o t a f e t r a
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Ler pode ser um barato
Foto: Karinne Rodrigues
De sebos a lojas on-line, existem alternativas para quem quer comprar livros por preços menores. Se engana quem pensa que as opções de menor custo servem só para livros usados e em mau estado. p.12 e 13
O blefe agora é esporte
O pôquer, antes visto nas telas de cinemas e torneios com altas apostas, caiu no gosto popular e foi reconhecido pelo Ministério do Esporte como modalidade este ano. Enquanto muitas práticas esportivas trabalham com os músculos, o jogo é considerado esporte da mente. p. 20
O inimigo mora ao lado
Personagens como a Carminha, de Avenida Brasil, não são exclusividade da ficção. Pessoas com características semelhantes às dos vilões das novelas existem na vida real e são mais comuns do que se pensa. Os psicopatas e sociopatas estão à solta. p. 16 e 17
Um olhar limpo Foto: Marla Marçal
Ao pegar os óculos 3D na entrada das salas de cinema, o consumidor não faz ideia de como é feita a higienização do material, em máquinas como a da foto. Óculos devidamente limpos evitam doenças contagiosas. p. 21
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OP
I N I ÃO
artefato
EXPEDIENTE Jornal-Laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília Ano 13 nº 5, agosto/setembro de 2012 Reitor: Dr. Cicero Ivan Gontijo Diretora do Curso de Comunicação Social: Prof.ª Angélica Córdova Miletto Editores-chefe: Everton Lagares e Suélen Emerick Editores de arte: Bruno Bandeira e Giullia Chaves Editores web: Natália Alves e Silvia Guerreiro Editores de fotografia: Fernanda Xavier e Guilherme Assis Subeditores de fotografia: Carolline Paixão, Flávia Fonseca, Marla Marçal e Lucimar Bento Editores de Texto: Arthur Scotti, Bárbara Nascimento, Bianca Lima, Gabriela Costa, Gabriella Ávila, Marília Lafetá Diagramadores: Carolina Meneses e Sheylla Alves Checadores: Kleyton Almeida Repórteres: Alana Araújo, Alessandro Alves, Alexandre Magno, Aline Baeza, Aline Marcozzi, Francisco Daniarle, George Santos Magalhães, Jéssica Paulino, Jussara Rodrigues, Lorena Vale, Paula Morais, Rafael Alves, Rosália Almeida, Samanta de Lima, Silvânia Sousa, Thiago Baracho, Vinicius Rocha Fotógrafos: Alex Santos, Amanda Vilas Boas, Anna Cristina de Araújo Rodrigues, Flávia Fonseca, Flávia Simone, Heloise Meneses, Karinne Rodrigues, Luiz Fernando, Marla Marçal, Murilo Lins Ramos e Sousa, Narla Bianca, Nikelly Moura, Rayane Larissa, Renato Gomes, Simone Sampaio, Thalyne Carneiro, Walkiria Reis Professoras Resposáveis: Karina Gomes Barbosa e Fernanda Vasques Orientação Gráfica: Prof. Moacir Macedo Orientação de Fotografia: Prof. Bernadete Brasiliense Tiragem: 2 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA EPCT QS 07 LOTE 1 Águas Claras - DF CEP: 71966-700 Tel: 3356-9237 - artefato@ucb.br
EDITORIAL
SOBRE O QUE VOCÊ QUER LER? Everton Lagares e Suélen Emerick
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uvimos falar sobre hábitos que devemos adquirir para uma vida saudável. Em meio às recomendações sobre prática de exercícios físicos e alimentação, muitas vezes deixamos de citar os cuidados com a mente. Pois o hábito de ler é um exercício tão necessário quanto os cuidados com o organismo fisiológico. Nesta edição, a primeira do semestre, mostramos que a leitura pode ser acessível ao bolso e deve, sim, ser um costume de todos. No Distrito Federal há alternativas para comprar títulos por preços menores ou, até mesmo, para ler gratuitamente no tempo livre, em algumas paradas de ônibus, por exemplo. Que tal praticar a leitura agora mesmo, lendo o Artefato?
DIRCEU AGORA É ACUSADO DE BULLYING VIRTUAL
Nós somos um jornal que trabalha em busca do contato com as comunidades vizinhas à universidade. Cada edição do Artefato propõe assuntos diversos, em editorias fixas ou não, e espera estabelecer um diálogo com os leitores. Respeitamos as divisões de classe social, gênero e instrução, o que aumenta ainda mais a responsabilidade da equipe que produz o jornal. Trabalhado de forma colegiada, pensamos em nossos leitores. Seja nas reportagens, fotografias ou nos gráficos, tudo é construído de maneira tal que a comunicação entre repórteres, fotógrafos e leitores seja estabelecida. O desejo do Artefato, durante os próximos meses, é que todos sejam representados aqui, nestas páginas. Boa leitura.
COLUNA DO HERALDO Fotomontagem
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osé Antônio Dias Toffoli, o mais novo – em idade – ministro do Supremo Ttribunal Federal, após abdicar de seu voto óbvio no julgamento do Mensalão, notou que seu iPhone apitava. Recebera um sms de Zé Dirceu e, homem pudico que é, ficou estupefato com o linguajar do companheiro e ex-chefe. Em resposta, disparou dedilhares em prol de sua defesa venial. Após o ocorrido, divulgou nota em seu twitter pessoal, fazendo menção indireta ao ex-ministro. Educadamente, ci- Eu e Dirça éramos unha e carne. tou súmulas de sua jurisprudência Como Ruy Barbosa e a Vade Mecum”, compara. “Mamãe, desde moral e versos de Renato Russo: cedo, me ensinou a manter a notável vênia, que é, por direito, dos Depois de vinte anos na escola réus, desde meu primeiro julgaNão é difícil aprender mento profissional. Tinha 12 anos Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que deve ser? na época”, relembra, saudoso, o supremo ministro do Supremo. Em entrevista à revista Mundo Flagrado na saída de um rodízio Estranho, Toffoli se diz ofendido de pizza em São Paulo com com o ex-parceiro, ex-partidário, partidários e aliados, Zé Dirceu ex-patrão e excomungado minis- fugiu dos flashes da imprensa, tendo tro. “Nunca imaginei algo do tipo. seu rosto coberto por seguranças
de Fernando Haddad, candidato a prefeito e muso de São Paulo. Aos gritos, uma estagiária do jornalista Ricardo Noblat interpelou o exministro sobre seu futuro diante das acusações na AP470: “Ex-ministro, ex-ministro! Perguntinha sobre o Mensalão...”. “Mensalão não! Caixa Dois”, corrigiu Dirça e disparou seu Voyage em direção à Rua Augusta. *Qualquer relação com fatos reais é mera coincidência.
S AT É
TRÂNSITO
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LITES
CUIDADO AO ATRAVESSAR
Vias perigosas, como a DF-001, começam a receber passarelas depois de pedidos da população Sheylla Alves
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DF-001 é considerada a maior via do Distrito Federal: com 130 quilômetros, é difícil até de saber onde começa e termina. Com o fluxo intenso e a grande extensão, não dá para ignorar a discussão sobre segurança na hora da travessia. Faixas de pedestre, semáforos e passarelas são opções que moradores e comerciantes deveriam exigir para uma passagem segura. O trecho da rodovia que sai de Santa Maria no sentido Recanto das Emas, Riacho Fundo II e Samambaia merece uma atenção especial. Do Balão do Periquito, no Gama, até o viaduto que abre para Samambaia, só é possível atravessar com segurança após o balão do Recanto das Emas, onde finalmente há uma passarela. O resto da via fica por conta das faixas de pedestre e dos semáforos, que muitas vezes não suprem a necessidade da região. Débora
Rodrigues, estudante, cruza a DF001 todos os dias. “A sensação é de medo. A situação da passarela é péssima, enferrujada e balança muito”, descreve. Mesmo com esses inconvenientes, Débora ainda prefere a passarela a arriscar a vida em vias complicadas. “Muitos pedestres ficam passando pela rua entre os carros, as motos e os ônibus todos em alta velocidade, quase causando um acidente”, conta. O pedido Após reclamação da população, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) autorizou na entrada de Samambaia, no sentido Taguatinga e Núcleo Bandeirante, a construção de uma nova passarela. As obras começaram em agosto e a entrega é prometida para 90 dias. Fernando Wanoli, funcionário do DER, responsável por fiscalizar a obra, comenta o que é necessário para iniciar o processo: “Tudo começa a partir da população, uma passarela só vai ser construída se
Foto: Thalyne Carneiro
As passarelas são alternativas seguras para os pedestres
a população pedir”. O pedido pode ser feito direto no DER ou encaminhado à administração responsável pela via.
