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Distribuído com o Expresso. Venda interdita.
UM JORNAL COMPLETO
SUPLEMENTO
DIRETOR
Paulo Neto
pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 08 > À CONVERSA
Semanário 1 a 7 de agosto de 2013
pág. 12 > REGIÃO
Ano 12
pág. 06 > ABERTURA
VENDIDO SEPARADAMENTE
.
pág. 17 > SUPLEMENTO
NÃO PODE SER
AGOSTO DE 2013 E JORNAL DO CENTRO , EDIÇÃO 594 DE 1 DE DO SEMANÁRIO
pág. 28 > CULTURA
É PARTE INTEGRANTE
| Telefone: 232 437 461
1 Euro
pág. 26 > EM FOCO
novo p
SEMANÁRIO DA
pág. 30 > SAÚDE pág. 33 > CLASSIFICADOS
Nesta ed edição diçã ão
om
c Agora ço xxx re 0,80 Euros
pág. 24 > DESPORTO
ESTE SUPLEMENTO
Micaela Costa
Textos: Micaela Costa Grafismo: Marcos Rebelo
N.º 594
pág. 21 > ECONOMIA
REGIÃO DE VISEU
pág. 35 > CLUBE DO LEITOR
Novo acordo ortográfico
·
Avenida Alber to S ampaio, 130 - 3510 - 028 V iseu ·
redacao@jornaldocentro.pt
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w w w.jornaldocentro.p t |
Paulo Neto
“Não há Portugal sem Viseu” ∑ Carlos Martins, diretor executivo de Guimarães Capital da Cultura 2012, em entrevista ao Jornal do Centro | páginas 8, 9 e 10
2
Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
praçapública r Não
palavras
deles
sei quantas freguesias temos neste momento, pois tapei os ouvidos e não quis saber. Quando sair, daqui por dois meses, deixo o concelho [de Viseu] com as mesmas 34 freguesias” Fernando Ruas Presidente da Câmara Municipal de Viseu (Última reunião descentralizada de juntas de freguesia, em Cavernães, 25 de julho)
Paulo Neto Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt
uma equipa verdadeiramente nova nestas lides. A maioria dos elementos participa pela primeira vez nestes desafios e nunca teve quaisquer participações em campanhas e organizações partidárias”
rUm projeto impor- r Viseu tante [3ª Gala de Andebol], porque vai trazer a Viseu as televisões, jornalistas nacionais e estrangeiros, o que é também uma forma de aliar o desporto ao turismo, neste caso, promovendo o andebol”
Jorge Azevedo Candidato à União das Freguesias de Viseu, CDS-PP, na sua apresentação
Joaquim Escada Presidente da AAV, em conferência de imprensa
tem boas práticas do turismo de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida (...) há 50 milhões de turistas que em todo o mundo viajam e que têm essa incapacidade”
Pedro Machado Presidente do Turismo do Centro, em entrevista ao Jornal do Centro
A luz do conhecimento e a cegueira Numa tertúlia privada, um cidadão de Tomar, avisado e atento, perguntou-me: “Culturalmente, como está Viseu?” A questão deixou-me pouco à vontade e tartamudo, estados, em geral, alheios ao meu ser. As instituições difusoras de cultura num senso mais lato serão as Escolas. A seguir, teremos as Autarquias. Ou, provavelmente, esta ordem de prioridades será arbitrária, uma vez que ambas devem estar intimamente ligadas para a prossecução desse bem comum. A autarquia viseense, fechada há muito para dentro de si mesma, ignorando a crescente importância das cidades e o aumento do poder de governança local, nunca se distinguiu particularmente no seu empenhamento cultural. Acções avulsas que, no período que contou com a maior visibilidade e procura cultural – os últimos anos – não teve no seu pelouro quem estivesse apetrechado das competências na área do conhecimento para ser actuante, marcante e deixar obra feita. Quando nos últimos anos a autarquia desperta para as exigências neste âmbito, não só o faz com excessivo atraso, como também com muita inépcia, pouca visibilidade e nenhuma abrangência. As Escolas, a nível básico e secundário, viveram no último decénio a maior explosão desaceleradora do seu “espevitamento” cultural. Têm feito o que podem, sem rasgos de criatividade, muito empenhadas na sua burocratização e desqualificação do ensino, em geral. A cultura do “eduquês”, de costas viradas para o conhecimento cien-
tífico e centrada num paradigma de valorização de um empirismo saloio, sem fundamentos nem bases de bom rigor e de adaptabilidade às exigências do meio e da sociedade actual. Escola fechada e desacreditada para os alunos, frequentemente palco de experiências tortuosas onde todos são cobaias: professores, alunos e funcionários, e onde todos aprendem a ser “políticos” na pior das acepções do termo, numa luta sem tréguas pelos micro poderes sectoriais. O Ensino Superior privado esteve durante um quarteirão de anos azafamado em enriquecer. Agora, está preocupado em encontrar soluções para evitar a insolvência das instituições. O Ensino Superior público foi alvo de digladiações de actores que se queriam perpetuar como eternos protagonistas, deixando para plano irrelevante a construção de um ensino superior público de qualidade. Se, felizmente, os últimos anos têm tentado reverter essa tendência, os anos perdidos são, em termos geracionais, uma irreversível catástrofe. O Teatro Viriato foi durante anos uma ilha isolada e porfiada na pedrada no charco. O Conservatório Azeredo Perdigão pauta-se por uma discrição tal, que a maioria dos viseenses ignora a sua existência, carecido de uma direcção com génio e rasgo. O Museu Grão Vasco e o Museu da Misericórdia… o primeiro vai singrando, o segundo deixou de singrar. O Museu de Almeida Moreira é quase confidencial. O Museu do Quartzo é muito novo para ser amplamente avaliado. O Museu de Várzea de Calde foi-o enquanto obra de
Alberto Correia, hoje perdeu significado e eficácia. Não existe. A Feira de São Mateus, secular e sazonal, é frequentemente “obnubilada” pelo despotismo autárquico. Surgem depois as iniciativas privadas, com o seu mérito, a sua maior ou menor capacidade de inovação, a sua autonomia ou total dependência do poder local. O Cine Clube porfia contra ventos e marés, o Lugar do Capitão, o Empório Património,
Paulo Neto
Editorial
rSomos
o Gira Sol Azul… Os Jardins Efémeros, durante 7 dos 365 dias do ano, tentam dar colorido e animação à zona histórica de Viseu. O balanço geral, se delgadinho, não deixa morrer a esperança. Mas o tempo a vir não se compadece destes fracos lenitivos. Parafraseando Carlos Martins, director da Guimarães Capital da Cultura 2012: “O novo conhecimento é o da adaptabilidade e há uma nova economia do conhecimento onde as ideias são bens transacionáveis e o conhecimento dura pouco tempo.” A partir destas premissas há que inovar, investir em educação fomentando a aprendizagem ao longo da vida, apostar na investigação, ter uma agenda digital para a região e promover as indústrias (sim, as indústrias!) culturais e criativas. Ora isto é exactamente o que não tem sido feito. Viseu não tem uma identidade, um cunho valorado nas suas raízes, uma marca internacional reconhecida (claro que não falamos no vinho do Dão!). Viseu tem no próximo decénio, os dez anos da sua salvação. Qualquer que seja o autarca eleito, se não interiorizar e compreender isso, conduzirá Viseu à agonia. Também cultural. Até e porque, as “vacas sagradas” que por aí andam a apregoar a competência, não resistem a uma olhadela mais aprofundada às suas carreiras para que se perceba que mais não fizeram que a sua autopromoção. Pena é que os possidónios do costume sofram da miopia diurna dos vampiros, para quem a luz do conhecimento provoca cegueira.
OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 3
Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
números
estrelas
621
Catarina Sobral Nadadora da Escola de Natação de Sernancelhe
Ganhou o prémio máximo referente ao escalão de Juvenis Femininos (14 anos), do CMEN 2012/2013.
É o número da edição deste ano da Feira de São Mateus.
Importa-se de responder?
Para obviar a novos e possíveis acidentes, a Junta de Freguesia de Cavernães paga obras da responsabilidade da Estradas de Portugal (EP).
Num contexto de campanha eleitoral, Adriano Azevedo junta o útil ao fundamental, proporcionando informação ativa sobre fundos comunitários de apoio 20142020.
O que espera ver na feira de São Mateus? Como já é hábito espero ver o que a feira tem de melhor. Boa música e muitos expositores que divulgam os produtos locais e regionais.
Para além de bom ambiente e boa música, quero assistir, em particular, ao concerto dos Expensive Soul.
Vasco Sousa
Sónia Morais
Engenheiro
Técnica Superior de SHT
Espero ver mais expositores, o que significaria mais divulgação dos produtos locais e um apoio contínuo à economia da região. E claro, bons espetáculos musicais, desportivos e culturais.
Infelizmente este ano não vou estar presente. Mas espero que todos os que possam ir tenham oportunidade de assistir a bons espetáculos.
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Adriano Azevedo Candidato do PSD à Câmara Municipal de S. Pedro do Sul
Junta de Freguesia Cavernães
Marco Cunha
Lourenço Castro e Sousa
Engenheiro
Médico
4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO Opinião Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt
Redação (redaccao@jornaldocentro.pt)
Emília Amaral, C.P. n.º 3955 emilia.amaral@jornaldocentro.pt
Micaela Costa, (estagiária) micaela.costa@jornaldocentro.pt
Elísio Oliveira Departamento Comercial
Economista
comercial@jornaldocentro.pt
Diretora: Catarina Fonte catarina.fonte@jornaldocentro.pt
Ana Paula Duarte ana.duarte@jornaldocentro.pt
Departamento Gráfico Marcos Rebelo
Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
Flores e eucaliptos Num contexto em que a economia portuguesa acusava uma recessão profunda e com uma conjuntura internacional adversa, o ex – ministro da economia, Álvaro Santos Pereira, procurou conceber uma resposta a este flagelo por via da definição de uma Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial focalizada no período 2013 – 2020, visando a colocação de Portugal numa trajectória de crescimento sustentável. Focalizou este plano estratégico em 6 objectivos: - Aumentar o potencial de cresci-
mento do PIB, aumentar as exportações, aumentar o peso da indústria na economia, melhorar o contexto de investimento, aumentar o nível de emprego e reforçar o Investimento em I&D. O plano está bem concebido e vai ao encontro das principais debilidades da nossa economia procurando desenvolver áreas incontornáveis para resgatar Portugal de um ciclo de recessão económica. No entanto, de pouco vale um plano de fomento económico bem concebido, se não houver a implicação dos
outros ministérios, nomeadamente do ministério das finanças. De pouco serve o ministro da economia procurar atrair o investimento nacional e estrangeiro se a justiça não funcionar a burocracia fôr uma barreira e o ministério das finanças impuser uma fiscalidade asfixiante. De pouco seve ao ministro da economia andar a plantar flores, se o ministro das finanças, vier por trás e lhe plantar eucaliptos em cima. A economia e as finanças são duas faces da mesma moeda. As agendas dos dois ministérios não podem ser estranhas uma à outra. As am-
marcos.rebelo@jornaldocentro.pt
Serviços Administrativos Sabina Figueiredo sabina.figueiredo@jornaldocentro.pt
Opinião
Tempo de emigrantes
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“Não foi por vontade nem por gosto que deixei a minha terra. “ (José Mário Branco - “Por terras de França” do disco “Margem de certa maneira”. http://youtu.be/z8mZzBr200g). Consulte-se! Fui emigrante. Por três vezes. Andei “por terras de França”, saboreei o amargo da distância e o melado do regresso. Curti a saudade com o salgado das lágrimas e funguei, em silêncio, na dor de saber partidos entes a quem muito amei, sem deles me ter despedido. Conheço a imensa tristeza de ter de partir, uma e mais outras vezes, e exultei nos braços de quem me aguardou, paciente e alegre, na saída dos aeroportos. Tive tempo de encarar as deci-
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sões de abalar, com toda a parcimónia e, retratando-me, assumir o papel que, tantas vezes de forma enxovalhante, se cola a quem emigra. É gente com coragem, determinada e perseverante. Gente a quem o suficiente não chega e que tem uma imagem do horizonte mais longínqua do que os demais. Gente com amor pelo picante da vida, usurários da aventura e de um destemor fervilhante; escorva da adrenalina que os põe em movimento, os empurra para a vida desconhecida e lhes ajuda na resolução das questões sempre emergentes. Sinto desta forma esta questão. Experimentei-a e, hoje, posso falar sem receios de intromissão em “seara alheia”.
Já despontam pelas ruas a exuberância dos penteados e das minissaias das “moçoilas” e o “calçanito” a as mangas cavadas dos “gaiatos”. Passam os carros com a música borbulhante a sair pelas janelas escancaradas dos bólides de dupla “abufadeira”, numa atitude de quem sorve a vida em temperatura de ebulição, a gastar cada segundo duma forma que nos países onde trabalham não lhes é permitida. São os excessos no que comem, no que bebem, no que dizem, no que fazem, mas, sempre, com a alegria estampada na cara e com um entusiasmo que por aqui não conheciam. Há uma espécie de arrogância no seu proceder, impositiva e forte, própria de quem ganhou o direito à di-
futebol, a visita do Papa ao Brasil e o nascimento do bebé real, entretanto acrescido da única (boa) semente que a ministra Assunção Cristas conseguiu fazer brotar, iria permitir que um dos maiores crimes, caso seja concretizado, desde o 25 de Abril pudesse ser cometido sem levantar grandes ondas. Falo da criminosa privatização dos
CTT que nos pretendem impingir. Estamos habituados a ouvir o argumentário sobre as empresas públicas que dão prejuízo. Estas, porque prejudiciais, devem ser geridas por empresas privadas, pois só assim podem tornar-se eficazes e, como gostam os economistas, sustentáveis. Porém, que dizer quando a empresa em questão é eficaz e sustentável?
Propriedade O Centro–Produção e Edição de Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91 Título registado na ERC sob o nº 124 008 SHI SGPS SA
Opinião
Gerência Pedro Santiago
Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.
Semanário Sai à quinta-feira Membro de:
David Santiago
Opinião
Associação Portuguesa de Imprensa
Sílvia Vermelho União Portuguesa da Imprensa Regional
Politóloga
Eles andam aí Enquanto andávamos entretidos com a nada revogável crise política, que ainda não terminou, nem terminará, eles continuaram por aqui. Escondidos por “detrás dos arbustos” foram tecendo as suas teias de interesses pouco patriotas e muito trapaceiros. Julgaram, talvez de forma correcta, que a instabilidade política, a silly season, o regresso do
Da ilusão da separação de Poderes Um certo poder judicial informou as/os “independentes” de que os partidos políticos estão a ameaçar fazer depósitos anónimos nas contas destes grupos de cidadãos eleitores de forma a incriminar a sua campanha. O que me torna a deixar com uma sensação incontrolável de incredulidade e revolta não é o conteúdo, claro (a ingenuidade
já se foi há muito!), mas sim é a displicência com que um Poder Judicial sabe disto, avisa, e di-lo publicamente com a indiferença que caracteriza os nossos dias. Se o Poder Judicia l sabe de uma intenção de um crime e não a trava ou denuncia, avisando potenciais vítimas em vez de, dentro da sua imensa estrutura, procurar agir sobre o pro-
blema, então não há Poder Judicial. Também este é uma fachada – só a fachada – o prédio por detrás dela há muito caiu e nada sobra dele. Foi Medo que aquele Poder Judicial procurou induzir. Só assim se entendem os “avisos” sobre as auditorias, as fiscalizações preventivas e a possível demora em anos na devolução das despesas por via da
OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 5
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bições e os objectivos dos dois domínios têm que ser partilhados e coordenados e têm que ter a implicação profunda do 1º Ministro. Cabe ao 1º ministro assegurar o poder de síntese e de compromisso com o conjunto dos ministérios. Três meses antes de se demitir, o ex-ministro das finanças, Victor Gaspar, passou a afirmar que “a partir de agora seria a hora do Investimento e da economia.” Ora, nunca pode deixar de ser a hora da economia, porque quando deixa de ser a hora da economia deixa de ser também a hora das finanças. Foi por isso que uma austeridade mortal para a economia, em nome
da recuperação das finanças públicas, não só não recuperou as finanças, como atacou fortemente a economia, destruindo-se cerca de 400 mil postos de trabalho em 3 anos e 7% de PIB em termos acumulados, o que representa 12.000 Milhões de euros por ano de empobrecimento. O desafio de conjugar a reconversão da economia portuguesa, nomeadamente do reforço do sector dos bens transaccionáveis com o equilíbrio das finanças era possível se tivesse pelo meio a reforma da administração do estado e um prazo mais alargado de ajustamento assumido logo à cabeça do programa. Porque assim acabamos por
cair nesta situação mas em condições muito fragilizadas e com algum descrédito internacional. Esta estratégia acabou com o FMI a fazer mea culpa e com o Ministro Victor Gaspar a reconhecer que falhou e com os prazos de redução do défice e de redução da dívida a ser prolongados. É sobre estes escombros que o governo reconduzido e renovado vai ter de fazer obra. Que seja uma equipa bem coordenada e focalizada no desígnio estratégico de resgatar Portugal do empobrecimento e da insustentabilidade das finanças públicas. Chega de décadas de políticas erráticas e inconsistentes. A estrutura econó-
mica não é de total plasticidade, que possa ser hoje assim e amanhã assado. Precisa de um rumo, de coerência, de persistência e não de ziguezague. Uma estratégia não pode ser uma manta de retalhos. È imperioso conjugar a reengenharia do estado e a redefinição do modelo social, com o rigor das finanças públicas e da sustentabilidade económica. Oxalá que os novos protagonistas da economia e das finanças e o vice- primeiro-ministro coordenador das pastas económicas não repitam os erros do passado. Que as flores e os eucaliptos encontrem o seu lugar próprio, sem se sobreporem.
ferença, ousou desvincular-se do torpor do dia-a-dia deste nosso “torrão” à beira-mar plantado e partiu, antes dos conselhos dos nossos políticos e acesos pela necessidade de mudança, para melhor. Dói-me a alma quando ouço e/ou recordo as baladas ousadas de gente de esquerda que, intervencionando, cantavam músicas como a referida no início do que agora escrevo, como o Zeca Afonso, Zé Mário Branco, Fanhais e outros que falavam de um inimigo que tinha de se combater para que fossemos todos igualmente portugueses, sem necessidade de emigrar e fruindo de uma democracia que tendesse para a melhoria geral de vida. Tanto que cantaram, como as cigarras, arriscando ir para a “sombra” e apregoando a sua visão ideal de futuro para agora se
aperceberem de que não passaram de “mulas” montadas pelos políticos que nos meteram nesta encrenca para benefício próprio, sem pudor, sem cautelas, sem responsabilidades tidas ou havidas e sem que alguém os “chegue à frente”, dando a impressão de que há um sobe-e-desce/entra-e-sai combinado, por força do destino traçado pelos votos, entre os políticos do agora dito “arco da governação, em que se protegem, urdem as leis protecionistas e agrilhoam a vontade de desinfestação tão falada, e somente falada, pela maioria dos portugueses. É neste País, propositadamente demenciado pelas forças políticas reinantes desde há quatro décadas, que adregam os nossos heróis emigrantes. Aqueles que não nos abandonam e que recorrentemente vêm aqui derramar
com a família e amigos a alegria tantas vezes contida em meses de trabalho insano e de aperto nas despesas. É o folclore do Verão, do ruído dos motores, do vozear altitonante, da exuberância de cores e trajos, dos gastos sem medida e dos consumos que celebram uma liberdade ganha em «“terras de França”, com a saudade na lembrança…». Teremos todos de emigrar, talvez, deixando por cá os nossos políticos sozinhos, para voltar a sentir o amor pela Pátria-Mãe, a alegria de estar em Portugal e de conviver com os demais. Teremos de fazer de contas que os Zés Mários Brancos foram imbecis montados por aqueles que aguardavam que lhes preparassem o “terreno “para chegar às tetas que de outra forma nunca teriam estado ao seu alcance.
