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Inglês e Espanhol UM JORNAL COMPLETO
José Alfredo
DIRETOR
Paulo Neto
pág. 02 > PRAÇA PÚBLICA
Semanário 19 a 25 de setembro de 2013
pág. 06 > ABERTURA
fotógrafo
pág. 08 > À CONVERSA pág. 10 > REGIÃO
Ano 12 N.º 601
pág. 16 > ECONOMIA pág. 19 > DESPORTO
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pág. 22 > FEIRA DE S. MATEUS
1 Euro
pág. 23 > CULTURA
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pág. 26 > EM FOCO
novo
SEMANÁRIO DA
pág. 27 > SAÚDE pág. 29 > CLASSIFICADOS
REGIÃO DE VISEU
pág. 31 > CLUBE DO LEITOR
Novo acordo ortográfico
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Paulo Neto
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Aquilino já mora em Viseu...
| págs. 10, 11 e 12
2
Jornal do Centro 19 | setembro| 2013
praçapública rA região de Viseu r Aqueles
palavras
deles Editorial
Paulo Neto Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt
que me não tem sido tratada acusam de chegar tarcomo deve ser”, o que de e sair cedo de uma Assembleia Municipal está a falhar” é gente que nunca trabalhou numa empresa privada. Não sabem o que é uma avaliação semanal, mensal, não sabem o que é ter metas para atingir” João Cotta
Hélder Amaral
Presidente do Conselho Geral do IPV, na tomada de posse da presidência do IPV
Candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Viseu na apresentação dos candidatos do CDS-PP às eleições autárquicas,
rO Almeida Henriques rAqui tenho que ser é um personagem especial que consegue combinar coisas que não é fácil combinar. Não é, evidentemente, o candidato perfeito, o candidato perfeito não existe em lado nenhum”
bairrista. Sou de Viseu e, por isso, o senhor presidente, o senhor primeiro-ministro perdeu um grande secretário de estado da saúde (Almeida Henriques)”
Pedro Passos Coelho
Presidente da Distrital do PSD e candidato à Assembleia Municipal, na apresentação da comissão de honra da candidatura de Almeida Henriques
Primeiro-ministro, na apresentação da comissão de honra da candidatura de Almeida Henriques
Mota Faria
Nem social, nem democracia Sempre pensei que a solidariedade fosse um acto pessoal ou colectivo por livre decisão/opção/arbítrio do(s) solidário(s). A corja governativa impõe-nos agora, autocraticamente, por decisão unilateral, o pagamento de uma “contribuição extraordinária de solidariedade” mensal, a ser surripiada directamente aos salários, aposentados incluídos. Solidários com quem? Com os ladrões do BPN? Com os swap-gestores-fraudulentos? Com a má gestão governativa? Com a compra de 2 submarinos por 700 milhões de euros? A solidariedade com gente deste quilate e políticas devastadoras deste teor apenas seria possível com governantes e responsáveis pelos consecutivos desaires atados num pelourinho, expostos, insultados e açoitados por todos quantos por eles foram e são roubados e de quem escarnecem com desdém inqualificável. A ministra-swap-Albuquerquequalquer-coisa disse que a culpa do descalabro financeiro era do Tribunal de Contas e da comunicação social. Já ninguém se ofende, indigna ou admira. Esta senhora diz o que lhe vem à cabeça com uma cara-de-pau esfíngica. A mentira, naqueles abtrusos cérebros, tornou-se a verdade em que chafurdam e o “politiquês” transformou a escorreita e milenar língua lusitana num cano de esgoto fétido de fel podre. Aquilino mora em Viseu. À porta do antigo Mercado Municipal, frente à pastelaria Horta que frequentou, para sempre entre nós, a partir do dia 13 de Setembro em que faria 128 anos. Inauguração condigna. Com três
gerações de familiares do escritor presentes. Com o executivo camarário em peso e muitos “gafanhotos” a saltaricarem para ficar na fotografia. A redução dos salários na função pública, funcionários na mobilidade e aposentados vai ser brutal. Prevêem-se cortes que podem chegar aos 80%. Apesar de reconhecermos a diferença entre poder local e central, entre autárquicas e legislativas, como pode, em boa verdade, o cidadão-eleitor, no momento do voto esquecer a quem deve a desgraça da sua vida? A propósito de cortes nas pensões cita-se a insuspeita Manuela Ferreira Leite que escreve no Expresso, com o título “Inadmissível - Anunciados cortes das pensões dos beneficiários da Caixa Geral de Aposentações que, em nome de uma suposta correcção de injustiças relativas, poderão ser vítimas de uma medida arbitrária que, na sua cegueira, pode causar danos dramaticamente imorais a milhares de pessoas.”
Crato veio ao IPV dar posse a Fernando Sebastião. Não é costume os ministros virem às tomadas de posse dos presidentes dos politécnicos. É costume, isso sim, andarem por aí no tempo que antecede as eleições a vender “banha-da-cobra” política. Escusavam era de se acautelar com cortes de trânsito, barreiras de ferro e polícia aos magotes. Sombrias e sujas devem trazer as consciências para demonstrarem sem rebuço nem pudor tanto descaramento e tal medo. Mas não ficamos por Crato. Vêm Portas, Seguro e Passo Coelho. Escrevemos este editorial no sábado à tarde e de concreto pouco sabemos destas visitas. Certo é que Viseu nunca teve tantos “turistas ilustres” na Feira de S. Mateus. Amigo José Moreira, estás de parabéns! Passos Coelho não baixa o IVA alegando não querer criar uma “renda” para os donos dos restaurantes. Esperamos que
quando o primeiro-ministro for comer fora, nenhum “rendeiro” lhe cuspa na bifana. Ou melhor, na lagosta suada… Como é possível, um fulano de nome Ricardo Oliveira, acusado de burla qualificada e fraude fiscal, com uma dívida de milhões ao “buraco-BPN”, vender num leilão em Londres a sua colecção privada de 74 Mercedes-Benz clássicos por 20 milhões de euros. Se fosse o “Tóino” que não pagasse o IUC as finanças penhoravam-lhe o Toyota com 17 anos… Felizmente a Parvalorem foi a tempo de arrestar o produto da venda. Mas animemo-nos um pouco: a Porsche ainda não oficializou a venda do seu supermodelo 918 Spyder, que custará por cá 808 mil euros, mas já tem quatro encomendas firmadas em Portugal. Sabendo o gosto de Dias Loureiro pela marca, será um dos quatro clientes? Ou serão dos eficazes mega-gestores da CGD, em Espanha e no Brasil?
OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 3
Jornal do Centro 19 | setembro | 2013
números
estrelas
30% Quebra nas vendas, em relação ao ano passado, durante a época de saldos, em Viseu.
Importa-se de responder?
Mota Faria Presidente da Distrital do PSD Viseu
Pela sua intervenção em favor de todos quantos vivem a angústia de ver as suas carreiras profissionais destruídas por esta política, foi a única voz dissonante perante Passos Coelho, na apresentação da Comissão de Honra da candidatura de Almeida Henriques, dia 16.
Juntou um pack 2 em 1, na sua campanha eleitoral, ao ir buscar os produtos endógenos da região para distribuir promocionalmente, ao mesmo tempo que apoiava instituições de solidariedade social da cidade, como por exemplo, a APPACDM.
Ao acarinhar e apoiar a homenagem da estátua de Aquilino Ribeiro em Viseu, materializou um anseio de muitos e dignificou a Literatura Portuguesa na figura do grande escritor beirão.
Que significado tem para si a recém-inaugurada estátua da Aquilino Ribeiro, na Rua Formosa em Viseu? Significa que é bom não esquecer os filhos da terra. É de terras de Viseu e foi um grande romancista.
Senhorinha Teixeira
Todo e mais algum! É o regresso simbólico ao centro de Viseu de um homem do mundo, um autor universal e um profundo conhecedor da nossa língua e diáspora. Ainda hoje me causa perplexidade a sua ausência dos programas escolares, onde constam etno-frivolidades que não lhe chegam às barbas. Aquilino é universal, traz em si a profundíssima revolução da vertigem da consciência. Há muito Portugal a iluminar com a luz de Aquilino, sobretudo nestes dias em que os Nicolau do Vale Pais Lobos uivam.
Formadora
Professor
No ano em que se assinala o cinquentenário da morte de Aquilino Ribeiro, o mestre esquecido, aparece agora na Rua Formosa, na cidade de Viseu. Finalmente, fez-se justiça, não só ao grande escritor, mas a um grande homem do seu tempo.
No ano em que se assinala o cinquentenário da morte de Aquilino Ribeiro, o mestre esquecido, aparece agora na Rua Formosa, na cidade de Viseu. Finalmente, fez-se justiça, não só ao grande escritor, mas a um grande homem do seu tempo.
Isabel Oliveira
Ramiro Figueiredo
Professora
Dirigente na Autoridade Tributária e Aduaneira
Opinião
Fernando Ruas Presidente da Câmara Municipal de Viseu
José Junqueiro Candidato do PS à autarquia de Viseu
Ultraje saloio
Quando vemos políticos, com ar solene, estabelecer “linhas vermelhas” de irrevogável ultrapassagem, percebemos que uma qualquer manobra política está em curso. Quanto um político pede para ser internado se algum dia exercer determinado cargo político, é porque Deus está mesmo para David Santiago descer à terra. É com este descrédito que, ao ouvir o primeiro-ministro falar em “esperteza saloia”, se incendeia uma raiva que nem os bombeiros, destacados para a simulação de incêndio no Chiado, poderiam suster. Depois da última sondagem da Eurosondagem, a raiva deu lugar à desilusão. Todos os líderes partidários conse-
guiram subir os níveis de popularidade. Até o PSD consegue ser o partido que mais cresce nesta sondagem. Dou de barato, que de um lado está o pouco entusiasmante José Seguro e, até concedo, que Passos Coelho seja encarado como o mal menor, especialmente depois de ter saído vitorioso e reforçado com a crise política de Julho. No detalhe, a sondagem mostra que até a Assembleia da República sobe e detém uma percepção positiva por parte dos portugueses. O surpreendente é que estes valores aparecem depois de comprovarmos que a Lei de Limitação de Mandatos, afinal não era para limitar mandatos coisa nenhuma e que os
deputados continuam militantemente a tomar-nos por papalvos. Poderão dizer-me que depois da crise política de Julho e da relativa acalmia, perturbada pelos “briefings” e sucedâneos de Agosto, a credibilidade terá descido até níveis tão baixos que a partir daí só poderia mesmo subir. Este é a mesmíssima conversa que ouvimos relativamente à crise, e que ainda está por provar. Quanto a esta detenho-me, para já, a mais comentários. Mas quanto à primeira devo sublinhar que não será bem assim. Aquilo que pertinentemente Pacheco Pereira classifica como a novilíngua da crise, nada mais
é do que o maior ultraje e insulto aos cidadãos desde que me lembro. Quando os termos “requalificação” e “mobilidade” são eufemismos utilizados para mascarar despedimentos, e “convergência” significa cortes nas pensões dos que já nada poderão fazer para se defender, estamos perante a consagração do desrespeito total da classe política para com aqueles que governa. Já nos habituámos às inverdades e não verdades a que estamos sujeitos, até porque a mentira em Portugal não existe, mas quando se trata de canalhice mascarada de “esperteza saloia” tem de ser chegado o momento de dizer basta!
4 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO Opinião Diretor Paulo Neto, C.P. n.º TE-261 paulo.neto@jornaldocentro.pt
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Ana Paula Duarte
Jornal do Centro 19 | setembro| 2013
Artes de rua No período em que somos invadidos por outdoors em cada esquina, rotunda, baldio, parede, e por aí fora, permito-me pensar na criatividade e grafismo dos mesmos…que diga-se, é extremamente pobre. Dá a impressão que o grosso do investimento vai para a quantidade e não para a qualidade. Atentos a estas coisas, uns jovens decidiram criar uma página onde se escrutina não só a qualidade em termos de design como o conteúdo dos milhares
de outdoors que pululam pelos olhos de todos. O resultado em termos de adesão foi um sucesso, mas em termos de aceitação dos intervenientes, o caso muda de figura. Nem todos nos permitimos a ter o mesmo tipo de humor ou a aceitar um diferente humor nos outros, mas é muito desapontante ver que figuras que se tornam de alguma forma públicas não tenham a capacidade de se rir um pouco delas próprias. Essa página que todos os dias arranca gargalhadas, seja
pelos bracinhos unidos, figuras levitantes, penteados e bigodes estranhos, cabeças acrescentadas, localização geográfica estranha, dizeres alarmantes e com atentados à língua portuguesa; é o nítido espelho de que a qualidade foi empurrada para segundo plano. Mas e então a qualidade do conteúdo? Respondo com uma pergunta: Qual conteúdo? Esta é a campanha da falta de conteúdo, não se vêm promessas nem ideias, e as palavras de ordem são “con-
dam num Verão que, dizem, foi o mais quente e seco desde há décadas. O dourado do Sol anuncia o fim da estação. A passarada está mais parca nos cânticos e interessada em aforrar as gorduras que lhes ajudem a passar os frios da invernia. O arvoredo, cansado pela faina da reprodução e adormecido pelo silêncio crescente, vai-se esquecendo de alimentar as folhas que definham e mudam, no seu extortor, as cores com que se vestiram para aguentar o Sol
terrífico e sem dó que sobre elas desencadeou o processo de aceleração da seiva e o consequente despertar para o ciclo da reposição da espécie. Algumas ficaram pelo caminho às mãos dos criminosos, outras aguardam que o mesmo fim lhes toque à porta, pois não se podem mover. Pois se fossem como as pessoas que, querendo, podem ir para onde procurar melhor vida e fugir dos também criminosos que lhes dão cabo da esperança no futuro, dos políticos
Antunes; e 2,6% a Francisco Almeida. Calma meus caros, moderem o vosso entusiasmo. Não há vencedores antecipados. Em relação às sondagens, não sendo crente também não sou agnóstico. Uma sondagem é um estudo estatístico que, pela sua própria natureza, mesmo ponderando as mais diversas variáveis, será sempre incerto. Arrisco afirmar que, por vezes, é ténue a linha que separa algumas sondagens das previsões do falecido polvo Paul [2008-2010 Como a vida pode ser curta para um cefalópode.]. Em
noites eleitorais grandes vencedores deram miseráveis derrotados e derrotados da vida emergiram estadistas. Agora, vamos entrar na cadeira de história. Convido-vos a recuar um pouco no tempo e a viajar umas milhas: Segundo a Eurosondagem, nas eleições presidenciais de 2006, Mário Soares tinha larga vantagem sobre Manuel Alegre, e o resultado…; não quero ser picuinhas mas também recordo Rui Rio versus Fernando Gomes, 2001; como não recordar Paulo Rangel frente a Vital Moreira nas
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Opinião
Já passou…!
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Foi celebrizada esta frase, dita em circunstâncias inesperadas, por um conhecido arquitecto. E é a que me ocorre neste momento em que a canícula promete esmaecer e se começam a formar os orvalhos que amolecem as crocantes folhas, até agora pasto dos incêndios e onde os criminosos se divertem a ateá-los. As aves de arribação aguentaram-se mais algum tempo, aguardando que os fumos omnipresentes sejam descidos pelas chuvas que tar-
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Opinião
Da Tribuna
Propriedade
1. “Não há eleições sem sondagens, tal como não há bruxas sem bolas de cristal.” Era mais ou menos assim que, às 08h, de um Outono de 2007, que começava mais uma aula de Estudos Eleitorais. Chego a 2013 e confirmo, a academia não anda a dormir. Mais umas eleições, mais umas sondagens, mais uma visita à Maya -caro leitor, nunca negue à partida uma ciência que desconhece. A última sondagem atribui 48% a Almeida Henriques; 35,8% a José Junqueiro; 7% a Hélder Amaral; 3,5% à Manuela
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Gerência Pedro Santiago
Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados para a secção “Cartas ao Director”.
Semanário Sai à quinta-feira Membro de:
Opinião
Associação Portuguesa de Imprensa
União Portuguesa da Imprensa Regional
Sílvia Vermelho Politóloga
Na ignorância e no silêncio Há uma página no Facebook – Tesourinhos Autárquicas 2013 – que se dedica a “colecionar” as situações caricatas que acontecem nas candidaturas por esse Portugal fora. Do vídeo viral do candidato do PTP a Gaia, em que ele assume que se escolheu mal a sua equipe, ao cartaz da CDU em que os candidatos abdicam do seu vencimento em prologo da população, há muitos momentos divertidos ou deprimen-
tes. A verdade é que muitas das partilhas da página só têm piada sempre que conseguirmos dissociar o ridículo do facto de que as pessoas envolvidas são candidatas a órgãos autárquicos e a executivos do Poder Local. O desinvestimento de Portugal na educação para todas/os está à vista. A fórmula é bem antiga. Salazar sabia que um povo ordeiro só precisava de saber ler e contar para poder orientar a sua
vida. Educação a mais traz problemas a qualquer regime que se pretende perpetuar. Depois da ditadura Salazarista, também a ditadura mascarada do rotativismo da 3ª República soube reconhecer que só o desinvestimento na escola pública conseguiria manter o povo suficientemente desinteressado da política num mundo com uma complexidade crescente. E não precisamos de nos cingir, neste exercício, ao ensino
OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 5
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tenção de custos”, “estabilização das contas”, “captação de investimento”, ou “continuidade do bom trabalho”. Por um lado parece-me bem, afinal de promessas está o povo cheio, assim como o está de gastos desajustados e supérfluos. Mas somos tidos como desenrascados e criativos, e estes outdoors que vemos todos os dias são tão…coitadinhos. Salvou-nos portanto a criatividade e engenho de uns quantos que decidiram arrancar destes coitadinhos o melhor que o humor tem, gozar com nós próprios. Fazer um outdoor,
criar uma imagem publicitária, é uma arte, e a quantidade que uma campanha política implica devia ser devidamente acompanhada de um mínimo de qualidade, salvaguardo no entanto que também há bons exemplos, são é em menor número. Na cidade do Porto, de onde também nos surgem muitos destes exemplos engraçadinhos, há uma arte de rua que foi atacada na sua essência, o anonimato e a ilegalidade de um graffiti foi o que o tornou famoso, nem sempre eles aparecem no melhor lugar ou com a melhor qualida-
de, mas a sua maior beleza é quando aparecem do nada, feitos na escuridão da noite e se nos apresentam na galeria do amanhecer. Bansky, o graffiter mais conhecido do mundo por ser um perfeito desconhecido, não poderá mostrar a sua arte no Porto, pois ou acaba com o seu anonimato para ir tirar a licença que custa 40 euros para pintar uns míseros 8 m2, ou a coima é-lhe apresentada, se o encontrarem claro! No país a coima por grafito, desenho, afixação ou picotagem é de 2500 eur para locais públicos e transportes,
até aqui tudo bem, já que ninguém gosta de ver paredes de monumentos centenários vandalizadas. A arte tem destas coisas, para uns algo não passa de rabiscos, para outros uma forma de expressão máxima e perfeita. Os graffitis nunca foram consensuais, mas os outdoors parecem reunir o consenso de aceitáveis. As ruas de todos nós são públicas, e os outdoors sem arte abundam (mas coima para o mau gosto ou relativa falta de arte ainda não há)…salve-nos o facto de esta “arte de rua” ser temporária.
alarves a soldo de organizações e ávidos de se empanturrarem com o dinheiro alheio e duma sociedade em que o crime compensa, foi despenalizado e a justiça ficou encortiçada, tolhida, muda, quêda e inactiva. Pobres árvores que se deixam consumir e, apesar de tudo, teimam na preservação do seu ADN, guardando as sementes das línguas do fogo para depois as lançarem na terra azotada pelas cinzas, numa atitude marcada pelo acervo geracional e ajudada a construir por uma natureza que os seus arqui-inimigos – os Homens – teimam, por outro lado, em destruir.
