Luz no fim da linha Proposta visa promover fidelização e vantagens aos usuários de ônibus.
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Incêndio em Portugal 52 mil hectares foram perdidos pelo fogo e encontrados no abraço de voluntários.
Páginas 10 e 11
Jornalismo Investigativo em cena Série que se passa em Curitiba retrata o dia a dia de uma redação em transição.
Páginas 14 e 15
Curitiba, 19 de Setembro de 2017 - Ano 20 - Número301 - Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Não há vagas! There are no jobs! Desemprego entre os jovens atinge níveis alarmantes Unemployment amongst the young reaches alarming levels Páginas 04 e 05
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Curitiba, 19 de Setembro de 2017
Expediente
Editorial
Distritão aos tolos E
m meio à instabilidade econômica e o caos político em decorrência da crise de identidade de uma autoridade no país, a Câmara dos Deputados, chefiada pelo deputado Rodrigo Maia, resolveu fazer uma reforma política através de Proposta de Emenda Constitucional. Uma das mudanças incluída neste pacote polêmico é o chamado “distritão”. Este novo modelo eleitoral criado no imaginário dos políticos poderá piorar ainda mais a situação que está, se é que isto é possível. Fazendo uma breve retrospeciva histórica, o modelo atual em que o sistema eleitoral decorre vem desde 1950. Este sistema consiste em votar nos deputados e vereadores de forma em que eles sejam eleitos observando o partido em que participam e a legenda coligada. Colocando em termos claros, o eleitor, no caso destes cargos, não vota somente no candidato, mas por consequência vota também
Comunitiras
no partido e na coligação que ele representa. Desta forma, por muitas vezes, são eleitos deputados e vereadores em que o partido arrecadou mais votos, podendo inclusive, entrarem no cargo pelo quociente eleitoral, candidatos que obtiveram uma quantidade inexpressiva de votos. Por este quociente, se calcula a quantidade de cargos que cada partido ou coligação terá direito. Enquanto nos Estados Unidos este tipo de sistema dá certo, no Brasil traria mais confusão e poderia incitar ainda mais a corrupção. Aqui, conforme a Constituição Federal, o sistema eleitoral é baseado no pluripartidarismo, ou seja, há um volume grande de partidos, cada um com seus interesses e ideologias. Se o “distritão” for aprovado, os partidos pequenos sequer terão chance de concorrer, já que não haverá motivo pelas coligações e legendas, estas que são formadoras de acor-
Edição 301 - 2017 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR dos para eleger um candidato em comum. Quem ficará no poder serão aqueles pertencentes aos maiores partidos, perdendo ainda mais a chance de renovação política. Na mesma medida, com pouca chance de se ter novos candidatos, estes que estariam no poder poderiam usá-lo sem limite ao favor deles. Por mais que os acordos partidários expressem interesses por muitas vezes maliciosos, na medida em que o maior ponto de decisão é escolher candidatos que possuam força política para vencer, ainda existe a oportunidade de candidatos menores chegarem ao poder por estarem em partidos ou coligações com votações expressivas. Por mais que o Congresso esteja temeroso após a rejeição pela sociedade deste novo modelo eleitoral, existe o perigo deste “distritão” ser aprovado. Afinal, no Brasil, nada é impossível.
jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES
COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Bruno Talevi
Eliane C. Francisco Maffezzolli
4º Período
COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO
FUNDADOR DO JORNAL
Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS
Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 5º Período
FOTO DA CAPA Paula Moran 3º Período
Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818) EDITORES
PAUTEIROS
Brandow Bispo
Camila Dariva
Damaris Pedro
Cláudia Fernandes
Emilia Jurach
Guilherme Coutinho
Fabiane Coelho
Izabelly Lira
Jéssica Nunes
Thaís Mota
Lamartine Lima
Thiago Rasera
3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período
3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período
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Literário
Labirinto colorido na selva de pedra
Mariana Balan
Em meio aos imponentes prédios do bairro Batel, uma pequena mercearia Mariana Balan 7º Período
A mercearia Tropicale é um resquício doce de um pacato passado
N
uma das mais movimentadas avenidas de Curitiba, entre prédios e shoppings, entre as bolas de demolição que destroem casas antigas para a construção de mais prédios e shoppings, entre supermercados de conhecidas redes, entre o passar de carros e ônibus que fazem tremer as calçadas, encontra-se, tímida, uma mercearia. Aos mais desatentos, que vêm apressados, atrasados para o trabalho ou para o cursinho de inglês, ela passaria batida. Aos que moram nas redondezas, um alento, pequeno refúgio que os faz sentir como se residissem num pequeno bairro. A Mercearia Tropicale existe desde 1994 e sempre funcionou no mesmo ponto da Avenida Visconde de Guarapuava. Tem como carro-chefe as frutas, verduras e legumes. Nos produtos industrializa-
