A Hora – 08 e 09/06/24

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ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR

Fim de semana, 8 e 9 junho 2024 | Ano 21 - Nº 3583 | R$ 5,00 (dia útil) R$ 9,00 ( m de semana)

PONTE UNE OUTRA VEZ

Inaugurada em 1939, a Ponte de Ferro foi a primeira ligação por terra entre Lajeado e Arroio do Meio. Mesmo com a obra na ERS-130, na década de 1970, seguiu como uma importante alternativa de tráfego para moradores das duas cidades. Agora, em junho de 2024, se torna o símbolo da reconexão das regiões baixa e alta do

AÇÃO DE VOLUNTÁRIOS Coragem em meio aos resgates

Aliados aos profissionais da Defesa Civil e equipes de salvamentos dos municípios, durante as cheias, voluntários deixam o medo de lado para enfrentar as águas e socorrer pessoas em situação de risco.

PÁGINAS | 18 e 19

Vale do Taquari e, provisoriamente, será a única ligação sobre o Rio Forqueta até o restabelecimento de outras travessias. Com o içamento do novo vão, na tarde dessa sexta-feira, expectativa é por liberação do trânsito na estrutura, o que pode ocorrer ainda neste fim de semana, a partir de testes de carga.

PÁGINAS | 6, 7, 10 e 11

A inclusão das cooperativas na oferta pelo Pronampe Solidário (com subvenção de 40%) depende de portaria do governo federal. A expectativa era de publicação do documento na

sexta-feira. No entanto, detalhes sobre as regras impediram a validação do texto. Equipe do Ministério da Reconstrução garante que operações começam na próxima semana.

51 99253.5508 51 3710.4200 FAÇA SUA ASSINATURA PÁGINA | 12 PRONAMPE COM SUBVENÇÃO
ocorre segunda, diz governo
Inclusão das cooperativas
FÁBIO KUHN

Ficou para segunda-feira o regramento tanto para o Pronampe Solidário (com subvenção) quanto para o Fundo de R$ 15 bilhões para empresas de maior porte. Estava previsto para sexta-feira, mas o documento ainda precisa de correções. Ao que tudo indica, estará disponível para negócios de todos os portes nas cidades em calamidade. Pelo decreto do governo gaúcho, são 78 cidades. Neste caso, o montante de recursos tem mais garantia de chegar a quem mais precisa. Neste cenário, o impacto desses créditos seria transformador. Capaz de mitigar os prejuízos econômicos à produção do Estado. No Vale, há 20 cidades em calamidade. Se não houver um detalhamento para calamidade e emergência, a disputa pelos créditos com juros simbólicos se divide para mais de 360 municípios.

Com a regulamentação e a liberação dos recursos na próxima semana, esperase que o impacto positivo se reflita rapidamente na economia local”

O que já se sabe é que mais instituições financeiras poderão trabalhar nas linhas tanto do Pronampe com subvenção quanto do Fundo Solidário. A inclusão das cooperativas de crédito é um avanço significativo para a recuperação econômica do RS. As cooperativas, com ampla presença e proximidade com as comunidades, serão fundamentais para fazer chegar o auxílio a um maior número de empresas. Com a regulamentação e a liberação dos recursos na próxima semana, espera-se que o impacto positivo se reflita rapidamente na economia local. Como resultado garantir o suporte necessário à retomada das atividades.

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FAÇA

Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

“Reconstruímos todo o camping em 2010, e faremos o mesmo agora”

Destruídopelaenchente emmaio,oCamping do Irio, emTravesseiro, deve reabrir até outubro. Herton Scherer,45, agricultoreproprietáriodo empreendimentopretende reconstruiroespaço abertopelopaiem1984e mantê-locomoumespaço delazerimportantepara a comunidade local e os visitantesdaregião

Como você descreveria a destruição do espaço após a enchente?

A destruição foi avassaladora. O Camping do Irio, que sempre foi um ponto de encontro animado durante o verão, ficou irreconhecível. Cerca de 2 a 3 hectares de terra foram transformados em cascalheira. Barracas, casinhas, toda a infraestrutura que tínhamos construído ao longo dos anos simplesmente desapareceu sob as águas.

Como será o processo de reconstrução do camping?

Estamos enfrentando um grande desafio, mas estou determinado a reconstruir o que foi perdido. Estou buscando auxílio para a retomada da estrutura. Não podemos fazer isso sozinhos. A comunidade local e os visitantes sempre foram parte essencial do Camping do Irio, e agora precisamos da ajuda de todos para recomeçar.

Quais são as suas expectativas para a reconstrução?

Minha esperança é que, com o apoio e esforço conjunto, possamos restaurar o camping a tempo da próxima temporada de verão. Quero manter viva a tradição iniciada pelo meu pai em 1984 e proporcionar momentos de diversão e lazer para todos que frequentam o espaço. Para isso acontecer vamos precisar

de um auxílio financeiro de fora.

O que o camping representa para a comunidade local e os visitantes da região?

O Camping do Irio é um lugar especial. Durante décadas, tem sido um ponto de encontro para famílias, amigos e turistas em busca de momentos de descontração junto à natureza. Quero garantir que esse legado continue vivo. As pessoas visitavam muito aqui, tínhamos muita sobra, espaço para o lazer, fácil acesso ao rio e tudo isso agora ficou descaracterizado.

Você projeta melhorias para o camping no futuro?

Com certeza. Estou ansioso para implementar melhorias e novas atrações no camping. Quero torná-lo ainda mais atrativo para os visitantes e proporcionar uma experiência inesquecível para todos que nos escolhem

como destino de lazer. Já queria fazer isso antes, mas a enchente impediu. Nossa expectativa também é para a reconstrução da ponte que estava aqui perto, a cidade toda depende dessa ligação. Perdemos tudo em 2010 e reconstruímos e nessa vez faremos o mesmo processo.

Qual a mensagem que você gostaria de enviar para aqueles que frequentam ou já frequentaram o Camping do Irio?

Agradeço a todos que fizeram parte da história do Camping do Irio ao longo dos anos. Juntos, superaremos esse desafio e construiremos um espaço ainda melhor. Conto com o apoio de cada um de vocês para construirmos o que foi perdido e continuarmos a fazer do Camping do Irio um lugar especial para gerações futuras. Temos a intenção de fazer isso o mais rápido possível e tornar o lugar ainda mais atrativo.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Impressão: Gazeta do Sul

2 | A HORA EDITORIAL
ABRE ASPAS
Na espera pelo crédito
Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Filiado Fundado em 1º de julho de 2002 | Vale do Taquari - Lajeado - RS Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor Editorial e de Produtos: Fernando Weiss Contatos
SUA
ASSINATURA 51 3710-4200
RODRIGO MARTINI Gabriel

“Coragem para fazer o que tem que ser feito”

A reconstrução da histórica ponte de ferro é o símbolo da força do gaúcho e da comunidade do Vale do Taquari. Não havia tempo para mais nada. Definitivamente, era preciso fazer o que tinha que ser feito. Ou, como bem diz o slogan criado de forma orgânica para abrilhantar ainda mais este momento, era preciso “coragem para fazer o que tem que ser feito”. Uma coragem que envolveu e contagiou centenas de trabalhadores, e foi capitaneado por empresas com o DNA da nossa região. À Construtora Lyall, à Altari, ao Guincho Sansão e à indústria Tintas Nobres, um valoroso aplauso e reconhecimento pela ação grandiosa, que

certamente conta com a admiração e a torcida de tantas outras empresas que, mesmo não participando de forma direta desse movimento, seguem na brava luta para manter a nossa economia girando. É um ato histórico. Heroico e bravo. Aliás, não é só a raça do gaúcho que foi representada. Naquela estrutura está a cara e o suor do brasileiro que nunca desiste. A bem da verdade, somos muito maiores do que nós mesmos imaginamos. Mas, por vezes, é preciso um ato como esse para reforçar a nossa própria resiliência. Parabéns a todos. E que sirva de exemplo para a retomada da esperança em todo o Rio Grande do Sul. Merecemos!

rodrigomartini@grupoahora.net.br

Segurança e semáforo à travessia

- Em Lajeado, os vereadores Isidoro Fornari (PP) e Sérgio Kniphoff (PT) estiveram in loco no momento de prestigiar a reconexão da histórica ponte de ferro. Mas outros parlamentares também passaram pela obra. Como exemplos, Carlos Ranzi (MDB) e Fabiano Bergmann (PP). - O governo de Estrela foi denunciado por suposta “superlotação da EMEI Casa da Criança”. Entretanto, e diante da calamidade que destruiu outras creches e forçou a recolocação de crianças, o Ministério Público arquivou a denúncia e concluiu que a secretaria de Educação atuou de forma efetiva para garantir o acesso à educação e o acolhimento das crianças atingidas.

- Também em Estrela, foi empossado na manhã dessa sexta-feira o suplente de vereador Júlio Salecker (MDB). A cerimônia foi conduzida no Salão Nobre da prefeitura, com presença dos colegas parlamentares, funcionários da câmara e do prefeito Elmar Schneider (MDB). Ele assume a vaga no Legislativo devido a licença solicitada por Cristiano Nogueira da Rosa (MDB), que se ausenta por 30 dias por motivos pessoais.

Agora, o movimento é por uma estiva

Após a instalação do novo vão da Ponte de Ferro, o mesmo grupo de empresários apresentou um projeto de construção de uma nova passagem entre Lajeado e Arroio do Meio. O movimento da iniciativa privada, liderado por Roberto Lucchese, da Construtora Lyall, argumenta que uma travessia, em formato de estiva, seria a forma mais rápida e viável para possibilitar a passagem de caminhões entre as duas cidades. A informação foi repassada nessa sexta-feira ao prefeito Marcelo Caumo (PP) e ao vereador e ex-engenheiro da prefeitura, Isidoro Fornari Neto (PP). O custo para a obra ficaria em torno de R$ 2 milhões e seriam necessários menos de 30 dias para a conclusão. Para tanto, seria aproveitado o aterro que foi feito dentro do rio Forqueta, necessário para a manobra dos guinchos que ergueram o novo vão da ponte de ferro. A ideia é continuar com o aterro e, no lado de Arroio do Meio, detonar uma parte do paredão de rochas. Inclusive, todo este material do paredão seria utilizado para o aterro dentro da água. Em cima disso, seria construída a estiva, com bloco de concreto pré-moldado, com cerca de quatro metros de altura. Ainda na tarde dessa sexta-feira, a proposta também foi apresentada ao promotor de justiça Sérgio Diefenbach, que representa a área ambiental dentro do Ministério Público regional.

- Em tempo, Júlio Salecker alcançou 177 votos na última eleição e é o terceiro suplente do MDB. Ele também tem atuação destacada junto ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, um órgão esquecido por muitos e que hoje possui uma importância ímpar na ordem do dia.

- Aliás, Júlio Salecker participa da primeira reunião-almoço da Acil pós-enchente. O evento ocorre no dia 18 de junho, em parceria com a CIC/VT e CDL Lajeado, e será realizado no auditório da Unimed VTRP, já que a sede da Acil foi severamente atingida pela enchente. Em forma de painel, Salecker palestra ao lado do diretor da Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente e vice-presidente do Sicepot-RS, Cylon Rosa Neto. O tema é “Plano de Ações para Segurança Hídrica do RS”.

- Em tempo, o Comando Rodoviário da Brigada Militar informa que não haverá bloqueio neste fim de semana na ERS-129, no trecho entre Colinas e Roca Sales.

- O importante movimento Juntos pela Ponte anunciou, nessa sextafeira, a suspensão da campanha de arrecadação de recursos. Com cerca de R$ 1,7 milhão em caixa, o grupo deve definir nos próximos dias o rumo desse montante. Aliás, há quem defenda a manutenção da campanha. Mas agora com foco na construção de uma segunda ponte sobre o Rio Taquari, entre Lajeado e Estrela, entre Estrela e Cruzeiro do Sul, ou até mesmo entre Colinas e Arroio do Meio.

A reconstruída Ponte de Ferro ainda não está liberada ao tráfego de veículos. Nessa sexta-feira, e após a instalação do novo vão sobre o pilar central da estrutura, as equipes iniciaram a instalação das madeiras que vão servir como base para a passagem dos veículos leves (carros, motos e ambulâncias, por exemplo). A expectativa é finalizar a instalação ainda neste fim de semana. Após mais essa etapa, serão feitos diversos testes de peso sobre a estrutura, e só então haverá o aguardado sinal verde para a passagem de veículos. Aliás, os governos já sinalizam com a instalação de semáforos em ambas as cabeceiras. Mas é preciso mais para garantir ordem e segurança. As “goleiras”, por exemplo, precisam ser instaladas muito antes do início da ponte para evitar confusão. Entre outras soluções já debatidas nos bastidores. Memorial à histórica enchente

A história estrutura de ferro que sucumbiu diante da força e da correnteza do Rio Forqueta repousa sobre a foz com o Rio Taquari, a pouco mais de 150 metros da reconstruída Ponte de Ferro. E já existe um movimento privado para transformar a estrutura que veio da Alemanha na década de 1930 em um memorial urbano à maior enchente já registrada em nossa história. Um ato necessário para que a tragédia jamais caia no esquecimento. Aliás, é preciso ou tros tantos movimentos semelhantes para evitar que os riscos e os nossos erros do passado caiam no esquecimento.

