, no Palácio do Gelo Shopping. Durante os meses de abril e maio, os Publicidade

momentos de aprendizagem juntam-se a experiências divertidas, com trabalhos manuais para todos os gostos e idades. O Polar & Brincar é um espaço de animação infantil, localizado no piso -2 do Palácio do Gelo.

Dois finalistas de Viseu no concurso IPVD Jovens Talentos Tema∑ Venda Direta pretende estimular a criatividade dos estudantes António Bebiano, aluno da Escola Secundária Alves Martins, de Viseu e João Alves Ambrósio da Escola Básica 2, 3 S Engenheiro Dionísio Augusto Cunha, de Canas de Senhorim fazem parte do grupo de 11 finalistas do concurso nacional IPVJ Jovens Talentos, organizado pelo Instituto Português de Venda Direta que registou cerca de 100 participantes de todo o país. O estudante de Viseu concorreu com o trabalho “Venda Direta” e o aluno de Canas de Senhorim apresentou o trabalho “Venda Direta: método de venda alternativo”. O IPVD Jovens Talentos é um concurso nacional destinado a alunos do ensino secundário e das escolas técnico-profissionais, que decorreu de 15 de outubro a 31 de dezembro de 2012. A iniciativa pretende estimular a criatividade e o espírito empreendedor da comunidade juvenil. Dos sensivelmente 100 trabalhos analisados, o IPVD selecio-

PIAGET REPETE “IMAGIN(A)ÇÃO ESTE MÊS A Escola Superior de Educação Jean Piaget de Viseu realiza a segunda edição do evento “Imagin(A)ção”, dias 19, 20, 26 e 27 deste mês. O enfoque da formação incide no psicodrama, na musicoterapia e nas pedagogias ativas – jogos musicais interativos. Artur Malícia Correia, João Paulo Ribeiro, Fátima Feliciano e Vitor Fernandes são os formadores convidados desta ação que terá a duração de 25 horas a atribuição de um crédito – Registo do CCPFC/ ACC-70238/12.

ADIV LANÇA NOVOS CURSOS

A Onze escolhidos em 10 estudantes de todo o

A Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu (ADIV) tem abertas as inscrições para o curso de iniciação ao CYPECAD e para o curso de Cálculo Automático de Instalação de Edifícios (águas/Residuais/Pluviais) /CYPECAD MEP. Toda a formação sobre as iniciativas encontra-de disponível em www.adiv.pt.

país. Vencedores conhecidos dia 20

nou os 11 melhores em termos de criatividade e que respondiam às premissas solicitadas: salientar as principais vantagens no sistema de venda direta, assim como os principais produtos e serviços à venda neste canal de distribuição. “Os alunos finalistas do concurso são maioritariamente da região centro do país, mas registaram-se participa-

ções de norte a sul”, salienta a organização numa nota à imprensa. A cerimónia de entrega de prémios está marcada para o dia 20 e serão atribuídos três galardões aos três melhores trabalhos. O primeiro classificado terá o valor de três mil euros, o segundo prémio, o valor de dois mil euros e o terceiro, o valor mil euros. Emília Amaral

ESPECIALIZAÇÃO EM TURISMO RELIGIOSO A Escola de Negócios das Beiras inicia em maio a especialização em Turismo Religioso. Esta especialização abordará temáticas que permitam a maior qualificação da oferta turística e dos agentes associados à preparação/ organização, comunicação e concretização de produtos nesta área. A coordenação científica da especialização é da responsabilidade do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu.


Viseu Econรณmico

N.ยบ 2 ABRIL | 2013 Suplemento Trimestral da AIRV

Grafismo: Marcos Rebelo

Viseu e Balanรงa Alimentar Contributos para o Futuro


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Os momentos de dificuldade são também momentos de aprendizagem e de correção dos erros cometidos. Os setores agropecuário e o industrial não estiveram na “moda” durante 3 décadas, tendo Portugal investido fortemente nos setores de bens não transacionáveis e não exportáveis, com fortes consequências na nossa balança comercial com o exterior. Este facto conduziu a abandono da nossa produção agrícola. O sector avícola e dos vinhos prosperaram e destacaram-se pelo investimento e pela criação de riqueza. O abandono agrícola teve diversas consequências como o aumento da nossa dependência alimentar do estrangeiro, o despovoamento do interior, o aumento dos fogos, entre outras. Estamos num momento de mudança. A consciência política mudou, temos um desemprego muito elevado, um desemprego jovem muito qualificado, temos de substituir as importações por produtos nacionais. A campanha Portugal Sou Eu é um sinal forte nesse sentido, serve para distinguir os produtos com incorporação maioritária de matéria-prima nacional e a AIRV está muito envolvida na mesma. O setor agrícola é uma oportunidade para a nossa região e para Portugal, para reduzir as despesas sociais, criar emprego e aumentar o nosso PIB. São necessárias políticas fiscais nacionais que promovam o investimento produtivo, em particular no interior do País. O Estado deve ser regulador exigente mas facilitador de quem cumpre e investe. O poder político autárquico deve também ter políticas que promovam o investi-

Paulo Neto

A região de Viseu e o equilíbrio da Balança Alimentar nacional

João Cotta Presidente da AIRV

mento, a fixação dos jovens e o aproveitamento dos solos agrícolas e florestais. Esta conferência destina-se precisamente a dar exemplos de boas práticas e oportunidades para o sector agrícola na região de Viseu. A nossa região não consegue competir pela quantidade mas apenas pela diferenciação. Os empresários agrícolas devem apostar em produtos inovadores, de elevada qualidade, com métodos produtivos modernos e um marketing apurado. Devem

A nossa região não consegue competir pela quantidade mas apenas pela diferenciação”

ViseuEconómico

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apostar na ligação ao ensino superior e profissional como fonte de conhecimento e aumento de competitividade. Se as empresas não tiverem produtos diferentes ou percebidos como diferentes, o fator preço pesará muito mais e as empresas nacionais não têm dimensão para competir pelo preço. O IPV tem particulares responsabilidades pois tem de ser o motor da inovação e diferenciação. Em rede com outras instituições do ensino superior, a Escola

Superior Agrária de Viseu deve gerar jovens muito qualificados e promover a investigação aplicada no setor agrícola para permitir o desenvolvimento de novos produtos ou processos.



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Contributos para o Futuro O sector agrícola e agroalimentar nacional tem revelado capacidade para resistir e, nalguns casos mesmo progredir, num contexto de instabilidade e de sucessivas alterações de modelos e políticas agrícolas, em paralelo com uma globalização crescente e concorrência cada vez mais feroz. Assim, é necessário vencer desafios de natureza económica, ambiental e territorial, entre os quais se encontram a volatilidade dos preços e a crise económica, as emissões de gases com efeito “estufa”, a conservação dos solos e a qualidade das águas e do ar, a preservação dos habitats e da biodiversidade, a vitalidade das zonas Eco-rurais para além da tão relevante segurança alimentar (num futuro próximo de nove mil milhões de pessoas que precisarão de ser nutridas). Viseu é uma região com uma forte componente agrícola e agroalimentar, sector à volta do qual gravita um infindável número de atividades conexas que, em conjunto, constituem um verdadeiro “espaço de desenvolvimento integrado”. No entanto, este espaço de desenvolvimento tem que ser dinâmico e, sobretudo, tem que saber chamar a si a mais-valia do seu contributo para a diminuição do défice da Balança Alimentar do nosso País. Um dos desafios assenta numa aposta clara no conceito de fileira dos vários produtos endógenos e na inovação, tanto ao nível do produto, como da embalagem e dos serviços agregados, alicerçadas na tão necessária formação, desafio este que só será ganho com o incentivo na formação de técnicos especializados e em atividades de investigação

João Paulo Gouveia Docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu

e desenvolvimento (I&D). Numa época em que a agricultura em geral é cada vez mais parte da solução dos nossos problemas e um motivo de “desenvolvimento integrado”, com forte impacto positivo na coesão territorial, num ambiente de mudança de quadro comunitário e de “efervescente” interesse por esta tão nobre atividade, num contexto de alteração das regras administrativas para o exercício da atividade, este seminário tem por objetivo dinamizar o debate profícuo com ge-

Viseu é uma região com uma forte componente agrícola e agroalimentar”

ViseuEconómico

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ração de novas ideias, bem como dar a conhecer casos de sucesso de produtos da nossa terra, sem esquecer a inovação como fator de agregação de valor ao produto num conceito de fileira. Desta forma esperamos contribuir para a melhoria do presente como alicerce de um futuro mais verde e gerador de novas oportunidades.


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A agricultura é historicamente o mais estratégico dos sectores da economia para todos os países e sociedades, por razões essencialmente de soberania, as quais que vão muito para além da produção, transformação e comercialização de bens. Por isso se compreende que mesmo países com condições naturais menos boas para a produção agroalimentar não sejam excepção a tal regra, nunca estando dispostos a ter um grau de dependência alimentar do exterior demasiado elevado. O que em tais casos procuram fazer é desenvolver ao máximo o seu potencial produtivo por forma a que, com os recursos gerados pela exportação dos bens em que são competitivos, importarem aqueles em que não são competitivos. Foi por estas razões que a U.E. criou a Política Agrícola Comum (PAC), que veio a ser a sua primeira e mais prioritária política comum e, durante muitos anos, a única. O seu sucesso foi tão grande que conduziu em pouco mais de uma década à acumulação de produções excedentárias que o mercado europeu não conseguia escoar e que só à custa de subsídios podia exportar. Excedentes, subsídios e sistemas de preços de garantia, que conduziram a custos orçamentais incomportáveis. Daí o processo de reformas da PAC a partir do início dos anos noventa do século passado, que obedecia a uma lógica de redução da produção e das despesas. Porque se pensava que o problema alimentar da europa e do mundo estava resolvido, a agricultura deixou de ser uma prioridade política na União Europeia (U.E.) e na generalidade dos países desenvolvidos. Porém, há

cerca de cinco anos, ocorreram dois factos que estão na origem de uma reviravolta na forma de a sociedade encarar a actividade agrícola. O primeiro foi a crise dos mercados alimentares de 2007-2008, que conduziu a situações de rotura alimentar em vários países e que acabou com o mito de que o abastecimento alimentar da humanidade, estava garantido para todo o sempre. O segundo foi a melhoria do nível de vida de muitas populações que, em paralelo com o aumento estimado da população mundial, levou a um aumento sustentado da procura alimentar estimado em mais de 70% até ao ano de 2050. Por tais razões, os cidadãos e os media voltaram a tomar consciência da importância estratégica que a agricultura tem na sociedade em que vivemos. Daí o seu regresso ao centro da Agenda Política, a contrastar com o ostracismo a que foi votada nos últimos anos. Como dizia há anos o sociólogo francês Jean Viard no jornal Liberation, “L’agriculture, c’est l’un des grands métiers du futur”. No caso do nosso País, esta importância estratégica da agricultura ganhou ainda mais razão de ser, tendo em conta que, com a crise económica, reduzimos a nossa capacidade para importar bens alimentares. Por outro lado, a evolução das exportações agro-alimentares dos últimos anos, mostra que Portugal tem sido capaz de aumentar as suas exportações, reduzir, noutros casos, as suas importações e, em geral, melhorar a sua taxa de auto-aprovisionamento. Tal como no conjunto do País a, agricultura na Região Centro (de que a da área de Viseu é parte naturalmente

Paulo Neto

A Região Centro e a Balança Alimentar

Arlindo Cunha Professor da Universidade Católica-Porto e Presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão; ex-Ministro da Agricultura

integrante) também sofreu uma profunda transformação desde a adesão à U.E., tendo hoje menos de metade dos activos e do número de explorações, mas produzindo melhor qualidade e a preços

Porque se pensava que o problema alimentar da europa e do mundo estava resolvido, a agricultura deixou de ser uma prioridade política na UE” ViseuEconómico

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mais baixos e sendo muito mais competitiva. Esta evolução é particularmente visível nos sectores tradicionais da região, como sejam as frutas (incluindo a castanha, a noz e a avelã), diferentes tipos de legumes, os vinhos, o leite de vaca, de ovelha e de cabra e o queijo, não esquecendo as culturas de regadio do Baixo Mondego, com destaque para o milho e o arroz. Em paralelo com a agricultura importa sublinhar a importância estratégica da floresta, com destaque para as fileiras do pinho e do eucalipto, mas também para certas folhosas e sistemas silvo-pastoris com grande importância na produção pecuária das zonas de montanha. A par destes sectores com provas dadas, que urge desenvolver e potenciar, importa também referir novos sectores que vão surgindo, como sejam em particular na área do Dão-Lafões os pequenos frutos, ou os novos clusters energéticos ligados à floresta.

Estando em vias de aprovação uma nova PAC para o período de 2014 a 2010, incluindo a sua componente de desenvolvimento rural, importa assegurar que a sua aplicação no nosso País corresponda às nossas reais prioridades de produzir mais e melhor, já que esta política comum concede já actualmente uma apreciável margem de manobra aos Estados Membros para definirem as suas próprias prioridades internas. É neste contexto que sublinharia brevemente quatro prioridades para a política agrícola portuguesa do próximo futuro: i)privilegiar e premiar os agricultores que produzem efectivamente, nos critérios de atribuição dos pagamentos directos (Fundo Europeu Agrícola de Garantia – FEAGA); ii) concentrar a esmagadora maioria dos recursos do Programa de Desenvolvimento Rural (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural - FEADER) nos apoios ao investimento produtivo, dirigidos especialmente ao aumento da produção e à melhoria da competitividade das explorações; iii) apoiar a reorganização e profissionalização das cooperativas e agrupamentos de produtores, sob pena de não conseguirmos mobilizar o enorme potencial produtivo da agricultura familiar; iv) criar uma política simplificada para a pequena agricultura, quer no que respeita à atribuição das ajudas ao rendimento, quer nos apoios ao investimento, quer em matérias de fiscalidade e licenciamento de actividade; e v) não menos importante, regular as relações entre a produção e grande e média distribuição, por forma a que estas sejam uma força mobilizadora da produção nacional e não um cavalo de tróia para tudo o que é importado.


