Jornal do centro ed596

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ESTE SUPLEMENTO

É PARTE INTEGRANTE

DO SEMANÁRIO

JORNAL DO CENTRO , EDIÇÃO 596 DE 15

SUPLEMENTO

DE AGOSTO

DE 2013 E NÃO

PODE SER VENDIDO

SEPARADAMENTE

UM JORNAL COMPLETO

.

DIRETOR

Paulo Neto

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 10 > À CONVERSA

Semanário 15 a 21 de agosto de 2013

pág. 12 > REGIÃO

Ano 12

pág. 06 > ABERTURA

pág. 16 > EDUCAÇÃO

N.º 596

pág. 17 > ECONOMIA

1 Euro

pág. 24 > DESPORTO pág. 30 > CULTURA pág. 34 > SAÚDE

Nesta edição | Telefone: 232 437 461

novo p

SEMANÁRIO DA

pág. 32 > EM FOCO Textos: Micaela Costa Grafismo: Marcos Rebelo

om

c Agora ço xxx re 0,80 Euros

pág. 19 > SUPLEMENTO

REGIÃO DE VISEU

pág. 37 > CLASSIFICADOS

Novo acordo ortográfico

·

Avenida Alber to S ampaio, 130 - 3510 - 028 V iseu ·

redacao@jornaldocentro.pt

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Paulo Neto

“No nosso caso CIM Dão Lafões, os 14 Municípios formaram uma grande equipa e fizemos um bom trabalho para a Região”

∑ Carlos Marta, presidente da CIM Viseu Dão Lafões, em entrevista ao Jornal do Centro | págs. 6, 7 e 8


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Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

praçapública r

palavras

deles Editorial

Paulo Neto Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt

Contratualizámos com o Mais Centro 78 milhões de euros para a concretização das diferentes infraestruturas, nos diferentes Municípios, nos mais diversos domínios”

rEstão lá os verea- r Esta dores mais visíveis do “Ruísmo”. Exatamente aqueles que representam o modelo do favor e do medo, da distribuição do subsídio, da cobrança do favor.”

Carlos Marta

Hélder Amaral

Presidente da CIM VISEU DÃO LAFÕES, em entrevista ao Jornal do Centro

Candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Viseu em entrevista ao Jornal do Centro

candidatura apresentou uma queixa à CNE com o original de um ofício enviado pela Junta de Freguesia de Repeses aos seus fregueses convidandoos para a apresentação de uma lista do PSD.”

José Junqueiro Candidato do PS à Câmara Municipal de Viseu

rO senhor é que é

que vai ter a responsabilidade de fazer esta obra. Espero que corra tudo bem. Sem acidentes, sem atrasos e sem obras a mais.”

Miguel Macedo Ministro da Administração Interna, em Mangualde

A silly season ou a emergência das frivolidades Aquela que é a silly season, este ano, fervilha de factos e de actividade política. Pelo nosso distrito e pois que as autárquicas estão a menos de cinquenta dias, os quase sete dezenas abode cabeças de lista e seus colaboomo radores andam azafamados como ntar formiguinhas laboriosas a tentar ualiconvencer o eleitorado da qualim. dade do produto que vendem. Em Viseu, Hélder Amaral desafiou os restantes candidatos para um debate público visando o mais eitoamplo esclarecimento dos eleitooà res. Ao que sabemos, a adesão nideia, excepção até ao momene to do PSD, foi consensual. De nossa parte até disponibilizá-mos os delgados préstimos para a cobertura do evento e moderação dos intervenientes. Se as propostas dos candidatos se centram em denominadores muito comuns – na verdade as preocupações e os assuntos mais prementes e flagrantes são transversaiss ea todos – sempre se vai perceanbendo tanta originalidade quanta cópia. ertiO governo entrou numa vertiada, ginosa desorientação centrada, toda ela, no ministério mais apenças, tecido, o de Estado e das Finanças, capitaneado por Maria Luís Albuquerque, que agora, acumula ainda com a SE do Tesouro. A triste herança de Gaspar, apesar de afastado pela auto assunção do seu pleno falhanço, como uma vendetta siciliana ou uma pandemia, continua a alastrar sua malevolência por todo o lado: fundos de pensões e cortes de sa-

lários dos reformados são a mais pesada gangrena criada por este alucinado. Foi recompensado com uma sinecura doirada no Banco de Portugal. Para já. Aliás, a banca, tentacular e gigantesco polvo, temse most rado como a abjecta

progenitora de monstros e das políticas geradoras dos maiores problemas económicos mundiais. Longa é a lista de acólitos que, como uma bola de pingpong, vão para o governo e saem do governo para a banca. A Goldman-Sachs e o Citigroup sabem da poda. Também António Borges, Nuno Amado, Vítor

Martins, Martins Barata, os Horta, Osório e Costa, etc. Afinal a quantos amos servirão na espoliação do povo português? Este último secretário de Estado Pais-qualquer-coisa (não tivemos tempo de decorar

seu nome), o dos vinte e três dias de governo, é o exemplo inenarrável das relações perniciosas entre o governo e a banca. Evidência tenebrosa, também, de quem com eles faz o casting. Já há quem chame a este ministério das finanças, o da confusão,

da mentira e da polémica, o ministério-cancro. Claro está que as metástases sobram para todo o português. Fernando Ruas, o nosso estiaut mado autarca viseense deu uma entrevista ao Jornal de Notícias, “c do tipo “como eu sou na privacila dade do lar…” Ficámos a saber que só usa perfume D Davidoff, que fez competiç petições de automóvel no Esto Estoril, que tem uma dúzia de relógios dos quais d destaca o Jean Perret e o John Player Special, que veste pólos Ralph Laurent e Lacoste, usa gravatas inglesas de seda “caras e oferecidas pelo secretário-geral da Associação de Municípios”, que as suas cidades favoritas são Viseu e Cannes, os seus sapatos são italianos, o seu restaurante preferido é o Fialho, em Évora, os seus pratos predilectos são o risotto de espargos e o arroz de atum com M Mateus Rosé. Adora o kara karaoke, tem como melhotrei res treinadores de futebol BoRobso e Scolari e faz 12 kms bby Robson de corrida por dia. Gostámos de saber, como todos os viseenses gostarão de saber que o nosso autarca é “chic a valer”. Talvez este excesso de “globalização” explique muita “míngua” em Viseu. Afinal quem disse que a season é silly?


OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 3

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números

estrelas

5500

É o número de manuais doados pelo banco municipal de livros escolares, projeto da Câ ma ra Municipal de Viseu, a várias instituições.

Importa-se de responder?

João Azevedo Presidente da Câmara Municipal de Mangualde

Viu este f i m- de -sem a na ser lançada a primeira pedra, pelo Ministro Miguel Macedo, do quartel da GNR de Mangualde, num investimento superior a 1,6 milhões de euros.

António Caiado Presidente da junta de freguesia da Faia - Senancelhe

José Moreira Presidente da Expovis

Com 34 anos de serviço público e muita obra feita, com a inauguração do Centro Interpretativo da Aldeia da Faia.

Ao prefazer a 621 ª edição da Feira de São Mateus dá mostras de uma vitalidade e renovação assinaláveis.

Qual a importância da Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões para a região?

A Comunidade Intermunicipal da Região Viseu Dão-Lafões, é, talvez, o maior e melhor veículo para que a coesão territorial se concretize, respeitando as identidades de cada um dos concelhos que dela fazem parte. A possibilidade de planear as estratégias comuns de desenvolvimento para a Região, é uma vantagem que a CIM – Viseu Dão Lafões proporciona, e que não pode ser desperdiçada. A gestão de uma parte do FEDER, tendo em vista o Quadro Comunitário 2014-2020, é João Lourenço outras das vantagens que permite um melhor aproveitamento José Morgado Presidente da Câmara Municipal de dos fundos e a racionalização dos investimentos, devidamente Presidente da Câmara Municipal de Vila Santa Comba Dão Nova de Paiva enquadrados na estratégia comum do território. Considero extremamente relevante o trabalho desempenhado pela Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões quer naquilo que respeita às candidaturas e aos apoios comunitários que têm sido geridos sob a sua alçada, quer também nas diversas atividades de formação profissional que tem sido levadas a cabo. Também, num plano mais vasto, penso que a ação da CIM poderia ser ainda potenciada ao nível dos contactos com emLeonidio Monteiro Presidente da Câmara Municipal de presas como a EDP e PT o que traria uma massa crítica e uma Penalva do Castelo maior dimensão a uma gestão que integra 14 municípios.

Atento o bom trabalho desempenhado pela Comissão Executiva e respetivo Secretário, e visão proactiva da solidariedade nos projectos supra municipais, hoje, a CIM Dão Lafões é uma Instituição de referência a nível regional e nacional. Desta forma, facilmente nos podemos aperceber que a sua importância é decisiva para o desenvolvimento regional e local de todas as populações envolvidas. Com a CIM, a intermunicipalidade é, efetivamente, uma palavra que podemos usar com orgulho, sendo uma boa realidade com resultados provados e grandes perspetivas de futuro.

A Comunidade Intermunicipal da Região Viseu Dão-Lafões, aquela que é uma estrutura intermédia de associação de municípios, deve na minha ótica ver reforçadas as suas competências, poder de ação e organização administrativa na nova lei, de forma a garantir investimentos e uma gestão do território mais equilibrada e eficiente. Também a atribuição de poderes adicionais na gestão do próximo QREN 2014/2020 e o reforço da sua componente de Adriano Azevedo Vice-presidente da Câmara Municipal legitimidade democrática são vias que considero imprescinS. Pedro do Sul díveis para o seu futuro.


4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO Opinião Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt

Redação (redaccao@jornaldocentro.pt)

Emília Amaral, C.P. n.º 3955 emilia.amaral@jornaldocentro.pt

Micaela Costa, C.P. n.º TP-1866 micaela.costa@jornaldocentro.pt

Maria do Céu Sobral Departamento Comercial comercial@jornaldocentro.pt

Geóloga mariasobral@gmail.com

Diretora: Catarina Fonte catarina.fonte@jornaldocentro.pt

Ana Paula Duarte

Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

Simplicidade e Sucesso Nem sempre o sucesso está associado a vias sinuosas e complicadas, por vezes a simpl i c id a d e d o q u e f a z e m o s , e como fa zemos dita o sucesso. O projeto do Centro Interpretativo Aldeia da Faia requereu alguma inovação e modernidade ao n ível tecnológ ico e a rqu itetónico, mas a sua base, bem como o seu objetivo são de uma ter ren a si mpl icid ade , e essa ,

após a aber t u ra ao público, tem-se revelado valerosamente fonte de sucesso. Depois de dois dias a receber as gentes da terra e não só, aquilo que mais me surpreende é sem dúvida a formação do grupo que visita, vêm em família, não raramente juntando quatro gerações, e quem fala, quem explica, são os mais velhos…orgulhosos de que a sua memória ainda sirva para

enca nta r os ma is novos. Já vi lágrimas, sorrisos, expressões de admiração, conversas acesas sobre quem é quem , de quem era determ i nada casa , e onde era u m qua lquer elemento de que se recordam, comprovando que o objet ivo pr i mord i a l de homenagear a população da Fa i a , dolorosa mente a fet ad a pela constr ução da Ba rragem do Vilar, se encontra alcança-

solutamente ridículas; outras como desnecessárias e ainda outras como verdadeiros empecilhos, como é o caso daquela que plantaram no Largo do Povo em Ranhados. Tão jeitosa é que já presenciei um carro do lixo, camarário, a passar por ela sem a contornar. Enfim, terá a mesma utilidade do semáforo que serve o cruzamento onde se corta para casa do Sr. Presidente da Junta.

Mas, não foi para isto que aqui vim. As rotundas têm tido outro propósito e é sobre esse que me dá gosto, hoje, escrever. São os mamarrachos. Aquelas aberrações de cariz “artístico” que os autarcas teimam em semear a esmo. De gosto muito mais do que duvidoso, provocam uma sensação aterradoramente electrizante a quem com eles se depara. Coisas sem qualquer relação com o

tei do consulado Bush. Mas nos Estados Unidos, principalmente em áreas como a Finança e a Defesa, nem tudo é claro ou de justificação evidente. O caso Snowden, iniciado com a divulgação de informação classificada por parte deste antigo consultor da NSA e da CIA, trouxe à luz do dia aquilo que poucos sabiam mas alguns desconf ia-

vam. Não pretendo entrar em teorias de conspiração, até porque raramente lhes atribuo qualquer verosimilidade. É certo, contudo, que muito se tem avisado quanto aos malefícios do Big Brother en que nós, cidadãos, vivemos. Infelizmente, pouca importância e nenhum eco se tem feito sentir junto dos Estados. Porém, agora sabe-se que também os Estados

ana.duarte@jornaldocentro.pt

Departamento Gráfico Marcos Rebelo marcos.rebelo@jornaldocentro.pt

Serviços Administrativos Sabina Figueiredo sabina.figueiredo@jornaldocentro.pt

Opinião

Mamarrachos

Impressão GRAFEDISPORT Impressão e Artes Gráficas, SA

Sou daqueles que acham que as rotundas fazem muito sentido. Defendo que agilizam o escoamento do trânsito e, com o hábito, torna mais civilizada a sua utilização e até divertida, mau grado o desgaste prematura do bordo exterior dos pneus usados do lado direito e à frente, nas viaturas que andam muito no Viseu urbano. Tal posição não me tolda ao ponto de entender algumas como ab-

Distribuição Vasp

Tiragem média 6.000 exemplares por edição

Sede e Redação Avenida Alberto Sampaio, 130 3510-028 Viseu Apartado 163 Telefone 232 437 461

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Opinião Propriedade O Centro–Produção e Edição de Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91 Título registado na ERC sob o nº 124 008 SHI SGPS SA

Gerência Pedro Santiago

David Santiago Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.

Opinião Semanário Sai à quinta-feira Membro de:

Associação Portuguesa de Imprensa

Sílvia Vermelho Politóloga União Portuguesa da Imprensa Regional

Ser ou não ser Os Estados Unidos encerraram, durante vários dias, as suas embaixadas em diversos países do Médio Oriente e Norte de África. Julgo ser uma decisão capaz de “abrir a pestana” aos românticos admiradores de Obama e mostrar aos detractores de Bush que, afinal, nele não se expiavam todos os males da América. Sou admirador de Obama e não gos-

A não opção da emigração Desde que me lembro de ser eu que quis viver no estrangeiro. Estrangeiro não era algo muito bem definido na minha cabeça, era apenas a palavra mágica para “conhecer o mundo”. Nunca pensava muito bem nas fronteiras geográficas e nas diferenças que faziam com que o “estrangeiro” fosse uma coisa aparte do “nosso país”. Para mim, num todo e mesmíssimo planeta Terra, a dicotomia era diferente: “aborrecimen-

to” e “aventura”. Por isso, “estrangeiro” também era, para mim, Lisboa. Foi a primeira aventura. Mais tarde foi Itália. O ano passado, “estrangeiro”, foi Mangualde e o regresso a casa. A aventura está sempre do lado de lá, se for do lado de cá que estou. Porque a emigração era sempre um fenómeno caracterizado na História dos Povos como sendo algo “forçado”, nunca associaria uma “aventura no mundo” a (e)

migração. Sempre que houvesse opção, ou sempre que essa opção não fosse apenas uma farsa de opção, a “aventura” era uma coisa não apenas boa como desejável. Assim, a primeira vaga de amigas/os que deixou de viver no mesmo lugar que eu, aconteceu logo a seguir à faculdade, com regresso a casa de pessoas “deslocadas”, numa migração invertida da metrópole para as “províncias”, como ainda ouço cha-


OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 5

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do e tornou-se ponte de ligação entre gerações separadas pela idade, pelo interesse cultura l e na lg uns casos pela língua. As histórias, experiência s e até genea log ia s que ouv i nos ú lti mos d ia s , são de ta l modo ricas e importantes, que justificam especial atenção, serão ouvidas atentamente e registadas da forma mais fiel que conseguir num livro de testemunhos, enriquecendo o a rqu ivo de ste e spaço e n ão

deixando cair no esquecimento as lembra nças da geração de 60 que v iveu i ntensa mente este período da história da sua aldeia. Os mais novos tin ham dif iculdade em entender todos os sentimentos contraditórios que sentia m nos seus avós, pois para eles a Albufeira era apenas sinónimo de férias bem passadas, com o elemento ág ua a ban har-lhes as tardes de convívio e lazer, mas agora, que também eles

já puderam perceber através da exposição fotog rá f ica e dos f i l mes disponíveis, que esta aldeia que tão bem con hecem é muito diferente daquela onde os seus a ntepa ssados nasceram, vivera m e ta mbém br i n c a r a m , p u x a m o s avó s p e l a mão pa ra que lhes contem mais… e a s perg u nta s n ão acaba m …e a s respostas, prontas que estão, são u m a r i q u e z a i n c a l c u l á ve l , p a r a eles, pa ra nós e pa ra quem a i nda

há-de nascer, viver e brincar com a á g u a nos p é s . O s de s gostos de outrora confundem-se e esbatemse nas gargalhadas, no tempo bem passado e no org ulho que sentem d a o br a . G e s to s q u e d e t ão s i mples , fabrica m e d ita m o sucesso de st a nova referênc i a h i stór ic a , cultura l e turística , ao dispor de u m povo, e d a su a memór i a pa ssada, mas principalmente trilhando a futura.

ADN dos locais onde se inscrevem, a armar ao pingarelho, duma possidoneira sem igual e que representam, em suma, o desnorte nos gastos dos dinheiros públicos que deveriam implicar uma justificação séria e levada a peito pelas autoridades judiciárias (também tão empobrecidas…!). Desde aquelas “coisas” em Mangualde, passando por algumas na nossa Viseu, até ao “Emigrante” de Tondela, as ceifeiras de aqui, os pescado-

res de ali e o gosto pelo nosso país vai-se derretendo como a estearina ao sol. Vamos sentindo o quebrar do Orgulho Pátrio, amolecendo nas nossas convicções e descrendo naquilo que nos prometeram. Temos um País entregue a gentinha “sem eira, nem beira, nem pá de figueira”, sem estrutura substantiva, impreparados e com o único fito de se reelegerem. Na Figueira da Foz, de onde vos faço esta lamúria, assisto, banzado, à cons-

trução de um espelho de água entre o Forte de S. Julião e o parque das gaivotas. Como se estivéssemos no meio de um deserto em que a simples miragem da água já é prazenteira. E as perguntas que me assaltam são estas: - Estou obrigado a pagar estacionamento em qualquer parte desta terra, que já foi destino turístico, para fazer a edilidade uma obra destas em frente ao estuário do Mondego? O que

se passa com esta gente? De onde vieram? Quem as lá pôs? Como lá chegaram? Que mais aberrações pensam os autarcas fazer? Terão, porventura perdido o juízo? Ou têm-nos, a todos, como imbecis em profundo estado de coma e sem autoridade para lhes assentar um bico no traseiro. Chega de freak !!!

e as Organizações Internacionais estão sob vigia. Os Estados Unidos, ao abrigo do sistema secreto de vigilância electrónica PRISM, desenvolveram um conjunto de acções de espionagem onde o combate ao terrorismo internacional poderá não ser o leitmotiv, antes a justif icação para outros f ins. Os serviços de inteligência americanos, em colaboração com multinacionais

como a Google ou o Facebook, vigiaram as comunicações de vários cidadãos mas também de países europeus e das próprias instituições europeias. Sabe-se agora, através da Der Spiegel, da colaboração entre a Alemanha e os Estados Unidos quanto à “troca massiva” de informação classificada. Talvez este seja um dos motivos da branda resposta alemã. A culpa nunca foi grande amiga virtude.

Depois desta polémica, e já com estatuto temporário de refugiado concedido a Snowden, os Estados Unidos, prevenindo o perigo de um suposto ataque da Al-Qaeda, fecharam preventivamente as suas embaixadas. Revelaram ter sido o polémico PRISM a permitir conhecer, atempadamente, os planos da Al-Qaeda e assim evitar um eventual ataque terrorista internacional. Aqui

chegados, ninguém saberá ou poderá afirmar com total segurança, se esta medida não foi uma manobra de diversão diplomática de autojustificação e auto-desculpabilização de um programa e uma prática que fere de morte a Carta de Filadélfia e a Carta dos Direitos Humanos das Nações Unidas. A Realpolitik e os interesses internos prevalecem, com ou sem Obama.

mar em Lisboa e, claro, com a ida de amigas/os para o estrangeiro, Europa, muita, mas também Japão, EUA, Brasil, Timor… A alegria que acompanhava estas mudanças geográficas era tanta que era impossível conceber isto como sendo forçado. Era uma opção, uma opção que fez estas pessoas mais felizes o que o curso natural das coisas. E eu sempre fora contra o curso natural das coisas quando este se aplicava a mim, porque me soava a predestina-

do e castração. Esta foi a sensação que tive quando surgiu esta segunda vaga de malta a ir viver para o estrangeiro. A segunda vaga, num curto intervalo de três ou quatro anos, teve um sabor amargo. Soube a “emigração” e não a “aventura”. E , por isso, ainda que o efeito prático tenha sido o mesmo da vaga anterior, desta vez começo-me a sentir sozinha neste rectângulo. Antes, senti-me sozinha em Lisboa. Senti Lisboa f icar

vazia. Agora, é o rectângulo e o escoamento em massa que me dão a sensação de que a min ha geração está toda a emigrar e não a viver os seus golden years em países mais ou menos distantes. Na passada Quinta-feira, foi a terceira dos meus amigos mais próximos a partir. Bem sei que ela vai ficar a meio caminho do destino da nossa viagem de sonho, mas ficar a meio caminho do Nepal não é uma aventura que retire o peso da emigração a esta saída e que

me faça, egoisticamente, sentir entalada entre gerações que não são a minha, neste espaço físico que partilhamos, cada vez mais vazio. E um ambiente vazio à nossa volta, vazio de estímulo e criatividade, vazio de referenciais, vazio de companheiros de jornada, é, também, um contributo forte para a “não opção”, ou seja, para a emigração. Ficar cá entregue aos bichos, sem companhia para os enfrentar, começa a parecer um pesadelo. Quando chegará a minha vez?