Teremos de continuar a ser apatetadamente cegos, distraídos e acarneirados, metidos nesta procissão onde as caixas das esmolas das promessas são devassadas e usadas para que a construção de um País cada vez pior seja uma realidade cada vez mais evidente e numa biela de onde não haja marcha-atrás, porque todos empurram para o lodo, nem lugar onde se inverta o sentido. Uma saúde pelos nossos compatriotas que, em terras onde se trabalha, constroem aquilo que o nosso País lhes nega por laxismo, indisciplina, corrupção, nepotismo, compadrios e tudo o mais que cansa descrever…!
Algo irá ser defendido, nem que venha a ser utilizada a troika como conveniente álibi para mais uma habilidade. Porque iremos, certamente, testemunhar como o “novo ciclo” apenas trará novidades naquilo que entretanto tenhamos esquecido. Esquecido andava António Borges. Por entre os pingos da chuva de imbecilidades e infantilidades a que fomos assis-
tindo nas últimas semanas, Borges continuou a empreitada que encetou juntamente com Miguel Relvas e Passos Coelho, e que passa pela delapidação e destruição, essas sim irrevogáveis, daquilo que possa prover Portugal de algum serviço mínimo de estado-social e, no caso dos CTT, como muito bem apontou Daniel Oliveira, da “função fundamental para a coesão do país”. Convém
estarmos cientes de que a desertificação em curso do interior do país é hoje combatida, quase somente, pela importante função desempenhada pelos CTT. Para além da entrega de correspondência é uma garantia no fornecimento de serviços e, por exemplo, uma forma de atenuar o isolamento de muitos idosos abandonados pelas famílias e, em última instância, pelo Estado.
Devemos estar bem avisados para aquilo que Borges e o desaparecido Relvas, que certamente não decidiu retomar os estudos, andam a negociar. Porque para além dos CTT ainda temos as Águas, entre outros negócios apetecíveis. É urgente, antes de mais, esclarecer os moldes em que se processaram as últimas privatizações coordenadas por estes senhores. Atenção que eles continuam por aí.
subvenção pública. Olhemos para as coisas com a franqueza própria das mulheres e homens com coluna vertebral: o sistema passa a vida a dar recados de “não se metam”. E nós temos absor vido essa mensagem, numa entrega à inércia e ao desespero impotente. A impunidade dos sequestradores de Portugal é tal que o descaramento sobre o conhecimento das suas
acções se tornou justificável, perante a conivência que resulta da apatia e da corrupção que grassa naquilo que deveria ser o Poder Judicial. O sistema está viciado, com uma promiscuidade inadmissível entre os Poderes de Montesquieu. Os partidos políticos contam com as leis injustas para manter os seus privilégios mas contam principalmente com a podridão e sentimento de impunidade.
Como disse Paulo Teixeira de Morais num artigo de opinião no CM, estas eleições estão, logo de início, viciadas, pela grande desproporção e desigualdade criada pela lei relativamente às candidaturas independentes e às candidaturas partidárias. O risco de incriminação de grupos de cidadãos eleitores e de travões ilegais ao que já sobreviveu aos obstáculos do sistema legal é uma amea-
ça real, um convite à desmobilização e ao regresso à falsa segurança das quatro paredes. A campanha ainda nem começou e já se assistem a manifestações agressivas de caciquismo, ameaças veladas e assédio eleitoral. São vícios, ta mbém , de um sistema montado que só serve quem o enforma, aniquilando tudo e todos à sua volta. Mas não vai resultar.
Pedro Calheiros
Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico
Jornal do Centro
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abertura
Micaela Costa
textos ∑ Pedro Morgado
Jardins Efémeros tiveram um investimento de 75 mil euros Cultura ∑ Câmara Municipal de Viseu passou este ano a ser a principal promotora e fonte de financiamento deste evento “Um investimento que parece grande foi na verdade simbólico uma vez que tudo aquilo que foi desenvolvido na cidade custaria certamente 400 mil euros”. Foi neste quadro que Sandra Oliveira, organizadora e produtora do evento, fez esta semana o balanço da terceira edição do programa de intervenção cultural Jardins Efémeros que decorreu na cidade de Viseu de 22 a 28 de julho. No tota l, a Câ ma ra
Municipal de Viseu disponibilizou para a realização deste evento cerca de 50 mil euros, através da celebração de um contrato de aquisição de serviços, e a Associação de Desenvolv i mento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) comparticipou diversas ações e materiais no montante total de 25 mil euros. Afirmando a sua satisfação “com o retorno económico” que o evento levou a todos os comerciantes da zona his-
tórica, a organizadora destacou a forma “contemporânea” como foram “tratadas as questões da cidade” e privilegiada a criação local para que estas “sementes, estas relações permanentes que uma ação desta natureza gera espontaneamente” se materializem no futuro. “O concer to enco mendado à Ana Bento, da Gira Sol Azul, foi o concerto mais caro de todos, custou quatro vezes mais que os Dicta-
phone de Berlim e foi, claramente, uma aposta nos valores locais”, sustentou a produtora. Segundo Sandra Oliveira, nada do programa destes sete dias e sete noites lhe merece maior louvor que o envolvimento de cerca de 50 entidades em torno de um objetivo comum o qua l, refere, muito deve à visibilidade nacional que o projeto alcançou. “Desde a pri mei ra edição aquilo que nos
motiva é sempre o mesmo. A forma é que é hoje diferente: há mais recursos, há uma maior maturação, há mais pessoas envolvidas, existe um maior reconhecimento nacional a este projeto o que facilita a criação de sinergias com outros atores locais”, destacou. No que diz respeito ao alcance nacional deste evento, Sandra Oliveira diz-se convicta que “essa notoriedade existe o que é bom para Viseu
ao ser entendida como uma cidade que produz cultura e não alguém que apenas compra espetáculos”. A organizadora e produtora do evento entendeu, de resto, que também a participação de pessoas convidadas vindas de outros pontos do país foram uma maisvalia para o projeto na medida em que “ajudaram a refletir melhor a cidade” e a implementar outro tipo de abordagem na criação artística.
Financiamento
49.835€ + 25.000€ = 74.835€
Câmara Municipal de Viseu
ADDLAP
Total
Jornal do Centro
JARDINS EFÉMEROS | ABERTURA 7
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conversas
Apoios institucionais e empresariais
Associação de Desenvolvimento Comissão Vitivinícola do Dão, Lafões e Alto Paiva Regional do Dão
∑ Pagamento do stand
de promoção da Região Vitivinícola do Dão “Entre Aduelas” criada pelo arquiteto Álvaro Pereira; Pagamento do aluguer, montagem e desmontagem de um conjunto de espécies arbóreas e flores que se f ixaram na praça D. Dua r te pa ra criar um efeito de f loresta densa; Criação de um largo artificial no meio da pra-
ça revestido a relva e árvores; Pagamento dos monta ntes envolv idos n a criação de uma orquestra criativa da região de uma forma atrativa e contemporânea; Promoção e organização das atividades rurais em espaço urbano; Pagamento da conceção gráfica e da página web, bem como todos os suportes gráficos do evento.
∑ Coordenação dos
produtores presentes no evento: Quinta do Perdigão, Casa da Mouraz, Lusovini, Pedra Cancela, Chão de São Francisco, Udaca, Carvalhão Torto, Caminhos Cruzados, Vinassantar, Quinta das
Camélias, Adega Cooperativa de Silgueiros, Casa da Passarela, Adega de Penalva do castelo, Dão Sul, Adega Cooperativa de Mangualde, Quinta da Ponte Pedrinha e Fonte do Gonçalvinho.
Cria Verde
Visabeira Turismo ∑ Decoração de todo o centro histórico da cidade
∑ Dentro do seu âmbito de atuação a Visabeira Turismo apoiou esta iniciativa alojando artistas e estruturas técnicas envolvidas no evento a um preço inferior ao pra-
ticado no mercado. Forneceram também as cozinhas e todo o material necessário à realização das oficinas de culinária e das cozinhas comunitárias.
com toneladas de plantas e arbustos (4.500 euros + IVA)
Carpintaria Casa Nova (Viseuropa, Visotela)
Esc. Sup. de Educação de Viseu ∑ Forneceram de forma graciosa todos os materiais necessários, tin-
tas e material elétrico, à intervenção das 15 lojas na Rua Direita.
Univ. Católica Portuguesa ∑ Projeto conjunto entre os alunos finalistas do curso de Artes, coor-
denado pela professora Paula Rodrigues, e a empresa Interecycling.
Carpintaria e Marcenaria José Soares de Sousa e Filhos ∑ Construção do stand
de promoção de 40 metros “Entre Aduelas” por 4.500 euros;
Construção da peça ma is vista do evento: “o megafone” por 600 euros.
“A forma como o poder político tenta atingir os mesmos objetivos a que nós nos propusemos é para mim discutível” Como vê este espaço (Praça D. Duarte) hoje? Sente que Viseu perdeu algo?
Há sempre aquela melancolia depois de ter visto tornar real um “tempo de sonho” e depois o ver desmaterializar mas aquilo que fica é muito mais do que o “jardim”. Os “Jardins Efémeros” não são mais que uma metáfora. Todo o trabalho desenvolvido em conjunto por estas pessoas ao longo um ano, que têm outras exposições, que estão a trabalhar noutras coisas, transformase numa verdadeira “sementeira” de ideias da qual muito se “colhe” ao longo do ano para outros trabalhos. Há muitas iniciativas, que não estão visíveis durante o ano, que se materializam apenas nesta semana. Portanto, eu gostava de encarar esta realidade de uma outra forma. Eu gostava que não houvesse trânsito nesta zona da cidade ou que existisse algum planeamento estratégico. Mas penso sobretudo que são este tipo de ações que me permitem sonhar, que me permitem este pensamento.
Sandra Oliveira Organizadora e produtora do evento Como entende o facto de estar “viva” a discussão sobre o futuro do centro histórico?
Uma das coisas que a mim me agrada imenso é que em termos políticos existe uma transversalidade na preocupação com o centro histórico dos candidatos à Câmara Municipal de Viseu, desde o Bloco de Esquerda ao CDS-PP, e em que o investimento nesta zona da cidade é a tónica dominante e visto como essencial nos seus discursos eleitoralistas. Portanto, antes mesmo de fazer alguma coisa, a ideia de todos os artistas que aqui estiveram já tinha ganho. Os “Jardins Efémeros” ainda não tinham sido inaugurados e esta posição, este manifesto pela defesa e pela revitalização do centro histórico, já tinha sido entendido e aceite pela comunidade. Contudo, a forma como o poder político tenta atingir os mesmos objetivos a que nós nos propusemos é para mim discutível mas, se há esta vontade, se há esta discussão, fico muito feliz que isto tivesse acontecido desta forma.
Outros apoios
∑ Associou-se ao evento “Esta rua não acaba aqui” através da participação de 20 alunos da faculdade de Arquitectura
de Viseu nos trabalhos de revitalização das 15 lojas na Rua Direita, desenvolvidos pela arquiteta e artista Joana Astolfi.
∑ ACERT, Artspazios, Ar.De.Cor, Cadeira Amarela, Casa da Côr, Casa da Sé, Centro Kailas, Cine Clube de Viseu, Centro de Recrutamento de Viseu, Jornal do Centro, DãoTV, Fora do Rebanho, Gira Sol Azul, Habidecor, Hotel Grão Vasco, Interecycling, Lugar Presen-
te, Macovex, Maria Xica, Misericórdia de Viseu, Mob Cozi n h a s , Muuda Design, Museu Grão Vasco, NACO, Papelinhos e Papelotes, Rocha e Chaves, Sala de Ser, Só Sabão, Teatro Viriato, VideoPick, Viseu Novo, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana de Viseu.
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à conversa
entrevistas ∑ Paulo Neto / Pedro Morgado fotos ∑ Paulo Neto
“Há aqui uma necessidade urgente de ligar o território, percebendo que a bacia da procura de Viseu pode ser do litoral até Madrid” Carlos Martins
O CERV, Conselho Empresarial da Região de Viseu organizou no passado dia 27 de julho, nas suas instalações da Rua da Paz, um colóquio subordinado ao tema “Dinâmicas de Atratividade Urbana”. Tendo como palestrantes Carlos Martins, director executivo de Guimarães Capital da Cultura 2012, Joaquim Pereira, ex-vice presidente da câmara de Vila da Feira e presidente da CityMarketing e Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, perante uma plateia interessada e numerosa, foram aqui apresentadas as novas tendências mundiais neste domínio, súmulas de experiências de sucesso em Portugal, a nova prática para a sustentabilidade e inovação social, assim como a cidade enquanto paisagem criativa, requalificação de espaços, o papel do marketing para gerar atractividade a residentes, investidores, visitantes, estudantes e trabalhadores, pela criação de uma identidade inequívoca para gerar a imagem que se quer ter para o exterior. O Centro foi enfatizado como tendo 22% da população portuguesa, 30% do território nacional e um conjunto de uma centena de municípios. Como trabalhar este território foi um dos motes, a par das infra estruturas e acessibilidades necessárias. Como vê Viseu? Foi a pergunta final… A palavra aos intervenientes. PN Como vê Viseu?
Carlos Martins – Eu penso que Viseu é uma marca, é uma expressão cultural e é uma expressão identitária para além do espaço, para além do território físico. Não há Portugal sem Viseu quer pela sua dimensão histórica, por aquilo que é hoje, quer por esta relação litoral / interior que consegue gerir com equilíbrio. Portugal precisa muito destes espaços de interface, de transição territorial porque está a pender demasiado para um lado e pode afundar para o lado para onde está a apontar e este equilíbrio é fundamental até para melhorar a nossa relação com Espanha. Acho que esta posição estratégica com importância histórica e identitária que tem Viseu é fundamental para o país antes de mais. O que é que a cidade para quem a vê de fora sugere?
Sugere uma capacidade empresarial relevante, sugere uma capacidade de preservar memória patrimonial, museológica relevante, de não perder a agenda do tempo presente, de não ficar para trás em alguns dos dossiers nomeadamente na tecnologia, na inovação, no ensino superior, mas tem um desafio muito grande hoje, que deriva do facto do mundo não ter parado sendo agora muito mais exigente do que aquilo que foi no passado. Se já não era fácil aguentar a pressão destas diferentes linhas de força que pressionam qualquer território que não é capital de um país e que não tem uma escala urbana muito grande, hoje esta realidade é pior porque essa competição deixou apenas de ser regional ou nacional e é global estando os recursos muito mais fora da Europa, nos dias de hoje, onde vive-
mos um contexto económico muito complicado e onde nem todos vão conseguir sobreviver nesta luta. Aquilo que se espera hoje já não é apenas que Viseu acompanhe os tempos, é sobretudo que esteja à frente deles e este é esse o desafio. Independentemente da minha avaliação muito simpática, positiva e interessada sobre o que tem sido Viseu penso que hoje o que se coloca não é apenas manter essa posição identitária e estratégica em termos geográficos, mas a capacidade de acompanhar os tempos como tem vindo a demonstrar e os desafios novos que tem que saber enfrentar. Joaquim Pereira – Eu faço minhas as palavras do Carlos. Ou seja, não existe Portugal sem Viseu obviamente. Agora, Viseu aparece-me na minha referência como uma cidade demasia-
damente forte, carregada de potencial e logo muito, mas mesmo muito, propensa ao risco de não ser coisa nenhuma. É bom que não se esqueça que Viseu tem Rio Douro mas Viseu também tem Serra da Estrela. Esta panóplia, este espetro de oportunidades que se colocam a Viseu, podem tentar Viseu a querer ser tudo e esta cidade não pode ser tudo. De certo modo a visão que eu tenho de Viseu é uma cidade carregada de potencial, carregada de oportunidades mas que tem que definir muito bem o seu posicionamento e, assim, uma estratégia. Pedro Machado – Viseu reforça, subscrevendo o que já foi dito pelos dois intervenientes, o posicionamento da região Centro essencialmente porque vive não de uma cidade metrópole, que acaba por se destacar das outras, mas por um conjun-
to de cidades médias a que se associa Coimbra, Aveiro, que se associa a Guarda, Castelo Branco, agora Leiria por força da agregação e nos permite alavancar uma estratégia que, todas as suas cidades médias não tendo uma emergente relação às outras, acaba por acrescentar valor com os seus produtos. Naturalmente que a referência maior que temos, quer no património cultural e histórico edificado, quer na fileira da enogastronomia e, nomeadamente, da gastronomia associada aos vinhos da primeira região demarcada que foi o Dão, depois dos vinhos espirituosos do vinho do Porto, faz com que esta cidade hoje seja claramente uma daquelas que permite afirmar a região Centro. Te m t a m b é m u m posicionamento estratégico muito interessante para a re-
gião Centro. É uma das nossas principais cidades que está na nossa ligação rodoviária e que nos liga ao nosso primeiro mercado externo, que é o caso de Espanha, colocando-nos a duas horas de Salamanca, a três horas de Valladolid ou a quatro horas de Madrid, o que faz com que já não pensemos numa estratégia de afirmação para o centro de Portugal com estes dois milhões e quatrocentos mil habitantes mas quiçá pensarmos nos 10 milhões que estão em Madrid e que podemos atrair através de cidades como a Guarda ou uma cidade como Viseu. Carlos Martins que proporia para Viseu?
