A Hora – 15 e 16/06/24

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ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR

CIDADES

Autoridades municipais discutem alternativas para oferecer segurança aos moradores do Vale do Taquari. Entre os projetos em andamento na região alta, em cidades como Roca Sales e Muçum, está o Recupera Muçum, que vai ao encontro de estudo feito em Roca Sales,

OPINIÃO

RODRIGO MARTINI

Antes tarde do que mais tarde

OPINIÃO

FABIANO CONTE

O público e o privado

LUGAR EM NOVO

ISENÇÃO DO ICMS

Roca Sales e Muçum buscam novas áreas para realocar o centro e bairros após recorrência das cheias

para realizar mudanças geográficas e garantir a sobrevivência dos municípios. Sem projetos de realocação, Encantado também iniciou um estudo para verificar a possibilidade de implementar um muro de contenção nas margens do Taquari.

RECOMEÇO PÓSCHEIAS

Estado admite falha e prepara correção

Brecha nos decretos para isenção de imposto gera dúvidas e risco para judicialização. Secretaria Estadual da Fazenda promete normativa para garantir que indústrias, distribuidoras e revendas de veículos tenham segurança sobre compras fora do RS.

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CNPJs atingidos pelas enchentes se dividem entre manter o ponto comercial e recomeçar em novo endereço. Conforme pesquisa da CDL Lajeado, 30 das 68 empresas associadas atingidas pelas águas migraram para áreas mais altas da cidade.

Fim de semana, 15 e 16 junho 2024 Ano 21 - Nº 3588 R$ 5,00 (dia útil) R$ 9,00 ( m de semana) grupoahora.net.br
Ao menos 30 empresas deixam Centro Histórico PÁGINAS
6 e 7 MARCOS RUSCHEL CADERNO | REGIÃO ALTA
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Como pensar novas cidades?

Em meio à reconstrução pós-catastrófica, Muçum e Roca Sales enfrentam um dilema que transcende a mera reconstrução urbana; trata-se de uma questão de sobrevivência comunitária e da identidade cultural.

Junto com isso, deslocar o centro, as áreas de convívio, de comércio e de residências é uma exigência após a inundação de maio. Pode parecer uma medida drástica, mas necessária. Deste modo, é fundamental manter um diálogo aberto e participativo com a população.

O apoio a essa mudança deve ser construído sobre pilares de transparência e cooperação. É imperativo que os líderes locais, empresários, autoridades públicas e moradores estejam alinhados para garantir que o projeto seja mais do que uma resposta emergencial, mas uma visão de longo prazo para o desenvolvimento sustentável.

A proposta de mudança geográfica, embora motivada pela segurança, carrega consigo o peso da incerteza e da resistência natural ao novo. Afinal, mudar de lugar é também mudar de vida.”

A situação das cidades é reveladora. Muitos residentes afirmam o desejo de sair, de procurar outras regiões e municípios. Essa decisão de ficar ou partir vai além de uma escolha individual. Trata-se de um reflexo da confiança na capacidade do município de se reinventar e prosperar. Essa não é uma decisão simples. É um processo complexo. Exige conhecimento, estudos, análises sobre o tecido social e econômico das cidades. A proposta de mudança geográfica, embora motivada pela segurança, carrega consigo o peso da incerteza e da resistência natural ao novo. Afinal, mudar de lugar é também mudar de vida.

“Fui contaminado pelo amor à genealogia”

Luiz Carlos Rota Gosmann, 65, é escritor e natural do interior de Roca Sales. Já foi professordematemática e fez carreira na Caixa Federal, atuando em vários municípiosdoValedo

Taquaricomogerentee economista. Atualmente, Gosmannépresidente doCentrodeApoioe PesquisadeEncontrode Famílias(Capef),quereúne associados de todo RS e algunsdeSC,visandoa promoçãodosencontros de famílias e estimulando aproduçãodelivroscom registroshistóricose genealogia.

Há quanto tempo o senhor faz essas pesquisas e transforma elas em livro?

Comecei a escrever em 2005, pesquisei até 2012 e lancei o primeiro livro “A saga do imigrante italiano em busca da terra nostra - A rota da família Rota e Rotta” em Porto Xavier e Leandro N. Allem, na Argentina. Não parei mais

de escrever após isso.

Como surgiu essa ideia?

Queria retribuir a indicação de um tio-avô chamado Danúncio Rota, para um trabalho de estafeta no antigo Banco Sulbrasileiro, organizando um encontro que era seu sonho que foi feito em Roca Sales em 2005. Nesse encontro, expus o material histórico que ele enviava para os sobrinhos com cartas recebidas da Itália e fotos dos parentes antigos. Os Rota e Rotta presentes no encontro, sugeriram que o material seria importante subsídio para a escrita de um livro. A partir daí, em paralelo ao meu trabalho na Caixa Federal, passei a pesquisar e finalmente em 2012 consegui realizar meu sonho, lançando um livro da família de 744 páginas. Fui contaminado pelo amor à genealogia, a pesquisa histórica e nunca mais parei.

Do que falam suas obras?

Minhas obras falam da história dos imigrantes nos países de origem, seus caminhos na vinda para o Brasil, as agruras enfrentadas por eles, com muitos documentos e fotos históricas comprovando os fatos e inserindo dados importantes dos integrantes, com um paralelo para a genealogia com fotos até os dias atuais. Selecionei primeiro os meus avós e bisavós Rota, Gosmann, Gugel e, em seguida, escrevendo no mesmo molde, sobre os familiares da minha esposa, seguindo para famílias de outros parentes.

Quais são os maiores desafios das pesquisas?

Na pesquisa histórica, você encontrar realmente as pessoas, os documentos, é muito difícil de checar, pois no relato eu procuro sempre colocar alguns documentos para demonstrar a realidade tratada. Então, isso, documentos antigos, é uma coisa difícil. Como eu falo em genealogia em seguida, também é difícil conseguir encontrar as pessoas antigas que tenham conhecimento das histórias do passado. E, ao mesmo tempo, fica a dificuldade de conferir se esses relatos têm algum significado. Embora, em 99% dos casos que entrevistei, eu pude constatar no futuro que eram relatos verdadeiros.

E para aqueles que querem ler os seus livros, que opções existem?

No momento eu estou com a venda direta através do meu WhatsApp. Mas, normalmente, a maioria deles, nós fazemos o lançamento nos encontros de famílias e as famílias adquirem. O próximo será sobre a Revolução Federalista, que vamos lançar em Estrela, provavelmente ele será distribuído em alguma livraria.

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Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

Cintia Agostini reassume

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Impressão Zero Hora Gráfica

Diretor Executivo: Adair Weiss

Diretor Editorial e de Produtos: Fernando Weiss

Conselho convocou assembleia extraordinária para eleição de nova diretoria

A economista, doutora em Desenvolvimento Regional e gerente de Relacionamento com o Mercado da Univates, Cintia Agostini deve reassumir o Codevat, em 25 de junho. O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari convocou assembleia extraordinária para eleição de nova diretoria para a data.

Organização que congrega todas as entidades da sociedade civil organizada da região, o Codevat tem como vice-presidente

o empresário Ito Lanius. Devido a compromissos profissionais, ele comunicou que não pretende assumir.

Cintia foi presidente do Codevat por oito anos. Assumiu em 2012. Em agosto de 2020, a economista deixou o comando do conselho. A decisão foi anunciada em meio a mudanças na estrutura, que incluíram a transferência da secretaria de dentro da universidade.

Conforme Cintia, o assunto evoluiu nas últimas semana. A universidade admite a liberação para a função e articula nomes que vão compor a chapa e, em conjunto, formalizar o movimento criado após as enchentes de 2023 para debater soluções estruturais que mitiguem os impactos de novas cheias.

2 | A HORA EDITORIAL
ABRE ASPAS
Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
Filiado à Fundado em 1º de julho de 2002 | Vale do Taquari - Lajeado - RS
Codevat em 25 de
junho
VALE DO TAQUARI
ACERVO PESSOAL

rodrigomartini@grupoahora.net.br

Mais monitoramento do rio: antes tarde do que mais tarde

Osusto de 2020 e a tragédia de 2023 não foram suficientes, é fato. Desta vez, e diante da maior enchente já registrada em nossa história –sobre isso, aliás, sugiro ler a matéria de hoje nas páginas 14 e 15 da edição impressa deste fim de semana –, os governos municipais, estadual e federal parece que enfim compreenderam a real importância de não enfrentar os fenômenos climáticos quase às cegas. No Vale do Taquari, por exemplo, as comunidades de Estrela e Lajeado serão contempladas com novas e modernas ferramentas de monitoramento do Rio Taquari e afluentes. Uma medida essencial para, de novo, não enfrentar as enchentes sem um mínimo de informação confiável. Além disso, o governo estrelense projeta a contratação de um meteorologista para atuar no gabinete da Defesa Civil. Uma ação necessária em âmbito regional, inclusive.

TIRO

- Em tempo. O governo de Lajeado injetou R$ 715 mil no entorno da Ponte de Ferro, entre serviços de horas-máquina, madeira e iluminação pública.

- Correção. Nesta semana citei o nome do vereador de Encantado, Roberto Salton, mas errei o partido. Ele pertence ao quadro do PL, e não mais do PDT.

- A CIC/VT realizou levantamento dos impactos da enchente e aponta prejuízos de mais de R$ 300 milhões à região. A pesquisa, iniciada em 10 de maio com recorte em 11 de junho, foi conduzida a nível estadual pelo governo do Estado e Sebrae, e identificou que 1.452 empresas de todos os portes foram afetadas. Dessas, quase 30% ainda não retornou com as operações.

43 mortos. E 24 desaparecidos

Não podemos esquecer. Apesar das recentes celebrações por importantes conquistas neste momento de reconstrução, a tragédia segue muito viva dentro da comunidade do Vale do Taquari. Além dos 43 mortos já confirmados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), ainda há 24 pessoas desaparecidas após um mês e duas semanas do pico da maior enchente da nossa história. É um cenário de horror.

O Estado precisa de aeroportos.

E o Vale tem espaço

(e interesse)

O fechamento temporário do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, abriu oportunidades para outras regiões do Rio Grande do Sul. Passo Fundo, Caxias do Sul, Canela, Torres e Canoas são algumas cidades que perceberam a necessidade de maior segurança e garantias à logística aérea gaúcha e já projetam investimentos – e busca por recursos – em suas respectivas localidades. Muito além da chegada e saída dos aviões, a movimentação de passageiros e cargas gera incremento de renda e tributos às cidades, e reposiciona os municípios na vitrine do mercado. E nunca é demais lembrar que o Vale do Taquari tem no DNA a aviação, e possui áreas interessantes para a construção de aeroportos ou aeródromos privados ou públicos. Aliás, há quem diga, inclusive, que uma nova estrutura internacional para pouso e decolagem de aeronaves deva ser construída em uma área mais distante da capital gaúcha. Mas isso é assunto para outro momento.

Cíntia reassume o Codevat no dia 25

O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) convocou assembleia extraordinária para o dia 25 de junho, às 16h30min. No encontro agendado para o auditório do prédio 11 da Univates, a ex-presidente Cíntia Agostini deverá ser reconduzida ao cargo máximo da entidade. Além disso, os membros devem alterar o estatuto e criar uma comissão setorial para tratar de logística e formas de mitigar os efeitos das enchentes na bacia Taquari/Antas.

- A empresa Fontana S/A, com sede em Encantado, já iniciou o armazenamento de produtos junto ao novo Centro de Distribuição, em Teutônia. Mas não se preocupem. Apesar da novidade, a direção garante a permanência da produção na região alta do Vale do Taquari.

- O PP de Forquetinha definiu que Vianei Noll (ex-secretário de Pla-

O PP de Forquetinha definiu que Vianei Noll (ex-secretário de Planejamento) e Ines Feil (vereadora) serão os candidatos a prefeito e vice na eleição deste ano. E ambos terão apoio do PSDB.

O “abacaxi” é de todos!

A câmara de Lajeado criou e aprovou um projeto de lei que isenta de IPTU os imóveis atingidos pela enchente. Sem muitos critérios específicos, a medida visa um número ainda incalculado de imóveis e pode beneficiar, inclusive, o próprio chefe do Executivo, Marcelo Caumo (PP). Diante de eventuais incongruências, e da ausência de estudos de impacto financeiro aos cofres públicos, a impressão é de que a importante matéria nasceu inconclusa. Waldir Blau (MDB), por exemplo, afirmou em outras palavras que estava repassando uma “batata-quente” ao gestor do município. “Quero largar esse abacaxi na mão do prefeito”, disse em plenário. Um erro crasso de comunicação em tempos de catástrofe. Ora, não é hora de “lacrar”. É hora de assumir responsabilidades de forma verdadeiramente coletiva. Jogar para a torcida uma medida construída às pressas e sem critérios específicos aos reais necessitados é um caminho arriscado. E se livrar explicitamente do “abacaxi” é ainda pior. Por fim, eu escrevo isso com a certeza de que não só o vereador Blau, mas outros tantos parlamentares, possuem condições de contribuir de forma muito mais assertiva para o atendimento da população mais carente. É hora de berrar menos e construir mais. Especialmente diante de eventuais “lapsos” da administração municipal, e de todo o ineditismo desta trágica situação.

Abreu assume em Estrela.

Körner muda em Teutônia

As mudanças no secretariado das principais cidades do Vale do Taquari persiste. Em Estrela, e após o pedido de exoneração do Comandante César (PL), Marcelo Abreu assume a Secretaria de Administração e Segurança Pública. Já em Teutônia, Juliano Körner (PDT) deixa a chefia da Secretaria de Saúde e assume como chefe de gabinete do prefeito Celso Forneck (PDT). Servidora efetiva desde 2010, Fernanda Sanders assume o comando da pasta.

A HORA | 3 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

CIC-Teutônia retoma eventos com Happy Hour

Aprimeira edição de 2024 do Happy Hour Empresarial, promovido pela CICTeutônia, reuniu mais de 140 pessoas na noite de quinta-feira, 13. Com mediação dos diretores da entidade, Caroline Immich e Diogo Fernando Dickel, o evento teve apresentação de cases com os diretores das empresas Teutobier, Fabricato Pré Moldados, Reinigend Tecnologia em Higienização e Terraplanagem e Concretos Brandão.