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Assinalar Viseu, em expressão actual, conduz-nos a “links” obrigatórios como Douro, Dão, Lafões, Serra da Estrela, entre outros. Têm-se vinhos, carnes, frutos, cereais, lacticínios como parte integrante deste Território de reconhecido valor gastronómico, sensorial e cultural, mas que, não reclamam a si igual expressão económica. Todavia, propõem-nos uma menor dependência alimentar, dão-nos identidade única, história(s), geram-nos equilíbrio. No respeitante aos lácteos, tê-lo-ão sabido Viriato e os seus guerreiros/Pastores. Estes escolheram, para tal, animais pequenos, fáceis de esconder, rústicos, utilizadores de recursos que outros se mostram incapazes, fertilizadores e ordenadores da nossa floresta no pastoreio de percurso e pelo maneio a que estão submetidos. O isolamento, o tempo e a acção do Homem trouxeram-nos uma raça ovina, a Serra da Estrela. Criada por e para este habitat, a ovelha é generosa oferecendo carne, pele, lã, leite e derivados. Quem não se recorda do movimento periódico de animais em busca de alimento, a Transumância, em que a última, a de Verão, resistiu até 1997. Ora, foi com um conjunto de inúmeros pastores, donos de pequenos rebanhos, sem a terra necessária à instalação de pastagens que garantissem auto-suficiência alimentar dos efectivos, que se obteve o mais notável dos lácteos –O Queijo Serra da Estrela. A linha férrea da Beira Alta muito contribuiu para a valorização comercial deste alimento, fora do território de origem e do qual se geravam pequenos excedentes individuais, transaccionados nos mercados locais, satisfeito

DR

Novas perspectivas para os produtos lácteos

João Madanelo ANCOSE

o autoconsumo e o pagamento de utilização de terras pelo rebanho. Foi neste quadro, com a figura de pastor/produtor de pequena dimensão, que em 2004 estavam legalmente habilitadas a produzir e comercializar, isto é, licenciadas, com número de controlo veterinário atribuído, numa área de 3120 Km2, 288 queijarias para um efectivo de pequenos ruminantes de 140000 animais. Facto interessante, ter-se quase uma queijaria por cada 10 Km2. Os hábitos de compra e consumo, a destruição dos tradicionais circuitos comerciais, as obrigações e dinâmicas empresariais, impostas a quem não é empresário, nem estava preparado para tal, a quem não quer gerar lucro pelo lucro, as atrapalhações administrativas, o direccionamento dos apoios financeiros, conduziram-nos a que, tenhamos na actualidade, apenas, 100.000 pequenos ruminantes e cerca de 110 queijarias activas.

Com esta capacidade produtiva instalada, esta Região oferta-nos, no pressuposto, de 40000 destas ovelhas em exploração da vocação leiteira, 5 milhões de litros de leite. Isto gera um valor de 20 milhões de euros, entre queijo, requeijão e borrego de leite (peso vivo inferior a 12 Kg) a preços correntes de mercado. Porém, o uso da figura da Denominação de Origem Protegida-DOP (Queijo Serra da Estrela; Requeijão Serra da Estrela; Borrego Serra da Estrela) está aquém do seu potencial. Entre a confusão de identificação e identidade dos lácteos Serra da Estrela pela generalidade dos consumidores e apesar da passível qualificação destes, a adesão da produção à certificação da origem é baixa. Propunha-se, com a figura da DOP, garantir ao consumidor e proporcionar mais valia ao produtor, não se evidenciando esta última, pois a pequena dimensão dos produtores não se adaptou

ViseuEconómico

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à distribuição alimentar centralizada dos novos espaços comerciais, por nós, consumidores, eleitos como locais de compras privilegiados, e à turva política comercial de compra com base no preço baixo. Num planeta exaurido, que duplicou a população em 40 anos, chegou o momento de contrariar o fenómeno da globalização alimentar. Cuidemo-nos, consumindo o produzido no local. Retiramos, deste gesto, uma menor pegada ecológica e com facilidade garantimos maior frescura alimentar. A educação alimentar, as refeições nas cantinas e bares das escolas, as propostas dos cardápios da restauração local (turismo gastronómico) são instrumentos fulcrais para a sustentabilidade dos nossos lácteos e do que eles representam, além do alimento. Recorde-se que o consu-

Utópico, logo não impossível, aguardar uma lei facilitadora do uso da terra”

mo de lácteos (Cf.Eurostat) na Finlândia em 1999 era de 193 Kg/per capita/ano e em Portugal era de 111Kg. Um grego consome cerca de 27Kg de queijo/ano, um francês 24 Kg e um português 9Kg.

Fazendo jus à nossa condição de mamíferos, procurando a todo o momento a substituição do leite materno, talvez possamos incrementar o nosso consumo de queijo, pela fonte de proteína e cálcio, este relevante para uma população com osteoporose. A avaliação e comunicação das diferenças dum leite de ovelha, que é produzido com base ou exclusivamente em pastagens (leite de ovelha Serra da Estrela) e o coagulante é vegetal, flor de cardo, Cynara cardunculus (Queijo Serra da Estrela) com propriedades nutracêuticas, trazem vantagens comparativas que precisamos evidenciar, e demais aspectos de foro nutricional. A oferta e enriquecimento do nosso cabaz de lácteos com novos e ressurgidos alimentos é já hoje possível com queijo de ovelha fresco, manteiga de ovelha, iogurte da ovelha Serra da Estrela ou algo a criar como gelados de leite de cabra ou ovelha. A produção de leite de cabra em algumas paragens para consumo em natureza constituirá uma forte mais-valia. Utópico, logo não impossível, aguardar uma lei facilitadora do uso da terra, associada a programas de apoio financeiros à compra de pequenos ruminantes autóctones permitiriam um redimensionamento das explorações e consequente, aumento dos efectivos leiteiros com dimensão empresarial e assim, equacionar a possibilidade de conquista do mercado externo com a preocupação de pautar por uma regular e referenciada qualidade. Reafirmando, um provérbio africano, mais do que caminhar sozinho para ir depressa, precisamos de caminhar juntos para ir longe.


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Oportunidades na horticultura nacional

DR

ção edível anual de 83 kg, as hortaliças representam apenas 12% da ingestão estimada de alimentos na dieta portuguesa (excluindo bebidas). O reequilíbrio da dieta com o consumo recomendado de hortaliças traria benefícios de saúde para a população, através de uma dieta de menor densidade calórica e rica nos fitoquímicos benéficos das hortaliças: compostos fenólicos, terpenóides, glucosinolatos e tiosulfuretos. As hortaliças têm também uma função decorativa e de estímulo dos sentidos de uma forma que os chefs sabem valorizar. A alimentação portuguesa pode aumentar e diversificar o seu uso de hortaliças alimentares e condimentares.

Domingos Almeida Professor da Faculdade de Ciências, Universidade do Porto Horticultura nacional: um potencial subaproveitado

A horticultura é um dos principais sectores da economia agrária nacional e aquele onde o valor acrescentado é mais elevado. O sector produz cerca de 1100 milhões de euros numa área total de cerca de 46 mil hectares. Ou seja, 18% do valor total da produção da agricultura nacional provêm de apenas 1,3% da superfície agrícola utilizada. As condições naturais constituem uma enorme vantagem competitiva: o território continental português tem 1,6 a 2,2 vezes mais radiação e 2,2 a 2,8 mais horas de sol no período de inverno do que a Holanda e mais de 75% dos dias do ano têm uma temperatura média superior a 10 ºC. Associada à rega, estas condições naturais são uma vantagem inestimável, não fosse a horticultura uma forma de converter luz solar gratuita

em alimentos de alto valor acrescentado. Há ainda muito espaço para aproveitar as potencialidades desperdiçadas: em 2010, Portugal exportou 62,6 milhões de euros e importou 146,2 milhões de euros (inclui-se melões e morango e excluise a batata e o tomate de indústria que obscurecem as estatísticas). A importância social da pequena horticultura familiar

Em tempos de crise não é despiciendo considerar o importante papel económico e social da pequena horta familiar. Estes espaços de pequena produção hortícola existem em 65% das explorações agrícolas nacionais e, em conjunto, ascendem a cerca de 20 mil hectares (0,54% da superfície agrícola utilizada). O seu papel na economia doméstica não está avaliado, mas representam em muitos casos a diferença entre a pobreza e a miséria e

contribuem em muito para a resiliência do espaço rural em tempos de crise. Hortaliças na alimentação

O grupo das hortaliças deve representar 23% da ingestão alimentar. No entanto, com uma capita-

Em tempos de crise não é despiciendo considerar o importante papel económico e social da pequena horta familiar” ViseuEconómico

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Revisitar modelos de negócio antigos e explorar novos modelos

Existem vários modelos de negócio para ganhar dinheiro com a horticultura. Portugal adopta poucos. Desde modelos de negócio do tipo pick-your-own, a sistemas de produção de semente, às formas emergentes de horticultura. As novas formas de horticultura, como por exemplo, a horticultura urbana, a horticultura terapêutica, a horticultura pedagógica, o interior plantscaping e todas as formas de incorporação de culturas hortícolas em cons-truções – coberturas verdes de edifícios, jardins verticais, edifícios verdes, produção em arranha-céus – geradas pelo diálogo en¬tre as Ciências Hortícolas e disciplinas como a Arquitectura, a Engenharia Civil, a Psicologia e outras áreas disciplinares, estão a criar oportunidades para os empreendedores.


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11| abril | 2013

Apostamos em parceiros e produtores rigorosos e exigentes Presente há 21 anos em Portugal, a McDonald’s têm procurado evidenciar cada vez mais os seus valores de marca global mas relevante localmente. A par da introdução de produtos adaptados ao gosto dos portugueses, o reforço das parcerias com fornecedores locais tem sido uma prioridade, reforçando assim o compromisso de contributo da marca para a economia local. Sempre que é estabelecida uma nova parceria, entre um fornecedor nacional e a McDonald’s, são atingidos requisitos quantitativos e qualitativos, onde destaco o desenvolvimento de práticas de sustentabilidade, requisitos que permitem a certificação deste como fornecedor oficial da McDonald’s, dotando-o da possibilidade de parceria não só com o mercado nacional, mas com outro mercado onde a McDonald’s está presente. São exemplo disso, os exportadores de matériaprima (caso da cebola fresca cultivada no Alqueva), os parceiros de produtos com sabores tradicionais portugueses (caso do Sundae Pera Rocha DOP e Maçã de Alcobaça IGP). Desde sempre que a McDonald’s desenvolve uma cultura de exigência e de parceria contínua, baseada no acompanhamento permanente dos seus fornecedores. Apostamos e investimos em parceiros e produtores que, tal como nós, são rigorosos e exigentes e que nos permitem oferecer sempre os melhores produtos aos nossos consumidores. Em Portugal, contamos já com cerca de 35 fornecedores nacionais, fruto do desenvolvimento da marca

Introdução de produtos locais como o caso das saladas (azeite), sopas, fruta e vegetais – que permitiram a introdução de fornecedores locais”

Marta Moreira Gestora da Qualidade McDonald’s Portugal e Sul da Europa

e de produtos adaptados ao gosto dos consumidores portugueses. Nestes 21 anos, este esforço contínuo foi reforçado sempre que tínhamos possibilidade de introdução de novos produtos: - Quer através da introdução de produtos locais como o caso das saladas (azeite), sopas, fruta e vegetais – que permitiram a introdução de fornecedores locais. - Quer da alteração de procedimentos operacionais que nos permite destacar

áreas de excelência da agricultura nacional – como o tomate fatiado. - Em 2010 conseguimos finalmente iniciar a compra de carne de vaca nacional para incorporar na produção dos nossos hambúrgueres. - Em 2012 asseguramos uma transferência importante na compra de produtos frescos em Portugal. Acreditamos que estas parcerias e investimento contínuo em Portugal e nos fornecedores portugueses continuarão a fazer parte

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da nossa filosofia, apostando assim na evolução, inovação e incorporação de valor nacional.


