Comunicare diário 28.06.2016 (terça)

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Parada certa

Projeto de lei prevê regulamentação do valet. Página 04

Lixo eletrônico na mira

Lei obriga descarte correto de resíduos eletrônicos . Página 05

Leitura inclusiva

Biblioteca Pública tem seção para deficientes visuais. Página 07

Curitiba, 28 de Junho de 2016 - Ano 20 - Número 282 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Táxi vs. Uber De que lado você está?

Páginas 02 e 03


02

Curitiba, 28 de Junho de 2016

Expediente

Cidades

Táxi e Uber em guerra Confrontos na noite de sexta para sábado e protestos nesta segunda acendem o debate sobre o aplicativo em Curitiba Yuri Braule 4º período

A

pós os casos ocorridos na noite de sexta-feira (24) para sábado (25), quando três ocorrências foram registradas envolvendo confrontos entre motoristas de táxis e de Uber, o debate entre Táxi X Uber reacendeu na capital paranaense. Na manhã desta segunda-feira (27), motoristas de táxi de Curitiba e região metropolitana realizaram um ato contra as atividades do Uber em Curitiba, protestando contra a “pirataria” do aplicativo de transportes de pessoas e com a “marginalização” dos taxistas após os confrontos de sexta-feira envolvendo motoristas dos dois serviços. “Nós não somos bandidos, infelizmente o transporte irregular chega na cidade da forma que ele quer infringindo as leis municipais, estaduais e federais, aí em qualquer ação que aconteça, indiferente de que lado ocorra, o taxista é sempre marginalizado”, afirma Fábio Taborda, presidente da União dos Taxistas de Curitiba (UTC).

Edição 282 - 2016 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br O protesto teve início em São José dos Pinhais, no Aeroporto Afonso Pena, e partiu para a Câmara de Vereadores de Curitiba, por fim, o grupo de taxistas dirigiu para a Sede da Justiça Federal, encerrando o protesto por volta das 12h30. Na Câmara, ao mesmo tempo que os taxistas protestavam do lado de fora, um grupo de motoristas do Uber estava dentro do local realizando um manifesto contra as hostilizações recebidas e pedindo a regularização do aplicativo. A polícia cercou o portão de entrada e não houve registros de incidentes envolvendo os dois grupos. Por meio de sua assessoria, o Uber explica que, no Brasil, o serviço é completamente legal, já que os motoristas parceiros prestam o serviço de transporte individual privado, que tem respaldo na Constituição Federal e é previsto em lei federal pela Política Nacional de Mobilidade Urbana. Yuri Braule

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes

MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Yuri Braule 4º período

COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

SECRETÁRIAS DE REDAÇÃO

Angélica Klisievicz Lubas 4º período

Nicolle Heep 3º período

EDITORES

Caroline Farias 3º período

Heloisa Masetto 2º período

REVISORES Yuri Bascopé 3º período

Taxistas realizaram ato contra o Uber pela manhã

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade

PAUTEIROS

Adriana Barquilha 5º perído

Ivo Tragueto 3º período

Mateus Bossoni 3º período

Vinicius Scott 3º perído

Vitória Gabardo 3º período


03

Curitiba, 28 de Junho de 2016

Cidades A lojista Emilia Simões, conhecida como Emilia da XV, é contra a presença do Uber em Curitiba. Ela estava nos protestos na Câmara de Vereadores, e acredita que o serviço é ilegal. “Nós cidadãos brasileiros temos que defender as leis brasileiras, eu jamais colocaria uma criança em um carro preto para ir levar em uma escola. Os nossos taxistas do laranja e preto são cadastrados, credenciados, pagam seus impostos e são trabalhadores honestos” Entre os usuários do Uber, está Yasmin Graeml que já foi hostilizada na última sexta-feira (24) na região do Batel, quando taxistas fecharam a rua e obrigaram que a estudante descesse do veículo. Com a ajuda de

pessoas nas filas dos bares, a rua foi aberta, e Yasmin conseguiu voltar para casa. “Depois de pedir um Uber e ser abordada por taxistas que me xingaram e me mandaram descer do carro, não entro mais em um táxi. Cheguei em casa tremendo, imagina se chamo um táxi e vem aquele taxista que queria me tirar do carro a força?”