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TIRO

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

Sistema solar com baterias garante energia durante enchente

Empresa especializada na instalação de sistemas fotovoltaicos, a Energia Própria, de Arroio do Meio, conseguiu manter os trabalhos em meio a falta de energia no bairro Barra do Forqueta. O motivo para a continuidade dos trabalhos foi o sistema com baterias, que garantiu o fornecimento mesmo nos dias sem sol.

CEO da Energia Própria, Guederson Maciel afirma que a empresa foi uma das poucas, senão

a única no bairro, que manteve o funcionamento durante os 20 dias sem fornecimento pela rede de energia. “Existiam opções de geradores a diesel e gasolina, mas como a cidade ficou sem pontes, as pessoas correram aos postos e o combustível acabou.” Por meio do sistema, também foi possível conectar a internet da Starlink, além de assegurar energia para a residência de Maciel. “A conexão foi um grande diferencial para a empresa. Em casa, a geladeira não podia

parar, porque estragaria os alimentos.”

Conforme o CEO, o sistema é híbrido e, além do sol, trabalha também com a rede pública. Dessa forma, é possível carregar as baterias das duas formas. “Na prática o sistema gera energia, carrega a bateria, alimenta os equipamentos dentro da casa e ainda sobra para enviar à rede da rua. Esse excedente é contabilizado e resulta em crédito na fatura de energia elétrica do mês seguinte.”

Baldo con rma presença na Fispal

Uma das principais empresas do Vale do Taquari, a Baldo, de Encantado, confirmou participação na Fispal 2024 – maior feira de negócios para Food Service da América Latina. O evento ocorre entre os dias 11 e 14 de junho, em São Paulo. A fabricante de erva-mate é uma das marcas tradicionais da feira. No ano passado, a Baldo lançou no evento o concentrado de mate “É Pra Chá.”

Medical San patrocina congresso nos EUA

Líder na fabricação de equipamentos de saúde estética no Brasil, a Medical San amplia sua participação internacional. A empresa patrocinou o Congresso Internacional de Técnicas de Estética e Saúde (CITES), promovido em Orlando, Flórida (EUA), com participação de mais de 130 profissionais do setor.

Associação cervejeira destaca retomada da Vyber

Atingida três vezes pelas águas do rio Taquari, a Cervejaria Vyber foi destaque de evento on-line promovido pela pela Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM). O painel abordou o trabalho de retomada da empresa lajeadense e a importância da retomada econômica para evitar o colapso financeiro e assegurar dignidade aos gaúchos.

Exportação para China marca novo ciclo da Languiru

Um ano e meio após o epicentro da crise que resultou na recuperação judicial da Languiru, a notícia de que a cooperativa enviou o primeiro container de frango para a China representa um forte sinal de recuperação. O envio de 27 toneladas de pés de frangos ao maior país da ásia, na terça-feira, 4 e marca o ingresso em um mercado consumidor com 1,4 bilhão de pessoas.

Nova Caracol + Florestal Candies abre sábado

Quase dois anos após a inauguração da primeira loja da Florestal Candies + Caracol Chocolates em Lajeado, a empresa abre as portas em um novo espaço. A unidade reinaugura hoje, no coração da Rua Júlio de Castilhos, no centro de Lajeado, com toda a estrutura lúdica e colorida que caracterizam o conceito criado pela união das marcas.

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DIVULGAÇÃO
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Região vive expectativa de reconectar cidades

Pouco mais de um mês depois ser parcialmente destruída pela enchente do Rio Forqueta, estrutura histórica está na reta final da reforma, após içamento do novo vão, e pode ser liberada para o tráfego de veículos neste domingo. Trabalhos duraram duas semanas

Mateus Souza

mateus@grupoahora.net.br

Raica Franz Weiss raica@grupoahora.net.br

Colaboração

Maira Schneider e Rodrigo Gallas

VALE DO TAQUARI

Trinta e nove dias separam o 2 de maio do 9 de junho de 2024. Da destruição causada pela fúria do Rio Forqueta à retomada de uma das mais importantes rotas da região. Patrimônio histórico do Vale do Taquari, a Ponte de Ferro deve ter sua reforma finalizada neste domingo, 9, e há possibilidade da liberação do fluxo de veículos ocorrer na mesma data.

A obra, capitaneada e custeada pela Lyall Construtora e Incorporadora, contou com apoio de empresas parceiras e ganhou o suporte da comunidade. Foram 15 dias de trabalhos ininterruptos, tanto nas imediações do rio quanto na sede da Altari, em Estrela, onde foram soldadas as peças que compõem a travessia reestruturada.

Estimada em R$ 2 milhões, a reconstrução do monumento histórico restabelece a tão aguardada ligação por terra entre Lajeado e Arroio do Meio. Desde a enchente histórica de maio, ir de uma cidade para outra se tornou um desafio para motoristas, que precisam utilizar rotas alternativas. Para pedestres, as passadeiras do Exército minimizaram os transtornos.

A instalação do novo vão da ponte foi concluída na tarde dessa sexta-feira, 7, em uma mobilização histórica. O içamento foi feito pela Guinchos Sansão, uma das parceiras na

Içamento do novo vão da Ponte de Ferro foi concluído na tarde dessa sexta-feira, 7

garantindo a segurança dos usuários da ponte.

A liberação será feita após a certeza da segurança de travessia, mesmo que estenda o prazo de entrega. “Para nós não importa levar mais uma semana, mas garantir a segurança e não perder nenhuma vida nessa obra. Estamos em um local de risco e fazendo uma obra muito grandiosa. Estamos aqui para fazer o que tem que ser feito”. Já o diretor da Altari, Fernando Lanius, expressou confiança no progresso do cronograma de execução da obra e destacou o papel da Guinchos Sansão, com ampla expertise em obras pelo país. “A população pode se orgulhar em saber que esta obra está sendo realizada por talentos locais”. Diretora administrativa da Tintas Nobre – também parceira na obra – , Michele Gonçalves lembra que a sua empresa foi atingida pela enchente e sentiu a necessidade de se solidarizar à iniciativa. “Não pensamos muito e acreditamos no projeto. Primeiro você acredita e depois faz acontecer”, destaca.

Reconexão

reforma. Também ocorreu o reposicionamento da estrutura no Forqueta, com aterro feito pelo governo de Lajeado. Todo o trabalho teve acompanhamento de equipes do Corpo de Bombeiros Militar. A finalização da travessia ainda depende da colocação de 42 toneladas de madeira. Depois, a liberação ainda passa por testes de carga e de autorização dos órgãos competentes.

Rapidez

O resultado da execução da reconstrução da Ponte de Ferro é fruto de uma equipe preparada para enfrentar os desafios, destaca o diretor da Lyall, Roberto Lucchese. “Todos os envolvidos nessa obra estão preparados para isso, não estão aqui sem querer. São as pessoas ideais para estarem aqui”, frisa. Lucchese ressaltou a rapidez

como um fator crucial para salvar vidas e voltou a afirmar que não se trata de uma obra pública ou privada. Citou, ainda, a complexidade da reconstrução e expressou confiança na conclusão bem sucedida, com destaque para testes de carga rigorosos e a colocação segura das madeiras,

O prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel aguarda com ansiedade pela liberação do tráfego de veículos na estrutura. Nessa sexta, ele esteve acompanhando a movimentação de içamento da estrutura e comemorou a mobilização encampada pela iniciativa privada, conectando novamente as duas cidades.

“Após mais de um mês, estamos visualizando uma solução momentânea. Não é uma solução definitiva para os municípios, pois precisamos de uma ponte que também garanta

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FOTOS: FÁBIO KUHN

Todos os envolvidos nessa obra estão preparados para isso, não estão aqui sem querer. São as pessoas ideais para estarem aqui”

ROBERTO LUCCHESE

receber matéria prima e escoar a produção. Mas tendo uma para carros pequenos já teremos uma grande solução para deslocamento das pessoas”, celebra. Já o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, se referiu à reconstrução da ponte como um “símbolo marcante” e que enche a região de emoção e otimismo. “Em menos de 40 dias, a comunidade uniu esforços para desenvolver várias alternativas e

Não é uma solução de nitiva. Mas tendo uma para carros pequenos já teremos uma grande solução para deslocamento das pessoas”

Quase cem anos de história

Antes da ponte

A travessia entre Lajeado e Arroio do Meio era feita por balsa. A família Käfer, de Arroio do Meio, foi responsável pela barca por décadas.

processos, visando restabelecer a conexão vital entre as regiões baixa e alta do Vale”, salientou. Caumo atribuiu o mérito da iniciativa ao setor privado, destacando o engajamento e a determinação das empresas envolvidas. Ele reforça que o poder público atuou apenas como suporte e reconheceu o papel crucial dos indivíduos e organizações que buscaram soluções.

1927

Início da construção da Ponte de Ferro, custeada pelos dois municípios. As pedras em arenito que formam o pilar central foram retiradas aqui na região e transportadas de carroça até o local da ponte.

1929

Obra foi paralisada por causa da falta de verba. Na época, a estrutura de ferro veio da Alemanha. Nos anos seguintes, os governos das duas cidades fizeram empréstimos em bancos e angariaram parte dos recursos junto à comunidade, em especial, no interior, onde os colonos precisavam da ponte para escoar a produção. Muitas famílias ainda têm documentos que atestam o pagamento das parcelas para a construção da estrutura. Muitos também trabalharam na obra.

1939

A Ponte de Ferro foi inaugurada em 16 de julho de 1939. A fita foi descerrada pelo interventor, Coronel Cordeiro de Farias, na época do Estado Novo de Getúlio Vargas. Na ocasião, milhares de pessoas participaram da solenidade, as duas cidades estavam em festa. Um churrasco foi feito para comemorar a primeira ligação com a região alta do Vale do Taquari.

Anos 1970

A Ponte de Ferro foi a única travessia sobre o Rio Forqueta até a construção da ERS-130, nos anos 1970. Aos poucos, a ponte apresentou deteriorações e teve de ser interditada nos anos 80, quando foi reformada. Anos depois, foi proibida a passagem de veículos de carga na estrutura e a Ponte de Ferro conquistou status turístico na região.

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DIRETOR DA LYALL
PREFEITO DE ARROIO DO MEIO
DANILO BRUXEL
ALDO LOPES

CAMPANHA ENCERRADA

Campanha Juntos pela Ponte suspende captação de recursos

Movimento entendeu por bem suspender a captação de novas doações. Recurso de R$ 1,7 milhões está sob responsabilidade do Rotary

LAJEADO

Omovimento Juntos

Pela Ponte, criado em maio para captação de recursos visava a reconstrução de uma nova estrutura sobre o rio Forqueta. Na manhã de sexta, 7, o movimento informou a suspensão da campanha.

O comunicado foi feito por meio de nota. O grupo destacou as iniciativas comunitárias para reconstrução e reformas de várias estruturas, bem como a instalação de passadeiras do Exército e a

construção da nova Ponte de Ferro. O recursos arrecadados até o momento, mais de R$ 1,7 milhão, estão sob responsabilidade do Rotary e, oportunamente, definirá a destinação adequada e transpa-

rente dos recursos.

O comunicado

A positiva e necessária mobilização da região em prol de pontes para restabelecimento das ligações entre municípios é motivo de comemoração. Demonstra o ímpeto da sociedade civil organizada e das lideranças empresariais e políticas na busca de soluções para os problemas urgentes de infraestrutura que tanto impactam a economia do Vale do Taquari. Neste sentido, o Movimento Amigos do Vale, criado por voluntários no dia 4 de maio e responsável pela campanha JUNTOS PELA PONTE, reafirma seu propósito em busca de soluções definitivas que se fazem necessárias para o nosso Vale.

Sabemos que há muito a se fazer para recompor nossos acessos, ruas, rodovias e retomar nossa infraestrutura que, antes das cheias de maio, já estavam estranguladas e que hoje, após as quedas das pontes, sufocam o nosso Vale. Para liberar o fluxo, serão necessárias inúmeras soluções de curto, médio e longo prazo. Louvamos iniciativas como as passadeiras do exército, que neste momento cumprem papel fundamental na travessia de pedestres. Aplaudimos a pinguela construída em apenas dois dias por moradores de Travesseiro que, com doações e

empenho, reconstituíram aquela importante travessia de pedestres. Saudamos com veemência a obra das cabeceiras que receberão a ponte do exército, que será capaz de suportar carga de caminhões e ônibus entre Lajeado e Arroio do Meio, da mesma maneira que aplaudimos de pé a iniciativa que está reconstruindo o vão da ponte de ferro que caiu, permitindo a passagem de veículos de passeio como era antes.

O que nos mantém unidos é compreender que, além destas admiráveis iniciativas, demandaremos de muito mais. Precisamos liberar as mãos que sufocam nosso Vale antes que seja tarde demais. Com base nisso, nos manteremos unidos e vigilantes para que nossa reconstrução seja adequada e suporte o crescimento esperado pelo nosso Vale, beneficiando todos que aqui vivem. É hora de manter ainda mais a nossa união por um Vale mais próspero.