VANTAGENS DAS PASSARELAS
I. Segurança do pedestre; Travessia segura A distância entre pasII. Redução em 100% dos sarelas também é alvo de índices de atropelamento; reclamações. Na EPTG, por exemplo, existem III. Evita engarrafamento, pois distâncias de até 1,5 km os motoristas não precisam entre uma passarela e aguardar a travessia do pedestre outra, o que desmotiva na rua; o pedestre a caminhar para atravessar com segurança. Ela pode ser IV. Vantagem de tempo para o compensada com faixas pedestre, já que esperar o tráfego de pedestre e semáforos. diminuir para cruzar a pista pode João Antônio Bastos demorar; Ferreira, estudante, alega que o uso de faixas não V. Ligação de comércios impede 100% os acidenseparados por vias muito tes, como a passarela faz, movimentadas. Isso contribui por ser uma passagem separa o fluxo econômico e auxilia a parada da via: “Apesar de comunidade ao redor. o DF ser um lugar onde as pessoas respeitam muito Fonte: DER a faixa de pedestre, uma passarela ainda é muito mais segura”. Fídias Mota, mestre de obras o projeto. Ou seja, ir ao local e saber da construção, explica os cálcu- se por ali existem escolas, hospitais, los que devem ser feitos: “As pas- comércio e outros. Conhecer sarelas são projetadas com muita essas informações muda o projeto segurança. Antes de tudo é preci- de vias e causa impacto positivo so fazer a sondagem do terreno. na comunidade beneficiada. Também é feito um cálculo de A existência de hospitais ou carga da área e é preciso saber se escolas pode interferir na ali não existe nenhum lençol freá- estrutura da passarela que teria tico para que as obras possam co- de ser construída com rampas e meçar”. Mas a segurança vai além não com escadas. Fídias Mota dos cálculos realizados antes e du- esclarece que todas as passarelas rante a obra. são moduladas e pré-moldadas. “Na que estamos construindo, A falta de passarelas o projeto inclui rampas de O engenheiro urbanístico deve metal e escadas de concreto”, vivenciar a região antes de realizar acrescenta.
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ES T I L É S AT
OBRAS
OS DOIS LADOS DA DF-459 O que mudou com a construção da nova pista que liga Samambaia a Ceilândia?
Bianca Lima e Rosália Almeida
Foto: Murilo Lins Ramos Sousa
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epois de cinco anos em obra, a nova pista que liga Samambaia a Ceilândia (DF - 459), inaugurada dia 22 de junho deste ano, trouxe muitos benefícios para a sociedade, que enfrentava diversos problemas no caminho entre essas duas cidades do Distrito Federal. “Todos os dias, aproximadamente 40 mil usuários fazem esse trajeto. A pista foi encurtada em 12 km para que o tempo de viagem seja reduzido em cerca de 10 minutos em horários normais e de 15 a 20 minutos em horário de pico”, afirma o diretor do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (DER-DF), Fauzi Nacfur Júnior. O governo investiu quase R$ 40 milhões nas obras. Foi realizada a pavimentação da via com extensão de 2,6 km; construída uma ponte sobre o Ribeirão Taguatinga, com 110 metros de extensão, além de obras de drenagem pluvial e uma ciclofaixa em toda extensão da rodovia. Motorista de ônibus há 19 anos, Getúlio Pereira passou a dirigir no trajeto Samambaia/Taguatinga há 9 e acredita que a nova pista melhorou – e muito – o trânsito na cidade. “Antes eu gastava até uma hora para chegar a Taguatinga, mas agora levo, no máximo, 40 minutos. A obra acabou com os congestionamentos e acho uma maravilha.” A passageira Divina Cavalcante, 30 anos, que utiliza a linha 367, ficou muito animada com a via. Foi uma das melhores obras realizadas em Samambaia. Agora não fico mais tanto tempo dentro de um ônibus; ganhei uns minutinhos a mais para ficar em casa.”
DF-459 reduz tempo de viagem em até 15 minutos
Contudo, também existe o outro lado da moeda. Algumas pessoas não gostaram das mudanças feitas na via, pois ainda existem muitos problemas a serem resolvidos. Dois exemplos são a falta de ônibus e de fiscalização eletrônica e quebra-molas no trajeto. “Além da demora para conclusão dessa obra, ainda lidamos com a falta de ônibus. Tem dias que espero quase uma hora na parada para conseguir pegar o ônibus e
ir trabalhar”, declara o vendedor Francisco Teixeira, 48 anos. Rosângela Dutra, moradora do P-Sul, diz que sente falta de fiscalização e reclama que os motoristas não respeitam a velocidade da via, o que pode causar acidentes graves ou até mesmo mortes. Ela acha que uma maior fiscalização é o necessário na DF-459. De acordo com o diretor do DER-DF, desde a inauguração só
foi registrado um único acidente na via envolvendo um caminhão, carregado de limões, e um carro de passeio. Não houve vítimas e a causa do acidente não está relacionada a nada que envolva a via propriamente dita, e sim a uma falha do motorista do caminhão. Ainda segundo o DER-DF, os problemas que a população está denunciando com relação à fiscalização e a sinalização da via serão sanados ainda este ano.
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IGREJA
O PADRE DAS MULTIDÕES
Foto: Simone Sampaio
LITES
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O pároco Moacir comanda, em Taguatinga, o Pentecostes conhecido como a maior festa paroquial do mundo Vinícius Rocha
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inda jovem, aos 24 anos, Moacir Anastácio chegou a Brasília. Não era alfabetizado e sentiu o desejo de ir para o seminário. Hoje, aos 50 anos, consegue reunir em um evento – conhecido como a maior festa paroquial do mundo – cerca de 3 milhões de pessoas em três noites. Padre Moacir possui um programa diário de rádio chamado “Caminhando com Jesus Cristo”, transmitido por 150 rádios em todo o Brasil e em uma rádio no Japão. Assim se tornou um dos maiores fenômenos da Igreja Católica em Brasília. Pentecostes é uma das celebrações importantes do calendário católico, na qual se comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. A festa ocorre 50 dias após o domingo de Páscoa e é anualmente celebrada na Paróquia São Pedro, em Taguatinga, onde costuma atrair milhões de fiéis, que buscam milagres durante a Missa de Cura, celebrada há 13 anos pelo padre Moacir. A primeira vez que foi realizada, em 1999, a Semana de Pentecostes na Paróquia São Pedro contou com cerca de 300 pessoas. Devido ao sucesso das celebrações e da consolidação em Brasília, o público ficou maior a cada edição, obrigando os organizadores a migrar para outros pontos da cidade: Pistão Park Show, Facita e o Parque Leão também se tornaram insuficientes. Em 2011, o evento passou a ser realizado no Taguaparque. Este ano bateu recorde de público, com 3 milhões de pessoas, de acordo com Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Admi-
nistração Regional de Taguatinga. A professora aposentada Dalva Helena, 65 anos, há 4 anos participa das celebrações de Pentecostes. Ela conta que a missa rezada pelo padre é diferente e que várias pessoas dão o testemunho de curas e milagres. “É algo que não dá pra explicar, ele fecha os olhos e anuncia o milagre, na missa seguinte dão o testemunho que comprova que é verdade. Conheço pessoas que já alcançaram muitas graças. Estou em busca da minha.” O milagre vem de Deus ou do padre? A pergunta intriga Dalva. Após alguns segundos ela responde categoricamente: “O milagre vem de Deus, mas o padre ajuda”, diz. Para um diácono da Arquidiocese de Brasília (que prefere não ter o nome divulgado), o sucesso dos eventos do padre Moacir se dá simplesmente pelo carisma. Ressalta que não existe diferença do Pentecostes organizado por ele para o de outra paróquia qualquer. “É o mesmo, o que muda são os padres. É cultural o brasileiro ter simpatia por algo e se apegar àquilo. É uma questão de fé, o padre nada influencia”, afirma. Não é tão fácil como parece Segundo o administrador de Taguatinga, Carlos Jales, a maior dificuldade de organizar um evento desta magnitude é a questão da logística, ou seja, a organização e a estrutura segura para um público como esse, que envolve desde a segurança física dos fieis ao trânsito de veículos nas vias vizinhas. “Em todos os dias, tivemos um grande fluxo de veículos (mais de 2 milhões), mas o encerramento teve o recorde, com cerca de 3,5 milhões de carros”, relata.
Missa rezada pelo padre atrai grande número de fieis
No estilo Canção Nova Em 2009, o padre Moacir fundou a Comunidade Renascidos em Pentecostes, nos moldes da Comunidade Canção Nova de Cachoeira Paulista (SP). Membros da Paróquia São Pedro afirmam que o centro de evangelização será um dos maiores espaços cobertos para a realização de eventos católicos do DF. Serão cerca de 20.000 m², com capacidade para 10 mil fieis sentados, e restaurante para acomodar 4 mil pessoas, três prédios de cinco andares para 500 fiéis se hospedarem, uma capela, um estacionamentos para 5 mil carros, uma casa paroquial, banheiros, uma livraria e uma praça com jardim para descanso. O centro de evangelização está sendo construído na BR-070. Em vídeo de 2008, o pároco afirma que Deus anunciou a ele a construção de um novo templo no local, uma terra prometida. “Viver na efusão do Espírito Santo amando a caridade todos os segundos. Deus me chamou para isso, eu não queria trabalhar com essa multidão, mas foi um chamado”, diz, no vídeo. Atualmente as missas, palestras e mensagens são transmitidas ao vivo pelo site da Comunidade, por um sistema de rádio e TV web.
Na política Mostrando força, a comunidade conseguiu eleger um deputado distrital 100% católico, Washington Mesquita (PSD), com mais de 21 mil votos. Durante 11 anos, ele foi o coordenador da Festa de Pentecostes da Paróquia São Pedro. Na opinião de Carlos Jales, ex-chefe de gabinete de Washington, a comunidade católica não é o fator decisivo em uma eleição, “afinal para se eleger e ser um deputado bem votado é necessário atingir todos os setores da comunidade”, mas concorda que atualmente os católicos se tornaram o principal eleitorado. Por meio de sua assessoria, Washington Mesquita afirmou defender os princípios cristãos como forma de construir uma sociedade justa e que, durante 11 anos, foi ministro da eucaristia, vicentino, colaborador da Pastoral da Sopa em várias comunidades e que sempre esteve à frente da arrecadação de donativos para a Paróquia São Pedro, por isso o significante número de votos. Procurado pelo Artefato, o padre Moacir preferiu não conceder entrevista, mas reforçou que a grande meta das ações promovidas por ele é a evangelização.
