Comunicare 292

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Desmatando o pouco que temos

Área de preservação ambiental, Escarpa Devoniana está sob ameaça Página 06

Febre global

Youtubers crescem tanto em influência quanto em visibilidade Página 11

Festa da Cultura Festival de Teatro de Curitiba mesclou arte, humor e gastronomia

Página 14 e 15

Curitiba, 26 de Abril de 2017 - Ano 20 - Número 292 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Paladar gourmetizado Gourmet taste

Mercado de cervejas artesanais ganha força em Curitiba The craft beer market gains strength in Curitiba Páginas 08 e 09


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Coluna

O impresso não pode acabar Stephanie Abdalla 3º período

O

fim do jornal impresso é regressão, e o ser humano deveria estar, constantemente, caminhando para a frente. Já me cansei de ouvir que a morte das páginas cinzentas, cheias de tinta que ficam nos dedos e com aquele cheirinho único de informação, estava próxima; e ainda por cima, que o obituário delas estaria estampando as páginas do online. O fim do impresso não precisa acontecer assim, na verdade ele não precisa acontecer e ponto, porque, afinal, a internet não veio com a graça de antagonizá-lo, e sim com a de completá-lo. Então, qualquer um que diga que o surgimento do online é o causador de todo problema está errado. O ser humano destruiu o impresso no momento em que fez com que a função dele fosse a mesma que a das versões da web. A internet hoje em dia é sim mais acessível, mais instantânea, mais dinâmica e, é por

Comunitiras

isso, que o impresso deveria se ocupar em aprofundar, criticar, questionar (afinal, ele só será publicado no dia seguinte à notícia e, portanto, tem tempo de sobra para isso). São essas as qualidades do papel palpável que garantem a credibilidade que ele tem – o que falta agora é colocar isso na cabeça dos donos de jornais. O primeiro argumento contrário à sobrevivência desse gênero seria “os jovens não querem ler jornal”. Eis aqui uma voz jovem que vos fala que quer e que pode apontar outros vários que querem. O jovem não é e não quer ser ignorante, mas ele quer ler coisas novas e que cabem no seu dia a dia. Surgem disso mais duas evoluções necessárias no impresso: ampliar a faixa etária de seu público-alvo e diminuir o tamanho da folha física. Queremos um jornal que nos informe e que converse com a gente e, acima de tudo, queremos um jornal que caiba na bolsa, que possa ser aberto

no ônibus sem atrapalhar quem senta ao lado e que não desmonte ao ser folheado. Atento para outro argumento negativo que pode surgir: a crise econômica. Ela estará sempre em pauta e isso é inevitável a não ser que ela não exista mais. Mas, como, para ela, não há previsão de fim, por que, ao invés de destruirmos tudo que há de bom no mundo para “contornar gastos”, não movimentamos a economia gerando empregos no lugar de descarta-los? Não informamos mais no lugar de promover a ignorância? O impresso pode fazer tudo isso! Me entristece ver que tantos jornais estão fazendo ouvidos moucos às suas próprias qualidade e possibilidades e me entristece saber que muitos estão desacreditados sobre o poder do papel e da caneta. Eles não deveriam ser tão facilmente substituídos. É desse sentimento triste que convido os jornais à resistência; o jogo ainda pode virar.

Expediente Edição 292 - 2017 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS Miguel Manasses

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Caroline Deina 5º Período

Bruno Talevi 3º Período

FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 5º Período

FOTO DA CAPA Guilherme Osinski 8º Período

(DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818) EDITORES Bruna Toti 3º Período

Bruno Talevi 3º Período

Camilla Ginko 3º Período

Emilia Jurach 2º Período

Guilherme Coutinho 2º Período

Larissa Sena 3º Período

Marçal Dequech 3º Período

Maria Clara Braga 3º Período

Natalie Bollis 2º Período

Paula Moura 2º Período

Raphaella Piovezan 3º Período

Rodrigo Angelucci 2º Período

Rute Cavalcanti 3º Período

Thiago Rasera 2º Período

PAUTEIROS Ana Braga 3º Período

Deborah Neiva 3º Período

Heloíza Negrão 3º Período

Jéssica Zielinski 2º Período

João Francisco 3º Período

Júlia Detoni 3º Período

Maria Clara Rocha 2º Período

Maria Vittória Alberti 3º Período

Stephanie Vitória 2º Período

Thamiris Mottin 8º Período


Curitiba, 26 de Abril de 2017

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Literário

A fila eletrônica

Isabel Bruder

Às vezes, é preciso se surpreender para quebrar alguns preconceitos Isabel Bruder Woitowicz 7º Período

Tem crescido o interesse do cyberespaço pelos Idosos. Dados do IBGE

E

m uma fila de espera de um restaurante, a senhora Lourdes (nome fictício) ficou tão surpresa com a pergunta do atendente quanto ele ficou com a resposta que recebeu: “A senhora prefere que nós a chamemos pelo seu nome?”, a idosa deu uma risadinha e gentilmente disse: “Claro que não, pode me colocar na fila online”. A fila de espera do restaurante era feita através de um site, no qual o atendente colocava o nome do cliente e então, ao se conectar, este podia acompanhar quantas mesas havia na frente em tempo real. Com 87 anos, Lourdes sentou em um dos banquinhos do lado de fora do restaurante, apoiou a bengala na perna e rapidamente tirou o celular da bolsa e acessou o site da

fila online. “Só tem cinco mesas na nossa frente” ela disse para o marido, que aparentava ser alguns anos mais velho. Segundo uma pesquisa de 2014 realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de pessoas com mais de 70 anos que acessam a internet com frequência é pouco maior que 10% da população desta faixa-etária. Com 60 anos, a porcentagem dos usuários dobra, e com 20 anos o número chega a 80%. Além de fazer parte deste pequeno grupo de idosos que se dispuseram a se adaptar a um mundo cada vez mais tecnológico, Lourdes ainda integra o grupo de 30% da população com mais de 80 anos que possui um aparelho de celular.

Apesar da resistência das pessoas mais velhas com as novas tecnologias, estudam já comprovam que o uso do celular ou computador pode melhorar a qualidade da memória, ajudar a combater o isolamento, e com isto, aumentar a sensação de bem-estar. Quem tem mais de 65 anos e faz uso destes aparelhos pertence a uma geração carinhosamente apelidada pelos estudiosos de 3T (Trocar o Tricô pelo Teclado). Enquanto algumas pessoas reclamavam do novo método adotado pelo restaurante, Lourdes conversava com o marido e esperava pacientemente pela mensagem no celular que avisaria que a mesa dela estava pronta. “E se eu não tiver internet no celular, eu faço como?” perguntou uma mulher de mais ou me-

nos 30 anos para o atendente. Ele deu a ela a primeira opção que deu à senhora Lourdes, a chamaria pelo nome como sempre foi feito. Ao ouvir o toque do celular, Lourdes tirou o aparelho da bolsa e falou para o marido que a mesa deles estava pronta. Com ajuda da bengala, se levantou do banquinho e ainda deu a mão para o companheiro se apoiar. Ao passar pelo atendente que perguntou se ela queria que a chamassem pelo nome, Lourdes parou, deu um sorriso e disse: “Só porque eu sou velha você acha que eu não sei usar o celular?” Com uma risada, o atendente os acompanhou até a mesa, e lá se foi o casal, de mãos dadas, aproveitar o almoço e a companhia um do outro.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Cidades

Por mês são resgatados 12 animais de rua em Curitiba ONG’s e moradores os acolhem em bairros e terminais da cidade Gabriel Dittert 2º Período

Gabriel Dittert

A

nimais abandonados que circulam pelas ruas de Curitiba recebem cada vez mais cuidados e tratamentos por moradores locais e ONGs especializadas. Em média, são 12 animais resgatados por mês pelas entidades. Segundo a Prefeitura, estima-se que existam 45 mil cães abandonados nas ruas da capital. A integrante do grupo Tomba Latas, Fernanda Silveira, relata que estes animais podem ser encontrados não somente nas ruas, mas também na posse de tutores que provocam maus-tratos ou são negligentes. O resgate é decidido pontualmente na medida que conseguem arcar financeiramente com o tratamento do animal. “É um trabalho de muito amor”, conta.