Hão-de vir, agora: os frios que nos acoitam às lareiras; as tardes douradas sem brumas que nos impeçam de ver bem ao longe; os cheiros acres e almiscarados do folhedo alterado pelas humidades e do ozono libertado pelas chuvas derramadas no chão sedento; a visão dos restolhos, como cabeças de recrutas, reluzentes e promissores de novas colheitas; os espelhos de água por todos os lados, incluindo as perigosas estradas e nas matas, onde se acolhe, mudo, o desespero daqueles que vivem dos incêndios e têm de aguardar uns fastidiosos oito meses para se lançarem, de novo, na “aventura” de fu-
gir à GNR e à PJ enquanto iniciam os fogos e, caso não corra tão bem, se verem, depois de detidos, a serem, de novo, soltos e mais ricos, pois ganham o epiteto de doidos, insanos, que os leva a casa, de onde se riem da patetada que os acolhe. Está, então, a serenar a vidinha de Verão. As senhoras alteram o miolo dos guarda-fatos e da sapateira ansiando uma alternância climatérica que lhes propicie o uso mais alargado das vestes em que se vêem mais bonitas. Os cavalheiros organizam os seus instrumentos para a caça, ou o seu espaço de lazer, na perspectiva da fruição inteligente
da alternância das estações. A ambos preocupa a preparação dos anos lectivos dos filhos e/ou netos e a todos atinge a nostalgia dos dias quentes e da leveza dos trajes. De facto, já passou. Passou mais um período em que as pessoas andaram adormecidas da vida, das preocupações e dos violentos noticiários. Fizeram férias do trabalho, das decisões dos governos, dos colegas/camaradas e da monotonia. Descansaram das preocupações rotineiras e aguardam, de mãos à cintura e batendo as palmas à frente do peito, que os “toiros” invistam. Pedro Calheiros
eleições Europeias; agora, vamos mais longe, vamos saltar fronteiras e viajar até 1992, no Reino Unido, quando os conservadores ganharam com um avanço sobre os trabalhistas – os vencedores segundo os “estudos de opinião”. A falha essencial das sondagens reside na diferença entre a intenção [de voto] e a acção [votar efectivamente]. A separar uma da outra pode estar um oceano de razões.
significar nada, lá fui ao dicionário. Para quem não conhece, o dicionário, é uma obra recomendável que, sem fazer juízos de valor, salta, sem delongas, directamente para as conclusões –nada precipitadasentão um compromisso é: “uma forma de criar um vínculo ou de assumir uma obrigação com alguém, com um objectivo”. Volto ao mesmo ponto, enquanto slogan político, compromisso, continua a parecer-me vago. Porém, no último domingo, as dúvidas foram afastadas e ficou definido o nível de comprometimento de Hélder Amaral: Caso seja eleito assume o lugar. Assunto es-
clarecido. Resta esperar que José Junqueiro, sem engulhos de Miguel Ginestal 09, assuma o mesmo tipo de compromisso com o eleitorado [socialista e não socialista] e com a cidade. Caro José Junqueiro – agora, escrevo directamente para o meu amigo-, o slogan “Só desisto se for eleito” apenas parece resultar com o candidato Vieira e Viseu merece ser esclarecida antes de uma ida às urnas. Não acha?
2. Há algo intrigante no slogan “Compromisso com Viseu”. Alguém, provavelmente um realista, disse que um bom compro-
misso é aquele em que ambas as partes ficam descontentes. Esse alguém, hipoteticamente, estaria a falar de relações amorosas ou de uma mera transacção comercial. Acontece que, por diversas ordens de razão, às eleições não devemos associar o mesmo tipo de características que atribuímos às relações ou a transacções comerciais. Relativamente ao discurso político, fartos que estamos de gato por lebre, devemos exigir mais, devemos esmiuçar as palavras de modo a evitar quaisquer equívocos. Sendo este compromisso o suficientemente vago para significar muito ou não
básico. Se durante o Estado Novo, os estudos em Ciência Política não existiam abertamente, dado o seu carácter subversivo, foi preciso esperar 22 anos para que o curso abrisse em Portugal, depois de Relações Internacionais ter conseguido essa vitória logo no início dos anos 80. Diz quem sabe que os Regimes sempre tiveram medo dos estudos em Ciência Política, e que a III República tinha muito medo que esses estudos viessem pôr em causa o processo revolucionário em
curso e reavivar memórias do tempo da outra senhora. O processo foi de tal forma lento que foi preciso estar outros 10 anos, já corria o ano de 2006, para que mais cursos de Ciência Políticas fossem autorizados e abertos nas universidades públicas. Num país em que sobreviver da iniciativa privada é uma miragem, e em que a estrutura laboral frágil impede a valorização do mérito e a mobilidade social sustentável, manter os quadros com o Regime não é difícil. As pessoas escolherão
o seu conforto e a sua aparente estabilidade. As pessoas escolherão ter dono. Mas o povo, esse, que não conhece conforto nem estabilidade, porque neste país é a riqueza sempre foi só de alguns, precisa de um outro tipo de abordagem. E essa abordagem passa pela estupidificação que é feita pela Escola Pública e a alienação que é feita por este circo do consumismo sem mais. A Escola Pública destrói-se, governo após governo, para que os candidatos às autárqui-
cas sejam uma nulidade. Depois, os iluminados, verão o seu papel de “donos” renovado com relativa facilidade, com as máquinas de propaganda do seu lado e a educação do Colégio Moderno e a saúde do grupo Mello a darem-lhe os ares de liderança inteligente e de confiança. A Escola Pública já nasceu moribunda. Nela não se ensina a pensar, mas apenas a fazer a vénia aos salvadores de uma Pátria que há muito que nos foi tirada.
Miguel Fernandes politólogo atribunadeviseu@gmail.com
Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico
Jornal do Centro
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abertura
fotografia ∑ Micaela Costa
Novo Mandato de Fernando Sebastião à frente do IPV A Aula Magna, lotada de professores, colaboradores e convidados, aplaudiu de pé Fernando Sebastião após o ato de tomada de posse do segundo e último mandato como presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), que decorreu na sexta-feira, dia 13, na Aula Magna da instituição. Num discurso de 11 páginas, Fernando Sebastião falou do passado, do futuro, das preocupações e da estratégia que traçou para o Politécnico de Viseu. “Reforçar a importância do Instituto enquanto pilar estruturante do desenvolvimento da região”, explicou mais tarde numa entrevista ao Jornal do Centro (ver página ao lado). A cerimónia de tomada de posse foi presidida pelo ministro Nuno Crato. O responsável pela pasta da Educação, da Ciência e do Ensino Superior considerou que “os politécnicos, pela proximidade às empresas, pela proximidade às escolas e pelo trabalho que desenvolvem em colaboração com o ensino secundário e com o ensino profissional, têm um papel fundamental no desenvolvimento do nosso país”. A desejada alteração da designação de Instituto Politécnico de Viseu para universidade de ciências aplicadas, mais uma vez reclamada pelo presidente do Conselho Geral do IPV, João Cotta e pelo próprio Fernando Sebastião, acabou por ser ‘chumbada’ pelo ministro ao responder: “pessoalmente não gosto do nome de uni-
versidades aplicadas”. Mas Nuno Crato argumentou que, quando se pensa nos politécnicos, pensa-se nas grandes escolas internacionais de engenharias nomeadamente francesas. “O nome politécnico corresponde a uma ambição democrática e republicana, pela existência de um ensino superior mais democrático no país”. Depois de ter sido interrompido por uma professora no decorrer da cerimónia, quando falava da importância de “dotar os jovens, em todo o seu percurso de estudo, das ferramentas que lhes permitam ter uma capacidade e uma liberdade de escolha nos momentos decisivos” apontando que “essas ferramentas têm nomes”, como Português, Matemática, Inglês, Física, História e Geografia e outras, o ministro da Educação respondeu aos jornalistas estar a fazer aquilo que sempre pensou ser “melhor para a educação”. No en si no super ior, Nu no Crato acrescentou que dentro da “política diversificada que existe” é dada “grande importância ao que os politécnicos fazem na economia regional e o Politécnico de Viseu é um exemplo para os politécnicos, tem cursos adaptados à realidade local, tem investigação útil às empresas locais”, sendo este, segundo o governante, “um dos caminhos fundamentais para sair da crise económica”. Emília Amaral
Momentos da cerimónia
∑ Paula Carvalho (Escola Superior de Educação), José Costa (Escola Superior de Saúde) e Pedro Rodrigues (Escola Superior Agrária) foram reconduzidos nos cargos de vice-presidentes do IPV, tendo tomado posso no mesmo dia do presidente.
∑ O Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (CITTEC) foi inaugurado pelo ministro da Educação e Ciência. O investimento de dois milhões de euros contou com uma comparticipação do Estado de 200 mil euros, tendo a restante verba sido suportada pelo IPV. EA
Ministro interrompido por professsora Durante a intervenção de Nuno Crato, Delmira Figueiredo, professora há 21 anos, descontente com o estado da educação no país, interrompeu-o. O ministro discursava sobre a importância de “dotar os jovens, em todo o seu percurso de estudo, das ferramentas que lhes permitam ter uma capacidade e uma liberdade de escolha nos momentos decisivos”. Continuou dizendo que “essas ferramentas têm nomes”, como Portu-
guês, Matemática, Inglês, Física, História e Geografia, tendo sido nesse momento interrompido pela professora, da Escola Básica 2/3 do Caramulo, que proferiu “há mais”. Nuno Crato concordou, referindo-se também à Música, à Astronomia, à Poesia, à Pintura e ao Cinema e foi novamente interrompido pela professora, que o questionou se “tem consciência do que está a fazer à educação?”. MC
Jornal do Centro
TOMADA DE POSSE DA PRESIDÊNCIA DO IPV | ABERTURA 7
19 | setembro | 2013
“A primeira reforma a ser feita no ensino superior era o ajustamento do numerus clausus” Qual é o grande objetivo a alcançar neste segundo e último mandato?
Temos várias frentes em que é necessário intervir, no entanto, o objetivo geral será reforçar a importância do Instituto enquanto pilar estruturante do desenvolvimento da região. Tem sido uma luta permanente, mas começamos a ter alguns resultados visíveis. Isso notase inclusive na forma como hoje a sociedade civil vê o Instituto e reconhece a sua importância. Nós temos preocupações de qualidade em termos de ensino, em que a qualificação do corpo docente é fundamental, pois apoiámos 150 professores com bolsas para doutoramento, que permite um reforço da componente da investigação, fizemos uma aposta forte na investigação aplicada, temos uma ligação forte com o tecido empresarial, temos formações a vários níveis, desde as licenciaturas aos mestrados e, ultimamente, temos apostado nos cursos de curta duração que são importantes para as empresas. A questão da internacionalização é igualmente uma aposta importante. Tem havido resultados positivos no campo da internacionalização feita ao nível dos programas Erasmus e Leonardo da Vinci?
Temos. Dou o exemplo concreto de uma empresa portuguesa que se internacionalizou e que tem uma delegação em França chefiada por um ex-aluno nosso. O aluno, através do programa Leonardo da Vinci, esteve a estagiar nessa empresa em Portugal, que depois o contratou para responsável da delegação que existe em França. Com este processo de internacionalização tem sido possível também termos projetos conjuntos com várias universidades estrangeiras. Como é que se conseguem concretizar estes objetivos com as dificuldades pelas quais estão a passar as instituições de ensino superior?
Não é nada fácil. A situação financeira tem vindo a degradar-se nos últimos três anos, nós tivemos um corte superior a 30% e a gestão financeira torna-se muito difícil. Começamos a ter algumas dificuldades na atualização de equipamentos de laboratório. Corremos o risco de, a prazo, estarmos a utilizar equipamentos que as empresas já não usam. Esse investimento [na investigação] deve ser permanente e, neste momento, isso não é possível, com a agravante de haver um pouco a ideia de que não vale a pena ir para o ensino superior face às taxas de desemprego conhecidas e os estudantes a terem que emigrar, apesar de as estatísticas demonstrarem que a taxa de empregabilidade das pessoas que têm formação superior é superior. As instituições de ensino superior estão no limite como anunciou o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos?
Em termos financeiros sim. No próximo ano [académico] vamos ter muitas dificuldades porque há rúbricas que estão com valores muito aquém do que tínhamos para gastar, trabalhando já com valores mínimos. Só dá para as prioridades?
Em primeiro lugar temos que assegurar os salários das pessoas e as despesas normais, só depois podemos investir e não há margem para isso. Nós temos feito alguns investimentos com dinheiro acumulado ao longo do tempo. Dou-lhe o exemplo das obras do Centro de Inovação e transferência de Tecnologia (CITTEC), que custou dois milhões de euros, a administração central financiou com 200 mil euros e o resto foi pago por despesas próprias. O que vai ser o CITTEC?
Aquele espaço está orientado para que estudantes do Instituto, antigos estudantes e por ventura a comunidade em geral, possam criar a sua própria empresa. Se tiverem uma ideia de negócio inte-
meiros cinco lugares da lista dos politécnicos (15 em todo o país) em relação ao número de pessoas colocadas. Estamos na transição entre o litoral e o interior.
A Fernando Sebastião,
presidente do IPV
A proposta é para reduzir numerus clausus?
É fundamental. Acho que isto ficou claro e tive oportunidade de falar sobre isto com o senhor ministro. A primeira reforma a ser feita no ensino superior era este ajustamento do numerus clausus que teria até poupanças em relação ao Orçamento de Estado. Tem que haver regulação do sistema por parte da tutela sob pena de colocar isto numa selva completa. Admite fechar mais alguns cursos?
ressante, se tiverem um produto interessante que possa ser vendável… o CITTEC oferece condições para desenvolverem a sua ideia. O nosso objetivo é incentivar os estudantes a criarem empresas, que mais tarde possam crescer e criar até emprego para outras pessoas, desenvolvendo novos projetos. Quais são os cursos do IPV com maior empregabilidade?
Ao nível das engenharias não temos capacidade de resposta em relação ao mercado, sendo que o curso de engenharia civil é o que tem maior dificuldade de empregabilidade. Estou a falar de engenharia eletrotécnica, informática, mecânica e outras. Ou seja?
Os alunos mal terminem o curso têm lugar garantido no mercado de trabalho inclusive em empresas de Viseu. Por outro lado foram os cursos com menos adesão na 1ª Fase de candidaturas, em que o IPV tem quatro cursos com zero alunos e outros tantos com um aluno colocado. Qual é a explicação para esta realidade?
Por isso é que no meu discurso falava da falta de interesse dos alunos pela ma-
temática e pela física, dos resultados desastrosos nas provas nacionais, que estão a criar um desajustamento entre aquilo que são as necessidades do país em termos tecnológicos. Não se pode pensar em desenvolvimento tecnológico das empresas, inovação ou competitividade internacional, sem haver quadros altamente qualificados e isso está nas áreas tecnológicos onde estão as engenharias.
tram nesses números. A engenharia Agronómica neste momento já tem cerca de 30 alunos (não concorreu nenhum aluno na 1ª fase). O fenómeno interessante é o seguinte: pessoas que concluíram uma formação superior e que, não tendo emprego na área, têm a família com uma quinta abandonada mas não percebem nada de agricultura, estão neste momento a inscrever-se na Escola Agrária.
Porque é que os alunos continuam a “fugir” da matemática e da física?
O número de alunos tem vindo a diminuir no IPV?
Eu acho que tem a ver com a forma como as matérias são abordadas ao nível do básico e do secundário. Tem havido um esforço nos últimos anos no sentido de reforçar o ensino das ciências e da matemática, mas tem que ser mais forte e tem que ser dito aos estudantes que se tiverem maior formação nessas áreas, podem ter maior sucesso. Preocupa-o o facto de ter, para já, quatro cursos no IPV sem alunos?
Esses não são números reais. No caso, por exemplo, da Escola Superior Agrária, está a haver um número muito significativos de estudantes que estão a frequentar a escola e não en-
Este ano só se candidataram ao ensino superior 42% dos possíveis candidatos. Havia no 12º Ano cerca de 100 mil alunos que terminaram e só 42 mil é que se candidataram, portanto, temos aqui uma margem muito grande de pessoas que não estão a frequentar o ensino superior. Esta margem aumentou [este ano], mas do meu ponto de vista teve mais a ver com a taxa de reprovação nas provas do que outra coisa. A questão financeira pode ter peso, mas se os alunos estiverem bem informados percebem que as bolsas de estudo, não sendo o ideal, podem em situações de carência resolver a questão. Nós [IPV] tivemos uma percentagem na ordem dos 40%, ficámos nos pri-
Nós temos vindo a ajustar ofertas há já algum tempo. Fechámos a Escola Superior de Educação em Lamego. Na formação de professores só temos Educação Básica. Na Escola Superior Agrária fechou engenharia Zootécnica por ter menos de 10 alunos - embora neste momento se o curso estivesse a funcionar já tinha mais de 20 estudantes- e vamos ver daqui para a frente. Que áreas são solicitadas pelas empresas e o IPV não tem alunos para dar capacidade de resposta?