Informamos que com a responsabilidade assumida pelos órgãos públicos de construção de uma ponte definitiva, que permitirá, também, o tráfego de veículos pesados em duas vias, o movimento entendeu por bem suspender a captação de novas doações (que já somam R$1.715.558,65) e estão sob responsabilidade do Rotary e, oportunamente, definirá a destinação adequada e transparente dos recursos.

8 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
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A HORA | 9 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024

Nos bastidores da RECONSTRUÇÃO

União de esforços e trabalho ininterrupto possibilitaram colocar um novo vão na Ponte de Ferro em 13 dias. Serviços envolveram voluntários e o engajamento de empresas

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Um dos cartões postais de Arroio do Meio, e lugar procurado pelos turistas para fotografar o pôr do sol sobre as águas do Rio Forqueta, a Ponte de Ferro faz parte da história da região há mais de oito décadas. Com parte da estrutura levada pelas águas de maio, a lacuna que surgiu entre o município e Lajeado mexeu com a comunidade e fez surgir iniciativas para sua reconstrução. Neste domingo, 9, por um projeto estruturado pela Lyall Construtora com o apoio de outras empresas e profissionais voluntários, a travessia volta a fazer parte do trajeto dos moradores locais, e vai ficar na memória de quem participou de perto desta reconstrução. Diferente da obra original da

ponte, que iniciou em 1927 e foi finalizada apenas 10 anos depois, a nova estrutura levou duas semanas para ser colocada nas cabeceiras que permaneceram de pé após as cheias de maio. Há 85 anos, a estrutura veio da Alemanha. Já a atual, foi construída dentro de empresas, de forma improvisada, e pelas mãos de voluntários.

Entre eles, Guido Denipotti, 43. Nascido no interior de São Paulo, e morador do Rio Grande do Sul há 15 anos, o profissional é especialista em estruturas metálicas. Com escritório em Nova Bassano, foi convidado pela equipe da Lyall para auxiliar na obra.

“Eles me ligaram no sábado falando que iam construir. Na segunda de manhã, estavam no meu escritório, me falaram do projeto, e eu entendi aquilo não como um convite, mas como uma convocação”.

Denipotti deixou a empresa e os clientes nas mãos dos colaboradores e, de forma voluntária, veio ao Vale. O trajeto incluiu a viagem até Passo Fundo e o caminho de ônibus à região, já que a BR-386 estava bloqueada em diversos pontos. “Ainda não sei o que me motivou a vir para cá, ainda não caiu a ficha. Mas é muito legal estar aqui”, diz.

O especialista participou do início da fabricação da estrutura. “Começamos a fabricar antes de terminar o projeto”. Denipotti

Na estrutura

De acordo com Denipotti, em estruturas metálicas, se trabalha com ligações soldadas e parafusadas. Quando há tempo para fazer um bom detalhamento, é priorizada a ligação parafusada, em que a pré-montagem é mais demorada, mas a liga fica melhor e pode ser montada com qualquer condição climática.

No caso da Ponte de Ferro, parte da estrutura foi montada dentro da fábrica, e as ligações feitas no próprio local da travessia. “Pra ter espaço para finalizar, fomos fazendo os módulos, colocando um pouco para a frente e fazendo

reforça a rapidez da estruturação. O profissional já trabalhou em obras muito maiores, mas nunca em condições como estas.

O primeiro desafio foi produzir em uma fábrica de carroceria de caminhão. “Se fosse em uma metalúrgica, com um prazo para projeto, para detalhamento, não é um desafio, é um trabalho. Agora, no tempo que está sendo feito, da forma e nas condições que estamos fazendo, se o pessoal não estivesse trabalhando e se esforçando muito, não seria possível”, garante.

O trabalho é intenso, mas ver a estrutura ganhando forma é prazeroso. “Já trabalhei em obras com um peso 100 vezes maior. Mas, em termos de importância, essa daqui é a número um”.

Desde o início a gente abraçou a causa, chegando ao ponto de parar as nossas construções, mesmo com bastante obras em andamento. Nossos clientes entenderam a situação.”

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VALE DO TAQUARI
PROJETISTA DA ESQUADRIAS UNIVERSAL
ARI PEDRO LUDVIG
Guido Denipotti é especialista em estruturas metálicas
ARQUIVO
GABRIEL SANTOS

a montagem. As condições do terreno também não são as ideias para fazer a montagem”. A estrutura metálica tem 50 metros e sete centímetros, e pesa 45 toneladas, sem incluir a madeira. O especialista diz ser muito difícil uma metalúrgica criar uma ponte neste prazo. Mesmo assim, tudo foi feito com o máximo de segurança. Depois de concluída a obra, Denipotti quer voltar à região, desta vez, com a família. “Não vejo a hora de trazer elas para cá, pra gente passar na ponte e eu contar um pouco dessa história para minhas filhas e minha esposa. Elas mandam mensagem, alguns amigos também, falando da importância desse trabalho. Mas sou só uma formiguinha nessa construção”.

“A mais importante da minha vida”

Projetista da Esquadrias Universal, Ari Pedro Ludvig, 58, também passou as últimas semanas às margens do Rio Forqueta, junto a uma equipe de mais 10 pessoas da empresa. Fornecedores da Lyall, e tendo participado de obras como o edifício 300, da construtora, a confiança no trabalho deles é que

para a reconstrução

fez surgir o convite para auxiliar na montagem da Ponte de Ferro.

A equipe já participou da ideia inicial de recuperar a estrutura caída da travessia. Depois, surgiu o projeto de reconstrução. “Desde o início a gente abraçou a causa, chegando ao ponto de parar as nossas construções, mesmo com bastante obras em andamento. Nossos clientes entenderam a situação”, comenta.

Para Ludvig e a equipe, a tarefa é encarada como uma oportunidade. “Pensar que lá em 1930 e poucos foi feita uma ponte e hoje estamos colaborando e restaurando esse acesso muito importante. Não dá para imaginar quantos carros vão passar por dia”. O projetista ainda ressalta a solução de problemas de saúde, economia e os reencontros que a travessia vai proporcionar. “Para mim, é a obra mais importante da minha vida”, garante. Ele ressalta que toda a iniciativa vai ficar marcada na história e, toda vez que passar pela travessia, vai lembrar de ter feito parte deste momento.

Sobre a ponte

A construção do novo vão é custeada pela Lyall Construtora e parceiros, no valor aproximado de R$ 2 milhões. Os trabalhos

foram estabelecidos em três frentes. Uma delas é o preparo do terreno e acesso, que contou com o apoio do governo de Lajeado. Na sede da Altari, em Estrela, foi feito todo o trabalho de solda das partes metálicas do novo vão. O serviço teve auxílio da empresa catarinense Sulmeta.

Já a terceira equipe fez todo o estudo para o içamento das partes, que incluíram a mão de obra do Guinchos Sansão. O Exército ainda vai auxiliar na montagem das 42 toneladas de madeira, sobre onde os veículos vão passar.

A nova estrutura seguiu o mesmo modelo da histórica Ponte de Ferro, permitindo a passagem de veículos leves, no modelo de fluxo e contrafluxo.

DUAS SEMANAS do anúncio à conclusão

10 de maio

Lyall Construtora tenta resgatar estrutura da Ponte de Ferro que caiu no Rio Forqueta, para colocação no local de origem. Ideia não seguiu porque a estrutura apresentou muitos danos.

25 de maio

Lyall Construtora assume reforma da Ponte de Ferro, com construção de um novo vão que retoma o acesso entre Lajeado e Arroio do Meio. Projeto foi pensado no mesmo modelo da antiga travessia, com previsão de conclusão em 30 dias. Reforma abre debate sobre futuro da Ponte de Ferro e desejo da estrutura emergencial não ser destruída.

29 de maio

Equipes trabalham no preparo do entorno, na soldagem das estruturas metálicas e no planejamento para içar o novo vão.

1º de junho

Na segunda de manhã, estavam no meu escritório, me falaram do projeto, e eu entendi aquilo como uma convocação”.

GUIDO DENIPOTTI

VOLUNTÁRIO

Etapa de solda das partes metálicas que compõem a estrutura. O serviço foi feito na sede da Altari, em Estrela.

3 de junho

Primeira parte da estrutura é transportada para as margens do Rio Forqueta.

5 de junho

Segunda parte da estrutura é levada ao local de montagem.

7 de junho

9 de junho

Ocorre o içamento da ponte para o vão, e é feita a ligação com a estrutura que permaneceu de pé, nas margens em Arroio do Meio.

Esta prevista a conclusão e reabertura da travessia.

A HORA | 11 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Ari Pedro Ludvig, 58, também passou as últimas semanas às margens do Rio Forqueta, JÉSSICA MALLMANN JÉSSICA MALLMANN ARQUIVO

CRÉDITO ÀS EMPRESAS

Governo acerta regras e autoriza cooperativas na próxima semana

Linha de empréstimo com subvenção de 40% e carência de dois anos está disponível para empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano. Portaria para incluir instituições financeiras sai na segunda-feira

Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Aprincipal linha de crédito com subsídio federal para negócios de pequeno porte estará disponível nas cooperativas de crédito (Sicoob, Cresol e Sicredi) na próxima semana. A portaria com as regras estava prevista para sair sexta-feira. O texto está em fase final e será publicado na segunda-feira, diz o secretário de Comunicação Institucional, Maneco Hassen.

O Pronampe Solidário já distribuiu mais de R$ 150 milhões para MEIs, micro e pequenas empresas a partir dos bancos autorizados, Caixa e Banco do Brasil. “Sabemos da presença das cooperativas na economia gaúcha. O presidente Lula se comprometeu em distribuir os subsídios para mais instituições financeiras e vamos cumprir”, diz o ministro extraordinário da

Sabemos da presença das cooperativas na economia gaúcha. O presidente Lula se comprometeu em distribuir os subsídios para mais instituições nanceiras e vamos cumprir”

PAULO PIMENTA MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA RECONSTRUÇÃO

Reconstrução, Paulo Pimenta. A afirmação ocorreu durante visita da comitiva presidencial ao Vale do Taquari. De acordo com o ministro, os detalhes do funcionamento do crédito foram definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e a portaria com o regramento será publicada na segunda-feira. O governo federal garantiu R$ 4,5 bilhões para o setor produtivo gaúcho, em diferentes linhas (para propriedades rurais e optantes do Simples Nacional).

Às empresas foi garantido R$ 1 bilhão como Fundo Garantidor de Operações (FGO). Esse recurso é dividido entre os

associado PJ poderá solicitar até 60% da receita bruta anual calculada com base no exercício anterior ao da contratação, com um limite do empréstimo de até R$ 150 mil. A exceção é para empresas que tenham menos de um ano de funcionamento, hipótese em que o limite do empréstimo corresponderá a até 50% do seu capital social. Todas as operações deverão ser contratadas até 31 de dezembro deste ano. O Sicredi destaca que os associados podem procurar as agências para agilizar o início do processo de solicitação do benefício.

Liberações no Vale do Taquari

Pela Caixa Econômica Federal, foram contratados mais de R$ 122 milhões em créditos para empresas de todo o RS pelo Pronampe Solidário com subvenção. Conforme atualização desta quinta-feira, só no Vale do Taquari foram cerca de R$ 15,4 milhões depositados na conta de empresas do Simples Nacional.

Dúvidas

Crédito com subvenção de 40% está disponível para empresas do Simples Nacional. É preciso apresentar comprovação dos prejuízos. Limite do empréstimo é de R$ 150 mil por contrato

bancos autorizados para operar o Pronampe Solidário.

Para os negócios em cidades com calamidade homologada, os empresários precisam ter a escrituração contábil fiscal de 2023. Por meio do faturamento é calculado o total de crédito disponível.

O incentivo garantido pelo governo federal garante 40% de subvenção para empresas com comprovação direta de prejuízos (exemplo: em um empréstimo de R$ 100 mil, o empresário paga R$ 60 mil, mais a inflação e juros de 6% ao ano).

Funcionamento

Para os associados da cooperativa Sicredi, a operação do Pronampe Solidário está disponível e as liberações previstas para a próxima semana. “O Sicredi está presente em 97% do território gaúcho, com mais de 670 agências, o que significa uma importante rede para fazer o benefício chegar a um número maior de pessoas”, diz o presidente da Central Sicredi Sul/ Sudeste, Márcio Port.

Na instituição, Pronampe Solidário RS será ofertado com financiamento de até 72 meses e carência de até 24 meses. O

Saiba mais

O Pronampe Solidário é uma linha de crédito especial com subvenção do governo federal.

Destinado a microempresas e empresas de pequeno porte (com faturamento de até R$ 4,8 milhões no exercício de 2023) em cidades em situação de calamidade pública devido às enchentes.

Haverá um subsídio de 40% após a liberação do crédito sobre o valor principal da operação.

O nanciamento tem até 72 meses de prazo e carência de até dois anos.

O empresário poderá solicitar até 60% da receita bruta anual calculada com base no exercício de 2023, com um limite do empréstimo de até R$ 150 mil.

Para empresas que tenham menos de um ano de funcionamento, o limite do empréstimo corresponderá a até 50% do capital social.

