Comunicare 324

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Adoção de animais

Infográfico

Ensaio fotográfico

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ONGs suspendem as feiras de adoções como forma de prevenção do Covid-19. O processo acontece via internet

Curitiba tem cerca de 10,8% da população acima de 60 anos. Média dos pacientes internados é de 59,5 anos

Fotos feitas em Curitiba com o Google Street View mostram a Estação da Luz, em São Paulo

Curitiba, 21 de Abril de 2020 - Ano 23 - Número 324- Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Corrida por delivery Delivery race

Governo do Paraná estabeleceu o encerramento das atividades dos bares e restaurantes, já as entregas de delivery continuam em circulação. Conforme a Associação de Bares, Restaurantes, Casas Noturnas e Similares, durante isolamento social o número de pedidos de delivery aumentaram.

Estabelecimentos receberam recomendações da Prefeitura diante da pandemia, a fim de evitar a disseminação

cidades | pag.06

Saúde mental online P

sicológos e psiquiatras estão atendendo pacientes de forma online para contribuir com o isolamento social. O momento de pandemia fragiliza ainda mais a saúde mental dos curitibanos, sendo que em a área contabilizou mais de 6 mil internações psiquiátricas em 2018, segundo dados da Secretaria Municipal de Curitiba. Os profissionais são orientados pela Secretaria de Saúde do Paraná e pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) a adiarem atendimentos presenciais e acolher somente situações de emergência presencialmente.

Mercado da música

Stephanie Friesen

Os profissionais estão se adaptando da maneira que podem, assim como os pacientes. Muitos não se sentem totalmente confortáveis ou com suas demandas completamente atendidas através de consultas remotas. Outro inconveniente da teleconsulta é a necessidade de ainda se deslocar para adquirir remédios psiquiátricos. Alguns medicamentos são restritos e precisam de autorização e carimbo específico, além das farmácias não terem estrutura online para receber as receitas.

cidades | pag.3

Atendimento virtual é solução para quem precisa fazer terapia

Após o aumento da pandemia do novo coronavírus, mais de oito mil eventos foram cancelados e o setor de música ao vivo no país sofreu um prejuízo de R$ 483 milhões. As microempresas individuais (MEI) estão

entre as mais impactadas, aponta um levantamento do núcleo de pesquisa da semana internacional de música de São Paulo (DATASIM), realizada de forma online. ECONOMIA | pag.10


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Editorial

O embate contra a mídia em tempos de Covid-19 D

iante do atual cenário pandêmico mundial, resultado do não tão novo coronavírus (Covid-19), em que mais de 218 mil mortes (dados atualizados no dia 29 de abril) assolam o planeta, o jornalismo tem se mostrado fundamental no combate à disseminação do vírus. No Brasil, percebemos que a polarização informacional propagada por determinadas figuras públicas que defendem o isolamento vertical e outras medidas sem embasamento científico estão dificultando a transmissão de informações necessárias ao combate da pandemia. Tal divergência põe em risco a vida de milhares de pessoas, além de abrir brecha para ataques aos profissionais da saúde e da imprensa. As agressões estão se tornando cada dia mais frequentes. Podemos citar aqui as ofensas

verbais e ameaças de morte que o jornalista do The Intercept, Glenn Greenwald, sofreu após o episódio da Vaza Jato; as acusações à jornalista Patrícia Campos Mello em investigação sobre a CPMI ou em casos mais recente como o dos jornalistas Renato Peters e a Mariana Aldana da Globo São Paulo, que sofreram grande repressão ao vivo em reportagens sobre o novo coronavírus. A mídia não é perfeita, mas o seu papel é manter os cidadãos informados e instigar o senso crítico. Para isso, é necessário defender os direitos assegurados pela Constituição, como a liberdade de imprensa. Em um país em que a onda de notícias falsas vem ganhando cada dia mais força, o jornalismo e os veículos de comunicação, assim como seus profissionais, têm mais do que nunca

Crônica

E

Às 8h, Alfredo continuava preocupado com o atraso do ônibus e abriu o twitter a fim de procurar alguma justificativa para a demora. Só se falava no vírus. Teria que andar até o supermercado, como se já não bastasse a empregada ter pedido para ficar em quarentena - antes de ser demitida. Se alegam pandemia, que seja cada um por sí, defendeu-se. Pontualmente às 9h, viu no caixa do supermercado uma nota: “álcool gel e máscaras em falta”. Quem raios precisa disso?, questionou. A atendente desanimada tentou explicar, mas foi interrompida. Ele não queria saber. Se até a autoridade máxima não se importava, não acreditaria ser algo mais sério. O vírus? Surto coletivo!

Expediente REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES

Eram 15h e ele roncava no sofá. Em meio ao caos de sua casa sonhava com os bares, agora fechados devido às más línguas da televisão - até o governo do estado havia se envolvido, decretando quarentena! Mas Alfredo não sabia o que isso significava. Às 16h33 ele acorda desesperado, com falta de ar. Guinchando, corre à cozinha, procurando água. Vermelho, cai no chão e segura a garganta. Passados alguns minutos a respiração se normaliza. Estaria o hospital aberto?, indaga. São 17h e Alfredo entra no consultório médico de seu plano de saúde. Ele recebe uma máscara e álcool gel antes de poder reclamar. Mas era só uma crise de asma! Não foi o diagnóstico do médico. Segundo ele, devido à febre, tosse seca, dor de cabeça e falta de ar, o resultado era claro. E após testes, a confirmação: Coronavírus. Alfredo treme, chocado. Como posso estar infectado com uma fake news?, pergunta.

Edição 324 - 2020 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

Rodolfo Stancki (DRT-8007-PR) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO

TRADUÇÃO

Suyanne Tolentino De Souza

Sarah Guilhermo

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL

Ângela Leitão

Rebeca Trevizani

FOTO DA CAPA COORDENADORA EDITORIAL Ricardo Luiz (3º Período) Suyanne Tolentino De Souza

Nesse contexto. o Jornalismo tem encarado sua responsabilidade social de frente. Assim como outros profissionais essenciais, como médicos, enfermeiros, prestadores de serviço que não pararam para manter o bem estar comum. Estamos nos posicionando nas ruas e nos expondo. Tudo a fim de cumprir com o compromisso na entrega de informação verificada e de qualidade. Nós, da Rede Comunicare de Comunicação, alunos e professores da PUCPR, salientamos que nosso compromisso é proporcionar para nossos leitores a verdade dos fatos com o livre acesso à informação. Frente a isso, visamos realizar um jornalismo de qualidade para que nossos leitores possam se manter informados e seguros na quarentena. #fiquememcasa.

Comunitiras

Ignorância mata

Stephanie Spredemann Friesen Eram 7h50 da manhã e Alfredo estendeu o braço chamando o ônibus, que nunca veio. Imerso, não ergueu os olhos do celular e nem percebeu a rua vazia. Procurava acalmar a mãe que só falava no tal coronavírus, uma bem elaborada fake-news chinesa.

o dever de trazer informações verificadas e de qualidade. Embasadas em dados de órgãos públicos e científicos confiáveis para que a nação não sofra as possíveis consequências de uma catástrofe como a da atual pandemia. Desde a apuração minuciosa de fatos - partindo de sua origem, contexto, e possíveis ligações com a fonte - o bom jornalismo, como o que exercemos aqui no Comunicare, trabalha com investigação e profissionalismo. Não existe espaço dentro do Jornalismo para achismos, falas sem um rosto ou nome. Nada é repassado por uma lista automática, copiado e colado. A opinião existe e tem lugar específico, sinalizado e assinado. Um jornal deve ser transparente e dar continuidade à incumbência de, às vezes, dizer o que tiver que ser dito a quem queira ou não ouvir.

