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Atacarejos conquistam clientes e geram novos negócios na região
Onda de aberturas de empreendimentos pelo estado chama atenção. Setor faturou mais de R$ 200 bilhões no país em 2022. Lajeado, hoje com quatro estabelecimentos do tipo, terá investimento de grupo catarinense em 2024. Imec expande atuação pela região metropolitana
Números
R$ 239 bilhões
Foi o faturamento dos atacarejos em 2022, em todo o país
2,40%
É o valor correspondente dessa receita em relação ao PIB brasileiro
71%
Dos lares tem a presença dos atacarejos no país gens da BR-386. Por fim, em 2020, o Prass investiu em uma unidade no bairro Conventos.
A população crescente de Lajeado, próxima dos 100 mil habitantes, além da pujança econômica e outros indicadores favoráveis pesam na decisão de empresas que buscam um local para investir. Um grupo de Santa Catarina, por exemplo, já anunciou a construção de um atacarejo no bairro Florestal.
Compras vantajosas
Maior variedade de produtos e diferencial no preço. Motivos que fazem os atacarejos caírem cada vez mais no gosto do consumidor. O modelo de negócio, que une atacado e varejo e já fatura mais de R$ 200 bilhões por ano no país, passa por um momento de expansão no Rio Grande do Sul, sobretudo nos principais centros urbanos das regiões.
O crescimento do setor chama atenção. Já representa 38% das vendas no varejo alimentar no RS. Grupos supermercadistas locais puxam a fila dos principais investi-
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FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ATACAREJOS (ABAAS) mentos nos últimos anos. Mas empresas de fora também começam a ingressar com força no estado e inclusive na região.
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Bandeira do Grupo Imec, o Desco super&atacado foi pioneiro em Lajeado, ao abrir as portas em 2010, no bairro Americano. No mesmo ano, o Maxxi Atacado (hoje Atacadão) inaugurou sua unidade na cidade, no São Cristóvão. Em 2017, foi a vez da Rede Polo apostar no modelo, às mar-
Proprietários de estabelecimentos comerciais encontram, nos atacarejos, a oportunidade de adquirir produtos em grande quantidade e por um preço em conta. Caso de Jaqueline Barth, que atua em uma padaria no bairro Alto do Parque e, pelo menos duas vezes por semana, vai a um dos atacarejos da cidade.
As ofertas dos produtos, segundo Jaqueline, fazem com que as compras em grande volume sejam vantajosas. “Sem dúvidas, isso conta muito. Vale a pena. Posso dizer que, num geral, o estabelecimento atende às nossas necessidades”, afirma.
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A situação não muda muito quando se trata de clientes comuns. Maria Dulce Beneduzzi frequenta o estabelecimento toda semana. Para ela, os preços são mais convidativos nos atacarejos e, por isso, atraem mais consumi-
Estabelecimentos caíram no gosto dos clientes e se tornaram opção às empresas mercadistas pelo menor custo operacional
Outro ponto importante para fidelização de clientes nos atacarejos é a localização. Em Lajeado, por exemplo, todos estão localizados dentro ou próximo a importantes núcleos urbanos, além de possuírem fácil acesso. “É o mais perto que temos de nossa casa. E também nós gostamos muito de comparar os preços com outros supermercados”, frisa Tayne Oliveira.
Repaginação
dores. “Aqui eu encontro tudo o que preciso. Nunca vou para casa insatisfeita”, garante.
“Comparado a antes, parece que mudou 100%”. O depoimento é do técnico eletricista Ariel Torres. Acompanhado da esposa e de seus dois filhos, a família é uma entre várias a fazer compras para o fim de semana na unidade do Desco em Encantado. A filial passou por uma repaginação e foi reinaugurada em junho.
“Creio que vá existir uma tendência na área e mais atacarejos vão surgir aqui. Um começa a copiar o outro quando o negócio dá certo, e para nós que somos consumidores é ainda melhor, a concorrência reduz os preços”, acredita Torres.
Com mais de 26 anos de empresa, a gerente Juliane Reginatto revela que nesse primeiro mês, com essa nova roupagem, os resultados são perceptíveis. “Entre as mudanças, percebemos que o
no Sul do país
38%
Expansão
Depois de se estabelecer na região dos Vales e na Serra Gaúcha, o Grupo Imec expande sua atuação pela região metropolitana com a bandeira Desco super&Atacado. Só neste ano, por exemplo, serão inauguradas lojas em Campo Bom e Sapiranga. Outras unidades foram abertas nos últimos anos. Diretor-presidente do grupo, Eneo Karkuchinski acredita que o modelo caiu no gosto dos gaúchos por conta de uma série de fatores. “Os clientes finais preferem os atacarejos, pois devido ao menor custo operacional, podemos oferecer preços menores em relação ao mercado tradicional, juntamente com qualidade, praticidade e simplicidade”, afirma.
Entrevista
R n A ndA Sindel AR • economista