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ITE L É T SA
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ÔNIBUS
QUANDO O CAMINHO DA ESCOLA TEM OBSTÁCULOS Alunos de zona rural nem sempre podem contar com transporte coletivo que deveria ser oferecido pelo governo Jéssica Paulino
Foto: Alex Souza
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ue o governo não garantia transporte escolar para os alunos de escola pública que moram em zona rural há um bom tempo não é novidade. Mas em 2007 foi criado o programa Caminho da Escola, com o objetivo de renovar a frota de ônibus escolares e reduzir o nível de evasão. O governo federal, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em parceria com o Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), disponibilizou veículos nas devidas condições para o transporte dos estudantes. Contudo, no dia 20 de julho deste ano, o Departamento de Trânsito (Detran), em operação com a Polícia Militar do Distrito Federal, apreendeu 17 ônibus escolares que estavam com irregularidades para a circulação. Por essa razão, nos dias 23, 24 e 25 do mesmo mês, em que haveria reposição das aulas do período em que os professores estiveram de greve, os ônibus não circularam e os estudantes enfrentaram dificuldades para chegar às aulas. O executor do transporte escolar de Brazlândia, Deleir Inácio, relata que muitos estudantes não compareceram nesses três dias. “Aqueles que tiveram como vir ainda vieram, mas foi uma quantidade bem reduzida”, declara. Ele afirma também que Brazlândia é a segunda cidade com maior número de alunos que precisam de transporte escolar da zona rural. “No CEF Incra 08, é quase a totalidade de alunos que utiliza o transporte no período noturno”, assegura.
Alunos da zona rural de Brazlândia embarcam em ônibus contratado em sistema de urgência: os veículos regulares foram apreendidos
Emergência A partir do dia 26 de julho, outra empresa de ônibus – a Rodoeste – começou a fazer o transporte dos estudantes em contrato emergencial, pois não havia ônibus suficientes em outras empresas para atender a demanda de alunos. Jair Braga, assistente da Regional de Ensino de Brazlândia, afirma desconhecer o programa Caminho
da Escola, mas diz que o governo distrital já tem um programa que fornece o transporte escolar para os alunos de escola pública, principalmente aqueles que moram em zona rural. O programa funciona por meio de terceirização e por meio da aquisição de ônibus. O assistente relata que o dinheiro é repassado para o Estado via governo federal
e fica a critério do estado definir se o investimento será feito com aquisição do ônibus ou com o Passe Livre. No momento, a Regional de Ensino está tomando as devidas providências para cumprir o novo prazo que o Detran deu para uma nova vistoria. Jair acredita que em breve tudo estará normalizado e os ônibus apreendidos voltarão ao trajeto normal.
E CO N
ACESSIBILIDADE
OMIA
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COMIDA É MAIS CARA ONDE PASSA O TREM Proximidade do metrô pode aumentar preço de alimentos em cidades do DF
Guilherme Assis e Rayna Fernandes
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studos apontam que os locais vizinhos às estações do metrô, no Distrito Federal, encarecem os preços do comércio. Lojas de varejo, atacado, conveniência, postos de gasolina, transporte e alimentação são os eixos que mais atingem o bolso do consumidor. Por incrível que pareça, as cidades consideradas nobres podem ter preços menores por não possuírem a linha do trem. Almoçar no DF hoje é uma questão social. Seja fast-food, self-service, quiosque, marmitex ou qualquer outro local onde você for comer, o preço depende de fatores regionais. Em Samambaia Norte, existem duas estações de metrô num espaço de 1,5km. Já na Asa Norte, aquele pedaço de Brasília onde o metro – não o metrô – quadrado, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), chega a custar R$ 13.000, não tem nenhuma estação. A Lopes Inteligência de Mercado elaborou estudo recente que mostra a Asa Norte entre os dez bairros considerados mais caros do país. Já os últimos dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) feita em Samambaia apontam a área urbana do setor norte da satélite como uma das menores rendas per capita do DF. Voltando a falar de comida, Robson Ribeiro, técnico de informática na VipNet Lan House, na quadra 410 de Samambaia Norte, costuma comer em um restaurante onde o quilo custa R$ 23,90 – “caríssimo”, comenta. “Acho isso um absurdo porque conheço outros locais mais baratos. Aqui é uma cidade periférica, mas tem preços de centro”, afirma.
Do outro lado da cidade, Carlos Henrique trabalha na InfoLink Lan House e diz que em sua região os preços dos restaurantes são, em média, R$ 19,90 por quilo. A diferença é que ele almoça na quadra 410 da Asa Norte. “Acho o preço justo. Aqui também o custo de vida não é tão caro”, complementa. Tarcísio Barreto Celestino, doutor em engenharia pela USP, contextualiza o assunto: “A expansão do metrô em algumas localidades promove a valorização do local. Por fatores simples como, por exemplo, melhoria do tráfego de veículos e velocidade de acesso às residências, as pessoas preferem imóveis nestes locais. Isso aumenta a procura, consequentemente o custo de vida”. Celso Vila Nova, doutorando em Economia, aponta o aumento dos preços como consequência positiva. “O real motivo do aumento dos preços nessas áreas é a localização que é sempre uma característica que as pessoas procuram na hora de comprar ou alugar imóveis residenciais ou comerciais. Isso significa uma maior demanda, consequentemente, aumenta a disposição a pagar das pessoas para imóveis com essas características. A facilidade de acesso é o grande ponto.”
CUSTODEVIDA.COM I
magine a dificuldade de chegar a uma cidade e não ter ideia de quanto vão custar suas necessidades básicas, como se alimentar? Pensando nisso, Lucas Franco, 24 anos, formado em Sistemas de Informação, criou um site que contabiliza o preço médio de itens como transporte, bares, restaurantes e supermercados do país. O site recebeu o nome de “custo de vida” e é inteiramente colaborativo. O internauta acessa a página e dá sua colaboração por item. Ou seja, ele pode preencher os valores por componente. Para que os preços não fujam da realidade é feita uma média de todas as colaborações. Na página é exibida uma classificação de cidades, sendo que, quanto mais alta a nota, maior é o custo de vida da cidade. Brasília está com a nota de 7,5, atrás somente das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
Ilustração: Maykon Yamamoto
Ocupa a 3° posição da cidade com o custo mais alto. Para a categoria dos melhores restaurantes, a média de preço da capital chega a R$ 52,33, já o cafezinho, básico, chega a custar R$ 2,61, nas áreas mais nobres. O objetivo de Lucas, ao criar a página, é que as pessoas não se surpreendam ao se mudar ou até ao visitar outras cidades. A secretária Iêda Maria, 42 anos, mora na capital há 10 anos e lembra a situação em que ficou por não existir esse tipo de recurso. “Mudei-me para Brasília em 2002 e fui pega financeiramente desprevenida, pois os preços da minha cidade eram diferentes”, diz. Saiba mais... SAIBA MAIS Para colaborar é simples e fácil, não precisa de cadastro. Para mais informações acesse a página: www.custodevida.com.br
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IA M O CO N
VIAGEM
VIDA DE INTERCAMBI$TA
Brasília X Nova York X Londres: qual pesa mais no bolso? Uma pesquisa de campo com vários jovens e adultos sobre intercâmbio revela: quando alguém pensa em ter essa experiência, as principais cidades que surgem na cabeça são Nova York (para os que curtem mais os Estados Unidos) e Londres (para os que preferem a Europa).
Crédito: Leandro Viana
Giullia Chaves e Marília Lafetá
NOVA YORK
Com base nessa escolha e nas informações encontradas em blogs de pessoas que já foram ou ainda estão nessas cidades, fizemos uma pequena comparação para saber quanto custa viver temporariamente nesses lugares.
LONDRES *Todos os valores foram convertidos para o real.
