Saúde é o que interessa Procura por exercícios voltados para população idosa cresce no Paraná Página 02
Jogue como uma garota Presença feminina no futebol americano levanta questões sobre gênero no esporte
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RIP Mercadorama Walmart, dona de diversas marcas de mercado, fecha tradicional rede do Paraná
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Curitiba, 1 de Dezembro de 2017 - Ano 20 - Número 307- Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Táxi mais barato Abdicando da bandeira 2, taxistas mantêm preços baixos para manter competitividade Página 08
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Cidades
Saúde na terceira idade Apesar do sedentarismo atingir mais da metade de população idosa, o número da procura por exercícios entre a terceira idade aumenta Anelise Wickert e Thamany Oliveira 2º período
Expediente Edição 303- 2017 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
REITOR Waldemiro Gremski
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egundo a Associação Brasileira de Academias em parceria com a PUC-RJ e a PUC-SP, o porcentual de pessoas acima dos 60 anos que passaram a procurar algum tipo de serviço relacionado à saúde aumentou de menos de 5% para 30% em relação a última década. Apesar de não haver algum estudo das academias sobre o número de idosos em relação a outros anos, o relato é de uma procura por exercícios físicos cada vez maior entre a terceira idade. Maria Aparecida Noronha (72), há 6 anos frequenta a academia Body Center, em Curitiba, local em que pratica natação 3 vezes por semana. Maria afirma que antes de entrar para a academia sentia muita dificuldade em nadar, além de se cansar com a própria rotina semanal. Após iniciar a prática do exercício físico, ela conta que a academia não só beneficiou a sua saúde, mas também a sua rotina. “Me sinto mais disposta, e tenho mais vontade de fazer as coisas, a academia me obriga fazer um exercício com prazer 3 vezes por semana’’, diz a aposentada, além disso, complementa ‘’Meu professor é ótimo, ele reconhece as minhas limitações e não exige mais do que eu posso dar’’, conta Maria Aparecida.
Os benefícios do exercício devem ser orientadas por físico para a terceira idade profissionais preparados para Com o decorrer da idade, o corpo apresenta limitações e sinais de envelhecimento. Em uma pesquisa publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro idosos sofre de alguma doença crônica, entre elas a hipertensão, osteoporose, diabetes, e até mesmo a depressão. Por meio do exercício físico é possível prevenir ou aliviar sintomas de problemas que acompanham o envelhecimento da população, melhorando a rotina e o também os relacionamentos sociais dos idosos. Segundo o professor de musculação e personal trainer William Ribeiro, entre os benefícios de se praticar atividades físicas na terceira idade, estão listados alívio de dores, redução de quedas, fortalecimento dos ossos, controle de glicose no sangue, melhorias no sono e na saúde mental, tratamento e prevenção da osteopenia e osteoporose, uma melhora nas atividades rotineiras e ainda do convívio social. Para o professor, as atividades mais indicadas para a terceira idade são pilates e musculação. O profissional ressalta que as atividades físicas
DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES
COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Bruno Talevi
lidar com a faixa etária.
Eliane C. Francisco Maffezzolli
4º Período
Academia especializada para idosos em Curitiba
COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO
FUNDADOR DO JORNAL
A academia Vivere Bene em Curitiba existe desde 2007 e seu grande diferencial é oferecer um serviço de atividades físicas especializadas para pessoas acima de 60 anos. É o único centro em Curitiba que oferece atividades para idosos. Além pilates, ginástica funcional e aulas de dança, a academia oferece oficinas de artesanato, memória, literária, roda de música entre outros. Cada aula tem no máximo 6 alunos, isto porque assim os profissionais podem atender e verificar a realização do exercício por cada aluno.
Outro diferencial oferecido para terceira idade é a possibilidade de buscar o aluno na residência. A academia disponibiliza o serviço de leva e traz, com um carro próprio que busca e leva os alunos com segurança até as suas residências.
Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818)
Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 5º Período
FOTO DA CAPA Luiz Costa Prefeitura de Curitiba
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Orquestra Filarmônica populariza repertório Plateia repleta de crianças lotou o Teatro Guaíra no concerto “Magia”. Filipe Ramos Leticya Pasqualini 2º período Gabriela Savaris 5º período
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uebrando o conceito de que música erudita é ultrapassada e limitada, a Orquestra Filarmônica de Curitiba (OFC) tem realizado concertos que atraem todo o tipo de público e misturam todos os tipos de música. Broadway in Concert, Cinema in Concert e Magia são apenas
os sucessos da broadway. O evento contou com a participação de cerca de 80 artistas, entre eles: cantores, músicos e atores. No dia das crianças, a OFC realizou o concerto Magia, um show com trilhas sonoras dos filmes infantis tocados
“É uma maneira de aproximar mais os diversos públicos” alguns dos eventos realizados pela OFC nos últimos meses, lotando grandes palcos como o Teatro Guaíra e Positivo.
pela orquestra com a participação de personagens. O espetáculo contou com cerca de 2 mil pessoas.
O grupo foi criado em 2012, mas no último ano, o foco e a proposta foram adaptados. A responsável pela criação e direção da orquestra, Kika Marquardt, diz que, no princípio, a OFC trabalharia apenas com eventos, mas Marquardt percebeu que a orquestra poderia ser um grupo procurado, com festivais e concertos que gerassem grande venda de ingressos e fãs.
Impressões da mudança
O concerto Cinema in Concert, realizado em abril e em setembro, teve em sua programação a trilha sonora de filmes como Star Wars, Harry Potter, Indiana Jones, entre outros. Os ingressos para os dois eventos foram esgotados, e o Guairão teve lotação máxima. Broadway in concert, outro show em que houve lotação máxima e venda total dos ingressos, contempla
Shana Karin Bolsi é administradora, pianista e grande fã da música clássica, e levou seu filho ao evento. Para ela, é uma oportunidade de mostrar a música erudita de uma forma interessante e estimulante. “Trazer ele a uma orquestra normal seria impossível, ele iria dormir nos primeiros 15 minutos (...) Então, a ideia foi trazer ele a esse contexto adaptado, para que ele possa começar a se apaixonar pela música clássica”, explica ela. Essa junção da música erudita e da música popular, crossover, é uma transformação no repertório que teve grande impacto na Filarmônica de Curitiba. A diretora explica que muitas pessoas já queriam essa adaptação. “Isso era
um pedido que vinha do próprio público para os músicos (...) Então, a gente reconheceu que havia essa demanda no mercado e apostamos com tudo”, afirma. Segundo o maestro da OFC, Alexandre Brasolim, essa tentativa de aproximar o público, gerou grandes resultados. Para ele, a orquestra moderna abrange um universo muito maior do que apenas o que os grupos normalmente tocam. “A nossa ideia é caminhar para um lado de repertórios que não foram feitos pelas outras orquestras”, declara Brasolim. O maestro também ressalta a necessidade de valorizar a música popular e a riqueza de várias das músicas que eles têm apresentado em seus concertos: são músicas muito bem escritas, muito ricas”. Apesar de existir um conceito sobre quem deve consumir a música erudita, o maestro explica que a música é para todos. “ Não precisa ser um erudito em música clássica, basta sentar no teatro, relaxar e ouvir (...) é só começar a ouvir que você vai se apaixonar, vai querer estar em todos os concertos por aqui”. Músico e professor no Conservatório de Música Popular Brasileira, Marcelo Pereira vê de forma positiva essa mudança de repertório, e diz que é uma maneira de aproximar mais os diversos públicos que não estão acostumados a frequentar espetáculos clássicos. “Com essa mudança de estilo, a música clássica não perde nenhuma essência e, sim, traz muito mais conteúdo. Com isso, aumenta