Abandono de animais é realidade combatida por ONGs A ONG Amigo Animal trabalha com resgates de cães através de denúncias feitas pelo Whatsapp, pela página do Facebook e também por e-mail. Quando as pessoas denunciam, a ONG recomenda aos denunciantes que levem o

“Estima-se que existam

45 mil cães abandonados em Curitiba” Fernanda relata que todos os animais resgatados pelo Tomba Latas são vacinados e castrados. Quando necessário, também encaminham às clínicas veterinárias conveniadas para fazerem cirurgia nos animais abandonados. O custo de todo este tratamento é pago pelo próprio grupo e através de doações, sem auxílio da Prefeitura. Enquanto esperam para serem doados, eles ficam em hotéis e lares temporários espalhados pela capital e região metropolitana.

animal abandonado até eles, para que possam levá-lo a uma clínica veterinária para o tratamento, recuperação, castração e posterior adoção.

Cuidadora explica como funcionam as doações A cuidadora Cristiane dos Santos resgata animais há 10 anos. Ela explica que existe um protocolo adequado para saber se a doação será eficiente e revela que faz uma entrevista específica para adoção de cães e de gatos.

No caso dos felinos, ela exige que no apartamento ou casa existam telas de proteção, enquanto para adoção dos cães, o ambiente deverá possuir muros altos e o acesso precisa ser gradeado. Há também o requisito do adotante possuir condições financeiras para cuidar adequadamente do animal, desde ração de boa qualidade até tratamento veterinário. No final, o adotante deve passar o contato e assinar um termo de responsabilidade pelo animal. Todos os cães e gatos aptos para a doação são castrados. Apesar disso, Cristiane diz que algumas doações não deram certo e que os donos acabam devolvendo o animal a ela. Um dos principais fatores é porque os gatos têm personalidade forte. Cristiane dos Santos relata que existem épocas em que ocorrem mais doações e épocas que são mais difíceis de encontrar doadores. Um desses períodos é entre dezembro e fevereiro em que as pessoas não querem adquirir responsabilidades, por conta das festas e férias.

A importância do controle de natalidade A veterinária Flávia Pereira conta que há diversos perigos em animais de rua que não são castrados e vacinados, pois podem contrair várias doenças, como giardíase e hepatite canina. “A castração é muito importante para controlar a população de animais de rua e para evitar que filhotes de animais que têm proprietários sejam jogados na rua”, relata ela. No intuito de controlar a natalidade de cães e gatos, a Rede de Proteção Animal informa que pretende voltar com o projeto do Castramóvel, com início previsto para o final do semestre. Serão cadastradas clínicas veterinárias e estas deverão fazer 5 mil castrações. A expectativa é que exista uma por regional. Haverá também licitação para mais duas unidades de Castramóveis, que se dividirão entre zona sul e norte da cidade. Essas deverão esterilizar 10 mil animais.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Medida provisória exclui espanhol do ensino médio Ana Braga

Não obrigatoriedade da disciplina preocupa professores, colaboladores e alunos do Estado

futuro, já que hoje em dia conta muito saber mais do que inglês”. A Secretaria de Estado da Educação afirma por meio de nota que aguarda as discussões da Base Nacional Co-

Cidades

mum Curricular para definir algumas ações em relação à implantação do novo ensino médio. Além disso, irá debater amplamente essas ações com a sociedade paranaense antes de tomar qualquer medida.

Cursos alternativos

Maria Fernanda Gusso 3° período

Professores de espanhol têm futuro incerto depois da aprovação da MP

A

Medida Provisória (MP) do ensino médio foi aprovada dia 08 de fevereiro pelo Senado e aguarda sanção do presidente Michel Temer. A MP exclui a obrigatoriedade do ensino da língua espanhola no ensino médio e coloca em xeque o emprego de professores de espanhol no Brasil. Para a professora de espanhol, Ionara Krutil, o Ministério da Educação (MEC) cedeu à pressão de grandes grupos educacionais e retirou a língua espanhola que para muitos, é menos importante. “Quando a língua espanhola foi declarada obrigatória no ensino médio, o governo em questão era outro. Essa obrigatoriedade do ensino da língua espanhola desagradou grandes empresários do ramo educacional”, explicou. Ionara acredita que “os alunos mais prejudicados nesse contexto serão os das escolas públicas, porque a maioria não terá a oportunidade de estudar outra língua além daquela ofertada no ensino médio, e mais uma vez, ficarão atrás dos alunos das escolas particulares”.

O diretor do Colégio Estadual Guatupê, em São Jose dos Pinhais, Paulo Ferreira, conta que não critica a reforma em si, mas sim o modo como foi introduzida, sem debates. Apesar disso, para ele, não se pode pensar que saber somente o português é suficiente. “O ensino de línguas estrangeiras, apesar de por alguns ser desprezada, é vital para que o indivíduo inserido no âmbito escolar possa localizar-se no mundo globalizado”. Concordando com a professora, Ferreira conta que o mais preocupante será quando esses jovens forem entrar no mercado de trabalho já que o espanhol é o idioma oficial de muitos países vizinhos. Para ele, há interesses maiores de grandes empresas do ramo empresarial educacional, que produzem materiais para o setor educacional. A aluna Isabella Cristina Burbello, 16 anos, se sente prejudicada com a falta dessa matéria, pois segundo ela, é importante saber pelo menos o básico da língua. “Ajuda na liberdade de escolha, como ter um emprego melhor no

Quem quer aprender línguas estrangeiras encontra a barreira do preço. Em Curitiba, àqueles que não querem gastar muito e ainda encontrar qualidade nas aulas é possível se matricular no Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin) e no Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem). O Celin é um órgão da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e oferece 21 cursos de línguas estrangeiras. Os preços são fixos, alunos da UFPR pagam uma parcela de R$ 639,00 por semestre e a comunidade externa R$ 725,00. Para se inscrever basta ser maior de 17 anos. A professora de espanhol do Celin, Thays Voluz, afirma que os alunos, no decorrer do curso, conhecem várias características e culturas vinculadas à língua estudada. “Além disso, como no Celin o intuito é que os alunos consigam comunicar-se utilizando outra língua, creio que a escola acaba conseguindo formar pessoas mais ativas na língua estrangeira”.

