Comunicare 296

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Fim da taxa de bagagem Taxistas estão proibidos de efetuar a cobrança.

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Novo endereço do paladar Vereadores discutem criação de polo gastronômico no Uberaba.

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Música invade as plataformas digitais Serviço de streaming cai no gosto dos brasileiros.

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Curitiba, 21 de Junho de 2017 - Ano 20 - Número 296 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Brincando pela vida Playing for life

Projeto oferece atividades lúdicas para crianças com câncer Project offers recreational activities for children with cancer Páginas 06


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Curitiba, 21 de Junho de 2017

Coluna

Uma heroína empoderada Evelise Muncinelli 8º período

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iana, princesa de Themyscira, faz parte de uma comunidade de amazonas que são mestres na arte da luta. Munida de espada, laço, escudo e braceletes (que também servem para protegê-la de tiros), deixa a ilha natal para acompanhar o espião Steve Trevor na tentativa de acabar com a Primeira Guerra Mundial. Poderosa, ela luta, lidera diversas vezes e deixa qualquer homem “no chinelo”. Não é de se espantar, afinal, ela descobre que é uma deusa. Mulher-Maravilha, o filme de 2017 que conta essa história, foi dirigido por uma mulher, Patty Jenkins. No primeiro fim de semana, ele arrecadou cerca de US$ 223 milhões em bilheteria mundial, ao contrário das histórias cinematográficas de Elektra (US$ 12 milhões) e Mulher-Gato (US$ 16 milhões), que foram desastres de bilheteria. Essa é a primeira vez que um filme de personagem feminina de histórias em quadrinhos ganha merecido destaque e boas críticas. Além das qualidades técnicas que já fazem o filme valer a pena, o sucesso dele pode

Comunitiras

ser atribuído a outros três fatores: o tratamento adequado que a história de Diana recebeu, o olhar diferenciado de uma diretora mulher (é importante frisar, pois faz toda a diferença) e o lançamento em uma época de grande avanço do feminismo. Os dois primeiros resultaram em uma versão acessível da Mulher-Maravilha vinda das histórias em quadrinhos, uma vez que filmes são mais populares. Quanto à protagonista, apresenta-se uma Diana guerreira, corajosa, justa e naturalmente sexy, sem que a personagem não seja explorada sexualidade pelas câmeras. A ideia de que uma personagem possa lutar ao lado de homens e ser tão boa quanto eles – ou até melhor -, mas sem perder a feminilidade e sem se deixar ser dominada por figuras masculinas reforça o apelo feminista. A projeção feita na heroína reflete uma evolução real do papel da mulher na sociedade, num nível que pode ser comparado à mulher independente que trabalha fora de casa, que se opõe fortemente ao machismo e tem poder de decisão em

relação a casamento e filhos. Tais valores contribuem também para a formação de crianças e adolescentes. Se meninos cresceram e continuam crescendo influenciados por uma leva de super-heróis, tais como Batman, Super-Homem, Homem-Aranha, nada mais justo do que apresentar às meninas figuras igualmente impactantes para que possam se inspirar. Nada de princesas que dependem dos príncipes para serem resgatadas, são elas que resolvem os problemas por si próprias. Meninas querem ser ela e meninos aprendem a respeitar e não subestimar a força feminina. Portanto, que venham mais filmes que exaltem o poder das mulheres e não as releguem ao posto de personagem secundário. A torcida é que Mulher-Maravilha tenha aberto porteiras e mostrado à indústria cinematográfica que vale a pena investir em mais obras cinematográficas que levem o feminismo a conquistar novos marcos perante a sociedade.

Expediente Edição 296 - 2017 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS Miguel Manasses

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Caroline Deina 5º Período

Bruno Talevi 3º Período

FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 5º Período

FOTO DA CAPA Maria Clara Braga 3º Período

(DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818) EDITORES

PAUTEIROS

Rafael Sábio

Bruno Talevi

Wesley Fernando

Gabrielly Zem

Marçal Dequêch

João Francisco

Isadora Look

Bruna Kopeski

Yasmin Graeml

Talita Souza

Talita Laurino

Marina Darie

Evelise Muncinelli

Sergi Prat

Damaris Pedro

Natalie Bollis

Lamartine Lima

Thiago Rasera

Camila Dariva

Flaviane Rocha

Jéssiva Zielinski Nunes

Rodrigo Angelucci

3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período

2º Período

2º Período 2º Período 2º Período

Gabriel Dittert 2º Período

3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período

2º Período 2º Período 2º Período 2º Período


Curitiba, 21 de Junho de 2017

Perfil

Das passarelas ao céu Batalhadora, Mônica viveu seu sonho intensamente Mariana Prince 3º período

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de abril de 1966. Já era noite quando dona Maria deu à luz ao seu sexto filho, a primeira menina. Enquanto os filhos mais velhos esperavam a “cegonha” trazer a irmã, a avó paterna da criança era quem fazia o parto, na pequena casa da família em Curitiba. “Mônica”, este foi o nome escolhido pela irmã de Maria para batizar a mais nova sobrinha. Mesclando com o nome da mãe, na certidão de nascimento ficou registrado: Mônica Maria Alves Cardoso. Depois dela, vieram mais duas menininhas. Nascida em família humilde, teve uma infância difícil junto aos seus seis irmãos - o mais velho faleceu dias após nascer - e por isso, sempre precisou lutar muito e ser extremamente dedicada. Mônica era alta, tinha cabelo loiro escuro, olhos castanhos e o sonho de ser modelo. Era uma pessoa muito bonita e estava sempre rindo e feliz. Aos 15 anos, entrou para a carreira que tanto sonhava, em uma agência de Curitiba. Quando se formou no ensino médio, começou a cursar teatro. Pouco tempo depois, aos 18, resolveu se jogar na primeira grande aventura de sua vida: largou a faculdade e se mudou para São Paulo, sozinha. Na capital paulista, conheceu o estilista Reinaldo Lourenço e passou a trabalhar para ele, se tornando modelo exclusiva da marca. Entre os dois nasceu uma grande amizade. Trabalharam juntos até que Mônica decidiu perseguir outro sonho: aprender inglês e morar na Europa. Conseguiu visto de estudante, juntou

todo o dinheiro que havia recebido até aqui, largou a carreira e comprou uma passagem para a capital da Inglaterra. Partindo, então, para a maior aventura de sua vida. Sem ter onde morar e sem falar inglês, Mônica começou a trabalhar limpando casas enquanto ficava em um pequeno hotel. Pouco tempo depois começou a dividir casa com alguns colegas que foi fazendo. Estudava em uma escola para aprender a língua local e acabou conseguindo um emprego em uma lanchonete. Sempre extrovertida, foi levando a vida de forma leve, mas sempre com muita luta. Até que decidiu que queria ficar de vez em Londres, onde já tinha feito amigos para a vida toda. Abriu uma empresa para recolher impostos e conseguir o visto definitivo. Trabalhou como vendedora em uma loja de joias londrina, a Butler and Wilson (B&W). Dedicada e esforçada, como sempre, foi subindo de cargo até se tornar representante exclusiva da marca no Brasil. A CEO da empresa, Nikky Akhtar, se tornou sua grande amiga, assim como Richard Harrison, que morou com Mônica de 2010 a 2014. Durante o tempo que viveu na cidade da rainha, conheceu diversas pessoas do mundo da fama - como Bono Vox, príncipe Andrew, Gerard Butler e Naomi Campbell - e também viajou para diversos lugares no mundo inteiro. Era 2014, Mônica tinha marcado uma viagem para Toscana - seu lugar preferido - com