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Cultura
o público dependendo do gosto musical, como, por exemplo, amantes de Beethoven”, explica Pereira. O músico ainda aponta para a necessidade dos espetáculos atenderem ao público e à cultura. “Como todo show é um grande empenho, é algo contínuo e deve ser feito junto à sociedade, ouvindo o que eles gostam e trazendo um som de qualidade (...) Trabalhar a valorização da cultura, de conservação de espaços culturais e de acesso à nossa cultura, pois sem cultura não se muda nada”, declara ele. A OFC tem feito a maior parte dos seus eventos no Teatro Guaíra, nào tendo conexào. Diferente da Orquestra Sinfônica do Paraná, que é mantida pelo governo e trabalha com o Guaíra, a OFC é não governamental e loca o auditório como qualquer outro grupo musical. O preço dos ingressos podem variar de R$ 20,00 até R$ 80,00. O grupo não tem nenhum concerto na agenda para os próximos meses, mas, segundo a direção, o público deve esperar grandes projetos e eventos trazendo novidades para o futuro. A Orquestra Sinfônica do Paraná realizou no dia 22 de outubro, no palco do Teatro Guaíra, o “Concerto para Crianças”. Sob a regência do maestro Stefan Geiger, o concerto retratou a música de Howard Blake em sua produção “The Snowman” (O Boneco de Neve). O evento ainda contou com a coreografia “Brincar e Dançar”, apresentada por 21 alunos da Escola de Dança Teatro Guaíra, que interagiram com o público.
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Cidades
Crescimento do futebol americano no Brasil atrai público feminino Etienne Du Jardin
Mulheres ainda relatam casos de machismo no meio esportivo Camille Casarini Evelyn Rodrigues Helena Sbrissia 2º período
Parte da equipe do NFL Luluzinha Club
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om um aumento de 800% de 2013 a 2016, a NFL (National Football League) vem conquistando cada vez mais o público brasileiro. Segundo o IBOPE, o Super Bowl LI - a final do campeonato de futebol americano - além de ter um aumento de 35% no público geral em relação à edição anterior, também registrou uma marca de quatro mulheres a cada 10 telespectadores. Em uma pesquisa realizada no Twitter, com cerca de 19 mil pessoas, o narrador dos canais ESPN Everaldo Marques fez uma média de público aqui no Brasil: cerca de 20% dos telespectadores são mulheres. Por ser considerado um esporte masculino, a taxa, além de significativa, vem mostrando aumento nos últimos anos. Em entrevista concedida ao portal NovoVarejo, o diretor comercial da Netshoes aponta
um crescimento de 49% na receita gerada pela venda de produtos relacionados ao futebol americano de 2016 em relação a 2015, o que impulsionou também uma parceria com a marca New Era, que começou a produção de novos artigos destinados ao público feminino.
sobre as regras na internet. “Eu não achava nada que fosse para quem estava começando e tinha muito conteúdo machista, quando achava algo em português. Aí eu pensei: se eu estou começando e tendo essa dificuldade, outras meninas podem estar passando por isso.”
“A importância do crescimento do público feminino é gigante.” diz a idealizadora do projeto NFL Luluzinha Club, o primeiro blog do esporte escrito apenas por mulheres do Brasil, Etienne Du Jardin. “Esporte é algo universal, democrático. Mulher pode e deve gostar e acompanhar os esportes tanto quanto os homens. Isso traz representatividade e nos incentiva.”
A dificuldade levou à criação do blog NFL Luluzinha Club em 2013, que conta hoje com mais de 30 colaboradoras e que cobre além dos times americanos, os campeonatos brasileiros, inclusive femininos. Segundo ela o portal nunca foi um site para mulheres, mas sim um site feito por mulheres, com uma outra visão e linha editorial para o esporte.
