AH - Principal | 27 de fevereiro de 2016

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Fundado em julho de 2002 Lajeado, fim de semana, 27 e 28 de fevereiro de 2016 Ano 13 - Nº 1539 Avulso: R$ 3,00 Fechamento da edição: 19h

GASOLINA E DIESEL MAIS CAROS

O estilo das ruas

Preço do combustível sobe, outra vez, semana que vem

A

umento de até R$ 0,10 no preço da gasolina e R$ 0,03 acréscimo no valor dos combustíveis em dois meses. Aumenno Diesel está previsto para a próxima semana. O to de R$ 0,30 foi praticado na virada do ano. O motivo é a anúncio foi feito nessa sexta-feira. Esse é o segundo mudança no cálculo do ICMS. Página 10

RODRIGO MARTINI

30 ANOS DA MORTE DE ALEX THOMAS

Crime chocou o país e comoveu Lajeado Reportagem especial retoma o caso que impactou a sociedade gaúcha em meados dos anos 80. Familiares, amigos e juristas contam detalhes de um dos homicídios mais emblemáticos da Justiça do RS. Alex Thomas foi espancado até a morte por sete jovens da classe média alta de Porto Alegre. VIOLÊNCIA DESMEDIDA: mãe do adolescente morto, Nersi Thomas, 71, não guarda rancor, mas acredita que a punição dos assassinos foi branda

NOVA PRESIDÊNCIA

Amturvales troca direção Valnei Cover assumiu a instituiPágina 12 ção nessa sexta-feira.

TEMPO NO VALE Fim de semana no Vale: nublado com possibilidade de chuva Mínima: 19°C - Máxima: 30°C FONTE: CIH/UNIVATES

Editorial e páginas 4 a 8


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A HORA · FIM DE SEMANA, 27 E 28 DE FEVEREIRO DE 2016

Editorial

EXPEDIENTE

REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br COMERCIAL E ASSINATURAS Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4210 CEP 95900-000 - Lajeado - RS comercial@jornalahora.inf.br assinaturas@jornalahora.inf.br entrega@jornalahora.inf.br Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,9969

3,9975

Dólar Turismo

3,9000

4,1600

Euro

4,3680

4,3683

Libra

5,4849

5,4875

Peso Argentino

0,2560

0,2562

Yen Jap.

0,0347

0,0348

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE)

01/2016

0,77

12,57

IGP-DI (FGV)

01/2016

0,44

10,68

IGP-M (FGV)

01/2016

0,49

10,54

INPC (IBGE)

01/2016

0,90

11,28

INCC

01/2016

0,12

7,22

IPC-A (IBGE)

01/2016

0,96

10,67

ÍNDICE

Salário Mínimo/2015 R$ 788,00 TAXAS E CERTIFICADOS (%)

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

0,2250

1,7954

CDI (Mensal)

01/2016 1,1613

13,2386

Prime Rate

01/2016

Fed fund rate

01/2016

3.25 0.25

3,25 (Previsto) 0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1238.2 cotação do dia 26/2/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO

Ibovespa (BRA)

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

41609

-0,67

Dow Jones (EUA) 16.027

-1,10

S&P 500 (EUA)

1.853

-1,42

Nasdaq (EUA)

4.593

0,24

DAX 30 (ALE)

9.513

1,95

Merval (EUA)

11.400

0,00

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 35.29 em 26/02/2016

A barbárie cobra um preço alto

R

eportagem especial desta edição relembra um caso dramático e comovente. Nessa sexta-feira, 26, completou 30 anos da morte do jovem lajeadense Alex Thomas, espancado na praia de Atlântida, na badalada av. Paraguassu. O ano era 1986. Sete pessoas espancando um adolescente de 16 anos. Três maiores de idade. Fortes, frequentadores de academias de arte marcial e filhos da classe média alta porto-alegrense. Manchete país afora. Grandes grupos da imprensa estamparam a dor da família, o grito dos lajeadenses na porta do Fórum de Capão da Canoa. O ato de selvageria dos jovens inflou a sociedade gaúcha. Dezenas de academias de arte marcial foram

Ideias

fechadas em Porto Alegre. Houve mais rigor da lei para que os estabelecimentos cumprissem as normas para funcionar. A “Gangue da Matriz” foi desmantelada e os assassinos,

Como esses, há muitos outros exemplos de brutalidade e selvageria que depõem contra a civilização.”

presos. As décadas passaram e barbáries idênticas insistem em impactar a sociedade. Nesta semana, o espancamento do aposentado Gastão Koelzer, de Lajeado, exemplifica a banalização da vida e traduz a insegurança que paira sobre as pessoas. Outro caso de dimensão e dramaticidade similares nos remete a Charqueadas. Ronei Faleiro Junior, 17, foi espancado até a morte em 1º de agosto do ano passado, enquanto saía de uma festa que objetivava angariar recursos para a formatura. Como esses, há muitos outros exemplos de brutalidade e selvageria que depõem contra a civilização. Um dos valores e funções do bom jornalismo é retomar os temas que merecem reflexões

e interpretações mais aprofundadas, e, pela carga de comoção, não podem esmorecer no esquecimento. O caso Alex Thomas, detalhado nas páginas 4 a 8, é clássico. Em momento de profunda crise nas instituições de segurança pública do RS, o fatídico dia 26 de fevereiro de 1986 confirma que o problema não se restringe à insuficiência de policiais ou à incompetência governamental – nesse ponto inclui-se o sucateamento da educação pública. A ausência de valores humanitários é antiga. O tênis de marca, o celular mais avançado, a corrente de ouro chegam a valer mais do que a vida. Banalidades incrustadas no imaginário coletivo e que apodrecem o cerne da sociedade contemporânea.

leitor@jornalahora.inf.br

Desgoverno

U

m país em crise, um governo em descrença, um setor público falido e um plano para reverter isso: mais tributo. O Brasil está em crise porque nos últimos anos o governo se recusou a implementar reformas para aumentar sua produtividade. Ainda gastamos muito tempo para entender quais tributos pagar e como pagar, ao invés de dedicarmos esforços às nossas atividades. Falou-se muito, fez-se quase nada. O Planalto está em descrença porque suas pílulas de crédito, desonerações pontuais e excessos de gastos que prometiam crescimento duradouro se mostraram

como placebo: causam um efeito psicológico, mas depois revelam que não contribuem para a melhora do quadro. Pelo contrário, são responsáveis pela falência do setor público brasileiro. E agora, para resolver tudo isso, o governo quer aprovar a CPMF – tributo que o Congresso Nacional não autorizou a manutenção em 2007. Apesar de gerar arrecadação alta e ser de fácil operacionalização, a CPMF é um tributo que não encontra par em nenhum outro país, por ser distorcida e ineficiente. Se voltasse, seria mais uma das muitas jabuticabas brasileiras que tornam a vida do cidadão comum muito

cara. Estima-se que, a uma alíquota de 0,20%, o governo arrecadaria cerca de R$ 40 bilhões a mais por ano. Mas isso não significa que a população teria mais saúde, educação e segurança. Ao longo dos últimos anos, o governo arrecadou mais, e todos nós sabemos os serviços oferecidos. A única certeza que temos é que para arrecadar R$ 40 bilhões cada brasileiro deverá deixar de comprar, em média, cerca de sete litros de leite por mês. O governo anunciou com pompa, mas não fez a reforma administrativa que prometeu, sua parte no enfrentamento da crise. Nos prédios de Brasília, ainda se

Luiz Carlos Bohn Presidente da Fecomércio-RS

encastelam os amigos da rainha. Mesmo com ministérios fundidos, mudou-se nomes para não mudar nada. Os gastos cortados foram nos investimentos, as reduções foram de vento. Estamos fartos de ver bilhões de reais jogados fora em ineficiência e corrupção. O Estado brasileiro precisa gerenciar melhor os recursos que arrecada e eleger prioridades. Basta de tanto imposto!

Erramos Diferentemente do publicado na edição dessa sexta-feira, na chamada de capa do caderno esporte “Sai Carpegiane, entra Paulo Porto” o correto é “Sai Carpegiane, entra Edson Porto”.

Na edição dessa terça-feira, dia 23, na matéria “Prefeitos buscam liberação para transporte de passageiros”, foi divulgado rodovia, quando o correto é ferrovia.


Opinião

A HORA · FIM DE SEMANA, 27 E 28 DE FEVEREIRO DE 2016

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Adair Weiss adairweiss@jornalahora.inf.br

Oposição define estratégia de união em Lajeado

C

láudio Schumacher (PP) selou a largada para formar aliança alternativa ao atual governo. No encontro, além do anfitrião, estavam presentes Leodir Degaspery (DEM), Adi Cerutti (PSD), Douglas Sandri (Novo) e três integrantes do PP: Marcelo Caumo, Isidoro Fornari Neto e Glauco Schumacher. O grupo definiu a estratégia e o cronograma de trabalho, a começar pela montagem do plano de governo. Para tal, envolverá as bases das quatro siglas, o que deve culminar com a escolha dos nomes à majoritária e à vereança. Segundo Marcelo Caumo, ainda não se fala em nomes. “Construir um grupo e uma ideia vem antes de candidatos”. Degaspery ratifica a prioridade da plataforma de trabalho. “É o plano de governo que deve unir o grupo. Nomes são consequência”. Adi Ceruti e Dou-

Degaspery

Entre En estess quatro quat nomes, omes, Marcelo Caumo pode po sair a dobradinha do ha da aliança. ça.

Adi Cerutti

glas Sandri seguem na mesma linha, afirmando que o grupo deve agir com maturidade e serenidade. “Antes dos nomes têm vários problemas da cidade que precisam ser discutidos e ver como resolvê-los”, entende Ceruti. Cláudio Schumacher não é candidato, mas será o principal con-

Ficha suja atinge ex-prefeitos Alguns políticos com os direitos cassados insistem em concorrer. Lembro do episódio de Toninho Goergen em Santa Clara do Sul, há oito anos, quando foi impedido no meio da campanha. Na página 8, o jornal A Hora traz um panorama sobre os políticos com direitos cassados para a próxima eleição. Entre eles, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Rudimar Müller (PT). Aliás, circula na cidade um

panfleto, cuja autoria ninguém assume, sugerindo que esse daria condições para Müller concorrer. De fato, Müller foi condenado em duas instâncias. Seu advogado recorre e tenta reverter a terceira, algo difícil se considerados casos anteriores. Em Bom Retiro do Sul, Colinas e Roca Sales, a Justiça também é o problema de ex-prefeitos impedidos por estarem com a ficha suja.