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suas amigas e uma de suas irmãs, Silvana. Chegou agosto, mês da viagem e Mônica começou a sentir dormência nas pernas. Os exames se mostraram inconclusivos e ela precisou operar. Sua irmã antecipou a viagem, mas só conseguiu chegar a Londres no dia em que a cirurgia foi feita. Como Silvana não falava inglês, Richard a acompanhou no médico para receber o diagnóstico: glioblastoma multiforme, grau quatro. O mais agressivo câncer no cérebro. Perspectiva de sobrevida: seis a 12 meses, com tratamento. Foi aí que Mônica entrou na maior batalha de sua vida. Arquivo da família

chamar aqueles que cuidavam dela – Nikky e Richard desembarcaram com ela, na cadeira de rodas, no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Foi escolhida a casa de um dos irmãos mais velhos, Roberto, para que ela ficasse, pois era a única com quarto térreo. Mônica chegou ao Brasil com pouco cabelo e quase sem andar, o câncer estava se manifestando. Porém, mesmo com todas as adversidades, desceu do carro, na casa do irmão, cantando uma música que havia inventando “eu sou feliz, muito feliz, lari lari, lari lará”. Todas as manhãs, fazia quem estivesse perto cantar junto com ela. Duas enfermeiras, uma psicóloga, um psiquiatra, um oncologista, um fisioterapeuta e todo amor da família e de amigos, esse era o “time” que entrou em campo para tentar vencer uma batalha com um resultado quase inevitável. Mônica conquistou a todos, se tornou muito amiga das enfermeiras e impressionou com o jeito feliz de encarar tudo que estava passando. Com o passar do tempo, perdeu os movimentos e a lucidez, mas nunca a vontade de viver.

Mônica desfilando Fez o começo do tratamento em Londres, mas logo decidiram que o melhor era voltar a Curitiba, para ficar com a família. Na tarde de 14 de novembro de 2014, os “anjos” de Mônica – como gostava de

28 de janeiro de 2016. Já era noite quando, ao lado do irmão que a acolhera quando ficou doente, Mônica deu seu último suspiro. A mulher que viveu seu sonho intensamente e semeou alegria por onde passou, desfilou pela vida e hoje brilha no céu.


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Cidades

Escolhas que transformam vidas Bruna Toti

Mais de 30 mil pessoas participaram do Planeta PUC 2017 Ana Clara Bruna Toti Maria Gusso 3º período

O estudante Victor Betenheuser está cursando o terceiro ano do ensino médio no Colégio Marista Pio XII Ponta Grossa e se interessou pelo novo curso de Design. Ele contou que se impressionou com a simpatia das pessoas que tiraram as dúvidas sobre o curso e disse qual a importância dessa visita para sua carreira.

Planeta PUC ajuda adolescentes a escolherem suas futuras profissões.

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) promoveu, entre os dias 08 e 10 de junho, a 19ª feira de cursos e profissões da universidade, o Planeta PUC. Mais de 30 mil pessoas participaram dos três dias de evento, que teve a presença de mais de 50 estandes de cursos da PUCPR. Além das atrações tradicionais da feira, como o curso de ressuscitação cardiopulmonar em bonecos e o campeonato de robôs, a edição de 2017 trouxe novidades para o público. No primeiro dia foram mais de 16 mil visitas e 148 ônibus de colégios visitantes e o segundo dia contou com mais de 17 mil visitas. O sábado teve participação de colégios e famílias de fora de Curitiba. Na feira foram expostos os quatro novos cursos da Escola Politécnica, que são: Engenharia Biomédica, Engenharia de Materiais e Nanotecnologia, Engenharia de Software e Engenharia Mecatrônica. O calendário dos próximos eventos da PUCPR, que re-

metia à série Stranger Things, famosa entre os jovens, chamou atenção dos visitantes da feira. Segundo o professor Daniel Masetto, todo ano o Colégio Marista Pio XII Ponta Grossa possibilita a opção de visita ao Planeta PUC, para que os alunos possam conhecer melhor os cursos que se interessam. “A importância é que traz uma visão diferenciada aos alunos, que conhecem o que realmente é feito no curso, para ver se é isso mesmo que eles querem para o futuro profissional”. Ele conclui dizendo que a organização é muito boa e as oficinas oferecidas sempre surpreendem, e faz com que vários alunos escolham a PUCPR. O PUCTour, que é um tour realizado pelos alunos de Relações Públicas para apresentar o campus para os futuros calouros, marcou presença mais uma vez no Planeta PUC. O campeonato de robôs, realizado na arena central da feira, chamou a atenção dos visitantes mais um ano.

“É importante para despertar novas profissões que possam ser interessantes, ou até mesmo para decidir entre as que tenho dúvida”. A estudante Marcelly Popik acompanhou o colega Betenheuser no tour oferecido pelo curso de Arquitetura e Design, e concordou com o jovem, dizendo que quer estudar na PUCPR devido à atenção e acolhimento que sentiu dos universitários durante o Planeta PUC. A estudante afirmou que se não tivesse vindo ainda estaria com muitas dúvidas. “Acho que todo mundo deveria ter a oportunidade de vir para cá, abre muito a cabeça e os horizontes, é muito importante academicamente”. Esse ano o estande de orientação profissional recebeu uma sala fechada, que facilitou o atendimento durante a feira. A estudante de Psicologia que prestou orientação profissional, Tainá Andrade, conta que a procura de estudantes por esse serviço foi grande. Segundo ela muitos alunos estavam com dúvida do que fazer e querendo saber como

funciona a orientação. “É preciso pesquisar, ir atrás dos cursos, procurar mais sobre como funcionam. Tem que ir atrás da grade curricular, o mercado de trabalho. A orientação pode ajudar porque auxilia o aluno a se autoconhecer”, Tainá aconselha. O curso de ressuscitação cardiopulmonar em bonecos, uma das atrações mais famosas e tradicionais do evento, foi idealizado quatro anos atrás pela professora de Medicina, Maira Loesch, que participa do Planeta PUC desde seu primeiro período na graduação. “Treinamos em média 1.300 pessoas por edição do Planeta PUC na estação cardiopulmonar”, conta. O curso é uma atividade divertida que tem como objetivo passar uma noção básica de primeiros socorros para os visitantes. Uma das organizadoras do evento, Fernanda Arruda, afirma que o engajamento nessa edição do Planeta PUC foi grande, não só em questão de movimento, mas também em downloads do aplicativo e atividade nas redes sociais. “Esse ano conseguimos criar espaços diferentes para os cursos terem atividades práticas”, comentou Fernanda. Outras atrações do Planeta PUC foram o júri simulado, que aconteceu no estande de Direito, o túnel de Filosofia, a imersão no intercâmbio PUCPR, a participação da Webrádio Comunicare na cobertura do evento e as atrações musicais que aconteceram no Palco Beta.