Pedro Calheiros

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico


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abertura

textos e fotos ∑ Paulo Neto

“Sem qualquer dúvida, a CIM Viseu Dão Lafões terá um papel relevante na estratégia a desenvolver no nosso território” Em 28 de Maio, o TC, a pedido do presidente da República, declarou inconstitucionais normas a respeito do estatuto das comunidades intermunicipais e da transferência de competências do Estado para as autarquias locais. Ou seja, a equiparação das CIM às autarquias pretendida pela lei poderia não respeitar a Constituição, porque o órgão dirigente destas entidades - as comissões executivas - seria eleito por um colégio eleitoral saído das assembleias municipais e não por sufrágio universal. Por outro lado, foi também requerida a fiscalização preventiva das normas que permitem ao Governo delegar competências nestas novas estruturas intermédias. Para o Presidente, a delegação de competências “em branco do Governo nas autarquias locais” poderia violar a Constituição. Qual a sua visão sobre este assunto? Foi uma derrota para as CIM’s, em geral?

O Tribunal Constitucional, apenas considerou inconstitucionais duas normas. Em 1º lugar o facto de a lei determinar que as CIMS fossem consideradas Autarquias, mantendo-se assim o estatuto vigente de Associação de Municípios. Em 2º lugar a obrigatoriedade dos Municípios fazerem parte de uma determinada CIM, ficando igualmente como até aqui o regime de adesão voluntária, embora saibamos que quem não aderir, não terá acesso a fundos comunitários, o que significa na pratica que todos vão aderir embora “volun-

tariamente”. Todas as outras normas foram consideradas constitucionais. O Governo entretanto e em nossa opinião, bem, procurou corrigir e alterar outras normas, procurando consensos com os Municípios e Freguesias. Isso foi conseguido e desta forma no caso específico das CIMS, estas passarão a ter um novo órgão de gestão, o Secretariado Executivo Intermunicipal constituído por três pessoas, depois o Conselho Intermunicipal, constituído pelos 14 Municípios a Assembleia Intermunicipal formada pelos Deputados Municipais eleitos nas Assembleias Municipais como até aqui, mas agora em menor número e ainda um Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Municipal. De referir que o Secretariado terá poderes próprios e portanto autonomia. À Comissão Executiva caberá a representação da CIM e à Assembleia Intermunicipal, que se reunirá apenas 2 vezes por ano, a aprovação dos principais documentos orientadores. Não houve derrotas nem vitórias. Conseguiu-se um acordo através de um diálogo construtivo, tendo havido cedências de ambas as partes, Governo e Municípios. Julgo que este novo modelo de gestão irá permitir no futuro um melhor funcionamento das Comunidades Intermunicipais. O vice-presidente da ANMP

Rui Solheiro, autarca de Melgaço, afirmou que o chumbo do Tribunal Constitucional à legislação sobre o estatuto das comunidades intermunicipais representa uma “vitória do poder local”. “Esta é uma vitória do poder local democrático e autónomo. De facto, esta lei que o Governo apresentou, que considerava as CIM como autarquias, desvirtuava o verdadeiro espírito do associativismo municipal e criava um modelo de governação sem legitimidade democrática, o qual contestávamos”, disse à Lusa o vice-presidente da ANMP. Além disso, acrescentou Rui Solheiro, a transferência de competências das autarquias para as CIM, que também estava prevista nesta lei, “colocava em causa a autonomia dos órgãos municipais”, reforçando o papel das associações de municípios. Estas estariam assim “a converter-se em novas autarquias, à revelia do que a Constituição define e onde constam apenas os municípios, as freguesias e as regiões”, sublinhou o também autarca de Melgaço.

Afinal onde está a razão?

Foi um bom acordo para o poder local. O que importa é que se conseguiu uma lei que veio ao encontro de algumas reivindicações justas dos Municípios. Contudo o Secretariado será um novo órgão que terá a possibilidade, o que não acontecia até agora, de aprovar projetos comunitários e isso é muito importante para a gestão e autonomia destas comunidades. As Comunidades Intermunicipais correspondem a unidades territoriais definidas com base nas NUTS III e são instituídas em concreto com a aprovação dos estatutos

pelas assembleias municipais da maioria absoluta dos municípios que as integrem. Em Portugal criaram-se mais de duas dezenas de CIM’s. Qual o seu objectivo fundamental?

As CIMS foram criadas pelos Governos do Eng.º José Sócrates e o seu principal objetivo era a gestão dos Fundos Estruturais do QREN, numa determinada área territorial com a particularidade de ser um órgão intermédio de Gestão, depois da devida contratualização com as autoridades regionais e nacionais dos Programas Operacionais. Julgamos contudo que as CIMS, um pouco por todo o país foram avançando para novos projetos de acordo com a ambição dos seus diferentes res-

ponsáveis e Municípios. As Comunidades deram passos muito seguros e muito importantes, em 1º lugar na gestão dos fundos, depois no desenvolvimento dos projetos supramunicipais e finalmente e mais decisivo no trabalho em rede dos diferentes Municípios que as constituem. No nosso caso CIM Dão Lafões, os 14 Municípios formaram uma grande equipa e fizemos um bom trabalho para a Região. A CIM Dão Lafões tem como órgãos de direcção Carlos Marta, PCT; Américo Nunes, VPCMV; João Lourenço, PCSCD e Secretário Executivo, Nuno Martinho. Como funciona esta direcção em termos deliberativos e/ou de actuação?

A Comissão Executiva é atualmente constituída pelos 14 Presidentes dos Municípios da Região Dão Lafões e funciona como órgão colegial, ou seja, as suas decisões e deliberações são decididas e aprovadas pelo colectivo. O Secretário Executivo não tem direito de voto. O Presidente e os Vice-Presidentes não têm por isso poderes especiais, fazem parte do órgão coletivo que é a Comissão Executiva. Por outro lado muitas dessas deliberações carecem depois de aprovação na Assembleia Intermunicipal, como por exemplo, o mapa de pessoal, os planos de atividade e orçamento, entre muitos outros. Onde e quando nasce a ideia da CIM Dão Lafões? Porque


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CARLOS MARTA | CIM VISEU DÃO LAFÕES | ABERTURA 7

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nicípio de Viseu votou a favor da sua proposta. Entendemos contudo e face à discussão havida, que havia condições para haver consenso em relação ao nome e por isso propusemos sem qualquer problema, que a CIM passasse a denominar-se CIM Viseu Dão Lafões, proposta que foi aprovada por unanimidade. É importante dizer que esta denominação já vinha a ser utilizada pela Comunidade nos projetos da Rede Urbana de Inovação e Competitividade (RUCI), assim, como na promoção turística interna e externa no âmbito do projeto da Marca Dão Lafões. A proposta de lei que estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das comunidades intermunicipais foi aprovada a 30/07 em votação final global no parlamento, com os votos favoráveis da maioria PSD/ CDS-PP. Qual a importância desta proposta para o futuro das CIM’s?

se tornou ela, entretanto, CIM Viseu Dão Lafões? Foi importante, esta mudança de nomenclatura?

Como é de conhecimento público, as Comunidades Intermunicipais por imposição comunitária passaram a ser obrigadas a serem constituídas por pelo menos 5 Municípios e terem no mínimo 85.000 mil habitantes. Isso obrigou a vários ajustamentos nas CIMS da Região e nesse sentido foi realizado um grande debate entre os Municípios envolvidos. Por isso em alguns casos como por exemplo em Coimbra e Leiria houve adesão de novos Municípios e ao mesmo tempo foi feita a discussão de novas denominações. No nosso caso particular da Dão Lafões esse processo

não ocorreu, ou seja, mantiveram-se os 14 Municípios e portanto uma grande coesão territorial e em nenhum momento o nome da CIM foi objeto de discussão ou proposta de alteração. Fomos por isso surpreendidos pela proposta da Câmara Municipal de Viseu, fora do tempo e de local de discussão, mas como era nossa obrigação convocámos uma reunião do Conselho Executivo extraordinária para a discussão da proposta em causa. Os Municípios foram claros na decisão; 13 Municípios votaram contra a proposta de Viseu da CIM Dão Lafões passar a chamar-se CIM da Região de Viseu, assim como a mudança da sede de Tondela para Viseu. Apenas o Mu-

Por um lado a institucionalização de um quadro legal de funcionamento das CIMS e da sua importância como órgão intermédio de gestão, o que lhe vai permitir, repito, aprovar projetos comunitários. Em 2º lugar a possibilidade de vir a receber competências e atribuições dos Municípios e do Governo Central e desta forma rentabilizar melhor os recursos logísticos, humanos e financeiros disponíveis. Para os comunistas, esta lei vai contra “as autarquias e as populações e nega o direito ao desenvolvimento local”. Para o BE, o acordo alcançado na semana passada entre o Governo e a ANMP e a ANAFRE sobre esta matéria “não merece o apoio da maioria dos municípios”. A proposta do Governo, acrescentou, “não beneficia a autonomia do poder-local e não vem reforçar os meios e a capacidade de resposta dos municípios e das freguesias aos problemas sociais”. O PSD destacou que a reforma do poder local já permitiu uma poupança de 1,1 mil milhões de euros, garantindo “mais rigor, mais equilíbrio e maior transparência nas

contas públicas”, que disse ser “uma marca distintiva que o Governo deixa”. Quem tem razão?

Nesta matéria há e haverá sempre posições diferenciadas dos partidos políticos. Lembro que a atual Lei das Finanças Locais aprovada num governo de José Sócrates e cujo Ministro da tutela era apenas e só o Dr. António Costa mereceu uma forte contestação da Associação Nacional de Municípios Portugueses, da Anafre e sobretudo da generalidade dos Municípios Portugueses. Foi mesmo considerado por muitos uma má lei que colocava em causa a autonomia do poder local. Estamos a atravessar um momento particularmente difícil e todos sabemos que muitas das atuais leis têm o “visto” e o “crivo” da TROIKA, o que torna a atuação do governo muito mais limitada. Da minha parte direi que é a lei possível, tendo em conta a situação financeira, económica e social do país. Quanto à reforma do Poder Local estive, estou e estarei contra a reforma das freguesias, exatamente porque se começou por reformar e a cortar nas instituições públicas que menos gastam ao Estado e que melhores serviços prestam aos cidadãos. A mensagem primicial de Carlos Marta enquanto presidente da CIM Viseu Dão Lafões mantém-se actual? “No cenário actual de economia global, a competição entre as diferentes regiões ou cidades intensificou-se. Independentemente da área de negócio em que actuemos, o âmbito concorrencial é hoje mundial, não se resume à região, ou mesmo ao País. Face a este cenário, os decisores políticos têm de estabelecer estratégias de vanguarda que posicionem as cidades e regiões, numa posição privilegiada, face aos presumíveis concorrentes. Temos, assim, entre mãos, a tarefa de concretizar políticas de competitividade regional mais exigentes, transformando a Dão Lafões numa região inovadora, empreendedora e competitiva. A constituição da CIMRDL – Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões – assentou exactamente numa visão de parceria estratégica intermunicipal, no sentido de dar resposta a estas novas realidades e capaz de promover e canalizar, no futuro, projectos estruturantes para a Região Dão Lafões. Assim, temos como objectivo

promover os projectos de desenvolvimento dos municípios, inseridos numa lógica intermunicipal. De facto, nos próximos anos a disponibilidade de recursos financeiros (públicos e privados), no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, será muito selectiva pelo que se exige que a sua orientação seja feita para as questões estratégicas. (…) Para implementar e alavancar esta estratégia, assume-se como de importância fulcral a contratualização de Fundos Comunitários que a CIMRDL assinou com o Programa Regional do Centro, ou seja, a capacidade real que foi dada a este organismo de gerir 70 milhões de euros destinados a apoiar investimentos considerados estratégicos para este território. “

Sem qualquer dúvida, a CIM Viseu Dão Lafões terá um papel relevante na estratégia a desenvolver no nosso território. Nesse sentido estamos a preparar um novo plano estratégico e plano de ação consequente, de forma que a Região possa ter os recursos necessários para o período de 2014/2020. Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões “A CIM Dão Lafões é uma associação de municípios de direito público, de natureza associativa e de âmbito territorial, que corresponde à Unidade Territorial estatística de nível III (NUT III), Dão Lafões da Região Centro, nos termos da Lei n.º 45/2008, de 27 de agosto, sendo constituída pelos municípios de Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Sátão, Santa Comba Dão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.” Como se articulam os interesses destes 14 municípios?

A Região Dão Lafões tem muitas coisas em comum e afinidades culturais e históricas. Por isso fizemos um primeiro plano estratégico aquando da constituição da CIM e conseguimos um plano de ação que foi ao encontro dos objetivos e ambições da Região. Depois de 29 de Setembro, quais serão as alterações da CIM Viseu Dão Lafões?

A CIM Viseu Dão Lafões como já referi anteriormente vai ter 4 órgãos independentes. O Secretariado Executivo Intermu-

nicipal constituído por 3 pessoas, o Conselho Intermunicipal formado pelos Presidentes dos 14 Municípios, a Assembleia Intermunicipal com deputados eleitos nas Assembleias Municipais e um Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Municipal constituído por entidades e personalidades relevantes do território. Concorda com a mudança de sede, de Tondela para Viseu, pretendida pelo autarca Fernando Ruas? Qual a lógica deste desejo?

A discussão da localização da sede deveria ter sido no local próprio, ou seja, na Comissão Executiva e não na “praça pública”. A todo o tempo esse debate pode e deve ser feito e os 14 Municípios são soberanos na decisão. Agora não se pode é reivindicar permanentemente serviços públicos para Viseu com o argumento que devem sair dos grandes Centros e depois não perceber que os outros Municípios da Dão Lafões também têm o direito a ter serviços públicos descentralizados. Os Viseenses sabem por exemplo que em Coimbra estão os serviços de saúde, educação e de planeamento (CCDRC); em Aveiro, de economia e de turismo e em Castelo Branco de agricultura. Em Viseu não existe qualquer serviço importante descentralizado de Estado. Factos são factos. A CIM Viseu Dão Lafões tem sido prejudicada pelas tomadas de posição de Fernando Ruas?

Como lhe disse atrás as decisões e deliberações na Comissão Executiva são aprovadas ou reprovadas pelos 14 Presidentes de Câmara e depois muitas delas na Assembleia Intermunicipal que tem deputados de todos os partidos (BE, PS, CDS/PP e PSD), dos diferentes Municípios. Orgulha-nos o facto de termos conseguido através do diálogo com todos, quer na Comissão Executiva, quer na Assembleia Intermunicipal, de 99% das decisões e deliberações terem sido aprovadas por unanimidade, o que significa trabalho, persistência, repito, muito diálogo para continua»


Jornal do Centro

8 ABERTURA | CARLOS MARTA | CIM VISEU DÃO LAFÕES

15 | agosto | 2013

a concertação de posições e estratégias para o desenvolvimento da região. Penso que estou a responder assim à sua pergunta de uma forma precisa e clara.

da Região. Sabe, alguns pensaram que seria mais uma instituição para fazer de conta. Não foi assim, conseguimos com inovação e criatividade e cooperação ganhar a confiança de todos.

Em jeito de balanço-geral foram atingidos todos os os objectivos gerais desta CIM, que eram: “Promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental do território abrangido pela CIM; Articulação dos investimentos municipais de interesse intermunicipal; Participação na contratualização e na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional, designadamente, no âmbito do Quadro de Referencia Estratégico Nacional – QREN; Planeamento das actuações de entidades públicas de carácter supramunicipal.”

Quem será o futuro presidente executivo da CIM Viseu Dão Lafões?

Será seguramente um dos Presidentes dos Municípios que sairá das eleições autárquicas de 29 de setembro. Tenho a convicção pelas diferentes personalidades que se candidataram dos diferentes partidos que sairá numa boa solução de governação da nova CIM Viseu Dão Lafões. Dizerlhe igualmente que vamos deixar uma excecional situação financeira. Carlos Marta e 2014?

Foram atingidos esses objetivos e podemos dizer que ultrapassámos todas as expectativas. O balanço é muito positivo, porque fomos muito além do que estava previsto. Repito, fizemos em conjunto um trabalho de grande qualidade para a Região.

O Futuro a Deus pertence. Gostava de voltar a fazer coisas na minha área de formação. Estou tranquilo quanto ao futuro, mas já disse e repito que não quero voltar daqui a 4 anos. Fechou-se um ciclo político, abrese um novo ciclo com novos protagonistas, novas ideias e ambições. Não há insubstituíveis.

Que foi feito de mais relevante e que ficou por fazer?

Contratualizámos com o Mais Centro 78 milhões de euros para a concretização das diferentes infraestruturas nos diferentes Municípios nos mais diversos domínios. A taxa de execução financeira e física é elevada, muito acima da média nacional e deste modo demos um grande contributo para a economia local e nacional. Da educação, às novas tecnologias, áreas de localização empresarial, requalificação urbana, ambiente, mobilidade urbana, de tudo foi feito um pouco e somos hoje um território com excelentes equipamentos e preparados para os desafios do futuro. Depois, desenvolvemos um grande projeto de Modernização Administrativa único no país. Um investimento de 3,5 milhões de euros, na simplificação, eficiência e transparência no sentido de prestar melhores serviços aos

cidadãos e empresas. Nos 14 Municípios já é possível ter hoje balcão único de atendimento, a plataforma multicanal de comunicação, a avaliação de satisfação dos utentes, a monotorização dos níveis de serviço e a difusão de boas praticas, a capacitação interna dos Municípios, a comunicação dos projetos e a reengenharia e a desmaterialização dos processos. Em suma, um grande trabalho em rede. Ao mesmo tempo desenvolvemos um outro projeto de Formação Supramunicipal, exatamente para preparar os funcionários dos Municípios para esta realidade. Foram feitas 342 ações de formação, investidos 800 mil euros e 1100 funcionários receberam formação. Ficou por completar a Rede Urbana de Inovação e Competitividade (RUCI) um projeto bem estruturante e conseguido de 9 milhões de euros.

Avançaram alguns dos projetos como Viseu A (Teatro Viriato) do NEST Polis de Viseu, S. Pedro do Sul e Mangualde, a Marca Viseu Dão Lafões e a primeira edição de grande sucesso do “Prove Dão Lafões” e alguns projetos da AIRV. Vão ficar outros para mais tarde, mas deixaremos claramente a “semente” para o futuro. A criação de riqueza, emprego, a inovação, a aposta na marca, os produtos endógenos, terão que ter uma especial atenção. Nós antecipámo-nos e demos o primeiro passo para a concretização de uma nova estratégia para a Região. Qual a iniciativa concretizada que mais o orgulha?

O que nos deu mais satisfação foi seguramente o Plano de Ação e Promoção do Empreendedorismo que envolveu muitas instituições, Mu-

nicípios, escolas, professores e alunos. Tem sido um projeto fantástico porque é também um “Virar de Página “ no processo de formação das nossa crianças e o envolvimento de todas as entidades para a valorização da inovação e criatividade individual e coletiva. Foi possível o aparecimento de novas ideias de negócios. Também no plano material a construção da Ecopista do Dão. Em 1º lugar porque conseguimos um financiamento de 5 milhões de euros necessários para a concretizar depois, porque foi o 1º Projeto Supramunicipal de relevo a ser desenvolvido e finalmente pelo trabalho de parceria das 3 Câmaras Municipais envolvidas, Viseu/Tondela/e Santa Comba Dão. O nome de Carlos Marta ficará para sempre indissociado da CIM Viseu Dão

Lafões?

Não houve, nem há protagonistas individuais. O que conseguimos foi fruto do trabalho de equipa dos 13 Presidentes dos Municípios e do Vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu, através de muita dedicação, bom senso, diálogo permanente. Igualmente do trabalho dos funcionários da CIM e em particular do profissionalismo e competência do Secretário Executivo, Dr. Nuno Martinho que é hoje um dos melhores quadros técnicos da Região. Mas também de todas as instituições públicas e privadas, das Sras. e Srs. Deputados da Assembleia Intermunicipal, que em todos os momentos nos apoiaram e incentivaram. A CIM Viseu Dão Lafões é hoje no nosso território e no País uma instituição prestigiada, respeitada, de referência e sem qualquer dúvida deu passos certos e seguros para a liderança

Fernando Ruas disse há pouco tempo que “nenhum viseense de gema deixaria de defender o nome de São Teotónio para o Centro Hospitalar Tondela Viseu. Está de acordo?