Os painelistas apresentaram a história das empresas, com destaque para os desafios do início dos negócios e as ações que contribuíram para o crescimento ao longo dos anos. A superação de momentos de turbulência, em especial durante a pandemia e as cheias de 2023 e 2024, deram o tom dos painéis. As oportunidades de alavancar o desenvolvimento do município neste momento de reconstrução do Estado também foram abordadas. Para os palestrantes, Teutônia tem

Assembleia

todas as condições de se tornar referência devido ao ambiente de negócios atrativo. Há o consenso de que o município tem área e infraestrutura necessária para receber empresas de todo o Estado – o que inclui energia, internet, água e logística. Presidente da CIC, Renato Lauri Scheffler, também destacou o momento de retomada após as cheias. “É preciso erguer a cabeça e seguir em frente”, reforça. Por fim, Scheffler prestou homenagem póstuma à a ex-presidente da entidade, Mariza Wolf.

aprova contas do Sindilojas-VT

Reunidos na noite de terçafeira, 11, os associados do Sindilojas Vale do Taquari aprovaram as contas de 2023 da entidade e debateram temas como as convenções coletivas e as

ações em prol dos atingidos pelas enchentes. Vice-presidente da entidade, Francisco Weimer dos Santos destacou o acordo fechado com oito cidades do sindicato laboral sediado em Lajeado.

Docile inaugura loja no Hopi Hari

Segundo maior parque de diversões do Brasil, o Hopi Hari, agora conta com área dedicada às doces gentilezas. A Docile inaugurou na sexta-feira, 7, loja e espaço de experiência no empreendimento que recebe cerca de um milhão de pessoas por ano na cidade de Vinhedos, São Paulo. Localizado em área estratégica do parque, ao lado da roda gigante, o ambiente instagramável foi montado para proporcionar experiências sensoriais e instigar a prática de gentilezas.

São João reabre unidades no Vale

Com a mensagem “juntos venceremos”, Rede de Farmácias São João promoveu a reabertura simultânea de 47 lojas que tiveram perda total nas enchentes no RS. Localizadas em 14 municípios, entre eles Arroio do Meio, Estrela e Roca Sales, as filiais são responsáveis pela manutenção de mil empregos diretos. Outras 120 farmácias da marca tiveram danos parciais. A empresa também se uniu à iniciativas de auxílio às vítimas em parecerias com Governo do Estado, Defesa Civil, prefeituras, entidades sociais e iniciativa privada.

Girando Sol lança promoção em Santa Catarina

Segundo ele, as negociações com o Sindicato dos Trabalhadores de Taquari, para os municípios de Bom Retiro do Sul, Colinas, Fazenda Vilanova, Imigrante, Teutônia e Westfália estão em andamento.

O encontro também abordou a pesquisa promovida em parceria com o Sebrae para avaliar os prejuízos da tragédia climática. A entidade recebeu 2,7 mil respostas e 89% das empresas sinalizam necessitar de crédito para a retomada de seus empreendimentos. Em termos de prejuízos, 1.862 apontam perdas de até R$ 50 mil e 401 informaram que o prejuízo com a enchente é superior a R$ 500 mil.

Principal evento do setor supermercadista de Santa Catarina, a Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos e Convenção Catarinense de Supermercadistas (ExpoSuper) 2024 será palco do lançamento da promoção Girando Sol na Sua Casa. O evento ocorre na próxima semana, entre os dias 18 e 20 de junho, em Balneário Camboriú, e marca o início da campanha voltada exclusivamente aos consumidores de Santa Catarina.

Vale terá nove empresas na Exposuper 2024

Principal feira do setor supermercadista de Santa Catarina, a Exposuper 2024 terá nove representantes do Vale do Taquari entre as empresas expositoras – quatro delas de Encantado. O evento ocorre entre os dias 18 e 20 de junho em Balneário Camboriú, com expectativa de reunir 25 mil visitantes e somar mais de R$ 1 bilhão em negócios. Baldo SA., Di Hellen, Divine Chocolates e Hedera Cosméticos, de Encantado, Girando Sol e Neugebauer, de Arroio do Meio, Gota Limpa, de Imigrante, Bebidas Fruki e Vinagres Prinz, de Lajeado, representam a região no evento.

4 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
DIVULGAÇÃO
A HORA | 5 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

CNPJs se dividem entre migrar e manter pontos

Conforme levantamento da CDL Lajeado, pelo menos 30 empresas atingidas no Centro Histórico decidiram mudar de endereço

LAJEADO

Empresários atingidos pelas águas do rio Taquari, no Centro Histórico de Lajeado, se dividem entre reabrir no mesmo ponto comercial ou migrar para outras áreas. Levantamento da CDL Lajeado mostra que, dos 68 associados da entidade afetados, 38 manifestaram a intenção de continuar no mesmo lugar, enquanto outras 30 providenciaram mudança de endereço.

Apesar de contabilizar prejuízos com as cheias, tanto os empresários que se mantiveram nas áreas alcançadas pelas águas quanto os que optaram por buscar novas opções estão otimistas com a recuperação dos negócios. Entre os CNPJs que decidiram trocar de localização, estão marcas como Bazar São Paulo, Arruda & Munhoz e Lancete Máquinas, todas com mais de duas décadas no Centro Histórico. Casal de empresários, Ana Lucia Franz Azambuja e Leandro Ribeiro de Souza decidiram abandonar uma das esquinas

A história que construímos por 23 anos foi destruída em questão de horas. O espaço físico mudou, mas a garra, a gana e a certeza que vai dar certo, continua.”

PAULO

outrora mais valorizadas do comércio de Lajeado – entre as ruas Júlio de Castilhos e Júlio May. Após 23 anos no Centro Histórico, eles recomeçaram o Bazar e Flora São Paulo na própria casa, no bairro São Cristóvão.

De acordo com Souza, a enchente de maio resultou em prejuízo estimado em mais de R$ 600 mil – entre mobiliário e produtos de decoração, eletrônicos, brinquedos, artigos místicos e religiosos. “A enchente de setembro chegou perto, mas não entrou na loja. Dessa vez, o primeiro andar ficou submerso e, no segundo, a água entrou 50 centímetros.”

No dia 1º de maio, o casal conseguiu retirar parte dos

produtos com ajuda de amigos e parentes após acompanhar as notícias e ouvir os alertas na Rádio A Hora. A entrada da loja foi um dos pontos onde a Defesa Civil realizou medições do nível das águas. “No outro dia, quando passamos na loja, as vitrines estavam quebradas e ainda tinha água dentro. A história que construímos por 23 anos foi destruída em questão de horas.”

Ao perceber o tamanho dos danos, o casal decidiu sair. A mudança foi a oportunidade para cumprir o antigo objetivo de dedicar parte do tempo a trabalhos terapêuticos. “Instalados em casa, conseguimos atuar com o bazar e as terapias, algo que não conseguíamos com a loja no Centro.”

Logo nos primeiros dias no novo endereço, os empresários perceberam que a decisão foi acertada. Segundo eles, a loja ficou mais próxima dos clientes e o espaço, ainda improvisado, oferece um ambiente mais acolhedor. “As pessoas se sentem mais em casa. O espaço físico mudou, mas a garra, a gana e a certeza que vai dar certo, continua.”

Presidente da CDL Lajeado, Giselda Hahn afirma que o comércio da cidade tende a se diluir e criar novos centros nos bairros. “Estávamos muito concentrados com o Centro na Júlio de Castilhos, na Bento, Benjamin e Pasqualini.”

Segundo ela, a mudança de característica do varejo

acompanha a tendência nas grandes cidades. Entre as vantagens desse movimento, cita a consolidação de bairros mistos, com área comercial e residencial em um mesmo espaço.

“A

enchente nos tirou da zona de conforto”

Outra empresa tradicional que saiu do centro histórico para o São Cristóvão foi a Imobiliária Arruda & Munhoz. Antes

Estávamos muito concentrados com o Centro na Júlio de Castilhos, a Bento, Benjamin e a Pasqualini. A descentralização segue tendência dos grandes centros.”

localizada na rua Santos Filho, em 28 anos de história, a imobiliária havia sido atingida somente na enchente de setembro de 2023. De acordo com o diretor, Marco Aurélio Munhoz, na ocasião, os danos foram menores e a empresa se manteve no endereço.

“No ano passado, a água entrou 40 centímetros no primeiro andar. Dessa vez, foram 40 centímetros no segundo andar”, lembra. As perdas incluíram móveis, computadores, servidor, câmeras de segurança, entre outros itens, com prejuízo estimado entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. “Após sermos impactados dessa maneira, o que poderíamos fazer? Como estamos vivos, vamos trabalhar”, afirma. Logo após as enchentes, a empresa funcionou em uma sala emprestada na imobiliária Marcelo Munhoz, pertencente ao irmão de Marco Aurélio. Uma semana depois, foi tomada a decisão de recomeçar no bairro São Cristóvão, em uma sala próximo ao trevo da Univates, na avenida Alberto Pasqualini.

Três semanas após a mudança, o diretor afirma que, apesar de ainda estarem sem divisórias e com móveis emprestados,

6 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024 APÓS CHEIAS
LEANDRO RIBEIRO DE SOUZA SÓCIO DO BAZAR SÃO GISELDA HAHN PRESIDENTE DA CDL LAJEADO Arruda & Munhoz abriu as portas em nova sede uma semana após ser atingida pelas enchentes no Centro Histórico Fortemente atingida pelas águas, loja Prioridade 10 reabriu no mesmo ponto comercial 38 dias depois da tragédia climática Conforme levantamento da CDL Lajeado, das 68 empresas atingidas no Centro Histórico, 30 decidiram mudar de endereço

Retomada com precaução

novo endereço trouxe uma série de vantagens ao negócio. “É uma loja muito iluminada, com logística mais fácil e estacionamento amplo. Nossos funcionários estão mais felizes.”

Conforme o diretor, a procura dos clientes está grande e a expectativa para o negócio é positiva. “Os clientes e proprietários adoraram o espaço, porque ficou mais perto das pessoas, além de ampliar o movimento do bairro”, aponta. Segundo ele, a enchente tirou a imobiliária da zona de conforto e inspirou a criação de uma nova identidade visual para marcar os 29 anos de empresa.

Motivação para continuar crescendo

Com 35 anos de história na comercialização de máquinas e acessórios para costura, a Lantece deixou ponto comercial na Avenida Benjamin Constant após ser atingida pela primeira vez pelas águas do Taquari. Gerida pelos irmãos Genaro e Amadeu Schnorr, a empresa transferiu as atividades para o bairro Americano, logo após a tragédia climática que assolou o Estado.

De acordo com Genaro Schnorr, em um primeiro momento não havia expectativa de chegada da água no prédio onde a empresa funcionava, mas ao acompanhar as notícias

Os clientes e proprietários adoraram o espaço, porque cou mais perto das pessoas, além de ampliar o movimento do bairro.”

MARCELO MUNHOZ

DIRETOR DA ARRUDA E MUNHOZ

se percebeu a necessidade de recolher os produtos.

“Contratamos um caminhão baú para retirar as máquinas novas e colocamos as miudezas no mezanino, que é bem alto. Estávamos dentro da loja quando o rio invadiu o imóvel.”

Com 70 centímetros de altura, a água inutilizou milhares de itens, entre ferramentas, móveis, agulhas e máquinas usadas. A decisão de mudar o ponto se deu pela necessidade de restabelecer o negócio o mais rápido possível. “São produtos que não podem receber umidade e levaria pelo menos 60 dias até o prédio ser pintado.”

Segundo ele, as empresas que decidirem se manter no centro histórico precisam estar cientes dos riscos. Quanto ao novo endereço, ressalta melhorias em estacionamento e segurança, além de ser mais iluminado, arejado e ficar perto das residências dos sócios. “A nova loja nos dá motivação para continuar crescendo.”

Localizada ao lado do STR Lajeado, na rua Bento Gonçalves, a loja Prioridade 10 reabriu as portas no mesmo local após 38 dias fechada devido a enchente. A empresa teve prejuízo estimado em R$ 1 milhão, mas não planeja deixar o ponto comercial.

Sócia do empreendimento, Giseli Brutscher Bachisnki estava em Santa Catarina quando recebeu as notícias sobre a enchente. “Quando soube que iria acontecer, organizamos para levantar os produtos do depósito e depois tiramos o que conseguimos com caminhão. Por fim, mobilizamos várias pessoas para colocar o restante no mezanino da loja.”

Apesar das medidas para reduzir os prejuízos, a água

superou em 15 centímetros a altura do mezanino, inutilizando produtos, computadores e móveis. Após o ocorrido, a empresa decidiu manter as atividades no mesmo ponto.

“Não queremos sair de Lajeado porque é uma cidade ótima para o negócio e fomos muito bem recebidos. Além disso, não achamos nenhum ponto tão bom como o que estamos.”

O trabalho de recuperação do espaço contou com parceria do proprietário do imóvel, dos fornecedores e do STR Lajeado – local para onde o depósito foi transferido. “Desde a enchente, não tivemos mais folgas. Tínhamos que recomeçar o mais rápido possível para pagar as contas e manter o emprego dos nossos dez funcionários.”

Conforme Giseli, a certeza do acerto na decisão ocorreu na sexta-feira, 7 de junho,

data da reabertura do espaço. “Reinauguramos com grande sucesso e ótima receptividade dos clientes, que nos pediram pelas redes para voltarmos.”