Fornari

selheiro do grupo. Estará afinado com a dobradinha, indiferente de partidos e, seguramente, emprestará seu prestígio não apenas na retaguarda, mas também no material de campanha. Diante dos últimos desdobramentos, o PMDB de Celso Cervi corre o risco de ficar sozinho. Pode até mon-

tar uma terceira via com o PDT, ou, numa hipótese remota, voltar ao PT como há quatro anos. Se lançar Márcia Scherer, essa tira mais voto da situação do que da oposição. O PSDB tem Ito Lanius. Seu nome e sigla têm aceitação no grupo dos quatro partidos ungidos por Schumacher, e uma eventual aproximação com os tucanos não será surpresa. Por enquanto, desenha-se um pleito com quatro frentes, na qual o PT de Luís Fernando Schmidt leva vantagem. Ainda que o PMDB subtraia votos do atual prefeito, a máquina administrativa privilegia Schmidt e, do outro lado, uma possível quarta via tucana embaralha a oposição. Para colocar medo no governo, os opositores precisam avançar. O PSDB pode significar a diferença que falta para ameaçar a continuidade do PT no poder em Lajeado.

Vale Imóveis Circula na edição de hoje uma parte dos 30 mil exemplares impressos da revista Vale Imóveis, editada pelo departamento comercial do A Hora em parceria com as construtoras e imobiliárias da região. Nas 20 páginas, o leitor tem uma espécie de guia para escolher se pretende ir às compras. Mesmo em meio à crise nacional, o setor da construção civil na região segue aquecido e lança novidades. A revista e o arrojo dos anunciantes contrastam com o clima de pessimismo que alguns insistem em propagar. Como escrevera nesta coluna há poucos dias: o Vale sente menos os reflexos da crise. E os fatores já conhecemos: diversidade econômica e uma combinação de fatores singulares.

Edição trimestral alcança quatro regiões no estado

Quebra de paradigma Os escritórios de contabilidade passam a ter papel ainda mais preponderante nas empresas. A ideia de que o contador é sinônimo de papelama e impostos deve ser substituída por uma relação mais profissional e de alto valor. Empresário e contador precisam estar alinhados.

Escritórios de contabilidade precisam ser consultores. Em épocas magras e de crise, agravada pela tributação complexa e voraz, a assessoria contábil ganha espaço nas empresas que desejam perpetuar. Investir numa boa assessoria contábil e fiscal pode evitar dor de cabeça

e gerar resultados econômicos às organizações. A falta de gestão e a má organização na maioria dos pequenos negócios levam as empresas à falência, ainda mais em épocas de crise. O desafio é fazer os empresários compreenderem essa necessidade.


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FOTOS RODRIGO MARTINI E ARQUIVO PESSOAL

30 ANOS DA MORTE DE ALEX THOMAS O que era para ser uma tranquila noite de fim de veraneio acabou se transformando no trágico “Massacre de Atlântida”. Assim foi classificado pelas mídias estadual e nacional o crime que chocou a sociedade gaúcha há 30 anos. Na madrugada do dia 26 de fevereiro de 1986, sete jovens de classe média alta de Porto Alegre mataram, a chutes e socos, o adolescente lajeadense de 16 anos. A dor da mãe, e as lembranças do amigo que presenciou o fato seguem vivas. Violência comoveu a população. Caravanas partiam de Lajeado para acompanhar o julgamento.

Professora aposentada, Nersi Thomas mantém viva, nos quadros distribuídos pelas paredes da casa, a memória do filho brutalmente morto. Foi o amor pela filha, Betina, que lhe deu forças para seguir vivendo após a tragédia


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Reportagem: Rodrigo Martini

O crime que uniu Lajeado Especial

“P

or favor, não me batam mais. Eu estou morrendo.” Essas foram as últimas palavras de Alex Thomas, após uma brutal sequência de pancadas. O jovem, que se destacava como goleiro nos torneios do Clube Tiro e Caça e pela base do Alvi-Azul, completara 16 anos sete meses antes da trágica e inexplicável morte. Nascido e criado em Lajeado, era o filho mais velho de Nersi e Walter Thomas. Irmão de Betina. Para os amigos mais próximos e companheiros de futebol, o “Jubão”. Uma referência à vasta cabeleira do então goleiro do já extinto ‘Greminho’. Apesar de vestir azul, ele era colorado. Na infância, estudou nos colégios Alberto Torres, Castelo Branco, Gustavo Adolfo e Manuel Bandeira. Se formou em “Eletricidade Geral”, pelo Senai. O diploma havia recebido cerca de dois meses antes do fatídico encontro com os sete jovens integrantes da chamada “Gangue da Matriz.” Vítima e assassinos não se conheciam. Cruzaram-se por acaso na av. Paraguassu, em Atlântida. Passava das 2h40min. Alex Thomas estava com um amigo de infância e uma conhecida. Caminhavam nas proximidades da av. Central, em um ponto de encontro dos jovens. Uma provocação, seguida de um retruco inocente, e tudo se transformou em uma briga deliberada pela gangue. Apesar de se destacar como atleta, Alex não teve chance contra sete agressores. Quatro deles maiores de idade. Levou socos e caiu. Com a ajuda do amigo, tentou correr. Foi derrubado outra vez com um golpe de cabo de vassoura desferido por um dos membros da gangue. Voltou a levantar, e foi atingido por um golpe de arte marcial no peito. Caiu e suplicou para os

agressores pararem. Testemunhas afirmaram que ele apanhou muito nesse intervalo. Tudo descrito no processo judicial. Alguns veranistas viram, de longe, as agressões. Uma senhora com a filha e uma visita. E um rapaz que conversava no alpendre de uma casa próxima. Os dois amigos, Leandro e Clarice, de 16 e 13 anos, conseguiram fugir. Ele procurou pela BM. Dois policiais em uma viatura socorreram Alex Thomas e o levaram até o hospital de Capão da Canoa. Chegou por volta das 3h. No caminho, estava no banco de trás, com a cabeça sobre o colo do amigo. Alex deu entrada no Pronto-Socorro com parada cardíaca e pulmonar. Pelo menos três médicos tentaram diversas técnicas de reanimação. Mas o jovem não reagia. Era tarde. Por volta das 6h, eles desistiram. “Vi o médico saindo de uma sala, cheio de sangue na roupa. Ele me disse que tinha tentado de tudo. Eu não acreditava”, lembra a mãe, Nersi, hoje com 71 anos. O atestado de óbito foi assinado no dia 12 de março pelo médico Mauro Schirmer. O profissional deu como causa da morte uma “hemorragia intratorácica, devido à ruptura traumática de ambos os pulmões e coração.” Resultado dos golpes no peito. O documento não cita o horário preciso da morte. E atesta resultado “negativo” para qualquer dosagem de álcool no corpo de Alex.

Em um momento íntimo, Nersi e Walter Thomas brincam com o pequeno Alex, único filho homem do casal

A última coisa que ele me disse foi isso: mãe, estamos saindo.” Nersi Thomas

O pior dia da vida Nersi foi avisada por Leandro sobre o fato envolvendo o filho. Ainda ofegante, o jovem de 16 anos, que conseguiu escapar da fúria dos agressores junto de Clarice, chegou à residência onde ela estava, em Xangri-Lá, por volta das 4h. Foi até janela do quarto da mãe de Alex Thomas. Não havia muros nas residências da época. “Ele disse: dona Nersi,

o Alex tá no Pronto-Socorro.” O filho e o amigo haviam deixado a casa cerca de cinco horas antes. “Eu lembro do ‘Leandrinho’ chegando para buscar ele, e o Alex não estava pronto. Estávamos jogando carta. Ele jantou, e depois saíram. A última coisa que ele me disse foi isso: mãe,

estamos saindo.” A saída para uma festa não era motivo de preocupação, afinal, o filho nunca havia se envolvido em confusões. “Naquela época era tudo muito tranquilo. E eles estavam indo à Atlântida, uma praia muito bem conceituada.” Foi com esse mesmo otimismo que Nersi foi até o Pronto-Socorro após o aviso de Leandro. “Fiquei na frente do hospital, parada. Enxergando sobre uma grade. Via uma movimentação. No fundo, eu achava que estava tudo bem, e que o Alex só estava lá fazendo uns exames.” Mas o filho já chegara desfalecido e com parada cardiorrespiratória ao local. A confirmação da morte veio como um golpe. “Na hora tu não acredita. É muito difícil explicar”, emociona-se. O médico deixou que ela entrasse na sala onde jazia o corpo. “Mexi no bolso da calça dele e achei a carteira e a chave da casa. Estava tudo cheio de sangue na sala. Foi a hemorragia. Arrebentaram o coração e os dois pulmões.” Todos os machucados pareciam internos, conta ela. “O rosto estava inteirinho. Lindo. E no corpo tinha só um vergão no braço.” Amigos e familiares contam que Nersi retirou os dois tênis do filho e os levou para fora do hospital. Colocou o par sobre o meio-fio da calçada. E ali ela permaneceu por um bom tempo, de braços cruzados, em silêncio, e olhando para os tênis. “Até hoje, não me lembro de ter feito isso. Não sei explicar o que eu estava pensando.” Pouco depois do amanhecer, o corpo de Alex Thomas foi enviado ao IML de Porto Alegre para a necropsia. Nersi e a família partiram de carro para Lajeado, interrompendo da pior forma o veraneio. “Eu chorei a viagem inteira. Eu não acreditava. Parecia um sonho.”

CONTINUA >>>


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Repercussão nacional

Entre as características de Alex, amigos lembram do estilo alegre e otimista

A recuperação Nersi passou por tratamentos psicológicos. A sequência de tristezas lhe perseguiu por pelo menos duas décadas. “Hoje estou melhor. Mas por muito tempo não queria fazer nada, nem tomar banho. Eu via um guri com uma jaqueta parecida com a do Alex e já desabava. Não havia comemoração de Natal, de nada. Deixei de ir ao litoral.” Passados cinco anos da tragédia, ela perdeu a mãe. Outros dez anos, e o marido Walter morreu por complicações do diabetes. “Não posso dizer que estou recuperada. Mas estou bem. Já voltei várias vezes para a praia. Mas é difícil. Perdi pai e mãe muito cedo. Perdi sogro, sogra. Mas perder um filho é como perder um pedaço do coração. É preciso reaprender a viver.” Hoje, ela vive sozinha em um apartamento no centro de Lajeado. Assistir a filmes e encontrar com as amigas são suas atividades favoritas. A filha, Betina, mora na cidade catarinense de Concórdia. Alex Thomas teria hoje 46 anos. Seu rosto jovem está por todos os cantos da casa. São dezenas de quadros. Em recortes, ela guarda as centenas de matérias jornalísticas sobre o assunto. A sina por justiça permanece e, ao mesmo tempo, parece haver frustração. “Justo a gente nunca achou. O problema são as nossas leis. Crimes assim não poderiam custar menos de 20 anos. Mas eu não guardo ódio. Tampouco rancor.” Nestes 30 anos, sem contar o julgamento, ela jamais viu os algozes do filho. E nenhum parente deles procurou pela família Thomas.