dos, impossível colocar preços tão competitivos quanto os dos grandes supermercados, que dão umas 15 mercearias em tamanho. As maçãs, bananas, limões, mamões, contudo, cuidadosamente dispostos na entrada, carinhosamente escolhidos logo cedinho no Ceasa, fazem toda a diferença. A central de abastecimento fica no bairro periférico do Tatuquara, a uns bons 30 quilômetros dali, distante do Batel dos lulus da pomerânia. Diferença também faz a figura do caixa. Quem fica ali é Mara, proprietária do estabelecimento, que distribui trocos e sorrisos aos passantes e ajuda as senhorinhas com as sacolas amarelas. Enquanto isso, em frente ao mercadinho, a diarista de um imponente prédio nas redondezas, onde moram jovens de classe média alta que vêm do interior para estudar na
capital, pergunta se alguém pode olhar o buldogue inglês alvoroçado – não um lulu da pomerânia – da patroa para poder fazer uma compra rápida. Lá dentro, uma moça toda de branco analisa os morangos (R$ 3,45 a caixa), tão vermelhos quanto a boca de uma criança com gripe. O mercadinho é um labirinto colorido de poucos metros quadrados, o qual se percorre ao som da Ouro Verde FM. Nas caixas de som, um pop dançante do fim dos anos 1980. Cher, provavelmente. Se o começo do caminho é de caixotes que exalam um cheiro tutti-frutti, o restante dos corredores vai dos sucos orgânicos às bolachas recheadas, passando por detergentes, desinfetantes e até produtos japoneses (e se alguém quiser fazer um sushi às 15h?). A loja termina num mar verde de hortaliças e legumes. Couve,
abobrinha, alface, pimentão, salpicados pelo alaranjado das cenouras e pelo vermelho dos tomates rasteiros. Ao fundo, uma funcionária anota os pedidos feitos via telefone que terá de entregar em até 40 minutos aos vizinhos. Mara, a proprietária, que na meia-idade vai ao Ceasa todas as madrugadas, há 23 anos, conta que o ponto já foi sondado. “Um turco quis comprar, mas achei que não era a hora”. Ela, que não é dona do imóvel, teme pelo futuro da mercearia. “Infelizmente, os pequenos se vão… Só ficam os grandes”, lamenta, por trás dos óculos apoiados na ponta do nariz. Os olhos se perdem um pouco. Nisso, o cachorro late lá fora e a traz de volta à realidade. Há mais sorrisos e frutas para distribuir.
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Economia
Cresce o número de jovens desempregados no Brasil A taxa de desocupação na faixa etária entre 14 e 24 anos atinge neste ano patamar recorde desde 2012 Paula Moran 3 ° período
Paula Moran
N
o primeiro trimestre deste ano, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), a taxa de desemprego entre jovens de 14 a 24 anos no Brasil atingiu 45,2%. No mesmo período do ano passado, a taxa era de 24,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A porcentagem equivale a 1,265 milhão de pessoas que estão desempregadas ou em busca de uma vaga de emprego. Agravada pela atual crise econômica no país, a entrada no mercado de trabalho é dificultada. O economista César Rissete afirma que essa é a faixa que mais sente os problemas que as empresas enfrentam no momento, por não estarem em um ritmo maior de produção. Segundo Rissete, por serem, na maioria dos casos, jovens que acabaram de sair do ensino médio e muitas vezes não conseguem dar continuidade a sua formação, fica ainda mais difícil de ingressarem no mercado de trabalho sem possuir qualificações. “Quanto maior a qualificação de uma pessoa, maior tende a ser seu rendimento no trabalho”.
Sites de empregos são frequentemente utilizados por jovens na busca de uma vaga Como a taxa de desocupação desses jovens é grande, o economista diz que muitos recorrem à informalidade, com empregos sem carteira assinada, para ter o mínimo de remuneração. Para a estudante Thainara Miranda, a busca por um emprego se tornou uma necessidade quando veio morar em Curitiba para fazer cursinho, e precisava se manter e pagar por seus estudos. Ela conta que procurava em sites que disponibilizam vagas, saía na rua com o currículo em mãos e procurava lugares que estavam contratando. “Fiz uma entrevista, mas não me deram certeza, então, vi que a única opção seria voltar para uma
cidade mais tranquila, de interior, onde é um pouco mais fácil conseguir um emprego”. Segundo Thainara, os jovens estão muito acomodados e não têm interesse em se qualificar para ingressar no mercado de trabalho. Ela nota que as empresas estão exigentes nas qualificações e na experiência, algo que os jovens não possuem.
Jovens despreparados e soluções a curto prazo Existem oportunidades de emprego para os jovens atualmente, porém essa faixa etária se encontra despreparada para encarar o nível alto de contratação exigido pelas
empresas, segundo a analista de recursos humanos Marystella Freitas. Ela afirma que existem empresas que prezam por contratar pessoas mais novas e oferecem um preparo para que o trabalho seja feito de forma mais eficiente. Uma solução apresentada por Marystella são os cursos tecnólogos, indicados para uma preparação melhor dos jovens que querem uma vaga no mercado de trabalho. “Há instituições como o Senac, por exemplo, que oferecem cursos profissionalizantes em um tempo mais rápido de treinamento e preparação de fácil acesso”, explica.