O que os Viseenses ou Tondelenses desejam é que os serviços de saúde sejam de qualidade e funcionem bem. Podemos todos orgulhar-nos de ter no nosso território uma unidade de saúde (Centro Hospitalar), liderado pelo Dr. Ermida Rebelo e sua equipa com grandes profissionais de saúde nas mais diversas áreas, quer em Tondela quer em Viseu, que é hoje uma grande referência do ponto de vista nacional. Deixe-me contudo dizerlhe que não há nenhum “Viseense de gema” que diga que o melhor restaurante é o “Fialho em Évora”. Os Viseenses em geral sabem que há fantásticos restaurantes em Viseu e em toda a Região.



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LUÍS MOUGA LOPES

à conversa

Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

entrevistas ∑ Emília Amaral

“As pessoas têm que ser ouvidas e sentirem que não há prepotência por parte dos políticos” O que o levou a candidatar-se?

O convite que me foi feito pela concelhia do Bloco de Esquerda e uma vontade grande de fazer mais pela minha cidade. Julgo ser urgente a Assembleia da Junta de freguesia da união das juntas da cidade de Viseu ter uma representação que promova a equidade e a justiça social, que ajude a promover a esperança e a criar soluções para o crescimento económico da cidade. Qual é a sua grande preocupação em relação ao núcleo urbano de Viseu?

Viseu não tem sido motor de crescimento e de coesão. Apesar de alguma dinâmica demográfica positiva, decrescente nos últimos tempos, a cidade de Viseu não gera emprego. Mais de 60% dos viseenses, com capacidade para trabalhar e para gerar rendimento, estão desempregados ou têm contratos precários. A cidade apresenta índices de envelhecimento da população preocupantes. Por outro lado, não se tem defendido o património da cidade. Grande parte dos edifícios com história estão abandonados, devolutos e as novas obras pouco ou nada dignificam a cidade. Qual a primeira medida que tomava na área urbana de Viseu se fosse eleito presidente da União das Freguesia de Viseu?

Após análise de todos os dossiês, da compreensão das necessidades mais urgentes dos Viseenses, começaremos a implementar o nosso programa - que prevê, entre outros pontos, a descentra-

lização de competências da Câmara Municipal de Viseu para a Junta de freguesia: contribuir para as boas práticas de políticas municipais de habitação, redefinir os critérios dos processos de realojamento, assegurar a limpeza das vias e espaços públicos, apoiar atividades culturais e desportivas de interesse, gerir equipamentos sociais, etc - É urgente criar novas dinâmicas. Defende no seu programa grama eleitoral a “descentralização ização de competências da Câmara âmara Municipal para as juntas tas de freguesia” acrescentando tando que “não pode ficar apenas penas no papel”. Como faria isso?

Com trabalho e dedicaedicação a tempo inteiro. Com as fora criação de parcerias o e cates. Com informação pacidade de gestão. A Câmara Municipal de Viseu om a deverá, de acordo com al, deAssembleia Municipal, legar competências através de protocolos. A deleas, da gação de competências, erá operacionalidade, terá aque ser acompanhaida de meios financeiaros, técnicos e humaa nos necessários para as o exercício das novas acompetências planeadas, orçamentadas.

córdia, mas sim respostas concretas que vão de encontro às suas necessidades, assentes nas boas práticas de cidadania, baseadas em planos de execução orçamental e em ideias que resolvam os problemas das pessoas. Concorda que as duas sedes que albergam as antigas três juntas de freguesia permaneçam abertas ao público ou acha que deve haver uma nova sede?

É um ponto que devedeve rá ser analisado, tendo em conta o plano de actividades e o orçamento a elaborar. Como está a pensar levar à prática a medida anun-

Revela que, se for eleieito presidente da Junta ta de freguesia urbana de Viseu promoverá reuniões niões descentralizadas. Foi oi uma medida adotada pelo o atual executivo da Câmara Municipal. Concorda com ela? ?

Todas as boas medidas, didas, que dão resultados práticos, em melhorias para o ser os cidadãos, deverão congratuladas. As pessoas têm que ser ouvie não das e sentirem que há prepotência por parte dos políticos, doss gesblica. tores da causa pública. m que As pessoas não têm iserireceber actos de miseri-

ciada “Junta-te às Sextas”?

Os plenários dos cidadãos vão acontecer às sextas, nas diversas instalações escolares e nas instalações das associações culturais e desportivas existentes na cidade de Viseu. Será um fórum aberto a todos os Viseenses empenhados em melhorar o bem-estar de todos. Onde se irá discutir a cidade, a sociedade que temos e a que queremos ter. Onde se vão elaborar os planos de atividades e os orçamentos da Assembleia da junta da cidade. Queremos ouvir as pessoas, pois precisamos de uma ampla participação cívica para convergirmos com as cidades mais desenvolvidas. Que outras linhas força tem o seu programa de candidatura?

Queremos im-

plementar uma rede forte de assistência domiciliária para quem não tem autonomia ou suporte para se deslocar aos centros de saúde. Queremos lutar pela manutenção dos centros de saúde da cidade e de todos os locais de Administração Pública. O Estado Social deve ser defendido, pois é preciso protege quem mais necessita. Vamos criar a Universidade Sénior que competirá assegurar programas formativos de qualidade; vamos incentivar a criação inc de asso associações culturais e desportivas de jovens e despo assegurar assegur a protecção das crianças e jovens. O centro cent histórico e a sua revitalização é uma medida revital anunciada por todos os cananunci didatos. O que está a pensar didatos para criar “novas dinâfazer p micas”? micas”

Apelar à utilização efiApela ciente dos d diversos programas comunitários, das verbas ver provenientes do fundo fund de equilíbrio financeir nanceiro e de outros fundos de financiamento, que co contribuam para a reabi reabilitação do centro histó histórico, da cidade em gera geral. Aplicar as boas prát práticas de políticas mu municipais de habitaç tação e redefinir os cr critérios dos processo sos de realojamento. A Apoiar atividades cu culturais de intere resse, durante todo o ano, que criem exter ternalidades positivas vas. Chamar os viseense enses, os estudantes e invest investidores para criarem nov novos pólos de interesse na e para a cidade.

tradicional, um programa que promova o comércio moderno, a promoção e venda de produtos provenientes do comércio justo. Vamos desenvolver campanhas de sensibilização e de pressão política em nome de um consumo responsável, que tenha em conta valores éticos associados à produção. Queremos incentivar a abertura de uma loja do comércio justo (uma cooperativa entre empresários locais) no espaço do antigo Mercado da cidade, aliando o comércio a princípios de justiça. Um local de reaprendizagem, que motive actuais e novos comerciantes. Os partidos de esquerda têm criticado muito a falta de transportes públicos que evitem a entrada de tantos carros na cidade. É para si uma preocupação?

Sim. A actual equipa autárquica edificou uma cidade partida em várias partes, riscada por asfalto e centenas de rotundas. As pessoas não conseguem andar a pé sem serem confrontadas pelos automóveis, quer na periferia, quer no centro da cidade. Contudo, comparativamente com outras cidades, Viseu não é um caso perdido. Tendo em conta a nossa realidade, teremos que desenvolver uma rede de transportes públicos moderna, ajustada à nossa dimensão, que seja imprescindível para a economia local, que promova a justiça social, a qualidade de vida e a eficiência da cidade de Viseu. Agrada-lhe o funicular?

Quer cconcretizar o projeto anunciado da loja de coméranunci justo para o Mercado 2 cio jus Maio? de Mai

DR

Luís Lopes, de 44 anos, licenciado em gestão, é candidato pelo Bloco de Esquerda à Junta União das Freguesias de Viseu.

Vamos desenvolver, junVamo tamente com associações sem fins fin lucrativos e os empresá empresários do comércio

Quando o centro da cidade for liberto de automóveis, dinamizado comercial e culturalmente, durante todo o ano, este tipo de investimento terá cabimento. Este e outros projectos semelhantes.


JOÃO SERRA | À CONVERSA 11

Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

“Existem áreas onde se pode potenciar a excelente qualidade da Zona Urbana de Viseu” É uma estreia nas eleições autárquicas?

Não, já fui candidato para a Assembleia Municipal de Viseu. O que o levou a liderar este desafio?

Desde logo o desafio que o projecto da CDU representa. É um projecto sobretudo voltado para os viseenses e para a cidade de Viseu, no entanto, é também um projecto que se enquadra no programa de acção da CDU para a Câmara e para a Assembleia Municipal. Concorda com esta reorganização administrativa que juntou as três freguesias de Viseu?

Não concordo. A posição dos partidos que constituem esta coligação é e será sempre frontalmente contra a reorganização, extinção ou encerramento de serviços que promovam mais dificuldades e retirem serviços de proximidade às populações como são os que as juntas de freguesia cumprem. Mas a reorganização está concretizada e agora vai ser confrontado com a realidade de uma freguesia que tem mais de 25 mil habitantes. Qual é a melhor maneira de gerir uma autarquia destas? Acima de tudo procurar dotar esta freguesia de espaços, serviços e estruturas que sirvam os cidadãos. Procurar criar as condições possíveis para suprir necessidades nas mais variadas áreas de intervenção de uma autarquia com esta dimensão e com este número de habitantes. Quais são as linhas força da candidatura?

Ao contrário de outras,

esta é uma candidatura que visa procurar uma maior integração, intervenção e participação dos cidadãos no desenvolvimento de todas as propostas, e ideias e decisões a tomar. Qual é a grande aposta? Acima de tudo melhorar a oferta de serviços ao dispor dos Viseenses. Procuraremos também potenciar e privilegiar a proximidade com os cidadãos procurando que estes sintam também a necessidade de reivindicar melhores e mais responsabilidades para o poder local exercendo também aí a necessária descentralização de responsabilidades e procurando ampliar o espaço de intervenção das Juntas de Freguesia. Se for eleito como pensa resolver a questão da sede da junta? É uma questão delicada. No entanto é sempre importante perceber a necessidade de potenciar e rentabilizar os meios ao nosso dispor e qual a real necessidade de proceder a adaptações, pelo que, será uma questão que iremos necessariamente abordar na altura certa. Quais são hoje os grandes problemas da zona urbana de Viseu que abrange esta nova junta de freguesia? Penso que existem áreas onde se podem fazer intervenções de fundo que podem potenciar a excelente qualidade que a Zona Urbana de Viseu permitirá oferecer e que terão obrigatoriamente que interagir umas com outras: habitação, ensino, saúde, comércio, lazer, desporto e cultura. Está ao lado dos restantes candidatos que defendem um projeto consistente para a zona histórica da cidade?

Sim. No entanto, defendemos que tem de existir um plano estratégico de

desenvolvimento para a zona histórica de Viseu e naturalmente este tem de ter a participação de todos os envolvidos, população, habitantes e comerciantes, pois esta é uma Zona fundamental para a cidade e requer que todos possam claramente perceber o que se pretende e qual a melhor forma para potenciar esta mais-valia para a Cidade, o que de facto não tem acontecido até hoje. Como invertia a atual desertificação do centro urbano?

Quando defendemos a existência de um plano estratégico para a zona históhistó rica de Viseu, naturalmente temos em conta as dificuldades que actualmente existem e a desertificação desta zona resulta do facto de não existir uma ideia ou plano definido. Este é um problema antigo e que não tem sido uma prioridade. Nós queremos promover planos que permitam a recuperação dos espaços, quer comerciais quer habitacionais, plano esse que permita que o centro histórico seja de novo uma zona apetecível para habitar e, ao mesmo tempo, que possa constituir um espaço permanente de oferta de serviços nas mais variadas áreas. Tem solução para os mercados (2 de Maio e atual praça?) Estes dois espaços são claramente exemplos de má gestão e organização que tem caracterizado a forma de estar dos actuais executivos, quer do ponto de vista económico, quer

Emília Amaral

João Serra, de 41 anos, coordenador da União de Sindicatos de Viseu é o candidato à União das Freguesias de Viseu pela CDU.

do ponto de vista prático da utilização e exploração destas estruturas. Naturalmente terão de ser elaborados planos de intervenção sobre ambos e que necessariamente irão centrar-se sobre como melhorar o acesso e utilização de ambos os espaços. O que fazia ao funicular?

O Funicular é mais uma obra para “inglês ver” e é também mais um excelente exemplo de como não se deve fazer. Da forma como está executado e posicionado, não serve os interesses de ninguém. É mais uma situação que tem obrigatoriamente de ser analisado e procurar soluções que transformem aquilo que existe hoje em algo que efectivamente sirva a cidade e os cidadãos. Gosta do projeto atual da Feira de S. Mateus? Não. O actual projecto d a Fe i r a de São Mateus n ão fa z ju s a este certame e é necessário que se procure

uma solução mais digna do que aquela que temos hoje, quer ao nível da qualidade do espaço, quer da oferta, quer da organização do certame, para que este possa evoluir. Como é que se promove emprego na área?

Através da elaboração de um plano efectivo de desenvolvimento e apoio às PME e à defesa do comércio local. Só assim se consegue de uma forma sustentada criar condições para que o mercado de trabalho cresça e efectivamente se promova o emprego. No entanto não podemos deixar de responsabilizar as políticas económicas e sociais que têm promovido a destruição do aparelho produtivo nacional, de empresas e fomentado o desemprego, que o actual governo PSD/ CDSPP tem vindo a implementar, pois

são estas as principais razões do aumento criminoso do desemprego em Portugal e que na região de Viseu, tal como em outras regiões do País, assumem números assustadores e preocupantes. Como define o perfil da lista que encabeça à União das Freguesias de Viseu?

O projeto da CDU e os componentes da lista que encabeço têm ideias claras e concisas sobre aquilo que no nosso entender pode promover um efectivo desenvolvimento social e económico do espaço abrangido pela União das Freguesias de Viseu, qual a sua importância e o seu enquadramento regional. É uma lista composta por cidadãos dos mais variados setores de actividade, que se propõe dar resposta às mais variadas circunstâncias que não respondem às reais necessidades e que naturalmente procura devolver os espaços e os serviços aos cidadãos de Viseu, procurando criar as condições necessárias a uma melhor intervenção e participação popular na vida das estruturas autárquicas e na defesa do poder local.


Jornal do Centro

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região Foi oficialmente inaugurado o novo empreendimento de turismo rural na freguesia de S. Romão de Aregos, Resendo. O presidente da Câmara Municipal de Resende, António Borges, presidiu à abertura de um espaço que “vem aumentar a capacidade de oferta de alojamento no concelho”, referiu. Situadas no lugar da Sra. da Piedade, S. Romão de Aregos, as casas de campo resultam do projeto do economista Carlos Diogo que decidiu investir na aldeia onde nasceu a sua esposa. O valor total do investimento ascende a 700 mil euros, sendo que o projeto foi apoiado pelo PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural. Este projeto de desenvolvimento regional é constituído por duas vertentes: a vertente agrícola que compreende o cultivo da vinha, castanha e cereja e a ver-

DR

Novo empreendimento de turismo em Resende

tente do empreendimento turístico, nomeadamente turismo rural/casa de campo. Na sua intervenção, António Borges, manifestou o agrado pelo empreendimento, sublinhando que Resende reforça assim “a capacidade de oferta de alojamento no concelho com muita qualidade. São unidades como esta que reforçam a oferta turística diferenciadora que Resende tem de oferecer”. O projeto de turismo ru-

ral é constituído por uma “casa mãe” (edifício principal) que dispõe de três suites com casa de banho privativa, zona social, cozinha e sala de refeições, que pode ser alugada na sua totalidade para grupos, ou cada quarto individualmente. Dispõe, ainda, de mais duas casas de campo, num conceito de apartamento em turismo rural, sendo que a tipologia varia entre o T1, o T1 + 1 e o duplex. O empreendimento dis-

põe, ainda, de um espaço polivalente, com bar e zona de convívio equipada com internet, videojogos e televisão e será utilizado, também, como espaço de exposições. No espaço exterior, instalada num socalco, encontra-se a piscina, local privilegiado para momentos de puro relaxamento de onde se vislumbra uma vista sobre o rio Douro. Micaela Costa

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e 27 anos, foram detidos (sábado e segunda-feira, dias 10 e 12), por conduzirem sob o efeito de álcool. Os detidos, apresentavam taxas de 1,33 g/l e 1,54 g/l.

DETENÇÃO

Viseu. Um homem de 24 anos, foi detido, na passada sexta-feira, dia 9, por condução sem habilitação legal para o efeito. O detido, a quem lhe foi aprendida uma arma branca, uma soqueira que se encontrava no cinto que usava, tinha pendente um mandato para cumprimento de pena de prisão. O homem acabou por ser entregue no estabelecimento prisional de Viseu.

ÁLCOOL

Viseu. Dois homens, de 34

FERIDO GRAVE

Mangualde. Uma fuga de gás, seguida de explusão, provocaram um ferido grave, domingo, dia 11. A vítima, de 64 anos, residia em Quintela de Azurara, no concelho de Mangualde. O incidente terá ocorrido às 20h45 e na causa da explusão um curto-circuito, que levou ao rebentamento de uma botija de gás. O homem foi transportado de helicópetero para os Hospit a i s d a Un iversidade de Coimbra (HUC), com queimaduras em 40% do corpo, de 2º e 3º grau.

Opinião

Pesca ou lazer? O Algarve, e em particular o mês de Agosto, são por norma o destino de eleição de alguns portugueses. A actual conjuntura tem também obrigado 1/3 da população a fazer férias por casa. Nesta fase, o turismo rural, nomeadamente o vinhateiro, tem vindo a conquistar paulatinamente espaço, com destaque para a região do Douro, que consegue congregar uma multiplicidade de valências. A pesca é responsável pela ocupação de 0.3% da população activa (13.200 trabalhadores). No entanto, e em face das dificuldades existentes ao longo de uma década (2002-2012), a sua redução atingiu os 18% (2.800 pescadores abandonaram a actividade). Segundo os últimos dados do INE, referentes a 2012, a frota nacional encontra-se distribuída por 45 portos (32 Continente, 11 Açores,2 Madeira). A região Centro, que congrega os portos e docas de Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré e Peniche, é responsável por 28% das capturas de peixe (49 mil toneladas) e detém o maior número de embarcações numa percentagem que atinge os 24%. A arte da pesca, no modo polivalente (local e costeira), é responsável por 46% das capturas nacionais, logo seguida pelo cerco (44%) e o restante decorre do arrasto. Durante 2012, foram capturadas e descarregadas 210 mil toneladas de pescado; destas, 150 mil correspondiam à categoria - fresco e refrigerado - o modo mais utilizado em Portugal. A sardinha é a espécie de peixe mais consumida, apesar da diminuição que atingiu os 43% em relação a 2011 (36 mil toneladas). A redução da sua captura decorre de imposições legais com o propósito da manutenção dos cardumes, o que tem conduzido ao aumento sucessivo do seu valor em lota (0.99 a 2.98 euros/kg). No caso da cavala e do carapau, o acréscimo da captura foi de 19% e de 49%, respectivamente, e decorre do stock de espécies existentes na costa nacional. Na classe dos moluscos, o aumento foi de 14% com um

Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt

destaque a incidir na amêijoa japonesa (46%) e no polvo (33%). Neste período, o consumo de pescado tende a aumentar. Assim, imporse-á questionar qual será a retribuição que os pescadores conseguem auferir com esta actividade. Num passeio de barco à descoberta dos recantos rochosos de Lagos, numa embarcação tradicional que nesta altura se dedica ao recreio, a conversa com o pescador acabou por versar a actividade piscatória e os preços praticados. Dada a abundância que se está a verificar com os stocks de carapau, este foi já licitado em lota, imagine-se a 1 cêntimo/kg. O polvo, espécie que o “Zé da Gata” captura de modo artesanal nesta época, permite-lhe conciliar as duas actividades (turística e piscatória). No caso do polvo, os valores alcançados na lota situam-se entre os 2,0 a 2,30 euros/kg (polvos de 2Kg). Na distribuição, os valores atingem os 7 e os 9 euros/kg. Na lota, o preço do polvo apenas regista um ligeiro aumento quando um comprador não nacional aparece e como pretende comprar toda a produção puxa pelo preço até aos 2.5-2.6 euros/kg. Trata-se da lei da oferta e da procura com todas as suas variáveis em jogo. A manter-se este conjunto de procedimentos, é fácil de constatar que a actividade da pesca continuará a registar um decréscimo. Numa altura em que o mar passou de novo a assumir uma importância vital para Portugal, a par da agricultura, todas as discussões e debates que se venham a desenvolver devem contemplar um conjunto de regulamentações e alterações que urge implementar correctamente. Promover o abate da frota sem a sua renovação tecnológica deu os resultados que deu. Muito está por fazer…


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SERNANCELHE - FAIA | REGIÃO 13

