AH - Conexão | 24 de novembro de 2015

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Festival angaria doações Terça-feira, 24 de novembro de 2015

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Página 4 MARCELO GOUVÊA

Com raridade de 110 anos, músico e compositor conquistou quarto troféu na competição tradicionalista

Com bandoneon, lajeadense vence no Enart Décio Haustein foi escolhido como melhor apresentação durante festival tradicionalista Lajeado

A

apresentação de bandoneon do representante do CTG Bento Gonçalves, Décio Haustein, 70, foi eleita a melhor da categoria durante o 30º Encontro de Arte e Tradição (Enart 2015) em Santa Cruz do Sul. O resultado, anunciado nesse domingo, 22, marcou o quarto troféu do lajeadense na competição. Neste ano, participaram 80 grupos de todo estado, em 20 modalidades.

Autodidata, o músico e compositor se dedica ao instrumento faz 15 anos e contabiliza, além de prêmios, a gravação de três álbuns e participações em trabalhos de artistas gaúchos. Para ele, a música tradicionalista sintetiza o respeito pela cultura e essa característica sensibiliza as pessoas. Para fazer música com os 145 sons produzidos pelo instrumento, ele precisou unir perseverança e o gosto pelo tradicionalismo. “Eu só carregava o bandoneon para meu pai. Ele é

um instrumento com recursos quase infinitos, mas é algo que está sumindo.” Na época, a decisão de se tornar músico surgiu como uma opção de renda. Segundo ele, sem conseguir se dedicar aos trabalhos nas lavouras, passou a compor e tocar em bailes pela região. “Foi só pela teimosia mesmo. Quanto toco ou escrevo, tento fazer isso com o coração, com a alma.” A capacidade de se expressar pelo instrumento pode ser notada na rotina do músico. Neste ano, com um bandoneon

com cerca de 110 anos, chegou minutos antes do sorteio do ritmo para avaliação. Em 2014, quando ficou em segundo lugar, esqueceu o instrumento em casa e precisou competir com uma versão menor, emprestada durante a avaliação. “Eu brinquei com o dono que ficaria na frente dele, depois que vi que ele havia ficado em terceiro”, lembra.

Novo projeto Detentor de quatro troféus do Enart, Haustein ressalta a importância do reconhecimento para a

música e para a tradição. Mesmo com a experiência na produção musical, estabelece a gravação de um quarto CD com composições próprias como próximo objetivo. A falta de recursos para custear o projeto é um desafio. Para o músico, a falta de apoio ao tradicionalismo justifica a presença reduzida de representantes da região no Enart. “O problema é que aqui em Lajeado não se tem muitas oportunidades para o artista local. É lamentável a falta de incentivo à música gaúcha.”


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