As homenagens Nos primeiros anos após a morte do filho, a professora aposentada recebeu centenas de cartas de casais, meninos, meninas, entidades civis, câmaras, governadores, estudantes. Em um Natal, chegou a enviar mais de cem cartões em resposta às mensagens de apoio recebidas de desconhecidos das mais diversas partes do país. Em 1988, uma rua transversal da Bento Gonçalves foi nomeada de Alex Thomas. Em 1996, a câmara de vereadores acabou rejeitando nova homenagem que daria o nome do jovem ao atual Ginásio Nelson

Leandro (1º à e), ao lado de Alex, no verão de 1985

Brancher. “Teve até música premiada em festival dedicada a ele, e nome de um Grêmio Estudantil em Santa Cruz do Sul. Também foram várias visitas, como do Mendes Ribeiro”, lembra. Entre 1986 e 1988, quando transcorreu o processo que culminou na condenação de três réus, a comunidade lajeadense também prestou homenagens. Missas e passeatas ocorreram de forma seguida durante os 24 meses. Uma série de manifestações populares nas ruas pedia por justiça. Tudo isso ganhou capa dos principais jornais do estado e do país, além de programas como o Fantástico.

“Alex era um cara muito legal” Leandro, o amigo de infância que estava com Alex Thomas naquela madrugada, ainda mora em Lajeado. Não gosta de tocar no assunto. Ele conta com detalhes os fatos que interromperam o convívio com o melhor amigo. “Foi tudo muito rápido.” Divertiam-se no centrinho de Atlântida, onde hoje funciona um ‘mini-golf ’. Falavam sobre o futuro de ambos em um curso profissionalizante no qual estavam inscritos. Estudariam juntos em Taquara. Dias antes, haviam reservado quartos de pensão

Nós avistamos, dois carros parados. Com uns ‘caras’ sentados em cima do capô e no chão.” Amigo de Alex

Leandro

na nova cidade. Havia pouco movimento quando decidiram voltar caminhando para casa, em Xangri-Lá, distantes pouco mais de quatro quilômetros. Junto deles, uma vizinha de Leandro no balneário, Clarice, de 13 anos. Ao deixarem a av. Central, seguiram pela calçada da av. Paraguassu. “Nós avistamos, a 100 metros, dois carros parados do outro lado da avenida. Com uns ‘caras’ sentados em cima do capô e no chão, ao redor. Estavam gesticulando, conversando em voz alta.” Era um Monza e um Fiat Panorama. As placas já estavam anotadas por um comerciante de Capão da Canoa, dono de um bar, onde os jovens teriam se envolvido em arruaças pouco antes. Quando se aproximaram, os carros arrancaram. Do outro lado da avenida, os ocupantes de um dos veículos gritaram algo para os três adolescentes. “Não lembro bem o que disseram. Foi tipo um grito de bêbado. E nós respondemos da mesma forma. Nada demais. Como se fosse um cumprimento de brincadeira.” Os dois carros pararam. E depois fizeram o retorno na av. Paraguass. Estacionaram de maneira brusca ao lado de Alex, Leandro e Clarice. Todos os sete ocupantes desceram e começaram a ameaçar. “Vamos rachar os três no meio”, teriam dito. “Não deu tempo de conversar. O cara pegou e deu um soco no ouvido do Alex. Foi forte. Ele tonteou. Daí eu o juntei, mas ele estava pesado, zonzo, caindo. Nisso a Clarice saiu correndo de volta pro centrinho.” Nesse momento, Leandro também conseguiu se desvencilhar de três agressores e correu. “Eu virei de costas e virei em perna (sic). Cruzei as duas pistas e o canteiro e eles me seguiram até o fim da avenida. Aí desistiram. Daí eu não vi mais o que aconteceu com o Alex. Me desesperei.” Leandro diz ter pensando em voltar ao encontro ao amigo, mas optou por correr duas quadras para chamar apoio da BM. “Eu sabia que sempre tinha uma viatura em um ponto do centro. Cheguei lá e tinha um policial. Com um apito, ele chamou a viatura, que estava a umas duas quadras.” Era uma Chevrolet Veraneio. Assim que o veículo chegou, Leandro entrou e indicou o

Advogados de defesa convenceram o juiz de que não houve surpresa no ataque, amenizando a culpa dos réus

Com auxílio de Leandro e Clarice, delegado de Capão da Canoa realizou a reconstituição do crime e identificação dos criminosos

Infográfico de Zero Hora ilustrou passo a passo das agressões. Repórteres foram ameaçados

Jornal do Brasil repercutiu a prisão do filho do então deputado estadual, Antônio Carlos Borges (PDS)

Um mês após a morte, projeto foi ao Senado Federal para regulamentar academias de artes marciais


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Alex, goleiro, e Leandro jogavam juntos pelo Greminho, no Clube Tiro e Caça

Em Lajeado, série de manifestações populares pedia por justiça e condenação dos assassinos

local das agressões. Alex estava esticado no chão. Sentado na rua, e com o resto do corpo deitado na calçada. “Era como se tivesse sentado na calçada e caído. Sem marca de sangue. Estava desacordado”, lembra o amigo. Não lhe deixaram entrar no Pronto-Socorro. De fora, via a intensa movimentação e o suor daqueles que saíam exaustos de tanto tentar reanimar o rapaz. “Mas não adiantava mais.” Leandro foi avisado na manhã seguinte da morte do amigo. Ele não foi ao enterro. Ficou no litoral para ajudar a identificar os suspeitos. Também não ficou com traumas. “A gente muda convicções. Objetivos. Mas faz muito tempo. Foi uma experiência. Vivo normalmente. Tenho filhos e cuido deles sem excesso de proteção. Não ficou trauma. Hoje veraneio sempre naquela região. E sempre lembro do Alex.”

Por fim, foi indiciado Cid Olivério Borges, também com 19 anos. Era funcionário da Assembleia Legislativa e filho de deputado estadual. No processo, constam dois boletins registrados contra ele por agressão, poucos meses antes do crime. Bolívar, da mesma forma, tinha três denúncias por lesões entre junho e setembro de 1985. Em um desses casos, os dois estavam acompanhados de um dos menores, Fábio Delapieve Bressan, então com 17 anos, e que já somava, na época, quatro ocorrências policiais. Os outros dois menores eram Márcio de Freitas Nunes, 16, e José Carlos de Azevedo Moreira, 15, conhecido como “Zé do Brinco” ou “Zé da Baura.”

[...] bonitos, saudáveis, bem vestidos. Típicos representantes.” do jovem da moderna classe média.” Advogada e escritora

Lígia Steigleder

Os criminosos A identificação dos envolvidos foi rápida. A notícia da morte de um jovem de 16 anos por espancamento em uma pacata cidade litorânea ganhou repercussão na mídia e nas rodas de conversa na beira da praia. A maioria dos suspeitos se entregou. Eram conhecidos por integrarem a chamada “Gangue da Praça da Matriz”, da capital. Muitos tinham passagem pela polícia. Sempre por agressão. O inquérito indiciou quatro maiores de idade por homicídio por

motivo fútil, com emprego de meio cruel e sem chance de defesa. O mais velho era Carlos Alberto Fiad do Amaral – o “Bebeto” – então com 22 anos. Era bancário e filho de um ex-prefeito de Palmeira das Missões. Daniel Sanches Hecker tinha 19 anos na época, era chamado de “Daniel Louco”, e Bolívar Canabarro Tróis Netto, o “Dodi”, tinha 19 anos e seu pai era major do Exército.

O julgamento O caso é um dos 32 processos denominados impactantes e que estão arquivados no Memorial do Tribunal de Justiça do RS, em Porto Alegre. Ao todo, são 2.531 folhas, distribuídas em 13 volumes do processo. A primeira audiência no Fórum de Capão da Canoa ocorreu no dia 13 de março. Nenhum dos réus falou. Na saída, conforme reportagens da época, os quatro teriam dirigido “sorrisos irônicos e gestos obscenos” em resposta ao público que os vaiava. Bolívar, Cid, Daniel e Carlos foram julgados nos dia 13, 14, 20 e 21 de junho de 1988, em Capão da Canoa. Em todos os eventos, era grande a aglomeração de populares em volta do prédio.

Ponto onde Alex Thomas foi encontrado desacordado fica quase no entroncamento das avenidas Central e Paraguassu, em direção a Xangri-lá

A advogada e escritora Lígia Steigleder, autora do livro O Caso Alex – Justiça?, fala do paradoxo ao avistar pela primeira vez os indiciados. “O aperto em meu peito tornou-se quase insuportável: bonitos, saudáveis, bem vestidos. Típicos representantes do jovem da moderna classe média.” Nenhum deles assumiu a autoria do crime. Carlos negou a acusação de que teria instigado o primeiro golpe e afirmou não ter visto qualquer agressão. Cid Borges, acusado de desferir a voadora fatal, alegou estar de costas para o fato e “colando cartazes de propagada eleitoral do pai.” Bolívar foi o único que admitiu ter agredido Alex Thomas. Diante de um suposto gesto da vítima de levar a mão ao seu ombro, disse no depoimento que pensou estar sendo agredido. Diante disso, afirma ter desferido um tapa. Após, cita não ter visto qualquer agressão e só teria observado, já de dentro do carro, a vítima sentada no meio-fio. Daniel, ao contrário dos demais, passara os dois anos anteriores na Clínica Psiquiátrica Pinel. Apesar do depoimento confuso, foi ele quem contou os detalhes das agressões. “O ‘Nego Dodi’ (Bolívar) deu sem motivo dois socos no rapaz, que tentou fugir. Foi alcançado pelo ‘Zé do Brinco’ com uma paulada nas costas e, quando caiu, deixou que o Márcio e o Fábio saltassem de joelhos sobre o peito dele. Mas o Thomas ‘pifou’ mesmo quando o Cid terminou a briga com uma voadora”, disse no depoimento à Justiça. O juiz pediu se Alex Thomas havia provocado o grupo. Daniel respondeu. “Os caras disseram que ele se jogou na frente do carro. Mas eu não acredito. No outro dia, se mandaram. Disseram que eu devia voltar, que tinha sujado.” Por fim, o único réu absolvido afirmou ter sido ameaçado por integrantes do grupo, após o crime, para que evitasse delações. “São marginais que viviam assombrando no centro. Prometeram me tirar os dentes se eu falasse. Mas sou inocente e tenho que me defender.” Tal relato foi decisivo para a decisão dos jurados.

