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Nos corredores das escolas, figuras que marcaram

além dos corredores da escola, e Tia Jeny também foi cúmplice dos namoricos. “Eu mandava separar, mas fechava o olho de vez em quando. Alguns chegaram a casar depois, até me chamaram para o casamento”, conta.

Comportamento

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net

Raica Franz Weiss raica@grupoahora.net.br

Faz pouco menos de 20 anos que Jeny Cemin da Silva se aposentou do Colégio Presidente Castelo Branco de Lajeado. Aos 85 anos, a Tia Jeny, como ficou conhecida pelos alunos, recebe todos com os braços abertos e lembra dos anos que passou à frente do Castelinho.

Foram mais de três décadas dedicadas à instituição. Tia Jeny entrou na escola em 1971, contratada para fazer serviços gerais e cuidar da disciplina dos alunos. “Eu mantinha a ordem nos corredores e monitorava a entrada e saída na portaria. Sempre adorei os alunos, amava o que fazia”, recorda.

Ela também lembra dos puxões de orelha que dava de vez em quando. “Eu olhava bem sério e dizia para ir logo para a sala de aula. Uns espertinhos fugiam pelas janelas, mas eu saía na frente da escola e mandava voltar. A maioria obedecia”.

A relação com os alunos ia

Sempre presente na vida dos estudantes, ela era constante alvo das brincadeiras. “Eles vinham lá da Praça da Matriz cantando ‘Taca pedra na Jeny, na maldita Jeny’. Eu ria e cantava junto”, lembra. “O Castelinho era a minha vida. Foi difícil sair, também não queriam que eu me aposentasse”.

A aposentadoria chegou em 2003, mas ela só deixou a escola dois anos depois. Até hoje, os cumprimentos na rua atestam o carinho e as boas lembranças dos estudantes.

Nos portões

Marcos Leandro dos Santos, 53, é conhecido pelos alunos como Chicão. Ao lado de Arte- mio Rodrigues, 53, os dois porteiros do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), atuam na escola há pelo menos 20 anos e são reconhecidos por quem cruza com eles pelos corredores.

Amigos, além de colegas de profissão, os dois dividem as chaves do colégio desde o início dos anos 2000.

Antes das 7h, eles são os responsáveis por abrir os portões e todas as salas de aula. Artemio recebe os estudantes mais velhos. Chicão, os pequenos.

“Onde eu trabalhava sempre fazia força, então essa era uma oportunidade melhor. E é o que a gente gosta de fazer. O dia a dia, o bom dia, o boa tarde, o bem querer”, conta Chicão.

Além dos alunos atuais, ex-estudantes da escola também visitam a instituição só para cumprimentar os vigilantes. Pelo carisma e também credi- bilidade, Artemio e Chicão são chamados para trabalhar na segurança de festas de aniversário e casamentos de famílias.

“Lembro que um aluno, depois de 11 anos, foi pedir a namorada em casamento e queria que fosse no mesmo lugar que tinha pedido pra ficar com ela na escola. Ele pediu a chave pra mim”, recorda Artemio. O vigilante também foi segurança no casamento do casal. Outra lembrança é quando os dois foram homenageados pelo 3º ano do Ensino Médio em uma formatura. Chicão também foi convidado para se vestir de padre no casamento

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