“Quanto maior a qualificação de uma pessoa, maior tende a ser seu rendimento no trabalho”
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Economia
Jovem Aprendiz abre portas para o mercado de trabalho Izabelly Lira 3 ° período
O
programa de aprendizagem Jovem Aprendiz empregou 12.155 jovens paranaenses no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados divulgados pela assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). O projeto é aplicado pela lei federal desde 2000, e garante 5% a 15% das vagas de empresas de médio e grande porte para os aprendizes. O jovem participante do projeto precisa passar por uma instituição formadora, como o Ensino Social Profissionalizante (Espro), que tem sua sede paranaense localizada em Curitiba. De acordo com a gerente regional do Espro Paraná, Soraia Melchioretto,
a aprendizagem se dá por meio de atividades teóricas na entidade educadora, e práticas na empresa. A instituição faz contato com a empresa e alinha o perfil do jovem. “Eu vou mandar o melhor jovem para a melhor vaga”, afirma Soraia. Faixa etária, gênero e região na qual o jovem mora são os fatores decisivos no processo de triagem. A assistente de importação da Macrosul, Julia Magalhães, entrou na empresa, que produz equipamentos hospitalares, após ter passado pelo Espro. Ela se inscreveu no programa de aprendizagem para iniciar no mercado
de trabalho, e foi chamada um ano depois para começar o curso, que teve duração de três meses. Após a conclusão do programa, ela passou 90 dias fazendo entrevistas – e foi chamada para trabalhar na Macrosul. Após três meses na empresa como jovem aprendiz, Julia foi efetivada. Um dos requisitos, no momento da efetivação, foi que Julia começasse a cursar uma faculdade, e ela optou por Comércio Exterior. Ela ressalta o quanto a instituição educadora foi importante na formação profissional dela: “o Espro foi muito essencial porque todo o conhecimento que eu adquiri
dentro do curso foi o que eu comecei a usar dentro da empresa”. Segundo a diretora de suprimentos e importação da Macrosul, Mônica Tulio, a empresa é a favor do Jovem Aprendiz. “Nós já estamos contratando jovens aprendizes há algum tempo, e para gente teve só benefícios”. De acordo com ela, todas as efetivações foram adequadas ao perfil da empresa. A lei de aprendizagem profissional, que consiste no Jovem Aprendiz, empregou 203,4 mil pessoas nesta faixa etária no primeiro semestre no Brasil, ainda de acordo com a assessoria de imprensa do MTE.
Passo a Passo Como cadastrar seu currículo no site do Espro:
no site e sele1 Entrar cionar a cidade mais próxima de você.
em “Quer ser 2 Clicar Jovem Aprendiz? Cadastre-se aqui!”.
para cadastrar 3 Clique o seu currículo.
os campos 4 Preencha com os seus dados de acesso: CPF, e-mail e senha.
os seus 5 Preencha dados pessoais e informações de contato.
as informa6 Cadastre ções do seu currículo, como: experiência profissional, cursos complementares e formação acadêmica.
em salvar, e 7 Clique pronto! Seu currículo está cadastrado!
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Economy
The amount of unemployed young people in Brazil grows The unemployment rate of the 14-24 years old group reaches in this year its record since 2012 Paula Moran 3rd Period Translated by: Christopher Tomaz Freitas Matheus Maurício Britto Ramos 6th Period
Paula Moran
O
n this year’s first semester, according to the Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), the unemployment rate among young people from 14 to 24 years of age in Brazil reached 45.2%. In the same period last year, the rate was at 24.1%, according to data from the Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). The percentage is equivalent to 1.265 million people that are unemployed or searching for a job opportunity. Aggravated by the current economic crisis in the country, the entry into the job market is hampered. The economist César Rissete says that this is the age group that most feels the problems that companies face at the moment because they are not at a higher rate of production. According to the economist, since they are, in most cases, young people who have just graduated from high school and are often unable to continue their education, it is even harder to enter the job market without having a qualification. “The higher the qualification of a person, the greater their efficiency tends to be at work”.
Job hunting websites are frequently used by young people looking for a job As the unemployment rate of these young people is high, the economist says that many fall back to informality, with jobs without a formal contract, to have the minimum income. For student Thainara Miranda, the search for a job became a necessity when she came to live in Curitiba to study, she had to pay her bills and pay for her studies. She says that she was looking on sites that offer job opportunities, went out caring her resume and searched for places that were hiring. “I did a job interview, but I was not sure about the result,
so I saw that the only option would be to go back to a quieter, country city where it’s a bit easier to get a job.” According to Thainara, the young people are very comfortable and are not interested in getting a qualification to enter the job market. She notices that the companies are demanding a lot of qualification and experience, something that young people do not have.
Unprepared young people and short-term solutions There are job opportunities for young people today, but this age group is unprepared to face the high level of
hiring required by companies, according to human resources analyst Marystella Freitas. She says there are companies that are committed to hiring younger people and are willing to prepare them to get the job done more efficiently. One solution presented by Marystella is the technologists courses, indicated for a better preparation of the young people who want a place in the job market. “There are institutions like Senac, for example, that offer vocational courses in a faster time of training and preparation for easy access” she explains.
“The higher the qualification of a person, the greater their efficiency tends to be at work”
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Economy
Young Apprentice Program opens doors to the job market Izabelly Lira 3rd Period
T
he Young Apprentice “Jovem Aprendiz” apprenticeship program employed 12,155 young people from Paraná in the first half of this year, according to data released by the press office of the Ministry of Labor and Employment (MTE). The project has been implemented by federal law since 2000, and guarantees 5% to 15% of the medium and large size companies’ vacancies for apprentices. The participant of the project needs to go through a training institution, such as the Social Teaching for Professional Purposes “Ensino Social Profissionalizante” (Espro), which has its headquarters
located in Curitiba. According to the regional manager of Espro Paraná, Soraia Melchioretto, the learning takes place through theoretical activities in the educative entity and practices in the company The institution contacts the company and aligns the profile of the young person. “I’m going to send the best young man to the best place,” says Soraia. The age, gender and region in which the young person lives are the decisive factors in the screening process Macrosul’s import assistant, Julia Magalhães, joined the company, which produces hospital equipment, after
having passed Espro. She enrolled in the apprenticeship program to start in the job market, and was called a year later to begin the course, which lasted three months. After completing the program, she spent 90 days doing interviews – and was called to work at Macrosul. After three months in the company as a young apprentice, Julia was made effective One of the requirements, at the time of its implementation, was that Julia began to attend a college and she opted for Foreign Trade. She points out how important the educational institution was in her professional education:
“Espro was very essential because all the knowledge I acquired within the course was what I began to use in the company. According to the director of supplies and imports Macrosul, Monica Tulio, the company is in favor of the Young Apprentice Program. “We’ve been hiring young learners for some time now, and we’ve only had benefits.” According to her, all the effectives were suitable to the profile of the company The professional apprenticeship law, which consists of the Young Apprentice Program, employed 203,400 people in this age group in the
first semester in Brazil, still according to the MTE press office.