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As condenações e a liberdade Em artigo publicado no dia 8 de março daquele ano, poucos dias após o crime, o jornalista e escritor, José Alfredo Schieroldt, resumia o sentimento da comunidade lajeadense. “Infelizmente, o poder econômico e os truques jurídicos vão impedir a grade aos pivetes filhinhos de papai.” Não impediram. Mas a Justiça, na opinião de amigos e familiares, ficou aquém do esperado, apesar das condenações na área civil que, supostamente, deveriam garantir, entre outros, o pagamento de dois salários mínimos à família até 2035, quando Alex completaria 65 anos de idade. No primeiro júri realizado na SAAC, em Capão da Canoa, foram julgados Carlos Alberto e Cid Borges. O primeiro foi condenado a oito anos de prisão no regime semiaberto por ter incitado a briga que causou a morte. O segundo, 12 anos em regime fechado, com redução de um por ser menor de 21. Foi dele a voadora considerada fatal. No segundo júri, Bolívar e Daniel sentaram no banco dos réus. Por ter iniciado a agressão e ter desferido ao menos dois socos em Alex Thomas, Bolívar foi condenado a pena de nove anos, com redução de um por ser menor de 21 anos. Já Daniel “Louco” foi absolvido. Os menores de idade foram encaminhados à Febem. Os maiores cumpriram as punições. Carlos Alberto passou pelos presídios de Osório, Central de Porto Alegre, e Taquara. Ficou encarcerado entre 1986 e 1989. Três anos e cinco meses após a condenação, foi solto em liberdade condicional. Bolívar cumpriu pena nas mesmas penitenciárias e recebeu liberdade condicional três anos após o crime. Cid Borges também passou nesses presídios, além de ficar em Santa Rosa. Passados três anos e nove meses, ganhou liberdade provisória. Os três menores de idade Fábio Delapieve Bressan, Márcio de Freitas Nunes e José Carlos de Azevedo Moreira, o “Zé do Brinco”, ficaram por dois anos na Febem. ‘Daniel Louco’ morreu. Cid, Bolívar e Fábio continuam amigos. O primeiro chegou a atuar como CC em governos estaduais na década de 90. Bolívar foi gerente de rádios de Estrela e Encantado. Já Fábio é o diretor da 1ª Vara do Trabalho de Gravataí. A situação dos demais envolvidos no crime não foi descoberta pela reportagem.

“Foi o maior caso da minha vida” Ney Santos Arruda foi praticamente intimado pela comunidade lajeadense para atuar como assistente de acusação. Atuou junto do promotor de Justiça, José Antônio Paganella Boschi. “Eu estava de férias e me chamaram. Atuei no caso sem cobrar nada.

Advogado Ney Arruda atuou como assistente de acusação e não cobrou pelos serviços que lhe custaram ameaças de morte. O pai de Alex também foi ameaçado após o fim do julgamento

antecedentes criminais. “Isso os ajudou muito. Sabia-se de alguns delitos, mas havia poucos registros”, opina. Mesmo assim, afirma que o resultado foi justo. “Todos, com exceção do Daniel, foram condenados. E era esse o desejo de justiça de toda a comunidade.” Naqueles pouco mais de dois anos e meio entre a morte e as condenações, Arruda passou por fatos inusitados. No primeiro júri, foi confundido com advogado de defesa dos réus. “O pessoal começou a me vaiar e xingar quando cheguei à audiência. Minha mulher foi quem avisou a multidão que eu estava do lado deles. Daí fui aplaudido.” Sobre comentários de supostos gestos de arrogância dos réus durante o processo, o advogado garante não ter presenciado tais cenas. “Eles não tiveram chance de agir assim. Estavam com medo. Tinham o temor de serem linchados sempre que chegavam para uma audiência.” Em cada audiência, vários ônibus repletos de lajeadenses chegavam lotados ao litoral. Arruda, que chegou a ser ameaçado durante o processo, elogia o trabalho do promotor, considerado como um amigo por toda a família. “Foi o melhor que já vi atuar.” Por fim, até entrevista ao Fantástico o advogado deu naquele caso que, entre outros detalhes, teve até defensor público desistindo da defesa por pressão da mulher do lajeadense.

Consequências do fato

Atuei no caso sem cobrar nada. Foi uma questão comunitária.” Advogado

Ney Arruda

Foi uma questão comunitária. A sociedade e a opinião pública cobravam justiça.” O advogado, hoje com 86 anos, admite ter sido o “maior caso” de sua carreira profissional. “Tenho mais de 50 anos de advocacia. Mas, esse caso, de mais de 13 volumes, por todo o enredo envolvendo a comunidade, e toda a repercussão na mídia, foi o maior da minha vida.” Para ir e voltar de Capão da Canoa, onde ocorriam todas as audiências, Arruda contou com apoio de outros líderes comunitários da época. “Lembro que o Nilo Rotta disponibilizava veículos quando era necessário. Outros ajudavam com a gasolina. Naquele tempo não era tão simples ir à praia”, lembra. Para ele, a não aplicação de penas mais severas aos réus se deu pela ausência de

A morte de Alex Thomas virou notícia nos principais jornais e revistas do país. O Glovo, Revista Veja, Jornal do Brasil, Zero Hora e Correio do Povo foram alguns deles. A forte repercussão tomou proporções ainda maiores. Dias após o brutal assassinato, o então secretário de Indústria e Comércio de Porto Alegre, Cleon Guatimozim, organizou uma ampla fiscalização das academias de artes marciais. Isso porque os agressores do jovem lajeadense, conhecidos como “Matrizeiros” por integrarem a “Gangue da Praça da Matriz”, seriam praticantes das lutas. Essa gangue aterrorizava o centro da capital gaúcha. Até em policial chegaram a bater. Logo no dia 7 de março, menos de duas semanas após o crime, 17 academias foram autuadas por irregularidades. Cada uma multada em 825 cruzados. Mestres e professores foram obrigados a apresentarem atestados de bons antecedentes. As academias também tinham que apresentar a ficha corrida de todos os alunos e praticantes. Em 19 de março do mesmo ano, o senador baiano Nelson Carneiro encaminhou projeto de lei para regulamentar as academias de artes marciais. Como argumento, citava o crime de Atlântida. Algo que veio a ocorrer só em 1998.


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Vandalismo atormenta poder público Casos ocorrem desde metade do ano passado. Instalação de câmeras é cogitada JÉSSICA TAÍS SCHEEREN/DIVULGAÇÃO

Estrela

A

tos de vandalismo chamam atenção. Em uma semana, pelo menos, três pontos da cidade sofreram depredações. Adolescentes foram identificados como autores. Nas redes sociais, moradores pedem a instalação de câmeras de monitoramento e a media é cogitada pelo poder público. O caso mais recente aconteceu na madrugada da sexta-feira passada, no bairro das Indústrias. Nele, três jovens, com idades entre 14 e 15 anos, foram flagrados enquanto colocavam fogo em uma lixeira próxima a um mercado local. Eles também haviam incendiado banners e cartazes, na frente do comércio. Ambos foram aprendidos pela Brigada Militar. Os jovens são moradores dos bairros Oriental e Marmitt. Com eles, foram encon-

Nem inaugurada ainda, área de lazer da escadaria teve nesta semana os bancos danificados por vândalos

trados um isqueiro e um celular com gravações do local. Depois de registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Lajeado, foram liberados. Há poucos dias, um banco da escadaria foi quebrado. Antes, há dois meses, pichações foram constatas em parte da escadaria.

Além dos casos, vândalos haviam quebrado brinquedos nas proximidades. Já no fim de semana, uma pedra foi usada para matar uma tartaruga da praça do município. A série vem sendo constatada desde que dois jovens foram identificados após investigações sobre a pichação da delega-

cia. Eles apareciam nas filmagens de câmeras próximas ao prédio.

Aposta no monitoramento Na avaliação do secretário de Cultura e Turismo, Rudimar Hagemann, as atitudes têm impacto direto na atração de visitantes à cidade. Segundo ele, a escadaria

costuma ser procurada durante os passeios pelos roteiros turísticos da região pelo seu valor histórico. Para reduzir a incidência de novos casos, afirma, aprofundar o debate para o monitoramento eletrônico do espaço. De acordo com Hagemann, as atitudes preocupam e precisam de um acompanhamento das famílias para uma solução mais efetiva. Assim como ele, o comandante do 40º Batalhão de Polícia Militar, Marcelo de Abreu Fernandes, ressalta a importância de uma atenção familiar sobre a rotina dos adolescentes. Segundo Fernandes, além do risco causado por algumas das atitudes, o vandalismo causa prejuízos e exige trabalho de equipes do policiamento. No caso dessa madrugada, do incêndio em uma lixeira, dois policiais e uma viatura foram necessários para encaminhar os jovens até a DPPA.


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Preço da gasolina sobe R$ 0,10 na terça-feira Aumento é resultado do novo índice do ICMS ANDERSON LOPES

Estado

O

s motoristas gaúchos terão mais despesas a partir de 1o de março. Por conta da mudança nos cálculos do ICMS, o preço da gasolina deve aumentar em média R$ 0,10 por litro. O óleo diesel também terá acréscimo de R$ 0,03. O aumento do tributo foi aprovado em setembro do ano passado na Assembleia Legislativa. Em janeiro, entrou em vigor a primeira fase de acréscimos, que ampliou em 5% a alíquota sobre combustíveis, contas de luz e telefone, e na compra de bebidas alcoólicas, cigarros e refrigerantes. Em março começa a valer um aumento de cinco pontos percentuais calculados sobre a margem de valor agregado, cobrado das distribuidoras. Com isso, o preço da venda aos postos fica maior. Conforme o sindicato do comércio de combustíveis (Sulpetro), o valor será repassado ao consumidor. A Secretaria da Fazenda afirma que a ampliação do tributo apenas retoma os patamares cobrados em setembro do ano passado. Conforme a Sefaz, na época, o percentual cobrado pelo valor agregado baixou após pesquisa apontar redução no preço da gasolina. O aumento de imposto aplicado em janeiro ampliou em até R$ 0,30 o preço cobrado pela gasolina no RS. Com o acréscimo no preço final, a alíquota de valor agregado foi recalculada pela Receita gaúcha. Conforme levantamento da

Em janeiro, aumento no ICMS gaúcho elevou em R$ 0,30 o litro do combustível

ANP, o preço médio cobrado pelo combustível em Lajeado foi de R$ 3,88 entre os dias 21 e 27 deste

mês. No acumulado dos últimos 12 meses, o preço subiu mais de R$ 0,90.

