A Hora do Sul - 06/07/2024

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NOVO CICLO

ahoradosul.com.br

Pelotas e Zona Sul ganham um novo Jornal. Operação impressa e digital abre novo ciclo e se conecta ao momento promissor em curso na região. O diário A Hora do Sul circula de segunda a sábado. Trata-se de uma empresa ligada ao Grupo A Hora, principal conglomerado de mídias do Vale do Taquari.

OPORTUNIDADES À BEIRA MAR

Rio Grande trabalha avanços econômicos em duas frentes

Enquanto o Porto lidera o crescimento do setor industrial, governo municipal assegura a desburocratização para fomentar novos negócios e ampliar a geração de emprego e renda.

212 ANOS DE HISTÓRIA

Pelotas aposta em alianças para acelerar progresso

Ações estratégicas miram retomada do protagonismo na região Sul

Fortalecer o turismo, valorizar a infraestrutura local e estimular a reindustrialização: cidade orienta ações estratégicas nestas três áreas para impulsionar o crescimento

econômico e social. Município chega aos 212 anos neste domingo e alimenta movimentos como Aliança Pelotas para reocupar espaço no Estado.

Opinião

RÉGIS NOGUEIRA

“Pelotas não pode

ficar sem um jornal”

Vamos elevar a percepção e o desenvolvimento da região

Memórias

ANA CLÁUDIA DIAS

Sede do Jornal tem tradição no comércio

Antigo armazém de Fernandes

Rocha é tombado pelo Iphan

TURISMO E NEGÓCIOS

A primeira Fenadoce como Capital Nacional

Feira chega à 30ª edição na sequência de reconhecimento oficial, de olho no potencial turístico-gastronômico no crescimento do setor.

ENTREVISTAS

“Vou deixar uma prefeitura melhor do que recebi”

“A região deve apontar os caminhos para a evolução”

ESTREIA

EDITORIAL

A serviço do desenvolvimento regional

Julho é um mês histórico para Pelotas, e por consequência, à região Sul. Mais do que o aniversário dos 212 anos da Capital Nacional do Doce, o mês guarda conquistas marcantes: a instalação do posto alfandegário, a inauguração do Porto de Pelotas e a realização da Fenadoce. E, a partir de hoje, julho também marca o nascimento de um novo Jornal.

O Diário A Hora do Sul chega para estimular e potencializar o desenvolvimento de Pelotas e de toda a região Sul do Estado. Representativa no aspecto histórico, cultural, econômico e logístico para o Rio Grande do Sul, a região vive um novo momento. Se destaca pela inovação e mudança nas percepções da iniciativa privada, ao lado de um Poder Público que deve estar atento às necessidades de evolução. Juntos, alimentam um virtuoso ecossistema de desenvolvimento, representado especialmente por movimentos como as Alianças Pelotas e Rio Grande, além de outras iniciativas focadas no reposicionamento regional.

Uma economia sustentada no agronegócio, na indústria e no comércio se fortalece e diversifi ca a partir do polo regional em inovação científica e tecnológica liderado por Pelotas. Um movimento orientado ao empreendedorismo e à geração de empregos que conecta universidades, incubadoras e startups.

Rio Grande, logo ao lado, retoma o crescimento a partir do olhar voltado ao mar. O Porto coloca a cidade na vanguarda estadual, atrai marcas multinacionais, multiplica oportunidades e cria possibilidades em setores representativos para o futuro do Estado, como a geração energética e a logística.

Neste contexto de retomada liderado pelos dois principais municípios, a região Sul projeta um novo cenário para as próximas décadas. O capital humano se aprimora e desperta novas oportunidades. A Zona Sul encontra eco no turismo, onde a Costa Doce desponta e cria novas possibilidades na Serra dos Tapes.

Diante deste cenário promissor, nasce o A Hora do Sul, um diário a serviço do desenvolvimento regional. Seremos parceiros deste ecossistema virtuoso da região Sul e usaremos as ferramentas do Jornalismo profissional para informar, analisar, debater, apontar e cobrar ações e medidas capazes de atender aos projetos e desejos coletivos da comunidade.

“Isso aqui me formou como pessoa, e ainda me forma”

Há 35 anos, a esquina entre as ruas Quinze de Novembro e Gal. Neto é o ponto do carrinho de amendoim Ruas Quinze, onde Nathan Schimulfening, de 24 anos, dá continuidade ao negócio do pai, Volnei “Ruas” Schimulfening, falecido em 2022.

Como começou essa história do carrinho de amendoim?

Neste ano, vai fazer 35 anos que esse carrinho está aqui neste ponto. Meu pai começou em Capão da Canoa, fazendo só o coco. Aí ele se separou da mulher e veio para Pelotas. E ele veio direto pra esse ponto. An-

Fundado em 6 de julho de 2024 | Pelotas / RS

tes nem existia o Banrisul, era a Caixa Estadual. Com 12 anos eu comecei a trabalhar com ele, e o que eu aprendi com meu pai não é só questão de vender o amendoim, o coco. Tem muita gente que tem até um preconceito por estar na rua. E uma das coisas que ele mais me ensinou é que todo mundo é igual. Não é porque tu tem uma roupa de marca que eu vou te atender melhor. Não, o padrão de atendimento é pra todo mundo. Quando tu vai no lugar, tu gosta de ser bem atendido. Geralmente tu volta no lugar pelo atendimento, pela conversa. Isso meu pai construiu durante 35 anos aqui. Meu pai era conhecido por um monte de gente. Tem gente que via ele na rua, não sabia quem ele era, mas passava aqui, parava e conversava com ele.

Como foi essa “passagem de bastão” do teu pai para ti?

O meu pai faleceu há dois anos, em 2022. Na época eu estava trabalhando em um restaurante, como gerente. E foi um choque, porque eu comecei a trabalhar com ele com 12 anos. Eu trabalhei dos 12 aos 16 anos. A gente meio que se desentendeu, aí eu fui pra um outro caminho. Em 2019, eu tinha

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recebido uma proposta boa de emprego. E ele começou a ter uns problemas cardíacos de novo e perguntou se eu não queria voltar. Só que eu falei pra ele: ‘olha, eu vou voltar, mas eu vou voltar com uma outra ambição. Eu quero expandir isso daqui, eu não quero ficar sempre na mesmice’. Querendo ou não, meu pai sustentou uma família de cinco pessoas com isso aqui. Meu pai aproveitou muito a vida dele, viajou pra Europa. E eu voltei com um intuito de expandir. A minha ideia é fazer franquia para abrir em tudo quanto é lugar aqui do estado. E crescer.

Como foi a colocação de um nome no carrinho?

O carrinho não tinha nome. Hoje o carrinho tem o nome, uma homenagem pra ele. Todo mundo conhecia ele como “Ruas”. Hoje o nome do carrinho é Ruas Quinze. Eu tô com os projetos de fazer um carrinho novo também, mais personalizado, sair para distribuir nos lugares, coisas que o pai não fazia. [...] É um negócio de família. Eu tenho uma admiração, um orgulho, um afeto enorme. Porque isso aqui me formou como pessoa, e ainda me forma.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de responsabilidade dos autores.

@ahoradosul

A Hora do Sul

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Diretor executivo: Régis Nogueira Editor-chefe: Lucas Kurz Editor de conteúdo digital: Henrique Risse
JOÃO PEDRO GOULART

ARTIGO

Diretor executivo do jornal A Hora do Sul

Quantas vezes dissemos “chegou a nossa hora”

Caro leitor, de fato, chegou a hora, a hora de não desperdiçarmos nenhum segundo, minuto ou hora, até porque, quanto vale o nosso tempo? A nossa hora? Nas últimas semanas sentimos muito o fechamento de um jornal centenário. Ficamos órfãos de uma plataforma confiável. Percebemos o impacto que isso causa no dia a dia de cada um de nós. Ficamos sem uma referência informativa. Portanto, convido a todos para a nova oportunidade, de contribuir e fortalecer o novo Jornal diário da cidade de Pelotas e toda região Sul. Corremos muito nos últimos dias, afinal, começamos tudo do zero. Com planejamento e empenho coletivo, em tempo recorde, fi zemos e brindamos o aniversário de Pelotas com 20 mil exemplares neste fim de semana. O novo Jornal é fruto da união de esforços dos colegas, de parceiros, empresários e entidades.

Nosso agradecimento especial à Associação Comercial de Pelotas, onde literalmente nasceu esta primeira edição. Aos parceiros e sócios do Grupo A Hora, o obrigado por acreditarem em Pelotas e na região Sul. Aos colegas e profissionais do novo Jornal, o reconhecimento pela confiança e dedicação.

Com entusiasmo apresentamos nosso empreendimento editorial A Hora do Sul. Nosso Jornal nasce com o propósito de desafiar os limites do pensamento e criar horizontes. Em um mundo repleto de possibilidades e descobertas, convidamos você a embarcar conosco nessa jornada fascinante pelo conhecimento, pela cultura e pelo poder das palavras.

Um Jornal idealizado para as mentes curiosas e ávidas por descobrir o extraordinário em meio ao cotidiano, uma plataforma projetada para ser sua fonte de conhecimento, desenvolvimento, entretenimento e conexão.

Nas páginas do Jornal A Hora do Sul, as histórias ganham vida, terão vez e voz para os diferentes pensamentos, com olhar sempre atento à inovação.

Em tempos de conteúdos superficiais, nosso Jornal se ergue como um farol, um oásis de pensamento crítico e conteúdo selecionado, praticando jornalismo profissional. Vamos mergulhar em histórias que tocam a alma, aguçar ideias, despertar ações e auxiliar para desenvolver comunidades.

Não serão apenas palavras impressas em papel. Este Jornal conectará pessoas, negócios e ideias. Vai buscar nutrir mentes curiosas e corações inquietos, impulsionar e explorar novas fronteiras, informar e inspirar.

Sob o olhar atento de nossos profissionais revelaremos uma região repleta de possibilidades. Somos uma equipe unida e apaixonada pela informação curada, apurada e essencial. E você será fundamental nessa tarefa. Suas histórias, suas visões e suas vozes serão vitais para consolidar o futuro deste Jornal aberto aos novos tempos da comunicação.

Junte-se a nós, pois a jornada está apenas começando. Em cada edição, mergulharemos mais fundo na busca daquilo que importa para as nossas cidades. Vamos permear a cultura, a arte, a educação, a diversidade, a pluralidade e todo o enredo social e econômico capaz de elevar a percepção e o desenvolvimento da nossa região, em todas as horas.

Boa leitura!

OROSÂNI RIBEIRO

TECNOSUL/ PELOTAS PARQUE

TECNOLÓGICO

jornalismo local e diário desempenha um papel fundamental na coesão social, no desenvolvimento econômico, na cultura regional, na informação precisa e atualizada e na promoção de conexões dentro de uma região.

AUGUSTO RASSIER PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO RURAL DE PELOTAS

Com a chegada do Jornal A Hora do Sul aqui na nossa região, preenchendo uma lacuna que se abriu, precisamos de qualidade nas notícias e nas informações. Agradeço muito a oportunidade e espero muito sucesso aqui no A Hora do Sul.

SNIARA DE OLIVEIRA DELEGADA REGIONAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO RIO GRANDE DO SUL

aber do início das atividades do Grupo A Hora em Pelotas foi uma alegria e um alívio enorme. Pelotas seguirá contando com o jornalismo profissional diário, pilar imprescindível da democracia e da construção de uma cidadania forte.

IMPRESSO E DIGITAL

ALEXANDRE LINDENMEYER DEPUTADO FEDERAL

Achegada do A Hora do Sul valoriza e reforça o compromisso com o jornalismo profissional no Sul do Estado. A publicação diária traz a experiência do Grupo A Hora para a nossa região, investindo na apuração criteriosa dos fatos e análises que cercam os principais acontecimentos que movimentam as comunidades e nossos municípios. Que possamos juntos trilhar o caminho do desenvolvimento da nossa região.

Um novo jornal a serviço do desenvolvimento regional

Grupo A Hora, do Vale do Taquari, aposta no novo momento que vive Pelotas e todas as cidades que formam a Zona Sul

JÔ FOLHA
Estreia do jornal marca o início de um novo ciclo na comunicação da região. Valores culturais, artísticos, históricos e econômicos motivaram investimento do Grupo A Hora

Enquanto reitora de uma instituição pública comprometida com o desenvolvimento regional, A Hora do Sul agrega um significado muito importante, tendo em vista a abertura ao diálogo e disponibilização de espaço para que possamos divulgar as iniciativas de ensino, pesquisa, extensão, inovação e internacionalização que temos envidado esforços para concretizar.

LUCAS KURZ

lucas.kurz@ahoradosul.com.br

Neste aniversário de 212 anos de Pelotas, a Zona Sul volta a ter um jornal diário, além de estrutura comunicacional multiplataforma, com o A Hora do Sul. Com política editorial voltada ao desenvolvimento regional, o veículo faz parte do Grupo A Hora, com sede em Lajeado, e que agora inicia expansão.

A política editorial e o propósito de fortalecer o desenvolvimento regional que se consolidam e identificam o Grupo A Hora no Vale do Taquari serão implementados na região Sul. “Pelotas, Rio Grande e cidades vizinhas têm uma cultura muito orientada à leitura de jornal. Valorizam conteúdo jornalístico profissional e de valor”, destaca o diretor editorial e de produtos do Grupo A Hora, Fernando Weiss.

Éuma grande notícia para todos nós que venha um novo jornal, que a gente tenha um jornal que fale da nossa cidade diariamente, então eu preciso cumprimentar a esses investidores que estão ousando, porque a gente sabe o quanto exige de crença no futuro da cidade.

Grupo A Hora passa a impactar

100

2,5 municípios

milhões de habitantes

Pelotas, Rio Grande e cidades vizinhas têm uma cultura muito orientada à leitura de jornal.

Unidade local

O A Hora do Sul será composto por mais de 50 profissionais, distribuídos pela central de jornalismo, departamentos comerciais, logístico e administrativo.

Para o diretor executivo da unidade, Régis Martin Nogueira, a experiência da equipe, aliada ao propósito e perfi l do A Hora tra-

rá um novo olhar à região. “Vivemos uma era da excelência e precisamos apresentar para o mercado algo muito relevante. O consumidor está cada vez mais exigente, por isso, precisamos ter essa estrutura do A Hora aqui em Pelotas”, afirma. “Essa sincronia vai ser extremamente decisiva para termos uma estrutura robusta”.

Para o diretor executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss, o novo empreendimento chega para fazer a diferença no desenvolvimento da região. “A mesma determinação, firmeza, ética e relevância que imprime no Vale, será adotada na região Sul. A Hora acredita nesta filosofia como modelo mais assertivo para que a comunidade perceba valor e relevância”, aponta.

Assim como a política bem feita, o bom jornalismo tem o poder de transformar comunidades. Por isso acredito no sucesso do trabalho do Grupo A Hora, que chega a Pelotas com a força da informação de qualidade, pilar da nossa democracia, e uma equipe de profissionais comprometida com a verdade.

Com a revolução tecnológica, os mecanismos para difundir a informação foram popularizados. O resultado dessa equação, contudo, não foi o esperado. Afinal, a desinformação tem se revelado inimiga pior do que a simples falta de informação. Nesse contexto se insere a necessidade de produção profissional de notícias, especialmente local e diária, pautada por correção técnica e responsabilidade.

Região dos e Zona

Guaporé

Sobre o Grupo A Hora

O Grupo A Hora é um conjunto de unidades de mídia e serviços multiplataforma, instalado no Vale do Taquari, distante 100 quilômetros da capital Porto Alegre. Controla os jornais A Hora e Nova Geração, a Rádio A Hora 102.9, Estúdio Alfa, além de outros produtos e serviços, e agora, o A Hora do Sul.

Venâncio Aires

Lajeado

Pelotas

Rio Grande

Jornal A Hora

Único diário de uma região de 350 mil habitantes. Circula de terças a sábados e se destaca pelo conteúdo de qualidade, independência editorial e envolvimento com a comunidade.

Rádio A Hora 102.9

Emissora jornalística, onde permeia os debates mais relevantes e estruturais da região, com estúdios em Lajeado, Estrela e Encantado. A potência de 10kwts permite amplo alcance regional, além do conteúdo no streaming.

25% da população gaúcha

Nova Geração

Com sede em Estrela, é o semanário mais antigo com circulação ininterrupta há 55 anos e atuação em uma microrregião de seis cidades.

Alfa

Núcleo de produção de conteúdo e estratégia para marcas em canais multiplataforma. A produção e desenvolvimento de conteúdo customizado e especializado, em diferentes formatos e linguagens, atende empresas, agências e escritórios de branding.

JOSÉ ALEXANDRE ZACHIA ALAN PROMOTOR DE JUSTIÇA DO MPRS

Ojornal impresso é nosso vício matinal, com o chimarrão ou com nosso café, e um companheiro inseparável, informando, divertindo, o lazer, o desafio. Ficamos felizes em compartilhar nosso novo amigo. Que ótimo que veio nos fazer companhia, ficamos felizes pela equipe do A Hora do Sul, profissionais que sempre admiramos e acreditamos. A Zona Sul agradece aos empreendedores, que souberam aproveitar a oportunidade de se engajar e integrar a nossa comunidade. Parabéns a todos.

Apresença de veículos de comunicação comprometidos com a informação precisa, imparcial e relevante é essencial para manter a população bem informada e engajada com os acontecimentos locais. Um jornalismo diário contribui para a pluralidade de vozes e opiniões na comunidade, promovendo o debate saudável e a formação de uma sociedade crítica e participativa.