Estudantes 3º Período de Jornalismo Amanda Gabrielle dos Santos, Andre Luiz Festa de Quadros, Arthur Henrique Marçal Gomes, Beatriz Bleyer de Almeida Martins, Beatriz Garcia Artigas, Beatriz Tsutsumi de Almeida, Bernardo Nadaleti Gonzalez, Brianda Renata da Silva Prestes, Bruna Eugenia de Cassia Quaglia Colmann, Bruna Luiza Cominetti, Brunna Gabardo Roth, Bruno Felipe Previdi Sant’Ana, Camila Mengarda Acordi,

Carlos Vinicius Mazetto Illipronte, Carolina de Paiva Nassar, Daniela Balieiro Cintra Silva, Diego Diogo dos Santos, Eduarda Fiori Silva Fernandes, Flavio Augusto da Luz, Gabriel Miranda Malucelli, Gabrielly Dering Batista Ferreira, Guilherme André Pesch Kruklis, Gustavo Silva Barossi, Hellena Cesar Oliveira, Herick Pires Lopes, Isabella Serena Demski Casagrande, Isabelle da Silva de Almeida, Isadora Guimarães Mendes Vesguerber, Isadora Picasky Deip, Jessica Pretto Varella, Laura Luzzi Siqueira Campos, Leticia de Moura Simão,

Lorena Rohrich Ferreira, Lucca Smarrito Marreiros, Luiza Maria Hauer Ruppel, Maria Vitoria Bruzamolin Rodrigues de Oliveira, Mariana Scavassin Vaz Mattos, Marina Jorge Geiger, Nathalia Miguel Brum, Pedro Luiz de Almeida, Rafael Wolf Teixeira Coelho, Raissa Micheluzzi Ferreira, Rebeca Trevizani de Castro, Ricardo Luiz da Silva, Rodrigo Pires de Angelucci, Romano Zanlorenzi, Sabrina de Ramos, Sarah da Silva Guilhermo Galvão, Sophia Becker da Gama, Stephanie Spredemann Friesen, Sthefanny Gabryella Gazarra Borges Pereira


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Cidades

Profissionais da saúde mental migram para atendimento online Em Curitiba, psicólogos e psiquiatras buscam se adaptar para atender pacientes durante o período de isolamento Gabrielly Dering Sarah Guilhermo Stephanie Friesen 3º Período

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Stephanie Friesen

ara contribuir com o isolamento social, psicólogos e psiquiatras passam a atender pacientes pela Internet durante o período da pandemia. Até o fechamento da reportagem, foram confirmados 205 casos e 3 mortes por conta do novo coronavírus em Curitiba. O momento atual fragiliza ainda mais a área de saúde mental na cidade, que contabilizou mais de 6 mil internações psiquiátricas em 2018, segundo dados da Secretaria Municipal de Curitiba. A Secretaria de Saúde do Paraná recentemente publicou uma nota orientativa dirigida à saúde mental que aconselha os profissionais a adiar atendimentos presenciais, atender remotamente e continuar acolhendo pessoalmente demandas de situação de crise. O Conselho

Alguns profissionais estão atendendo através de videoconferência

“Não fomos criados para viver em isolamento. Somos seres sociais. Acabamos sofrendo com isso” Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) também declarou estar orientando a categoria e a população acerca dos atendimentos psicológicos online. O psicólogo clínico Jessé Luiz Cunha diz que está atendendo no máximo 30% dos seus pacientes regulares, a grande maioria por vídeo chamada no WhatsApp. A maior parte ainda não se sente confortável nem seguro em frente às câmeras e dentro da própria casa. “Não fomos criados para viver em isolamento, somos seres sociais.

Agora estamos confinados e acabamos sofrendo com isso”, completa. A estudante Daniela (nome fictício) concorda. “Não tenho a mesma privacidade que tenho presencialmente, no consultório da psicóloga. Não me sinto confortável com minha família escutando e não consigo aproveitar 100% da sessão”. O médico psiquiatra Marcelo Moreal explica que é comum que situações de crise de pânico aconteçam nesses momentos.

“Pacientes instáveis do ponto de vista do tratamento de ansiedade acabam piorando novamente.” Já a psicóloga Camila Goossen pontua a necessidade de lembrar que essa situação é passageira. “É essencial ter paciência e focar no que podemos controlar”. Quem precisa de remédios psiquiátricos acaba passando por outro inconveniente da teleconsulta: a necessidade de buscar suas receitas ou pedir para alguém retirá-las presencialmente. “A farmácia não consegue ler

Sarah Guilhermo

o receituário de medicamentos controlados de forma virtual”, aponta o psiquiatra. Visando contornar essa situação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estendeu a quantidade máxima de medicamentos que um paciente pode adquirir de uma vez e permitiu a entrega em domicílio dos mesmos através da Resolução nº 357. Essa matéria foi fechada no dia 15/04/2020.

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Dicas para cuidar da saúde mental • Mantenha a rotina de afazeres domésticos, estudo e trabalho; • Organize o ambiente de trabalho/estudo; • Procure relaxar para aliviar o estresse; • Pratique hobbies ou aprenda algo novo; • Converse com amigos e entes queridos; • Limite o tempo de exposição às notícias e buscar informações confiáveis; • Pratique o autocuidado fazendo exercícios, se alimentando corretamente; • Procure ajuda psicológica caso o nível de ansiedade esteja muito elevado;

Alguns consultórios estão com atendimento presencial suspenso em Curitiba

• Ocupe a mente com outros assuntos.


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Cidades

Jovens trabalham contra o Covid- 19 Mesmo fora do grupo de risco, novos profissionais estão se expondo ao COVID-19 no começo de suas carreiras profissionais Herick Pires Isadora Mendes Raissa Micheluzzi 3º Período

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iante a crise ocasionada pelo coronavírus, o Ministério da Saúde convocou médicos para reforçar o atendimento em postos de saúde e tentar controlar o aumento dos índices de pessoas contaminadas com a doença. Mais de quatro mil profissionais da saúde atenderam ao chamado. Em Curitiba, cerca de 70 novos médicos foram acionados para as diferentes unidades básicas em reorganização no combate ao COVID-19. Neste cenário, há recém-formados de todo o país que estão iniciando suas carreiras durante a pandemia, colocados em situações, até então, completamente desconhecidas. Apesar de terem matérias na faculdade focadas em epidemiologia como algo básico para cursos da área da saúde, os estudantes relatam que não passam de experiências teóricas. Médicos que já haviam começado suas experiências profissionais há pouco tempo, também viram suas rotinas mudadas com a chegada da pandemia em Curitiba. O residente em infectologia Allan Cordeiro, que atua no Hospital Nossa Senhora das Graças, conta sobre o cuidado com os suspeitos do novo coronavírus. “Há toda uma preparação para o atendimento dos casos suspeitos desde os equipamentos de proteção

Freepik

individual da equipe de saúde até o paciente, que recebe uma máscara e é atendido em local específico”. O infectologista também aponta que até mesmo médicos mais experientes estão aprendendo a lidar com situações desconhecidas ocasionadas pela chegada do coronavírus na cidade. “Não há setor da sociedade preparado para uma pandemia antes que ela ocorra. Todos estamos tendo que nos adaptar e nos esforçar para a realidade de hoje”, observa. Visando maior proteção dos profissionais os EPIs, os Equipamentos de Proteção Individual, são usados com mais frequência. Os itens auxiliam na manutenção da segurança tanto dos profissionais quanto de pacientes. Medidas foram tomadas para evitar o contato direto de diferentes maneiras dentro do âmbito hospitalar, desde a parte administrativa até o os leitos hospitalares. “Há toda uma mudança na logística do hospital para os funcionários. Uma pandemia é um processo dinâmico, e dependendo da demanda as rotinas vão mudando”, comenta Cordeiro. Na realização de atendimentos, a equipe médica precisa ter cuidado triplicado e utilizar ins-

Jovens profissionais da saúdesão colocados à prova de uma pandemia trumentos como o face shield, um tipo de protetor de rosto, mas há centros de atendimento, como o Hospital Universitário Cajuru, que possuem o equipamento. “Existe a orientação de usarmos o face shield, mas nós não possuímos, então procuramos se proteger o máximo durante a intubação para não correr o risco de se contaminar”, conta o residente em emergência e urgência Guido Schwartz Apesar de ser uma situação delicada, a pandemia também serve como um momento de aprendizado para novos profissionais. “É diferente porque em uma residência médica tem tanto a

parte prática quanto acadêmica, e nesse momento tudo tem se voltado mais para o COVID-19”, comenta o médico Allan Cordeiro. Outras emergências continuam existindo tanto para novos e velhos profissionais da saúde, mas o coronavírus é a emergência e prioridade de todos no momento.