É a área das engenharias. Temos um conjunto de empresas de referência em Viseu, por exemplo, o Grupo Visabeira que é um dos nossos maiores empregadores, recruta mensalmente bastantes pessoas e nem sempre temos capacidade de resposta às necessidades do grupo, nomeadamente, na eletrotécnica, na informática e nas telecomunicações. Essas pessoas tinham todas emprego praticamente garantido. Nós estamos aqui para colaborar com a região e o que pedimos a todas as instituições é para colaborarem connosco, algo que reconheço ter conseguido nestes últimos quatro anos. Emília Amaral
Jornal do Centro
8 ABERTURA | TOMADA DE POSSE DA PRESIDÊNCIA DO IPV
“As pessoas têm que sentir que vir para o IPV é a garantia de uma excelente formação e de empregabilidade”
19 | setembro| 2013
Fotogaleria
A Chegada das entidades ao IPV
A Momento da tomada de posse de Fernando Sebastião
A
João Cotta, presidente do Conselho Geral do IPV Que balanço faz desde que tomou posso como presidente do Conselho Geral?
Faço naturalmente um balanço positivo. O presidente do Conselho Geral é um órgão do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) que não só elege o presidente, como aprova estratégias. É um órgão que tem uma influência no caminho que o IPV segue e, por isso, ocupo este cargo com o grande objetivo de dar o meu máximo, obter os melhores resultados e melhorar o desempenho do IPV, pois este é um Instituto de formação muito importante na região. Tendo um papel tão próximo e determinante nas decisões, como é que para si deve ser o futuro do IPV?
O futuro passa muito pela afirmação da qualidade de ensino, pela exigência, pela ligação às empresas, investigação aplicada a favor das empresas, e por conseguir atrair os melhores alunos e os melhores professores. Mas este é um trabalho que se faz degrau a degrau, não é um trabalho de dois ou três meses. Portugal e a região precisam de um IPV que se afirme pelo mérito e pelo rigor. As pessoas têm que sentir que vir para o
IPV é a garantia de uma excelente formação e de empregabilidade. Fala na ligação do Politécnico com as empresas. É também responsável pela Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), de que forma este órgão tem interagido com o IPV?
A AIRV tem tido ao longo do ano uma excelente relação com o IPV, nem sempre traduzido em resultados. Mas temos trabalhado em conjunto, através da formação para empresas e da realização de vários projetos. Agora, temos é que aproveitar esta colaboração entre as instituições e chegar às empresas. E, através da minha participação nos dois órgãos, procurar que as empresas se aproximem do Politécnico e que o Politécnico se aproxime das empresas. No fundo mudar os comportamentos, que é o mais difícil. Quando fala em comportamentos refere-se às empresas ou aos próprios alunos?
Obviamente a todos nós. Como disse o ministro da Educação, é fundamental que os alunos sejam treinados para estudar e questionar. É importante que
os alunos percebam que a garra é fundamental para singrar na vida. E o que distingue um bom profissional de um mau profissional é a capacidade de se questionarem e de querer aprender mais. Na sua intervenção disse que a “região de Viseu não tem sido tratada como deve ser”, o que está a falhar?
A região de Viseu perdeu a Faculdade de Medicina, tínhamos um modelo novo de universidade que nunca chegou a vir, a região de Viseu precisa de uma instituição universitária de ensino superior. A palavra universidade tem um significado cultural importante, dizem que isto não importa, mas importa. E daí pensarmos que o Politécnico não pode ser tratado como outros politécnicos dos grandes centros. Porque em Lisboa, Porto ou Coimbra, existem universidades, e em Viseu não. Se retiram valências ao IPV, se o Politécnico fica enfraquecido, perdem as empresas e perdem os jovens, porque muitos não têm dinheiro para sair daqui. E é neste âmbito que sugiro a criação de uma universidade de ciências aplicadas. MC
A Plateia composta por várias figuras do panorama político do distrito de Viseu
A João Cotta, Nuno Crato, Fernando Sebastião e Joaquim Mourato
A Inauguração do CITTEC
A Entidades recebidas por tuna do IPV
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à conversa
fotos ∑ Paulo Neto
Aquilino já mora em Viseu... Desde 6ª feira passada, 13 de Setembro, dia em que faria 128 anos, o escritor do Carregal – Sernancelhe, passou a ter residência, também na Rua Formosa, em Viseu. Recordamos que Aquilino Ribeiro teve uma relação profícua com Viseu, começada em Junho de 1902 quando vem estudar Filosofia com um sobrinho do bispo Alves Martins, residindo à época, por escassos meses, na Rua do Arco, na casa da senhora Joaquina e depois na república estudantil da Rua do Gonçalinho, a Pensão Milheiro. Em 1928, no decurso da sua participação na rebelião do Regimento de Pinhel é feito prisioneiro em Contenças, Mangualde e encarcerado no presídio do Fontelo de onde se evade no dia da Senhora da Lapa, 15 de Agosto do mesmo ano. Regressado do 3º exílio em Paris, entra em Portugal clandestinamente e reside em casa de um amigo em Abraveses. A partir desta data, sempre que vem à casa familiar na Soutosa, Moimenta da Beira, visita seus amigos que são Cristovão Moreira de Figueiredo, professor e investigador, avô do recentemente falecido Henrique Torres, nosso saudoso Amigo, Mestre Malho o “poeta do ferro”, Almeida Moreira, professor, militar e museólogo, Gilberto de Carvalho, jornalista, Mário Matos (o Pirolito), alfaiate, entre outros mais. Na sua extensa bibliografia, Viseu aparece recorrentemente. A Rua Formosa é, assim lhe chamemos, o palco das suas tertúlias. Aquilino morre em Lisboa a 27 de Maio de 1963. A 13 de Setembro de 2007 os seus restos mortais são trasladados para o Panteão Nacional. Ouvimos a alma-mater deste processo, Alberto Correia, o filho do escultor Joaquim Correia que iniciou a obra (concluída por Yuraldi Rodriguez Puentes) e os familiares de Aquilino presentes no acto.
A senhora Dona Alexandra é a viúva do segundo filho de Aquilino, também ele Aquilino, mas Ribeiro Machado, recentemente falecido, neto do presidente da República Bernardino Machado. Como sentiria Aquilino Ribeiro Machado este momento e esta homenagem nos 128 anos do nascimento do seu pai?
Senti-la-ia com muita alegria. Ele gostava muito do pai e por ele daria toda a vida. Tenho muita pena de ele já não estar entre nós, mas estou certa de que se sentiria muito feliz, pois achava que o pai merecia uma estátua aqui em Viseu. E como ele acompanhou o processo desde o início, com Alberto Correia, teria ficado muito contente com sua a concretização. Teria gostado muito da homenagem e até do seu resultado. Olhando para a estátua que se lhe apraz dizer?
É uma interpretação do escultor. Aquilino já está muito para além da sua imagem real, física e o fundamental é o seu simbolismo. Isso é importante. Aquilino persiste, também assim, na sua identidade com Viseu, com os bons amigos que por cá manteve e com a História da cidade. Mariana, a única neta que conheceu o avô Aquilino. Que representa para si “O Livro de Marianinha” que seu avô para si escreveu, como escreveu “O Romance da Raposa” para seu tio Aníbal Aquilino e “Arca de Noé – III Classe, para seu pai. Coloco-lhe já a questão seguinte: Qual o seu livro preferido de entre a vasta produção literária de seu avô?
Relativamente ao Livro da Marianinha e ao que ele representa… Eu sempre vivi com o livro, ele veio logo depois de eu nascer. Gosto muito de voltar a ele, periodicamente. Desde muito pequenina que me lembro de o ouvir ler pela minha avó, antes de eu saber ler. Lia-mo muitas vezes e há partes “que estão cá dentro”, quase que o
sei de cor. O meu pai contava-me a história da génese do livro, que tinha surgido a partir de uma obra que tinha comprado, de um autor francês. O meu avô achoulhe muita graça e disse: “Eu também era capaz de fazer um livro assim”. Fez e dedicou-mo. Gosto muito deste livro porque é uma história que o avô deixa à neta. Um legado. Uma história dele, não propriamente da sua vida, mas das coisas que ele conheceu, que foi aprendendo e me deixa a mim, me ensina a mim. Ouvi o meu pai várias vezes contar isto, o Cardoso Pires dizia que era o “velho raposão que deixa a herança à raposinha que acaba de nascer”. É um bocadinho essa a ideia que tenho sobre o livro. Quanto ao livro que gosto mais… gosto de vários, não sei se consigo eleger um preferido. Gosto muito de “A Casa Grande Romarigães”. Foi o primeiro livro que li “a sério”, quando se começa a ter a capacidade de ler e de interpretar as coisas. Foi o livro que li primeiro. Mas gosto muito de todos os livros à volta da Serra da Nave. O que o António Valdemar chamava o Quinteto da Beira: “Aldeia, Terra, Gente e Bichos”, “Geografia Sentimental”, “Arcas Encoiradas”, “Abóboras no Telhado”, “O Homem da Nave”. Gosto muito desses livros. Mónica… O seu nome foi uma homenagem de seus pais ao romance com esse título publicado em 1939, o romance de “incursão urbana”…
Eu nem estive para me chamar Mónica, tinha outro nome em opção, Maria Benigna, do romance com o mesmo nome. Eu gosto desse nome. Acho-o até mais bonito. Chamar-me Mónica, como o título de um livro, é estranho. E no fundo, talvez a Mónica seja um pouco o meu género. Até no desenho que existe dela na capa do livro. E até nem acho que a Mónica seja muito urbana… Sabe, eu nasci numa fase muito conturbada da vida
de meu pai que sofria muito a morte do meu avô. E eu, embora sem uma consciência clara disso, sofri também essa vicissitude. Tenho essa mágoa. Meu pai, avassalado pelo desgosto da morte de seu pai, não se debruçou muito sobre mim. Nasci em Agosto. Meu avô morreu em Maio. Agora não, mas na altura ficou-me uma pequena “revolta”. O meu pai gostava, naturalmente muito de mim, mas foi tão grande o desgosto pela morte do pai que o desviou de outros momentos afectivos… Ele fechou-se num quarto e não saiu de lá durante um dia. Aquilino, que continuidade quer dar ao trabalho assu-
mido por seu pai em prol da obra de seu avô?
É uma pergunta muito difícil. O meu pai e o meu avô eram pessoas insubstituíveis. É impossível alcançar o patamar de meu pai que eu conheci, e por aquilo que eu tenho vindo a conhecer pela obra literária do meu avô, também o seria. Estou no mesmo patamar das minhas irmãs. A nossa missão actual é a de continuar a perpetuar a divulgação da obra. Mas como sabe, seu pai tinha um papel determinante como congregador de energias e sinergias, não só locais como regionais. Neste momento
já conhece, por exemplo, os três autarcas das Terras do Demo?
Não. O único que conheço até ao presente é o autarca de Moimenta da Beira. Diga-me o que pensa que poderia ser a Fundação Aquilino Ribeiro.
O território que eu conheço melhor é o da Casa Grande (de Romarigães). Para fazer um enquadramento, esse território tem sido muito bem acarinhado pelo empenho autárquico. Uma fundação, no meu ponto de vista, também tem que viver para a população envolvente. Tem que servir a população local e deve ter um trabalho de inclusão. Só
EM MEMÓRIA DE AQUILINO | À CONVERSA 11
Jornal do Centro 19 | setembro | 2013
é possível fazer um trabalho de abertura à população se a população interagir, envolvendo-se, nesse trabalho. Haver uma articulação com o Ensino, com as escolas que permita fazer work-shops educativos, ambientais em torno da obra literária de Aquilino Ribeiro e tentar, também dinamizar do ponto de vista turístico a região, de forma a que ela, a Fundação e o nome do meu avô transbordem para outras regiões, extrapolando para todo o Portugal e para o estrangeiro.
José Alfredo
Inauguração do memorial Aquilino Ribeiro
Tem-se feito um trabalho grande de divulgação e tem havido retorno desse trabalho. Neste momento há teses de mestrado e doutoramento sobre Aquilino sendo o próprio território, na sua fauna, flora e geografia alvo dessa investigação…
Sem dúvida. Agora tem é que existir um trabalho mais articulado entre os três concelhos: Sernancelhe, Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva e há um problema a montante mais complicado: a região das Terras do Demo sofre um grande recuo demográfico, despovoando-se. Há que arranjar uma estratégia que permita dar sustentabilidade ao território. Com essa estratégia, tentar captar alguma atractividade que permita robustecer a própria região. E é aqui que eu acho relevante o desafio da FAR, abrindo-a também a um público académico, fazendo residência para investigadores… E instituir o Prémio Nacional Aquilino Ribeiro… que é uma luta que tenho há anos, que partilhei com o seu pai e para o qual o autarca de Sernancelhe, José Mário Cardoso, sempre mostrou disponibilidade.
Muito bem. É importante, por um lado, que as pessoas da região tenham uma acção útil do ponto de vista cultural. Depois é captar as eventuais pessoas que possam vir de fora, estudiosos, turistas. Ou seja, são dois trabalhos em paralelo que devem ser realizados. Doulhe o exemplo da professora Ana Isabel Queirós que reformulou a sua tese de doutoramento centrando-a, a posteriori, nas aves presentes na obra de meu avô. Mas sabe, também, que na
A João Correia (arquitecto), filho do Mestre Joaquim Correia Considera que foi hoje feita justiça (com esta homenagem) ao Mestre Aquilino Ribeiro?
Universidade de Aveiro há muita gente a escrever sobre Aquilino, na Universidade de Coimbra, etc. Trabalhos de Seabra Pereira, Marina Infante do Carmo, Vidigal, Eugénia Pereira, Ana Margarida Ramos, Paulo Pereira, António Manuel Ferreira,... estão publicados com empenhamento e vigor.
Penso que a FAR deve ser, também, um repositório de todos esses estudos, congregando-os e facultandoos a todos os investigadores para que deles possam sair novos trabalhos, novos estudos. Mesmo agindo a partir das redes sociais, usando a internet, fazer um repositório de tudo em contínua actualização. Sem querelas de qualquer tipo, nomeadamente interautárquicas. Porque se Aquilino nasce no Carregal, é baptizado em Vila Nova de Paiva e tem a sua residência secundária na Soutosa. E a obra, que é o fundamental, compreende todo esse território, sem excepção, além de outros, obviamente.
Posso dizer-lhe que a câmara de Sernancelhe se dispõe mesmo a fazer um Museu de Aquilino Ribeiro, se a família estiver de acordo e der, também, o seu contributo para isso, facultando o espaço e os funcionários para a sua concretização.
Se tudo que se fizer por Aquilino Ribeiro o for em rede, de forma sustentada e em diálogo, será benéfico para todos superando todas e quaisquer eventuais querelas, criando um fio condutor e uma lógica sequencial de acções concretas. O meu tio quis transformar a casa da Soutosa num núcleo etnográfico, museológico, mas não teve êxito. Há que rever essa perspectiva acrescentando-lhe meios activos de concretização e efectivação. Não deixando de fazer todo o sentido a existência de um núcleo museológico em Sernancelhe, porque é um âmbito diferente e distinto do que pode existir na Soutosa, até e porque foi lá
que Aquilino nasceu. Se as coisas forem bem feitas esses dois pólos terão tudo a ganhar. Contudo há um pormenor relevante: a família de Aquilino Ribeiro tem de ser cooptada e estar presente em todos os projectos presentes e futuros…
Temos todo o interesse nisso e devemos isso ao nosso pai e ao nosso avô. A nossa missão – não gosto muito de utilizar esta palavra – é a de estarmos empenhados a 300% em tudo que venha a ser realizado. E apesar das limitações, podem contar connosco. Qual a obra de seu avô que mais gosta?
Talvez “A Casa Grande Romarigães”. Mas há outros. É difícil de elencar uma preferência. Por exemplo, “Uma Luz ao Longe” é um livro lindíssimo… Mas não são todos? Paulo Neto
Foi, com efeito, concedida a merecida justiça ao grande Aquilino Ribeiro. O Centro de Estudos Aquilino Ribeiro (CEAR) e a Câmara Municipal de Viseu tiveram uma atitude, que tive a oportunidade de enaltecer, extremamente ética e afetiva também no que concerne à memória do meu pai que viveu com Aquilino Ribeiro e teve a oportunidade de conhecer muito bem este grande mestre da literatura Portuguesa. Apesar de ser mais novo, o meu pai fez parte da mesma tertúlia no Chiado e daí, o facto, de o engenheiro Aquilino Ribeiro ter feito questão que ele fosse o autor da estátua que hoje esteve em destaque aqui na homenagem em Viseu. Penso que foi, sobretudo, uma homenagem muito bonita nos seus mais variados aspetos, muito conseguida e muito presenciada pela cidade que se associou de corpo e alma a este gesto do município. Surpreendeu-o a moldura humana que quis estar presente neste evento?
Mais que tudo, considero que é muito invulgar encontrar uma moldura humana, tão rica e tão espontânea, como aquela que se juntou e que esteve hoje aqui nesta homenagem. Normalmente estes ajuntamentos apenas po-
dem ser vistos noutro tipo de acontecimentos, raramente em acontecimentos culturais como por exemplo numa homenagem a um qualquer escritor por maior que ele seja. E isto diz-nos muito daquilo que é Viseu neste momento: certamente uma cidade de muitas outras coisas, mas hoje uma cidade que vive a cultura. No seu entender, a colocação desta escultura numa das mais movimentadas artérias da cidade irá contribuir para a disseminação da obra do(s) Mestre(s) pelas novas gerações?
Não tenho qualquer dúvida a esse respeito. No meu entender, este local foi muito bem escolhido até no plano do espaço que tem, nesta cidade, características únicas. Não é um local de passagem, fica situado em frente a uma das histórias pastelarias da cidade onde muita gente permanece e é uma praceta dentro da própria rua o que torna, portanto, esta escolha numa escolha extremamente feliz, um local muito “humano”, perfeito ao nível da escala e exemplar ao nível do ambiente. Esta combinação perfeita entre um enquadramento invejável e uma escultura de inegável beleza vai suscitar a curiosidade das novas gerações que, estou certo, as guiará mais tarde a uma intrínseca vontade de conhecer mais, de conhecer o autor. Pedro Morgado
12 À CONVERSA | EM MEMÓRIA DE AQUILINO
Jornal do Centro 19 | setembro| 2013
Súmula breve de uma grande história – A estátua de Aquilino Ribeiro Em memória do Eng. Aquilino Ribeiro Machado Alberto Correia, à frente do CEAR, foi mentor, animador e concretizador deste projecto. Moroso, com vicissitudes várias, imprevistas ocorrências, teve tudo para ficar pelo caminho. As mortes do Engº Aquilino Ribeiro Machado e do escultor Joaquim Correia foram duas pesadas perdas, porque neles luzia a ideia, o acarinhamento e parte da obra final. Tudo foi superado. Aquilino veio morar para a Rua Formosa. Viseu enriqueceu-se com esta presença. A autarquia dignificou-se com esta homenagem. No fundo, o tributo pago a um escritor que levou a toda a parte o nome das terras beiroas. A história, com um final feliz, assim fechada é motivo de júbilo e de orgulho de todos quantos encaram, hoje, quotidianamente o mestre e o saúdam com um desafectado e caloroso “Bom dia, Aquilino!”