Paulo Neto

15 | agosto | 2013

Sernancelhe inova e presta tributo a um povo e sua aldeia submersa, a Faia Não foi desprovida de grande polémica a submersão da aldeia da Faia, em Abril de 1964. Com a presença de Américo Tomaz, presidente da República, pompa e circunstância, a nova Barragem do Vilar, em prol do futuro e da energia a gerar, deixava sob as águas do Távora, para sempre adormecida naquele manto profundo, casas, terras, cemitério, memórias de muitas gerações. Hoje talvez não fosse possível este processo e só um Estado repressivo teve a força de calar as vozes da discórdia que clamavam pelo direito àquilo que era seu e representava a sua identidade e memória colectiva. José Mário Cardoso, o autarca de Sernancelhe, naquele que afirma ser seu derradeiro acto oficial, transformou a Escola Primária local em Centro Interpretativo e meio século escoado homenageou um povo e deixou para as futuras gerações a transparência inequívoca do passado. Obra do arquitecto Albino Santos, orgulho do presidente da

Junta local, António Caiado, há mais de três décadas no exercício de funções, empenho de Carlos Silva e Carlos Santos, vereadores da autarquia, ela aí está como biblioteca multimédia; arquivo; sala de exposições dinâmica; auditório. E nela coabita, também a homenagem à arte imemorial da latoaria com a sofisticação das modernas tecnologias. Inaugurada no passado domingo, até ao momento do fecho desta edição, não deixou de receber enorme afluência de visitantes, nomeadamente de filhos da terra emigrados pelo mundo fora. A obra, orçada em mais de 200 mil euros, foi comparticipada pelo PRODER. Falámos com António Caiado, há 31 anos presidente da Junta, com mais 3 anos de secretário: ”Temos aqui uma obra magnífica que interpreta o que era a aldeia antiga, antes da barragem e representa também a parte nova da freguesia. Tem os dois temas. Esta obra é uma coroação do meu percurso de autarca. Foi como que um prémio que

me quiseram dar. Muitas obras se realizaram aqui e nelas fui parte interventiva. Antes do dr. José Mário eu costumava dizer que a Faia era a vítima do progresso. A partir dele e com ele foram várias, várias… as obras feitas. Parto com o orgulho da obra feita nesta freguesia. Desejo a sua continuidade no futuro.” Ouvimos o vereador da Cultura, Carlos Silva: “Este Centro Interpretativo é uma homenagem e uma revisitação a um povo que viu a sua aldeia ficar submersa nos anos 60, por força da construção da Barragem do Vilar. Na altura foi grande a polémica e muita a tragédia, os terrenos agrícolas eram muito férteis, a aldeia deslocalizou-se para este espaço onde estamos. Este é um momento nostálgico de algo que se perdeu mas também é o momento de algo que se criou. Temos três objectivos: em 1º lugar para com as crianças das nossas escolas, do concelho de Sernancelhe e limítrofes, para que possam perceber que é possível uma aldeia ficar afoga-

da, submersa, percebendo porquê. Em 2º lugar criar um centro interpretativo aberto às universidades e à investigação na área da água e da biodiversidade, da fauna e da flora. Hoje, a barragem, além de criar energia, tem uma fauna piscícola rica, é centro de desportos e fornece água a três municípios: Sernancelhe, Moimenta da Beira e Tabuaço. O 3º objectivo é dar a conhecer todo este dinâmico processo criando um espaço turístico. Temos aqui um mini auditório, um espaço de formação, um espaço áudio e visual para projecções. Há um espaço dedicado ao Sr. Caiado, que é o último latoeiro tradicional do norte do país e ainda uma galeria de exposições.” Finalmente, ouvimos o presidente da autarquia,

José Mário Cardoso: “Temos aqui uma obra inédita que é um misto de inovação acrescida de criatividade. Inovação pela sua ligação ao espaço físico e história da terra. A criatividade patente na obra transformada da antiga Escola Primária, com muita imaginação, identidade e mensagem para todas as pessoas da terra. Este espaço é importante até numa óptica sociológica. É uma homenagem à terra, às pessoas e ao seu presidente da Junta de Freguesia, Sr. António Caiado, uma vida de serviço público, condensando todos estes aspectos. Ele é um artista, um homem de trabalho e uma personagem com recordações do passado. Este projecto original da barragem não foi nada pacífico e se não se vivessem tempos

da ditadura não sei se teriam sido concretizado. Esta obra é também uma mensagem para quantos por aí andam a dizer que não se fez tudo no que respeita à obra física e infra estruturas. De facto, já fizemos tudo e não seriam eles que agora viriam rematar o que quer que fosse. Lembro-me dos medicamentos para os carenciados, do aspecto cultural muito acarinhado, dos centros de Lamosa e da Faia, etc., etc. Tenho um orgulho imenso e uma admiração enorme por esta gente que me tem tratado com amizade e estima e são referências de trabalho e de honestidade, que muita falta fazem para sair desta crise.” (ver mais fotos no “em foco”, pág. 32) Paulo Neto


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14 REGIÃO | AUTÁRQUICAS

15 | agosto | 2013

Autárquicas: O que pensam os candidatos Quando faltam precisamente 45 dias para a realização das próximas eleições autárquicas marcadas para 29 de setembro, o Jornal do Centro falou com três dos candidatos à autarquia para saber o que estes pensam das listas apresentadas. As ideias, as convicções e as opiniões de José Junqueiro, Hélder Amaral e Almeida Henriques em discurso direto. Pedro Morgado

PS

A José Junqueiro Ten ho a fortíssima convicção que as listas apresentadas pelo Partido Socialista (PS), por esta candidatura, são listas de pessoas com provas dadas. Pessoas que criam emprego, pessoas que não têm na sua maior parte qualquer ligação à política e onde, mesmo aquelas que têm atividade política não pertencem a nenhum organismo, não dependem de qualquer instituição do Estado ou de qualquer nomeação para exercer a sua atividade. São, portanto, pessoas livres, homens e mulheres livres com vida própria, com uma vida estabilizada, segura, com experiência em muitas áreas: investigadores, empresários, criadores de emprego, o que, relativamente a outras candidaturas, denota a nossa preocupação em apresentar de facto empresários que têm sucesso nas suas vidas e não alguém que teoriza apenas sobre a vida empresarial mas que nunca conseguiu alcançar este sucesso que eles colocam ao serviço do concelho com o seu exemplo. Mais, todos os nossos candidatos não dependem do aparelho do Estado. Dependem de si próprios no exercício das suas profissões. São mulheres e homens livres, uma grande parte dos quais não têm nenhuma filiação partidária. São

CDS-PP pessoas independentes e isso para nós é um elemento de referência que, aliado a uma vasta experiência curricular, toda a gente entende como pessoas que ao longo da sua vida têm dado provas daquilo que são capazes, ,mesmo aquelas que parecem mais jovens. Hoje, estas pessoas têm grandes responsabilidades, têm salários para pagar e, mais que isto, têm também uma vida empresarial ativa e de sucesso. Eu considero que é importante para Viseu a existência de candidaturas fortes. Acho que, relativamente a todas elas, nomeadamente ao próprio CDSPP, que o concelho só tem a ganhar com candidaturas fortes que conjuguem duas coisas: ideias e pessoas. As ideias são o motor, as pessoas são aquilo que distingue por vezes as candidaturas umas das outras. Nós temos o nosso currículo e, sem falsa modéstia, como é do conhecimento público, eu não estive calado durante todos estes anos. Eu falei sempre de Viseu com propostas para a cidade. Falei sempre em defesa dos reformados, defendi sempre os funcionários públicos, defendi o tecido empresarial local, propus a mudança do modelo económico, critiquei a ausência de vontade para tratar o Mercado 2 de Maio, falei na parte decisiva do centro histórico e falei na agricultura. Sou, portanto, um candidato que sempre tive voz, nunca estive em nenhum órgão autárquico onde me tivesse silenciado, pactuado com a situação existente e viesse depois a descobrir que o que estava feito afinal não era o que servia a cidade porque hoje se entende que é preciso fazer muitas outras coisas novas. Isso chama-se falta de coragem, alguma hipocrisia política e alguma falta de reconhecimento.

A Hélder Amaral A minha primeira palavra é de agradecimento a todos aqueles que aceitaram dar a cara. Não estou sequer a ser irónico uma vez que acho que a atividade política é uma atividade nobre. Disse-o no início quando quiseram limitar a minha atividade política em Viseu, altura em que referi que a atividade política é uma arte nobre, algo que deve ser feito pelos melhores e, portanto, todos aqueles que deram a cara nas diferentes listas merecem a minha palavra de apoio. A constituição das listas devia ref letir rostos com capacidade de transformarem as propostas em algo de realizável. Olhando para as duas listas adversárias vejo que o Partido Socialista (PS) tem obviamente uma lista liderada por alguém (José Junqueiro) que tem décadas na política. Já foi governante exata mente na á rea das autarquias onde o seu passado, pautado pela falta de soluções, foi marcado pela potenciação de tudo o que era problema e, portanto, é um PS no seu melhor. Um partido sem soluções que ainda pode arranjar muitos problemas para o município e para o país. Quanto ao Partido Social Democrata (PSD), esta candidatura é aquilo que eu chamo uma “malabarice”. Estou a citar o Primeiro-ministro, uma mistura de malabarismo com aldrabice porque era a ruptu-

PSD ra de um ciclo. Eram novas caras para um novo ciclo mas estão lá os vereadores mais visíveis do “Ruísmo”. Exatamente aqueles que representam o modelo do “favor e do medo”, da distribuição do subsídio, da cobrança do favor. São os dois vereadores (Guilherme Almeida e Ana Paula Santana) que estiveram nessa área que estão presentes na lista. Eu percebo, são os que têm agora o papel da “caça ao voto” e da “cobrança do favor”. Depois, tem todo o aparelho lá dentro. Quando eu dizia que o Dr. Almeida Henriques vinha, não para servir a cidade nem para servir o concelho, hoje percebe-se o porquê: veio para resolver um problema ao aparelho, veio para resolver um problema aos interesses instalados, veio para resolver um problema ao Partido Social Democrata (PSD) e não veio para resolver nada, porque se viesse não “tomava conta” de um conjunto de instituições. Se repararmos na constituição da lista, todos os membros representam ou estão ligados a direções de instituições, até mesmo na Assembleia Municipal. Para mim, que considero que era benéfico para o concelho ter uma sociedade dinâmica, livre, torna-se evidente que isto se vai fazer dentro da sala da sede do Partido Social Democrata, não me parece é que o concelho vá poder participar neste tipo de discussão. Não posso fazer uma leitura positiva quando existem injustiças: se era para levar os vereadores do Dr. Fernando Ruas, se era para fazer uma ligação ao modelo passado, porque é que o Dr. Américo Nunes não faz parte dessa lista? Essa é uma grande injustiça que não reconhece o trabalho passado do Dr. Américo Nunes.

A Almeida Henriques Antes de mais existe uma grande diferença entre o modo como as listas “Viseu Primeiro” foram preparadas e a forma como foram preparadas as listas adversárias. A minha candidatura assume-se como uma candidatura do Partido Social Democrata (PSD) onde todo o processo foi conduzido com uma ampla participação cívica, sendo mesmo uma candidatura que se pode considerar como uma candidatura da sociedade viseense. No que concerne à preparação das listas estas seguiram a mesma metodologia uma vez que parti, desde logo, da definição das prioridades da minha candidatura procurando ao mesmo tempo os perfis das pessoas mais indicadas, com provas dadas na sociedade, com percurso profissional, com competência, que permitissem que os mesmos possam, no futuro, ser boas ou bons vereadores. As escolhas que fiz, esta renovação profunda, que se traduz na lista que eu apresento e que em 14 nomes tem 12 pessoas que aparecem pela primeira vez, todas elas pessoas que tiveram um bom percurso profissional e, ao mesmo tempo, pessoas com provas dadas na sociedade. Não tenho na minha lista nenhuma situação de pessoas à procura de um 1º emprego ou gente completamente desconhecida que nunca ninguém viu fazer qualquer trabalho do ponto de vista social ou comunitário.

Ao contrário das outras listas que foram apresentadas, a minha não é uma lista de aparelho, lista de pessoas com um percurso essencialmente vivido na política, nem é também uma lista de pessoas que se fossem eleitas teriam nessa função o seu 1º emprego. Eu penso que na política devem estar pessoas que tenham provas dadas na sua vida profissional e que não sejam profissionais da política. Seria bom que muitas das pessoas que estão neste processo autárquico, ao longo dos últimos anos tivessem dado provas e que tivessem estado de uma forma ativa também na participação cívica da sociedade. Muitas destas pessoas despertaram para a participação nas vésperas das eleições e logo a seguir a chama apaga-se e deixam de aparecer. Alguns dos candidatos, se se atender à sua participação cívica, verificar-se-á que muitos deles não executaram com zelo as participações que tiveram. Um dos meus adversários chegou a ser vereador, veja-se quanto tempo é que ele esteve em funções. Outro chegou a ser membro da Assembleia Municipal tendo sido o único membro de uma assembleia municipal que numa sessão do 25 de abril não teve o aplauso de ninguém no final da sua intervenção e que fez constantes ataques aos presidentes de junta e ao trabalho honesto que as pessoas faziam, sabendo nós perfeitamente a que horas entrava e a que horas saía. Hoje, as pessoas têm que assumir de corpo inteiro, eu sou presidente da Assembleia Municipal em funções, vou exercer o meu mandato até ao fim e mesmo enquanto estive no Governo não faltei a uma única reunião. É assim que eu entendo o exercício das funções que me são confiadas e a única avaliação que eu farei das listas dos meus adversários será sempre uma avaliação política.


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MANGUALDE | REGIÃO 15

15 | agosto | 2013

Miguel Macedo na cerimónia da primeira pedra do novo quartel da GNR de Mangualde Mangualde ∑ Infraestrutura localizada junto ao corredor pedagógico servirá os concelhos de Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão

Pedro Morgado

mentos desta força de segurança, 10 dos quais em permanência, assegurou o titular da pasta da Administração Interna. Enfatizando o espírito de cooperação existente entre a autarquia e o Ministério da Administração Interna o autarca, João Azevedo, preferiu salientar a importância deste equipamento para o município: “Mangualde, num dia quente do mês de agosto de 2013, apresenta-se engalanado para apresentar uma das maiores obras a serem feitas neste concelho”, mesmo quando “há momentos em que é ne-

A Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, no lançamento da primei-

ra pedra do novo quartel da GNR de Mangualde. O ministro da Administração Interna considerou que apesar de estarmos “numa fase difícil” da vida do país, tal não pode impedir o executivo de fazer aquilo que deve ser feito, aludindo ao papel decisivo que o Governo teve na viabilização do projeto do novo quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Mangualde cuja construção agora se inicia. “Em Mangualde era necessário fazer esta obra. As obras para instalação das forças de segurança são da exclusiva responsabilidade do governo e do poder central. O poder central não pode alijar sempre as suas responsabilidades para o poder local”, declarou. Miguel Macedo, que esteve na tarde deste domingo na cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo quartel, cujo investimento total previsto é superior a 1,6 milhões de euros, sublinhou a importância do “contributo e da colaboração da Câmara Municipal

de Mangualde” que permitiu “um procedimento mais rápido, mais ágil e mais eficaz” para que “daqui a dois anos, prazo previsto para a conclusão desta obra,” o concelho de Mangualde e o destacamento da Guarda Nacional Republicana estejam dotados “com condições de instalações e de operação muito melhores do que aquelas que existem neste momento”. “Numa época de crise estamos a fazer um esforço idêntico a este em muitos pontos do país. Estamos, apesar das dificuldades, neste momento com algumas dezenas de obras em curso porque isso é absolutamente necessário, esse investimento é absolutamente essencial para que as nossas forças de segurança continuem a garantir que Portugal no essencial é um país e um destino seguro”, apontou. Rejeitando as recentes críticas que apontam a falta de investimento nas forças de segurança, o governante assegurou que, enquanto “tiver res-

ponsabilidades naquele ministério”, os compromissos que forem assumidos serão “aqueles que nós podemos pagar” e que todos aqueles que estão a ser assumidos serão pagos “pontualmente”. “É a única forma de pormos as coisas direitas e de atuarmos com juízo e sensatez. Eu muitas vezes tenho que dizer que não porque o dinheiro não chega para tudo, mas quando digo que sim cumprimos e cumprimos a horas”, acrescentou. O novo quartel da GNR de Mangualde cuja construção devia ter sido iniciada em 2011, depois de assinado o protocolo a 1 de julho de 2010 pelo então Secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, José Conde Rodrigues, pelo presidente da Câmara, João Azevedo, e pelo General Samuel Marques Mota do Comando da Administração dos Recursos Internos, ficará situado junto à Biblioteca Municipal num terreno com uma área de 3 608 metros quadrados onde irá acolher 59 ele-

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cessário não gastar aquilo que podemos não ter”, sustentou. Segundo o edil mangualdense, João Azevedo, daqui a dois anos, d e p o i s d e t r a n s fe r i dos para esta nova infraestrutura “todos os homens e todo o equipa mento”, o atua l palácio da Guarda Nacional Republicana, propriedade da autarquia, será convenientemente aproveitado e transformado “num espaço destinado ao património e ao arquivo” do concelho. Pedro Morgado


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15 | agosto | 2013

educação&formação

Agrupamento de escolas Viseu Sul vai ter sala adaptada a alunos com necessidades especiais Projeto ENA ∑ Dar resposta às necessidades educativas especiais é o objetivo do programa que inclui, entre outras iniciativas, atividades de estimulação cognitiva, através da integração de alunos em situação real de trabalho Depois de ter vencido a 10ª edição do Programa EDP Solidária, o Agrupamento de Escolas Viseu Sul já pode oferecer aos alunos, com necessidades educativas especiais, melhores condições de aprendizagem, através do Projeto ENA (Energia para um Novo Amanhã). Segundo os responsáveis, “o projeto nasceu de um desejo e uma necessidade já antiga de dar uma resposta adequada a alunos com necessidades educativas especiais que necessitam de desenvolver competências práticas e funcionais”. Dentro deste projeto, e de modo a dar cumprimento aos seus ob-

jetivos, a escola pretende realizar várias atividades salientando-se a transformação de uma sala de aula num espaço polivalente com áreas específicas, onde os alunos que beneficiam de um Currículo Específico Individual possam desenvolver as áreas de intervenção da Educação Especial, imprescindíveis para incrementar, de forma o mais sustentável possível, a sua autonomia, preparando-os para uma futura inclusão social. Através da criação da SALA ENA (na Escola EB 2,3 Infante D. Henrique), o agrupamento vai poder agora garantir melhores condições aos seus alunos.

Em comunicado a escola sublinhou que “as obras deste espaço decorrerão o mais rápido possível para que no início do ano letivo a sala ENA já possa funcionar de modo a dar cumprimento às atividades planificadas. O objetivo é “tornar a escola cada vez mais um local diferente da escola tradicional, onde se ensina de muitas e variadas maneiras e onde todos os alunos podem aprender, independentemente das suas caraterísticas e necessidades individuais”. Contudo, oferecer esta mudança carece de “condições físicas e de recursos essenciais”, que a não

existirem “são um claro impedimento à promoção do sucesso educativo de alguns alunos”. Com a ajuda f inanceira da Fundação EDP, o Projeto ENA, pretende contribuir para o desenvolvimento integral dos alunos, sobretudo dos que apresentam limitações significativas na aprendizagem, carências sociais e económicas, para além de outros problemas, como é o insucesso continuado e o risco de abandono escolar. Sob a coordenação da psicóloga Anabela Carvalho, uma equipa de duas psicólogas e três professores de educação especial pretendem ain-

Município de Viseu já deu 5.500 manuais O BMLE (Banco municipal de livros escolares), tem sido um grande aliado no apoio a famílias carênciadas, escolas, IPSS e Associações de Solidariedade. O projeto, criado pela Câmara Municipal de Viseu, possibilita a

reutilização de manuais escolares usados. Como resultado das campanhas de recolha de manuais usados, em 2012, foi possível ajudar mais de 40 famílias, tendo sido emprestados 256 manuais e encaminhou, até à presente data, mais

de 5 500 manuais para várias instituições. A Câmara Municipal de Viseu, continua a apelar à generosidade de todas as pessoas, no início do novo ano escolar, que possam contribuir doando os seus manuais usados.