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Greca proíbe cobrança de taxa de bagagem em táxis Encargo pelo trecho de deslocamento até o passageiro também é extinto

Flaviane Rocha

Laiz Claudino 2º período

De acordo com o representante sindical dos taxistas Julcimar Zambon, o decreto é apenas uma oficialização do que já ocorria. “As novas regras são uma efetivação de algo que já era praticado por mais de 60% dos taxistas, e tem como objetivo assegurar os passageiros. Nenhum benefício foi dado aos taxistas”. Para o motorista de táxi Luiz Strapasson, que está há 20 anos nesse ramo, as medidas são importantes, mas outras mudanças ainda são necessárias: “já não realizava nenhuma das ações há algum tempo e acredito que elas farão com que o uso do táxi cresça. Mas só essas mudanças não são o que precisamos para que o táxi volte a ser mais usado que esses aplicativos, outras precisam acontecer”.

Taxistas da rodoviária são os mais afetados pelas novas regras

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axistas de Curitiba não podem mais cobrar taxa de bagagem e devem esperar o embarque do passageiro para ligar o taxímetro. O prefeito Rafael Greca assinou, no dia 17 de maio, o decreto municipal nº 947/2017 que traz essas e outras mudanças para a categoria. Em fevereiro deste ano, foram apresentadas à Urbanização de Curitiba S/A (URBS) - responsável pela regulamentação e fiscalização do serviço de táxi da cidade, propostas de melhorias feitas pelo Sindicato dos Taxistas de Curitiba, Associação das Centrais de Radiotáxi de Curitiba, Conselho Regional dos

Taxistas e União dos Taxistas, que depois de meses sendo analisadas, foram aceitas em partes e com ressalvas. As mudanças mais importantes trazem benefício aos usuários. Anteriormente, uma cobrança poderia ser feita no valor de R$ 2,70 por bagagem extra que o passageiro quisesse transportar, tarifa agora extinta. Outra delas, é que em algumas situações, o taxista poderia ligar o taxímetro antes do passageiro embarcar, e iniciar a cobrança desde o momento da solicitação do carro. Em ambos os casos, era uma escolha do taxista realizar ou não a cobrança da taxa.

O usuário de táxi Vinicius Mendes, aprova o novo decreto: “vejo as mudanças como um benefício para os usuá-

Cidades

rios, pois é injusto o cliente pagar por algo que não utilizou, como quando os taxistas vão para o ponto de encontro com o taxímetro ligado”.

Outras opções Aplicativos privados de mobilidade, como Uber e Cabify também não realizam cobrança de tarifa de bagagem. O motorista de Uber, Everton Luiz de Lima, acredita que seja um “roubo” a cobrança da taxa: “é um roubo cobrar essa taxa, porque o cliente já está pagando os quilômetros e o conforto de ter um veículo de locomoção”. O aplicativo ainda oferece carros específicos para quem necessita de mais espaço: “Uber Select são somente carros sedans para passageiros que precisam de mais espaço. São carros com porta-malas grande para bagagens”, conta Lima.

Mudanças de regras No dia 23 de maio, taxistas de Curitiba e Região Metropolitana realizaram um protesto pelas ruas do centro da capital. Os motoristas pedem maior fiscalização da URBS sobre as empresas de aplicativos de transporte privado, como Uber e Cabify.

Os motoristas também reivindicaram a principal proposta entregue à URBS, a qual pedia a extinção da cobrança da outorga, taxa anual paga pelos taxistas, no valor de R$ 1.350,00, e declarada por eles, uma situação abusiva.

Segundo a União dos Taxistas de Curitiba, entre 400 e 500 carros participaram da manifestação.

Porém, não houve acordo, e o decreto abre apenas a possibilidade de parcelamento do valor, em até quatro vezes.


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Cidades

Crianças com câncer encontram esperança na arte Projeto promove atividades divertidas, que desafiam e animam os pequenos durante o tratamento Maria Clara Braga 3º período

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á um ano crianças do ambulatório de hematopediatria do Hospital de Clínicas de Curitiba (HC) realizam atividades durante os dias em que fazem quimioterapia. O projeto Criarte, que começou em 2016, tem como objetivo promover um contato social para as crianças que muitas vezes ficam isoladas pois, por ter imunidade baixa por causa da quimioterapia, não podem ir à escola. Aulas de balé, artesanato, capoeira, gastronomia e musicoterapia são algumas das atividades que as crianças podem fazer no hospital. Ielsa Kafka, assistente social responsável pelo projeto dentro do Hospital de Clínicas de Curitiba, conta que as crianças faltam menos ao tratamento, pois se animam para ir às aulas. “No momento em que as crianças estão nas aulas nós podemos conversar sobre detalhes do tratamento e resolver alguns problemas com os pais e responsáveis. O ambiente ficou mais acolhedor”, diz a assistente que acompanha as atividades e a evolução do tratamento. Os pacientes do projeto são convidados pela diretoria para se apresentarem durante vários eventos no hospital. Ielsa acredita que todos dentro do hospital entenderam a importância que as atividades têm no tratamento e no bem-estar das crianças. Ela conta que para deixar todos animados é importante sempre trazer novidades, as roupas de balé e material de bijuteria precisam ser renovados e, muitas vezes, os custos são divididos entre as assistentes sociais e professoras voluntárias do projeto.

Ielsa lembra que as atividades são adaptadas às condições físicas das crianças que algumas vezes estão fracas por causa do tratamento, mas que mesmo com essa dificuldade a animação é sempre grande. A assistente social lembra que a casa onde acontecem as atividades é cedida pela Associação Paranaense de Apoio à Crianças com Neoplasia (APACN). A professora de balé, Caroline Rossi, é voluntária do projeto e diz que é uma satisfação pessoal dar aulas para as crianças do ambulatório de hematopediatria. Para ela, as atividades “ajudam as meninas a passar por esse momento tão difícil com mais leveza, mais alegria e mais contato com outras crianças. É importante também para os pais que podem ver seu filho sorrir, sonhar, ser feliz durante esse tempo tão difícil na vida da família toda”.

Caroline diz que é especial dar aula para essas meninas, já que estão acostumadas a vencerem desafios, se esforçam mais e progridem mais rápido que outras crianças. Jucilene Ribeiro, mãe da Letícia, uma das pacientes que participa do projeto, diz que a filha faz quimioterapia desde 2013, mas que quando começou a participar do projeto ficou mais animada e mostrou melhora no tratamento. Ela lembra que mesmo com as dificuldades e limitações de cada criança, as aulas de balé se tornam uma forma de superação e trazem felicidade para a vida das meninas.