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Projetos de investigação

CARDOP

Equipa CARDOP

No momento atual, vários são os projetos, em curso e sob a forma de intenção, nas variadas vertentes, para ultrapassar as limitações competitivas da fileira dos produtos tradicionais de qualidade (DOP), designadamente o queijo “Serra da Estrela”. Neste sentido, a Escola Superior Agrária de Viseu-IPV, estabeleceu uma parceria com a Universidade CatólicaCentro Regional, o Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, considerados centros de investigação de referência nos estudos científicos do Cardo (Cynara cardunculus L.), utilizado na produção do queijo DOP “Serra da Estrela”. Para além destas instituições de cariz científico, contamos com a colaboração da ANCOSE, DRAPCentro, a Casa da Ínsua (Visabeira) e a APPACDM. Este projeto, intitulado

CARDOP, fruto de uma “simbiose” entre a planta CARDO e a designação DOP, visa contribuir para a valorização de um ícone do mundo rural, o queijo “Serra da Estrela”, através de uma das suas matériasprimas, a flor do cardo que contém um coagulante vegetal imprescindível para a produção do Queijo DOP “Serra da Estrela”. O coagulante vegetal natural é obtido a partir de flores de cardos silvestres, que crescem espontaneamente nas paisagens Beirãs e que são colhidos numa ampla área geográfica que excede os limites impostos pela legislação DOP (Regulamento da Comunidade Europeia nº 510/2006) e cujas enzimas proteolíticas solúveis presentes nos pistilos, são adicionadas ao leite crú para promover a sua coagulação. Temos como meta, no âmbito

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deste projeto, caracterizar exaustivamente o cardo desta região de Denominação de Origem do Queijo Serra da Estrela, para podermos no futuro transferir o conhecimento aos produtores da região por forma

CARDOP, fruto de uma “simbiose” entre a planta CARDO e a designação DOP”

a poderem criar queijo por design de uma forma mais padronizada, mas simultaneamente diferenciada na riqueza da diversidade de texturas, sabores e aromas, criando produtos únicos e irrepetíveis. Num tempo de inovação, na qual acreditamos, julgamos que é crucial perpetuar saberes, recriar tradições e recuperar “credos” que se estão a esvaziar dos territórios, destes nossos territórios, de essência natura e potencial biotecnológico. Um dos objetivos da divulgação deste projeto prendese com uma estratégia de unir esforços em prol de um produto de referência e de uma região, numa lógica de criarmos valor com o território do qual este ícone é uma referência. Paulo Barracosa Docente ESAV | IPV


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aplicada - ESAV

AquaSense

O projeto AquaSense enquadra-se nas áreas de investigação e desenvolvimento de uma nova geração de soluções em agricultura de precisão e visa desenvolver e melhorar processos e produtos relevantes que passam contribuir para: • Uma racionalização do uso de água para rega, adequando-o às necessidades reais em cada momento de acordo com as especificidades da cultura e do seu modo de condução; e • Uma utilização racional de produtos fitofarmacêuticos, adequando a sua aplicação ao risco efetivo de ataque de pragas e doenças. Desta forma, o projeto tem como objetivo central o desenvolvimento de uma plataforma integrada, abrangente e amigável, com aplicação comercial de baixo custo, de acesso on-line,

que, suportada na monitorização ambiental em tempo real, além da geração de relatórios, alertas e recomendações, constituindo assim como uma ferramenta de apoio à decisão, permitirá também o controlo autónomo da rega. Pretende-se, na fase de projeto, construir uma estrutura genérica (Framework), aplicável a pomar e vinha, testada nas parcelas da empresa agrícola copromotora, que no futuro será adaptada a outras culturas e outras localizações. Na componente de gestão da rega, a plataforma integrará modelos de avaliação das necessidades hídricas (MANH), que estimam os consumos em água do coberto vegetal a partir da monitorização de variáveis meteorológicas (temperatura e humidade do ar, velocidade do vento e radiação solar) e/ou da

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monitorização dos perfis de humidade do solo através de sondas capacitivas instaladas nas parcelas, e um

Na componente de gestão da rega, a plataforma integrará modelos de avaliação das necessidades hídricas”

modelo de planeamento e controlo de rega (MPCR) que, com base na informação dos MANH e noutros parâmetros técnicos definidos pelo utilizador, estabelece o programa de condução e controlo da rega. Na componente de gestão fitossanitária a plataforma integrará modelos meteorológicos de previsão de pragas e doenças, uma interface para monitorização fitossanitária no campo e uma interface de apoio à programação dos meios de luta. O consórcio do projeto é constituído por três entidades: A UAVision (promotor líder), empresa tecnológica, sediada em Torres Vedras, com vasta experiência na I&D de produtos inovadores com mais de 2000 sensores, 300 estações e 35 sistemas de automação instalados e em funcionamento; A Sociedade Agrícola Terra da Eira, exploração com 122 ha, localizada no Cadaval, focada na produção frutícola de alta qualidade, com forte componente de exportação indireta e com produção própria de vinho para comercialização com marca própria; e o Instituto Politécnico de Viseu, que através de um grupo de investigadores da Escola Agrária, com experiência e competências nas áreas de hidrologia e hidráulica agrícola, viticultura e proteção das culturas, assume a responsabilidade científica. Participam ainda, como entidades externas, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa e a Frutus – Estação Fruteira do Montejunto CRL. O projeto AquaSense tem duração de 3 anos e conta com o apoio do QREN SI I&DT (projeto em Copromoção). Pedro Rodrigues Docente ESAV | IPV



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Jornal do Centro 11 | abril | 2013

economia Conselho Empresarial da Região de Viseu quer “crescer”

A Gerente da Expovis garante regresso dos certames e anuncia feira do termalismo

Expovis estuda nova estratégia para as feiras setoriais Polémica∑ Cancelamento da ‘Movelar’ e da ‘Viseu Noiva’ criticado O gerente executivo da Expovis, José Moreira diz que a empresa está a “repensar uma nova estratégia para as feiras setoriais” daí ter suspendido, pelo segundo ano consecutivo, a ‘Movelar’ e a ‘Viseu Noiva’. “Não faz sentido manter o modelo, quando havia um conjunto de dificuldades em levar os expositores [às feiras]. Estamos a criar uma estratégia de revitalização dessas e de outras feiras”, adiantou José Moreira sublinhando que os certames não acabaram e deverão regressar em 2014 num novo formato. José Moreira reage assim às críticas que têm vindo a ser feitas por parte de alguns empresários habituados a expor as suas coleções, nomeadamente, empresários ligados ao setor dos casamentos.

O gerente executivo da expovis escusou-se a fazer mais comentários, mas é público que a falta de adesão dos expositores às feiras foi uma das causas para suspender as mesmas. Um participante da’ Viseu Noiva’ adiantou ao Jornal do Centro que a falta de expositores na edição do ano passado prendeu-se com a data da mesma. “Queriam fazer em abril e esta feira tem que acontecer no máximo em finais de janeiro”, comentou. Também a candidatura de José Junqueiro à Câmara de Viseu criticou o cancelamento das feiras temáticas e defendeu que a missão da Expovis - Empresa de promoção e eventos responsável pela realização da feira de S. Mateus e outros certames temáticos - deve ser repensada. O gerente executivo sa-

lientou ao Jornal do Centro que a empresa não pretende deixar de promover os eventos. José Moreira reforçou que a nova estratégia para os certames setoriais pode mesmo passar por realizar outras feiras. A prometida Agrobeira – exposição de produtos agrícolas, em 2010 continua em cima da mesa e a feira do termalismo deverá acontecer em 2015. “Não queremos reduzir a Expovis à realização da Feira de S. Mateus. A feira do termalismo é uma ideia que está a ser estudada e acho que a Expovis tem toda a legitimidade para avançar com uma feira dessas”, avançou José Moreira alertando que “devem ser feiras rentáveis, de qualidade e eficazes”. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt

Emília Amaral

Publicado em Diário da República, no passado dia 3, o Grupo de Trabalho Interministerial é “uma vitória”, como referiu a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) em comunicado. Este Grupo tem como principal intervenção a avaliação da situação fiscal, económica, financeira e dos custos de contexto das empresas da Hotelaria, Restauração e Bebidas. A criação deste grupo de trabalho já estava prevista no Orçamento de Estado (OE) 2013 e prevê agora a participação de cinco secretários de Estado (Assuntos Fiscais, Turismo, Cultura, Saúde e Segurança Social) que irão trabalhar em conjunto com os representantes dos sectores. “Congratulamo-nos, igualmente, com a recetividade do Governo ao aceitar as nossas sugestões para alargar a base de trabalho deste Grupo para, além do regime fiscal previsto no arti-go 254.º do Orçamento de Estado de 2013, até aos custos de contexto e outros fatores económicos que muito têm prejudicado a performance das empresas do setor, nossas associadas”, refere no mesmo comunicado. No despacho, que cria o grupo de trabalho, que exercerá funções em “estreito” contacto com a comissão de orientação estratégica para o turismo, o Executivo realça que no seu entendimento “as preocupações manifestadas por estas confederações e associações solicitam a avaliação do regime fiscal e apontam, também, para a necessidade de avaliar o contexto económico-financeiro que presentemente, e por várias vias, se coloca especificamente aos referidos secto-res”. “Assim é com grande expectativa, que a AHRESP anseia, que até 31 de Julho [data em que o grupo de trabalho apresentará um relatório], sejam apresentadas soluções para no imediato resolverem os graves problemas das empresas, colocando em causa a qualidade da nossa oferta turística e a sua indiscutível liderança na balança nas exportações de Portugal”, conclui a associação, em comunicado. MC

Nuno André Ferreira (arquivo)

AHRESPCONGRATULA-SE COMACRIAÇÃODE GRUPODETRABALHO PARAESTUDARIMPOSTOS

A Associação Empresarial de Mangualde e a Associação de Lafões podem vir a fazer parte do mais recente órgão empresarial de Viseu, criado no passado mês de março. O Concelho Empresarial da Região de Viseu, criado pela Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV) e a Associação Comercial do Distrito de Viseu (ACDV), tem como objetivo “tornar o setor empresarial mais forte, mais representativo e ter maior poder negocial junto das autoridades, com serviços para aos empresários”, explicou João Cotta, presidente da AIRV. Embora tenha como sócias fundadoras a AIRV e ACDV este novo órgão tem mantido alguns contactos com outras associações que se mostram recetivas a ingressar no projeto, como afirmou João Cotta: “Já contactamos várias associações, nomeadamente as associações de Mangualde e de Lafões, que se mostraram bastante recetivas a ingressarem neste projeto, mas certamente have-

rão outras”. A “associação de associações” que, segundo João Cotta, vai criar “sinergias de recursos, maior representatividade, maior poder negocial e a delegação de competências do governo central, para este concelho empresarial”, está agora numa fase inicial. “É um primeiro passo de fusão, no fundo vamos aprender a trabalhar em conjunto, com várias atividades. É um namoro e se tudo correr bem, daqui a um/dois anos casamos. Estamos nisto com muito boas inten-ções e com grande vontade de criar sinergias e de trabalhar em prol dos empresários”, explicou o presidente da AIRV. Quanto ao arranque, apenas por parte da AIRV e ACDV, João Cotta referiu que se deve “à maior representatividade que têm e visa apenas facilitar o diálogo e a construção do modelo. Não houve tentativa de exclusão, apenas acreditamos que é mais fácil e mais rápido fazer as coisas com menos gente”. MC


Jornal do Centro

16 ECONOMIA | INVESTIR & AGIR

11 | abril | 2013

Código de trabalho debatido em seminário A Unidade Local de Viseu da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) promove o seminário “Código do Trabalho”, na próxima terça-feira, dia 16 de abril, a partir das 9h00, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTGV) do IPV. A iniciativa decorre no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Segu-

rança e Saúde no Trabalho e do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Tra-

balho. O presidente do Instituto Politécnico de Viseu,

Fernando Sebastião, o presidente da ESTGV, Paulo Mendes e o inspetor-geral do trabalho, Pedro Pimenta Braz são os oradores convidados do encontro. Integrado nas mesmas comemorações, realiza-se dia 23, o seminário “Prevenção das Doenças Profissionais”, no auditório do Hospital S. Teotónio, a partir das 9h00. EA

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CA ANDID DATUR RAS A ABERTA AS 1os AVISSO DE CO ONCURSO O 20133 De 22 d de Abriil até às 17:30h dde 31 de e Maio o de 2013

SUB BPROGR RAMA 3 –– DINAM MIZAÇÃO DAS ZON NAS RUR RAIS Med dida 3.1 DIVERSIFIICAÇÃO D DA ECONO OMIA E CR RIAÇÃO DEE EMPREG GO x Acçção 3.1.2.. “Criação e Desen nvolvimen nto de Miccroempreesas” Investime ento Total Elegível: o A Actividadess transform mação e com mercializaçã ão de produ utos agrícol as: 5.000€ € e 25.000 0€ o IInvestimentos com criiação e/ou desenvolvimento de M Microempreesas: 5.000€ e 250.000€

x Acçção 3.1.3.. “Desenvolvimentto de Actiividades T Turísticas e de Lazer” Investime ento Total Elegível: o SServiços de e recreação e lazer: 5..000€ e 50 0.000€ o A Alojamento o turístico n na tipologiaa de TER – C Casas de Campo: 5.0000€ e 166.500€

Med dida 3.2 MELHORIIA DA QUA ALIDADE DE VIDA x Acçção 3.2.1 “Conserrvação e V Valorização do Património Ruural” Investime ento Total Elegível: o C Conservaçãão e valoriza ação do pattrimónio ru ural: 5.000 0€ e 99.0000€

x Acçção 3.2.2 – “Serviço os Básicoss para a População Rural” Investime ento Total Elegível: o SServiços báásicos para a a população o rural: 5.000€ e 14 4.000€

Consulte o Avviso de Ab bertura do o Concurso em www w.add.pt ou em ww ww.prode er.pt Rua D D. Manuel II, Lote 2, Caave – 3550 –– 147 Penalva do Caste elo Telefon ne – 232642632

Clareza no Pensamento (http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Três tópicos sobre a região de Viseu

Alfredo Simões Docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu asimoes@estv.ipv.pt

Recentemente, tive de reler o Programa Nacional da Politica de Ordenamento do Território (PNPOT) e o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROTCentro, versão ainda para aprovação). Um e outro são peças essenciais do planeamento no país e na região Centro. Muitas vezes, porém, ficam esquecidos como se, pelo facto de estarem escritos, já tivessem cumprido a sua função. Mas, numa altura em que se prepara a estratégia regional para o período 2014-2020 (e as estratégias para as próximas eleições locais) vale a pena recordar alguns aspetos, particularmente, no que respeita ao papel de Viseu e desta sub-região no contexto mais alargado do Pais. Vale a pena salientar três tópicos recolhidos do PNPOT em “Dão-Lafões - opções para o desenvolvimento do território” TÓPICO 1 - a necessidade da sustentação do “dinamismo de Viseu, reforçando a sua articulação com as cidades do Centro Litoral” e da valorização do seu “papel estratégico para a estruturação de um eixo de desenvolvimento” para o interior. Por outro lado, é defendida a importância da exploração de sinergias no ensino superior local para estimular a investigação e o empreendedorismo e desenvolver atividades intensivas em conhecimento e tecnologia em articulação com as universidades do litoral e das regiões fronteiriças espanholas. No âmbito deste tópico vale a pena considerar ainda a importância da exploração da “posição estratégica de Viseu na rede de transportes nacional e transeuropeia”. Os aspetos citados evidenciam um caminho que Viseu tem de percorrer porque ele traduz a função de charneira que

desempenha na RC e em Portugal. Por isso, são importantes as ligações ao Litoral mas também ao interior e a Espanha (funções urbanas, I&D e transportes). TÓPICO 2 – a importância do reforço da “dinâmica industrial do sistema urbano sub-regional”, a preservação das “condições de genuinidade dos produtos regionais de qualidade” e o reforço da sua “projeção e imagem nos mercados”, e ainda o fomento ao “turismo através da criação de um produto turístico que combine o potencial existente nas múltiplas vertentes: cultura, natureza, termalismo, enoturismo, gastronomia”. Neste tópico estão definidas as opções fundamentais para a base económica cujo desenvolvimento não poderá esquecer nem o tópico anterior e a importância das relações com o exterior nas três vertentes assinaladas (funções urbanas, I&D e transportes), nem o tópico seguinte que incita à coesão territorial. TÓPICO 3 – “estruturar o sistema urbano sub-regional, apostando na especialização e na complementaridade de equipamentos, infra-estruturas e funções urbanas, suportadas por soluções eficientes e inovadoras de mobilidade”. Trata-se, neste tópico, de promover a concertação intra-territorial, nomeadamente ao nível da gestão e que, neste momento, se prefigura mais facilitada com a criação das comunidades intermunicipais dotadas de competências próprias. A aposta desta sub-região “Dão-lafões” continua a exigir capacidade para olharmos para o conjunto do território e desenvolvermos as suas funções nos contextos mais alargados do espaço da R Centro e do Pais.