Carlos Martins – Eu penso que hoje não podemos deixar de propor inovação em qualquer sítio do mundo, porque as transformações são de tal forma que quem parar, quem não inovar, vai
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morrer. Não tenho a pretensão de dar exemplos concretos em Viseu porque não seria honesto da minha parte. Para se propor alguma coisa tem que se conhecer o diagnóstico com profundidade o que não é o caso presente. Sei que, enquanto visitante externo, aquilo que sinto é que Viseu tem tudo ou seja, tudo o que Viseu precisa para ser melhor já cá está. Agora é necessário sobretudo potenciar e ligar coisas que não estão ligadas. Penso que é necessário hoje que Viseu ligue o rural ao urbano, o público ao privado, o residencial ao industrial, o físico ao imaterial ou seja o património material ao imaterial. Isso é o mais difícil porque fazer coisas novas com dinheiro, venha ele dos contribuintes dos fundos comunitários ou de uma empresa é fácil. O “ligar coisas” implica um tipo de inteligência que hoje na Comissão Europeia é apelidado como “estratégia de smart cities”, ou de crescimento inteligente e que consistem nisso. Consistem sobretudo em melhorar, em ser mais inclusivo, mais competitivo, mais inteligente a partir dos recursos do território, potenciando aqueles que se selecionarem como estratégicos e penso que isso, como referiu o Joaquim, implica que não possamos ir a todas ao mesmo tempo, hoje muito menos. Temos que nos especializar naquilo que pode ser especializado e diversificar aquilo que pode ser diversificado. Estes são os dois temas: o que especializar, já falámos aqui do tema da enogastronomia que é absolutamente central e o que diversificar naquilo que ainda está por diversificar e há setores nomeadamente ao nível da educação, que ainda podem ter outro espetro de intervenção, ou da inclusão social ou a nível turístico atendendo a que existem outro tipo de ações que se podem desenvolver numa lógica de que Viseu não existe sozinho, não é uma ilha e, não sendo uma ilha, tem que viver com o território à sua volta e este território à sua volta, pode dar o exemplo e ensinar Portugal como fazer bem. É que o nosso mercado mais próximo é, obviamente, Espanha, não é a Nova Zelândia, e nós estamos fisicamente próximos. Chegar ao aeroporto
posicionamento, se afirme com diferenciação mas assumindo essa posição geoestratégica que, ao fim e ao cabo, pode ter aqui no território.
de Londres e ir até ao centro da cidade demora tanto tempo como chegar a Madrid e vir até Viseu. Há aqui uma necessidade urgente de ligar o território, percebendo que a bacia da procura de Viseu pode ser do litoral até Madrid e há vários casos de pessoas que estão na zona fronteiriça, do lado espanhol, que não sentem interesse em vir ao lado português porque falta exatamente essa capacidade de potenciar uma relação nova e Portugal é demasiado estreito para não perceber que é em Espanha que está o seu mercado natural. Tem-se vendido mal ou insuficientemente a ideia?
Carlos Martins – A questão não é vender. A questão é ter produto porque muitas vezes nós dizemos que Portugal se está a promover mal. No meu entender nem sempre se promove mal. O país gastou muito dinheiro em promoção, gastou pouco foi na organização do produto. Gastou pouco na geração de uma cadeia de valor com mais valor acrescentado. Nós estamos em todas as feiras internacionais mas, não é isso que está em causa. Nós estamos quando e como podemos e não se pode pedir mais. O que nós muitas vezes não fazemos é quando o produto chega ao mercado internacional não tem a densidade, a complexidade que tem que ter hoje para ser considerado um bom produto. Joaquim Pereira que proporia para Viseu?
Joaquim Pereira – Viseu é de facto, como diz o Carlos, a porta de entrada em Espanha ou seja, o nosso primeiro mercado externo natural é Espanha. Se nós pensarmos que norte e centro, se não quiserem ir para a Galiza, têm como primeira paragem a cidade de Viseu, a cidade tem que se posicionar desta forma. Não só faz a ligação de Portugal com o seu primeiro mercado externo como também faz a ligação Portugal centro/sul e norte/Galiza. Acho que Viseu tem que assumir esse posicionamento e, ele de facto não está no coração da região Centro, mas está na parte cimeira da região Centro. Faz sentido que Viseu, depois de assumir o seu
A Carlos Martins, diretor Guimarães Capital da Cultura 2012
A Joaquim Pereira, presidente da CityMarketing
A Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro
Pedro Machado – No que concerne a esta questão queria apenas salientar três notas. Primeiro, Viseu deve assumir uma postura de “cross-selling” entre aquelas que são as suas cidades irmãs da região centro e tirar partido dessa realidade. Coimbra, Aveiro, Viseu, Guarda, Porto e até mesmo Lisboa. Hoje a região centro vai do Porto até Lisboa e, portanto, Viseu pode e deve tirar partido desse “crossselling” seja no produto do turismo-ativo, seja no produto turismo-natureza, seja no produto turismo enogastronómico, seja no patrimonial e no cultural. Segundo, uma aposta forte e concertada cruzando setores e fileiras de atividade. Alguns bons exemplos de empreendedorismo e de empresas que considero quase, já não digo “gazela” porque não são tão pequenas, mas empresas “âncora” e que são hoje cartões-de-visita do nosso próprio país. A Visabeira, obviamente assumindo aqui um carácter prioritário que, mais do que isso, está hoje a ajudar Viseu a concentrar sobre a sua égide algumas das marcas que Portugal tinha até de afirmação internacional. Pensarmos hoje no modo como uma Visabeira “domina” uma “Vista Alegre”, pensarmos hoje que a Visabeira “domina” alguns mercados até da lusofonia, permite-nos pensar que pode ser a lusofonia um dos mercados em que Viseu pode, com o Centro de Portugal, sempre em concertação, vencer. Terceiro, uma forte intervenção não só de Viseu mas também da região centro e do país, uma vez que Portugal ainda não percebeu aquilo que o Carlos Martins acabou de dizer: que nós temos concentrado cerca de 50 milhões de euros por ano na promoção externa em países de média e longa distância. Não temos um plano para a promoção no nosso primeiro mercado externo que é Espanha. Por tudo isto temos que fazer aquilo que fez Barcelona a seguir aos jogos olímpicos:
fazer uma grande campanha de turismo e aumentar exponencialmente aquilo que foi a captação de turistas nacionais e só depois de consolidar o mercado interno partiu para os mercados externos. Nós precisamos de consolidar uma estratégia no mercado interno na qual Viseu seja claramente uma parte fundamental e precisamos de intervir com a marca Portugal em mercados de proximidade como são os nossos mercados internacionais. “Ser relevante não é ser grande, não é ser maior é ser melhor.” O que é que isto quer dizer dentro deste contexto?
Carlos Martins – É ser incontornável em alguns assuntos. Viseu tem que ser incontornável em relação a alguns temas. Tem que ser incontornável quando se fala da região Centro, tem que ser incontornável quando se fala de Espanha, tem que ser incontornável quando se fala de inovação empresarial, na gastronomia e vinhos, tem que ser incontornável quando se fala de políticas de cidade ou seja, em suma, ser relevante independentemente do seu tamanho. As cidades que hoje são faladas como os melhores exemplos de gestão política, como são, por exemplo, Bilbao, que não é a maior cidade de Espanha, Medellín, uma cidade que até há pouco tempo era só um centro de produção de drogas, conhecida pelo seu narcotráfico e pela sua violência é hoje um exemplo mundial de boa gestão urbana. Portanto, essa pertinência de que quero falar e essa relevância é ser bom naquilo que se faz de forma a tornarse incontornável para todo o mundo. Referiu que, depois do evento “Guimarães - Capital da Cultura”, se inverteu o fenómeno de encerramento de estabelecimentos comerciais na cidade tendo aberto 150 lojas posteriormente. Como entende esta realidade?
Carlos Martins – Sim, esses são os dados que temos da associação comercial e que referem esse número como a quantidade de espaços abertos durante o ano de 2012. Contudo, também continua»
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já no ano de 2013 pode ser referida a abertura de dois hotéis na cidade o que não é muito comum numa cidade, pequena, hoje em Portugal. Isto resulta sobretudo de uma perceção diferente do destino, daquela cidade como espaço de visita e de experiência, resulta de uma visibilidade internacional que não tinha. Hoje tem um turismo internacional muito mais presente, nomeadamente o espanhol, o brasileiro, mas acima de tudo resulta também de uma confiança que as pessoas começaram a ter, ou seja, uma cidade precisa também de uma energia vital. Não precisa apenas de recursos financeiros. Muitas vezes são estes sinais de autoconfiança que fazem com que alguém que tinha a possibilidade de investir em outra coisa qualquer, passasse a investir ali. Os capitais continuam a circular pelo mundo e quando alguém investe num sítio é porque tem confiança que aquilo vai correr bem. Guimarães transmitiu, num ano muito mau, que há sítios que podem contrariar a crise, que podem ser bons locais para investir, para estar ou para passar um fim-de-semana ou para fazer um hotel. Esse lado de uma dimensão positiva e não ser um sítio que se lamenta mas que constrói futuro pode ser decisivo para a captação de investimento e, neste caso, de visitantes e de turismo. Nestes tempos marcados por uma conjuntura económica sombria que papel podem ter
hoje as indústrias criativas, o turismo e o marketing, para fechar aquele que o Carlos Martins apelidou no passado como um “ciclo do pessimismo”?
Carlos Martins – Estamos a falar de coisas muito pragmáticas, não estamos a falar de psicologia social. O que sabemos é que há indústrias que crescem mais do que outras. Há indústrias onde Portugal tem melhor matéria-prima que outros e no caso das indústrias criativas. Portugal tem uma excelente matéria-prima, porque não há criatividade sem memória. Mesmo no nosso cérebro, o local onde são produzidas as “novas ideias” é o mesmo sítio onde são guardadas as nossas memórias pessoais e quando falamos de países é igual. Nós só podemos construir conhecimento novo, inovação e criatividade se tivermos memória e Portugal tem essa vantagem. É um país onde há património, seja ele físico ou imaterial, de altíssima qualidade e, portanto há muitos símbolos, imagens, significados, temos uma língua, dominamos uma língua à escala global. É esse conjunto de recursos que são matéria-prima nas indústrias culturais e criativas em que Portugal pode ser muito melhor. Não se compreende como é que Portugal tem um peso das indústrias criativas na sua economia muito abaixo de países que não têm uma língua tão universal como a nossa, que não têm
o mesmo património, que não têm a mesma memória, que não têm a mesma história. Significa que nós não estamos a gerir bem esta matéria-prima e, portanto, por isso digo que não é uma “varinha-mágica” que vai resolver problema algum, mas é um potencial económico que ainda não está suficientemente explorado. Pedro Machado – Basta evidenciarmos os dados. Oito por cento do nosso produto interno bruto está no turismo, dez por cento da nossa mão-de-obra ativa está no turismo, o que significa que estamos a falar de um dos subsetores da economia portuguesa que ao longo dos últimos anos mais tem vindo a consolidar o crescimento. Segundo, é claramente o setor mais exportador que o país tem. Perceber que o turismo, se fizéssemos alguma comparação com alguma das nossas empresas mais conhecidas, exporta o equivalente a seis, sete vezes, a produção da AutoEuropa por ano, o que significa que é um setor absolutamente transversal, com uma cadeia de valor que vai desde o micro, da pequena, da média empresa, até aquelas que são as nossas referências empresariais e, mais do que isso, vai a todas as partes do território. É possível, em territórios de baixa densidade, o turismo contribuir para o desenvolvimento. Joaquim Pereira – Para mim é importante porque o marketing é sempre mal
interpretado. O que eu defendo é claramente uma estratégia e em momentos de escassez, em momentos de crise, a escassez surge e aí impõe-nos a seletividade, a capacidade crítica de selecionar investimentos. Se nós formos forçados, já que por iniciativa própria é muito mais difícil, se formos forçados a identificar o que queremos ser e a canalizar os nossos investimentos e os nossos esforços, garantidamente vamos ter sucesso. No enfoque urbano referiu que “fica sempre mais barato manter um residente atual satisfeito que conquistar um novo residente.” Pode clarificar este conceito?
Joaquim Pereira – Esta ideia nasce da minha perspetiva empresarial da gestão dos territórios. É muito mais fácil um qualquer cidadão entender que satisfazer um cliente que tenha é mais fácil do que ter que encontrar um outro para substituir o primeiro. Nós transformamonos muito rapidamente em prescritores, nós passamos receitas, nós recomendamos mas, temos que sê-lo. É extraordinária a perda se nós fizermos uma opção errada entre desprezar os residentes atuais, investidores atuais em prol do residentes, investidores potenciais. “Um destino, uma marca, a cidade como produto.” Como?
Joaquim Pereira – Exatamente, a cidade vende-se. Mas também existe aqui uma questão: tão importante como a cidade de
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Detroit são as marcas de automóveis que lá nasceram, tão importante como a cidade do Porto é o Futebol Clube do Porto (FCP) e outras marcas que lhe estão associadas. Tão importante como Viseu é a Visabeira. É nesta perspetiva que eu coloco as questões. Se de facto a cidade é uma marca mas, ao mesmo tempo, há as marcas da cidade, há aqui um embaixador da cidade, na lógica dos produtos de denominação de origem, que leva associado a uma determinada região “a pureza das pastagens, que garantirá a qualidade de um bom queijo”. É nesta perspetiva que as combinações têm que ser entendidas. O centro tem 22 por cento da população portuguesa, 30 por cento do território nacional e 100 municípios. Como é que Viseu pode estar apta para o turismo e qual o conjunto de infraestruturas e de acessibilidades considerado adequado?
Pedro Machado – Viseu, neste posicionamento dos 100 municípios da região Centro, tem que participar, tem que acrescentar valor e receber valor daquilo que é a qualidade e a diversidade dos produtos, das marcas e dos outros municípios. Viseu tem sido apontado como um dos casos de excelência na qualidade de vida, é valor acrescentado para a marca “Centro de Portugal”, Viseu tem boas práticas do turismo de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzi-
da, é um valor acrescentado para o “Centro de Portugal” e estes dois valores acrescentados são, não só para a questão estratégica do posicionamento do Centro mas também para a sua própria internacionalização. É mais fácil nós internacionalizarmos um destino que tem boas práticas ou, por exemplo, no caso da mobilidade reduzida para a qual Viseu está preparada, pode disputar hoje, quantificados, 50 milhões de turistas que em todo o mundo viajam e que têm essa incapacidade. É evidente que olhando para o parque empresarial, para as infraestruturas criadas, para os equipamentos coletivos, para os equipamentos culturais, com todos eles fazendo parte, sendo preciso hoje apenas agregar os atores, é preciso agregar os “homens do teatro”, é preciso agregar os “homens das empresas”, é preciso agregar os “homens do comércio”, porque todos eles compõem de facto esta mais-valia que é uma comunidade, que é recetora de comunidades, sejam elas dos nossos congéneres lusitanos, sejam de turistas estrangeiros e aí Viseu tem de facto pergaminhos não só. Aproveito para citar há dias uma expressão da Comunidade Intermunicipal Dão Lafões cujo mote era “Viseu faz bem”. Eu acho que este “Viseu faz bem” pode muito bem ser o mote para a participação de Viseu no “Centro de Portugal”.
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região Opinião
Distribuição Alimentar
Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt
em relação à cadeia de distribuição líder de mercado, o Continente. A Sonae, detentora da rede, tem procurado alicerçar a sua política de vendas em constantes promoções baseadas em talões e descontos no cartão, o que lhes permitiu movimentar 425 milhões de euros com estes produtos. O g r upo Jerón i mo Martins, dono do Pingo Doce, é a cadeia que melhor resistiu à diminuição do volume de bens adquiridos, registando um acréscimo de 1.5%, numa taxa de fidelização de 26.2%. O seu desempenho é o resultado da nova estratégia de promoções desenvolvida após o dia 1 de Maio de 2012. Em função da actual conjuntura, a grande maioria dos portugueses (85%) encontra-se particularmente atenta às promoções. Assim, num esforço de reposicionamento no mercado, as empresas de marca viram-se obrigadas também a adoptar este procedimento, praticando preços idênticos aos registados pelas marcas brancas que atingem uma quota de mercado de 38%. Nos grandes centros urbanos (Lisboa e Porto), no período de Fevereiro a Maio, o jornal Público visitou 8 híper e supermercados (Continente, Pingo Doce, Modelo Continente, Jumbo, Lidl e Minipreço), tendo constatado a articulação e manutenção dos preços nos seguintes produtos: leite, arroz, néctares e óleo alimentar. Concluiu-se ainda que é neste grupo de bens onde o preço sofre o maior número de alterações. No entanto, esta situação é rapidamente corrigida e reposta entre ambos, dada a frequência das visitas que todos operam às unidades concorrentes. Encontramo-nos numa fase de reajustamento de custos e proveitos a todos os níveis. O que se sabe com toda a certeza é que os consumidores não tendem a aumentar. Portanto…
PDM
Arquivo
O conceito de hipermercado comemora este ano meio século. A sua origem remonta a França, com a abertura da cadeia Carrefour. Trata-se de uma modalidade de distribuição que denota capacidade de crescer resistindo ainda às últimas tendências, a distribuição on-line. O primeiro hipermercado abriu portas em 1963, com 5 mil referências de produtos, praticando preços 30% abaixo da concorrência. No sentido de instigar a deslocação da clientela masculina a esses espaços, foram inauguradas em simultâneo duas estações de serviço de combustível a praticar preços muito convidativos. Na abertura do primeiro hipermercado do grupo Auchan, que ocorreu também nessa década, a promoção para esta clientela recaiu no whisky Johnny Walker. Nos anos setenta, a cadeia Carrefour volta a inovar, com a criação de 50 produtos de linha branca. Em Portugal, os recentes estudos apontam para uma diminuição do volume de bens adquiridos (-3.7%). Muitas famílias apenas compram bens essenciais, em particular alimentos. Segundo os dados da Nielsen, desde o início do ano, em produtos de mercearia, lacticínios, congelados, bebidas alcoólicas e não alcoólicas e higiene do lar, foram gastos 3.6 mil milhões de euros. É durante o período de Maio a Junho que os consumidores estão mais predispostos ao consumo. Nos meses de Janeiro a Junho, os portugueses fizeram incidir a compra em hipermercados (+6.8%) e em supermercados (+4.3%). Os supermercados mais pequenos, que detêm uma quota de 34.9%, registaram uma ligeira descida (-1%), embora sejam os locais preferidos pelos consumidores nacionais. A consultora Kantar Wordpanel, num estudo intitulado “Painel Lares”, detectou a subida generalizada dos preços nos bens, apesar das fortes campanhas promocionais desenvolvidas em Portugal. O estudo concluiu ainda que durante o primeiro semestre 38,3% dos clientes mantiveram a sua fidelização
A Alterações da Estrada Nacional 229 prontas em agosto
Freguesia de Cavernães paga obras da EP Segurança ∑ Ruas descansou o presidente da junta sobre o pagamento dos sete mil euros, mas lança críticas à Estradas de Portugal A Junta de Freguesia de Cavernães, em Viseu, vai pagar as obras no valor de cerca de sete mil euros, na Estrada Nacional 229 (Viseu/Sátão) que deveriam ser da responsabilidade da Estradas de Portugal (EP). Confrontado com um problema de segurança na freguesia onde já morreram três pessoas, sendo a última uma criança de apenas 11 anos, e dada a falta de resposta da EP, o presidente da junta viuse obrigado a mandar fazer o projeto e a submetê-lo à apreciação da EP, que aprovou o projeto e deu autorização para o executar. “Sempre disse que se fosse preciso substituíame às Estradas de Portugal e custeava as obras, embora seja uma estrada da sua responsabilidade.
