suplemento de natal 2010

Os melhores presentes da região

Joaquim Dâmaso

Este ano, surpreenda família e amigos com ofertas originais. Mas não descure o embrulho. O REGIÃO DE LEIRIA oferece-lhe neste suplemento uma forma diferente de envolver os seus presentes.

Descubra-a nas páginas centrais

2010

Natal

17 de Dezembro de 2010 Este suplemento é parte integrante da edição número 3848 do semanário Região de Leiria. Não pode ser vendido separadamente.

Especial // Natal 2010

Um Natal com açúcar á que pensar o racionamento da venda de açúcar, provocado pela carência de matérias-primas.

Dá que pensar, porque o Natal não existe sem açúcar. Para alguns. Para outros - aqueles a quem foi racionado quase tudo o que adoça a vida - o Natal será bastante amargo.

Este suplemento do REGIÃO DE LEIRIA mostra muitas formas possíveis de viver o Natal. Traz ideias e sugestões de presentes, de decoração e de receitas. Revela até modos inusitados de celebrar a data.

Infelizmente, não traz a fórmula que permite viver a quadra em pleno: rodeados de família e amigos, com saúde, dinheiro e muita esperança no futuro.

Este suplemento não traz essa fórmula, porque ela não existe. Mas traz uma novidade: várias folhas de papel de embrulho que pode destacar e aproveitar para dar um toque diferente aos seus presentes.

Este papel de embrulho é o nosso torrão de açúcar. É uma forma diferente de adoçar esta quadra e de lhe desejar Feliz Natal!

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Patrícia Duarte Directora Executiva

Ficha Técnica Director Francisco Rebelo dos Santos Directora Executiva Patrícia Duarte Textos Jacinta Romão e Martine Rainho Fotografia Joaquim Dâmaso e Sérgio Claro Direcção Comercial Alda Moreira Publicidade João Agrela Lúcia Alves, Luís Vieira, Márcia Costa e Sandra Nicolau Infografia e ilustração Rita Bernarda Paginação Cristina Silva (coordenadora), Carlos Alberto Cardoso, Eduarda Lopes e Vítor Pedrosa Impressão Sogapal Tiragem 20.000 Este suplemento é parte integrante da edição nº 3848 de 17 de Dezembro de 2010 do Semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendido separadamente.

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Região de Leiria — 17 Dezembro, 2010

Natal espírito de partilha e renovação

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Natal pode não trazer surpresas. Faz parte da tradição. É tempo de partilha. As famílias juntam-se e com maior ou menor fausto, mais ou menos emoções, renovam a consoada. Comemoram um acontecimento religioso. Reproduzem a narração bíblica do nascimento de Cristo na decoração da casa, umas por fé e devoção. Outras nem tanto e algumas sem devoção ou ligação alguma à religião. Verdadeiramente nada de novo acontece.

As pessoas sim. Oferecem sempre algo de inesperado. Fomos, por isso, à sua procura. Conversar. Espreitar os sinais de Natal em casa. Aferir a disposição para falar de si, desvendar um pouco daquilo que pensam, das suas vidas, tenha, ou talvez não, a ver com a quadra festiva que atravessamos.

Os retratos “ligeiros e apressados”, reservados por uma publicação como esta são disso o exemplo. Uma médica, um juiz, um advogado, uma arquitecta, o quadro directivo de uma cadeia de lojas internacional, uma escultora.

Educação e formação diversas, muitas singularidades os definem. Em comum têm a particularidade de serem portugueses e de comemorarem o Natal.

Além de conversarem, falarem de si.

Para cada vez mais pessoas, o espírito que preside a esta quadra só tem verdadeiro sentido se derem um pouco de si próprias para felicidade de outras. Por isso, vão organizando

actividades diversas que apelam ao espírito de entreajuda. E congregam esforços junto das instituições existentes. É o caso do jantar de Natal para os sem-abrigo que o Académico de Leiria repete, este ano, pela terceira vez. Para além da comida, pretende-se levar calor humano a quem dele precisa. E reunir à mesa uma numerosa e calorosa “família”.

Acontece antes do Natal e integrase no espírito solidário da quadra. É já no próximo dia 21 de Dezembro, no salão dos Bombeiros Municipais. Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria, será um dos voluntários de serviço no jantar onde “cada pessoa pode dar um pouco de tempo” aos sem-abrigo da cidade. Por um dia.

Pelo contrário, os membros da Liga dos Amigos do Hospital de Santo André estão lá todos os dias. Para oferecer uma palavra amiga, uma ajuda aos doentes. Ausentam-se no Natal e no mês de Agosto.

Na Marinha Grande, a associação ASURPI repete um almoço festivo que comemora 34 anos. Matar saudades, conviver, divertir-se são três desejos que unem os convivas. Sempre algumas centenas de reformados e pensionistas em cada ano. De tanto sucesso já organizaram um grupo de cantores e vão aumentando as actividades culturais e as parcerias económicas que os ajudam.

17 Dezembro, 2010 — Região de Leiria

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Especial // Natal 2010

Mosteiro da Batalha Vitrais grandiosos celebram o Natal Está na Batalha o centro português de criação de vitral dos séculos XV e XVI. Parte da obra produzida está à vista de todos os que visitam o Mosteiro, mas poucos atendem aos pormenores.

Vale a pena ver ao perto

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elíquias da arte vitralista representam episódios bíblicos relativos à quadra festiva. Remonta aos séculos XV e XVI o património existente no Mosteiro e inclui o grande retábulo sobre a vida de Cristo e de Sua Mãe, a Adoração dos Magos e a Fuga para o Egipto. Neste peque-

no repositório de imagens destaca-se ainda a Nossa Senhora do Rosário.

O nascimento de Jesus e vários episódios que antecederam e sucederam este acontecimento foram lembrados, ao longo dos séculos, por imagens pintadas, expostas nas igrejas ao olhar de todos os fiéis.

O Mosteiro da Batalha não foi excepção. Porém, as

grandes “pinturas” eram vitrais.

De meados do século XV são os fragmentos que representam o episódio bíblico do Anúncio aos Pastores, pintado com uma comovente singeleza, a grisalha (uma tinta vitrificável), sobre vidro branco.

A par da grande pintura retabular portuguesa da década de vinte do século PUBLICIDADE

XVI, podemos observar, no conjunto da capela-mor da igreja conventual – ele próprio um grande retábulo sobre a vida de Cristo e de Sua Mãe - dois magnífi cos vitrais que contam a história da Adoração dos Magos e da Fuga para o Egipto.

Na capela-mor, associamse ainda aos temas natalícios e à expressão do amor materno e filial, as imagens de devoção de Maria com o Menino, entre as quais se distingue a Nossa Senhora do Rosário. A esta foram particularmente devotos os Frades Pregadores da Ordem dominicana residentes na Batalha.

Centro da arte vitralista O Mosteiro da Batalha terá sido o centro português de criação de vitral nos séculos XV e XVI. Lá se instalou grande parte dos praticantes desta arte que irradiou depois para outros pontos

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Região de Leiria — 17 Dezembro, 2010

do país, onde se deslocava para satisfazer encomendas.

Os vitrais da Batalha terão sido a primeira encomenda real portuguesa, tendo esse facto contribuído para que os criadores se instalassem no Mosteiro.

Sabe-se que no século XVII foram contratados vitralistas para manutenção das obras e que, nos cem anos seguintes, os vitrais já se encontravam danificados, não só por falta de cuidados, como também devido ao terramoto de 1755.