Jornal do Centro

INVESTIR & AGIR | ECONOMIA 17

11 | abril | 2013

Restaurante “Cascata de Pedra” em Mangualde valoriza produtos da região Localizado numa das entradas da cidade de Mangualde, o restaurante “Cascata de Pedra”, surge como uma lufada de ar fresco, na “carta” da restauração beirã. Um espaço amplo, moderno, que alia a natureza à boa comida tradicional e aos produtos regionais. Da carta destacam-se algumas iguarias como a “Posta à Mirandesa”, o “Cabrito Assado”, o “Bacalhau com Natas” ou a “Vitelinha no Forno”. A carta de vinhos, vasta e com uma seleção cuidada, faz também ela uma referência à região. Quando se fala na bebida mais apreciada dos portugueses Teresa

Silva, proprietária do espaço, é rápidana resposta, “temos vários vinhos com destaque para o “Adega de Mangualde”. Uma aposta no incentivo à produção local e sobretudo ao desenvolvimento da região. “Queremos ajudar a região, a cidade, e esta é a melhor forma de o fazermos”, conclui Teresa Silva. Uma mistura de sabores que só poderiam culminar com a seleção de doces, onde não faltam o tão apreciado Cheesecake, ou a Sericaia e os “Formigos à Cascata”. Chegados ao restaurante, e ainda do lado de fora, é possível vislumbrar vários jardins que conferem ao

Micaela Costa

Conceito∑ Um espaço moderno alia a natureza à boa comida tradicional

A

Manuel Silva e Teresa Silva, com uma vasta experiência na área da hotelaria, dirigem um gosto antigo, na cidade que os viu nascer espaço uma tranquilidade que convida a permanecer e a sentar numa das duas esplanadas que o “Cascata de Pedra” disponibiliza.

Novos modelos e feira de usados na Finiclasse

É já este f im- de-semana, 13 e 14, que o concessionário Finiclasse, em Viseu, abre portas pa ra uma exibição de grandes oportunidades StarSelection, a marca de usados da Mercedes Benz. Contudo a festa começa mais cedo e amanhã, 12, pelas 21h30 decorre nas instalações da Finiclasse a festa de lança-

mento dos novos modelos da marca Merdeces: o Classe E e novo CLA. Dois modelos que se apresentam em topo de forma e um indomável. Representantes da perfeição, expoentes máximos de tecnologia e segurança, com linhas ousadas e aerodinâmicas. Dois modelos que são o culminar da engenharia automóvel e um que não

consegue esconder a sua verdadeira natureza desportiva e arrojada. Os i nteressados em participar neste fim-desemana “Mercedes”, da Finiclasse, devem confirmar a presença durante o dia de hoje, quintafeira. Contactos através do 91 457 50 32 / 232 470 934 ou endereço de correio eletrónico (viseu@ finiclasse.pt). MC

Lá dentro, uma decoração minimalista, de cores suaves e espaços amplos - composto por uma sala restaurante com capacidade para Publicidade

cerca de 200 pessoas e ainda uma sala para eventos de menor dimensão, que comporta cerca de 70 pessoas. A par das duas salas de restaurante o “Cascata de Pedra” disponibiliza ainda um espaço de Bar/café. Aberto desde o dia 27 de março, o “Cascata de Pedra”, nasce pela mão do casal, natural daquela cidade, Manuel Silva e Teresa Silva. Com vasta experiência na área da restauração, sempre no estrangeiro, dirigem agora um gosto antigo, na terra que os viu nascer. “Já trabalhamos no ramo há vários anos, mas no estrangeiro. A ideia de regressar sempre esteve

presente e embora não fosse este o nosso objetivo, achámos que pela nossa experiência, deveríamos apostar”, explica Manuel Silva. O restaurante, situado na rua Fernão de Magalhães, nº14, está aberto de segunda a domingo (com folga semanal à quarta-feira), das 12h00 às 22h00, o bar segue as mesmas regras, apenas com a alteração do alargamento do horário até às 02h00. Para reservas ou mais infromações contactar através do 232 621 311, endereço de correio eletrónico, geral@ cascatadepedra.pt. Micaela Costa


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Jornal do Centro 11 | abril | 2013

desporto JOGOS DESPORTIVOS DE VISEU JÁ TÊM DATA

Segunda Liga P 81 59 57 54 53 52 52 51 51 50 50 47 46 46 43 40 37 33 29 28 27 24

J 34 34 35 35 34 34 34 34 35 34 35 35 34 34 34 34 34 33 34 34 34 34

V 25 17 15 13 14 14 13 13 14 13 13 13 10 11 12 10 11 8 6 5 6 4

E 6 8 12 15 11 10 13 12 9 11 11 8 16 13 7 10 4 11 11 13 9 12

D GMGS 3 63 28 9 52 38 8 41 29 7 41 37 9 47 36 10 60 44 8 48 37 9 45 39 12 38 35 10 41 35 11 48 43 14 41 48 8 37 34 10 44 44 15 40 49 14 47 51 19 29 38 14 29 40 17 26 47 16 28 43 19 35 59 18 17 43

34ª Jornada Belenenses Naval 1º Maio U. Madeira Benfica B Desp. Aves FC Porto B Feirense Freamunde Santa Clara Sp. Braga B Tondela

4-1 1-0 0-0 2-2 0-0 2-0 2-3 4-2 1-0 2-1 0-3

Guimarães B Sporting B Penafiel Oliveirense Portimonense Arouca Atlético Trofense Marítimo B Sp. Covilhã Leixões

35ª Jornada Atlético Trofense Arouca Guimarães B Marítimo B Sp. Covilhã Sporting B Penafiel Oliveirense Portimonense Leixões

-

Sp. Braga B FC Porto B Santa Clara Freamunde Feirense Benfica B Belenenses Tondela U. Madeira Naval 1º Maio Desp. Aves

Segunda Div. CENTRO 1 Ac. Viseu 2 Cinfães 3 Sp. Espinho 4 Pampilhosa 5 Operário 6 Benfica CB 7 Sousense 8 Anadia 9 Coimbrões 10 S. João Ver 11 Tourizense 12 Nogueirense 13 Cesarense 14 Bustelo 15 Lusitânia 16 Tocha

P 51 48 48 45 43 39 39 36 36 36 32 31 30 26 23 16

J 27 27 27 27 27 26 27 27 27 27 27 27 27 27 26 27

V 14 13 13 13 12 10 10 11 8 10 8 8 7 5 5 2

E 9 9 9 6 7 9 9 3 12 6 8 7 9 11 8 10

D GMGS 4 39 20 5 45 27 5 36 24 8 41 33 8 40 30 7 37 30 8 34 30 13 28 33 7 33 34 11 32 36 11 24 28 12 28 34 11 23 33 11 25 37 13 34 47 15 22 45

27ª Jornada Ac. Viseu AD Nogueirense Anadia Cesarense Lusitânia Operário S. João Ver Sp. Espinho

1-1 0-1 3-0 0-0 2-0 3-1 0-1 2-0

Tocha Benfica CB Cinfães Tourizense Sousense Sp. Bustelo Coimbrões Pampilhosa

28ª Jornada Ac. Viseu Benf. C. Branco Cinfães Coimbrões Sousense Sp. Bustelo Tocha Tourizense

-

Sp. Espinho Pampilhosa Cesarense Anadia Nogueirense Lusitânia S. João Ver Operário

Micaela Costa

1 Belenenses 2 Arouca 3 Leixões 4 Desp. Aves 5 Santa Clara 6 Benfica B 7 Sporting B 8 Oliveirense 9 Penafiel 10FC Porto B 11 Portimonense 12Tondela 13U. Madeira 14Naval 15Atlético CP 16Feirense 17Marítimo B 18SC Braga B 19Trofense 20Sp. Covilhã 21Freamunde 22Guimarães B

A Após o empate com o Tocha (1-1), o líder Académico de Viseu defronta este domingo o segundo classificado Espinho Futebol

Está tudo em aberto nas contas do título Mais uma jornada de decisões na II Divisão Centro. Os jogos deste domingo revelam-se de particular importância para as equipas viseenses que, a três jogos do final do campeonato, mantêm “acesa” a disputa para a subida à II Liga de futebol. Se por um lado o líder Académico reforçou a sua liderança, com o empate a um golo frente ao lanterna vermelha, Tocha, o Cinfães perdeu pontos, ao ser derrotado pela formação de Anadia por 3 a 0. Com este resultado a for-

mação de Viseu aumentou a vantagem, para três pontos, em relação aos segundos classificados, Cinfães e Espinho. Nas contas dos viseenses, agora com 51 pontos, em relação ao adversário Cinfães (48), é “permitido” perder um dos três jogos que faltam, desde que não seja este domingo frente ao Espinho, já que os viseenses têm vantagem no desempate no confronto direto - derrota por 1 a 0 e vitória por 3 a 0. Em relaçao ao Espinho, após o empate na primei-

ra volta, o Académico não pode perder o jogo deste domingo, precisamente frente ao seu adversário direto, pois ficaria em igualdade pontual, mas em desvantagem para os tigres da Costa Verde, no confronto direto. O jogo, que decorre no Fontelo, pelas 16h00, poderá ser decisivo para os viseenses, já que uma vitória deixa o Académico a um triunfo do título, nos dois últimos jogos, mesmo que o Cinfães vença o seu jogo. Já um empate deixa os viseenses em vantagem pon-

tual e também no goal average, Por último, a derrota pode deixar os viseenses em maus lençóis porque a acontecer ficam dependentes do Espinho perder pontos nas duas últimas jornadas. O Cinfães, que defronta o 12º classificado Cesarense, também não pode perder pontos, pois qualquer que seja o resultado no Fontelo, ganhar é a palavra de ordem para continuar a lutar pelo tão desejado lugar da subida. Micaela Costa

Futsal

Sporting de Lamego é campeão distrital e vai subir aos nacionais No distrital de Viseu de Futsal, o Sporting de Lamego é já virtual campeão, e vai assim na próxima época jogar na III Divisão Nacional. A duas jornadas do final do campeonato, os lamecenses garantiam

o título com uma vitória por 4 a 3 na deslocação ao Inter Futsal Tarouca. O Sporting de Lamego soma 50 pontos, mais sete que o Pedreles, actual segundo classificado, e faltam apenas disputar duas jornadas, ou

seja, há apenas seis pontos em jogo. Pedréles que está também muito perto de conquistar o segundo lugar nesta Divisão de Honra de Viseu, em futsal, e assim garantir a subida à III Divisão. Na penúlti-

ma jornada, joga no recinto do Ribeiradio, último classificado, e precisa apenas de um empate para garantir a promoção aos nacionais, onde vai então acompanhar o campeão Sporting de Lamego. MC

Foram apresentados na segunda-feira, 8, os 22º Jogos Desportivos de Viseu. Este ano decorrem de 20 de abril a 14 de julho e como já vem sendo hábito assumem um papel fundamental nos planos de atividades das várias associações e coletividades do concelho. O evento, que teve a sua primeira edição em 1992, tem como objetivo apoiar o associativismo, criando melhores práticas desportivas e oferecendo formação adequada aos dirigentes desportivos, bem como promover a atividade física e fomentar os hábitos de vida saudável e ativa através da prática do desporto. Os Jogos Desportivos de Viseu permitem a participação de todos os munícipes, com idade superior a 7 anos, em 28 modalidades distintas, este ano com uma estreante, a dança. Outra das alterações prendese com a adaptação dos escalões federados para uma maior abrangência dos participantes. O evento, para além do aumento do número de atletas, tem vindo a evoluir no que diz respeito à abrangência, sendo que atualmente é possível a participação de forma individual e até de grupos de amigos que não pertençam a coletividades ou associações, desde que com a autorização e responsabilidade de um adulto. Marca ainda esta edição as obras no pavilhão do Fontelo, o que, segundo a organização, dificulta a gestão dos espaços para a prática das modalidades. Mantem-se nos 22º Jogos Desportivos a componente formativa e o tema a abordar no seminário de abertura será “Organização do Sistema Desportivo Português | Financiamento e Apoio ao Associativismo”, que decorre no dia 20 de abril, no auditório do Museu do Quartzo, pelas 14h30. O processo de inscrição, dos 22º Jogos Desportivos de Viseu, funciona até 10 dias úteis antes do início de cada modalidade coletiva, e 5 dias antes, para as modalidades individuais. MC


MODALIDADES | DESPORTO 19

Jornal do Centro 11| abril | 2013

Natação

Futebol

Atleta de Vouzela ganha medalha de prata no campeonato do mundo de natação

Tondela quer garantir a manutenção A jornada 34 da II Liga de Futebol não correu de feição ao Desportivo de Tondela que perdeu frente ao atual 3º classificado, Leixões, por 3 a 0. Um jogo onde os tondelenses não foram capazes de criar perigo e onde demonstraram não estar na melhor forma física e psicológica. O Tondela, com 47 pontos, está agora na 12ª posição, a 12 pontos do segundo classificado Arouca e a 10 do terceiro, Leixões. A faltarem oito jogos para o

final do campeonato o objetivo da manutenção está muito perto de ser garantido. Na próxima jornada, disputada no sábado, 13, o Tondela vai a Penafiel, defrontar o 9º classificado. Na primeira volta os tondelenses ganharam em casa por duas bolas a zero, golos de Fábio Pacheco e Tiago Barros (os dois jogadores já renovara, para as próximas temporadas). Micaela Costa

∑ Tondela que continua a preparar a próxima época, e já anunciou mais uma renovação. Armando, habitual suplente de Cláudio Ramos permanece na equipa até ao final da época 2013/2014.