Leia mais Saiba quais são os equipamentos usados por profissionais da saúde durante a pandemia portalcomunicare.com.br

Covid altera relação com a tecnologia Em meio a período de quarentena, população necessita se adaptar à tecnologia para seguir normalmente com sua rotina Daniela Cintra Diogo Santos Lucca Marreiros 3º Período

O

avanço da pandemia do novo coronavírus está afetando o mundo drasticamente. Dentre os 40.581 infectados pela doença no Brasil, 1025 estão no Paraná. Além disso, até o fechamento desta matéria, foram confirmadas 53 mortes em todo o estado, sendo 14 delas em Curitiba. Considerado o grupo mais vulnerável com o avanço da doença, os idosos vêm sofrendo com a propagação da pandemia. Na capital paranaense, a média de idade dos infectados pelo vírus está em 59 anos. Em consequência principalmente da realização da quarentena, muitas pessoas estão precisando se readaptar à tecnologia, passando a ter mais intimidade com os aparelhos eletrônicos para que sua rotina venha a fluir normalmente. São configurações e execuções que muitas vezes fogem do convencional e, com isso, acabam intimidando os mais leigos. Nelas, estão inclusas, por exemplo, videochamadas e processos bancários. O bancário Paulo Dittrich, que trabalha em uma agência no centro de Colombo, diz que para facilitar a vida da população, a rede em que trabalha criou uma

campanha nacional para fazer com que não haja a necessidade de sair de casa. “Lançamos a campanha com uma abordagem o mais leve e divertida possível, pois sabemos que para muitos que estavam acostumados a vir até a agência, é angustiante não poder ter controle dos seus gastos pessoalmente”. Paulo ainda afirma que o uso do aplicativo é sempre incentivado, justamente pelo motivo de que tudo o que é feito de forma física nas agências pode ser feito de forma virtual.. Já a enfermeira Fátima Aragão, de 55 anos, precisou aprender a mexer em aplicativos de videoconferências para não ficar de fora das aulas de pilates. Acostumada a sempre frequentar a academia perto de sua casa, ela sentiu que poderia voltar a ter reações negativas em seu corpo caso não praticasse os exercícios orientados em aula. “No celular eu só sei fazer o básico, como mandar mensagem pelo Whatsapp, ou fazer uma publicação no Facebook. Porém, o aprendizado que estou obtendo está sendo incrível”. A enfermeira ainda revela que a ajuda do filho a lidar com a nova tecnologia vem sendo fundamental para que ela participe das aulas.

O técnico de informática Rodrigo Santos orienta que as pessoas que tenham dificuldades em lidar com as novas tecnologias, busquem um auxílio profissional: “As pessoas devem recorrer ao suporte técnico da empresa responsável pela instauração do método, ou pedir ajuda para amigos ou familiares que tenham mais facilidade em mexer com as plataformas”. Já a instrutora de informática Cristiane Detoni acredita que há uma maior procura das pessoas em se buscar algum tipo de auxílio relacionado a tecnologia, influenciando de forma direta

a comunicação, principalmente durante este período de quarentena: “A maioria das pessoas possuem um celular ou um computador com acesso à internet e isso permite uma maior conectividade com o mundo.”.

Leia mais Confirauma charge sobre a quarentena portalcomunicare.com.br

O uso do celular se tornou parte da vida em quarentena.

Daniela Cintra


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Esportes

Exercícios alternativos são a chave para a rotina de curitibanos As atividades físicas são essenciais para a saúde mental e prevenção ao sedentarismo durante o período de quarentena Camila Acordi Carolina Nassar Maria Vitória Bruzamolin 3º Período

E

m quarentena desde a terceira semana de março devido à pandemia do novo Coronavírus, muitas pessoas que mantinham uma rotina equilibrada de exercícios físicos precisaram improvisar saídas para continuar com o hábito. Uma das soluções encontradas foi por meio da internet, na qual é possível obter um grande número de dicas de profissionais como personals ou professores de dança. Outros optaram pela realização de atividades usando objetos domésticos que substituem aparelhos de academia. O personal trainer Luis Gustavo Bini se tornou um desses profissionais que, com o isolamento social, resolveu iniciar a postagem de vídeos de como se exercitar em casa. “Comecei a pensar na minha responsabilidade social como profissional da saúde, e não posso deixar as pessoas caírem em uma outra doença, o sedentarismo. Então comecei a fazer os treinos e as dicas no modo online que é a única forma que a gente pode estar fazendo”. O treinador, que se encontra no instagram com

Camila Acordi

o perfil @personal_bini, deixa claro que cada indivíduo tem suas especificidades, então o cuidado ao realizar exercícios é essencial. O estudante de Nutrição Luiz Augusto Miranda, 20 anos, diz que, antes da quarentena, costumava treinar de segunda a sábado, duas vezes ao dia. Realizava um treino de musculação de tarde e praticava punhobol de noite. Ele ainda afirma que assiste à vídeos online para não perder o ritmo em casa, mas não se encontra satisfeito com seu desempenho físico. “Não tenho estrutura e equipamento, só consigo correr porque tenho uma esteira”. Sem querer romper a quarentena, o jovem acabou diminuindo a intensidade de seus treinos. Exercitar o corpo é importante para se manter em forma, porém, não só isso. A endocrinologista Sheila Montano afirma que, por liberar endorfina, o exercício físico, principalmente neste período de isolamento, auxilia na saúde mental. “Para quem não é atleta ou nunca foi

Realização de exercícios físicos com o auxílio de videoaula de fazer uma atividade física, o exercício vem para ajudar a diminuir a ansiedade ou não entrar em depressão”, diz. A médica ainda reforça os meios simples e caseiros de se exercitar: “Eu recomendaria caminhada no jardim, para quem tem jardim, e para aqueles que não têm, pular corda e fazer exercícios musculares”.

Leia mais Videoaulas para quem deseja manter o corpo ativo durante a quarentena portalcomunicare.com.br

Atletas mantêm treinos em casa durante a quarentena Com eventos esportivos adiados, técnicos e atletas de alto rendimento se reinventam para continuar a rotina de exercícios Hellena César Letícia Simão Mariana Scavassin 3º Período

A

s Olimpíadas de Tóquio estavam programadas para o dia 24 de julho. Porém, a crise do Covid-19 levou o evento a ser postergado para julho e agosto de 2021. Inúmeras outras competições foram pelo mesmo caminho no mundo inteiro. No Paraná, o vírus afetou campeonatos regionais como o Campeonato Paranaense de Futebol e os Jogos Universitários do Paraná, forçando atletas de alto desempenho a se reinventarem a fim de que não haja impacto em seu condicionamento físico. Uma das inovações das Olimpíadas 2020 foi o skate. O Comitê Olímpico Internacional (COI) queria dar uma cara nova para a edição, trazendo um pouco do jovem e do esporte radical. A situação pandêmica também cancelou eventos que giravam em torno das olimpíadas, inclusive as classificatórias do skate. O skatista profissional Luigi Cini, 17 anos, especialista nas modalidades de skate park e vertical, estava treinando sem pausa para as classificatórias. O atleta se encontra na 29° posição das 20 vagas disponíveis, com o limite sendo de 3 vagas por país.