Transplande de medula Em 2012, o Hospital Nossa Senhora das Graças produziu um vídeo chamado

Stronger. Os protagonistas foram alguns pacientes que esperavam por uma doação de medula. O vídeo teve mais de 900 mil visualizações. E segundo Camila Britto, mãe de um dos meninos que aparece na campanha, as doações cresceram 150%. “As pessoas começaram a questionar mais, se interessar, muitas que antes nem sabiam que podiam ser doadoras”. Cinco anos depois, em março deste ano, a campanha ganhou um segundo vídeo. Dessa vez os sete pacientes refizeram o vídeo depois da finalização do tratamento. Camila afirma que a internet é importante para divulgar campanhas assim, pois atinge milhares ou até milhões de pessoas e que vários pacientes conseguem doações por causa de divulgações como essa. Maria Clara Braga

Para a professora, o projeto é importante para mostrar à sociedade a importância de ações sociais e de ajudar às pessoas em sua volta. “Criança gosta de música, de dança, de fazer bagunça e de conviver com outras crianças. Elas aprendem umas com as outras e se ajudam muito”, conta Caroline que lembra que o trabalho nas aulas de balé é feito em conjunto com os médicos, que apontam as principais dificuldades de cada criança e com base nessas informações a professora realiza um exercício focado para cada aluna. Os voluntários se esforçam para alegrar as crianças com câncer


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Cidades

Children with cancer find hope in art Project promotes fun activities that challenge and encourage the little ones during the treatment Maria Clara Braga 3rd period Translated by Christopher Thomaz Freitas Matheus Mauricio Britto Ramos

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year ago, children from the pediatric hematology outpatient clinic at Hospital de Clínicas of Curitiba (HC) started doing activities during the days they were undergoing chemotherapy. The Criarte project, which began in 2016, has aimed to promote social contact for children who are often isolated and can’t go to school because they have low immunity from chemotherapy. Ballet classes, crafts, capoeira, gastronomy and music therapy are some of the activities that children can do in the hospital. Ielsa Kafka, the social worker responsible for the project within the Hospital de Clínicas of Curitiba, says that the children miss less their chemotherapy appointments because they are motivated to go to these extra classes. “During the time the kids are in class we are able to talk about the treatment details and solve some problems with parents and caregivers. It became a more welcoming environment”, says the social worker who takes care of the activities and the evolution of the treatment. The patients of the project are invited by the executive administration to give presentations in various events in the hospital. Ielsa believes that everyone within the hospital understood the importance of the activities in the treatment and well-being of the children. She says that in order to keep everyone excited it is always important to bring something new, the ballet clothes and the jewelry making

supplies need to be renovated and often the costs are split among the social workers and the volunteer teachers of the project. Ielsa recalls that the activities are adapted to the physical conditions of the children who sometimes are weak because of the treatment, but that even with this difficulty, the excitement is always great. The social worker recalls that the house where the activities take place is provided by the Association of Support to Children with Neoplasia in Paraná.(Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia -APACN) The ballet teacher, Caroline Rossi, is a volunteer for the project and says it is personal satisfaction to teach the children at the pediatric hematology outpatient clinic. For her, the classes and activities “help the girls go through this difficult time with more lightness, more joy and more contact with other children. It is also important for parents who can see their child smile, dream, be happy during such a difficult time in the whole family’s life”. For the teacher, the project is important to show society the relevance of social actions and to help people around. “Children like music, dancing, making a mess and living with other children. They learn from each other and help each other a lot”, says Caroline, who recalls that the work in ballet classes is done

together with doctors who point out the main difficulties of each child and based on this information she prepares exercises focused on each student. Caroline says it is special to give lessons to these girls, as they are used to overcoming challenges, try harder and develop faster than other children. Jucilene Ribeiro, Leticia’s mother, one of the patients taking part in the project, says that her daughter has gotten chemotherapy since 2013, but when she started participating in the project she became more cheerful and showed improvement in the treatment. She recalls that even with the difficulties and limitations of each child, the ballet classes become a way of overcoming challenges and also bring happiness to the lives of these girls.

Bone marrow transplant In 2012, the Nossa Senhora das Graças Hospital produced a video called Stronger. The protagonists were some patients waiting for a bone marrow donation. The video had more than 900 thousand views and according to Camila Britto, the mother of one of the boys that appears in the campaign, the donations grew 150%. “People started to question more, get interested, many of whom did not even know they could be donators”. Five years later, in March of this year, the campaign won a second video. This time the seven patients re-did the video after the end of treatment. Camila says that the internet is important to publicize campaigns like this, reaching thousands or even millions of people and that several patients get donations because of such disclosures. Maria Clara Braga

Volunteers strive to cheer children with cancer


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Economia

Alta no preço do imóvel estimula locação residencial Com dificuldade de comprar, moradores estão preferindo alugar imóveis Emília Jurach 2º período

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Rodrigo Angelucci

s valores de imóveis vêm sofrendo uma alta considerável nos últimos meses na capital paranaense. Segundo o índice Fipezap, que calcula a variação no preço dos alugueis, em Curitiba houve redução de 3,45% no aluguel do último ano e aumento de 3,99% na compra de imóveis.

Benefícios para locar imóvel próprio Para o proprietário, as vantagens de alugar são as de que terá sempre uma renda estável, ainda mais se para fins comerciais e em condomínios consolidados. O economista afirma que os investimentos mais estabelecidos, como cotas em shoppings e hotéis em operação, são capazes de gerar renda rapidamente.

Essa variação se dá devido ao aumento no número de lançamentos de imóveis de alto padrão, o qual o metro quadrado tem tido um valor muito elevado. Com isso, as pessoas estão preferindo locar a comprar imóvel. A auxiliar administrativa Sheila Regina Bee, 37 anos, mora em um imóvel alugado através de imobiliária, há quatro anos e seis meses com seus dois filhos pequenos. Ela afirma estar satisfeita com o bairro e o apartamento onde mora, pois há segurança e é bem situado. De acordo com a auxiliar administrativa, durante este tempo em que reside no local, houve um aumento de 6% no valor do aluguel que já estava previsto no contrato. A professora Maiara Machado Lisboa contratou diretamente com o proprietário o imóvel em que reside há seis anos. Ela conta que o motivo de ter alugado é que era mais barato na época. Maiara relata que desde que moram no imóvel,

é a liquidez (tornar o ativo em dinheiro) muito baixa o que deixa mais difícil a venda.

Imóvel disponível para locação e compra o valor subiu R$ 150,00 de forma gradativa e segundo ela, o aumento é simbólico pelo tempo em que reside no imóvel.

Aluguel pode ser desvantajoso De acordo com o economista Daniel Poit, depende de cada situação para saber se vale a pena alugar ou comprar imóvel para morar. Se o investidor quer usar o imóvel a longo prazo (três anos ou mais), a melhor opção é comprar. Com essa disponibilidade financeira, ele terá mais estabilidade, ganho de capital e na

pior das hipóteses o investidor não terá perda significativa de capital, diz Poit. Já se o investidor quer residir por um curto período de tempo, por exemplo, até seis meses, o economista indica alugar. A desvantagem de escolher a opção de alugar um imóvel é o risco de não conseguir alugar. Com isso, não há renda, aumentam as taxas para o investidor, como Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínio, e o capital fica imobilizado. Já na opção de comprar um imóvel, o economista cita que a desvantagem

A pedagoga Elleny Reichmann Moreira Pinto é locadora de um imóvel residencial há quatro anos. Ela diz que locou o imóvel para deixar herança aos filhos. “Apesar disso se paga uma fortuna com imposto de renda”, conta ela. A imobiliária cobra mensalmente 10% do valor do aluguel e quando há troca de inquilinos é cobrado o custo do aluguel. O contrato é renovado automaticamente, e todo ano sofre o reajuste da correção monetária, baseada no Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Segundo o economista, o IGP-M é divulgado todos os meses pela Fundação Getúlio Vargas e mede a variação de preços na economia. Este índice é usado principalmente para atualizar os valores dos contratos de locação.

