Região Alta – 15 e 16/06/24

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CORREDOR LOGÍSTICO

Governo do Estado dá primeiro passo para reconstrução da ERS-129

Trecho entre Muçum e Vespasiano Corrêa tem valor estimado em R$ 8,84 milhões

Ogovernador Eduardo Leite, assinou nessa quinta-feira, 13, no Palácio Piratini, a ordem de início para as obras de reconstrução do trecho de 100 metros no quilômetro 88 da ERS-129, em Muçum, que desmoronou em virtude das chuvas no Vale do Taquari. Estimada em R$ 8,84 milhões, a obra de reconstrução do talude tem previsão de conclusão em dois meses e será custeada com recursos próprios, provenientes da praça de pedágio da EGR.

O documento também obteve as assinaturas do secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, do diretor-presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Luís Fernando Vanacôr, do diretor administrativo e financeiro da estatal, André Arnt, e do representante da empresa Matt, responsável pelo serviço, Alex Lemes. O governador destacou a importância da obra para a região. “Estamos empreendendo todos os esforços na reconstrução do Estado. A reconexão das localidades atingidas é uma das grandes prioridades, como esse trecho da ERS-

129 que faz a ligação entre Muçum e Vespasiano Corrêa. Atuaremos com celeridade para garantir o restabelecimento dessa ligação, o fluxo logístico e o escoamento da produção”, disse. Durante o ato de assinatura, Leite ligou para os prefeitos Mateus Trojan e Tiago Michelon, de Muçum e Vespasiano Corrêa, que agradeceram a notícia e falaram sobre o impacto positivo do início das obras. “Agradeço a agilidade, e que a gente possa ter esse proble-

ma resolvido também”, comemorou Trojan.

Considerado um dos principais corredores logísticos e de desenvolvimento do Vale do Taquari, o trecho que liga os municípios de Muçum e Vespasiano Corrêa foi severamente afetado pelas enchentes entre o final de abril e o início de maio. Antes da crise meteorológica, a média de veículos na praça de pedágio de Encantado, que envolve o tráfego na ERS-129 e na ERS-130, era de 218,6 mil

Caminhão chega com capeamento asfáltico para ser colocado em desvio feito no quilômetro 88 da ERS-129

mensais, cerca de 7,2 mil diários.

O secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, afirmou que o início das obras representa um marco significativo para a melhoria da infraestrutura viária do Vale do Taquari e é um passo importante para a reconstrução do Rio Grande do Sul. “A recuperação da ERS-129 contribuirá diretamente para interligar novamente as comunidades e para impulsionar o desenvolvimento da região, reafirmando o compromisso do Estado com a segurança e o desenvolvimento”, destacou.

O diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr, disse que a obra restabelecerá a conexão da região do Vale do Taquari com os demais municípios do Estado. “Essa construção simboliza uma retomada importante de conexão para as comunidades devido à importância estratégica da ERS129. Ela é um dos principais corredores logísticos para o escoamento da produção e o transporte de cargas na região do Vale do Taquari”, ressaltou.

Participaram da assinatura o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossela, e o deputado estadual Edivilson Brum.

Plano Rio Grande

No início da semana, a EGR homologou a empresa vencedora da disputa pública realizada em 6 de junho no site de pregões do Banrisul. Três empresas participaram da disputa pelo menor valor global.

A ação integra o Plano Rio Grande, programa de reconstrução, adaptação e resiliência climática do Estado que visa planejar, coordenar e executar ações para enfrentar as consequências sociais, econômicas e ambientais da enchente histórica.

Desvio emergencial

A EGR concluiu, em menos de 15 dias, a construção de um desvio emergencial ao lado do quilômetro 88 da ERS-129, em Muçum. Visando à segurança dos usuários, o desvio provisório está disponível apenas para automóveis, vans, ambulâncias e caminhões com peso máximo de seis toneladas, das 7h às 19h. A EGR alerta que o trecho funciona no sistema pare e siga, devido às dimensões reduzidas da via alternativa.