Etienne revela que quando começou a acompanhar o esporte, buscava as informações
“Somos diferentes dos homens na forma de pensar e sentir as coisas. Ter uma visão
dos dois lados só faz com que o esporte ganhe e tome proporções maiores.” Para Etienne, o pioneirismo do blog abriu portas para que cada vez mais mulheres falassem sobre o assunto. “Quanto mais mulheres tivermos envolvidas com o esporte, melhor. Por isso estamos sempre de portas abertas para quem quiser contribuir, mesmo os meninos - já que temos uma coluna pra eles no site” completa. Para a estudante Carol Grigori, também colaboradora do Luluzinha Club, mais importante que uma segregação é a visão geral como uma pessoa que entende do esporte. “Cada um tem uma visão, independente do sexo, então todas as opiniões e visões são importantíssimas” diz. “O espaço que temos conquistado é incrível, mas uma separação pode acabar atrapalhando.”
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Esportes
Declarações machistas de jogador geram revolta em redes sociais Luta pelos direitos iguais dentro do mundo esportivo faz parte do dia-a-dia das mulheres que gostam de futebol americano
Equipe do NFL Luluzinha Club celebra crescimento do esporte para mulheres “É engraçado ouvir uma mulher falar sobre rotas.” A declaração do quarterback do Carolina Panthers, Cam Newton, para a jornalista Jourdan Rodrigue, foi considerada de mau-gosto e sexista por veículos de comunicação ao redor do mundo e gerou polêmica no mundo esportivo. Cenas como essa são ainda muito comuns até mesmo no Brasil - que ainda vem se abrindo para o esporte - e em conversas informais. “No início, ouvi algumas piadinhas machistas, comentários babacas, mas não aplaudo maluco. Jamais. E até hoje é assim: a gente não dá ibope para machismo, para comentários sem cabimento” diz Etienne Du Jardin. A companheira de blog de Etienne, Carol Grigori, inclusive relata um desses episódios: “Compartilhei uma matéria de minha autoria para o Luluzinha em meu Facebook, e um rapaz comentou perguntando se eu realmente tinha feito aquilo ou copiado de algum lugar. Depois ele se justificou, dizendo que eu parecia entender tanto do esporte na matéria que ele duvidou que se tratasse de uma mulher escrevendo.” Outro episódio recente foi o sofrido por Beth Mowins, jornalista norte-americana.
Ela representa um marco na história da transmissão de esportes, já que foi a primeira mulher a narrar um jogo em rede nacional na história da franquia NFL. Após o jogo, ocorrido na Monday Night Football do dia 11 de setembro, Beth decidiu postar algumas das ofensas que recebeu durante a transmissão em suas redes sociais. “Não sou machista, mas não me empolgo em ver uma mulher narrar futebol americano” e “ter uma mulher narrando acabou com minha noite, é horrível ouvir uma mulher narrando futebol americano” foram algumas delas. “É como se o público feminino não pudesse gostar de assistir o jogo. Temos que nos preocupar com o cabelo ou o físico do jogador, e não pelas jogadas ou o jogo em si”, diz Hanna Loureiro. A fã do esporte Aline Bonn comenta que já cansou de ver o preconceito partir até mesmo dos amigos próximos. Ela relata um episódio em que estava acompanhando o jogo de seu time em um bar, quando o garçom trocou de canal. Ao perceber a reprovação por causa de seu ato, ele perguntou se o jogo estava sendo protagonizado por mulheres.
“É como se eu só pudesse acompanhar um esporte se fosse ‘coisa para mulher’ ou algo do gênero.”