Segundo ela, a empresa adotou planos de contenção e evacuação para minimizar os prejuízos em caso de novas cheias. Também torce para que o poder público adote meios para reduzir o alcance das águas. “Ainda temos medo, mas Lajeado é muito forte e a recuperação será rápida, graças à resiliência das pessoas. Vamos lutar, trabalhar e seguir”

Futuro do Centro Histórico

Apesar da migração das empresas que foram atingidas pelas enchentes, o Executivo de Lajeado acredita que o Centro Histórico continuará sendo fundamental para o comércio da cidade. Em entrevista na Rádio A Hora, o prefeito Marcelo Caumo descartou mudanças no plano diretor e reforçou o posicionamento de manter a Prefeitura na área alagável. Segundo ele, haverá um tratamento diferenciado entre as áreas ribeirinhas, onde a formação de correnteza destruiu imóveis, e os locais que foram inundados, mas sem correnteza. A tendência é que as regiões ribeirinhas sejam espaços de parque. “Vamos fazer um estudo para saber como esses locais podem ser utilizados de forma a reduzir o volume e a velocidade das águas, de forma a minimizar os impactos nas demais áreas.” Conforme o prefeito, a recuperação de Lajeado se dará de forma célere, uma vez que apenas 15% do território foi atingido. Caumo afirma que a manutenção das atividades da prefeitura no no mesmo local, assim como os colégios Madre Bárbara, CEAT e a Igreja Matriz, simbolizam a continuidade da relevância do Centro Histórico.

A HORA | 7 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
FOTOS THIAGO MAURIQUE
Sócios da Lancete Máquinas contabilizam vantagens da mudança da empresa para o bairro Americano Após 23 anos no Centro Histórico, Ana Azambuja e Leandro Souza recomeçaram os negócios na própria casa, no bairro São Cristóvão

ECONOMIA

Estado reconhece equívoco e promete corrigir ICMS

Brecha na isenção do imposto para compras gera dúvidas sobre créditos para setores da indústria de máquinas, distribuidoras e revendas de automóveis

Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br ESTADO

Ogoverno do RS elabora uma normativa para detalhar o funcionamento dos decretos publicados após as grandes inundações. A lei pensada para mitigar prejuízos às empresas em cidades com calamidade ou emergência homologadas deixava um vácuo em relação às compras de itens vindos de fora do Estado.

Segmentos ligados a bens duráveis com alto valor agregado são os principais atingidos. Nesta lista, estão indústrias de máquinas, implementos agrícolas e revendas de veículos.

Representações dos setores produtivos gaúchos e do Sindicato das Concessionárias e Revendas de Veículos (Sincodiv) alertaram a Receita Estadual e o Piratini sobre a chance de erros no abatimento dos impostos e da abertura de precedente para judicialização.

Com isso, o Executivo gaúcho, por meio da Receita Estadual, pretende alterar o texto da lei,

Sindicato das revendas do RS alerta que regra de isenção do ICMS prejudica setor. Estado elabora normativa para corrigir distorção dos decretos pós-inundações

com a inclusão de uma normativa para regrar esse diferencial. Conforme a Secretaria Estadual da Fazenda, o formato atual inviabiliza até mesmo fazer uma estimativa do quanto o erário deixa de arrecadar. Tudo pela falta de parâmetros claros. O Estado afirma que a calamidade trouxe uma nova realidade. “Uma vez que as operações isentas não ocorreriam sem a situação de calamidade, haveria incremento de receita”, diz em nota.

Em cima disso, a secretaria informa que “a expectativa é que esse incentivo estimule a recuperação econômica do setor produtivo após a tragédia climática no Rio Grande do Sul.”

Sobre o ressarcimento do imposto pago a mais, o Estado afirma que o regulamento

do ICMS prevê mecanismos para a recuperação de créditos acumulados nas operações de diferimento e exportação, por meio da transferência de saldo credor.

Prejuízo às empresas

Os decretos 57.618 e 57.632 dispõem sobre a isenção de ICMS nas compras de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado, que são bens duráveis e necessários às operações das empresas, também para partes, peças e acessórios para itens duráveis e de alto valor agregado.

Para usufruir do benefício, o estabelecimento destinatário deve declarar que foi atingido pelos eventos climáticos e que

Impasse contábil no ICMS traz risco de judicialização

Nessa terça-feira, 11 de junho, reportagem do A Hora antecipou a brecha na legislação estadual. Em seguida, governo admitiu a necessidade de revisitar os decretos de isenção do ICMS. Normativas estão em análise na Receita Estadual.

o município está em estado de calamidade ou emergência.

O consultor empresarial, Valmor Kapler, detalha que, embora a intenção seja positiva, a medida deixa o vendedor desamparado pela ausência de uma previsão legal para o acúmulo do saldo credor de ICMS.

Um exemplo é a venda de um caminhão. Vindo de outro estado do país, o ICMS é destacado na nota, pois a isenção não abrange operações interestaduais. A empresa faz o depósito, mas não sabe quando receberá o estorno.

Como a venda interna sai sem o imposto, a empresa terá pago

Impasse sobre regra do ICMS

As medidas do governo gaúcho para mitigar perdas das empresas e dos contribuintes carecem de regulamentação. Setores que atuam com itens de maior valor agregado, que dependem de compras interestaduais são os mais prejudicados:

Benefícios para compradores e vendedores:

O comprador do ativo terá o benefício da isenção de ICMS. O vendedor tem o benefício do não estorno do crédito scal.

Problema do Saldo Credor de ICMS:

O vendedor, mesmo com o benefício do não estorno do crédito fiscal, se vê desamparado diante da ausência de previsão legal quanto ao acúmulo de saldo credor de ICMS.

Principal dúvida:

Há uma preocupação se o Estado irá criar um Plano de Ressarcimento ao Contribuinte que tiver crédito de ICMS acumulado em virtude das vendas com isenção de ICMS. O benefício dos decretos não se respalda em igualdade para o comprador e vendedor.

mais do que o valor da negociação na ponta. “O Estado perde receita e, ainda assim, quem mais perde é a empresa, pois interfere direto no fluxo de caixa.”

8 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
A HORA
ECONOMIA DO ESTADO Isenção do imposto para compras internas abre dúvidas sobre créditos para itens vindos de fora do RS. Empresas alertam para falta de regra sobre abatimento. Principais atingidas são indústrias de máquinas e revendas O que diz a lei estabelecimentos em municípios Diferencial de Alíquota Declaração de Calamidade afetado pelos eventos climáticos manter comprovação empresas dos contribuintes. Por outro lado, setores que O comprador do ativo terá benefício da isenção de ICMS. crédito scal, se vê desamparado 3) Principal dúvida: que tiver crédito de ICMS respalda em igualdade para comprador vendedor. Ugoverno do Estado para mitigar prejuízos conta das compras vindas de fora Tanto que Sindicato das de Veículos (Sincodiv) adverte mercadorias destinadas ao ativo imobilizado, que são bens duráveis duráveis de alto valor agregado. Para usufruir do benefício, empresarial, contator Valmor Kapler, embora intenção seja positiva, de contribuir para ausência de previsão legal quanto uma revenda de veículos que compra um caminhão do Rio de na nota, explica, pois isenção custa R$ 1 milhão. Deste total, R$ 120 mil são de ICMS esse valor, que vai ficar parado. R$ 900 mil.” Isso significa, diz Kapler, que suficiente para pagar compra no Rio de Janeiro, frisa. Para Kapler, há diversos impactos nessa isenção. Passa saldo credor do ICMS, sem saber quando receberá esse Organizações ligadas ao setor em virtude das vendas com isenção de ICMS. plano de ressarcimento do governo estadual FILIPE FALEIRO

ECONOMIA

Liberações dos R$ 15 bi começam na próxima sexta

BNDES convoca agentes financeiros e detalha funcionamento de três linhas de crédito às empresas de todos os portes. Dinheiro fica disponível para reconstrução dos negócios em 95 cidades. Juros vão de 0,6% até 0,98% por mês

Oesperado socorro para empresas de todos os portes atingidas pelas inundações de maio está prestes a ser liberado. Com as regras estabelecidas pelo governo federal, os bancos e cooperativas iniciaram a organização do sistema, o contato com clientes e também os primeiros cadastros dos pedidos. A liberação do dinheiro está marcada para a próxima sexta-feira, 21 de junho. Diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se reuniram com representantes das mais de 40 instituições financeiras credenciadas para operar o modelo solidário, com os R$ 15 bilhões pelo Fundo Social.

Conforme o chefe do Departamento de Clientes e de Relacionamento Institucional do BNDES, Tiago Peroba, todos agentes financeiros conveniados poderão operar contratos com micro, pequenas e médias

empresas, com faturamento de até R$ 300 milhões ao ano. Esta listagem tem os bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil), o Banrisul, instituições privadas e também cooperativas de crédito. Acima deste teto de faturamento, os contratos serão diretos com o BNDES.

De acordo com Peroba, os juros máximos de 0,6% e 0,8% por mês incluem o spread bancário (lucro do banco). Regra instituída pelo governo federal, diz o dirigente, é inédita no histórico e foi elaborada para auxiliar na retomada produtiva e econômica dos setores produtivos gaúchos.

Contato com a região

O chefe do BNDES ressalta a importância de uma das linhas, o crédito de reconstrução, em especial para o Vale do Taquari. Segundo o diretor do BNDES, as empresas poderão buscar qualquer um dos modelos, porém, as condições em termos de prazo para prédios com prejuízos estruturais foram pensadas para o cenário da região.

Detalhes sobre o crédito do BNDES

O programa contempla empresas de todos os portes, produtores rurais, transportadores autônomos de carga e empresários individuais situados em um dos 95 municípios com estado de calamidade pública decretado. Para acessar o benefício, o empreendedor pode procurar bancos de relacionamento para solicitar crédito, por meio de três linhas do BNDES: máquinas e equipamentos, investimento e reconstrução e capital de giro.

Funcionamento das linhas de crédito

Para conseguir o empréstimo, a empresa deve confirmar que atua em um dos municípios em calamidade e declarar que teve perdas e danos por causa das enchentes. São 95 cidades gaúchas com situação homologada.

1

Compra de máquinas e equipamentos

Valor máximo de financiamento é de R$ 150 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 300 milhões para empresas de grande porte.

Juros de até 0,6% ao mês.

Carência de até 12 meses e cinco anos para pagar.

De nição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.

2

Reconstrução

Destinado para reforma de fábricas, construção, galpões e estabelecimentos.

Valor máximo de R$ 150 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 300 milhões para empresas de grande porte.

Juros de até 0,6% ao mês.

Empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões ao ano farão contratos diretos com o BNDES. Abaixo disso, mais de 40 instituições nanceiras aptas para celebrar os contratos

TIAGO

PEROLA

DIRETOR DO BNDES

Para o presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT), Angelo Fontana, as condições de crédito são muito positivas, ainda assim, acrescenta outras medidas importantes, como mais prazos para financiamentos já contraídos antes da catástrofe e um fundo garantidor para operações.

Federasul cobra mais recursos

O vice-presidente da Federação das Entidades do RS (Federasul), Rafael Goelzer, considera as

3

Carência de até 24 meses com dez anos para pagar.

Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.

Capital de giro

Dinheiro para pagar funcionários, fornecedores, compra de estoque e outras despesas.

Cada cliente pode nanciar até R$ 20 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 400 milhões (grande porte).

Juros de 0,8% ao mês

Carência de até um ano e cinco para pagar.

Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.

Como acessar

As empresas podem procurar o gerente do banco, cooperativa de crédito ou instituição das quais são clientes e dar entrada no pedido.

Quem pegar o empréstimo terá que manter o negócio no RS e o BNDES também vai cobrar que as empresas mantenham o nível de empregos por no mínimo dez meses.

As empresas podem solicitar mais de uma linha de crédito dentro do mesmo programa.

linhas insuficientes para a recuperação econômica gaúcha. Entre os apontamentos da entidade, está a criação de uma linha de crédito específica, a fundo perdido.

Também a redução da taxa de juros para capital de giro, com o teto de 4% ao ano. Além disso, a

exclusão da limitação de acesso apenas cidades com decreto de calamidade, com uma ampliação para empresas que tiveram queda brusca no faturamento. Para isso, seria necessário ampliar o valor disponível assim que os R$ 15 bilhões tenham sido exauridos.

A HORA | 9 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
ESTADO
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br FILIPE FALEIRO
10 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

Mesmo na calamidade, pré-candidatos devem estar atentos às condutas vedadas

Advogados alertam para os riscos da exposição daqueles que almejam cargos eletivos e abordam pontos que merecem atenção no período que antecede o pleito de outubro

Mesmo após enfrentar uma catástrofe sem precedentes em maio, a região, aos poucos, começa a retomar a um ritmo de normalidade. Dentro deste contexto, também estão as eleições municipais. O período de pré-campanha, que arrefeceu durante o período mais crítico da enchente, agora volta a tomar conta dos bastidores e até das conversas nas ruas.

Colocado em xeque até mesmo pelo governador do RS, o pleito está marcado para 6 de outubro. E o momento exige atenção dos pré-candidatos com as condutas vedadas. Essa foi a tônica do debate promovido na Rádio A Hora 102,9 dentro do projeto “Pensar Eleições 2024”.

A exposição durante o trabalho voluntário, mesmo na calamidade pública, pode resultar em futuras cassações de políticos eleitos, alertam os advogados Fábio Gisch e Jonas Caron, especialistas em direito eleitoral. E isso é motivo frequente de preocupação.

“É proibido distribuir bens ou serviços de forma gratuita, ou criar programas novos em ano eleitoral. Quais as exceções? Calamidade, emergência ou programas criados ou executados no ano anterior. Aí entra o cuidado do prefeito que é candidato, em vincular essas situações em eventuais incentivos. Essa distribuição pode dar problemas lá na frente”, comenta Caron.

Promoção pessoal

A promoção pessoal é um outro fator que pode complicar a situação de um candidato eleito ou reeleito. Caron lembra que, no ápice da catástrofe, era comum prefeitos, vereadores ou secretários que são pré-candidatos estarem no meio dos voluntários

Convidados falaram também sobre a manutenção das eleições municipais para outubro

O eleitor tem o direito de opinar e avaliar o trabalho de um prefeito em cenário de crise. Para o bem ou para o mal, vai gerar alguma oscilação”

CARON ADVOGADO

auxiliando as famílias desabrigadas ou desalojadas pela enchente. “Este é um cenário. Mas se está ali, no meio de 100 pessoas, sem a exposição, tudo bem. Agora o pré-candidato que esteve nesses locais, mas com alguém filmando para publicar nas páginas oficiais do município, está usando da estrutura da administração municipal para promovê-lo. E aí entra num campo extremamente perigoso”, pontua.