“Eu ando de skate cinco dias por semana e quando tinha um tempo livre no fim de semana também. Quatro dias por semana eu intercalava o skate com os treinos”, conta o atleta. Sem datas e previsão de volta, atletas, técnicos, educadores físicos e personal trainers, estão inovando e encontrando uma maneira de se exercitar e compartilhar o treino. Luigi, por depender muito de uma estrutura, se encontra sem saída ao tentar praticar seu esporte. “Eu tenho andado bem menos. Eu ainda tenho a vantagem de ter uma mini rampa em casa, dá pro gasto, mas nem se compara com o que eu estou acostumado” A ginasta Kauanny da Silva, 17 anos, estava se preparando para o Campeonato Paranaense de Ginástica Rítmica e o Torneio Regional de Ginástica Rítmica, ambos cancelados. Atualmente, conta que continua treinando em casa. “A ginástica envolve flexibilidade e se a gente fica muito tempo parada é difícil voltar ao ritmo depois”. O técnico da ginasta envia diariamente cronogramas de treino com as explicações de cada exercício, por meio do apli-

cativo Google Classroom. As dúvidas acerca de qualquer exercício podem ser tiradas diretamente pela ferramenta. “É um treino aprimorado. Na preparação física, a gente usava a barra. Em casa você usa uma cadeira”, comenta Kauanny. Um dos técnicos do time feminino de futebol americano Cold Killers, Giovane Polese, teme que esse período possa influenciar no condicionamento físico de suas atletas. “O treino em casa se torna complicado, pois normalmente exige muita carga com menos repetição”. As corridas também são muito

Leia mais Confira mais atletas que se adaptaram ao período. instagram.com/redecomunicare

importantes no treinamento, principalmente os tiros, mas isso demanda um espaço muito grande que poucos atletas possuem em casa. O técnico também aponta que, sem os materias adequados, o rendimento do atleta pode diminuir.

Esportistas adaptam rotina de exercícios em casa

Giovanna Yamaguchi


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Cidades

Paraná registra aumento de 90% em delivery durante quarentena Crescimento foi confirmado pela Abrabar e motivado pelo decreto do Governo do Paraná para que pedidos sejam feitos apenas por delivery

Ricardo Luiz

Eduarda Fiori Isabella Serena Ricardo Luiz 3º Período

Entregadores de delivery em frente ao Shopping Hauer, no bairro Batel

N

o dia 19 de março, o Governo do Paraná determinou o fechamento de bares, restaurantes e lanchonetes, mantendo apenas as entregas delivery. Desde então, o volume de pedidos do serviço aumentou cerca de 90%, de acordo com a Associação de Bares, Restauran-

proteção tomadas por ele contra o Coronavírus vêm das ideias de colegas de profissão. Para Heudes, por questões financeiras, parar com as entregas não é uma opção viável. As medidas de isolamento social levaram diversos estabelecimen-

Nem todos os estabelecimentos sentiram um aumento no número de pedidos para entrega. Marcela Cassou, social media do restaurante CHO Street Food, localizado no Batel, conta que o local já trabalhava com pedidos antes do isolamento social. “O nosso número de entregas não

saber ao certo por quanto tempo essa fase de reclusão poderá durar e uma redução de demanda será necessária, além de que a recuperação começará a partir do momento em que a situação se normalizar na saúde, defende o professor. “O setor de estabelecimentos como restaurantes,

“Trabalhar com delivery não estava nos planos, mas no atual cenário virou uma questão de sobrevivência” tes, Casas Noturnas e Similares (Abrabar). Mesmo com um aumento significativo, as entregas em domicílio são apenas uma medida paliativa. Os estabelecimentos da capital receberam recomendações da Prefeitura de Curitiba com medidas a serem tomadas diante da pandemia, a fim de evitar a disseminação e proliferação do coronavírus. Estima-se que a paralisação do setor fez o Estado deixar de movimentar até R$90 milhões em março, segundo Fábio Aguayo, presidente da Abrabar. Mesmo com um grande aumento nas entregas a domicílio, o setor segue colapsado e deve se recuperar apenas em 2021. “O sistema de delivery está bem saturado no momento, pois quase todos estão trabalhando neste sistema”, comenta. “Os aplicativos estão bombando nas entregas. Já no particular, quase nenhum cliente está mais chamando”, relata o motoboy Heudes Brito, que trabalha nos aplicativos de delivery e também nas entregas particulares. Ele conta que as recomendações de segurança presente nos aplicativos são muito fracas, a maior parte das medidas de

tos a aderirem ao serviço. “Trabalhar com delivery não estava nos planos, mas no atual cenário virou questão de sobrevivência”, comenta Daniel Mocellin, proprietário da Pizzaria Mathilda. O empresário conta que 85% do faturamento da empresa vem dos aplicativos, o restante com os pedidos por telefone ou balcão. Para ele, as novas tecnologias têm dado um maior resultado por se tratarem de métodos mais impessoais. “Não é realmente necessário falar com ninguém, não envolve telefone, troco ou passar cartão na hora de realizar a entrega.”

aumento e nem diminuiu, se manteve igual ao que era antes”. Durante o período de quarentena, estabelecimentos que dependem da circulação de pessoas, como lanchonetes, bares e restaurantes, vão sofrer brutalmente e ter uma redução drástica da margem de lucro, avalia Marcelo Curado, professor do Departamento de Economia da UFPR. “Justamente esse tipo de setor que acreditamos que irá precisar do apoio dos bancos e do Banco Central, com a concessão de crédito e empréstimos”. Não há como

por exemplo, vão sofrer por algum tempo após tudo isso. Vai acontecer a quebra de algumas empresas desse setor. Será preciso encontrar soluções alternativas que sejam criativas e novas maneiras de fazer negócio”.

Veja mais! Ensaio fotográfico pelas ruas de Curitiba durante a quarentena

portalcomunicare.com.br

Ricardo Luiz

Entregadores de delivery em frente ao Shopping Hauer, Batel


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Paraná records a 90% increase in delivery sales during quarantine

Cities

The growth was confirmed by Abrabar and was motivated by the decree of the Government of Paraná so that orders can be placed by delivery alone.

Ricardo Luiz

Eduarda Fiori Isabella Serena Ricardo Luiz 3º Período Translation by Rebeca Trevizani

Delivery men in front of Shopping Hauer, Batel.