A degradação e as perdas sucederam-se até às obras de restauro do final de 1840.

Por volta de 1870 voltaram a produzir-se vitrais na Batalha.

Nos últimos anos o estudo dos vitrais e do seu restauro e o trabalho desenvolvido em torno da sua preservação tem sido tarefa de Pedro Redol, técnico responsável por esta área no Mosteiro.

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Especial // Natal 2010

Helena Vasconcelos Falta o melhor pudim de ovos do universo O copo da melhor qualidade acompanha os cânticos de Natal, a catarse anual da família de Helena Vasconcelos e também a festa

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Natal é à vez: com os pais ou com os sogros. Há dois anos que tem sido lá em casa, na Marinha Grande, tentando juntar sempre os irmãos de um lado e do outro. “Estamos em festa”, compara Helena Vasconcelos, médica, reconhecendo as particularidades da sua família na celebração do Natal. À consoada segue-se

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sempre uma representação. Preparamos, todos os anos, alguma coisa em que cada família nuclear tem um número para apresentar, “e cada grupo etário também”, fazendo questão de lembrar a participação dos mais novos. Associam-se os primos todos, os cunhados e os irmãos.

São 45 minutos de espectáculo e terminam a noite de 24 de Dezembro com um canto colectivo ao Menino

Região de Leiria — 17 Dezembro, 2010

Jesus. “Temos sempre um sentido cristão do Natal”, reforça. Há uma atitude de solidariedade que é vivida por todos e quem quer dálhe uma vivência mais ou menos religiosa. “Dia de Natal vamos à missa”, declara Helena. Isto sem deixarem de estar em festa, no sentido em que a generalidade das pessoas a concebe. “A curtir”, enfatiza, usando a palavra que perpassa vezes sem conta pelos ouvidos de

quem tem filhos ainda na adolescência.

Por vezes “atinge-se o caos” porque “falamos de tudo o que aflige a família, “numa participação viva, sincera”, explica. Tomando o seu exemplo, agradece o que de bom trouxe o ano que termina e pede coisas da esfera privada. “Pedimos pela saúde, pelo sucesso profissional, pelo equilíbrio das pessoas”. É aquilo a que chama “uma espécie de ca-

tarse colectiva familiar”. E, se morre alguém, “dizemos que temos saudades dessa pessoa”.

Nesse dia é costume premiar os melhores.”Fazemos, às vezes, uma espécie de entrega de óscares” a quem tirou a carta, a quem chumbou ou a quem obteve bons resultados. Conclui que se “faz um balaço completo do bom e do mau”.

Especial // Natal 2010

À mesa Há bacalhau cozido, com grelos, couves, com todos. Para os mais novos que não comem, passou a fazer-se com natas ou ao zé do pipo.

Na ceia de 24 come-se só bacalhau. No dia de Natal há cabrito, peru e também camarão e sapateira e roupa velha, prato feito com restos.

Nos doces não faltam as rabanadas, filhós (de Castelo Branco), pão-de-ló, bolo-rei, comprado na pastelaria do lado, e o pudim de ovos. Este morreu com a avó que “fazia o melhor pudim que já existiu no universo”, recorda Helena, “ninguém o consegue repetir”. E ri-se porque a receita existe. Em cada ano alguém a reproduz e todos afirmam que está excelente. Mas falta a mão da avó para que isso possa ser verdade.

Aos 45 anos, natural do Porto, como os pais, mãe de dois rapazes, um de 19 outro de 14 e uma rapariga de 16, Helena Vasconcelos diz que todos os anos, em que o Natal é celebrado em sua casa, usa a mesma toalha. A da tia Beatriz, bordada a ponto de cruz. Embora afirme que não é uma “dondoca”, nestes dias todo o cuidado com a mesa é pouco. Dias antes, a casa está repleta de enfeites alusivos à época.

“Uso o melhor copo; se não se põe a mesa com requinte no Natal quando é que se põe?”, pergunta e passa, como relâmpago, para aquilo que mais a aflige: O que é terrível é que há sempre lugares que estão vazios na nossa cabeça”.

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Especial // Natal 2010

Victor Faria Jantar de Natal faz-se com cabrito Sem cânticos religiosos ou Missa do Galo, as noites de Natal em casa de Victor Faria sempre foram muito natalícias, pelos doces, pelas coisas partilhadas entre amigos, os interesses comuns que tinham a ver com a educação

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m ou outro símbolo religioso descoberto pela casa, está colocado mais por tradição do que por convicção. A figura do Menino Jesus sobre a mesa da sala é uma delas. Victor Faria, advogado há mais de 36 anos, aos 61 é agnóstico, pese embora a sua educação religiosa, como a maioria dos portugueses de famílias tradicionais da sua geração.

Todavia, com a aproximação da data, a decoração de Natal, com a árvore, não deixará de exibir-se num recanto da sala.

“Assumo pois que a fé herdada, que ainda não sabemos muito bem o que é, acaba por se desvanecer. E quem perde a fé, em determinados momentos, agarra-se às questões sociais e ideológicas”. É nesta área que podemos situá-lo.

Todavia, as recordações acabam por trazer à memória o ambiente natalício que acaba por se viver na sua casa. “Aqui nesta sala durante muitos anos, até termos outras preocupações, na noite de Natal era regra, depois da meia-noite, reunirem-se as pessoas ligadas às artes, enfim a temas que me são particularmente caros”. Não se esquece: “juntavam-se cá pessoas giríssimas, aquela gente que vinha passar o Natal a Leiria e que já sabia que se ia para casa do Victor Faria”. Ali comiam-se os doces da quadra e não se entoavam os cânticos de Natal, mas havia outro tipo de convivialidade que, não tendo nada a ver com o fenómeno religioso em si, “acabava por ter um certo envolvimento natalício pelos doces, por uma série de coisas que partilhávamos que tinham a ver com a nossa educação”, conclui.

Em regra, o Natal cá em casa era como o de todas as famílias tradicionais. Era passado em casa dos pais, “cá em cima, de resto a família vive

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quase toda neste prédio”, explica.

Era um natal tradicional e ao mesmo tempo diferente. “Nunca se comia bacalhau na consoada, comia-se cabrito assado que era um must da minha mãe. Foi o melhor cabrito que comi”, diz o advogado reconhecido pelos amigos como cozinheiro de excelência. Na sua, como acontece em grande parte das famílias, diz que continuam “a tentar manter essa reunião até com o cabrito e os presentes”. Mas faz questão de afirmar que os pais nunca tiveram uma perspectiva fanática da religião.

Portanto, nunca houve a tradição da Missa do Galo.

Já nos doces, a casa sempre foi pródiga e desde os 16/17 anos havia uma iguaria que passou a ser o seu contributo para a consoada: as rabanadas. A cozinha é, de resto, uma matéria que contribui para a diversidade de interesses que o protegem da pressão em que uma profissão se pode transformar. Associada às viagens, o achado da cozinha tailandesa é um fenómeno a que diz ter um dia de se dedicar. As semelhanças da cozinha do antigo reino de Sião com a portuguesa não podem considerar-se desconhecidas para este advogado.

Como português, a origem histórica não lhe passou despercebida.

Já a identificou. Tal como os doces conventuais e os petits fours de ovos comercializados pelos vendedores nos carrinhos de rua. Estes exemplos, como outros a que se junta a tradicional omelete servida como entrada, fazem-no querer escrever sobre o tema. A origem desta semelhança terá começado numa mulher cozinheira que seguia num barco português, no século XVI e ajudou o rei de Sião a combater os piratas.