Além disso, a EGR pavimentou três quilômetros e promoveu melhorias na estrada vicinal da Linha São Luís, que também é utilizada como desvio alternativo, visando aprimorar a trafegabilidade de veículos acima de seis toneladas e dos demais veículos entre 19h e 7h.

“A recuperação da ERS-129 contribuirá diretamente para interligar novamente as comunidades e para impulsionar o desenvolvimento da região (...)”

Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
JUVIR COSTELLA SECRETÁRIO DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES DO RS
Estado assina ordem de início para as obras de reconstrução do trecho da ERS-129 entre Muçum e Vespasiano Corrêa BRAYAN BICCA DIVULGAÇÃO

A intrigante frase do vereador Cris Costa

Overeador Cris Costa (PSDB) deixou escapar uma frase emblemática na sessão desta semana da Câmara de Encantado (foto). “Estou pensando muito se vou à reeleição nessa casa”. E emendou que já chegou a refletir sobre a possibilidade de voltar para a iniciativa privada - ele é radialista, DJ e promotor de eventos - e ter mais tempo para sua família. A fala do tucano veio a público no contexto em que lamentava a postura da oposição ao criticar as ações do governo de Jonas Calvi para enfrentar mais uma catástrofe climática. O vereador considerou que alguns colegas se aproveitavam da situação trágica vivida por centenas de famílias para fazer “palanque político”.

Vale lembrar que Cris Costa se aproximou da política encantadense na campanha de 2016, quando foi contratado para ser a voz dos programas de rádio da coligação Baixinho Orsolin e Jonas Calvi (MDB/PTB), que perdeu para a chapa Adroaldo Conzatti e Enoir Cardoso (PSDB/PP). No ano seguinte, embora tenha trabalhado para o adversário, foi surpreendido com o convite do prefeito Conzatti para ser o assessor de imprensa da prefeitura. Em 2020, candidatou-se a vereador e conquistou uma das vagas da bancada tucana com 476 votos. Em janeiro deste ano, foi chamado pelo prefeito Jonas

diogofedrizzi@grupoahora.net.br

para assumir a secretaria de Turismo e Desenvolvimento e, em seguida, a função de Gestor de Desenvolvimento até retornar ao Legislativo recentemente. Ou seja, tem recebido oportunidades e ocupado importantes espaços que lhe dão visibilidade e, ao mesmo tempo, suporte ao trabalho do governo. Não sei se foi da boca para fora, ou se realmente Cris Costa tem pesado a vontade da filha Manuella de tê-lo mais próximo, como o próprio vereador contou na tribuna. Mas imagino que aquela frase ligou o alerta no grupo político de Jonas Calvi.

Surpresa no PP de Encantado?

Após um período de silêncio justificável, em função da histórica enchente, os partidos de Encantado voltam a se movimentar atentos às eleições de outubro. O PP mantém a convicção de chapa pura, com Paulo Costi como pré-candidato a prefeito e Enoir Cardoso como provável vice. Provável porque há alguns que defendem o nome de Marino Deves, embora o atual líder de oposição no Legislativo já tenha externado a vontade de disputar a majoritária somente se for como cabeça de chapa. E como Paulo é o escolhido, Marino

buscará a reeleição. E há outros que ainda acreditam em surpresa com relação ao parceiro de Paulo, que só a convenção decisiva do partido confirmará ou não. O que seria essa surpresa?

Tem chamado a atenção a aproximação do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL) com os progressistas locais. Claro, muito em função do trabalho de Daiane Bergamaschi, que trocou o PSDB pelo PP na última janela partidária e há anos apoia Sanderson. Nos bastidores, há quem enxergue esse cenário como uma possibilidade natural de o PL se coligar com o

Com a assinatura da ordem de início das obras de reconstrução da ERS 129, na serra da 28, entre Muçum e Vespasiano Corrêa, cria-se a expectativa para que as projeções do presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Luiz Fernando Vanacor, se confirmem e a via esteja liberada até a primeira semana de agosto. Enquanto isso, as tão aguardadas placas de orientação que proíbem o tráfego de caminhões acima de seis toneladas no desvio construído próximo ao local do desmoronamento foram instaladas na sexta-feira, 14.