O Banco Municipal de Livros Escolares encontra-se no CMIA (Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental), nos antigos Moinhos da Balsa, podendo ser contactado através do telefone 232 449 165 ou do e-mail cmia@cmviseu.pt. MC

da dar resposta a outras necessidades através do desenvolvimento de várias atividades: ENA trabalho, ENA aprender, ENA social, ENA dança e música e ENA saúde. Estas atividades incluem a colocação de alunos com def iciências em situações reais de trabalho nas instituições parceiras deste projeto, mas também a criação de grupos de alunos pa ra i mplementação de um programa de estimulação cognitiva e de diferentes competências de aprendizagem, como sejam a atenção, memória, vocabulário, raciocínio e resolução de problemas. Serão ainda realizadas atividades

de desenvolvimento de competências como a capacidade de comunicação, trabalho em grupo, assertividade, relação interpessoal com pares e adultos, visando não só a sua integração escolar mas também social e profissional, para além da dinamização de ações/formações de promoção da saúde e de hábitos de vida saudáveis. Pretende-se, igualmente, promover a expressão artística, o desenvolvimento pessoal e social, associando a escola a um local onde também se promove a cultura cigana e os valores culturais locais. Micaela Costa


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Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

economia (http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Tiros nos pés… outra vez! Em Abril de 2011 escrevi, neste espaço, um apontamento a que dei o título “Tiros nos pés e … FMI”, a propósito da incapacidade dos partidos políticos se entenderem em relação ao famoso PEC 4 (Programa de Estabilidade e Crescimento), que conduziu à demissão do Governo de então e precipitou a chegada da “troika” e a sujeição de Portugal ao programa de assistência financeira. Escrevi então que “os superiores interesses de Portugal deveriam sobrepor-se a tudo e, principalmente, a todos”, e manifestei a esperança de que, daí em diante, os interesses do país fossem “o farol maior da ação de todos (também dos políticos)”. Tratava-se, pelos vistos, de otimismo excessivo da minha parte. De facto, passados pouco mais de dois anos sobre esse momento, os partidos políticos (ou melhor, os quadros dirigentes dos mesmos) “repetem a dose”. Num período em que se impunha a procura de convergências e o esbatimento de clivagens, eis que se cavam distâncias e se extremam posições (com culpas de todas as partes), entre a maioria governante e as oposições e entre os próprios partidos da maioria, que redundariam, de uma forma absolutamente inaudita, na crise política de Julho passado. Ou seja, tiros nos pés … outra vez! Apetece perguntar: Como é possível? Depois de meses e meses consecutivos de sacrifícios pedidos aos portugueses e num quadro de recessão económica profunda e duradoura (começa a ser discutível chamarlhe “apenas” recessão), de enorme crescimento do desemprego, de agravamento sucessivo da dívida pública (correspondendo já a mais de 127% do Produto Interno Bruto), de persistência de elevados défices orçamentais, eis que os interesses partidários e a gincana política voltam a dar cartas, “promovendo” uma crise com fortes consequências (e que, certamente, vão perdurar). Resolvida (?!) a crise política, apressaram-se alguns a sugerir que os efeitos da mesma estavam ultrapassados. Os juros da dívida acalmaram, as bolsas recuperaram das quedas, …, enfim, tudo estava sanado. Então e

Joaquim Simões Docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu jasimoes@estv.ipv.pt

onde ficam os custos associados à maior desconfiança dos nossos credores e financiadores? E como ficam as expectativas dos consumidores, dos empresários, dos investidores e demais agentes económicos? E o que resulta da maior desconfiança e distanciamento, ainda, das pessoas em relação aos quadros dirigentes dos partidos e aos governantes? Obviamente que tudo isto tem custos, que redundarão, certamente (e infelizmente), em mais sacrifícios e dificuldades para os portugueses. Curiosamente foi também em Julho que começaram a antecipar-se dados (como o fez, por exemplo, o Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa, NECEP, da Universidade Católica) que apontam para o crescimento (ligeiro, é verdade, mas crescimento) da economia portuguesa no segundo trimestre de 2013 (por referência à produção do primeiro trimestre do ano). A confirmarem-se estas previsões (o Instituto Nacional de Estatística, INE, publica a estimativa rápida relativa a esses indicadores a 14 de Agosto), será, num período de dez trimestres consecutivos, o primeiro em que a economia cresce. Por outro lado, a taxa de desemprego registou em Maio e Junho ligeiros decréscimos (embora resultando, em parte, de prováveis efeitos sazonais). Naturalmente que não pode, em função destes indicadores, apregoar-se “o fim da crise”. Trata-se, no entanto, de sinais que devem ser convenientemente aproveitados, em termos de discurso (o Governo já começou a fazê-lo), para atenuar pessimismos, injetar confiança, sublinhar esperanças, favorecer expectativas. E isto porque numa situação como a atual, confiança e expectativas são “bens” absolutamente fundamentais. Espera-se que desse “aproveitamento” resultem efeitos positivos. Infelizmente, é provável que os mesmos sejam bem menores que os que resultariam se, porventura, as “tropelias” partidárias do mês passado não tivessem acontecido.

O Município de Tondela está a levar a cabo um conjunto de iniciativas que têm como objetivo dinamizar as ruas da cidade e assim alavancar todo o comércio local. Durante o mês de agosto serão realizados eventos todas as quartas-feiras e sábados, permitindo levar a cultura tradicioPublicidade

DR

Cinema ao ar livre em Tondela

Clareza no Pensamento

nal e animação, a diferentes pontos de Tondela. Do cinema ao ar livre, à

atuação de Ranchos Folclóricos, aos Cavaquinhos até ao Mercado de Pro-

dutos Locais “Ao’Sabor”, que no sábado passado se realizou na Rua de Lannemezan, todos os espetáculos servem de mote para atrair gente aos centros históricos. Nesse sentido, no próximo sábado, dia 17, há cinema de animação na Rua Lannemezan.


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18 ECONOMIA | INVESTIR & AGIR

15 | agosto | 2013

Santa Comba Dão está em festa desde quartafeira, dia 14, até domingo. As festas da cidade, no Largo do Município e o centro histórico são palco de muita música, teatro, dança e artes circenses durante os cinco dias de certame. Quinta-feira, dia 15, recebe o “Dia da Juventude”, com a poetisa, natural de Tondela, Filipa Dua rte, a apresenta r a sua nova obra “Singulares e Eternos”, na esplanada do café, junto ao Largo do Município, acompanhada pela banda Be Flet. E ainda o grupo de cantares “Viver a música”, danças latinas, os Against da Law, Red Line e uma novidade desta edição com artes circenses. Sexta, a “Noite Nostálgica”, reúne um conjunto de bandas “anPublicidade

DR

Santa Comba Dão e Sátão em festa

tigas”, com música dos anos 80 (KTZ e Banda Play). Animam ainda a Sociedade Filarmónica

e o Rancho Folcolórico dos Açores. Para sábado está marcada a “Noite do Emigrante”, que termina

com o Dj Paulo Lopes. A última noite é dedicada ao folclore. Mais a norte, na vila de

Sátão, as Festas de São Bernardo trazem tradição, música, cultura e gastronomia, durante

quatro dias (de sábado, dia 17 a terça-feira, 20). O cer ta me a r ra nca com o já tradicional Festival da Sopa, que decorre no centro educativo de Sátão. À noite, o Festival de Folclore e música popular. No domingo, um espetáculo nacional de perícias automóveis e para segunda-feira está marcado um concerto cantado em português com o cantor e compositor Rui Veloso. Fe r n a n d o M e n d e s sobe ao palco, no último dia de festividades, com o espetáculo de comemoração de 30 anos de carreira, “mendes.com”. R a zões su f icientes para não deixar de visitar estes dois concelhos do distrito de Viseu. Micaela Costa


ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO 596 DE 15 DE AGOSTO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

SUPLEMENTO

Textos: Micaela Costa Grafismo: Marcos Rebelo


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SUPLEMENTO MUNICÍPIO DE MORTÁGUA

15 | agosto | 2013

MORTÁGUA: ÁGUA, FLORESTA E VIDA Visitar Mortágua é agarrar uma viagem dedicada sobretudo ao que a natureza tem de melhor.

Barragem da Aguieira

Floresta com vigilância

Quedas de Água das Paredes

Quem passa pelo concelho decerto que não vai conseguir desviar o olhar, que se perde num imenso azul, de uma barragem que já tomou as rédeas do coração mortaguense, a barragem da Aguieira. A vasta mancha verde convida a respirar um concelho que tem, ao longo dos anos, investido naquilo que tem de bom, a água, a floresta e a vida, a vida das suas gentes. São muitos os locais que encantam quem por lá passa.

Os recursos naturais têm sido aproveitados para a prática de várias atividades, que trazem ao município milhares de pessoas ao longo de todo o ano.

Lampantana

Bolo de Cornos O Montebelo Aguieira é um dos pontos, no que à hotelaria diz respeito, de maior interesse.

A gastronomia, o artesanato, não ficam indiferentes aos que escolhem Mortágua como um ponto turístico a visitar. Este é um concelho de transição, entre a Beira e a Bairrada. De um lado a Serra do Buçaco, do outro a do Caramulo. Contudo a tradição gastronómica é mais “bairradina”. O prato forte é a Lampantana, carne de lã, que até já tem um fim-de-semana dedicado a esta iguaria mortaguense. O Bolo de Cornos, talvez único no país, é outra das relíquias gastronómicas do concelho. Um bolo com 24 horas de levedura, cozido em forno de lenha, com couve porqueira por baixo, ovos e farinha, bom para acompanhar com azeitonas ou chouriça. O Leitão, pela proximidade com a Bairrada é outra iguaria que marca presença à mesa.

A cestaria, a arte tradicional de transformar o vime em cestos e poceiros, persiste na aldeia de Macieira. A joalharia e bijuteria de fabrico artesanal e exclusivo, o artesanato em tecido e madeira, a pintura decorativa, as rendas e bordados, saídos das mãos e criatividade de jovens artistas, são outras das actividades que podemos encontrar no concelho.


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SUPLEMENTO MUNICÍPIO DE MORTÁGUA

15 | agosto | 2013

Micaela Costa

Afonso Abrantes, presidente da Câmara Municipal de Mortágua

“O ASSOCIATIVISMO VAI TER QUE SER PARTE ATIVA NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÓMICO DO CONCELHO”

Mortágua é hoje um ponto atrativo para o turismo? Sem dúvida. E agora está muito na moda falar-se de turismo. Turismo é sinal de desenvolvimento económico, o turismo aparece quando há infraestruturas para alojamento, gastronomia e algo que atraia os turistas, que no caso de Mortágua tem a ver com a natureza e com os eventos que se promovem.

das mais diferentes maneiras, desde motas de água, vela, passeios de barco, a marina, Seleções de todo o mundo que vem aqui estagiar e eventos durante todo o ano. Sem dúvida que a barragem foi determinante, embora as pessoas por vezes não se apercebam. Sobretudo no verão, os milhares de camas vendidas, fazem a diferença para o comércio, os restaurantes, a economia local.

De que forma é que o município tem procurado explorar o turismo? Numa primeira fase procurámos aproveitar ao máximo aquilo que “tínhamos à mão” e por isso juntámos à nossa política de preservação e valorização da mancha florestal várias atividades, como o Rali de Portugal, tivemos durante muitos anos o Rali da Casa do Pessoal da RTP, várias provas de todo o terreno, apostámos no desporto motorizado e isso foi o primeiro passo para captação de pessoas. Nessa fase também tínhamos pouco retorno económico porque o alojamento não era suficiente. Mas continuámos a apoiar provas de ciclismo, e hoje tempos um clube de ciclismo que leva o nome de Mortágua, através das provas e dos prémios que ganha, a todo o país. Perdemos o Rali de Portugal mas fomos buscar o Rali de Mortágua que é o campeonato nacional de ralis. Através das associações mantivemos o desporto motorizado. Mas nós sabíamos que aquilo que tínhamos de muito valioso para alavancar o turismo era a Barragem da Aguieira.

Que outras alternativas o município oferece? Temos a natureza, a água e a floresta, a albufeira e a serra, que proporcionam diversas actividades desportivas, de recreio e aventura; temos parques verdes e aldeias preservadas; um percurso pedestre que termina numas quedas de água, onde vai nascer o filme promocional da CIM Baixo Mondego; temos algumas igrejas e capelas que preservámos; temos o vinho, que hoje é um fator muito importante a nível económico; o artesanato e a ourivesaria, onde temos um atelier que é bastante procurado e que faz parte do circuito de visitas no território.

A Barragem da Aguieira foi a grande aposta? Foi. Demorou algum tempo, foi necessária muita planificação, perspicácia, procura de investidores, aprovação de um plano de ordenamento para a barragem. Conseguimos aprovar o único, até hoje, plano de pormenor que era essencial para construirmos equipamentos na Barragem da Aguieira. Até que surgiu aquilo que hoje tem uma grande importância para nós, e que aponta já para um número de dormidas significativo e que pesa na economia [Resort Montebelo Aguieira]. A Barragem foi uma alavanca para o município? O que eu acho é que Mortágua conseguiu aproveitar a Barragem da Aguieira para o desenvolvimento turístico, de uma forma séria e sustentada. Por isso o Resort Montebelo Aguieira, e todo aquele empreendimento, está a ser um fator muito importante para a promoção do concelho, porque se realizam as mais variadas atividades desportivas, o plano de água é utilizado

Uma evolução no município que tem dado frutos? Muitos frutos. Não só pela divulgação da nossa terra. E queremos continuar a ligar Mortágua à barragem, pois ainda há muitas potencialidades a serem exploradas. O grupo Visabeira tem estado também muito ativo e interessado no empreendimento, através de várias atividades. E já beneficiámos com isso. O concelho tem 9864 habitantes, o número de dormidas que tivemos no ano de 2012, cerca de 50 mil, já serviu para que a nossa população, considerando os movimentos pendulares, fosse de 10.516 pessoas, o que é importante para efeitos estatísticos, nomeadamente porque as dormidas são um factor de cálculo nas transferências do OE para os municípios. Não só o turista ganha com estas ofertas, como também os munícipes… O movimento associativo está preparado para entrar em muitas atividades e, também essas, são uma mais-valia para os nossos munícipes, temos o exemplo da Feira da Castanha, em outubro, que recebe sempre milhares de pessoas. Estamos também a trabalhar com as associações para aproveitar espaços, para criar centros de atividades ocupacionais, onde o artesanato e outras atividades se podem recuperar. Estamos a investir mais de 1 milhão de euros num programa que procura concluir o que foi feito ao longo destes anos,

para que as associações fiquem com os seus problemas infraestruturais praticamente resolvidos. Sei que a fase seguinte já está a ser trabalhada, por quem possa vir a seguir, para que este trabalho com as associações continue. Acredito que o associativismo vai ter que ser parte ativa no desenvolvimento social e económico do concelho. De que forma é que as associações podem estar ativas nesse desenvolvimento? Algumas já estão, mas é preciso dar um salto. As associações podem, em protocolos com a Câmara, criar uma federação de associações, são mais de 40 associações. Temos uma delas que tem uma componente muito importante de iniciativas empresariais e sociais, que pode ter um papel fundamental, se for criada essa federação. O objetivo é que as associações possam beneficiar dos recursos que se anunciam do próximo Quadro Comunitário de Apoio, onde o investimento na área da cultura, social, desporto, vai ser a grande fatia, e as associações têm que se organizar, e o município apoiar, criando uma estrutura que sirva de suporte a todas, para poderem criar projetos, contratar pessoas, como aconteceu com as IPSS, que ao criarem projetos novos, passaram a ser empregadoras. A Feira das Associações, que vai já na 15ª edição, é uma forma de dar esse apoio? Esta Feira é uma manifestação da vitalidade do concelho, daquilo que são as associações. E têm um crescimento de tal ordem, que este ano tivemos que deixar algumas de fora por já não haver espaço. Esta feira, para além de proporcionar que mostrem o seu trabalho, é também um grande desafio para nós, pois concebemos esta feira como uma grande festa da família mortaguense. Um momento em que muita gente que há 9, 10, anos não pensava passar as férias em Mortágua, agora, marca uns dias exatamente para vir cá. Uma feira que está enquadrada na Festa da Juventude. Porquê, uma festa da juventude? Começámos este processo há 23 anos, logo no segundo ano do meu mandato. Senti que os nossos jovens mereciam ter acesso a concertos que havia noutros locais. Na altura era diferente, as festas eram organizadas pelo Município e Bombeiros, em colaboração, com a receita a reverter para os Bombeiros, e decorriam no campo de futebol. Depois mudámos para o local onde antigamente se faziam as festas de Mortágua, o que foi muito bem recebido, pois man-

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tivemos a tradição. Esta festa é para eles e vai continuar assim. Uma grande preocupação com os jovens… Sem dúvida. E é por isso que este ano a abertura das festas vai ser feita por bandas de jovens mortaguenses. É importante dar destaque aos nossos. As nossas gentes são importantes e é por todos eles que aqui estamos, que trabalhamos. Neste momento temos um baixo nível de desemprego, o abandono escolar já não é sentido há três ou quatro anos. Reduzimos a taxa de insucesso escolar, os resultados de matemática e português são superiores à média nacional e isso é resultado de um trabalho, pensado para todos eles. E como se enquadram as festas nesta conjuntura económica do país? Eu posso dizer que nos meus 24 anos de presidência, mesmo tendo assistido ao desaparecimento da indústria tradicional, este é o pior momento a nível social, aquilo que hoje tem sido tirado aos portugueses, é um ataque ao direito das pessoas. As pessoas estão a viver tempos de angústia, inquietação e incerteza. E, por isso, não devemos deixar de organizar estas actividades de convívio e diversão. As pessoas precisam de bons momentos, sem preocupações, porque todos os dias só ouvem falar de crise, de cortes, despedimentos. O município vai continuar a fazer tudo isto, mas faz porque ao longo dos anos soube gerir os dinheiros públicos, que permite neste momento ter empreitadas lançadas e executadas que rondam 5 milhões de euros e mesmo assim ter a tesouraria em dia. Numa altura em que está de saída, espera que continuem com o trabalho que tem desenvolvido? Eu costumo dizer que a Câmara já não precisa tanto de engenheiros, a partir de agora as obras estão feitas e é preciso apenas conservá-las. Agora o que é preciso é alguém que tenha experiência na área da cultura, do desenvolvimento económico, que seja capaz de planificar. Alguém que tenha visão de futuro e novas ideias. Nunca me passou pela cabeça escolher um sucessor. As escolhas pertencem aos partidos e em última instância ao eleitorado. Aquilo que eu gostaria de ver é que todo o trabalho que foi feito, de forma organizada e planeada, com respeito pelas pessoas, sem prometer aquilo que não se pode fazer, fosse seguido, naturalmente com novas ideias e projectos. Espero que quem venha seja melhor do que eu e que sobretudo tenha a grande capacidade de olhar para a agricultura e floresta, tendo em conta que o próximo Quadro Comunitário de Apoio vai dar muita atenção a estas duas áreas, para a promoção das políticas de captação de investimento e de criação de emprego, para a promoção e criação de medidas de apoio à fixação de jovens, que continue a apoiar as famílias e os mais carenciados e que todas as políticas sociais sejam continuadas. Acho que há um trabalho na área de saúde que tem que ser continuado, como por exemplo a reconfiguração da unidade móvel de saúde integrando um médico e como já referi o crescimento do movimento associativo. Quando sair, o que lhe vai deixar mais saudades? Aquilo que mais saudades me vai deixar é a vivência que fui ganhando ao longo destes anos com as pessoas, com as famílias, com as instituições. Nunca fui um presidente dos ”nossos” e dos “outros”, fui sempre um presidente de todos. Quem ocupa este cargo não faz favores, cumpre os seus deveres e satisfaz direitos dos outros.


Jornal do Centro

SUPLEMENTO MUNICÍPIO DE MORTÁGUA

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XXIII FESTA DA JUVENTUDE

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AGOSTO

20h00 | Abertura Feira das Associações 23h00 | Blemish, Scape e Smoking Beer

SEXTA

QUARTA

20h00 | Feira das Associações 23h00 | Carminho

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são vários os nomes bem conhecidos do público português a marcar presença. Este ano Buraka Som Sistema são os cabeça de cartaz, mas passam ainda pelo palco os Virgem Suta e a fadista Carminho, entre muitos outros. Integrado na XXIII Festa da Juventude, decorre a XV Feira das Associações, uma união das associações do concelho e que tem como principal objetivo divulgar a cultura e a identidade concelhia. As tasquinhas abrem diariamente às 20h00 e os concertos têm início às 23h00. A entrada é livre.

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AGOSTO

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TERÇA

para visitar as “Tasquinhas”, sendo de destacar também a presença de muitos turistas estrangeiros que estão alojados no Resort do Montebelo Aguieira. As festas são hoje um factor de animação económica do concelho, dando um forte impulso aos sectores do comércio, hotelaria, alojamento e outros, e de promoção do concelho, nesse sentido pode falar-se de um retorno do investimento que o Município faz, em benefício da economia local. Volvidos 23 anos, as festas continuam a ser um grande sucesso e

AGOSTO

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AGOSTO

Com 23 anos, a Festa da Juventude é já uma marca do município de Mortágua. São cinco dias inteiramente dedicados à música, convívio e gastronomia. A edição deste ano conta com 33 Associações, 27 das quais com mostra gastronómica variada, além do artesanato. As festas do concelho são um momento privilegiado de encontro e convívio dos mortaguenses, convivendo diferentes gerações num mesmo espaço e num ambiente de alegria e comunhão fraterna. Ao longo destes dias milhares de pessoas deslocam-se a Mortágua

QUINTA

14h00 | XIII G.P. Mortágua de Ciclismo 20h00 | Feira das Associações 23h00 | Virgem Suta

SÁBADO Verão Total em Mortágua

20h00 | Abertura Feira das Associações 23h00 | Buraka Som Sistema

21h00 | XXII Gala Internacional de Folclore 21h15m | Início da Gala Internacional de Folclore 23h00 | Emanuel

Mortágua vai receber no próximo dia 29 o programa Verão Total da RTP. O palco do programa será o Montebelo Lake Resort da Aguieira, que se associou ao município neste evento, considerando a promoção turística do concelho a nível nacional e internacional. A oferta turística, a economia, a gastronomia, o lazer, o desporto, as atividades culturais, as tradições, os pontos de interesse a visitar, são alguns dos assuntos que irão ser tratados neste programa, que incluirá também entrevistas e reportagens pré-gravadas sobre o concelho. A animação e muita música são ingredientes que também não vão faltar. O programa Verão Total é apresentado por caras bem conhecidas do grande público: João Baião, Tânia Ribas de Oliveira, Sónia Araújo, Jorge Gabriel e José Carlos Malato. A emissão em direto decorrerá entre as 10h00 e as 13h00 e as 15h00 e as 18h00.