Ouvimos Alberto Correia contar a diacronia dos factos… Em memória do Eng. Aquilino Ribeiro Machado Longa travessia foi a de um singular projecto que alcançou seu fim, de tão longe almejado, quando, na luminosa tarde de sexta-feira, 13 de Setembro de 2013, se descobriu, sobre o emblemático chão da Rua Formosa, em Viseu, o bronze que retratava a impressionante figura de Aquilino Ribeiro justamente representada na momentânea suspensão do seu aturado labor de homem da escrita. De há muito (1999) vinha o Centro de Estudos Aquilino Ribeiro reclamando para Viseu um memorial ajustado à dimensão do Homem de Letras que mantivera uma relação de forte afectividade com a cidade que, todavia, o não esquecera e lhe dedicara monumento não despiciendo, o Parque Aquilino Ribeiro, gratificante memória constituída por um poderoso tufo de vegetação agasalhado no coração da urbe, lição do palpitante amor pela natureza que os Frades Menores de S. Francisco sentiram em seu tempo e que Aquilino, à sua maneira, partilhava. Quando, em 2007, o renomado escritor recebia honras de Panteão Nacional, quando se augurava, no re-
lance da homenagem, que a voz do escritor ecoasse nas salas de aula ou sobre os joelhos de um pai que lesse ao filho pequeno a encantatória história da SaltaPocinhas, invocado quase em vão o nome grande do Mestre, o Centro de Estudos Aquilino Ribeiro teimava, outras vozes se ouvindo ao tempo, em reclamar para Viseu a edificação de uma estátua que se requer servidora de um projecto pedagógico tanto quanto catalizadora de um turismo de matriz cultural. O Presidente da Câmara, Dr. Fernando Ruas, convocado por extensivas vozes que ecoavam com algum vigor na imprensa local, aceita o repto e, naturalmente pragmático, disponibilizase a apoiar o projecto logo que o mesmo possa estar concretizado em termos formais e de lugar. Aquilino Ribeiro Machado que, de longe, acalentava sonho idêntico ao do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro que teimosamente não esmorecia na porfia de tão nobre objectivo, constituiu-se como rectaguarda fortíssima no amparo da já estrénua vontade de erguer o monumento e é naturalmente junto dele que se requer indicação de idóneo e capaz escultor e avalização do lugar para implantação da estátua a partir de uma pré-definição do Parque Aquilino Ribeiro. Aquilino Ribeiro Machado aceita que o Parque, que guardava já o nome de seu pai, possa tornar-se o lugar matricial da estátua e é ele que, requerido pela Direcção do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro, estavase no ano de 2008, indica o nome de Mestre Joaquim Correia para autor da estátua. Mestre Joaquim Correia, em tempo já de jubilação, mantinha um saudável vigor e ainda uma operosa actividade no seu ateliê de Paço d’Arcos, exercera um longo magistério na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa onde fora Director e que empenhadamente a modernizara e, razão sobeja, convivera intensamente
com Aquilino Ribeiro nas tertúlias do Chiado lisboeta e dele guardava memória fecunda. Em 2009, eu próprio, presidindo à Direcção do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro e pela mesma mandatado, o Senhor Eng. Aquilino Ribeiro Machado e o distinto jornalista, profundo conhecedor da obra de Aquilino com o qual houvera conhecimento, Dr. António Valdemar, confiámos a Mestre Joaquim Correia, na serena atmosfera da sua casa, as nobres intenções que ali nos levavam e que o escultor acolhe, feliz. Uma e outra vez ali voltei com o filho do escultor, com António Valdemar, com Sílvia Costa, ela também da Direcção do CEAR. A uma inicial e ainda liberta proposta de encomandantes que entendia representar Aquilino Ribeiro em seu concreto lugar de escrita apreendido de antiga fotografia colhida na Soutosa, acrescenta o escultor, com o consentimento dos proponentes, outras sugestões que ficaram materializadas em maquetas já dadas a conhecer. Que ao tempo não se assumira ainda concreto lugar para pouso da estátua. Corre veloz o tempo, mais que o projecto que atravessa sem grande avanço o período das Comemorações do 1.º Centenário que decorria sobre a implantação da República Portuguesa. Todavia a larga maturação do mesmo faz aceitar a proposta do Parque Aquilino Ribeiro como lugar propício, para ali definindo Mestre Joaquim Correia, ainda
obediente a programa nosso, um modelo que conteria a arquitectura de um muro de habitação onde, através de aberta janela o escritor olharia o mundo como nós colheríamos lição sobre o homem entregue ao seu ofício de escrita. Demoras ainda, urgência de seleccionar outro lugar e a voz de Sílvia Costa, que não são despiciendas estas notas menores, apontando a Rua Formosa, o desvão fronteiro ao Mercado 2 de Maio e a imediata aceitação do emblemático lugar que configurava a centralidade do trajecto de Aquilino pela cidade e o seu habitual sítio de paragem na acolhedora oficina de seu alfaiate de sempre. Mário Ferreira Matos, que ali reunia amigos de longa data na aberta tertúlia de que ficou fama. Mestre Joaquim Correia orienta a esta nova vocação os seus estudos, desenhos, maquetas, entusiasmo, enquanto se aguarda o pronunciamento definitivo da Câmara Municipal avalizado pela competente Assembleia Municipal no sentido de garantir a suficiência de meios que permitisse a concretização do referido e augurado projecto. O Centro de Estudos Aquilino Ribeiro jamais desanima na porfia e ancorado na atitude também persistente do Dr. Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal, apresenta, em 2011, no seu stand promocional, na Feira de S. Mateus, as históricas maquetas do monumento de que uma se havia já seleccionado como matriz. A Direcção do Centro
de Estudos Aquilino Ribeiro não esmorece e em harmoniosa reunião com o senhor Presidente da autarquia defende que o ano de 2013 que se aproximava trazia consigo duas singulares efemérides capazes, por elas próprias, de justificar de vez a homenagem que se pretendia através da falada estátua, os cinquenta anos decorridos sobre o passamento do escritor, os cem anos decorridos sobre a publicação da primeira obra de Aquilino, ao tempo sedeado em Paris. Em Fevereiro de 2013, quando a Direcção do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro era convocada para assinar, com o Município, o Protocolo que, de vez, dava luz verde ao projecto, ocorre a morte de Mestre Joaquim Correia. Comungámos com a família do escultor um período de luto, garantimos junto da mesma o nosso afecto e o ético respeito para com o empenhamento do querido familiar e, mandatados pela Câmara partimos em busca de novo escultor. Não tínhamos já, infelizmente, o apoio amigo e sereno do Senhor Eng. Aquilino Ribeiro Machado que a morte levara há alguns meses atrás tornando-se todavia, a sua grata memória, estímulo para prosseguir caminho de que fomos dando conta aos familiares do escritor. Assumo como honra ter apresentado aos companheiros da Direcção do CEAR, como possível proposta, o nome do novo escultor, Yuraldi Rodriguez Puentes que havia conhe-
cido por intermédio de Ana Maria Barbero Franco que se tornava, para mim, além do seguro conhecimento que tinha já do escultor amigo, esteio absoluto para que se garantisse em tempo justo a consecussão da estátua. A Direcção do CEAR avalizou a minha proposta e a Câmara de Viseu a proposta do CEAR e fui eu próprio, mediador verdadeiramente, que confiei a missão ao escultor com o correcto e exigente programa definido pelo CEAR, sobre o qual ele deveria assumir compromisso e um estabelecido calendário que no seu término conteria a cerimónia de inauguração da estátua no dia 13 de Setembro desse ano de 2013. Construída réplica exacta da escrivaninha onde, por mais de vinte anos se debruçara o escritor, e da cadeira que permanece na sua Casa da Soutosa, hoje sede da Fundação Aquilino Ribeiro, estabelecendo um conjunto de livros básicos que, dispostos sobre a mesa, evocariam a produção do Mestre da escrita, colocado ainda sobre a banca, aberta, a figuração do “Elucidário” de Viterbo como representação de obra de consulta, deixavase ao escultor inteira liberdade para reconstruir a figura de Aquilino de acordo com a fotografia que lhe fora fornecida e ninguém interferiu, em absoluto, neste designativo. A obra estava pronta a inaugurar na data própria. Bela, digna, como eu disse nas palavras da inauguração. O bronze está digno do escultor, o primeiro que ele realizou em sua vida e que foi por encomenda do CEAR e eu me orgulho da confiança que no escultor depositei. Mas tenho de dizer, por justiça, que Ana Maria Barbero Framco merecia assinar, também, num cantinho, aquela estátua. Ei-la agora, não mais nossa, do CEAR, nem do escultor, nem de Ana, mas da cidade, do mundo que já começou a fotografá-la, que é só o primeiro acto de a usufruir, o segundo é conhecer quem está ali representado. AQUILINO.
Jornal do Centro
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19 | setembro | 2013
região
AUTÁRQUICAS
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nal que o meu adversário me acusava de ter dois discursos: um aqui e outro em Lisboa. Eu quero dizer aqui, também, ao meu adversário do Partido Socialista que eu prefiro ter dois discursos do que ter só um, que é o discurso de Lisboa, que é o que ele tem tido ao longo destes últimos anos”, sustentou Almeida Henriques. Lembrando, os tempos em que cumpriu funções como secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques recordou algumas das medidas emblemáticas postas em prática por este Governo, experiências e práticas que espera poder “trazer para o concelho, “fruto” de um trabalho intenso que cumpriu, com orgulho, nos dois anos de governação. “A minha experiência no Governo ser-me-á útil para concretizar medidas como por exemplo o Viseu Investe, o gabinete de apoio ao investidor e o conselho da diáspora de Viseu. […] Quero por isso, neste momento, dizer-lhe o grande orgulho que tenho em ter pertencido à sua equipa durante estes dois anos, naquilo que eu apelido mesmo como um governo de salvação nacional que hoje Portugal tem”,
afirmou. Ao presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, aproveitando o mote dado pelo ainda presidente da Câmara de Viseu e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, o candidato lembrou que, caso seja eleito no próximo dia 29, a defesa do seu concelho poderá levar a decisões que podem “afrontar” este Governo mas, perante as quais, garantiu, não vacilará. “Em primeiro lugar estará Viseu mas, se tiver que tomar uma posição contra o Governo, esteja certo que o farei, com amizade, mas em nome dos viseenses”, assumiu. Pedro Passos Coelho ouviu, e perante as centenas de militantes social-democratas que esta segunda-feira quiseram estar presentes, separou as águas e distinguiu esta campanha eleitoral autárquica da realidade que vive o País. “Tenho procurado que aquilo que diga ao País não seja fruto de circunstância muito conjunturais e, em particular, de natureza eleitoral. As campanhas eleitorais, durante muitos anos acreditou-se, deviam ser feitas apenas para criar essa esperança e, mal seria,
se uma campanha eleitoral não fosse por ela própria um motivo de esperança. Mas, não pode ser um exercício de eleitoralismo. Ninguém levaria a sério que eu viesse hoje aqui desdizer a necessidade das políticas que temos prosseguido”, salientou. À constatação do candidato do PSD à Assembleia Municipal e presidente da distrital laranja, Mota Faria, que disse existir “angústia nos viseenses, angústia na sociedade”, Passos Coelho foi firme e expressou a sua visão pessoal sobre os sacrifícios pedidos e sobre o futuro dos portugueses. “Mal seria, na posição que eu ocupo, que não tivesse uma noção clara dessa angústia que as pessoas sentem, dessa necessidade também que os portugueses precisam de acreditar numa esperança e numa confiança em relação ao futuro como não tiveram nos últimos anos”, Falando da realidade que encontrou, o líder laranja questionou os presentes em tom crítico: “Se vos fosse dado a escolher em 2011, em 2010, em 2009, em 2008, em 2000, em 99, foi quando esta dívida foi gerada, foi nestes últimos 15 anos, se vos fosse dado a escolher a cada um: querem em 2013 pagar quase 8 mil milhões de euros de juros de dívida, os senhores tinham dito queremos? […] Com certeza que não”, concluiu. Se as eleições legislativas se realizassem hoje, o PSD ganharia com 48 por cento das intenções de voto de acordo com um estudo realizado pela Eurosondagem para um jornal diário nacional. PM
DR
No mesmo dia em que a troika aterrou em Lisboa para dar início à oitava e nona avaliações regulares em que o Governo terá de especificar as medidas de corte na despesa pública a incluir no Orçamento do Estado para 2014, o líder do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, rumou a Viseu para a apresentação da comissão de honra da candidatura de Almeida Henriques à presidência da autarquia. Dirigindo-se à sua base de apoio, o ex-secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques, sublinhou a importância da sua comissão de honra, da qual constam “600 cidadãos de primeira linha deste concelho”, ao mesmo tempo que, em tom crítico, acusou os seus adversários de, nas últimas semanas, terem denegrido a imagem positiva do concelho. “É lamentável que os meus adversários, quer da esquerda, quer da direita, depois de se procurarem colar ao trabalho feito nestes 24 anos, se tenham apressado a arranjar trivialidades para atacar esse legado e denegrir quem fez tanto por Viseu”, referiu. Num discurso que durou cerca de 25 minutos, por várias vezes interrompido por aplausos, o candidato não deixou de responder ao seu principal adversário político que, em várias ocasiões, o acusou de ter dois discursos: um em Lisboa, alinhado com o Governo, e outro em Viseu, mais consonante com o seu estatuto de candidato à presidência da autarquia. “Ainda ontem lia num jor-
Pedro Morgado
Passos entra na campanha
Líder do PS está “seguro” da vitória O secretário-geral do PS, António José Seguro, esteve no passado domingo na sessão política organizada pela candidatura de José Junqueiro que marcou o encerramento da pré-campanha para as eleições autárquicas de 29 de setembro. Perante uma Aula Magna onde se encontravam centenas de socialistas, Manuel Maria Carrilho, presidente da Comissão de Honra, António Seguro e José Junqueiro, centraram o seu discurso numa análise da realidade do País, realçando a necessidade de mudança. Ao intervir durante a cerimónia, Manuel Maria Carrilho quis deixar aquela que considera ser a radiografia do concelho e do País onde, concluiu, se torna imperioso o aparecimento de “novos projetos, novas política e novas equipas” para que se possa “respirar”. Já o candidato socialista, José Junqueiro, para além da apresentação das linhas programáticas que
norteiam a sua candidatura à presidência da autarquia, procurou fazer notar aos presentes toda a obra feita no concelho pelos governos socialistas realçando mesmo que, em Viseu, “tudo o que mexe, tem a mão do PS”. Na sua intervenção, o líder socialista, detendo-se sobre os reais problemas do País, destacou aquele que considera ser o logro “vendido” aos portugueses nas últimas legislativas com o único intuito de ganhar as eleições. “Não foi isto, não foi o engano, não foi a destruição de empresas e de emprego, não foi o aumento de insolvências, não foi negar o futuro aos jovens e aos mais desfavorecidos”, frisou. O secretário-geral do PS apelou ainda aos militantes socialistas para que desvalorizem as sondagens, ao mesmo tempo que considerou que o candidato do Partido Socialista, José Junqueiro “já fez história neste distrito ao derrotar pela primeira vez o PSD”. PM
Jornal do Centro
14 REGIÃO | AUTÁRQUICAS
19 | setembro| 2013
Paulo Portas reuniu com as suas tropas em Viseu Foi um Paulo Portas visivelmente impressionado aquele que, no passado domingo, marcou presença no jantar de apresentação dos candidatos do CDSPP às eleições autárquicas de 29 de setembro: impressionado com o número de apoiantes, impressionado com o forte apoio que encontrou, impressionado com o seu partido. Perante uma sala cheia com centenas de apoiantes onde o improviso permitiu sentar outros tantos, o presidente do CDS-PP e viceprimeiro-ministro, Paulo Portas, ouviu em primeira mão e da boca do candidato centrista, Hélder Amaral, o seu “compromisso” com o concelho. “Se os viseenses quiserem que eu seja presidente de Câmara, lá estarei. Mas, se apenas me derem o lugar de vereador, eu lá estarei todas as vezes que forem necessárias para defender os nossos interesses”, prometeu o candidato do CDS-PP. Na sua intervenção, Hélder Amaral, lançou um claro aviso ao próximo presidente de Câmara para que não tente “ganhar na secretaria aquilo que não ganhou nas urnas”, mudando a data das reuniões para impedir a presença do também deputado da Assembleia da República, prometendo estar presente “nem que tenha que ir a pé”. Contudo, o candidato centrista foi rápido a deitar água na fervura: “Eu quero pedir uma campanha porta a porta, olhos nos olhos, sempre presentes, com atenção, com respeito, com simplicidade, com carinho para todos os viseenses. Nós somos homens de bem, vamos resistir a todas as provocações, vamos resistir a todas as tentações. Apenas uma coisa nos preocupa: o futuro de Viseu e o futuro dos viseenses”, asseverou o candidato.