Gisch salienta que o Ministério Público eleitoral ingressou com diversas ações na região nos

Há uma diferença entre o ‘fazer’ e o ‘fazer palanque’. As ações que surgiram (do MP Eleitoral) pegaram aquelas palavrinhas mágicas do pré-candidato (…)”

FÁBIO GISCH ADVOGADO

últimos dias dentro desse contexto da autopromoção. “Há uma diferença entre o ‘fazer’ e o ‘fazer palanque’. As ações que surgiram pegaram aquelas palavrinhas mágicas do pré-candidato que podem complicá-lo. São coisas que podem ser evitadas”.

Voto com “emoção”

Gisch, nos primeiros dias da catástrofe, não via condições para realização de uma eleição municipal nas cidades do Vale. No

entanto, como o cenário aponta para a continuidade do pleito de outubro, passou a não debater mais sobre possível adiamento nos locais onde é convidado para palestrar.

“Até deputados nossos, que defendiam a mudança de data das eleições, não tiveram coragem ou perderam o interesse em levar o assunto adiante. Estamos reconstruindo as cidades e vai ter eleições”, observa.

O receio dele é pela maneira como o eleitor vai se comportar em relação ao trabalho dos gestores na enchente, o que pode causar desequilíbrio no pleito. “Meu maior medo é esse. Há lugares onde as pessoas defendem eleição porque querem tirar o prefeito. Ou premiá-lo com um novo mandato. Mas os dois cenários são ruins. A pessoa vai votar com a emoção, e não com a razão”.

Para Caron, muitos irão colocar “todo o sofrimento” nas urnas e, eventualmente, poderão ser escolhidos candidatos considerados “oportunistas”. “Mas isso faz parte da democracia. “O eleitor tem o direito de opinar e avaliar o trabalho de um prefeito em cenário de crise. Para o bem ou para o

mal, vai gerar alguma oscilação”.

Inaugurações

Pré-candidatos também devem estar atentos às inaugurações de obras, o que tende a ocorrer com frequência na região neste cenário de reconstrução. Segundo Gisch, não há proibição da administração municipal em promover essas atividades, mas a lei veda a participação daqueles que concorrem a cargos em outubro.

“Isso começa a contar a partir de 6 de julho. Se quiser, pode fazer inauguração na semana das eleições, mas o candidato não pode participar do ato”. Já Caron lembra de uma jurisprudência em que o candidato, se participa de uma solenidade sem discursar ou aparecer em imagens, pode não ser punido. “Mas aí é gostar de emoção”, brinca.

A HORA | 11 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
VALE DO TAQUARI Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br JONAS ELOISA SILVA

Proposta para dragagem de rios divide opiniões

Instituto de pesquisas da UFRGS condiciona eficácia da retirada de materiais do leito do rio após grandes inundações. Grupo alerta que medida pode contribuir desde que embasada em estudos técnicos

Filipe Faleiro

filipe@grupoahora.net.br

ESTADO

Oprojeto apresentado na Assembleia Legislativa, pelo deputado Guilherme Pasin (PP), pretende criar uma política estadual de desassoreamento de grandes rios. O texto inicial insere medidas como recomposição da mata ciliar e formas de aproveitar os materiais retirados.

Na prática, a proposta pretende dividir com Estado, municípios e iniciativa privada os trabalhos para limpeza dos leitos de mananciais onde aconteceram as inundações dos últimos oito meses.

Conforme o parlamentar, a apresentação da matéria tem como objetivo ampliar o debate acerca dos investimentos para dragagem dos rios. Para ele, há espaço para melhorar o texto. Pasin pretende chamar grupos de cientistas, ambientalistas e pesquisadores das universidades para analisar o projeto e fazer

ajustes e ampliações. O projeto está em fase de análise nas comissões parlamentares.

Risco de desperdício de dinheiro

Professor da Universidade Federal do RS (UFRGS), integrante do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), e doutor em Hidrologia, Walter Collischonn ressalta a importância de estudos técnicos antes da retirada de materiais dos leitos dos grandes rios, como na bacia Taquari\Antas, Jacuí e Guaíba. Pelo alto custo dos serviços, esclarece que, se feito de maneira inapropriada, não cumpre a

Inundações provocam erosão e assoreamento. Pesquisador adverte que dragagem em rios de grande porte precisa de laudo técnico antes da execução

função de garantir mais vazão dos mananciais hídricos, o que representa desperdício de dinheiro.

“Não somos contra a dragagem. Mas entendemos que para ser uma das soluções, é preciso conhecer como a inundação interferiu no leito do rio. Dizer que o desassoreamento é inquestionável não é verdade”, ressalta.

De acordo com o pesquisador, o tamanho da inundação de maio causa dois fenômenos nos rios: erosão e assoreamento (acúmulo de material no fundo).

Com o primeiro, a margem aumenta de tamanho e pontos onde havia represamentos no leito são levados pela força da água. “Os dois efeitos são

diferentes. Na erosão, é possível que tenha mudanças, com aumento de profundidade. Ou seja, o próprio rio pode fazer o desassoreamento.”

Os locais com acúmulo, explica, costumam ficar onde a correnteza perde velocidade.

Preocupação econômica

Antes de qualquer intervenção, Collischonn destaca a necessidade da batimetria (uso de sonar para mapear os trechos inundados e identificar onde há acúmulo de materiais) e a simulação de hidrodinâmica (modelo capaz de verificar a retirada de cargas do

Não somos contra a dragagem. Mas entendemos que para ser uma das soluções, é preciso conhecer como a inundação interferiu no leito do rio. Dizer que o desassoreamento é inquestionável não é verdade.”

leito e o impacto no nível da água em cidades próximas).

“Vamos dizer que a retirada de dois metros de detrito em Bom Retiro diminui o rio em dois metros em Estrela. Neste caso, o desassoreamento é muito positivo. Agora, se o mesmo tiver impacto de 20 centímetros, será que o custo compensa?”, questiona.

Para ele, essas são as perguntas que a sociedade deve responder. No Porto de Rio Grande, o desassoreamento para a hidrovia custou R$ 500 milhões. “Nossa preocupação é econômica. Precisamos reconstruir pontes, estradas, casas. Será que o desassoreamento deveria ser uma prioridade agora?”, questiona. Na visão de Collischonn, antes de destinar recursos para medidas estruturantes (construções de diques, barragens, dragagem e outras obras de infraestrutura) é preciso uma atuação de base, nas chamadas medidas nãoestruturantes (planos diretos com regras mais claras sobre áreas de inundação, programas de ensino e conscientização, zoneamento de riscos, além de melhorias nos sistemas de previsão, monitoramento e alarmes).

12 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
EM DEBATE
FILIPE FALEIRO
A HORA | 13 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

A enchente de 1919 foi muito comentada. Eles sentavam para jogar cartas ou tomar chimarrão no m do dia e contavam aquela história. Eu era criança e fui guardando isso.”

WALDEMAR RICHTER

HISTORIADOR

Diante do cenário que o Vale do Taquari Vive hoje, depois de passar por quatro enchentes em menos de um ano, moradores de Forquetinha, Marques de Souza, Arroio do Meio, Travesseiro e Canudos do Vale recordam outra cheia histórica que vitimou 17 pessoas e destruiu dezenas de casas nos municípios

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Raica Franz Weiss raica@grupoahora.net.br

Odia amanheceu abafado em 22 de novembro de 1919. Moradores de Forquetinha, que pertencia a Lajeado na época, contam que, pela manhã, uma vizinha atravessou o Arroio Forquetinha para entregar um pão feito por ela a uma família na margem oposta e voltou com águas ainda tranquilas.

Pouco tempo depois, as águas surpreenderam os moradores da localidade, a correnteza desceu com velocidade de Boqueirão do Leão e dos morros. O arroio subiu muito rápido e inundou comunidades inteiras. Dezenas de casas, galpões e pequenos estabelecimentos ficaram destruídos. Pelo menos 17 pessoas perderam a vida.

As lembranças da enchente de 1919 são guardadas por poucos, tanto que a cheia não consta nos principais registros históricos de inundações na região. As cidades mais atingidas no episódio foram Forquetinha, Marques de Souza, Canudos do Vale, Travesseiro e Arroio do Meio, localidades circundadas pelo Rio Forqueta, onde também deságua o Arroio Forquetinha e o Arroio

CHEIA DE 1919 Memórias de uma enchente quase esquecida

Alegre. Sem medições ou sequer comunicação naquela época, não se sabe a altura que as águas atingiram.

Moradores da época marcaram a enchente em pedras ou pedaços de madeira que, com o tempo, foram perdidos. Em histórias, porém, permanece a memória dos locais atingidos e da força das águas, que indicam que aquela cheia teria sido semelhante, podendo ter sido até maior do que a de maio de 2024 em determinados pontos.

Morador de Forquetinha e historiador, Waldemar Richter lembra do avô conversar sobre essa tragédia com os vizinhos. “A enchente de 1919 foi muito comentada. Eles sentavam para jogar cartas ou tomar chimarrão no fim do dia e contavam aquela história. Eu era criança e fui guardando isso”, recorda.

Dos relatos que ouviu, conta que, pela força e rapidez com que as águas desceram dos morros e chegaram ao Forquetinha, ninguém estava preparado para a cheia. Essas localidades recém tinham sido povoadas, com a maioria das lavouras próximas das barrancas. Alguns desses

Pelo que meus bisavós contavam, em 1919, o Forqueta passou por cima da estrada principal, circundou toda a propriedade, coisa que não aconteceu agora em maio.”

A notícia sobre a enchente foi divulgada pelo jornal A Federação, de Porto Alegre, no dia 11 de dezembro, relatando as perdas dos moradores

primeiros imigrantes alemães tentaram salvar animais ou pertences, mas grande parte das estruturas por onde a correnteza passou foi destruída.

Entre as histórias, a do patriarca da família Prass, que foi buscar

os animais que estavam próximos do arroio e a água o circundou. Ele encontrou refúgio no alto de uma laranjeira, onde ficou um dia e uma noite, e se salvou. Mais tarde, Richter inclusive sugeriu construir uma praça e um monumento de uma laranjeira para marcar o fato.

Nos jornais

A tragédia foi noticiada pelo Jornal A Federação, de Porto Alegre, no dia 11 de dezembro daquele ano. Nas páginas do periódico, ficaram registrados os principais prejuízos da enchente de 1919, desde residências, a moinhos, pequenas indústrias, animais e lavouras. Naquele tempo, todo esse território pertencia a Lajeado. Apesar dos registros apontarem para as maiores perdas ao longo do Rio Forqueta e do Arroio Forquetinha, casas também foram destruídas nas margens do Rio Taquari, nos atuais bairros Carneiros e Conservas. Em Canudos do Vale, a escola

construída em 1917 foi ao chão apenas dois anos depois, arrastada pela correnteza. Nos morros, surgiram fendas na terra. Por muitos anos, uma fissura profunda na divisa entre Marques de Souza e Forquetinha amedrontou os moradores. Junto à enchente de 1919, com o alto volume de água que desceu dos morros, um desmoronamento soterrou uma família inteira em Linha Orlando, Marques de Souza. Oito pessoas morreram. Diante das perdas, materiais e humanas, a reconstrução dependia dos próprios moradores, que tiveram que recomeçar as lavouras e a criação de animais, sem nenhum suporte do governo. “A característica comunitária salvou aquela comunidade”, conta Richter. Por outro lado, alguns moradores não aguentaram a tristeza e as perdas e se mudaram, como é o caso do médico Johann Harzheim, que teve a casa e os equipamentos destruídos e voltou a Porto

Waldemar Richter é morador de Forquetinha e conta como foi a enchente em diferentes pontos da localidade, de acordo com histórias contadas pelo avô

14 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
LEONARDO FRANZ MORADOR DE FORQUETA VALE DO TAQUARI

O que dizem os especialistas

A engenheira ambiental Sofia Moraes explica que, conforme os estudos, a enchente de 1919 afetou mais a bacia do Rio Forqueta. No Taquari, as águas chegaram um pouco acima dos 27 metros. “É difícil afirmar com precisão os pontos até onde a água chegou naquele ano. O que se tem são relatos de pessoas e são os pontos em comum nas diferentes narrativas que fornecem os dados mais acurados”.

Alegre, onde morava um irmão. Entre as famílias atingidas na época, estavam as de sobrenome Wolfart, Winter, Doebber, Ströher, Haas, Feil, Lamb, Wüst, Schumacher, Musskopf, Gallas, Georg, König, Grün, Schwingel, entre outras. Algumas pessoas foram arrastadas pela correnteza e mortas na enchente, outras soterradas, a maioria perdeu bens materiais e os meios de sustento. Já naquela cheia, houve corpos que nunca foram encontrados.

Memórias que ficam

Elio Böckel, 77, ainda mora na propriedade onde o bisavô, de sobrenome Musskopf, passou pela cheia de 1919. Naquele ano, a casa, o paiol e a estrebaria foram arrastados pela correnteza. Em 2024, as águas voltaram a atingir o terreno e entraram cerca de 30 cm dentro da residência onde mora com a esposa.

A casa não é a mesma em que o bisavô morava, mas fica no mesmo local e Böckel recorda das marcas que, por anos, lembravam da cheia de 1919 que, ao que tudo indica, foi maior naquele ponto. Além disso, diz que esta foi a primeira vez, em 50 anos, que a enchente entrou na residência.

Ilhados

A família Bolkenhagen mora na localidade de Forqueta, em Arroio do Meio, desde a década de 1880. Com terras na várzea do Rio Forqueta, gerações acompanham as subidas e descidas da água. Leonardo Franz, 34, lembra das antigas histórias que o avô, Arthur Bolkenhagen, contava. “O vô sempre dizia que, no ano em que ele nasceu, em 1919, teve a maior enchente da história do Rio Forqueta”. Naquele ano, as águas teriam superado as metragens de 2024 na propriedade da família.