Recente reconhecimento A estréia de Beth Mowins inspirou os canais ESPN, que detém os direitos da franquia NFL aqui no Brasil, a contratarem, para o mesmo jogo, uma comentarista feminina local. E assim foi a primeira aparição de Paula Ivoglo, criadora do blog feminino NFL de Bolsa, como comentarista em um jogo de futebol americano. Ao contrário de Beth, Paula teve um bom recebimento do público geral aqui no Brasil. O vice-presidente de Jornalismo e Produção da ESPN no Brasil, João Palomino, além de apontar a naturalidade das falas da comentarista, completa: “A repercussão foi bastante positiva. Recebemos muitos comentários destacando a iniciativa e a participação de uma especialista. E que bom que este momento serve ainda mais para debater interação e integração.” A estudante Ana Beatriz Quirino conta que sua paixão pelo futebol americano vem da infância através de filmes que assistia e de um familiar que morou nos Estados Unidos
e trouxe a cultura do esporte para a família. Ana também afirma que já presenciou preconceito com relação ao seu gosto pelo esporte. “Mulheres não devem jogar” ou “isso não é coisa pra mulher” são reações frequentes. Apesar disso, a estudante afirma que a visão feminina no esporte e o crescimento da mulher em áreas que antes eram ocupadas apenas pelos homens é de suma importância. A professora e fã do esporte Hanna Loureiro afirma que apesar da quebra de paradigmas por causa da representatividade feminina em todas as instâncias, o buraco é mais embaixo. “Ainda há muita cobrança quando se é mulher e comentarista, árbitra ou qualquer outra profissão ‘originalmente masculina’, pois há uma depreciação enorme da atividade da mulher nessas áreas.” “É claro que a construção social da mulher é diferente da de um homem, mas no sentido esportivo precisamos mostrar que não há necessidade de diferenciar gêneros”, completa Hanna.
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Economia
Walmart fecha Mercadorama para unificar marcas Mercadorama, BIG e outras marcas brasileiras serão “reinventadas” durante os próximos 3 anos, com investimentos em torno de R$ 1,5 bi Bruno Previdi Henrique Zanforlin Isabela Lemos 2ª período
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achada nova, ambientes planejados e operação mais ágil com preços mais “competitivos”. É isso que promete a rede mundial de supermercados Walmart para o Brasil. Após comprar marcas famosas de varejo e atacado, tais como BIG, Nacional e a marca paranaense Mercadorama, a empresa agora apresenta uma proposta desafiadora: unificar as bandeiras. De acordo com Milton Brandt, diretor financeiro do Walmart Brasil, manter várias marcas se tornou algo caro e pouco prático. “No caso do Paraná, por exemplo, onde temos convivendo a marca Mercadorama com a marca Walmart. O gasto que temos, o investimento que precisamos para comunicar é o dobro. As televisões e outros canais cobram por bandeira, assim, com uma única marca, faço uma comunicação mais efetiva com o mesmo dinheiro”, afirma.
Reputação A preocupação da marca também tem a ver com a imagem que chega até o consumidor. Segundo Brandt, o próprio Mercadorama já não atendia ao que chamou de “proposta de valor” da rede que o administra. “A proposta nossa de maneira alguma é pegar a marca Mercadorama como está hoje e simplesmente mudar o nome para Walmart. A gente entende que a maioria das lojas precisa de uma revisão de proposta de valor” disse, negando que a ideia de mudar o nome já existisse quando os supermercados locais foram comprados “a
discussão começou assim: ‘Será que conseguimos nos diferenciar da concorrência?’ e acabou aparecendo a discussão da marca. Aí a gente falou ‘poxa, vamos buscar o melhor dos mundos’”.
E o que muda? Usando o conceito “fresh”, os novos Walmart pretendem atrair o consumidor em todas as áreas do supermercado, sobretudo nos perecíveis. De acordo com o diretor financeiro, essa é a área de maior trânsito nas lojas e por isso ela está recebendo mais atenção. “Você compra um amaciante por mês, o que te leva no supermercado toda semana ou mais é justamente a compra de perecíveis. Os racks de perecíveis serão diferenciados, a iluminação, isso é o que vai diferenciar a gente da concorrência”, afirma. Os corredores também serão renovados. “A gente tá aumentando os corredores da loja, então aquela história de trombar carrinho, que é horrível, acreditamos que não vai ter mais. A gente tá trocando todos os carrinhos por carrinhos de plástico - ruído zero do carrinho. Estamos também baixando a altura das gôndolas para 1,80m. Assim, você vai conseguir identificar qual é o canto em que está a padaria, onde ficam os eletrônicos, assim dá uma sensação de que a loja é maior”, e completa, “Estaremos trocando toda a comunicação visual da loja. O Mercadorama hoje é meio apagado, desgastado. A loja vai passar a ter um visual verde e amarelo, para dar uma
ideia de “fresh”, a loja então vai ser muito mais chamativa do que é hoje”. Em 2015, mais de 30 lojas da rede foram fechadas em todo o estado. Funcionários foram desligados ou fizeram acordos de demissão. A proposta agora é fazer treinamentos com as equipes que já existem para a nova fase. Não há planos de demissões, nem de construção de novas lojas, como explica Monan Nardoni, do Sindicato dos Empregados no Comécio Varejista de Gêneros Alimentícios (SIEMERC), que representa os funcionários dos supermercados “Acredito que o que eles tinham que dispensar, já dispensaram. Acho que agora estão até com poucos funcionários”.