A mulher terá feito parte da cozinha imperial onde deixou a sua influência.

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Especial // Natal 2010

Gil Vicente

“Monoteísmo é a gran descoberta da huma Da consoada em plena eucaristia ao reconhecimento das outras religiões.

O juiz Gil Vicente diz que o Natal “é a ideia do nascimento de um igual a nós”.

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uas velas acesas rodeadas por livros sobre uma mesa. Podiam ser quaisquer livros, mas não são. Estamos face a face com a decoração de Natal de um juiz de direito a partir de 1996, 41 anos de idade, e o próprio, Gil Vicente, colocado em Leiria desde 2002. Em torno das velas a composição é feita pelas obras sagradas das três grandes religiões monoteístas: A Tora, A Bíblia e O Corão. A simbologia que o acompanha na quadra que se vive.

Uma rebeldia de quem teve um Natal excessivamente religioso na infância? Vejamos. Em criança, fazia parte da tradição da família irem a casa de uns primos da mãe, que eram padres, e de umas primas, que eram freiras. Portanto, “fazíamos a consoada em plena eucaristia”. Quer dizer que “o bacalhau, as batatas, os vegetais apareciam, precisamente, na altura da comunhão”. Toda a consoada era eucaristia no sentido religioso do termo.

Por vezes, tudo aquilo parecia ser de um formalismo desmedido.

“Constatávamos depois [ele e a irmã], na escola, que as outras crianças tinham um Natal bem mais colorido, alegre, luminoso do que o nosso”, revela. Mesmo em casa dos tios percebiam que tudo era bem diferente, “muito mais festeiro”.

Recebeu uma educação assente nestes dois extremos e a época desperta essas recordações contraditórias ao falar da temática.

Neste momento, Gil Vicente passa o que diz ser

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um Natal “simples”, com a mãe e a irmã. O pai morreu tinha ele apenas 13 anos.

Não há prendas. Sublinha: “nós não temos esse hábito. O dar, dá-se todos os dias. Não tem que haver a determinação do presente da dádiva”.

Uma contradição com os episódios bíblicos que relatam a adoração dos reis magos e as dádivas ricas de ouro, incenso e mirra?

Nada disso. Pelos 25/26 anos, Gil Vicente reavalia a religião, as suas práticas seguidas até então. “Torneime um bocadinho à parte e é com muito respeito que olho para o judaísmo e o cristianismo místico, digamos assim”. Conta e esclarece que agora cultiva o monoteísmo”. Sempre a propósito da celebração do Natal vai discorrendo: “Tudo aquilo que signifique Atenas, Roma Jerusalém, Meca, tudo isso tem significado. E o Natal não é aquela ideia do calor humano, da reunião de contrição dos nossos pecados? É a ideia do nascimento de um vivo igual a nós”.

O que aconteceu aos 25?

“Olhei para as coisas de modo diferente. Foi uma separação de uma certa ritologia que não dizia com o tempo presente. O sentido de que mais sistemas explicavam o mesmo e com os quais não temos que estar em confronto”.

Para si a grande descoberta da humanidade foi o monoteísmo. Ou seja, “a possibilidade de eu dizer ao outro que eu tenho a verdade porque deus assim me disse”. Os povos que têm vários deuses não sabem onde está a verdade. As pes-

Especial // Natal 2010

n de nidade” Rabanadas de juiz soas hoje voltaram a ter vários deuses: “dinheiro sexo, luxo, tecnologia”, diz. No monoteísmo há uma necessidade permanente de dizer a verdade.

Afinal, o que fica das pessoas é a memória que os outros guardam dela.

Poucos têm esse privilégio de a conservar nos outros.

Esta é uma área de pensamento sem espaço para desenvolver. Mas nela se cruza o sentido dos livros que o acompanham no Natal: “guardo muito a ideia de livros porque os livros permanecem para além das gerações, são também memória. Os livros são essenciais, por isso conservo um grande respeito pelas religiões do livro”.

Ingredientes 2 pães de cacete com 0,5 Kg cada 0,5 l de leite 5 ovos inteiros Óleo para fritar Açúcar areado e canela para polvilhar na proporção de 4 partes de açúcar para 1 parte de canela em pó

A Tora, a Bíblia e o Corão. As obras sagradas das três grandes religiões monoteístas acompanham o juiz Gil Vicente nesta quadra.

Confecção: Arranja-se pão com dois dias de antecedência. Corta-se as fatias obliquamente, para as tornar mais compridas, e com a espessura de um dedo. Colocam-se num tabuleiro e regam-se com leite frio, de modo a ficarem bem demolhadas. Em seguida, batem-se os ovos. Pega-se nas fatias de pão premindoas um pouco entre as palmas das duas mãos, passando-as bem pelo ovo batido e fritando-as de seguida em óleo bem quente, virando-as para ficarem bem lourinhas de ambos os lados. Depois de fritas, escorrem-se e polvilham-se bem com a mistura de açúcar e canela. Acompanham-se com o molho que a seguir se indica: 0,5 Kg de açúcar; 3 dl de água; uma casca de laranja; meio cálice de vinho do Porto doce. Mistura-se o açúcar com a água e a casca de laranja, leva-se ao lume e deixa-se ferver durante três minutos. Junta-se o vinho do Porto, deixa-se levantar fervura e retira-se do lume. Serve-se frio.

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Especial // Natal 2010

Clotilde F Natal é reun Escultora e pintora, Clotilde Fava é uma artista conceituada, com reconhecimento amplo pelo seu trabalho.

Entre o Natal de agora e os natais de infância e da adolescência, coloca memórias de acontecimentos felizes em todas as épocas

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Natal é uma união da família. Traz à memória muitas situações, boas e menos boas, desde quando era miúda, até à época de Angola e mesmo ao presente, aqui em Portugal. “É a altura em que tento reunir a família toda e tenho conseguido nos últimos anos”. Clotilde Fava, escultora de formação e pintora por vocação, denota a nostalgia da quadra. Reconhece que todos os filhos já têm outros compromissos. De qualquer modo, tentam sempre jantar todos: pais, filhos, netos.

Não desiste. Quer todos à mesa na consoada e alcança essa vontade ao contrário do que acontece com muitas das famílias portuguesas. A dúvida ainda paira sobre a casa que vai ser anfitriã este ano, mas o que interessa é juntar todos.

Recuando no tempo não esquece as difi culdades de criança e as da juventude, em casa dos pais. “Lembro-me dos natais passados quando o dinheiro era coisa que não existia, no pós-guerra de 1939/45”. Refere, dizendo que nesses tempos não se permitia despesas com luxos. Mas lembra-se que qualquer coisa a satisfazia.

Só se recorda do Natal a partir dos cinco anos e da residência em Sacavém. A mãe morreu tinha ela quatro, não conseguiu recuperar da tuberculose. O pai, Armando Mesquita, era escultor e ganhou muito dinheiro com a exposição do Mundo Português. Utilizou-o para tratar a mãe de Clotilde. Precisou então de procurar trabalho. Passou a chefiar a secção de escultura da Fábrica de Loiça de Sacavém.