Política

editorial valoriza ferramentas do jornalismo profissional

ou grupo político;

INDEPENDÊNCIA: A Hora do Sul garante autonomia à produção jornalística em relação a interesses de anunciantes;

DEFESA DOS INTERESSES REGIO -

a independência e a imparcialidade sejam pilares básicos, o A Hora do Sul não se isenta de emitir opinião;

CRITÉRIO DE NOTICIABILIDADE: Apostar e investir num jornalismo que ofereça resumo criterioso e atualizado do que acontece de mais relevante em Pelotas e região Sul;

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: A Hora do Sul rechaça censura e outras agressões à liberdade de expressão;

ORICARDO ARTECHE

HAMILTON

JUIZ DE DIREITO, DIRETOR DO FORO DE PELOTAS

jornalismo profissional, dentro do Estado Democrático de Direito, tem a importância de ser o pilar esclarecedor dos acontecimentos de determinada região, para me ater à necessidade de um jornal local. O profissionalismo, neste sentido, tem a ver com a necessidade de informar fatos, trazer reportagens investigativas, todas elas no sentido de esclarecer a população. O direcionamento de opinião, sempre que assinada e fundamentada, possibilita, nesta esteira, a continuidade da informação. Imprescindível, portanto, nesses termos.

ENTREVISTA

“A Hora existe para ser útil”

O que mudou nesta trajetória de mais de duas décadas? E o que permanece igual e faz com que o Grupo A Hora alcance o marco dos 22 anos?

O A Hora evoluiu muito. Se profissionalizou, ampliou plataformas, criou projetos e permeia os principais temas e anseios da sociedade. Se envolve e contribui para desenvolver a região. O que não mudou é o ímpeto e a convicção para fazer o que precisa ser feito. Uma empresa de comunicação precisa assumir posição de vanguarda em temas e pautas vitais da sociedade. E esse foco segue firme no A Hora, ainda que muitas vezes gera desconfortos e incômodos. É preciso coragem e legitimidade para fazer jornalismo profissional e sem compadrio. Às vezes, é também necessário assumir perdas econômicas momentâneas.

que a comunidade perceba valor e relevância.

A região Sul é muito culta, valoriza a literatura, o debate aberto, mas também deseja um jornalismo desenvolvimentista. Uma imprensa atuante contribui para uma região mais forte. O A Hora chega em um momento novo de Pelotas. Não apenas para ocupar um espaço que foi de um jornal centenário que fez história, mas também para inovar e se aliar aos projetos e desafios da região.

A Hora não é omisso e nem morno. Buscará fazer diferença para o desenvolvimento desta região em todas as instâncias. Nossa equipe está disposta e será preparada para este novo modelo que vai impactar e orgulhar a região Sul, assim como já ocorre no Vale do Taquari. Primeiro um novo jornal e portal, e logo adiante uma nova emissora de rádio.

A política editorial, linha mestra para a atuação dos profissionais do A Hora do Sul, estabelece dez princípios basilares que norteiam a atuação do veículo em toda a região Sul. Atendê-la é pressuposto básico e inegociável entre a organização e os profissionais da empresa. Por assim ser, listamos os principais pontos que formam o posicionamento:

APARTIDARISMO: A Hora do Sul jamais tomará ou apoiará partido

NAIS: A Hora do Sul lutará pelo desenvolvimento da região Sul do Estado e o fará com clareza e transparência;

PLURALISMO: O estado é laico.

A Hora do Sul abre espaço equânime a todas as expressões sociais, sem distinção.

RESPONSABILIDADE: Confirmar a veracidade de toda notícia antes de publicá-la;

OPINIÃO E ANÁLISE: Ainda que

ANALÍTICO E QUESTIONADOR: Abordar os assuntos com disposição crítica e sem tabus, no intuito de iluminar problemas, apontar falhas e contradições, questionar as autoridades públicas e os poderes privados;

COERÊNCIA: Identificar e corrigir com destaque erros de informação cometidos; publicar manifestações de crítica ao próprio jornal; manter mecanismos transparentes de autocontrole e correção.

A novidade deste ano é a expansão para a região Sul do estado. De que forma a chegada do Grupo A Hora contribuirá para esta região?

Não há dúvida que o A Hora, além de uma nova operação, inaugura um novo modelo de fazer jornalismo nesta região. A mesma determinação, firmeza, ética e relevância que imprime no Vale, será adotada na região Sul.

A Hora acredita nesta filosofia como modelo mais assertivo para

E sobre o futuro, onde o Grupo

A Hora quer chegar?

As oportunidades surgem a todo momento. E o A Hora estará sempre pronto para analisar negócios sustentáveis e capazes de gerarem renda e riqueza para as comunidades onde atua. Seguirá evoluindo. A Hora existe para ser útil. E, diante de um mercado globalizado e mutável, é prudente não engessar o horizonte. Estar aberto me parece mais importante do que ter ideia fixa. Estar dinâmico e atento, eis o caminho.

ADAIR WEISS DIRETOR EXECUTIVO DO GRUPO A HORA
GLÁUCIA REITTER
Integração das equipes de Pelotas e de Lajeado será costumeira. Acima, em junho, na sede do Grupo A Hora

PRINCESA DO SUL

212 anos de Pelotas: os potenciais e o redescobrimento da cidade

Lideranças apontam que caminho está na conexão entre tradições históricas e novas frentes de atuação, que passam pela logística favorável e ambiente de inovação e empreendedorismo pulsantes

VICTORIA FONSECA victoria.fonseca@ahoradosul.com.br

JOÃO PEDRO GOULART joaopedro.goulart@ahoradosul.com.br

Comemorando 212 anos de história, Pelotas concentra em uma só cidade riquezas culturais, belas paisagens naturais, arquitetura formada por patrimônios históricos, diversidade gastronômica, educação, inovação e infraestrutura. Diante da variedade de atrativos, entidades empresariais apostam no fortalecimento do turismo e na reindustrialização como fatores essenciais para o avanço do desenvolvimento econômico e social do município. Para os empreendedores, o futuro nasce do redescobrimento e da divulgação dos potenciais da Princesa do Sul, inclusive pelos próprios moradores.

Cidade polo da Zona Sul, Pelotas tem a capacidade de atrair cerca de 1,2 milhão de pessoas para o consumo local. Pensando nisso, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), trabalha na atração do público por meio do estímulo a eventos, exposições e feiras. Com isso, atrações gastronômicas, culturais e artísticas movimentam o comércio e o serviço, principais setores econômicos. “O segmento varejista está aquecido e fazer eventos como a Fenadoce e o Pelotas Doce Natal traz o público para dentro da cidade, para trazer o dinheiro de fora para o consumo aqui. No ano passado, vieram de ônibus para a Fenadoce quase 40 mil pessoas”, lembra o conselheiro gestor da CDL , Daniel Centeno. Para o fortalecimento turístico, a entidade, em parcerias com outras organizações empresariais como Aliança Pelotas e Associação

Comercial (ACP), está empenhada na revitalização do Centro Histórico da cidade. Com a expansão para outras áreas, principalmente com

Especialistas apontam que caminho está entre aliar referências históricas e novos movimentos

o crescimento dos bairros planejados, há um movimento para que o Centro não perca a visibilidade. Semanalmente, reuniões têm sido realizadas para o planejamento das melhorias.

Mas tudo depende dos pelotenses

O gestor da CDL enfatiza que o crescimento de Pelotas também depende do redescobrimento da cidade pelos próprios pelotenses, assim como do compromisso entre a comunidade, o poder público e a iniciativa privada na promoção do progresso local. “Nós temos que descobrir os lugares e trazer pessoas de fora para conhecer também. Redescobrir a cidade. As coisas estão ali, nós também temos que usufruir, e assim vai movimentando e

fortalecendo o desenvolvimento econômico”, explica.

Atração e desenvolvimento

Na mesma linha, o presidente da Aliança Pelotas, Jorge Almeida, diz que é preciso “vender melhor o município”. O foco da entidade tem sido promover as potencialidades de Pelotas com o propósito de estimular investimentos, principalmente no segmento industrial. “Temos a qualidade de mão de obra, infraestrutura, aeroporto e temos que procurar trabalhar forte na reindustrialização. Fazer com que Pelotas tenha um potencial industrial como já teve em outras épocas”, destaca.

Centro Histórico, reconhecido como patrimônio nacional, é um dos espaços com propostas para obter maior visibilidade, através de melhorias e revitalização

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Três pilares para alçar novos voos

Com a CDL e a Aliança Pelotas também está integrada a Associação Comercial. Presidente da ACP, Fabrício Cagol elenca em três pilares as áreas que têm prioridade para impulsionar o crescimento econômico: indústrias, turismo e revitalização do Centro Histórico. “Nós temos uma região plana, um porto internacional aqui perto, um aeroporto e uma mão de obra qualificada. Se a gente conseguir agregar a indústria aqui, com o nosso perfil, estimular essa vinda para cá, a gente vai mudar o cenário”, projeta. Assim como os representantes da CDL e Aliança Pelotas, Cagol

ressalta a importância do avanço gerado pelo turismo fortalecido. Para isso, seria indispensável um Centro atrativo com novidades e aprazível para a circulação. “Se focarmos a nossa energia nesses três pilares, todo o resto vai se beneficiar, vai ter mais circulação de riqueza e como consequência melhora a qualidade de vida”, avalia o presidente.

Para pensar no desenvolvimento de Pelotas, também é necessário traçar os atributos que já compõem o cenário infraestrutural do município. As universidades, o aeroporto e a própria cultura da cidade são exemplos prontos que servem de base para o movimento da economia pelotense e regional.

Universidades como berço da inovação

Criada em 1969, a Universidade Federal de Pelotas (UFP el) experimenta, nos últimos anos, o período de maior expansão, a partir de sua adesão ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Hoje, conta com 22 unidades acadêmicas e 103 cursos de graduação presenciais, entre bacharelados, licenciaturas, tecnólogos e cursos de graduação a distância. Na pós-graduação, são 26 doutorados, 50 mestrados, seis cursos de mestrado profissional e 34 cursos de especialização. Na área da pes-

quisa, estão em andamento 2.698 projetos. A universidade conta com seis campi.

A reitora da UFP el, Isabela Andrade, aponta o importante papel da universidade para a cidade e região, citando a relação de empregos diretos e indiretos proporcionados pela instituição e o recurso financeiro e orçamentário que chega através dos salários ou dos contratos terceirizados da UFP el. Além disso, a gestora salienta a contribuição do Hospital Escola (HE), o único hospital com 100% dos serviços de saúde exclusivamente destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). “O HE teve um projeto recentemente incluído através do PAC , para fazer a obra com recursos de 265 milhões.

1. Praia do Laranjal é um dos motores do turismo natural da cidade. Foi afetada pela enchente e precisa de um movimento de reconstrução

2. Universidade Federal de Pelotas atua em parcerias com a administração pública

3. Na Católica, atuação na área de saúde é destaque estadual

Com a ampliação do número de leitos do hospital, ampliaremos o número de servidores atuando”, destaca a reitora.

Católica e a formação para atuação em saúde

Já a Universidade Católica de Pelotas (UCP el) é a instituição de ensino superior mais antiga do interior do Rio Grande do Sul e tem espaço composto por 52 mil metros quadrados, divididos entre dois campi e o Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Com mais de cinco mil estudantes, inclui 30 cursos de graduação no módulo presencial e à distância, três

programas de pós-graduação e 30 especializações com realização de processos seletivos ano a ano. Além disso, a universidade tem a maior oferta de vagas para o curso de Medicina no Estado, com seleção anual de 180 alunos.

Infraestrutura que pode atrair investimentos

Um dos grandes pilares do desenvolvimento da Região Sul é o Aeroporto Internacional de Pelotas João Simões Lopes Neto. Localizado a sete quilômetros de distância do Centro, o aeródromo garante facilidade na relação entre os modais de deslocamento em um Município cuja economia é forjada no agronegócio e no comércio. Desde 2022, a CCR Aeroportos realiza a gestão operacional do aeroporto.

Enfrentamento da crise

Desde o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, os órgãos nacionais de aviação puderam contar com a estrutura do Aeroporto Internacional de Pelotas (PET) para ampliar a oferta de voos que conectam toda a região do Sul do Estado com o restante do Brasil. De acordo com o gerente do Aeroporto de Pelotas, Vinicius Bueno, para dar ainda mais segurança aos viajantes, as companhias aéreas decidiram manter os voos emergenciais até outubro. Para receber os passageiros, a CCR Aeroportos investiu mais de R$ 20 milhões em obras que serão entregues até novembro, com a ampliação do terminal de passageiros, reformas em áreas importantes e ampliação da estrutura. “Isso possibilitará que o Aeroporto de Pelotas possa receber voos de destinos cada vez mais diversos e seja esse conector de sonhos e planos da nossa região com o Brasil”, aponta Bueno. Além disso, ao longo da emergência climática causada pelas enchentes o aeroporto passou a receber voos extra (veja mais na página 24).

Porto conecta com o Mercosul

O Porto de Pelotas fica localizado às margens do canal São Gonçalo, que conecta a Lagoa Mirim à Lagoa dos Patos, administrado pela PortosRS . Trata-se de um porto fluvial que dispõe de um importante papel na logística de movimentação hidroviária interior e no processo de desenvolvimento econômico da Zona Sul. Segundo o chefe de Divisão do Porto de Pelotas, Antônio Ozório, o porto movimenta 1,3

milhão de toneladas de carga por ano, ficando atrás apenas do Porto de Rio Grande a nível estadual. Há expectativa da implementação da hidrovia do Mercosul, ampliando a capacidade do porto. A porta de entrada das mercadorias para o Estado por água será Pelotas, através do canal São Gonçalo. “O desenvolvimento dessa hidrovia, com os investimentos nos portos, seja de Pelotas, de Rio Grande ou de Porto Alegre, pode representar um bom implemento. Pode passar por aqui arroz, madeira, cimento, cargas vivas”, conclui.

Cultura a favor do desenvolvimento

Em maio completou seis anos desde que foi tombado como Patrimônio Cultural Histórico, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O reconhecimento formal encontra raízes nas tantas atribuições da cidade, como a tradição doceira, a relevância histórica implantada nos edifícios, entre outras memórias que se sobressaem na trajetória do município.

A representatividade de Pelotas no cenário cultural também se explica porque, já no século 18, a cidade fluía como um robusto centro urbano, conforme explica o pesquisador, Guilherme Almeida, responsável pelo projeto do Almanaque do Bicentenário de Pelotas. “Graças à pujante economia do charque, baseada em um sistema escravista e por força do trabalho negro escravizado, Pelotas, a princesa ilustrada do Sul do Brasil, tornou-se, desde muito cedo, um centro urbano cosmopolita, de forte comércio, próspero e, portanto, atraente aos viajantes e imigrantes de diversas etnias”, ressalta o pesquisador.

Ainda, o historiador entende que o fluxo abundante de pessoas formou uma sociedade diversa, em que manifestações culturais, como a literatura, o carnaval, os saraus, os recitais, o teatro, os concertos, o cinema, a arte, a arquitetura e o saber-fazer doceiro, que encontraram terreno e material humano férteis para expressão.

Para Almeida, Pelotas tem capacidade de usufruir da sua maior riqueza: seu patrimônio; ou seja, sua história e cultura, em prol do progresso econômico e social, a começar pela reabertura do Theatro Sete de Abril. “O Theatro Sete de Abril precisa reabrir. [...] Basta olharmos para o ‘turismo fabricado’ de cidades como Gramado e Canela, para nos darmos conta de que temos o que é mais difícil, o que estas cidades carecem: uma história bicentenária e um patrimônio digno de reconhecimento nacional pelo Iphan”, opina.

Segundo maior terminal do Estado, movimentação de madeira é um dos pilares do Porto de Pelotas
Após as enchentes, Aeroporto Internacional passou a receber maior oferta de voos
Fomento ao turismo é um dos caminhos para atração de visitantes à cidade
FELIPE NEITZKE

PATRIMÔNIO NACIONAL

Um doce reconhecimento para Pelotas

De Princesa do Sul à Capital Nacional do Doce, cidade se consolida em história, tradição e doçura

CÍNTIA PIEGAS cintia.piegas@ahoradosul.com.br

São doces de Pelotas? Sim. Da Capital Nacional do Doce. Brasil afora e também no exterior, as igua-

rias que vêm da colonização Portuguesa com grande influência dos negros escravizados, agora é um reconhecimento de direito, porque sempre foi de fato. O título outorgado em maio deste ano pelo Ministério do Turismo vai garantir à cidade pleitear recursos para investir no setor e na divulgação do turismo local. A produção do doce é um chamariz de turistas. A titulação mais doce da terra, regada com muitos quindins, bem-casados, camafeus, ninhos e doces cristalizados, culmina com a chegada do jornal A Hora do Sul à região e com os 212 anos de Pelotas, fatos que co -

Dos tradicionais às inovações, doces são o chamariz gastronômico da cidade

locam a região em evidência neste mês de julho, consolidado com a realização da tradicional Feira Nacional do Doce, entre os dias 17 de julho a 4 de agosto.

Oficialização do título de Capital do Doce aconteceu em maio

“O título é nosso. Ninguém mais vai poder dizer que é terra do doce”, disse o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti), Gilmar Bazanella. Ele lembra que o reconhecimento por lei permite acessar recursos estaduais e federais que venham a fortalecer essa atividade. A condição permite, ainda, um posicionamento de mercado, tanto interno – a partir da valorização do trabalho das doceiras e da sociedade se sentir pertencente a uma cidade reconhecida nacionalmente –, como o externo, com a participação em feiras de potenciais emissores de turistas para Pelotas.