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Futsal

Viseu 2001 tem jogo decisivo na Póvoa de Varzim

O Viseu 2001 está de novo na corrida pelos lugares de subida à I Divisão Nacional de Futsal. A jornada 21 da série A da II Divisão correu de feição aos viseenses que receberam, e venceram, o Centro Social São João por 4 a 0, e beneficiaram da derrota do segundo classificado, o Lameirinhas, frente ao Póvoa Futsal. Nas contas do campeonato, e apenas a cinco jogos do final da competição, o Viseu 2001 ocupa a 5ª posição na tabela classificativa com 34 pontos. São menos dois pon-

tos que o Póvoa Futsal que está no segundo lugar, e que também dá direito à subida de divisão. É a fase decisiva do campeonato e que tem na jornada 22, este sábado, 13, na Póvoa de Varzim, um encontro que será praticamente de “tudo ou nada” para a equipa treinada por Roger Augusto, que vai ter que orientar o jogo da bancada, depois de ter sido expulso frente ao Centro Social de São João. Se ganhar, o Viseu 2001 fica em boa posição de discutir nas quatro últimas jornadas a subida à I

Divisão, o grande objectivo assumido para esta temporada, enquanto uma derrota pode deitar tudo a perder porque os jogos para recuperar pontos serão escassos. Fora da corrida pela subida estará já a AJAB de Tabuaço, depois da inesperada derrota caseira frente ao Covão Lobo, por 7 a 11. A AJAB desceu para o 9º lugar com 31 pontos, já a 5 dos lugares de subida, mas com a manutenção, principal objectivo para esta época, já assegurado. Na jornada 22, a AJAB vai ao Desportivo das Aves.

A nadadora da Associação de Trabalhadores da Câmara Municipal de Vouzela (ATCMV), Sara Sousa, conquistou a medalha de prata na prova de 200 metros costas no Multinations Youth Meet, que se realizou na cidade polaca de Póznan, no passado fim de semana, 6 e 7. A atleta de 13 anos, que integrou a comitiva da Seleção Nacional de Natação, tem conquistado diversas medalhas nos campeonatos regionais, zonais e nacionais em que tem participado, so-

mando agora a sua primeira medalha internacional. Em declarações à comunicação social, a nadadora confessou que não esperava subir ao pódio, numa prova que juntou dezenas de atletas de todo o mundo. Nesta importante competição internacional, participaram, além da Seleção Nacional Portuguesa, as Seleções Nacionais de Chipre, República Checa, Grécia, Israel, Polónia, Suíça, Turquia, Brasil, Ucrânia, Sérvia e Bulgária.


D João Bota na Fnac

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culturas expos

Jornal do Centro 11 | abril | 2013

O artista visiense estreia-se com um álbum que mostra as raízes e influências musicais, “Vícios”, domingo, pelas 16h00.

Arcas da memória

Destaque

O meu “Senhor dos Passos” - Estás a ver a imagem do Senhor dos Passos?!... - Foi um sapateiro habilidoso quem a fez. Era uma azinheira enorme e o filho serviu de modelo. O filho também foi sapateiro. O teu avô assistiu, quando era garoto.

OLIVEIRA DE FRADES

O Museu Almeida Moreira promove, durante o mês de abril, a iniciativa “Visitas Especiais”. O museu que visa a conservação, o estudo, a publicação, exposição e interpretação do acervo artístico e documental de Francisco Almeida Moreira, ilustre viseense, abre portas e num conceito diferente dá a conhecer o espólio de

Almeida Moreira. As visitas pretendem alertar no sentido da preservação e da valorização da cultura local e nacional. As “Visitas Especiais” serão conduzidas pelos comissários das exposições patentes ao público: por Henrique Almeida a exposição “Almeida Moreira faces da vidacidade” e por Gra-

ça Abreu “Questões de Género“. Estará ainda patente uma exposição permanente, por Graça Abreu. A primeira visita teve lugar no passado sábado, dia 6. Informações e marcação de visitas através do contacto telefónico 232 427 471 e correio eletrónico museualmeidamoreira@cmviseu.pt

Assim me escrevia, no começo de Abril, como se me contasse uma história do fim do mundo, uma amiga querida, neta que é desse avô que viu nascer a devota imagem de um Senhor dos Passos que ainda demora no seu altar de uma igreja de aldeia da Beira Interior. E eu me lembrei do Senhor dos Passos da minha aldeia. Estava na igreja, numa capela, a deslado. A capela tinha o nome de Senhora da Glória mas quem lá estava era a Senhora da Soledade, assim lhe chamávamos, na aldeia, tal qual como se fosse nossa vizinha. Que ela também se vestia de preto como elas. A Senhora da Soledade estava sempre a chorar. A gente, em menino, via através da vidraça. O Senhor dos Passos não chorava, que um homem não chora, dizia-se na aldeia. O Senhor dos Passos olhava para nós. Tinha a cara cheia de sangue. Estava triste mas ao mesmo tempo parecia dizer-nos que aquilo não era nada. E a gente ficava a olhar um bocadinho e depois íamos brincar. Uma qualquer Verónica haveria de chegar para curar as feridas do Senhor dos Passos. Talvez minha mãe, que ela sabia curar, sem doer muito, os meus arranhões. Toalha de linho, água de malvas, ou sabugueiro, não sei. O Senhor dos Passos só vinha à rua uma vez por ano, na Quinta-feira Santa, acho eu. Os rapazes levavam-no num andor A gente ia com ele, na procissão. As mulhe-

Os Croods VP (M6) (Digital)

(M12) (Digital)

16h10, 18h45, 21h30, 00h10* G.I. Joe: Retaliação (M16) (Digital 3D)

Sessões diárias às 21h20, 23h45* O Expatriado (CB) (Digital)

Sessões diárias às 14h40, 17h00, 19h25, 22h00, 00h30* Dou-lhes Um Ano (M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h00, 16h45, 21h10, 23h55* Esquecido (CB) (Digital)

∑ Museu Municipal Até dia 30 de abril Exposição de pintura «Realismo Abstrato» de Wilfred Hildonen VISEU ∑ FNAC Até dia 30 de abril Exposição de fotografia “Arrefeceu a Cor Dos Teus Cabelos”, de Lara Jacinto. ∑ IPJ Até dia 19 de abril Exposição de escultura Artesanato em torgas, de Arlindo Pereira TONDELA ∑ Agrupamento de Escolas / Cândido de Figueiredo

Até dia 26 de abril Exposição de fotografia “A mulher no desporto”, de Gil Peres e Nuno André Ferreira

A Exposições temporárias e permanentes convidam a conhecer o legado do viseense

“Visitas Especiais” no museu Almeida Moreira Evento∑ Henrique Almeida e Graça Abreu conduzem as visitas

roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 14h00, 16h35, 19h10, 21h50, 00h25* G.I. Joe: Retaliação (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h30, 13h30, 16h25, 19h00, 21h45, 00h15* Comboio noturno para Lisboa (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h30, 13h50, 16h15, 18h40

Sessões diárias às 13h40, 13h40, 15h50, 18h00, 21h20, 23h40* Ladrões com Estilo (CB) (Digital) Sessões diárias às 13h50, 21h00, 00h00* OZ: O grande poderoso (M12) (Digital) Sessões diárias às 15h00, 17h40, 21h10, 23h50* Um refúgio para a vida

Sessões diárias às 13h40, 13h20, 16h05, 18h50, 21h35, 00h20* Esquecido (CB) (Digital) PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 14h20, 16h30, 18h40, 21h50, 00h00* Scary Movie 5 - Um Mítico Susto de Filme (CB) (Digital) Sessões diárias às 13h40,

Sessões diárias às 13h20, 15h35, 17h50, 21h40, 00h20* A idade da loucura (M16) (Digital)

Sessões diárias às 11h00* (dom.), 14h10, 16h35, 19h00 Os Croods VP (M6) (Digital 3D) Legenda: *sexta e sábado

Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com

res cantavam uns cantos tristes. Nós, nesse dia, íamos calados, a boina espanhola na mão. Quando fossemos grandes, também carregaríamos o andor, pensávamos nós. A procissão dava uma volta à Capela de S. Sebastião, no Largo da Fonte e regressava à igreja. Nesse dia vestiam uma túnica nova ao Senhor dos Passos. Era roxa, da cor dos lírios que a madrinha tinha no quintal. A Senhora da Soledade cobriam-na com um manto lindo de veludo debruado com um fio de ouro. Mas mesmo assim, mesmo no andor, ia a chorar. Este ano não vi a procissão do Senhor dos Passos da minha aldeia. Não sei quem pegou ao andor. Já poucos rapazes do meu tempo moram por lá. Ainda hei-de ir ver o Senhor dos Passos naquela aldeia do avô da minha amiga. Aquela imagem que um devoto sapateiro soube tirar de um tronco grande de azinheira. E eu lembrei-me da Senhora da Lapa de ao pé da minha terra. Da Senhora da Lapa, da antiga, da que andava na cestinha de Joana. Quem sabe se não foi feita de uma raiz de torga ou de carvalho pelas mãos de um pastor? Avô da menina, até podia ser. Que eu não me importava de rezar-lhe nesse altar da serra, tal qual Joana fez.

Estreia da semana

Scary Movie 5 – Dan e Jody são um extremoso e feliz casal, cuja vida começa a ser atormentada por estranhos e bizarros fenómenos, que coincidem com o nascimento do seu filho Aidan.


Jornal do Centro 11| abril | 2013

culturas

D Divino Sospiro no Teatro Viriato

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A orquestra, residente no Centro Cultural de Belém, interpreta um programa que convida a uma incursão ao mundo da música barroca. Em exibição amanhã, 12, pelas 21h30.

O som e a fúria

“Eu gosto da vida que tenho”

Grandes inovadores precisamse ou o descontrolo das minhas emoções numa entrevista

Uma leve passagem pelos mais de 40 anos de carreira, um disco recém-editado “com todo o respeito”, um convidado especial, o filho Lourenço e a intimidade de quem vive para a música e se apaixona, todos os dias, pelo que faz. Um jogo de luz, uma interatividade e espontaneidade com o público, um alinhamento que recorda sonoridades que não deixam ninguém indiferente. Assim foi mais um concerto de Jorge Palma. No passado fim-desemana esteve em Lamego, no Teatro Ribeiro Conceição, e, apesar do visível cansaço, de mais de uma hora de concerto e da tour “Intimo – Com todo o respeito” que está na estrada desde o início do mês de março, ainda se sentou à mesa e falou daquilo que é o seu primeiro amor, a música. Recordou os tempos em que passava férias em São Pedro do Sul e deixou a mensagem de que uma vinda a Viseu é possível, “enquanto houver estrada para andar…”. Um concerto intimo só poderia ser ao lado do seu filho?

Não… Tenho alguns concertos já marcados, este mês e o meu filho não estará comigo. Tenho outro, com quem estou menos. Mas, com este trabalho há 10 anos, comecei logo por pô-lo no palco da festa do Avante a tocar para cerca de 30 mil pessoas, depois foi à Queima das Fitas em Coimbra, um bom batismo! É um homem que não tem nervosismo de palco, só nervoso miudinho comigo, mas isso são outras histórias [risos]! Este novo disco “Com todo o respeito”, o que representa, ao fim de tantos anos?

Para já é o último, até agora. Mas deu-me um trabalhão! Todos têm sido diferentes, os processos de gravação, a duração de composição, os ensaios, mas este foi um pouco azarado, demorou muito, ou estava com a voz afanada, ou as máquinas estavam a fa-

Micaela Costa

Destaque

lhar, percorri não sei quantos estúdios, experimentei imensos pianos. Mas tem coisas que eu francamente gosto. O que é que lhe merece o seu respeito?

Eu mereço o meu respeito. E toda a gente que age de boa-fé também merece o meu respeito, mesmo que estejam erradas, ou que tenham pontos de vista diferentes dos meus, desde que estejam convictos, que sejam francas e sinceras, merecem o meu respeito. Mais de 40 anos de anos de carreira, o que é que ainda o motiva a escrever e a trabalhar na música?