BRASÍLIA
C I DA
LEGISLAÇÃO
DA N I
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A
OS PROTAGONISTAS DA TRANSPARÊNCIA Em três meses de vigência da Lei de Acesso à Informação, cidadãos fizeram 25 mil solicitações de informações no Executivo
Foto: Flávia Fonseca
No caso do Poder Executivo, o pedido pode ser feito pessoalLei n.º 12.527, que regulamen- mente, em formulário padrão, ou ta o direito constitucional de por meio do Sistema Eletrônico acesso à informação pública, en- do Serviço de Informações ao Citrou em vigor no dia 16 de maio dadão (e-SIC), desenvolvido e sude 2012. Desde então, todos os ór- pervisionado pela Controladoria gãos e entidades da Administração Geral da União (CGU). O sistema Pública foram obrigados a dispo- permite que qualquer pessoa, fínibilizar, fornecer e garantir acesso sica ou jurídica, encaminhe pedià informação a todos os cidadãos. dos para os órgãos e entidades do Nesses quase quatro meses a im- Executivo Federal. Ao fazer o peprensa acompanhou o desempe- dido, o cidadão recebe um númenho dos órgãos quanto à implanta- ro de protocolo para acompanhar ção da lei e a agilidade na prestação a tramitação. O sistema permite do serviço. E os cidadãos, como a que o cidadão receba resposta da solicitação por e-mail, entre com têm utilizado? De acordo com a lei, o cidadão recursos, apresente reclamações e tem direito a acompanhar e solici- consulte as respostas recebidas. Os tar quaisquer dados do poder pú- poderes Legislativo e Judiciário e o blico, exceto os pessoais e sigilosos. Governo do Distrito Federal têm As informações de interesse geral seus próprios canais de contato e coletivo devem ser, obrigatoria- com o cidadão. Pesquisa realizada pela Petromente, divulgadas em sítios ofibras sobre a utilidade da lei para ciais. Outras informações devem ser prestadas imediatamente ou os cidadãos revela que, para 66% em até, no máximo, 20 dias, pror- das pessoas, ela é útil e farão uso rogáveis por mais 10, desde que dela. Outros 12%, apesar de a considerarem a lei importante, não a justificado pelo órgão. utilizaram. Cerca de 9% DEZ ÓRGÃOS MAIS PROCURADOS acreditam que não é útil e ÓRGÃO % 13% não sabem ao que a lei se refere. SUSEP - Superintendência de Seguros
Aline Baeza
A
Privados
11,08%
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
7,13%
BACEN - Banco Central do Brasil
4,26%
CEF - Caixa Econômica Federal
3,57%
ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
3,51%
MP - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
2,97%
MF - Ministério da Fazenda
2,90%
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
2,21%
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
2,20%
CGU - Controladoria-Geral da União
2,08%
*Os dados referem-se aos órgãos do Poder Executivo Federal
Sucessos e fracassos A jornalista Fabiana Albuquerque faz parte dos 66%. Já realizou seis pedidos de informação, como dados profissionais de superintendentes de uma determinada empresa, cópia de processos e licitações e plano de trabalho de empresas contratadas por órgãos específicos. Todos os pedidos foram respondidos no prazo. “Hoje em dia nem per-
co meu tempo para ligar nos órgãos. Tenho uma lei que me ampara e é meu direito ter acesso às informações. Em 30 dias, no máximo, tenho a resposta que preciso. Mas essa é uma ferramenta que precisamos utilizar constantemente. Assim exercemos O sistema e-SIC controla pedidos feitos ao Executivo Federal nosso direito e mostramos ao governo que estamos de olho em para sua funcionalidade.” Até as 17h do dia 16 de agosto, o suas ações”, alerta Fabiana. Aline Gouvêa não teve o mes- sistema registrou 25.065 pedidos. mo êxito. Ela fez um pedido para Deste total, 22.552 (89,97%) já o Ministério da Justiça no dia 21 foram respondidos. Entre os resde maio, sobre dados de campa- pondidos, 1.980 (8,78%) tiveram nhas realizadas contra o Tráfico a resposta negada por se tratarem de Pessoas, por meio do sistema de dados pessoais e documentos e-SIC. No dia 11 de junho o minis- sigilosos; pedido que exige tratério pediu mais 20 dias de prazo. tamento de dados; pedido gené“Depois não entraram mais em rico ou pedido incompreensível. contato. Quando fui reclamar, já Outros 1.613 (7,15%) não foram não havia mais a possibilidade de atendidos, por não tratarem de recurso, pois eles consideram que matéria da competência legal do o pedido do prazo já foi uma res- órgão solicitado (831) ou por ineposta! É uma absurdo o próprio xistência da informação (782). Ministério da Justiça desrespeitar Perfil dos solicitantes assim o cidadão.” Casos como o de Do total de requerentes que inAline podem ser esclarecidos pelo suporte da CGU, email suporte.sis- formaram o grau de escolaridade e a profissão – dados não obrigatótacesso@cgu.gov.br. Para Renato Capanema, da Di- rios – 8.741 tinham curso superior; retoria de Prevenção da Corrup- 3.749, ensino médio; e 518, ensino ção/CGU, apesar de a lei ser recen- fundamental. Quanto à profissão, te, os cidadãos têm se mostrado 2.730 solicitantes são empregados familiarizados com ela: “Ainda do setor privado. Os jornalistas estamos em fase de adaptação. Al- realizaram 1.005 pedidos. Os pediguns países levaram anos para se dos mais comuns foram de inforadequar, mas é nítido que a popu- mações que impactam diretamenlação tem contribuído ativamente te a vida dos cidadãos.
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Foto: Amanda Vilas Boas
VOLUNTÁRIOS
ESCOLA PÚBLICA NOTA 10
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Centro de Ensino Médio 12 de Ceilândia tem bons resultados após reinventar proposta pedagógica Kleyton Almeida
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eilândia possui a maior quantidade de estudantes da rede de ensino público do DF: cerca de 89 mil, segundo a Secretaria de Educação do DF. Desses, apenas 8.978 conseguirão terminar o ensino médio. Isso sem contar com os problemas de defasagem em algumas disciplinas, como português e matemática. Outra questão é a falta de professores e a constante ameaça de greve por melhores salários e condições de trabalho. Em meio a esse cenário, projeto em uma pequena escola do P Norte tem modificado a vida de vários alunos no contexto social, familiar e educacional. Após anos enfrentando realidade pessimista como a violência, defasagem de alunos e estrutura desestimulante, uma equipe de professores do Centro de Ensino Médio 12 de Ceilândia percebeu que era preciso agir para mudar a realidade da escola. E conseguiu.
Iniciativa Desde 2004 o modelo de ensino começou a ser discutido e levado para sala de aula. Pelo modelo, alunos, pais e professores puderam construir juntos a proposta pedagógica da escola. Os resultados foram animadores. Dos 1600 alunos distribuídos nos três turnos, com idades de 14 a 21 anos, apenas 10% abandonam a sala de aula; de 40 alunos, apenas quatro desistem de estudar. O maior motivo dessas desistências é a incapacidade de conciliar o trabalho com os estudos. Outro resultado também enche os olhos: a cada ano cresce o número de alunos do CEM 12 aprovados em vestibulares em cursos concor-
ridos da UnB, como Engenharia e Ciências da Computação. Vários estudantes da escola também conseguem acesso à universidade pública por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS). O diretor da escola, Nelson Borges, está na gestão desde o começo do ano e ressalta que o sucesso do ensino é reflexo dos cerca de 12 projetos que existem na escola, como, por exemplo, oficinas pedagógicas e tutorias de aperfeiçoamento de professores, que oferecem formação contínua aos docentes. Isso busca elaborar projetos interdisciplinares envolvendo vários setores do conhecimento, com foco em áreas fundamentais, como português e matemática, além das olimpíadas de matemática e oficina de redação. “Nosso trabalho é baseado na coletividade. Tentamos elaborar uma proposta pedagógica baseada não em um sistema tradicional, mas tentando construir um aprendizado que desperte o interesse do aluno”, comenta. Os estudantes do 3o ano do ensino médio Victor Cunha, 17 anos, e Roni Ramos, 16, participam das atividades desde que começaram a estudar na escola. Eles se sentem otimistas com relação ao acesso à universidade. São dois dos responsáveis pelo projeto de música na escola. Desenvolvem uma rádio experimental na hora dos intervalos, oferecendo aos alunos música, informação e entretenimento. Também integram a banda musical, a Estação 12. Após participar dos projetos da escola, Victor se sente motivado a freqüentar as aulas - e ainda tira excelentes notas. “Aqui temos acompanhamento das disciplinas que nos ajudam a obter
O modelo de ensino começou a ser discutido e levado para a sala de aula
resultado melhor no PAS”, diz. Projeto Outro projeto que faz toda diferença na formação dos estudantes é o Geração 12, formado por ex-alunos que atualmente cursam o nível superior. A parceria vem rendendo frutos: voluntários, ajudam a desenvolver oficinas pedagógicas para os alunos, além de atuar em atividades do calendário escolar como a feira de ciências, o dia do estudante e a implementação de um jornal laboratorial. Executam também o projeto Cine Clube, em que a escola abre nos fins de semana para a veiculação de filmes para alunos e a comunidade. Sidney Oliveira, estudante de História, é um dos voluntários e se sente orgulhoso em poder ajudar a escola onde estudou. Ele entrou na faculdade por meio do Pro-Uni. “Consegui uma bolsa tirando uma excelente nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Devo isso à escola e aos professores. Essa é uma forma de poder contribuir“, afirma. Maria de Fátima, 33 anos, é mãe de Maria Lúcia, estudante do último ano do ensino médio. Participante ativa na vida escolar da filha, Fátima se diz tranquila e confiante na qualidade do ensino que a escola oferece. Mas ressalta que é pouco o número de pais que se preocupa
com a vida escolar dos filhos. Muitos passam a responsabilidade de educar aos professores. “A escola não substitui a família. É lá que aprendemos os valores básicos de convivência. Aqui [na escola] eles só devem aprimorar”, declara. A especialista em educação pela UnB Jesileide Soriano ressalta que as escolas que conseguem bons resultados são aquelas que procuram trabalhar conjuntamente entre grupos de professores, alunos e a comunidade. Para ela, o resgate da autoestima dos profissionais envolvidos afeta diretamente a qualidade de ensino, sendo o aluno o principal beneficiado. Por outro lado, ela comenta que a falta de capacitação permanente e inconstância de alguns professores prejudica o processo pedagógico. Escola Desde a fundação, há 20 anos, a escola nunca teve reforma geral. Há problemas elétricos e hidráulicos; os banheiros precisam de melhorias. A diretoria procura, com gincanas, arrecadar dinheiro para a compra de itens básicos, como papel. A Direção Regional de Ceilândia já se posicionou a favor da reforma, mas não tem data prevista para o começo das obras. A segurança fora dos portões é outro fator que preocupa professores e alunos.