Mesmo que o doce não seja a principal atividade econômica da cidade, fortalecida pelo comércio e agronegócio, o produto tem participação direta no turismo, sendo o elemento mais expressivo para trazer visitantes. “Não precisamos explicar nada. Quando se fala em Pelotas, logo se imagina o doce.” Para o secretário, esse reconhecimento, que vem desde a condição da Identificação Geográfica (IG), o tombamento estadual da Feira e o selo de qualidade, tem a participação de muitas pessoas e de entidades com expertise no setor.

FOTOS JÔ FOLHA

Fortalecimento do setor

O Executivo não tem um levantamento sobre a produção doceira em Pelotas, em função da informalidade, o que deixa uma lacuna para quem já garantiu reconhecimento e trabalha para o desenvolvimento da Princesa do Sul. A partir da inauguração da Rua do Doce, há dois anos, é possível mensurar o consumo do produto. A média a cada dois meses é de 54.180 unidades comercializadas. No local, no Calçadão da rua Sete de Setembro, funcionam 37 empreendedoras entre as da Associação Doceiras de Pelotas (20) e Cooperativa dos Doceiros de Pelotas (17). Para valorizar o empreendedorismo, um grupo de dez pessoas criou a Associação Doce Pelotas em 2008, que além de fortalecer o setor, protege o legado das receitas tradicionais e estimula a inovação e desenvolvimento das empresas do doce. A presidente da

Associação, Simone Bica, comemora o reconhecimento que vai além de um título da cidade, na direção da valorização do trabalho das doceiras. “Reconhece a nossa história, nossa tradição e o trabalho dos empreendedores”, diz ela ao lembrar da visibilidade que a Capital Nacional do Doce irá garantir a Pelotas.

Para a comissão organizadora da 30ª Fenadoce, Pelotas é vista como a cidade do doce há muito tempo. Essa oficialização é mais uma forma de potencializar o turismo e a tradição doceira da região. Com isso, a Fenadoce ganha mais força e visibilidade. O título de Capital Nacional do Doce e a feira são complementares para que toda a cidade possa prosperar. Um exemplo está nos números da última edição. Foram 314 mil visitantes e 1,8 milhão de doces vendidos.

Confira a cronologia de conquistas:

2006 a 2008 - Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) Produção de Doces Tradicionais Pelotenses. Realizado pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da UFP el 2008 - Dez doceiras criam a Associação Doces de Pelotas 2012 - Indicação Geográfica (IG). Processo é usado para identificar a origem de produtos ou serviços quando o local tenha se tornado conhecido ou quando determinada característica ou qualidade do produto ou serviço se deve a sua origem. Doces de Pelotas são certificados como indicação de procedência

Fenadoce traz tema social para homenagear a 30ª edição

CNo próximo dia 17, Fenadoce inaugura a 30ª edição

om o propósito de celebrar as 30 edições da Feira Nacional do Doce (Fenadoce), a Comissão Organizadora, impactada pela situação das cheias no Estado, motivo que adiou a data inicial, lança um olhar social para o evento que terá como tema este ano “É tempo de reconstruir… É tempo de criar novas doces memórias e histórias!”. Marcada para acontecer entre os dias 17 de julho até 3 de agosto, a Fenadoce terá como propósito promover uma feira que possa unir os gaúchos na reconstrução do Estado após os momentos de desafios vividos em maio. Entre as novidades, os visitantes da feira vão encontrar espaços interativos que ajudam a contar a história da Fenadoce ao longo das suas 30 edições, destacando momentos e personagens marcantes. Seguindo o padrão dos anos anteriores, o seu projeto social irá receber alunos da rede pública de forma gratuita, com direito a um doce.

(IP). Estão na lista a Panelinha de Coco, Pastel de Santa Clara, Bem-Casado, Broinha de Coco, Amanteigado, Beijinho de Coco, Ninho, Olho de Sogra, Camafeu, Fatia de Braga, Papo de Anjo, Queijadinha, Quindim, Trouxa de Amêndoa e doces cristalizados. A construção partiu da Associação dos Produtores de Doces em parceria com o Sebrae.

2018 - Pelotas recebe o título de Patrimônio Material e Imaterial. Junto com o título vem o selo de patrimônio referente ao saber fazer.

2019 - Fenadoce entra para o calendário oficial de eventos do Estado e se torna Patrimônio Estadual. Também é instituído o Dia Municipal da Doceira, celebrado no dia 6 de junho

2023 - Instituído o Dia Nacional da Doceira, celebrado no dia 6 de junho

2024 - Pelotas torna-se a Capital Nacional do Doce

O quê: 30ª Fenadoce de Pelotas

Quando: de 17 de julho a 3 de agosto

Onde: Centro de Eventos, avenida Pinheiros Machado, 3390, bairro Fragata, Pelotas

Quanto: Ingressos de segunda a quarta a R$ 17, e de quinta a domingo a R$ 19. O estacionamento custará R$ 15. Ingressos online podem ser adquiridos através do site https:// minhaentrada.com.br/ evento/30o-fenadoce-23928

Funcionamento: A 30ª Fenadoce estará aberta de segunda a sexta das 14h às 22h e sábados e domingos das 10h às 22h.

FIQUE LIGADO
FOTOS RAFAEL TAKAKI | FENADOCE
JÔ FOLHA

Paula Mascarenhas avalia gestão a seis meses do fim do governo e fala sobre as dificuldades financeiras e crises enfrentadas ao longo de dois mandatos

LUCAS KURZ

lucas.kurz@ahoradosul.com.br

DOUGLAS DUTRA

douglas.dutra@ahoradosul.com.br

Aprefeita Paula Mascarenhas (PSDB) chega aos últimos meses de seus oito anos governando Pelotas após a crise das enchentes de maio e os impactos financeiros decorrentes da queda da arrecadação de impostos. Em entrevista ao A Hora do Sul, Paula, que também preside a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), faz um balanço da gestão e fala do potencial de desenvolvimento da região.

Enchentes

As enchentes deixaram impactos muito grandes na cidade e acentuaram problemas que Pelotas já tinha, como na zeladoria. Como o governo enxerga essa dificuldade e como esse cenário piorou com a enchente?

Certamente é o nosso maior problema, já foi pauta na outra eleição e é um problema crônico de Pelotas, que é uma cidade que cresceu muito ao longo do tempo com poucos recursos, uma cidade que empobreceu ao longo de muitas décadas e acabou crescendo para as periferias, com pouca infraestrutura. Portanto, a zeladoria é sempre um problema em todos os governos. A gente entrou em 2021 tendo que focar muito na saúde, porque os recursos que vieram em 2020 começaram a escassear, tivemos que botar recurso próprio na saúde porque a situação mais grave da pandemia já foi no final de 2021 e início de 2022, sem o mesmo aporte do governo federal, depois ainda teve a queda de recursos em 2022. Então, realmente a zeladoria ficou prejudicada, porque entre aplicar recursos na saúde e aplicar na zeladoria, a gente acaba necessariamente tendo que ir pra saúde. A gente está numa crise brutal, porque a economia do Rio Grande do Sul parou, então a queda de ICMS prevista é terrível. Nós temos máquinas, nossa dificuldade é a empresa nos fornecer todas as máquinas a que temos direito.

Prefeita orienta ações no turismo e nas mudanças climáticas

Nossa dificuldade agora é tempo, mas nós vamos agir e enfrentar isso. É um mandato de crises e de perda de receita que acaba atingindo a zeladoria, não é só uma questão de Pelotas, mas todos os municípios se queixam quanto às dificuldades nessa área.

A senhora colocou a cidade à disposição do RS para ser um dos motores da retomada. Como está esse processo?

Ainda está no mesmo patamar, falei mais de uma vez sobre isso, inclusive com o governador, para pensarmos em um formato efetivo para isso. Quem sabe compartilhamento de ICMS com municípios atingidos, abrindo oportunidades para empresas virem para cá. O Estado ainda está muito focado na reconstrução das áreas atingidas, nas pessoas que estão sem moradia, resolvendo muito com o governo federal a queda de receitas. Ainda estamos muito focados no problema, sem condições de buscar soluções mais amplas e inovadoras, mas acho que vai chegar esse tempo e já nos dispomos desde o início. É uma pos-

tura que não é só do governo, deve ser da sociedade, do setor produtivo, da Aliança Pelotas, de se colocar à disposição. Então o papel de ajuda que Pelotas pode ter é mais estruturante, a longo prazo, e não de um socorro imediato?

Acho que pode começar agora, mas certamente vai passar pelas próximas gestões. É um debate que deve estar presente no processo eleitoral.

Gestão

A senhora já admitiu que não haverá revisão do plano diretor e que há um conflito de interesses que acaba levando para flexibilização. Como fica essa discussão, especialmente agora, diante da necessidade de se rediscutir a organização da cidade?

Não pretendo mandar (a revisão) porque o plano diretor é uma visão de cidade, e isso não se muda

É um mandato de crises e de perda de receita que acaba atingindo a zeladoria, não é só uma questão de Pelotas, mas todos os municípios se queixam quanto às dificuldades nessa área.

no fim do governo, tem que ser no início. Também acho que há sempre uma tendência de se flexibilizar, e não é hora de flexibilizar. Nosso plano diretor não é absolutamente flexível, tanto que tem muitos empreendimentos que não tiveram liberação. Se fosse outro plano diretor, Pelotas já estaria tomada. Temos uma oportunidade, porque todas as pessoas sérias e responsáveis, sejam políticos, ambientalistas, universitários e a indústria da construção civil, vão querer encontrar o melhor caminho. O empreendedor não quer seu empreendimento ameaçado pela água, ele perde dinheiro e credibilidade. Ninguém quer isso, e se abriu a oportunidade de se qualificar nosso plano diretor. Acho que o correto é que isso seja feito no início do próximo governo.

O funcionalismo reclama de oito anos sem aumento real, e muitos ainda precisam de complemento para receber o salário mínimo. Além dessa queda de arrecadação, o que impediu mais melhorias para os servidores?

Certamente a questão financeira é o que mais impacta, a gente tem planos de carreira muito defasados, corrigimos em alguns aspectos no magistério, temos gratificações que se acumulam em cascata, e isso impede que o governo possa oferecer algo melhor, porque o impacto é muito maior. A gente deveria fazer o que fizemos com o magistério e colocar as gratificações em valores, e não em percentuais, para a gente poder avançar, acho que é uma medida muito importante e tinha que ser feito em todos os setores. Tem que olhar para o plano de carreira e mais coragem, o próprio servidor, não se prender a regras, como se fossem maravilhosas e lhes assegurasse grandes salários, não é verdade, eles mesmos se queixam. Tem que se desprender dessas regras para que o poder público possa oferecer. Se oferecêssemos ganho real, a maioria dos servidores não ia ter impacto, porque precisam de complemento e quem ganha mais são os grandes salários, os CC s, então nós optamos por botar o recurso maior e acima da inflação no vale-alimentação, que é dinhei-

Não pretendo mandar (a revisão) porque o plano diretor é uma visão de cidade, e isso não se muda no fim do governo, tem que ser no início.

ro também e que sofreu as maiores altas percentuais no meu governo, a gente vai terminar com R$ 500. Não acho que seja o ideal, acho que o ideal é botar em ganho real no salário, mas antes a gente precisa corrigir para as pessoas poderem sentir efetivamente isso no salário.

Região

Atualmente, a senhora preside a Azonasul. Qual é o principal foco do grupo no momento para o desenvolvimento regional?

Queremos lançar já na Fenadoce a nossa agência de desenvolvimento, que é algo para ser construído ao longo do tempo. Quero que seja algo inovador, um espaço de discussão e de construção de projetos que criem diferenciais e criem oportunidades que às vezes são até negativas, como a crise climática, e que podem gerar uma oportunidade interessante. Acho que a questão de resiliência em crises climáticas é um dos principais temas da agência de desenvolvimento, mas não somente. Quando concebemos a agência de desenvol-

te. O que ensejou isso foi um contrato muito complexo e inadequado do Pronto Socorro, que foi criado lá atrás no início dos anos 2000, com a melhor das intenções. Essa forma precisa ser alterada, e vai ser daqui seis meses, quando teremos o Hospital de Pronto Socorro. Essa transição do PS para o Hospital vai exigir uma nova organização, porque a Prefeitura não tem como administrar um hospital e teremos que ver uma nova modelagem de administração e poderemos sair deste contrato, que é inadequado, mas serviu durante 20 anos para os dois lados.

O diretor sob suspeita teve uma ascensão muito rápida no partido e assumiu um poder sem precedentes no PS . De quem partiu a indicação dele a esses postos?

O Misael (da Cunha) assumiu por conta de uma dedicação no partido. Eu não acompanhei, a gestão partidária não é minha, mas sei que ele trabalhou na Câmara de Vereadores na época que tivemos a presidência, era um cara dedicado, era isso que vendia. Para mim, a relação com o Pronto Socorro sempre se deu com a direção-geral, então essa ascensão interna eu só soube agora, não passou por nós e não foi uma decisão nossa. Houve uma falha nesse sentido.

Como vai ser feita a transição para o Hospital de Pronto Socorro?

Legado

Que prefeitura o próximo prefeito vai receber?

A gente vai buscar o equilíbrio, mas obviamente dependemos de receitas externas. A maior receita que temos é do ICMS , que está levando o segundo baque em dois anos, antes foi uma decisão politiqueira, os órgãos de controle não agiram, com aval do Congresso, mas agora é uma contingência da natureza, mas o efeito é esse. Do ponto de vista financeiro, certamente as prefeituras gaúchas serão entregues com dificuldades para os sucessores, a não ser que o governo federal socorra os municípios como fez na pandemia. É uma situação muito difícil, mas vou entregar uma prefeitura, em muitos aspectos, melhor do que recebi. Cada governo cumpre seu papel e tenta fazer o melhor possível. Temos hoje uma capacidade de trabalho integrado que é um diferencial. A gente vai entregar uma cidade com muito mais espaços qualificados do que tinha antes, com iluminação em led, com um novo Hospital de Pronto Socorro, com teto da saúde muito melhor. Certamente, uma cidade com problemas, mas com menos problemas do que já teve e com muitas perspectivas.

vimento, tínhamos como viés principal o turismo. Acho que tem que ter esses dois eixos principais: mudanças climáticas e resiliência e foco no turismo regional.

Política

No último ano, o governo enfrenta a crise em torno das suspeitas sobre a gestão do Pronto Socorro, com principal suspeito tendo sido tesoureiro e vice-presidente do PSDB . Onde houve falha permitindo um possível foco de corrupção no PS?

Eu não vejo a CPI como uma crise política, na verdade houve indícios de uma irregularidade administrativa séria, o governo tomou as medidas necessárias e a gente jamais vai compactuar com corrupção, e se há indícios a gente toma medidas imediatamente, seja quem for. Tenho muita tranquilidade em relação a isso, a gente fez uma investigação rápida no âmbito da Procuradoria do Município, levamos para o Ministério Público, está na Polícia Federal e fizemos a nossa par-

Não estamos de braços cruzados, contratamos uma consultoria do Hospital Albert Einstein, que está vendo listagem de materiais necessários, está conversando com todos os hospitais para gente ver as linhas de cuidado e como vamos organizar para não prejudicar os hospitais de Pelotas. Sabemos que temos um passivo em relação aos profissionais do Pronto Socorro de hoje. Vamos ter que terminar uma relação para começar outra, e isso tem um custo. Tenho pedido ajuda ao Estado para buscarmos recursos para compra dos equipamentos e para encerrar o processo junto ao HU para começar o novo, a Prefeitura não consegue fazer isso.

Qual será a marca do seu governo? Eu acho que um governo que cuidou das pessoas, que preservou vidas e transformou vidas para melhor. Acho que nossa grande marca é o Pacto, que é muito mais do que segurança pública. Reduziu os homicídios em um percentual muito significativo, reduziu a violência, os crimes patrimoniais, criou uma organização interinstitucional colaborativa que é inédita e muito rara. O foco nas crianças é uma consequência disso e que terá impacto daqui algum tempo se permanecer e for intensificado. Focar nessa nova geração e protegê-la vai ter impacto a médio e longo prazo. O legado será de um governo que ajudou a preservar e transformar vidas e está preparando uma cidade do futuro.

Quando concebemos a agência de desenvolvimento, tínhamos como viés principal o turismo. Acho que tem que ter esses dois eixos principais: mudanças climáticas e resiliência e foco no turismo regional.

FOTOS JÔ FOLHA

ETA São Gonçalo ampliará distribuição de água em 50%

Estrutura levou quase dez anos para ser concluída e vai tratar 500 litros por segundo

Após quase uma década de espera, a obra da Estação de Tratamento de Água (ETA) São Gonçalo foi inaugurada nesta sexta-feira, ampliando a capacidade de distribuição de água em Pelotas. As obras, iniciadas em 2015, passaram por diversos atrasos, desde alterações em projetos até os contratempos em razão da pandemia. Em atividade, a ETA vai ampliar a distribuição de água para a população da cidade em até 50%, com capacidade de tratamento de cerca de 500 litros por segundo. A adutora trará a água tratada na estação, instalada no Capão do Leão.

O projeto, que utiliza as águas do canal São Gonçalo, é orçado em R$ 52 milhões. Atualmente, toda a cidade já é atendida por água tratada. A produção diária gira em torno de cem milhões de litros. O sistema de abastecimento é composto por mais de um milhão de metros de tubu lações, além de 24 reservatórios e outras quatro estações de tratamento. A principal ETA em atividade era a Santa Bárbara, construída em duas etapas entre as décadas de 1960 e 1980 e que atende 60% da população.