Clientes Para os consumidores, a maior preocupação é em relação aos preços e à qualidade do serviço. Estudante de Arquitetura e Urbanismo Raphaella Hammes, que costuma fazer compras em um Mercadorama que já está passando pela transição, disse o seguinte: “No geral, os preços são bem acessíveis. Em uma compra do mês, eu gasto no máximo R$300 para duas pessoas, e em outros mercados eu gastaria muito mais. O que me incomodava muito é que não tinha uma variedade de produtos, coisas mais específicas não se encontravam lá”. Ela também falou sobre a reforma “É um caos. Virou um labirinto porque colocaram várias máquinas e isso está gerando um pouco de confu-
são lá dentro, mas é aceitável porque é melhoria para nós”.
Futuro Quando questionado sobre os próximos passos da empresa, o CFO afirmou que abrir novos locais não é prioridade “Se eu tenho uma loja que não entrega a proposta que eu tenho hoje, não adianta abrir uma outra loja e deixar a que eu tenho sofrendo”. Segundo ele, a proposta é de fortalecer a empresa no Brasil “O que a gente espera com essa reinvenção é reforçar nossa presença nas regiões que a gente já é importante (sul e nordeste) aí sim, depois de ter feito isso, a gente deve pensar em expansão”. Brandt também esclarece que apenas os supermercados e hipermercados serão unificados “O Sam´s Club, o Maxi e o Todo Dia, que são outros formatos de lojas, permanecem iguais.”
História O Mercadorama nasceu em um armazém de secos e molhados, aberto no começo do século XX pela família Demeterco, na praça Tiradentes, Centro de Curitiba. Em 1947, foi fundada a rede de supermercados considerada pioneira em autoatendimento. Na década de 1990, a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) listou a rede como a maior do estado. Em 1998, o Mercadorama foi vendido para a Sonae Distribuição, que expandiu a marca e vendeu todas as lojas em 2005 para a rede internacional de supermercados Walmart.
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Economia
Venda de carros usados e seminovos cresce no Paraná Paraná ocupa terceira posição no ranking nacional de financiamento de carros novos e usados, segundo pesquisa feita pela B3 Bernardo Nadaleti Gonzalez Luana Vanda Cabral Fogaça Thiliane Leitoles 2º período
Divulgação
Feirões e plantões de venda foram estimulados pelo uso do FGTS
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primeiro semestre de 2017 contou com o crescimento de, aproximadamente, 4% na comercialização de carros seminovos e usados no Paraná, de acordo com a Associação de Veículos Automotores no Estado do Paraná (Assovepar). A associação registrou quase 460.000 veículos vendidos entre janeiro e junho deste ano. Comparado ao ano de 2016, teve um aumento de quase 18.000 automóveis no ano de 2017. O presidente da Assovepar, Silvan Dal Bello, afirma em nota que, em 2017, foi notória a saída da economia brasileira da estagnação, tornando possível maior otimismo ao mercado e ao consumidor. O presidente demonstra grande expectativa para o segundo semestre “com o consumidor mais consciente e valorizando seu dinheiro, ao analisar o custo-benefício, o que podemos esperar é que as vendas sejam ainda mais promissoras neste segundo semestre, que conta também com a injeção do 13º salário, e que possamos fechar o ano com um volume superior ao registrado em 2016” disse em jornal publicado pela imprensa da Assovepar. A pesquisa realizada pela B3, empresa privada com o maior número de títulos depositados