O Uber na Câmara de Vereadores O Uber, serviço de transporte de pessoas via aplicativo de celular, foi proibido em Curitiba em abril, com um projeto de lei que prevê uma multa de R$ 1,7 mil para transportes irregulares de passageiros em veículos automotores

Entre os favoráveis ao aplicativo, está Pier Petruzziello, que foi um dos três vereadores que votou contra a proposta que proibia o Uber em Curitiba, e lista uma série de razões para que o serviço seja regulamentado, entre eles, o Plano Diretor de Curitiba, emprego, geração de renda e a modernidade.

Rodrigo Dória é motorista do Uber desde março deste ano, quando o aplicativo começou em Curitiba, e afirma que os confrontos começaram com os taxistas. “Eu acho que o que eles fizeram é terrorismo, eu não vejo nenhuma outra palavra que defina o que aconteceu, em momento nenhum os mo-

“Se este projeto vier a plenário, eu tenho certeza

absoluta que os vereadores não vão votar contra uma coisa que esteja irregular, se eles se regularizarem, o pensamento será de todos” Yuri Braule

leves de categoria particular e o dobro do valor em caso de recorrência. No início deste mês, foi apresentado um projeto, unificado de outros três, visando regularizar o serviço de transporte privado e individual de passageiros, como o Uber. O texto já foi aprovado pela Comissão de Legislação, Justiça e Redenção da Câmara de Curitiba e agora vai para a aprovação de outras comissões para então ser apresentada para o plenário da Câmara. Jairo Marcelino é um dos autores da proposta que proibia o Uber em Curitiba, o vereador não acredita que o aplicativo seja aprovado da Câmara de Vereadores. “Se este projeto vier a plenário, eu tenho certeza absoluta que os vereadores não vão votar contra uma coisa que esteja irregular, se eles se regularizarem, o pensamento será de todos, agora, da maneira como ele está, a Câmara Municipal não pode aprovar porque ela estaria indo contra a legislação brasileira”.

Lojista participa ato a favor dos taxistas

“Então por esses motivos, ainda mais num momento em que o país atravessa uma crise tão grande, você proibir que o aplicativo como esse que está gerando emprego e renda, seja proibido na cidade de Curitiba.

Sexta-feira é marcada por confrontos Na noite de sexta-feira (24) para sábado (25), três casos envolvendo confrontos entre taxistas e motoristas do Uber ocorreram em São José dos Pinhais e Curitiba. Os registros começaram às 17h de sexta, no Aeroporto Afonso Pena, quando uma discussão entre um condutor de cada serviço causou um tumulto e envolveu mais motoristas, gerando agressões e carros danificados. Após isso, os taxistas fizeram um “buzinaço” na Rodoferroviária, e houve mais registros de discussões e agressões em motoristas do Uber. Por fim, no Batel, um carro do serviço mobile foi capotado por condutores de táxis.

toristas do Uber foram para cima deles, somos pacíficos. O pessoal estava estacionado, aí foram 30 carros e, além das pessoas, quebraram os carros. Os táxis de São José se uniram com os de Curitiba, o que eu acredito que seja análogo a uma formação de quadrilha”. Para Djalma Rodrigues, diretor da União dos Taxistas de Curitiba (UTC) e taxista há 20 anos, os condutores do Uber começaram a confusão. “O motorista do Uber sabe que é o táxi, e o taxista não sabe quem é o motorista do Uber, então ele começa a fazer provocação e a mostrar o dedo para o taxista, aí tem muita gente que está com problema em casa, problemas financeiros, e o cara se exalta”. O Uber considera inaceitável o uso de violência. A empresa estima que mais de 70 boletins de ocorrência foram feitos pelos motoristas do serviço, desde março deste ano, quando o aplicativo começou a funcionar na capital paranaense.


