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uma desaceleração

A Hora – O que as famílias e os empreendedores podem esperar da economia nos próximos meses?

André Nunes de Nunes – Há uma desaceleração cíclica na economia. Os juros também subiram, alcançando 13,75%. Ainda assim, o primeiro trimestre foi surpreendente. Houve um crescimento acelerado, em especial pelo resultado do setor primário. Agora, estamos passando por um período de menos atividade, uma tentativa dos setores normalizarem os processos frente a movimentos abruptos.

Então, no segundo semestre teremos essa desaceleração, que pode se estender até metade do próximo ano. No entanto, assim que a taxa de juros começar a cair, haverá um impacto positivo na economia. Talvez no segundo semestre de 2024 haja uma retomada mais forte e homogênea entre os setores.

– Sobre política econômica. Como o arcabouço fiscal e a reforma tributária podem afetar as atividades produtivas e a economia como um todo?

Nunes – O início do ano foi marcado por muita incerteza dos empresários. Havia muita desconfiança. Aos poucos, o mercado tem respondido de outra forma. Sem dúvida, é um governo que vai gastar mais.

Isso tende a pressionar a inflação. No entanto, é importante ressaltar que, ao analisar o arcabouço, os parâmetros trazem alguma tranquilidade. Pelos indicadores, mesmo com aumento dos gastos, a tendência é mantermos um certo controle fiscal. Quanto à reforma tributária, embora ainda esteja em tramitação e não se tenha o texto final, muitos pontos são considerados positivos e sinalizam potencial de crescimento nos próximos anos. Todos esses fatores têm ajudado a modular as expectativas para o futuro econômico.

– Em relação à produção de alimentos. O fim do corredor de exportação na Ucrânia pode interferir de que maneira nos insumos agropecuários?

Nunes – Já interfere, pois tem causado uma alta muito forte nos preços dos grãos. No entanto, é importante destacar que há alguns fatores podem mitigar essa situação, em especial pela estimativa de safras muito boa tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Apesar de ser um risco presente, é importante notar que, olhando para o passado, nem sempre as tendências negativas previstas se concretizam. Há a possibilidade de conseguirmos os insumos necessários para a produção e, com a oferta de grãos sendo mantida, espera-se que os preços das commodities agrícolas possam ser controlados, amenizando os impactos na cadeia produtiva dos alimentos.

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