Na próxima semana, entre segunda e terça-feira, a equipe do governo federal pretende se reunir com gerentes das instituições financeiras do Vale do Taquari. O intuito é aproximar empresas e bancos para agilizar acesso a linha de crédito do Pronampe Solidário. Pelo entendimento de integrantes do Ministério Extraordinário da Reconstrução, ainda há muitas dúvidas por parte dos empresários prejudicados. Espera-se que nestas próximas duas semanas, haja mais liberações para negócios do Vale do Taquari. Com isso, a estratégia do governo é facilitar o contato da população com os gerentes dos bancos.

Como acessar

O primeiro passo é acessar o Portal do Centro Virtual de Atendimento (Portal e-CAC).

Selecione a opção “Autorizar Compartilhamento de Dados” e escolha as instituições bancárias para as quais deseja solicitar a proposta de financiamento.

Autorize as instituições a consultar o faturamento do ano de 2023.

Em caso de dúvidas, os interessados podem procurar as agências bancárias das cidades para agilizar o início do processo de solicitação do benefício.

Todas as operações deverão ser contratadas até 31 de dezembro deste ano.

Modalidades

O Pronampe tem três modalidades:

Permanente

Oferece crédito para MEIs, micro e pequenas empresas. Disponível em todas as instituições financeiras, com juros e condições normais.

Com Subvenção

Nessa modalidade, é necessário compartilhar o faturamento de 2023 e o empresário pode liberar até 60% desse valor, com limite de R$ 150 mil. Destinado para cidades em calamidade. É preciso comprovar perdas decorrentes de enchentes ou danos materiais. Empresários devem entregar a escrituração contábil fiscal para acessar esse tipo de crédito.

Sem Subvenção

O percentual é menor (30% da receita de 2023). O crédito é para cidades em emergência e calamidade. Empresários devem entregar a escrituração contábil fiscal para acessar esse tipo de crédito.

12 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
FILIPE FALEIRO
A HORA | 13 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024

INICIATIVA PRIVADA

Diamond assume obras na avenida Décio Martins Costa

Construtora faz reparos emergenciais na galeria do Arroio Engenho e garante reforma do espaço

LAJEADO

Ainiciativa privada inicia a reforma e garante a reabertura da avenida Décio Martins Costa. A Construtora Diamond assumiu e vai custear a obra no trecho, que foi severamente danificado após recorrentes cheias e enxurradas.

Os trabalhos iniciaram na quintafeira, 6, com o isolamento da área e as primeiras avaliações. Na sextafeira, 7, as equipes começaram a reconstrução da parte danificada e o trânsito voltou a ser liberado nos dois sentido no local.

De acordo como o diretor da Diamond, Gustavo Schmidt, a decisão de ajudar na mobilização para o conserto da Décio Martins Costa se deve a importância da via para a mobilidade urbana. “É uma rua movimentada e necessária para normalizar o fluxo do nosso trânsito.”

Segundo ele, este trabalho é uma das formas pelas quais a Diamond colabora com a recuperação da cidade e do Vale do Taquari. “Pretendemos deixar a obra pronta em duas semanas.”

Conforme Schmidt, a obra em execução representa um conserto paliativo e será necessário um estudo mais aprofundado para definir qual a necessidade para solucionar os problemas de forma definitiva. “É um importante escoamento de água que vem de diferentes bairros, por isso é fundamental que a cidade inteira se mobilize em um projeto novo de reestruturação dessa avenida.”

É uma rua movimentada

União para retomada

O diretor da Diamond lembra que a empresa não foi diretamente afetada pelas enchentes, mas tem em seu quadro de funcionários muitas pessoas que perderam tudo. “Precisamos de união para que possamos nos reerguer de maneira mais rápida possível.”

Segundo ele, a mobilização das empresas para a retomada de eventos e investimentos é fundamental para garantir a retomada do desenvolvimento. “A nossa região é forte e pujante. As empresas estão juntas para fazer o Vale do Taquari continuar crescendo.”

Um mês de bloqueio

Mais conhecida como Rua do Valão, a Avenida Décio Martins Costa na noite do dia 7 de maio. Na ocasião, o trânsito foi interrompido nos dois sentidos, nas proximidades da rua

do nosso trânsito. Pretendemos deixar a obra pronta em duas semanas. A nossa região é forte e pujante. As empresas estão juntas para fazer o Vale do Taquari continuar crescendo.”

Saldanha Marinho, devido a risco de desmoronamento. De acordo com o Departamento de Trânsito de Lajeado, a pavimentação cedeu por consequência das fortes chuvas e do trânsito de veículos pesados. Quando o volume de chuva é elevado, a via é uma das primeiras do município a ser bloqueada pelas águas.

Fruki Bebidas prevê faturamento superior a R$ 750 milhões

LAJEADO

A Fruki Bebidas projeta faturar R$ 750 milhões em 2024. Com forte crescimento em Santa Catarina, empresa ainda expande operações para outros países e abre mais uma linha de produção. “São muitas oportunidades dentro do estado, mas os olhos estão centrados em Santa Catarina onde o mercado está muito bom. Os números comprovam uma grande aceitação do nosso produto Água da Pedra”, diz a CEO da companhia, Aline Eggers Bagatini. Além disso, a empresa está com vagas abertas para contratação de novos colaboradores. “Já são mais de mil funcionários em Lajeado e demais regiões do estado e Santa Catarina.” Ao longo de todo o mês de maio, a companhia desenvolveu incan-

sável trabalho concentrando atividades na produção de água mineral para atender o estado que sofria com desabastecimento do produto devido à enchente que assolou a região e o RS. Mesmo com a logística afetada por conta dos acessos obstruídos, dificuldade de deslocamento dos colaboradores e, ainda, mais de 80 deles afetados diretamente com a cheia história, a empresa conseguiu cumprir com a missão. “Todos ficamos sem água, sem

energia, as pessoas ligavam direto pedindo água, todos passando pelo mesmo sofrimento, não podíamos parar. Direcionamos a produção para atender os clientes dentro dos lares que também e, ao mesmo tempo, uma forma de doar e atender aquelas pessoas desabrigadas, sem que uma coisa concorresse com a outra”, descreve Aline.

Em meio a todo esse cenário vivido, a empresa segue com forte crescimento em Santa Catarina e com planos de expansão para outros estados e países próximos. Aline destaca o início da cotação de mais uma linha de produção que deve seguir o mesmo projeto implantado em Paverama. “Em duas semanas, nossa equipe estará participando da Fispal, em São Paulo, uma feira de tecnologia em alimentos e, sem dúvida, virá de lá cheia de novidades”.

Logística

Para Aline, a chegada de matéria prima está sendo um grande desafio. “O Vale do Taquari teria que ter outras rodovias, vias de acesso, anéis viários, pontes que nos ligam aos municípios.

Não podemos ficar nas mãos da BR-386. O que estamos vivendo agora, empresários desesperados, a gente fica muito preocupado com o que vai acontecer com essas empresas enquanto a logística não for resolvida e precisa ser logo.”

14 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Thiago Maurique thiagomaurique@grupoahora.net.br
ALINE
CEO DA
Com forte crescimento em Santa Catarina, empresa projeta expansão para outros países, além de mais uma linha de produção EGGERS BAGATINI
FRUKI
GUSTAVO SCHMIDT DIRETOR DA DIAMOND Após um mês de bloqueio no trânsito, via foi liberada nos dois sentidos com o começo das obras THIAGO MAURIQUE DIVULGAÇÃO

VENÂNCIO AIRES-TAQUARI

Concessionária libera passagem pela RSC-287

com a medida, pedágios voltarão a ser cobrados na rodovia no sábado

Venâncio Aires

AConcessionária Rota de Santa Maria finalizou nesta semana o trabalho de reconstrução emergencial dos últimos três quilômetros que permaneciam rompidos por conta da enchente que atingiu a região. Em Venâncio Aires, o trabalho ficou centrado na região de Vila Mariante para reconstrução do aterro que foi rompido em quatro trechos. A ação emergencial contemplou ainda a colocação de camada asfáltica, pintura e sinalização do desvio. A liberação dessa área ocorreu na sexta-feira, 7.

O diretor-geral da concessionária, Leandro Conterato, lembra, no entanto, que ao garantir a religação total dos mais de 102 quilômetros de responsabilidade da empresa

entre Tabaí e Santa Maria, é, no entanto, fundamental observar a sinalização, em especial dos trechos provisórios. O alerta é para que o motorista não exceda o excesso de velocidade, principalmente, nos trechos provisórios por não possuírem acostamento, por exemplo.

A mesma preocupação é compartilhada pelo prefeito Jarbas da Rosa. “É preciso destacar, no entanto, que se trata de um desvio momentâneo, exigindo redução de velocidade e cuidado redobrado dos motoristas neste trecho“, reforça. Mas acrescenta também que a ação volta a permitir a total ligação do Centro do Estado com a região metropolitana, a partir da BR-386. “Isso favorece a logística e a econômica que está aos poucos retornando aos seus patamares”.

Em Venâncio Aires a obra emer-

gencial foi executada em menos de quatro semanas e garante o tráfego normal de veículos leves e caminhões na rodovia. Ainda na semana foram liberados trechos em Candelária e em Paraíso do Sul.

Pedágio

Com a reconexão completa da RSC 287, a Secretaria Estadual de Parcerias confirmou a autorização do retorno da cobrança a partir da meia-noite de sábado. Para automóveis, a tarifa é de R$ 4,30. Essa é a tarifa básica também de cada eixo, o que é usado para calcular o preço do pedágio para veículos maiores, como caminhões e ônibus. A cobrança havia sido suspensa no dia 3 de maio, justamente, em função dos

diversos bloqueios da estrada.

Drenagem da rodovia

Depois do rompimento de aterros em pelo menos quatro pontos da RSC-287, na região de Vila Mariante, a Concessionária Rota de Santa Maria reafirma estudo para melhorar a drenagem da rodovia. A medida foi destacada na noite desta quinta-feira, dia 6, em audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores da Capital do Chimarrão.

O encontro foi proposto pelo vereador Ezequiel Sthal (PL) e lotou o ginásio da comunidade de Linha Picada Nova, no interior do

município. No encontro a concessionária reafirmou que haverá um estudo para indicar as melhores possibilidades de escoamento de água para contemplar a duplicação da rodovia, que estava previsto para iniciar em 2024.

Com a necessidade do novo estudo, que precisa também ser aprovado pelo Governo do Estado, o início das obras da duplicação vai atrasar e possivelmente iniciar apenas a partir de 2025. De acordo com o gerente Socioambiental da Rota de Santa Maria, César Cruvinel, dentre as alternativas pensadas para evitar o rompimento do aterro em novas enchentes está o de aumentar o número de galerias pluviais no trecho e mesmo a construção de pontes secas.

A HORA | 15 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Liberação ocorre após recuperação emergencial de trechos danificados pelas cheias
divulgação

365vezesnovaledotaquari@gmail.com

FÁBIO KUHN

O (novo) recomeço da gastronomia de Muçum 365 VEZES NO VALE

Num ano aberto, atingido pelas maiores cheias

Sensação da cidade, o Let’s Bora Burguer abriu as portas em um descolado container azul no bairro Guaporé, próximo da ERS 129. Começou as atividades presenciais em 2022 com o delivery e ampliou o atendimento ao local fixo em abril de 2023.

Container azul que se popularizou entre os “bora lovers” reabriu as portas no último m de semana com as deliciosas opções de hambúrgueres

As enchentes de setembro de 2023 e maio de 2024 testa a resiliência de empreendimentos localizado em Muçum. Felizmente, aos poucos, o importante turismo focado nas delícias gastronômicas vai sendo retomado na cidade. Saiba como ocorre o (novo) recomeço do Kiosque da Praça e do Let’s Bora Burguer.

Ajuda fundamental dos voluntários

Um dos restaurantes mais queridos de Muçum, o Kiosque da Praça já está com atendimento normalizado e cardápio completo. A retomada das atividades no dia 16 de maio só foi possível com a ajuda voluntária, conta a proprietária Loirane Marchetti.

“Se não fosse os anjos, os voluntários, a gente ainda estaria no meio do lodo, atolado, pois aqui entrou mais de 50 centímetros de lama”, ressalta a Nega, como é carinhosamente conhecida entre os clientes e amigos.

Localizado na Praça

Cristóvão Colombo, o Kiosque é reconhecido por ter mais de 60 opções de pratos que trazem a originalidade do sabor gaúcho. Tem espaço fechado e ao ar livre no coração da cidade. Instalado no local faz 16 anos, o empreendimento foi duramente atingido pelas duas grandes enchentes em menos de oito meses. Conforme Nega, nesta cheia foi possível salvar estoque e objetos, diferente da catástrofe de setembro que acabou pegando de surpresa a empreendedora. Entretanto ela ressalta que os estragos na estrutura foram maiores neste episódio climático. Mais informações sobre o Kiosque da Praça podem ser obtidas no Instagram oficial @ kiosquedapraca_.

Por infelicidade do destino, em pouco mais de um ano aberto sofreu com as duas grandes enchentes em uma comunidade que antes disso nunca havia sido atingida pela água. Em maio, a bela área externa ficou 1,60 metro submerso.

A retomada das atividades ocorreu no último fim de semana de maio, após um cuidadoso processo de limpeza do local. Conforme a proprietária Talise Souza, o movimento dos “bora lovers” está intenso, mostrando o carinho que os clientes têm pelo empreendimento.