Pedro Morgado
CDS ∑ Líder democrata-cristão esteve em Viseu no lançamento da ofensiva centrista
A Sala cheia na receção ao líder do CDS-PP Aludiu depois às três preocupações centrais da sua candidatura: uma Feira de S. Mateus que possa ser referenciada como um dos maiores cartazes turísticos da cidade, a transformação do Instituto Politécnico de Viseu numa referência nacional e a promoção do maior produto da região: o vinho do Dão. Já o líder democratacristão, Paulo Portas, que nestas eleições autárquicas apenas irá marcar presença em Viseu, Leiria, Aveiro e Guarda, apoiou o compromisso de “proximidade” desta candidatura e deixou vincada a ideia de que o que está em jogo nestas eleições autárquicas é muito mais do que um simples ato eleitoral ao mesmo tempo que destacou a dimensão nacional destas eleições. “Quem queira governar Portugal tem que o conhecer. Não de livros, nem de metáforas. Tem que ter os 480 mil quilómetros que eu tenho no velho carrinho do partido, nas horas boas e nas horas más, nas horas de alegria e nas horas de tristeza, de correr Portugal de norte a sul, porque é de Portugal que se trata e é
só de Portugal que se trata”, proclamou. Feito o desafio, o líder centrista recorreu aos números para enaltecer o trabalho feito “com humildade e dever” em Viseu: pela primeira vez o CDS-PP concorre com listas próprias à quase totalidade das freguesias do concelho. “Eu quero saudar o facto de aqui em Viseu, o CDS se apresentar a 23 das 25 freguesias quando, há quatro anos, só tínhamos conseguido apresentarmo-nos a 16 das então 34. É um progresso”, disse. Quanto às orientações de campanha, Paulo Portas apressou-se a assinalar um facto: “não se ouviu “esta noite um único ataque pessoal”, defendendo que “quem argumenta não precisa de ofender”. “Em Viseu viveu-se um ciclo. Por força das circunstâncias esse ciclo vai mudar. Há uma janela que se abre, há um tempo novo que aí vem. Não interessa nada discutir o passado, concentremo-nos em abrir as portas do futuro, porque é para o futuro que nós vamos contribuir”, defendeu. Mas, reforçou Portas,
hoje importa que “todos os dirigentes do CDS ou independentes que nos apoiam” saibam “governar melhor” ao mesmo tempo que, entendeu, “é possível gerir melhor, é possível distribuir melhor, é possível respeitar melhor” mesmo quando esta candidatura “não tem mais cartazes, tantos como os outros”. “Nós não queremos desperdícios com os dinheiros das campanhas eleitorais e a nossa forma de respeitar as famílias que passam dificuldades, as empresas que passam dificuldades e um País que ainda passa dificuldades é gastamos muito pouco, o mínimo possível nas campanhas eleitorais. Em vez de publicidade, oferecemos autenticidade”, sustentou. O CDS-PP tem no estudo de opinião realizado pela Eurosondagem para um jornal diário nacional o seu melhor resultado desde o arranque da sua campanha, ao subir 1,9 por cento, ficando agora com 7 por cento das intenções de voto (mas ainda assim sem conseguir eleger um único vereador). Pedro Morgado
Opinião
Desperdício O recente estudo da FAO sobre a alimentação indica que um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo é desperdiçado. Em termos económicos, esbanjam-se 570 milhões de euros e 1.3 mil milhões de toneladas de alimentos/ano são destruídos. No entanto, verifica-se que 870 milhões de pessoas passam fome. Em Portugal, os vários estudos apontam para um decréscimo e envelhecimento acentuado da população mas, em termos globais, estima-se que nos próximos 40 anos haverá um acréscimo de mais mil milhões de pessoas. Onde iremos encontrar alimentos para tanta gente? A diminuição do desperdício alimentar é o caminho que todos temos de trilhar. Nos países tidos como ricos, a delapidação ocorre na fase de consumo (rejeição de vegetais e fruta imperfeita, excesso de zelo na observação dos prazos de validade e na conformidade dos alimentos). Nos países em vias de desenvolvimento, o desaproveitamento ocorre na fase de produção. Na Ásia (China, Japão e Coreia do Sul), o desperdício atinge os 100 kg/habitante. A nível ambiental estas perdas são também possíveis de mensurar. Ocupam 30% da terra cultivada em todo o mundo. O consumo de água é equivalente ao fluxo de água do rio Volga na Rússia e a emissão de gases com efeito de estufa atinge os 3.3 mil milhões de toneladas de CO2/ ano. O conselho de ministros afectou para 2013-2014 uma verba de 55 milhões de euros para as refeições escolares, um acréscimo de 4 mil milhões relativamente a 2011-2012. Chegará? Não serão necessárias mais campanhas de solidariedade? Haverá desperdícios? Os professores, os técnicos operacionais e os assistentes técnicos já estão na calha. A banca, ávida de negócios, olha agora para a agricultura como um sector a potenciar. O presidente do BES, na conferência “Agricultura sinónimo de desenvolvimento”, organizada nos Açores, salientou a sua importância nos sectores
Rui Coutinho Técnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu rcoutinho@esav.ipv.pt
do leite e seus derivados, da carne, das frutas e das flores. A aposta na diversificação dos produtos inovadores de maior valor acrescentado, bem como o aumento das exportações e o reforço na internacionalização, são descritas como uma oportunidade. Os produtos elaborados de modo tradicional, a que se junta um processo de certificação, são um dos caminhos apontados dando como exemplos o queijo do Pico e São Jorge, o ananás, o maracujá e o mel. O mercado da saudade é também indicado como um itinerário, uma vez que 3.7% da população mundial fala português e detém um peso de 4.2% no PIB mundial. Alvitra ainda sobre os “5 destinos top” para as exportações da região. Para o leite e natas, a Alemanha e a Holanda; para o queijo, a Alemanha e a Suécia; e para a carne de vaca congelada os EUA, a Holanda e Angola. Segundo Ricardo Salgado, presidente do BES, o banco tomou a liderança desta nova epopeia ao ter lançado as soluções “BES agricultura”. Estão abertas até 10 de Novembro as candidaturas ao programa “Prémio Agricultura”. Uma parceria do Correio da Manhã/BPI que visa seleccionar as melhores empresas do sector agrícola, florestal e agro-industrial independentemente da sua dimensão e tomálas como exemplos a seguir. O prémio permitirá publicitar nos jornais e revistas do grupo Cofina as marcas e produtos vencedores. Na apresentação do programa, o presidente do BPI afirmou que o sector agrícola modernizou-se, deixou de ser defensivo, conservador, sempre na procura do subsídio e acolhe agora um conjunto de pessoas com formação que estão a revolucionar o sector. A questão que podemos colocar nesta fase é a seguinte: no meio de tudo isto, o que é o desperdício? É apenas a estragação de alimentos ou foi e é a falta de visão?
Jornal do Centro
VOUZELA | VISEU | TAROUCA | RESENDE | REGIÃO 15
19 | setembro | 2013
Festa da Labareda regressa a Resende
ASSALTO
Viseu. Uma ouriversaria no centro histórico de Viseu foi assaltada na madrugada de segundafeira. Cinco assaltantes levaram quase todo o recheio do estabelecimento, entre ouro e joias, no valor de vários milhares de euros. O assalto terá ocorrido pouco depois das 03h30, quando os assaltantes arrombaram as grades que tapam a montra da ourivesaria, partiram a porta em vidro e entraram. O alarme tocou, mas a rapidez do assalto deu espaço para os cinco homens fugirem.
DETENÇÃO
Tarouca. Um jovem, de 18 anos, foi detido na terçafeira pela PJ, em colaboração com a GNR, suspeito de atear um incêndio em Tarouca. O rapaz, desempregado, é acusado de ter deitado o fogo na localidade de Ponte da Pedra, em Várzea da Serra. O incêndio consumiu dois mil metros quadrados de floresta e segundo a Polícia Judiciária só não se propagou a outras áreas florestais devido à rápida intervenção dos bombeiros e populares. No distrito de Viseu já foram detidos este ano 27 alegados incendiários.
DR
Vouzela. Morreu na terçafeira o presidente da junta de freguesia de Queirã, em Vouzela, que estava internado no hospital de S. João no Porto, desde o dia 23 de Agosto, após ter sofrido queimaduras graves em 60% do corpo num incêndio florestal. Joaquim Mendes, de 62 anos estava a ajudar no combate ao fogo quando foi apanhado pelas chamas, que destruíram também duas viaturas, uma dos Sapadores Florestais e outra da Junta de Freguesia.
DR
INCÊNDIOS
A Secretário de Estado da Segurança Social presidiu à cerimónia de inauguração
Inaugurado o Lar da APPACDM em Santa Comba Espaço ∑ Estrutura visa dar resposta aos utentes que até agora se deslocavam a Viseu A s i n s t a l a ç õ e s do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) e Lar Residencial da APPACDM situadas em Vila Pouca, resultantes de uma parceria entre a APPACDM e a Câmara de Santa Comba Dão, foram inauguradas no dia 11, pelo secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho. O novo equipamento, a
funcionar no edifício da antiga escola primária, foi construído para colmatar uma falha na proteção social daquele concelho, no apoio especializado às pessoas portadoras de deficiência. O centro para cidadãos portadores de deficiência, tem capacidade para receber 30 utentes na valência de centro de actividades ocupacionais e 12 em Lar
Residencial, gerando mais de 20 postos de trabalho. Para o presidente da Câmara de Santa Comba Dão, João Lourenço o principal objetivo foi “dar resposta especializada a quem dela necessita e aproximar os utentes de Santa Comba Dão, que frequentam a APPACDM em Viseu, das suas famílias”.
Câmara de Lamego incentiva natalidade com oferta de enxoval As famílias do concelho de Lamego dispõem, pela primeira vez, de um auxílio financeiro de incentivo à natalidade e de apoio social. O projeto “Enxoval Bebé”, promovido pela Câmara Municipal oferece a cada criança nascida no concelho um subsídio de 500 euros para a aquisição de bens de primeira necessidade e uma comparticipação nas mensalidades da creche.
“Concebido para contrariar a baixa taxa de natalidade registada em Lamego, o Regulamento Municipal de Incentivo à Natalidade abrange todas as crianças nascidas e registadas no concelho, desde 27 de agosto último, independentemente da situação financeira familiar”, esclarece uma nota da autarquia. Para além da atribuição deste incentivo, a Câmara compromete-se a comparti-
cipar o pagamento da mensalidade das crianças que frequentam as creches do concelho, a partir do quinto mês de vida e até completarem três anos de idade. Os interessados devem apresentar a respetiva candidatura até sessenta dias úteis, após a data de nascimento da criança, no Serviço de Atendimento do Município, através de requerimento disponível em cm-lamego.pt. EA
A Festa da Labareda, em Resende arranca já este sábado, com a tradicional “Perícia da Labareda” que vai invadir a Avenida Rebelo Moniz, em frente à Câmara Municipal e deixar deliciados os amantes das quatro rodas. No domingo, o evento prossegue com o XXIV Encontro de Pescadores, mas é no último fim-desemana de setembro, dias 27, 28 e 29 que a tradição da festa se impõe. Para o dia 27 de está reservado o início da animação noturna. A Academia de Música de Resende dará início à noite de espetáculos, que será seguida por “J. Rabassa + Revenge” e, a terminar a noite, pelas 23h30, sobe ao palco André Sardet. A noite fechará com um espetáculo de fogo de artifício. Publicidade
Dia 28, a Feira de S. M ig uel da rá i n ício a mais um dia de “Labaredas” que conta com o Passeio Turístico “2 Rodas Labareda/2013”. Durante a tarde decorre o desfile dos grupos folclóricos e etnográficos do concelho pelas ruas da vila. À noite, a banda de Resende “Enigma” inicia mais uma momento de espetáculos, que inclui o conjunto Raio de Sol e o concerto de Emanuel. No Domingo, dia 29, pelas 12h00, o desfile motorizado/apeado dos Bombeiros pelas ruas de vila marca o início de mais um dia de festa. À tarde, a festa fica marcada pelo festival de folclore “Labareda/2013” e à noite com o conjunto TomVintém e Amigos, o grupo “Feedback” “Nuno Machado + Sinopse”.
Jornal do Centro
16 REGIÃO | TONDELA
19 | setembro| 2013
“TONDELA É UM EXEMPLO DE EMPREENDEDORISMO”
Empresas investem 18 milhões em Tondela
Micaela Costa
Economia ∑ Joaninha, Gialmar e Bodum vão criar 210 postos de trabalho, anúncio feito na presença do secretário de Estado adjunto da Economia, Leonardo Mathias
A Leonardo Matias, secretário de Estado adjunto da
A Uma das empresas investidoras (Bodum) passa a fabricar em Tondela peças que eram feitas na China e na Polónia Joaninha (padaria e pastela ria), Gia l ma r (unidade de congelação e embalamento de pescado) e Bodum (produção de louça metálica e artigos de uso doméstico) são as três empresas que vão investir 18,3 milhões de euros no concelho de Tondela e garantir a criação de mais de 200 postos de trabalho. O anúncio foi feito na passada quarta-feira, dia 11, na Câmara Municipal de Tondela, na presença dos representantes das empresas, do presidente da Câmara, Carlos Marta e do secretário de Estado adjunto da Economia, Leonardo Mathias. Joaquim Lourenço, proprietário da Joaninha, empresa familiar criada em 1997, afirmou que a grande aposta vai ser no aumento da produção e da quantidade dos produtos. O investimento vai rondar os 6,2 milhões de euros e visa a construção de uma linha de produção de pastelaria para a exportação e vai criar 50 postos de trabalho.
O responsável adiantou ainda que pretendem produzir nesta nova unidade “pastéis de nata, tendo já alguns contratos firmados”. Joaquim Lourenço sublinhou que dispõe já de “uma carteira de encomendas no que diz respeito a 12 milhões de pastéis/ano, produção de bolacha para o grupo Lidl (50% para Espanha e 50% para nacional) e de croissants”. Sendo que para este último produto têm já “um parceiro em França que está a negociar com o grupo Éclair e Carrefur” onde preveem que sejam adquiridos “cerca de 100 mil croissants/dia” O arranque das obras está previsto para janeiro de 2014 e espera-se que a produção na nova unidade se inicie em maio. A Gialmar, unidade de congelação e embalamento de pescado, vai investir cerca de seis milhões de euros na requalificação e expansão de uma unidade já existente no Botulho, Tondela, sendo o investimento comparti-
cipado em 2,8 milhões de euros pelo PROMAR. A empresa, que já existe há 20 anos, com forte presença em cidades como a Figueira da Foz, será responsável pela criação de 25 postos de trabalho diretos e 100 indiretos Gilberto Coimbra, administrador da Gialmar, afirmou que este investimento em Tondela é “fruto da expansão que a Gialmar teve nos últimos anos, sobretudo no ramo da exportação”, uma vez que “a empresa vem sendo muito solicitada na Europa Central, PALOP e, agora, nos países de leste”. G i l b e r to C o i m br a acrescentou a inda que este investimento, em Tondela, foi a concretização de um sonho. “Podia ter criado na Figueira da Foz, mas entendi que chegou a hora de valorizar a minha terra, onde nasci e onde vou morrer”, concluiu. O responsável felicitou a “ousadia” de todos aqueles que investem “numa altura em que toda
a gente fala de crise”, sublinhando que “é preciso acreditar para que tudo se torne realidade”. A Bodum, empresa que fabrica louça metálica e artigos de uso doméstico, vai investir 6,2 milhões de euros, dos quais 2,8 milhões são comparticipados pelo IAPMEI e é responsável por criar 49 postos de trabalho. A empresa vai apostar na ampliação das atuais instalações e, segundo Tiago Gil, responsável pela Bodum em Portugal “serão criadas novas linhas de produção, apostando em produtos que primam pela qualidade e ‘design’ diferenciado” Tiago Gil sublinhou que este novo investimento vai permitir que se fabrique em Tondela peças que atualmente são feitas na China e na Polónia. E vai possibilitar ainda a produção de novos artigos (lançados este ano) como grelhadores a carvão e a gás. Micaela Costa
Na sua intervenção, Leonardo Mathias, secretário de Estado adjunto da Economia, sublinhou que “Tondela é um exemplo de empreendedorismo” para as autarquias e salientou a importância que este tipo de investimentos têm para o país. “O trabalho do tecido empresarial é fundamental para ajudar a economia nacional e superar uma das mais graves crises económico financeiras das últimas décadas”, afirmou. Leonardo Mathias acrescentou que “Tondela se distingue pela sua capacidade de atração de investimento, tanto nacional como estrangeiro, também pela sua competência na fixação de empresas e talentos, que é uma característica fundamental para a criação de riqueza, postos de trabalho, coesão territorial e valorização do interior”. Leonardo Mathias lembrou que o Estado tem um papel importante no apoio à captação de investimento. “É minha convicção que o papel do Estado na economia deve ser de potenciar a existência de um clima de negócios que seja favorável ao investimento, gerador de riqueza e de emprego”.
“O MÉRITO É TODO DAS EMPRESAS”
Micaela Costa
Micaela Costa
Economia
A Carlos Marta, presidente da Câmara de Tondela Carlos Marta, presidente da Câmara Municipal de Tondela, sublinhou que “o mérito é todo das empresas, proprietários administradores e funcionários que, com uma grande visão estratégica, decidiram arriscar e acreditar que é possível vencer a crise”. Quanto ao trabalho da autarquia, o responsável salientou o apoio a estes três projetos industriais. “Fomos parceiros ativos na resolução de problemas burocráticos, acompanhámos a aprovação financeira dos projetos, abrimos portas e tentámos com rapidez e eficiência arranjar soluções legais para os problemas que iam surgindo”. Destacando o trabalho do vereador Pedro Adão, responsável pelo pelouro do desenvolvimento económico, “que acompanhou de perto todos os processos”. Carlos Marta terminou reconhecendo “o trabalho, o investimento, a ambição e a aposta decisiva no território”.
O concelho de Tabuaço foi, até meados da década de 70, um exemplo de prosperidade e desenvolvimento em relação aos concelhos vizinhos, com boa qualidade de vida para os seus cidadãos.
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Hoje esse progresso está de volta. Nos últimos 4 anos a Câmara Municipal realizou, finalmente, obras de grande notoriedade e importância para o desenvolvimento e progresso de Tabuaço. Com a concretização de tais obras estamos a recuperar o tempo perdido e a caminhar para um futuro que queremos sempre melhor e que garanta às próximas gerações as condições necessárias para aqui trabalharem e viverem. Os investimentos estão à vista de todos. Estamos, de novo, no bom caminho.