Há dois dias chegou a autorização e as obras já estão no terreno”, adiantou o presidente da Junta de Freguesia de Cavernães, Jorge Silva no final da reunião descentralizada de juntas de freguesia do concelho de Viseu. Ainda não sei muito bem como vou arranjar os sete mil euros para pagar as obras, mas depois de muita luta conseg u i responder aos anseios da população”, acrescentou o autarca ao anunciar que as obras devem estar concluídas no final de agosto, já com a construção do passeio, a colocação de passadeiras e os novos semáforos com sinalização também para peões, uma vez que os atuais ali colocados recentemente, apenas dispõem de sina-
lização para viaturas. Uma situação bizarra criticada pelo presidente da Câmara, Fernando Ruas. O autarca sossegou o presidente da junta, que diz não ter verba para pagar a obra em causa, apesar de esta já estar no terreno. “Havemos de resolver isso”, anunciou. Fernando Ruas realçou, no entanto, que gostava de ver a dívida transferida para a Câmara de Viseu. “Gostava de acertar agulhas com eles, que têm aí muita coisa que deveriam ter feito e não fizeram”, alegou, referindose ao que considera ser o mau estado de algumas rotundas da responsabilidade das Estradas de Portugal. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt
M A N G UA L D E . A A s sembleia Municipal de Mangualde aprovou, por unanimidade, a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), um documento “simultaneamente estratégico e operacional”, que permitirá gerir melhor o território. O vice-presidente da Câmara, Joaquim Patrício, disse à agência Lusa que “a elaboração/revisão de um plano que tem a vigência de dez anos é algo extremamente delicado e audaz, pois incide sobre matéria pragmática de estabelecimento de regras e princípios de ocupação difusa de solos”. Para Joaquim Patrício o objetivo foi conseguido, porque foi alterada a metodologia de funcionamento e implementado “o trabalho em rede e em equipa, interna e externa”.
FUNDAÇÃO
Moimenta da Beira. O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, confirmou o estatuto de Utilidade Pública à Fundação Aquilino Ribeiro, com sede em Soutosa, Moimenta da Beira. A certificação governamental foi publicada no Diário da República (2ª série) no passado dia 22 de julho. A Fundação Aquilino Ribeiro foi instituída por escritura pública de 25 de julho de 1988 e reconhecida por Portaria publicada em 15 de outubro de 1988. Um ano depois, a 10 de Setembro de 1989, por despacho do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, obteve então a declaração de Utilidade Pública, agora confirmada e que passa a reger-se pelo disposto na Lei-Quadro das Fundações, aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 de julho.
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14 REGIÃO | AUTÁRQUICAS 2013
João Azevedo inaugura sede de campanha O candidato socia lista à câ ma ra de Mangualde, João Azevedo, reiterou no passado domingo durante a inauguração da sua sede de ca mpa n ha o seu compromisso de nesta campanha eleitoral, face ao atual momento de crise, privilegiar o contacto direto com os eleitores e a sua aposta numa campanha mais poupada. “Vamos realizar uma campanha simples, gastando menos dinheiro, poupando dinheiro ao estado, mas tentando na mesma chegar junto de cada mangualdense”, defendeu João Azevedo dois meses após a apresentação da sua ca ndidatura à presidência da autarquia. A menos de 60 dias da realização das eleições autárquicas de 29 de Setembro próximo, a criação de uma relação de proximidade entre o candidato e os eleitores é, na ótica deste socialista, a única via de contribuir para o esforço de contenção que deve imperar na conjuntura atual. João Azevedo, atual presidente da câmara de Mangualde, sublinhou a importância do trabalho realizado pela sua equipa durante a cerimónia em que recebeu o apoio de mais
de 200 militantes socialistas à sua candidatura à autarquia mangualdense. “A nossa equipa luta todos os dias para conseguir concretizar as obra s que temos em curso, apesar de todas as complicações encontradas no terreno e dos cortes financeiros efetuados pelo estado”, disse Azevedo. Embora o recado tenha uma clara leitura nacional o candidato assegurou que, apesar de toda esta conjuntura, tem feito obra e vai “concretizar as obras n a Aven ida Sen hora do Castelo, entre outras”. Reforçou ainda que esta gestão “cuidadosa , r i gorosa m a s simu lt a ne a mente ef icaz” que é aplicada na Câmara Municipal de Mangualde será também aplicada na campanha às próximas autárquicas “de forma a conseguir bons resultados, com menos recursos financeiros”. O novo quartel-general de João Azevedo está agora instalada no Largo Dr. Couto, nas antigas instalações do Banif, sendo para o candidato também “um ponto de encontro para todos aqueles que querem Mangualde com futuro”. PM
Micaela Costa
DR
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A Escola Secundária de S. Pedro do Sul foi palco do evento que marca a campanha para as autárquicas
Adriano Azevedo quer apostar na inovação, competitividade e internacionalização Conferência ∑ O candidato à Câmara pelo PSD abordou fundos comunitários de apoio 2014-2020 Com o presente quadro comunitário a chegar ao fim e com a aproximação do novo QREN (2014-2020), que garantirá novas políticas, novos estímulos à competitividade, emprego, coesão social e territorial, Adriano Azevedo, candidato à Câmara Municipal de São Pedro do Sul, promoveu, no passado sábado, a conferência: “Estratégia de Desenvolvimento Local e Regional – CRER 14-20”. Para o candidato, que encabeça a lista do partido social democrata (PSD), o próximo quadro comunitário “deve apostar naquilo que é competitividade e inovação”. Acreditando que “temos que ser engenhosos, quer os políticos, quer os agen-
tes empresariais e culturais, para perceber, em cada momento e em cada local, como é que se pode potenciar aquilo que se tem de melhor”. Na sua intervenção, apresentou como exemplo as Termas de São Pedro do Sul. “As termas estão num processo de consolidação e internacionalização, que é uma área muito importante, e que vai ao encontro dos objetivos do quadro comunitário na região centro, internacionalizar cada vez mais. Temos o termalismo, a dermocosmética e geotermia”. Aliados aos meios já existentes, Adriano Azevedo, acredita que é possível potenciar a competitividade, o emprego e a criação de novas empresas.
“Com estes recursos podemos aumentar e consolidar o setor, abrindo novas áreas de negócio, criando valor acrescentado, para que possamos criar novas empresas e emprego, subjacentes ao termalismo”. Para o candidato existem ainda muitas outras áreas que podem potenciar o desenvolvimento regional e local. “Temos a vertente turística, os recursos naturais e o setor primário, desde a avicultura, agricultura biológica, que tem um peso muito importante em São Pedro do Sul, e agricultura, em modo controlado, através da ampliação e melhoramento dos canais de comercialização”. Na sessão esteve pre-
sente Artur da Rosa Pires, docente da Universidade de Aveiro e antigo vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). Na sua intervenção sublinhou que “os autarcas devem fechar o ciclo dos investimentos básicos e só depois abrir um novo ciclo de políticas públicas completamente diferentes, direcionados para o setor privado e dinâmicas empresariais”. Destacando que a “Comissão Europeia olha com crescente atenção para a política regional, pois é um apoio ao investimento e ao crescimento do emprego”. Micaela Costa
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AUTÁRQUICAS 2013 | REGIÃO 15
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Convenção distrital do PS com os olhos postos nas autárquicas O Partido Socialista (PS) do distrito de Viseu deu o “pontapé de saída” para a campanha das eleições de 29 de setembro próximo com a realização, na passada sexta-feira, da convenção autárquica federativa do Partido Socialista de Viseu. Para a apresentação de ideias com o distrito como tema central, os socialistas contaram com a presença dos deputados na Assembleia da República eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu, Elza Pais, Acácio Pinto e de José Junqueiro, também candidato à presidência da autarquia de Viseu, tendo sido ouvidas as intervenções de Lúcia Silva, presidente da concelhia do PS, José Laires, em representação da ANAFRE, António Borges, coordenador autárquico distrital, Rui Solheiro, presidente da Associação Nacional de Autarcas Socialistas e Miguel Laranjeiro. “O que está em jogo é um modelo neoliberal que os socialistas têm que combater, de rejeitar, defendendo esta matriz de solidariedade que nos caracteriza e que nos une. Esta mensagem tem que passar e tem que passar com um grande cartão vermelho no dia 29 de setembro”, apelou a deputada Elza Pais aos 24 candidatos no distrito. Durante a sua interven-
ção, Elza Pais considerou que com estas “equipas extraordinárias” é possível ganhar as autarquias e “ganhando as autarquias é um passo muito curto” para se derrubar este governo. Já Rui Solheiro preferiu destacar a realidade autárquica onde refere “o presidente da Associação Nacional de Municípios tem estado desaparecido em combate” no momento em que as autarquias mais dele precisam. “O Partido Socialista e os seus autarcas têm por obrigação identificar os problemas, dizer às nossas populações que este é o momento em que certamente o PS tem responsabilidades mas, aqueles que votam prolongando soluções que desestruturam as suas comunidades têm também responsabilidades no próximo dia 29 de setembro se algo continuar no caminho que hoje estamos a percorrer, Sustentou. Durante esta iniciativa em que todos os candidatos socialistas às autarquias do distrito tiveram a oportunidade de fazer um balanço do momento da campanha nos seus concelhos, foi apresentado o manifesto distrital autárquico que contou com o contributo dos mesmos. PM
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VIAS DE CONCLUSÃO ENSINO SECUNDÁRIO ESCOLA SECUNDÁRIA ALVES MARTINS_VISEU
ABERTAS as MATRÍCULAS ENSINO RECORRENTE EFA DUPLA CERTIFICAÇÃO EFA’s ESCOLARES Diversas UFCD
Tel. 232419820 Email geral@esam.pt
Pedro Morgado
PS ∑ Convenção autárquica realizou-se na “terra onde é difícil ser do Partido Socialista”
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Jornal do Centro
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Paulo Neto
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A Jorge Azevedo, cabeça de lista
A Graça Canto Moniz, mandatária da Juventude Centrista
A Hélder Amaral, candidato à câmara Municipal de Viseu
Jorge Azevedo apresenta candidatura à União das Freguesias de Viseu pelo CDS/PP Jorge Azevedo apresentou no passado dia 27 de julho a sua candidatura à União das Freguesias de Viseu pelo CDS/PP com a lista de nomes que a integram e as principais linhas de força do seu Programa. Casa cheia e atenta ouviu a mandatária para a Juventude, Graça Canto Moniz, Jorge Azevedo e a encerrar, o candidato à câmara municipal, Hélder Amaral. Graça Moniz referiu ter aceitado esta missão “pelo enorme receio e preocupação que sente pelo futuro da juventude portuguesa, mais formada e mais desempregada numa cidade
tos participa pela primeira vez nestes desafios e nunca teve quaisquer participações em campanhas e organizações partidárias.” De seguida, afirmou o seu desejo “de romper com a inércia que se instalou com, e também, pela adesão de pessoas independentes para o imperioso impulso à renovação democrática que se impõe.” Concluiu apresentando o Programa, de forma linear e assente em seis macro linhas: “Requalificar – mais que fazer obra, como chavão”, tendo como prioridades a requalificação
onde nada se conjuga no presente, centrando o debate não nos direitos adquiridos mas sim nos direitos que os mais jovens não vão adquirir” (…) “uma geração privada do futuro e do direito de sonhar” acrescentando ser ”forçoso aproveitar o momento autárquico para o fazer e que a mudança está aqui diante dos vossos olhos, nas pessoas do Jorge Azevedo, Hélder Amaral e Fernando Figueiredo.” Por seu turno, o candidato Jorge Azevedo referiu: “somos uma equipa verdadeiramente nova nestas lides. A maioria dos elemen-
do edificado, exemplificando com o Centro Histórico, a R. Direita e sua revitalização, o Mercado Municipal e o Mercado 2 de Maio, numa revisão da Feira de S. Mateus e na criação de um parque temático na Cava do Viriato. “Preservar o ambiente na globalidade das suas vertentes”; “Educar para a cidadania activa pela valorização do ser humano, numa educação inclusiva, para todos, com todos e na valorização e dignificação da classe docente”; “Incentivar a prática de desporto para potenciar es-
tilos de vida saudáveis, prevenir doenças e integrar todas as faixas etárias”; “Estimula r as ma is abrangentes práticas culturais (…) gerando criatividade e proporcionando fruição estética”; “Promover a solidariedade social intra e intergeracional (…) buscando uma sociedade afectiva e mais justa onde não haja lugar a qualquer tipo de discriminação”. Esta candidatura coadjuvada por 26 nome tem nos doze primeiros as seguintes individualidades: Jorge Azevedo – prof.; Álvaro Menezes – médico;
Isabel Brito – prof.; Cristina Mega – médica vet.; Amadeu Fernandes – empresário; Helena Esteves Correia – eng. agrária; Paulo Gomes – eng. ambiente; Renato Domingos – promotor; Paula ferreira – enferm.; Carlos Silveira – eng; Paulo Madeira – bancário; Alberta Saldanha – prof. e Jorge Rodrigues – bancário. Hélder Amaral encerrou a apresentação com o elogio ao candidato, à qualidade da candidatura, da lista de nomes que a integram e do programa esboçado. Paulo Neto
Duas dezenas de formandos receberam esta segunda-feira das mãos do presidente da Associação de Desenvolvimento, Dão Lafões e Alto Paiva (ADDLAP), Guilherme Almeida e de Jorge Loureiro, delegado de Viseu da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) os diplomas do curso de técnico de mesa e bar ministrado em parceria por estas duas instituições. Esta formação financiada através do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), parte integrante do
Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) com financiamento comunitário, teve uma carga horária total de 100 horas distribuídas no aperfeiçoamento das técnicas de serviço, na preparação de bebidas e no serviço de vinhos. “Esperamos que este curso seja uma mais-valia e o nosso contributo para melhorar uma área que nos é muito cara, muito nobre para esta região, para a cidade e, nomeadamente, para a AHRESP que trabalha nesta área sendo essa a razão pela qual desenvolvemos o curso em parceria”, justificou Gui-
Pedro Morgado
AHRESP e ADDLAP juntas em entrega de diplomas
lherme Almeida. De acordo com o presidente da ADDLAP esta deve ser entendida como “uma aposta no nosso tu-
rismo” que aliado à “gastronomia forte” da região tem agora no mercado as pessoas certas para “aprimorar esta relação” no contac-
to com as “gentes” que diariamente visitam a região de Viseu. Durante a iniciativa que decorreu na sede da AHRESP, Jorge Loureiro destacou a importância estratégica deste tipo de formação para as empresas que representa notando o momento difícil que o sector atravessa. “Esta é uma profissão em que os seus profissionais todos os dias sentem a necessidade de aprender, de inovar e de estar muito atentos às novas realidades. Os nossos restaurantes da região carecem muito de bons profis-
sionais […]. Não é fácil para as empresas, para os donos dos restaurantes ou para quem gere este tipo de negócios mostrar-se hoje preocupado com a questão do serviço quando se está preocupado em sobreviver”, salientou o delegado de Viseu da AHRESP. Os responsáveis pelo curso decidiram aproveitar a presença da comunicação social para agradecer a “preciosa ajuda” que a mesma prestou na divulgação desta iniciativa e na “difusão do bom trabalho” realizado por estas duas instituições em prol de toda uma região. PM
Micaela Costa
Textos: Micaela Costa Grafismo: Marcos Rebelo
ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO 594 DE 1 DE AGOSTO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.
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Sátão é história, modernidade e boas gentes O concelho. Situado a nordeste de Viseu, o concelho de Sátão constituiuse em 1834, com a união de seis velhos concelhos, quatro deles que remontam à época Medieval: Sátão, Ferreira de Aves, Gulfar e Rio de Moinhos e dois, Silvã de Cima e Ladário, ao século XVI. Rodeado por três rios (Vouga, Sátão e Côja), Sátão apresenta-se como terra de boas gentes. Em 9 de maio de 1111, quando lhe foi atribuído o Foral pelo Conde D. Henrique e Dona Teresa, já se dizia que esta terra tem “…a arte de
bem receber…”. Com uma área de 200 Km2 integra 12 freguesias: Águas Boas, Avelal, Decermilo, Ferreira de Aves, Forles, Mioma, Rio de Moinhos, Romãs, S. Miguel de Vila Boa, Sátão, Silvã de Cima e Vila Longa. A identidade deste concelho está espalhada por toda a parte, nas gentes, no folclore, nas festas populares, romarias, provérbios, cancioneiro, nas lendas e superstições, na gastronomia e nos valores hereditários.