na América Latina e composta pelas atividades da BM&FBOVESPA e pela Cetip, deixou o estado do Paraná em terceiro lugar no ranking nacional de financiamentos automobilísticos, ficando atrás, apenas, de São Paulo e Minas Gerais. Mais de 33 mil veículos foram financiados em julho no Paraná. E, com esse número, o Estado se mantém na liderança no ranking da região Sul. A Assovepar diz que a cada cinco pessoas interessadas no financiamento de um carro seminovo neste ano, uma estava interessada em trabalhar como motorista do Uber. O motorista de Uber, Eric Fabiano, de 42 anos, afirma que já trabalhava para o aplicativo, mas este ano resolveu investir e comprar um carro automático. Segundo Eric, os preços dos carros usados e seminovos estão mais atrativos se comparados aos do ano passado “não vale a pena comprar um carro novo, a qualidade e o preço de um seminovo compensam bem mais”. O mecânico e vendedor de carros Carlos Eduardo Teixeira fala sobre as precauções que se deve ter na compra de um carro, como fazer checkup e ver a quilometragem, levando sempre uma pessoa que entenda de automóveis
para fazer a verificação do veículo. Carlos diz que a compra de um carro depende, principalmente, da situação econômica do indivíduo, mas em relação a custos e gastos o mecânico afirma que a melhor opção, em questão de economia, são os carros populares 1.0 que tem baixo consumo de combustível. Entretanto, em questão de benefícios, o vendedor considera os carros novos a melhor opção pois não tem tantas exigências e burocracias.
FGTS Influencia Com a estabilização da economia, a queda dos juros, concessão de crédito normalizada por parte dos bancos e a liberação do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), houve uma melhoria e aumento nas vendas de carros usados e seminovos no Paraná. O dono da concessionária Magevel Veículos, em São José dos Pinhais, Antônio Dantas, acredita que a liberação do FGTS teve grande influência na motivação dos consumidores em investir em um carro seminovo no ano de 2017. O vendedor, Marcelo Znitti, afirma que no primeiro semestre as vendas aumentaram em 10% e a expectativa para o fim do ano são grandes
e explica que a liberação do FGTS foi significativa, “antes de dez clientes que vinham aqui (loja de carros usados e seminovos) um conseguia credito, agora mais da metade conseguem, utilizando o FGTS como entrada, essa liberação nos afetou diretamente e para um lado positivo”. O vendedor de automóveis usados e seminovos Adrian Fabienski afirma que em 2017 as vendas melhoraram, porem as vendas aumentaram a partir do meio do ano. Adrian tem boas expectativas para o segundo semestre do ano, o vendedor acredita que o aumento das vendas se deve pela facilidade de financiamentos, “hoje em dia a maior dificuldade é financiamento, o crédito, a questão da liberação de credito é um dos fatores mais difíceis, hoje se conseguir a liberação a liberação a venda fica muito mais fácil”. Adrian citou que a maioria dos clientes procuram uma compra sem entrada, mas após a liberação do fundo de garantia (FGTS) o cenário mudou, “a liberação do FGTS serviu para dar a entrada na compra de veículos, de dez clientes que entram na loja, seis querem dar entrada, e isso mudou, pois, dando a entrada o financiamento fica mais simples, mais fácil”.
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Economia
Taxistas em Curitiba permanecem na bandeira 1 no mês de dezembro Motoristas abrem mão de aumento autorizado por lei para competir com aplicativos Por Gabriela Savaris Yuri Bascopë 5ºperíodo
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arte dos taxistas de Curitiba irão rodar o mês de dezembro na bandeira normal em corridas realizadas a qualquer hora do dia, ao invés da tradicional bandeira 2. A medida visa aumentar a concorrência contra os aplicativos de viagens de carros que rodam pela cidade. Autorizada por lei municipal desde 1995, cobrança mais cara no último mês do ano serve como 13º salário aos profissionais da categoria. O Presidente da União dos Taxistas de Curitiba (UTC), Eduardo Fernandes, declarou que a iniciativa serve para
acompanhar a transformação do Mercado de Transporte Individual de Passageiros. Segundo Fernandes, o fato de que o táxi é um serviço tradicional, de mais de 40 anos, não é um fator que garante o trabalho dos motoristas, é preciso inovar.