- Autor do projeto que cria a Medalha Cristo Protetor, o vereador Valdecir Gonzatti (PSDB) vai indicar o primeiro homenageado. Ele ainda não revela o nome, apenas se limita a dizer que essa pessoa auxiliou muitas famílias de Encantado e região nas últimas enchentes.

- Nessa mesma linha, Cris Costa (PSDB) vai propor homenagens ao empresário Luciano Hang, o “véio da Havan”, e ao humorista Badin. O tucano também defende a ideia de transferir as sessões para as terças-feiras e deixar as segundas para as reuniões de comissões e audiências públicas.

- A aproximação da vereadora Aline Ganasini (PSDB) (foto) com lideranças do alto escalação do governo Lula nas recentes visitas à região tem gerado desconforto não só entre os tucanos, mas, principalmente, entre os petistas de Encantado. Tanto que, nesta semana, Aline usou a tribuna para se explicar: “Todo mundo sabe que a Aline não votou no Lula. Todo mundo sabe que fui uma das primeiras a abrir o voto e adesivar o carro com o Bolsonaro, mas não posso car cega, ngir demência ou me calar, e não dar os parabéns. Independente de gostar ou não, o presidente tem vindo ao Vale, tem sentido a nossa tristeza. Mesmo tendo saído derrotado nas urnas no Sul, ele xou dois da sua equipe no nosso Estado, o ministro Pimenta e o secretário Maneco”, reconheceu.

PP. Mas há também quem joga todas as fichas que o nome da ex-rainha de Encantado possa ser a tal de “surpresa” na chapa com Paulo Costi.

Pelos lados do PSDB, a dúvida permanece sobre o nome do vice de Jonas Calvi. A ida do vereador Valdecir Gonzatti para a sigla tucana abre caminhos para uma dobradinha, embora o nome do ex-prefeito Baixinho Orsolin continua forte para ocupar a posição numa eventual aliança com o MDB. Enquanto isso, Luciano Moresco se mantém firme para concorrer pelo PT.

- Por falar em Aline, a vereadora tucana soltou o verbo contra os vereadores de oposição, como há tempo não se via nas sessões da Câmara encantadense. A reação foi imediata dos progressistas. Marino Deves retrucou que não vai ser pautado por principiante, Valdecir Cardoso garantiu que não é oportunista e Sander Bertozzi disse que o chapéu não serviu para ele. Eita!

Alguém já está com saudade do estacionamento rotativo pago em Encantado?

Há duas semanas, a empresa responsável pelo serviço pediu ao governo municipal a suspensão do contrato.

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Eu pergunto!
ERS 129, obras e placas
FOTOS DIVULGAÇÃO

SOLIDARIEDADE

Encantado recebe cestas básicas da Defesa Civil Nacional

Materiais chegaram através de recursos conquistados em parceria entre o município e o governo federal

ENCANTADO

Encantado recebeu, nesta semana, cestas básicas com recursos conquistados junto à Defesa Civil Nacional. As famílias poderão fazer a retirada destes materiais hoje, entre 8h e 12h, no antigo prédio da Celimar Autocenter, próximo ao Curtume Aimoré.

Donativos que serão entregues a todos que foram atingidos pela cheia do mês de maio

Segundo a secretária de Habitação e Assistência Social, Jaqueline Taborda, estes donativos serão entregues a todos que foram atingidos pela cheia do mês de maio.

“Os beneficiados são pessoas que estão em aluguel social, para os desalojados que estão em casa de familiares e amigos, para as pessoas que retornaram às suas casas e também as pessoas que ainda se encontram nos abrigos,” salienta a secretária.

Jaqueline também destaca que as famílias que receberam na semana passada as cestas da CONAB, não receberão esses kits que estão chegando da Defesa Civil Nacional.

A nossa nova realidade

Dar voz e oportunidade de escuta a crianças e adolescentes, alunos das escolas de Encantado. Esse é o propósito de “O Segredo da Infância”, novo quadro que integra a programação da Rádio A Hora 102,9 FM.