“Em Curitiba houve redução de 3,45% no aluguel no último ano”


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Economia

Farmácias crescem apesar da crise Crescimento do varejo farmacêutico tem ficado na casa dos dois dígitos mesmo diante da recessão econômica Jaderson Policante 8º período Sergi Prat 3º período

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nquanto alguns setores do mercado tiveram dificuldades nos últimos dois anos devido à crise econômica que atingiu o país, o varejo farmacêutico parece estar imune à recessão. As vendas nas grandes redes de farmácias cresceram 12,6% em 2016, confirmando o desempenho

timentos na construção de centros de distribuição próprios e as parcerias realizadas com a indústria na compra dos medicamentos e demais produtos. “Nesse setor, a falta de produto é fatal. As empresas investem nos seus sistemas de abastecimento para terem uma gestão de

“Medicamentos são

produtos de primeira necessidade” positivo verificado desde 2011, segundo os dados divulgados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), por meio de sua página na internet. Os grandes grupos varejistas do ramo apresentam um crescimento constante na casa dos dois dígitos. Em 2015, por exemplo, o setor movimentou perto de R$ 35 bilhões em vendas, número 12% maior que o registrado em 2014. Para esse ano, com a leve melhora no setor econômico como um todo, a expectativa é que, ao menos, os números se mantenham, pois a previsão de faturamento desse primeiro semestre é de cerca de R$ 19 bilhões, de acordo com a Abrafarma. A Associação reúne as 27 maiores redes de farmácias do Brasil. E segundo o seu presidente executivo, Sérgio Mena Barreto, um dos principais motivos que levaram as empresas a terem resultados positivos, foram os inves-

estoque eficiente e não deixar faltar produtos, principalmente os medicamentos”, explica Barreto. Além disso, o bom desempenho está atrelado à venda de outros produtos correlatos, como perfumarias e conveniência. Os “não medicamentos”, produtos diversos como itens de higiene, cosméticos e até mesmo créditos para telefone celular, já correspondem a 35% do volume comercializado e são essenciais para aumentar o ticket médio e o percentual de lucro das lojas. “Os remédios têm o preço tabelado pelo governo. Com os não medicamentos é possível aumentar a margem de ganho”, conta Barreto. O economista Pedro Paulo da Silveira também concorda que a venda desses produtos correlatos tem feito a diferença no faturamento das farmácias, além dos recursos investidos em logística para a reposição mais eficiente dos estoques. Contudo,

Silveira aponta outro motivo importante para o setor se manter em alta mesmo em um período de dificuldade. “Medicamentos são produtos de primeira necessidade. Em momentos como esse, que passamos por uma crise financeira e desemprego alto, quem faz uso de remédios contínuos, por exemplo, vai deixar de gastar dinheiro em qualquer outra coisa, mas não vai deixar de comprar sua medicação”, afirma.

Espaços para todos Mesmo as farmácias de pequeno porte têm conseguido se manter durante os tempos de dificuldade. Uma das maneiras que essas pequenas empresas encontraram para driblar a crise é

a associação em cooperativas de compras sob uma bandeira em comum. Com isso, essas lojas conseguem negociações melhores com fornecedores e podem competir com as redes maiores. Proprietário de uma farmácia no Fazendinha, Carlos Alberto Rodrigues faz parte de uma associação há 15 anos. Ele explica que, apesar de fazer os pedidos diretamente com as distribuidoras, ser um associado permite que ele consiga algumas promoções, descontos e prazos que sua empresa sozinha não conseguiria. “Como fazemos parte de uma associação que engloba outras farmácias particulares, conseguimos preços diferenciados”, conta.

Um reajuste menor

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governo federal, por meio da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), autorizou, no dia 31 de março, um aumento de até 4,76% nos medicamentos. Foram autorizados três níveis diferentes de alta, conforme o perfil de concorrência desses produtos. Nas categorias com um maior número de genéricos a concorrência é maior, portanto, o reajuste tende a ser um pouco mais alto. A consumidora Helça Olgado, que gasta em média, R$ 400,00 em medicamentos de uso contínuo, afirma que

já começou a sentir a diferença no orçamento, mesmo fazendo uma pesquisa prévia de preços. “Eu costumo ir em todas as farmácias do bairro verificar os preços antes de comprar. Mesmo assim, esse mês gastei R$ 40,00 a mais do que no mês passado”, revela. A alta de 4,76% foi menor do que a inflação em 2016, que fechou em 8,74% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, de 2008 a 2016, o reajuste acumulado dos medicamentos foi de 58,83%, enquanto a inflação geral acumulada foi de 77,20%.


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Curitiba, 21 de Junho de 2017

Política

Portal da transparência é plataforma de vigilância Obrigados por lei, sites de órgãos públicos são obrigados a divulgar informações orçamentárias de forma clara e acessível Deborah Neiva 3º período

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riada em 2009, a Lei da Transparência, ou Lei Complementar 131, determina que entidades municipais, estaduais e federais disponibilizem informações sobre as execuções orçamentárias e financeiras, entre elas orçamentos, receitas, despesas, fornecedores e programas de ação e projetos. No entanto, nem todas instituições seguem a legislação satisfatoriamente. Uma das maiores reclamações encontradas pelos usuários na hora de consultar os sites de transparência é a má organização das informações. A programadora web Arlete França comenta que há uma inconsistência de dados e quantidade rasa de informações oferecidas. Para ela, “melhorar​ ​a​ ​intuitividade​ ​e​ ​a​ ​ disponibilização​ ​das​ ​informações​ ​com​ ​maior​ ​agilidade” é uma necessidade urgente da maioria dos sites.

gasto em uma obra, mas não sabe exatamente o preço de tudo, das outras licitações”. No entanto, apesar das dificuldades, é possível monitorar pagamentos, licitações e descobrir fraudes.

tempo disponível para que funcionários acompanhem a construção de uma obra. Somente as pessoas que moram naquelas redondezas saberão dizer se os recursos estão sendo aplicados e executados corretamente”, ela diz.

Foi o que a estudante Débora Sögur fez, rastreando o recebimento de bolsas para alunos de iniciação científica da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Alzira Ester Angeli, cientista política e auditora federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU), relata que a ferramenta já foi apropriada pelos brasileiros.

Inicialmente, sua intenção era conferir se um professor exonerado ainda estaria recebendo seu salário, e posteriormente ela começou a investigar os gastos da universidade e detectou uma discrepância na distribuição do pagamento das bolsas.

Segundo dados do Portal da Transparência, em 2016, foram mais de 21 milhões de acessos. Um aumento considerável em relação 2015, quando as visitações ao portal chegaram a 16 milhões.

Para ela, é importante que as pessoas fiscalizem as entidades públicas para que haja um acompanhamento dos serviços. “Não existe recurso nem

“Além disso, ao passo em que fornecem informações fidedignas e em tempo real sobre os gastos públicos, os portais constituem instrumento de transparência ativa

Alzira conclui dizendo que a transparência é o melhor antídoto contra a corrupção, logo os portais são um instrumento para inibir tal prática, uma vez que funcionam como ferramentas indutoras de prestação de contas para os gestores públicos. Para solucionar esses e outros problemas, a Prefeitura de Curitiba criou grupos de especialistas em tecnologia da informação, como o Code for Curitiba, que tem como objetivo desenvolver soluções baseadas na tecnologia para resolver problemas cívicos. Eventos como Hackathons são promovidos tanto pela Prefeitura como pelo o governo estadual para incentivar a criação de recursos que insiram a população nas soluções de problemas públicos. Deborah Neiva

Outro ponto essencial para a eficácia do uso dos portais é a simplificação da linguagem. A estudante Valéria Luize comenta que apesar de obter sucesso na sua busca, o caráter formal da linguagem dificultou o processo. “Porque tem certos cargos que você não faz ideia do que seja e está lá, não está numa linguagem muito acessível”. Valéria ainda complementa dizendo que achou a disponibilização das informações seletiva, uma vez que “você pode descobrir o quanto foi

que permite a todo e qualquer cidadão exercer o controle social sobre a gestão pública”.