O Let’s Bora se destaca por ser a primeira hamburgueria de Muçum. O cardápio conta com sete hambúrgueres feitos de forma artesanal e com carne preparada na brasa, além de porção de fritas, anéis de cebola e almofadinha de queijo. Detalhe para os nomes curiosos que fazem menção a narrativas da cidade.

Mais informações sobre o Let’s Bora Burguer podem ser obtidas no Instagram oficial @ lets_boraburguer.

Kiosque reabriu no dia 16 de maio graças a ajuda dos voluntários. Cardápio diversi cado é diferencial do restaurante

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A HORA | 17 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024

Por toda a região, barqueiros e pessoas da comunidade reforçam as equipes da Defesa Civil para resgatar vítimas das cheias. Entre os desafios, o trabalho em equipe e a adrenalina nas operações foram ferramentas essenciais em cada salvamento

VIDAS SALVAS PELA CORAGEM DOS VOLUNTÁRIOS

A correnteza é muito forte. Tu tem que cortar o cabeamento por conta da eletricidade. Fazemos tudo em dupla. Sozinho, tu não é nada.”

VALE DO TAQUARI

Com barcos de todos os tipos, coletes salva-vidas, por vezes, improvisados, mas com coragem para enfrentar a força das águas, as cheias revelam peças importantes para que cada vez menos vítimas sejam feitas. A enchente do início de maio deixou mais de 40 mortos e mais de 20 desaparecidos. Mas o número poderia ser ainda maior, não fossem os voluntários que se unem às forças de salvamento dos municípios.

No Vale, os civis fizeram a diferença. Mas o sentimento de gratidão é permeado pela vontade de ter feito ainda mais. Sommelier e empresário, Pablo Rodrigues de Paula, 44, e Juliano Hüther, 34, não são formados para salvar pessoas. Mas, desde as cheias de 2020, se voluntariaram para ajudar nos resgates. Na hora da ação, as profissões não importam, e a vontade de ajudar faz a diferença na operação. Foi há quatro anos que um grupo de voluntários foi criado para

auxiliar a Defesa Civil de Lajeado em casos de calamidade, como as enchentes. E, desde lá, foram feitos treinamentos e capacitações. Na enchente de maio, Pablo e Juliano formaram uma dupla. Juntos, resgataram cerca de 300 pessoas. Entre os bairros Centro, próximo ao Parque dos Dick, e nas proximi-

dades do valão, o bairro Conservas, e outros bairros de Cruzeiro do Sul, eles contam que o maior número de resgates foi feito nas transversais da Décio Martins Costa, em especial, de pessoas idosas. “Muita gente disse, moro aqui desde 1970, 1980, nunca veio água, agora tenho que sair”, conta Juliano.

“Na hora, tu só vai”

Para a dupla, um marco foi o resgate que fizeram no quarto andar de um prédio, onde não acreditavam que a cheia pudesse chegar. Outro, foi feito no bairro São Miguel, em Cruzeiro do Sul. Um jovem chegou na Defesa Civil implorando o resgate dos pais que estava em uma casinha já tomada pelas águas. O lugar era de difícil acesso e outras equipes não conseguiram chegar ao local.

“A gente falou, vamos tentar, e fomos”, conta Juliano. Ele lembra que a correnteza era muito forte e era arriscado seguir com a operação.

“A gente já estava desistindo, mas vimos o filho gritando para os pais, estávamos a 300, 400 metros da casa. Tu olha aquilo e pensa, se fossem os meus pais, eu iria. Não é só porque são os pais desse rapaz que eu não vou. Deu aquele arrepio e eu disse, eu vou. Resgatamos eles”.

Pablo conta que as pessoas querem achar formas de agradecer.

Em um dos resgates, senhoras que perderam toda a casa passaram em uma padaria para comprar bolacha para eles, como gratidão. “É muito louco, porque na hora, tu só vai. A gente come mal, fica com frio, molhados, mas não arredamos o pé, porque tu ficar ajudando te dá uma adrenalina e tu não consegue ir embora. Tu pensa, e se precisarem de ti e tu não estiver ali”, comenta Pablo. Ele também recorda de um resgate feito de madrugada, no Passo de Estrela, em Cruzeiro do Sul, de três senhoras, uma delas de 93 anos, que tinha dificuldade de locomoção. A operação levou cerca de 3 horas e contou com uma equipe de bombeiros e do Exército, além dos dois voluntários. Eles contam que os barcos utilizados nos resgates, assim como equipamentos mais simples, são dos próprios civis que, agora, solicitam ao poder público equipamentos e embarcações adequadas para qualificar o trabalho e garantir a segurança das pessoas em uma próxima operação.

18 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br DIEGO CUNHA VOLUNTÁRIO Diego, Clerio e Fabricio são voluntários nos resgates em Arroio do Meio desde 2020 Pablo e Juliano zeram resgates em Lajeado
GABRIEL SANTOS
BIBIANA FALEIRO

A gente ca com frio, molhados, mas não arredamos o pé, porque tu car ajudando te dá uma adrenalina e tu não consegue ir embora. Tu pensa, e se precisarem de ti e tu não estiver ali.”

Cenário assustador

Depois de sair de casa, em Arroio do Ouro, interior de Estrela, com a esposa e as duas filhas, Ismael Diel, 40, voltou para a localidade para resgatar os pais, a irmã e os tios. Ele conta que a água já atingia os 20 metros quando levou a família para um local mais alto, para fugir da cheia. Mas o rio subiu mais seis metros na cidade.

“Minha irmã começou a me ligar, mas era noite, escuro, tinha que esperar até o amanhecer.

Ainda tínhamos internet e eu disse pra ela ficar viva até a manhã seguinte. Eu ia buscar ela”.

Ele lembra de não ter conseguido dormir naquela noite e, assim que clareou o dia, conseguiu chegar à localidade e encontrou uma embarcação. Diel trabalha com ar condicionado, mas cresceu nas margens do rio e, apesar de não ter um barco, sabia como dirigir um.

Uma vez nas águas, o primeiro destino foi a casa da família, para resgatar os que haviam ficado. “Quando eu apontei o barco, já saltou gente de tudo que é casa, abanando, pedindo socorro. Eu só pedia que esperassem, mas que voltaria para buscá-los”. A correnteza do rio era forte e começaram a se formar ondas. De acordo com Diel o cenário era assustador.

“Toda vez que a gente ia embora, eu pedia para as pessoas me ajudarem a embalar o barco,

A gente já estava desistindo, mas vimos o lho gritando para os pais, estávamos a 300, 400 metros da casa. Tu olha aquilo e pensa, se fossem os meus pais, eu iria.”

JULIANO HÜTHER VOLUNTÁRIO

Começou a ficar violento, tu não enxergava mais as casas. O último resgate que fizemos foi de tarde, na casinha de dois senhores, que conseguimos salvar.”

para ele não virar. Balançava, mas fomos indo, resgatando mais dois, três, conseguindo resgatar mais famílias”.

Perto do meio dia, os resgates ficaram mais difíceis e tiveram que parar no fim da tarde do mesmo dia. “Começou a ficar violento, tu não enxergava mais as casas. O último resgate que fizemos foi de tarde, na casinha de dois senhores, que conseguimos salvar”. Mesmo sem experiência, Diel resgatou 10 pessoas na localidade e a tarefa se transformou em aprendizado.

“Eu faria tudo de novo, a gente fica com o sentimento de que poderia ter feito um pouquinho mais. Mas se pude ajudar alguém, já fico feliz”.

“Eu foco em vidas”

Nas últimas quatro enchentes que ocorreram em Encantado e região, Cristiano dos Santos, 48, se voluntariou para ajudar. Mesmo não atuando na área como profissão, ele adquiriu técnica e experiência que o permitiram salvar pessoas. Além disso, por atuar com rafting, rapel, e outros esportes de aventura, tinha equipamentos necessários para o serviço.

“Na última enchente, o pessoal da base me ligava, a prefeitura, a Defesa Civil, me diziam onde eu tinha que atuar, quem eu tinha que resgatar Eu chegava lá, fazia o resgate, carregava o equipamento e voltava para um outro ponto”, recorda.

Com pé de pato, colete salvavidas, capacete, lanterna à prova d’água, botes e jet ski, Santos enfrentou a correnteza das águas. Os resgates foram feitos nos bairros Lago Azul, Planalto, Vila Moça, Centro, Porto 15 e na comunidade de Jacarezinho.

Ele conta que, além da correnteza, havia outros obstáculos pelo caminho, como antenas parabólicas, cercas, telhados e muros que dificultaram o trabalho.

“Eu cheguei em prédios para retirar pessoas, que eu entrei com o bote, murchei ele, e saí em outra janela com a pessoa dentro. Eu

tinha essa mobilidade, então podia fazer os resgates a qualquer hora do dia”.

Na cheia do início de maio, ele resgatou cerca de 70 pessoas. Mas o que mais fica marcado são as que Santos não conseguiu salvar. “O pior sentimento é saber que tem pessoas para serem resgatadas, e não poder chegar lá, porque não existe herói, existe um cálculo, um raciocínio que se faz antes de começar um resgate”.

Santos ainda diz que poucas pessoas sabem nadar, o que aumenta ainda mais os perigos. “Eu não ajudo a tirar lama, roupeiro, mudança. Eu foco em vidas. O diferencial desse pessoal voluntário é que eles têm muita força de vontade e determinação”, reforça.

Eu foco em vidas. O diferencial desse pessoal voluntário é que eles têm muita força de vontade e determinação.”

“Sozinho, tu não é nada”

Em Arroio do Meio, as operações iniciaram na terça-feira, 31, na Associação de Proteção aos Animais Arroiomeenses (Apaam), com o resgate de 70 cães feitos em dois barcos. Desde as cheias de 2020, entre os principais voluntários do município nos salvamentos, estão Clerio Varella, Diego Cunha, Fabrício Leal e Vanderlei Grabin.

Sem barcos naquele ano, a prefeitura solicitou o auxílio dos moradores para resgatar pessoas ilhadas. O mesmo trabalho se repetiu em setembro e em maio deste ano. Graças aos voluntários, nenhuma morte foi registrada. Um homem continua desaparecido na cidade e os

voluntários também auxiliaram os bombeiros nas buscas. Além de distribuírem mantimentos e donativos. Com a queda das pontes, o trabalho de travessia entre Arroio do Meio e Lajeado sobre o Rio Forqueta foi iniciado por eles, que transportaram, no início, três médicos.

“No sábado, dia 4, pegamos nossos barcos e começamos a atravessar a comunidade. Na segunda, mais gente veio ajudar e, em duas semanas, éramos 19 voluntários. Depois, veio o Exército”, conta Fabrício, que ainda hoje faz a travessia, em especial, aos funcionários que trabalham na reconstrução da Ponte de Ferro. Com cerca de 70% da cidade atingida pela enchente, os voluntários relatam os desafios durante os resgates. “A correnteza é muito forte. Tu tem que cortar

o cabeamento por conta da eletricidade. Fazemos tudo em dupla. Sozinho, tu não é nada”, comenta Diogo.

Sem internet ou outro tipo de comunicação, os socorros eram feitos no boca a boca. Assim que os moradores viam os barcos pelas águas, gritavam pedindo ajuda. Mais de 60 pessoas foram resgatadas. Eles contam que duas embarcações foram perdidas quando uma das passadeiras do Exército se soltou após o Forqueta voltar a subir menos de duas semanas depois da primeira cheia de maio. Empresários se mobilizaram para comprar outros barcos e o trabalho dos voluntários seguiu.

A HORA | 19 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
DIEL VOLUNTÁRIO
ISMAEL
DOS SANTOS VOLUNTÁRIO
CRISTIANO
Casa de Ismael durante cheia em Estrela Cristiano em operação na região alta Em Arroio do Meio, voluntários auxiliaram nos resgates e na travessia sobre o Forqueta PABLO RODRIGUES DE PAULA VOLUNTÁRIO GABRIEL SANTOS DIVULGAÇÃO

Richter Gruppe e Grupo A Hora farão evento para marcar bicentenário da imigração alemã

Programação ocorre de 9 a 11 de agosto no Parque Histórico de Lajeado. Seminário e festa cultural são os destaques dos três dias de atividades

andreiarabaioll@grupoahora.net.br

LAJEADO

ORichter Gruppe e o Grupo A Hora se unem para celebrar os 200 anos da imigração alemã no Vale do Taquari com o Neue Heimat Fest, um evento cultural que promete marcar a região. A “Festa da Nova Pátria” envolverá palestras, músicas e cultura. Conta com apoio da Prefeitura Municipal de Lajeado. O evento é uma oportunidade para celebrar a rica história da imigração alemã e fortalecer os laços entre a comunidade alemã e a comunidade local. Ocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de agosto No dia 9 de agosto, historiadores abordarão a influência dos imigrantes alemães no Vale do Taquari, explorando seus impactos na educação, economia e costumes, em um seminário que reunirá palestrantes de outros estados. Dias 10 e 11 de agosto, a festa cultural tomará conta do Deutsche Kolonie Park, o Parque Histórico, com apresentação de grupos folclóricos alemães de todo o Rio Grande do Sul, shows musicais

com bandas locais e lançamento de livros. O Parque Histórico também será espaço para restaurantes e experiências gastronômicas, enfatizando a culinária alemã.O

Neue Heimat Fest é aberto e gratuito a toda a comunidade.