Walkthrough How to register your resume on Espro: the site and se1 Visit lect the nearest city. on “Quer ser 2 Click Jovem Aprendiz? -
Cadastre-se aqui!”.
to submit 3 Click your resume.
the fields with 4 Fillyourinacess data: CPF, e-mail and password.
in your 5 Fillpersonal data and
contact information.
your resume 6 Register informations, like: profissional experiences, complementary courses and academic education.
and you’re done! 7 Save Your resume has been registered!
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Política
Desconto na passagem tramita na Câmara Municipal Projeto de lei, se aprovado, beneficiará usuário do transporte coletivo que utiliza o cartão de transporte Larissa Aline Miglioli 3º Período
U
m projeto de lei que prevê desconto no cartão transporte, propostopelo vereador Bruno Pessuti (PSD), começou a tramitar oficialmente no último dia 07 de agosto, em discussão na Câmara Municipal de Curitiba. A expectativa é de que o desconto sirva como um incentivo para as pessoas que usam o transporte coletivo e que possa oferecer mais segurança não só para os passageiros, mas também para os funcionários da Urbanização de Curitiba (URBS). Segundo Pessuti, não apenas o preço, mas a qualidade do serviço ofertado na cidade carece de reformas, principalmente na infraestrutura. Outro problema apontado pelo vereador é a ausência de uma estratégia de fidelização ou benefícios para o usuário frequente.
fator que possibilita o projeto de lei, pois segundo o político, o país passa por uma melhora financeira que favorece sua aplicação imediata. O economista César Rissete aponta que o projeto de lei pode ser um incentivo
para avaliar o transporte público como um todo. “O outro ponto importante é a qualidade. Isso envolve conforto e previsibilidade. Por isso o investimento em tecnologia é parte fundamental da melhora”, complementa Rissete.
Para ela, este projeto de lei irá beneficiar todos que utilizam o transporte coletivo, já que este desconto servirá
“Tecnologia é parte
fundamental da melhora” interessante para “recuperar os usuários perdidos” pelo serviço de transporte coletivo no último aumento da tarifa. O especialista afirma ainda que os gestores públicos devem estar atentos sobretudo à segurança da população e à qualidade do serviço prestado
A empregada doméstica Izone do Prado Ribeiro, 42 anos, utiliza o transporte coletivo seis dias por semana, e conta que gasta mais de R$ 50,00 por semana, sendo aproximadamente R$ 220,00 no mês. Izone afirma não estar contente com o estado em que
como um “atrativo” para as pessoas que deixaram de usar, retornarem. Procurada a fim de prestar esclarecimentos, a assessoria de imprensa da URBS preferiu não se comunicar a respeito do projeto de lei. Larissa Aine Miglioli
Para o vereador, o cliente regular sempre possui vantagens como cartões de fidelidade e bonificações em diversas áreas de consumo, e que esse tipo de prática deve ser estimulada em outros âmbitos. De acordo com Pessuti, o projeto de lei não prejudicará financeiramente a URBS, já que a empresa atualmente conta com um “bolsão” para evitar reajustes futuros. “Há ‘gordura’ para que a gente possa reduzir o preço da passagem, então é possível sim conceder esse desconto”, finaliza Pessuti. O atual cenário econômico é outro
os ônibus se encontram: “nós pegamos os ônibus cheios e sempre algum estraga, mas não tenho outra alternativa”.
Ao entrar em vigor, cartão de transporte oferecerá descontos na passagem
Curitiba, 19 de Setembro de 2017
CNH digital une tecnologia e praticidade
Com o novo formato do documento, não será mais necessário emitir segunda via Gabriel Dittert 3º período
A
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Inovação
Gabriel Dittert
partir do dia 1º de fevereiro de 2018, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinou, por meio de resolução, que estará disponível através de cada Departamento de Trânsito Regional (Detran), a Carteira Nacional de Habilitação eletrônica (CNH-e). O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) será o órgão responsável por fiscalizar e supervisionar a execução do procedimento em relação aos departamentos regionais. De acordo com o diretor do Denatran, Elmer Coelho Vicenzi, o novo formato da CNH-e será compatível com
Detrans têm até fevereiro de 2018 para disponibilizar o download da CNH-e
“ A ideia é que o
aplicativo se torne uma tendência ” todos os smartphones, e poderá ser obtida por meio de um aplicativo que estará disponível nas lojas oficiais da Apple (iPhone) e Google (Android). O download será feito através do QR Code que vem impresso na parte interna das novas CNH’s emitidas em papel, e que pode ser lido e validado de forma offline pelo aplicativo Lince. O diretor também declarou que quando a CNH-e passar a ser oficialmente válida, o condutor que for renovar, ou até mesmo emitir pela primeira vez o documento de habilitação, poderá optar pelo
formato impresso ou somente o digital. “A ideia é que se torne uma tendência, e em breve as pessoas passem a utilizar apenas o aplicativo”, explica. Ele também apontou que as taxas de emissão e renovação estarão a critério do Detran de cada estado. O comerciante Adair Voltoline, 56 anos, conta que não sabia nada sobre a novidade, porém achou muito interessante. Ainda que precise do auxílio das filhas para lidar com o smartphone, ele o acha
indispensável. Voltoline afirma que nunca anda sem a carteira de motorista. A arquiteta Morgana Voltoline, 27 anos, concorda com o pai e acredita que a nova CNH facilitará a vida. “Às vezes você só quer ir rapidinho na padaria, e acaba esquecendo o documento, porém, o celular
você sempre acaba levando”, argumenta ela. Em nota, a assessoria do Detran PR informou que ainda não há um posicionamento oficial de quando começa a ser emitida o novo formato de CNH, pois está aguardando as regras de implementação.