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ARTE EM PERIGO
O FANTA$MA QUE A$$OMBRA
O TEATRO PÚBLICO Das três regiões administrativas mais populosas do DF, Taguatinga é a única que conta com espaços não privatizados
Everton Lagares
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ue tal assistirmos a uma peça teatral em um teatro público da região mais populosa do Distrito Federal? Taguatinga, Ceilândia e Samambaia somam o maior número de habitantes do DF. Entretanto, não oferecem muitas opções. As três cidades satélites contam com apenas dois teatros públicos, ambos taguatinguenses e com problemas. O Teatro da Praça é a primeira opção. Aconchegante, tem 250 cadeiras histórias (com quase 40 anos de uso). Mas a instalação elétrica é comprometida, algumas salas são ocupadas pela Secretaria de Educação. Só quatro seguranças se revezam para manter o local a salvo. Não há curadores. A segunda opção é um lugar recém-construído. O Complexo Cultural do Taguaparque possui 411 cadeiras novas, porém mal alocadas, vara de iluminação a uma altura imprópria, a altura do palco é ruim, as saídas são mal planejadas e há vários problemas estruturais nos camarins e no teto. Se animou? A péssima estrutura dos teatros públicos da região afasta a população e entristece os artistas. Alacir Neves trabalha com teatro desde 1976. Para ele, o governo deveria investir, de fato, no Teatro da Praça (lugar onde trabalha há 15 anos), pois é o teatro mais perto das pessoas. “A falta de público assusta o artista. Sem público não tem espe-
Teatro da Praça possui problemas na vara de iluminação, cadeiras velhas e salas ocupadas pela Secretaria de Educação
táculo”, destaca. E o que fazer para encher os espaços? “As pessoas buscam lugares perto do centro da cidade. O Teatro da Praça está perto, só falta boa divulgação e investimento na formação de atores e na estrutura do teatro”, completa. Opção distante O Taguaparque, embora seja supervisionado pela administração da cidade, é um projeto coordenado pela Secretaria de Obras do DF (SO). De acordo com a Diretoria Social, Cultural e Esportiva da cidade, qualquer alteração ou construção nas dependências do parque precisa ser liberada pela SO, que por sua vez diz que a responsável é a Novacap. E assim vai: ninguém se responsabiliza pelo projeto tão criticado pelos artistas. O Teatro da Praça, com tombamento provisório, não recebe reforma necessária. Os artistas reclamam que nas trocas de governo, eles vão lá e passam uma tinta na Foto: Luiz Fernando
parede, e só. Recentemente, a Secretaria de Educação, detentora da pauta do local, tomou posse de uma sala e do saguão do teatro. O presidente do Conselho de Cultura do DF, Marcos Antônio, ou Marcão, como é conhecido, destaca que o teatro do Taguaparque não está concluído, apesar de ter capacidade para a realização de eventos. Existem salas que deveriam ser usadas para oficinas, ensaios e outras atividades que estão sem piso, reboco e têm fiação elétrica exposta. “O teatro do Taguaparque – que mais parece um galpão e não teatro – não possui um revestimento acústico de qualidade”, acrescenta. Marcão ressalta que, recentemente, a administração da cidade aceitou o pedido para uso do teatro às segundas-feiras para gravação do programa Ricardo Noronha Show, em troca de reformas pontuais. “Só vi reforma de algumas cadeiras. Até onde sei os equipamentos que estão sendo utilizados no local são dos próprios realizadores ou alugados”, o que entra em desacordo com a suposta promessa de Noronha. Em Samambaia, um Complexo Cultural está em fase de licitação, como o Artefato já informou em abril deste ano. A área reservada
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para o projeto é um terreno baldio, próxima à Estação Terminal do metrô em Samambaia, na quadra 102. Por enquanto é o que se sabe do projeto. O dinheiro Wellington Abreu é artista e há 15 anos trabalha em Ceilândia, na Cia. de Teatro Hierofante. Para ele as pessoas perderam o costume de ir ao teatro porque não têm oferta nem espaços públicos para isso. “As pessoas não consumem o que não conhecem”, destaca. A falta de espaço público para apresentações reverte na vida do artista quando, sem trabalho, as contas começam a vencer e o dinheiro acabar. Abner relembra que o artista é legitimo para buscar recursos, mas o nível de exigência para se prestar contas é tão alto que só empresas conseguem aprovar. “Não somos burocratas, somos artistas. Não devíamos ser obrigados a saber escrever um projeto, precisamos sim apresentar espetáculos”, lamenta. Assim, sem apoio financeiro e com salas públicas em péssimo estado, o artista fica em segundo plano. Sem ofertas populares, a sociedade continua desanimada com os espaços públicos e vagam a procura de novas oportunidades culturais.
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LIVRO BARAT
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Dos sebos aos sites de grandes livrarias: com Fernanda Xavier e Sheylla Alves
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Foto: Heloíse Meneses
ender, comprar e trocar. Livros novos ou usados. Você encontra de tudo nos sebos - estabelecimentos que fazem troca e venda de livros. O preço é o grande atrativo, por ser geralmente bem mais em conta do que nas livrarias dos shoppings e similares. Na Praça do Relógio, localizada no centro de Taguatinga, encontramos um comércio diversificado. No meio dele, está o Sebo Cultura Universal. De longe já chama atenção: uma Kombi entupida de livros. Ao chegar mais perto vemos o cuidado que Adriano Brandão (26) tem com o acervo. Todos os livros estão ensacados, protegidos da poeira que cerca o local. A todo momento alguém para e observa a seleção do sebo, que vai dos livros para concursos à literatura estrangeira. À primeira vista, a Kombi de livros de Adriano não passa de mais uma que faz parte do grupo de ambulantes que lotam a Praça do Relógio, mas ele tem uma boa justificativa: “Quero disseminar a leitura e a cultura. As pessoas
que passam por aqui e que nunca tiveram contato com livros acabam se interessando”. Lá é possível encontrar livros que nas livrarias custariam R$ 40 por apenas R$18, e em estado de conservação impecável. Quanto à troca, todos contribuem. As pessoas levam os livros e Adriano observa para ver se não está sujo, se a capa está em bom estado e se não existem manchas nas folhas internas. Depois de fazer uma pesquisa na internet, coloca preço e revende.
Qualidade a preços acessíveis Preços bons para o cliente, que consegue fazer economia na hora de levar um título para casa. Adriano conta que, quando as vendas começaram - há cerca de três anos -, as pessoas chegavam com muitos livros velhos e com conservação ruim, mas com o tempo isso mudou. “Hoje as pessoas sabem que o livro deve estar com a estrutura intacta para que eu o compre”, comenta. Se o público vai ser jovem, adulto ou infantil, vai depender dos livros que ele coloca em destaque. “Aqui o meu público procura mais os livros conservados, mais novos. Livros para concurso, por exemplo, saem bastante”, argumenta. No Distrito Federal existem poucos sebos. Podemos encontrá-los em Taguatinga e na Asa Sul, mas a maior concentração fica na Asa Norte. O maior deles é o Sebinho, na SCLN 406. Os livros são vendidos por preSites de descontos ajudam Lilian a encher a estante ço atrativo e os clientes
O sebo Cultura Universal, na Praça do Relógio, traz uma grande variedade de títul
percebem que estão fazendo um bom negócio. Thaís Lino Coitinho de Oliveira (17) é uma leitora ávida, que está sempre procurando livros bons e com preços que cabem no bolso. Para ela, a compra e troca de livros em sebos é uma maneira de economizar, já que o preço de livros novos no Brasil é um absurdo. “Os livros estão em bom estado e algumas vezes restaurados, mas nunca comprei um rasgado ou em estado ruim”, completa.
On-line também! A internet tem boas alternativas para quem quer economizar na hora de encher as estantes. Achar pechinchas online não é das tarefas mais fáceis, pois exige paciência, mas vale a pena. Sites de livrarias como Saraiva, Fnac, Lojas Americanas e Submarino oferecem excelentes descontos na compra de títulos novos. Cupons e links de desconto fazem o valor da compra cair consideravelmen-
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RO BARATO
CUSTA LER?
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rias: como economizar na hora de comprar Foto: Karinne Rodrigues
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de variedade de títulos a preços acessíveis. É uma forma segura de fazer economia
Os livros estão em bom estado e algumas vezes restaurados, mas nunca comprei um em um estado ruim Thaís Lino
Economia para a estante Lilian Maia (30) lê em média 60 livros por ano. Para custear sua paixão, ela tem alguns truques que ajudam a economizar na hora da compra. Adepta das trocas e compras on-line, ela garante que, com boa pesquisa, cupons e links de desconto, é fácil fazer economia. Na internet, dá para comprar cinco ou seis livros novos por R$ 120. Se comprados individualmente, custariam R$ 30. Lilian frequenta sebos e leva os livros que não pretende reler para serem trocados, a fim de adquirir novos. Visitar lojas físicas é cada vez mais raro, a não ser para buscar uma encomenda que fez pela internet. “Não compro mais em livraria porque não tem desconto”, reclama. Ela recomenda as trocas em sebos. A mais vantajosa que fez foi com o livro O Diabo Veste Prada da autora Lauren Weisberg. O preço sugerido é R$ 52, mas comprou o título novo por R$10. Depois de ler, levou para trocar. Resultado: crédito de R$15 e bônus para comprar um novo exemplar. Incentivar a cultura, o hábito à leitura e aprimorar o conhecimento são algumas das vantagens que sebos e lojas on-line trazem. Segundo o estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço dos livros caiu cerca de 6% de 2010 para 2011 e eles estão mais baratos a cada ano. Na Kombi de Adriano, da Praça do Relógio, dá para comprar um título com uma moeda de R$ 1,00!
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te e, para economizar no frete, é possível pedir que o livro seja entregue na livraria da rede mais próxima. O site Estante Virtual é o maior acervo de livros seminovos e usados do Brasil. Com aproximadamente nove milhões de títulos, ele reúne sebos de todos os cantos do país, que anunciam os livros para venda e tornam a pesquisa mais ampla para o leitor. O site avalia os livreiros
do portal e garante uma experiência de compra positiva, mantendo a qualidade das vendas.