Descobrir este concelho é descobrir uma paisagem diversificada, uma arquitetura religiosa, vestígios arqueológicos, marcas do tempo e da história. Exemplo disso são os inúmeros vestígios pré-históricos e românicos
como santuários, conventos, pelourinhos, ermidas, castros e solares. O vasto património religioso e arqueológico é repleto de simbolismos e a ar te barroca é característica de muitas construções.
Micaela Costa
À descoberta do concelho e da vida de outros tempos
Arqueologia
» Orca de Forles
» Orca de Casfreires
» Pelourinho (Castelo)
Património arquitetónico Sátão é uma região tipicamente ligada à religião, possui uma vasta arquitetura religiosa um pouco por todo o concelho. De entre os conventos, os santuários, as capelinhas destacam-se o Santuário de Nosso Senhor dos Caminhos, situado em Rãs, na freguesia de Romãs, o Santuário de Nossa Senhora da Esperança, em Abrunhosa, na freguesia de S. Miguel de Vila Boa e o Convento de Santa Eufemia, no lugar do Convento na freguesia de Ferreira de Aves. Ao longo dos tempos tem sido feito um esforço em requalificar e restaurar o património arquitetónico religioso, de modo a salvaguardar o que de melhor o concelho de Sátão tem para oferecer aos seus visitantes.
De acordo com a “Carta Arqueológica do Concelho de Sátão”, terão existido no concelho, quatro castros. O Castro dos Santos Idos, na freguesia de Sátão, o Castro de Santa Bárbara, na freguesia de Ferreira de Aves, o Castro de Rio de Moinhos, na freguesia com o mesmo nome e o Castro da Senhora do Barrocal, na freguesia de Romãs. O Castro de Santa Bárbara situa-se num local que reúne todas as condições para a construção deste tipo de povoado. Hoje, vestígios já não se encontram, no entanto, já por lá apareceram moedas de cobre. O eventual Castro de Rio de Moinhos terse-á situado onde hoje se encontra a Capela de Nossa Senhora das Necessidades. O Castro dos Santos Idos encontra-se nos arredores da vila de Sátão. O Castro da Senhora do Barrocal situa-se muito próximo do Santuário com o mesmo nome na estrada que estabelece a ligação entre a localidade de Romãs e Carvalhal. As gentes de Sátão foram também testemunhas privilegiadas dos motivos que levaram ao declínio do Império Romano, tendo acompanhado o nascimento de uma nova era, denominada de Idade Média. Desta época o tipo de monumento arqueológico que se encontra mais disseminado são as sepulturas escavadas na rocha, tratando-se mesmo do monumento arqueológico mais frequente em todo o concelho, com um número de estruturas bastante significativo, correspondentes a diferentes séculos. No concelho de Sátão é possível encontrar um vasto conjunto de estruturas funerárias, nomeadamente as que existem na freguesia de Avelal, concretamente na Eira, Eiró e Chãozinho. Na freguesia vizinha de Decermilo, num local denominado de “Ourigos da Cerca”, existe uma necrópole constituída por quatro sepulturas. Na estrada que faz a ligação entre Decermilo e Vila Boa, a sensivelmente 600 metros de altitude, encontra-se esta imponente necrópole medieval. Aqui é possível descortinar quatro sepulturas, três juntas e uma afastada, cerca de cem metros. Duas delas são antropomórficas, sendo posteriores aos séculos IX – X. As outras apresentam uma configuração retangular, sendo uma delas de dimensões reduzidas.
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“O governo, e todos nós, devemos sempre pensar que a grande aposta e o mais importante são as pessoas”
A terminar o segundo mandato que balanço faz? Faço um balanço muito positivo. Anteriormente dedicava-me à medicina, hoje em dia à política. Quer uma profissão quer a outra têm uma coisa em comum, o contacto diário com as pessoas. Julgo que foram oito anos positivos, quer pelo feedback que tenho, quer pelo número de obras que se conseguiram realizar neste concelho. Acredito que transformámos, a vila de Sátão, ao longo destes anos. Daquilo que tinha proposto e ambicionado fazer, conseguiu fazer tudo? De há quatro anos para cá, das obras que eu coloquei em manifesto, foram feitas 80 a 85%. Claro que nem tudo foi feito e há duas que realmente me faltam fazer, e que se eu for eleito, em setembro, serão obras a realizar. Uma delas a habitação social temos uma colónia de ciganos a viver cá e queremos dar-lhes condições. No meu primeiro mandato resolvemos o problema a cinco famílias mas temos ainda cerca de 12 que precisam do nosso apoio. Outra das obras, que estamos a lançar em pré-concurso, será a nova zona industrial. Há ainda uma outra obra, que mesmo considerando que não é da responsabilidade do município, devemos fazer de tudo para que seja realizada, a estrada EN229, que liga Sátão a Viseu. E vamos continuar a trabalhar e a fazer pressão ao governo. Sei que o projeto já está elaborado, o impacto ambiental já foi discutido, a Câmara de Sátão e Viseu já chegaram a acordo, só falta lançar a obra, no valor de 18 mil euros. Há uma obra que foi lançada e que não conseguimos chegar a acordo, a praia fluvial, e que também queremos fazer,
se em setembro formos eleitos.
O Sátão tem muitas coisas boas, a começar pelas pessoas. Temos arte de bem receber e isso é muito importante e reza a história que sempre foi assim. Além disso o Sátão tem artesanato e um turismo religioso. E em relação a este último temos vindo a explorar o mais possível, temos a segunda maior romaria que existe na Beira Alta, temos a Capela da Nossa Senhora da Esperança, que no distrito de Viseu é a joia da coroa em arte barroca e outros conventos. E o turismo religioso é sem dúvida uma área que queremos continuar a desenvolver. Criámos também a Casa da Cultura, que tem divulgado muitas obras das gentes do concelho através de exposições e ainda o cinema, que estamos a tentar melhorar com um novo projetor. Temos também o grande ícone, o míscaro, que em sua honra criámos a Feira do Míscaro, que é um chamariz. E tenho vindo a verificar, que de ano para ano, tem ganho mais adeptos.
Que evolução teve o município desde a sua chegada? A primeira diferença, e que para mim foi muito importante, teve a ver com a forma de lidar com as pessoas. Outra delas foi o processo de água e saneamento, hoje temos o concelho de Sátão com água a 100% e saneamento a 95%, o que são bons indicadores. E penso que modificámos a vila, por exemplo o investimento que fizemos na Avenida Principal foi uma mais-valia. Vai voltar a recandidatar-se. Porquê? A primeira razão é o facto de eu gostar de fazer politica, de ser presidente de Câmara, até porque eu acredito que temos de fazer aquilo que gostamos. A segunda razão é continuar as obras e continuar a modificar a face do concelho. Posso dizer que para ter a cobertura de saneamento a 100%, faltam apenas duas povoações. A Câmara Municipal tem uma situação económica totalmente diferente de quando eu cheguei. Há oito anos esta Câmara tinha uma divida de 10 milhões de euros. Nestes oito anos consegui reduzir a divida de 1 milhão de euros por ano. Neste momento é daquelas que está bem classificada a nível nacional e deve cerca de 2 milhões euros. Esta constante evolução e melhoria dá-me naturalmente forças para querer continuar. Como é que se consegue reduzir uma divida, pôr as contas no lugar e, ao mesmo tempo, desenvolver o município? Em primeiro lugar com rigor. Eu costumo dizer que um presidente que queira fazer muitos funcionários bons é difícil, mas se os funcionários quiserem fazer um presidente melhor, é mais fácil. Por isso acredito que é fundamental incutir a todos os que trabalham comigo que há necessidade de rigor. Todas as faturas que entram na Câmara passam todas pela minha mão, todas elas têm que estar muito bem explicadas. Quando fizemos obras fomos o mais rigorosos possível, utilizando programas de financiamento. E conseguimos financiamento em especial para a água e saneamento. Unindo estas coisas conseguiuse diminuir a divida e continuar a fazer obras. E em áreas como a educação, o que foi feito?
Micaela Costa
A completar o seu segundo mandato e a preparar a recandidatura, Alexandre Vaz, faz um balanço positivo destes dois mandatos. Admite que as pessoas são a grande prioridade e que sem elas a politica não faz sentido. Da educação à saúde, da área social ao turismo, Alexandre Vaz acredita que o concelho de Sátão tem evoluído e apresenta grandes resultados. Quer continuar a trabalhar para todos os satenses e garante que se for reeleito de tudo vai fazer para garantir as melhores condições aos munícipes assim como a todos aqueles que visitem o concelho de Sátão.
Construímos o primeiro Centro Educativo, um edifício com 14 saladas e completamente equipado. Mantivemos sempre uma boa relação com a escola, julgo que não devemos misturar a política e a educação e, por isso, ao longo destes oito anos procurei, com o Agrupamento de Escolas, manter essa distância mas ao mesmo tempo ajudar. Há já alguns anos que o município paga os livros, conforme o escalão, de 50% a 100% do valor. Todas as crianças, do jardim-deinfância têm transporte, uma taxa a rondar os 95%. Criámos uma sala de multideficiência onde damos o maior apoio. Houve uma hipótese de fazer um terceiro Centro Educativo, mas achámos que não fazia sentido, devido à redução de alunos. Enfim, fazemos o melhor que sabemos, e podemos, sem nunca alimentar esperanças que não podemos cumprir. Sendo um profissional da saúde, essa deve ser uma área que também o preocupa… Nesta área e com um pouco de pressão, foi construído o Centro de Saúde e isso foi um ponto fundamental, também para que a saúde evoluísse de maneira diferente. Temos duas extensões, uma no Avelal e outra em Ferreira de Aves, que a Câmara acompanha e dá apoio sempre que é preciso. Em relação à saúde não podemos dizer que estamos bem, o ideal era que tivéssemos uma unidade médico-
cirúrgica, mas também compreendemos que devido à proximidade de Viseu, isso não possa acontecer. Mas neste sentido voltamos à questão da estrada, que no campo da saúde será muito útil, pois reduziria o tempo de chegar a Viseu. No que diz respeito aos médicos penso que o número agora existente é suficiente. A par disto o concelho de Sátão tem uma unidade móvel de saúde, com um enfermeiro, que percorre todas as aldeias, sobretudo onde não existe um posto-médico, e que tem um grande sucesso, no primeiro mês visitou quase 500 utentes, ajuda, dando conselhos e fazendo um serviço de necessidades básicas. Mas podemos dizer que neste momento podemo-nos orgulhar da cobertura que temos ao nível da saúde. Referia há pouco a área social. O que tem sido desenvolvido nessa área? Durante estes anos criámos um apoio para as famílias mais carênciadas, no que diz respeito ao saneamento e sobretudo em obras nas habitações. Por outro lado damos o auxílio às pessoas mais idosas especialmente às que estão inseridas nas IPSS, temos uma técnica da Câmara que se desloca todas as semanas às IPSS para que todo o apoio seja prestado. Criadas as condições para quem vive todo o ano, o que foi feito para quem visita o Sátão?
A cerca de dois meses das eleições, que mensagem gostaria de deixar? A mensagem que gostaria de deixar aos satenses é que vou continuar a trabalhar para que o Sátão seja cada vez melhor e mais conhecido e que tenhamos sempre melhores condições e meios para que as pessoas vivam melhor. As pessoas vão continuar a ser a grande aposta? Sem dúvida. Nós vivemos num concelho do interior, não se nota muito a desertificação, mas costumo dizer que se não houverem pessoas, também não há politica. A verdade é que, mesmo estando perto de Viseu, e sermos muitas vezes um dormitório, queremos continuar a ser a escolha dessas pessoas. O governo, e todos nós, devemos sempre pensar que a grande aposta e o mais importante são as pessoas. Se for eleito que outras apostas não vai deixar de fazer? Não vou deixar de fazer, sem dúvida alguma, a zona industrial, a praia fluvial, a habitação social e tudo o que estiver ao meu alcance. Mas não vale a pena prometer muito, para depois não falharmos. Os árabes têm um ditado muito interessante que muitos políticos deveriam seguir, “o homem é livre no pensamento, mas é escravo das suas palavras”.
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Paisagem que convida Integrado na Região Demarcada dos Vinhos do Dão, Sátão, caracteriza-se pelo verde dos pinhais e dos campos em contraste com os vales graníticos e xistosos, percorridos por inúmeros cursos de água, com extensas vinhas cultivadas numa paisagem planáltica, envolto em condições climatéricas agressivas, que oferece uma considerável diversidade em termos de castas, bagas, frutos, vegetais e cogumelos, sobretudo o míscaro, pois a agricultura foi e continua a ser o modo de subsistência de grande parte da população.
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Sátão também se quer à mesa
A gastronomia é outra das marcas do concelho. O míscaro, o ex-líbris, é já uma marca satense, ganhando mesmo uma importância destacada com a Feira do Míscaro que, de ano para ano, tem ganho cada vez mais visitantes, na edição do ano passado mais de 600 pessoas visitaram o Sátão e provaram esta iguaria. Há já uma fabrica que produz e expor ta míscaros e mais recentemente dois jovens se têm dedicado à produção deste produto gastronómico em tronco de ár vore, também com perspetivas de exportação. Divulgar e aproveitar este produto, que faz a delícia de muitos, tem sido a prioridade do con-
celho de Sátão. Destacam-se ainda como produtos de excelência os vinhos do Dão, os enchidos, os produtos hortícolas e frutícolas, o pão artesanal e a broa de milho ou centeio. Na carta de pratos evidenciam-se o arroz de míscaros, a açorda de míscaros, os míscaros estufados com carne, os míscaros em conserva, o feijão vermelho com couves e carne de porco, a vitela e cabrito assado no forno de lenha, as papas de ralão doces e salgadas, os bolos de azeite, os biscoitos da Páscoa, as filhós, rabanadas e cavacas. Nas sobremesas, o arroz-doce, leite-creme, aletria e pão-de-ló.
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Festas de S. Bernardo são tradição De 17 a 20 de agosto Sátão volta a estar em festa. A tradição continua a cumprir-se e regressa mais uma edição das festas em honra de São Bernardo. Gastronomia, artesanato, cultura, muita música e desporto são alguns dos ingredientes de um evento que é já uma referência na região. O cer tame arranca com o já tradicional Festival da Sopa, que decorre no Centro Educativo de Sátão. À noite, outro grande momento das Festas de São Bernardo, com o Festival de Folclore e Música Popular, que leva ao recinto da festa vários grupos ligados à música tradicional. No domingo, 18, um espetáculo nacional de perícias automóveis, que promete não deixar indiferente todos os que visitarem as festas neste segundo dia. Para segunda-feira está marcado um concerto cantado em português com o cantor, compositor e guitarrista, Rui Veloso. O último dia de certame, 20, que assinala o feriado municipal, está repleto de atividades e de mais um nome conhecido dos portugueses. Fernando Mendes sobe ao palco com o seu espetáculo de comemoração de 30 anos de carreira, “mendes.come”. Razões mais que suficientes para não deixar de visitar a vila de Sátão durante quatro dias que prometem ser de grande animação e tradição.