O

n March 19th, The Government of Paraná determined bars, restaurants and cafes closure, keeping only delivery services. Since then, the amount of orders has increased about 90%, according to the

have come from his colleagues ideas. To Heudes, because of financial issues, stop the deliveries is not a viable option. Social isolation measures have led many establishments to join

Not all establishments felt an increase in delivery numbers. Marcela Cassou, social media of the restaurant CHO Street Food, located in Batel, tells that the place was already working with delivery service before

sure for how long the seclusion period will last and a reduction in the demand will be necessary, and recovery will begin from the moment the health situation normalizes, defends the professor. “The establishment sector as restaurantes, for

“Working with delivery service wasn’t on my plans, but due to the current scenario it has become a measure of survival” Association of Bars, Restaurants, Nightclubs and Similar (Abrabar). Even with a significant increase, home deliveries are only a stopgap measure. The capital establishments have received recommendations from Curitiba’s City Hall with measures to be taken in front of the pandemic, willing to avoid dissemination and proliferation of coronavirus. It is estimated that the paralysis of the sector caused the state to stop moving up to R$90 million in March, according to Fábio Aguayo, Abradar president. Even with a great increase in home deliveries, the sector is still collapsing e must recover only in 2021. “The delivery system is pretty saturated at the moment because everyone is working on this system”, he comments. “Delivery apps are pumping, already in particular, almost no customer is calling”, reports the deliverer Heudes Brito, who works on delivery apps and also private deliveries. He says that security recommendations present on delivery apps are too weak, most of the protection measures taken by him against coronavirus

delivery service. “Working with delivery service wasn’t on my plans, but due to the current scenario it has become a measure of survival”, comments Daniel Mocellin, owner of Mathilda Pizzeria. The business owner says that 85% of the company’s turnover comes from delivery apps, the rest comes with orders or counter. To him, the apps have given a greater result caused by their impersonal methods. “It is not really necessary to talk to someone, it doesn’t involve a phone, change or passing the card when the deliver arrives”.

social isolation. “Our delivery number hasn’t increased or decreased, it remains the same as it was before”. During quarantine period, establishments that depend on people circulation as cafes, bars and restaurants, are going to brutally suffer and have a massive decrease in profit margin, says Marcelo Curado, professor of Economics Department of UFPR. “It is precisely this type of sector that will need support from banks and Central Bank, with the credit facilities concessions” There is no way to know for

Delivery men in front of Shopping Hauer, Batel.

example, will suffer for a while after all that. Some companies of this sector will break. Some alternative solutions that are creative and new ways to do business will be needed”.

More! Photo shoot through the streets of Curitiba during the quarantine portalcomunicare.com.br

Ricardo Luiz


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Cidades

Adoções de animais migram para as redes sociais durante o COVID-19 Instituições de cuidado animal se preocupam com possível aumento no abandono de pets durante e após o período da quarentena do novo coronavírus Bruna Colmann Isadora Deip Sthefanny Gazarra 3º Período

C

om a ideia de evitar a concentração de pessoas para prevenir a transmissão comunitária do novo coronavírus, grupos independentes e ONGs de cuidado animal de Curitiba decidiram suspender as feiras de adoções de pets. A decisão foi pensada a partir do decreto 470/2020, no qual a Prefeitura determinou o funcionamento apenas de atividades essenciais à cidade devido a pandemia do COVID-19. O processo das adoções passou a ocorrer de forma virtual, por meio das redes sociais. Juntamente ao aumento

“Quando a vida voltar ao normal será uma nova fase de adaptação para todos nós e para a gatinha” do uso das tecnologias para as adoções, surgem hipóteses de que os pets podem auxiliar no combate à solidão durante o período de isolamento social. Com o cancelamento das feiras, as protetoras do grupo independente “Quem ama adota” estão promovendo as adoções pelo Facebook ou por indicações. O Bruna Colmann

Proximidade entre pets e tutores pode combater a solidão.

grupo cuida dos animais de terminais de ônibus em Colombo, e registra uma perda em termos de ajuda. Segundo a voluntária Eliana Boito, as doações caíram em mais de 50%, enquanto o abandono apenas aumenta, principalmente de cadelas prenhas ou no cio. Ela conta que o grupo não tem mais condições financeiras para realizar o resgate de animais. De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), não houve uma proibição da realização das feiras de adoções, mas sim uma recomendação para o desincentivo de eventos que promovam a aglomeração de pessoas. A Rede de Proteção Animal de Curitiba, que é um departamento da SMMA, orienta que os tutores e protetores independentes mantenham o bem-estar e a saúde do pet mesmo durante o período da pandemia, para garantir uma guarda responsável.

A técnica de manutenção de aeronaves Giovana Cristina adotou a gatinha Jasmine durante o período da quarentena do COVID-19. Ela pretendia adotar um animal ao longo das férias escolares de sua filha, em julho, devido à maior disponibilidade de tempo. Porém, com o isolamento social, ela conseguiu conciliar a rotina com os cuidados do novo pet. Em relação ao período após a crise do coronavírus, Giovana acredita que sua rotina será alterada novamente. “Quando a vida voltar ao normal será uma nova fase de adaptação para todos nós e para a gatinha também.”

Leia mais Confira mais conteúdos sobre a adoção de pets no período do coronavírus. portalcomunicare.com.br

Covid atrapalha sonho de curitibana Casamento marcado para abril teve que ser adiado. Noiva relatou dificuldade de negociação com fornecedores Flávio Luz Pedro Almeida Rafael Coelho 3º Período

A

s medidas de combate à Covid-19, adotadas pelo governo do Paraná e prefeitura de Curitiba, afetaram a vida de quem tinha evento marcado para acontecer nos próximos meses. Esse é o caso dos noivos Louise Fiala e Vinicius Sant’Anna, que estavam com casamento planejado para o dia 25 de abril, mas tiverem que remanejar o tão sonhado dia.

que, de acordo com o contrato, seria de seis meses antes da data do casamento.

“Tentei negociar de todas as maneiras, sem sucesso. Eles foram mais maleáveis após os primeiros decretos, mas a solução que deram foi cancelar e ficar em ‘stand by’, ou seja, não ter uma nova data para a celebração. O que, para nós, era completamente absurdo”, explica a noiva.

“Acredito que, neste momento, o diálogo é a melhor arma que temos, assim como a empatia”

“Eu acompanhava a situação no país desde o primeiro caso, e sabia que provavelmente se agravaria como aconteceu em outros países. A possibilidade de ter que adiar o casamento já existia na minha cabeça desde então, mesmo tentando ser positiva e evitando pensar no assunto”, revela Louise.

Louise entrou em contato com os fornecedores para realizar o remanejamento e a maioria se mostrou atenciosa. Todavia, um dos prestadores de serviço foi contrário à decisão e estipulou multa de R$ 300 caso quisessem alterar o dia. A alegação era que já tinha passado a data máxima,

Sem opções, os noivos recorreram aos advogados que os orientaram a buscar uma conciliação com a empresa e fazer um aditivo no contrato em vez de assinar um novo. Após muitas tentativas, a fornecedora concordou com esses termos e adiou a data sem cobrança de multa. Além disso, ela relata problemas com a lua de mel. Até o fechamento da reportagem, uma das pousadas não devolveu o dinheiro pago (R$ 140), e um dos destinos se negou a cancelar a reserva. Em relação ao casamento no civil, o cartório também adiou a cerimônia, mas ainda sem nova data prevista.

Orientação do Procon

Em situações como essas, a orientação da diretora-geral do Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR), Claudia Silvano, é, primeiramente, conversar com os fornecedores. De acordo com ela, se o consumidor quiser cancelar ou adiar o contrato, não há obrigatoriedade do pagamento de multa. ”Se houver remarcação do evento, não precisa reembolso do fornecedor. Em caso de cancelamento, o reembolso é possível até 12 meses após o fim do estado de calamidade”, acrescenta a dirigente. Caso o consu-

midor não consiga uma solução diplomática, Claudia frisa que o Procon está disposto a auxiliar. Para isso, o órgão disponibiliza canais, além do atendimento presencial, como o Disque Procon ou pelos sites procon.pr.gov. br e www.consumidor.gov.br.