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Curitiba, 28 de Junho de 2016

Política

Projeto de lei para regulamentar o valet Se aprovada, a lei obrigará o estabelecimento a emitir um documento ao cliente, que prioriza o acesso das informações do consumidor Giully Regina 4º período

O

correu nesta segunda-feira (27) na Assembleia Legislativa do Paraná, a 3ª discussão sobre o projeto de lei que prevê a regulamentação do serviço de estacionamento valet. Os valets são diferentes de estacionamentos convencionais, porque contam com manobristas além da guarda dos carros. Esse tipo de serviço é comum em restaurantes, bares e casas noturnas. O valet foi regulamentado na capital paranaense por meio de decreto em 2014, quando as empresas começaram a ser fiscalizadas. Segundo o decreto, as empresas estão proibidas de estacionar os veículos em vias públicas e também estão proibidas de reservar vagas em ruas ou sinalizar com cones ou outro material. Para ter acesso a licença de funcionamento, as empresas devem apresentar contratos de seguro para cobertura de incêndio, furto, roubo e colisão, e os manobristas devem ser cadastrados e possuir carteira de habilitação.

“O valet foi regulamentado na

capital paranaense por meio de decreto em 2014, com a fiscalização das empresas” arquivos. Se a lei entrar em vigor, as empresas terão 120 dias para se adaptar. Autor do projeto, deputado Felipe Francischini (SD) destaca que a lei pretende reafirmar o direito de acesso a informação do consumidor. “Porque é um bem dele, o mínimo é ter informações básicas, como o CNPJ da empresa”, afirma o deputado.

Caso a lei seja aprovada, o Departamento Estadual de Proteção e Defesa ao Consumidor (PROCON) será responsável pela fiscalização nos estabelecimentos que oferecem esse tipo de serviço. Para dúvidas e reclamações, o consumidor pode ligar para 0800 41 1512 ou acessar o site http://www.procon.pr.gov.br/ . Breno Soares

Em 2012, a Câmara de Curitiba aprovou uma lei, exigindo que os valets, coloquem no recibo entregue ao cliente a quilometragem do veículo, para que o consumidor possa certificar-se da distância percorrida pelos manobristas. O projeto de lei atual obriga o estabelecimento a emitir um documento ao cliente, informando o modelo do veículo (placa e marca) e o local onde foi estacionado, constando também o CNPJ da empresa e o horário de serviço, além de manter um comprovante de serviço por 120 dias em

Alguns consumidores reclamaram do serviço dos valets, pois encontraram seus veículos estacionados em vias públicas e segundo a legislação vigente, os valets são proibidos de utilizar vias públicas para estacionamento. A partir dessas reclamações, o deputado Francischini apresentou um projeto de lei para regulamentar a questão.

Estacionamento oferece serviço de valet


Curitiba, 28 de Junho de 2016

Cope apreende maconha e explosivos em Piraquara Três homens foram presos em flagrante com os produtos ilegais Gabrielle Cordovi 1º período

O

Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) juntamente com a Polícia Civil do Paraná apreenderam, na sexta (24), 80 quilos de maconha e explosivos para resgate de detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara.

planejar plano de fuga presos em uma operação realizada na cidade de Piraquara. Foram detidos Johny da Silva, 31; Marcelo Gramella Bueno, 31 e Wagner José Vital, 35 que declararam não ter conhecimento da droga e dos explosivos.

A polícia civil, em entrevista coletiva nesta segunda (27), apresentou três suspeitos de

Os três foram abordados em uma chácara de São José dos Pinhais, de acordo as infor-

Polícia/Cidades

mações divulgadas pelo Cope. Segundo o delegado do Cope Guilherme Maurício Wall Facundes os suspeitos responderão pelo crime de associação criminosa, posse de explosivo e tráfico de drogas. Facundes finaliza: “a polícia trabalha para identificar os outros responsáveis pelo plano de fuga”.