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Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
economia Feira Franca fica 45 dias Vinte e quatro anos depois de assistir ao corte de fitas em cada edição da Feira de S. Mateus, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, de saída do executivo por causa da lei de limitação de mandatos, vai inaugurar a próxima edição número 621. “Achámos que era a forma mais correta e mais próxima de inaugurar a Feira, assumiu o autarca na apresentação do certame. A Feira Franca abre portas no dia 9 de agosto e estende-se até 22 de setembro. O certame vai contar com três palcos - o palco principal, o palco água e o palco luz (museu da EDP) - pelos quais passarão Carminho, Tony Carreira, ExpenPublicidade
Emília Amaral
1,4 milhões de euros ∑ Três palcos, 300 expositores, concertos, festivais e atividades diárias
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A grande novidade é o Festival Musidanças com grupos de diversos países sive Soul, Luís Represas, Pedro Abrunhosa, Quim Barreiros, Miguel Ângelo e Mónica Ferraz, entre outros e um conjunto de outras atividades. “É um programa ambicioso que privilegia sobre-
tudo a música portuguesa como vem sendo timbre por parte da organização”, anunciou José Moreira, gerente da Expovis, a entidade que organiza a Feira de S. Mateus. Com um orçamento de
1,4 milhões de euros, a Feira Franca tem este ano como grande novidade o Festival Musidanças, que vai trazer grupos da ‘old music’ e música tradicional de diversos países a Viseu, nos dias 10 e 11 de setembro; a mostra beirã, realizada com o apoio da Associação de Criadores de Gado da Beira Alta; uma feira associativa; mostra de artes; o Mercadinho Português e um conjunto de exposições em que se destaca a historia da feira de 1980 até aos nossos dias. A exposição de fotografias “vai permitir pensar no historial da feira para que seja reescrita de maneira durável e com alguma cientificidade”, adiantou José Moreira. Emília Amaral
Contestação ∑ O gerente da Expovis, José Moreira acredita ter havido “algum entendimento” com os membros da Associação Portuguesa das Empresas de Diversão (APED). Na segunda-feira, após uma reunião entre as duas instituições, os feirantes acabaram por efetuar a sua inscrição para participarem na edição. “Creio que chegámos a algum entendimento. É preciso agora que as pessoas tomem consciência que a feira é uma festa e a Expovis está a lutar por isso”, adiantou José Moreira ao Jornal do centro. A APED promoveu uma manifestação com “o objetivo de demonstrar que os empresários da diversão estavam indignados com a organização” , que lhes “reduziu e alterou os espaços”. Por seu turno, o gerente da Expovis frisou que não há nenhum problema com os empresários da diversão. “Inscreveram-se 290 empresários: se só 10 ou 11 não o fizeram, a culpa não pode ser da Expovis”, alegou José Moreira, frisando que o mapa de localização de espaços continua a ser o mesmo do ano passado, apenas com a alteração de posição dos empresários que tenham tômbolas, de forma a desimpedir uma das entradas do certame. Durante a semana, a Associação dos Industriais e Comerciantes da Feira de S. Mateus lamentou “os problemas que se estão a verificar à volta do evento”, que tem uma história que deve ser respeitada. Também o presidente da Câmara, Fernando Ruas, defendeu que cabe à Expovis definir como se deve fazer o certame secular da cidade, sem condicionamentos de associações de empresários. EA
Jornal do Centro
22 ECONOMIA | INVESTIR & AGIR
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Clareza no Pensamento (http://clarezanopensamento.blogspot.com)
Auto-estima Paloma Cabañas
A auto-estima é considerada como factor chave para o desenvolvimento e ajuste emocional e congnitivo de qualquer indivíduo, assim se torna a alavanca que garante uma boa saúde mental e um requisito imprescindível para estabelecer relações sociais satisfatórias. To do s o s i nd iv iduos necessitam ter uma auto-estima saudável, independentemente do sexo, id ade , c u lt u ra , traba l ho e objectivos de vida. As pessoas que se sentem bem consigo mesmas costumam sentir-se realizados na vida, são capa zes de en frenta r com segurança os desafios e as responsabilidades que lhe surgem. Pelo contrário, a baixa auto-estima é uma fonte permanente de insegurança e de insatisfação pessoal e é considerada um importante factor de risco no desenvolvimento de numerosos problemas psicológicos, tão presentes nos nossos dias, como os transtornos da alimentação, depressão, ansiedade, entre outros. Alguns autores (Wilber, 1995), consideram que a auto-estima está vinculada a características próprias do indivíduo, o qual faz uma valoração dos seus atributos configurando uma auto-estima positiva ou Publicidade
negativa, dependendo dos níveis de consciência que se possuem sobre si mesmo. A autoestima é portanto, um sentimento de valoração e aceitação da própria maneira de ser, que se desenvolve desde a in fâ ncia , a pa rtir das ex per iênci a s do pró prio indivíduo e da sua interacção com os outros. É uma avaliação que o indivíduo fa z e mantém sobre si mesmo, expressa uma atitude de aprovação e indica o grau em que o indivíduo se acha capaz, importante, bem-sucedido e valioso. Mas auto-estima não só está constituida pelo valor que o próprio tem de si, mas também pela perspectiva que os out r o s tê m d e n ó s . A l guns autores (Rogers, 1981) defendem que “a auto - e st i m a posit iva está relacionada com o processo de socialização”, isto é, a partir das interacções de um indivíduo com outros. Actua lmente, numa sociedade competitiva, onde são va lori zados factores como a aparência física, o sucesso e o individualismo, onde as pessoas se isolam mais e existe uma grande solidão, questões como a auto-estima ficam num segundo plano. Aproveite este período de férias e “mimese”…
Paulo Neto
Dir. Recursos Humanos, Huf Portuguesa, Lda. Docente da cadeira de Gestão de Recursos Humanos IPV
A Uma organização do Conselho Empresarial da Região de Viseu
Agregar competências impõe-se aos territórios Debate ∑ “Dinâmicas de Criatividade Urbana” levaram especialistas à Associação Comercial “Se não nos juntarmos e não inovarmos em conjunto, não temos qualquer hipótese. A agregação de competências, se não for percebida, não há grande solução para a vida” das cidades. As palavras de Carlos Martins, diretor executivo Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura alertaram uma plateia de autarcas, candidatos a autarcas, empresários Publicidade
e outros agentes, para o que se anda a fazer num tempo de mudança. O especialista adiantou que é preciso “juntar setores diferentes: políticos, empresários, dirigentes associativos, estudantes, investigadores” e outros agentes “à volta dos processos de inovação de um território” e não continuar a fazer desses agentes “apenas gavetas da
sociedade”. Ao ser convidado pelo Conselho Empresarial da Região de Viseu (CERV) para falar de “Dinâmicas de Criatividade Urbana” durante a primeira conferência do CERV, Ca rlos Martins deixou um testemunho da sua experiência e alertou que hoje só há um ponto de partida: a economia. “Ning uém compreende o porquê das políticas se não tiverem um impacto económico. Um país com taxas de desenvolvimento económico negativas, com taxas de desemprego preocupantes, não pode ter outro ponto de partido que não seja este”, sublinhou. E qual é a política certa? Continou: “É perceber que é na economia que está a base de qualquer processo. Hoje mais do que a economia local, da cidade, da região ou do país, há uma nova geografia económica”. Joaquim Pereira, coautor do l iv ro “Cit y Marketing - My Place in XXI - Gestão Estratégica e Marketing de Cidades” alinhou neste princípios de pensar em conjunto uma estratégia que envolva as pessoas e não as tenha com espetadores, mas acrescentou um novo ponto: “identificar
o que é nosso, sob pena de não ter uma identidade verdadeira”. Para o especialista o futuro passa por ser diferente no sentido de criar cidades competitivas, com futuro e “com capacidade de assegurar níveis de qualidade de vida”. O presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado reforçou que é fundamental a região trabalhar a coesão, considerando que o Centro é uma região única com capacidade para oferecer neve no inverno, sol e praia no verão, mas com alguns problemas que tem de resolver, nomeadamente, a falta de uma infraestrutura aeroportuária, as portagens nas SCUT e elevada taxa do IVA na restauração. O presidente do CERV, João Cotta resumiu que a conferência serviu para confirmar que “a cidade tem que ser o centro e, tendo todos diferentes posições, a estratégia é tentar alcançar um acordo para que determinado tipo de projetos sejam consensuais, por exemplo, criar uma marca para Viseu deve ser algo debatido, trabalhado e consensualizado”. Emília Amaral
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Gala e supertaças em Viseu Como já vem sendo hábito a programação da Feira de São Mateus integra várias atividades de desporto. Este ano o andebol está em destaque com uma Gala Nacional e várias taças entre equipas nacionais e internacionais. Na apresentação e assinatura do acordo de colaboração entre a Federação de Andebol de Portugal (FAP), Associação de Andebol de Viseu (AAV), Expovis e a Câmara Municipal de Viseu, Ulisses Pereira, presidente da FAP, explicou que a escolha do local “corresponde ao trabalho intenso que ao longo dos últimos 24 anos tem sido levado a cabo pela Associação de Andebol de Viseu, que tem sido notável e considerado como referência dentro do andebol”. A 3ª Gala de Andebol, que está pela primeira vez em Viseu e que já passou por Braga e Fafe, visa “premiar todos os que se distinguiram na promoção e projeção do andebol”, explicou Joaquim Escada, presidenPublicidade
te da AAV, acrescentando ainda que, este é “um projeto importante, porque vai trazer a Viseu as televisões, jornalistas nacionais e estrangeiros, o que é também uma forma de aliar o desporto ao turismo, neste caso, promovendo o andebol”. A par da Gala, duas supertaças, a masculina, entre o Sporting e o FC Porto e a feminina entre o Alavarium e Madeira CAB. Decorre também a final de andebol em cadeira de rodas (adaptado) e ainda a disputa de uma taça entre o Benfica e o Teuc (Espanha). Joaquim Escada terminou sublinhando que “o andebol tem, de facto, ganho muito com os eventos realizados em Viseu e, normalmente, temo-los como exemplos de promoção da modalidade, justificandose, assim, a realização da 3ª Gala Nacional e a disputa das duas supertaças em Viseu, numa altura de festa na cidade com a Feira de S. Mateus”. MC
A Academistas mostram bons resultados mas a equipa ainda está em construção Futebol
Académico continua a reforçar o plantel Filipe Moreira, depois de cerca de um mês a trabalhar com a equipa, vai diagnosticando os setores mais debilitados e a direção tenta satisfazer os desejos do técnico e resolver as necessidades da equipa. Com a Taça da Liga a decorrer, no fecho desta edição o Académico defrontava o Leixões, jogo da segunda jornada, depois de ter vencido o Atlético por 1-0 na primeira ronda, e a pouco mais de uma semana do início do campeonato da Segunda Liga, a equipa academista continua a reforçar o plante, desta vez com três novos jogadores. Depois do internacional português, João Alves
(ex Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães), foi a vez de Lourenço, João Martins e Marco Lança se juntarem à equipa. Lourenço, médio ofensivo, de 33 anos, esteve na época passada no Desportivo das Aves e passou ainda por clubes como Santa Clara, Vitória de Setúbal, Beira-Mar, Penafiel e Leixões. João Martins, irmão do conhecido jogador do Benfica, Carlos Martins, é médio direito, tem 25 anos e vem da Naval. Marco Lança, ex-Santa Clara, vem reforçar a defesa academista. O jogador de 25 anos passou também pelo Mirandela e Operário. Micaela Costa
Fernando Ruas entregou prémio de desempenho desportivo
Micaela Costa
Andebol
Micaela Costa
Emília Amaral
desporto
∑ O presidente da Câmara Municipal de Viseu entregou na quinta-feira passada o prémio financeiro de desempenho desportivo ao Académico de Viseu. O autarca reconheceu “o trabalho que tem sido desenvolvido” e até se mostrou satisfeito com a contratação de um dos novos jogadores do clube. António Albino, presidente do clube, agradeceu o contributo da autarquia sublinhando que “esta é uma ótima ajuda para a sobrevivência do clube”.
MODALIDADES | DESPORTO 25
Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
O Clube Desportivo de Tondela joga hoje, 1, a partida a contar para a segunda jornada da Taça da Liga. Para isso “voou” até aos Açores onde defronta o Santa Clara, pelas 18h00, hora de Portugal continental. Depois do empate a rrecadado na fase i n icia l da competição, frente ao Aves (1-1), com golo assinado pelo recém-reforço Tozé Marreco, o Tondela parte à procura de uma vitória que o deixe mais confortável numa competição onde assume o objetivo de se apura r pa ra a próx i m a fase. Os tondelenses voltam a jogar domingo, 4, pelas 17h00, desta vez em casa frente ao Farense. MC Publicidade
Futebol
Natação
Lusitano e Cinfães na segunda eliminatória da Taça de Portugal mesmo sem jogar
Atleta de Sernancelhe ganha prémio nadadora do ano
O sorteio da primeira eliminatória da Taça de Portugal, que decorreu na segunda-feira, ditou que as duas equipas da Associação de Futebol de Viseu (AFV), Lusitano e Cinfães, ficassem isentas da ronda inicial da competição, marcada para 1 de setembro. As equipas viseenses ficam assim já apuradas para a segunda eliminatória. Já Castro Daire e Sampedrense vão ter que ir a jogo. Apurado para a prova rainha do futebol português, por ter sido vencedor da Taça Sócios de Mérito
da AFV, o Castro Daire vai até Fátima enquanto a Sampedrense vai jogar ao Sacavenense. Recorde-se que a equipa de São Pedro do Sul foi despromovida da III Divisão, ainda assim
e como “prémio de consolação” pela classificação alcançada na última fase do campeonato, integra o grupo de 123 clubes que participam na competição. MC Paulo Neto
Futebol TAÇA DA LIGA LEVA TONDELA AOS AÇORES
Campeonato Sénior
∑ O primeiro dérbi entre duas equipas do distrito de Viseu, no novo Campeonato Sénior de Futebol, está marcado para dia 29 de setembro. O Lusitano desloca-se a Cinfães em jogo a contar para a sexta jornada da série D. O campeonato tem início já no próximo dia 25 de agosto com as duas equipas a jogarem em casa. Os trambelos, recém-promovidos, recebem o Bustelo, enquanto o Cinfães defronta o Cesarense. Publicidade
Catarina Sobral, nadadora da escola de natação de Sernancelhe, foi disting uida com o ga l a rd ão m á x i mo do prémio nadadora do ano, referente ao escalão de Juvenis Femininos (14 anos), do Circuito Municipal das Esco-
las de Natação (CMEN), época desportiva 201213. A reg ula ridade e as qua lidades técn icas evidenciadas, ao longo das nove concentrações do CMEN valeram esta distinção à jovem natural de Sernancelhe.
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em foco
Sernancelhe - IX Festival da Amizade e Feira das Sementes da Terra
Paulo Neto
Abriu a 27 de julho e decorre até 4 de agosto este grande encontro de todos os sernancelhenses e forasteiros dos mais variados pontos do país. Em nove dias de cartaz, com a abertura a cargo de João Pedro Pais, no passado sábado e o encerramento com José Cid, no domingo dia 4, há festa para todos os gostos e para disfrute dos milhares de visitantes que acorrerão. Esta feira não deixa de lado a vertente comercial, proporcionando stands, tasquinhas, artesanato, diversões e mesmo um parque insuflável para os mais novos. Na abertura, Ana Chaves a directora da Esproser apresentou o certame, seguida do autarca local, José Mário Cardoso, que além de se congratular com a dinâmica dos organizadores e com a raiz profunda que este evento já anuncia, referiu o denodo e o empenhamento do vereador Carlos Silva nesta organização. PN
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Jornal do Centro
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em foco Mais de meio milhar de ciclistas em Mangualde O Encontro Nacional de Escolas de Ciclismo voltou a Mangualde no passado fim de semana (dias 27 e 28 de julho). No encontro, que fomentou a prática das vertentes Estrada e BTT, foi estabelecido um novo recorde de participantes: estiveram presentes 537 crianças e jovens, de ambos os sexos, entre os 7 e os 14 anos. Foi um crescimento de 25 por cento face ao anterior máximo de 427 participantes, que datava do ano passado. Mangualde recebeu assim todas as escolas de formação de ciclismo do país, naquela que é a mais importante prova do calendário de competições jovens da Federação Portuguesa de Ciclismo. A edição deste ano contou com uma novidade: prova de paraciclismo integrada no programa. Publicidade
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D Shortcutz na Empório
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culturas expos
Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
Decorre amanhã, dia 2, mais uma sessão do projeto internacional de curtas, Shortcutz. Os jardins da Empório, “casa de verão” da iniciativa, abre portas às 21h30.
Arcas da memória
Destaque
Padre Lucas Ribeiro Pedrinho Mais um padre amigo de Aquilino
VILA NOVA DE PAIVA ∑ Auditório Municipal Carlos Paredes
Até 3o de agosto, a exposiçãode fotografia, “Rios de Vida”, de João Cosme
∑ Museu Municipal Até 31 de agosto, a exposição ““Um Rio Com Vida”
que resulta de um conjunto de trabalhos realizados por diversas escolas de cinco municípios VISEU ∑ Galeria de Exposições do IPDJ
Até 31 de agosto, a exposição exposição de artes plásticas “Arte Nostra Damos”
SÁTÃO ∑ Casa da Cultura De 4 a 31 de agosto a mostra de artesanato (tapeçaria, arraiolos, madeira, rendas de bilros, cestaria e artesanato urbano), de vários artesãos do concelho de Sátão
Arquivo
OLIVEIRA DE FRADES
“Palcos Livres” leva cultura ao centro histórico Programa∑ Animação complementar à Feira de São Mateus visa “(Re)Centrar o Centro” de 2 de agosto a 7 de setembro Teatro, dança, workshops, cinema e muitas outras atividades fazem parto do programa cultural Palcos Livres. A iniciativa, que decorre de amanhã, dia 2, até dia 7 de setembro, é uma ideia conjunta da Câmara Municipal de Viseu, Viseu Novo - Sociedade de Reabilitação Urbana de Viseu e da Associação Cultural, Zunzum. O objetivo é dar vida ao centro histórico de Viseu, com um programa complementar à Feira de São Mateus que decorre de 9 de agosto a 22 de setembro. (Re) Centrar o Centro, é o mote do Palcos Livres que visa levar as pessoas ao centro histórico, animar a zona
nobre da cidade e dinamizar o comércio, num programa de um mês dedicado à cultura. Já amanhã, das 18h30 às 20h30, no Rossio, decorre um workshop de ritmos tradicionais portugueses, organizado pela Retimbar. A partir das 21h30 o Grupo Tribal (artes circenses) e Retimbar (ritmos tradicionais), atuam também no Rossio. Às 22h15 um circuito de museus vai levar os espectadores a visitarem o Tesouro da Misericórdia, a Casa do Miradouro e o Museu Almeida Moreira. E ainda animação na Praça D. Duarte, Adro da Sé e Rua Formosa. O primeiro dia de “Palcos Livres” termina às
23h10, no Palco D. Duarte (Praça D. Duarte) com os sons jazz por Adelino Soares Sexteto. Sábado, destaque para Franklin Pereira, um tributo a Ravi Shankar, pelas 21h45, no Palco Miradouro (Largo António José Pereira). Da programação do “Palcos Livres” faz ainda parte, no dia 16 de agosto, pelas 21h30, no Adro da Sé, a Gala do Comércio. O evento, organizado pela Associação Comercial do distrito de Viseu, conta com a apresentação de Sónia Brazão, um momento musical e um desfile de moda do comércio tradicional.
A Gaiola Dourada (CB) (Digital)
16h30, 19h00, 21h30, 00h00* Os Smurfs 2D (CB) (Digital)
Gru o maldisposto 2 (M6) (Digital)
Mestres da ilusão (M12) (Digital)
Sessões diárias às 22h00, 00h20 Depois da Terra (M12) (Digital)
Sessões diárias às 11h00**, 14h10, 16h30, 19h00, 21h30, 23h50 A Gaiola Dourada (CB) (Digital 3D)
roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 13h30, 15h55, 18h20 Gru o maldisposto 2 (M6) (Digital) Sessões diárias às 21h00, 00h15* Batalha do Pacífico (M12) (Digital) Sessões diárias às 15h00, 18h00, 21h20, 00h10* Wolverine (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h30, 16h50, 19h10, 21h40, 00h30*
O Padre Lucas Ribeiro Pedrinho anda quase na roda dos 100 anos, 94 já feitos, 71 de ministério sacerdotal cumprido às ordens dos seus bispos, disponível ainda ao redor da sua igrejamãe, a Sé de Lamego, onde serve ainda. Há muito que o não vejo mas eu lembrome dele, das vezes em que bati à sua porta na acolhedora Residência de Caria, essa cidade antiga, aureolada na Idade Média, cabeça de Concelho até tempos modernos, onde foi pastor zeloso. Lembro-me da alegria que vinha dentro dele, da afabilidade, desse jeito de ser prestável. Li alguns dos textos que escreveu, que publicista foi também. E pedagogo. E quantas vezes me abriu as portas da Capelinha do Senhor dos Aflitos naquela cruz de caminhos que levava à Lapa e, generoso, me cedeu sempre aqueles quadrinhos de milagres a que dei lugar de distinção em expressivas mostras de Museu. A ele a minha gratidão e a minha devotada amizade. Mas outra é a memória que me apraz salientar expressa em palavras suas numa recente entrevista publicada na “Voz de Lamego”, o órgão oficial da sua diocese. - Algum pormenor para contar?, perguntava quem entrevistou. - Olhe, para dizer como conheci o escritor Aquilino Ribeiro e como nos tornámos grandes amigos. E contou de uma tarde invernosa nas Terras do Demo,
Sessões diárias às 13h40, 16h00, 18h30, 21h10, 23h50* Monstros: Submarino Fantasma (CB) (Digital) Sessões diárias às 14h40, 17h00, 19h20 Turbo 2D (M6) (Digital) Sessões diárias às 21h50, 00h20* As vidas de Artur (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h00,
Micaela Costa
PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 11h10, 13h40, 16h10 Os Smurfs 2 (CB) (Digital 3D)
Sessões diárias às 14h00, 16h45, 19h20, 21h50, 00h30 Miudos e Graúdos 2 (M12) (Digital)
Sessões diárias às 18h40, 21h10, 23h40* Os Smurfs 2D (CB) (Digital)
Sessões diárias às 11h20 (dom.), 14h30, 16h50, 19h10 Turbo (M6) (Digital)
Sessões diárias às 11h10 (dom.), 15h00, 17h20, 19h40
Sessões diárias às 21h40, 00h15
Sessões diárias às 15h30, 17h00, 21h00, 00h00 Wolverine (M12) (Digital 3D)
Legenda: *sexta e sábado; **exceto sexta e sábado
Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com
Aquilino regressava de Moimenta da Beira para Soutosa quando a neve ladroa que já por ali perto tolhera o Malhadinhas e Frei Joaquim das Sete Dores o tolhe no caminho, o carro avariado, por sorte à porta da Residência do Padre Lucas, em Caria. Vem à porta o Padre Lucas, não sabe quem ali está mas desce em ajuda. E a instâncias de Aquilino que entretanto se deve ter identificado envia portador a Moimenta requerendo mecânico. E de imediato convida o escritor e D. Gigi, sua mulher, transida de frio, para a sua quente lareira. Deve ter servido um chá. E ficámos amigos, diz o homem de igreja que passou a visitar o novo amigo na sua casa de Soutosa, Aquilino Ribeiro, às vezes tão mal amado por alguns homens de Deus, Aquilino que, sempre que passava, o visitava também na Residência onde tantos anos demorou!... O Padre Lucas Ribeiro Pedrinho ficou a pertencer a essa sólida galeria de sacerdotes dos quais Aquilino guardava referência maior, desde o bondosão do Padre Ambrósio, ao Padre Alfredo, de Lamego, ao Padre Francisco Ferreira, seu mestre na Lapa, a Fonseca da Gama, quase um irmão, a Rodrigues da Cunha, que foi poeta e romancista. E a tantos outros.