Clotilde foi, por isso, criada pela madrasta que era alentejana, a qual

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Especial // Natal 2010

Muitos sonhos e um presépio especial

Fava ir a família passou a considerar sua mãe e a mãe desta sua avó. “Costumava vêlas a fazer meias, com cinco agulhas, e sabia que era o que me ia calhar na altura, ou uma camisa de dormir, talvez”, conta. Uma coisa era certa, no entanto e se tornava motivo de alegria: “havia sempre lápis-de-cor e blocos de papel (sebentas), mais uma sombrinha de chocolate”.

Na adolescência, o Natal variou pouco. A família mudou-se para Botica, em Loures, sempre com dificuldades. “Bacalhau era comida de gente rica”, diz para explicar que lá em casa a consoada era celebrada com galinha, lá da capoeira, “não havia modernices”. Sobremesa não faltava que a mãe tinha mão para

a doçaria. “Fazia filhós, coscurões, azevias feitas com grão-de-bico, doce na travessa e nogados”. Certezas de Clotilde que guarda o livro de receitas da mãe.

Já em África, quando acompanhou o marido que foi para a guerra colonial, em Angola, o dia de Natal era passado na praia. A escultora lembra-se de levarem os restos da consoada para o almoço, à semelhança do que acontece em algumas localidades do norte de Portugal. Conta que “existiam pilhas de brinquedos, mas ainda com a velha tradição de ir no dia seguinte ao sapatinho ver o que tinha. Agora jantamos e à volta da mesa abremse os presentes à meia-noite”.

Mesa posta. A toalha é sempre do melhor que houver. A loiça Finlandesa da marca Arábia, comprada em Angola, chega para 24 pessoas. Os copos de pé alto estão certos para uma casa com grande movimento. Caso se parta algum a despesa não é grande. Requinte maior representam as duas peças marroquinas, sempre colocadas sobre a mesa de vidro. Vão servir para levar a comida à mesa.

Bacalhau com todos, bolo-rei e outros doces que descubra no dia, compõem o banquete. Mas o must lá de casa são os sonhos. Especialidade de Clotilde que desaparecem enquanto está ainda a fritá-los. Pais, filhos, netos, até um vizinho amigo lá de casa, costumam ir “roubá-los do pote” antes que cheguem à mesa.

Quando acaba de ser posta a pergunta é: “Falta alguma coisa? Para a estética não há tempo”. Desde miúdos, os quatro netos, aos graúdos tudo vem petiscar”.

Presépio feito pelo pai. Peças todas brancas foram esculpidas com os moldes que serviram para o primeiro que tiveram lá em casa e daqueles que eram vendidos na loja da fábrica, na Avenida da Liberdade. O presépio foi sendo pintado em casa para aquele natal em que foi feito. Depois, algumas peças foram-se partido e desaparecendo. Clotilde sempre sentiu a nostalgia daquela criação do pai e perguntou, regressada de Angola, se ainda havia os moldes. Como existiam conseguiu recuperar todo o presépio. Mas o dela é branco. Este ano foi buscálo para decorar a casa no Natal. Alternou com a árvore que não teve vontade de fazer. Repete para deixar bem vincado o seu sentimento: “aproveito para pôr cá fora este presépio, feito pelo meu pai, tinha eu uns quatro anos. É um conjunto de peças que me diz muito e me tem acompanhado toda a vida”.

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Especial // Natal 2010

João Silva Tio “baril” oferece sempre os melhores presentes

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pinheiro de Natal é o mesmo há uma série longa de anos. Sintético, ecológico, prático. As luzes foram, há uns anos, muito exclusivas no que toca a Portugal, “agora podem encontrar-se em qualquer lado”. A risada franca de João Silva, 46 anos, não deixa escapar o episódio que se renova, cada ano, na quadra natalícia. O pinheiro e as bolas brancas que o enfeitam fazem parte da mobília, por mais que a profi ssão o empurre de cidade em cidade e o obrigue a mudar de casa. Este ano, uma peça perdida adiou a decoração da sala.

Quatro anos da sua vida manteve-se concentrado na criação e direcção da loja FNAC do Chiado em Lisboa.

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Seguiram-se mais quatro na de Cascais. Este ano enfrenta o desafio de Leiria, desde Março. Em poucos meses converteu-se num leiriense de gema, com direitos de cidadania salvaguardados como o de voto e tudo. O desafio é criar uma FNAC para a população local, que seja uma loja que ofereça aquilo que as pessoas acham que precisam. Que já começou a lançar a rede do compromisso social. Os fi lhos dos funcionários vão ter amigos convidados, aos quais serão atribuídos presentes, porque onde vivem não lhos podem dar.

Desterrado. Assim se sentiria o menos optimista dos cidadãos, nascido na capital do País e habituado à vida cosmopolita das grandes urbes. João Silva não é assim. Nem no Natal,

Região de Leiria — 17 Dezembro, 2010

quando a proximidade da família e dos amigos conta ainda mais. Também, “o Natal na minha família já não é o que era, a tradição mudou”. A frase é sua, mas no contexto da celebração começa a ser comum. “O meu pai morreu há 26 anos e, a partir daí, começámos a fazer os ‘natais itinerantes’”, adianta. Recorda que na casa dos pais, no Natal, havia sempre muita gente, “incluindo amigos que estavam zangados com as famílias e iam para nossa casa”.

Era assim. Mas juntavam-se umas particularidades, quase um ritual, que este ano vai mudar-se dos amigos para a família.

“O jantar de dia 25, esse, é que era o mais divertido”, exclama e ri-se como se estivesse a reviver as cenas.

Por isto: “nada bate certo

com nada nesse jantar e acabamos por fazer a troca de presentes entre amigos”.

Em 2010, no almoço de 25, vai ter a família consigo.

Vêm conhecer a casa de Leiria. A seguir talvez se retome o jantar de 25, ainda não é certo.

Na noite de 24, o “tio baril” - como os sobrinhos lhe chamam - terá os quatro sobrinhos de olhos postos nele à espera dos presentes. Rapazes entre os 7 e os 14 anos, com um tio que é quadro dirigente na FNAC, esperam a prenda mais apetecida. “São de todos os tipos”, uns gostam de jogos, outros de ler. “Depois há os afi lhados e os adoptados”, brinca para falar dos filhos dos amigos. Assim é fácil oferecer presentes? Claro!

Polvo salteado com camarão, coentros e alho Coze-se o polvo com alho, uma cebola, pimento e um cubo maggi.

Depois escorre-se o povo e corta-se em pedacinhos.

Numa frigideira, deita-se muito o alho picado e aloura-se em azeite. Tem-se os camarões (grandes de preferência) e salteiam-se até ficarem rijos. Atira-se o polvo para dentro. No fim polvilhase com coentros picados e gengibre raspado.

Acompanha com arroz branco.

Estas páginas foram exclusivamente desenhadas para os nossos leitores. São papel de embrulho para presentes de Natal que pode utilizar se retirar os agrafos. Para além destes padrões, existem os que estão na capa deste suplemento. Se os quiser utilizar, contacte-nos através do 244 819 950.

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Especial // Natal 2010

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Helena Veludo Só o embrulho já é um presente Helena Veludo domina a arte de embrulhar prendas. Adapta as cores, os materiais e as formas às pessoas a quem as vai oferecer. Diz que o exterior da prenda e o caminho percorrido até a encontrar podem contar uma história PUBLICIDADE

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um gozo muito pessoal fazer o embrulho único”, tal como é ter as colecções de postais de Natal personalizados, executados um a um para remeter aos clientes do ateliê.

São sempre tridimensionais.