A produção é gerada pelo estúdio de Encantado e será apresentada duas vezes por mês, às quintas-feiras, das 16h05min às 16h30min, no programa Conexão Regional. A mediação é de Ana Fausta Borghetti, facilitadora de processos de inovação social, com apoio do Espaço Flores.Ser.

Para Ana Fausta, as crianças e os adolescentes trazem diferentes ideias e oportunidades de mudança, com propostas, muitas vezes, que não são percebidas pelos adultos. “Essa é a ideia principal: dar espaço para que nos tragam o que eles pensam sobre esse mundo, a vivência deles. Que segredos são esses que a gente, enquanto adulto, não para para escutar?, questiona Ana Fausta. “Muitas vezes não damos espaço para transformar a partir do querer deles também. Escutar como eles estão se sentindo com tudo isso, não só com a questão da enchente, mas também com esse momento da infância e da adolescência”.

Na estreia da atração, o bate-papo reuniu os alunos Pedro Henrique Mundeleski, 8, (3º ano do Ensino Fundamental) e João

Vitor Klunck Silva, 14, (9º ano) e a professora Daiane Carlesso, da Escola Batista Castoldi, do Bairro Palmas. Os relatos relembraram os dias mais tensos da catástrofe climática de maio e o que cada um tem feito para superar esse difícil momento. Pedro contou que estava na escola quando começou a chover e a faltar luz e que, no dia seguinte, não conseguiu tomar banho. Ele aproveitou o tempo em que ficou em casa para ler livros que havia ganhado de presente. “Li bastante. Mas ler o mesmo livro enjoa”, disse. “No primeiro dia que consegui voltar para a escola e vi meus colegas, fiquei bem feliz. Quando todo mundo me viu, largou o que estava fazendo para ir correndo me receber”. João trouxe detalhes do drama que viveu ao ver as casas dos pais e dos avós serem atingidas pelos deslizamentos. “Foi uma briga convencer nossos avós a saírem de casa. A gente fugiu, entramos na mata e nos perdemos de nossos parentes. Depois conseguimos reencontrá-los na Granja

do Botassoli e ficamos na casa de outro parente. Estávamos em 25 pessoas”, relatou. O menino emocionou-se ao lembrar o momento de maior desespero. “Eu me ajoelhei e comecei a falar, ‘meu Deus, perdão pelos meus erros, me dá outra chance’. Ele me ouviu e a gente conseguiu se salvar”. Os alunos revelaram evitam falar sobre as enchentes entre os colegas, pois causa tristeza. “Preferimos falar em soluções. É melhor colocar um curativo do que ficar tocando na ferida”, diz João. “Na nossa sala tem mais colegas rindo do que falando desse assunto’, acrescenta Pedro. A professora Daiane Carlesso entende que as futuras gerações terão um papel fundamental ao lidar com as questões ambientais. “Essa nossa realidade de enchentes e secas é consequência do aquecimento global. As crianças de hoje é que terão que consertar esse mundo. Nossa geração procurou muito o ter, o poder, e acabamos degradando o meio ambiente”, reforça.

Patrocínio: Realização:

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Ana Fausta, Pedro, João e professora Daiane participaram da estreia do programa DIVULGAÇÃO

Projetos visam reestruturar áreas centrais para salvar cidades

Muçum e Roca Sales planejam deslocar parte da área urbana para locais livres de enchentes

Amaior catástrofe climática do Estado exige um repensar. Em especial nos municípios mais devastados. Em cima disso, prefeitos, vereadores, empresários e moradores se encontram em meio a um dilema: o que deve ser feito para que todos possam voltar a se sentir seguros? Essa pergunta norteia as ações após a inundação. Com isso em mente, duas ideias se destacam na região alta do Vale. Ambas por uma característica semelhante: deslocar a área central para um local onde não haja perigo de novos episódios extremos.

Roca Sales e Muçum estão nos estágios iniciais para reestruturar as áreas urbanas.

O Recupera Muçum foi lançado dia 31 de maio e apresentou as primeiras etapas dessa campanha criada por uma associação sem fins lucrativos ou vínculos políticos. Esse movimento da iniciativa privada na cidade vizinha repercutiu sobre Roca Sales. O prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, debate com a comunidade uma mudança geográfica para garantir a continuidade do município.

