
2 minute read
Ciclone deixa rastro de transtornos e prejuízos
from A Hora - 14/07/2023
Rio Taquari alcançou cota de inundação perto das 6h. No acumulado de 24 horas, choveu mais de 100 milímetros na bacia hidrográfica. Rajadas de vento também provocaram danos em residências e propriedades rurais

VALE DO TAQUARI
Aprimeira inundação de 2023 chegou após a passagem de um ciclone extratropical sobre o RS. No início da manhã de ontem, o Rio Taquari no Porto de Estrela já superava os 19 metros, número que coloca a região em cota de inundação. O pico foi por volta das 19h, quando atingiu 22,20 metros. Foi devido ao volume adicional de vindo do norte durante a madrugada que o nível do Taquari começou a atingir as áreas urbanas. Inclusive superou o previsto por institutos de monitoramento. No fim da noite de quarta-feira, a previsão era que o Taquari se aproximasse dos 18 metros. Antes das 4h já estava acima dessa estimativa.
A influência da chuva nas cabeceiras, nos rios Guaporé, Carreiro e Antas, no nível da água na parte baixa começa a aparecer após 16 horas. Com isso, a madrugada foi de monitoramento das Defesas Civis municipais. Como em 2020, ano da maior enchente dos últimos 60 anos, também aconteceu um lapso nas metragens. O apagão de dados começou por volta da 1h, em Encantado, conta o coordenador do município, Roberto Pretto. “Entrei em contato com o pessoal de Muçum, lá também estavam sem atualização. Então fomos para as réguas físicas”, relembra. Esse monitoramento por dispositivos eletrônicos faz parte do sistema do Sistema do Brasil (CPRM). Os dados pelos equipamentos são transferidos por satélite para a Agência de Água dos Estados Unidos, para só depois serem mandados à agência nacional.
“Recebemos sempre os dados com uma hora de atraso. É possível prever o quanto vai aumentar com base nos dados em sequên- cia”, diz. De acordo com ele, com a normalização, chegaram os dados acumulados.
A repercussão do vácuo de dados chegou em Lajeado por volta das 2h. O coordenador regional da Defesa Civil, Rivelino Jacques, afirma desconhecer o episódio. Ainda assim, não descarta lapsos nas informações devido a complexidade das análises.
Mesmo com o problema, avalia como satisfatória a respostas de todas as defesas civis. Para ele, não houve interferência na organização das equipes e na resposta para atender as pessoas em áreas de risco.
Análise estadual
Em coletiva pela manhã de ontem, o governador em exercício, Gabriel Souza, detalhou os transtornos pelo RS. “O ciclone causou chuvas com alto índice pluviométrico, ventos fortes com rajadas de até 100 km/h e granizo.”
De acordo o Estado, uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas. O óbito foi na madrugada de ontem, em Rio Grande, no Litoral Sul. O motivo foi a queda de uma árvore sobre a casa da vítima.
Em menos de um mês, foi o terceiro ciclone extratropical no RS. Na metade de junho, houve o fenômeno mais grave na história gaúcha. Foram 16 mortes e mais de 15 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.