O aluno do Celin, Bruno Lopes, conta que optou pela escola por conta do valor da mensalidade. Para ele, aprender uma nova língua é muito importante atualmente e escolas com baixo custo dão oportunidade para um maior número de pessoas. “Eu já fiz língua em outra escola também e não senti diferença, o Celin não é inferior em nenhum aspecto”. O Celem é mantido pela Secretaria de Estado de Educação e oferece seis cursos de línguas estrangeiras, dando preferência aos alunos da rede estadual. As aulas são de graça e para participar basta se inscrever no site www.cep.pr.gov.br. A aluna do Celem, Soraia Nadaline, optou pelo curso por ser gratuito e confiar na qualidade do ensino do Colégio Estadual do Paraná. “As aulas agregam muito à aprendizagem de línguas e são de alta qualidade”. Para ela a iniciativa do Celem em trazer pessoas da comunidade é excelente, uma vez que passam a ter direito ao ensino de idiomas de outras nacionalidades.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Política

ALEP pode definir destino de área de preservação Diminuição em quase 70% da Escarpa Devoniana pode gerar impactos ambientais negativos Maria Clara Bittencourt 3º Período

P

rojeto que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) irá definir a extinção de cerca de 70% da Área de Preservação Ambiental da Escarpa Devoniana (APA), localizada na região dos Campos Gerais, no Paraná. Apresentado pelos deputados Plauto Miró (DEM), Ademar Traiano (PSDB) e Luiz Claudio Romanelli (PSB) a proposta promete melhorar as condições jurídicas das terra utilizadas para agronegócio. A Escarpa Devoniana fica localizada em uma extensão de 260 quilômetros, indo da região da Lapa até a cidade de Itapeva, já no estado de São Paulo. A área de preservação conta com uma paisagem onde é possível observar as paredes que formam o primeiro e o segundo planalto do Estado e uma grande reserva de material histórico e arqueológico. Além de ser uma área de proteção ambiental o local conta com a lei de Tombamento, proibindo a mudança de fachadas e descaracterização do local. O projeto tem o objetivo de alterar a área que hoje possui 392 mil hectares para 126 mil hectares, aumentando a utilização de espaço agrícola e a segurança jurídica nas atividades desenvolvidas por agricultores da região. A Fundação ABC realizou os estudos de solo, vegetação e hidrografia que foram apresentados junto ao projeto, comprovando as necessidades de expansão de áreas de

plantação. A instituição foi contratada pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e é mantida por grandes cooperativas agrícolas atuantes na região dos Campos Gerais. Segundo a bióloga da Sociedade de Pesquisa de Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) Solange Regina Latenek, grande parte do ecossistema do Paraná já foi atingido pelo agronegócio, restando menos de 1% de área natural. “Essa perda de espaço natural acontece para grandes incorporações, para plantio de soja, área de pinus e para pecuária extensiva, cooperativas que apenas querem expandir suas terras e não o pequeno produtor rural que produz o que nós realmente consumimos”, explica Solange.

para que toda a sociedade envolvida possa opinar. “Em cada cidade você chamaria a sociedade civil para debater o tema, quem mora no local é que conhece a realidade e pode dizer se está certo ou errado”, declara o deputado estadual Romanelli, um dos autores do projeto. Romanelli comentou que uma das preocupações que geraram o projeto é a condição legal das terras que fazem parte

da área de proteção, pois, segundo o deputado as terras estariam perdendo valor por serem área de tombamento. “Os agricultores estão tendo dificuldade para dar as terras como garantia para financiamento, por fazerem parte de uma área tombada”, complementa Romanelli. O projeto tramita hoje nas Comissões de Agricultura e Meio Ambiente da ALEP e há previsão de que vá a plenário, mas não se sabe ainda a data. Maria Clara Bittencourt

Problemas ambientais graves podem ser ocasionados caso o projeto seja aprovado. Um deles é a perda de biodiversidade que já acontece há muito tempo no Paraná, o que envolve desde plantas, animais e microorganismos que poderão ser afetados com o uso de agrotóxicos. “Existe também a perda de vegetação por desmatamento, queimadas e estradas quando há expansão de cidades”, complementa a bióloga. Na audiência que aconteceu no dia 10 de março na cidade de Ponta Grossa, foi sugerido pela representante do Ministério Público do Paraná, Andressa Chiamulera, que houvesse assembleias públicas em todas as cidades que serão afetadas caso o redimensionamento de área seja aceito,

Proposta diminuiria espaço de proteção da Escarpa Devoniana


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Economia

Operação Carne Fraca afeta preços e provoca demissões no Paraná Exportações nacionais caem e consumidor muda de hábitos

Thiago Rasera

Izabelly Lira 2º período

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) afirmou, em nota, que está acompanhando com total atenção os desdobramentos da operação e busca o melhor para o consumidor.

se multiplicam em cadeia no circuito de produção, venda e consumo”.

Demissões em massa após operação

Uma pesquisa realizada na internet para esta reportagem, com 117 pessoas, apontou uma mudança no jeito que o consumidor compra carne, após a deflagração da operação. Dos 93,9% residentes em Curitiba que responderam à pesquisa, 88,9% mudaram sua postura ao comprar carne. Agora, o consumidor está mais atento à procedência do produto em sua mesa.

A Central de Carnes Paranaense Ltda., dona dos frigoríficos Souza Ramos e Master Carnes, localizados na Região Metropolitana de Curitiba, os fechou após a deflagração da operação. Com a suspensão das atividades das duas empresas, 280 funcionários foram demitidos. Clientes preferem carne fresca à carne embalada à vácuo, diz pesquisa

A

Operação Carne Fraca, que foi deflagrada pela Polícia Federal no início de março deste ano, afetou a exportação nacional, os preços da carne paranaense e provocou demissões em massa no Estado. A exportação nacional de carne bovina natural apresentou queda de 15% em comparação a março de 2016. O Brasil exportou 22,1 toneladas diárias de carne bovina, suína e de frango desde a deflagração da operação, apresentando redução de 9,2% comparado com o mesmo período de 2016, de acordo com o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne) e da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). No Paraná, o impacto aconteceu porque os frigoríficos do Estado estão entre os mais afetados, por conta do foco da

operação no Paraná, de acordo com o gerente da Unidade de Ambiente de Negócios do Sebrae, César Reinaldo Rissete. A alteração no preço beneficia o consumidor final, pois a carne fica mais barata nos locais de compra, segundo o gerente. “Quando existe esse tipo de situação, o comprador acaba tendo uma melhora na negociação para exigir um preço menor no produto em função de estar sujeito a esse momento de quebra de confiança e de imagem”. O preço da carne também sofreu queda, segundo o porta-voz do Sindicarne e da Abrafrigo Norberto Staviksi. A arroba, que é a medida do peso da carne bovina com o osso para venda, estava em 145, equivalente a R$ 20.590,00 e após a deflagração da operação, foi para 139, que corresponde a R$ 17.879,57.

De acordo com o representante das duas empresas Edinandes Alexandre Santos, os frigoríficos já não vinham bem economicamente, e com a deflagração da operação, as vendas pararam. Santos afirma que as empresas vão arcar com os pagamentos dos colaboradores, mas não dispõem caixa para isso atualmente. “A recuperação financeira que a gente conseguir com a venda de mobiliário, de máquinas, com certeza será revertida para o pagamento dos colaboradores”. Para o economista César Reinaldo Rissete, essa situação quebra o circuito econômico. “Quando você tem um processo de demissão em massa acaba impactando a compra desses consumidores, que afeta o comércio local”. As demissões em massa são críticas para o economista, pois a geração de emprego está baixa. “Um emprego perdido, uma fábrica fechada,

Mudança na postura do consumidor

A diretora do Procon-PR, Claudia Silvano, afirma que o consumidor deve sempre exigir informações sobre a procedência, verificar prazos de validade, condições da embalagem, aspectos e cheiro da carne. “Hoje, em tempos de carne fraca, o consumidor deve exigir a procedência da carne e, se for de um dos três frigoríficos [frigoríficos Souza Ramos, Peccin e Transmeat, indiciados pela operação], não comprar, recusar a compra”. A pesquisa também mostrou que apenas 10% dos curitibanos entrevistados suspenderam o consumo de carne. Os que näo pararam o consumo, passaram a preferir a carne aberta. A Operação Carne Fraca foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março de 2017, e apontou que as maiores empresas do ramo adulteraram a carne vendida para exportação e importação.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Economia