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economia Clareza no Pensamento
Expectativas superadas na Ficton 2013 Balanço∑ Milhares de visitantes na edição do certame. Autarquia avança com mais de oito mil por dia Chegou ao fim, na passada segunda-feira, dia 16, a 21ª edição da Feira Industrial e Cultural de Tondela (FICTON). Segundo José António Jesus, vice-presidente da Câmara Municipal de Tondela, “as expectativas foram largamente superadas”. As condições climatéricas foram o grande aliado para esta edição de umas das principais feiras da região. José A ntón io Jesus af irmou que “por dia, passaram mais de oito mil pessoas pelo recinPublicidade
to”, sendo que nos dois primei-ros dias de certame, “os números terão ultrapassado os 10 mil visitantes por dia”. O programa “diferenciado e homogéneo”, foi uma das principais razões para que milhares de pessoas visitassem a cidade de Tondela entre os dias 13 e 16. O vicepresidente da autarquia destacou toda “a qualidade de exposições, do associativismo e da oferta industrial e cultural da FICTON”. Um dos grandes mo-
A Emanuel foi um dos artistas a animar a 21ª edição mentos desta edição foi o registo de 1200 frangos assados o que levou
Tondela a bater um record nacional. O desafio, lançado pelo programa “Portugal em Festa” da SIC, que marcou presença no passado domingo, integrou-se na Semana do Frango. Recorde-se que o produto é uma das principais atividades económicas da região de Tondela. Associado à FICTON e s t ive r a m a i n d a v á rios eventos marcantes. “Em particular os dois investimentos que espelham o contributo da autarquia na regeneração urbana. Falamos da inauguração da 2º fase do Parque Urbano da cidade, a Praça de Besteiros e ainda do centro histórico”, destacou José António Jesus. Q uest ion ado sobre a próxima edição, edil af irmou que “a autarquia está numa fase de avaliação”. Jo s é A ntón io Jesus aproveitou ainda para saudar todos os envolvidos em mais uma edição da FICTON “desde, associações, juntas, grupos musicais e tantos outros que fazem desde projeto um desafio aliciante”. Micaela Costa
(http://clarezanopensamento.blogspot.com)
Sinais positivos No quadro de recessão continuada e de dificuldades profundas que Portugal tem vindo a enfrentar nos últimos anos, quaisquer indicadores que possam contrariar esse cenário são, naturalmente, muito importantes, nomeadamente enquanto sinais de esperança em melhores dias. Felizmente foram publicados recentemente alguns valores que podem ser entendidos, de facto, como sinais positivos. O primeiro sinal, porventura o mais importante, foi o crescimento de 1,1% da produção em Portugal (medida pelo PIB, Produto Interno Bruto) em termos reais (ou seja, em volume, em quantidades), no 2º trimestre de 2013 (relativamente ao 1º trimestre do ano), conforme dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) de 6 de Setembro. Após um período de dez trimestres consecutivos de queda da economia portuguesa, eis, finalmente, um resultado que contraria essa tendência. Trata-se, por outro lado, de um valor de alguma dimensão, sendo mesmo o valor mais elevado registado entre os países da União Europeia naquele período. Sublinhe-se ainda que, por componentes, este crescimento do PIB resultou não só do aumento (de cerca de 5,2%) da procura externa (exportações), mas também de um aumento (finalmente!), próximo de 0,8%, da Procura Interna (Consumo Final e Investimento), que registava quedas sucessivas desde o início de 2011. Pese embora o caráter positivo do que se disse, há que ter alguma moderação na interpretação daquele valor, sobretudo em função do “efeito Páscoa”. É que o simples facto de a Páscoa ter ocorrido, no corrente ano, ainda em Março (31 de Março) e não em Abril (como tem acontecido na maior parte dos anos), contribuiu para a “grandeza” do indicador. É que, tradicionalmente, está associado ao período pascal alguma perda de atividade em alguns setores (menos horas de trabalho), que se manifesta de modo particular ao nível das exportações (como o reconhece o próprio INE). Assim sendo, tal significa que o facto de a Páscoa ter ocorrido em Março prejudicou as contas do 1º trimestre de 2013 (e não o 2º trimestre como habitualmente). Dizendo-o de outro modo: caso a Páscoa tivesse
Joaquim Simões Docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu jasimoes@estv.ipv.pt
ocorrido em Abril, a atividade produtiva do 1º trimestre teria sido maior que a registada e a do 2º trimestre teria sido menor que o que foi, o que resultaria, obviamente, numa variação percentual inferior a 1,1%. Bom, mas o calendário foi o que foi, e há que, ainda assim, valorizar o que aconteceu. Outro sinal positivo foi a queda da taxa de desemprego para 16,4% no 2º trimestre de 2013 (contra os 17,7% do 1º trimestre), segundo os dados do INE de 7 de Agosto. Também aqui há que ter cuidado com as interpretações. Desde logo devido aos efeitos de sazonalidade associados à época de Verão, mas também aos fluxos de emigração de muitos portugueses, particularmente de jovens, que se têm vindo a registar. De todo o modo, no período referido, o número de indivíduos estatisticamente considerados desempregados diminuiu, enquanto o número de empregados aumentou. Um terceiro sinal que importa sublinhar é o desempenho das exportações portuguesas. Como já se referiu, esse desempenho contribuiu fortemente para o crescimento do PIB no 2º trimestre de 2013. Acresce porém (de acordo com valores do INE de 6 de Setembro) que essa performance positiva se manteve em Julho, com as exportações a crescerem significativamente em relação ao mês anterior (acréscimo de 9,6%) e a atingirem um valor recorde. A procura externa mantém assim o papel fundamental que vem desempenhando na economia portuguesa (e que tem evitado, aliás, males maiores ao longo dos últimos tempos). Sublinhe-se o facto de o aumento das exportações se ter verificado quer para os países da União Europeia (aumento de 8,3% em Julho, face a Junho), quer para países extracomunitários (acréscimo de 13%), o que evidencia a capacidade que muitas empresas (e empresários) revelaram para “responder” à crise, incrementando a sua presença nos mercados internacionais, quer pelo reforço da presença em alguns deles, quer pela penetração em novos destinos. (Continua...)
Jornal do Centro
INVESTIR & AGIR | ECONOMIA 19
19 | setembro | 2013
A “noite do Dão” nos prémios das ecopistas
Consultório Jurídico
O Hotel Montebelo, em Viseu, foi o palco escolhido para a realização da cerimónia de entrega dos prémios da sexta edição dos Prémios Europeus de Ecopistas e a noite dos “óscares”, organizada pela Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA), sorriu à região Dão Lafões: a ecopista do Dão alcançou o terceiro lugar na categoria Excelência. Lá dentro, Carlos Marta, autarca de Tondela que preside também a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região Dão Lafões, teve que esperar pela parte final do evento para ouvir da boca de Gilbert Perrin, presidente da Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA), a confirmação deste galardão para a Ecopista do Dão, equipamento que integra a rede nacional de ecopistas, conforme disse Mercedes Muñoz. “Há dois terceiros prémios, individuais, cada um deles bastante merecido, na categoria de Excelência que premeia a qualidade e a integridade destas vias verdes”,
Muitas têm sido as vezes em que os nossos Clientes, na qualidade de condóminos dos prédios onde habitam, manifestam uma profunda preocupação e, até mesmo, alguma discórdia, pela defeituosa administração do condomínio. Pelo que, resolvemos esclarecer os Leitores dos meios de reacção dispostos na Lei que permitem a qualquer condómino pugnar pela exoneração/destituição do administrador numa situação de deficiente gestão e administração do condomínio. Resumidamente, o que fazer perante a intransigência do administrador na apresentação do relatório de receitas e despesas e na regular convocação de uma assembleia de condóminos? A lei determina que a assembleia de condóminos se reúna, no mínimo, uma vez por ano, na primeira quinzena de Janeiro. Nessa reunião, deverão ser apresentadas, discutidas e aprovadas as contas respeitantes ao ano anterior e deverá ser apresentado o orçamento de receitas e despesas para o ano em curso. No caso de constatarmos alguma relutância do administrador na convocação de uma assembleia
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explicou a diretora da Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA) aguardando por Gilbert Perrin que anunciaria finalmente a ecopista do Dão e a ecopista Vasco Navarro (Espanha) como as obras que conquistaram o júri e este terceiro lugar ex-aequo. Nascidos em 2003, estes prémios, entregues na passada semana, são atribuídos de dois em dois anos a projetos que se destaquem pelos exemplos de boas práticas no desenvolvimento deste tipo de infraestruturas e que promovam a sua utilização pelo maior número de pessoas possível. Apesar da formalidade do momento, Carlos Marta aceitou o galardão com humor: “eu chamava naturalmente os meus colegas e amigos de Santa Comba Dão e de Viseu, João Lourenço e Américo Nunes, para receberem o prémio comigo, uma vez que este prémio é pesado” ao mesmo tempo que reforçou a excecional colaboração dos três municípios na realização
desta obra. Para além da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região Dão Lafões ter, recentemente, integrado “uma parceria, num novo projeto europeu relacionado com a criação de produtos turísticos nas ecopistas europeias“, o autarca salientou a apresentação de “um projeto para a aprovação da marca Viseu-Dão Lafões no qual a divulgação da ecopista aparece como um dos principais produtos turísticos”. A ecopista do Dão com os seus 49, 2 quilómetros de extensão, obra da Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões, foi inaugurada em julho de 2011 e representou um investimento de 5 milhões de euros que liga os concelhos de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, no distrito de Viseu. Já entre os grandes vencedores internacionais encontram-se a Áustria (Tuernitzer Radweg) e a Irlanda (Great Western Greenway) na categoria de Iniciativas Exemplares. (ver fotos pág. 27) PM
Exoneração do Administrador do Condomínio de condóminos com aquela ordem de trabalhos, a lei assiste aos condóminos que representem, pelo menos, vinte e cinco por cento da permilagem total do prédio, a possibilidade de convocarem uma assembleia. Se o administrador insistir em menosprezar as suas obrigações, negando ou prorrogando a submissão das contas à discussão e aprovação em assembleia, e esgotados todos os meios de resolução extra-judicial, assiste sempre aos condóminos a faculdade de recorrer ao competente mecanismo judicial: a acção de prestação de contas, nos termos do disposto no artigo 941.º do Código de Processo Civil. Desta forma, o tribunal obrigará o administrador à apresentação das contas, que deverão ser exibidas em forma de conta-corrente e nelas se especificará a proveniência das receitas e a aplicação das despesas, bem como o respectivo saldo. Neste cenário parece-nos que, impreterivelmente, não resta outra solução que não o recurso à destituição do administrador. Como proceder? Esse procedimento não tem necessariamente de ser avaliado e decidido pelo tribunal. A assembleia
Ângela Figueiredo Santos Advogada angelafsantos-49508c@adv.oa.pt
de condóminos poderá ser convocada por quem represente, pelo menos, um quarto do valor investido no edifício e fazer constar a intenção de exoneração do administrador na respectiva ordem de trabalhos. Para tal, será suficiente que a maioria simples vote favoravelmente na proposta de exoneração e registar o resultado na acta. Caso não seja possível reunir aquele número mínimo de condóminos para a convocatória, é possível requerer ao tribunal que avalie a actuação do administrador e, se ficar demonstrado que o mesmo praticou irregularidades e agiu com negligência no exercício das suas funções, o tribunal decretará a sua exoneração/destituição. Não obstante a explanação apresentada, a destituição do administrador do condomínio, atendendo à sua complexidade e às especificidades de cada caso, carece de acompanhamento por parte de um profissional do foro.
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Jornal do Centro 19 | setembro| 2013
desporto Liga 2 Cabovisão
Futebol
Domingo é dia de Taça Jogos ∑ Academico-Nogueirense, Tondela-Torres Novas, Lusitano-C.F.Benfica, Cinfães-Estarreja A segunda eliminatória da Taça de Portugal joga-se este domingo pelas 15h00. Ao relvado sobem as quatro equipas do distrito de Viseu que não precisaram de passar pelo teste inicial, Académico e Tondela, da Liga 2 Cabovisão e Lusitano e Cinfães, do Campeonato Nacional de Seniores, isentos no sorteio da ronda inaugural. O Académico de Viseu jogou pela primeira vez a prova rainha do futebol português na época 1947/1948. Esta época tem como primeiro adversário o Nogueirense, equipa com menos experiência nesta competição (estreou-se em 1990). A equipa filiada na Associação de Futebol de Coimbra, ocupa a 7ª posição do grupo E do Campeonato Nacional de Seniores. Quanto ao Clube Desportivo de Tondela, estreou-se na competição em 82/83 e recebe este domingo uma equipa já sua conhecida, em partida a contar para a Taça. Na época de 2004/2005, ainda o Tondela
andava pelos distritais, e também a jogar em casa, perdeu na ocasião por 0-1, frente ao mesmo Torres Novas, e acabariam por ser eliminados da competição. Hoje, a realidade é outra e o Tondela é claramente favorito, mas na Taça tudo pode acontecer. Já o Lusitano, que foi a jogo na prova, pela primeira vez, em 63/64, regressa agora, após alguns anos, à prova rainha do futebol português. Pela frente o Clube Futebol Benfica. Ambas marcam presença no Campeonato de Seniores, ainda que em grupos diferentes. Os trambelos no grupo D e a equipa de Lisboa no grupo G (onde ocupa o último lugar da tabela). O Cinfães é a única a jogar fora de casa. O clube do Norte do distrito, que já marca presença na Taça desde 82/83, viaja até Estarreja onde defronta o “colega” de grupo, na série D do Campeonato Nacional de Seniores. Micaela Costa Publicidade
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“
Este é um jogo em que temos a responsabilidade de seguir em frente. Uma competição onde não queremos ser surpreendidos” Filipe Moreira Treinador do Académico de Viseu
Vítor Paneira Treinador do Clube Desportivo de Tondela
“A equipa está preparada para esta eliminatória. Graças ao trabalho e ambição acreditamos que é possível passar à fase seguinte”
Rui Cordeiro Treinador do Lusitano Futebol Clube
“As expectativas são positivas. Há con-
fiança, mesmo sabendo que o adversário não é fácil. Mas os jogadores têm que ter espírito ganhador e é isso que lhes tenho transmitido”
V 4 4 4 4 3 4 4 3 3 2 3 3 2 2 2 2 1 1 1 0 0 0
E 2 2 1 0 3 0 0 2 1 3 0 0 2 1 1 1 3 2 2 4 3 3
D 1 0 2 2 0 3 3 1 2 1 3 3 2 3 3 3 3 3 4 3 3 4
GMGS 14 4 7 3 11 7 9 4 5 1 12 11 8 13 6 7 9 5 13 7 7 7 6 8 4 4 5 6 5 5 5 8 3 8 2 5 5 9 3 6 6 10 2 9
6ª Jornada
“Vamos encarar este jogo com a mesma seriedade do campeonato, mesmo sabendo que o adversário é das distritais”
P J 7 6 7 6 6 7 7 6 6 6 6 6 6 6 6 6 7 6 7 7 6 7
1 Moreirense 14 2 FC Porto B 14 3 Leixões 13 4 Sp. Covilhã 12 5 Penafiel 12 6 Tondela 12 7 Chaves 12 8 Atlético CP 11 9 Portimonense 10 10Benfica B 9 11 SC Braga B 9 12Sporting B 9 13Marítimo B 8 14U. Madeira 7 15Santa Clara 7 16Oliveirense 7 17Feirense 6 18Desp. Aves 5 19Ac. Viseu 5 20Trofense 4 21Beira-Mar 3 22Farense 3
João Manuel Pinto Treinador do Clube Desportivo Cinfães
Beira-Mar FC Porto B UD Oliveirense Feirense U. Madeira Atlético CP Trofense Farense Sporting B Chaves Benfica B
0-1 0-0 3-2 1-0 0-1 1-0 0-0 1-1 2-1 0-2 5-1
Portimonense Moreirense Tondela SC Braga B Marítimo B Desp. Aves Penafiel Ac. Viseu Santa Clara Sp. Covilhã Leixões
7ª Jornada Moreirense Leixões Ac. Viseu Tondela Portimonense Sp. Covilhã Marítimo B Penafiel Desp. Aves SC Braga B Santa Clara
2-1 1-0 1-2 2-0 -
Farense Trofense Chaves Feirense Sporting B U. Madeira FC Porto B Beira-Mar Benfica B Oliveirense Atlético CP
13/10
Ao fecho desta edição decorriam alguns jogos da 7ª jornada
Futebol VISEU E BENFICA HOMENAGEIA FERNANDO RUAS O Sport Viseu e Benfica vai homenagear Fernando Ruas, presidente da Câm a r a Mu n ic ipa l de Viseu. Segundo nota de imprensa, o clube explica que esta distinção resulta de “todo o a p oio q u e d e u a o clube, durante os 24 a nos que e steve n a presidência”. Nesse sentido, convidou o autarca a estar presente, no jogo de apresent aç ão d a equipa sénior para a nova época desportiva , a rea liza r no Campo 1º de maio, pelas 19h30, este sábado, 21 , dia do município de Viseu.
Camp. Nacional de Seniores - Serie D 1 L. Lourosa 2 Anadia 3 Lusitano FCV 4 S. João Ver 5 AD Grijó 6 Cinfães 7 Bustelo 8 Cesarense 9 Estarreja 10 Sp. Espinho
P 6 6 5 4 4 4 4 3 3 2
J 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
V 2 2 1 1 1 1 1 1 1 0
E 0 0 2 1 1 1 1 0 0 2
D 1 1 0 1 1 1 1 2 2 1
GMGS 3 2 7 7 9 7 7 6 7 6 3 2 3 4 5 7 5 7 2 3
3ª Jornada Sp. Espinho Bustelo Lusitano FCV Estarreja Anadia
1-1 1-0 2-2 3-1 2-1
Cinfães S. João Ver AD Grijó Cesarense L. Lourosa
4ª Jornada S. João Ver AD Grijó Cesarense L. Lourosa Cinfães
-
Sp. Espinho Bustelo Lusitano FCV Estarreja Anadia
20 e 21 de Setembro 21
Jornal do Centro 19 | setembro | 2013
especial
Rali Mortágua 2013
Campeonato de Portugal de Ralis
Mortágua pode decidir contas do título de pilotos É já amanhã, sexta-feira, que o Rali de Mortágua vai para a estrada. Ao longo de dois dias, o principal campeonato do calendário nacional da Federação portuguesa de Automobilismo e Kart (FPAK), volta às estradas da região. É mesmo a única prova do Campeonato de Portugal de Ralis que se realiza no distrito de Viseu. Esta penúltima ronda do Campeonato promete voltar a fazer as delícias dos milhares de visitantes que fazem questão de marcar presença nesta prova já que a lista de inscritos, sem ser extensa, tem um conjunto de pilotos de carros que promete emoção, e velocidade. Aliciante extra, a possibilidade de Mortágua voltar a consagrar o piloto campeão. A duas provas do final do campeonato 2013, Bernardo Sousa tem uma larga vantagem sobre Ricardo Moura e pode sair de Mortágua virtual campeão. O Rali de Mortágua, organizado pelo Clube Automóvel do Centro (CAC), é composto por sete provas especiais de classificação (PEC´s), começando com a já famosa Super-Especial noturna desta sexta-feira, com início às 20h15. Decorre junto à EN 234 e rotunda de Vale de Açores, num circuito com 1,86Km que permite aos pilotos mostrarem todos os seus dotes de condução, e para os espectadores é a oportunidade de verem as máquinas em ação em vários ângulos e num cenário pouco comum, durante a noite. No segundo dia, sábado, disputamse as duplas passagens pelas especiais
de Felgueira, Trezói e Caparrosinha, com o rali dividido em duas secções, com uma passagem por cada um dos três troços. Uma secção durante a manhã, e uma outra de tarde. A classificativa da Felgueira destacase como novidade absoluta, sendo o regresso do rali à freguesia do Sobral. Quanto às outras duas classificativas, Trezói e Caparrosinha, haverá algumas ligeiras alterações no traçado, invertendo-se também o sentido de início e final dos respetivos troços. Em prova, 19 participantes e várias máquinas das quais se destacam três S2000. Os Skoda Fábia de Ricardo Moura (vencedor do Rali de Aguiar da Beira) e Pedro Meireles, e o Ford Fiesta de Bernardo Sousa. Em estreia dois Peugeot 208 R2, um dos quais com o ex-campeão nacional, Bruno Magalhães, ao volante. O outro, Peugeot 208 R, está entregue a Diogo Gago e Jorge Carvalho, máquina que têm utilizado em França, na 208 Rally Cup.