Paraná se destaca na produção de lixo eletrônico Estado é o quarto maior produtor de resíduos tecnológicos do Brasil, empatado com o Rio Grande do Sul Marina Darie 1º período

C

om 86,8 mil toneladas por ano, o Paraná é o quarto maior produtor de e-lixo do Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre). O estado fica somente atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A Lei do Lixo (n°12.305), decretada em 2010, afirma que órgãos públicos e privados, assim como os próprios consumidores, possuem a responsabilidade de descartar corretamente resíduos, principalmente os tecnológicos que possuem substâncias tóxicas, como o mercúrio, cobre e chumbo. Esses materiais são classificados como qualquer objeto derivado de equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, como computadores, celulares, micro-ondas e geladeiras. Pilhas e baterias também estão inclusas nesse ramo.

A Prefeitura de Curitiba disponibiliza um serviço de descarte, em que caminhões especializados ficam estacionamos próximos aos terminais de ônibus das 7h30 às 15h para que a população possa jogar os eletrônicos fora. Em uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente, o Instituto Pró-Cidadania e o Sindicato da Industria da Construção Civil do Paraná, grandes ações de recolhimento também tomam conta da capital.

Além desse serviço público, existem diversas empresas que fazem essa coleta. Uma delas é a ReciclaTech, que realiza essa ação sem nenhum custo, somente com a necessidade de um agendamento para a entrega. Depois de recolher os resíduos eletrônicos, é feita a separação dos produtos, classificados em plásticos, ferro, fios, placas, entre outros e eles então são mandados para indústrias transformadoras, que reuti-

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lizam o lixo. A diretora desse empreendimento, Adriana Galvão, reforça que a principal vantagem de fazer uso desse serviço é o comprometimento com a preservação do meio ambiente. Os brasileiros guardam em suas casas cerca de 500 milhões de eletrônicos sem uso. Essa grande quantidade é originada pela democratização da tecnologia e principalmente por algo chamado obsolência planejada. Essa estratégia baseia-se nas empresas estipularem uma vida útil curta para seus produtos, assim o consumidor terá que os substituir mais rapidamente. A falta de educação relacionada ao assunto também contribui para que não haja informação sobre o descarte adequado. A engenheira ambiental, Fabiana Nadai Andreoli, enfatiza que jogar lixo eletrônico em locais errados é extremamente prejudicial, pois além de sujar rios, os componentes

O secretário da Segurança Pública declarou que só foi possível prender os suspeitos graças o trabalho conjunto dos setores de inteligência, Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen) e o Cope que auxiliou na prisão dos envolvidos e prendeu os três suspeitos.

tóxicos dos resíduos também podem se infiltrar nos solos e chegar aos humanos pela ingestão de alimentos. Essa contaminação pode desencadear dores de cabeça e até mesmo o comprometimento do sistema nervoso. De acordo com Fabiana, o método mais eficaz para evitar esses problemas é a Logística Reversa. Esse sistema prevê que empresas restituam os materiais previamente vendidos, para que seja feito sua reutilização. Outra forma de se desfazer do lixo tecnológico foi proposta pelos alunos de Engenharia Eletrônica, da UTFPR em Campo Mourão. Os estudantes implantaram um centro de recolhimento e utilizam as peças para a prática do curso. Caso os objetos não possam ser reusados, eles são descartados de forma ambientalmente correta. Essa entrega pode ser feita na Coordenação de Engenharia Eletrônica (COELE).


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Esportes

Curitiba: a capital do poker Modalidade ganha cada vez mais adeptos Kevin Cruz 3º período

R

econhecido como esporte pela Associação Internacional de Esportes da Mente (Imsa) em 2010 e pelo Ministério do Esporte do Brasil em 2012, o poker está, cada vez mais, ganhando novos atletas. Devido ao EPO Fest, evento de poker que reuniu mais de 5 mil pessoas em seus oito dias de torneio em abril deste ano, Curitiba se tornou a capital nacional da modalidade.

esporte é a possibilidade de, conforme a partida for se desenvolvendo, o atleta elaborar suas estratégias. “Você pode crescer na mesa e ganhar mesmo não estando bem”.