Mercado de cervejas artesanais prospera na capital Empresas do segmento buscam atrair cada vez mais pessoas em Curitiba, apostando em parcerias e boas estratégias Guilherme Osinski 8º período

C

uritiba vem se firmando, nos últimos anos, como um dos mais importantes polos de cervejas artesanais do Brasil, com 25 microcervejarias, somando também a região metropolitana. Um mercado que registrou grande crescimento, mesmo em meio à crise econômica que o país atravessa. Atualmente, a previsão é de que em 2017 cinco novas microcervejarias comecem a operar em Curitiba e região, de acordo com a Associação das Microcervejarias do Paraná (Procerva). Segundo o presidente da Procerva, Richard Buschmann, o objetivo é que esse mercado cresça cada vez mais no Paraná. “De 2015 para 2016 tivemos um crescimento de 20% no Estado, mas quando olhamos para o Brasil vemos que menos de 1% das pessoas consomem cervejas artesanais. Nossa expectativa é de até 2020 crescer cerca de 3% em todo o Paraná”, revela Buschmann.

De acordo com o economista Daniel Poit, o segmento prosperou em Curitiba porque as empresas oferecem produtos

conhecimento do público. “A gente não acha que as outras pequenas cervejarias são concorrentes nossas. Elas

começa a tomar vai gostar, mas com o passar do tempo o cara adquire o paladar. Então são cervejas mais amargas, ou

de qualidade, produzidos segundo as necessidades dos clientes. “O setor cresceu porque o consumidor vem sendo estimulado a exigir mais exclusividade nas relações de consumo. E isso abre espaço para esse tipo de produção mais artesanal, que tem um alcance bastante regionalizado e ainda uma segmentação muito focada nos padrões de renda”, diz o economista.

são nossas parceiras, porque levam a cerveja artesanal a pessoas que a Gauden não atinge. Nosso maior inimigo é a ignorância das pessoas em relação à cerveja. Elas não sabem que pode ter sabor, ter gosto de café, por exemplo”, conta o responsável pela parte comercial da Gaudenbier, e também cervejeiro, Murilo Foltran.

com ingredientes inusitados, como limão”, conta Foltran, explicando um pouco mais sobre as cervejas premium.

“Nosso maior inimigo é a ignorância das pessoas”

Em Curitiba, um das microcervejarias mais ativas é a Gaudenbier, localizada em Santa Felicidade. A Gauden, que não enxerga outras empresas como concorrentes, considera como uma das maiores dificuldades para o seu negócio a falta de

Segundo o cervejeiro, o mercado é dividido em três grandes grupos: mainstream, no qual entram marcas como a Skol e a Kaiser; artesanal, no qual a Gaudenbier está inserida; e também o segmento premium, que oferece produtos mais específicos. “São cervejas que nem todo mundo que Thamiris Mottin

Gauden vem do latin Gaudin e significa muita alegria e felicidade

Por outro lado, outra cervejaria curitibana, a Asgard, no Rebouças, já enxerga o mercado de outra maneira, pensando em proporcionar mais vantagens aos seus clientes, e, assim, bater a concorrência. “Oferecemos ao nosso público um espaço como o Asgard Pub anexo à fábrica, o que atrai os apreciadores de chope que ali estarão consumindo um produto direto da fonte. Outra alternativa foi o Asgard Express, que são distribuidores em pontos estratégicos da cidade, facilitando o serviço aos consumidores e parceiros”, afirma o assessor de marketing e publicidade da cervejaria, Marco Aurélio. Fundada em 2002, a Asgard aplica muitas estratégias de marketing para aumentar suas vendas.“Outras ideias para vender mais são participar de festivais de cervejas, utilizar o Asgard Pub com promoções e também uma torre de 3,5 litros de chope pilsen oferecida como presente para aniversariantes”, diz Marco Aurélio, lembrando ainda que a empresa revende chopes em diferentes estabelecimentos de Curitiba.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Economy

Craft beer market thrives in the capital Companies in the business segment seek to attract more and more people in Curitiba, betting on partnerships and good strategies Guilherme Osinski 8th period Translated by Christopher Thomas Freitas Matheus Maurício Britto Ramos

C

uritiba has been established, in the past few years, as one of the most important poles of craft beer in Brazil, with 25 microbreweries, also including the metropolitan region. A market that registered great growth even in times of economic crisis in the country. Currently, it is expected that in 2017 five new microbreweries start to operate in Curitiba and the metropolitan region, according to the Parana Microbreweries Association (Procerva). According to the president of Procerva¸ Richard Buschmann, the objective is a bigger growth of this market in Paraná. “From 2015 to 2016 we had a 20% growth in the State, but when we look at Brazil we can see that less than 1% of the people drink craft beer. Our expectation is to grow 3% until 2020 in all of Paraná”, says Buschmann. In the opinion of the economist Daniel Poit, the business segment thrived in Curitiba because the companies offer good quality products produced according to the needs

of the clients. “The sector has grown because the consumer has been encouraged to demand more exclusivity in consumer relations. And

cidade. Gauden, which doesn’t see other companies as competitors, considers the lack of the public’s awareness as one of the biggest difficulties

that not everyone that starts drinking will enjoy, but as time goes by the guy gets the taste buds. So they are beers considered more bitter, or ha-

this opens space to this type of more crafting production, which has a regionalized reach and a segment very focused on income patterns”, says the economist. According to Poit, the costs of production in these microbreweries are smaller, which makes better quality beers compared to others, with reasonable prices. And Curitiba, in the economist’s opinion, is a place with a lot of space to the expansion of this sector. “The market is always open to new products, the people are always willing to try something new that has some degree of satisfaction”, affirms Poit.

for their business. “We don’t think that smaller breweries are our competitors. They are our partners, because they bring craft beer to the people that Gauder can’t reach. Our biggest enemy is the people’s ignorance towards beer. They don’t know it can have flavors, tastes such as coffee does”, says the responsible for Gaudenbier’s commercial management, and also brewer, Murilo Foltran.

ving unexpected ingredients, such as lemon”, says Foltran, telling a little bit more about the premium beers.

“Our biggest enemy is the people’s ignorance”

In Curitiba, one of the most active microbreweries is Gaudenbier, located in Santa Feli-

Gauden comes from the Latin Gaudin which means a lot of joy and happiness

According to the brewer, the market is divided into three main groups: mainstream, which covers brands such as Skol and Kaiser; craft, in which Gaudenbier is included; and also the premium segment, which offers specific products. “Those are beers Thamiris Mottin

On the other hand, another brewery from Curitiba, Asgard, in Rebouças, already sees the market in another way, thinking in ways of providing more advantages to its customers, and, thus, beat the competition. “We offer to our public a place like Asgard Pub attached to the factory, which attracts the draft beer lovers who will have the chance to consume a product straight from the source. Another alternative is the Asgard Express, which has distributors in strategic points of the city, making the service easier to consumers and partners”, says the marketing and advertising adviser of the brewery, Marco Aurelio. Founded in 2002, Asgard applies many marketing strategies to increase its sales. “Attending beer festivals, using the Asgard Pub with promotions and offering birthday gifts such as a tower of 3.5 liters of draft beer, are some of the ideas we also have to improve our sales” says Marco Aurélio, also reminding that the company sells draft beer in different places in Curitiba.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Inovação