A residência, a quase 1,5 quilômetro da barranca e na parte mais alta das terras, ficou ilhada. “Pelo que meus bisavós contavam, em 1919, o Forqueta passou por cima da estrada principal, circundou toda a propriedade, coisa que não aconteceu agora em maio”, cita.

Marcas nas paredes

Embora em algumas localidades a cheia há 105 anos tenha sido maior do que a de maio de 2024, em outras, as últimas enchentes atingiram mais de um metro acima do que em 1919.

Como é o caso da propriedade da família de Edson Felippe Essig, 58, em Picada Essig, Travesseiro.

O trisavô, Philipp Essig, foi um dos pioneiros da localidade e veio

da Alemanha para povoar e abrir a picada. As gerações seguintes permaneceram na porpriedade, em uma residência um pouco acima da que Edson vive hoje com a família.

Ele lembra que, quando o avô decidiu construir a nova casa um pouco abaixo, entre 1934 e 1939, a esposa de Philipp ainda vivia e avisou a família do nível onde as águas de 1919 e 1873 haviam chegado, para servir de base à construção. Foi por isso que o segundo piso também foi erguido na estrutura. Em 2024, as águas ficaram na metade das janelas do primeiro andar. O avô de Edson também lembrava daquela cheia, quando tinha apenas 10 anos. Ele contava que perto da propriedade, em Linha Atalho, Marques de Souza, houve um desmoronamento e uma família morreu soterrada. Quando os corpos conseguiram ser desenterrados, foi o jovem de 10 anos que conduziu os bois que puxavam a carroça com os mortos, até o cemitério evangélico de Forqueta. No local, as sepulturas da família chamam atenção e marcam aquela tragédia há mais de 105 anos. Edson ainda lembra das marcas de outras enchentes, como a de 1873 e 1941, além da 2010, até então, a maior na localidade. Neste ano, as águas atingiram quase um metro a mais em relação a de 14 anos atrás. “Eu me criei aqui e nunca tinha

Além disso, conforme Sofia, o volume de chuva não é igual em todos os locais e também cai em diferentes períodos de tempo. “Por isso, dependendo do ponto analisado, a água chegou ou não com mais rapidez e maior volume”, explica.

Enchente de 1919 e outras que se seguiram são marcadas nas paredes da casa da Família Essig

A enchente de 1919

- Em 22 de novembro, uma forte enxurrada atingiu municípios como Forquetinha, Canudos do Vale, Marques de Souza e Arroio do Meio, com águas que vieram de Boqueirão do Leão e dos morros.

- Como não chovia há tantos dias, os moradores da localidade não esperavam a enchente e não conseguiram sair das casas.

- A enchente vitimou, até onde se sabe, 17 pessoas. Alguns corpos nunca foram encontrados.

- Dezenas de casas, galpões e pequenos estabelecimentos caram destruídos. Além das lavouras.

- Moradores tiveram que recomeçar, iniciar o plantio outra vez e reconstruir estruturas, sem o apoio do governo.

- Enquanto alguns moradores deixaram a localidade, outros reconstruíram em locais mais altos, com medo de uma nova cheia.

passado por enchente. A primeira foi em 2010, quando perdi tudo. Agora essa foi ainda maior”, conta. Conforme os relatos

passados por gerações na família, a cheia de 1919 foi quase meio metro maior do que a de 2010 na propriedade dos Essig.

A HORA | 15 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
FOTOS BIBIANA FALEIRO

POLÍTICA

Botânicos divulgam espécies ideais para as margens de rios e arroios

Estudo é feito por pesquisadores da Univates como resposta às cheias de maio de 2024

LAJEADO

Pitangueira, Salgueiro e Aroeira-vermelha são algumas das espécies de plantas entre mais de 50, indicadas para serem plantadas às margens de rios e arroios. É o que indicam pesquisadores da Univates, que desenvolveram uma lista abrangente de vegetações recomendadas para o plantio nestas áreas do Vale do Taquari. A iniciativa é uma resposta às severas inundações de maio de 2024, exacerbadas pela ocupação e uso inadequado das margens ao longo dos anos.

O estudo é resultado de uma década de pesquisas, iniciadas em 2014, conduzidas pelo grupo do Laboratório de Botânica da Univates, sob a coordenação da professora doutora Elisete Maria de Freitas. Vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão Sustentáveis e Biotecnologia, os pesquisadores dedicam-se a entender a dinâmica da interação entre as plantas e os cursos d’água da região do Vale do Taquari e a encontrar soluções para a restauração ecológica das margens.

Hoje, o grupo trabalha em dois projetos de pesquisa principais: Estudo de metodologias de restauração da cobertura vegetal das margens de rios e arroios da bacia Hidrográfica do rio Taquari;

e Ecologia de Comunidades Vegetais: estrutura e restauração ecológica, diversidade e potencialidades para a exploração sustentável.

Importância da cobertura vegetal

De acordo com os especialistas, a vegetação desempenha um papel importante na mitigação dos efeitos das inundações. Ela reduz a velocidade da água, prevenindo erosões e danos maiores às áreas próximas aos cursos d’água. Assim, a plantação de espécies nativas nas margens se apresenta como uma das estratégias mais eficazes para a conservação e proteção dessas áreas.

A lista elaborada pelos pesquisadores é detalhada e apresenta algumas informações para cada espécie, como nome científico, família, nome popular, grupo sucessional e hábitos da planta. Também é destacada a distância da margem em que cada espécie pode ser introduzida, já que algumas não toleram inundação. Outras, por exemplo, são de grande porte e devem ser evitadas em taludes.

Além disso, na lista, é possível obter informações sobre os modos de produção das mudas e como cada espécie pode ser introduzida nas áreas. O grupo sucessional é outro dado importante, já que as espécies pioneiras são mais tolerantes à luminosidade e a solos mais degradados.

Ainda, como apresentam

Aponte a câmera do celular para o QCode e con ra a tabela

Sobre a pesquisa

A tabela inclui uma legenda que categoriza as espécies conforme suas características e locais adequados para plantação:

- Reó tas: espécies que podem ser inseridas bem na margem da água, pois toleram inundações;

- Espécies para áreas mais distantes da água e em menor número;

- Espécies de grande porte que devem ser evitadas em taludes;

- Espécies para ampla distribuição, mas longe da margem;

- Espécies utilizáveis em toda a área, exceto na linha d’água;

- Exclusivas para áreas úmidas (banhados);

- Espécies para cobertura inicial.

Phylanthus sellowianus é uma das plantas mais importantes na restauração das margens

crescimento mais acelerado, promovem a rápida cobertura do solo, facilitando o crescimento de outras plantas que precisam

de mais sombra. Outras pioneiras são importantes por fornecerem matéria orgânica para o solo.

16 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
ARQUIVO DIVULGAÇÃO
A HORA | 17 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

ARROIO DO MEIO

Empresários projetam construção de dez moradias em 40 dias

As casas, feitas em madeira, possuem uma área de 21,6 metros quadrados, com capacidade para abrigar até três pessoas. Obras fazem parte do projeto Casas Solidárias

Iniciou nesta semana a construção das primeiras moradias do projeto Casas Solidárias, que visa entregar 10 casas em 40 dias. A iniciativa é uma parceria entre o Grupo Front e a Mademape Madeiras, com apoio do governo municipal, que preparou o terreno e a infraestrutura necessária no Bairro Horizonte. O projeto Casas Solidárias tem como objetivo oferecer moradias dignas e acessíveis, sendo cada

casa construída em um tempo estimado de quatro dias. As casas, feitas em madeira, possuem uma área de 21,6 metros quadrados, capacidade para abrigar até três pessoas e são modulares, permitindo futuras ampliações. Além disso, todas estruturas contam com aquecimento e todas as instalações elétricas e hidráulicas embutidas. A escolha de Arroio do Meio como ponto de partida para o projeto, se deu pela

liderança da empresária Juliana Vasconcelos.

O governo municipal, por vez, desempenhou a função de preparar o terreno e a infraestrutura básica, para facilitar o trabalho das empresas envolvidas.

Análise de terrenos

Em paralelo a estas iniciativas, o município avança na construção de novas moradias, conforme informado em entrevista pelo coordenador da Defesa Civil, Valdecir Leandro Crecêncio, no programa Vale em Pauta. Ainda nessa semana, o município iniciou a terraplanagem de uma área pública no bairro Medianeira, onde serão construídas novas moradias, conforme confirmado pelo Ministério Público. A parceria com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) proporcionará ao município um investimento de R$ 5 milhões, repassados pelo Fundo para Reconstituição de Bens Lesados, mantido pelo órgão. Além disso, a KMB Construtora, que venceu a licitação para construir 300 residências do programa “A Casa é Sua – Calamidades”, do governo estadual, doará quatro moradias. O governo municipal pretende agilizar a aquisição de áreas para a construção de 288 moradias, conforme sinalizado no ano passado pelo governo federal no programa Minha Casa Minha Vida. Valdecir Recencio destacou que existem três possibilidades em análise. “O governo do estado sinalizou a compra de uma área, o governo federal propôs a doação de uma área ao município, e também estamos considerando a compra de áreas próprias para atender às demandas resultantes das enchentes.”

18 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
ARROIO DO MEIO Iniciativa é uma parceria entre o Grupo Front e a Mademape Madeiras, com apoio do governo municipal gabriel santos

PREVISÃO DO TEMPO

Chuva de 150 milímetros em quatro dias deixa Vale em alerta

defesa Civil do Rs não descarta transbordamento de arroios e córregos. alerta atual exclui o Rio taquari, mas municípios monitoram situação

Boletins meteorológicos divulgados pela MetSul Meteorologia nessa sexta destacam que os maiores volumes no RS são esperados para a região noroeste

Um corredor de umidade traz condição de chuva a partir deste sábado, 15. Institutos

projetam instabilidades mais fortes de forma isolada. Estão previstos dois picos com maiores volumes, um no domingo, 16, onde a precipitação média esperada é de 50 milímetros. Já no início da próxima semana, uma frente fria provoca mais chuva. Para quarta-feira, 19, estão projetados pelo menos 40 milímetros.

Essa condição de enxurradas pode provocar o trasbordamento de pequenos córregos, arroios e também o alagamento de áreas com sistema de drenagem comprometido pelos episódios recentes. Segundo o meteorologista Daniel Caetano, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), não é esperado um cenário igual ao de maio.

“Os volumes mais intensos serão isolados, diferente da outra vez. Não temos nada que indique situação extrema. O solo segue encharcado e locais onde o rio não voltou ao leito normal podem sim trazer transtornos”, alerta Caetano.

Boletins meteorológicos divulgados pela MetSul Meteorologia nessa sexta - feira, 14, destacam que os maiores volumes no RS são esperados para a região noroeste, que compreende a bacia hidrográfica do Rio Uruguai. Nessas áreas, os acumulados em quatro dias podem passar dos 200 milímetros. Para a área do Vale do Taquari, a projeção é de 100 a 150 milímetros.

Medidas antecipadas

O governo de Lajeado acompanha e monitora os alertas da Defesa Civil Estadual e do governo do Estado. As previsões são ainda preliminares, visto que a precisão dos dados aumenta na medida em que o fenômeno se aproxima, mas o município já se coloca em situação de alerta para eventuais necessidades. Na reunião do secretariado dessa sexta-feira, foram definidas medidas de alerta para que o município possa fazer os atendimentos necessários. A preocupação é alertar a comunidade sobre a necessidade de atenção a esta previsão de chuva. Neste momento, o maior risco é o de alagamentos, já que a cidade ainda está com o solo encharcado e muitos locais ainda não foram totalmente limpos.

A HORA | 19 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

POLÍTICA

Scorsatto pode herdar cadeira do PDT na Assembleia em 2025

Coordenador do FGTAS/ Sine e terceiro suplente de deputado do partido tem chances de ser chamado em virtude de mudanças no alto escalão do governo estadual e de disputa em São Borja

Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Atual coordenador das agências FGTAS/ Sine do RS, José Scorsatto pode ampliar a representatividade regional na Assembleia Legislativa. Mudança no secretariado do governo Eduardo Leite e as eleições municipais de outubro devem mudar a composição da bancada do PDT, o que abriria espaço para o ex-prefeito de Arvorezinha no parlamento gaúcho.

Dentro do governo gaúcho, há uma negociação para que o deputado estadual Eduardo Loureiro assuma o posto de secretário estadual de Turismo, hoje ocupada por Luiz Fernando Rodriguez Júnior. As tratativas começaram antes da enchente de maio e atendem a um pedido do PDT por maior espaço dentro do alto escalão.

Caso Loureiro seja empossado secretario, a vaga na Assembleia ficaria com Tiago Cadó, que é pré-candidato a prefeito em São Borja. Em caso de vitória nas

urnas em outubro, Scorsatto seria o próximo suplente da fila. Ele somou 18.214 votos no pleito de 2022, sendo um dos candidatos da região de melhor desempenho nas urnas.

Segundo Scorsatto, embora o foco principal no momento seja a recuperação do Rio Grande do Sul, há boas perspectivas de ingressar no parlamento a partir de 2025. “Vamos esperar a realização das eleições, e como há uma boa expectativa em cima do desempenho do Cadó em São Borja, podemos projetar essa vaga”, afirma.

Outro suplente

O representante mais ligado ao Vale do Taquari na Assembleia também é do PDT e, assim como Scorsatto, ficou na suplência do partido. Ex-prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus tomou posse como deputado logo no começo

Ex-prefeito de Arvorezinha foi um dos candidatos locais mais votados em 2022

da legislatura, em virtude do titular, Gilmar Sossela, assumir a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Profissional. Ao todo, o Vale do Taquari teve 18 candidatos ao parlamento estadual no pleito de 2022. Atual “número 2” do Ministério da Reconstrução do RS, Maneco Hassen foi o mais votado entre os representantes, com mais de 34 mil votos, e ficou como terceiro suplente da bancada do PT. O último deputado estadual local eleito foi Enio Bacci, em 2014. Em 2018, o Vale não conquistou cadeiras e ficou órfão de representação. Coube a Edson Brum, nascido no Vale do Rio Pardo mas com vínculos na região, tentar suprir essa lacuna no período.