Portal fiscaliza o destino do dinheiro público e seus investimentos


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Curitiba, 21 de Junho de 2017

Câmara Municipal discute polo gastronômico no Uberaba Projeto do vereador Hélio Wirbiski pode tornar a Avenida Salgado Filho uma concentração de empresas do ramo de alimentação Vinicius Freitas 3º período

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epois das propostas de criação dos polos gastronômicos do Água Verde e Alto Juvevê, ambos em tramitação na Câmara Municipal de Curitiba, mais um bairro pode se tornar um centro de vocação gastronômica com reconhecimento em Curitiba. O vereador Hélio Wirbiski (PPS) é o autor do projeto de lei que propõe a criação de um polo gastronômico na Avenida Senador

“A gastronomia está vivendo uma verdadeira revolução no Brasil. Via-se em outros tempos, um cenário estagnado, com restaurantes muito parecidos em que imperavam receitas estrangeiras mal adaptadas. Hoje há um leque de ofertas que engloba uma boa amostra culinária mundial”, explica o vereador. Outro objetivo da lei é dar um maior suporte

posta seja aceita pela Câmara Municipal, o projeto pode contribuir muito para um melhor desenvolvimento gastronômico da região. “A movimentação pode aumentar a economia do local. A procura por estabelecimentos desse tipo é muito constante aqui na avenida, por conta disso, o movimento do local que já era bom tende a melhorar”, analisa Lima. Considerando esse cenário, o comerciante crê

“Tudo isso traz reflexos benéficos para a

cidade, pois atrai turistas, desenvolvendo a economia” Salgado Filho. Pela proposta, o polo iria abranger toda a extensão da avenida, que tem cerca de oito quilômetros de extensão e passa pelos bairros Prado Velho, Uberaba e Guabirotuba.

às empresas já instaladas no local, de modo a manter suas atividades e ampliá-las.

A Avenida Salgado Filho é a principal via do Uberaba, chegando a ser referência absoluta deste local, que se inicia no Prado Velho e segue, sinuosamente, através do Guabirotuba.

“O local vai se tornar um atrativo para instalações de bares, restaurantes e cafés, trazendo desenvolvimento para a região e para o comércio local, já que, junto com o polo gastronômico, a reforma de calçadas, podamento de árvores e instalações de postes de luz darão mais vida à avenida”, conta o vereador.

A grande quantidade de pontos comerciais e a concentração de lojas de autopeças faz com que a via seja conhecida pela grande quantidade de veículos e habitações. A ideia, segundo Wirbiski, é atrair investidores e empresas do ramo alimentício, além de dar suporte a bares e restaurantes da região, gerando novos empregos e ampliando a arrecadação municipal.

Além disso, Wirbiski garante que vários eventos gastronômicos serão realizados na cidade, com organização elaborada e cobertura jornalística nacional, com requintes de detalhes. “Tudo isso traz reflexos benéficos para a cidade, pois atrai turistas, desenvolvendo a economia”. Trabalhando em uma das lojas do Armazém Santa Ana, Fábio Lima acredita que, caso a pro-

que a disputa é algo saudável e essencial para as pessoas. “A concorrência é benéfica para os cidadãos, isso evita a monopolização do local, além de garantir uma maior diversidade. Imagine uma avenida com

Política

comidas dos mais variados tipos!”, brinca o lojista. No entanto, com o provável crescimento da região pela procura alimentícia, moradores da região ficam pessimistas com a ideia de um maior fluxo, já que a Avenida Salgado Filho é conhecida também pela quantidade de imóveis. Gabriel Pupo, que mora em um sobrado localizado na via, vê os dois lados da moeda, as melhorias e o movimento. “O projeto de lei afirma um avanço na segurança, mobilidade e asfaltamento, e isso é bom. Mas tenho medo de que a avenida, que já é muito movimentada fique ainda mais congestionada”. Atualmente o projeto está recebendo instruções técnicas da Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal de Curitiba. Em seguida será encaminhado para avaliação nas comissões temáticas da Casa. Vinicius Freitas

A Salgado Filho é a principal avenida do bairro Uberaba


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Inovação

Igrejas focam em aplicativos Tecnologia possibilita assistir cultos e ler a Bíblia Talita Laurino 3° período

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grejas de diversas doutrinhas perceberam que não poderiam mais estar alheias ao mundo da tecnologia. Instituições religiosas migraram para aplicativos e com a novidade, pretendem aumentar significativamente o número de fiéis em todo país, uma vez que 57% da população brasileira usufrui de smartphones, de acordo com um estudo feito em 2016 pelo grupo de pesquisas inglês Kantar. Os dispositivos permitem ao usuário participar de cultos, fazer confissões e até mesmo pagar dízimos, o que segundo as igrejas aproxima os devotos à cada instituição. Religião e sociedade sempre tiveram relações recíprocas, no entanto, com a vinda do mundo moderno, o homem contemporâneo desvinculouse do sentimento de devoção a uma única fé e passou a entrar em contato com diversas formas de compreender o divino. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal Flu-

minense (UFF), feita em 2007, as religiões no país foram pluralizadas e o catolicismo perdeu o monopólio que tinha há 130 anos. Essa transforma-

tos, o que deixou a programação inchada. A solução então para administrarmos melhor as atividades foi jogar tudo num aplicativo”. Ele comple-

O pastor Adriano Camargo, responsável por cuidar dos ministérios da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Curitiba, reforça essa ideia: “a gente

ção social exigiu uma adaptação das igrejas tradicionais, que inseriram-se no universo virtual para se manterem vivas na atualidade.

menta que está confiante numa grande adesão de fiéis ao projeto.

não aconselha os membros frequentes a trocar a experiência de ir à cerimônia por ficar na comodidade da casa”. A troca de experiências e estar reunido com pessoas que partilham das mesmas crenças fortalece o movimento, de acordo com Camargo.

“A cada dia que passa, as pessoas estão mais conectadas” A Igreja Adventista do Sétimo dia é um exemplo desse fenômeno. A instituição criou um aplicativo com o objetivo de facilitar a comunicação interna do local. O administrador da ferramenta, Guilherme Fernandes, explica o porquê da necessidade de se investir na novidade: “temos 2.100 membros hoje, e uma média de público de 2.600 pessoas por semana. Com essa quantidade, os ministérios são mui-

Para o professor e teólogo Rodrigo Costa de Andrade softwares para celular nem sempre suprem a necessidade de diálogo entre as pessoas. Segundo o educador, inúmeras instituições estão tentando substituir a interação presencial - responsável por levar o indivíduo a um estado de transe - por conexões virtuais, o que na sua visão é desfavorável para fidelização de devotos.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia está investindo em aplicativos para reforçar a comunicação interna

Talita Laurino

Jaqueline Sumaio, usuária de um software religioso da Igreja Universal para celular, explica que a atualização a aproximou de sua igreja. “A cada dia que passa, as pessoas estão mais conectadas . Hoje a internet é um grande modo de você alcançar as pessoas e ensiná-las sobre a fé”. Jaqueline conta que assistir aos cultos por meio do aplicativo é o que mais faz através da ferramenta. A reestruturação do ritual por meio da tecnologia ocorre já há 10 anos, segundo o antropólogo Caian Bruschetta. O estudioso explica que essa tendência está transformando até mesmo igrejas pentecostais quentes, que trabalham com altos níveis de transe de um sujeito. Ele compara a convivência virtual com o início do protestantismo, que inovou o mundo da religião ao estabelecer uma interação direta com seus fiéis.