ICMS A falta de dinheiro para pagar o funcionalismo foi um dos principais motivos alegados pelo governo para convencer os deputados a aprovarem o aumento do ICMS, em setembro do ano passado. Em vigor desde o dia 1º de janeiro, a nova alíquota não resultou em mais dinheiro para os cofres públicos. De acordo com a Fede-

ração de Economia e Estatística (FEE), a retração da economia resultou em menor arrecadação do tributo em relação ao mesmo período de 2015. Conforme economista da FEE, o aumento do impostos contribui para a redução do consumo das famílias e tem como efeito colateral o aumento da sonegação e da evasão fiscal.

Governo parcela folha e servidores recebem R$ 1,7 mil Estado Medidas de contenção de despesas do governo do Estado voltam a atingir os servidores. O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, anunciou, nessa sexta-feira, o parcelamento dos salários. No início da segunda-feira, 29, os servidores do Executivo receberão R$ 1.750. O governo espera aumentar a parcela ao longo do dia, podendo chegar a até R$ 2,5 mil. O restante deve ser quitado em duas parcelas, programadas para os dias 11 e 15 de março. O anúncio causou reação dos sindicatos dos trabalhadores. Representante do sindicato dos policiais civis (Ugeirm), Magda Lopes afirma que a medida afeta ainda mais a difícil situação da segurança pública do estado. Segundo ela, o sindicato se reúne na quarta-feira para definir ações de protesto. Não estão descartadas paralisações ou mesmo uma greve. Em nota, o presidente da Federação dos servidores (Fessergs), Sérgio Arnoud, repudiou o novo parcelamento de salários. Segundo ele, os servidores estaduais vivem em clima permanente de apreensão. “A medida não se justifica, pois o governo do Estado aumentou o ICMS e teve um ano para planejar sua administração”, afirma. Para a Fessergs, ao invés de penalizar os servidores, o governo precisa tomar medidas que aumentem a arrecadação. A entidade entregou documento em que sugere o combate à sonegação, o fim das isenções

fiscais para grandes empresas e o término dos contratos de aluguel de carros e prédios.

TEMPORÁRIOS Também na sexta-feira, o Piratini demitiu e depois readmitiu 179 policiais militares com contrato temporário. A demissão dos PMs foi anunciada por e-mail aos comandantes de batalhões e divulgada pelo associação dos cabos e soldados (Abamf). A repercussão do caso fez o governo voltar atrás e renovar os contratos dos agentes no mesmo dia. Para o presidente da Abamf, Leonel Lucas, o governo deu nova demonstração de despreparo para lidar com a segurança pública. “Ele e a equipe dele não tem nenhuma estratégia, por isso, o estado vive um caos na segurança”, aponta. Conforme Lucas, os mais de 30 homicídios registrados no último fim de semana no RS são o reflexo da falta de efetivo e condições de trabalho da BM. “A corporação tem 15 mil homens para cuidar de uma população de 11 milhões”, relata. Conforme Lucas, seria necessário o ingresso de 23 mil policiais para completar o quadro. As associações de servidores da BM se reúnem na segunda-feira para debater ações em protesto ao parcelamento dos salários.


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Ficha Limpa enquadra cinco ex-prefeitos Condição inviabiliza candidatura às eleições municipais marcadas para outubro Vale do Taquari

L

íderes partidários se articulam para definir os nomes dos candidatos para concorrer à majoritária e às cadeiras nas câmaras de vereadores. Em cinco cidades, ex-prefeitos e importantes nomes na política local têm pendências judiciais e podem ser enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Uma das situações mais recentes e de maior discussão na região ocorre com o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Rudimar Müller (PT). Condenado no fim do ano passado em instância superior pelo crime de embriaguez ao volante, por fato ocorrido em 2010, ele não preenche os pré-requisitos exigidos pela legislação para o registro de candidatura, entre eles, das certidões de quitação eleitoral e criminal. Mesmo assim, o nome é um dos mais cotados para concorrer ao pleito. Na avaliação do advogado de defesa do ex-prefeito, Roberto Chiele, as condenações criminais devem ser relativas à administração pública. “No caso dessa condenação, não foi com patrimônio público nem verba pública. Entendo que não há problema e o aconselho a lançar a candidatura.” Havendo qualquer restrição, observa, essa será apontada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Müller havia sido condenado no processo criminal ainda em 2013, mas a defesa recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A apelação foi negada e tal decisão retornou ao Fórum de Lajeado em agosto do ano passado, quando houve despacho do então juiz da Vara de Execuções Criminais (Vec), Paulo Meneghetti, que determinou o início das sanções. Situação parecida e que inviabilizou a candidatura ocorreu com o ex-vereador de Santa Clara do Sul, José Antônio Goergen (PT), no pleito de 2012. Condenado por portar CDs piratas em 2006, decidiu arriscar a inscrição do registro como candidato, que acabou impugnado pelo TRE faltando menos de dois meses para a eleição.

PRAZOS ELEITORAIS A pouco mais de sete meses do pleito municipal, partidos políticos devem ficar atentos às novas regras. Principais agendas do calendário eleitoral: Março 5 – Último dia para o TSE publicar as instruções relativas às eleições. Abril 2 – Quem pretende ser candidato a cargo eletivo deve estar com a filiação deferida no âmbito partidário, desde que o estatuto partidário não estabeleça prazo superior. Maio 4 – Último dia para o eleitor requerer inscrição eleitoral ou transferência de domicílio.

liberar sobre coligações e escolher candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador.

Junho 30 – Data a partir da qual é vedado às emissoras de rádio e de televisão transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato. Julho 2 – Data a partir da qual é vedada, na realização de inaugurações, a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos e também é vedado a qualquer candidato comparecer a inaugurações de obras públicas. 20 – Data a partir da qual é permitida a realização de convenções destinadas a de-

Fora do pleito

Entendo que não há problema e o aconselho a lançar a candidatura.” Roberto Chiele Advogado do ex-prefeito Rudimar Müller

Em Colinas, o ex-prefeito Gilberto Keller (PMDB), eleito por dois mandatos consecutivos (2008 e 2012), não pode concorrer nestas eleições. Ele foi cassado no primeiro ano desta gestão por uso indevido da máquina pública e compra de votos. O caso de Keller é emblemático. Mesmo provada sua atitude imoral e danosa à democracia, a comunidade se opôs à decisão do TRE e queria o prefeito no Executivo. A força foi tamanha que candidatos de oposição – denunciantes dos crimes – se retiraram da nova disputa ao cargo majoritário. No município, venceu o partido outra vez, com o professor Irineu Horst. Em dezembro de 2014, nova condenação. Dessa vez, a câmara de vereadores manteve a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a qual considerava irregulares as contas do gestor relativas ao exercício de 2010, deixando-o outros oito anos inelegível.

Agosto 15 – Último dia para os partidos políticos e as coligações apresentarem no cartório eleitoral o requerimento de registro de candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador. 16 – Data a partir da qual será permitida a propaganda eleitoral. 26 – Início do período da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Setembro 29 – Último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Outubro 2 – Dia da votação

Entram na lista de políticos com restrições perante a Justiça

Eleitoral o ex-prefeito de Roca Sales, Antônio Valesan, cassado em 2011. Ele foi considerado culpado por desviar 28 pares de calçados doados por uma empresa à Secretaria de Assistência Social. Além dele, aparecem o ex-prefeito de Taquari, Ivo dos Santos Lautert, e o ex-chefe do Executivo de Bom Retiro do Sul, Celso Pazuch.

Punição cumprida em Teutônia Em Teutônia, o ex-prefeito Ricardo Brönstrup (PSDB) teve as contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em relação à gestão de 1999. Tal rejeição foi confirmada pelo Legislativo municipal em 2006. O político arriscou a candidatura em 2012, mas teve o registro indeferido pela juíza Patrícia Stelmar Neto. O prazo de inelegibilidade estabelecido pela Ficha Limpa, de oito anos, encerrou há dois anos. Dessa forma, Brönstrup estaria em condições para concorrer neste pleito. Contudo, o mais provável é que seu filho, Jonatan, dispute as eleições para prefeito, como ocorreu em 2012.


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“Precisamos melhorar para vender o Vale” Novo presidente da Amturvales aposta no esforço coletivo para expandir o turismo JUREMIR VERSETTI/CHINELAGEM PRESS

Vale do Taquari

União de esforços

A

região contempla um dos maiores potenciais turísticos do RS. Cascatas, grutas e belas paisagens se unem a uma gama de festividades e atrações típicas da cultura local. Mas o setor é pouco explorado e, para o novo presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales) e prefeito de Dois Lajeados, Valnei Cover, carece da união de esforços para avançar. Empossado nessa sexta-feira, tem mandato de dois anos. A cerimônia de posse ocorreu às 19h, em Encantado. Uma das grandes apostas da associação para este ano, o início do trem turístico entre Estrela e Guaporé. No dia 8 de março, comitiva de prefeitos, da Amturvales, representantes da ALL e da empresa que prestará o serviço, Serra Verde Express, se reúne em Curitiba para discutir o projeto. Resta ainda aval do Dnit, visto que serão usados os mesmos trilhos onde hoje ocorre o transporte de mercadorias. Mas para o presidente da associação o roteiro por si só não será o suficiente para potencializar o turismo. É preciso traba-

Prefeito de Dois Lajeados, Valnei Cover assumiu a presidência da Amturvales nessa sexta-feira. Para ele, o Vale do Taquari precisa se unir em prol do turismo regional. Ele pede confiança aos projetos da associação.