A Prefeitura de Lajeado prepara o Parque Histórico para receber os convidados do evento com melhorias estratégicas. Uma visita nesta semana ao local definiu a área de gastronomia e delineou as benfeitorias que serão implementadas até a data do evento.

“O projeto revigora a lembrança das nossas origens e também e a retomada do turismo, prejudicado durante as cheias”, salienta a secretária de Cultura, Esporte e Lazer de Lajeado, Talita Fracalossi.

Além de resgatar a história dos imigrantes que tanto zeram por nossas cidades, este projeto fortalece a cultura alemã em um ano tão marcante como o bicentenário”

JOSÉ PAULO RICHTER

DIRETOR DO RICHTER

Festa expande projeto nas plataformas

Neue Heimat Fest completa o projeto Neue Heimat, iniciado em março pelo Grupo A Hora e Richter Gruppe. Desde então, a saga dos imigrantes alemães vem ganhando vida nas diversas plataformas do Grupo A Hora, que faz uma imersão da trajetória, cultura e tradição. Na Rádio 102.9, a Família Richter conta a história dos pioneiros de Conventos. Nas redes sociais, a equipe divulga, com o respaldo do professor Waldemar Richter, ações e relatos dos alemães no Vale do Taquari. No jornal impresso, reportagens guiam o público sobre a história dos alemães.

“Além de resgatar a história dos imigrantes que tanto fizeram por nossas cidades, este projeto fortalece a cultura alemã em um ano tão marcante como o bicentenário”, enfatiza José Paulo Richter, diretor do Richter Gruppe.

54 livros e um único evento

O Grupo A Hora e o Richter Gruppe anunciam o lançamento simultâneo de 54 livros do historiador Waldemar Richter, que acontecerá durante a Neue Heimat Fest.

Essa coleção oferece uma visão abrangente das primeiras 50 famílias que desbravaram o

O projeto revigora a lembrança das nossas origens e também e a retomada do turismo, prejudicado durante as cheias”

Vale do Taquari e representa um marco histórico, formando uma biblioteca das famílias originárias alemãs. “Ao saírem da Alemanha e desembarcarem no Rio Grande do Sul, os alemães construíram sua Neue Heimat, influenciando a cultura, economia e educação”, salienta Waldemar Richter. Os descendentes das famílias pioneiras retratadas nos livros, formarão parte do público presente na Festa da Nova Pátria. Virão de todas as partes do Brasil para resgatar e valorizar a história dos ancestrais.

Apoio

O projeto Neue Heimat Fest reúne o apoio de diversas entidades, que reconhecem a envergadura do evento: Prefeitura de Lajeado, Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amturvales), Escolas da Rede Sinodal de Ensino de Lajeado e Estrela, Grupos Folclóricos de Estrela, Centro de Cultura Alemã de Lajeado, Arla e Fruki Bebidas. Sicredi Integração patrocina o evento.

20 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
TALITA FRACALOSSI SECRETÁRIA DE CULTURA, ESPORTE E LAZER DE LAJEADO
Grupo de apoiadores visita Parque Histórico para de nir as melhorias que o local receberá Jornal A Hora reúne grupo de apoiadores que planejam evento cultural da imigração alemã Waldemar e Juca Richter FOTOS: ANDREIA RABAIOLLI Andreia Rabaioll

Placas de ruas devem alertar sobre cotas de inundação

Iniciativa busca manter população consciente sobre o avanço das águas em cenários de cheias. Coronel Mussnich deve ser a primeira via a receber o projeto

Karine Pinheiro karine@grupoahora.net.br

ESTRELA

Omunicípio de Estrela avança com o projeto de incluir informações sobre as cotas de inundação em placas de logradouros. O objetivo é conscientizar a população acerca do avanço das águas em período de enchente. Com a aprovação da lei na câmara, fica estabelecida a obrigatoriedade dos itens nas vias da cidade.

A implantação deve ocorrer por meio de parcerias público-privadas. A rua Coronel Mussnich é a primeira via que deve receber a iniciativa. São cerca de 30 placas

instaladas no trecho entre a avenida Rio Branco e a rua Geraldo Pereira. Segundo o coordenador do Departamento de Trânsito, Frederico Diehl, o investimento é de aproximadamente R$ 9 mil. Uma estimativa feita pelo governo municipal aponta que para toda a cidade são necessárias mais de 800 placas, entre área urbana e rural. Para o prefeito

Elmar Schneider, a implantação do projeto significa uma medida de segurança.

“As placas devem deixar a população mais segura sobre as zonas onde residem. Servirá como ponto de referência e também irá auxiliar a comunidade a se preparar em momentos de inundação”, destaca o chefe do Executivo.

Para avançar com a implantação a prefeitura deve fazer um estudo sobre as cotas na cidade.

A administração municipal elabora o regramento para participação da iniciativa privada. No entanto, as empresas interessadas em fazer parte do projeto podem procurar o Departamento de

Trânsito para iniciar os trâmites. As parcerias poderão incluir a veiculação de publicidade nas placas, desde que respeitados os padrões estéticos e de elegibilidade estabelecidos.

Para o coordenador de Trânsito, a iniciativa colabora com o trabalho feito pelos meios de comunicação em cenários de cheia.

“Quando as pessoas escutavam que ia passar dos 30 metros, elas não sabiam as cotas das casas delas. Com essas informações, a comunidade vai ter consciência e pode se preparar com antecedên-

cia”, explica Diehl. A iniciativa também conta com outras operações. Pontos estratégicos, como locais históricos, receberão uma sinalização especial para informar sobre os riscos de inundação e as medidas de segurança necessárias. E réguas físicas serão instaladas em diversos pontos da cidade onde há o acesso ao Rio Taquari, com informações visuais sobre o nível do rio e orientando os moradores sobre possíveis evacuações em casos de emergência.

A HORA | 21 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Empresas parceiras podem veicular publicidade nas placas Uma estimativa feita pelo governo municipal aponta que para toda a cidade são necessárias mais de 800 placas, entre área urbana e rural ARQUIVO A HORA REPRODUÇÃO

REFORÇO ECONÔMICO

Governo garante dois meses de salário para trabalhadores

Programa visa auxiliar empresas e funcionários atingidos pela inundação. Detalhes sobre medida serão apresentados na próxima semana

Karine Pinheiro filipe@grupoahora.net.br

Aproposta do governo federal para auxiliar na manutenção da empregabilidade é diferente do esperado. A expectativa era uma reedição do programa instituído durante a pandemia, quando os contratos de trabalho foram suspensos.

Na nova modalidade, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, esclarece que serão pagos dois salários mínimos direto para trabalhadores de empresas dentro da mancha de inundação, referentes aos meses de julho e agosto.

A apresentação da Medida Provisória (MP) ocorreu durante visita da comitiva presidencial nesta semana. O anúncio, em pronunciamento na sede da Associação Rui Barbosa, em Arroio do Meio, tem como meta atender mais de 435 mil trabalhadores, com investimento de recurso público de R$ 1,2 bilhão.

Além dos trabalhadores formais, também estão incluídos trabalhadores domésticos, estagiários registrados e pescadores artesanais. Para receber o benefício financeiro, as empresas precisam aderir ao programa e, em contrapartida, manter o empregado por pelo

Presidente

menos quatro meses (dois do benefício e mais os dois meses seguintes).

“Essa iniciativa tem como objetivo colaborar com as empresas e preservar os empregos, proporcionando alívio aos trabalhadores e contribuindo à reconstrução do estado”, diz o ministro.

Para viabilizar a medida, o presidente Lula e o ministro do Trabalho assinaram uma Medida Provisória (MP), que entra em vigor após ser aprovada pelo Congresso Nacional. O anúncio do governo federal ocorreu um dia depois que o governador Eduardo Leite ter pedido a criação de um programa de manutenção de empregos e complementação do salário, durante uma reunião no Palácio do Planalto.

Pela estimativa do governo, a medida atende mais de 326 mil trabalhadores em regime CLT, cerca de 36,5 mil estagiários, 40,3 mil trabalhadores domésticos e 27,2 mil pescadores artesanais.

Saque Calamidade passa dos R$ 1,4 bilhão

O Saque Calamidade já repassou mais de R$ 1,4 bilhão para trabalhadores empregados e desempregados no RS. Foram 823,9 mil solicitações de saque com recursos liberado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme o ministro Luiz Marinho, também foram instituídas outras medidas de amparo às empresas e trabalhadores. Entre elas, a suspensão do recolhimento do FGTS para empregadores, o pagamento de duas parcelas extras do Seguro-Desemprego aos atingidos e a antecipação de parcelas do Abono Salarial.

Demanda do setor produtivo

Representações das empresas,

junto com a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento

Profissional (STPD), por meio do gabinete de crise do setor produtivo, apresentaram um plano de reestruturação para trabalho, emprego e renda.

O documento com orientações para mitigar os impactos financeiros nas empresas gaúchas foi entregue ao governador Eduardo Leite. Inclusive embasou ofício entregue pelo Piratini ao governo federal.

No cerne do documento, está o pedido para a suspensão dos contratos de trabalho e a redução da carga horária com revisão do salário. As determinações dependem do governo federal estabelecidas pela lei 14.437.

O ministro extraordinário da Reconstrução, Paulo Pimenta, argumenta que o governo criou uma outra proposta com ajuda financeira direta, com a continuidade dos contratos. Essa determinação agrada as centrais sindicais, que mostravam aversão a retomada de um modelo feito durante a pandemia.

Segundo Pimenta, para trabalhadores que recebem mais do que um salário mínimo, a empresa poderá fazer a complementação do valor. Sobre a suspensão de contratos, o ministro diz que está em vigor o Layoff (suspensão de contrato voltado para curso de qualificação). Neste caso, é estabelecida uma ajuda financeira mensal de dois até cinco meses. Um mês depois da inundação de maio, ainda há cerca de 600 mil pessoas desalojadas e causou mais de 170 mortes. Ainda há 45 desaparecidos. A chuva excessiva causou estragos em 469 municípios. Deste total, 78 estão em situação de calamidade.

Detalhes

Auxílio à empregabilidade

Programa visa auxiliar empresas e funcionários atingidos pela inundação

Ministro do Trabalho, Luiz

Marinho, anunciou pagamento de dois salários mínimos para trabalhadores de empresas na área de inundação, referentes a julho e agosto objetivo de atender mais de 435 mil trabalhadores

Investimento de R$ 1,2 bilhão de recursos públicos

Bene ciários

Inclui trabalhadores formais, domésticos, estagiários registrados e pescadores artesanais

Empresas precisam aderir ao programa e manter empregados por pelo menos quatro meses

Implementação

Medida Provisória assinada pelo presidente Lula e o ministro do Trabalho

Entra em vigor após aprovação pelo Congresso Nacional

Estimativas

Medida atenderá mais de 326 mil trabalhadores em regime CLT, cerca de 36,5 mil estagiários, 40,3 mil trabalhadores domésticos e 27,2 mil pescadores artesanais

Saque Calamidade

Repassou mais de R$ 1,4 bilhão para trabalhadores no RS Foram 823,9 mil solicitações de saque com recursos liberados pelo MTE

Outras medidas de amparo: suspensão do recolhimento do FGTS para empregadores, pagamento de duas parcelas extras do Seguro-Desemprego, antecipação de parcelas do Abono Salarial

22 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
VALE DO TAQUARI Lula, ao lado de Paulo Pimenta e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, assinou em Arroio do Meio a Medida Provisória para o pagamento de dois meses de salário para mais de 345 mil trabalhadores formais do RS FILIPE FALEIRO
A HORA | 23 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024

(51) 3710-4200

O que é o povo gaúcho?

Adefinição de “gaúcho” no dicionário Aurélio é: “s.m. rio grandense do sul”. E para uns, o termo não vai além de um gentílico para quem nasce no Rio Grande do Sul.

Na verdade o gaúcho é uma denominação dada às pessoas ligadas à atividade pecuária em regiões de ocorrência de campos naturais, do bioma denominado pampa, que ocorre no sul da América do Sul, Argentina, Uruguai e Paraguai, também aos nascidos no Rio Grande do Sul.

O que pode-se dizer sobre o gaúcho de hoje, como se espalharam das lidas de campo onde os rodeios era juntar o gado e fazer marcação, capação e cura de feridas nos animais. Porém isto se difundiu através dos poemas, músicas, e costumes como chimarrão e o churrasco, alcançando os centros urbanos, onde o Rio Grandense tem orgulho de se denominar gaúcho, e de usar uma bombacha, cantar o hino do Rio Grande do Sul e hoje com o fenômeno social das hotelarias pra cavalos, este urbano-gaudio,

pode inclusive ter seu cavalo, e desfilar no 20 de setembro. Mas Cuidado, não pense que o gaúcho é um povo violento, pois isto ficou no passado, las nas batalhas Farroupilhas e nas peleias em lugares onde se defendia a família e a própria honra. Hoje posso dizer que sou gaúcho com muito orgulho e defendo nossa tradição, e por isto o povo é chamado de valente, e em toda peleia se defende e levanta, pois assim será com o que vem acontecendo com o nosso estado, povo valente e que cura as feridas reconstruindo.