Curitiba, 21 de Junho de 2017

Esportes

Com a ginga no pé desde criança Por meio da capoeira, professor de educação física leva o esporte e a cultura afro-brasileira para as salas de aula de educação infantil Stephanie Abdalla 3° período

Tombada como patrimônio cultural imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em novembro de 2014, a capoeira é considerada a única arte marcial genuinamente brasileira. Além de ser um dos principais símbolos esportivos da afro-brasilidade, a modalidade também contempla aspectos musicais, sociais e de desenvolvimento humano - motivos pelos quais é apropriada para pessoas de qualquer faixa etária. No âmbito escolar, principalmente na etapa que condiz à educação infantil (até cinco

Além disso, ele explica que, por se tratar de um esporte amplo e não excludente, foi possível abordar outros temas durante as aulas como saúde, respeito e meio ambiente utilizando elementos da fotografia, cinema, música e teatro. “Os alunos responderam super bem porque tratamos tudo como uma brincadeira. Eles queriam estar lá”. Segundo Fonseca, o projeto, que foi aprovado pela lei de incentivo do Mecenato - que apoia financeiramente iniciativas artísticas e culturais - surgiu da necessidade de romper com as barreiras da capoeira praticada em grupo

“Ela é originalmente indígena e foi incrementada pelos escravos que vieram para cá”

anos de idade), a capoeira tem sido incorporada como atividade de contraturno com o intuito de estimular a formação cultural e emocional das crianças. É sob essa ideia que surgiu o Capoeira Criança, projeto que levou o esporte de forma lúdica e gratuita a três escolas municipais de Curitiba durante o ano de 2016.

e que o objetivo é incentivar outros professores a ensinarem o esporte de forma mais dinâmica e envolvente. “Infelizmente, o Capoeira Criança tinha data para acabar, mas o livro que foi resultado desse projeto registrou a felicidade e envolvimento das crianças durante as atividades e eu espero que sirva de exemplo”.

O criador da iniciativa, Rodrigo Fonseca, graduado em educação esportiva e mestre de capoeira há 15 anos, conta que a modalidade, como prática corporal e atividade física, é importantíssima para as crianças, “principalmente numa geração que está muito conectada eletronicamente”.

Para Daniela Stencel, diretora do Centro de Educação Nely Almeida, no Rebouças - uma das escolas contempladas pelo projeto - a interação de todas as crianças foi muito boa, principalmente por causa da didática aplicada. “Uma das meninas tinha paralisia cerebral e ela também pode

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participar das atividades por conta da paciência do professor e da ajuda dos colegas”. Daniela diz, também, que o projeto foi uma ótima forma de abordar a cultura afro-brasileira, pois despertou nos alunos interesse sobre um tema requerido por lei no calendário acadêmico. As famílias, segundo a diretora, também se entusiasmaram com o Capoeira Criança. “As aulas aconteciam toda terçafeira e os pais, já sabendo disso, mandavam os filhos preparados com o uniforme. Muitos deles perguntaram sobre a continuidade do projeto depois que ele acabou”. Daniele Mendes da Silva, uma das mães, conta que sua filha Ana Beatriz, cinco anos, era um pouco preguiçosa e se animou com as aulas de capoeira. “Deu para perceber que o desempenho dela aumentou. Uma vez eu esqueci de colocar o uniforme dela na mochila e ela ficou desesperada porque achou que não poderia participar da atividade”.

A raiz da capoeira e sua repercussão A capoeira é popularmente conhecida por ter origem no continente africano, mas relatos de cartas náuticas, anteriores à chegada de Pedro Álvares Cabral no Brasil, contam sobre indígenas que, em círculo, praticavam uma espécie de luta corporal, entoando cânticos e batendo palmas, enquanto duas pessoas no centro se digladiavam com golpes utilizando as pernas.

De acordo com o presidente do Centro Cultural Humaita (centro de estudos e pesquisa da arte e cultura afro-brasileira), Adegmar da Silva, o próprio nome ‘capoeira’ é de origem tupi guarani e significa ‘o que foi da mata’. “A capoeira que tem na África foi levada para lá. Ela é originalmente indígena e foi, mais tarde, incrementada pelos escravos que vieram para cá e, por isso, faz parte da cultura afro-brasileira”. O capoeirista e professor do grupo Muzenza, em Curitiba, Kenedi Humberto Quéqui, conta que, por ser uma modalidade de aspecto cultural, a capoeira atrai várias pessoas, mas, ao mesmo tempo, é repudia por tantas outras por estar relacionada aos escravos do período colonial. Dentre os benefícios do esporte, Quéqui aponta o desenvolvimento da flexibilidade, coordenação motora, conhecimento cultural e musical e aprimoração estética, pois a capoeira é um exercício 90% aeróbico e, portanto, garante a perda de peso. Segundo Quéqui, o público da capoeira tem mudado muito. “Hoje em dia nós temos os iniciantes que são crianças na faixa etária de três a cinco anos. Ao chegarem na pré-adolescência, esses jovens se vislumbram com o mundo da luta, principalmente o MMA e acabam trocando a capoeira, mas, muitos deles, mais para a frente, retomam o esporte por perceberem os benefícios que ele traz. Então, a maioria dos praticantes está acima dos 35 anos”.


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Curitiba, 21 de Junho de 2017

Esportes

Do salto ao esquecimento Isadora Look

Mesmo com a taxa crescente de alunos participantes do esporte, o hipismo continua sendo desvalorizado no Brasil

Segundo o atleta hípico Alberto Sinimbu, o esporte no país tem crescido cada vez mais, contudo, ainda tem pouca visibilidade entre os brasileiros. “Mesmo que o esporte tenha arrecadado medalhas olímpi-

Paraequestre é a nova escolha entre curitibanos

Bruna Kopeski Isadora Look 3º período Esporte em crescimento em Curitiba sofre por falta de apoio

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tletas da modalidade de hipismo no Paraná reclamam da falta da valorização do esporte no Estado. Só neste ano, houve um aumento de 30% de alunos inscritos nos grandes clubes hípicos da capital paranaense, de acordo com dados retirados do portal da Federação Paranaense de Hipismo. Porém, mesmo com o acréscimo de alunos, os praticantes hípicos relatam as dificuldades em atuar no esporte. Os primeiros indícios de hipismo no Brasil ocorreram em 1641, no Recife, mas apenas em 1911 foi fundado o primeiro clube hípico do país, a Hípica Paulista em São Paulo. O esporte em si, consiste em montar a cavalo e assim adestrá-lo para a prática de saltos, corridas, polo, no qual o atleta jogo a cavalo, golpeando uma bola, com um taco, com o objetivo de marcar gols contra a equipe adversária, entre outras modalidades. No Paraná, o esporte vem ganhando peso nos últimos anos, apesar disso os atletas ainda encontram obstáculos para treinar no Estado.