Valnei Cover(2), prefeito de Dois Lajeados, foi empossado presidente da Amturvales

lhar de maneira para oferecer atrações paralelas aos visitantes. “Ninguém vai vir aqui só para dar uma volta de trem. Temos que ter à disposição das pessoas outras coisas, para que possam, por exemplo, passar um fim de semana inteiro percorrendo a região.” Cover substitui Leandro Pitol, que respondeu pela associação após o pedido de afastamento do ex-prefeito de Colinas, Gilberto Keller. Mesmo carente de infraestrutura, o Vale recebeu cerca de 300 mil visitantes em 2014, de acordo com dados da Amturvales. Entre eles, frequentadores dos roteiros, turistas individu-

ais e visitantes a negócios. A associação foi criada em março de 1995, com um quadro associativo formado apenas por representantes de administrações municipais. Quatro ano depois, a iniciativa privada entrou com a participação de hotéis, restaurantes, agências de viagens, entre outros. Hoje mais de 80 estabelecimentos compõem os nove roteiros da região. Participam da associação 22 municípios da região. Nove rotas estão cadastradas. A Amturvales tem um orçamento anual de aproximadamente R$ 120 mil. O dinheiro é repassado pelos municípios e empresas associadas.

A Hora – O Vale é rico em belezas naturais. Mas falta infraestrutura, seja em estradas e hotéis, em especial nas pequenas cidades. O que é preciso para agilizar a preparação da nossa região para nos tornarmos um potencial turístico no RS? Valnei Cover – Nós precisamos trabalhar em conjunto. A solução não está nas mãos da Amturvales ou de um prefeito. Temos que trabalhar em um todo, buscando parcerias na iniciativa privada e mostrando que o Vale tem condições. Em primeiro lugar, precisamos melhorar para vender o Vale. Em segundo, montar roteiros e sinalizar a região. Terceiro, criar uma cultura de turismo. E isso leva tempo, é uma evolução. A Hora – Posto em prática o projeto do trem turístico, você acha que ele pode ser o grande

diferencial para expandir o turismo no Vale? Cover – Vai ser um grande momento, que realmente vai marcar o turismo. Mas sozinho não adianta. Precisamos aproveitar bem este momento e explorar os nossos potenciais, com um trabalho paralelo. Temos feiras, temos cascatas, grutas. O turista não virá apenas passear de trem e ir embora. A Hora – Você substitui uma gestão que foi contestada e culminou em um enfraquecimento da Amturvales. Como recuperar o prestígio? Cover – Queremos unir todos em torno da Amturvales. Queremos buscar as pessoas para que voltem à associação. Esperamos que as pessoas entendam, que nos deem um voto de confiança para começarmos a montar nossa ideia e depois possam cobrar o nosso resultado.

Ciúmes teria motivado agressão contra vereador ARQUIVO

Lajeado O vereador Djalmo da Rosa (PMDB), o “Deja”, foi agredido com uma pedrada quando deixava a namorada na casa da mãe, no bairro Jardim do Cedro, no dia 19. Ao sair do veículo, ele alega ter sido surpreendido por um homem que esperava o casal. O ataque resultou em ferimentos na cabeça, e danos ao automóvel do parlamentar. A violência, afirma, teve cunho passional, pois o agressor seria ex-marido da atual namorada de Deja. De acordo com o vereador, boatos davam conta de que ele teria sido espancado e que precisaria de um procedimento cirúrgico. O parlamentar nega a informa-

ção e afirma ter sofrido apenas escoriações leves. O afastamento das funções políticas nesta semana, revela, ocorreu em função de um tratamento médico sem nenhuma relação com o ocorrido. Deja registrou ocorrência por agressão na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) do município. Segundo ele, não houve provocações e nem tempo de reação, o fato teria sido testemunhado por vizinhos da mãe da namorada.

Ocorrência por ameaça O suposto agressor registrou na polícia que antes do ataque teria sido ameaçado de morte. De acordo com o depoimento, o vereador teria parado o carro na frente da casa dele, buzinado e o

chamado para fora. A, nesse caso, vítima estaria fumando na área da residência e supostamente ouviu o parlamentar gritando que não o pegaria dentro do pátio, mas que o mataria em outro momento. O homem relata ter saído do pátio e ido em direção ao veículo de Deja, que não desceu, mas continuou com as ameaças. O denunciante assume ter jogado duas pedras contra o automóvel, e declara que em seguida o vereador saiu do local. Conforme o relato às autoridades, as ameaças já haviam ocorrido anteriormente. De acordo com o parlamentar, as declarações são mentirosas e ele nunca intimidou ou ameaçou a suposta vítima. Para Deja, tais

Deja alega ter sido agredido por ex-marido da namorada no dia 19 de fevereiro

relatos são uma tentativa de sujar a imagem dele perante a opinião pública. Segundo o vereador, a confusão foi motivada por ciúmes. A mu-

lher, declara, já registrou mais de uma ocorrência por agressão contra o homem que afirma ter sido ameaçada de morte pelo vereador agredido.


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Acil visita fábrica de sorvete Lajeado Integrantes do Núcleo de Marcas da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) visitaram a fábrica da Sorvebom em Lajeado. A intenção é trazer a história de sucesso de empreendedores da região. Após a apresentação, os integrantes conheceram a empresa e o seu avançado sistema de tratamento de efluentes, que é referência internacional. Criado por iniciativa do vice-presidente de Capacitação da Acil, Jean Zagonel, o núcleo tem o objetivo de reunir empresários e profissionais da área com fins de debater as questões comuns e promover ações visando fortalecer e desenvolver a cultura de branding nas organizações.

Beneficiários do MCMV se reúnem sábado Lajeado Reunião com os beneficiários de imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida ocorre neste sábado, no Ginásio Nelson Brancher. Serão dois momentos: a partir das 13h30min, com palestras direcionadas a moradores do Novo Tempo 1, e às 15h30min, aos moradores do Novo Tempo 2. Eles deverão comparecer ao local com 15 minutos de antecedência, portando documento de identificação. O tema central será “Educação sobre o meio ambiente e patrimônio'”. Temas como a coleta de lixo e os cuidados com animais domésticos serão apontados. Os painéis serão ministrados pela responsável pela coleta de lixo em Lajeado, Silvane Kohlraush, e a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores Eléa Wessel.

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Município inaugura complexo escolar neste sábado de manhã Investimento para atender 200 alunos ultrapassa R$ 2 milhões MACIEL DELFINO

Westfália

A

ampliação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Schmidt e a construção do ginásio de esportes serão inauguradas neste sábado. A solenidade inicia às 8h30min com apresentação da Orquestra Municipal. Para comemorar, servidores públicos e pais disputam partida amistosa de futsal. O investimento total nas duas obras ultrapassa R$ 2,2 milhões. O complexo escolar recebeu acréscimo de prédio com três pavimentos, totalizando 1.597 metros quadrados. O custo chega a R$ 1,7 milhão. Além disso, o ginásio de 980 metros quadrados custou R$ 509 mil para a conclusão. Os recursos para o empreendimento foram oriundos de financiamento pelo Badesul, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e R$ 1 milhão da administração municipal.

Presente para a comunidade Nos corredores da escola, o sorriso dos servidores demonstra a satisfação pela infraestrutura oferecida. Para a diretora Elaine Cristina Schroer Kohl, o esforço do poder público na idealização da obra a incentiva a inovar no dia a dia. “Temos um ambiente perfeito para ensinar crianças e jovens.” O professor de Educação Física, Lucas Schwartz, 23, trabalha na escola faz cinco anos. Para ele, o tamanho da escola surpreende e mostra que ainda existe interesse em qualificar a educação. “A escola é grandiosa e deixa um legado para a comunidade. Ainda bem que os governantes estão abrindo os olhos e percebendo que vale a pena investir no ensino.”

Complexo guarda cápsula do tempo A escola tem 133 anos e em

As aulas na escola iniciaram no dia 22 com alunos da Educação Infantil até o 9o ano. Inauguração começa às 8h30min

agosto de 2014, quando completava 17 anos sob a coordenação municipal, registros da época foram guardados. A cápsula contém o nome dos professores, calendário, dinheiro, fotos e jornais. O material foi anexado em uma parede do novo complexo

escolar e deve ser revisto daqui a 50 anos. A escola iniciou com uma sala de aula construída por 32 famílias alemãs. O local atendeu crianças por 70 anos, até serem feitas ampliações para mais

duas salas, que foram utilizadas por 20 anos. Depois, as aulas passaram para onde hoje está o Cematia. Desde 2010, a escola atende onde está localizado um dos maiores complexos escolares municipais da região.


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Nota Fiscal Eletrônica substitui talão Falta de internet nas propriedades rurais dificulta adesão. Prazo acaba em 2019 MACIEL DELFINO

Estado

O

uso da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em substituição ao talão de produtor preocupa agricultores. Entre as dificuldades de adesão ao novo modelo exigido, está falta de acesso à internet em determinadas regiões, como ocorre na propriedade de Venícios Brandão, em Anto Bravo, a 18 quilômetros do centro de Progresso. A partir de outubro, a cooperativa para quem vende os 250 litros de leite produzidos diariamente deixará de registrar a movimentação no talão de produtor. “Poucos têm condições de pagar por uma antena para acessar a internet. Aliás a maioria nem tem telefone celular porque o sinal no interior é precário.” Para conseguir atender a norma, Brandão precisará se deslocar até o centro. Na propriedade de Célio Hunsche, em Teutônia, não há computador ou rede de internet para iniciar a emissão da guia. “Preciso fazer um curso de informática para saber manusear o sistema ou recorrer ao sindicato para me ajudar. Essa

Cronograma o

1 /4/2016 – Pecuária 1o/10/2016 – Lavouras temporárias

1o/4/2017 – Lavouras permanentes

1o/10/2017 – Demais produtos

1o/1/2019 – Todas as operações, independentemente da operação ou do porte do produtor.

Hunsche, de Teutônia, preenche de forma manual as notas de produção do talão

é mais uma mudança que aumenta nosso custo”, lamenta. Hunche mantém 20 vacas leiteiras, cuja produção alcança cem litros diários, além da criação de galinhas caipiras. Por semana, vende 56 dúzias de ovos. A dificuldade de acessar a internet foi um dos motivos que levou a Receita Estadual a prorrogar o prazo de adesão. De acordo com o subsecretário da entidade, Mário Luís Wunderlich dos Santos, diante das dificuldades operacionais na hora de emitir a NF-e, um novo cronograma será definido. Para produtores do Sistema Integrado, produtores estabelecidos como empresa (CNPJ) e para as lavouras temporárias, a data-limite foi fixada, agora, em 1º de outubro de 2016.