Aqui temos um bom ponto, as pessoas passam pela loja.

Se as empresas forem nessa mudança, o sucesso também depende de onde elas vão se localizar nesse outro local.”

Transparência

Toda a doação será feita para a conta Pix da Associação Recupera Muçum

Os valores captados e aplicados serão periodicamente examinados pelo corpo técnico da Univates (Universidade do Vale do Taquari)

Todo o valor arrecadado será divulgado nas redes sociais do projeto

Chave pix: recuperamucum@gmail.com

Esse é um projeto de iniciativa privada com o apoio do poder público

Uma rifa organizada pela influenciadora goiana Mayra Bittar, vai leiloar seu vestido de noiva e destinar R$ 500 mil a Muçum. O sorteio vai ocorrer após as rifas alcançarem R$ 1 milhão (os R$ 500 mil restantes irão para o SOS Habitar - Vale do Taquari)

Recupera Muçum

O projeto na Princesa das Pontes já tem seus passos iniciais definidos em busca de alcançar os R$ 6 milhões necessários para comprar áreas de terra não alagáveis. Segundo o presidente da associação, Márcio Delazeri, após as enchentes de maio, dados demonstravam que 60% dos moradores pensavam em deixar a cidade. Segundo as pesquisas apresentadas no lançamento da campanha, o território total de Muçum é composto por 95% de áreas não alagáveis. Atualmente, o escritório de arquitetura de Paloma Pezzi e a equipe da Sustentarchi Arquitetura (Passo Fundo), iniciaram os estudos para a criação de um espaço seguro para reconstruir a cidade. Em paralelo, a empresa Urbia Urban Tech realizará o estudo de viabilidade das áreas possíveis. Também é uma preocupação da entidade ter um projeto para a reutilização das áreas alagáveis.

Ao lado da estação ferroviária

O local considerado ideal pelo prefeito Amilton Fontana é uma área de 78 hectares próximo da estação ferroviária de Roca Sales. Ainda no estágio inicial, reconhece que há muitas variáveis antes de decidir qual será o trabalho e mesmo por onde começar. Fontana teme novas catástrofes. Para ele, é questão de tempo até uma nova inundação, o que aumentaria a destruição da área central. “Trabalhamos com uma ideia de realocação. Hoje tem duas aberturas contra

o Rio Taquari que não têm mais proteção nenhuma. Estamos analisando a viabilidade dos locais em conjunto com engenheiros e arquitetos do município”, destaca.

Essa construção passa por análises da equipe de Engenharia do município, coordenada por Jonas Haefliger. Ele salienta que todo o processo ainda está em avaliação de um grupo de técnicos contratados. “Estamos estudando as projeções de ampliação do perímetro urbano, assim como as diretrizes do estudo do plano diretor. A análise de toda questão do sistema viário, possíveis áreas de expansão, reorganização das partes urbanas já consolidadas, além do levantamento das necessidades, estão em andamento para iniciar os traçados preliminares e, após isso, apresentar uma proposta de onde e como fazer”, esclarece Haefliger.

“Não será uma decisão só do prefeito, mas em conjunto com as pessoas de Roca Sales, líderes locais e grandes empresários daqui e da Serra Gaúcha”, complementa o prefeito. Nos próximos dias, uma reunião com as partes citadas será realizada para iniciar a elaboração desse projeto de realocação.

União de esforços

Por meio de conversas e reuniões com os envolvidos, Fontana revela que em breve uma associação será criada para contemplar os direcionamentos

necessários para a criação do projeto. “Uma entidade sem política, com foco em ideias e o envolvimento de grandes empresários de fora, como da Tramontina e Randon. Vamos buscar recursos pensando em um futuro com infraestrutura para ligar o município com a Serra Gaúcha, estamos perto de Coronel Pilar e Garibaldi então seriam poucos quilômetros que precisaria estruturar”, antecipa.