Lançamento ocorreu na tarde dessa sexta-feira, com presença de autoridades como o governador Eduardo Leite (PSDB), a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e ex-diretores-presidentes da autarquia

trega da ETA São Gonçalo como um marco histórico para o Município.

“Para quem vive a realidade do saneamento básico diariamente há anos, ver esta entrega materializada traz um sentimento único de dever cumprido e satisfação”, diz.

Ela explica que a estação garante maior estabilidade no abastecimento de água da cidade. “É, sem dúvidas, uma das maiores entregas de Pelotas nas últimas décadas”, comemora.

CLAUDELAINE COELHO DIRETORA-PRESIDENTE

Além da ETA , a obra inclui uma estação de bombeamento de água de dois quilômetros. Também foram necessários oito quilômetros de redes, que levam a água tratada da ETA até o reservatório R1, na praça Piratinino de Almeida, de onde é distribuído para as residências. O R1 é a caixa d’água mais antiga da cidade, com capacidade de armazenamento de 1,2 milhão de litros.

A diretora-presidente do Sanep, Claudelaine Coelho, considera a en-

A ETA São Gonçalo irá abastecer também o reservatório R4, na rua Andrade Neves. Juntos, os dois reservatórios terão capacidade de abastecer todo o centro da cidade, além de ampliar o atendimento em outros bairros, como Areal, Fragata, Laranjal e Três Vendas.

No Laranjal, solução para problema histórico

A região de Pelotas que mais enfrenta falta de água historicamente é o Laranjal. Em todos os verões, já é rotina para a população enfrentar o desabastecimento, tanto que parte das residências já possui estrutura de armazenamento de água, com reservatórios subterrâneos que bombeiam a água para caixas d’água superiores.

“Chega verão não tem água, para os banhos tem que esperar a meia-noite para encher as caixas d’água e só funciona quando tu tem o motor da água”, diz Patrícia Silva, que mora há 32 anos no bairro. “Laranjal passa por isso sempre, a vida inteira”, diz a moradora, que relata que, quando há água, a pressão é muito baixa e só dá vazão pelas torneiras mais baixas.

Fátima Figueiredo também mora há mais de 30 anos no Laranjal. “No verão é uma tristeza aqui, para a água a gente tem que ter bomba, se não não consegue”, diz. A sobrinha de Fátima, Luciana Figueiredo, é moradora do Laranjal e tem um salão de beleza e não possui reservatório de água em casa. “É difícil, tem dias que não tem e tem que ficar carregan -

do de balde para poder lavar um cabelo”, afirma. Sobre as dificuldades enfrentadas pelo Laranjal, a diretora afirma que o Sanep mantém em funcionamento a ETA Móvel que atende todo o bairro e que a nova estação irá facilitar a cobertura da região. Com a ETA São Gonçalo, será possível reorganizar o sistema de distribuição e a estação móvel servirá como apoio à ETA Santa Bárbara, que opera no limite para atender 60% da população. “Na prática, como o sistema todo é conectado, é possível assegurar maior segurança e estabilidade no abastecimento de água de todos os bairros”, conclui.

ETA SÃO GONÇALO

Localizada em Capão do Leão, próximo ao campus da UFPel

Capacidade de injetar 500 litros por segundo na rede

Aumento da oferta de água tratada de 50% em Pelotas

Orçada em R$ 52 milhões

Estação capta água do canal São Gonçalo para tratamento e posterior aproveitamento da comunidade
JÔ FOLHA
FELIPE NEITZKE

ENTREVISTA COM GOVERNADOR

“A gente não pode mandar alguém mas temos que criar condições

Eduardo Leite fala sobre o papel da região Sul para a reconstrução do RS e a retomada da capacidade de investimentos do Estado

Ogovernador Eduardo Leite (PSDB) concedeu sua primeira entrevista ao A Hora do Sul. Na conversa, destacou ações do governo para a reconstrução do Rio Grande do Sul e para o desenvolvimento da Região Sul.

Qual papel a região Sul pode ter para contribuir com a reconstrução do Rio Grande do Sul?

A Região Sul também passou pelas suas próprias dificuldades, especialmente os municípios às margens da Lagoa dos Patos, como Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e São Lourenço do Sul, e naturalmente tem uma população que precisa de assistência. Nós estamos buscando oferecer às prefeituras suporte e apoio para que atendam a cada um dos gaúchos que foram afetados nos seus municípios. É uma oportunidade de apoio em um momento de dificuldades, e o primeiro deles vem com a própria situação do Aeroporto de Pelotas. Na semana passada, estive em São Paulo visitando cada uma das companhias aéreas, apresentando os aeroportos do Rio Grande do Sul que têm capacidade de absorver mais voos neste momento emergencial que a gente vive, da falta do Aeroporto de Porto Alegre. Insisti muito no Aeroporto de Pelotas como uma das grandes alternativas, porque tem estrutura. Também fiz o contato com a operadora CCR Aeroportos, que está adiantando obras para poder conseguir entregar a ampliação do terminal aeroportuário mais rapidamente. Em um segundo ponto [está] o nosso compromisso com o desenvolvimento da região Sul. Entre eles a duplicação do acesso de Rio Grande, uma obra importante nessa integração regional. São investimentos que, via Porto de Rio Grande, nós estamos fazendo para melhorar as condições de uso do Porto. Para ter uma ideia, entre 2010 e 2020, o Porto foi capaz de investir com as suas próprias receitas cerca de R$ 30 milhões. De 2020 para cá, a gente já está falando de mais de R$ 100 milhões de investimentos diretos com

os recursos próprios. Então, um expressivo crescimento que a gente está tendo na ampliação dos investimentos no Porto de Rio Grande.

No ano passado, o governo lançou o Plano Estratégias para as Ações Climáticas do Proclima 2050. Como esse planejamento é aplicado e como as enchentes de maio podem acelerar a adaptação? Esse plano do Proclima, para o qual nós temos apoio de organizações reconhecidas para o clima como consultorias, para dar suporte ao Estado, trabalha sobre várias frentes. Entre as de mitigação, por exemplo, estamos em vias de estabelecer um programa de pagamento por serviços ambientais. Isso significa estimular, com incentivos financeiros, aqueles que fazem mais do que a norma exige em termos de preservação. A lei já exige preservação de áreas do meio rural e a gente tem muitas pessoas que se dispõem a fazer mais do que a lei exige. E entendemos, como outros estados fazem, que devemos remunerar, inclusive premiar e incentivar economicamente essa preservação. Nós temos um programa de agricultura de baixo carbono, que tem metas bastante importantes até o final dessa década, de incentivos à redução de emissão de gases de efeito estufa, a partir da mudança do uso da terra. A gente tem outras medidas que, inclusive, podem impactar positivamente a região Sul, que é a do hidrogênio verde. Nós acreditamos que

o Rio Grande do Sul seja capaz de ser sede de investimentos de usinas para a produção de hidrogênio verde. Então, tem uma série de medidas que estão estabelecidas no sentido de contribuirmos menos para as mudanças climáticas.

O agronegócio é vital no desenvolvimento econômico. Como o governo pode se antecipar para socorrer esses agricultores diante dos efeitos climáticos?

Os custos que envolvem o financiamento ao setor agrícola são muito altos e, por isso, dependem muito do suporte do governo federal. Inclusive, nesse dia 4 de julho, os representantes do agronegócio gaúcho fizeram uma grande mobilização em Cachoeira do Sul, reivindicando a melhor atenção do governo federal à pauta agrícola na situação de calamidade. Então, nós estamos também demandando respostas efetivas do governo federal para poder ajudar no financiamento com subsídio especial e até com anistia em relação a dívidas anteriores, para que o agronegócio tenha capacidade de reação acelerada diante do que nós estamos vivenciando. Paralelamente a isso, o governo do Estado vai lançar, nos próximos dias, ações que vão ser tudo o que o estado puder fazer para o agronegócio, com subsídios, subvenções, com anistia de dívidas que existam de produtores com programas estaduais de incentivo ao agronegócio.

“Acreditamos que o RS seja capaz de ser sede de investimentos de usinas para a produção de hidrogênio verde”

A Região Sul historicamente enfrenta dificuldades estruturais que o senhor conhece. No entanto, vivemos um novo momento, com entidades como Aliança Pelotas e Aliança Rio Grande tentando implementar um novo ecossistema. Como o governo pode se aproximar dessas iniciativas para fomentar o desenvolvimento das cidades aqui da região Sul?

O desenvolvimento de uma região nunca será o que o governo simplesmente aponta e quer para aquela região, mas sim aquilo que a própria região, a partir das suas lideranças, das suas vocações econômicas, entende que deva ser o caminho. En-

MAURÍCIO TONETTO

alguém investir,

para isso”

tão, o principal ponto aqui é essa mobilização local, reconhecer quais são as vocações e quais são os caminhos que devem ser estimulados para que o governo estabeleça as políticas públicas na direção daquilo que melhor vai encontrar eco e respaldo na vocação e na capacidade empreendedora da região.

Em termos de infraestrutura, no acesso para Pedras Altas, a gente já fez a requalificação de um trecho que era pavimentado em condições precárias. Temos outros dois trechos em vias de encaminhar a pavimentação. O acesso a Cerrito também foi pavimentado. Encaminhamos agora o início das obras de Amaral Ferrador, que não tem acesso asfáltico.

Pelotas fez a Estrada do Engenho, por exemplo, que ajudou, na compactação, a garantir estrutura para o dique resistir e subsistir diante das pressões do Canal São Gonçalo. Estamos com um convênio firmado para desenvolver um parque urbano às margens do São Gonçalo. Um projeto na área da saúde muito importante também, que é o Hospital de Pronto Socorro Regional, está com as obras em andamento para ser concluído até o final deste ano. Agora o projeto da celulose, da CMPC, que vai significar também investimentos nos portos de Pelotas e de Rio Grande, viabilizando o acesso sul de Pelotas e induzindo outros investimentos privados por uma qua-

Seguimos perseguindo metas para ter uma formação integral de alunos, preparando-os para o mercado.

lificação do acesso ao porto da cidade, entre outros temas.

A gente não pode mandar alguém investir, mas temos que criar condições para isso. E aí entra a questão dos voos, da infraestrutura urbana e de estímulo a determinados tipos de empreendimentos que, qualificando a condição de

vida na cidade, estimulam a atração e retenção de talentos, como é o caso da região Sul, porque tem boas universidades que formam muitos bons profissionais, ajudando-a a se desenvolver.

Uma das apostas do seu governo é a educação. Como o Rio Gran-

É com muita alegria que a Associação Comercial de Pelotas parabeniza nossa cidade pelos seus 212 anos de história, progressos e conquistas. Ao longo do tempo, Pelotas consolidou-se como um polo de cultura, inovação e empreendedorismo, sendo um grande privilégio fazer parte desta trajetória por mais de 150 anos.

de do Sul tem avançado e onde se planeja chegar?

Se você observar o histórico do IDEB do Rio Grande do Sul ao longo dos anos anteriores ao nosso governo, o gráfico vai apontar uma sequência de quedas. Nos últimos anos, conseguimos promover o contrário, retomando posições entre os estados brasileiros e avançando no ranking. Tomamos algumas medidas para fazer com que o jovem permaneça na sala de aula: o programa Todo Jovem na Escola, contratação de novos professores, investimentos em tecnologia, qualificação da merenda, enfim, tudo aquilo que o Estado não conseguia fazer direito, porque não tinha dinheiro para pagar as contas básicas.

A gente está na fase de consulta pública para fazer a concessão para infraestrutura escolar em 99 escolas, inclusive na região sul. Em Pelotas, nós temos o caso da Escola Dom João Braga e da Escola Padre Rambo.

Devemos avançar com outras políticas que serão inseridas, como a ampliação do Ensino Médio em tempo integral, que é um compromisso nosso também. Nós seguimos perseguindo metas para ter uma formação integral desses alunos, preparando para o mercado de trabalho e ajudando no desenvolvimento.

Neste momento especial, damos também as boas-vindas ao novo jornal, A HORA DO SUL, que chega para enriquecer ainda mais o cenário informativo e cultural de nossa cidade. Acreditamos que este será uma valiosa adição à nossa comunidade, fortalecendo a comunicação e contribuindo para o crescimento e divulgação dos marcos pelotenses.

Que possamos seguir construindo juntos um futuro próspero, onde a inovação e a tradição caminhem lado a lado.

PARABÉNS, PELOTAS, PELOS SEUS

212

ANOS, E

SEJAM BEM-VINDOS, A HORA DO SUL, AO NOSSO VIBRANTE CENÁRIO JORNALÍSTICO!

Impulsionado pelo comércio, PIB deve

crescer até 3%

Enquanto se reconstrói após enchentes, região olha para suas vocações em busca do desenvolvimento econômico

HEITOR ARAUJO

heitor.araujo@ahoradosul.com.br

Ocomércio de bens e serviços mantém-se como o carro-chefe da economia do Extremo Sul do Estado. A estimativa é de um crescimento do PIB na região de 3% nos próximos anos, com uma possível retração em 2024 por conta dos estragos causados pela tragédia climática gaúcha, que afetou especialmente os municípios de Pelotas e Rio Grande. Em 2021, o PIB dos municípios da Zona Sul somou R$ 39,7 bilhões, equivalen-

te a 6,85% do total do RS, que foi de R$ 518 bilhões.

A estimativa é do professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Marcelo de Oliveira Passos, que elaborou um estudo sobre as potencialidades dos municípios que integram o Conselho Regional de Desenvolvimento do Sul (Corede Sul). Segundo ele, o principal desafio da região é conseguir maximizar as potencialidades, em consonância ao conhecimento gerado pelas universidades. Um dos sonhos que se tem, de uma reindustrialização em Pelotas, é considerado “arriscado” pelo economista. “Envolve gasto de recursos e talvez inócuo do ponto de vista de resultados efetivos. Pelotas já é uma cidade pós-industrial, como Buenos Aires e Rio de Janeiro, por exemplo”, cita Passos.

A característica do Município indica “vocação voltada a nichos específicos de turismo e, sobretudo, na economia criativa, de

Foco para a região

Os 23 municípios que compõem a Azonasul estão focados na reestruturação da região após a enchente de maio, que rendeu uma queda de 40% de arrecadação de ICMS . “O que dificulta os investimentos necessários ao desenvolvimento”, diz o diretor executivo da associação, Henrique Feijó.

Foram R$ 1,8 bilhão de prejuízos na agropecuária, uma das principais fontes de renda da região. Segundo Feijó, são necessários R$ 50 milhões para a recuperação de estradas vicinais, essenciais para o escoamento das produções rurais.

No setor agropecuário, os investimentos devem ser feitos em tecnologia e sustentabilidade, para aumento de produtividade e resiliência a eventos climáticos extremos. Inovação e diversificação para agregar valor à produção local e, na infraestrutura, melhoria das estradas e portos.

Pontos positivos

A pesquisa realizada pela UFP el indica que o comércio de serviços e bens é a principal atividade econômica da região, “o que mais gera crescimento econômico de compra, venda e empregos”, exceto Rio Grande, que em função do Porto mantém uma forte atividade industrial.

PIB EM SERVIÇOS (2022 - 2024)

Pelotas deve crescer até 31%

São Lourenço do Sul até 70%

Rio Grande crescerá apenas 5% ao fim deste triênio.

Crescimento

A média de crescimento da região para os próximos anos deve ser entre 2 a 3%, “com diferenças regionais, alguns municípios mais, outros menos”, projeta. “Muitas regiões foram afetadas, sobretudo as maiores, pelas enchentes e vão sentir uma recuperação lenta e terá o crescimento afetado. Neste ano, o PIB pode até cair, mas terá crescimento nos próximos anos.”

startups, aplicativos, inteligência artificial, e também em moda, design, música, cinema”, acrescenta o economista.

Seguem entre os principais os setores de agricultura e silvicultura, abate em produtos de pecuária, construção civil, transporte rodoviário de cargas (conexão ao Porto), outros produtos alimentares, instalação de máquinas, armazenagem e produtos de madeira.

Municípios projetam queda de 40% na arrecadação com ICMS por efeito das enchentes que atingiram o Estado em maio

Setor continua sendo o principal motor da economia na maioria dos municipios da região
Construção civil é um dos setores em constante crescimento, junto a transporte e alimentação, por exemplo
FOTOS JÔ FOLHA

Aeroporto Internacional de Pelotas duplica oferta de voos

Com reforço, serão 16 decolagens para São Paulo, Campinas e Florianópolis

ACCR Aeroportos, que administra o Aeroporto Internacional João Simões Lopes Neto, de Pelotas, duplicou a conexão da cidade com o país. São agora 16 voos semanais de três companhias aéreas. Conforme a administradora, as empresas de aviação criaram as malhas emergenciais desde o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, alagado com as cheias de maio. A medida vai até outubro e, por isso, há uma grande mobilização empresarial da região para que essa oferta não só se mantenha, como também seja ampliada. Depois da movimentação de maio, quando voos diários da Azul passaram a operar, a base em Pelotas manteve a conexão regular para o Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), três vezes por semana pela Gol, com quatro operações. Além disso, a Azul passou a ofertar três frequências semanais para o Aeroporto Internacional de Viracopos (VCP), em Campinas, e dois voos para o Aeroporto Inter-

Semanalmente, 2,1 mil assentos são disponibilizados no município

nacional de Florianópolis (FLN), pela Voepass. Ainda conforme a CCR , as duas companhias aéreas que faziam a rota para Porto Alegre remodelaram a malha para aumentar a oferta. Como o Estado ainda se encontra em situação de instabilidade, as

Entidades agora se mobilizam para tornar xas as ofertas de voos no PET

Porto de Rio Grande passa por dragagem emergencial

Desassoreamento deverá durar 20 dias em trecho próximo aos Molhes da Barra

OPorto de Rio Grande passa por processo de dragagem urgente. A recuperação do trecho mais crítico do canal de acesso, em área externa aos Molhes da Barra, foi iniciada pela Portos-

RS e é executada pela draga Galileo Galilei, pertencente à frota da empresa Jan de Nul. Serão investidos R$ 21,5 milhões para a retirada de 593 mil metros cúbicos de sedimento, em serviço que deve durar 20 dias.