Não tomou posse, pois foi nomeado secretário do Trabalho e Desenvolvimento Profissional (**) Suplente, tomou posse no começo da legislatura

20 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
PEDRO RODRIGUES
do PDT e votos: ELEITOS: Eduardo Loureiro – 50.667 Luiz Marenco – 27.624 Gerson Burmann – 27.109 Gilmar Sossella* – 24.946 SUPLENTES: Airton Artus** – 24.319 Tiago Cadó – 20.060 José Scorsatto – 18.214 Thiago de Leon – 16.733 (*)
DIVULGAÇÃO
Bancada
A HORA | 21 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Protesto pacífico adotado por Gandhi Escritor do livro "Feliz Ano Novo"

(?) de pulso, invenção de Santos Dumont

"(?) não se ganha, se conquista" (dito)

Indícios importantes para a identificação de atirador

São presos ao poste

(?) at Work, banda australiana

(?) da cesta básica: arroz e açúcar

Indicam a posologia de medicamentos

Animal de carga do Sertão

Aquele que nasceu "virado para a lua"

Símbolo de compromisso entregue no noivado

Botão do Twitter

Diz-se do cão que não apresenta ameaça Período histórico do feudalismo

Etapa que precede o abate animal

De mal a (?): em declínio acentuado

(?)-T, ator do EUA Lista; registro

(?) de brigadeiro: o ideal para voos

Antigo guarda-roupa Nem, em inglês

"Criança", em tupi

"(?): Nascido para Lutar", filme dramático

"(?) o homem", frase de Pilatos (Bíblia)

Luta japonesa

Deus, em inglês Óculos de (?): corrige a visão Razão

ÁRIES: Mire em seus objetivos mais ousados e busque o apoio dos colegas para realizar seus projetos. O sucesso estará ao seu alcance.

TOURO: Quanto mais se dedicar, maior a chance de aumentar seus ganhos. Conhecimento aumenta a sua vontade de buscar o progresso.

GÊMEOS: No trabalho, além de batalhar pelas oportunidades de sucesso, você terá muita criatividade, entusiasmo e iniciativa.

CÂNCER: Procure observar as atitudes de colegas mais experientes e aprenda com o exemplo deles.

LEÃO: Bom momento para conversar com as pessoas, defender suas ideias, falar dos seus projetos e negociar melhorias.

VIRGEM: Aproveite as boas energias e invista na sua carreira, crie as oportunidades e mostre do que você é capaz.

ENTREVISTA | O VALE EM PAUTA

Mineral importante para a tireoide (símbolo)

Anno Domini (abrev.)

(?) da Austrália, torneio de tênis Letra-símbolo do sublinhado no Word

Telhado de casas rústicas Miolo (?), a pessoa que não tem juízo (pop.)

Forma do aro de pneu

Aqui, em francês

Incômodo típico da vida de fumante

www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL

Horós C opo

LIBRA: Para quem trabalha em casa, com parentes ou com produtos e serviços domésticos, tudo deve fluir bem hoje.

ESCORPIÃO: Pense em coisas que você sabe fazer e que podem render uma grana. Trabalhe em casa, com a família, faça seu pé-de-meia.

SAGITÁRIO: Pode rolar uma promoção e você precisa estar atenta para indicar seu interesse e para mostrar o seu potencial.

CAPRICÓRNIO: Procure trocar ideias com pessoas sábias e experientes e aprenda tudo que puder com elas.

AQUÁRIO: Concentre-se em seus objetivos, mas sem alimentar falsas expectativas. Sonhar é bom, mas foque no que realmente pode concretizar.

PEIXES: Evite acreditar em tudo que os outros vão dizer, pois nem todos vão merecer a sua confiança. Se alguém disser algo para provocar, ignore.

local de embarque e desembarque apenas no pórtico do Parque Nardy de Farias Alvim (Pavilhão), com linha direta para os locais das atividades, sem parada em outros pontos. Os demais jogos ocorrem no Parque Nardy de Farias Alvim. Além do Projeto Verão, a administração municipal realiza, ao longo do ano, os Jogos Estudantis Escolares (JET), o campeonato de futebol de areia, o campeonato de futebol de salão, a infraestrutura para a Copa Taquari de futebol de base e outras atividades que serão divulgados a partir de março, conforme o calendário.

Caracol Chocolates pretende alcançar 40 franquias até fim do ano

Modelo de loja com mais de 40 anos em Gramado expande operações para todo país

AFlorestal Alimentos pretende dobrar o número de lojas da Caracol Chocolates. Modelo de loja que começou as operações em Gramado a mais de 40 anos, possui 20 unidades distribuídas em diferentes regiões do país. As próximas unidades serão abertas em São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus. “Independente das temperaturas, as pessoas consomem nossos produtos. Inclusive, o mais vendido em Salvador, é o chocolate quente”, menciona a gerente de marketing, Clarí Schneider.

A intenção de expandir fran-

ObituáriO

quias é valorizar a gastronomia da serra gaúcha e compartilhar com todo o Brasil, explica o gerente do modelo de negócio, Alexandre Strehl. “As pessoas são apaixonadas por Gramado e querem levar um pedacinho para as suas regiões.”

Unidade de Lajeado, Caracol Chocolates + Florestal Candies foi estabelecida como loja padrão e será utilizada como central de

Para informar falecimentos:

• WhatsApp: 51 9248-7689

• Fone: 3710-4200

• E-mail: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

treinamento para os franqueados. A escolha foi devido à proximidade com a empresa. A loja, localizada em frente ao Banco do Brasil, na rua Júlio de Castilhos, oferece cafeteria, chocolates artesanais de Gramado e candies, com produtos a granel, opções presenteáveis e linhas convencionais.

Grupo Scapini constrói casas para auxiliar funcionários atingidos

pelas cheias

Projeto

Mesmo com prejuízo estimado em R$ 13,8 milhões, grupo fomenta parcerias estratégicas para manter suas operações ativas e oferecer suporte à comunidade

O Grupo Scapini sofreu um impacto significativo com as recentes cheias no Rio Grande do Sul e acumulou um prejuízo estimado de R$ 13,8 milhões. Apesar dos desafios, o grupo demonstra resiliência e um forte compromisso com as equipes e comunidade. A exemplo, fomenta parcerias estratégicas para manter suas operações ativas e oferecer supor-

te para reconstrução de lares. Composto pelas empresas Scapini Transportes, Translíquidos e 365 Log, o Grupo Scapini possui mais de 1100 funcionários, dos quais 40 perderam suas casas e outros 37 foram afetados de forma parcial. “Junto com dois parceiros, vamos dar a oportunidade de reconstruir os lares, para essas pessoas que perderam tudo”, conta o CEO do grupo e diretor da Fetransul, Lucas Scapini. “Não será uma mansão, mas é uma casa de camping estruturada”.

esforços para ajudar a nossa gente da melhor maneira possível “, ressaltou o CEO.

Impacto nas estruturas da empresa

Atendimento de crianças e adolescentes inicia na segunda-feira

TAQUARI

Para auxiliar todos colaboradores, o Grupo Scapini ainda dobrou o vale-alimentação, disponibilizou um orçamento extraordinário para garantir suporte às equipes nos próximos três meses e colabora para facilitar o acesso dos funcionários aos benefícios propostos pelo governo. “O lucro é importante sim, mas a responsabilidade social anda lado a lado das empresas. O Grupo Scapini não medirá

AAs estruturas físicas das empresas do grupo também foram danificadas com as cheias. A Scapini Transportes foi a menos afetada, o que permitiu manter a produtividade e eficiência logística. No entanto, a 365 Log, especializada em tecnologia logística e com o centro de distribuição localizado em Porto Alegre, ficou com o segundo andar submerso.

“Tínhamos mais de oito milhões de produtos dos nossos clientes. Estamos trabalhando com a corretora, seguradora e os clientes para minimizar os impactos, mas ainda não temos novidades”, lamenta Scapini.

edição deste ano do projeto de verão do governo municipal atende público de 8 a 15 anos. Serão oferecidas aulas nas modalidades de beach soccer, beach tênis, natação, futebol de areia e vôlei, com professores homens e mulheres. Para as atividades de natação haverá ônibus, que terá como local de embarque e desembarque apenas no pórtico do Parque Nardy de Farias Alvim (Pavilhão), com linha direta para os locais das atividades, sem parada em outros pontos. Os demais jogos ocorrem no Parque Nardy de Farias Alvim. Além do Projeto Verão, a administração municipal realiza, ao

22 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024 8 | A HORA cidades
Fim de semana, 14 e 15
Cruzadas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL Protesto pacífico Escritor do livro (?) de pulso, invenção "(?) não se ganha, se Indícios importantes para a identificação de atirador
janeiro 2023
21/03 a 19/04 20/0420/05 21/05 20/06 21/0622/07 23/0722/08 23/0822/09 19/02 20/03 20/0118/02 22/12 19/01 22/1121/12 23/1021/11 23/0922/10
oferece atividades esportivas
Cruzadas
Solução
BANCO 57
© Revistas COQUETEL
RR R GR EVE D E FO ME BU LA SI T E N S BO PI OR I JE GU ES ED MI I C E BA U AF OR TU NA DO OO OO S AN EL CR EE D SN EU SA P E SE GU IR SO CO SU MO L UA RG MO TI V O DO CI LC R I DAD EME DI A 3/god — ice — ici — men — nor. 5/creed. 7/curumim. Solução BANCO 57 compromis- so entregue no noivado "(?) o homem", frase de Pilatos (Bíblia) F orma do aro Botão do T witter L uta japonesa Deus, em inglês Óculos de (?): corrige a visão R azão de casas rústicas Miolo (?), a pessoa que não tem juízo (pop.) Diz-se do cão que não apresenta ameaça P eríodo histórico do feudalismo RR R GR EVE D E FO ME BU LA SI T E N S BO PI OR I JE GU ES ED MI C E BA U AF OR TU NA DO OO OO S AN EL CR EE D SN EU SA P E SE GU IR SO CO SU MO L UA RG MO TI V O DO CI LC R I DAD EME DI A 3/god — ice — ici — men — nor. 5/creed. 7/curumim. 23/08 22/09 19/02 20/03 VIRGEM: Aproveite as boas energias e invista na sua carreira, crie as oportunidades e mostre do que você é capaz. PEIXES: Evite acreditar em tudo que os outros vão dizer, pois nem todos vão merecer a sua confiança. Se alguém disser algo para provocar, ignore.
A gerente de marketing, Clarí Schneider e o gerente de franquias, Alexandre Strehl Paulo Cardoso LAJEADO DO TAQUARI

tr ÂNSito

Colisão entre carros e caminhão mata quatro pessoas na br-386, em Marques de Souza

Vítimas são de Alecrim, Portão, Novo Hamburgo e Estância Velha

Acidente ocorreu nas imediações da Parada das Flores

Por volta das 00h20 dessa sexta-feira, 14, no km 324 da BR-386, em Marques de Souza, aconteceu um acidente envolvendo uma camioneta Hyundai/ Tucson, emplacada em Estância Velha, uma carreta DAF/XF FTS 480, também emplacada em Estância Velha e uma camioneta Volvo/XC 40 emplacada em Novo Hamburgo.

O acidente resultou na morte dos quatro ocupantes da tucson, sendo eles: Condutor, homem de 53 anos, natural de Alecrim; Passageiro, homem de 33 anos,

obituário

VILMA MAGGIONI TONESER, 79, faleceu na sexta-feira, 14. O velório ocorre na Capela Velatória de Fazenda Vilanova. O sepultamento ocorre neste sábado, 15, às 9h, no Cemitério Católico de Concórdia, em Fazenda Vilanova.

NELSON DOS ANJOS SILVA, 65, faleceu na sexta-feira, 14. O sepultamento ocorreu no

natural de Portão; Passageiro, homem de 28 anos, natural de Novo Hamburgo; Passageiro, homem de 37 anos, natural de Estância Velha.

O condutor da carreta, um homem de 33 anos, natural de Planalto/PR, foi socorrido com lesões graves.

Os dois ocupantes da camioneta Volvo ficaram ilesos, sendo um homem de 35 anos, natural do Rio de Janeiro/RJ e um homem de 48 anos, natural de São Paulo/SP. A pista ficou interditada até a finalização dos trabalhos periciais e foi liberada.

Semana Farroupilha da reconstrução

Oque penso sobre a Semana Farroupilha neste ano? Existe o tempo de se sofrer por um desastre, de se lamentar e também de se levantar. Acho que já lamentamos muito, já sofremos muito. Agora é hora de pensarmos em levantar a bandeira da reconstrução e, para isso, precisamos ter na nossa mente o ânimo para o levante. E nossa festa maior é a festa da tradição gaúcha na Semana Farroupilha. Acho que retomarmos lá em setembro a nossa Semana Farroupilha é uma forma de também ajudarmos a classe dos artistas e promotores de eventos a se porem de pé.

Esperança

Outro dia, eu falava com um amigo promotor de eventos. Ele estava muito triste, pois seus ga-

nhos que viriam na festa dos gaúchos não viria mais. Amigos, vamos em frente. Precisamos manter a tradição e o fogo da chama crioula acesa, pois ela

significa união e esperança. Municipios, pensem que precisamos ir retornando devagar para os eixos. E com alegria, pois perdas e tristezas já tivemos bastante.

Cemitério Municipal de Taquari.

AFRA LUSIA WOLF, 93, faleceu na quinta-feira, 13. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico de Forqueta, em Arroio do Meio.

CRISTIANE HUNHOFF, 46, faleceu na quinta-feira, 13. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal de Capitão.