Vale do Pinhão pretende tornar Curitiba polo de inovação Projeto planeja conciliar pesquisa acadêmica ao mercado econômico Rafael Sábio 3º período

V

ale do Pinhão é um projeto da Prefeitura Municipal de Curitiba que busca criar um ecossistema de inovação e desenvolvimento de tecnologia na cidade. A iniciativa foi oficialmente lançada no dia 23 de março pelo prefeito Rafael Greca, e a ideia é baseada em três pilares: crescimento, internacionalização e inovação na Prefeitura. O programa pretende aproximar o mercado inovador como startups,

coordenadora do Vale do Pinhão, vê que a importância do projeto está em trazer negócios relevantes para a capital. “Curitiba é um ótimo lugar para empreender, investir e inovar, além de mostrar para o curitibano que aqui existem oportunidades para sua inovação”. Os investimentos que a Prefeitura de Curitiba busca são majoritariamente do setor privado. O Executivo municipal apenas será uma ponte

mento e gestão da Fecomércio Paraná, e parceiro do Vale do Pinhão, a maior semelhança entres os dois vales é o ambiente propício para que as inovações saiam do papel. “Não existe uma fórmula que possa ser repetida, nós devemos achar nossa própria receita respeitando as características de Curitiba”, afirma. o diretor. Para Rosalem, os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) precisam estar alinhados com o mercado, e solucionem problemas enfrentados

“É para os estudantes, para os que vão entrar no mercado” incubadoras e aceleradoras das pesquisas científicas realizadas nas universidades. O objetivo é incentivar o ambiente inovador da cidade. A Agência Curitiba de Inovação é responsável pelo Vale do Pinhão, e Tiago Francisco, diretor técnico do órgão, afirma que a agência até então era responsável pelo desenvolvimento econômico da cidade, focada em empreendedorismo, e agora também abre seus olhos para outra vertente, a da inovação. “Curitiba foi uma das primeiras cidades a investir sistematicamente em desenvolvimento de tecnologia, aqui já existe uma estrutura muito boa, nós precisamos agora é modernizá-la”, complementa. A meta até o fim do ano é transformar Curitiba na cidade mais inovadora da América Latina. Camila Ferrari,

para que startups e empreendedores encontrem espaço para desenvolver suas ideias. “Futuramente abriremos editais de acordo com a lei para solucionar algum problema, e assim chamar empresas para que usem Curitiba como laboratório para seus projetos”, completa Camila. O nome Vale do Pinhão vem em referência ao Vale do Silício situado no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. A região é conhecida mundialmente como base de gigantes da computação, internet, peças eletrônicas e outras tecnologias de ponta, como Apple, Google e Intel. Tudo começou nos anos 1950, com o objetivo de elaborar inovações tecnológicas e científicas. O mesmo é pretendido aqui em Curitiba. Para Rodrigo Rosalem, diretor de planeja-

na cidade. “Curitiba talvez seja uma das poucas capitais que possua num raio de cinco quilômetros universidades importantes e de peso, nelas existem grandes especialistas, além de mão de obra disponível e curiosa”. O prefeito Rafael Greca certifica que o Vale do Pinhão é o projeto mais importante da atual gestão. “É para os estudantes, para os que vão entrar no mercado. Eu quero que o Vale se multiplique atraindo muitas outras coworkings, startups, porque nós temos que fazer alguma coisa de novo em Curitiba”, conclui. Uma das principais diretrizes do programa é aproximar a vida acadêmica da demanda do mercado. Luiz Fernando Vianna, presidente dos Institutos Lactec, afirma que Curitiba precisa unir as instituições acadêmicas

às empresas, fazer com que todos conversem e que dessa forma consigam colocar em prática projetos de relevância para a sociedade. “O Vale do Pinhão vem para organizar as questões de inovação da cidade, precisamos ser objetivos na inovação, mostrar que Curitiba é uma potência em conhecimento”, completa. O grande benefício de investir em inovação é a melhoria na qualidade de vida da população. Painéis fotovoltaicos, tomadas inteligentes e outras tecnologias foram projetos que receberam apoio e mudaram o cotidiano das pessoas. Na visão de Vianna, para que o Vale do Pinhão obtenha sucesso é preciso coordenar os recursos. “No nosso país quando a situação econômica aperta, nós brasileiros infelizmente cortamos gastos em pesquisas. Inovação é investimento no futuro de todos nós”. Ele finaliza afirmando que uma nova tecnologia inovadora tem de estar à disposição de todos os cidadãos. O primeiro passo do Vale do Pinhão foi o Conecta Engenho, evento realizado nos dias 01 e 02 de abril. Aberta ao público, a ação buscou mostrar as ideias de parceiros do Vale. Estavam em uma mesma sala impressoras 3D, hortas tecnológicas autossustentáveis, um sensor para cachorros cegos que funciona por geolocalização, um robô abraçador para crianças autistas, drones,óculos tridimensional, entre outras ideias e projetos.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Inovação

Youtubers brasileiros estão entre os mais influentes do mundo Entre as 10 personalidades mais importantes em meio aos adolescentes do país, cinco são youtubers Mariana Prince 3º período

O

s meios de comunicação estão mudando, consequentemente, os meios de entretenimento também. Pesquisas realizadas em 2016 pela Provokers, consultoria internacional de inovação especializada na área de mudança cultural, e pela Snack Intelligence, empresa responsável por análises e monitoramento do mercado audiovisual digital, mostram que a influência dos youtubers vem aumentando entre os adolescentes brasileiros. Os jovens utilizam o Youtube para se entreter, se informar e também para aprender novas habilidades, como cozinhar ou se maquiar. A mestre em Linguagem e Comunicação e doutora em Educação Suyanne Tolentino de Souza explica que a internet surgiu para dar voz para quem antes não tinha. Ela conta que “antigamente nossas referências eram apresentadores de televisão e hoje os ‘ídolos’ dos jovens são os youtubers devido a uma mudança social que ocorreu com a chegada da rede”. Em pesquisa realizada em agosto de 2016 pela Provokers para o Google e Meio & Mensagem, foi constatado que entre as 10 personalidades mais influentes entre os adolescentes brasileiros, cinco são youtubers. Para chegar a esse resultado, a Provokers entrevistou 1,5 mil pessoas, entre homens e mulheres com idade entre 14 e 55 anos, das classes A, B e C residentes em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Sendo que

dentro dessa amostragem, 250 depoimentos pertenciam a jovens com idade entre 14 e 17 anos. A equipe do Comunicare produziu uma enquete no Facebook com 78 pessoas, na qual 80,8% dos entrevistados afirmaram que acompanham pelo menos um canal no Youtube. Os principais motivos apontados são: assunto, senso de humor e originalidade. Um ranking dos youtubers mais influentes do mundo, divulgado pela Snack Intelligence em outubro de 2016, apontou que 24 entre os 100 canais mais influentes do Youtube pertencem a brasileiros. Cauê Moura, dono do canal Desce a Letra, que conta com mais de 4 milhões de inscritos, está na 37º posição do ranking mundial e é o oitavo brasileiro na lista. Ele explicou que tenta não pensar no quanto influencia as pessoas para não interferir no conteúdo do canal. Segundo Moura “cada youtuber tem que responder pelo que se propõe a fazer”, no caso dele é “proporcionar um momento de descontração”. Ser youtuber se tornou uma profissão. Com isso vários jovens resolvem tentar a sorte e começar um canal, como é o caso de Cássio Ferreira, que está no Youtube desde 2015. Ele conta que entrou no meio porque tinha vontade de produzir um conteúdo audiovisual, pois queria ver suas ideias se realizarem e serem divulgadas.