Helena Veludo, arquitecta, deixa-se identificar desse modo desempenhando as práticas de que tanto gosta. Não é algo de que tenha consciência há muito tempo, mas o gosto desenvolveuse, caminhou criando-se a si próprio ao que parece”.

Muito escorado nas técnicas japonesas.

Guardar os materiais, papéis, corda, fios de todo o tipo, era uma atitude corrente, sem um fim específico atribuído à partida. Em todo o caso, estão sempre prontos e reaparecem quando a ideia começa a surgir para o novo embrulho, daqueles que faz com tempo, pensando na pessoa a quem vai ser entregue.

“O embrulho pode ser uma prenda em si”, diz enquanto exemplifica preparando papel de seda, que é do melhor para um embrulho. Um caracol, que já tem o brinquedo nessa forma lá dentro, começa a impor-se sobre a mesa, frente aos protótipos de postais. É para o filho, o tempo e o empenho nem contam. Um presente envolto noutro presente e que, por isso, pode tirar o efeito surpresa; uma outra forma de envolvimento em torno das prendas. Ainda por cima em papel de seda que acha “plasticamente fantástico”.

E se a consciência sobre tudo isto, como diz, é muito recente, tem vindo a pensar na matéria com afinco, a avaliar pelo leque de referências que vai buscar. Mui-

Especial // Natal 2010

tas vezes faz-se o embrulho que conta uma história. É o modo como se abre e ou como já foi preparado para ser aberto.

Japoneses são mestres Dos japoneses cita a arte do origami, a forma tradicional de dobrar papel. Helena diz que só teve uma percepção clara destas coisas mais tarde e refere, a propósito e a título de exemplo, o trocadilho entre a grafia e os sons das palavras origata (a arte do embrulho em Japonês) e arigato (obrigada).

“Eles acham que o embrulho é como se contivesse dentro o coração da pessoa que oferece”, lembra. Daí a necessidade de tamanho cuidado e a criação de uma preciosidade que se entrega em simultâneo nas conchas das mãos.

Mas estas coisas não são, de todo, novas. Encontramse igualmente, seguindo, embora, outros preceitos, na cultura ocidental. Helena Veludo sabe disso por educação e formação. Vai, assim, socorrer-se das imagens dos quadros do pintor belga

René Magritte. “A perspectiva do quadro dentro do quadro”. E adianta que para nós “é a história do que se dá”.

“Para mim é ainda abrir janelas”, sublinha e daí o seu “gozo muito pessoal de fazer embrulhos”.

Quantidade de presentes impede a personalização Em todo o caso, a grande quantidade de embrulhos que se dá no Natal já não permite este tipo de envolvimento. Mas pode ser uma forma de poupar quando

se guardam os restos dos papéis, dos fios ou de materiais que acabam por ser utilizados. “Mas raramente entrego uma prenda por embrulhar”, refere, porque traz sempre alguma coisa no carro: papel de embrulho, de seda “que é fantástico, tal como são os elásticos”. Ainda guarda a caixa de lacre dos avós.

Com tempo, a peça vai surgindo no momento, adaptando-se às pessoas. Sendo para crianças, o embrulho há-de ter as cores do objecto que “esconde”. “Elas dão

logo com o caminho para abrir”, surpreende-se. Se estamos com muita pressa, os elásticos são a melhor forma de segurar o papel. Melhor ainda porque evita cordas que não gosta de usar para crianças.

Já os postais assentam sempre sobre um tema de destaque no ano respectivo.

No ano em que faleceu Sofia de Mello Bryner optou por fazer marcas de livros. Ou então, o postal leva o poema de um autor que por qualquer razão se destacou.

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Especial // Natal 2010

Porto de Mós Concurso de presépios é uma tradição O primeiro classificado de 2009 alia a religião e a Natividade à consciência ecológica.

O desafio celebra 20 anos neste Natal.

V

inte anos de presépios. O município de Porto de Mós tem apostado num concurso onde a criação popular tem estado largamente representada. As propostas deste ano começaram a chegar cedo, mas o vencedor ainda vai levar tempo a ser conhecido. A entrega de prémios só costuma ser feita no mês de Janeiro.

Já é uma tradição de Natal em que participam adultos a título individual e alunos do concelho integrados nas respectivas escolas. No ano passado, os autarcas responsáveis pelo acontecimento, Rui Neves com o pelouro da Cultura e a vereadora da Educação Anabela Martins, consideravam a “originalidade” dos trabalhos apresentados a concurso e dos materiais

utilizados.

O mérito é, no entanto, de todos aqueles que participam, mostram as suas ideias e os processos de trabalho a que recorrem. São eles que, com o interesse demonstrado, mantêm o concurso que completa este ano o seu vigésimo aniversário. Passou a marcar a quadra natalícia.

Entre as diferentes categorias premiadas em cada ano, Manuel Jesus venceu na de adultos. Aos 67 anos considera-se “um curioso”.

Nunca teve formação académica em qualquer tipo de arte. Começou a fazer por ter tempo livre. E concor-

rer nada tem a ver com o prémio monetário que “até é pequeno, 250 euros, é uma ajuda, mas não é por isso”.

Concorre porque gosta de participar “e agora reformado tenho mais tempo”.

Antes de estar reformado trabalhava como guia no Castelo de Porto de Mós, 23 anos de serviço como funcionário da câmara. No Inverno os turistas eram poucos. Conta que “tinha tempo disponível”. “Escrevi ainda umas historiazitas”, uma forma de as nomear e lhes atribuir pouca importância literária.

Os presépios constituem PUBLICIDADE

uma das suas paixões. Antigamente fazia o presépio em casa. Deixou-se disso, só faz a árvore de Natal. Explicação não encontra. Ou talvez sim, se pensar que mudou a sua forma de estar na religião.

Este ano volta a entrar no certame. No ano passado usou matérias naturais que podem encontrar-se no local. O pinheiro foi a sua principal fonte de matériaprima. Dele provêm as pinhas e os pinhões. Com tudo isso reconstituiu a gruta onde “nasceu o menino” e a estrela que os reis magos seguiram até Nazaré.

Pinheiro solidário Desde o passado dia 2 que as ruas de Porto de Mós começaram a ser enfeitadas com árvores de Natal, na campanha de solidariedade, “Pinheiro Amigo, Natal Feliz!”. A iniciativa conquistou o comércio local e conta com a adesão de 90 lojas. Estas integram na sua decoração de Natal, um pinheiro artificial adornado com materiais reciclados. Tudo feito pelos alunos dos jardins de infância, escolas do 1º, 2º e 3º Ciclos, pelos utentes das Instituições de Apoio à terceira idade do município de Porto de Mós, e por alguns pais e avós. Uma acção que envolve um total aproximado de 3000 pessoas.

Quem for às comparas a Porto de Mós, durante a época natalícia, encontrará um Pinheiro Amigo decorado pelas mãos de um vizinho, de um amigo, de um neto, de um sobrinho, de um filho ou até mesmo de um pai ou avô.

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Especial // Natal 2010

Voluntariado no Hospital de Leiria Prescindir de si próprio para ajudar quem está doente

É

como se fosse Natal todo o ano.

Todos os dias.

Porque o grupo de homens e mulheres que integra o corpo de voluntários da Liga dos Amigos do Hospital de Leiria tem sempre presente o espírito que caracteriza esta quadra do ano: entrega, disponibilidade e vontade de ajudar o próximo. O hospital tem cerca de 150 voluntários. A inscrição é o mais fácil. O compromisso, o mais difícil. É que, para ser voluntário é preciso cumprir um conjunto de regras.