Passo a passo •
Depois de instalar corretamente o aplicativo, haverá uma abertura com um breve tutorial.
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O cadastro deve ser feito pelo portal de serviços do Denatran. Caso o condutor possua certificado digital, poderá atualizar seus dados pelo próprio portal. Caso não utilize deve dirigir-se ao Detran do seu respectivo estado.
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Após a ativação do cadastro, o portal de serviços encaminhará um código para o e-mail cadastrado. Este código é necessário para ativar o cadastro.
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Para logar na plataforma basta inserir o CPF do condutor e a senha que escolheu.
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Logo em seguida o usuário tem acesso ao perfil da CNH-e com frente, verso e QR Code. Dentro do perfil também terá acesso a alguns botões como: ajuda e exportar.
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Internacional
O dia que Portugal ardeu Perdas materiais e emocionais. Falta de organização e assistência aos sobreviventes, os dias de incêndio deixaram marcas em Portugal e no coração dos portugueses Nicolle Heep 5º período
F
oram 64 mortos confirmados, centenas de feridos, mais de 200 desabrigados e desempregados, milhares de animais carbonizados, fábricas queimadas, essas foram algumas das consequências do incêndio que assolou Portugal em junho desse ano, segundo dados divulgados pela Proteção Civil. Ainda de acordo com os dados disponibilizados pelas autoridades, o incêndio florestal teve início às 14 h de sábado, 17 de junho em Pedrógão Grande. No dia 19 de junho já foram confirmados 64 mortos e apenas 70% do incêndio havia sido controlado. O fogo se espalhou para as aldeias ao derredor como Castanheira da Pêra, Graça e a freguesia de Figueiró dos Vinhos. No total foram mais de 52 mil hectares ardidos. A estrada nacional 236-1, que interliga Figueiró dos Vinhos e Castanheira da Pêra foi o local onde 47 pessoas perderam a vida e ficou conhecida como “estrada da morte”. Um balanço anunciado pelo comandante de Proteção Civil de Portugal, Vitor Vaz, no dia 21, mostrou que nesse dia havia mais de 1,2 mil bombeiros em ação. Ele explicou que o incêndio estava em focos repartidos em zonas de difícil acesso. Possível causa da demora para apagar o fogo, que, nesse mesmo dia foi 95% controlado segundo informações da Agência de notícias EFE. A causa do início do incêndio ainda não foi confirmada, foi cogitado trovoada seca, mas essa teoria não foi comprovada e no dia 21 de junho o presidente da liga
dos Bombeiros, Jaime Marta Soares disse que o incêndio teve mão criminosa, no entanto essa teoria ainda está em investigação. Cerca de três dias após o início da tragédia começaram a aparecer voluntários para ajudar os sobreviventes, entre os voluntários estava Narah Borges, 26 anos, uma brasileira em intercâmbio de estudos em Portugal. A intercambista explicou que ela e algumas amigas tiveram interesse em ajudar as vítimas em razão das notícias televisivas. “Eu vi que estavam precisando de ajuda na distribuição de comida e roupas então fui para ajudar como pudesse”,
afirmou Narah. A brasileira também declarou que assim que chegou em Pedrógão como voluntária não havia organização ou um responsável para delegar os voluntários. “Quando cheguei lá eles não tinham controle de nada, ficamos muito tempo sem fazer nada porque em vez de ajudar logo as pessoas, ficavam marcando reuniões para discutir sobre o que estava acontecendo, então eu e minha amiga decidimos agir por conta própria.” A estudante conta que decidiu contribuir na organização de distribuição de roupas além do apoio emocional que deu às vítimas que precisavam conversar e contar sua história.