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Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

DR

desporto

Tondela entra a vencer no Campeonato

A Estágio de pré-temporada, a decorrer no Inatell, termina amanhã, dia 16 Futsal

Benfica já treina em Viseu cdtondela.pt

A equipa de Tondela arrecadou os primeiros três pontos na Liga 2 Cabovisão, em jogo da primeira jornada. Frente ao Braga B, no velho 1º de Maio, os tondelenses venceram por 2 a 1, tendo marcado primeiro por Calé com os bracarenses a empatar já no segundo tempo. Tozé Marreco, foi mais uma vez decisivo na vitória tondelense ao fechar o marcador na conversão de uma grande-penalidade. O Tondela recebe agora o Marítimo B, este sábado, pelas 18h00. Pela frente a equipa que terminou no 15º lugar na época passada. No histórico de jogos, uma vitória para cada equipa. Na primeira volta ganhou o Tondela por 3 a 1, e na segunda o Marítimo por 4-1.

Micaela Costa

Futebol

Os tondelenses contam entretanto com um novo reforço. Evandro Brandão, ponta-de-lança angolano, de 22 anos, representou clubes como o Walsall (Inglaterra), Manchester United (Inglaterra), Benfica, Fátima, Gondomar, Videoton (Hungria) e Olhanense. Assinou contrato válido por uma temporada e já treina sob as ordens de Vítor Paneira. MC

Preparação ∑ Equipa encarnada joga sábado, dia 17, no Pavilhão do Inatel, pelas 20h30, contra a equipa da Académica de Coimbra A equipa vice-campeã nacional de futsal já está em Viseu para um estágio de pré-época. Os encarnados, terminam amanhã, dia 16, esta fase de preparação para o campeonato nacional da I Divisão, onde procuram recuperar o título perdido para o Sporting. À partida para Viseu, o coordenador da secção de Futsal do Sport Lisboa e Benfica, Alípio Matos,

adiantou à Benfica TV, que o estágio serviria “para transmitir o que é o Benfica”. Alípio Matos afirmou ainda que a equipa encarnada quer “conquistar o Campeonato e a Taça de Portugal”, referindo que para isso “a mentalidade terá de ser competitiva e ganhadora”. No fecho desta edição a equipa de Lisboa defrontava a Casa do Benfica de

Viseu. Sábado, tem pela frente a Académica de Coimbra, equipa da I Divisão, em jogo no Pavilhão do Inatel, pelas 20h30. O Futsal “encarnado” apresenta-se aos sócios no domingo, em Lisboa. O adversário será a formação russa do Norilsk Nickel. O Benfica entra nesta nova época completamente renovado. Diece, César Paulo, Diego Sol e

Davi, são alguns dos jogadores que deixaram o clube. Entre os reforços, Rafael Henmi (Nagoya Oceans), Bruno Pinto (Belenenses), Ricardo Fernandes e Paulo Rocha (Freixieiro), Ivo Oliveira (Sporting), Serginho (Concórdia), Pablo Del Moral (ex- Caixa de Segóvia) e Alan Brandi, ex-Lobelle Santiago. Micaela Costa

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Futebol feminino

Neide Simões, a jogadora viseense de futebol feminino, continua a ser cobiçada por equipas das principais ligas europeias. A guarda-redes, de 25 anos, a jogadora mais internacional de Viseu, emigrou para a Alemanha, na época passada, para jogar no Sportclub

07 Bad Neuenahr, depois de ter defendido ao longo de 10 épocas, as redes do Escola Futebol Clube, de Molelinhos. Neide vai continuar no campeonato germânico, mas passa a vestir a camisola do Colónia, uma das equipas com mais historial no futebol alemão. MC

abola.pt

Atleta viseense soma e segue na Alemanha


MODALIDADES | DESPORTO 25

Jornal do Centro 15 | agosto | 2013

Futsal

Andebol

Viseu 2001 com 7 reforços no plantel

Supertaça em Viseu com datas alteradas

Com a pré-época já a decorrer (desde o passado dia 1 2) a equipa sénior do Viseu 2001 deu a conhecer o plantel 2013/2014. A equipa viseense, que disputa o campeonato nacional da 2ª divisão de futsal, pela 5ª época consecutiva, é constituído maioritariamente por atletas de Viseu e apresenta sete novos jogadores, entre os quais dois espanhóis. Um plantel que, segundo a direção do clube, reflete “a aposta que tem feito ao nível da sua formação”. Quatro dos atletas são provenientes dos escalões de formação, um ainda em idade júnior. Aos coma ndos do

Nilton

GR

25 anos

Viseu 2001

Fernando Matos “Gaza”

GR

30 anos

ex-Pedreles

Henrique Liberato

GR

19 anos

ex-ABC nelas

Hugo Pardal

Ala

28 anos

Viseu 2001

Miguel Andrade

Universal

24 anos

Viseu 2001

Riky

Ala

19 anos

Viseu 2001

Bruno Marques

Universal

19 anos

Viseu 2001

Fábio Lourenço

Ala

19 anos

Viseu 2001

Miguel Magalhães

Ala

17 anos

Viseu 2001 (júnior)

Pablo Sanchez

Universal

23 anos

ex-AJ Pombo (ESP)

Cristian Muiños

Universal

25 anos

ex-Ventorrillo (ESP)

Javier Suarez

Ala

23 anos

ex-Santiago Futsal

Paulo Abreu “Fisgas”

Ala

30 anos

ex-Ervededo Futsal

Mica

Ala

19 anos

ex-Rio de Moinhos

Viseu 2001 mantém-se o técnico Roger Augusto, com David Sousa e Pedro Pereira como adjuntos. Depois de na época passada ter terminado o campeonato no 4º lugar, o Viseu 2001 arranca para a nova época com o pensamento nos luga-

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res cimeiros. O plantel está a cumprir um programa de treinos bi-diários. Hoje, dia 15, deslocam-se para Tábua onde vão efetuar um estágio de quatro dias, destacando-se a participação no torneio organizado pelo município local, que decorre

no sábado e domingo. Pela frente equipas da I Divisão como o campeão Sporting Clube de Portugal, Rio Ave e Boavista. O Viseu 2001 joga no sábado, frente ao Rio Ave, procurando a vitória que lhe permita jogar no domingo a final do torneio. MC Publicidade

PREÇOS REDUZIDOS A 5 MINUTOS DE VISEU A25—SAÍDA 20

A Federação Portuguesa de Andebol alterou a data de realização das finais da Supertaça, inicialmente marcadas para sábado e domingo. Com esta mudança de calendário, os jogos quedecorrem no Pavilhão do Inatel, realizam-se apenas no sábado. Para as 15h00 está marcada a partida da equipa feminina, com as campeãs em títu-

lo, Alavarium, frente às vencedoras da Taça de Portugal, Madeira Sad. A segunda Supertaça, disputa-se às 18h00 e coloca frente a frente as equipas masculinas do Futebol Clube do Porto e Sporting. Recorde-se que a equipa do Norte foi campeão nacional e o Sporting, vencedor da Taça de Portugal. As partidas são transmitidas , na Bola TV. MC

Futebol

Académico já tem loja oficial O Académico de Viseu inaugurou na terça-feira, dia 13, a loja oficial do clube, no Palácio do Gelo. O espaço, situado no piso 2, disponibiliza, para além

do equipamento academista, serviço de bilheteira, informações das escolas do clube e uma novidade, um cachecol cor-de-rosa, para as adeptas academistas. MC


Jornal do Centro

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15 | agosto | 2013

especial

Feira de São Mateus 2013

Programa Semanal De 15 a 21 de agosto

Dia 15 (Quinta-feira)

Dia 16 (Sexta-feira)

Académica Infantuna

Dia 18 (Domingo) 2,5€

(máximo 15 crianças)

Palco Luz

Palco Água

Cidade de Viseu

Palco 1

(23h00) 3ª da Luz: Grutera

(14h30) Atelier Culinária (máximo 15 crianças) Palco 1 (22h00) Cantorias Palco Água (23h00) 5ª do Rock: Bluetrash Can e Sextafeira 13

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(18h00) Aula de Zumbatomic (Crianças dos 4 aos 12 anos) (21h00) Mega Aula de Zumba (22h30) Demonstração de Fitness e Dança Palco 1 (22h00) Tuna

(22h00) HMB Palco Luz

Dia 19 (Segunda-feira)

Palco 1 (22h00) Mara Pedro

(15h00) Histórias

Palco 1 (22h00) Real Tunel Académico

Dia 21 (Quarta-feira)

Dia 17 (Sábado) 5€

Sensoriais (máximo 15 bebés) Palco 1 (22h00) Tony Carreia

Palco 1

Dia 20 (Terça-feira) Palco Luz (14h30) Atelier Culinária

(22h00) TZ Music Palco Luz (22h30) 4ª FNAC: ATIC


Jornal do Centro

FEIRA DE SÃO MATEUS 2013 | ESPECIAL 27

15 | agosto | 2013

“Eu quero que a feira se reinvente, que vista as roupagens do século XXI” É uma grande responsabilidade, mas muito gratificante. Acho que a Feira de São Mateus tem alma e desde que entrei vim convencido de que era necessário dar brilho ao evento e de alguma maneira recuperar o entusiasmo de outros tempos. Os viseenses já sentem a feira como sua, muitos ainda recordam o primeiro brinquedo que lá compraram, ou as diversões onde andaram. Quando vim para a Expovis foi com a vontade de criar a marcar São Mateus e isso foi conseguido, está registada. Estar à frente deste projeto é entusiasmante, mas não deixa de criar, a cada ano, a ansiedade de começar. Que formas foi encontrando para tornar este evento, ainda mais viseense e com mais “alma”?

A Feira de São Mateus passou ao longo da sua história por algumas crises. O grande medo, para mim, era que a feira se desacreditasse e isso não podia, nem pode acontecer. E eu acredito que a Feira de São Mateus não pode cair num processo de autocontemplação, porque se isso acontecer a Feira vai acabar por cair na rotina e numa degradação que leva ao descrédito. E depois há que discutir o que é a tradição. Quando entrei percebi que a alma da feira tinha que ser avivada, pois há lugares e acontecimentos que podem dar “novos ares”, contemporaneidade, modernidade, mas sem lhe mudar a essência. Foi por causa disso que pensámos em juntar vários conceitos: Viseu, festa, diversão e modernidade. E foi Publicidade

por exemplo, que há muitas gerações de emigrantes que têm outros compromissos e que já não podem ficar até 31 de agosto, o limite é muitas vezes o dia 15. Temos sentido isso mesmo, os emigrantes da Beira Alta gostam da Feira de São Mateus. E claro que se tivermos mais gente, é melhor para nós.

também por isso que achámos que o símbolo deveria ser um octógono, pela proximidade que tínhamos com a Cava de Viriato e historicamente a Feira realiza-se na zona da Cava do Viriato. E é preciso passar a fronteira da [Serra da] Estrela e do Caramulo. E isso está a ser conseguido?

Eu tenho essa convicção. A forma de comunicar a feira alterou-se, hoje temos outros meios e ferramentas para a divulgar. Ainda estamos a dar passos, porque não podemos dizer que está tudo bem. A utilização das redes sociais, a capacidade que fomos conseguindo para a feira ser apelativa para os grandes meios de comunicação social, é um trabalho que está a ser desenvolvido. E hoje podemos dizer que a Feira não passa despercebida às televisões e jornais nacionais. A Feira está a sair de Viseu?

Sem dúvida. A Feira está a ser comunicada em Faro, no Minho. Como dizia, temos que passar para além das Serras, temos que alargar horizontes. E a interioridade esbate-se quando temos força para passar estas “fronteiras” e esta foi uma atitude que tivemos, levar o nome da Feira de São Mateus o mais longe que conseguimos. Mas temos consciência de que não está tudo bem. O que é que não está bem?

Primeiro as mentalidades, a atitude. Somos uma empresa [Expovis] muito pequena, é evidente que nos socorremos a outras empresas, que com parcerias nos ajudam a construir o que

Micaela Costa

Como é estar à frente de um projeto com mais de 600 anos?

Passadas 621 edições sente que a Feira precisa de se reinventar?

A José Moreira, presidente da Expovis achamos que deve ser feito. Não há atitude de descrença, a convicção está cá. E, aliás, percebemos que a Feira de São Mateus não é única, e sabemos que há projetos que embora não tenham tanta história, estão muito bem posicionados e isso leva-nos a ter que trabalhar de forma a marcarmos a nossa posição e sermos competitivos. Mas é claro que nos faltam meios, nós não vivemos de dinheiros públicos, vivemos do dinheiro do público e é por isso que a nossa espectativa é muito grande quando organizamos tudo isto. E de que forma é que este evento é organizado?

Quando acaba uma edição, começamos logo a trabalhar na próxima. Temos uma equipa pequena, mas que trabalha para que tudo funcione bem. Começamos a delinear muita coisa em outubro/novembro, fazemos uma reflexão de como tudo correu. Há um lema para nós: a feira nunca é ao gosto do gerente executivo, é ao gosto de quem vem. Fazemos sempre um estudo para perceber o que as pessoas gostam, e claro que sa-

bemos que o que se repete muito, cansa. E eu defendo que a programação deve ter coragem de passar fronteiras, o nacional é bom, mas a Feira de São Mateus merece outros nomes, que tenham qualidade, e a qualidade não está só em Portugal, é importante que a internacionalização esteja presente. Mas para isso acontecer sabemos que é preciso que haja dinheiro, e os bilhetes a 2,50 euros não nos possibilitam grandes voos, uma banda internacional custa muito dinheiro e no nosso recinto colocamos cerca de 30 mil pessoas. Temos que pensar que é preciso fazer alterações no espaço, para que nos possibilite trazer umas 50 mil pessoas, nem que seja noutro local da cidade. Há alterações que têm que ser feitas?

Sem dúvida. Desde espaço, divulgação, bandas a trazer e preços. O facto de terem alargado a duração da feira faz parte dessas alterações?

A antecipação da abertura da feira é para possibilitar a que mais viseenses possam ter acesso à festa. Sabemos,

A Feira de São Mateus tem que se reinventar todos os anos. Temos trabalhado nisso, na inovação e na criação de atividades novas. Eu quero que a feira se reinvente, que vista as roupagens do século XXI. A feira é filha de uma comunicação dos meados do século passado, mas tem que se modernizar, temos que usar linguagens mais apelativas. Temos que perceber que os jovens, os adolescentes, os adultos, têm que encontrar algo de interesse e eu acho que a programação é um aliado fundamental para chamar mais gente. O facto de ter várias atividades culturais e desportivas marcam essa intenção de mudança?

O grande objetivo é sobretudo alargar horizontes. E este ano temos uma novidade, “A Mostra Beirã”, onde incluímos vários municípios, esta é a tentativa de envolver toda a gente na feira e voltar á géneses da Expovis, que é a de representar uma região. Não podemos circunscrever-nos a Viseu, temos que chamar outros locais, temos o vinho, a maçã, o queijo e tantos outros produtos que têm que ser potencializados. Quere-

mos ser grandes e para que isso aconteça temos que empurrar barreiras. A heterogeneidade da Feira abrange muitas áreas. Desde o Festival Aéreo, a Exposição da Encontrarte, a concentração Motard, e tantos outros projetos, como os eventos desportivos que com o apoio das associações ajudam a que tudo seja possível. Mas por vezes as pessoas não sabem isso e aqui voltamos ao défice de comunicação, que sabemos que às vezes não funciona. Espectativas para mais uma edição?

As expectativas são as maiores. E em nome de toda a equipa e de todos os viseenses acredito que merecemos que corra sempre pelo melhor. E para que isso aconteça o mérito também é de todos os que nos ajudam e sobretudo dos expositores e feirantes. E até as centenas de jovens que ganham na feira o seu primeiro ordenado, merecem o nosso reconhecimento. E espero que todos os feirantes façam bons negócios e que quem nos visite saia de Viseu contente. De que forma convidaria as pessoas a virem à feira de São Mateus?

Com a expressão que nós usamos muito: venham todos! Porque se vierem, vão encontrar…

Muita música, boas tasquinhas, boa comida, e bom ambiente. Estão criadas as condições para que se sintam bem e que no final destes dias recordem com alegria mais uma edição da feira de São Mateus.


Jornal do Centro

28 ESPECIAL | FEIRA DE SÃO MATEUS 2013

15 | agosto | 2013

Opinião A Feira de S. Mateus – Percurso longo e irregular Ao findar o século XIV o reino de Portugal tinha as suas fronteiras definidas apesar das monarquias feudais de Portugal e de Castela, num continuado desassossego dinástico, intentarem, cada uma delas, o governo sobre as duas nações que verdadeiramente se construíam ainda como pátria. Transformações de natureza técnica ocorridas nos domínios das tecnologias ligadas à agricultura, ao comércio, aos transportes por terra e por mar haviam originado ao tempo uma Europa diferente onde os grandes mercados da Flandres e de Champagne se iam tornado grandes entrepostos de mercadorias. Portugal não ficava estranho a muitas das alterações que aconteciam na larga Europa apesar das mesmas não se terem reflectido no quadro das indústrias transformadoras onde permanecia um artesanato incipiente que garantia o abastecimento autárcico e se oferecia como mercadoria em feiras e mercados (açougues ou fangas) de âmbito regional. Iniciara-se no século XIII, com D. Afonso III, uma activa criação de feiras e é este rei quem vai conceder, em 1273, carta de feira à vila de Trancoso, documento que sofreu algumas alterações no reinado de D. Dinis, ganhando foros de paradigma, isto é, tornou-se modelo, com suas regalias e privilégios, para a concessão de muitas das cartas de feira que a seguir foram outorgadas, o que veio a acontecer com a feira franqueada de Viseu criada através de carta de D. João I, dada em Viseu a 10 de Janeiro de 1392, provavelmente ainda no quadro das Cortes que o rei faz reunir na mesma cidade no mês de Dezembro. É com os reis da dinastia de Avis que se incrementam as ditas feiras franqueadas, Publicidade

raras até ali, talvez porque os mesmos vissem nessa fórmula uma das maneiras de incentivar o comércio já que vendedores e compradores ficavam isentos, com tal prerrogativa, de todos ou alguns dos pesados impostos que sobrecarregavam a deficiente economia do tempo. Sabemos que para a feira franqueada ou franca de Viseu se estabelecia uma data, Santa Cruz de Maio, dia 3, ao caso, e que deveria durar um mês, devendo realizar-se todos os anos. O documento não lhe estabelecia um lugar querendo com tal significar que se realizaria dentro da cidade como foi costume até essa altura, só mais tarde se passando a optar, pelo menos em alguns casos, pelos arrabaldes. Será ainda D. João I quem irá deslocar a feira para o sítio dito Vila Nova, um topónimo impossível de fixar, mas que certamente ficava já dentro dos muros da Cava, mais para os lados Nascente e Sul, junto à importante via de circulação que a atravessava na direcção do arrabalde da Ribeira onde existia ao tempo uma capela dedicada a S. Jorge cuja data festiva ficou a condicionar o tempo da feira. Ignora-se se D. João I terá isentado ou não os feirantes do imposto da meia sisa (pesado imposto sobre quase tudo o que se comprava e vendia), mas é de crer que sim, dado que os Procuradores da cidade solicitaram a D. Duarte, nas Cortes de Évora de 1435 e 1436, isenção da meia sisa (alegando provavelmente anterior situação), petição que o monarca não atendeu, apesar de rogado enquanto filho de Viseu. A feira franca de Viseu deixou de realizar-se durante alguns anos, o que não é de estranhar mercê de virtualidades de guerra, pestes ou outras, o que aconteceu com muitas outras feiras.