A HORA | 23 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
divulgação MARQUES DE SOUZA divulgação)

MORRO EM CRUZEIRO DO SUL

Com previsão de temporais, geólogo sugere nova evacuação

Volumes de chuvas podem superar os 150 milímetros entre os dias 14 e 20 deste mês

CRUZEIRO DO SUL

Na tarde desta quintafeira, 13, o governo de Cruzeiro do Sul recebeu uma nota técnica enviada pelo geólogo Leandro Petry, responsável pelos os estudos no perímetro do morro de Cruzeiro, que apresenta fissuras. Em nota, o profissional orienta

que seja feita a evacuação dos residentes do local a partir desta quinta. A orientação é motivada devido a modelos meteorológicos que indicam um volume de chuvas superior a 150 milímetros entre os dias 14 e 20 deste mês.

O retorno dos residentes e transeuntes é indicado para 24 horas após a cessação das chuvas e posterior a avaliação geotécnica

do local. Também, a partir de hoje, devem ser observadas com rigor as condições de uso da área que foram repassadas na nota técnica emitida no dia 2 de junho. As famílias que não têm local para onde se dirigir devem fazer contato com a Defesa Civil Municipal para que sejam destinadas um abrigo seguro. O telefone de contato é 51 98184.7952.

Venâncio Aires registra primeira morte por dengue

Informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde.

Outro caso está sob investigação por parte do Hospital São Sebastião Mártir

na que tinha comorbidades e problema pulmonar.

Outro caso está sob investigação por parte do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), e resultado do exame deve ser reavaliado.

Na atualização dos casos de dengue registrados na Semana Epidemiológica os dados mostram que são 2,162 casos positivos, 328 negativos e 17 em análise.

O município de Venâncio Aires, por meio da Secretaria da Saúde, confirmou nesta sexta-feira, 14, a primeira morte por dengue em 2024. A informação consta no Painel de Monitoramento da Dengue do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Trata-se de um homem, de 79 anos, morador da área urba-

A orientação é de que seja procurado um serviço de saúde. Os sintomas clássicos da enfermidade são: febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, diarreia, dor de cabeça ou ao redor dos olhos e dores musculares e nas articulações. Porém, o paciente pode entrar na chamada fase crítica após três a sete dias do início dos sintomas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A

dengue é uma doença dinâmica e pode evoluir rapidamente de uma fase para outra.

Vacinação

Inicia na próxima segunda-feira, 17, a vacinação contra a dengue. O público-alvo a ser vacinado será o de crianças e adolescentes dos 10 aos 14 anos. A vacinação ocorre na Unidade Básica de Saúde (UBS) Central, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h e das 13h às 16h30, e aos sábados das 8h às 12h.

O esquema vacinal é composto por duas doses do imunizante, com intervalo de três meses entre elas. As crianças e adolescentes devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis, munidos de documento com foto, caderneta de vacinação e cartão do SUS.

24 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
bibiana faleiro VE nân CIO a IRES
A HORA | 25 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

365vezesnovaledotaquari@gmail.com

Harmonia Gastrogarten: o novo refúgio de gastronomia em Teutônia 365 VEZES NO VALE

No interior de Teutônia, um jardim florido preserva a arquitetura do passado com espaços modernos. O Harmonia Gastrogarten é a nova opção para quem busca degustar delícias em ambientes sofisticados com pessoas especiais. O happy hour ideal no Vale do Taquari

Conhecemos o destino numa parceria com a Cresol, cooperativa que acredita no turismo regional

O ponto turístico abriu as portas inicialmente para eventos particulares e em junho inaugurou as atividades para o público em geral com música ao vivo, espaço kids e cardápio diversificado. Está funcionando todas as tardes de sábado e domingo, além de disponível para locação de todos portes de festas (aniversário, formatura, casamentos e corporativos).

A iniciativa é do engenheiro Alexandre Brenner e da arquiteta Nicole Renner. Apaixonados por turismo, o casal decidiu revitalizar a antiga casa centenária no estilo enxaimel onde parentes viveram por 15 anos.

Todo o projeto do Harmonia Gastrogarten envolve o casarão adaptado para receber programações em seu interior. Novas construções, como um bar requintado e uma área coberta repleta de mesas, dão ares contemporâneos ao destino. Nos dias de eventos, paletes e toalhas são espalhadas

pelo gramado e ao lado do pequeno lago.

No cardápio, destaque para os hambúrgueres, porções e drinks estilizados.

O gastrogarten está localizado na Linha Harmonia, a poucos quilômetros da Rota do Sol e no caminho da Lagoa da Harmonia. Local ideal para curtir o dia com a família e também com o animal de estimação, afinal o destino é pet friendly.

Saiba mais no Instagram oficial @harmonia.gastrogarten ou pelo WhatsApp 51 99827-1773.

Santa Inês: paradouro mais completo dos Vales

A dica para quem circula pela RSC-453 é conhecer o Paradouro Santa Inês. Localizado em Mato Leitão, às margens da rodovia, o empreendimento conta com uma linha completa de lanches e delícias gourmet.

Além da venda de panificações e bolachas, o paradouro conta com um amplo espaço de 260 metros quadrados para atender os viajantes com conforto. É a parada ideal entre os vales aberto de segunda a sábado, das 7h às 19h.

No cardápio estão tortas, sanduíches, salgados, pastéis de variados sabores e doces em geral, além de vários tipos de café. Os diferenciais para o almoço são o xis e o prensado. O paradouro também é popular pelas cucas artesanais e gourmets – uma das mais saborosas da região, diga-se de passagem. Ao total, trabalha com 57 sabores revezados na produção. Os mais populares, como o requeijão, abacaxi com chocolate branco e dois amores, costumam ser encontrados todo o dia.

Mais informações podem ser obtidas no Instagram @ paradourosantaines ou no telefone/whatsapp 51 99999-3335.

26 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
FÁBIO KUHN Cucas artesanais/ gourmets e diversidade de doces e salgados são encontrados diariamente no Paradouro Santa Inês Ponto turístico é ideal para o happy hour em família, com amigos ou com o pet no interior de Teutônia

BrasIleIrão

Grêmio precisa vencer

para se afastar do Z4

em sequência de derrotas na competição, tricolor lida com desfalques e a distância do torcedor para enfrentar o Botafogo. partida tem transmissão da rádio a Hora

Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br

Ainda sem vencer desde a retomada do Campeonato Brasileiro, o Grêmio tem, neste domingo, 16, mais um duelo difícil pela principal competição do país. Mandante do jogo, mas atuando longe de casa, o Tricolor enfrenta o Botafoto, atual terceiro colocado, no Espírito Santo. O jogo ocorre às 18h30min, no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica. A partida tem transmissão da Rádio A Hora.

Desde que voltou ao futebol após a paralisação devido à calamidade enfrentada no estado, o Grêmio jogou contra Bragantino e Flamengo, sendo superado nos dois jogos. Com isso, o time entra na nona rodada ocupando apenas a 13ª colocação, com 6 pontos. Quatro pontos atrás do 12º colocado e apenas um ponto distante da zona de rebaixamento.

Ainda sem poder atuar na Arena, o clube optou por jogar no Espírito Santo, de forma a facilitar a logística após o jogo no Rio de Janeiro e antes de atuar no Ceará, contra o Fortaleza. Com isso, desta vez, não é esperada grande presença de público.

Os problemas não acabam por aí. Mais uma vez, Renato Portaluppi terá de lidar com uma série de

Renato deve seguir o rodízio no gol, com Caíque ganhando chance como titular

desfalques para escalar a equipe. Diego Costa, lesionado, Soteldo e Villasanti, com suas seleções na Copa América, já estavam fora. A última baixa é a de Kannemann, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. De notícia positiva, está o possível retorno de Geromel, que fica à disposição. Na meta, Renato adiantou que seguirá com o rodízio e Caíque deve ser o titular. O provável time titular para o confronto tem: Caíque; João Pedro, Rodrigo Ely, Gustavo Martins e Reinaldo; Dodi, Pepê e Cristaldo; Pavon, Gustavo Nunes (Nathan Fernandes) e JP Galvão.

Botafo G o B ri Ga pela lidera N ça

O Fogão vem numa sequência positiva de sete jogos sem perder na temporada. A equipe do técnico Arthur Jorge não terá nenhum desfalque relevante para enfrentar o Grêmio. O português, inclusive, pode ter dois reforços para

classIFIcaÇão

InternacIonal Colorado enfrenta o lanterna

domingo, caso Eduardo e Marçal consigam se recuperar a tempo. No time titular, o Botafogo deve ter o goleiro John, ex-Inter, e o lateral Cuiabano, ex-Grêmio.

Depois de não sair do zero contra o São Paulo, o Internacional tem uma boa chance de voltar a vencer no Brasileirão. Neste domingo, às 16h, enfrenta o lanterna da competição, Vitória, no Barradão. A partida tem transmissão da Rádio A Hora. Ainda com dois jogos atrasados, o Colorado abre a rodada na 10ª colocação, com 11 pontos. Se vencer, pode subir até o quinto lugar. Caso seja superado, pode ver Fortaleza e Juventude o superarem na tabela de classificação. Adversário da rodada, o clube baiano ainda não venceu no Brasileirão e tem apenas três pontos. Para o confronto, o técnico Eduardo Coudet segue com uma série de desfalques. Na Copa América, estão o goleiro Rochet (Uruguai) e os atacantes Borré (Colômbia) e Valencia (Equador). Maurício segue

de fora, lesionado, enquanto que Alan Patrick também se somou ao Departamento Médico. De notícias positivas, o técnico argentino tem o retorno do zagueiro Mercado, e a possibilidade de utilização de Alário, preservado na rodada anterior.

O provável time titular do Inter tem: Fabricio; Bustos, Vitão, Mercado (Fernando) e Renê; Thiago Maia, Aránguiz, Bruno Henrique e Wesley; Wanderson (Hyoran) e Alario (Lucca).

Na última Colo Cação

Lanterna e sem ganhar nenhuma partida no Brasileirão, o Vitória recebe o Inter após dois empates consecutivos fora de casa. Em campo, o time do técnico Thiago Carpini pode ter o ex-colorado Luiz Adriano.

A HORA | 27 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
equipe pG J V e d Gm GS SG flamengo 17 8 5 2 1 15 7 8 Bahia 17 8 5 2 1 11 7 4 Botafogo 16 8 5 1 2 14 7 7 athletico 16 8 5 1 2 12 5 7 são paulo 14 8 4 2 2 12 6 6 palmeiras 14 8 4 2 2 7 4 3 cruzeiro 13 7 4 1 2 10 10 0 atlético-MG 13 7 3 4 0 12 5 7 Bragantino 12 8 3 3 2 10 8 2 inter 11 6 3 2 1 5 3 2 fortaleza 10 7 2 4 1 6 5 1 Juventude 10 7 2 4 1 8 9 -1 Grêmio 6 6 2 0 4 5 7 -2 vasco 6 8 2 0 6 7 19 -12 corinthians 6 8 1 3 4 5 8 -3 fluminense 6 8 1 3 4 9 14 -5 criciúma 5 6 1 2 3 10 12 -2 atlético-Go 5 8 1 2 5 6 11 -5 cuiabá 4 8 1 1 6 6 15 -9 vitória 3 8 0 3 5 6 14 -8
RicaRdo duaRte Lucas uebeL
Alário treinou normalmente na manhã de sexta-feira e deve ser titular no domingo

FUTEBOL AMADOR

PROGRESSO CONHECE OS CAMPEÕES NO SÁBADO

Se as condições climáticas permitirem, o domingo será de muito futebol no Vale do Taquari. O destaque fica para Progresso que conhece os campeões neste domingo. Os jogos ocorrem na sede do Gaúcho, no Centro. Depois de empatar em 1 a 1, Gaúcho e São João se enfrentam pelo titular. Quem vencer fica com o título, novo empate leva a decisão para os pênaltis. O jogo está agendado para às 15h. Pouco antes se enfrentam Internacional de Lajeado do Meio e Cruzeiro de Tiririca pela final master e a situação é idêntica aos titulares.

BOQUEIRÃO DO LEÃ

Pelo segundo ano seguido, Esportivo e 5 de Junho disputam o título no titular. O jogo de ida é neste domingo em Linha Data. No aspirante, o jogo é entre Esportivo e Independente

RECOMEÇO

Neste domingo também ocorre a última rodada do municipal de Taquari. Os jogos ocorrem Bairro Leo Alvim Faller e Rincão.

REMARCADA

A Taça Intermunicipal - competição que integra os municipios de Poço das Antas, Westfália e Teutônia optou por remarcar a final que estava prevista para domingo. O motivo é a previsão de chuva.

Maior campeão em Progresso, Gaúcho busca manter a hegemonia na cidade

AGENDA

SÁBADO

Progresso – nal/jogo da volta

Centro – Internacional x Cruzeiro (master)

Centro – Gaúcho x São João (titular)

DOMINGO

Boqueirão do Leão – final/jogo de ida

Linha Data – Esportivo x Independente (aspirante)

Linha Data – Esportivo x 5 de Junho (titular)

Copa Serrana – semi nal/jogo de ida

Aspirantes

Linha Duvidosa – Duvidosa x AERT

Vila Santa Emília – 25 de Julho x Santo Antônio

Titular

Linha Duvidosa – Duvidosa x AERT

Vila Santa Emília – São Luiz x Santa Tecla

Taquari – última rodada

Rincão – São José x Taquariense

Bairro Leo Alvim Faller – Colorado x Juventude

Lajeado – 3ª rodada

Bairro Igrejinha – Projeto Guarani x Internacional

Bairro Jardim do Cedro – São José x Guarani

Santo André – Santo André x EC Brasil

GAUCHÃO SÉRIE A2

CONFRONTO DIRETO EM BAGÉ

Ainda invicto na Divisão de Acesso, Lajeadense pode abrir vantagem dentro da zona de classificação no Grupo B

Caetano Pretto caetanopretto@grupoahora.

Em um bom momento no Gauchão Série

A2 e ainda invicto, o Lajeadense tem neste domingo uma partida para cravar o seu lugar na zona de classificação. Às 15h, vai até a Fronteira enfrentar o Bagé no Estádio Pedra Moura. A partida

tem transmissão da Rádio A Hora.