A Loja Social foi um dos locais transformados pela Câmara Municipal em lugar de depósito e distribuição de roupas em Pedrógão Grande. Anabela Coelho, 37 anos, é responsável pelo funcionamento da loja e explicou que, diferentemente do que se mostrava nas notícias, as roupas estavam acumulando e tinha poucos voluntários para ajudar. “Não tem mais lugar para colocar as roupas, não sei nem por onde começar para organizar tudo isso, com a pouca ajuda que tem, isso demoraria mais de ano”, afirmou ela. Havia pilhas de roupa na rua em razão da falta de lugar para colocá-las, e a distribuição também não tinha uma logística. SeNicolle Heep
Placa queimada pelo fogo em estrada para Pedrógão Grande
Curitiba, 19 de Setembro de 2017
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Internacional Nicolle Heep
pero que sentiram naquela noite “Parecia o fim do mundo, tudo ardeu em segundos. Nos fechamos em casa para esperar o fogo passar e mesmo depois de horas ninguém veio nos acudir. Achamos que iríamos morrer” Ele explicou que apesar de estar ciente de que seus animais e seu sustento estavam a arder, não havia nada que pudesse fazer e calcula a perda em cerca de 40 mil euros. Dora Costa, 34 anos é moradora de Vila Facaia e perdeu
Roupas entulhadas na Loja Social gundo Anabela, os centros de distribuição foram proibidos de levar recursos às casas das vítimas para que elas tenham que ir buscar e se tenha mais controle do que sai e do que entra nesses centros. A questão é que muitos dos sobreviventes de lugares mais afastados não têm carro ou qualquer meio de locomoção, dificultando a retirada de recursos. Outra questão é que algumas pessoas, como a dona Olinda, nem sabem dos centros de distribuição pois não tem telefone nem internet, até mesmo porque grande parte dos fios de telefone e internet foram queimados no incêndio. Olinda acreditava que a Câmara não tinha recursos para ressarcir as perdas materiais. Com isso em mente, um dos voluntários do centro de distribuição de Castanheira da Pêra se prontificou em distribuir folhetos informativos pela aldeia. Além de roupas e comida, quem perdeu bens como terras e animais, tem direito a pedir ressarcimento de tais, na Câmara municipal. Com esse objetivo foi criado o Gabinete Operacional de Recuperação e Reconstrução (GORR), aberto desde o dia 10 de Julho, localizado na Casa de Cultura da cidade. De acordo com Joana, uma das
responsáveis pelo GORR, o gabinete tem como objetivo ajudar física e emocionalmente as vítimas do incêndio. Ou seja, os responsáveis ouvem as necessidades, fazem uma ficha da vítima e quando tiverem os recursos financeiros para tal, as ajudam. As vítimas que vão até lá tem o direito de pedir ressarcimento do valor de terras, animais ou moradia perdidos. Joana explicou que não saberia declarar sobre a existência imediata ou não desses recursos financeiros, mas afirmou que virá e já vem ajuda de vários países Depoda Europa.
os lados então decidi voltar para minha aldeia para avisar a população.” Quando chegou lá, Dora contou que a aldeia já estava a arder e seus filhos estavam sob o cuidado de uma prima. Ela pegou o carro e foi com seus pais e o marido tentar fugir do fogo pela estrada. “Ficamos dois quilômetros debaixo de fogo, gritando por socorro, e quando achamos que íamos morrer, avistei a casa de um tio meu”. Sem notícias dos filhos a sobrevivente passou a noite em um galinheiro, onde se abrigara
“Parecia o fim do mundo, tudo ardeu em segundos” vários familiares e amigos no incêndio. Ela conta que quando o incêndio chegou onde ela estava já era noite, e por curiosidade ela foi em direção ao fogo para saber onde começara. Quando ela e o marido perceberam a intensidade do fogo entraram em desespero. “Tinha fogo de todos
com os pais e o marido. “Geralmente eu tenho nojo, mas naquela noite o calor era tão intenso que me lavei com a água das galinhas”. Depois que o fogo varreu a aldeia, Dora recebeu uma ligação de sua prima dizendo que ela e seus filhos estavam vivos em Vila Facaia. Já
Depoimentos das vítimas
Enquanto alguns gostam de conversar e desabafar sobre a noite da tragédia, outros preferem não relembrar a dor e aflição, tentando apagar o acontecimento de sua memória. O fato é que esse acontecimento deixou marcas, não somente nas terras portuguesas, mas também no coração dos portugueses. Para quem tem interesse em ajudar os sobreviventes, seja de forma financeira ou emocional, pode achar informações no site da GORR (www. cm-pedrogaogrande.pt). Nicolle Heep
Mais do que perda material, os traumas emocionais e psicológicos de quem sobreviveu ao incêndio foram agravantes. Várias famílias perderam terras e animais dos quais tiravam seu sustento. O casal de idosos Alberto e Olinda Zacarias, moradores de Castanheira da Pêra, perderam 19 terras para o fogo. Eles produziam e vendiam mel e vinho, mas agora grande parte ardeu. Filomena Dias e Gomercindo Simões perderam tudo o que tinham, exceto a casa, que por ter janelas e portas de alumínio permaneceu inteira. Gomercindo contou o deses-
eram 2h da madrugada e ela e a família esperaram que um caminhão de bombeiros passasse para voltarem à vila em segurança, mas isso não aconteceu. Então ela pegou o carro e foi por conta própria, mas no meio do caminho o automóvel começou a pegar fogo e ela fez o resto do trajeto a pé. Gritando o nome de seus filhos, ela acabou por achá-los ao pé de um lago. Depois disso, Dora decidiu tornar-se voluntária e ajudar os outros sobreviventes. “É muito bom ajudar. Ajudamos com comida roupas e abraços. E vamos ganhar força para passar por isso, temos conseguir”.
Filomena Dias e Gomercindo Simões em frente às terras queimadas
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Curitiba, 19 de Setembro de 2017
Esportes
Galera das bikes comemora uma década de passeios “Pedala Curitiba” é uma das formas de incentivo à prática esportiva na cidade
O
Thiago Rasera 3º período
O encontro que teve seu início em 2007 na Regional Matriz de Curitiba, ocorre semanalmente e reúne cerca de 50 a 100 participantes, segundo um dos organizadores do evento, Eduardo Galeb Junior. Os circuitos que percorrem alguns bairros da capital, são divididos em níveis de dificuldade e apresentam variação de distância entre 15 e 18 quilômetros.
Thiago Rasera
“Pedala Curitiba” é um passeio ciclístico noturno organizado pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) que acontece em Curitiba.
De acordo com o secretário da SMELJ, Marcello Richa, o Pedala Curitiba visa a participação de todos os públicos em seus passeios e que as rotas tendem a sofrer adaptações de acordo com cada tipo de participante. “Existem passeios com dificuldades baixas, em terrenos mais planos, que são ideais para quem está iniciando e também são realizados percursos com dificuldade mais acentuada, com subidas e declives para ciclistas mais experientes”. Para Richa, a intenção do passeio é atrair quem já pratica o ciclismo para participar, mas também quem está iniciando na modalidade. “A ideia é apresentar passeios tanto para quem está começando quanto quem já pratica há algum tempo, ampliando o alcance da ação e prática do ciclismo”.