Destaque ainda para o Porsche 997 GT3, que se estreou no Rali de Guimarães, pelas mãos do piloto Carlos Oliveira. Para além do escalão principal, a prova pontua ainda para o Campeonato de Portugal de Ralis R2 (duas rodas motrizes), Campeonato Regional do Centro de Ralis e Troféu Nacional de Clássicos. No Regional de Ralis, destaque para a presença do piloto do Caramulo, Pedro Duarte, navegado por Nuno Costa, ao volante do Peugeot 205, com o número 38 na porta.
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Bruno Magalhães, ex-campeão nacional, ao volante do estreante Peugeot 208 R2
Micaela Costa
Paulo Duarte/Motores Magazine
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todoterreno.pt
Ricardo Moura (vencedor do Rali de Aguiar da Beira) ao comando de um Skoda Fábia S2000
A
Porsche 997 GT3 é uma das máquinas nas estradas de Mortágua
22 ESPECIAL | RALI MORTÁGUA
Jornal do Centro 19 | setembro| 2013
Opinião
“Mortágua tem excelentes condições para receber este desporto, além do enorme entusiasmo do público local” O Rali de Mortágua é um evento que promove o concelho e a região e que contribui para a sua afirmação no panorama desportivo nacional. Eu lembro que Mortágua tem uma grande tradição em provas de Ralis, pois recebeu durante vários anos o Rali de Portugal, integrado no Campeonato do Mundo, e nunca deixou de acolher outras provas, nomeadamente campeonatos regionais, após a saída de Portugal desse campeonato. Até que em 2006 deuse a subida do Rali de Mortág ua ao escalão principal da modalidade e felizmente tem-se mantido entre nós, merecendo a confiança e o reconhecimento por parte da Federação. Tal só é possível dadas as excelentes condições que temos em Mortágua para os desportos motorizados, quer em termos de rede pavimentada quer em termos de caminhos florestais, investindo muito o Município na sua boa conservação. Ainda este ano estamos a fazer um grande investimento, superior a 1 milhão de euros, na manutenção e beneficiação da rede viária do concelho. E também devo registar esta parceria e cooperação entre o Município e o Clube Automóvel do Centro, que tem sido exemplar, no nosso ponto de vista. Publicidade
A estratégia de desenvolvimento sustentado do Município, nomeadamente a nível do turismo, passa muito pela promoção e valorização das condições e recursos endógenos do território, porque temos a água, a floresta, no fundo a natureza, mas também as vias de comunicação, as infraestruturas e equipamentos construídos, ou seja, qualidade de vida. Mas além do impacto deste evento na promoção do concelho, devo acrescentar a dimensão económica. O Rali traz muita gente a Mortágua, entre pilotos, organização, equipas de assistência, fotógrafos, jornalistas, pessoas que acompanham os pilotos, que aqui permanecem dois, três ou mais dias, consoante as situações. E naturalmente que o Comércio, e sobretudo a Hotelaria e o setor do Alojamento locais beneficiam com essa estadia, sendo uma maisvalia económica para o concelho. E depois temos as milha res de pessoas de fora do concelho que vêm assistir ao desenrolar da prova, incluindo a Super-Especial, que habitualmente atrai muito público. A Câmara Municipal quando faz este investimento financeiro tem também em conta todo esse retorno para a
AFONSO ABRANTES Presidente da Câmara Municipal de Mortágua
economia local. Mas é preciso também salientar que o sucesso do Rali, que já vai na sua oitava edição, não seria possível sem a colaboração das populações do concelho, em particular daquelas que são abrangidas pelo traçado do Rali. A população de Mortágua tem sido exemplar na forma como tem acolhido esta prova nacional, não só em termos de participação e entusiasmo, o que é reconhecido pelos próprios pilotos, mas também em termos de compreensão, civismo e colaboração na segurança do Rali. E a terminar gostaria de convidar todos a visitarem Mortágua neste fim de semana, para assistir ao Rali e ao mesmo tempo conhecerem melhor o nosso concelho, porque também temos a nossa gastronomia, as nossas paisagens, e dizer que cá os esperamos de braços abertos, com a tradicional hospitalidade beirã.
Participantes Campeonato de Portugal de Ralis
Participantes Campeonato de Portugal de Ralis R2 (duas rodas motrizes)
RALI MORTÁGUA | ESPECIAL 23
Jornal do Centro 19 | setembro | 2013
PROGRAMA SEX 20 | 1ª ETAPA | 1ª SECÇÃO 19h30 | Partida 20h15 | PE1 Super Especial de Mortágua – 1,86 Km 21h35 | Chegada
SÁB 21 | 2ª ETAPA | 1ª SECÇÃO 09h30 | Partida 10h18 | PE2 Felgueira - 9,38 km 10h56 | PE3 Trezoi - 20,65 km 11h49 | PE4 Caparrosinha - 15,90km 12h34 | Chegada
SÁB 21 | 2ª ETAPA | 2ª SECÇÃO 13h00 | Partida 13h53 | PE5 Felgueira – 9,38 Km 14h31 | PE6 Trezoi – 20,65 Km 15h24 | PE7 Caparrosinha – 15,90 Km (Power Stage) 16h44 | Chegada
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24 DESPORTO | MODALIDADES
Jornal do Centro 19 | setembro| 2013
Ciclismo
Vouzela cria primeiro centro BTT do distrito
Supertaça no pavilhão do Inatel Feminino/Masculino ∑ Pela primeira vez jogam-se no mesmo dia e local Decorrem este sábado, dia 21, os jogos da Supertaça de Futsal, masculina e feminina, no pavilhão do Inatel, em Viseu. Pelas 15h30 joga-se a partida do escalão feminino com duas das melhores equipas do distrito a entrarem em campo. A formação de Penedono, c a mpe ã s distritais em título, defrontam as vencedoras da Taça da Associação de Futebol de Viseu, o Unidos da Estação, de São Pedro do Sul. Esta é a primeira competição da época, para as duas equipas.
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Un idos , or ient ad a por Carlos Pinheiro, fez algumas mexidas no plantel para a nova época, com entrada de novos reforços, como é o caso de Inês Pais (exSport Club Naval Viseu) e de Daniela Aguiar (exPenedono). A equipa de Penedono, que interrompeu o “reinado” de seis temporadas como Campeãs distritais, às adversárias de Lafões, esperam arrecadar mais uma taça antes do campeonato arrancar no próximo dia 5 de outubro. Em masculinos defrontam-se as formações
de Sporting Clube de Lamego e do Pedreles. Recorde-se que a equipa de Lamego conquistou na passada época o título Distrital da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu e joga este ano na 3ª Divisão Nacional de Futsal. O Pedreles venceu na passada temporada a Taça de Viseu e terminou em 3º lugar na Divisão de Honra de Viseu, sendo uma das equipas de Viseu que este ano vai também disputar a Taça de Portugal. Micaela Costa
concelho. O Centro de BTT de Vouzela, foi homologado pela Federação Portuguesa de Ciclismo. Com esta distinção o Centro passa a corresponder aos critérios para este tipo de infra estruturas, apto a receber provas a nível nacional e internacional, nomeadamente a sinalética dos percursos e o centro de acolhimento. O projeto resulta de uma candidatura ao PRO-
DER, no âmbito da Medida 3.2.2 – “Serviços Básicos para a população rural”, com um investimento de 60 mil euros, comparticipado em 75%. O Centro, segundo a autarquia, entra em funcionamento na próxima primavera e disponibiliza uma zona de lavagem de bicicletas, duche, casa de banho, local de estacionamento e uma mini oficina em regime self-service. MC
Automóveis
Piloto viseense perto do título Hugo Lopes, jovem piloto viseense que compete no Campeonato de Portugal de Offroad, na categoria Iniciação, está muito perto do título que persegue há dois anos. Depois de uma categórica vitória em Montalegre, onde dominou dos treinos até à Final, com vitórias nas três mangas e na corrida decisiva, Hugo Lopes ficou a um passo do título. Agora em Sever do Vouga, este fim-de-semana, o piloto viseense pode ficar com o título praticamente no bolso, caso confirme o favoritismo que lhe é atribuído, já que ganhou as cinco provas já disputadas. De fato, Hugo Lopes e o seu Peugeot 106, têm sido demasiado para a concor-
Micaela Costa
Futsal
O município de Vouzela apresentou publicamente, no passado sábado, dia 14, o projeto do Centro de BTT concelhio, o primeiro a ser criado no distrito de Viseu e terceiro no país. Trata-se de uma rede de trilhos com aproximadamente 200km de itinerários sinalizados no terreno, distribuídos por seis percursos de diferente dificuldade e que passam por todas as freguesias do
rência. A três provas do final Sever do Vouga, Lousada e Mação - a conquista do campeonato pode chegar já na Pista do Alto do Roçário, dependendo do que Hugo Lopes faça, e a concorrência também. O piloto viseense tem
a esperança de fechar as contas do título mais rápido possível para assim, pois é seu desejo e da equipa AMSport, poder ainda competir esta temporada numa categoria superior, que ao que tudo indica seja os Super 2000. MC
D Richi Campbell na Feira de São Mateus
Jornal do Centro 19 | setembro | 2013
culturas expos
O cantor português de reggae sobe ao palco principal amanhã, dia 20, pelas 22hoo
Arcas da memória
Destaque
Memórias da Maria Castanha
VISEU ∑ Multiusos da Feira de S.
A propósito do livro homónimo do Dr, Jorge Lage
Mateus
Até 22 de setembro, XVIII Salão Internacional de Banda Desenhada do GICAV.
VISEU ∑ Galeria de Exposições do IPDJ
De 2 a 27 de setembro, exposição de pintura de
Daniel Barreiros “Metamorphósis”. RESENDE ∑ Museu Municipal Durante o mês de setembro, exposição de fotografia “Sensibilidades” da autoria de Eduardo Pinto.
SANTA COMBA DÃO ∑ Casa da Cultura Até 7 de setembro, exposição fotográfica “A Flor da Pele”, de Alexandre Sampaio.
TONDELA ∑ Mercado Velho Setembro, exposição de fotografia “Olhares”, o mais recente projecto de Fernando Costa.
A O grupo Karrosel promete uma viagem pelas músicas do mundo no primeiro dia do certame
Expodemo com cultura Moimenta da Beira ∑ Certame decorre entre os dias 20 e 22 no centro da vila São três dias de animaç ão, espetáculos multimédia, teatro de rua com fadistas, atores e grupos locais numa coreografia em torno da obra de Aquilino Ribeiro e das gentes de Moimenta da Beira, encenações de apologia à maçã (a marca e âncora da Expodemo), ilusionistas, uma mulher-estátua, um chef de cozinha e Djs. A Expodemo, uma mostra de atividades, produtos e serviços da região, volta a ter na sua programação várias atividades culturais. Na primeira noite descase a Banda Karrosel (pelas
22h30), uma viagem pela música do mundo, onde o público é convidado a participar. No sábado, dia 21, estão agendados dois espetáculos encenados por Nuno Paulino, da Companhia de Teatro “Artelier”, de Lisboa. Pelas 22h00, o espetáculo multimédia, “Fados! Ficção e Folcore”, uma encenação teatral comunitária com a participação de ranchos folclóricos locais, artesãos, grupos de teatro e fadistas, numa viagem multimédia em torno da obra de Aquilino Ribeiro e das gentes de Moimenta da Beira.
O segundo, às 23hoo, o teatro de rua “Manel dança Maria”, que vai fazer uma apologia à maçã. O espetáculo que se cham a “Era u m a vez . . . . a maçã”, evoca o mito do fruto proibido num momento épico e inovador que cruza as novas tecnologias de vídeo mapping, com as artes do circo aéreo e da pirotecnia, tudo suspenso por uma grua que eleva todos os cenários e actores voando acima do publico em 45 minutos.
(M12) (Digital)
Sessões diárias às 13h30, 16h00, 18h30, 21h50, 00h30* Circuito fechado (M12)
roteiro cinemas VISEU FORUM VISEU Sessões diárias às 13h50, 16h10, 18h30, 21h10, 23h30* R.I.P.D. - Agentes do outro Mundo (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h40, 17h00, 19h00, 21h50, 00h10* A Evocação (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h30, 16h50, 19h10, 21h40, 00h20* A Gaiola Dourada (M12) (Digital)
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Sessões diárias às 13h40, 16h00 Gru - O mal disposto 2 2D VP (M6 - Dobrado) Sessões diárias às 18h50, 21h20, 00h05* Elysium (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h10, 16h30, 18h40 Aviões VP (M6) (Digital) Sessões diárias às 21h00, 23h40* Mestres da ilusão
Sessões diárias às 14h00, 16h20, 19h00 Justin e a espada da coragem (CB - 2D) Sessões diárias às 21h30, 00h00* Paranoia (M12)
PALÁCIO DO GELO Sessões diárias às 14h00, 16h45, 21h10, 00h00* Riddick (CB)
Micaela Costa
Sessões diárias às 15h00, 17h40, 21h30, 00h10* Armadas e Perigosas (M16) Sessões diárias às 11h10* Gru - O mal disposto 2 VP (M6 - Dobrado) Sessões diárias às 19h10 Ronaldo o bárbaro (M16)
O Dr. Jorge Lage assina as suas obras e a sua vida como transmontano e da ruralidade onde teve berço faz bandeira e é sob esse signo que empreende, como campanha de Almançor, estas aventuras em favor da castanha e também da sua árvore-mãe, marcando com marcos poderosos o território físico e cultural deste gigante da terra, o castanheiro, e o do seu emblemático fruto, a castanha, “dádiva dos deuses”, como ele já lhe chamou. Jorge Lage entregou-se a esta empresa com paixão, como os reis antigos, levando de vencida constrangimentos bastantes, sofrendo algumas feridas nesta batalha de solitário curso, parece. No fim colocando bandeiras sobre a linha de fronteira de uma pátria finalmente conquistada. Jorge Lage leva consigo a sua louvável teimosia, a sua corajosa persistência, leva o amor da terra, nem sempre pródiga, nem sempre avara, leva os saberes que herdou da cultura onde pertença, e carrega depois saberes acrescentados que nos traz como se em nau da Índia regressasse com a fortuna de um profundo saber agenciado. “Memórias da Maria Castanha” é, sem dúvida, uma espécie de vade-mécum da relação do povo com a castanha, como Pires Cabral, de modo feliz, lhe chamou. Roteiro é o que ele é. Jeito de
Sessões diárias às 13h40, 16h30, 21h20, 00h20* Ataque ao poder (M12)
Alberto Correia Antropólogo aierrocotrebla@gmail.com
“Elucidário”, como aquele, de Viterbo, que a Aquilino fez conhecer toda a Beira. Aqui, vamos por aí fora, Portugal de lés-a-lés, mar além, e lá encontramos esse avantajado glossário, centenas de nomes, que nomeiam castanha e castanheiro, listagemdeexpressõeseesse amálgama de provérbios e ditos populares, já literatura de rica consistência a que se alia a poética do Cancioneiro, a ludicidade sustentada por adivinhas, lengas-lengas e trava-línguas e deleitosas lendas onde a mourama ainda vive. E depois, com suas materialidades, os jogos e os brinquedos de um universo infantil vivido em natureza. E muitas mais memórias condensa o livro – saberes da sua conservação e do seu uso em mágicos rituais, alguns cristãos, como os “rosários de castanhas” da Lapa aquiliniana, o seu antigo, restaurado e extensivo préstimo no quadro da alimentação humana de que o livro também se faz guia. E os “magustos” com que se inicia a trajectória do Ciclo de Inverno. Livro de pausada leitura, como a dos guias, livro de andar na mão, alargado mapa por onde se estende o manto do grande amor que Jorge Lage tem por sua terra.
Estreia da semana
Sessões diárias às 11h00*(*Dom.), 13h50, 16h10, 18h50, 21h40, 00h15* A Gaiola Dourada (M12) (Digital) Sessões diárias às 14h10, 17h10, 21h00, 23h50* O Mordomo (M12Q) (Digital) Legenda: *sexta e sábado; **exceto sexta e sábado
Riddick – Um anti-herói, um prisioneiro em fuga e perigoso, perseguido por todos os caçadores de prémios da galáxia. O infame Riddick foi deixado a morrer num planeta queimado pelo sol e que aparenta não ter qualquer vida.
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culturas O som e a fúria
Destaque
Filipa Duarte, natural de Tondela e a comemorar 25 anos de amor às palavras, apresentou no passado domingo, dia 15, a mais recente obra “Singulares e Eternos”, no Museu Grão Vasco. O livro reúne um conjunto de olhares de uma escritora que tem sempre a poesia dentro de si. A obra, como a própria explicou são “vários olhares pelo mundo” de viagens que foi fazendo, ao longo dos anos. Filipa Duarte escreve em Singulares e Eternos, tudo aquilo que observa, escuta e sente. Conta histórias dos laços que foi criando com as pessoas, que foi conhecendo em cada viagem. Singulares e Eternos, não é para Filipa Duarte a descrição do que vê, mas sim daquilo que sentiu. “Quero que o leitor viaje comigo, que crie as suas próprias sensações”, afirma.
Micaela Costa
Viajar pelas palavras de Filipa Duarte
A autora recorda que “uma das primeiras viagens começa há 20 anos quando andava na Faculdade de Agronomia. E que as viagens são uma paião antiga. “Lembrome que sempre tive vontade de ir, de sonhar, e o poeta é isso”.