“É inviável, precisamos de outro modelo” O assessor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajeado, Batista Weber, afirma que o atual sistema exigido a partir de outubro é inviável. “Poucos têm acesso e sabem fazer a emissão pela internet no interior. Precisamos de um modelo mais simples.” Nesta semana, o deputado federal Heitor Schuch se reuniu em Brasília com o gerente de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google, Marcos Joaquim Pereira Martins, para discutir formas de viabilizar o sinal de internet no meio rural. Um dos principais entraves

é o custo. “Como falar em permanência do jovem no campo e qualificação do trabalho se a emissão de uma simples Nota Fiscal Eletrônica na propriedade é impossível?”, questiona. Martins relatou que a empresa se coloca como parceira do governo para a expansão do serviço e relatou os experimentos do Projeto Loon, pelo qual a internet é levada a zonas remotas mediante balões/satélites que servem como transmissores de sinal, e são mais baratos que a tecnologia hoje existente para esse fim. A iniciativa está em teste na Região Nordeste.

Emissão manual Conforme Dos Santos, para as propriedades onde não há internet, existe a possibilidade de emitir a nota fiscal manual, que acompanha o produto até o ponto com rede mais próxima. A utilização da NF-e substituirá as mais de oito milhões de notas fiscais de produtor que circulam por ano, reduzindo o custo do Estado de R$ 3,5 milhões/ano na confecção e distribuição dos modelos em papel. Além de maior agilidade e segurança, os produtores igualmente terão despesas menores, não precisando mais se deslocarem até as prefeituras para retirar e devolver talões. A implantação no RS começou em junho de 2013, com a obrigatoriedade da emissão da NF-e para o produtor rural nas operações interestaduais com arroz em casca.


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Intercamping PATROCÍNIO:

Sábado para definir os finalistas Camping do Riacho Doce sedia, a partir das 15h, as semifinais do minifutebol EZEQUIEL NEITZKE

A

fase semifinal do Intercamping ocorre neste sábado, no Camping Riacho Doce, em Linha Perau, Marques de Souza. Os jogos iniciam às 16h. O primeiro coloca frente a frente os dois melhores ataques da competição. Lacmax/GB Produtos de Limpeza, de Lajeado, encara o São José/Posto Zanoni. O São José não terá o ala Evaldo, suspenso, e o atacante Douglas, que está no Exército. Mas pode ter o acréscimo de Vanderlei Weiand, o “Peixe”, atleta de Teutônia. Responsável pela equipe, Sandro Janes acredita que será um grande jogo. “Nos dois lados temos atletas que podem fazer a diferença e desequilibrar a partida.” Após eliminar o Regra 3, nas quartas de final, o Lacmax aposta no entrosamento dos atletas para chegar à final. O provável time que deve iniciar a partida é: Gallas, Kenji, Vini Masiero, Alexsandro, Roger, Henrique Rocha e Alex Espíndola. Na outra partida, o dono da casa e multicampeão Maravilha terá todos os jogadores à disposição para enfrentar o O que Importa é o que Interessa, de Traves-

Maravilha, de Renato Marin, busca a classificação para mais uma final. Equipe é a maior campeã do Intercamping

Jogos 15h – São José x Lacmax 16h – O que Importa é o que Interessa x Maravilha

seiro. Os travesseirenses terão os desfalques de Marlon Bundchen e Mateus Battisti. A competição é uma promoção

da Aemaso, com o apoio da administração municipal, Sicredi, STR Supermercados, Piffer Pneus e Rodas e Fruteira Mertz.

DESTAQUES Artilheiro: Leandro Gabriel Felício, o “Biel, do Xurupita A, autor de nove gols. Goleiro menos vazado: UFC, média 0,4 gol sofrido por jogo. Disciplina: Penetra's, apenas um cartão.


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EZEQUIEL NEITZKE

Gaúcho, do meia Bitoca, necessita vencer ou torcer por tropeço dos adversários para se classificar no amador de Progresso. Última rodada definirá os classificados para as quartas de finais da competição

AMADORES

Progresso decide os classificados ao mata mata Última rodada ocorre nas praças de esportes do Gaúcho e do São João. Quatro equipes brigam pelas duas últimas vagas. Partidas iniciam às 14h

E

nquanto alguns campeonatos municipais ainda definem a fórmula de disputa, o amador de Progresso promove, neste fim de semana, a última rodada da primeira fase. As partidas iniciam às 14h no centro e em Alta Picada Serra. No sábado, na praça de esportes do Gaúcho, o Flamengo B encara o Cruzeiro, de Tiririca, visando terminar a fase classificatória na terceira colocação. A diferença en-

tre os times é de 2 pontos. No jogo de fundo, o multicampeão Gaúcho necessita vencer o atual campeão Cruzeiro, de Alto Honorato, para se classificar. Caso perca, torce para o São João não vencer no domingo. No domingo, em Alta Picada Serra, o Amizade, de Morro Azul, tem 2 pontos e precisa que o Gaúcho perca e ainda leve cartões. Dono da casa, o São João recebe o Flamengo A não dependendo mais de si para se classificar. A equipe

necessita vencer e torcer por tropeços do Gaúcho ou Corinthians. A classificação do campeonato é: Flamengo A (16 pontos), Cruzeiro A.H (15), Cruzeiro (10), Flamengo B (8), Corinthians (6), Gaúcho (5), São João (4) e Amizade (2).

Bela Vista do Fão recebe jogos após 13 anos O distrito de Bela Vista do Fão, em Marques de Souza, volta a receber uma partida oficial de futebol após 13 anos. Presidente do

Grêmio Esportivo Guarani, Adelar dos Santos afirma que a volta ao municipal está sendo positiva, pois a comunidade está apoiando. “Sempre lutei para ver o Guarani de volta, agora pretendemos fazer um bom campeonato.” A partir das 14h, o time B estreia na competição diante do Nova Aliança. Após, às 16h, o time A busca a recuperação no campeonato. Após perder de goleada na estreia para o Ser Picada Flor, encara EC Juventude, atual

campeão.

Rodada pode apontar os primeiros classificados A quatro rodadas do fim da primeira fase, a Taça da Amizade – competição que integra Colinas, Imigrante, Poço das Antas e Westfália – pode apontar neste fim de semana os primeiros classificados ao mata-mata. Líder do campeonato, o Juventude, de Linha Berlim, Westfália, visita o rival Fluminense. Uma


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Reportagem: Ezequiel Neitzke FÁBIO KUHN

CLASSIFICAÇÃO AMADOR TEUTÔNIA Titular Chave A: Atlético Gaúcho (9 pontos) Catarinense e Flamengo (6). Juventude e Bangu (3). Chave B: Ouro Verde (9 pontos), Ribeirense (6), União e Alto Taquari (4) e Avante (sem pontuar)

Ouro Verde enfrenta o Avante e quer permanecer na ponta da chave B do amador de Teutônia

vitória garante a equipe na próxima fase. Também em Westfália, o Juventude, de Linha Paissandu, recebe o Riograndense. Quarto colocado, o Ecas recebe, em Imigrante, o Juventude, de Colinas. A rodada encerra nesse município, onde ocorre o confronto entre os lanternas 11 Amigos e Rui Barbosa. Pela categoria aspirante, o destaque fica por conta do confronto entre o primeiro colocado Flumi-

nense e o vice-líder Juventude. A classificação da categoria titular é: Juventude Berlim (10 pontos), Palmeiras e Riograndense (9), Ecas (7), Fluminense (6), Juventude Colinas e 11 Amigos (3) e Rui Barbosa (sem pontuar). Na categoria aspirante, o Fluminense lidera com 12 pontos, seguido de Juventude West e 11 Amigos (10), Rui Barbosa (6), Juventude Col (4), Ecas (3), Riograndense (1) e Palmeiras (sem pontuar). EZEQUIEL NEITZKE

Jogos ocorrem em Fazenda Lohmann A segunda rodada do municipal de Roca Sales ocorre em Fazenda Lohmann neste sábado. Às 10h, o Sete de Setembro encara o Copaltinho, que busca se recuperar da derrota na estreia. Em seguida, às 14h, Concórdia e Botafogo disputam a liderança da competição. Fechando a rodada, o dono da casa Esperança recebe o Cevada. As equipes perderam na estreia e buscam os primeiros pontos.

Líderes retornam à disputa O destaque da quarta rodada do amador de Teutônia é o retorno dos líderes Atlético Gaúcho e Ouro Verde. As equipes enfrentam os lanternas Bangu e Avante. As outras partidas são entre Juventude

e Catarinense, em Linha Catarina, e Alto Taquari versus Ribeirense, em São Jacó.

Terceira rodada inicia no domingo São José e São Brás abrem a terceira rodada do municipal de Boqueirão do Leão. Partidas ocorrem na comunidade de Matão, com início da categoria aspirante às 14h30min e titular às 16h30min.

Confronto dos invictos A terceira rodada do amador de Arroio do Meio será marcada pelo confronto entre as únicas equipes invictas na competição nas duas categorias – aspirante e titular. Em Rui Barbosa, o Rui Barbosa recebe o Amigos. Na outra ponta da tabela, Sete de Setembro e Cruzeiro buscam os primeiros pontos na categoria titular, pois perderam os confrontos disputados até agora.

Abertura é prorrogada

Rogério Lourenço, o “Rocha”, treinará o Cruzeiro A.H, e o Nova Aliança

Municipal de Bom Retiro do Sul teve a primeira rodada transferida para o dia 6

O início do Campeonato Municipal de Bom Retiro do Sul seria no dia 28, porém, foi adiado em uma semana. No domingo, 6 de março, ocorrem os primeiros jogos. Segundo a Liga Bonretirense de Futebol Amador, o adiamento decorre do atraso na contratação da arbitragem em virtude da indefinição de algumas equipes em participar. Dessa forma, a rodada de abertura terá os confrontos Aecosajo versus Palmeiras e Floriano versus Rudibar, já previstos para ocorrer neste dia pela segunda rodada. O Grêmio da Beira do Rio folga. Os jogos da primeira rodada programados para o dia 8 ocorrerão em data a definir.

Copa Gastão Valandro define carnê A Liga Lajeadense de Futebol

Aspirante: Chave A: Atlético Gaúcho (9 pontos). Bangu, Catarinense e Juventude (4) e Flamengo (1). Chave B: Avante (9 pontos), Ribeirense (6), Ouro Verde (4), Alto Taquari (3) e União (1).

Amador (Lilafa) divulgou no site da Aslivata o remanejamento dos confrontos da 1ª rodada do amador de Lajeado devido aos ajustes de festas já programadas em algumas praças esportivas. Com isso, na rodada inaugural no dia 6, o Olarias recebe o Estudiantes. No bairro Campestre, o União enfrenta o Minuano. Delfino Costa e Guarani jogam no bairro Conservas. Para fechar a rodada, o União de Carneiros enfrenta o Internacional no bairro Carneiros.