Passeio é acompanhado por guardas municipais e serviços de apoio O público do Pedala Curitiba é bem diversificado, apresentando desde jovens até pessoas da terceira idade. O passeio conta com a participação de ciclistas, atletas amadores e profissionais e também grupos de pedalada. Segundo o ciclista Gabriel Zabot, o programa serviu também como uma forma de reunir atletas para praticar o ciclismo. “Quando comecei a andar de bicicleta, em 2012, sentia falta de companhia. Foi então que comecei a procurar grupos que andavam por Curitiba e conheci o BikeNight, que é um grupo de pedalada noturna”. O programa também reúne pessoas que não praticam
atividade física regularmente e conhecem na pedalada uma nova forma de prática esportiva. De acordo com Galeb Junior, o principal objetivo é atender a comunidade em geral visando a saúde do praticante. “A primeira ideia é tirar a pessoa do sedentarismo, trazer para a atividade de pedalar”. Galeb ainda ressalta a importância do ciclismo não somente como uma forma de lazer e saúde. “A partir do momento que você passa a utilizar a bicicleta como diversão, passa a ser uma atividade física e também uma forma de mobilidade urbana”, afirma o organizador. O passeio conta com alguns requisitos básicos para o participante. Dentre eles
estão: ter mais de 15 anos e o uso obrigatório do capacete. Para os atletas mais dedicados o circuito requer também cuidados e preparação. De acordo com Laérico Souza, para percorrer os 17 quilômetros de percurso é necessário cuidados com o corpo. “Não mantinha a prática esportiva antes do passeio, comecei aqui. E hoje para me manter no percurso é preciso uma boa alimentação e regulada à prática do ciclismo”. O programa adere à rotina regular de esportes, pois seus encontros são todas as terças-feiras na Regional Matriz e também ocorre nas regionais de outros bairros de Curitiba.
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Curitiba, 19 de Setembro de 2017
Atletas circenses dispõem de rotina diária de treinamentos Esporte lúdico requer muita prática para o melhor desempenho nas apresentações Daniel Moura 3º período
M
usculação, pilates e treinos diários são preparos físicos que ajudam no desempenho de artistas circenses e pessoas que veem o circo como uma modalidade esportiva. Esse cuidado com o corpo se aproxima com o desempenho de atletas esportivos e, juntos - arte e esporte - podem melhorar a qualidade de vida das pessoas. Yasmim Graeml, que faz aulas circenses desde 2015, as pratica como um esporte e não como um treino artístico. “Odeio academia, o circo foi a resolução dos meus problemas. É um esporte que me ajuda muito a não ficar sedentária de novo”, relata a estudante que treina semanalmente. “Depois que eu comecei os treinos, o meu condicionamento físico evoluiu e isso me motiva muito”, conta a jovem de 19. O público que participa das aulas é bem diversificado e as idades variam entre 15 e 50 anos, mas Yasmim lembra que já teve uma colega de aula que tinha 65 anos.
Daniel Moura
Globo da morte é uma das atrações que mais chamam a atenção do público Dias conta a realidade de seus pacientes: “atendo uma artista circense há dois anos, cujos treinos são extremamente específicos e pesados para o fortalecimento muscular. Mesmo quando ela viaja, eu faço treinos em que ela pode fazer em qualquer lugar”, revela.
“Dança e modalidades circenses são atividades que animam as pessoas”
O preparador físico Guilherme Dias conta que esportes que saem do convencional podem ter um resultado muito positivo. “Dança e modalidades circenses são atividades que animam as pessoas. Isso facilita a qualidade dos treinos e, portanto, apresenta um resultado melhor”, declara.
Esporte
A artista circense Vitória Robatini é motoqueira do globo da morte, uma das poucas nessa modalidade no Brasil. Para Vitória, a rotina dos seus treinos são pesados; cerca de quatro horas por dia, seis dias por semana antes das apresentações.
A importância do condicionamento físico Daniel Moura
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preparação do corpo e o condicionamento físico são a base para uma boa performance artística. Quanto melhor o preparo do artista, maior será o desempenho na atuação e lesões serão evitadas.
corpo, a princípio, é o fortalecimento da musculatura, além de manter a elasticidade e o aquecimento corporal. “Existe um grande número de lesões por falta da manutenção do aquecimento da musculatura”, complementa o médico.
De acordo com o coreógrafo e condicionador físico Juliano Peçanha, é contraindicado começar um exercício sem preparar a musculatura, devido ao estado de repouso em que o corpo se encontra. “O corpo não está preparado para receber tal estímulo. Isso ocasiona lesões sérias e algumas até mesmo irreversíveis”, afirma o professor.
A bailarina Thaynná Viski, 21 anos, revela os efeitos sentidos quando faz alongamentos antes de treinar. “Meu corpo parece outro, ele fica mais receptivo a fazer qualquer coisa”, conta.
O ortopedista Jonathan Zaze conta que o principal cuidado que o atleta deve ter com o
Os bailarinos não são só artistas, também são atletas. Com isso, exise a precisão de fazer aula de condicionamento físico semanalmente para poder trabalhar a musculatura e assim, prevenir lesões.