Fim de semana, 8 e 9 junho 2024 Publicações Legais
DIVULGAÇÃO

FILIPE FALEIRO

Jornalista colunafaleiro@grupoahora.net.br

Entre a paixão e o ódio

Apassagem do presidente Lula pela região foi marcante em vários sentidos. Acompanhado por uma comitiva numerosa, o principal nome da esquerda nacional está longe de ser uma unanimidade. Mesmo assim, há de se convir, o carisma, o poder de oratória e o conhecimento sobre o Brasil o colocam como um ícone da política nacional de todos os tempos. Podem gostar ou desgostar, mas a visita dessa quinta-feira foi dotada de um simbolismo extraordinário. Como jornalista, tive a missão de acompanhar a visita em Arroio do Meio. Consegui me aproximar dele duas vezes. Com o gravador na mão, fui retirado nas duas ocasiões pela segurança. Não consegui fazer a minha pergunta. Nem foi necessário, o presidente respondeu no pronunciamento com mais de 20 minutos de duração. Na sede do Rui Barbosa, uma localidade com alta preferência dos eleitores ao rival nas eleições de 2022, Lula foi aplaudido por diversas vezes. Eu contei quatro. Talvez até tenha sido mais.

O discurso foi de um estadista humanitário. Colocou em primeiro lugar as famílias atingidas pela inundação. Emocionou inclusive quem não votou nele. Transmitiu sentimentos quando falou das histórias que ouviu durante a visita. Deu nome às pessoas, contou, com riqueza de detalhes, o que ouviu em Cruzeiro do Sul, quando vizinhos tentaram retirar o seu Orlando e a família, da casa no Passo de Estrela.

Todas as forças

O governo federal, do RS, os municípios, as comunidades, os empresários e cada indivíduo deste estado e do país. Toda ajuda é necessária neste momento. Talvez as cidades atingidas nunca mais serão as mesmas. O trauma é gigante.

Cada história de vida dos sobreviventes merece um livro. Compreender todo o impacto da catástrofe só é possível acompanhar de perto. Está nas casas destruídas, nas ruas cheias de barro, nos abrigos, nos hospitais, nas escolas, nas estradas. Na passadeira pelo Rio Forqueta, o esforço das pessoas, todo o imprevisto desta anormalidade. A impressão é de uma legião de refugiados, como estamos acostumados a ver em áreas de grandes conflitos mundo afora.

Na sexta-feira, as imagens do içamento da nova

Me respondeu o que queria saber mesmo sem perguntar. Assumiu o compromisso de jamais esquecer as pessoas do Rio Grande do Sul. Foi uma passagem marcante. Entre a paixão e o ódio há uma linha tênue. Assim como confiar e desconfiar.

Pelo tempo que for necessário o governo nacional estará no RS, disse o presidente. Isso vamos cobrar pelos próximos dois anos e cinco meses de mandato de Lula.

ponte de ferro entre Arroio do Meio e Lajeado trouxe uma injeção de ânimo. Mãos do Vale, esforço das pessoas deste pedaço do Rio Grande. É assim. A reconstrução precisa de todas as forças.

Êxodo de trabalhadores e a qualifi cação

Debate na Rádio A Hora

102.9 nessa quarta-feira reuniu empresários e líderes regionais.

Participaram Nilto Scapin, Ivandro Rosa, Diego Tomasi e Rafael Wagner em mais uma edição do programa RUMO - O Futuro da Mão de Obra.

Nesta reconstrução regional, os setores produtivos têm uma

grande incógnita: como manter os trabalhadores? Muitas famílias atingidas não querem mais enfrentar episódios como a inundação de maio. Perderam tudo. E, ir para outras cidades, ou outras regiões ou estados se torna uma alternativa. Em uma região que, mesmo antes da catástrofe, tinha necessidade de mão de obra, pois havia mais vagas

abertas no mercado de trabalho do que candidatos, agora mais do que nunca é necessário valorizar as pessoas. E isso depende de vários movimentos.

Talvez o primeiro seja garantir uma visão de futuro, de crescimento, de qualidade de vida. Para tanto, a evolução passa por meios de garantir a qualificação dos profissionais.

Carta aberta do Rio Taquari

Olá, eu sou o Rio Taquari, esse mesmo que banha tantas cidades e as vezes se modifica tanto. Sei que muitos de vocês ainda estão chateados comigo, mas permitam que eu me explique.

Estou aqui desde o tempo em que não havia um nome para mim, eu simplesmente era. Acontece que como muitos de vocês eu também sou de ciclos, ora me encho, ora me esvazio. Sou assim, quer vocês queiram ou não, quer vocês entendam ou não. Os primeiros humanos que apareceram nas minhas margens vocês chamam ainda hoje de índios, muitos de vocês sabem que essa nomenclatura é um terrível erro geográfico e histórico, mas quem sou eu para julgar. De toda forma foram eles que me primeiro me batizaram. Como tudo no país onde vivo, também as origens do meu nome são polêmicas.

Há quem diga que o nome que ganhei dos “índios” foi Tibiquary (rio do barranco fundo) por causa dos barrancos das minhas margens e depois por redução virei taquary . Há quem defenda que o nome tacuara (devido as taquareiras das minhas margens) foi juntado a letra Y que significava rio. Assim virei taquary e mais tarde taquari.

Escolham sua opção, ela não muda meu nome nem minha natureza. Muitos desses índios que me batizaram foram reduzidos a nada: alguns deles se chamavam de ibiaiaras e habitavam minha margem esquerda, na minha foz viviam os patos e nas terras mais altas onde eu nasci viviam os carijós que falavam Guarani devido a contatos e migrações anteriores.

Por isso foi fácil para os espanhóis quando aqui chegaram se comunicar com esses povos. Eles já conheciam a língua de suas invasões no Paraguai e usaram esse fator para fomentar guerras e rivalidades entre os habitantes das minhas margens. Só depois chegariam os portugueses, mudou a língua, mas a política de extermínio e ocupação seguiu a mesma.

Assisti a tudo calado, e foi assim que vi em 1635 o padre Ximenes e o padre Suarez explorarem minhas margens e descobrir os povos que aqui viviam. Também vi os jesuítas serem expulsos e depois chegar um povo bruto chamado genericamente de “bandeirantes”. Não achando ouro, prata ou diamantes, estes se contentaram em fazer escravos. Isso bem antes de eu avistar o primeiro negro. A primeira das povoações desse povo foi feita nas proximidades do que hoje vocês chamam de Santa Teresa. Só mais tarde chegaram os açorianos com a missão de colonizar minhas margens e não apenas caçar seres humanos. Primeiro eles se assentaram em Santo Amaro, próximo à onde deságuo nas margens do Rio Jacuí e depois em Triunfo. Só um século depois, mais a oeste, surgiria a cidade com meu nome.

Depois viriam ainda alemães e italianos, quase todos vieram para minhas margens e foram se acostumando com meu comportamento nos últimos 150 anos. No entanto, esqueceram que estou aqui há milênios e que existem acontecimentos que ocorrem a cada dez anos, outros a cada 100 e ainda existem aqueles que precisam de um milênio para se repetir.

Lembrem que nasço nos campos de cima da serra, próximo a Cambará do Sul, a 1200 m do nível do mar com nome de rio das Antas e desemboco no Jacuí com apenas 30 m do nível do mar. Por isso posso crescer e acelerar terrivelmente quando chove forte na serra. Foi por isso que arrasei Muçum e Roca Sales recentemente.

Posso ainda provocar nas minhas partes baixas grandes enchentes quando o rio Forqueta e seus afluentes enchem demais. Mas sou assustador e arrasador quando as duas coisas acontecem ao mesmo tempo.

Dessa forma peço que me perdoem pela destruição, mas não esqueçam que estou aqui muito antes de vocês e não tenho como mudar coisas da natureza que não dependem de mim, como as chuvas. Por isso que imploro mais uma vez: sejam racionais e evitem construir nas minhas áreas de inundação. Só assim poderemos conviver em paz.

A HORA | 25 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
FILIPE FALEIRO
26 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024

Futebol amador

Finais marcam a retomada do amador

Jogo de ida em Progresso e Teutônia são os destaques deste fim de semana

Ezequiel Neitzke

Após um mês com poucas atividades esportivas, aos poucos as competições amadores retornam no Vale do Taquari. Neste fim de semana o destaque fica para as finais do municipal de Progresso e Taça Intermunicipal.

A Taça Intermunicipal – torneio que integra as cidades de Teutônia, Westfália e Poço das Antas, promove neste domingo

a partida de ida da final. O jogo será no Bairro Canabarro, em Teutônia, a partir das 13h30min.

No aspirante, a final é entre União, de Teutônia, e Juventude, de Westfália. Os clubes estiveram

no mesmo grupo na primeira fase. Nos dois confrontos, o União venceu – 3 a 1 e 1 a 0.

No titular, a decisão é entre os campeões regionais Esperança e Canabarrense. Os times já se enfrentaram duas vezes. No dia 25 de fevereiro, o Esperança ganhou por 4 a 2. Em 17 de março empataram em 0 a 0.

Em Progresso, a primeira final do campeonato municipal ocorre neste sábado, 8, em Alta Picada Serra. No master jogam Internacional de Lajeado do Meio x Cruzeiro de Tiririca, às 13h15min. A final do principal é entre São João e Gaúcho.

o utros campeonatos

Em Boqueirão do Leão, o Esportivo recebe o São Roque necessitando vencer duas vezes para se classificar. No jogo de ida, o São Roque venceu por 3 a 2.

A Copa Serrana promove o jogo de volta da semifinal. As partidas ocorrem nas comunidades de Santa Tecla e Linha Grão Pará. Na semana passada, AERT e 25 de Julho se classificaram para semifinal na categoria aspirante. No titular quem avançou foi AERT e São Luiz.

A HORA | 27 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
ezequiel@grupoahora.net.br
Canabarrense é um dos finalistas na Taça Intermunicipal. Equipe busca o segundo título seguido do torneio Divulgação

Gauchão Série a2 Lajeadense pode terminar primeiro

turno invicto

alviazul recebe o Bagé neste domingo em partida com promoção de ingressos ao torcedor jovem. rádio a Hora transmite o confronto

O Lajeadense entra em campo neste domingo para encerrar o primeiro turno da fase classificatória ainda invicto. Diante do Bagé, na Arena Alviazul, o time comandado por Serginho Almeida busca a vitória para permanecer entre os líderes. A partida às 15h tem transmissão da Rádio A Hora e promoção para o torcedor. Depois da paralisação pela calamidade enfrentada no Rio Grande do Sul, o Alviazul cresceu de produção. Venceu o Inter-SM em casa e empatou com o Pelotas, fora de casa, em partida de superação.

Contra o Bagé, mesmo que invicto, o clube busca a segunda vitória. São cinco empates na competição. Para isso, Serginho terá de alterar a equipe, uma vez que Roger lesionou na partida anterior e Dimitry está suspenso após receber o terceiro cartão amarelo. A grande dúvida recai sobre o substituto na lateralesquerda, enquanto que Júlio

César entra no meio-campo. Na direita, Maicon deve seguir de fora e Ramon, autor do gol de empate na Boca do Lobo, segue na posição.

O Lajeadense entra na sétima rodada ocupando a quarta colocação do Grupo B, com 8 pontos. Se vencer, pode chegar até o segundo lugar, além de abrir vantagem para o Bagé, primeiro time fora da zona de classificação.

Promoção de ingressos

Em parceria com o Sicoob, o Dense faz uma promoção para torcedores de até 17 anos, que não pagam ingresso e ainda concorrem a uma camisa oficial do clube e a um vale poupança de R$ 200 na cooperativa. O sorteio ocorre na segunda-feira, dia 10. Para os demais torcedores, as entradas podem ser compradas a R$ 15 a arquibancada geral, R$ 30 a arquibancada e R$ 50 a cadeira.

Vale liderança

grêmio em casa no paraná

torcida tricolor esgota ingressos. confronto contra o estudiantes tem transmissão da rádio a Hora

Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br

OGrêmio faz do Estádio Couto Pereira a sua casa mais uma vez. Neste sábado, às 19h, o Tricolor recebe o Estudiantes na partida que pode colocá-lo na liderança do Grupo C da Copa Libertadores. Vitória simples já serve, e ao seu lado, o clube terá mais de 30 mil torcedores no Paraná. A Rádio A Hora transmite o confronto.

O Grêmio anunciou, na manhã de sexta-feira, que os ingressos estavam esgotados. A carga de ingressos posta à venda para a torcida gremista foi de 32 mil e 900 ingressos. A vitória pode coroar uma campanha de recuperação da equipe que perdeu as duas primeiras partidas da competição, mas mesmo assim pode encerrar com 12 pontos e a vantagem de decidir em casa as oitavas de final.