Será o Infante D. Henrique, duque de Viseu desde 1415, que requererá de D. Afonso V, através de D. Pedro seu irmão e Regente na menoridade do sobrinho, a restauração da feira, o que veio a acontecer em 22 de Fevereiro de 1444 com a carta do rei escrita em Évora. A nova feira realizar-se-ia de 12 a 28 de Outubro, à volta da festa de Santa Iria e a mesma gozaria agora dos mais amplos privilégios que haviam sido outorgados à feira de Tomar criada em 1420 por D. João I a favor do mesmo Infante e que a partir de então se tornará modelo para as cartas régias de concessão de feiras, quadro jurídico de que os reis portugueses nunca abdicaram. O Infante ficava também autorizado a utilizar os proventos do aluguer das boticas ou tendas na sua Capela no Mosteiro da Batalha. Quando o Infante morre, em 1460, a feira é deixada, em testamento, por herança, ao Cabido da Sé de Viseu (a de Tomar aos Freires da Ordem de Cristo) com a condição de que em todos os sábados se rezasse uma missa por sua alma na capela de S. Jorge, no lugar da feira. Não soube o Cabido gerir os destinos da feira. Intentou mudança de data para dia de Todos os Santos (Carta de D. Afonso V, de 1471), mais tarde, já com D. Manuel, intentou e conseguiu mudança da mesma para dentro da cidade (Carta de D. Manuel de 1501). Tudo em vão. E alegando que a Capela estava arruinada, passou o Cabido a celebrar a missa por alma do Senhor Infante numa Capela da Sé, missa cujo estipêndio teve de ser depois pago pelo rei, mais tarde pelo almoxarifado já que da feira não traziam rendas, decadente que a mesma se encontrava. Não sabemos quando é que a feira se reorganiza. Provavelmente no decurso

do século XVII isso acontecerá, mas então será já o Senado Municipal, a Câmara, através dos seus vereadores, a conduzir o destino da feira. E o lugar de eleição passou a ser o amplo Rossio da Ribeira que havia sido adquirido, com o da Balsa, o de Mansorim e o de Santa Cristina no ano de 1511. Mas do atribulado século XVII não existe documentação que autorize qualquer pronúncia para além da notícia que Manuel Botelho Ribeiro Pereira dá nos seus “Diálogos” (1630), referindo que a mesma se faz junto à Capela de S. Luís, nessa altura já por ocasião da festa de S. Mateus. Não já assim no século XVIII quando as actas da Câmara bastas vezes se referem à feira estabelecendo os preços dos cobertos, do chão, dos vendedores ambulantes, criando um quadro jurídico amplo que regulava também as infracções, os roubos, a permanência dentro ou fora das tendas, particularmente à noite. O Cura que em 1758 responde ao inquérito do Marquês (Memórias Paroquiais) é, nos parece, demasiado prolixo quando se refere à feira que tem seu lugar no terreno arborizado atrás da Capela da Senhora da Conceição e suas imediações (ali seriam mandadas cortar mais tarde umas carvalhas que ameaçavam cair, de tão velhas) dizendo que ali acorriam mercadores de muitas nações, quadro excessivo, e onde, numa casa que a Câmara mandara fazer num sítio próximo onde hoje pousa a Casa da Ribeira estanciavam dois vereadores durante o tempo da feira no primeiro piso servido por escada, dando despacho às necessidades dos feirantes, enquanto as lojas do piso inferior se alugavam a mercadores de grande porte para as suas bestas. O século XIX manterá o mesmo quadro, apenas se

alterando, como sempre foi acontecendo, a natureza das mercadorias que se ofereciam, principalmente agora quando uma revolução industrial ainda que embrionária se ia revelando, quando as estradas se melhoravam também com pavimentos, pontes, segurança, por mais que chegassem ao tempo os trajectos das vias romanas antigas Quem observar uma histórica fotografia dos finais do século XIX ou dos inícios do XX verá que o espaço físico da feira se mantém no Rossio da Ribeira onde os carpinteiros da Câmara, em cada ano nomeados, constroem abarracamentos de madeira de pinho muito frustes para os mercadores que habitualmente as frequentam ou de novo requerem presença. Será já num século XX adiantado que a velha feira franca que popularmente assim se conhecerá até bem para além de meados do século, sofrerá mutação de valia ganhando foros de festa. Mas é lento o caminho anunciado com os modernos cartazes de 1929 (o primeiro conhecido) e de 1930 por trás dos quais deve ter estado Almeida Moreira. O Programa da Feira desse primeiro ano, 1929, estampado em duas amplas folhas brancas, dá conta da sua duração entre 10 e 30 de Setembro. E o que o Programa salienta é o Concurso das barracas com prémios para as mais artisticamente ornamentadas, as Exposições pecuárias de gado bovino e galináceos, a Exposição de produtos agrícolas, frutas, cereais, lacticíneos, produtos hortícolas, mel e cera, casulos e fios de seda. Como diversão o Concerto pela Banda de Infantaria 14 e os jogos de futebol no estádio pelado do Fontelo. Será já nos anos trinta que a feira ganhará mais denso corpo de festa. Ali se im-

Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com

plantará um Pavilhão de Direcção e bem pobres são os primeiros, o Turismo, ainda nascente. Aparecerá depois o Pavilhão Provincial coetâneo da Grande Exposição do Mundo Português que tem ecos regionais. E a Avenida do Rossio, que seguia do grande e ilusório pórtico de entrada (alguém os evoca, embevecido), ao fundo da Av. Emídio Navarro, no término da ponte, até ao edifício da Estação eléctrica, tornou-se o primeiro “picadeiro”, a única rua iluminada por muitos anos, quando já alguns carrosséis se instalavam no recinto. Inimaginável o caminho que a Feira levou nos últimos anos. Só pode ter-se percepção de tal quando comparada, tanto quanto se pode com a documentação iconográfica de alguns anos atrás, com os registos das mercadorias apresentadas, com a natureza de um povo que só a emigração dos anos sessenta e a Revolução de Abril começam a trazer para a modernidade. Tornou-se agora gigantesco o Terreiro da Feira. Cidade se tornou nessa ampla topografia. Requerida por feirantes que ali têm assento lucrativo durante quarenta dias. Feira ainda do povo, não já só do povo, todavia de um povo diferente que a ela acorre, que reclama e isso se torna natural, cada ano melhor. Feira de memória, de chás dançantes no Pavilhão dos Bombeiros, do Picadeiro que há pouco havia entre o Norte e o Sul, feira que se tornou imaginário mas que é activo corpo em cada ano e melhor será em cada ano. Viseu, 10 de Agosto, segundo dia da Feira, 2013.


Jornal do Centro

FEIRA DE SÃO MATEUS 2013 | ESPECIAL 29

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Micaela Costa

hoje tenho 73. Já me sinto viseense”

Não há feira sem fartura, assim como não há Feira de São Mateus sem Augusto Oliveira. Mesmo em frente ao Palco Principal, é impossível não ficar deliciado com o cheiro a farturas. Se seguir o rasto vai encontrar, com toda a certeza, a “família de farturas” mais emblemática da feira. A família Oliveira é das mais antigas a frequentar a Feira de São Mateus. Augusto Oliveira, que começou a participar no certame quando tinha apenas 9 anos, é hoje o comandante deste navio familiar. Inicialmente acompanhava a mãe e hoje, aos 73 anos, é ele quem coordena a empresa. Augusto Oliveira, que reside em Marco de Canaveses, com mais de 60 anos de Feira de São Mateus, diz que já se sente viseense e não é parco em elogios à cidade que desde cedo o recebeu. “Desde os 9 anos que venho para a feira, hoje tenho 73. Já me sinto viseense”. “Gosto de Viseu, a cidade é bonita e desenvolveu-se de forma ex-

A Augusto Oliveira | Farturas traordinário. As pessoas são hospitaleiras e é por isso que ainda tenho gosto em vir até aqui”. Se pensa que por ali só se servem farturas, fique a saber que não é bem assim. O Sr. Oliveira, como todos carinhosamente o tratam, é dono de muitas histórias que, segundo o próprio “seria preciso um ou dois dias para contar”. E a verdade é que há 65 anos que Augusto Oliveira marca presença na feira. Marca ele e agora o filho, António Oliveira, que mais à frente também tem um pavilhão de farturas. Augusto Oliveira, patriarca da família, ainda recorda a antiga feira, “um espa-

ço pequeno”, que “nada tinha a ver com o de agora” e entre contas e recordações sublinhou que “há dez anos que vim para o local onde estivemos pela primeira vez há 65 anos”. Na empresa da família Oliveira trabalham 50 pessoas, “somos o maior empregador da Feira”, referiu. “O núcleo duro da empresa são 6 ou 7 pessoas, as restantes são de Viseu, muitos deles jovens”. Conhecido por todos os que passam pela feira, Augusto Oliveira, tem a certeza que só vai deixar Viseu, “quando já não houver forças”, até porque “a feira é a rainha das feiras de Portugal”.

Micaela Costa

“Já tenho muito de Viseu” São mais de 57 anos de lembranças. Aurora dos bordados, como todos a reconhecem, vinha com a avó quando tinha apenas cinco anos. Hoje, com 62, afirma com orgulho que já tem muito de Viseu. “Venho aqui há tantos anos que já tenho muito de Viseu”. Mas as lembranças não são só de Aurora, enquanto conversávamos, uma cliente comprava uns corações bordados. A meio da conversa dizia-lhe “eu conheço a senhora há muitos anos, foi a senhora que me bordou o enxoval”. Aurora, com feição ternurenta, encolheu os ombros e sorriu. Reconhece que outrora a feira era diferente, hoje “é mais comercial, o artesanato está a perder-se”. Lembra que já passou momentos menos bons, quando a “transferiram” das barracas de pedra, para o local onde se encontra hoje. “Quando mudei para aqui não gostei muito, lá estava melhor. Mas já me habituei e apesar de tudo continuo a estar aqui porque esta feira me diz muito”.

A Aurora Assis Rego | Bordados A mocidade foi passada em Viseu e depois de tantos anos, além dos clientes, criou bons amigos. A Marta, que se for ao stand vai certamente encontrar, é prova disso mesmo. Aurora conheceu os pais de Marta na Feira de São Mateus, passados mais de 20 anos, a amizade ficou e não há ano em que Marta, que começou a ajudar Aurora aos 14 anos, não venha “dar uma mãozinha, ou um ombro amigo quando é preciso”, afirmou. Para Aurora, que é natural de Amarante, “a feira tem algo de sentimental”. Aprendeu a bordar aos 6 anos, com a avó e desde então sempre trabalhou no ramo. “Estive para mudar de área mas al-

gumas infelicidades da vida levaram-me a agarrar o que sabia fazer melhor, os bordados. Hoje, é esta a minha vida”. Quando lhe perguntamos se o público adere a este tipo de artigos afirma que sim. “Ao longo dos anos os mais jovens foram percebendo que os bordados podem ser aplicados nas mais variadas situações, em vestidos, lençóis, cortinados, toalhas e já vão pedido e achando piada”. Enquanto “desfolha” o livro de memórias lembra que foram muitos os artigos já bordados, entre eles uma toalha que pode ser vista na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Viseu.

E se a fome apertar, e perguntar onde pode ir comer, é certo que um dos nomes que lhe vão indicar é o restaurante Delfim. Do rancho, à dobrada, do arroz de feijão aos grelhados, quem conhece não falha e quem não conhece tem que se apressar a sentar-se à mesa, até porque as iguarias não acabam por aqui. O bacalhau à lagareiro ou cozido, assim como o polvo, são outros dos pratos tradicionais que se servem num espaço que alberga mais de 200 pessoas. António Delfim, ou como é conhecido por todos, Delfim, marca presença na Feira de São Mateus, há 23 anos. Hoje, orgulhoso do seu espaço amplo, recorda com saudade o tempo em que “tinha uma tasquinha”, onde se serviam apenas petiscos. “Comecei com uma tasquinha, um pouco por brincadeira”. Mas o gosto pela restauração falou mais alto e quando se apercebeu de que os fregueses eram Publicidade

Micaela Costa

Histórias de quem faz a história da feira de São Mateus “Desde os 9 anos que venho para a feira, “Faço a Feira há 23 anos”

A António Delfim | Restauração muitos, pôs maus à obra e alargou o espaço. “Hoje tenho uma estrutura criada unicamente para a Feira de São Mateus e que oferece condições a todos os que nos visitam e onde trabalham mais de 30 pessoas, muitas delas jovens estudantes”. Curiosamente esta não é a ocupação, de todo o ano, de Delfim. É no ramo dos lagares de azeite que passa a maior parte dos seus dias. Mas quando chega agosto, a Feira de São Mateus fala mais alto e é raro o dia em que, se for ao restaurante Delfim, não se cruze com o

proprietário de 61 anos. Quando lhe perguntamos porque se meteu nestas andanças a resposta é rápida a sair: “Sou filho de taberneiros e a restauração é um gosto”. É um gosto tão grande que nas rédeas do assador fica ele mesmo. “Os grelhados sou eu que faço, os temperos são da minha autoria”. Gabado o cozinheiro é hora de provar o petisco. O restarante Delfim, situado nas traseiras do palco principal, está aberto todos os dias e serve almoços das 12h00 às 15h00 e jantares das 19h00 às 22h00.


D Tony Carreira na Feira de São Mateus

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culturas expos

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O cantor português, sobe ao palco das festas da cidade sábado, dia 17. O concerto de Tony Carreira é um dos mais aguardados do certame

Arcas da memória

Destaque

MEMÓRIAS DA RIBEIRA VILA NOVA DE PAIVA ∑ Auditório Municipal Carlos Paredes

Até 3o de agosto, a exposiçãode fotografia, “Rios de Vida”, de João Cosme OLIVEIRA DE FRADES ∑ Museu Municipal

que resulta de um conjunto de trabalhos realizados por diversas escolas de cinco municípios VISEU ∑ Galeria de Exposições do IPDJ

Até 31 de agosto, a exposição exposição de artes plásticas “Arte Nostra Damos”

SÁTÃO ∑ Casa da Cultura De 4 a 31 de agosto a mostra de artesanato (tapeçaria, arraiolos, madeira, rendas de bilros, cestaria e artesanato urbano), de vários artesãos do concelho de Sátão

DR

Até 31 de agosto, a exposição ““Um Rio Com Vida”

Pintura ao ar livre no centro histórico Palcos Livres∑ Evento traz à cidade arte, música e animação A Viseu Novo, no âmbito do Evento “Palcos Livres: (RE)CENTRAR O CENTRO”, que teve início a 2 de agosto, tem vindo a organizar diversas sessões de “Pintura ao Ar Livre no Centro Histórico”. A iniciativa, que conta já com a sua 2ª edição, decorre todos os sábados até dia 7 de setembro. Para além de captar a atenção da população pela arte e dar a conhecer o talento dos pintores residentes no distrito, a iniciativa procurando sensibilizá-los para que, de forma gradual, possam vir a adquirir o gosto voluntário por pintar na rua, de modo a estabelecer a interação ime-

diata, entre o artista e o público. Para além da pintura ao ar livre, os “Palcos Livres” têm na sua programação muitas outras atividades. Sexta-feira, dia 16, o Teatro mais Pequeno do Mundo regressa a Viseu, mais propriamente à Praça D. Duarte pelas 21hoo. A peça repete-se no sábado à mesma hora. Ainda na sexta uma performance audiovisual, de Filipe Lopes, pelas 21h30. “No meu Tempo”, é uma mistura de som e imagens que refletem sobre a identidade da cidade. Pelas 22h30, no Palco D. Duarte, música ao som de Carlos Peninha e José Car-

doso, duas vozes, duas guitarras. Também às 22h30, mas no Palco 4 Esquinas, um workshop de Da nças Europeias com a professora Eva Parmenter (repete sábado à mesma hora). Pelas 23h00, Ritmos Tradicionais, com Gaita-defoles, com início no Palco do Adro e no Palco 4 Esquinas, danças europeias. No sábado, pelas 21h00 um circuito com recitais de música pelas capelas da cidade (Capela de St.º António, Capela de São Sebastião, Capela da Nossa Sr.ª dos Remédios, às 21h30, 22h15 e 23h respetivamente.

Mestres da ilusão (M12) (Digital)

(dom. e 5ª), 14h30, 17h30 Os Smurfs 2 (M6) (Digital)

roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 13h50, 16h20, 21h20, 23h50* Os Smurfs 2D (M6) (Digital)

Sessões diárias às 14h20, 16h40, 19h00, 21h50, 00h15* Aviões VP (M6) (Digital) Sessões diárias às 13h40, 16h10, 18h45, 21h30, 00h10* Elysium (CB) (Digital)

Sessões diárias às 13h30, 15h55, 18h10 Gru o maldisposto 2 2D (M6) (Digital) Sessões diárias às 21h10, 00h00* Wolverine (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h40, 17h00, 19h20 Turbo 2D (M6) (Digital) Sessões diárias às 21h40, 00h20*

Sessões diárias às 14h30, 16h50, 19h10, 22h00, 00h30* A Gaiola Dourada (M12) (Digital)

PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 11h00 (dom. e 5ª), 14h00, 16h25, 18h45, 21h20, 23h40 Aviões VP (M6) (Digital) Sessões diárias às 11h10

Micaela Costa

Sessões diárias às 21h10, 23h50 Wolverine (M12) (Digital) Sessões diárias às 13h50, 17h00, 21h00, 00h00 O Mascarilha (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h40, 17h05, 19h30, 21h55, 00h20 Red 2 - Ainda mais perigosos

Isto se passa com a Ribeira do Pavia que margina, indo de Nascente a Poente a cidade de Viseu. Não é sulcada por navios, a Ribeira, as suas águas não vão directamente para o mar, não conduz a sonhos como aqueles que no Tejo se embarcaram nas antigas naus. Como o Tejo em Lisboa também a Ribeira de Pavia se carrega de memórias desde as poéticas ninfas das suas margens que João de Pavia (1635) nos descreve amargamente chorando às ordens da divindade das águas fazendo com seu gesto situar na colina a cidade que humildemente vegetava na planície. Memórias efabuladas trazidas por Botelho Pereira (1630) que ali traz, nas manhãs húmidas do solstício de Verão, as Mestras, esquisitas mulheres de virtude, que prometem curas de maleitas. Memórias das eternas lutas dos homens pela posse da água eternamente lustral e redentora, moleiros e camponeses dirimindo razões de que eco ficou, com laivos de lenda, nas Cavalhadas festivas do início do Verão. E os moinho antigos, e as azenhas, azeite e pão. E as hortas regadas. E os bordalos da Ribeira que Botelho Pereira, cronista da urbe tanta vez provou. E as lavadeiras e as suas horas demoradas,

(M12) (Digital)

Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com

os cantos delas misturados com o coaxar das rãs, a roupa branca a corar, e José Branquinho que as cantou em redondilha, “as formosas lavadeiras”. E Tomas Ribeiro que também foi versejador. E “as barcas da Tia Cristina e da Tia Rita” que José Madeira celebrou, corridas a remo e à vara até ao aventuroso e fundo Poço do Nicolau. E a Feira Franca no terreiro, o já antigo Rossio da Ribeira, carvalhas antigas fazendo sombra aos homens e ao gado e a Ponte de Pau e as poldras de atravessar, e a capelinha que houve dedicada a S. Luís e a Capela nova da Senhora da Conceição. E Aquilino Ribeiro e outros rapazes a que puseram, por chalaça, a caçar, à noite, gambozinos. E o Chico da Ponte com sua Estalagem. E a Casa da Ribeira de que ninguém soube contar ainda a sua história. À beira da Ribeira. Quem poderá dizer que não é rica a história da Ribeira? O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele. Assim reza o belo poema que Alberto Caeiro assina.

Estreia da semana

Sessões diárias às 13h40, 16h10, 18h40, 21h40, 00h15 Percy Jackson e o Mar dos Monstros (M12) (Digital 3D) Sessões diárias às 11h20 (dom. e 5ª), 14h10, 16h30, 19h00, 21h30, 00h10 A Gaiola Dourada (M12) (Digital 3D)

Legenda: *sexta e sábado; **exceto sexta e sábado

Percy Jackson e o Mar dos Monstros – Continua a saga épica de um semideus para cumprir o seu destino. Para salvar o mundo, Percy e os seus amigos têm de encontrar o fantástico e mágico Velo de Ouro.


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culturas

D Rui Veloso no Sátão

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As festas de São Bernardo, no Sátão, recebem o cantor de rock potuguês Rui Veloso, segunda-feira, dia 19

O som e a fúria

Destaque

Música no Forum Viseu Maria da Graça Canto Moniz

Street art

DR

As quartas-feiras no Forum Viseu ganham agora mais ritmo. Durante o mês de agosto, e naquele dia da semana, sobem ao palco do espaço comercial vários nomes ligados à música. Na próxima quartafeira, dia 21, nos comandos da cabine o Dj Raphael Sapalo. O viseense volta a estar presente na animação de verão no Forum Viseu, depois de ter estado na abertura do evento, no passado dia 7.