Quanto a novos projetos Filipa Duarte garante que já anda a preparar um novo livro. Mas para já, e até ao final do ano, vai divulgar o Singulares e Eternos. Micaela Costa
“E é bom nós sonharmos e tornar os nossos sonhos realidade. A vida é assim, é feita de sonhos, de lindos vales floridos ondulados pelo vento, que importa viver apenas um minuto, ou um segundo, se a maior força da vida nos vem dos sonhos vividos” Filipa Duarte
Literatura
Luís Belo apresenta livro na Feira de São Mateus O viseense Luís Belo apresenta hoje, dia 19, pelas 22hoo, no Palco Luz o livro “Emergir”. A primeira edição da obra, que se apresenta como um livro de fotog ra f ia e poesia , foi lançada no final do ano passado. Exibido numa exposição em Bristol, Inglaterra, o livro foi destacado
pelo P3 (Público) e esgotou numa semana, não dando muito espaço a apresentações públicas. Produzida a segunda edição, esta é a segunda apresentação pública com o autor (a primeira foi em Coimbra). Nela dáse a conhecer o processo de criação desta obra que tem Viseu como matériaprima. MC
Uma arqueóloga das relações humanas: Doris Lessing
Q u a ndo, em 2 0 0 7, Doris Lessing ganhou o prémio Nobel da literatura a academia descreveu-a como “um exemplo de experiência feminina que, com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização ao escrutínio”. O Nobel ma is não fez do que reconhecer a persistência desta mulher, de 88 anos, que escreveu 70 livros sem se acomodar à sombra do establishment e que se tornou escritora por “frustração”, como disse numa entrevista à Paris Review. No primeiro livro, “A erva canta” (1949), conta a relação amorosa entre uma mulher de um fazendeiro branco e um criado negro, o tipo de história que não ia com o ar do tempo. A partir daí foi sempre a surpreender. L iv ros como “ Um Casamento Apropriado” (1954), “O caderno dourado” (1962), “Memórias de um sobrevivente” (1975) ou o primeiro volume da autobiografia, “Debaixo da minha pele” (1994), no qual descreve os anos em que viveu na Rodésia do Sul (o actual Zimbabue), a saída de África e a dissidência do comunismo, justif icam plenamente a aura de que goza. Sobre Lessing, não é possível separa a obra
Maria da Graça Canto Moniz
da vida. Os romances relatam as peripécias, a autobiograf ia confirma e os ensaios explicam a deriva ideológica e religiosa. Na vida como nos livros, o desenraizamento é a regra . Nascida no Cu rdistão i ra n ia no, onde o pai estava colocado, foi em criança para a Rodésia do Sul. Naquela antiga colón i a br itâ n ica v iveu durante 25 anos, casou duas vezes, teve três f ilhos, tornou-se comunista. Só depois de deixar África, abandona ndo o seg undo m a r ido e os dois f ilhos do primeiro, se fez escritora e feminista. Em 1954 , rompeu com o comunismo, e nos anos 1970 aderiu ao sufismo, talvez por influência do filósofo afegão Idries Shah, passando a escrever livros de f icção científica e transfor m a ndo - s e nu m a espécie de guru não só político-metafísico. A saga em cinco volumes “Canopus em Argos” (1979-1984) é justa mente considerada um clássico do género. A su a obra está publicada em Portuga l, em vá rias editoras, sendo uma das ma is popu la res escritoras, em pa ralelo com nomes como Marguerite Yourcenar. A sua última obra chama-se “The cleft”.
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em foco Forum comemora aniversário em grande estilo
Micaela Costa / Ana Paula Duarte
O passado fim-de-semana foi de festa no Forum Viseu. O espaço comercial comemorou o oitavo aniversário na presença de várias figuras conhecidas do público e de centenas de visi-tantes. O desafio foi dar a conhecer a nova coleção de forma original e divertida e para isso foram utilizados quatro cubos gigantes onde os modelos pousaram. Os irmãos Guedes, Kelly Baron, Isabel Figueiras e a apresentadora de serviço Bárbara Guimarães foram as grandes figuras dos três dias de festa. Na abertura do evento marcou ainda presença o presidente da autarquia de Viseu, Fernando Ruas. A festa continuou pela noite dentro no Bar da cidade de Viseu, Maria Xica.
A “noite do Dão” nos prémios das ecopistas
Pedro Morgado
O Hotel Montebelo, em Viseu, foi o palco escolhido para a realização da cerimónia de entrega dos prémios da sexta edição dos Prémios Europeus de Ecopistas e a noite dos “óscares”, organizada pela Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA), sorriu à região Dão Lafões: a ecopista do Dão alcançou o terceiro lugar na categoria Excelência. Nascidos em 2003, estes prémios, entregues na passada semana, são atribuídos de dois em dois anos a projetos que se destaquem pelos exemplos de boas práticas no desenvolvimento deste tipo de infraestruturas e que promovam a sua utilização pelo maior número de pessoas possível. PM
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em foco
DR
Festas de Lamego atraem milhares de visitantes
Milhares de pessoas acorreram mais uma vez a Lamego para honrar a padroeira da cidade – Nossa Senhora dos Remédios, nesta que é conhecida como “A Romaria de Portugal”. De 22 de agosto a 9 de setembro, o programa das Festas dos Remédios ofereceu um cartaz bastante diversificado que constituiu um autêntico chamariz para muitos veraneantes e foliões: exposições, concertos, desfiles, procissões, feiras, eventos culturais e desportivos. Durante estes dias de di-
versão, uma multidão teve a oportunidade de admirar, pelas principais ruas da cidade, a tradicional Marcha Luminosa, a Batalha das Flores e a Majestosa Procissão do Triunfo, na qual os andores, que percorrem a Igreja das Chagas até à Igreja de Santa Cruz, ostentam imagens sagradas puxadas por juntas de bois, como manda a tradição. Este ano tem a televisão faltou, o programa da TVI “Somos Portugal”, levou o nome de Lamego pelo mundo, com a transmissão das festividades, em direto. MC
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saúde e bem-estar Bastonário inaugura nova sede da secção distrital da Ordem dos Médicos A secção distrital de Viseu da Ordem dos Médicos (SDOM)acaba de inaugurar a nova sede situada na Rua do Seminário em frente ao Centro Pastoral Diocesano. A cerimónia decorreu no passado dia 12, presidida pelo bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva. O novo espaço, moderno e funcional pensado pelo arquiteto Ricardo Carvalho, onde foram investidos cerca de 200 mil euros, oferece agora aos sócios – cerca de 750 médicos do
distrito de Viseu – todas as condições para a realização de encontros, debates, palestras, tendo anunciado o presidente da SDOM, José Pedro Saraiva, que a sede vai ter atividades culturais regulares. “É um espaço de todos os médicos que a partir de hoje (dia 12 de setembro) poderá ser a pedra de toque para a realização de eventos não só de índole profissional mas também de âmbito sociocultural”, adiantou, ao anunciar a primeira pelestra cultural para o
Emília Amaral
Espaço aberto ∑ A nova casa vai ter atividades regulares de âmbito profissional e sociocultural
A Bastonário da Ordem dos Médicos presidiu à cerimónia de inauguração dia 3 de outubro, às 21h30 “Aquilino Ribeiro e a in-
tegração da sua obra com a classe médica”.
Durante a inauguração, o bastonário da OM, ape-
lou aos médicos para denunciarem todos os casos onde a atividade médica ou a relação médico/doente seja alvo de perturbações. “Comuniquem à Ordem dos Médicos se têm dificuldades em ter acesso ao que é necessário para a prática médica, denunciem qualquer coisa ou qualquer pessoa que se procure intrometer entre o médico e o cumprimento do seu código deontológico”, sublinhou. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt
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ENFERMEIRO DE FAMÍLIA CHEGA A SANTA COMBA DÃO
Opinião
Actualize as suas próteses dentárias Pedro Carvalho Gomes CMDV Supreme Smile
Muitas pessoas têm falta da maioria ou mesmo de todos os dentes. Para estas pessoas, uma solução de substituição das próteses dentárias que elimine a necessidade de materiais adesivos, significa um novo nível de conforto e facilidade na sua vida. A melhor e mais eficaz alternativa de substituição de prótese utiliza implantes dentários para suporte, removendo assim a necessidade de utilização dos incómodos e pouco fiáveis materiais adesivos de prótese. Além disso, as lesões nas gengivas provocadas por instabilidade das próteses tornam-se obsoletas. Os implantes dentários fornecem a base para as alternativas de substituição dentária. A utilização de implantes dentários pode devolver o aspecto
estético e funcional que próteses removíveis convencionais e materiais adesivos de prótese não proporcionam. Próteses fixas sobre implantes dentários. Esta solução consiste numa ponte dentária sobre implantes que é suportada por quatro ou mais implantes dentários. Neste tratamento os implantes dentários funcionam de forma semelhante às raízes naturais e a sensação das próteses definitivas será muito semelhante à dos dentes naturais. Próteses removíveis estabilizadas com implantes dentáios. Uma prótese removível é uma outra forma de prótese suportada por implantes dentários, mas que é removível para limpe-
za, sendo semelhante às próteses convencionais. Porém ao contrário destas, esta prótese é suportada por implantes dentários. Estas podem “encaixar” em apenas em dois implantes dentários, conferindo um aspecto e funcionamento muito semelhante ao dos dentes naturais. Se necessitar de reparar a sua prótese ou se estiver cansado(a) de utilizar as suas próteses, considere as alternativas de substituição de prótese e deixe que os materiais adesivos de próteses passem a fazer parte do passado. Pergunte ao seu Médico Dentista se é um candidato a implantes dentários com uma prótese removível ou fixa. É tempo de dizer adeus aos materiais adesivos de prótese e melhorar a sua qualidade de vida.
A partir do dia 1 de outubro, o Centro de Saúde de Santa Comba Dão vai dar lugar à Unidade de Saúde Familiar Rio Dão. Esta muda nça , ta l como tem vindo a acontecer noutras un idades de saúde, pretende “aproximar os cidadãos dos cuidados de saúde e melhorar o seu acesso” adianta um comunicado técnico da futura Unidade de Saúde Familiar Rio Dão. Na nova unidade de saúde vai ainda ser implantado o conceito de enfermeiro de família. “Para cada ficheiro médico foi destacado um enfermeiro que ficará responsável pela prestação de cuidados de enfermagem às famílias”, esclarece a nota à imprensa, realçando que “nesta nova etapa pretende-se que exista mais ligação entre a equipa médico/ enfermeiro e maior proximidade com as famílias dos utentes”. EA
EM CASO DE INTOXICAÇÃO
808 250 143 chamada local
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800 202 669 ANGÚSTIA, SOLIDÃO E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO CHAMADA GRÁTIS
Jornal do Centro
CLASSIFICADOS 31
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INSTITUCIONAIS OBITUÁRIO Sidónio da Fonseca Cardoso, 73 anos, casado. Natural de São Pedro do Sul e residente em Abraveses. O funeral realizou-se no dia 11 de setembro, pelas 15.30 horas, para o cemitério novo de Viseu.
1ª Publicação
Maria Arlete Almeida Gaspar, 67 anos, casada. Natural de Fornos de Algodres e residente em Barbeita. O funeral realizou-se no dia 14 de setembro, pelas 16.00 horas, para o crematório de Viseu. Agência Funerária D. Duarte Viseu Tel. 232 421 952
(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)
António da Moita Alves, 51 anos. Natural de São Pedro de France e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 12 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemitério novo de Viseu. Laura da Maia Boloto, 76 anos, solteira. Natural de Ribafeita e residente em Gumiei. O funeral realizou-se no dia 12 de setembro, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Gumiei.
1ª Publicação
Amadeu de Jesus Duarte, 75 anos. Residente em Marzovelos. O funeral realizou-se no dia 13 de setembro, pelas 15.30 horas, para o cemitério novo de Viseu.
(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)
Fernando Marques, 82 anos, viúvo. Residente em Casal Jusão, Silgueiros. O funeral realizou-se no dia 13 de setembro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Silgueiros. José Esteves Luís Ferreira, 87 anos, viúvo. Residente em Abraveses. O funeral realizou-se no dia 15 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemitério velho de Abraveses.
1ª Publicação
Cidalina da Cunha de Frias, 62 anos. Residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 15 de setembro, pelas 16.00 horas, para o cemitério novo de Viseu.
(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)
Manuel Simões de Almeida, 60 anos, casado. Residente em Santiago. O funeral realizou-se no dia 16 de setembro, pelas 11.00 horas, para o cemitério novo de Viseu. Beatriz Brás, 90 anos, viúva. Resi-
dente em Santiago. O funeral realizou-se no dia 16 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemitério velho de Viseu. Dozinda de Jesus, 86 anos, casada. Residente em Marzovelos. O funeral realizou-se no dia 17 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemitério novo de Viseu. Norminda Marques dos Santos, 85 anos, casada. Residente em Oliveira de Cima, Bodiosa. O funeral realizou-se no dia 17 de setembro, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Bodiosa.
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(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)
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CARGA HORÁRIA
1490h
+ 210h estágio
tempo
JORNAL DO CENTRO 19 | SETEMBRO | 2013
Hoje, dia 19 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 28ºC e mínima de 15ºC. Amanhã, 20 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 28ºC e mínima de 17ºC. Sábado, 21 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 29ºC e mínima de 18ºC. Domingo, 22 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 30ºC e mínima de 18ºC. Segunda, 23 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 30ºC e mínima de 18ºC.
Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal
∑agenda Quinta, 19
Viseu ∑ Apresentação do “Pacto Autarcas e de uma das suas medidas: Bicicletas Elétricas”, às 10h00, no Pórtico do Fontelo (sala de estudo).
Quinta, 19 Viseu ∑ Repasto “ Sabores Tradicionais da Feira de São Mateus-Viseu”, às 19h30 na feira de S.Mateus.
Sexta, 20 Moimenta da Beira ∑ Segunda edição da “Expodemo – Mostra de Produtos, Actividades e Serviços da Região”, dias 20, 21 e 22.
Sábado, 21 Viseu ∑ Dia do Município
Sábado, 21 Viseu ∑ Encontro “Viseu em Viseu” , a partir das 13h30, com um encontro/almoço, no Hotel Palácio dos Melos.
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Investigação sobre Viseu apresentada em congresso ra, tem como primeiro painel “História (s) da cidade e património urbanístico em Viseu: do Passeio Público oitocentista à ação da Comissão de Iniciativa e Turismo (1845-1936)”, proferido por Luís Fernandes, docente da Universidade Católica Portuguesa. Segue-se o painel “História e morfologia urbana da cidade de Viseu na época moderna”, por Liliana Castilho, docente da ESEV. Neste primeiro dia há ainda tempo para a visita guiada “Viseu Moderna e Contemporânea” e, às 19h00 a apresentação pack Viseupédia, no Museu da Electricidade/Recinto da Feira de S. Mateus, com textos de Gonçalo Byrne e imagens de Luís Calheiros. O segundo dia do congresso vai arrancar às 10h00, com o painel “Viseu nos séculos XVI e XVII: identidades e mobilidades em contexto de fronteira”, por Teresa Cordeiro, docente da Escola Secundária Emídio Navarro. Durante a manhã será ainda proferido o tema “O disciplinamento clerical no contexto da renovatio tridentina: a “domesticação” do cabido de Viseu”, por João Nunes, docente da ESEV. Para a
Respeitar o voto joaquim.alexandre.rodrigues@gmail.com
tarde estão agendados os painéis “Viseu na antiguidade tardia e alta idade média - dúvidas e perspetivas de investigação”, pelos investigadores Catarina Tente e Manuel Luís Real e, antes do encerramento com Gonçalo Byrne, “As entranhas da cidade de Viseu: As origens do urbanismo”, pelo arqueólogo viseense, Pedro Sobral, dos especialistas que mais tem acompanhado as escavações arqueológicas efetuadas na cidade. O congresso “Habitar [Património] Viseu” tem lotação esgotada, com participantes vindos de todo o país e promete uma “panorâmica da história” de Viseu desde a antiguidade, passando pela época medieval, pela época moderna e a contemporânea. Para Rui Macário a iniciativa tem a particularidade de juntar pela primeira vez quatro instituições da cidade onde se faz investigação, e reunir investigadores para “colocar o enfoque onde ele deve ser colocado: quem investigou é quem deve participar no trabalho daqui para a frente. Isso é que faz uma cidade moderna”. Emília Amaral
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Joaquim Alexandre Rodrigues
Programa ∑ Paineis apresentam as várias épocas A história da cidade de Viseu apresentada por quem a conhece é o que vai acontecer nos próximos dias 20 e 21, no Museu Grão Vasco, durante o congresso “Habitar [Património] Viseu” organizado por quatro instituições locais: o Projeto Património, a Universidade Católica, A Escola Superior de Educação (ESEV) e o Museu Grão Vasco. Rui Macário, da comissão organizadora adianta que este encontro inédito na região vai “tentar fazer um ponto de situação relativamente ao que têm sido as investigações mais recentes da história da cidade”. O reconhecido arquiteto da atualidade, Gonçalo Byrne, autor de três obras na cidade de Viseu - a Farmácia da Misericórdia, a transformação do velho hospital na Pousada de Viseu e o plano de pormenor da Cava de Viriato - é um dos participantes no congresso, ao encerrar os trabalhos no sábado, às 17h00 com a apresentação do painel “Viseu, Arquitetura, História e Contemporaneidade”. O Congresso, com sessão de abertura marcada para as 15h00 de sexta-fei-
Olho de Gato
1. Barack Obama ainda só estava a viver há nove meses na Casa Branca e foi logo agraciado com o Prémio Nobel da Paz. Escrevi aqui sobre isso, em Outubro de 2009: “Obama ainda não fez nada que se visse para merecer o prémio Nobel da Paz. É absurdo, depois da “guerra preventiva” de Bush, vir-se agora com a “paz preventiva” de Obama. De qualquer forma, este prémio estúpido não muda nada: a política externa americana vai passar a ser menos intervencionista.” Prémio estúpido, claro: dá-se um prémio a uma pessoa pelo que ela fez, não por aquilo que ela vai fazer. Nesse caso não é um prémio, é um incentivo. Obama é um mestre a usar o “poder suave” da palavra e tem usado a estratégia de falar directamente para a rua islâmica e tem sido ouvido. A rua árabe, que saiu em esperança de uma primavera democrática, contava com Obama. As coisas não têm corrido bem e na Síria tornaram-se num pesadelo. Putin, na semana passada, decidiu imitar o “soft power” de Obama e publicou no New York Times uma carta dirigida ao povo americano sobre a Síria, uma carta que é uma lição de moral e uma bofetada de luva branca. Vai sair um Prémio Nobel da Paz para Vladimir? 2. A deserção em massa da última lista de Miguel Ginestal é um triste exemplo da forma como os eleitos desrespeitam o voto das pessoas e José Junqueiro fez bem em agora não ter colocado nenhum dos desertores nas listas. O bloco de esquerda vai mais longe neste desrespeito: põe os eleitos a “rodar” e acha que assim é que é bem. No último mandato na assembleia municipal de Viseu, Carlos Vieira, o único e esforçado deputado bloquista, foi “rodado” por uma substituta, bem mais fraquinha por sinal. Era importante que Carlos Vieira, novamente a votos, dissesse ao que vem: vai estar lá quatro anos ou a fotografia dele nos outdoors é uma mentira e vai deixar-se “rodar” outra vez?