A quantidade a ser dragada foi apontada por uma batimetria, realizada após um incidente envolvendo uma embarcação, durante o mês de maio. O processo emergencial se dá dentro de um contrato continuado existente entre a Autoridade Portu-

alterações são constantes. Para julho, por exemplo, foram retirados os voos às quintas-feiras e aos domingos. Conforme a empresa, as decisões partem sempre das companhias, sem a interferência da CCR Aeroportos. Um fator positivo é que com a logística atual, a média chega a 2,1 mil assentos ofertados semanalmente, com voos lotados.

Mobilização

Com a oferta e a demanda em alta, entidades de classe já estão mobilizadas para não só manter a frequência de voos, como também ampliá-la. O presidente da Aliança Pelotas, Jorge Almeida, aposta em uma ampliação maior de voos, não só Florianópolis, mas incluindo

Curitiba. “A Azul fez um codeshare (compartilhamento de código) com a Gol, dividindo os horários. Vamos solicitar à CCR que prolongue a rota para Florianópolis, Curitiba e São Paulo ou Campinas, pois há muitas empresas interligadas com Santa Catarina e Paraná”, adiantou. Um dos argumentos apresentados é que com o final da duplicação da BR-116, a viagem entre capital e região ficará em torno de duas horas, menos custosa que um avião e, portanto, é viável oferecer transporte aéreo para outros estados.

Entre barreiras

Pelo menos seis empresas dividem a gestão estratégicas entre Pelotas e São Paulo, e quando se fala em segmento tecnológico, com as startups, a Internet pode quebrar as barreiras geográficas, via conexão online. Mas ainda sim, na opinião do cofundador da Candy Valley, coletivo de startups, Raul Torma, a barreira física é uma realidade. “Existem demandas de feiras e de reuniões que se faz necessário a presença, e a disponibilidade de voos semanais, com mais horários e custos acessíveis, é uma notícia muito bem-vinda. Com certeza a demanda vai aumentar”, comentou. Torma espera que os governantes e as empresas do ramo se sensibilizem para manter e até ampliar o calendário de voos.

Expectativa é retirar 593 mil metros cúbicos de sedimentos

ária e a empresa Van Oord Serviços de Operações Marítimas. As enchentes contribuíram para o assoreamento da hidrovia e do canal de acesso ao Porto de Rio Grande. No entanto, esta obra compreenderá apenas um trecho de aproximadamente três quilô-

metros. Uma dragagem mais ampla deverá ser realizada em breve para o restabelecimento das profundidades.

A Portos RS vem buscando junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) uma alternativa para a re-

HORÁRIOS DE JULHO

Segunda-feira

- PET - 16h15min

GRU - 19h05min

- PET - 9h

- 11h30min

Terça-feira

FLN - PET - 13h45min PET- FLN - 16h20min

Quarta-feira

GRU - PET - 16h15min PET- GRU - 19h05min

- PET - 9h

- 11h30min

Sexta-feira

GRU - PET - 16h15min

PET- GRU - 19h05min VCP - PET - 9h PET-VCP - 11h30min

Sábado

FLN - PET - 13h45min

PET- FLN - 16h20min

* SEM VOOS ÀS QUINTAS E DOMINGOS

Siglas:

PET: Aeroporto Internacional de Pelotas

GRU : Aeroporto Internacional de Guarulhos

VCP : Aeroporto Internacional de Viracopos

Processo aumenta o calado do canal para acesso de navios ao Porto

alização da obra. Em reunião recente, o órgão federal se comprometeu em realizar o desenvolvimento do projeto e encaminhá-lo ao Ministério de Portos e Aeroportos, após o recebimento dos dados de batimetria, volume a ser dragado e custos da dragagem.

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Zona Sul aposta na inovação para superar efeitos climáticos no campo

Setor representa 20,7% do PIB nos 23 municípios da região. Principais cultivos, arroz, soja, milho e fumo, ao lado da pecuária, driblam gargalos para se manterem fortes no mercado

CÍNTIA PIEGAS

cintia.piegas@ahoradosul.com.br

No setor que move a economia da Zona Sul, o cenário ainda é de apreensão por causa da variação climática que assolou as lavouras com três grandes estiagens seguidas e a última enchente. Com as principais culturas sendo responsáveis por 20,7% (veja quadro) da arrecadação dos 23 municípios da Zona Sul do Estado, o agronegócio passa por transformações e grandes desafios. Mesmo com a chegada da soja na região, o arroz ainda é responsável por 70% da produção do país e, somado ao cultivo do milho, fumo e a pecuá-

ria, o agro coloca a região em lugar de destaque no cenário nacional. Situado em uma região privilegiada pela geografia, hidrografia e a presença de universidades e instituições de pesquisa, o agronegócio mudou o cenário da Zona Sul, e para melhor. Caracterizadas no cultivo do arroz, na última década as lavouras de soja passaram de cem mil hectares para 500 mil, possibilitando uma entressafra e reaproveitamento do solo, agregando valor e geração de renda, potencializada pela presença do Porto de Rio Grande. Com a assessoria técnica que chega dos governos estadual (Emater) e federal (Embrapa), além do ensino público, responsável por manter em atividade a centenária Faculdade de Agronomia

Eliseu Maciel, os gargalos recaem na questão da infraestrutura, que não acompanhou a modernidade no campo, e programas de prevenção aos efeitos climáticos.

Na última década, as lavouras de soja passaram de cem mil hectares para 500 mil hectares

fásicas que impedem esse tipo de investimento. Apesar dos entraves, Ehlert considera a forma organizada e a representatividade dos produtores e trabalhadores na agropecuária como grande potencial do setor, sendo que a demanda somente seria uma cooperativa forte na região.

Desafio

O presidente da Associação Rural de Pelotas (ARP), Augusto Rassier, considera a safra deste ano desafiadora. “O El Niño impôs dificuldade desde o plantio, mas principalmente na colheita”. Os arrozeiros, segundo ele, conseguiram colher de 90% a 95% na Zona Sul, o que representa um Estado abastecido, sendo desnecessária a interferência do governo na importação do produto, o que implicaria em prejuízos em toda a cadeia até o consumidor final, afirma Rassier ao destacar que a região entrega o arroz pronto para o consumo. Diferentemente da soja, que é comercializada in natura, até mesmo pela necessidade do comprador, sendo o principal deles a China. Nessa logística, estar próximo a um porto reduz custos com frete, tanto no escoamento da soja, principalmente para a China, quanto na compra de insumos. “Um dos gargalos que temos são os pedágios”, sinalizou.

Para o extensionista rural da Emater, engenheiro agrônomo Evair Ehlert, além da infraestrutura – com o melhoramento das estradas e pontes que suportem caminhões maiores – é preciso pensar na reservação de água. “Já existe um projeto do governo do Estado sobre a reservação de água que fica em área de preservação permanente (APP), só precisa ser regulamentada. Assim, teremos segurança para garantir a produção dos cultivos do seco e pastagem”, sinalizou, ao lembrar que a região enfrentou três anos de estiagem. Uma outra demanda que vem sendo trabalhada na Zona Sul é a instalação de equipamentos para secagem e armazenamento de grãos, e o grande empecilho para os produtores são as redes mono -

Organização das entidades do setor, como associação e sindicatos, é vista como ponto positivo na região

Rassier lembra que o Rio Grande do Sul se caracteriza pela segunda safra: a da pecuária, muito afetada pela enchente, sendo que as pastagens ficaram parcialmente estragadas. “Esse cenário vai acarretar uma menor produtividade da safra. Percebe-se que o mercado da pecuária está desaquecido nesse período, sendo que é fator preponderante na atividade no inverno”. Para ele, é preciso provocar a produtividade e a produção de empregos. “O setor está sensivelmente prejudicado, precisamos do auxílio do governo federal, através de subsídios, pois

Feiras e eventos do setor ajudam a estimular troca de experiências e soluções para encarar desafios. Arroz segue a principal cultura no agro local
JÔ FOLHA
O El Niño impôs

dificuldades desde o plantio, mas principalmente na colheita do arroz.

os produtores têm as contas para pagar”, disse. Uma forma de incentivar a produção é manter as feiras rurais, tradicionais e que impulsionam o agronegócio. A Expofeira de Pelotas, por exemplo, irá acontecer de 8 a 13 de outubro na Associação Rural de Pelotas. “É nossa responsabilidade social. Também vamos fazer a abertura da colheita do arroz no ano que vem”.

Efeitos climáticos

Após três estiagens e uma sequência de chuvas e temporais que devastaram lavouras desde setembro do ano passado, a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) tem se mobilizado para agilizar recursos que possam amenizar os prejuízos calculados em R$ 1,85 bilhão. Em reunião dos secretários municipais de agricultura, a maioria relatou os problemas nas lavouras de soja e ainda espera pelo apoio dos governos estadual e federal para reerguer os cultivos.

Um olhar para o pequeno agricultor

Para quem perdeu quase tudo com a enchente deste ano, o momento atual é de falta de fluxo de caixa. A única vantagem apontada pelo pequeno agricultor Jaques Hartwig, do Monte Bonito, interior de Pelotas, é que com a mi -

gração de muitos produtores para o arroz e soja, na tentativa de melhorar de vida, tudo que se planta e se colhe em hortifrutigranjeiros é comercializado pela escassez dos produtos em oferta. Ainda assim, 716 mil pessoas no Rio Grande do Sul vivem de pequenas produções no campo.

Proximidade do Porto de Rio Grande reduz custos com importação de insumos e economia de frete

A pequena vantagem só não supera a falta de apoio financeiro dos governos, segundo Hartwig, na hora da dificuldade de quem vive da agricultura familiar. A linda plantação de morangos que tinha na sua propriedade hoje dá espaço para outros cultivos, com maior rentabilidade e menos tempo de colheita. “Os efeitos climáticos levaram tudo. Uma estufa hoje custa em média de R$ 35 mil e R$ 40 mil e não tivemos ajuda. O que o governo ofere-

ce é a prorrogação das parcelas para quem financia, mas claro, isso só vai aumentar os juros. Então, não recebemos o mesmo olhar que os grandes produtores”, lamentou. Mesmo assim, com o pensamento empreendedor, não quis ficar parado no tempo e segue investindo em tecnologia, como as estufas e a irrigação. “Precisamos evoluir, pois se assim (com ferramentas) já está difícil, imagina para quem não tem nada”.

Evento

Já nesta terça-feira, dia 9, a partir da 9h, a Embrapa Clima Temperado realiza o seminário Pontos positivos: Recuperação da Agropecuária da Região Sul - ações emergenciais para 2024, perspectivas para 2025/26

Disponibilidade de uma rede de assistência técnica e de pesquisa, além do crescimento de consultorias privadas Proximidade do Porto de Rio Grande, reduzindo custos com importação de insumos e economia de frete Adesão aos equipamentos modernos que facilitam e agregam valor ao produto Eventos técnicos não só nas cidades-sede da Embrapa e Emater, mas também nos pequenos municípios.

Pontos negativos

Pontos positivos

A internet no campo possibilitou aos produtores terem acesso aos informes das entidades que atuam diretamente com o setor, além das redes sociais

Estrutura das estradas e pontes nas zonas rurais das cidades

Pedágio caro que inflaciona o frete

Abastecimento de energia elétrica com rede trifásica em área rural

Reservação de água

Demora da ajuda financeira dos governos em caso de avarias climáticas.

Dados da produção dos 23 municípios da Azonasul:

ARROZ 179.405 ha valor da produção R$ 2,225 bilhões

SOJA 516.736 ha valor da produção R$ 3,950 bilhões

MILHO 51.943 ha valor da produção R$ 282 milhões

FUMO 25.690 ha valor da produção R$ 714 milhões

BOVINOS 1.638.076 cabeças valor da produção R$ 1,296 bilhão

Fonte: IBGE 2022

Pequeno agricultor espera por ajuda do governo para se reerguer
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GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA

Rio Grande mira o Porto e novos negócios locais

Enquanto terminal vive crescimento, tempo para microempresa formalizar o negócio é de 12 minutos

Enquanto o Porto volta a crescer, Rio Grande aposta na desburocratização na legislação para o fomento de empregos em outras frentes. Desde 2021, o Município é referência nacional na flexibilização para a abertura de empresas, o que gerou mais de 4 mil postos de trabalho formal nos últimos anos.

Há três anos, foi aprovada a lei municipal 8.857, que segundo a secretária de Desenvolvimento, Inovação e Turismo, a economista Paola Braga, reduziu a poucos minutos a abertura de uma empresa no município.

A lei, segundo a secretária, é pautada pelo “princípio da boa fé” em relação aos empreendedores. “Ela permite ao empreendimento iniciar a atividade econômica e o licenciamento dá-se ao longo do processo”, detalha. Essa flexibilização contempla 80% das atividades, consideradas de baixo risco ambiental, de saúde e segurança. Como resultado, o número de empresas legalizadas no município chegou a quase 21 mil em 2024, aumento de 5 mil nos últimos três anos, segundo dados do Ministério da Economia. Como consequência, os postos de trabalho apresentaram aumento de 30% no mesmo período, chegando a quase 39 mil.

Duas cidades em uma

O município divide-se em duas frentes de negócios: o setor industrial pujante, na esteira do Porto, e os micro e pequenos empreendedores, que passaram a receber maior atenção do poder público. “São os

que fazem a economia local girar, nós precisávamos entregar eficiência a eles”, justifica Braga.

Segundo a superintendente de empreendedorismo e gestora da Sala do Empreendedor de Rio Grande, Elisandra Luvier, o Município teve mais de 6 mil empresas atingidas com os alagamentos e mais de 43 mil famílias foram afetadas.

Neste sentido, há o foco em resgate aos programas que estavam em desenvolvimento ao setor empreendedor, em parceria com o Sebrae e o Senac. “A gente começa a pensar na recuperação de crédito. Qual programa a gente desenvolve para que chegue às empresas atingidas, como desenvolver a autoestima para que a economia continue girando? Pensamos em uma cidade forte para a reconstrução e superação”, relata.

Com os olhos voltados às águas, na chamada economia azul, o Município trabalha na diversificação deste potencial. “Temos muito forte a educação formal, universidade e instituto federais e de ensino privado. Observando o cenário de desenvolver nossa principal poten-

cialidade, de segmentos ligados ao mar, a gente percebe o crescimento dos serviços qualificados”, ressalta. São oito setores impactados pela economia do mar e outros 52 indiretamente. “Por exemplo a bioeconomy, a ciência de robótica, as buscas pelos fármacos dos plânctons. Toda essa linha de pesquisa das universidades torna-se desenvolvimento econômico”, conclui Braga.

Setor industrial é puxado pelo Porto de Rio Grande

O setor industrial de Rio Grande é o maior em área no Estado, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. A maior parte dos investimentos no local está diretamente ligada à atividade do Porto, dividido entre o terminal público e arrendados ou privados.

As movimentações portuárias estão ligadas principalmente ao agronegócio gaúcho, na exportação de grãos e de pecuária, e na importação de insumos para a produção de fertilizantes, cujo setor

Nossa estratégia é ser um hub da região, o terminal busca este papel pela posição e capacidade de fazer operação, com toda a tecnologia.

industrial do município contempla empresas da área.

Enquanto as micro e pequenas empresas representam 19,6 mil unidades, as de maior porte estão em 1,1 mil, em especial dos setores alimentício e químico. Esses são os que apresentam, inclusive, o maior crescimento das indústrias.

Cristiano Klinger, presidente da PortosRS , empresa estadual que administra o Porto de Rio Grande, salienta o potencial logístico do espaço para a importação, pela infraestrutura destacada que o complexo portuário tem no cenário nacional.

“Em comparativo aos demais portos do país e da região Sul, o nosso calado de 15 metros e a estrutura do terminal de contêineres, a gente pode trazer grandes navios para abastecer o mercado nacional e do Uruguai e Argentina”, exalta.

A ideia é ampliar a importação dos produtos industrializados, aliando-se à vocação para os granéis sólidos e líquidos. “Nossa estratégia é ser um hub da região, o terminal busca este papel pela posição e capacidade de fazer operação, com toda a tecnologia”, ressalta Klinger.

Números

Em 2023, o Porto de Rio Grande movimentou 42 milhões de toneladas em cargas, um aumento de 15% em relação a 2022. Neste ano, são 15,4 milhões de toneladas movimentadas entre janeiro e maio, variação de -2,27% em relação ao mesmo período no ano passado.

Granéis sólidos lideram os tipos de carga, com 8,9 milhões de toneladas neste ano.

Soja em grão representa 2,5 milhões de toneladas.

Trigo em grão representa 2,3 milhões de toneladas.

Matéria prima para fertilizantes representam 1,7 milhões de toneladas.

Empregos diretos no complexo portuário: 10 mil.