A Liga foi criada há vinte anos. Entre as suas várias valências tem a do volunta-

riado. Mas esta é uma entrega com regras. “São escalados, pelo menos meio dia por semana para diferentes locais do hospital. E têm que cumprir”, explica Manuel Ribeiro Vieira, 71 anos, presidente da Liga dos Amigos do Hospital.

A ambição deste voluntariado é “dar mais humanização à situação dos doentes”, adianta ainda o responsável.

O tempo que dão é gratuito. A única obrigatoriedade é honrar o compromisso que assumem no momento em que aceitam fazer parte do corpo de voluntários. É certo que é necessário algum perfil para integrar este gru-

po. “Têm que ser pessoas com uma cultura de saber ouvir, atender e encaminhar as pessoas”, explica Cristina Vaz, 61 anos, vice-presidente do voluntariado.

Para além do apoio verbal e da simpatia, são os voluntários quem ajuda os doentes a desenvolver algumas tarefas. como barbear-se, no caso dos homens.

Curiosamente, apesar deste espírito de entrega ter características idênticas ao que se sente no Natal, os voluntários não prestam serviço entre a consoada e o Ano Novo. “É, por um lado, difícil angariar voluntários para estes dias. Querem estar com as famílias, o que

é natural. Por outro, o hospital tem menos actividade nesta altura. E as famílias podem estar com os doentes”, explica Teresa Gallo, presidente do voluntariado.

Ajudar quem precisa O voluntariado é a acção mais visível da Liga dos Amigos do Hospital. Mas, todo o ano, esta desenvolve outras acções.

Como a Loja Social, um espaço de venda aberto junto à Consulta Externa e que, explica Manuel Vieira, se destina “aos 1500 funcionários do hospital e às pessoas que acorrem àquela consulta”.

Ali são vendidas peque-

nas peças, decoração ou brinquedos, cujas receitas revertem para ajudar a Liga a desenvolver outras actividades.

Como apoiar casos sociais dramáticos. É disso exemplo a entrega de enxovais completos para bebés recém-nascidos e cujas famílias têm dificuldades. Ou a ajuda na aquisição de medicamentos na farmácia para doentes sem posses financeiras.

“Há muitos casos de carência”, admite Manuel Vieira, explicando que, nestas situações, a Liga trabalha em conjunto com o Serviço Social do Hospital.

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Especial // Natal 2010

Leiria Ceia de Natal para quem não tem abrigo Pelo terceiro ano, o Académico de Leiria organiza uma ceia de Natal para os sem-abrigo. Para além da comida, o evento quer levar calor humano a quem dele tem carência.

E reunir à mesa uma numerosa e calorosa família

N

atal é partilha. De momentos. De emoções. Para cada vez mais pessoas, o espírito que preside a esta quadra só tem verdadeiro sentido de derem um pouco de si próprias para felicidade de outras.

Por isto, vão sendo organizadas actividades várias que apelam ao espírito se entreajuda.

A Associação Académico de Leiria está a preparar uma noite diferente, no próximo dia 21 de Dezembro, onde cada pessoa pode dar um pouco de tempo aos semabrigo da cidade de Leiria.

Numa quadra que é, por excelência a festa da família, o Académico quis levar o calor dos sentimentos junto dos

que não têm ninguém, realizando uma ceia de Natal.

A iniciativa nasceu há três anos, com a ambição de levar calor aos que tanto sofriam na cidade. Por carência de bens ou por necessidade de apoio.

Vai repetir-se uma vez mais este ano, sendo esperadas cerca de 500 pessoas no salão dos Bombeiros Municipais de Leiria, conta Luís Pinto, responsável do Académico.

Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria, foi uma das pessoas que confirmou a sua presença como voluntário de serviço ao jantar. “Vai ser uma noite diferente. Sobretudo para os sem-abrigo, que se vão sentir apoiados e acompanhados”, diz. Mas

não só. “Também para quem participa e ajuda este será um momento diferente”, considera o responsável, assegurando que “um sorriso de felicidade de uma destas pessoas é algo que não tem preço”.

Uma partilha deste tipo de experiência, diz ainda, “faz nascer um sentimento diferente e muito positivo.

Vamos criar um momento de felicidade para estas pessoas mais humildes que, de outra forma, não o teriam”.

Porque para Luís Pinto, a companhia e o carinho são tão ou mais importantes que a comida. “Vai ser muito bom”, considera.

Organização alargada Este ano, a organização re-

úne mais instituições. Como a Câmara de Leiria, o Rotary Clube, o Lyons, a Cruz Vermelha e a ASA. Luís Pinto esclarece que estão todas conscientes de que a iniciativa não resolve o problema dos sem-abrigo do concelho. “Mas tem um impacto importante. Vamos ajudar a fazer uma noite feliz e diferente”, afirma.

“Vamos partilhar afecto com estas pessoas que estão habituadas a ser muito mal tratadas e vamos fazê-las sentir que pertencem a uma comunidade que as apoia”, adianta.

Mas tudo de uma maneira ligeira. Sem dramatismos.

“Não é um jantar para coitadinhos, nem para quem morre à fome”, esclarece,

frisando que, cada vez mais, “queremos assumir esta iniciativa como um encontro de leirienses que, através deste acto simbólico, tentam humanizar a comunidade”.

Será, por isso, “uma noite sem lágrimas e sem pensar nos problemas”. Será, até, “um grande dia de unidade para continuar no futuro e ir alargando, ano após ano”, considera.

A comida vai ser preparada pelas associações que participam na organização.

A ceia de Natal começou por reunir cerca de uma centena de participantes, no primeiro ano. No ano seguinte, juntou à volta de 300. Este ano, a organização espera meio milhar.

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Velas para ajudar Para além desta ceia de Natal, o Académico organiza, todo o ano, muitas outras actividades e desenvolve acções de apoio social.

Este ano, a instituição está a vender velas, durante a Aldeia de Natal. São velas únicas e exclusivas, elaboradas por um conjunto de voluntários. As receitas que advierem da venda permitirão ao clube desenvolver a sua acção junto de quem mais necessita. Sobretudo na área social, nas equipas de rua que desenvolvem o projecto porta-a-porta.

Luís Pinto, responsável do clube, congratula-se com a quantidade de voluntários que apareceram para ajudar na confecção das velas. “Tem sido muito interessante porque temos tido a sorte de ter a colaborar connosco muito mais gente do que esperaríamos”, conta.

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Especial // Natal 2010

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01 Entre os 1250 associados da ASURPI, mais de 90% residem na Marinha Grande

Marinha Grande Matar saudades

02 Abílio Jordão, presidente da ASURPI

Reformados e pensionistas em forma há 34 anos. A pretexto de um almoço, centenas de convivas divertem-se e ajudam-se mutuamente a ter um Natal feliz.

02

O

almoço de Natal faz 34 anos. Este domingo são esperados 500 convivas para a festa anual. A maior parte é constituída por reformados e participantes com idade para isso. Mas pode ser sócio todo o indivíduo maior de 18 anos desde que se identifique com os princípios da Associação Sindical União dos Reformados, Pensionistas e Idosos (ASURPI) e “aceite fazer parte desta família”.