Music was my first love [A música foi o meu primeiro amor]. Eu gosto de viver, gosto da vida que tenho. A música… A música é uma maneira gira, muito interessante, de percorrer o universo, de passar o tempo. De descobrir que é um mundo infinito, desde a música que já está feita, os compositores, os vários estilos, desde o clássico ao

rock’n’roll, fado… E é um grande passaporte, uma grande ponte entre mim e as outras pessoas. Se eu não tivesse andado de guitarra às costas, se calhar não tinha tido as experiências que tive, de encontrar pessoas do outro lado do mundo. A música preenche-me a todos os níveis. E os concertos?

Eu faço disto a minha vida, eu vivo da música, mas é uma corda banda, porque é uma coisa inserta, em termos de dinheiro, de sobrevivência. Mas eu tenho tido uma sorte enorme, porque fui criando um público, pouco a pouco as pessoas foram-me conhecendo, foram comprando os meus discos e a ver os meus concertos. Qualquer sala, qualquer teatro, é uma experiência nova. E esta tour têm-me possibilitado conhecer e percorrer os teatros mais bonitos, fora festivais, mas isso já são outras pulsações! Por acaso o piano em que toquei hoje é uma preciosidade. De qualquer

maneira vou conhecendo as pessoas, vou sendo bem recebido, bem alimentado e muito aplaudido. O que falta fazer?

Falta-me continuar. Falta uma coisa que eu costumo dizer que não existe, o tempo. Mas existe, de facto, e acho que é curto para tudo o que eu gostaria de fazer, desde ler, encontrar novas pessoas. Eu acabo por ter uma grande sorte, tenho tido uma vida em que nunca nenhum dia é igual ao outro. Termina com a música “A gente vai continuar”, que escreveu há alguns anos. Passado tanto tempo pensava que estaria tão atual.

Absolutamente. Se calhar vou ter é que baixar um tom, com o tempo, as pessoas vão baixando um bocadinho a tonalidade da música que cantam, mas em termos de letra acho que é uma canção bem esgalhada. Para quando uma visita a Viseu?

Na sexta-feira passada, dia 5, fui a uma entrevista, em Lisboa. A conversa desenrolava-se bem e com naturalidade até que, a certa altura, a entrevistadora me pergunta: “gosta de ler?”. Eu desbobinei – um bocado excitada por falar sobre um assunto de que gosto – os Hemingway’s, os Faulkner’s, os Tolstóis, os Lawrence’s Durrel, os Henry James, primos e irmãos. Pouco depois a Sra. corta-me o entusiasmo todo ao perguntar: “e literatura de informação?”. Eu, naqueles segundos que se seguiram à pergunta, cheios de pontos de interrogação travados pelo raciocínio frio e calculista, pensei que a senhora se referia a livros de interesses cruzados ou de sociologia/filosofia. Nesta altura, a entrevista tornou-se um desabafo: confessei que estava um bocado saturada de ler livros de sociólogos (como o Zizek, o Lipovetsky, o Domenico Masi ou o Zygmunt Bauman – que é o tópico principal do Ípsilon do dia 5) que se limitam a fazer observações e constatações usando grandes jargões como a “globalização”, o “consumismo”, o “capitalismos”, o “mercado”. Estou um pouco cansada desse tipo de conclusões sem propostas, disse-lhe. Atenção: não escrevo este texto como se fosse uma expert em sociologia ou nestas questões mas, antes, como cidadã que procura um pedaço de informação além do mediatismo dos telejornais, à “hora do costume”, para compreender o tempo em que vive. Onde param os grandes inovadores e criativos do pensamento e da cultura industrial como Marx, Weber, Eu tenho um relação com quase todas as terras deste cantinho à beira mar e houve uma altura que em ia mais [ao distrito de Viseu] quando, numa outra existência minha, passava todos os anos férias em São Pedro do Sul e por acaso, ia sempre comer ao “Coelho” Mas, quanto à pergunta, já lá tenho to-

Maria da Graça Canto Moniz

Keynes? Precisam-se novos intelectuais com novas propostas, com alternativas e novos modelos! E o mais incrível é que esta constatação é assumida pelos nossos génios contemporâneos. Fazendo um paralelismo com as manifestações sociais que vimos assistindo (desde o movimento do “Ocuppy” até às manif’s portuguesas) é o próprio Bauman que diz “estão unidos o descontentamento, mas ainda é um protesto emocional a que falta um pensamento e um propósito minimamente consensual”. Eu compreendo que a nossa época seja, talvez, mais de reflexão do que de inovação sobre fenómenos como a globalização, o progresso tecnológico, a internet, etc… Mas não me agrade esta ideia de ser uma espécie de cobaia, como se os nossos tempos fossem um laboratório, uma experiência. É um atrito pessoal que tenho com a História, creio. Ou, melhor dizendo, a desvantagem de ser participante no processo histórico. No fundo, no fundo estou curiosa para saber o que se segue a este modelo de vida centrado não na colonização (como foi até às Grandes Guerras) mas no consumo. Por isso, dizia eu à sra. entrevistadora, deixei de comprar esse tipo de livros. No final do meu discurso ela lá me esclareceu, meia pasma, que por “literatura de informação” se referi a jornais. A entrevista não foi ao charco porque, no mínimo, consegui assustá-la mas, ao menos, confessei-me. Ámen. cado e, enquanto houver saúde, enquanto houver estrada para andar… Por aí, sempre! O que gostaria de dizer aos nossos leitores?

Vou dizer uma frase do Raul Solnado: “Façam o favor de serem felizes!”. Micaela Costa


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Jornal Jo ornaall do do Centro Ce C entr nttro n ro 11 | aabr 11 abril bri br b ri ril | 220 2013 013 13

culturas Música

O Lugar do Capitão e o jazz... O Lugar do Capitão tem vindo a impor-se como conceito inovador na cidade, aliando bar, gastronomia e cultura de maneira original, persistente e interventiva, salientando-se pela qualidade das suas propostas e sendo já uma referência no seu pioneirismo. Além do espaço convivial, têm-se feito variados debates sobre diversos temas prementes da actualidade, teatro e, fundamentalmente, música, muita música ao vivo. Ana Bento tem-se destacado na pluralidade das suas facetas de agente cultural, com a Gira Sol Azul. Fomos falar com a Ana Bento, saxofonista de jazz e com o Nelson Dias, rosto e alma do Capitão.

de determinada altura já foi uma escolha consciente, muito cedo antes do secundário, quando entrei no Conservatório, com 10 anos já tinha definido que era por aí que queria ir, mesmo sem saber qual a área…

guma forma, neste pioneirismo, um factor risco, alguma resistência na aceitação que provavelmente não se verificaria noutras cidades maiores. Superada esta primeira fase, foi evoluindo gradualmente, não havendo o rigor do institucional, um horário certinho, o público foi-se apercebendo do teatro, da música, das exposições e começou a aderir. É mais ligeiro, mais informal, não estamos numa sala de teatro ou de audiências, com o acesso ao que um bar propicia: as bebidas, as conversas.

Nunca pensou enveredar pela música clássica?

Não. Nunca pensei na vertente erudita como opção única até e porque sou uma pessoa ecléctica, não só na música como em tudo. Gosto de experimentar coisas novas. Gosto de reunir as várias influências e até de misturar áreas, que à partida não têm nada a ver…

Um balanço: neste momento os seus objectivos estão atingidos?

Sou viseense, estudei cá, tenho a minha residência e família em Viseu bastante orgulho nisso. Foi uma opção. No entanto, estou sempre a ter trabalhos e iniciativas noutros sítios, o que é muito saudável para poder buscar outras referências, trazer coisas novas quando volto e levar coisas de Viseu quando parto. O meu percurso começou na área da educação, tirei o curso de Educação Musical, mas cedo percebi que o lado artístico, mais prático e como instrumentista e intérprete era bastante importante para a minha realização pessoal e profissional, então, além dos estudos no Conservatório, em Viseu, tive aulas particulares com alguns músicos que achava interessantes, principalmente na área do jazz. Ora vamos então para a área do jazz. Jazz – Ana Bento – a música. Porquê?

Quando era pequenina, como todas as meninas, queria ser bailarina. Então com 5 ou 6 anos o meu pai inscreveu-me numa escola de ballet na Guarda e o professor disse-nos “Estamos aqui com uma promoção, quem tiver aulas de música é mais barato e é importante para terem consciência da música e do ritmo. Para melhorar o desempenho…” E então, meu pai inscreveume. O ballet ficou para trás e a música continuou. Não se arrepende?

Não, não, não… A partir

Agora temos aqui uma bifurcação: o instrumento e o género musical. O instrumento é o saxofone. Porquê?

Não é só o saxofone, mas é-o maioritariamente. Estudei piano e a certa altura quis formar uma banda com os colegas de curso e havia já muitos pianistas e guitarristas, bateristas mais ou menos, baixistas poucos, sopros então havia menos… Foi então afunilando…? Mais ou menos, mas eu tinha esse fascínio por sopros e dentro dos sopros era o saxofone… Quantos anos de estudo de saxofone?

10 anos. E porquê o jazz como género musical?

Porque que percebi que o jazz tem uma característica muito própria e muito rica que nos pode fazer crescer enquanto músicos e levar isso para os outros tipos de música: a improvisação, aquilo que as pessoas, às vezes e erradamente dizem: “Ah, o pessoal do jazz é tocar ao calhas. É o que lhes vem à cabeça, é de qualquer maneira, é muito livre…” Mas as pessoas esquecem-se que a liberdade é a coisa mais difícil de acarretarmos em cima todos os dias. Gerir a liberdade com responsabilidade e a fazer sentido. Na música é a mesma coisa.

Paulo Neto

Ana Bento. Quem é?

Quando está a interpretar uma composição de jazz e tem de fazer um improviso, ele é previamente ensaiado ou sai à toada de galope do ímpeto de momento?

Depende do contexto. Dentro do jazz há muitas variantes. Há as que têm uma improvisação muito estruturada e outras menos, que é o caso do free jazz. Posso dar-lhe um exemplo, fácil de perceber, da linguagem: eu estou a falar consigo e estou a improvisar. Não sabia as perguntas que me ia fazer e mesmo que soubesse não ia escrever um texto em casa e decorar as respostas, cada palavra e cada vírgula para chegar aqui e conversar consigo. Ora, para eu ter este arcaboiço e ter esta conversa consigo, tivemos ambos que estudar esta linguagem previamente. E tudo começa na aprendizagem da linguagem… Dê-me o nome de dois compositores internacionais e um nome de um português.

Português: Carlos Bica, sem ter que pensar muito. Internacionais: John Zorn, Coltrane, Miles… Próximas actividades?

Aqui, no Lugar do Capitão, Carlos Peninha, um grande músico da cidade, com o baixista Pedro Lemos e o baterista Miguel Rodrigues. A seguir vai estar o Joaquim Rodrigues,

com um contrabaixista do Porto, com originais do Joaquim Rodrigues e o Miguel Ângelo no contrabaixo. Na última semana é um projecto do Gira Sol Azul, o Combo Avançado, fruto do laborde uma aula semanal em que se trabalha repertório de jazz, com alunos e professores da escola. Nelson diga-me duas ou três coisas a seu respeito…

Não sou de Viseu, nasci em Moçambique. Vivo aqui desde 1985. Estudei no antigo Liceu de Tondela. Fiz um trajecto profissional na hotelaria. Faço fotografia, pintura e tenho o saxofone como referência. Aprendi… (“coisas que a gente descobre numa entrevista”, Ana Bento). O que distingue o Lugar do Capitão dos outros bares da cidade?

O Lugar do Capitão tem a filosofia da Associação. A linha dele não é meramente comercial. É mais associativa do que comercial. Não sendo juridicamente uma associação tem que ser comercial para sobreviver. Esta opção surge para fugir um bocado aos apoios institucionais que são sempre envenenados. Não quero criar celeuma sobre isso, mas tenho a ideia do que é o veneno de estar a ser patrocinado. O sentido da associação é levar ao público,

em geral, à cidade coisas diferentes, neste caso, na área da música, exposições, palestras, teatro… O Capitão é um lugar?

É um mainstream, fundamentalmente… E é Capitão porquê? Podia ser sargento ou major… O Capitão é baptizado pelo Fraga (Jorge). Na altura procurávamos um nome, uma semana antes de abrirmos. Eu tinha um nome completamente diferente para o baptizar e o Fraga lembrou-se do Capitão. Queria que fosse Capitão Nelson (“até e porque estamos na Rua Capitão Silva Pereira”, Ana Bento). Eu pensei que Capitão Nelson era um nome pretensioso e acabou por ficar O Lugar do Capitão. Há quantos anos está este projecto a funcionar?

Está a caminho do sexto ano. E qual tem sido o acolhimento do público a este bar que apresenta propostas tão culturalmente determinantes, relevantes e diversificadas para Viseu?

Acima de tudo tem sido por fases. Este conceito de ser bar, restaurante, de não ser uma coisa exclusivamente “uma”, este pack 2 em 1, esta inovação foi um bocadinho difícil de instalar. Houve, de al-

Há sempre um caminho por fazer. A maior parte dos objectivos que me propus atingir com O Lugar do Capitão foram conseguidos, à excepção de um que vem desde o início: as residências artísticas. Trazer pessoas de toda a Europa, que trabalhassem, residissem no espaço e que apresentassem o trabalho à comunidade. Aqui, no Lugar, mas para a comunidade de Viseu. Próximas actividades previstas, além das que a Ana já elencou?

Em termos de música, a linha será mais apontada para o jazz, porque até aqui não era, embora tivéssemos tido concertos de jazz, mas sempre dei mais atenção a artistas que quisessem apresentar as suas coisas. Agora vai ser o jazz. Qual é para si o maior intérprete de jazz português?