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Cultura
Curitiba é cenário de seriado sobre jornalismo investigativo Flávia Farhat
Série Contracapa criou seu próprio jornal e aborda temas como a transexualidade e escândalos políticos Flávia Farhat 5º Período
Jornal fictício criado para a série
A
transição da mídia impressa para o ambiente digital é o que roda as engrenagens no enredo de Contracapa, série de TV paranaense assinada pela produtora GP7 Cinema. Com direção de Guto Pasko e codireção do argentino Franco Verdóia, é a primeira série produzida no Paraná projetada para alcançar numerosamente o público da TV aberta. As filmagens tiveram início em 12 de agosto e têm previsão para terminar na primeira quinzena de setembro, concluindo um total de 13 episódios. O fio condutor da narrativa são os desafios de uma equipe de jornalistas que luta para recuperar a credibilidade de um tradicional jornal impresso. A estabilidade destes profissionais é colocada em xeque quando o jornal decide iniciar uma minuciosa investigação acerca de um escândalo político ocorrido três meses antes
das eleições: um influente candidato a governador é flagrado contratando os serviços de uma travesti. Para possibilitar a concepção deste universo jornalístico, os diretores da série articularam um veículo de comunicação fictício. “A Gazeta Brasileira foi criada com base nas atuais transformações da mídia. Observamos jornais que estão trocando a tiragem diária pela semanal e focando em metas de cliques ao invés de vendas”, diz o assistente de direção Fábio Barreira. Em relação às outras referências da série, Barreira afirma que grande parte do roteiro é inspirada em filmes que abordam o caso Watergate (em que o presidente norte-americano Richard Nixon foi cassado por espionar o partido rival), thrillers e seriados criminais. Substituindo o tradicional eixo Rio-São Paulo por um
cenário mais sulista, Contracapa tem todos os episódios gravados em Curitiba. Sobre esta regionalidade marcante, o diretor de produção, Max Leean, comenta: “Curitiba tem um potencial muito grande para filmagens. Nós estamos conseguindo encontrar todos os ambientes que precisamos sem qualquer problema. O legal da série é que nós mostramos muito a cidade, desde o clima e o figurino até a arquitetura”. Leean é responsável por fazer a logística acontecer nos bastidores: checagem de equipamentos, contratação dos técnicos e coordenação artística são algumas das funções que compõe seu trabalho no set de filmagens. Quem assume o cargo de escolha dos atores é a produtora de elenco Raquel Neves. A etapa de triagem do núcleo principal da série, ocorrida durante o último
mês de julho, não foi aberta aos atores em geral, mas feita por meio de convites a artistas selecionados. “O teste através de recomendações evita a convocação de atores despreparados. Gostamos, sim, de receber gente nova, mas como para esta série os papéis são muito específicos, optamos por trabalhar com recomendações de diretores e produtores”, explica Raquel. O projeto da série foi selecionado por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Audiovisual Brasileiro (Prodav), realizado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), que se destina ao financiamento de produções audiovisuais independentes feitas para televisão. Posteriormente, a produtora e os diretores pretendem licenciar a obra para canais fechados e serviços streaming.
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Cultura
Cultura fomenta debate sobre gênero Flávia Farhat
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ntre as produções culturais brasileiras que abordam o assunto da mudança de gênero, está o documentário curitibano Humanos, produzido em 2014. A obra sintetiza a trajetória de transgêneros de diversos estados do país, retratando os dilemas e preconceitos encontrados dentro da sociedade. Dirigido por Camila Lopes, Lucas Amorim e Rita Groch, Humanos surgiu com a ideia
de fotografar residentes do Rio de Janeiro e acabou sendo desenvolvido como um produto audiovisual focado em transexuais que conseguiram se inserir na comunidade de forma mais justa. “Na época em que fizemos o documentário, a transexualidade ainda era vista no Brasil como um transtorno. A aceitação hoje é maior, mas ainda é mínima”, diz Camila. Ainda sobre o trabalho com transgêneros, Camila afirma
que o processo de inclusão social é demorado e não acontecerá da noite para o dia: “as coisas ainda são muito injustas, a troco de nada. A falta de respeito é enorme; a falta de empatia nem se fala. Temos um longo caminho socialmente em termos de preconceito, oportunidades e leis que amparem essas pessoas”. Para a produtora cultura Aliert Lira, o mundo teatral é livre de preconceitos. Existem pessoas de todos os jeitos e
gêneros. “Nas produções em que eu trabalhei e acompanhei, nunca existiu preconceito. Já vi outros produtores trabalhando com pessoas transgêneras e nunca presenciei represálias ou algo do tipo”. A respeito do tema, a coordenadora do curso de especialização em sociologia da educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Sandra Maria Mattar, afirma que o meio
artístico é completamente liberal, mas o preconceito vem da sociedade que ainda não consegue aceitar esse novo gênero. No cenário musical, bandas como As Bahias e a Cozinha Mineira, Liniker e Os Caramelows são alguns dos exemplos da representação de artistas transgêneros no Brasil. Machismo, homofobia e -diversidade de gêneros são temas abordados em suas composições.
“Na época em que fizemos o documentário,
a transexualidade ainda era vista no Brasil como um transtorno”
Atriz transgênera Sophia Collins
Flávia Farhat
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Ensaio
Uma subida que vale a pena Ponto turístico quase obrigatório para os visitantes de Santiago no Chile, o Cerro Santa Lúcia oferece uma vista panorâmica privilegiada da cidade Angélica Klisievicz Lubas 7º período A subida pelas escadas estreitas e com corrimão apenas de um lado pode ser um desafio para alguns
Placas alertam para escadas que acabaram desabando
O desafio é descer pelos degraus íngremes para conhecer as belezas que o cerro possui
A vista mais esperada é a da Cordilheira dos Andes. Com sorte o turista consegue vê-la coberta de neve