Jogos do fim de semana Progresso Sábado Flamengo B x Cruzeiro de Tiririca Gaúcho x Cruzeiro de Alto Honorato Domingo Corinthians x Amizade São João x Flamengo A Roca Sales Copaltinho x Sete de Setembro Concórdia x Botafogo Esperança x Cevada Marques de Souza Guarani B x SE Nova Aliança Guarani A x EC Juventude Taça da Amizade Fluminense X Juventude Berlim Ecas X Juventude Colinas Palmeiras X Riograndense Rui Barbosa X 11 Amigos Teutônia Juventude X Catarinense Bangu X Atlético Gaúcho Avante X Ouro Verde Alto Taquari X Ribeirense Boqueirão do Leão São José x São Brás Arroio do Meio Sete de Setembro x Cruzeiro Rui Barbosa x Amigos Palmense x Forquetense


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Gauchão

Alviazul faz pior campanha desde retorno Em busca de recuperação, Lajeadense joga contra o Cruzeiro às 17h de segunda-feira EZEQUIEL NEITZKE

Creio que faremos um bom campeonato.” Em entrevista coletiva nessa sexta-feira de manhã, o novo técnico do Lajeadense falou das expectativas em comandar o time. O que o torcedor do Lajeadense pode esperar do seu trabalho? Porto – A recuperação dentro da competição. Tenho acompanhado o campeonato, está muito equilibrado e o Lajeadense tem bons jogadores. Agora será outro campeonato. Nestes sete jogos, iremos trabalhar para conseguir os objetivos de ficar entre os oito classificados às quartas de final. Porto foi apresentado como treinador nessa sexta-feira de manhã e já realizou o primeiro trabalho tático com a equipe

D

ois pontos separam o Cruzeiro do Lajeadense. Enquanto a equipe do Vale do Taquari soma 4 pontos e ocupa a 12ª colocação, o cruzeirinho é o lanterna com 2 pontos. Às 17h desta segunda-feira, no Estádio Vieirão, em Gravataí, as equipes se enfrentam pela sétima rodada do Campeonato Gaúcho. Uma vitória pode colocar o Lajeadense na zona de classificação à próxima fase. Além disso, afastaria a equipe da zona do rebaixamento – está a 1 ponto do 11° colocado, Brasil de Pelotas. Devido a essas situações, o confronto é visto pelo novo treinador como “o ponto de partida para uma reação no estadual.” Hoje o Lajeadense tem 22,2% de aproveitamento, pior porcentagem desde o retorno da equipe à elite do estadual. Também a primeira vez que a equipe entra na zona do rebaixamento desde 2011.

Vitória é necessária Com desempenhos parecidos nas últimas rodadas, La-

jeadense e Cruzeiro chegam com a obrigação de vencer. Após ser apresentado, o técnico Edson Porto teve uma breve conversa com os jogadores e intensificou os trabalhos de movimentação, finalizações e bola parada. Porto enfrenta os desfalques de Diego Miranda, Marabá, Mateus Santana, Laércio e Giovane, todos machucados. Além deles, o centroavante Giovane Rosa foi desligado do grupo. Pelo lado do Cruzeiro, o técnico Ben Hur Pereira deve mandar a campo a mesma equipe que empatou com o Glória no meio da semana. Andrey, Rodrigo, André Ribeiro, Vladimir, Jeferson, Ben Hur, Paraná, Thiago Alagoano, Reinaldo, Caion e Matheus. Desde 2011, as equipes se enfrentaram cinco vezes pelo Gauchão. São três vitórias, um empate e uma derrota do time do Vale. Em 2015, foram três confrontos, um pelo Gauchão, com vitória do Alviazul por 2 a 0. Na Supercopa, uma vitória do Cruzeiro por 1 a 0 e um êxito do Lajeadense por 2 a 1.

7ª RODADA Sábado 7h – Grêmio x Glória 21h – São Paulo x Brasil de Pelotas Domingo 17h – Juventude x Inter 17h – Novo Hamburgo x Ypiranga 17h – Aimoré x São José Segunda-feira 17h – Cruzeiro x Lajeadense Terça-feira 20h – Veranópolis x Passo Fundo

Classificação Equipe

PG

SG

1º – São José

16

9

2º – Juventude

16

8

3º – São Paulo

15

5

4º – Grêmio

12

3

6º – Internacional

11

5

7º – Ypiranga

8

3

8º – Passo Fundo

6

-8

9º – Glória

6

0

10º – Novo Hamburgo

5

-1

11º – Aimoré

5

-4

12º – Brasil

5

-2

13º – Lajeadense

4

-4

14º – Veranópolis

4

-5

15º – Cruzeiro

2

-9

Você assumiu algum time na mesma situação do Lajeadense? Porto – Alguns. Inclusive o Santa Cruz, em 2012. A equipe vinha de um campeonato com resultados negativos, assumi no segundo turno e conseguimos a classificação para o mata-mata. O Santa Cruz estava em um momento pior que o Lajeadense está hoje. Não digo que o clube vive uma situação complicada, pois a distância do 13º para o 7º é de 2 pontos. Já assumi times em situação muito pior e graças a Deus sempre obtive sucesso. Dos 21 pontos que tem para disputar, quantos projeta fazer? Porto – No futebol tem uma conta muito simples, são três resultados: vitória, empate ou derrota. O número de vitórias tem que ser sempre maior que empates e derrotas, aí se tem uma campanha boa. Em 21 pontos, tem que ser feito, no mínimo, 50 ou 60% deles. Se fizer essa matemática, você atinge o objetivo. Lajeadense pode arrancar pontos da dupla Gre-Nal? Porto – Deve! Com o objetivo nosso de trabalho temos que arrancar pontos deles. Não se pode pensar porque é Gre-Nal que devemos respeitar. Vi os jogos da dupla da última rodada e os times do interior tiveram maior volume de jogo. Claro que a dupla vai crescer, mas conto ponto sempre. Parceria com Guidhini facilita? Porto – Com certeza, o Guidhini é um dos melhores preparadores físicos com quem trabalhei e tenho a certeza que conseguiremos tirar muito dos atletas. Você acompanhava o desempenho do Lajeadense? Porto – Vinha acompanhando todos os times, não só o Lajeadense. A gente que trabalha com futebol está sempre se atualizando, vendo e acompanhando os jogos. Acompanhei mais o Lajeadense, por causa do meu amigo Florindo Guidhini. Conheço algum dos jogadores, mas não trabalhei com nenhum, creio que faremos um bom campeonato.


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Informe

www.ctclajeado.com.br ww

Definidos os classificados a fase eliminatória FÁBIO KUHN

Tabela de classificação Chave A Time

PG

Coroas Mirim D

10

Ser Falcatrua

10

Hangover

6

Canhão FC

0

Ser Sodabeb

-3

Chave B Time

PG

Dream Team

12

Rebordose

9

S.E.B

6

Pumas

3

Maragatos

0

Chave C

Última rodada decide os confrontos das equipes classificadas às oitavas de final. Confrontos do mata mata iniciam na próxima semana

A

uma rodada do término da primeira fase do Torneio de Férias do Clube Tiro e Caça (CTC) todos os classificados já estão definidos. A fase eliminatória inicia na próxima quinta-feira. Pela chave A, Coroas Mirim D, Falcatrua e Hangover são os classificados, enquanto Canhão e Sodabeb estão eliminados. No grupo B, Rebordose, Dream Team e S.E.B avançaram. Maragatos e Pumas deram adeus ao certame. Pela chave C, Amnésia e Donos da Bola se classificaram com antecedência. Verdonna e S.O.S Supinos confirmaram a classificação nessa quinta-feira. O S.O.S se garantiu por ser o melhor quarto colocado e levar vantagem no critério desempate que é a disciplina. Coroas Mirim, Lesionados e ADL avançaram no grupo D. Na chave E, Aliança, Tocafogo e DK FC estão na próxima fase. Pampero e Four foram desclassificados.

Últimas rodadas Coroas Mirim D aplicou a maior goleada da 11ª rodada, disputada na terça-feira, ao vencer o Sodabeb por 8 a 0. Os gols foram anotados por Adriano Schneider (quatro), Fábio Rockenbach, Douglas Bresciani, Rodrigo Johann e Fernando Feil. Quem também goleou na rodada foi o Falcatrua ao aplicar 4 a 1 no Hangover – gols anotados por Diego Baségio, Rafael Nicaretta, Eduardo Delavald e Pedro Arenhart. Demais resultados foram Dream Team 2 a 0 Rebordose e S.E.B 2 a 1 Mara-

gatos. Na 12ª rodada, disputada na quinta-feira, destaque ficou para a goleada de 5 a 2 do Coroas Mirim Demóisss sobre o ADL – gols marcados por Samuel Sebben e Cristiano Monteiro, ambos em duas oportunidades, e Tiago Loeblein Rodrigues. Com o melhor ataque, o Donos da Bola venceu o Verdonna por 3 a 0, gols de Guilherme Cristófoli, Alex Espíndola e Vinícius Masiero. A rodada teve ainda S.O.S 2 a 3 Amnésia e Lesionados 0 a 3 C. Mirim/ Charrua.

Resultados 11ª rodada 19h – Sodabeb 0 x 8 C. Mirim D 19h50min – Falcatrua 4 x 1 Hangover 20h40min – Dream Team 2 x 0 Rebordose 21h30min – S.E.B 2 x 1 Maragatos 12ª rodada 19h – ADL 2 x 5 C. Mirim Demóisss 19h50min – Donos da Bola 3 x 0 Verdonna 20h40min – S.O.S 2 x 3 Amnésia 21h30min – Lesionados 0 x 3 C. Mirim/Charrua

Próximos jogos Última rodada – 1o/3 19h50min – Aliança x Four 20h40min – Tocafogo x DK FC

Time

PG

Amnésia

10

Donos da Bola

10

Verdonna

6

S.O.S

3

CTC Tennis Team

0

Chave D Time

PG

Coroas Mirim/Charrua

12

Lesionados

9

ADL

3

Coroas Mirim Demóisss

3

Expressinho

3

Chave E Time

PG

Aliança

9

Tocafogo

6

DK FC

6

Pampero

3

Four

0

Classificado Eliminado


Lajeado, Fim de semana, 27 e 28 de fevereiro de 2016

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br


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