DE OLHO NA PECHINCHA LIVRARIAS ON-LINE Grandes redes de livrarias têm ofertas exclusivas na internet www.saraiva.com.br www.submarino.com.br www.estantevirtual.com.br www.fnac.com.br www.lojasamericanas.com.br
DESCONTO ON-LINE Encontre links e cupons de desconto para comprar livros on-line www.pegadesconto.com.br www.cupom.org www.ciadosdescontos.com www.cupomdesconto.com.br www.loucospordesconto.com.br www.boaspromocoes.com.br
TROCA ON-LINE Sites que promovem a troca direta entre leitores www.trocandolivros.com.br www.trocadelivros.com.br www.skoob.com.br
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ACERVO ITINERANTE
ESTANTES A CÉU ABERTO
A iniciativa simples de instalar prateleiras com livros usados nas paradas de ônibus da W3 Norte já completou cinco anos. E, nesse tempo, o projeto colecionou estórias de quem frequenta o local cotidianamente Bárbara Nascimento e Suélen Emerick
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longo tempo de espera nos pontos de ônibus é a principal reclamação das pessoas que dependem do transporte público. Entretanto, quem passa pelas paradas da avenida W3 norte pode contar com uma boa companhia durante esse período: os livros. Além de lê-los enquanto a linha aguardada não passa, os leitores podem levar o livro para casa e devolver quando o finalizarem. Não existe um prazo delimitado. A única recomendação é não demorar muito para entregar. Assim, constitui-se o projeto “Biblioteca Popular”, recentemente batizado de Estação Cultural. Você pode estar se perguntando se esse sistema funciona na prática. A resposta vem de Luiz Amorim (47), proprietário do açougue T-Bone e fundador do projeto: “Tem dado Foto: Walkíria Reis certo há cinco anos. As pessoas respeitam muito e admiram a iniciativa. Além de devolver o livro, acabam doando outros e é isso que nos mantém”. No total, são 37 paradas e mais de 24 mil títulos. Além das que estão localizadas na W3 norte, pode-se encontrar similares no Setor Bancário Sul. O açougueiro garante que a manutenção dos locais é feita diariamente e conta com dois funcionários específicos para essa função.
Pacato cidadão Brasilmar Nascimento Araújo, articulista e poeta, escreve artigos de opinião e tem diversas publicações em jornais de todo o país, como no Diário da Manhã (Goiânia) e na Gazeta do Sul (Rio Grande do Sul). Ele não revela sua idade exata, mas afirma ter passado dos 50. Brasilmar é um amante nato das letras e um verdadeiro incentivador do projeto das estações culturais. “Ler é bom não só para você estudar para um concurso ou se formar em uma profissão. A leitura é a melhor forma de adquirir cultura. É bom você ser uma pessoa interessante e saber sobre o que conversar”, analisa. A estudante Renata Soares (20), que mora no Varjão e passa boa parte do dia nas paradas de
ônibus, considera as bibliotecas populares muito úteis para quem passa por situações semelhantes à dela. “É uma ideia tão simples e boa ao mesmo tempo, porque é uma maneira de aproveitar o tempo de espera. Só não lê quem não quer, não tem desculpa”, constata. Renata conta que algumas vezes já se distraiu enquanto folheava os livros e chegou a perder o ônibus. “Na hora de escolher qual livro me acompanharia durante a viagem para casa, acabei esquecendo que estava em uma parada de ônibus”, brinca a estudante. Ideias em movimento Luiz Amorim tem uma história de vida peculiar que justifica a ligação tão forte com a leitura. Alfabetizado aos 16 anos, o
açougueiro leu o primeiro livro aos 18. Era na verdade um gibi de filosofia. Começou a trabalhar cedo, com 12 anos apenas. Antes de ser açougueiro, ele foi engraxate. Com muito esforço, Luiz comprou o açougue em 1994. O projeto começou tímido, contava com uma prateleira com apenas dez livros e enfrentou dificuldades no começo. O estabelecimento chegou até mesmo a ser fechado pela Vigilância Sanitária. Apesar de tantas iniciativas cumpridas e encaminhadas, Luiz não se acomoda. Ele ainda tem muitos projetos e sonhos. “A leitura muda os paradigmas”, reflete. Em parceria com a Fundação Banco do Brasil, oito estações culturais já foram totalmente revitalizadas. A ideia é de que todas elas sejam reformadas e entregues para a população até a Copa do Mundo de 2014. O açougue T-Bone também promove outros eventos culturais, como a Bienal de Poesia, realizada anualmente, e as noites culturais, que não se limitam à leitura. Elas contam, inclusive, com nomes reconhecidos da música nacional. Além da Fundação Banco do Brasil, a Petrobras e a Secretaria de Cultura também patrocinam o projeto.
Todas as paradas de ônibus da W3 Norte serão reformadas até 2014
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ELES DEVOLVEM UM SORRISO E NEM LIGAM Artistas de rua evidenciam a invisibilidade pública. As apresentações seguem entre xingamentos e alguns sorrisos
Foto: Anna Cristina de Araújo Rodrigues
Artistas de rua guardam talentos muitas vezes despercebidos George Santos Magalhães
É
comum nas ruas de Brasília deparar com artistas que fazem de tudo para chamar atenção de quem circula por ali. Jogam malabares para o alto, sobem em monociclos, fazem arte e se reinventam para ganhar um trocado a mais. Como funciona esse contato? Como nos relacionamos com essas pessoas que pedem nossa atenção por alguns instantes? Eles explicam que alguns espectadores gritam “vai trabalhar,
vagabundo”, fecham o vidro dos carros na cara deles ou simplesmente fingem que não os vê. Essa invisibilidade pública foi objeto de estudo do psicólogo Fernando Braga, que experimentou trabalhar nas ruas da Universidade de São Paulo (USP) durante oito anos, para entender como era o tratamento da população com garis. Chegou à conclusão de que as pessoas agem como se eles não existissem. Nas ruas da capital, segundo os próprios artistas, isso acontece, mas eles não ligam. Entre um carro e outro, não perdem a alegria e focam em quem aprecia seu trabalho. Há cinco anos o sul-mato-grossense Rodrigo Augusto Aleixo, 23 anos, nem sonhava com as apresentações. O contato com as pessoas é uma rotina, afinal são elas que vão dar alguma quantia para ele. A invisibilidade se aplica? Para uma parte da população pode até ser que sim. Contudo isso não é problema para o artista, que hoje se apresenta em um sinal do Pistão Sul em Taguatinga. “Diga-
mos que 60% das pessoas gostam e 40% discriminam e gritam ‘vai trabalhar, vagabundo’, fazem gestos obscenos. Eles fingirem que não estamos ali é o de menos. Até fico incomodado, mas me faço de cego e surdo, porque se fizer igual ele, vou mandá-lo pra caixa prego. Essa não é a intenção, estamos ali para mostrar alegria, paz, o que aprendi na rua”, narra. Rodrigo ainda destaca que seus “clientes” são afetados pela vida agitada de grandes centros. “Nas capitais todo dia tem apresentação e a pessoa já está saturada de trabalho. Você então tem que fazer mais ainda para chamar atenção. No interior, o que você fizer eles gostam porque não é comum. Por conta disso, as pessoas nas capitais são mais rudes”, compara. Nada a reclamar, entretanto, dos que supostamente seriam seus concorrentes. “Os que praticam na rua se tratam todos como irmãos. Um ensina o outro, um ajuda o outro. Cheguei aqui hoje e já tinha um malabarista. Ficamos revezando sem problema”, revela.
Mesmo ao admitir que pensa muito no hoje, Rodrigo apresenta uma surpreendente consciência de futuro. “Eu pago FGTS pro meu futuro. Sei que hoje sou novo mas posso me machucar, ou que daqui a alguns anos não vou mais fazer o que faço hoje. Tenho essa ideia”, analisa. O ritmo de trabalho varia conforme o cansaço, entretanto segue uma média de 5 a 6 horas diárias quando trabalha “nas alturas”. No chão pode chegar a 9 horas. O ganho é relativo. “Varia muito, mas muito mesmo. Tem dia que dá pra tirar R$50, outros dias R$30, R$80”, destaca.
O ESTRANGEIRO E O BRASILEIRO No viaduto da EPTG próximo à entrada da Vicente Pires e do Park Way, quem está jogando sua arte para o ar é o chileno Pablo Ignácio, o Charlie. Com sotaque nativo característico e o portunhol facilmente compreensível explica que, como os outros, não se importa se as pessoas estão de cara fechada ou não. Um dos problemas para o humor está relacionado ao dia. “Fim de semana tem mais família, crianças que gostam e elogiam mais. Todos também estão mais tranquilos e mais felizes. Segunda-feira é o pior dia. Já começam reclamando de que a semana começou. Isso influencia muito no tratamento com a gente e no quanto ganhamos”, explica. Com 23 anos, ele já passou por vários países, como Equador, Bolívia, Peru e Uruguai. No Brasil, nunca encontrou problemas por ser de fora, mas sim em países com rivalidades. “Quando cheguei na fronteira com a Bolívia descobriram que eu era chileno e falaram ‘Não vai passar’”, lembra. Outro que também está no sinal é Diego Andre Romero Oviedo. Nos seus 22 anos de idade o chileno já passou por Argentina Bolívia e Paraguai. Como veio para o Brasil? “Sei lá. Um dia pensei: ‘Vou para o Brasil’”, conta. Se depender dele o público pode fechar o vidro e fingir que não o vê. “O melhor é sair alegre. Se me ignora, que tenha um bom dia também. Não são obrigados a me darem dinheiro. Eu não ligo”, pondera Diego.
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PERSONALIDADE PERIGOSA
MOCINHOS OU VILÕES?