Ferreira acredita que os youtubers “exercem um papel importante em atingir públicos que as marcas não estão conseguindo”.

Ele afirma que os youtubers são catalisadores de mensagem e com seu trabalho formam verdadeiras comunidades, super engajadas.

Internet toma conta de teatros brasileiros

Ainfluência dos youtubers vai além de seus canais virtuais. Alguns grupos, como por exemplo o Tesão Piá, originalmente de Curitiba, vem mostrando a transição do Youtube para os palcos de teatros brasileiros. O grupo, formado em 2013, tem como objetivo a produção de conteúdos humorísticos e brincadeiras relacionadas a situações regionais, por meio de vídeos para o Youtube. Com todo seu jeito original, local e regional, o grupo não demorou a somar milhões de acessos em seus vídeos. Comprovando todo o seu sucesso, houve a expansão do canal aos palcos curitibanos, com apresentações de humor. Foi o espetáculo mais procurado da mostra Fringe de 2013 a 2016, alcançando recordes com a apresentação mais vista desde o começo do Festival de Teatro. Outra prova de seu reconhecimento é o show especial de fim de ano no Teatro Guaíra, realizado em 2015. O integrante do Tesão Piá, Cadu Scheffer, afirmou que mesmo existindo uma rixa entre as classes, há espaço para todos. “Existe público para tudo, inclusive para youtubers”. Ele ainda ressalta

a importância de criar nas pessoas o hábito de frequentar o teatro. “Precisamos levar mais pessoas a consumir arte, seja ela qual for”. Scheffer finaliza indagando que não existem motivos para lutar contra essa nova representação artística. A atriz profissional Karen Giraldi compartilha a mesma linha de pensamento de Scheffer, afirmando que “o palco de teatro tem lugar para todos. Então se tem público, pode ter espetáculo, seja com qualquer pessoa”. A atriz finaliza contando que até mesmo gostaria de ter seu próprio canal, e que está pensando em entrar para o mundo dos youtubers também. Arnon Nogueira, criador da Atoss Escola de Artes Dramáticas, afirma que, ao contrário do que muitos imaginam, os youtubers não prejudicam a classe artística. Ele comenta que o seu público normalmente não está acostumado a ir ao teatro, e quando se coloca essas pessoas mais jovens para ver um youtuber com uma peça que tem qualidade, acaba contribuindo para a formação de plateia, que pode voltar ao teatro no futuro para ver uma peça local.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Esportes

A rotina diária dos atletas amadores O esporte da correria aparece com força como uma alternativa aos tradicionais Evelise Muncineli 8º período

U

m esporte democrático. É assim que a grande maioria dos praticantes de corridas e caminhadas define a atividade. Afinal, basta um bom par de tênis, uma roupa confortável e um pouco de resistência e determinação. O número de adeptos a essa prática esportiva está crescendo, até mesmo pela facilidade do atleta em definir suas próprias metas e regras. Sozinho, em dupla ou em grupo, correr pelas ruas das cidades tem sido a rotina de muitas pessoas que desejam realizar um exercício físico. Em Curitiba, segundo a Secretária Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) há um aumento de 10% no número de praticantes a cada ano. E em 2017, a Comissão

ru é um grupo que existe há 10 anos e possui cerca de 1.000 corredores cadastrados. Segundo o fundador e atleta amador, Minoru Mise, tudo começou entre os amigos e familiares, que se reuniam para correr pelas ruas da região do Boa Vista à noite. “No começo era eu, um amigo e dois vizinhos. Com o tempo, outras pessoas ficaram sabendo que corríamos e começaram a nos acompanhar e quando percebi, éramos em cerca de 30 pessoas”, relata. A partir disso, segundo Mise, “a ideia de formar uma equipe foi tomando forma, até mesmo para dividirmos o nosso gosto em comum”, completa. Já para o vendedor Ricardo Ennes, a corrida foi a maneira que ele encontrou para auxiliar na perda de peso.

“Você começa a dar pequenos ‘trotezinhos’, e quando vê, já está correndo” de Avaliação de Eventos de Esporte e Lazer (CAEEL), pertencente à SMELJ, disponibilizou 69 datas, ao longo de todo o ano, para a organização de corridas nas ruas e em parques da capital. Para as empresas que desejam organizar esses eventos, há um protocolo disponibilizado no Portal da Prefeitura de Curitiba. É comum também que esses corredores se reúnam em equipes amadoras para treinar e disputar provas. A Mino-

Após ouvir de um médico que ele estava com colesterol alto, decidiu começar a levar uma vida mais saudável. “Eu estava bem acima do peso e nos meus exames de rotina, tudo o que você imaginar estava alterado. Precisava mudar o meu estilo de vida e o próprio médico me recomendou a caminhada leve, de duas a três vezes por semana”, conta. Ennes ainda completa dizendo que da caminhada para a corrida foi um passo natural.

“Você começa na caminhada, o seu corpo vai se acostumando, aí você começa a dar pequenos ‘trotezinhos’ e quando vê, já está correndo”. O professor de educação física e treinador Charles Strelow Machado, criador do grupo Natureza & Aventura, auxilia na preparação de quem se interessa por corrida, natação, ciclismo e montanhismo. De acordo com Machado, para poder competir em corridas de rua, a pessoa precisa passar por três fases: treino de base, de técnica e de performance. “Sem orientação, as pessoas correm errado. Leva tempo para aprender a correr corretamente”, afirma Machado.

“Eu só libero aluno meu para participar de provas depois de um ano de treinamento. Para pegar pódio, a pessoa leva cinco anos de preparo em corrida”, finaliza. Contudo, mesmo com o aumento no número de praticantes, o esporte acaba sendo pouco conhecido por aqueles que não o praticam. Quando um atleta amador comenta que participou de alguma corrida, a primeira pergunta feita por quem é leigo é se a pessoa ganhou a prova. Porém, para os praticantes, a principal meta é vencer os seus próprios desafios e completar as provas.

Exames médicos A prática de atividades físicas nas ruas de Curitiba é cada vez mais comum.

É o que afirma também o médico cardiologista Cleber Bearare.

Em muitas avenidas e parques, é possível ver pessoas correndo e fazendo caminhada ou ciclismo, sozinhos, em dupla ou em grupos de varias pessoas.

Segundo ele, tem crescido o número de pessoas que procuram o consultório dele para fazer exames tanto de rotina, quanto aqueles mais especializados para quem deseja iniciar algum tipo de esporte.

Há também os adeptos das academias públicas, ao ar livre, instaladas pela Prefeitura em alguns pontos da cidade, ou das particulares. Com tantas opções, é necessário que os interessados em realizar uma atividade física procurem um médico de confiança e realizem os exames que atestem que está tudo bem com a saúde.

Um desses testes é ergométrico específico para descobrir algum tipo de alteração cardíaca que impossibilite a prática esportiva.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Uso de suplementos pode prejudicar a saúde O ideal e mais seguro é sempre buscar assistência de um profissional qualificado Paula Moran 2º período

A

busca pelo estilo de vida fitness impulsionou o mercado de suplementos alimentares. Nos últimos anos, o consumo de produtos para aumentar o desempenho esportivo e físico obteve um incremento significante, facilitando o acesso a produtos especializados. Os problemas aparecem quando, por falta de informação e acompanhamento médico, as pessoas adquirem esses produtos sem saber os riscos que eles podem trazer para a saúde.