Leia mais Leia mais sobre outros eventos cancelados por causa do covid-19 portalcomunicare.com.br

Acervo pessoal

Louise e Vinicius: 29 de agosto de 2020 foi a data escolhida para o casamento


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Quarentena desperta diversas ações voluntárias em Curitiba Durante período de isolamento social, curitibanos têm se mobilizado em prol da solidariedade

Guilherme Kruklis Laura Luzzi Sophia Gama 3° Período

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m meio à pandemia do COVID-19, a população de Curitiba e região tem se mobilizado em solidariedade àqueles que estão na linha de frente do combate da doença, como profissionais da saúde, além de pessoas mais necessitadas. Diversas ações voluntárias são realizadas. Além do programa de voluntariado de profissionais da saúde oferecido pela Superintendência Geral de Ação Solidária, que requer o preenchimento de um formulário online disponível no site do governo do Paraná, a

Prefeitura de Curitiba está arrecadando doações de máscaras, álcool em gel, cestas básicas e produtos de higiene. Outra ação importante tem sido a confecção de máscaras para profissionais de saúde. A Coordenação Estadual da Defesa Civil recebeu, no dia 3 de abril, mil máscaras confeccionadas por 120 costureiras voluntárias. A idealizadora deste projeto foi a empresária Celymar Henrique. “A ideia surgiu de um chamado de servir ao próximo Laura Luzzi

Máscaras produzidas pelas costureiras voluntárias do projeto da ABASC.

nesse combate ao Covid-19. A igreja foi convocada a suprir parte da demanda de máscaras e nós desenvolvemos o projeto com apoio da ABASC (Associação Batista de Ação Social)”, conta ela. Até o momento,são 7 mil máscaras. Celymar acredita que haverá a necessidade de continuar produzindo-as por mais 30 dias, para chegar a 14 mil máscaras. Outras instituições também já foram beneficiadas, como Hospital do Rocio e Hemocentro. Este projeto também conta com a ajuda de 27 motoristas para baldeação de materiais, seis ajudantes na montagem dos kits e seis ajudantes na administração do projeto, todos voluntários. Além disso, houve o apoio de empresas no corte dos tecidos. “Penso que vivemos em dependência mútua. Como não estou dentro do grupo de risco, nem as pessoas da minha casa, entendi que meu dever agora seria sair para ajudar e possibilitar que as demais pessoas fiquem em casa”, afirma a motorista voluntária, Mariana Andrade, 26 anos. A ABASC também está arrecadando doações de alimentos e cestas básicas a fim de distri-

Cidades

buir para as famílias que estão passando necessidade, uma vez que muitos perderam empregos por conta do isolamento. A BioPrint, formada por alunos da PUC-PR, também tem produzido equipamentos de proteção. A empresa foi criada para desenvolver implantes de materiais absorvíveis pelo organismo animal. De acordo com a co-founder, Giovanna Rothert, pela falta de produtos hospitalares, começaram a pensar em como poderiam ajudar com os materiais que já tinham e perceberam que as instituições de saúde necessitavam de máscaras, então decidiram imprimí-las. Já foram feitas 120 máscaras. As doações que estão na linha de frente do combate ao coronavírus têm preferência.

Leia mais Saiba como você pode ajudar quem precisa nesse momento! portalcomunicare.com.br

Comércio volta a abrir em Curitiba Em meio a pandemia de coronavírus empresas mantém seu funcionamento, comprometendo a contenção do vírus e a saúde de seus funcionários Beatriz Artigas Beatriz Tsutsumi Nathalia Brum 3º Período

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o dia 1º de abril, o prefeito Rafael Greca anunciou por meio das redes sociais da Prefeitura de Curitiba, que a administração está analisando a reabertura dos comércios na cidade. Entre as atividades comerciais citadas pelo gestor estão o comércio de rua, lotéricas e serviços de telemarketing. Com tais medidas a serem tomadas pelo município houve crescimento no número de estabelecimentos não essenciais funcionando na capital, gerando preocupação e indignação por parte dos trabalhadores. As atividades que permanecerem abertas nesse período de isolamento devem cumprir as medidas de prevenção e contenção ao novo coronavírus determinadas pelo Centro de Operações de Emergência (COE) em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde. Entre os cuidados oficializados pela secretaria estão o de disponibilizar o álcool a 70% gel antisséptico, manter o ambiente ventilado e evitar aglomerações. Apesar das normas de prevenção à COVID-19 e das fiscalizações feitas pela Prefeitura de Curitiba terem se intensificado, empresas continuam

seu funcionamento sem se adequar totalmente aos cuidados estabelecidos. “Falta álcool em gel, falta o uso correto do ar condicionado e janelas, porém a maior falta é a de humanidade por parte da empresa”, afirma um funcionário de uma empresa de telemarketing da cidade, que preferiu não se identificar. Segundo Viviane Favretto, assessora de comunicação da Prefeitura de Curitiba, o Decreto 470 estabeleceu medidas para lidar com a situação de emergência. Entre elas está a recomendação da “suspensão dos serviços e atividades não essenciais, que não atendem as necessidades inadiáveis da comunidade”. As advertências para os serviços suspensos são as previstas em lei (como possibilidade de multas e interdições). De acordo com médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, 62, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (FAMED MS), é necessário o afastamento físico para o controle das contaminações, sejam estas diretas ou indiretas. “Quanto mais nós estivermos afastados, evidentemente, menor a chance desta transmissão. Por isso, a gente defende esse

distanciamento físico, com um relacionamento social na medida do possível”, diz. Para Fabiano de Brito, analista de planejamento de uma operadora de telefonia, a demora pela liberação da maioria dos funcionários e dos programas para o trabalho remoto trouxe muita insegurança. “Foi um momento muito difícil e uma situação preocupante”, relata. Funcionária em uma lotérica de Curitiba, Edilene Moreira, 48, afirma que devido ao isolamento houve uma redução no movimento em comparação. Ao falar sobre

o retorno de alguns comércios, a atendente disse estar bastante preocupada, pois além de não serem atividades essenciais, isso leva a população a relacionar uma melhora no cenário da epidemia e que possam voltar com suas rotinas, o que não é o caso.

Leia mais Trabalhadores de Curitiba relatam riscos à saúde durante a pandemia portalcomunicare.com.br

Fila de espera na lotérica principal do bairro Bigorrilho em Curitiba

Nathalia Brum


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Economia

Covid-19 causa prejuízo milionário para indústria da música Em Curitiba profissionais contam com iniciativas de fomento à cultura para superar crise Bernardo Gonzalez Carlos Mazetto Gabriel Miranda 3º Período

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pós o aumento da pandemia do novo coronavírus, mais de oito mil eventos foram cancelados e o setor de música ao vivo no país sofreu um prejuízo de R$ 483 milhões. As microempresas individuais (MEI) estão entre as mais impactadas, aponta um levantamento do núcleo de pesquisa da semana internacional de música de São Paulo (DATASIM), realizada de forma online. Com projeções dos resultados, o DATASIM estima que o prejuízo para os microempreendedores da música ao vivo chegue a mais de R$ 3 Bilhões e mais de 1 milhão de profissionais afetados pela paralisação. As áreas afetadas vão desde a produção e o artístico até empresas de transporte e hospedagem. Entre os principais impactos relatados estão o adiamento/cancelamento de eventos e dificuldades com remarcações e patrocínios.

Ribas avalia que as iniciativas de transmissão online podem dar uma “brecha” para a inovação no campo. Ela lembra que o spotify, principal plataforma de streaming do mundo, surgiu em um momento de crise da indústria fonográfica. Ela recomenda também que o público, para apoiar os artistas, ouça muita

“O público está muito acomodado com as coisas que ouve”

música no streaming, compre produtos de merchandising e não peça reembolso dos eventos adiados mas sim aguarde até a nova data do evento.