Estreia da semana
Gaiola Dourada – Num dos melhores bairros de Paris, Maria e José Ribeiro vivem há cerca de 30 anos na casa da porteira no rés-do-chão. Este casal de imigrantes portugueses é tão querido no bairro que, no dia em que surge a possibilidade de regressar a Portugal, ninguém os quer deixar partir.
Jornal do Centro 01 | agosto | 2013
culturas
D Animação nas Termas de Alcafache
Sábado, pelas 21h30, música tradicional com a Tuna “Os Amigos de Fragosela”. O evento vai animar as Termas de Alcafache, e faz parte de num programa que vai até dia 14 de setembro
O som e a fúria
Destaque
Forum Viseu oferece bilhetes de cinema até 15 de agosto Aliar o lazer à cultura é o objetivo da campanha de verão, que decorre até dia 15 de agosto, no Forum Viseu. “Ir às compras dava um filme”, permite aos clientes trocarem talões de compras por bilhetes de cinema. De segunda a quintafeira, os talões acumulados “transformam-se”
em bilhete de cinema a ser utilizado na sextafeira dessa mesma semana, sendo para isso necessário apresentar os talões das compras no Balcão de Informações. A campanha é limitada à oferta de um bilhete por pessoa por semana, num máximo de 30 bilhetes/dia. MC
Artes
I Festival de Artes em Santa Comba Dão Decorre de 26 de agosto a 8 de setembro o I Festival de Artes em Santa Comba Dão. O evento, pretende trazer ao longo duas semanas, a vários espaços da cidade, música, dança e poesia. O festival é apadrinhado pela atriz Lídia Franco e reserva a todos os paricipantes ateliers de pintura, oficinas de dramaturgia, formação de atores, caracterização, cenografia e adereços. Fazem ainda parte do programa diversos nomes conhecidos do teatro, da televisão, da pin-
tura e da dança. Todos os interessados podem inscrever-se a partir de hoje, dia 1, nas oficinas pretendidas. Na primeira semana do festival, os participantes têm a oportunidade de se juntar ao dramaturgo, Norberto Ávila numa oficina de dramaturgia, onde se pretende escrever um texto inspirado nas ruas da cidade de Santa Comba Dão, que será dramatizado na semana seguinte sob a orientação do encenador Fernando Soares, na ofícina de formação de atores. O texto, em conjunto com
A Atriz Lídia Franco apadrinha Festival
o conto escrito pela autora de livros infantis, Bernardete Costa, fazem parte de um livro que será lançado no fim do festival. Nas restantes oficinas
de caracterização, cenografia e adereços, os participantes têm a oportunidade de desenvolver os restantes elementos que fazem parte do espétaculo final, que decorre nos dias 7 e 8 de setembro. Fazem ainda prte do programa, no periodo da noite, várias sessões de poesia, espétaculos de teatro e dança. O I Festival de Artes, é uma proposta da Federação Portuguesa de Teatro e do município de Santa Comba Dão. Para mais informações os interessados devem contactar através do 916405195. MC
Oficinas
Museu do Caramulo promove concurso de fotografia “Estradas de Portugal Um outro olhar” é o tema do concurso de fotografia promovido pelo Museu do Caramulo e as Estradas de Portugal. A iniciativa, tem por objetivo retratar e valorizar as estradas e os seus elementos, desde pontes, via-
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dutos e zonas adjacentes à estrada, bem como outros elementos históricos, culturais e sociais integrados nas estradas portuguesas. Cada concorrente pode participar com um máximo de três fotografias e pode utilizar qualquer tipo de equipamento.
Para a melhor fotografia é atribuído um Grande Prémio e são também premiados os três primeiros classificados em cada uma das seguintes categorias: originalidade, qualidade técnica e mobilem uma categoria criada a pensar nos novos hábitos
de fotografia e que potencia a criatividade e a espontaneidade dos participantes. As participações devem ser enviadas até dia 31 de agosto. O concurso culmina com uma exposição temporária no Museu do Caramulo. MC
O culto do anti-herói Desde os finais dos anos 90 a televisão foi invadida por uma onde de séries do tipo dramático revolucionadoras das regras tradicionais da TV. O elemento estranho mas comum a uma série de soaps é a existência de personagens masculinas complicadas, introspectivas e muito, mas mesmo muito, dark. Brett Martin, escritor e jornalista explica este fenómeno num livro recente intitulado “Difficult Man”, no qual apresenta a “terceira era dourada” da televisão no seguimento das outras duas dos anos 50 e 80. De acordo com Brett, James Gandolfini foi o homem que marcou o nascimento desta idade. O alarido que causou a morte de Gandolfini ilustra a importância dos Sopranos como ponto de viragem na história de TV. Na primeira década de 2000, a televisão tornou-se a assinatura de uma forma de arte americana, explica Martin, o equivalente ao impacto dos filmes de Scorsese, Altman, Coppola e outros, na década de 70, e aos romances de Updike, Roth e Mailer na décade de 60. Tony Soprano é o primeiro de uma linha de anti-heróis ao qual se seguiram outros: Omar Little (The Wire), Dexter Morgan (Dexter), Don Draper (Mad Men), Nucky Thompson (Boardwalk Empire). Todos estes machos difíceis são caracterizados por uma moral ambígua e por uma dificuldade enorme em encontrar a própria identidade. São personagens que historicamente seriam vilões mas que a televisão se esforça em humanizar e compreender. E, o mais curioso,
Maria da Graça Canto Moniz
é que não só os espectadores fazem questão de assistir e seguir as histórias destes sinistros homens como chegam mesmo a torcer por eles – comportamento questionável, no mínimo. Em circunstâncias normais ninguém quereria em sua casa um maradão como o Dexter mas é vê-lo por aí a entrar pelas casas dentro, de facão na mão, através dos MEO’s e das ZON’s. Por outro lado, é impossível não sentir uma certa admiração por Don Draper e pelo seu trauma freudiano. Estas personagens transmitem todas um certo conceito de masculinidade, com paralelismo em dois filmes que me marcaram muito no ano passado: o Drive (Nicolas Winding Refn) e o Shame (Steve McQueen). Não tenho dúvidas de que grande parte dos homens que seguem Don Draper querem ser Don Draper. O que isso nos faz pensar de nós mesmos é, em larga medida, parte da tensão de assistir à série. Por outro lado, é um desafio tentar compreender alguns comportamentos de Draper. E as mulheres que acham Don Draper sexy (entre elas me confesso) devem questionar-se porquê a panca por um monstro daqueles? Sim, e as mulheres anti-herói? Já começam a aparecer por aí: Nancy Botwin (Mary-Louise Parker, de Weeds), Jackie Peyton (Edie Falco, Nurse Jackie), Patty Hewes (Glenn Close, em Damages), Carrie Mathison, (Claire Danes, em Homeland).
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Jornal do Centro
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saúde e bem-estar Implantes Dentários Com o desenvolvimento da Medicina Dentária, a reabilitação oral dos pacientes tem encontrado nos implantes dentários a primeira opção para a resolução da maioria dos casos. O bom resultado e sucesso deste tratamento depende, entre outros factores, das condições orais e sistémicas do paciente, do implante dentário utilizado e da correcta técnica cirúrgica e protética desenvolvida pelo Médico Dentista. O que são Implantes Dentários? Os impla ntes são “raízes” artificiais instaladas (implantadas) no osso mandibular ou maxilar. Ao substituir as raízes dentais, possibilita a confecção de próteses sobre eles, permitindo a reabilitação estética e funcional
(mastigação), além de devolver qualidade de vida social ao indivíduo debilitado. Os implantes dentários proporcionam conforto e eficiência na mastigação, de forma similar aos dentes naturais, sendo superiores ao uso de próteses totais (dentaduras) e próteses parciais removíveis. Que tipo de material se utiliza para os implantes dentários? Ao longo da Medicina Dentária muitos materiais foram utilizados, sendo na actualidade fabricados com titânio comercialmente puro, de eficiência cientificamente comprovada. Porquê o Titânio? Por se tratar de um metal biocompatível , ou seja, que pode ser utilizado em contacto com os tecidos
Pedro Carvalho Gomes CMDV Supreme Smile
orgânicos sem causar reacções adversas, permitindo a osteointegração. O que é a osteointegração? É o processo pelo qual o implante se integra no osso, apresentando-se fixo, sem mobilidade ou sintomas durante a função mastigatória. Essa integração permite a alta taxa de sucesso na reabilitação dos pacientes. Qual a sua finalidade? Repor dentes ausentes com o objectivo de: 1. Recuperar função e estética 2. Diminuir a reabsorção óssea 3. Diminuir a sobrecarga nos dentes remanescentes
Consultas programadas regressam à extensão de Lordosa A Extensão de saúde de Lordosa - Calde, no concelho de Viseu já retomou a marcação de consultas programadas. Há duas semanas, durante uma visita àquela unidade de saúde do deputado do PCP, Miguel Tiago, um grupo de utentes concentrou-se junto às instalações para expressar o seu descontentamento “pela forma como nos últimos tempos tem funcionado aquela extensão de saúde”, adiantava a direção da Organização Regional (DORV) do PCP em comunicado. A mesma nota à imprensa dava conta que, a consequente falta de consultas programadas obrigava a que as pessoas “per-
DR
Opinião
manecessem à porta da extensão de saúde madrugada dentro, para conseguir uma das poucas consultas de agudos que diariamente são disponibilizadas”. Uma situação que o diretor executivo do ACES Dão Lafões se comprometeu a resolver. Na Extensão de Saúde de Lordosa entrou ao serviço um novo clínico em julho passado. No entanto, a DORV avança que o problema está “parcialmente
resolvido”. A nota à imprensa alerta que a unidade sofre igualmente da falta de administrativos: “Por falta de pessoal assiste-se à saturação dos serviços, à sobrecarga horária dos trabalhadores e a um pior serviço prestado aos utentes”. O deputado Mig uel Tiago adiantou que vai expor os “problemas” da Extensão de Saúde de Lordosa ao ministro da Saúde. EA
Jornal do Centro
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Unidades de Saúde Familiar de Viseu passam a fechar às 20h00 em setembro As Unidades de Saúde Familiar (USF) de Viseu com alargamento de horário durante a semana e aos sábados vão encerrar mais cedo a partir de setembro. As unidades que agora funcionavam até às 22h00 passam a fechar às 20h00 de segunda a sexta-feira e, aos sábados, deixam de estar abertas até às 17h00 para passarem e encerrar às 13h00. A medida foi confirmada pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC): “A partir do dia 1 de setembro, as USF Grão Vasco, Infante D. Henrique, Viriato, Viseu Cidade, Lusitânia e Alves Martins passam a praticar o horário das
8h00 às 20h00, nos dias úteis, e das 9h00 às 13h00 aos sábados”. A ARSC questionada pelo Jornal do Centro sobre as razões da alteração, responde, por email, apenas que “esta decisão, comunicada atempada mente pela direção do ACES Dão Lafões às respetivas USF, cumpre o estipulado por lei para o horário de funcionamento normal para uma USF.”. A Associação de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN), considera que a medida resultará num “grave prejuízo para os utentes”. Em comunicado a associação lembra que o
Arquivo
Razões ∑ ARS Centro diz que a decisão “cumpre o estipulado por lei”
A
Associação avança que a medida resulta em “graves prejuízos para os utentes” alargamento de horário nas USF “é um serviço de prestação de cuidados
de saúde integrado, numa lógica de continuidade e globalidade, pela mesma
equipa multiprofissional, com conhecimento dos utentes e do respetivo processo clínico”. Ao encerrarem mais cedo, os seus utentes “terão menos consultas médicas, de enfermagem e menos acesso ao secretariado clínico”, passando a recorrer aos Serviços de Atendimento a Situações Urgentes e aos Serviços de Urgência dos hospitais, “onde as taxas moderadoras são mais elevadas e os serviços prestados têm custos superiores em medicamentos e meios auxiliares de diagnóstico”, conclui. Emília Amaral com Lusa
ASSOCIAÇÃO PEDE APOIO PARA TERMAS A Associação das Termas de Portugal apelou à necessidade do próximo quadro comunitário de apoio contemplar verbas para o setor, sob pena de o investimento de 300 milhões de euros realizado na última década não alcançar o retorno esperado. A presidente da Associação das Termas de Portugal em declarações á agência Lusa disse que o setor emprega, diretamente, cinco mil pessoas e surge como impulsionador regional, já que todo o produto associado é 100% nacional. Por isso, defendeu Teresa Vieira, o quadro comunitário de apoio 2014-2020 deve olhar com atenção para o setor, até porque o parlamento europeu fez recentemente uma recomendação para que a Europa consiga atingir o lugar cimeiro no turismo de saúde ligado aos produtos endógenos. EA/Lusa
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32 SAÚDE
01 | agosto | 2013
Opinião
Apneia do sono: problema grave de saúde pública (II) Sintomatologia. Estes doentes apresentam quer sintomas noturnos quer diurnos. Os sintomas noturnos são em regra pouco valorizados pelo doente por não ter a perceção de muitos deles. O companheiro(a) tem aqui um contributo importante para o diagnóstico ao relatar os eventos que ocorrem no período noturno. E entre todos, o ressonar, é o mais frequente (ocorre em cerca de 95% dos doentes
com SAOS). As paragens (apneias) presenciadas têm grande valor diagnóstico e são reportadas na maioria dos casos. Sintomas como sono não reparador, insónia, despertares frequentes, episódios de engasgamento/asfixia, nictúria e transpiração excessiva estão igualmente presentes muitas vezes nestes doentes. Os sintomas diurnos são os que, na maioria dos casos, levam o doente a procu-
rar o médico. A sonolência diurna é a mais frequentemente relatada pelos doentes e constitui um sintoma muito importante na avaliação da doença; a sua presença, inexplicada por outras causas, justifica mesmo na ausência de outros sinais ou sintomas, a realização de estudo do sono. Adormecer a conduzir, dores de cabeça ao levantar, secura da boca, fadiga/cansaço crónico, perda de memória, irritabilida-
de ou alterações do humor e disfunção sexual são alguns dos sintomas presentes em muitos dos casos. Consequências da Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono. A SAOS é um problema de saúde pública com elevada morbilidade e mortalidade associadas sobretudo à patologia cardiovascular e aos acidentes rodoviários e laborais. Profissões com elevado risco
EM CASO DE INTOXICAÇÃO
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para acidentes e condutores regulares de veículos ligeiros ou pesados constituem grupo de risco acrescido devendo a sua avaliação ser prioritária. A relação entre SAOS e hipertensão arterial, doença coronária isquémica, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e arritmias, entre outros, torna igualmente prioritária a sua avaliação. No próximo artigo abordarei o diagnóstico e o tra-
Simões Torres Pneumologista Coordenador do núcleo de Viseu da Fundação Portuguesa do Pulmão
tamento desta patologia. Até lá esteja atento aos sintomas que enumerei e, se achar que é provável ter SAOS, procure o seu médico, faça o diagnóstico, e se este se confirmar, inicie o tratamento que, como veremos, é muito eficaz.
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CLASSIFICADOS 33
01 | agosto | 2013
EMPREGO
IMOBILIÁRIO
IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. Av. Visconde Guedes Teixeira ,25 R/C - Apartado 96 5100-073 Lamego | Tel: 254 655 192
Outros operadores de máquinas de imprimir - Artes gráficas. Tarouca - Ref. 587820907
Caixeiro. Lamego - Ref. 587821100
Carpinteiro de tosco. Moimenta da Beira Ref. 587823653
Canalizador. Lamego - Ref. 587869103
Encarregado de armazém. Lamego - Ref. 587869222
Eletricista da construção civil. Armamar - Ref. 587858126
Ajudante de cozinha. São João da Pesqueira - Ref. 587869870
Enfermeiro. São João da Pesqueira - Ref. 587875029
Fiel de armazém. Lamego - Ref. 587857844
Canteiro. Lamego - Ref. 587823179
Mecânico de automóveis. Sernancelhe - Ref. 587801020
Condutor de máquina de escavação. Lamego - Ref. 587858819
Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de São Pedro do Sul Rua do Querido, 108 – R/C Dto - 3660-500 São Pedro do Sul | Tel: 232 720 170 e-mail: cte.spedrosul.drc@iefp.pt
Mecânico de máquinas agrícolas Ref. 588108771 – Castro Daire Mecânico de máquinas agrícolas com ou sem experiência. Ajudante de cozinha
Ref. 588108766 – São Pedro do Sul Pretende-se ajudante de cozinha. Cozinheira/o Ref. 588125974 – São Pedro do Sul Pretende-se cozinheira com experiência.