Ela explica que no Brasil a venda de suplementos dispensa receita, o que banaliza o uso desses produtos. E que também, existe uma demanda induzida pelo forte apelo publicitário, que é caracterizado pela variedade de benefícios veiculados nos materiais promocionais sem a devida comprovação científica.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), indicam que o consumo de suplementos alimentares cresceu drasticamente. Em 2015 alcançou vendas de R$ 752 milhões, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.

“A maioria das pessoas com uma alimentação balanceada não precisa usar suplementos”

A previsão é de que a venda desses produtos chegue a R$ 1,1 bilhão em 2020. Segundo pesquisa realizada pela ABIAD, mais da metade da população brasileira, cerca de 54%, consome suplementos. A nutricionista especializada em nutrição esportiva, Fernanda Lucas, explica que de acordo com a legislação brasileira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define por suplementos proteicos, alimentos especialmente formulados para auxiliar atletas em suas necessidades nutricionais específicas e ajudar no desempenho de exercícios físicos. São produtos para complementar necessidades proteicas, e são prescritos como auxiliares no ganho de massa muscular.

“O problema do uso indiscriminado e sem acompanhamento é que a pessoa, na maioria das vezes que os compra por conta própria,

está jogando dinheiro fora, uma vez que sua alimentação não foi ajustada”, diz a especialista. De acordo com Fernanda, o uso desses suplementos deveria ser recomendado e prescrito por nutricionistas ou médicos, a fim de evitar danos à saúde, pois muitos produtos comercializados ilegalmente no Brasil podem conter substâncias que são prejudiciais. Por isso, os suplementos devem ser prescritos levando em consideração as necessidades e a possibilidade de risco individual do paciente. A especialista acrescenta que apesar de haver casos acerca da “sobrecarga de proteína”, que pode afetar as funções renais, não há evidências científicas que associem o uso de suplementos como a causa de distúrbios renais ou

hepáticos. O que acontece é que, geralmente, as pessoas que consomem suplementos também têm outros hábitos que podem comprometer as funções desses órgãos, como por exemplo, uso de medicamentos, anabolizantes, hábitos alimentares e consumo de álcool.

Esportes

Se a pessoa já tiver alguma doença hepática ou renal, seu caso deve ser avaliado por um profissional que decidirá sobre a suplementação. “A maioria das pessoas com

Ennes esclarece que usa suplementos buscando melhorar seu desempenho físico e obter resultados satisfatórios esteticamente falando. O estudante avalia que as mudanças corporais são facilmente perceptíveis após o uso, e que conheceu a prática através de seu padrasto, também praticante de musculação. Em relação aos esteróides anabolizantes, que são substâncias ilegais para promover

acesso a uma alimentação balanceada não precisa usar suplementos, pois a alimentação, na maioria das vezes, é capaz de fornecer todos os nutrientes necessários”, explica Fernanda.

o aumento do rendimento físico, Ennes se mostra receptivo e diz que pretende utilizá-los em um futuro próximo para melhorar sua performance física e que alguns dos seus amigos também fazem uso.

O perigo mora ao lado

Ele diz ser possível conseguir esteróides de várias maneiras, incluindo o “mercado negro”, amigos da academia e também, através de prescrição médica.

Apesar de não ser recomendado, muitas pessoas que treinam fazem uso de suplementos sem acompanhamento médico. É o caso, por exemplo, do estudante do curso de Educação Física Alysson Ennes, de 18 anos. “Ninguém me indicou. Comecei a buscar informações, estudar, com a finalidade de melhorar o desempenho no treinamento. Foi a partir de estudos acerca da suplementação que comecei a usar, sem consultar médico”.

Segundo a Polícia Federal, os esteróides anabolizantes e entorpecentes, são a quarta substância ilegal mais comercializada no país, atrás apenas da maconha, cocaína e crack. O comércio desses medicamentos é considerado crime contra a saúde pública segundo o artigo 273 do Código Penal Brasileiro e possui pena de até 15 anos de reclusão.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Cultura

Curitiba transpirou arte em suas praças, ruas e palcos 26ª edição do Festival de Teatro de Curitiba chega ao fim após ter encantado o público com diferentes espetáculos Stephanie Abdalla 3º Período

A pós 12 dias repletos de

uma variedade de espetáculos locais, nacionais e internacionais, a 26ª edição do maior evento cultural da cidade, o Festival de Teatro de Curitiba, chegou ao fim no dia 09 de abril. Foram mais de 350 apresentações, destinadas a públicos diversos e exibidas tanto em teatros convencionais como em espaços públicos da cidade, mantendo o lema de que teatro e cultura devem estar a disposição de todos que os queiram consumir. A abertura do Festival aconteceu na noite de 28 de março, com o discurso da mestre de cerimônia, a atriz Guta Stresser que, com seu carisma e talento para improvisação irrevogáveis, deu palavra à consagrada atriz Fernanda Montenegro, 88 anos, que fez a leitura de Nelson Rodrigues “Por Ele Mesmo”. Depois de finalizada a interpretação, Fernanda fez um breve discurso sobre a importância do teatro para a comunidade e a necessidade do público em acolhê-lo com o devido respeito. Além do sucesso na noite de estreia, outras novidades desta edição foram muito bem acolhidas como a ideia de diversidade em palco, que, por meio de peças instigantes, abordou questões da atualidade como o empoderamento feminino e os direitos dos negros e da comunidade LGBT. Essa ideia se manifestou em vários espetáculos da mostra principal - que contou com 37 apresentações nacionais

Yasmin Graeml

e internacionais, algumas delas estreias - e aconteceu sob curadoria de Guilherme Weber e Marcio Abreu. A atriz Julia Lemmertz, que apresentou a peça “Blank”, afirma que já participou de várias edições do evento e exaltou a relevância do festival: “o teatro é importante em todos os níveis, é a forma mais próxima e impactante de se contar uma história, isso é muito transformador e ter um evento desse nível é maravilhoso”. De acordo com o idealizador do Festival de Curitiba, Leandro Knopfholz, a essência do evento não mudou desde que ele foi criado, mas, aos poucos, ele evoluiu e foi agregando pequenas coisas a partir da compreensão do contexto no qual está inserido. “A maior evolução do festival é entender o contexto das artes cênicas, o contexto do público, do patrocínio, o contexto econômico do momento, e, entendendo isso, tentar entregar um evento adequado à situação”. Knopfholz ainda diz que foi essa compreensão do contexto teatral que abriu portas para as novidades da 26ª edição do evento. Entre elas, ele indicou a inserção de dois shows musicais (Gaby Amarantos “Eu Sou” e +Misturado Mart’nália e Banda - ambos sucessos nas bilheterias) e do Movva, uma das segmentações da mostra principal que consistiu num conjunto de espetáculos de dança.

Peça Moçambique, da mostra principal do festival de teatro de 2017 Além da mostra principal, o Festival de Curitiba contou com o Fringe; com o Guritiba, evento direcionado para as crianças; com o encontro da comédia nacional, o Risorama, que chegou a sua 14ª edição este ano e com um fim de semana de encerramento bem agitado pelo Gastronomix - reunião de chefs renomados no país em uma quermesse no Museu Oscar Niemeyer - e pelo Mish Mash, show de mágicas, malabarismos e comédia, que aconteceu no ParkCultural do ParkShoppingBarigui.

recriação do mito de Sófocles, com dramaturgia de Amir Haddad e Andrea Beltrão, e “Mata Teu Pai”, a livre adaptação do mito de Medéia, escrita especialmente para a atriz Debora Lamm em celebração a seus 20 anos de carreira.