Segundo Daniel Farias, sócio proprietário do Espaço Poker Curitiba, no Água Verde, o grande crescimento no número de adeptos se deve à quebra do paradigma de que o poker é um “jogo de azar” e principalmente pela difusão da modalidade online. “Este aumento começa pela internet, com o PokerStars, por exemplo, e acaba chegando até nós. Muitas pessoas vêm para o clube disputar uma partida presencial”, explica.

É esporte!

Porque poker? Para o atleta amador, com três anos de experiência, Vinicius Doca, o desejo de conhecer mais profundamente o esporte sempre esteve presente. Ele esclarece que começou a competir online pela facilidade do acesso. “É muito simples de entrar na disputa, podendo apostar dinheiro ou não”. Gabriel Bulle, atleta amador, conta que começou a participar pelo Facebook aos 10 anos de idade. Hoje, com 26, comenta que o atrativo do

Royal Flush

Apesar de competirem, Doca e Bulle não pensam na possibilidade de serem profissionais. Doca lembra que o poker é um esporte de sedução e que cada momento conta.

Quando os atletas são profissionais a sorte no poker é reduzida a 13%, comenta Farias. O poker é um esporte democrático, um campeão e um amador podem estar sentados na mesma mesa. É acessível, basta você ir até um clube ou baixar o aplicativo pela internet. E além de tudo, gratuito, é só realizar inscrições em torneios freerolls, os quais possuem entrada livre e prêmios em dinheiro para o vencedor. Ao longo do tempo os competidores vão aprendendo mais estratégias. São diversos fatores que podem influenciar em uma partida. “No poker você traça uma estratégia durante o torneio ou evento, conforme seus adversários, conforme o número que você tem de fichas e vários outros elementos”, complementa Farias. Neste esporte há muita intuição, bastante preparo mental, e a exigência de várias habilidades da pessoa ao mesmo momento. A mão mais famosa do Poker, um royal flush não pode ser batido. Ela é composta pelo as, rei, dama, valete e dez do mesmo naipe.

Marco Regulatório dos Jogos no Brasil Instalado na Câmara dos

rado em cinco eixos, a saber:

Deputados no dia 28 de

1 – das modalidades; 2 – da

outubro de 2015, o marco re-

autorização e fiscalização;

gulatório dos jogos no Brasil

3 – da destinação das receitas

surgiu da comissão especial

auferidas; 4 – das infrações

presidida pelo deputado

penais e administrativas; e

Elmar Nascimento (DEM/

5 – definições e normas.

BA) para tratar do projeto

É importante lembrar que

de lei que revoga os dispo-

o cronograma é preliminar

sitivos legais que menciona,

e pode sofrer alterações

referentes à prática do “jogo

conforme o desenvolvimento

do bicho”. Ainda em processo

dos trabalhos.

de deliberação o marco visa

Voz contrária

implementação da legislação para o setor de jogos a curto, médio e longo prazo. As reuniões dissecarão cada modalidade por capítulos, incluindo as particularidades de cada uma, desde o requerimento das operações até os limites para funcionamento. As categorias são: bicho; cassino; bingo; loterias estaduais; jogos de apostas online; jogos de campeonatos, que podem vir a ser considerados, após discussão na comissão, como esporte: poker, gamão, sinuca, xadrez.

Na última reunião da comissão especial na Câmara, realizada no dia 27 de abril, o deputado Luiz Carlos Hauly afirmou que uma voz contrária sempre é necessária. “Vejo assim: a discussão está como se fosse uma porta da esperança. O jogo é um item pequeno dentro de uma economia de qualquer país”, explica. Na opinião dele, os outros deputados estão muito animados achando que algo que está na ilegalidade se tornará a tábua de salvação de municípios

O plano de trabalho, que de-

empobrecidos, enfatizando

fine o roteiro e cronograma

que jamais os jogos

das atividades, foi estrutu-

gerarão riquezas.