Bárbara Nascimento e Lorena Vale
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ocê já deve ter ouvido falar da Carminha, personagem da atriz Adriana Esteves na novela Avenida Brasil, da TV Globo. Ela é uma típica vilã: mente, manipula e passa por cima de qualquer pessoa para conseguir o que quer. E o pior, não demonstra arrependimento pelos seus atos, por piores que sejam. Parece ficção, porém, vilãs como a Carminha retratam traços presentes em, pelo menos, 4% da população mundial. Carminha é sociopata ou, ainda, psicopata. A psicopatia, ainda que tenha em sua morfologia o sufixo “patia” (pathos, em grego, significa doença), não se trata de uma enfermidade mental e sim de um desvio de personalidade. O sujeito não adquire o transtorno, mas nasce com ele. “Psicopatas são incapazes de sentir empatia, ou seja, não conseguem se colocar no lugar do outro”, explica a psiquiatra Ana Karina Reis, do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-DF). “Não é uma doença que se manifesta com o tempo e sim algo que faz parte da personalidade do indivíduo, que faz parte da natureza dele”, acrescenta. Pode ser difícil imaginar alguém que não sinta qualquer emoção em relação aos demais, mas essa característica pode ser explicada biologicamente: o cérebro de um psicopata funciona de um jeito diferente. Os seres humanos podem sentir raiva, dor e medo, por exemplo, graças ao sistema límbico, que é a parte do cérebro responsável pelas emoções. Já o lobo frontal é responsável pelo lado cognitivo, da lógica e da razão. Nos portadores desse transtorno, há um déficit no sistema límbico que compromete a formação de laços afetivos, mas a lucidez e a consciênOs psicopatas podem estar em qualquer meio social, disfarçados de bons vizinhos, colegas de trabalho, grandes amigos
Foto: Lucas Ribeiro
Eles se disfarçam de melhores amigos, vizinhos prestativos e líderes religiosos. Até que em algum momento... a máscara cai cia não são afetadas. “Podemos dizer que eles sabem a letra, mas não sentem a música”, exemplifica a Dra. Ana Beatriz Barbosa em seu livro Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado. Apesar de não se solidarizarem com o sofrimento alheio e não estabelecerem vínculos, os psicopatas são ótimos observadores e atores. São capazes de dissimular e de fingir sentimentos para ganhar a confiança das pessoas com as quais convivem. “Eles são verdadeiros atores da vida real, que mentem com a maior tranquilidade, como se estivessem contando a verdade mais cristalina”, afirma Ana Beatriz em outro trecho de seu livro. Psicopata de colarinho branco Depois de alguns anos tentando, Denise* conseguiu passar em um concurso público. Logo se destacou por ser organizada e por levar seu trabalho muito a sério. Tudo corria bem até que Luciana* foi deslocada para o seu setor. Luciana, à primeira vista, parecia ser muito simpática e prestativa, ajudava Denise sempre que possível e promovia festinhas, alegando que isso alegraria o ambiente de trabalho. Em pouco tempo, Luciana era amiga de todos os seus colegas, inclusive de Denise. Por acreditar em Luciana e por achar que ela nunca seria capaz de trair sua confiança, Denise contou algo pessoal e muito
Desconfie se... - A pessoa sempre tem um elogio na ponta da língua. É o chamado “baba ovo” dos chefes ou pessoas mais influentes; - não aparenta ter muito contato com parentes ou possuir amigos mais próximos; - se autopromove contanto histórias fantásticas a seu respeito; - não aceita adversidades em seus planos.
delicado: Denise havia se envolvido em um relacionamento com um colega de trabalho tempos atrás. Pronto. Essa confissão foi um prato cheio para Luciana, que, assim como Denise, disputava o cargo de chefia do setor. A amiga, solidária e simpática, se transformou em uma mulher indiferente aos sentimentos de Denise e a expôs a fim de “eliminá-la” de seu caminho para a promoção iminente. A história acima relata acontecimentos reais. Luciana é, por incrível que pareça, uma psicopata. A psicopatia pode ser divida em três diferentes graus: leve, moderada e grave. Nem todo psicopata chega a matar ou a praticar violência física. Na verdade, apenas uma pequena parcela das pessoas com esse desvio comete homicídios, o que não significa que seus demais “colegas” sejam mais bondosos. Os psicopatas de grau leve são especialistas em aplicar golpes,
Para saber mais: Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado, Ana Beatriz Barbosa Silva Precisamos falar sobre o Kevin, Lionel Shriver Meu vizinho é um psicopata, Martha Stout Psicopatas do coração,Vanessa de Oliveira
cometer roubos, estelionatos e fraudes. Assim como Luciana e a vilã Carminha, eles são ótimos companheiros e amantes e podem até ser bons pais se isso for conveniente. Estão disfarçados de políticos, executivos, líderes religiosos, amigos e vizinhos “gente fina” e usam de sua influência e simpatia para conseguir dinheiro ilicitamente, status e poder. No ambiente de trabalho, eles podem ser ainda mais nocivos, passando por cima de quem quer que seja para poder chegar ao topo da maneira mais rápida. “Eles são muito hedonistas e egoístas, focam somente no prazer pessoal e não se importam com regras sociais”, afirma a psicóloga Kelly de Souza, do centro de psicologia Conviver: “Eles podem estar em qualquer área de trabalho, em qualquer círculo social”. Há, entretanto, maior incidência de psicopatas no ambiente corporativo, onde a competição é maior. “Eles se destacam em grandes empresas, já que algumas de suas características são consideradas valiosas para se obter sucesso nos negócios”, pontua a psicóloga, que ainda complementa: “A sede de liderança, o raciocínio frio e estra-
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tegista e a sedução do psicopata, muitas vezes, podem destacá-lo dos demais”. Como se defender? Por não se tratar de uma doença e sim de um transtorno de personalidade, a psicopatia não tem cura e o tratamento pode ser complicado. “A terapia, em alguns casos, não é aconselhável, uma vez que o psicopata é altamente manipulador e pode chegar a enganar o terapeuta”, diz a psiquiatra Ana Karina. É possível reconhecer algumas características suspeitas desde crianças, como prazer em maltratar animais ou crianças mais novas, não demonstrar afeto pela mãe ou pelo pai, ter resistência quanto às regras impostas pelos progenitores ou pelos professores. “Não se pode diagnosticar uma criança ou adolescente como psicopata. A personalidade, assim como todo o cérebro, está em formação durante esse estágio. É claro que podemos observar e recorrer a conversas e muita disciplina. É aí que entra a psicoterapia. Psicólogos, junto com pais e a escola fazem o trabalho de reeducar a criança para mostrá-la os prós e os contras de seu comportamento”, explica a psicóloga Kelly. Já quando adulto, o psicopata tem toda a sua personalidade formada, portanto, se desconfiar de alguém, o melhor é se afastar. “Não há remédio para isso. O melhor a se fazer quando se deparar com alguém que possua esse desvio é se proteger”, conclui a Dra. Ana Karina. * Foram usados nomes fictícios
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NAS QUADRAS
TÊNIS ESTÁ MAIS ACESSÍVEL NO DF Com custos mais altos do que outras modalidades e tachada como esporte de rico, a prática pode ser feita por outras classes sociais Gabriella Avila e Natália Alves
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á anos ele carrega o estigma de esporte elitizado, praticado somente pela burguesia. Até o ex-presidente Lula deu uma declaração informal anos atrás onde afirmava que “tênis é esporte de burguês”. Com o preconceito, o tênis não conquistou a simpatia dos brasileiros, sendo pouco ou nada tradicional em nosso país. Na década de 80, na Inglaterra e nas colônias, o esporte era apenas praticado pelas classes sociais mais altas e em clubes privados. No Brasil, o catarinense Gustavo Kuerten, o Guga, considerado o nº 1 no ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), em 2000, ajudou a popularizar o esporte, o que aumentou o número de adeptos. A princípio, o conjunto de peculiaridades do tênis pode demandar um investimento considerado alto. Começa nos equipamentos: raquete, tênis, uniformes e bolas que precisam ser trocadas com frequência (veja o preço mínimo desses objetos abaixo). A maioria das quadras adaptadas para a prática estão localizadas em clubes, nos quais é necessário ser associado. O espaço precisa ser silencioso, pois o esporte exige concentração. As aulas devem ter poucos alunos para manter a qualidade, e os professores cobram caro por exclusividade. Porém, existem outros meios para praticar a modalidade sem gastar tanto. Em Brasília há escolas para todos os públicos.