Diversidade em palco

Da mesma forma, temas como a diversidade sexual e racial foram pauta de vários espetáculos.

A promoção de debates sócioculturais através dos espetáculos foi um dos maiores diferenciais da 26ª edição do Festival de Curitiba. O enaltecimento da mulher e o debate sobre feminismo e preconceito esteve presente em peças como “A Casa dos Budas Ditosos”, interpretada por Fernanda Torres e com direção de Domingos de Oliveira, “Antígona”, que é a

A atriz e professora de teatro, Isabelle Veras, diz que a diversidade é importante e que o Festival é “ um meio de comunicação essencial, permite uma reflexão maior sobre a vida, possibilita o trabalho de emoções e sentimentos, e formação de senso crítico”.

Dentre eles, os favoritos foram o Campeonato Interdrag de Gaymada, intervenção urbana que aconteceu nos dias 29 e 30 de março e “Macumba: uma gira sobre poder”, que foi apresentada nos dias 03, 04 e 05 de abril, e discute o empoderamento da mulher e do homem negro por meio de um musical celebrativo e revelador.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Cultura

Democrático como deve ser Yasmin Graeml 3º Período

O

Festival de Teatro de Curitiba que, segundo Leandro Knopfholz, começou em 1992 a partir de uma conversa entre amigos, tem como objetivo aproximar o teatro dos curitibanos e trazer espetáculos que normalmente não poderiam ser vistos na cidade. Várias peças acontecem em espaços públicos, como praças e terminais, e são gratuitas para a população. Para Knopfholz, o evento aproxima o público das apresentações e vice-versa: “o festival é um selo de garantia, se está sendo apresentado por nós, vá assistir que talvez você curta. Temos vários espetáculos que não têm muita divulgação, mas com o evento as pessoas vão assistir”. O estudante de Marketing, Gabriel Lima, afirma que pôde assistir diversas peças. “É muito bom ter espetáculos em tantos teatros, muito mais fácil de assistir e o preço das apresentações do Fringe estavam bem acessíveis”.

Nas demais peças do Festival o valor máximo foi de R$ 70,00 e a meia entrada foi oferecida a estudantes, idosos, professores e clientes e funcionários das empresas patrocinadoras. De todas as mostras do festival, a destinada para as crianças não contou com muitas opções gratuitas. O único espetáculo oferecido sem custo de entrada foi “Isso é Rock, bebê”, no ParkShoppingBarigui. Mas o Guritiba, segmentação destinada ao público infantil, promoveu um projeto social que levou três espetáculos a algumas escolas públicas da cidade.

Sem ingresso As peças do Festival de Teatro recebem 10% dos ingressos como cortesia para serem doados para imprensa, patrocinadores, amigos e familiares. E quando a companhia não é de Curitiba e não conhece muitas pessoas na capital paranaense, para onde vão estes ingressos? Antigamente, vários destes ingressos eram distribuídos nas mesas de bares e muitas vezes eram confundidos com panfletos e acabavam sendo jogados fora.

No Festival de 2017 o Fringe, subdivisão do evento com maior número de peças, teve mais de 30 apresentações gratuitas, fora as que são “pague o quanto vale” (nas quais o público, após assistir, decide o quanto vai pagar pelo espetáculo) e as que têm valor Para solucionar o problema, mínimo do festival de R$ 6,00. Débora Cristina dos Santos começou junto com um amigo A mostra principal teve cinco da faculdade em 2004 o “Mopeças gratuitas: Nossa Senhovimento dos Sem Ingresso”. ra [da Luz], Involuntários da Pátria, o Campeonato InterEla explica que viu a necessidrag de Gaymada, Próspero e dade de criar o projeto porque os Orixás - a Tempestade, e a “quando eram distribuídos leitura de “Nelson Rodrigues em bares o pessoal não parava Por Ele Mesmo”, por Fernande beber para ver o que era, ou da Montenegro. seja, a maior parte dos ingressos ia para o lixo”.

Débora também explica que o Festival custa R$ 8 milhões e que as cortesias já são pagas com esse dinheiro e que se elas são desperdiçadas é dinheiro investido sem necessidade. “Quem vem buscar aqui são pessoas interessadas, claro que sempre tem uns 10% que pegam e não podem ir por algum imprevisto, mas em geral 90% dos ingressos que vem para gente são utilizados”. A estudante de teatro Daniele Luiza Rocha conta que está em Curitiba faz dois anos e já assistiu várias peças com ingressos do Movimento Sem Ingresso. “Quando soube do projeto eu já adorei a ideia, este ano assisti três peças por eles, recomendo muito”. A atriz e produtora Raquel Franciele, que participa do movimento desde 2007, explica que ele funciona em frente ao Memorial de Curitiba, no centro da cidade, e pelo Facebook. Acontece como uma troca: quem pegou o ingresso deixa um comentário sobre a peça que assistiu nas redes sociais do movimento como um retorno para companhia. Além dos ingressos, Raquel conta que, várias vezes, as companhias ligam para eles avisando que todas as cortesias já foram doadas, mas que, como ainda tem muitos lugares vazios, vão liberar a entrada. “Só no ano passado distribuímos 3 mil ingressos além das entradas liberadas que divulgamos”. Durante os 14 anos de projeto, o Movimento dos Sem Ingresso já distribuiu mais de 25 mil entradas aos participantes.

Segunda Curitiba Mostra Talita Souza 3º Período

Parte Festival de Teatro de Talitado Souza

Além disso, quatro estreias

Curitiba 2017 reservou um

de peças nacionais puderam

lugar para artistas de todo

ser vistas sem custo algum:

o Brasil exporem seus traba-

“Todas”, “Momo: para Gilda

lhos ao público.

com Ardor”, “Para não morrer”

Durante a segunda Curitiba Mostra, o Curitiba Urge, evento que oferece aos grupos locais a oportunidade de se apresentar antes de

e “Eu se errei”. Espectadores também puderam contar com discussões e rodas de conversa com os próprios atores.

espetáculos, trouxe cantores

Ator e espectador, Rodrigo

e atores para interagir com

Gomes, fala da importância

o público nos fundos do

desse evento para a capital

Teatro José Maria, no centro

paranaense. ““As pessoas

da cidade.

vêem, ouvem, assistem,

O cantor e ator mineiro Luiz Rocha já participou três vezes do festival. Duas em espetáculos de rua e outra em uma peça da mostra principal. Neste ano, ele voltou para o espetáculo “Nós” e cantando no Urge. “ O Curitiba Urge foi bem receptivo com meu trabalho. Fiquei feliz em participar”, conta.

voltam para seus lugares de origem e propagam esses assuntos”. Criada com o objetivo de promover intercâmbio e troca entre os artistas da cidade, a mostra é produzida pelo Espaço Cênico. Interatividade, resistência e engajamento político foram alguns dos temas em pauta na edição deste ano.


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Curitiba, 26 de Abril de 2017

Ensaio

Nossa pequena Alemanha Pomerode, em Santa Catarina, é considerada a cidade mais alemã do Brasil. Na época de páscoa eles realizam a Osterfest, com a maior árvore de páscoa do mundo Yasmin Graeml 3º período

Segundo o Guiness, a maior Osterbaum, árvore de páscoa tradicional, está em Pomerode

O festival conta com feira de artesanato, comidas típicas e atrações como a casa do coelhinho

A música tradicional alemã também se faz presente

A Osterbaum adorna várias casas e lojas na festividade


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