É o Carlos Bica, sem dúvida! Já cá esteve?

Sim, embora não a actuar, mas como animador. Virá cá em breve?

Não é fácil… Porquê? É muito requisitado e caro?

É muito requisitado e tem falta de tempo. Na próxima 5ª feira temos Carlos Peninha que é um grande compositor e intérprete. Paulo Neto


Jornal do Centro

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11| abril | 2013

saúde e bem-estar Médico do Centro de Saúde de Penalva do Castelo está a ser pago pela Câmara desde dezembro Causa∑ Atraso na renovação do novo contrato prometido para dezembro do ano passado A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) anunciou em novembro do ano passado que iria celebrar um novo contrato com o médico Ivan Colestin do Centro de Saúde de Penalva do Castelo que terminava funções em dezembro de 2012, mas, quase quatro meses depois, o profissional continua ao serviço pago com honorários da Câmara Municipal, através de um protocolo celebrado entre a autarquia, a Santa Casa da Misericórdia e a ARSC. A Comissão de

Utentes dos Ser v iços Públicos de Saúde de Penalva do Castelo voltou a denunciar esta situação na passada quinta-feira, dia 5. Também o presidente da Câmara de Penalva do Castelo, Leonídio Montei ro, cr it icou o Gover no por não ter ainda renovado o contrato com o médico. “Continuamos a aguardar que seja revolvida esta situação. O que me dizem é que estará garantida em termos de resolução, mas o processo está a aguardar no Ministério das Finanças”, avançou o autarca no fe-

cho da edição do Jornal do Centro. No entanto, o autarca sublinhou que “começa a tardar uma resolução”,

SOS VOZ AMIGA

800 202 669 ANGÚSTIA, SOLIDÃO E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO CHAMADA GRÁTIS

considerando tratar-se de “um abuso continuar a arcar com uma responsabilidade que cabe ao Governo”.

Até ao momento, “a Câmara de Penalva do Ca stelo pa gou 7.50 0 eu ros ao méd ico em causa e continuará a pagar porque não se pode deixar tantas famílias sem médico”. Leonídio Monteiro lamentou que o processo se esteja a arrastar por tanto tempo, valendo ao município “gozar de uma boa situação financeira”, mas o problema pretende-se com “os interesses dos munícipes do concelho”. A Comissão de Utentes criticou em comunicado a demora na renovação do contrato

do médico. No documento, perguntam ainda o que seria dos cerca de 1.500 utentes que f ica ria m sem consulta se a Câmara não estivesse “a fazer o frete ao Governo e ao Ministério da Saúde”. “A saúde dos utentes do Centro de Saúde de Pena lva do Castelo não pode andar ao sabor de erros burocráticos e de gestão. É um erro os utentes estarem sem médico de família”, sublinham no comunicado. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt


Jornal do Centro

24 SAÚDE

11 | abril | 2013

Rastreio em Mangualde

Opinião

Tenha um sorriso perfeito!

O sorriso do seu filho Higiene Oral. É aos seis meses que surge o 1º dente e é nesta altura que a rotina de higiene oral deve começar. A limpeza deve ser feita com uma compressa ou gaze húmida e a partir dos um ano - dois anos pode introduzir a escova, sem dentífrico ou com uma fórmula apropriada, mas sempre com a sua ajuda. Até aos cinco ou seis anos devem ser os pais a fazer a escovagem. Depois a criança deve ser supervisionada até aos 10 ou 12 anos. O ideal é realizar três escovagens diárias com a duração de 2 a 3 minutos cada. Opte por uma escova pequena de cerdas macias e um dentífrico específico, cujo menor teor em f lúor reduz o risco de intoxicação. O fato do sabor ser agradável e de não haver supervisão pode levar a criança a ingerir o dentífrico. O elixir e o fio dentário surgem assim que a “maturidade”

Ana Granja da Fonseca Odontopediatra, médica dentista de crianças CMDV Kids - anagranja@netcabo.pt

da criança o permitir e sempre com a supervisão de um adulto. Dieta correcta. O pior inimigo dos dentes são os alimentos ricos em açúcar, mas o leite também pode fazer estragos se for dado após a última escovagem. Sempre que possível inclua os doces na refeição ou dêos preferencialmente em casa para a sensibilizar para a escovagem logo depois. A criança deve ter ainda uma dieta rica em cálcio, fósforo e vitamina D. Maus hábitos. Usar a chupeta até tarde pode deixar sequelas, não devendo por isso ser usada em especial depois dos 3-4 anos. Aí convêm avaliar se a criança substituiu esse hábito por outro – chuchar no dedo por exemplo – que pode gerar problemas ainda maiores.

O Núcle o Re g ion a l do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC-LPCC) está a promover um rastreio de cancro da mama, até junho, em Mangualde. Desde o dia 4 de abril, a unidade móvel de mamografia digital encontra-se estacionada junto ao Centro de Saúde de Mangualde, estando

em funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00. As mulheres com insc r iç ão at u a l i z ad a no Centro de Saúde receberão uma carta com a indicação da data e hora de realização do exame. Segundo a LPCC, constata-se que muitas faltas ao rastreio decor-

rem da desatualização dos dados de morada nos registos dos centros de saúde, motivo pelo qual a LPCC apela à atualização dos mesmos e à participação no rastreio. O exa me ma mog ráf ico deve ser repetido de dois em dois anos de forma a garantir uma prevenção eficaz.

“Desporto e Saúde” em Sátão A Câ ma ra de Sátão, com a colaboração do Centro de Saúde local vai promover a iniciativa “Desporto e Saúde”, no domingo, dia 14, às 9h00, no Largo de S. Bernardo, na vila. Do programa fazem parte atividades como u m a c a m i n h ad a com um percurso de cerca de seis quilómetros, uma aula de grupo ao ar livre e um rastreio da obesi-

dade com a avaliação da tensão arterial, glicémia e índice de massa corporal, por parte de técnicos especializados da Unidade Móvel de Saúde. A auta rquia preten-

de “incentivar cada vez m a is a s pessoas pa ra a prática desportiva e convencê-las dos seus benefícios para a saúde e bem-estar físico e psíquico”, esclarace em comunicado.

SEMINÁRIO “DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM” EM VISEU O Centro de Reabilitação, Intervenção e Desenvolvimento (CRID) em Viseu, vai organizar um seminário sobre “Dificuldades de Aprendizagem”, no próximo dia 20, pelas 9h00, no Auditório Mirita Casimiro. O seminário, indicado para pais, professores, encarregados de educação e agentes ligados à educação, tem como oradores Rosangela Bertelli professora na UTAD, Eduardo Cruz professor na UTAD e Helena Mimoso Psicóloga no Agrupamento de Escolas do Viso. Pelas 15h, realizar-se-á um colóquio em colaboração com a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk). O evento decorre da intervenção que o CRID tem vindo a desenvolver na cidade de Viseu, desde a sua criação, há um ano. Para mais informações através do 232 414 260 / 925 473 794 ou correio eletrónico, centrocrid@ gmail.com. O centro disponibiliza ainda toda a informação em www.crid-centro.pt


Jornal do Centro

CLASSIFICADOS 25

11| abril | 2013

EMPREGO

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Caixeiro. Lamego - Ref. 587821100

Encarregado de armazém. Lamego - Ref. 587869222

Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de São Pedro do Sul Rua do Querido, 108 – R/C Dto - 3660-500 São Pedro do Sul | Tel: 232 720 170 e-mail: cte.spedrosul.drc@iefp.pt

Técnico de vendas Ref. 587930405 – São Pedro do Sul Para venda de espaços publicitários Com viatura Própria Técnico de telecomunicações Ref. 587968105 – Castro Daire Com carta de condução (preferencialmente, pesados - com CAM); disponibilidade para deslocações no estrangeiro (europa) e permanência de 6 meses; experiência anterior relevante em empresas prestadores

de serviço para operadores de telecomunicações fixas. Cortador de tecidos Ref. 588028605 – Vouzela Com experiencia. Costureiras Ref. 588019265 – Vouzela Com experiencia. Montagem de linhas telefónicas Ref. 588061775 – São Pedro do Sul

Com experiência na área de telecomunicações, eletricidade ou construção civil Mecânico de automóveis Ref. 588061999 – Castro Daire Com experiência como mecânico de automóveis Serralheiro mecânico Ref. 588062526 – Castro Daire Com experiência como serralheiro mecânico

Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de Tondela Praceta Dr. Teófilo da Cruz - 3460-589 Tondela | Tel: 232 819 320 e-mail: cte.tondela@iefp.pt

Trabalhador indiferenciado Ref. 587994466 – Tondela Com ou sem experiência. Para trabalho em serração de madeiras Engenheiro civil – construção de estradas Ref. 587967546 – Mortágua

Pretende-se candidato com experiência em obras públicas Condutor de máquinas de nivelamento e terraplanagem Ref. 588028866 – Mortágua Manobrador de Motoniveladora com experiência.

Ajudante Cabeleireira Ref. 587998045- Tempo Completo - Nelas

Ajudante Serralheiro Civil Ref. 588035845 – Tempo Completo - Viseu

Calceteiro Ref. 588038545 - Tempo Completo – Sátão

Pedreiro Ref. 588061899 - Tempo Completo - Viseu

Ajudante Serralheiro Ref. 588038467 - Tempo Completo – Penalva Castelo

Cortador Carnes Verdes Ref. 588047645 - Tempo Completo – Viseu Servente Construção Civil Ref. 588061303 - Tempo Completo – Viseu

A AIRV Associação Empresarial da Região de Viseu, em parceria com o Jornal do Centro vai realizar no próximo dia 12 de abril de 2013, uma conferência, com inicio às 17:45h no Hotel Montebelo em Viseu, com o seguinte programa: 17:45h Receção dos par cipantes 18:00h Abertura , João Co a, Presidente da Direção da AIRV 18:15h Apresentação dos obje vos do evento, João Paulo Gouveia, Docente do IPV ESAV 18:30h Contributos dos vinhos para a balança alimentar, Arlindo Cunha Presidente da CVRD 18:45h Novas perspe vas para os produtos lácteos, João Madanelo ANCOSE 19:00h Oportunidades na hor cultura nacional, Domingos Almeida Prof. Universidade do Porto 19:15h Apoios públicos ao nanciamento de empresas, Rosário Gama – Diretora do Departamento de Apoios ao Inves mento do IFAP

19:30h Quali cação de fornecedores nacionais A perspe va de uma mul nacional, Marta Moreira, McDonalds 19:45h Apresentação de 2 projetos de inves gação aplicada ESAV Ins tuto Politécnico de Viseu “CARDOP” “AquaSense”

- T2 Mobilado e equipado Bairro Santa Eugenia 300,00€ 967 826 082 - T3 Jtº ao Hospital na Quinta do Grilo – Mobilado e equipado 300,00€ 917 921 823 - T3 Abraveses, varandas, marquise, cozinha semi equipada, com garagem fechada 250,00€ 969 090 018 - T3 como novo, Junto à fonte cibernética, roupeiros, aquecimento e garagem 500,00€ 967 826 082

- Moradia - T2 A 5 minutos da Cidade, garagem, Aquecimento a palettes e lareira 250,00€ 967 826 082

- Andar moradia T3 Santiago, boas áreas lareira, cozinha mobilada e equipada 350,00€ 969 090 018 - Andar moradia T4, cozinha mobilada e equipada e lareira 250,00€ 967 826 082 - Moradia, a 3 minutos, semi mobilada, garagem, churrasqueira, aquecimento 600,00€ 232 425 755 - Loja Cidade c/ 40m2, ótima localização, w.c. montras 200,00€ 232 425 755 - Snack-bar “moderno” – Centro da Cidade, todo mobilado equipado 850,00€ 917 921 823

- Loja Cidade c/ 40m2, ótima localização, w.c. montras 200,00€ 232 425 755 - Snack-bar “moderno” – Centro da Cidade, todo mobilado equipado 850,00€ 917 921 823 - Café/Bar no Centro da Cidade, mobilado e equipado 250,00€ 969 090 018 - ARMAZEM – Junto à Cidade, com 300m2 cobertos, 4 frentes, 1000m2 descobertos, 250,00€ 967 826 082

Vende Pinha (Sacos c/ mais de 50 pinhas) Entrega em casa junto ao grelhador e à lareira.

CONVITE

- T2 St.º Estevão, mobilado e equipado, ar condicionado e garagem fechada 300,00€ 969 090 018

- Andar moradia T3 junto à Cidade, com lareira, cozinha equipada, 250,00€ 232 425 755

ZÉ DA PINHA

Viseu e a Balança Alimentar Contributos para o Futuro 12 de abril 2013 17:45h Hotel Montebelo, Viseu

- T2 Junto ao Fórum boas áreas lareira com recuperador 300,00€. 232 425 755

- Café/Bar no Centro da Cidade, mobilado e equipado 250,00€ 969 090 018

Estucador Ref. 57883929 - Mortágua Candidato com experiência em gesso projetado

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.

- T1 dpx - jtº à Segurança Social, terraço com 50m2, ar condicionado 450,00€ 917 921 823

- T3 Gumirães, bem estimado, boas áreas, bons arrumos 275,00€ 232 425 755

Técnico de vendas Ref. 587886729 – Santa Comba Dão. Com ou sem experiência, para venda porta-a-porta.