A área central que será deslocada compreende 50 hectares. Com o local sugerido pelo prefeito seria possível otimizar o espaço e possibilitar até um crescimento da cidade.

“Esperamos que os governos estadual e federal auxiliem, mesmo que seja com recursos para fazer algumas ruas, afinal é um projeto grande com anos pela

frente. Ali perto da estação tem uma terraplanagem plana, com um espaço de até 150 hectares de terra caso o município cresça”, enfatiza Fontana. Para comprar aquelas terras, a administração municipal analisa a possibilidade de fazer um financiamento para confirmar a compra do local.

Visão dos empreendedores

Para empresas situadas no raio de 50 hectares da área sugerida, a discussão sobre a mudança traz mais dúvidas do que conforto. Para a diretora do Colégio

Scalabriniano São José, Rosane Volken, essa ideia precisará ser muito bem organizada e respaldada por estudos e avaliações técnicas. “É preciso pensar nos acessos ao local, capacidade de infraestrutura e diversas variáveis. Temos na nossa escola um prédio centenário, para termos uma estrutura semelhante nesse novo espaço, qual é o recurso? É uma decisão que precisa ser tomada, algo precisa ser feito, mas com embasamento, muito estudo e análise técnica”, comenta.

Para a educadora, trabalhar com ações diretas na bacia do Rio Taquari seriam mais urgentes. “Entendo que é preciso olhar para esse rio, já deveriam ter realizado atitudes pertinentes depois das cheias de 2023”, complementa Rosane.

Como a maioria dos empreendedores não foi consultada sobre a ideia de realocação, muitos ainda desconfiam que essa ação resolveria o problema. “Aqui temos um bom ponto, as pessoas passam pela loja. Se as empresas forem nessa mudança, o sucesso também depende de onde elas vão se localizar nesse outro local. É preciso que a maioria faça essa realocação, se um mercado ou banco decide ficar aqui já não terá o mesmo número de pessoas circulando”, opina a proprietária da loja de calçados Pé Brasil, Ivânia Maria Kappler. O diretor do Colégio Evangélico Alberto Torres, unidade Região Alta, Germano Hickmann, salienta que é

importante essa busca por alternativas, tendo clareza de como tais decisões seriam implementadas. “Mas vejo o centro da cidade como algo relevante para a organização da área urbana e das pessoas. Precisamos saber como tudo isso vai funcionar antes de poder avaliar essa possibilidade”, reforça. O centro escolar está em Roca Sales há 14 anos e foi atingido pela água pela primeira vez em setembro de 2023.

É um projeto de R$ 100 milhões, mas se pensarmos no prejuízo que apenas a Fontana, Carrer e a Dália tiveram nessas quatro enchentes, percebemos que essa perspectiva muda. “

prefeito, mas em conjunto com as pessoas de Roca Sales, lideranças locais e grandes empresários

Encantado avalia construir sistemas de contenção

O município não tem projetos de realocação, mas iniciou um estudo para verificar a possibilidade de implementar um muro de contenção nas margens do rio Taquari. “Estamos em um momento de pensar em ações que possam mitigar os efeitos das enchentes. Analisamos a criação de uma avenida paralela que passe na Rota do Desenvolvimento. Uma rua que em alguns pontos terá sete metros de altura para garantir o escoamento. É um muro que em cima dele terá estrada, a exemplo da entrada de Porto Alegre hoje”, disse o prefeito Jonas Calvi. “Estamos falando de uma obra de cinco quilômetros. Ela sai do Fontana, vai até o ponto que passa atrás da Dália e segue até o Porto Quinze. É um projeto de R$ 100 milhões, mas se pensarmos no prejuízo que apenas a Fontana, Carrer e a Dália tiveram nessas quatro enchentes percebemos que essa perspectiva muda. Precisamos ter uma nova mentalidade para enfrentar situações sem precedentes”, afirma Calvi.