Segundo a Urbanização de Curitiba S.A (Urbs), aderir ou não à bandeira 2 no mês de dezembro é facultativo.
Nos últimos anos, as empresas de táxi tem investido em aplicativos e na modernização das centrais para buscar essa inovação.
Além disso, o taxímetro deve ser configurado para que a troca das bandeiras, que seria feita automaticamente em dezembro, não ocorra e o motorista possa permanecer na bandeira atual.
Agora no mês de dezembro, cada central vai ter sua própria forma de desconto ou promoção, aderindo ou não à bandeira 2.
Diminuição no preço é estratégia para competir com aplicativos
Porém os taxistas que quiserem permanecer na bandeira normal devem buscar uma autorização na sede da entidade.
Os taxistas que desejarem participar, devem voltar em Janeiro para configurar nova-
mente o seu taxímetro para o modo automático. Nas duas bandeiras, o preço fixo do taxímetro é R$ 5,40. O que muda é o preço por quilômetro rodado que é R$2,70 na bandeira 1 e R$ 3,30 na bandeira 2. A tarifa mais cara pode ser cobrada todos os dias depois das 20h até às 6h do dia seguinte. Durantes os finais de semana, a bandeira 2 começa a funcionar às 13h do sábado e segue até às 6h do próximo dia útil. Luiz Costa
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Cidades
Evento comemora o Dia do Deficiente Durante todo dia de hoje a praça da Espanha receberá atrações musicais voltadas para o dia internacional do deficiente. Bernardo Gonzalez Leonardo Cordasso Thales Godinho 2º período
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contece neste sábado (1), um evento chamado de “Mudando o Mundo “, para comemorar o dia internacional do deficiente em Curitiba organizado pelo projeto Lyra, uma ação voluntária da “VRcom assessoria de imprensa”. O evento terá diversas apresentações musicais inclusive contando com três artistas deficientes. Segundo a organizadora Amanda Lyra o objetivo do
rante, conta que mesmo como artista, ainda tem dificuldades de acessibilidade, “a acessibilidade é sempre pensada para o público e quase nunca para o artista”. A expectativa de público segundo a organizadora é de até cinco mil pessoas durante o dia todo na Praça da Espanha no Bigorrilho, o evento que começa às 9h da manhã com abertura com o prefeito Rafael Greca e autoridades e
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Nay Klym
Pulga, Ravi Brasileiro, Danilo Rudah, Marcelo Viana, Mônica Bezerra, Vinícius Mello, Jangui Sebastian, Acoustica, Cris Oliver, Red Francis, Luisão Andrade, Johaine, Rafiusk, Gus Piasecki, Gabi Nickel, Deni T, Daio Baroni. O projeto Lyra desde maio faz apresentações semanais, de música, dança, teatro entre outras artes, em sete escolas especiais, e neste evento vai incluir a tradução em libras. A
“a acessibilidade é sempre
pensada para o público e quase nunca para o artista” evento é alcançar estudantes de escolas públicas especiais que não tem acesso a música e a artistas. Amanda Lyra, que sofreu um acidente e passou a ser cadei-
Evento em anos interiores.
encerramento as 15h:40 com todos os músicos reunidos. A apresentação fica por conta Luigi Poniwass e conta com a participação de diversos artistas, Garça Stival, Ronaldo Dom, Letícia Kivel, André
Secretaria da pessoa com deficiência, vinculada a prefeitura, que promove eventos similares todos os anos alega falta de verba este ano e indicou que não faria nenhum evento para comemorar a data.
Evento visa alcançar estudantes Nay Klym