Soldador Ref. 588125836 – Oliveira de Frades Pretendem-se jovens com o 12º ano, nível 4, para soldadura, com possibilidade de trabalhar por turnos.
Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de Tondela Praceta Dr. Teófilo da Cruz - 3460-589 Tondela | Tel: 232 819 320 e-mail: cte.tondela@iefp.pt
Eletromecânico de eletrodomésticos Ref. 587889139 – Tondela Eletromecânico/Reparador de eletrodomésticos para trabalhar linha branca, com experiência. Servente florestal Ref. 588103953 – Tondela Candidato com ou sem experiência para trabalhos em serração de madeira. Carpinteiro de limpos Ref. 588106398 – Mortágua Pretende-se carpinteiro de limpos, com experiência (requisito obrigatório). Motosserrista Ref. 588110820 – Mortágua Pretende-se pessoa com mínimo de 12 meses de experiência. Engenheiro civil Ref. 588126549 – Mortágua A pessoa em questão deve ter espírito aberto e recetivo à aprendizagem a novos desafios. Ter conhecimentos básicos em auto-cad e office (excel).
Pintor – construção civil Ref. 588126344 – Carregal do Sal Experiência como pintor de construção civil. Para trabalhar fora da área de intervenção do centro de Tondela (Lisboa, Porto, Aveiro) Auxiliar de limpeza (servente de limpeza) Ref. 588102432 – Mortágua Pretendem-se candidatos para as funções de empregado de andar; preferência por candidatos que saibam trabalhar com máquinas de lavar roupa, que possuam robustez física e com disponibilidade de horário. Empregado de mesa Ref. 588102440 – Mortágua Preferência por candidatos com formação na área de mesa/bar, com experiência. Secretário Ref. 588109857 – Mortágua Fatores preferenciais: - Experiência profissional em funções
de secretariado - Conhecimentos informáticos (office) - Domínio da língua inglesa - Conhecimentos de contabilidade - Conhecimentos de gestão de sistemas de qualidade Operador de máq-ferramenta de comando numérico Ref. 588130371 – Tondela Pretende torneiro com conhecimentos em programação Comando numérico (cnc), vertente metalurgia. Vigilante (guarda, rondista) Ref. 588131511 – Tondela Vigilantes com a categoria ARD (assistentes de recinto desportivo). Empregado de balcão Ref. 588131969 – Tondela Pretende-se pessoa com experiência no ramo hoteleiro para atendimento de cliente no serviço de cantina.
Centro de Emprego e Formação Profissional de Viseu. Serviço de Emprego de Viseu Rua D. José da Cruz Moreira Pinto , Lote 6 - 3514-505 Viseu | Tel: 232 483 460 e-mail: cte.viseu.drc@iefp.pt
Electricista Baixa Tensão Ref. 588131910 - Tempo Completo Viseu
Pintor Construção Civil Ref. 588123678 - Tempo Completo - Viseu
Serralheiro Civil Ref. 588127259- Tempo Completo – Mangualde
Costureira Ref. 58831663 – Tempo Completo – Viseu
Calceteiro Ref. 588125534- Tempo Completo – Viseu
Electricista Média/Alta Tensão Ref. 588132331 - Tempo Completo – Viseu
Cozinheiro Ref. 588095989 Tempo Completo – Penalva Castelo
Pedreiro Ref. 588120569 - Tempo Completo – Viseu
As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.
ZÉ DA PINHA Vende Pinha (Sacos c/ mais de 50 pinhas) Entrega em casa junto ao grelhador e à lareira. Terra para Vasos (Sacos 5Kg.) Aparas de madeira para lareira e grelhador. T. 967 644 571 | zedapinha2011@gmail.com
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34 CLASSIFICADOS
01 | agosto | 2013
OBITUÁRIO Maria da Trindade, 102 anos, viúva. Natural e residente em Vila Seca, Pinheiro, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 30 de julho, pelas 10.00 horas, para o cemitério de Pinheiro.
João Gomes Leitão, 75 anos. Residente em Portoferreiro, Pinheiro. O funeral realizou-se no dia 29 de julho, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Pinheiro de Lafões.
Agência Funerária do Dão Tondela Tel. 232 823 820
Agência Funerária Amadeu Andrade & Filhos, Lda. Castro Daire Tel. 232 382 238
Albertina Maria, 86 anos, viúva. Residente em Oliveira de Frades. O funeral realizou-se no dia 30 de julho, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Pinheiro de Lafões.
Lígia Cristina Veloso Gomes Cardoso, 47 anos. Natural e residente em Coimbra. O funeral realizou-se no dia 26 de julho, pelas 15.00 horas, para o crematório de Viseu.
Manuel Rebelo Cabral, 83 anos, viúvo. Natural de Castelo de Penalva e residente na Residência Dona Leonor, em Viseu. O funeral realizouse no dia 23 de julho, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Travanca de Tavares.
Maria dos Prazeres Ferreira Dias, 76 anos, casada. Residente em Portela, Arcozelo das Maias. O funeral realizou-se no dia 31 de julho, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Arcozelo das Maias.
Agência Funerária Balula, Lda. Viseu Tel. 232 437 268
Agência Funerária Figueiredo & Filhos, Lda. Oliveira de Frades Tel. 232 761 252
Guilherme Dias Ribeiro, 80 anos, casado. Natural de Sandomil e residente em Fragosela de Baixo, Viseu. O funeral realizou-se no dia 23 de julho, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Prime.
Clemente da Rocha Souto, 85 anos, viúvo. Natural e residente em Goja, Vila Maior, São Pedro do Sul. O funeral realizou-se no dia 25 de julho, pelas 10.30 horas, para o cemitério de Vila Maior.
João Henriques de Almeida, 80 anos, casado. Natural de Lobelhe do Mato, Mangualde e residente em Fragosela de Cima, Viseu. O funeral realizou-se no dia 26 de julho, pelas 16.30 horas, para o cemitério de Fragosela.
José Marques, 90 anos, viúvo. Natural e residente em Tabosa, Fornos de Maceira Dão. O funeral realizou-se no dia 23 de julho, pelas 18.30 horas, para o cemitério de Fornos de Maceira Dão. Leonor de Jesus, 93 anos, viúva. Natural e residente em Tabosa, Fornos de Maceira Dão. O funeral realizou-se no dia 24 de julho, pelas 18.30 horas, para o cemitério de Fornos de Maceira Dão. Maria Bernardo Rodrigues, 91 anos, viúva. Natural e residente em Povolide. O funeral realizou-se no dia 27 de julho para o cemitério local. Agência Funerária Ferraz & Alfredo Mangualde Tel. 232 613 652 Maria de Anunciação Chaves, 86 anos, viúva. Natural e residente em Tibaldinho, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 27 de julho, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Alcafache. Maria Guilhermina Cunha de Almeida, 84 anos, viúva. Natural de Povolide, Viseu e residente em Cunha Baixa, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 28 de julho, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Cunha Baixa.
Manuel Picanço Alves, 51 anos, casado. Natural de Vilar e residente em Moçamedes, São Miguel do Mato, Vouzela. O funeral realizouse no dia 29 de julho, pelas 18.30 horas, para o cemitério de Moçamedes. Agência Funerária Loureiro de Lafões, Lda. S. Pedro do Sul Tel. 232 711 927 Ivónia Luísa de Figueiredo, 92 anos, viúva. Natural de Tábua e residente em Tonda. O funeral realizou-se no dia 24 de julho, pelas 18.30 horas, para o cemitério de Tonda. Elisa de Jesus Costa, 84 anos, viúva. Natural e residente em Molelos. O funeral realizou-se no dia 27 de julho, pelas 16.00 horas, para o cemitério local.
Agência Funerária Pais Mangualde Tel. 232 617 097
António dos Santos Neves, 84 anos, viúvo. Natural e residente em Tondela. O funeral realizou-se no dia 27 de julho, pelas 16.30 horas, para o cemitério local.
Purificação do Nascimento Figueiredo, 94 anos, viúva. Natural e residente em Casal Meão, Silgueiros. O funeral realizou-se no dia 23 de julho, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Silgueiros.
Elísio Rodrigues do Amaral, 81 anos, casado. Natural e residente em Parada de Gonta. O funeral realizou-se no dia 27 de julho, pelas 18.00 horas, para o cemitério local.
Arnaldo Francisco Loureiro Coimbra, 41 anos, solteiro. Natural de Moreira, Nelas e residente em França. O funeral realizou-se no dia 27 de julho, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Moreira.
Maria da Piedade Almeida, 75 anos, viúva. Natural de Barreiro de Besteiros e residente em Molelinhos. O funeral realizou-se no dia 28 de julho, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Molelos.
Agência Funerária Nisa, Lda. Nelas Tel. 232 949 009
António de Matos Coimbra, 82 anos, viúvo. Natural e residente em Molelos. O funeral realizou-se no dia 28 de julho, pelas 18.30 horas, para o cemitério local.
Maria Augusta, 94 anos, viúva. Residente em Couço, Pinheiro de Lafões. O funeral realizou-se no dia 29 de julho, pelas 16.30 horas, para o cemitério de Pinheiro de Lafões.
Laura Marques, 88 anos, viúva. Natural e residente em Valverde. O funeral realizou-se no dia 30 de julho, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Canas de Santa Maria.
Manuel Luiz Martins Lopes, 93 anos, casado. Natural de Aldeia do Bispo, Sabugal e residente em Abraveses, Viseu. O funeral realizouse no dia 27 de julho, pelas 12.00 horas, para o cemitério novo de Viseu. Agência Funerária D. Duarte Viseu Tel. 232 421 952 Maria Casimira Fernandes, 91 anos, viúva. Residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 23 de julho, pelas 10.00 horas, para o cemitério velho de Viseu. António do Amaral Gomes, 76 anos, casado. Residente em Passos de Silgueiros. O funeral realizou-se no dia 23 de julho, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Silgueiros. Maria de Jesus Fernandes, 86 anos, viúva. Residente em Póvoa de Sobrinhos. O funeral realizou-se no dia 23 de julho, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Barbeita. Ermelinda Lopes da Silva, 95 anos, viúva. Residente em Cavernães. O funeral realizou-se no dia 24 de julho, pelas 18.00 horas, para o cemitério local. Fernando de Loureiro Esteves, 95 anos, viúvo. Residente em Tibaldinho. O funeral realizou-se no dia 26 de julho, pelas 17.30 horas, para o cemitério local. Miguel Lopes dos Santos, 81 anos, casado. Residente em Pascoal. O funeral realizou-se no dia 27 de julho, pelas 18.00 horas, para o cemitério novo de Abraveses. Agência Funerária Decorativa Viseense, Lda. Viseu Tel. 232 423 131
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Jornal do Centro - Clube do Leitor, Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 3510-028, Viseu. Ou então use o email: redacao@jornaldocentro.pt As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.
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HÁ UM ANO EDIÇÃO 542 54 | 3 DE AGOSTO DE 2012 Distribuído com o Expresso. Venda interdita. DIRETOR
Paulo Neto
UM JORNAL COMPLETO
Semanário 3 a 9 de agosto de 2012
pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO pág. 14 > EDUCAÇÃO pág. 15 > SUPLEMENTO pág. 19 > ECONOMIA
Ano 11 N.º 542
1,00 Euro
pág. 21 > DESPORTO pág. 24 > CULTURA pág. 27 > SAÚDE
SEMANÁRIO DA
REGIÃO DE VISEU
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pág. 29 > CLASSIFICADOS pág. 31 > CLUBE DO LEITOR
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“Mangualde Capital dos 2 CV” ∑ Elísio Oliveira, diretor Financeiro da | págs. 6 e 7
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Nuno André Ferreira
PSA Mangualde, ao Jornal do Centro
José Costa
∑ “O amor aoo 2CV não tem fronteiras” ∑ “Nunca teremos uma feira com a dimensão que
Acreditamos que se tratou de uma emergência policial. Do tipo assaltante em flagrante delito ou rixa entre padeiros. De outro modo é dificil perceber o mau exemplo dado pelo veículo da PSP estacionado em cima do passeio, junto a uma passadeira para deficientes e a uma passadeira para peões. Em última instância, talvez só uns minutos para tomar um sical ou comprar pão quente... Esta rúbrica está aberta à participação dos leitores. Submeta a sua denúncia para redacao@jornaldocentro.pt
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queremos, enquanto não tivermos essa estratégia de internacionalização” (José Moreira) ∑ PS e PSD de Mangualde desentedem-se ∑ Habitantes de Sátão já vêem televisão ∑ Novo parque de estacionamento nasce em Tondela ∑ Festa da Caixa Geral de Depósitos reúne clientes emigrantes ∑ Autarca de Lamego pede mais estímulo para as micro empresas ∑ Tom de Festa foi espetáculo grandioso ∑ Sernancelhe recebe II Salão Automóvel Clássicos
tempo
JORNAL DO CENTRO 01 | AGOSTO | 2013
Hoje, dia 1 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 29ºC e mínima de 16ºC. Amanhã, 2 de agosto, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 23ºC e mínima de 12ºC. Sábado, 3 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 27ºC e mínima de 10ºC. Domingo, 4 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 28ºC e mínima de 12ºC. Segunda, 5 de agosto, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 29ºC e mínima de 11ºC.
Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal
∑agenda Quinta, 1 agosto
Sexta,2 Viseu ∑ Workshop de ritmos tradicionais portugueses, entre as 18h30 e as 20h30, no Rossio da cidade. O evento vai estar a cargo da Retimbrar.
Sábado, 3 Viseu ∑ Circuito dos Museus para dar a conhecer os museus do centro histórico de Viseu. O circuito decorre às 21h30, 22h15 e 23h15.
Domingo, 4 Viseu ∑ O núcleo de Viseu do Instituto de Solidariedade e Cooperação Universal promove uma caminhada solidária, às 9h00, na Ecopista do Dão. Tondela ∑ O Clube Desportivo de Tondela joga em casa com o Farensa para a terceira jornada da Taça da Liga, às 17h00. Publicidade
Irmãs Joaquim Alexandre Rodrigues joaquim.alexandre.rodrigues@netvisao.pt
DR
Viseu ∑ No Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental, instalado nos moinhos da Balsa, iniciam-se ateliês de transformação de resíduos, até ao dia 9 de agosto. “Vamos Brincar com o Plástico” é o tema da iniciativa.
http://twitter.com/olhodegato http://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com
Olho de Gato
Saberes e sabores tradicionais em Penedono Certame∑ Produtos regionais difundem a cultura e a identidade do município de 7 a 11 de agosto O município de Penedono recebe de 7 a 11 mais uma Mostra de Saberes e Sabores. O certame, que decorre junto aos Paços do Concelho, promove a doçaria e o artesanato regional. Em exposição estão vários produtos regionais que difundem a cultura e a identidade do município. A par disso, todos os que visitarem a Mostra de Saberes e Sabores, vão poder ter contacto com o processo de manufatura dos diversos produtos. O evento, para além da vertente comercial, tem no programa vários espetáculos musicais que decorrem ao longo dos quatro dias de mostra. Para o primeiro dia está marcada uma arruada de abertura, pelas 18h00,
com o grupo de bombos do Agrupamento de Escolas Álvaro Gonçalves Coutinho “O Magriço”. Às 21h30, o concerto pela Banda Filarmónica da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do concelho de Penedono. Di a 8 , a a n i m aç ão fica a cargo do Grupo de Canto e Guitarra do Orfeão de Viseu, pelas 21h00. Uma hora depois, a Mostra de Saberes e Sabores convida a uma sessão de cinema português ao ar livre, com o filme “A Bela e o Paparazzo”. Sexta-feira, 9, Victor Rodrigues com o grupo de concertinas atua pelas 21h30. Sábado, à mesma hora, apresentam-se os Raízes do Minho, um grupo de música tradi-
cional portuguesa. O último dia de certame começa pelas 15h00 com a assinatura do protocolo entre o município de Penedono e a Associação Portugal à Mão, que visa a certificação da junça de Beselga e ainda a cerimónia de entrega da medalha municipal de mérito cultural e desportivo ao artesão Ilídio Serôdio. Pelas 17h00 o desfile dos ranchos folclóricos na Avenida Adriano de Almeida, que culmina com o Festival de Folclore Infantil de Penedono, às 17h30. O encerramento da Mostra de Saberes e Sabores de Penedono fica a cargo do Grupo Andarilhos (música tradicional portuguesa), pelas 21h30. Micaela Costa
1. O livro “A Cortina de Ferro, o Esmagamento da Europa de Leste, 1944-1956”, de Anne Applebaum, é um monumental estudo daquele período. Usou, como principais fontes, os arquivos das polícias secretas comunistas e entrevistas a centenas de pessoas que sofreram o terror estalinista. Importa, em primeiro lugar, perceber a diferença entre um regime autoritário (como o salazarista) e um regime totalitário (como o estalinista). Nos regimes autoritários quem não se meter na política é deixado em paz no seu “viver habitualmente”. Esta expressão “viver habitualmente” foi cunhada por Salazar logo nos seus primeiros anos no governo. Faça-se um parêntesis: Salazar até dava voltas na tumba se soubesse que o município de Santa Comba Dão foi levado à falência pelo actual presidente da câmara, a mesma criatura que tem andado sempre a invocar o seu nome, até para marcas de vinho. Retomando o fio à meada: os regimes totalitários, ao contrário dos autoritários, invadem o quotidiano de todos os seus cidadãos quer eles queiram quer não. O livro de Anne Applebaum conta muitas histórias que ilustram o que é o totalitarismo. Eis uma: duas irmãs húngaras, que viviam na mesma casa, deixaram ambas de acreditar nas “verdades” oficiais do regime. Mas, como cada uma pensava que a outra continuava leal ao estalinismo, em casa continuaram ano após ano a papaguear slogans estalinistas. 2. Nas autárquicas de Viseu, prossegue a guerra civil à direita. Almeida Henriques, desassossegado, até já protesta por Hélder Amaral aparecer na RTP. Percebe-se a inquietação: um resultado de quatro vereadores do PSD, quatro do PS e um do CDS, punha as coisas nas mãos do combativo Hélder Amaral.