Esta iniciativa, com noites de música, é prom o v i d a p e l o Fo r u m

Viseu e é uma aposta na oferta de atividades de lazer direcionadas para

os visitantes. Micaela Costa

Teatro O novo espectáculo do Teatro Mais Pequeno do Mundo regressa a Viseu, sexta-feira e sábado (dias 16 e 17). Durante dois dias, a Caravana Penélope vai estacionar na Praça Dom Duarte, com as suas portas abertas a partir das 21h00 para que o público viseense embarque na viagem que é “MicroFénix”. O novo trabalho artístico que estreou em Lisboa no “Festival Aoarlivre”, do Teatro Maria Matos, consiste num espetáculo de cinco pequenos momentos teatrais e musicais que convidam o público a experienciar a Caravana Penélope, espaço/palco deste projeto, de diversas perspetivas e formatos. Renovar, reinventar, renascer, reciclar e recriar, são os verbos que povoam toda a narrativa deste espetáculo, que apresenta men-

DR

O Teatro mais pequeno do mundo entaciona em Viseu

sagens do passado, que se revêem no presente e que pretendem deixar ideias para o futuro. Desenvolvido por actores, músicos e dramaturgos, os contos miniatura de “MicroFénix” têm como fio condutor uma delicadeza absurda, uma visão surrealista e uma conceção insólita. Adão e Eva, A Escola ao Contrário, A Casa no Meio da Estrada, o Tele-

móvel que caiu na sanita, Dinheiro debaixo do colchão são algumas das pérolas preciosas que se podem encontrar dentro, à volta e por cima da Penélope A Caravana. Ao longo dos vários contos o público será convidado a regressar à ideia de comunidade, à casa sempre aberta, à mesa rapidamente posta que oferece pão, um copo e até melancia.

O ator Graeme Pulleyn é o responsável pela coordenação do projeto. Da equipa de criação e interpretação fazem ainda parte os artistas Ana Bento, Fernando Giestas e Sónia Barbosa. Criado por Graeme Pulleyn, O Teatro Mais Pequeno do Mundo aparece na sequência do projeto de reinserção social Humanizarte, promovido pela Associação Balsa Nova. Junta artistas profissionais com voluntários na construção de um teatro, a partir de uma comum caravana e nos espetáculos que nela são apresentados. O Teatro Mais Pequeno do Mundo recebeu, no dia 21 de jun ho, o Prémio João Tor to (E mp ór io/G ICAV), por ser o projeto “mais audaz dentro do Sector Cultural e Criativo de Viseu”.

S e r á q u e a “modernidade” de uma cidade é passível de ser medida de alguma forma? Se for, a arte de rua (ou street art) será um possível medidor. Mas, atenção, a street art não são esses graffitis que andam por aí dispersos e com cores curtidas pelo sol. Não, é uma forma de intervenção num determ inado espaço – a cidade – que reúne duas características muito queridas aos nossos tempos: é pop e cool. Esta corrente artística serviu que nem uma luva para as urb e s p ó s -m o de r n a s meias moribundas e estéreis, nas quais vivem multidões e não pessoa s , espect ros e não homens. Num documentário que vi há pouco tempo sobre um conceituada artista (o Banksy) ali se explica a intenção: reanimar e reabilitar o espaço urbano que, na opinião daquele, é um cemitério. Como? Provocando e manipulando as emoções das pessoas cercadas por u m quotid ia no de rotinas com inst a l açõ e s s u r pre en dentes e chocantes. Na e r a d a c o m u n i cação em que v ive -

mos e em que todos os d i a s somos conf r o n t a d o s c o m e xcesso de i n for m ação e publicidade, o olhar de Banksy oferece 87 m inutos de u m a v isão d ist i nta sobre o verdadei ro valor da arte no território da “street culture”. “Exit Through the Gift Shop” foi indicado para os Óscares , em 2 01 1 , n a cate g o r i a d e M e l h o r Documentário, sem ter vencido. Va le a pena ver o documentá rio por uma razão: Banksy é um fenómeno, e, caramba, tome isso no sentido que bem entender porque a afirmação continuará válida. É um fenómeno por ser um dos maiores nomes da arte no século XXI, por ser u m a sí ntese de u m momento e de u m contexto, por ser ousado e contemporâneo, por falar de política, ambientalismo e coisas à la século vinte e um e, ainda que às vezes não expresse nada de relevante, mesmo assim conseg ue chamar a a te n ç ã o e a t r i b u i r um sentido à sua a r te. Di ria mesmo que Banksy é o Andy Wa rhol l rei nvent ado.

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em foco

Paulo Neto

Sernancelhe - Centro Interpretativo da Faia


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em foco Centenas com os olhos postos no céu

Micaela Costa

Decorreu no domingo, dia 11 , mais uma ediç ão do Fe st iva l Aére o de V i seu . O evento, organizado pelo Aeroclube de Viseu contou com a presença de centenas de curiosos que durante toda a tarde de domingo não tiraram os olhos do céu. Entre acrobacias e demonstrações, a festa aeronáutica voltou a ser um sucesso.

Decorreu de 7 a 11 de agosto, junto aos Paços do Concelho a 4.ª edição da Mostra de Saberes e Sabores de Penedono. Com a realização desta mostra a Câmara Municipal de Penedono pretende evidenciar as características do artesanato e da doçaria regional, áreas sobre as quais recai a responsabilidade de espelhar e promover a cultura e identidade de um povo. De destacar a atribuição da Medalha Municipal de Mérito Cultural e Desportivo entregue ao artesão Ilídio Serôdio. Foi com grande satisfação e emoção que o presidente da Câmara Municipal de Penedono procedeu a tal homenagem, pois todos reconhecem o enorme empenho, dedicação e carinho que Ilídio sempre dedicou à preservação do artesanato em junça da Beselga.

DR

4ª edição da Mostra de Saberes e Sabores de Penedono


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saúde e bem-estar Opinião

O que rouba a juventude ao sorriso Aprenda a proteger-se Os anos não passam em vão pela nossa boca e começam a notar-se manchas e desgastes. Felizmente, existem técnicas que, em pouco tempo, nos permitem recuperar o sorriso jovial perdido, como é o caso do branqueamento dentário e do recontorno dentário. Mas, para que não tenha de recorrer já a qualquer um deles, protejase, evitando alguns dos problemas dentários que provocam o envelhecimento precoce do sorriso: - Cáries ou a deterioração das superfícies radiculares São muito comuns nos

adultos. É importante lavar os dentes com uma pasta dentária que contenha flúor, utilizar fio dental diariamente e visitar o dentista com regularidade. - Retracção das gengivas, com exposição das gengivas É um fenómeno que se produz com o tempo e como consequência da exposição de dentes que não estão protegidos por esmalte. Estas zonas são propensas à dor causada por alimentos e bebidas frias ou quentes. Em casos mais graves, pode apresentar-se sensibilidade ao ar frio e aos alimentos ácidos e doces. Na presença deste tipo de sensibilidade, pode

utilizar-se uma pasta dentária para dentes sensíveis. Se o problema persistir, há que consultar o médico dentista, pois pode indicar um transtorno mais sério, como cáries ou dentes danificados ou fracturados. - Boca seca Trata-se de uma sensação frequente a partir de certa idade e que pode ser causada pela ingestão de medicamentos ou por certas perturbações médicas. Se não se tratar, pode danificar os dentes. Existem métodos distintos para recuperar a humidade da boca, além de tratamentos e medicamentos apropriados para evitar os problemas relacionados com a

boca seca. António Patrício, pósgraduado em Implantologia, refere ainda outros problemas dentários que envelhecem precocemente os dentes. «O desgaste do esmalte, a pigmentação acentuada, as cáries, a falta de higiene dentária e o tabaco», refere. A cada Idade, sua técnica Aos 20 anos O branqueamento é o tratamento ideal para eliminar a cor amarelada e corrigir alterações de cor provocadas pelo tabaco, café, por uma higiene dentária deficiente ou pela ingestão de determinados medicamentos durante a infância.

Entre os 30 e os 45 anos Através de um tratamento de branqueamento, os dentes que apresentam um perfil muito recto podem ser restaurados de forma a apresentarem um contorno mais harmonioso. O recurso a facetas de porcelana é a melhor alternativa para eliminar as imperfeições. Recobrem a face visível do dente, conseguindo uma cor e uma aparência muito naturais «com a grande vantagem de ser um tratamento rápido e pouco invasivo», reforça António Patrício. Entre os 45 e os 55 anos

Ana Granja da Fonseca Odontopediatra, médica dentista de crianças CMDV Kids - anagranja@netcabo.pt

Branqueamento + recontorno dentário. Esta combinação é a mais adequada para conseguir o rejuvenescimento do sorriso. Os implantes dentários são ideais para repor os dentes perdidos. Os de última geração são mais cómodos e estéticos e podem, em determinadas situações, ser imediatamente colocados dentes fixos provisórios. «O tratamento finaliza-se com uma prótese fixa definitiva ao cabo de três meses, em média», diz António Patrício.


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SAÚDE 35

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36 SAÚDE

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Três novas unidades de cuidados na comunidade já em funcionamento Apoio médico ∑ UCC de Penalva do Castelo, Carregal do Sal e Viseu reforçam a prestação de cuidados de sáude num total de 6 UCC ativas As novas Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) do ACES Dão Lafões já estão em funcionamento desde 31 de julho. Penalva do Castelo, Carregal do Sal e Viseu, têm agora um conjunto de profissionais que trabalham mais próximos da comunidade. Instalada no Centro de Saúde de Penalva do Castelo, a UCC Pena d’Alva tem como coordenador o enfermeiro Luís Filipe Baptista de Almeida e é formada por dois profissionais de enfermagem apoiados por médico, fisioterapeuta, nutricionis-

ta, psicólogo e técnica de serviço social. Com um horário de funcionamento das 8h00 às 20h00, nos dias úteis, a nova UCC tem como área de atuação todo o concelho de Penalva do Castelo, inscrevendo no seu Plano de Ação projetos a desenvolver na comunidade, nomeadamente no âmbito da saúde escolar e apoio à população sénior. A funcionar nas instalações do Centro de Saúde de Carregal do Sal, a UCC Aristides Sousa Mendes integra 3 enfermeiros e é coordenada pela enfermeira Helena Maria da

Cruz Paiva. A equipa conta ainda com a colaboração de médico dentista, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e técnica de serviço social. A nova UCC, que assiste a população de todo o concelho de Carregal do Sal, fun-

ciona das 8h00 às 20h00 e propõe-se intervir, entre outras áreas, em saúde oral e preparação para a parentalidade. Ocupando um espaço próprio no edifício sede do ACES Dão Lafões, na Av. José de Almeida, a UCC

Viseu, coordenada pela enfermeira Maria Fernandes Albernaz, é formada por oito profissionais de enfermagem apoiados por nutricionista, psicóloga, dois fisioterapeutas e duas técnicas de serviço social. Com uma área

geográfica de atuação circunscrita a todo o concelho de Viseu, a UCC funciona das 8h00 às 20h00, abrangendo vários projetos na comunidade, entre os quais no âmbito da intervenção precoce na infância e do apoio a crianças e jovens em risco. Com a entrada em funcionamento destas novas unidades, o ACES Dão Lafões totaliza 6 UCC ativas, reforçando assim a prestação de cuidados de saúde de proximidade à população da sua área geográfica. Micaela Costa


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CLASSIFICADOS 37

15 | agosto | 2013

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38 CLASSIFICADOS

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OBITUÁRIO Maria Eduarda Arrobas Cabral Cardoso das Neves, 69 anos. Residente em Viseu e natural de Angola. O funeral realizou-se no dia 6 de Agosto, pelas 16.30 horas, para o cemitério de Carregal do Sal. Maria de Jesus Ferreira, 84 anos, viúva. Natural de Sátão, residente em Pascoal. O funeral realizou-se no dia 7 de Agosto, pelas 16:30 horas, para o cemitério de Abraveses. Maria de Fátima Abrantes Ferreira de Almeida, 44 anos, casada. Natural de Rio de Loba e residente em Casal de Mundão. O funeral realizou-se no dia 7 de Agosto, pelas 18:00 horas, para o cemitério de Mundão. Bernardino Antunes, 83 anos, viúvo. Natural de Abraveses e residente em Moselos. O funeral realizou-se no dia 8 de Agosto, pelas 16:30 horas, para o cemitério de Campo. Serafim Neves Almeida Santos Pinto, 52 anos, casado. Natural de Povolide e residente em Nesprido. O funeral realizou-se no dia 9 de

Agosto, pelas 18:30 horas, para o cemitério de Povolide. Carminda do Nascimento Marques, 86 anos, viúva. Natural de Tabuaço e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 10 de Agosto, pelas 09:30 horas, para o cemitério de Viseu. Salvina Moreira, 97 anos. Natural e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 10 de Agosto, pelas 15:30 horas, para o cemitério Novo de Viseu. Ulisses Fernando do Couto Sacramento, 90 anos, viúvo. Natural de Lisboa e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 14 de Agosto, pelas 10:30 horas, para o cemitério de Viseu. Arminda de Jesus Fonseca, 81 anos, casada. Natural de Povolide e residente em Moure de Carvalhal. O funeral realizou-se no dia 14 de Agosto, pelas 19:00 horas, para o cemitério de Moure de Carvalhal. António Bernardo Correia Magalhães, 45 anos, casado. Natural de

S. Miguel de Vila Boa, Sátão e residente na Suíça. O funeral realiza-se no dia 18 de Agosto, pelas 16:00 horas, para o cemitério de S. Miguel de Vila Boa. Agência Funerária Decorativa Viseense, Lda. Viseu Tel. 232 423 131

Celeste Rodrigues Coutinho, de 80 anos, viúva. Residente em Vilarinho. O funeral realizou-se no dia 13 de Agosto, pelas 10:00 horas, para o cemitério de Souto de Lafões. José Vasco Pinto Henriques Mouta, de 71 anos. Residente em Couto. O funeral realizou-se no dia 13 de Agosto, pelas 17:00 horas, para o cemitério Pinheiro de Lafões. Agência Funerária Figueiredo & Filhos, Lda. Oliveira de Frades Tel. 232 761 252


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DEscreva-nos para:

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clubedoleitor

Jornal do Centro - Clube do Leitor, Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 3510-028, Viseu. Ou então use o email: redacao@jornaldocentro.pt As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

FOTO DA SEMANA

HÁ UM ANO EDIÇÃO 544 | 177 DE AGOSTO DE 2012 Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

DIRETOR

Paulo Neto

UM JORNAL COMPLETO

Semanário 17 a 23 de agosto de 2012

pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA pág. 06 > ABERTURA pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO pág. 14 > ECONOMIA pág. 16 > DESPORTO pág. 18 > CULTURA pág. 21 > EM FOCO

Ano 11 N.º 544

1,00 Euro

SEMANÁRIO DA

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pág. 22 > SAÚDE pág. 25 > CLASSIFICADOS pág. 26 > NECROLOGIA pág. 27 > CLUBE DO LEITOR

| Telefone: 232 437 461

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- 3500-680 Repeses - Viseu · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP

REGIÃO DE VISEU Novo acordo ortográfico

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www.jornaldocentro.pt |

Viseu lança polémica sobre recolha do lixo Publicidade

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| páginas 6 e 7

Vise espera pelo melhor preço, preço os outros ∑ Enquanto Viseu municípios desesperam... (Polémica dos lixos)

Paulo Neto

∑ “Os CET’s podem ser uma alternativa muito

As mutações de uma lixeira... Quase às costas da residência do autarca Fernando Ruas, esta lixeira de obra sofre cíclicas alterações, sem nunca conseguir deixar de ser a inestética poluição visual que se avista de todas as residências envolventes e do Hotel Montebelo. A força de um empreiteiro... Esta rúbrica está aberta à participação dos leitores. Submeta a sua denúncia para redacao@jornaldocentro.pt

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pragmática para muitos alunos que não concluíram o 12º ano…” (Álvaro Bonito, presidente da ESTGL) ∑ 5 gerações a dar pão a comer aos viseenses (Forno da Tia Adélia, Vildemoinhos) ∑ Pavimentos da zona histórica vão ser recuperados ∑ Vindouro arranca hoje em S. João da Pesqueira ∑ “Casa Arouquesa” é o sexto melhor restaurante do país (Revista Wine) ∑ Casa da Ribeira incentiva conhecimento do artesanato ∑ Em Vila Nova de Paiva confecionou-se o maior gelado de Portugal


tempo

JORNAL DO CENTRO 15 | AGOSTO | 2013

Hoje, dia 15 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 33ºC e mínima de 20ºC. Amanhã, 16 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 27ºC e mínima de 14ºC. Sábado, 17 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 28ºC e mínima de 15ºC. Domingo, 18 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 32ºC e mínima de 15ºC. Segunda, 19 de agosto, céu limpo. Temperatura máxima de 34ºC e mínima de 21ºC.

Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

∑agenda

Olho de Gato

Rendas (#2)

Quinta, 15 agosto

Viseu ∑ Académico de Viseu recebe em casa, no estádio municipal do Fontelo, pelas 16h00, o Braga B, em jogo a contar para a segunda jornada do campeonato da Segunda Liga

Sexta, 16 agosto Armamar ∑ Termina a iniciativa “Feira do livro usado”, que terá lugar nas Piscinas Descobertas, entre as 10h00 e as 22h00 Mortágua ∑ Buraka Som Sistema pelas 23h00 na XXIII Festa da Juventude

Sábado, 17 agosto Viseu ∑ Carlos Clara Gomes atua no Palco das Conchas (Largo da Misericórdia), pelas 22h00

Domingo, 18 agosto Viseu ∑ A 75ª Volta a Portugal Liberty Seguros, termina na Avenida da Europa

∑ O grupo HMB atua na Feira de São Mateus Publicidade

Joaquim Alexandre Rodrigues joaquim.alexandre.rodrigues@netvisao.pt

DR

Mortágua ∑ XXIII Festa da Juventude recebe a banda portuguesa Virgem Suta, pelas 23h00

http://twitter.com/olhodegato http://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

A Sónia Brazão apresenta o evento que decorre sexta-feira, dia 16, pelas 21h30, no Adro da Sé

Gala Comercial homenageia empresa do distrito Distinção ∑ Para além da Volter, também o atual presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas e Américo Nunes, vicepresidente, são reconhecidos no evento Com o objetivo de prestar tributo às empresas do distrito, pelo trabalho desenvolvido e pela referência enquanto associado da Associação Comercial do distrito de Viseu, a associação criou há quatro anos uma Gala do Comércio. Este ano, o evento volta a repetir-se e sexta-feira, dia 16, pelas 21h30 no Adro da Sé, a Associação Comercial do Distrito de Viseu presta mais uma homenagem. Este ano, a empresa distinguida é a Volter Albuquerque & Freitas. No mercado desde 1960, ano em que se tornou associada da Associação

Comercial de Viseu, conta com uma longa experiência na distribuição de equipamentos hidráulicos e eletrónicos produzidos pelas fábricas do mesmo grupo. A e s col h a d a Volter prende-se com “a grandiosidade da empresa, pelo trabalho desenvolvido e pelo dinamismo, da empresa e do empresário responsável”, como explicou Gualter Mirandez, presidente da Associação Comercial de Viseu Esta edição conta ainda com uma homenagem ao atual presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas e

ao vice-presidente Américo Nunes. “Atendendo à mudança de autarca e pela ligação que sempre tivemos [Câmara Municipal e Associação Comercial], este ano prestamos também homenagem a Fernando Ruas e Américo Nunes”, adiantou Gualter Mirandez. A Gala Comercial é um evento que consiste num espetáculo de luz, cor, animação e glamour, que será apresentado pela atriz Sónia Brazão. No evento está ainda enquadrado um desfile de moda com a participação das lojas do comércio de rua. Micaela Costa

1. A aristocracia dos conselhos de administração das empresas públicas acumulou uma dívida superior a 30% do PIB (contabilidade anterior ao buraco dos swaps). Há que acrescentar que há um trânsito descarado desta casta entre o público e o privado/rentista. Vejam-se os casos anedóticos dos presidentes dos bancos privados que são pensionistas da CGD. Nos casos de rentismo, então, tem sido um fartar-vilanagem. Ainda ninguém falava no assunto já aqui se “siglava” com cinco pês esse roubo ao futuro: PPPPP - Parcerias-Prejuízos-PúblicosProveitos-Privados. Na primavera de 2011, quando já estava a acabar a festa negocista socrática, passou-se o caso mais flagrante deste trânsito: o então presidente das Estradas de Portugal transferiu-se para a Opway/ Ascendi/BES. Passou de número um público para número um rentista. Foi tudo legal e o homem fartou-se de bradar que “quem-não-deve-não teme”. Como uma boa parte dos deputados influentes exerce a sua função em part-time e está também na folha de pagamentos de privados, não se espere que o nosso parlamento mexa no regime de incompatibilidades desta casta. 2. Nos tempos que correm, o capitalismo financeiro privilegia a renda em detrimento do lucro. Está a acontecer um movimento contrário ao início do capitalismo. Na altura, formas de riqueza imóvel (as terras e as suas rendas) foram ultrapassadas por formas móveis de propriedade (o lucro da produção industrial). Claro que agora as rendas são diferentes das do pré-capitalismo. Assunto a tratar num futuro Olho de Gato. 3. Duas primeiras constatações sobre o cozinhado das listas autárquicas de Viseu: (i) nos lugares elegíveis para a câmara e assembleia municipal, o aparelhismo partidário mais seguidista e acrítico, polvilhado aqui e ali com um ou outro académico para enfeitar; (ii) nas listas de freguesia, generosidade e amor à comunidade.


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