Abílio Jordão, actual presidente em cumprimento do segundo mandato consecutivo, não esquece essa condição, nem o trabalho diplomático que é preciso fazer junto de instituições de todo o género para sentar todas aquelas pessoas à mesa a um custo simbólico.

Dar azo à solidariedade natalícia. Foi a partir deste almoço que nasceu a ASURPI. Foi criada, dois anos depois, pelo grupo de idosos que teve a ideia dos almoços. A quota mínima é de 35 cêntimos por mês.

Reúnem-se para “matar saudades”, divertir-se, ocupar o tempo e, se alcançarem meios para isso, com as parcerias e os pedidos, melhorar a consoada aos afortunados que acertem na rifa do cabaz de compras, ou nas viagens, mesmos que sejam curtas.

Vence o outsourcing O almoço de Natal é sempre o acontecimento que maior visibilidade traz à ASURPI durante o ano. Foi um banquete que começou por ser

preparado na cozinha própria, pelas cozinheiras da casa, até que o outsourcing ganhou terreno dentro da associação.

Cozinheiras e direcção renderamse: fica mais barato e confere aos anfitriões a disponibilidade, o descanso e o bem-estar tão necessários à arte de bem receber os convidados e os convivas. Ao todo, este domingo devem atingir o meio milhar. Como já aconteceu noutros anos, o restaurante O Teixeira do Brogal, Leiria, ofereceu o preço mais justo: arrematou o contrato. Abílio Jordão explica: “o Teixeira confecciona, a logística é deles, assim como o serviço”.

Há membros da ASURPI em todo o País, é uma associação nacional, mas entre os 1250 associados, mais de 90% são residentes na Marinha Grande e isso reflecte-se todos os anos nas presenças no almoço. Uns 80% são reformados, pensionistas ou idosos. Todos mantêm uma estrutura viva onde se faz teatro, espectáculos para crianças, toma café, passa o tempo, se distrai, discute ou nas partidas de sueca quando o par toma a decisão menos acertada e perde.

500 É o número de participantes do almoço de Natal da ASURPI

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Dicas saudáveis para a consoada e réveillon

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tradição é para cumprir e não seria Natal se não se apresentasse uma mesa farta com tudo a que tem direito: bacalhau cozido ou assado, com azeite ou com molhos, filhós, rabanadas e sonhos, frutos secos e bolo-rei. Há ainda quem promova o peru ou o cabrito assado a lugar de destaque no dia de Natal. Dias depois, o réveillon celebra-se com leitão, marisco e champanhe, entre muitas outras iguarias.

Os dias que aí vêm são de festa e propícios a excessos. É difícil dizer “não” à tentação mas não desespere: há dicas saudáveis que pode seguir sem deixar de saborear estes momentos natalícios ou comemorar a chegada de um novo ano.

“Devemos sempre encarar estes momentos como mo-

mentos de confraternização, o que muitas vezes não acontece. São sempre direccionados para a comida e tudo gira em seu redor”, alerta Paula Varalonga, nutricionista e responsável da Bioclinic.

Evitar os fritos, as bebidas alcoólicas e os molhos são cuidados básicos que podem, no seu entender, ajudar a equilibrar excessos.

Substituir o sal por ervas aromáticas, preferir o azeite ao óleo e margarinas e optar pelo bacalhau fresco em detrimento do salgado são alternativas saudáveis.

“Confeccionar em casa doces e sobremesas permite ainda controlar melhor a quantidade de gordura e sal”, refere ainda, lembrando o quanto é importante preparar o nosso organismo para as noites de exageros, seguindo uma alimentação saudável du-

Tiborna de bacalhau com broa e migas

Ingredientes para 4 pessoas 04 Postas de bacalhau demolhada com 200 grs cada 600 grs de batata pequena 04 dentes de alho 01 folha de louro 02 dls de azeite 500 grs de broa de milho 70 grs de azeitonas pretas

Limite os dias de excessos “Reduza os exageros apenas aos dias considerados cruciais e não à semana que antecede e/ou procede” as datas festivas, recomenda por sua vez, Carla Louro, nutricionista do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral I. “O bacalhau, tipicamente acompanhado com batatas cozidas, couves, cenoura, nabo e cebola, temperado com um fio de azeite, torna a refeição saudável e apetito-

sa”, acrescenta. Ao comprar o bacalhau, esteja atento ao seu aspecto, evitando a cor rósea junto à espinha central e o excesso de sal no mesmo, aconselha ainda.

Quanto ao peru, “poderá ser assado simples ou recheado com legumes ou frutos secos, desde tomate, espinafres, amêndoas, pinhão a passas de uva, entre outros”. Se optar por um prato de peru sem recheio, “acompanhe com arroz de frutos secos, como passas de uva e pinhão”, sugere.

Hortaliças e frutas ricas em vitamina C (brócolos, laranjas e tangerinas) constituem, por sua vez, “uma excelente combinação, pois além de aumentar a absorção em ferro, também são antioxidantes”, revela Carla Louro.

Tiramisú de Natal perfumado de ginja e bagas vermelhas

Assar na brasa as postas de bacalhau. Fazer lascas grandes.

Assar as batatas no forno com bastante sal.

Cortar a broa em cubos com um centímetro de lado e salteá-la em azeite e alho.

Numa caçarola de barro, colocar as batatas assadas, o bacalhau lascado, a broa salteada, a folha de louro e regar com azeite fervido em alho esmagado. Levar ao forno para corar um pouco. Servir decorado com azeitonas pretas e acompanhar com migas.

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10 palitos la reine 05 cls de Ginja de Ourém 100 grs de requeijão magro 04 ovos 50 grs de frutos vermelhos bagas (groselhas /mirtilos) 20 dls de café 20 grs de açúcar 20 grs de frutose q.b. raspas de chocolate e hortelã (decoração)

Acalmar o apetite A entrada certa pode acalmar o apetite e preencher o estômago, deixando menos espaço para as sobremesas. Uma sopa de legumes é sempre uma boa alternativa. Evite os purés de feijão ou de grão.

Beber moderadamente Se pretende cortar nas calorias, não abuse das bebidas alcoólicas. Limite-se a um ou dois copos de vinho e procure saborear cada momento. Se tiver sede, beba água mineral.

O rei da festa Evite bacalhau demasiado salgado e prefira-o cozido, sem natas ou maionese. Utilize sempre azeite, com acidez inferior a 1%. Acompanhe com vegetais cozidos. Ricas em fibra e pobres em calorias, as couves permitem uma maior sensação de saciedade, atrasando a absorção de açúcar.

Fruta à discrição Prefira as frutas frescas da estação ou mesmo as frutas exóticas e relegue as sobremesas mais calóricas para segundo plano. Se não conseguir resistir, opte por apenas um ou dois doces de colher. Sirva-se de pequenas quantidades e saboreie cada momento. Evite as frutas cristalizadas.

Fritos mais “saudáveis” Para as frituras, use óleo de amendoim de origem vegetal.

Reduza para metade as quantidades de açúcar sugerida nas receitas, substituindo a metade restante por adoçantes, como por exemplo a frutose, e substitua a farinha refinada por produtos integrais. Evite o leite gordo e prefira o meio gordo, magro ou de soja.

Ingredientes para 2 pessoas

Sugestão do chefe Alberto Vaz, coordenador do curso de Técnico de Cozinha/Pastelaria da Escola Profissional de Leiria

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rante todo o ano. Pode ainda iniciar a ceia de Natal com uma sopa, incluir na ementa saladas cruas, legumes e frutas, fazer várias refeições ao longo dia, beber água entre as refeições e, se possível, fazer umas caminhadas em família, sugere.