Centro de Emprego e Formação Profissional de Viseu. Serviço de Emprego de Viseu Rua D. José da Cruz Moreira Pinto , Lote 6 - 3514-505 Viseu | Tel: 232 483 460 e-mail: cte.viseu.drc@iefp.pt

Serralheiro Civil Ref. 588038345 - Tempo Completo - Viseu

- T1 Mobilado e equipado com água incluído 220,00€. 232 425 755

20:00h Debate 20:15h Encerramento, Assunção Cristas Ministra da agricultura, mar, ambiente e ordenamento do território

Terra para Vasos (Sacos 5Kg.) Aparas de madeira para lareira e grelhador. T. 967 644 571 | zedapinha2011@gmail.com


Jornal do Centro

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11 | abril | 2013

OBITUÁRIO Mário de Paiva Pereira, 87 anos, casado. Natural e residente em Pepim, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 7 de abril, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Pepim. Maria Rosa Ferreira, 65 anos, solteira. Natural e residente em Vila Pouca, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 9 de abril, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Castro Daire. Agência Funerária Amadeu Andrade & Filhos, Lda. Castro Daire Tel. 232 382 238 Cassilda do Nascimento, 95 anos, viúva. Natural e residente em Cunha Alta, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 8 de abril, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Cunha Alta. António Inácio Duarte de Almeida, 81 anos, viúvo. Natural de Quintela de Azurara, Mangualde e residente em EUA. O funeral realizou-se no dia 9 de abril, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Mangualde. Agência Funerária Ferraz & Alfredo Mangualde Tel. 232 613 652

Agência Funerária Figueiredo & Filhos, Lda. Oliveira de Frades Tel. 232 761 252

Daniel Cecílio Rego, 81 anos, casado. Natural e residente em Cavernães, Viseu. O funeral realizou-se no dia 8 de abril, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Cavernães.

Valdemar Dias Ferreira, 79 anos, casado. Natural e residente em Ribeiradio, Oliveira de Frades. O funeral realizou-se no dia 10 de abril, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Ribeiradio.

Maria de Lurdes Rebelo, 91 anos, solteira. Natural de Viseu e residente em Vildemoinhos, Viseu. O funeral realizou-se no dia 3 de abril, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Vildemoinhos.

Maria Alina Alexandre Gonçalves, 90 anos, solteira. Natural e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 21 de março, pelas 15.00 horas, para o cemitério local.

António Rodrigues Figueiredo, 77 anos, casado. Natural de São Cipriano, Viseu e residente em Couto de Cima, Viseu. O funeral realizou-se no dia 7 de abril, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Couto de Cima.

Maria de Lurdes Cardoso Santos, 77 anos, casada. Natural e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 22 de março, pelas 16.00 horas, para o cemitério local.

Maria Alice Gomes, 78 anos, casada. Natural de Carvalhais, Mirandela e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 31 de março, pelas 15.30 horas, para o cemitério de Viseu.

A família de Luis Branquinho, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece a todos quantos estiveram presentes no funeral deste seu familiar.

O antigo presidente da Junta de Freguesia de Cavernães, Daniel Rêgo faleceu no passado dia 6, com 81 anos, devido a problemas cardíacos. Daniel Rêgo liderou a junta de Cavernães entre 1989 e 2009. Este viseense juntou à sua carreira de autarca, a de empresário e de presidente da Associação As Costureirinhas de Cavernães.

Serafim Francisco, 80 anos, viúvo. Natural de São Salvador, Viseu e residente em Tondelinha, Orgens, Viseu. O funeral realizou-se no dia 8 de abril, pelas 17.30 horas, para o cemitério de São Salvador. Agência Funerária Amaral & Sobrinho, Lda. Viseu Tel. 232 415 578 Edmundo Augusto, 80 anos, casado. Natural e residente em Orgens, Viseu. O funeral realizou-se no dia 3 de abril, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Orgens. Arnaldo Lourenço Lemos, 79 anos, casado. Natural de Campo e residente em Vila Nova do Campo, Viseu. O funeral realizou-se no dia 4 de abril, pelas 15.30 horas, para o cemitério novo de Viseu. Manuel Lopes Ferreira, 67 anos, casado. Natural e residente em São Pedro de France, Viseu. O funeral realizou-se no dia 6 de abril, pelas 8.45 horas, para o cemitério de São Pedro de France. Mário António de Araújo Ferrão, 53 anos, casado. Natural e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 9 de abril, pelas 11.00 horas, para o cemitério velho de Abraveses. Agência Funerária Decorativa Viseense, Lda. Viseu Tel. 232 423 131

INSTITUCIONAIS 1ª Publicação

1ª Publicação

(Jornal do Centro - N.º 578 de 11.04.2013)

Maria da Piedade, 85 anos, viúva. Natural de Queirã, Vouzela e residente em Vouzela. O funeral realizou-se no dia 7 de abril, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Queirã.

Agência Funerária Abílio Viseu Tel. 232 437 542

Faleceu Daniel Rêgo

AGRADECIMENTO

Agência Funerária Balula, Lda. Viseu Tel. 232 437 268

Agência Funerária Sátão Sátão Tel. 232 981 503

João Gonçalves, 78 anos, solteiro. Natural de Torredeita e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 30 de março, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Viseu.

Aldina da Silva Loureiro, 82 anos, casada. Natural e residente em Arcozelo das Maias, Oliveira de Frades. O funeral realizou-se no dia 6 de abril, pelas 15.30 horas, para o cemitério de Arcozelo das Maias.

Licínia de Almeida Correia Lacerda, 75 anos, viúva. Natural e residente em Moçamedes, Vouzela. O funeral realizou-se no dia 8 de abril, pelas 16.30 horas, para o cemitério de Moçamedes.

(Jornal do Centro - N.º 578 de 11.04.2013)


Jornal do Centro

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DEscreva-nos para:

11| abril | 2013

clubedoleitor

Jornal do Centro - Clube do Leitor, Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 3510-028, Viseu. Ou então use o email: redacao@jornaldocentro.pt As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

HÁ UM ANO

FOTO DA SEMANA

EDIÇÃO 526 | 13 DE ABRIL DE 2012 Distribuído com o Expresso. Venda interdita. DIRETOR

Paulo Neto

UM JORNAL COMPLETO

Semanário 13 a 19 de abril de 2012

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pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO pág. 14 > EDUCAÇÃO pág. 15 > ECONOMIA pág. 17 > DESPORTO pág. 20 > CULTURA pág. 22 > SAÚDE pág. 24 > CLASSIFICADOS pág. 25 > EMPREGO pág. 26 > NECROLOGIA pág. 27 > CLUBE DO LEITOR

| Telefone: 232 437 461

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Ano 11 N.º 526

1,00 Euro

SEMANÁRIO DA

REGIÃO DE VISEU Novo acordo ortográfico

- 3500-680 Repeses - Viseu · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP

redacao@jornaldocentro.pt

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www.jornaldocentro.pt |

Nuno André Ferreira

Concelho de Viseu tem taxa de desemprego superior à média nacional 17,1% contra 15%

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| páginas 6 e 7

∑ Filipe Nunes

∑ Lúcia Silva

vs.

| páginas 8 e 9

Paulo Neto

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Nuno André Ferreira

PS Viseu vai a eleições

∑ “Os jovens devem ter uma visão alargada, há que encarar outras oportunidades!” (Marta Rodrigues, diretora do CEFPV) ∑ “A política de chapéu na mão tem de acabar no concelho” (Lúcia Silva) ∑ “Não tenho padrinhos na política nem quero ter” (Filipes Nunes) ∑ Concorrente reclama “justiça” em concurso da Câmara ∑ Choque brutal no IP3 faz três mortos ∑ Cavacas de Resende servidas de novo em ambiente de festa ∑ Aromas do Dão continua a surpreender com jantares vínicos ∑ Protestos intensificam-se contra os cortes no SNS

NOVOS PARCEIROS

Junto ao Cemitério Velho de Santiago, em Viseu, e a um infantário, este antigo bairro social é hoje uma lixeira e um espaço privilegiado por marginais. A câmara tem aí infraestruturas do SMAS, ainda visíveis no meio das silvas em redor. Qualidade de vida a olho nú. Esta rúbrica está aberta à participação dos leitores. Submeta a sua denúncia para redacao@jornaldocentro.pt Publicidade

LAZER

(11) (12) abril : teatro

DIFERENÇAS (DESCUBRA AS 6 DIFERENÇAS)

Gil Vicente na Horta

TEATRO NACIONAL D. MARIA II NA ACERT Sexta, 12 Abr’13 às 21:45 Preço: 7,5/10 € Público escolar: 11 e 12 Abr’13 às 15:00 Preço: 2 € M/12

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A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR

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ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE TONDELA Rua Dr. Ricardo Mota, s/n 3460-613 Tondela www.acert.pt


tempo

JORNAL DO CENTRO 11 | ABRIL | 2013

Hoje, dia 11 de abril, períodos de chuva. Temperatura máxima de 13ºC e mínima de 9ºC. Amanhã, 12 de abril, aguaceiros. Temperatura máxima de 13ºC e mínima de 5ºC. Sábado, 13 de abril, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 17ºC e mínima de 5ºC. Domingo, 14 de abril, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 21ºC e mínima de 8ºC. Segunda, 15 de abril, céu com períodos de muito nublado. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 7ºC.

Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

∑agenda

Olho de Gato

Quinta, 11 abril

Truca-truca

Viseu ∑ Caminhada na Ecopista do Dão para assinalar o Dia Mundial da Saúde comemorado a 7 de abril, às 10h15, com início junto à ponte pedonal do Parque Urbano da Aguieira.

Joaquim Alexandre Rodrigues joaquim.alexandre.rodrigues@netvisao.pt

Viseu ∑ A Associação Empresarial da Região de Viseu, em parceria com o Jornal do Centro promovem a conferência “Viseu e a Balança Alimentar - Contributos para o Futuro”, às 17h45, no Hotel Montebelo.

Segunda, 15 Castro Daire ∑ Abertura da VII Festa do Livro e da Leitura de Castro Daire. Até dia 19 realizam-se encontros com escritores, apresentação de livros, oficinas de escrita criativa, workshops, exposições e a II Feira do Livro.

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DR

Sexta, 12 Viseu ∑ II Gala Solidária do Rotary Club de Viseu, às 21h00, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, a favor da APPDA-Viseu e do Centro Hípico de Rio de Loba.

http://twitter.com/olhodegato http://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

A A estilista Katty Xiomara apresenta as suas criações

O melhor da moda regressa ao Palácio do Gelo Evento ∑ Tendências primavera/verão com apresentação de Catarina Furtado O Palácio do Gelo Shopping recebe sábado, 13, o “Palácio do Gelo Fashion Show”, um espetáculo de moda que assinala o 5º aniversário do espaço comercial. O evento, que decorre pelas 21h30, é apresentado pela “cara” do centro comercial de Viseu, Catarina Furtado. Como já vem sendo habitual, neste dia, o Palácio do Gelo, transformase num grande palco de moda, por onde desfilam as mais recentes tendências primavera/verão das lojas presentes no espaço. Este ano marcam presença na passerelle as criações da estilista Katty Xiomara e de jovens criadores portu-

gueses, integrados na Portuguese Fashion News. Ao palco da moda sobem várias caras conhecidas do grande público, como Débora Monteiro, Andreia Rodrigues, Afonso Vilela e os gémeos Pedro e Ricardo Guedes, numa celebração que irá prolongarse noite dentro com muito glamour e animação. Para além da moda, marcam o evento diversos momentos de animação, como as atuações da cantora Inês Santos e dos Glam Dance. Mais tarde, a festa prolonga-se na Discoteca Ice Club, espaço integrado no Palácio do Gelo Shopping, para um brinde ao aniversário de um espaço que já

se tornou numa referência a nível nacional. Ainda no âmbito das comemorações dos seus cinco anos de existência, o Palácio do Gelo realiza, nos próximos dias 19 e 20 de abril, workshops de aconselhamento de moda, onde os visitantes terão a oportunidade de tirar dúvidas e receber dicas personalizadas que lhes permitirão melhorar a sua imagem. Será assim mais fácil seguir as tendências de moda, em looks simples e acessíveis, sempre disponíveis nas diversas lojas do Palácio do Gelo Shopping. Micaela Costa

1. Desde o episódio da TSU em Setembro, o ministro Pedro Mota Soares tinha passado à clandestinidade, ninguém mais ouvira falar dele. Agora saiu da toca com uma nova ideia — dinheiros comunitários para part-times. Em politiquês: “empregabilidade parcial” para aumentar a natalidade. Ciclicamente, os políticos querem mais bebés. O que é bom. Podiam escolher o caminho de Assunção Cristas ou de, em tempos idos, Roberto Carneiro. Em suma, lembrando a grande Natália Correia, truca-trucarem mais e serem felizes. E deixarem as pessoas serem felizes. Infelizmente, nada do que se tem feito desde que, em 2002, caímos no pântano ajuda a isso. Um povo feliz tem um governo pequeno e moderado nos impostos. Cá, levamos uma década perdida de políticos a ligarem o complicómetro, a tirarem abonos de família e a fazerem vigarices tipo “cheque-bebé”. Não é fácil, assim, ser feliz. Um povo infeliz, para se distrair, tem que ver mais televisão. O problema é que, nas televisões, a toda a hora aparecem comentadores ex-futuros-políticos, e o povo fica mais infeliz ainda. Nada disso deve ser bom para a natalidade. A sequência (i) bebés graças aos part-times, (ii) part-times graças a dinheiro europeu, (iii) dinheiro europeu graças à “senhora” Merkel, contém em si um fiasco algures. Vale mais nem pensar em que fase desta cadeia as pessoas vão perder a... pulsão. Caro Pedro Mota Soares, pode regressar à toca outra vez. 2. Note-se: dividir por dois ou três o trabalho existente, trabalho que é cada vez mais escasso, é uma boa ideia, praticada há muito por exemplo na Holanda. Agora não se misture isso com decisões íntimas das pessoas. 3. Ninguém se admire que, também nas autárquicas deste ano, apareçam para aí umas 12635 propostas de política truca-truca. Ou mais. Será um combate municipal e freguesial que, finalmente, vai multiplicar os bebés.


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