O Dense encerrou o primeiro turno invicto e na quarta colocação, dentro da zona de classificação às quartas de final. Na última rodada, venceu o mesmo Bagé, em Lajeado, por 2 a 0. As duas equipes chegam na oitava rodada próximos na tabela. Se vencer, o Lajeadense abre quatro pontos para o adversário que ocupa a quinta colocação. Caso o Bagé vença, assume o posto e tira o Alviazul do G4.

Para o confronto, o técnico Serginho Almeida tem importantes retornos. Ramon e Dimitry voltam de suspensão e devem ser titulares, enquanto que Maicon está recuperado de Covid-19 e deve retomar o lugar na lateral-direita.

O provável time titular tem: Igor; Maicon (Ramon), Josias, Iago e Dimitry; Sampson, Júlio César, Christian e Breno; Edson e Matheus Mazia.

PRÓXIMO JOGO

O Lajeadense já sabe quando será a próxima partida após a viagem a Bagé. A Federação Gaúcha de Futebol confirmou que o jogo contra o Pelotas, na Arena Alviazul, será jogado na quarta-feira, 19, às 15h.

28 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
ou na ponta LUIS FELIPE AMORIN Equipe PG V E D GM GS SG Monsoon 14 4 2 0 13 5 8 Inter-SM 11 3 2 2 10 7 3 Pelotas 11 3 2 2 7 4 3 Lajeadense 11 2 5 0 7 3 4 Bagé 10 3 1 3 6 6 0 Aimoré 8 2 2 2 6 5 1 São Gabriel 5 1 2 4 4 13 -9 Futebol Com Vida 2 0 2 5 3 13 -10 CLASSIFICAÇÃO AGENDA 15h Esportivo x Glória 15h Bagé x Lajeadense 15h Inter-SM x Monsoon 16h União Frederiquense x Passo Fundo 16h Aimoré x Futebol Com Vida DOMINGO 15h Gaúcho x Cruzeiro 18h Pelotas x São Gabriel SÁBADO
Ramon deve voltar ao time titular. A dúvida é se atua na lateral-direita

O horror, o horror “O

Dia do Juízo não acontecerá até que os muçulmanos lutem contra os judeus (matando os judeus), quando os judeus se esconderão atrás de pedras e árvores. As pedras e árvores dirão: Ó muçulmanos, Ó Abdulla, há um judeu atrás de mim, venha matá-lo”. Palavras de Maomé citadas no artigo VII do Pacto do Hamas de 1988.

“Israel existirá e continuará a existir até que o Islã o destrua, tal como destruiu outros antes dele.” Essa frase também é citada no pacto do Hamas e dá uma ideia de como funciona a ideologia do Hamas. E por isso é tão importante distinguir os palestinos e sua justa luta por seu direito a ter um país, de um movimento radical que prega a luta armada e a destruição do povo judeu de forma semelhante ao que os nazistas já fizeram.

Para o Hamas e seu aliado e mentor, o Irã, não interessa um estado judeu existindo lado a lado com uma Palestina, ambos independentes e vivendo sua vida em paz. Por outro lado, Israel está tendo o que se considera o governo mais à direita de sua história, bem como o governo mais religioso de todos os tempos.

Nesse ponto tanto Hamas como o governo israelense sonham com coisas semelhantes: a existência de apenas um país do “rio ao mar”: pelo lado do Hamas apenas uma Palestina após a destruição de Israel e morte de todos judeus. Pelo lado de Israel, um país maior com anexação de terras palestinas, desarmamento e lealdade dos palestinos que quiserem ficar, ou êxodo aos que não o fizerem.

Sobre uma região que é um barril de pólvora, dois governos radicais.

Os Estados Unidos vinham farejando esse risco há algum tempo e pressionavam por um lado seu antigo aliado, a Arabia Saudita, a normalizar relações com Israel, o que significaria em termos práticos reconhecer sua existência.

Pelo outro lado, os americanos pressionavam o governo hebreu a fazer concessões aos palestinos pela via da Autoridade Palestina. Se isso desse certo, sairiam enfraquecidos Hamas e o Irã ao mesmo tempo. Lembrando que o Irã atacou a Arabia Saudita em 2019.

(...) tanto Hamas como o governo israelense sonham com coisas semelhantes: a existência de um país do “rio ao mar”

Esse movimento enfraqueceria o Irã e tiraria legitimidade da luta que o Hamas diz fazer em nome de Deus. Por isso o ataque foi tão forte e tão cruel. Seu objetivo era eliminar qualquer tipo de entendimento no Oriente médio apelando para o velho conflito de judeus versus muçulmanos. Essa é a explicação clara para o “timing” em executar não só o pior ataque a Israel desde o seu surgimento bem como realizar um sequestro em massa de reféns.

O objetivo era provocar uma retaliação tão intensa de Israel que provocasse uma rebelião na Cisjordânia, ataques simultâneos do Hezbollah, uma rebelião em Jerusalém e ainda levasse os outros países muçulmanos a romper relações com Israel. É nessa corda bamba que se encontra o atual primeiro ministro de Israel. Sua reação tem de ser forte o suficiente para aplacar o publico interno, mas não tão forte que possa incendiar a região.

Quanto ao nosso país é relativamente fácil entender a posição de alguns integrantes da extrema esquerda brasileira. Assim como o Hamas eles também são dogmáticos e maniqueístas e não é à toa que em tempos não tão distantes eram chamados de “xiitas”. Some-se a isso o antiamericanismo e o ódio a muitos dos valores mais caros a civilização ocidental e o quadro se explica.

Quanto à extrema direita brasileira basta lembrar que o atual governo israelense une militarismo e religião. Uma combinação bem ao gosto desse pessoal.

(escrito originalmente em outubro de 2023)

A HORA | 29 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
ARTIGO

A Oficina Mecânica Central

Na esquina da rua Júlio de Castilhos com a Saldanha Marinho, em Lajeado, funcionou por muitos anos a antiga Oficina Mecânica Central, hoje, chamada de Motomecânica Volkswagen. Fundada em 1945, foi criada por três amigos, o contador Erny Stahlschmidt e os mecânicos Pascoal Ferrari e Assis Duarte Pereira.

A oficina funcionava no lugar onde hoje fica a Caixa Econômica Federal de Lajeado. No local, eram feitos reparos em automóveis, além disso, ao lado, ficava uma bomba de combustível, também administrada pela oficina. Em 1957, a empresa se tornou

uma S.A. para representar a marca Volkswagen, como revendedora. Foi nessa época que Rogério Kappler passou a integrar a sociedade. Sócio até hoje, ele começou na empresa como frentista, em 1955.

Depois de quase três décadas localizada na então principal rua de Lajeado, em 1973, a Motomecânica se mudou para o endereço atual, próximo à BR-386. Na época, a mudança foi considerada ousada pela comunidade, já que o núcleo urbano era centrado na rua Júlio de Castilhos.

A Motomecânica funciona ainda hoje no mesmo local e é uma das mais antigas do Brasil, com o número 83 de registro.

À direita, está o prédio da O cina Mecânica e, ao lado, a bomba de combustível para abastecer os veículos

Local das futuras instalações da Motomecânica, em 1973. A área onde o prédio seria construído está circulada em verde

O Banco do Brasil inaugurava a nova agência em Santa Clara do Sul, na Avenida 28 de Maio, onde funciona ainda hoje. Na época, a gerente era Silvânia Schwingel. Na foto, a equipe de 2004 do BB.

- Dia Internacional da Tartaruga

Governador em Lajeado

O governador Euclides Triches vinha ao Vale do Taquari para inaugurar a Feira Agro Industrial de Lajeado, ponto alto das comemorações da Semana do

Município. A feira, que reunia empresas da cidade, ocorria no Parque do Imigrante. A programação da “Semana do Município” fazia parte dos

festejos do Sesquicentenário da Imigração Alemã ao Brasil, celebrado em 25 de julho de 1974. Entre os eventos, estavam desfiles, shows, bailes e apresentações.

30 | A HORA Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
Familiares
Marinha
ção
Idosa - Dia Mundial
Vento Santo
São
Régis Santo do dia 15: São Vito
Domingo é Sábado é - Dia Internacional das Remessas
- Dia Internacional da Criança Africana - Dia Mundial da Consciencializa-
da Violência contra a Pessoa
do
do dia 16:
Francisco
A foto é de 1945, quando a empresa funcionava na Júlio de Castilhos FOTOS ACERVO MOTOMECÂNICA

O papel do Estado e o protagonismo da iniciativa privada

Amaior enchente da história do Rio Grande do Sul, ocorrida em maio desse ano, trouxe à tona uma reflexão sobre as responsabilidades do poder público e o papel da iniciativa privada e de voluntários na recuperação de áreas afetadas. A mobilização das ONGs, empresas e cidadãos tem sido essencial e digna de elogios, evidenciando um espírito de solidariedade e cooperação admirável. No entanto, é necessário lembrarmos que certas responsabilidades são, por lei e princípio, do poder público. Um exemplo emblemático é a Ponte de Ferro, cuja recuperação foi amplamente assumida pela iniciativa privada. Não fosse essa intervenção, talvez a ponte ainda não estivesse em condições de uso. Embora a ação privada mereça reconhecimento e aplausos, não podemos ignorar que essa era uma obrigação do governo. Outro caso recente é a obra urbana

na Décio Martins Costa, que também foi tomada por uma empresa privada. Mais uma vez, embora a ajuda seja bem-vinda, é preocupante que tais responsabilidades sejam transferidas do ente público para entidades privadas. Reconhecemos que o poder público enfrenta

A importância de representantes locais

As enchentes que assolaram o Vale evidenciaram mais uma falha em nosso sistema político: a ausência de representantes legítimos, com raízes e compromisso histórico com a nossa região. Esse é um problema que precisamos urgentemente corrigir. Eleger deputados estaduais e federais que realmente conhecem e se preocupam com o Vale do Taquari é uma medida essencial para garantir que nossas necessidades e prioridades sejam

atendidas com maior agilidade e eficiência. Representantes locais teriam uma compreensão mais profunda dos desafios específicos da nossa região e estariam mais comprometidos em buscar soluções duradouras e eficazes. Em suma, ter representantes legítimos, enraizados e comprometidos com o Vale do Taquari, não é apenas uma questão de orgulho local, mas uma necessidade para garantir um futuro mais seguro e próspero para todos nós.

uma quantidade significativa de demandas, especialmente após um desastre natural de grandes proporções. Certas situações precisam, de fato, ser priorizadas. No entanto, é necessário refletir sobre os limites dessa transferência de responsabilidades.

Nova secretária executiva

O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari (Consisa) tem uma nova secretária executiva. Nilton Rolante deixou o cargo de secretário executivo devido às questões de legislação eleitoral, pois é pré-candidato a prefeito no município de Doutor Ricardo. Em seu lugar, assume Patrícia Lanzini Sanderson.

ARTIGO

ARDÊMIO HEINECK

Economista e empresário

“Um lugar prá chamar de meu”

Sou daqueles felizardos cuja residência e sede da empresa não foram atingidos pela enchente, em Arroio do Meio, evento este com repercussões por décadas. Por sermos do ramo de materiais de construção, ladeados pela equipe laboriosa e briosa de funcionários, mesmo sem água, luz e internet começamos a atender os que nos demandavam, entorpecidos pela dura realidade, à procura de materiais para esboçar uma reação o que, em paralelo, nos deu a exata noção das repercussões da catástrofe.

Há dois domingos reuni coragem e transitei pelos bairros Aimoré e Navegantes, amostragem real da dureza da enchente. Este último, devastado, um verdadeiro cenário de guerra. Residências, empresas, igreja, tudo aos pedaços. De repente, lá no meio, uma pessoa sentada nos escombros, limpando os parcos tijolos que sobraram, empilhando-os um a um. Aproximei-me e vi que era um conhecido. Com lágrimas a escorrer pelo rosto, esboçou um largo sorriso o que parece paradoxal. Mas chorou pela perda da moradia e seu conteúdo – fruto do trabalho laborioso de uma vida toda -, e pela perda da vizinhança, mas riu pela gratidão de estar vivo, com seus familiares, permitindo-lhes partir, com fé, para o refazimento de tudo. Passados os rápidos momentos de emoção, me encarou e disse uma frase inesquecível: “sei que neste bairro onde cresci e criei meus filhos, não voltaremos. Por isto, apenas gostaria de voltar a ter um lugar prá chamar de meu”. Linha comum observada em todos os atingidos pela cheia: garra e força interior incríveis para se reerguerem. Reabrem seus negócios e residem onde dá, voltando a sorrir e sufocando a dor das perdas.

Linha comum observada em

todos os atingidos pela cheia: garra e força interior incríveis (...)”

Nas indispensáveis e urgentes iniciativas de apoio ao refazimento de tudo, me fixo aqui na questão fundiária, nos que perderam suas moradias.

Enganosa a idéia de fazer blocões com centenas de casas ou apartamentos com metragem quadrada ínfima, embriões de núcleos reféns fáceis das facções criminosas. Deve-se aprofundar a análise e para tal deixo uma sugestão: criar política pública habitacional que permita às pessoas reconstruirem seus lares com a mesma individualidade com que construíram os que perderam, sem massificação, viabilizando-lhes um lugar que possam chamar de seu. Deem-lhes um terreno, a troco do que deixarão para trás, tornando este um bem público, e implantem linha de financiamento habitacional de longuíssimo prazo, operada por todos os bancos, com valores compatíveis, juros subsidiados, fundo garantidor, sem descartar a compra de imóvel usado. Não será prestar um favor, mas fazer justiça social. De rebarba, impulsionará a economia, recolocando sorrisos sem fim, em centenas de milhares de rostos pelo Estado afora.

A HORA | 31 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
FABIANO CONTE

Fim de semana, 15 e 16 junho 2024

Fechamento da edição: 19h MÍN: 18º | MÁX: 27º

No sábado, uma frente fria avança sobre o estado. Por conta disso, o sol até pode aparecer na região, mas, a nebulosidade se intensifica no decorrer do dia e, da tarde para a noite.

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