Comer sem abusar

Bata ligeiramente o queijo numa taça, adicione de seguida as gemas e bata as claras em castelo com o açúcar e a frutose, para depois poder envolver no preparado anterior.

Coloque no frio para ganhar consistência.

Perfume ou aromatize o café com a ginja, e deve embeber os palitos la reine um a um, Num aro coloque os palitos embebidos, de seguida o creme e repita outra vez esta operação.

Emprate o tiramisú com as bagas de frutos vermelhos e com a hortelã, polvilhe com as raspas de chocolate e sirva com puré desses frutos se desejar.

Sugestão da Escola de Hotelaria de Fátima

Frutos secos com moderação Mais de 50% da composição dos frutos secos é gordura. São benéficos para a saúde, ajudando a reduzir o colesterol e a combater as doenças do coração. Muito calóricos, devem ser consumidos com moderação.

Sobremesas ligeiras Escolha receitas à base de fruta, como pudim de laranja e mousse de manga, ou de leite, como arroz doce, aletria e leite creme. Sempre que possível, altere o método de confecção das sobremesas fritas, assando-as no forno. Procure ainda reduzir a quantidade de ovos da receita original.

Especial // Natal 2010

Key Plastics Natal é festa... também na empresa Um dia por ano para estreitar relações dentro da empresa, a Key Plastics pára, para que os seus mais de 700 colaboradores celebrem o Natal

C

omeçou há mais de 25 anos. E hoje é uma tradição. A Key Plastics pára, por um dia, para funcionários e administração realizarem uma festa-convívio de Natal. Só assim, explica Rui Filinto, administrador, é possível que alguns dos funcionários se conheçam.

“São 750 pessoas. A maioria trabalha por turnos e raramente se encontram”, conta.

Mas é também nesse dia que é possível que, sem formalismos, todos falem à vontade e partilhem opiniões sobre a empresa, o trabalho e até sobre a vida.

Nesse momento, adianta, “não há patrões e nem em-

pregados”. É praticamente um grupo alargado de amigos que se reúne para se conhecer e passar um momento divertido. “É muito importante que, numa organização, haja um dia assim. Este almoço é, no fundo, um elo de ligação entre todos os funcionários e a administração”, considera.

Para além do almoço, há sempre música, conversas, brincadeiras e um discurso. As palavras do directorgeral que faz o balanço do ano e projecta o seguinte, em termos de vida da empresa.

“Tenho constatado que esta parte da festa é também muito importante porque reforça a confiança que as pessoas têm na empresa e aproxima-

as mais dos objectivos”, considera.

Conta Rui Filinto que, no momento do discurso, as pessoas ficam muito atentas.

E se as previsões para o ano forem boas, as expressões mudam, abrem-se sorrisos e até se respira fundo.

Na história da empresa, este discurso nem sempre foi positivo, admite o responsável, considerando que a sua prioridade é “falar sempre a verdade”. “As pessoas querem ouvir a verdade e só dessa forma se envolvem e percebem a importância de participar mais activamente na vida da empresa”, defende. Mas é uma verdade sem lamentos.

“Explicamos as situações

e damos soluções”, precisa.

E porque escolhem o Natal para fazer este encontro? “É a época da família”, frisa.

Por isso, a reunião é “quase um convívio familiar” da empresa. Houve, até, uma época em que havia muitas famílias completas entre os trabalhadores. Hoje, já não é assim.

Depois, o espírito da quadra convida à partilha de sentimentos. E de prendas.

E de bolo.

Nesse dia, as portas da empresa fecham ao meiodia. E toda a ‘família’ sai. A maior parte participa no almoço. Mas nem todos vão. “É opcional, claro”, explica o responsável.

São 750 pessoas.

A maioria trabalha por turnos e raramente se encontram”

Rui Filinto administrador da Key Plastics

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Especial // Natal 2010

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01 Cabaz Fauchon Champagne Fauchon Brut Compota de morangos com pétalas de rosa Flor de chá verde Bolachas crocantes 52,50€ Santana Gourmet Mercado de Sant’Ana, Leiria 02 Bimby 1000€ (aprox.)

Vorwerk Site: www.vorwerk.com/pt 03 Cookies 5€ Iguarias do Teatro Teatro José Lúcio da Silva Leiria

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Região de Leiria — 17 Dezembro, 2010

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04 Compotas Cottage Delight Morangos c/ champagne Citrinos c/whisky 4,80€ (cada) Santana Gourmet Mercado de Sant’Ana, Leiria 05 Bolo “Gorro do Pai Natal” 14,50€ Martin&Thomas Cafés e Pastelarias Praça Rodrigues Lobo, Leiria Telefone: 244 823 577 06 A Última Noite em Twisted River John Irving 22€ Fnac LeiriaShopping Alto Vieiro Leiria

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07 Ginja M.S.R. de Alcobaça 24€ Garrafeiras, lojas gourmet e comércio tradicional 08 Serviço de chá marroquino Bule 39€ Copos 14€ Nomad Praça Rodrigues Lobo Leiria

09 Colecção 1001 Receitas 14,90€ (cada) Americana Livraria Av. Heróis de Angola, 111 Leiria

Especial // Natal 2010

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10 Robô multifunções Sentria da Kirby 2.187,00€ Ybrik Estrada de Santiago, Marrazes Leiria Telefone: 244 849600 11

Sabonete de coco esfoliante 3,95€ / 100 gr Loja Enjabonarte Rua Rodrigues Cordeiro, n.º 12 Leiria

12 Massagem Hot Stones 85,70€ Spa de Monte Real Monte Real, Leiria Telefone: 244619020

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13 Assinatura anual do REGIÃO DE LEIRIA 38€ (Portugal) 66€ (Europa) 94€ (Resto do Mundo) Telefone: 244 819 950 14 Jóia Ouranor – marca Amália 220€ Moisés Joalheiros, 73 Av. Heróis de Angola Leiria 15 Gorros Dakine 25,80€ Billabong 31,50€ Sportino Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque, 107-A Leiria

16 Cheque-viagem Egipto Farónico Circuito de 7 noites válido até 26 de Fevereiro de 2011 875€ pessoa Lena Travel, Galerias Eurosol Rua D. José Alves Correia da Silva, Leiria Telefone: 244 819 980 17

Breil Chronograph 226€ Moisés Joalheiros, 73 Av. Heróis de Angola, Leiria

18 Sapatilhas Timberland 128,50€ Ponto Negro Av. Heróis de Angola, Leiria

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19 Fato de Pai Natal 5,75€ Americana Big Shop Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque Leiria 20 Kit Starter Pack PS3 58,90€ Media Markt Alto Vieiro Leiria

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Região de Leiria — 17 Dezembro, 2010

21 Telemóvel Nokia N8 (livre de operador) 444€ Media Markt Alto Vieiro Leiria

23 Um amigo de quatro patas (adopção) Canil Municipal de Leiria Guimarota Leiria Telefone: 244 839 651

22 Pedómetro – Marca Silva 25€ Aktive Sports Adventure Av. Dr. Adelino Amaro da Costa, Lote 4, Loja C1 Leiria

24 Quadro de Luísa Barreto 50€ Obras de meia centena de artistas expostas na sede do colectivo a9)))) Rua Comandante João Belo, 29 Leiria

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17 Dezembro, 2010 — Região de Leiria

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