Investimentos em infraestrutura no complexo do Porto de Rio Grande chegaram à casa dos R$ 350 milhões no último triênio

Melhorias

No final de 2020, houve a grande obra de dragagem no Porto de Rio Grande, que homologou os 15 metros de calado. Em maio de 2022, com a criação da PortosRS , os investimentos aumentaram bastante: como superintendência, em dez anos o investimento em infraestrutura no complexo portuário foi de R$ 31 milhões. No triênio como PortosRS , esse número saltou para R$ 350 milhões.

“Todo ano a gente precisa dessas obras de manutenção de calado, que é o principal volume dos recursos essas obras de dragagem. O canal de acesso é o que garan-

te a segurança da navegação e das operações nos terminais”, ressalta Klinger. “Os maiores navios podem entrar no Porto de Rio Gran-

de”, acrescenta. A ampliação do complexo envolve, ainda, o leilão do ano passado do terminal de granéis em Rio

Grande, outro leilão marcado para agosto de licitação de área no cais público, a qualificação de um terminal de líquidos, dentre outros.

Na área comercial, Rio Grande é exemplo de desburocratização no Brasil

Gás é outra possibilidade

O governo do Estado trabalha, também, na elaboração de um terminal de gás natural, envolvendo o distrito industrial de Rio Grande e o Porto. O investimento previsto é de R$ 5 bilhões do Grupo Cobra, da Espanha, para implantação do projeto, que ainda depende de regularização junto ao governo federal.

Arroio do Sal

A região acompanha, à distância, a movimentação de empresários da Serra gaúcha na construção de um porto no litoral norte do Estado, no município de Arroio do Sal. Na avaliação de Klinger, os esforços do setor deveriam ser para a ampliação do complexo em Rio Grande. “Temos em Rio Grande e

São José do Norte áreas disponíveis a novos terminais, com molhes, terminais de acesso, todo o complexo em funcionamento”, ressalta. “Somos favoráveis ao investimento privado, mas é importante olhar para o complexo e hidrovia que já temos. A indústria do centro do estado está perto de colocar o contêiner na água, descer a Rio Grande e ganhar o mundo”, completa.

Demandas

A principal demanda para o complexo portuário é pela duplicação do acesso ao Porto de Rio Grande, do lote 4 da BR-392. “A obra está com o Dnit, é importante a gente ter essa demanda fortalecida”. A obra, segundo Klinger, “vai reduzir custo, tempo de operação e toda a produção do Estado ganha competitividade”.

FOTOS JÔ FOLHA

ACosta Doce Gaúcha, com 23 municípios ao longo de 750 quilômetros no Sul do Estado, é margeada por três lagoas e tem acesso direto ao mar. O território também é formado por uma diversidade de paisagens com vastos campos, serras e áreas desérticas. As raízes históricas provenientes de diferentes colonizações conferem grande variedade cultural, histórica e gastronômica. Entre as praias, chácaras, vinícolas e trilhas não faltam opções de passeios. Diante disso, o crescimento dos empreendimentos turísticos se dá para valorizar a Costa Doce e impulsionar o desenvolvimento econômico familiar e regional.

Seja para o lazer, para descansar ou para viver novas experiências, não faltam destinos para serem desvendados pela Costa Doce Gaúcha. Somente na rota Doces Caminhos Rurais, em Pelotas, são cerca de 70 empreendimentos turísticos. Já no roteiro Morro de Amores, no Morro Redondo, são 44 lugares. No entanto, nem sempre foi assim. O fortalecimento de atrações voltadas a trazer visitantes à região é um trabalho que vem sendo construído há cerca de 20 anos. Para desenvolver o segmento turístico, o Sebrae, em parceria com os municípios, presta auxílio com profissionais turismólogos na criação de negócios e produtos. São bens e serviços para satisfazer as necessidades dos viajantes, como experiências culturais, atividades de aventura, acomodações variadas e oferta de culinária típica. De acordo com a analista de projetos de Turismo da Regional Sul do Sebrae, Jussara Argoud, atualmente são mais de cem negócios atendidos na Costa Doce. A grande maioria são micro e pequenas empresas tocadas por empreendedores que também se dedicam à produção rural. “São pessoas que têm um sítio, que colocam uma pousada, ou que fazem almoços e cafés coloniais para trabalhar com o turismo rural. Isso tem estimulado a economia, foi a entrada de um novo setor em municípios que eram praticamente agrícolas”, explica.

O investimento no potencial turístico

Antes de 2003, não existia na região variedade na oferta turística, aponta Jussara. Alguns roteiros iniciaram com a participação de apenas quatro interessados e atualmente têm mais de 40 envolvidos. Desde o proprietário da hospeda-

VALORIZAÇÃO

Rumo a Costa Doce Gaúcha: o crescente potencial turístico da região Sul

Belezas naturais, gastronomia colonial e adaptação de propriedades rurais lideram os atrativos

gem até a moradora da região que produz artesanatos ou cestas de café da manhã para comercializar aos visitantes. “Temos atrativos que não existem em outros lugares, mas a gente precisava formatar produtos, ter empreendedores oferecendo serviços para o desenvolvimento da atividade”, destaca. O progresso da cadeia produtiva do turismo na Costa Doce tem como resultado o desenvolvimento econômico com a geração de empregos e circulação de dinheiro, assim como diversificação dos setores de produção. “A região tem oferta, seja para um pelotense conhecer ou para quem

Somente na rota Doces Caminhos Rurais, em Pelotas, são cerca de 70 empreendimentos turísticos.

vem de fora. E quando vem turista para a região, nós estamos trazendo recursos novos. Os pequenos empreendedores mostraram que o turismo é possível”, sintetiza Jussara. Além da criação de novos empreendimentos, o setor de turismo do Sebrae também colabora no fomento turístico em locais já estabelecidos, como as charqueadas, que hoje são espaços de visitação e eventos.

Turismo Rural

Uma das pessoas que viu nas belezas da paisagem serrana da Cas -

cata uma oportunidade de empreender e compartilhar com outras pessoas as riquezas do local foi Luciano Perboni. Proprietário de uma casa rústica alicerçada no alto de um morro, ele transformou o imóvel em hospedagem para quem busca um refúgio em meio à natureza. “Tem muita procura, quase todos os finais de semana está locado”, conta. Para ampliar a oferta de atrativos aos turistas, será plantado um parreiral para o cultivo de uvas e estruturado um espaço para cafés ao ar livre. “Estou agregando as duas atividades, a uva para a venda da fruta in natura, suco e vinhos. Na próxima safra já quero

Luciano Perboni transformou sua propriedade localizada na Cascata em uma hospedagem para turistas que buscam um refúgio na natureza
JÔ FOLHA

receber visitantes e fazer cafés coloniais embaixo do parreiral, com passeios guiados e a pisa da uva”. A Casinha Alto do Morro faz parte do Doces Caminhos Rurais e em breve integrará outro roteiro, o da Serra dos Tapes. “Temos todo os tipos de hospedagens, parques, restaurantes e cafés, cachoeiras, vinícolas. Muitas vezes as pessoas nem sabem que a gente tem serra na região. Temos aqui belezas tão bonitas quanto na serra gaúcha”.

Experiência gastronômica

Já no Arroio do Padre, um dos estabelecimentos mais recentes é a Trattoria Massimila - Sabor de Família. Um local que oferece uma experiência única que combina a gastronomia italiana com um ambiente íntimo e acolhedor. Inicialmente, o empreendimento familiar ofertava oficinas de massas harmonizadas com vinhos. Com a utilização de ingredientes orgânicos, mais do que preparar pratos típicos, os alunos também aprendem sobre a história italiana. “É uma oportunidade de fuga do cotidiano, com troca de ideias, experiências e receitas. Tudo isso com muito entretenimento, conhecimento e diversão em meio à natureza”, explica uma das proprietárias, Diane Böhm. A experiência é realizada duas vezes por ano. Com o sucesso da oficina, agora a Massimilla também produz massas caseiras para a comercialização e, além disso, a cada um domingo por mês e alguns sábados, o local é aberto ao público para servir aos clientes uma ampla sequência de massas. “Tudo é feito em nossa casa. Recebemos um pequeno número de pessoas para que assim possam desfrutar de um ambien-

em

te acolhedor. Por isso Trattoria é um restaurante dotado de cozinha própria e caracterizado por uma atmosfera familiar”.

Divulgação

Diante das vastas opções de passeios e experiências que podem ser vivenciadas na Costa Doce, passando pelo turismo rural, histórico e cultural, assim como o ecoturismo, o Sebrae e os próprios empreendedores organizam guias turísticos com informativos, imagens e

as

atrativos que podem ser aproveitados. Recentemente, foi lançada a revista “Viaje pela Costa Doce”, onde há roteiros nos 23 municípios da região.

Costa Doce é formada por 23 cidades. Juntas, somam mais de 70 empreendimentos e encontram no turismo formas de diversificação econômicas e permanência de jovens nas propriedades do interior

Confira o guia da Costa Doce:

Mais informações podem ser acessadas pelo Instagram: @costadocegaúcha

Inaugurada
2019, atualmente
reservas para passar um final de semana na Casinha Alto do Morro são concorridas
Experiências de gastronomia caseira são buscadas por turistas
JÔ FOLHA

Sede do jornal tem tradição no comércio

Amescla entre o contemporâneo e o tradicional é uma das marcas de Pelotas e não é por acaso que o A Hora do Sul será instalado em um prédio que integra o Conjunto Histórico do município, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O imóvel, localizado no encontro das ruas Padre Anchieta com Sete de Setembro, prova que esta é uma

vocação inerente a uma cidade rica em história e que se mantém como líder da região. O edifício de 1875 foi construído com recursos do comerciante Theodósio Fernandes Rocha, nome marcado pela sigla TFR em um medalhão de cimento incrustado na platibanda. Rocha era proprietário de outros prédios comerciais, onde vendia desde madeira e materiais de olaria até “secos e molhados”. Tam-

A contribuição de Pinto da Rocha

Na edição do dia 5 de julho, o jornal Opinião Pública publicava em sua coluna O dia do deputado, um perfi l do político rio-grandino Arthur Pinto da Rocha (18641930), fundador do jornal a Gazeta do Commercio, de Porto Alegre, e deputado federal na legislatura de 1893 a 1895. A vida pública do também jornalista, advogado e literato começou na Assembleia dos Representantes do Estado, repre-

sentando o partido Republicano, liderado por Júlio de Castilhos. Em suas incursões literárias, traduziu o romance A samaritana, do dramaturgo francês Edmond Rostand.

A contribuição literária de Pinto da Rocha é reconhecida até hoje e o autor é imortal da Academia Rio-Grandense de Letras, sendo patrono da cadeira de número 16.

depósito da antiga fi rma Oliveira, Coelho & Cia. A partir de 1979 começou a sofrer mudanças com o objetivo de abrigar atividades bancárias.

O servidor do TJ -RS , Luiz Gonzaga Crêspo Magalhães Júnior, 63 anos, tataraneto de Rocha, guarda memórias preciosas deste prédio.

“Eu me divertia muito naquele sobrado. Tinha um quintal enorme, com galinheiro, árvores frutíferas, horta e um pátio enorme, onde brincávamos e jogávamos bola. Eu vivia subindo nos telhados das casas da rua Sete de Setembro, tive uma boa infância por lá.”

Construção de 1875 foi iniciativa do comerciante

Theodósio Fernandes da Rocha, que vivia com a família no andar superior do imóvel, hoje integrante do Conjunto Histórico de Pelotas

bém era dono de embarcações para fretes de embarque.

A família do comerciante vivia na parte superior do imóvel. No térreo, Rocha mantinha um de seus comércios. O luxo e as dimensões rivalizavam com as da residência, de 1871, do charqueador Felisberto José Gonçalves Braga, palacete que se tornou sede do Clube Comercial, em 1888. Posteriormente, o imóvel foi

Características

A engenheira Carina Farias Ferreira e a arquiteta Clarissa Martins Neutzling, do escritório Abra, sa-

anaclaudia.dias@ahoradosul.com.br

lientam que o imóvel tem o estilo eclético historicista pelotense. Fase consolidada na cidade entre os anos de 1870 e 1931, caracterizada por caixas murais com uma profusão de ornamentos em estuques.

Este período, de grande opulência e do apogeu econômico, foi marcado por forte influência europeia e pelo desenvolvimento urbano, com melhoramentos nos espaços públicos advindos da industrialização.

Fontes:

Pelotas - Casarões contam sua história - 2, de Zênia de León 100 Imagens da Arquitetura Pelotense. 1ª edição, de Rosa Maria Garcia Rolim Moura e Andrey Rosenthal Schlee. Almanaque do Bicentenário de Pelotas. v.1: Revista do 1º Centenário de PelotasJoão Simões Lopes Neto, textos diversos e fotografias da cidade, organização Luís Rubira Ecletismo em Pelotas, de Carlos Alberto Ávila

da platibanda ostenta as iniciais do primeiro proprietário

Aniversário com balé no Sete

Num domingo em 7 de julho, há cinco décadas, a 4ª Semana de Pelotas, que celebra o aniversário da cidade, foi encerrada com um espetáculo de 1h30min do Grupo de Ballet de Pelotas, dirigido pela professora Dicléa Ferreira de Souza. A apresenta-

ção ocorreu à noite no Teatro Sete de Abril.

Na primeira parte do programa foi apresentado o balé Destinos, com o segundo movimento da 5ª sinfonia de Tchaikovski. Lil Rejane Cunha e Ruben Montez (Kiro) fazem o par românti-

co que luta para se manter junto. Eliana Oliveira representa o Destino. O balé é contemplado por um corpo de baile com Gilda Castro e Silva, Margarete Carvalhal, Laís Hallal e Marcia Dias da Costa. Também foram apresentados dois pas de deux e duas cenas. O espetáculo, preparado por Dicléa com a assessoria de Elizabeth Amaral Lemos, teve renda revertida para Movimento Assistencial de Pelotas (Diário Popular, 7 de julho, de 1974). A escola de balé de Dicléa Ferreira de Souza segue em atividade e completou 64 anos, já o Grupo de Ballet de Pelotas chegou aos 52 anos de atuação.

por Ana Claudia Dias
Medalhão
RUBEN MONTEZ KIRO BAILARINO
FOTOS JÔ FOLHA

AUTOCINE BRAZILIAN BLEND

Ação inédita leva celebração a café

Grupo de música instrumental faz show aberto no Café Aquários em homenagem ao aniversário de Pelotas, neste sábado

Neste sábado, véspera do aniversário de Pelotas, acontece um evento inédito no interior de um dos mais tradicionais ponto de encontros da cidade, o Café Aquários. A partir das 10h30min, o grupo Autocine Brazilian Blend apresenta seu repertório composto por clássicos do jazz e composições autorais. O show é gratuito e aberto ao público em geral.

O grupo de música instrumental formou-se há três anos, com o propósito de desenvolver um repertório autoral, influenciado por elementos do jazz e suas variações, do soul e do pop, com a pitada de um swing bem brasileiro. No elenco estão os talentosos e experientes: Gil Soares, na flauta, Leonardo Bastos, no piano, Gustavo Barbosa, no baixo, Guilherme Fiss, no sax, e Franco Xavier, na bateria.

A ideia de tocar no Aquários surgiu de conversas entre o músico e publicitário, Franco Xavier, e um dos gerentes da cafeteria, Carlos Dias. O músico conta que era um cliente diário do espaço, quando tinha residência e trabalhava na rua 15 de Novembro, e que se afastou depois da mudança para o Areal. "Agora voltei a morar na 15 e a frequentar o Café", comenta. Entre uma conversa e outra com o gerente, Xavier mostrou uma re-

Agende-se

PRIMEIRO ANO

O Beco da Cultura completa o primeiro ano de roda de samba com o grupo Renascença, sábado (6), a partir das 18h. Até o ano passado, a travessa Ismael Soares era usada somente como corredor de passagem, entre a praça Coronel Pedro Osório e a rua Andrade Neves. A lei 7.221, de julho de 2023, de autoria do vereador Paulo Coitinho, denomiou o local como Beco da Cultura, que vem sendo revitalizado.

Grupo, criado em 2021, desenvolve repertório autoral com inspiração no jazz e no soul, com uma levada bem brasileira

ferência de um vídeo da banda pelotense Devon Lamar, tocando em um "aquário" em uma loja fechada fora do Brasil. "Só tinha a banda, e a loja é muita parecida com o Aquários, porque tem grandes janelas. Como eu sou do mundo da criatividade, pensei que seria legal a gente tocar lá (no Café) e mostrei esse vídeo para o Carlos", conta. A ideia foi aceita de imediato pelo gerente do estabelecimento, especialmente pelo estilo musical da Autocine. Desde a sua inauguração, em 1970, a casa comercial nunca tinha sido palco para um evento de aniversário da cidade. Neste sábado, abre espaço com uma bateria montada e pronta para o concerto. "A gente vai tocar dentro do Aquários, mas quem estiver na rua vai conseguir nos prestigiar também", fala Xavier.

Repertório

O repertório da Autocine tem 17 composições. Três delas são releituras de standards como Samba de uma nota só, de Tom Jobim, Four, de Miles Davis, e Cantaloupe Island, de Herbie Hancock. "É um baita de um espaço e com certeza vamos tocar o nosso repertório na íntegra. Vai ser algo diferenciado para quem frequenta o Café.

Fique atento

O quê: show do grupo instrumental Autocine Brazilian Blend Quando: sábado (6), a partir das 10h30min

Onde: Café Aquários, rua 15 de Novembro, 602 Aberto ao público

ARTIGO

FABRÍCIO CAGOL

Presidente da Associação Comercial de Pelotas Advogado e sócio do MZ Advocacia

Pelotas: 212 anos de história e o fortalecimento da imprensa local

No dia em que a nossa doce Pelotas completa 212 anos de história, temos como marco relevante o fortalecimento da imprensa local, com a chegada do Jornal A Hora do Sul, que certamente nos brindará com um trabalho jornalístico de alta qualidade, preocupado com a comunidade local e focado na inovação da era digital. Nós, da Associação Comercial de Pelotas (ACP), gostaríamos de dar as boas-vindas ao novo Jornal, eis que a sua chegada representa um reforço significativo para a comunicação local e uma nova fonte de informação para os cidadãos de Pelotas e região sul.