Eduardo Leite

Um exemplo de campanha de fomento à cultura é a iniciativa Crie em Casa, proposta pela organização do festival Vale da Música, em Curitiba. O evento incentiva músicos a produzirem vídeos de suas casas e os remunera. Para o músico e produtor de eventos, Adriano Fiorucci, a quarentena tem sido um momento de se dedicar ao trabalho autoral. Ele afirma ainda que, por ser um artista pequeno, não tem como se sustentar apenas com subsídios da música. Adriano teve um show cancelado e participou de duas transmissões online. “Eu trabalho com música e com produção de evento, então todas as coisas que eu tinha foram canceladas”, comenta.

Em Curitiba, Ópera de Arame está vazia Para a diretora de pesquisa do DATASIM, Daniela Ribas, o setor da música ao vivo não deve ser visto apenas pelo seu valor cultural, mas também do ponto de vista de um setor produtivo muito relevante e tradicional da economia brasileira. Para ela, a área deve ter senso de coletivo e se unir para superar esta crise. “A gente tem que pensar o setor não como ‘setor dos artistas’, mas como uma cadeia produtiva que tem uma lógica parecida com cadeias produtivas de outros setores”, explica.

Mantovani comenta que os artistas e produtores da cidade estão elaborando formas de monetizar os shows transmitidos online, embora sem sucesso até o momento. Ele ressalta ainda a importância das campanhas de fomento à cultura e leis de incentivo que apoiem artistas locais.

Em Curitiba, as atividades do setor também encontram-se paradas, por recomendação da secretaria estadual de saúde. O músico e sócio da gravadora e selo independente Onça Discos, Matheus Mantovani, analisa que os músicos independentes e pequenos produtores locais estão enfrentando uma dificuldade financeira maior se comparado aos grandes artistas. “O público está muito acomodado com as coisas que ouve e da uma importância menor para os artistas pequenos e emergentes”, diz.

Embora seja extremamente impactado pela paralisação das atividades, Fiorucci ressalta a importância de cumprir a quarentena e como as transmissões de música online tem um papel fundamental para dar suporte emocional à população brasileira nesse período de pandemia. “Frente a essa situação de dificuldade e incerteza levar um pouco de conforto e esperança através da música é algo muito importante”, afirma.

Lives de artistas Veja abaixo alguns artitas que realizaram show online ainda neste mês

Workshow live conta com a presensa de nove artitas do sertanejo e do pagode nacional. Entre os artistas estão Marilía Mendonça, Leo Santana e Maiara e maraísa. Os shows irão acorer de forma silmultânea no intagram dos artistas no dia 17/04 a partir das

19 horas; Projeto One World: Together At Home criado pela ONG Global Citizen conta com a presença da Lady Gaga, Paul Macartney, Elton Jhon entre outros nomes da música internacional. Será tramistido no dia 18/04 a partir das 16 horas no multishow e

• •

na Globoplay; Raça negra fará uma apresentação dia 21/04 às 17:30 h em seu perfil do instagram; Ludmilla se apresevta em seu perfil no instragm dia 24/04 às 18 horas.

Divulgação/ Orquestra Sinfônica do Paraná

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Teatro Guaíra está com todos os lugares vazios desde o início da pandemia.


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Cidades

Má alimentação pode trazer riscos durante a quarentena A preferência por alimentos não saudáveis pode prejudicar inclusive na prevenção ao covid-19 Bruna Cominetti Isabelle Almeida Luiza Ruppel 3º Período

À

Luiza Ruppel

caminho do primeiro mês desde que o Ministério da Saúde aconselhou o isolamento social é possível identificar que as rotinas se modificaram por completo. Boa parte do país mantém o confinamento voluntário para frear a dispersão do vírus covid- 19 e garantir sua saúde e de seus familiares. Mas para manutenção de um corpo saudável durante a pandemia é necessário um pouco mais de atenção. O fator isolamento abre margem para um problema recorrente na população brasileira, a ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso da América Latina. Com a mudança de hábitos por conta da quarentena, muitas pessoas procuram alternativas para vencer o sedentarismo e a má alimentação e assim combater a ansiedade. Ao passarmos praticamente o dia todo em casa, fica mais fácil o acesso à comida. Além da fome, precisamos lidar com

Como resistir à tentação entre guloseimas e comida de verdade mem que não existe razão para estocagem de produtos. Ainda segundo Lúcia Abreu é neces-

de Medicina Veterinária Gabriel Lago, 23, que diz ver na atividade a maior dificuldade para

sário que a prioridade seja por alimentos naturais, como frutas, verduras e legumes. Essa classe alimentar além de garantir uma dieta balanceada ainda ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, essencial para tornar o corpo mais resistente inclusive ao novo coronavírus.

normalidade. “Eu ia na academia todos os dias para introdução de hábitos melhores. Agora tá difícil fazer qualquer coisa”, diz o estudante, que ainda não desistiu de se exercitar, apesar da dificuldade.

“É preciso informação, consciência e equilíbrio sem radicalidade.” a “vontade de comer”, essa é associada diretamente com a ansiedade. Nesse momento, damos preferência para alimentos que trazem uma falsa sensação de saciedade, como é o caso dos açúcares, que proporcionam picos de insulina mas não satisfazem a vontade. É o que afirma a Dra. Lúcia Abreu Texeira, nutricionista clínica e oncológica.

Além da alimentação, a medida de isolamento facilita com que Bruna Cominetti

Optar por alimentos ricos em vitaminas é o mais recomendado Outro ponto associado com a quarentena e relacionado com a alimentação é a preferência do consumidor em comprar alimentos não perecíveis ou industrializados devido a sua longa durabilidade, mesmo que os governos estaduais afir-

as pessoas fiquem mais sedentárias. Acostumadas a uma rotina de atividades ao ar livre ou práticas em academias, conseguir realizar exercícios físicos dentro de casa é um desafio, principalmente para quem vive em apartamento. É o caso do estudante

Para o personal trainer Marcio Magalhães, a mudança brusca da rotina e a necessidade de adaptação aos novos hábitos de reclusão promove o aumento da ansiedade e gera limitações físicas. A somatória é um desequilíbrio alimentar e na maioria das vezes o aumento do consumo de calorias. Para Márcio, o primeiro passo para manter uma rotina saudável é procurar a ajuda de um profissional da nutrição e com aconselhamento iniciar uma rotina alimentar e física. Com as medidas emergenciais e a suspensão da maior parte dos serviços prestados à população, os consultórios de nutricionistas também suspenderam o atendimento presencial. Para suprir essa falta, o Conselho Federal de Nutrição (CFN), que já permitia o acompanhamento on-line de pacientes em tratamento, agora possibilita atendimentos remotos para novos pacientes até o dia 31 de agosto de 2020. Segundo a Nutricionista Carina Trevisan, mestre em Nutrição Clínica e que também é membra da Sociedade Internacional de Nutrigenética e Nutrigenômica,

cuidar da alimentação é sempre a melhor alternativa. Ela esclarece que é possível introduzir hábitos melhores gradativamente, como organizar a rotina de sono, dormindo e acordando no mesmo horário, por exemplo. Outra pedida é optar por lanches mais naturais, como frutas, tentar tomar ao menos 15 minutos de sol ao dia, além de se manter hidratado. Carina alerta que esse não é o momento para restrições alimentares.”É preciso informação, consciência e equilíbrio sem radicalidade.”

Atente-se Sugestões para manter o equilíbrio:

• •

Prefira alimentos ricos em vitaminas. Evite passar muito tempo sem se alimentar. Coma com mais frequência entre as

refeições. Beba muita água. Isso ajuda o organismo na digestão e absorção de nutrientes.