4 A HORA Região Alta Fim de semana, 15 e 16 junho 2024 A HORA Região Alta | 5 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
REGIÃO ALTA
Matheus Giovanella Laste matheuslaste@grupoahora.net.br
PREFEITO DE ENCANTADO
AMILTON FONTANA
MARIA KAPPLER PROPRIETÁRIA DA LOJA DE CALÇADOS PÉ BRASIL
IVÂNIA
Área sugerida pelo prefeito Amilton Fontana tem 78 hectares
MARCOS RUSCHEL
Encantado avalia construção de rua e muro de contenção às margens do Rio Taquari, desde a empresa Fontana até o bairro Porto Quinze MARCOS RUSCHEL Diretora do Colégio Scalabriniano São José, Rosane Volken Proprietária da loja de calçados Pé Brasil, Ivânia Maria Kappler, e a colaboradora Luciane Ellwanger Diretor do Colégio Evangélico Alberto Torres, unidade Região Alta, Germano Hickmann MATHEUS LASTE MATHEUS LASTE MATHEUS LASTE

Megaoperação réune 400

servidores e prende 26 pessoas

Objetivo foi combater a lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas de uma organização criminosa gaúcha

GUAPORÉ

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou a Operação Contas Abertas que contabiliza 26 prisões, 25 veículos e cinco imóveis apreendidos judicialmente, além do bloqueio de 274 contas bancárias. Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca, em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal, além de outros em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A ação ocorreu na sexta-feira, 14, e teve o objetivo de combater a lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas de uma organização criminosa gaúcha que tem ramificações em várias cidades e também em outros Estados, bem como atacar as finanças dos investigados. Também ocorreu uma revista geral na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves e

cumprimento de mandado judicial na Penitenciária Federal de Campo Grande, onde se encontra o líder do esquema criminoso. Os demais envolvidos, traficantes, responsáveis pela contabilidade, lavagem de capitais, entre outros delitos, foram presos.

A maioria das ações – ao todo, eram 50 alvos – foi em Bento Gonçalves, onde era a base da organização criminosa. O responsável pela investigação, promotor de Justiça Manoel Antunes, ressaltou que a facção controlava um esquema de tráfico, inclusive dentro de casas prisionais, realizando até “rifas” entre apenados, além de negociar em várias cidades armamento como granadas e fuzis. Durante o cumprimento de ordens judiciais e a revista na penitenciária, foram apreendidos celulares, drogas, estoques, armas, munição, além de dinheiro e carregadores de celular, bem como anotações relativas ao tráfico de drogas e demais documentos.

Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal.

MELHORIA EM SERVIÇO

Arvorezinha apresenta projeto dos sistemas de abastecimento de água

Foco

do encontro foi a importância de fornecer água tratada e encanada para cada residência

ARVOREZINHA

Em Arvorezinha ocorreu a apresentação do projeto dos sistemas de abastecimento de água que serão implantados nas localidades de Torres Gonçalves, Arroio Bugre, Posse Aruz e Linha Quinta

Programa de construção de moradias permanentes avança em Santa Tereza

Autoridades estiveram acompanhando o processo de limpeza e terraplanagem do local

O secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Carlos Gomes, esteve esta semana no município de Santa Tereza para uma vistoria nas

obras das primeiras moradias que serão construídas pelo programa estadual “A Casa é Sua - Calamidades”. No Loteamento Stringhini 2, o secretário, o chefe de gabinete, César Moreira, o diretor de Habitação, Jonatas Lopes, acompanhados da prefeita do município, Gisele Caumo, vistoriaram o processo de limpeza e terraplenagem que estão sendo realizados para receber 24 unidades habitacionais.

As moradias serão destinadas a moradores que tiveram seus imóveis destruídos pelas enchentes.

O programa A Casa É Sua – Calamidades foi criado para promover a política habitacional de emergência por meio da construção de unidades habitacionais permanentes nos municípios com decreto de calamidade homologado

Além de Santa Tereza, outros municípios serão beneficiados nesta primeira etapa, dentre eles estão Cruzeiro do Sul (40 unidades), Encantado (45), Estrela (40), Lajeado (30), Muçum (56), Roca Sales (35), Santa Tereza (24) e Venâncio Aires (72).