Um novo jornal não só amplia a diversidade de perspectivas, mas também fortalece o compromisso com a verdade, a transparência e a informação com credibilidade. A sociedade tem a consciência de que a imprensa é vital para o funcionamento saudável das instituições e da vida em sociedade. Ao informar, fiscalizar, educar e unir a população, contribui-se para o fortalecimento da democracia, a promoção da justiça social e o desenvolvimento sustentável.

JUNTOS E MISTURADOS

O projeto Juntos e MisturadosIndústria Musical apresenta, neste sábado (6), o Cantando o Brasil, com a presença de mais de 15 artistas, entre músicos e intérpretes. A partir das 21h, no Bloco, rua Antônio dos Anjos, 1.020. Ingressos pela plataforma Sympla.

GIRO SONORO

Neste domingo (7), das 14h às 18h, acontece o Giro Sonoro - festa junina na calçada, promovido pela Academia Girão. Entre as

atrações do evento estão os animadores do Grupo Tholl, DJ Helô, Forródogó, além de praça de alimentação, brinquedos infláveis e atividades físicas gratuitas.

SAMBA DE TERREIRO

Neste domingo (7), o grupo Samba de Terreiro canta todos os santos na celebração dos 212 anos de Pelotas. O show é na quadra da Escola Unidos do Fragata, a partir das 14h. O evento solidário terá arrecadação de donativos para os atingidos pelas enchentes.

Numa era digital, dinâmica e globalizada, a sociedade clama por informações confiáveis, rápidas e acessíveis, sobretudo por notícias relacionadas a políticas públicas, eventos comunitários, segurança, esportes, movimentos políticos, desenvolvimento econômico e condições climáticas. A imprensa exerce um papel essencial na fiscalização das ações do governo, instituições e dos órgãos públicos, primando sempre pela atuação responsável e transparente dos gestores. Essa função é crucial para a manutenção de uma sociedade justa e democrática, onde o poder é exercido com responsabilidade e ética.

Acreditamos que a imprensa tem o poder de in uenciar positivamente o desenvolvimento da cidade ao promover empresas, destacar oportunidades de negócios e atrair investimentos.

Acreditamos que a imprensa tem o poder de influenciar positivamente o desenvolvimento social e econômico da cidade, ao promover empresas locais, destacar oportunidades de negócios e atrair investimentos, sobretudo quando traz visibilidade para as iniciativas empreendedoras, as quais estimulam a inovação e o dinamismo econômico, em especial nas áreas do comércio, serviços, indústria e agronegócio, que são os pilares da ACP. Por fim, ao parabenizar a cidade de Pelotas pelo seu aniversário, saudamos aqui o nascimento deste novo veículo de imprensa local, que certamente contribuirá de sobremaneira para o crescimento de nossa cidade e o bem-estar do povo. A ACP orgulha-se por ajudar e fazer parte desta história, sempre impulsionando o empreendedorismo local nos seus 150 anos de existência. Parabéns Pelotas, e muito sucesso ao Jornal A Hora do Sul.

DIVULGAÇÃO

CRUZADAS HORÓSCOPO

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Animais que formam recifes Responsabilidade dos garis

Pagam aluguel aos senhorios

Pratinho colocado sob a xícara

Porém Local de provas de atletismo

Formou o primeiro triunvirato de Roma junto com Crasso e Pompeu

Lagoa dos (?): situase no RS

Fofo, em inglês

Igrejas grandes

Outro, em latim

É tratada na limpeza de pele

Paralisado; esquizofrênico

ÁRIES:

21/03 a 19/04

LIBRA:

23/09 - 22/10

Dança como o reisado (?)-ruim: o diabo (pop.)

Sulca (o terreno) Sacerdote hebreu (?)-fogo: acordo temporário na guerra

A carta mais valiosa do pôquer

Mesozoica, Paleozoica ou Cenozoica Saque sem rebatida, no tênis

Comer (?): privação do vegetariano

"O amor é (?)" (dito)

Veículo do esquimó

Copiar às escondidas (pop.)

Errado (abrev.) Os anos do século

Preparo (o medicamento) Marca do roqueiro Assunto; tema

Cólera

"Remédio" natural para pressão baixa

Agradecido

Posto às avessas

Dígrafo de "gueixa"

Leila Diniz, atriz

(?) n'água: tentativa frustrada "Protegidos" por uma corretora (os carros)

Dada a fazer travessuras

Gaste; carcoma

Detecta movimentos

Canoa feita de um tronco escavado

Reunião de sambistas

Porto às margens do mar Negro

3/ace — eli. 4/avio — cute. 5/álter.

Obsessão típica do pervertido

(?) Lee, cineasta de "A Arte de Viver"

Doença respiratória crônica

Sua abordagem realista e pragmática ajudará você a não se perder em ideias absurdas. Você estará em um bom estado para lidar com algumas tarefas sérias, mas lembre-se de respeitar os seus limites, não importa que se sinta muito otimista.

TOURO:

20/04 - 20/05

Você será capaz de se expressar de forma espontânea e com mais liberdade. Não perca esta oportunidade. Sua vida amorosa vai dominar e equilibrar seus níveis de energia. Mostre-se como você é, juntamente com as suas necessidades reais.

GÊMEOS:

O passado voltará sob a forma de um encontro, de uma carta ou de um telefonema. Sinais de cansaço se aproximarão de você. Não tenha medo de relaxar, você pode fazer isto sem prejudicar seus projetos atuais.

CÂNCER:

Você vai obter um retorno positivo dos esforços do mês passado. Há festas em todos os lugares. Existem motivos para comemorar! As doenças psicossomáticas e distúrbios leves que está sofrendo são causados pelas suas frustrações.

Você não pode mudar a vida com uma varinha mágica. Isso leva tempo. Você deve reorganizar a sua rotina para conseguir maior estabilidade e uma vida mais equilibrada, que esteja mais de acordo com a sua personalidade.

ESCORPIÃO:

23/10 - 21/11

Seu otimismo vai ganhar a admiração das pessoas ao seu redor e nada vai atravessar o seu caminho. Seja tolerante, nem todos serão capazes de acompanhar seu ritmo. Cuidado com o fígado e não exagere nos prazeres da mesa.

SAGITÁRIO:

A intervenção de um colega irá ajudá-lo a terminar um projeto atual que tem sido pesado. Você vai ficar muito bem se colocar o passado atrás de você. Você precisa se superar.

CAPRICÓRNIO:

Capitão(?), oficial português (Hist.)

Solução

LEÃO:

- 19/01 23/07 - 22/08

Todo mundo vai parecer particularmente ocupado para você hoje, mas a calma vai deixar você aproveitar ao máximo os prazeres da vida. Seus níveis de energia estarão para cima e para baixo mais do que nunca.

VIRGEM:

Você poderia aproveitar um agradável ambiente amigável e o bom senso de humor será dominante. Guarde qualquer discussão séria para outro dia. Seria bom fazer algum exercício e tomar um pouco de ar fresco.

AQUÁRIO:

Sala 1

MEU MALVADO FAVORITO 4 (DUBLADO) - Animação. Diretor: Chris Renaud e Patrick Delage. 95 minutos. Diariamente às 14h20min

UM LUGAR SILENCIOSO: DIA UM (DUBLADO) - Suspense. Diretor: Michael Sarnoski. Com Lupita Nyong’o, Joseph Quinn (VII) e Alex Wolff. 99 minutos. Diariamente às 16h40min e 19h10min

DIVERTIDA MENTE 2 (DUBLADO) - Animação. Diretor: Pete Docter, Kelsey Mann. 96 minutos. Diariamente às 21h30min

Sala 2

DIVERTIDA MENTE 2 3D (DUBLADO) Diariamente às 15h, 17h20min e 19h40min

UM LUGAR SILENCIOSO: DIA UM (LEGENDADO) Diariamente às 22h

Sala 3 MEU MALVADO FAVORITO 4 (DUBLADO)

DIVERTIDA MENTE 2 (DUBLADO)

Diariamente às 21h10min

Sala 4

DIVERTIDA MENTE 2 (DUBLADO)

- 18/02 23/08 - 22/09 19/02 - 20/03

Você vai ser mais sério do que de costume e sentirá necessidade de se concentrar no que é realmente importante. Não tenha medo de mostrar o seu talento para improvisar.

Diariamente às 14h40min, 16h50min e 19h

Sala 5 MEU MALVADO FAVORITO 4 (DUBLADO) Às 14h, 16h10min e 18h20min

DIVERTIDA MENTE 2 (DUBLADO) Diariamente às 21h30min CINEART

Você estará completamente livre para expressar o que tem em mente e isso trará resultados positivos. Você não está recebendo bastante vitaminas e isso faz que você se sinta mais lento. Cuide de sua saúde e coma mais frutas vermelhas.

PEIXES:

As pessoas vão admirar você hoje. Seu charme irá abrir as portas! Se você conseguir conter sua impaciência, vai ganhar com isso. Seu otimismo crescente reforçará a sua energia.

Sala 2 MEU MALVADO FAVORITO 4 (DUBLADO) Diariamente às 14h20min, 16h30min, 18h40min e 20h50min

Sala 4 TÔ DE GRAÇA (NACIONAL) - Comédia. Direção César Rodrigues. Com Rodrigo Santanna, Isabelle Marques e Andy Gercker. 95 minutos. Diariamente às 14h

Diariamente às 14h30min, 16h50min e 19h10min

ENTREVISTA COM O DEMÔNIO (DUBLADO) - Terror. Diretor: Cameron Cairnes e Colin Cairnes. Com David Dastmalchian, Laura Gordon e Ian Bliss. 92 minutos. Diariamente às 21h35min

Sala 1

DIVERTIDA MENTE 2 (DUBLADO) DIARIAMENTE Às 14h, 16h10min, 18h20min e 20h30min

DIVERTIDA MENTE 2 (DUBLADO) Diariamente às 16h

MEU MALVADO FAVORITO 4 (DUBLADO) Diariamente às 18h

CINEFLIX

TRADIÇÃO DE FAMÍLIA

“O Brasil foi um fator importante na minha vida”

Com mais de 60 anos de serviços prestados ao Xavante, Claudio de Andrea, 85, fala da sua paixão pelo clube e lembra de momento marcante quando foi presidente do Rubro-Negro

FERNANDO RASCADO fernando.rascado@ahoradosul.com.br

Prestes a atingir 113 anos, o Grêmio Esportivo Brasil se aproxima da reta final da fase classificatória da Série D do Campeonato Brasileiro. O A Hora do Sul chega no fim de semana em que o Xavante enfrenta o Cianorte (leia mais na página 39 desta edição), no Bento Freitas, pela 12ª rodada do grupo A8. O Rubro-Negro certamente terá o apoio dos torcedores Claudio de Andrea, 85, e Lorenzo Schwanck, 14. Apesar de serem de gerações opostas, ambos possuem uma paixão em comum: o Xavante. A dupla certamente estará acompanhando e torcendo por mais uma vitória da equipe do técnico Marcelo Caranhato no domingo, mesmo que não seja possível estar presente na Baixada. Claudio e Lorenzo conversaram com a reportagem para esta edição histórica, a primeira do A Hora do Sul. Como pauta principal, o Brasil.

Um clássico como grande lembrança

O ex-dirigente atuou em diversas áreas dentro do Brasil entre 1959 e 2019, quando foi presidente do Conselho. O ápice destes 60 anos de serviços prestados ao Xavante aconteceu em 1977, em que foi presidente. Hoje aos 85 anos, Claudio de Andrea respondeu quatro

perguntas do A Hora do Sul para falar de sua paixão, relembrar momentos marcantes e projetar o futuro do Rubro-Negro.

A Hora do Sul: O que o Brasil representa na sua vida?

Claudio de Andrea: Só pelos anos que eu tive envolvido com o Brasil, já se pode pensar que o clube realmente foi um fator importante na minha vida. Desde 1959. Saí do Brasil como presidente do Conselho em 2019. São mais de 60 anos gravitando por essas cores. O Brasil é o clube do meu coração, o clube que meu pai inoculou o vírus xavante tanto em mim como no meu irmão.

AHS: Um momento marcante na sua relação com o Brasil?

CA: Na parte amadora tivemos o futebol de salão, em que fomos cinco vezes campeões estaduais. Em 1977 nós disputamos uma seletiva contra o nosso arquirrival e nos habilitamos a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro de 1978. Tenho muito orgulho de neste momento ter sido o presidente do clube. O maior momento que me faz lembrar.

AHS: Como você acha que o futebol do interior pode se manter forte daqui para a frente?

CA: Eu acho muito difícil porque tem um problema muito grave. Felizmente aqui a torcida do Brasil não divide o seu coração com a dupla Gre-Nal, mas no interior tu vê os torcedores antes da dupla que dos clubes do interior. É difícil, é tudo gravitando em torno de Gre-Nal.

AHS: Sobre o momento do Brasil, o que vislumbra para o futuro?

CA: Cada vez está mais difícil tu encontrar quem dirija. Esperamos que surja alguma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), alguma gestão profi ssional para que o Brasil possa persistir, pois na modalidade atual é muito difícil encontrar pessoas que queiram entrar no olho do furacão.

Paixão de família

Se Claudio de Andrea tem uma vida dedicada ao Brasil, jovens torcedores vão surgindo a cada ano, renovando a paixão pelo Xavante que dura desde a fundação do clube. É o caso de Lorenzo Schwanck, 14 anos. O estudante sonha em ser jogador de futsal, iniciando os passos como atleta na base do Clube Brilhante. O jovem seguiu a paixão de sua família pelo Rubro-Negro, estando sempre que possível no Bento Freitas. Ao A Hora do Sul ele respondeu três perguntas sobre a relação com o time da Baixada, a escolha de seguir torcendo por uma equipe local em um mundo com fácil acesso ao futebol europeu e também analisou o momento do Brasil na temporada.

A Hora do Sul: Como começou a relação com o Brasil?

Lorenzo Schwanck: Desde pequeno eu ia nos jogos com o meu pai. Eu sempre gostei muito de acompanhar o Brasil. Eu me identificava muito com os jogadores,

com a forma que eles se entregavam dentro de campo.

AHS : Em tempos de acesso facilitado ao futebol de nível mais alto, o que te faz seguir fiel ao clube local mesmo com as dificuldades?

LS : Gosto muito do clube, gosto de estar no estádio, de ver os jogos

com meu pai, com meus amigos e isso acho que me mantém.

AHS : O que tem achado do clube nessa temporada?

LS : É um time que vem se entregando muito. Claro que tem os seus defeitos, mas sempre dá o máximo dentro de campo.

Ex-mandatário tem um quadro com imagem da Baixada lotada em partida contra o Grêmio
FOTOS FERNANDO RASCADO

GERAÇÕES AZUL E OURO

“Minha vida se desenrolou pensando no Pelotas”

Áureo-cerúleo com décadas de história na Boca do Lobo, Álvaro Azocar, 87, cita episódios que considera memoráveis e reflete sobre o futuro do interior

Perto de completar 116 anos, o Esporte Clube Pelotas atravessa fase crucial da Divisão de Acesso para tentar o retorno à elite do futebol gaúcho, que não disputa desde 2021. O A Hora do Sul chega no fim de semana em que o Áureo-Cerúleo encara o Monsoon (leia mais na página 38 desta edição), na Boca do Lobo, o estádio mais antigo do país.

Para o decisivo jogo deste sábado, o Pelotas contará com o apoio vindo das arquibancadas. Lá estarão áureo-cerúleos de diferentes gerações, entre eles Álvaro Azocar, 87, e Levi Mendes, nove. A dupla de torcedores conversou com a reportagem para esta edição histórica. Como pauta principal, a paixão pelo Lobo.

Visita russa na memória

Torcedor do Pelotas desde a infância, Seu Azocar tem uma trajetória de vida dedicada ao Lobo. Sócio do clube há mais de seis décadas, o áureo-cerúleo se tornou dirigente. Foi vice de finanças e, entre 1993 e 1995, presidente. Álvaro Azocar testemunhou grande parte dos mais relevantes capítulos da história azul e ouro, transmitindo a paixão às gerações seguintes da família. Nesta primeira edição do A Hora do Sul, ele atendeu a reportagem.

A Hora do Sul: O que o Pelotas representa na sua vida?

Álvaro Azocar: Minha vida se

desenrolou, em todos os meus 87 anos, pensando no Pelotas. Desde criança, não faltava a um jogo. Até hoje mantenho essa chama acesa, com muito amor ao clube. Sempre preocupado com o Pelotas. Hoje não trabalho tanto na diretoria, mas estou sempre atento e ajudando naquilo que me pedem e que estou à altura de ajudar.

AHS : Por tudo o que já viveu dentro do clube, o que acredita ser importante para o futuro?

AA: Sobre minha vida junto ao Pelotas, lembro desde os primórdios. O ex-presidente, e para mim o maior presidente que o Pelotas teve, Sidney Salangue Gomes, que construiu a arquibancada da Gonçalves Chaves, sempre me entusiasmou a pegar esse amor pelo clube. Até hoje não consigo esquecer o Esporte Clube Pelotas, e acho que a nova geração também está ajudando o clube. Certamente vão substituir os antigos dirigentes que já estão cansados de trabalhar. Certamente vão surgir novas ideias, é isso que esperamos do futuro.