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Cultura

Seção braille da BPP é destaque nacional Doações de iniciativa privada são as que sustentam o trabalho Carolina Piazzaroli 3º período

F

undada em 1974, a seção braille da Biblioteca Pública do Paraná (BPP) possui um dos maiores acervos para deficientes visuais do Brasil. No fim do ano passado, a instituição recebeu diversos materiais, chamados de equipamentos de Tecnologia Assistiva (TA), recursos utilizados para ampliar habilidades de pessoas com alguma deficiência. O processo se deu por meio do projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas, em parceria com a Biblioteca Nacional. No início do mês de maio, a BPP recebeu, para a Seção Braille, 26 unidades do chamado soroban, um instrumento milenar japonês que utiliza contas de madeira para auxiliar em problemas matemáticos. A doação foi feita pela empresa curitibana Método Educacional Super Cérebro, especializada em tecnologias para o desenvolvimento cognitivo e social de estudantes. O material será usado por alunos de um curso de capacitação para deficientes visuais, oferecido pela própria biblioteca. De acordo com a coordenadora do método soroban na empresa Super Cérebro, Patrícia Duarte, o soroban é utilizado por deficientes visuais para aprender toda a parte aritmética. A coordenadora da seção braille na BPP, Cleumira Burdzinskn, afirma que esses equipamentos estão fazendo a diferença e permitindo que os deficientes visuais desenvolvam capacidades. Segundo ela, dentre os materiais disponíveis estão: impressoras braille; linhas braille, que transforma, em tempo

Carolina Piazzaroli

real, texto do computador em braille; lupa eletrônica, que amplia e projeta textos para pessoas com deficiência visual parcial; teclados adaptados; filmes com áudio-descrição e scanner com voz, que transforma a voz em texto. Cleumira comenta que a BPP tem parcerias com várias instituições, como a Fundação Dorina Nowill, com sede em São Paulo. Ela diz que essa parceria rende a maior parte das doações de materiais específicos. “Não podemos depender do Estado, por isso temos essas parcerias. Recebemos muita coisa, mas existem diversas tecnologias que poderiam ser aproveitadas para deficientes visuais. Seria ótimo se pudéssemos dispor de melhores tecnologias na seção”. A BPP é a única do Paraná com uma seção específica para deficientes visuais, segundo a coordenadora. Por isso, recebe visitas escolares de todo o Estado. O atendimento é feito por professores capacitados a auxiliar pessoas que tenham qualquer nível de deficiência visual. Além disso, esses professores ministram cursos de capacitação voltados para profissionais da educação no intuito de prepará-los para lidar com a forma de aprendizagem do deficiente visual. Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 3,6% da população brasileira tem algum tipo de deficiência visual. Cerca de 16% dessas pessoas tem a limitação de forma intensa ou muito intensa.

BPP também oferece cursos de capacitação e braille

Pequenos grandes obstáculos O professor Anastácio Braga

Segundo Braga, o mais

é deficiente visual. Ele conta

importante para os deficien-

que perdeu a visão aos 25

tes visuais é a autoaceitação.

anos, quando iniciava a

“Não tem sentido em se

faculdade de Ciências Con-

revoltar. Aconteceu comigo,

tábeis. Braga relata que foi

mas podia ser com qualquer

um choque, mas que pensou

um. O principal é não deixar

que não poderia se deixar

que isso atrapalhe a vida.

abalar, teria que conquistar

Continue vivendo”.

as coisas de um jeito diferente. E, segundo ele, o que ele mais queria era a sua independência de volta. “Lembro que minha mãe queria me ajudar o tempo todo. Ela me esperava no ponto de ônibus na volta da faculdade, e isso me deixava louco. Acabava descendo em outro ponto só para poder ir sozinho”.

