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escolas, gerações

entrada e saída dos alunos no portão da Educação Infantil. “Vários chegam e logo me abraçam. Outros teimam em não dar ‘bom dia’, mas eu insisto e uma hora funciona”, conta.

Nas duas décadas que trabalha no GA, acompanhou diferentes gerações e, agora, vê antigos alunos trazerem os filhos. “A relação que a gente cria com a comunidade escolar é muito gratificante. Quando não estou aqui, sinto falta”, revela.

O “paizão” de todos

Leonardo Artur Prediger, 42, acompanha diariamente a rotina dos alunos do Colégio Bom Jesus, de Arroio do Meio, há 16 anos. Mesmo formado em educação física, Leonardo encontrou sua vocação como inspetor dos alunos. “Sou uma espécie de ‘paizão’, eles vêm e desabafam, pedem conselhos. Eu escuto, mas também sei exigir disciplina”, conta.

Para ele, o trabalho é gratificante. “Cada criança é única e aprendo muito com elas. Quando se formam, dá quase uma tristeza, porque acompanhamos de perto o crescimento, mas faz parte do ciclo”.

Negreiros, Dalva G Schneider é uma figura reconhecida pela comunidade de Estrela.

Do interior de Bom Retiro do Sul, Dalva G Schneider, 65, costumava pegar dois ônibus para chegar até a Escola Vidal de Negreiros, em Estrela. A cozinha era o palco de seu ofício e, ainda hoje, é conhecida como a merendeira da escola.

Dalva se aposentou no início do ano, mas continua indo ao fogão sempre que recebe a visita dos filhos. Nos anos dedicados ao lanche da escola, ela aprimorou os preparos, e fazia questão de treinar nas horas vagas.

Massa com almôndegas era o prato principal servido aos alunos. Mas ela também era a res-

É o que a gente gosta de fazer. O dia a dia, o bom dia, o boa tarde, o bem querer” ponsável por fazer pães e cucas. Além disso, gostava de participar dos assuntos da escola e era incluída nas votações. “Ninguém dava a cara a tapa, mas eu sim, gostava de participar”, destaca. caipira de uma das turmas no São João. Para os dois, o sentimento é de dever cumprido. Os porteiros ainda contam que quando começaram a trabalhar no colégio, outro vigilante era Rene Rudimar Doertzbacher, conhecido como Fritz. O vigilante, inclusive, morava na escola e atuou pelos corredores por mais de 20 anos.

Cuidado e atenção

Quem também tem uma longa história com os alunos é Dóris Teresinha Schmitt Petry, 58. Nos corredores do Colégio Sinodal Gustavo Adolfo (GA), é a chamada Tia Dóris quem cuida dos estudantes há 24 anos.

Além dos serviços gerais e da limpeza, ela acompanha a

Um momento que Prediger guarda com carinho é quando uma turma de formandos pediu para ele ser o paraninfo. “Foi durante a pandemia, fiquei muito grato e feliz. Foi especial”.

“Olha a tia da cozinha!”

Com 65 anos de idade e uma trajetória de 30 anos como merendeira da escola Vidal de

Quando se formam, dá quase uma tristeza, porque acompanhamos de perto o crescimento, mas faz parte do ciclo”

Leonardo Prediger servidor no Bom Jesus há 16 anos

Ela conta que, por algum tempo, trabalhava durante a noite e voltava a pé ou de bicicleta para casa depois das 22h. Pelo caminho, via as crianças brincando na rua e, vez ou outra escutava: “Olha a tia da cozinha!”.

A eterna Irmã Íris

Faz 36 anos que a Irmã Íris Pereira Borges acompanha os alunos do Colégio Madre Bárbara. O jeito firme e compreensivo, os passos ligeiros e o olhar atento da senhora de 83 anos marcaram gerações. Pelos corredores, os estudantes param a Irmã para dar abraços e trocar cumprimentos. “É uma alegria acompanhar os alunos se desenvolvendo na escola. Alguns chegam com medo, não querem se separar dos pais, mas depois eles se soltam”, conta.

A freira percebe algumas diferenças entre as gerações, mas uma constante é a sensação de que a Irmã Íris continua igual, mesmo depois de todos esses anos. “Não tenho um segredo para isso. Eu gosto do que faço, gosto das crianças. Elas me dão vida”.

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