Se vencer o Estudiantes, que não tem mais pelo que lutar no grupo, o Grêmio termina na liderança e enfrenta o Peñarol nas oitavas de final com vantagem de jogar o segundo jogo em casa. Se perder ou empatar, o adversário será o Fluminense, com segundo jogo no Rio de Janeiro. Renato Portaluppi deve promover novidades na partida. Recuperados de lesão, o zagueiro Pedro Geromel e o atacante Pavón devem ser relacionados e ficar ao menos no banco. No setor ofensivo, o argentino está cotado para ganhar uma oportunidade como titular. Além disso, jogadores mais desgatados podem ser preservados de olho na maratona que vem pela frente pelo Brasileirão. O provável time gremista tem: Marchesín; João Pedro, Rodrigo Ely, Kannemann e Reinaldo; Dodi, Pepê e Cristaldo (Gustavo Nunes); Pavón (Galdino), Diego Costa e Soteldo.

copa Sul-americana inter de volta ao rS

O Internacional retorna ao Rio Grande do Sul para jogar no estado pela primeira vez em 40 dias. Ainda longe de casa, enfrenta o Delfín, do Equador, no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, neste sábado, às 21h30min. A partida que vale a classificação na Copa Sul-Americana tem transmissão da Rádio A Hora.

A campanha na competição não tem sido como o Inter esperava. Duas rodadas antes do fim da fase de grupos, o Colorado já sabia que não conseguiria avançar de forma direta às oitavas de final. Agora, precisa vencer para garantir vaga nos playoffs. E cada gol importa. Se ganhar por 1 a 0 o adversário na próxima fase será o Rosário Central. Vitória por 2 a 0 coloca a LDU no caminho colorado. 3 a 0 e o adversário será o Independiente del Valle. Enquanto que triunfo por 4 a 0 leva o Inter ao Paraguai enfrentar o Libertad. Derrota ou empate eliminam o clube gaúcho. Para o confronto, o técnico Eduardo Coudet deve utilizar o que tem de melhor à disposição. O provável time titular tem: Fabrício; Bustos, Vitão, Mercado e Renê; Fernando (Thiago Maia), Aránguiz, Bruno Henrique e Wesley; Alan Patrick e Alario.

Wesley deve voltar ao time titular diante do

28 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br Recuperado de lesão, Pavón pode ser novidade no time titular diante do Estudiantes Delfin

O som da vaia O aluno com dificuldade cognitiva para leitura

Substância que cobriu Pompeia (Ant.) (?) górdio, problema insolúvel (fig.)

Última série de rebaixamento no futebol

Subcontinente com a segunda maior cordilheira do mundo

Cruzadas

Ponto de travessia de transeuntes em ruas Repartição dos cargos de comando

(?) social: filantropia empresarial para minimizar a exploração do trabalho

Letra com som de "ss"

Palmeira brasileira

"So (?) Away", sucesso do

Straits (?) Huxley escritor norte-

(?) digitais: meios de comunicação via web

Angustiado Associação para excepcionais

Divisão de venda de ingressos de festas

"(?) Traviata", ópera de Verdi

Partido fundado por Ulysses Guimarães (Polít.) Debilitado

Pequeno olho Ódio, em ingles

Perversa Matériaprima do caviar

Cargo do francês Macron em 2024

Saudação jovial mais comum

Prefixo de "ensiforme" "Tablet" da Apple

Classificação de animais com asas

Optar, em inglês Carta do baralho

Prenome de Schwarzenegger

Horós C opo

ÁRIES: Se tinha alguma pendência ligada a herança ou dinheiro da família, pode ter boas novas. Também é um ótimo momento para descansar.

TOURO: Um caso passageiro pode animar seu coração. O romance também fica mais gostoso e vocês podem falar sobre qualquer coisa numa boa.

GÊMEOS: Se quiser aproveitar essas energias positivas, é hora de planejar seus ganhos, organizar as contas e rever alguns gastos.

CÂNCER: O seu lado mais aventureiro deve agitar a noite e um programa com os amigos vai cair como uma luva.

LEÃO: Assuntos ligados a misticismo devem ganhar sua atenção e você pode aprender mais sobre si mesmo.

VIRGEM: O seu lado sonhador fica mais evidente e você pode se sentir bem se tiver a oportunidade de ajudar uma pessoa que precisa.

Casa de repouso Usain (?), ex-velocista

(?) de Chumbo, período da Ditadura

Solução

LIBRA: É hora de focar naquela promoção ou aumento, nem que seja apenas traçando planos e metas para a próxima semana.

ESCORPIÃO: Há chance de cair de amores por alguém popular ou que mora um pouco mais distante. Dê um chega pra lá na rotina!

SAGITÁRIO: Sua sensualidade também promete momentos inesquecíveis com o mozão, mas o ciúme talvez provoque brigas.

CAPRICÓRNIO: A vida a dois também sai ganhando com as boas vibes dessa noite e o seu coração pode bater mais rápido com uma declaração de amor.

AQUÁRIO: O ciúme pode se transformar no grande vilão do romance ou da conquista, especialmente pela manhã.

PEIXES: Aposte no bom humor e na diplomacia para encontrar maneiras de contornar esses atritos e de se divertir.

A HORA | 29 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024 PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
© Revistas COQUETEL BANCO 18 2/la. 3/far — opt. 4/bolt — hate. 5/ocelo. 6/aldous. 9/disléxico. BF R E IM PR E CAÇ Õ E S UI HI P DI SL EX IC O L AVA FA RN NO M IDI AS ÇA PA EL A O C AR FP MD B DL OT EO I A M ER IC AD O S UL HA TE EN SI UO LI SA D MA OP TB A OV AA RN O L D PR ES ID EN TE
e de gente invejosa
típico do bipolar Fraco vento que sopra no litoral
(?)-fi, drink com
Língua do (?), "dialeto"
infantil
www.coquetel.com.br
Maldizeres de bruxas
Comportamento
(?) Pitanguy, cirurgião plástico
vodca e laranja
lúdico
Dire
americano
21/03 a 19/04 20/0420/05 21/05 20/06 21/0622/07 23/0722/08 23/0822/09 19/02 20/03 20/0118/02 22/12 19/01 22/1121/12 23/1021/11 23/0922/10

Aprimeira agência do Banco do Brasil em Lajeado abriu em 1951. Na época, funcionava no atual prédio da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), na rua Silva Jardim. Em 1962, o BB comprou o terreno da esquina da rua Júlio de Castilhos com a Alberto Torres e iniciou a construção da agência. A sede própria do Banco do Brasil foi inaugurada em 1968, no mesmo local onde funciona até hoje.

Dia da inauguração da agência no endereço atual, em 1968

O Banco do Brasil de Lajeado

Festa da Bergamota

O distrito de Bela Vista do Fão, em Marques de Souza, organizava a 29ª edição da Festa da

Bergamota. Mais de 100 famílias estavam envolvidas no evento. A festa era organizada em parceria

entre a Comunidade Católica Nossa Senhora de Lourdes, Emef Frei Antonio e Clube Esportivo Guarani.

A tradição tinha começado em 1975 para mostrar os costumes da comunidade de Fão. Na época, a bergamota era a fonte de renda de muitas famílias da localidade.

A primeira rainha da festa foi Beatriz Constantin e, há 20 anos, a eleita foi Gislaine Bottega. Em 2004, o prêmio destaque da festa foi para Alan Trombini.

Sábado é Domingo é

Dia do Oceanógrafo

Dia do Citricultor

Dia Mundial dos Oceanos

Santo do dia 8:

Dia da Imunização

Dia

Dia

Santo do dia 9:

30 | A HORA Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
Dia do Porteiro do Tenista Internacional dos Arquivos Dia do Pastor Evangélico São Medardo São José de Anchieta

FABIANO CONTE

“O que os olhos não veem, o coração não sente”

AEmpreendedor e comunicador, apresentador do programa “O

Usegunda visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Vale do Taquari em 2024 deixa marcas na comunidade local quanto no cenário político nacional. Embora alguns possam ter enxergado a visita como uma estratégia política ou até mesmo uma ação sensacionalista, é inegável que Lula demonstrou a mesma conexão com o povo que o levou à presidência três vezes. Em Cruzeiro Sul e Arroio do Meio, o presidente exibiu a característica que seu partido, o PT, e os seus aliados têm clamado há tempos: a de um líder próximo da população. Lula interagiu diretamente com os moradores, muitos dos quais perderam suas casas recentemente, mostrando sensibilidade e compromisso em acelerar o processo de reconstrução. A visita pode até ser criticada por alguns como pirotecnia, mas para aqueles que foram afetados, a presença de Lula trouxe esperança e a promessa de ação. Como ele mesmo destacou, “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Ao olhar nos olhos das pessoas atingidas, Lula se comprometeu a não apenas reconstruir casas, mas a fazer acontecer as mudanças necessárias. Independente da interpretação política, a visita de Lula ao Vale do Taquari foi uma demonstração clara de comprometimento, reforçando seu papel como um presidente.

Desafios na cobertura da visita do presidente

ma habilidade que é bom desenvolver é a capacidade de observar as principais características das pessoas que as movem e produzem resultados. Cada um tem suas especialidades marcantes, mas sempre é bom ficar atento às referências que muitos utilizam para crescer na sua atividade profissional. Como converso há duas décadas através do rádio com empreendedores, tenho o hábito de realizar um exercício de observação especialmente daquela parte que o empreendedor mais gosta e utiliza como seu ponto forte de atuação. Um dia destes, participei de um evento em SP com o pessoal da StartSe, que hoje é uma “plataforma de conhecimento da nova economia, uma escola internacional de negócios ”, com sede no Vale do Silício – EUA. Exercendo minha curiosidade, perguntei ao Maurício Benvenutti (sócio da empresa e autor de vários livros, como “Audaz” e “Incansáveis”): “Qual a habilidade que você considera mais relevante a ser desenvolvida?” Ele não hesitou e respondeu: “Disciplina é tudo.”

Desde então, tenho acompanhado na prática essa dica e observo que ela realmente funciona para quem deseja ter constância na sua evolução. Mas como desenvolver a disciplina?

Desenvolver disciplina é uma habilidade essencial para qualquer empreendedor que busca relevância no seu aperfeiçoamento. Fui pesquisar o tema e encontrei alguns passos simples para aqui compartilhar.

Cobrir uma visita presidencial é uma tarefa árdua e complexa, algo que o leitor, o ouvinte e o internauta talvez não compreendam plenamente. Nesta semana, durante a visita do presidente Lula a Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio, os profissionais do Grupo A Hora enfrentaram uma série de desafios para garantir uma cobertura completa e precisa. Primeiramente, houve a necessidade de credenciamento através de uma plataforma do governo, um processo que não foi simples. Os nomes dos jornalistas não foram aprovados de imediato, exigindo que refizéssemos a documentação várias vezes. Apesar da persistência, nem todos os profissionais conseguiram se cadastrar. Aqueles que obtiveram o credenciamento puderam se

aproximar e cobrir os locais visitados pelo presidente Lula. Dentre eles, Rodrigo Martini e Henrique Pedersini, foram os únicos a fazer perguntas diretamente ao presidente durante o “quebra-queijo” – um momento de interação rápida com a imprensa. A eficiência e a dedicação dos profissionais do Grupo A Hora foram exemplares. Enfrentaram a pressão constante da segurança presidencial e da assessoria, que muitas vezes impõe barreiras e stress adicionais ao trabalho jornalístico. Mesmo assim, nossos jornalistas persistiram, capturando sons, imagens, fotografias, vídeos e falas do presidente e dos ministros de maneira extraordinária. Esse esforço gigantesco demonstra o comprometimento e a competência dos profissionais do Grupo A Hora em levar informação de qualidade ao público, superando todas as adversidades encontradas no caminho.

O melhor jeito pode estar bem perto e disciplina é tudo.”

Para início de conversa, observar e aprender com os outros é um exercício valioso que pode ser utilizado de várias formas. Aqui estão algumas sugestões de onde você pode buscar essa capacidade e como melhorá-la tendo como meta ser disciplinado: Mentoria: Participar de reuniões, palestras e estabelecer contatos, onde você pode interagir e aprender diretamente de pessoas experientes nas diversas áreas. Grupos: Integrar grupos de estudo e comunidades online (watts também serve pra isso), onde podemos exercitar oportunidades de observação e troca, aprendendo com as práticas de outros profissionais. Livros, Biografias: Ler biografias e livros, artigos que detalham casos de sucesso e fracasso podem oferecer uma visão aprofundada e real das estratégias e abordagens utilizadas. Cursos: Cursos formais, como na área das Engenharias que frequentemente abordam tópicos de eficiência e otimização de processos, são úteis para entender como melhorar práticas criando um método de disciplina. Treinamentos curtos com profissionais e escolas de gestão que incluem análise de casos reais do mercado. Observação Direta: A cereja do bolo, que está à nossa disposição sem muito esforço é observar as pessoas como agem e os resultados que alcançam no seu ambiente de trabalho, no seu dia a dia. Quem acredita e deseja desenvolver esta ou outra habilidade, modelos e maneiras é o que não faltam e estão disponíveis. Esteja curioso, aberto e faça. O melhor jeito pode estar bem perto e disciplina é tudo.

A HORA | 31 Fim de semana, 8 e 9 junho 2024
é tudo
Disciplina
ARTIGO
ROGÉRIO WINK
A Hora 102.9
Meu Negócio”, da Rádio

Fim de semana, 8 e 9 junho 2024

Fechamento da edição: 19h MÍN: 16º | MÁX: 29º No sábado, o ar quente e seco segue predominando e ocorre mais um dia de sol com poucas nuvens no Vale.

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