Braga é professor da rede municipal de ensino, leciona aulas de matemática e realiza oficinas de xadrez no Santa Quitéria. Ele diz que tem cerca de 400 alunos, nenhum com deficiência visual. Na BPP, ele ministra cursos de capacitação de professores e ensina o braille.


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Cultura

A primeira vez no teatro A expectativa de estrear no Festival de Teatro de Curitiba Aryane Monteiro 7° período

E

m dia de estreia, o clima era de descontração nos bastidores. Eram 15 atores, em sua maioria jovens de 20 e poucos anos. Entre eles, seis “primeiras vezes”. Em meio a conversas, risadas e trocas de roupa, a estreante Ana Lucy, 18 anos, fazia sua maquiagem tranquilamente. Apesar de estar familiarizada com o Lala Schneider, teatro onde faz curso há quatro anos, nunca havia se apresentado em um festival. Assim como Ana, a peça de título sugestivo, “Procura-se um ator para desnudar a minha alma”, também era estreante do dia no Festival de Teatro de Curitiba. Trazendo à tona questões existenciais, conflitos internos, problemas familiares, vícios e incertezas, em uma busca de atores que os entendam e ajudem. Para Nalu - como Ana Lucy é carinhosamente conhecida incerteza não fez parte de seu vocabulário. Ao ser perguntada desde quando manifestou vontade de atuar, ela responde sem pestanejar:

- Eu adoro o festival. Quando eu estava no ensino médio, resolvei entrar para o curso de teatro, e comecei a assistir ao maior número de peças que conseguia. Fui a teatros que nem sabia que existiam aqui na cidade. Vi tanta gente atuando de formas diferentes, dando sua personalidade aos personagens. Agora vou estar do mesmo lado que eles. Enquanto Nalu e os outros atores se dirigiam para o camarim atrás do palco, via-se uma movimentação intensa pelos corredores do teatro. Pessoas aguardando o inicio da peça, atores de outras produções indo embora, até mesmo atores da peça que acontecia no momento, esperando a sua hora para voltar à cena. Mayara Bonde, assistente de direção, não errou ao dizer:

- O Festival de Teatro é uma loucura! Quando faltavam exatos 10 minutos para as 22 horas, o diretor Rogério Bozza entrou no camarim e alertou que faltava pouco para entrarem no palco: - A partir de agora, comecem a focar em seus textos. Tentem não conversar coisas paralelas e mantenham-se concentrados. O burburinho diminuiu, mas não sossegou. Era difícil conter a energia e ansiedade. Ana não parava de andar para lá e pra cá, ainda terminava os últimos detalhes da maquiagem quando a assistente de direção entrou no ambiente carregando uma escada. Faltavam cinco minutos para a peça começar e ela ainda ajustava os detalhes da luz.

Posicionou a escada para mexer em um refletor, justamente em cima de Ana, que brincou: - Você quer me dar azar justo hoje Mayara? Estou bem em baixo da escada. Entretanto, o que ela teve foi sorte. Às 22 horas, todos estavam em cima do palco, que mais se parece um solo sagrado, pois conseguiu transformar toda a agitação em concentração, além de ouvidos atentos aos incentivos e orientações de Marcela. Depois de rezarem um Pai-Nosso de mãos dadas, a cortina se fechou para aguardar o público. E então já não se sabia mais quem estava estreando, ou não. Todos encaravam como se aquela fosse sua primeira vez para dar o melhor de si. Camila Beatriz

- Eu sempre quis ser atriz! Desde criança não falava em outra coisa. É por isso que dava pra reparar um brilho constante em seus olhos. Mesmo dizendo-se tranquila, a expectativa reluzia no olhar. A menina considera importante para a carreira assistir a peças de diferentes estilos e estar sempre ligada nas produções. O festival tem um lugarzinho especial no coração dela. Ana Lucy momentos antes de subir ao palco


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