Leia mais Vídeo completo com dicas nutricionais para a quarentena. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Cidades

Escolas e universidades migram do presencial para o virtual Alunos do maternal ao Ensino Superior contam como têm sido suas experiências com as aulas em casa por conta do COVID-19 André Festa Gustavo Barossi Rebeca Trevisani 3º Período

E

m meio às diversas mudanças causadas pela pandemia do coronavírus que vem se espalhando pelo mundo, escolas e universidades de Curitiba tiveram que se adaptar às medidas de isolamento. As aulas remotas se iniciaram a partir do decreto do Governo do Paraná de suspensão geral de aulas presenciais.

As instituições universitárias aderiram ao modelo, utilizando de plataformas como zoom, teams e portais próprios como salas de aulas virtuais. Professores, alunos e pais foram atingidos pelas mudanças e também precisam se adaptar para manter o ritmo durante o período de quarentena. “As universidades tinham que pensar melhor na empatia com os alunos que não Grupo

estão conseguindo fazer os trabalhos e nos pais que não estão recebendo salário, remanejando mensalidades”, diz Isadora Freitas, aluna de jornalismo da Universidade Positivo.

a quarentena, a partir do dia 6 de abril foi oficialmente dado início às aulas remotas pelas plataformas Google Classroom, Aula Paraná, Youtube e canais de televisão aberta.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) suspenderam o calendário acadêmico por tempo indeterminado para os cursos de graduação e pós graduação no dia 30 de março. A aluna de Engenharia Civil Ana Carolina de Bastos diz entender o posicionamento da instituição já que não haveria como implantar o sistema de educação à distância em consideração aos que não teriam os acessos necessários para as aulas. “Dentro da Federal não pode fazer a generalização de que todos têm computador e internet”.

Segundo a pedagoga Neusa Duarte, apesar das muitas adaptações e esforços por parte das instituições educacionais, a volta às aulas será turbulenta e com prejuízos causados pela quarentena. “Haverá um aumento nos casos de abandono escolar pelo agravamento da crise econômica”. A pedagoga aponta que ocorrerá um desgaste físico e emocional para professores e funcionários causado pelo período de afastamento, o que poderá refletir na qualidade de ensino. Não há previsão de retorno às aulas presenciais.

Por causa de uma medida provisório do governo federal, a rede de Ensino Estadual passou a organizar as aulas remotas para escolas estaduais do Paraná. Apesar de algumas delas já estarem tomando providências de auxílio para os alunos durante

Aluna assistindo aulas pela televisão

Leia mais Confira tudo sobre a pandemia do novo Coronavírus portalcomunicare.com.br

Isolamento leva idosos à ansiedade Cerca de 10,8% da população curitibana tem mais de 60 anos. Capital paranaense registra média de pacientes internados com 59,5 anos. Brunna Gabardo Sabrina Ramos 3º Período

C

uritiba conta com 10,8% da população no grupo de risco, com mais de 60 anos, de acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até o dia dois de abril, foram confirmados 31 casos da COVID-19 nessa faixa etária. Em seus últimos levantamentos, a Secretaria não tem elaborado um relatório específico de idade, apenas uma média dos pacientes internados, que é de 59,5 anos. Além dos cuidados com doenças preexistentes (hipertensão, diabete, obesidade) e/ou doenças crônicas, há o agravamento de crises de ansiedade e depressão devido ao isolamento social. Essa situação gera uma necessidade de adaptação na rotina das pessoas, sobretudo para o grupo de risco. A psicóloga Ana Claudia Ferreira, especializada em terceira idade, conta que a procura pelo atendimento tem aumentado. Para a psicóloga, o estado de pandemia afeta os idosos de forma muito intensa e já é possível observar comportamentos de ansiedade e depressão, como tristeza e o aumento ou falta de sono e apetite.

Segundo a psicóloga, mesmo que comportamentos de ansiedade e depressão já existam, ainda não é possível confirmar o crescimento nos casos devido a pandemia. “Para caracterizar depressão e ansiedade, é preciso uma classe de comportamentos que se repetem por pelo menos 4 semanas”. Ela também comenta que é uma tendência já prevista na literatura. Há estudos acerca de outras epidemias, como Ebola e o SARS em 2002, na qual as pessoas que ficaram em isolamento social por um período, apresentaram ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.

coisa muito difícil, a gente não tá acostumado a só ficar em casa, e nós que moramos em apartamento, costumamos ficar mais fechados ainda”. Além disso, a ausência de companhia a deixa muito ansiosa.

COVID-19 EM CURITIBA

A infectologista Flávia Cunha explica que a doença tem quadro inicial de um resfriado, e depois de cerca de 5 a 7 dias surge a febre e pode ocorrer a piora pulmonar. “Importante reforçar que 85% dos casos irão se resolver espontaneamente. Só 15% evoluem para um quadro mais grave e necessitam de interna-

mento”. Ela também reforça que o isolamento social quebra a cadeia de transmissão do vírus, e que os números são difíceis de explicar. Curitiba começou o isolamento antes da epidemia se instalar, o que justifica um crescimento mais lento dos casos locais.

Leia mais Confira outras informações da COVID-19 e os impactos nos idosos. portalcomunicare.com.br

Sabrina Ramos

Há uma ansiedade global ante à exposição excessiva de informações, pois o COVID-19 ainda é uma doença desconhecida. “Nem nós adultos temos uma resiliência para absorver tanta informação o tempo inteiro. Para os idosos pode gerar mais ansiedade”. A pensionista Aparecida Simões, 72 anos, está cumprindo o isolamento desde que a Secretaria Municipal da Saúde recomendou a permanência em casa. Ela conta que os vizinhos têm se oferecido para fazer compras em mercado e farmácia. “É uma

Já é possível observar comportamentos de ansiedade e depressão nos idosos.


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Infográfico

COVID-19 no Brasil Paraná é o estado com menos pessoas afetadas no Sul

Sul 4.4%

Norte 9.7%

Nordeste 24.3%

Brunna Gabardo Sabrina Ramos 3º Período Sudeste 59.5%

Centro - Oeste 2.1%

Óbitos e casos confirmados por região

Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste

Fonte: Ministério da Saúde

Óbitos Casos 10868

4431

1656

Faixa etária da população afetada no Paraná

23133

2991

0 - 10 11 - 20

Curitiba possui cerca de 10,8% da população com mais de 60 anos e registra média dos pacientes internados de 59,5 anos

21 - 30 31 - 40 41 - 50 51 - 60 + 61 0

500

1.000

1.500

2.000

Evolução da doença em Curitiba

2.500

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde - SESA/PR 500

Confirmados 435 400

358

300

Recuperados 227 192

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120 90

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70 42

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8

3

0

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27

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O infográfico foi fechado no dia 21/04/2020

9,7% 24,3% 2,1% 4,4% 59,5%

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde - SMC/Curitiba


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Curitiba, 21 de Abril de 2020

Ensaio

Dados à luz A ferramenta do Street View proporcionou uma forma de realizar o registro fotográfico em meio ao isolamento social. Através das imagens disponibilizadas na internet pelo Google é possível propor experimentações ao redor do mundo sem sair de casa. O ensaio, localizado nos entornos da Estação da Luz, na cidade de São Paulo, busca uma reflexão sobre esse espaço. A partir das transformações desse ambiente dentro de um contexto urbano e desigual, é evidenciada a ressignificação histórica, simbólica e social.

Localizada no Bom Retiro, a Luz em seu início foi um ponto ilustre da cidade.

Eduardo Veiga 1º Período

Políticos, intelectuais e imigrantes desembarcavam na estação.

Hoje é associada a moradores de rua e usuários de drogas.

As modificações históricas que a região sofreu tiraram o prestígio da Luz.


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