Alta. Na reunião estiveram presentes o prefeito, Jaime Borsatto, o vice-prefeito, Roberto Fachinetto, o Secretário de Agricultura, Márcio Dall’Aqua, o vereador, Guto Cichelero, representando o setor de engenharia e responsável técnico pelo projeto, Luis Eduardo Gehlen, e representando o setor de licitações, Verônica Boccardi. Também participaram representantes e moradores das comunidades beneficiárias dos projetos.

A reunião destacou a importância de fornecer água tratada e encanada para cada residência. Esta é uma demanda antiga dos moradores dessas comunidades, que

enfrentam dificuldades com a falta de água, especialmente durante períodos de estiagem.

Em relação à parte técnica do projeto, inclui um sistema completo de captação, com bombas submersas instaladas em poços artesianos já existentes, reservatórios, rede de distribuição com tubulação em PEAD (polietileno de alta densidade), ramais de ligação domiciliar também em PEAD e cavaletes domiciliares com medidor instalado.

A empresa vencedora da licitação apresentou um orçamento com mais de R$ 1 milhão para a execução total dos sistemas.

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SANTA TEREZA Secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Carlos Gomes, em terreno que receberá as 24 unidades habitacionais Divulgação Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca, em Bento Gonçalves, Divulgação
Divulgação
Também ouve a participação de representantes e moradores das comunidades beneficiárias dos projetos

CONSTRUÇÃO DE MORADIAS

Caixa nega entraves burocráticos em projetos habitacionais

Três empreendimentos foram selecionados pelo Ministério das Cidades para garantir moradias aos atingidos pelas cheias

ENCANTADO

Ogoverno de Encantado avança nas ações para construir moradias. Vinte projetos já foram aprovados e outros dois estão em análise. As iniciativas compõem o plano de reconstrução da cidade após as cheias que tiveram início em setembro de 2023.

Nesse processo, três empreendimentos foram selecionados pelo Ministério das Cidades. A empresa vencedora foi apresentada à Caixa em março de 2024 e, de acordo

com o banco, os documentos foram enviados para avaliação somente em maio. Segundo o prefeito Jonas Calvi há entraves burocráticos, em especial ao que se refere ao laudo hidrológico.

Durante a semana, Calvi chegou a mencionar que a Caixa exigiria um histórico dos últimos 200 anos. A instituição reforça que não há essa exigência. O laudo mencionado leva em consideração uma previsão estatística baseada em probabilidades, para se traçar uma projeção de os eventos climáticos acontecerem futuramente, e não diz respeito a um histórico dos eventos que aconteceram nos últimos 200 anos. O banco ressalta que em substituição ao laudo, uma declaração do município sobre a cota de assente de cada empreendimento é o suficiente para assegurar a construção em localização segura, longe da área de risco. Ainda segundo a instituição financeira, responsável pela

liberação dos recursos pelo Minha Casa, Minha Vida, cada etapa tem critérios a serem seguidos, contudo não há burocracia que gere entraves para a construção das casas.

Nota da Caixa

A Caixa informa que o município de Encantado (RS) teve três empreendimentos selecionados pelo ministério das Cidades, conforme portaria MCID Nº 247, de 15 de março de 2024. A empresa vencedora do chamamento público para

a execução dos projetos foi apresentada ao banco em março de 2024, sendo que os primeiros documentos referentes aos empreendimentos foram enviados à CAIXA em maio de 2024.

Esclarecemos que cabe à Caixa realizar a análise da viabilidade técnica e financeira dos projetos, além de assegurar que eles estejam em conformidade com as diretrizes do programa Minha Casa Minha Vida. Com relação à documentação mencionada, a Caixa esclarece ainda que, como opção ao referido laudo,

Ao todo, Encantado tem 20 projetos de habitação aprovados

os municípios podem encaminhar ao banco declaração sobre a cota de assente do empreendimento, que tem como objetivo assegurar a construção em localização segura, fora do alcance de inundações. A Caixa ressalta que está comprometida com o avanço desses projetos e seguirá acompanhando todas as etapas para garantir o melhor resultado até a conclusão dos empreendimentos.

A HORA Região Alta | 7 Fim de semana, 15 e 16 junho 2024
divulgação
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