A proprietária do Clube Galope, localizado em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, Ana Laura Angeli, relata que no mês de maio a taxa de alunos matriculado cresceu em torno de 35%, porém, “infelizmente, por não termos a cultura do cavalo como acontece na Europa, Argentina e América do Norte, o hipismo deixa de ter seu devido reconhecimento”. Ana Laura adiciona que desta forma, o hipismo acaba sendo um esporte sem patrocínio e por isso as premiações não têm valores significativos como ocorre em outros esportes no Brasil. O presidente da Federação Paranaense de Hipismo, Marcelo Messias, declara que em relação ao apoio, o esporte depende de empresas e empresários que têm interesse em participar da modalidade. Messias ainda comenta que, “a federação, através de projetos de lei de incentivo ao esporte, busca junto ao governo do Estado e empresas particulares, o recurso para realização de nossos campeonatos e apoio aos nossos filiados”.

cas, panamericanas e outros inúmeros títulos importantes, ele é relativamente caro, tanto para competir como para praticar”. Sinimbu ainda afirma que outro obstáculo constante no hipismo é a dificuldade em conseguir patrocinadores.

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m esporte que está cada vez mais em ascensão no Paraná é o paraequestre. Só neste ano o número de competidores no esporte teve um aumento de 40% de acordo com dados retirados da Federação Paranaense de Hípismo. O paraequestre, ou paraenduro como muitos conhecem, é um esporte na modalidade de hipismo que surgiu com a falta de espaço para pessoas portadoras de necessidades especiais em participar do esporte. No Paraná, o paraenduro passou a existir em 2011, na última etapa do Campeonato de Enduro, em Campina Grande do Sul. A equoterapeuta, Jéssica Speck, diz que o esporte é um método terapêutico e educacional que se utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação. “A marcha do cavalo é terapêutica, pois sua andadura é a que mais se parece com a dos humanos, isso faz com que o cérebro entenda como se caminha estimulando o cérebro do praticante a caminhar”.

De acordo com a diretora de paraequestre da Federação Paranaense de Hipismo, Claudiane Crisótomo Pasqualini, o paraenduro, além de provocar esses benefícios, promove a confraternização das famílias de portadores e não portadores de necessidades especiais, pois é realizado no mesmo dia do enduro convencional, sendo uma grande forma de inclusão social e paradesportiva. A diretora ainda finaliza contando que no Campeonato Brasileiro ocorrido no mês de maio o Paraná trouxe três troféus de 1º lugar. A praticante do esporte Ana Clara Ribeiro, 23 anos, relata que a atividade tem trazido muitos benefícios para sua vida. “Eu pratico o paraenduro em torno de um ano e meio, e desde então já sinto uma melhora no meu condicionamento emocional, além é claro do físico”. Ana Clara finaliza afirmando que a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais em qualquer esporte é fundamental para a igualdade social.


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Curitiba, 21 de Junho de 2017

Cultura

Streaming de música cresce 52% no Brasil Apenas 1,8% dos curitibanos preferem a venda de mídias físicas

Thiago Rasera

ducador e radialista Paulo Kavi. Segundo ele, o artista brasileiro tem mais facilidade em desenvolver e divulgar seu produto nas plataformas digitais. A produtora da banda curitibana A Banda Mais Bonita da Cidade, Renata Bernardi, afirma que na maioria das vezes o valor que eles recebem pelo streaming é menor do que a venda física.

Izabelly Lira 2° período

As plataformas de streaming tornaram-se mais acessíveis ao brasileiro no último ano

O

streaming de música, que consiste no consumo de canções através de plataformas digitais, cresceu 52% no ano passado no Brasil, segundo o relatório anual da PróMúsica Brasil, associação que reúne as maiores gravadoras do país, divulgado em maio deste ano. Este número, de acordo com o relatório, é três vezes maior que o de vendas de mídias físicas, como CDs e DVDs, no país. A plataforma Spotify divulgou, em março deste ano, um crescimento de 66% de assinantes mundiais, o equivalente a 50 milhões de pessoas, enquanto sua concorrente direta, a Apple Music, apresenta 20 milhões de assinantes. Ambas as marcas se tornaram mais acessíveis ao consumidor brasileiro no último ano, segundo o gerente de novos projetos da Associação Brasileira de Música (Abramus), Gustavo Gonzalez, por conta da facilidade de distribuição. Além da agilidade, as plataformas apresentam promoções para abaixar o preço nor-

mal da assinatura. O Spotify e a Apple Music, por exemplo, dão descontos para estudantes universitários brasileiros. O relatório anual, produzido pela Pró-Música, considera os serviços de streaming por assinatura e aqueles que funcionam com uso livre mediante veiculação de anúncios. A entidade produtora do estudo se chamava Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), mas mudou de nome no final de 2016, pois a principal atividade da indústria musical não é mais a produção de discos.

Artistas reagem ao streaming O gerente da Abramus afirma que o artista brasileiro está engajado e querendo saber cada vez mais sobre o strea-

ming, mas que ainda é necessária certa desmistificação do assunto, por ser uma nova tecnologia. “Alguns artistas ficam confusos porque o fato de você ter 100 mil streams não significa que você vendeu cem mil álbuns. Isso ainda gera um pouco de expectativa e frustração da classe”. Gonzalez explica que o artista procura uma distribuidora de conteúdo, e essa empresa coloca o produto disponível nas plataformas. “O artista em si não tem contato com a distribuição. A forma de relacionamento do artista com a plataforma é criando uma página, criando playlist, divulgando o conteúdo dele, curtindo a página de outros artistas”. O streaming ainda não gera mudanças na produção das músicas, afirma o arte-e-

‘‘Streaming é o futuro,

precisamos acompanhar”

Apesar disso, ainda segundo a produtora, consegue-se atingir um público maior. “Qualquer forma de divulgar nosso trabalho, seja pela maneira que for, é muito bem-vinda. Sem contar que o streaming é o futuro e, querendo ou não, precisamos acompanhá-lo”. Renata afirma ainda que a divulgação por streaming difere da física por conta da proximidade com o público. Ela conta que a plataforma Youtube é a que mais alcança o público da banda, seguida do Spotify. “Financeiramente é nessa ordem também”.

Curitibanos preferem as plataformas digitais Uma pesquisa realizada com 110 curitibanos para esta reportagem, apontou que 70,9% dos entrevistados preferem o streaming ao consumo físico de música. Apenas 1,8% preferem a venda de música física, como CDs e DVDs. A pesquisa concluiu também que 70,9% dos entrevistados curitibanos conheceram um artista novo nas plataformas.


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Curitiba, 21 de Junho de 2017

Ensaio

Longe do caos Um lugar de calmaria e riquezas naturais, sem violência e distante da correria do dia a dia. A Ilha Rasa fica localizada no litoral paranaense em uma área de proteção ambiental de Guaraqueçaba Victoria Bittencourt 3º período

A Ilha é um lugar de pura simplicidade

A principal fonte de renda dos moradores é a pesca

O número de habitantes gira em torno de 800 pessoas

A Ilha chama atenção por suas belezas naturais

Sua área total é de aproximadamente 10 Km²


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