AHS: Quais os momentos mais marcantes da sua ligação com o clube?

AA: O que me marcou mais foi o Bra-Pel lá no campo do Brasil no dia do meu aniversário [em 1997]. O Pelotas ganhou por 4 a 0, então me marcou muito. E também a festa que fizemos com a visita da seleção da Rússia [em 1994], que esteve aqui em Pelotas. Foi um acontecimento nacional, todo o país vibrou e acompanhou. A cidade foi muito falada e o nosso clube também.

AHS : Como o senhor acredita que o futebol do interior pode se manter forte?

AA: Os clubes do interior estão sofrendo muito. Muitos estão fechando suas portas. Nós, do interior, temos que desapegar da dupla Gre-Nal e pensar mais em nós. Até a Federação Gaúcha deveria olhar com outros olhos os clubes do interior, que aos poucos estão terminando. Isso é uma tristeza muito grande. Não temos mais a rivalidade de antigamente entre os clubes de Rio Grande, de Bagé, enfim, do interior todo. É uma lástima.

De pai para filho

A história do Pelotas, forjada por Álvaro Azocar e outros tantos dirigentes e torcedores, permitiu a expansão do legado de paixão pelo clube. Muitas vezes, trata-se de um amor que passa de pai para filho. É o caso de Frederico - conselheiro e diretor de história do Lobo - e Levi Mendes. Hoje aos nove anos, o pequeno frequenta o estádio desde o primeiro ano de vida. Atualmente, veste a camisa azul e ouro como atleta da escolinha de futsal. Tímido e de poucas palavras, mas enfático, Levi falou ao A Hora do Sul sobre a relação com o Pelotas.

A Hora do Sul: Qual é a tua primeira lembrança na Boca do Lobo?

Levi Mendes: Me lembro que a gente ganhou na primeira vez que eu vim. Minha mãe dizia que quando saía gol eu pulava da cadeira. Me assustava com os gritos da torcida.

AHS: Tu gostas de acompanhar futebol internacional? E o que te faz seguir fiel ao Pelotas?

LM: Eu prefiro aqui. Prefiro o Pelotas. Eu olho tudo que é jogo de futebol, mas torcer, torcer de verdade, é só o Pelotas.

GUSTAVO PEREIRA gustavo.pereira@ahoradosul.com.br
Azocar foi presidente azul e ouro entre 1993 e 1995 e coleciona, em casa, inúmeros itens do Lobo
AHS: O que tem achado do time na temporada?
LM: Talvez dê para subir esse ano.
FOTOS GUSTAVO PEREIRA

APOIO INCONDICIONAL

“Durante quase dez anos eu não perdi um jogo do Farropilha”

Vinicius Espindola, mantém viva a paixão pelo clube que aprendeu a amar desde pequeno

FERNANDO RASCADO fernando.rascado@ahoradosul.com.br

Com 98 anos completados em abril, o Grêmio Atlético Farroupilha se prepara para começar em breve a pré-temporada para a disputa da Terceirona Gaúcha, agendada para iniciar em setembro. Recentemente o Farrapo apresentou o técnico Rodrigo Bandeira. O elenco será formado por atletas da pró -

pria base do clube, com contratações pontuais. Ainda não existe uma definição se o Tricolor mandará os jogos deste ano no Nicolau Fico. Em 2023, os confrontos da primeira fase aconteceram no Bento Freitas.

A reportagem do A Hora do Sul conversou com o torcedor do Tricolor, Vinicius Espindola, 30. A pauta foi a paixão pelo Farrapo e a expectativa para a temporada 2024. O Farroupilha tenta voltar para a Divisão de Acesso depois de cinco anos.

Vinicius Espindola

Torcedor do Farroupilha desde pequeno, Vinicius Espindo -

la aprendeu a gostar do clube ao ir nos jogos com o irmão mais velho e um primo em 2003 e principalmente em 2004, ano do acesso para a elite gaúcha. Depois de algum tempo, Vinicius passou a acompanhar de forma mais intensa, virando presença garantida em quase todos os jogos no Nicolau Fico. Nesta primeira edição do A Hora do Sul, ele atendeu a reportagem para responder três perguntas sobre sua paixão e a expectativa da temporada que se aproxima para o tradicional “Campeão de 35”.

A Hora do Sul : Como começou a relação com o Farroupilha? Vinicius Espindola: O começo de tudo mesmo foi em 2004, 2003. Eu ia nos jogos com meu ir-

mão mais velho e um primo. Eles entravam no final quando a entrada estava liberada e eu entrava junto. Minha lembrança mais antiga de jogo do Farrapo foi o acesso em 2004 contra o Xavante. A partir de 2012 eu comecei a ir sozinho em todos os jogos. Durante quase dez anos eu não perdi um jogo do Farroupilha no Nicolau Fico.

AHS : Em tempos de acesso facilitado ao futebol de nível mais alto, o que te faz seguir fiel ao clube local mesmo com as dificuldades?

VE : É gostar, ter aquela identificação com o time do bairro. Não foi algo que tenha vindo de família, o meu pai não é torcedor do Farroupilha. Foi orgânico, acaba que a gente se identifica, defende

o time, questão de paixão mesmo, de fidelidade. O time está jogando, tem que apoiar. Se não for a gente indo no estádio, apoiando o pouco que tem, daqui a pouco o clube acaba.

AHS: Qual a tua expectativa para o desempenho do Farroupilha nessa temporada?

VE: É sempre uma incógnita. É pouco dinheiro, é pouca estrutura, ainda mais agora com todos os problemas no Nicolau Fico, tu mal consegue usar a estrutura do estádio. Nem sei se vai conseguir jogar no Nicolau Fico. É esperar que faça um campeonato que pelo menos brigue por um acesso de novo para a Segunda Gaúcha como conseguiu em 2018.

Torcedor espera que o Farrapo consiga enfim o acesso para a Divisão de Acesso depois de cinco anos
FERNANDO RASCADO

DIVISÃO DE ACESSO

Lobo enfrenta Monsoon

Partida da penúltima rodada da primeira fase está marcada para as 19h30min deste sábado

GUSTAVO PEREIRA gustavo.pereira@ahoradosul.com.br

Só a vitória interessa ao Pelotas contra o Monsoon, às 19h30min deste sábado, pela 13ª e penúltima rodada da primeira fase da Divisão de Acesso. Caso não conquiste os três pontos na Boca do Lobo, o Áureo-Cerúleo deixa a zona de classificação às quartas de final no domingo se Lajeadense e Aimoré ganharem suas partidas.

O time do técnico Ariel Lanzini subiu uma posição no grupo B após o empate de quarta-feira diante do Bagé. O jovem meia Arthur Vanzela garantiu o placar de 1 a 1 aos 50 minutos da etapa final, levando o Lobo à terceira colocação da chave. Melhorar o lugar na tabela, porém, não gera tanta tranquilidade assim.

O Pelotas terá pela frente nas partidas finais os dois melhores colocados do grupo. Além do Monsoon, enfrentará o líder Inter-SM , fora de casa, na próxima quarta-feira. O Áureo-Cerúleo disputa as duas vagas em aberto com os já citados Lajeadense e Aimoré, que medirão forças na rodada derradeira. Antes, eles encaram os times de pior aproveitamento: Futebol com Vida e São Gabriel, respectivamente.

Ingressos para Pelotas x Monsoon estão à venda na Boca do Lobo por R$ 20. Mulheres vestindo a camisa áureo-cerúlea têm acesso gratuito. Sócios em dia acessam o estádio livremente e podem levar, sem custos, um acompanhante.

Vitor Júnior volta; Clayton é desfalque e Ramires está fora

Ainda carregando o status de interino, o treinador Ariel Lanzini fará modificações na equipe titular. O meia Clayton cumpre suspensão por acúmulo de cartões amarelos. Por outro lado, Vitor Júnior retorna após desfalcar o time contra o

Pelotas,

Bagé pelo mesmo motivo. Lanzini, que não ficou na área técnica diante do Jalde-Negro, é outro a voltar de sanção.

Yuri, Marcelinho, Nicolas Ferri, Vitor Júnior, Heverton e Ramires estão pendurados com dois cartões amarelos. Principal contratação para a temporada, o atacante Kieza participou de dois jogos e deixou a Boca do Lobo em 22 de junho. Ainda não houve comunicado oficial do clube sobre a situa-

Ingressos custam R$ 20, e mulheres vestindo a camisa do Pelotas têm acesso gratuito à Boca do Lobo

ção, e uma rescisão entre as partes ainda não foi oficializada. Outro de saída do Lobo é o volante Ramires, que já não deve atuar neste sábado.

No rival, velhos conhecidos

Algoz do Pelotas em 2023, o Monsoon disputa a Série A-2 pela segunda temporada. Novamente, garantiu a classificação antecipada às quartas de final. O time dirigido por Bruno Coutinho, ex-meia com passagem marcante pelo Lobo, tenta agora assegurar a liderança da chave B de olho nos mandos de campo dos duelos de volta dos mata-matas.

Ex-dupla Bra-Pel, o atacante Léo Bahia marcou cinco gols e lidera a artilharia da competição. O lateral-direito Itaqui, que vem atuando como zagueiro, e o meia Cris Magno também já vestiram a camisa do Pelotas. A equipe de Porto Alegre costuma jogar com três zagueiros, dois alas e quatro meio-campistas de diferentes características para municiar Léo Bahia.

GRUPO A

Domingo

15h Passo Fundo x Brasil-FAR

Veranópolis x Gaúcho

Esportivo x Cruzeiro

16h União-FW x Glória

GRUPO B

Sábado

19h30min Pelotas x Monsoon

Domingo

15h Bagé x Inter-SM

Futebol com Vida x Lajeadense

Aimoré x São Gabriel

: Max;

Horário: 19h30min deste sábado.

Árbitro: Wagner Echevarria.

Local: Boca do Lobo.

de Léo Ferraz (foto), empatou por 1 a 1 com o Bagé na última quarta-feira, também em casa
Pelotas: Allan Thiago; Hélder, Yuri, Heverton e Fernando Júnior; Christianno, Alysson Caucaia, Vitor Júnior; Fauver Frank, Warlei e Léo Ferraz. Técnico: Ariel Lanzini.
Monsoon
Luis Morales, Patrick, Itaqui, Cássio e Jô; Yalle e Neko; Victor Lima, Cris Magno e Léo Bahia. Técnico: Bruno Coutinho.
LUCAS RHAMON ECP

BRASILEIRÃO SÉRIE D

Xavante recebe Cianorte para se consolidar no G-4

Se vencer o duelo agendado para as 16h deste domingo, Brasil pode terminar a rodada em segundo lugar do grupo A8

FERNANDO RASCADO

fernando.rascado@ahoradosul.com.br

Embalado pelas duas vitórias sobre o Novo Hamburgo, o Brasil tenta manter o momento positivo contra o líder Cianorte, às 16h deste domingo, no Bento Freitas, pela 12ª rodada do grupo A8 da Série D. Com os últimos resultados, o Xavante entrou no G-4. Caso vença os paranaenses, poderá até mesmo assumir a vice-liderança.

A direção xavante lançou um pacote de ingressos por R$ 90 para as próximas três partidas em casa. Apenas para o duelo diante do Cianorte, o valor é R$ 40. Cada sócio pode levar até três acompanhantes por R$ 30 cada. Há opção do ingresso solidário por R$ 20, mais a doação de um quilo de alimento. Associados da modalidade Avante Esquadrão têm livre acesso. O site para compras é o ingressodevanta gens.com.br

Caranhato tenta seguir 100%

Desde que assumiu o comando técnico do Brasil, Marcelo Cara-

Na quarta-feira, o Rubro-Negro superou o Novo Hamburgo por 2 a 1 no Estádio do Vale

nhato conquistou os seis pontos disputados. Para manter o aproveitamento perfeito será preciso superar o líder da chave, mas que vem de derrota para o Avenida por 1 a 0, na quarta-feira. Na sequência, o Rubro-Negro receberá o próprio Periquito, em jogo atrasado da quinta rodada.

Em entrevista depois de bater o Novo Hamburgo, o técnico xavante destacou a necessidade de vencer os dois próximos confrontos em casa para encaminhar uma vaga na segunda fase da Série D. “Precisamos fazer o dever de casa. São adversários difíceis, adversários diretos que a gente vai ter que jogar no limite novamente para buscar os resultados”, projetou.

Para o duelo contra o Cianorte, Caranhato não perdeu nenhum jo -

gador por suspensão. Há a possibilidade de Marcinho retornar após lesão muscular. O lateral Samoel Pizzi vinha sendo titular, mas diante do Anilado iniciou no banco de reservas depois de sentir dores na coxa.

Pelo rendimento da equipe, Caranhato deve manter o mesmo time, com Maurício atuando ao lado de Araújo. Na frente, Matheus Guimarães e Mário Henrique tiveram atuações destacadas e devem ser mantidos como extremas, com Lucão de centroavante. Caranhato fez questão de enaltecer todo o grupo pelo comprometimento nas duas partidas, mas afirma que o objetivo é comemorar o acesso e não só vitórias. “Ainda não ganhamos nada. Ganhamos dois jogos que nos aproximaram

do bloco da frente, mas ainda tem muito trabalho para que a gente possa alcançar o objetivo final”, concluiu.

Ídolo xavante será adversário no domingo

O Cianorte lidera o grupo de forma isolada com 18 pontos. A equipe paranaense é treinada por Jerson Testoni, com passagem pelo Xavante em 2022. O seu auxiliar é o ex-zagueiro Cirilo, ídolo do torcedor rubro-negro.

O Leão do Vale tem como destaque o centroavante João Celeri, autor de três gols na Série D. O volante João Mafra retorna de suspensão e deve voltar ao time titular de Testoni. Futsal: ATF Pelotas recebe

NEquipe pelotense busca a segunda vitória seguida pela Série Ouro, às 20h deste sábado

o sábado, às 20h, a ATF Pelotas/Otimiza Rentáveis enfrenta no ginásio do Paulista a Associação Esportiva Jaguari, em partida da nona rodada do grupo B da Série Ouro de Futsal. O time pelotense está em quinto lugar com dez pontos e vem de vitória sobre a AFA por 3 a 1, atuando fora de casa. A ATF Pelotas também somou seis pontos em função da desistência da SER Triunfo.

A Associação Jaguari aparece em sexto lugar com sete pontos. A Série Ouro é dividida em três grupos de sete times. Os primeiros cinco de cada chave e mais o melhor sexto avançam para as oitavas de final. Pelo grupo A, o Riograndense visita o Independente, em Caçapava do Sul, também às 20h de sábado. A equipe de Rio Grande está em sexto com dois pontos, mas disputou apenas três jogos. Pela mesma chave, a Associação Brasil Futsal

AGENDA | 12ª RODADA

GRUPO A8

Sábado

16h Novo Hamburgo x Avenida

Domingo

16h Brasil x Cianorte

Concórdia x Hercílio Luz

Cascavel x Barra

Brasil: Thierry; Danilo (ou Pizzi), Adriel, Maurício Moraes e Matheus Marques; Araújo, Maurício, Matheus Guimarães, Rafael Holstein e Mário Henrique; Lucão. Técnico: Marcelo Caranhato.

Cianorte: Tiepo; Eduardo (ou Gabriel), Matheus Castelo, Darlan e Didi; Raphael Carvalho, João Mafra, Lucas Lourenço e Danrley; Baianinho e João Celeri. Técnico: Jerson Testoni.

Horário: 16h deste domingo.

Transmissão: TV Xavante.

Árbitro: José Ricardo Laranjeira (AL).

Local: Bento Freitas.

(ABF) de São Lourenço do Sul folga na rodada. O Rubro-Negro é terceiro com seis pontos.

Série Bronze

Único representante de Pelotas na competição, o Kastilho City visita o SVC Futsal, às 19h de domingo, em Santa Vitória do Palmar. O time busca os primeiros pontos na Série Bronze.

PAULO PIRES | GES
PROVÁVEIS ESCALAÇÕES

Fim de semana, 6 e 7 julho 2024 Fechamento da edição: 17h

Pelotas duplica oferta de voos

TRANSPORTE AÉREO

FRASES DA EDIÇÃO

Com o fechamento do Salgado Filho, em Porto Alegre, aeroportos regionais ganham voos e assentos adicionais. A realocação de passageiros visa reduzir o impacto da interdição causada pelas cheias na capital. Ampliação em Pelotas contribui ao desenvolvimento econômico da região

“Não precisamos explicar nada. Quando se fala em Pelotas, logo se imagina o doce.”

Gilmar Bazanella, secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Pelotas acerca da 30ª Fenadoce

Temos a qualidade de mão de obra, infraestrutura, aeroporto e temos que procurar trabalhar forte na reindustrialização.”

Jorge Almeida, presidente da Aliança Pelotas sobre o desenvolvimento econômico e social de Pelotas

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TRADIÇÃO CENTENÁRIA

Paixão pelo trio Bra-Far-Pel perpetua gerações no futebol

Torcedores de Brasil, Pelotas e Farroupilha falam sobre trajetória ligada aos clubes da cidade. De ex-dirigentes a jovens apaixonados pelos times, as memórias e expectativas fortalecem os legados e mantém viva a força das equipes locais dentro e fora de campo.

DIVISÃO DE ACESSO Em jogo decisivo, Pelotas recebe o Monsoon

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BRASILEIRO SÉRIE D

PÁGINA | 39 Brasil busca vitória para seguir no G-4

PÁGINAS | 35 a 37

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