As mais caras estão localizadas no Plano Piloto, com os valores variando entre R$ 145 a R$ 430. A mensalidade de aulas particulares não sai por menos de R$ 500. Nas cidades satélites as opções são reduzidas, mas existem. Exemplo disso é o Sesc, que oferece aulas de tênis num valor mais acessível nas unidades de Taguatinga Sul e Guará. Os preços das mensalidades vão de R$ 77 a R$ 112, variando de acordo com o horário e quantidade de treinos por semana. A intenção do Sesc é descentralizar o tênis dos grandes clubes do Plano Piloto, como forma de popularização. Lá os materiais são emprestados para a prática até o aluno se adaptar ao esporte e comprar seus próprios equipamentos. O treinador Francisco Ribeiro, conhecido como Kim, dá aulas no Sesc desde o início desse projeto, há 19 anos. Ele conta que a procura é grande e o público diversificado. “Hoje temos cerca de 400 alunos, entre jovens e adultos. A procura tem motivações variadas. Uns buscam por saúde, outros por hobbie ou simplesmente por achar um esporte bonito. São poucos os que querem se profissionalizar. Hoje, desses 400 praticantes, somente 10 querem competir e crescer no esporte”, pondera. Falta investimento A falta de tradição do esporte no Brasil prejudica os que querem se profissionalizar. As empresas preferem patrocinar atletas de esportes de maior repercussão. Essa é uma das grandes reclamações
Foto: Renato Gomes
Rebeca Medeiros treina no Sesc duas vezes por semana, e sonha em se profissionalizar
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de quem pratica o tênis visando participar de campeonatos. Rebeca Medeiros, estudante de administração, é uma das alunas do SESC que quer se profissionalizar, e acredita que poderia haver mais investimento para a projeção de outros atletas. “Acredito que o tênis tem chances de se tornar um esporte mais visto no Brasil. Para isso é necessário patrocínio para que os atletas participem de mais competições e ganhem visibilidade. Mas ainda é muito difícil”, lamenta a tenista. “Investir no esporte e na educação nunca foi prioridade em nosso país. O Brasil é o lugar dos esportes coletivos, faltando investimentos para os esportes individuais”, acredita o ex-tenista Edison Raw, hoje proprietário da Clínica e Escola Raw Tennis e detentor de mais de 78 títulos conquistados ao longo de sua carreira de 16 anos. Edison se preocupa com a democratização do esporte e por isso investe há 21 anos em atletas de baixa renda. “O esporte transforma a vida das pessoas e além de proporcionar hábitos saudáveis, canaliza as emoções e melhora o convívio com o próximo. O esporte, em geral, oferece um futuro melhor independentemente da classe social”, frisa o ex-atleta e responsável pela formação de mais de 44 alunos nos Estados Unidos. Benefícios Quando pratica tênis o atleta trabalha diversos músculos do corpo, além de melhorar a capacidade cardiovascular e respiratória, reduzindo os índices de ataques cardíacos. Os principais grupamentos musculares trabalhados no tênis são: bíceps, pernas, costas e abdômen. O esporte também é indicado para quem quer perder peso, já que uma hora de treino pode queimar entre 200 e 500 calorias, dependendo da categoria do atleta. O tênis é uma atividade que contribui para a saúde física e mental, segundo o educador físico Hidelbrando Souza: “O tênis é muito benéfico para saúde e possibilita o desenvolvimento do senso de direção, da coordenação motora e do equilíbrio”.
Quanto custa? Veja o preço mínimo dos equipamentos de tênis*
Viseira/boné: R$ 21,90 (protege do sol em quadras abertas)
Munhequeira: R$ 11,90 (Absorve o suor)
Overgrip: R$ 11,90 (dá firmeza para segurar o cabo da raquete)
Raqueteira: R$ 109,90 (bolsa para carregar o equipamento)
Uniforme short-saia:R$ 44,90 camiseta: R$ 35,90 Raquete: R$ 109,00 Antivibrador: R$ 11,90
(diminui a vibração das cordas e impacto)
Bola: R$ 13,90
(tubo com três unidades)
Tênis adaptado para o esporte: R$ 139,90 *preços pesquisados na Racquet Store Ilustração: Maykon Yamamoto
IMPROVISANDO... Há outras maneiras de praticar o tênis sem gastar tanto. O improviso é o melhor caminho para a economia. As roupas, por exemplo, não precisam ser as oficiais vendidas em lojas esportivas, podendo ser substituídas por roupas confortáveis que você já tem no guarda-roupa. O boné, ou viseira, também não precisa ser “de marca”, o importante é proteger o rosto do sol. Uma mochila grande pode ser usada no lugar da raqueteira. Essas substituições não prejudicam a prática do esporte, e podem fazer o custo do kit completo diminuir em aproximadamente 41%.
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JOGO
E T R O ESP
CARTAS E FICHAS NA MESA
Pôquer, agora reconhecido pelo governo como esporte da mente, cresce em Brasília. Para jogadores, é forma de renda e diversão Foto: Rayane Larissa
São pessoas que aprenderam a jogar com os amigos ou na própria internet, ou até aqueles que por curiosidade estão em busca de novas atividades de lazer. Sites internacionais, como o PokerStars.net e o FullTiltPoker.com, que fornecem jogos on-line com dinheiro fictício e apostas em dinheiro real, também apontam jogadores brasileiros como os que mais têm procurado pelo jogo nos últimos anos. Esses sites, os mais populares da rede, estão quase sempre lotados e oferecem partidas para todos os níveis e tipos de jogadores. Na capital do país, o esporte também começa Pelo menos 2000 pessoas jogam pôquer em clubes do a despontar. A estimatiDistrito Federal va é de que pelo menos duas mil Rafael Alves pessoas joguem pôquer regularmente em clubes espalhados pelo ogo de cartas, de azar ou espor- Distrito Federal. Os principais te da mente? O conhecido car- locais para a prática do esporte teado das telas de cinema, em que são os clubes Ace Texas Club, no até o espião inglês James Bond se Lago Norte, BSB Clube, em Águas aventurou e apostou todas as fi- Claras, DGH, na Asa Sul, Gama chas em um dos filmes da série, Poker, no Gama, e NL Texas Club, vem crescendo no país do futebol. na Asa Norte. A Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), principal CustoXbenefício organização de pôquer do país, é E o que boa parte dos jogadores categórica: “A prática do pôquer procura é a premiação que os como esporte, em suas mais varia- torneios de pôquer oferece. É o caso das formas, tem crescido signifi- do estudante de direito Thompson cativamente pelo país desde 2006”. Calazans, 24 anos, que tem se O jogo tem conquistado os bra- dedicado ao jogo e à faculdade. sileiros a cada dia. Sites nacionais Ele vê o esporte como uma nova especializados no assunto regis- forma de renda e custeia parte dos tram recordes diários de acessos. estudos com o dinheiro ganho
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nas mesas. “Além da diversão e da adrenalina, ao colocar as fichas na mesa o pôquer proporciona um rendimento extra para os primeiros colocados do torneio. Aplicando as estratégias certas e fazendo uma boa leitura do jogo é possível estar sempre na faixa de premiação. Dedicação e estudo são fundamentais nesse esporte”, conta Thompson. Uma das frases mais usadas do mundo do pôquer é que “trata-se de um jogo fácil de se aprender, mas muito difícil de se dominar”. Especialistas no assunto afirmam que não é um jogo de sorte, e sim de habilidade. O principal exemplo é que quase sempre os mesmo jogadores profissionais são os vencedores dos maiores torneios do jogo no mundo. O diretor de torneios e sócio do BSB Clube, Rafael Rodrigues, enumera os atrativos do esporte. “O bom é a adrenalina de dar um blefe, estudar as ações e reações do adversário e entender por que ele está agindo de certa maneira, além da socialização que há em uma mesa de pôquer. Há um clima muito bom em um torneio. É raro ver rixa entre jogadores. Apesar de envolver dinheiro e ego, os praticantes se respeitam e interagem de forma bastante positiva”, complementa. O Texas Hold’em, onde cada jogador recebe duas cartas e são abertas mais cinco cartas comunitárias na mesa, é a modalidade mais praticada no Brasil, mas o jogo possui pelo menos outras sete formas. Reconhecimento Em janeiro deste ano o Ministério do Esporte reconheceu o
pôquer como modalidade esportiva. Segundo o órgão, trata-se de uma competição em que se exige do praticante inteligência, capacidade, habilidades intelectuais e comportamentais para se obter sucesso. A Confederação Brasileira de Texas Hold’em é a principal responsável por difundir o esporte e organizar competições e eventos. De acordo com o texto divulgado no site do Ministério, o novo esporte é divertido, exige concentração, treinamento e estudo e estimula a parte sensorial e inteligível, além de contribuir com a socialização das pessoas. Grupos de estudos têm discutido a modalidade e formas de encaixá-la no calendário de competições esportivas no país, a exemplo de outros países que adotam o jogo como esporte da mente. MINIDICIONÁRIO ALL-IN – Apostar tudo CHECK (MESA) – Passar a jogada e continuar com - a aposta atual CALL – Pagar a aposta RAISE – Subir a aposta BUY-IN – Valor de entrada de um torneio RE-BUY – Comprar mais fichas ADD-ON – Acrescentar fichas no stack STACK – Quantidade de fichas de um jogador DEALER – Botão que determina as posições da mesa de jogo SMALL BLIND – Aposta obrigatória menor BIG BLING – Aposta obrigatória menor (Sempre o dobro do Small Blind) FLOP – Três primeiras cartas comunitárias abertas na mesa TURN – Quarta carta comunitária da mesa RIVER – Quinta e última carta comunitária da mesa
BEM
INIMIGO INVISÍVEL
PARA ENXERGAR OS RISCOS
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Filmes em 3D não fazem mal à visão, mas óculos mal higienizados podem causar doenças Carolina Meneses
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esde o sucesso de bilheteria Avatar, em 2009, os filmes em três dimensões se tornaram populares nos cinemas brasileiros. A diversão, no entanto, pode ser perigosa. “Ao passar por diferentes rostos e mãos, os óculos utilizados para assistir aos filmes podem transmitir agentes viróticos e bacterianos se não forem higienizados corretamente”, alerta o oftalmologista Canrobert Oliveira, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). A auditora Thayse Felipe não se preocupava com a questão até que, em julho, contraiu conjuntivite após assistir à versão tridimensional da animação Valente. A moça lembra que os óculos disponibilizados não foram entregues em embalagem e estavam manchados. Não é possível afirmar com certeza que o contágio ocorreu por meio da utilização dos óculos, mas Thayse assegura que não havia tido contato direto com nenhuma pessoa infectada. Canrobert ressalta que é difícil saber quem foi contaminado no cinema ou não, visto que as possibilidades de se contrair uma infecção ocular no dia-a-dia são muitas. Porém é importante ter cuidado sempre. Thayse não deixou de assistir a filmes em 3D, mas desde então faz a higienização dos óculos que utiliza, com seu próprio álcool em gel. Foco no olho “Ao interagir com óculos utilizados por outras pessoas, entramos em contato com todos os rostos que os receberam e todas as mãos que os tocaram, além de cílios que encostaram nas mesmas lentes e gordura de diferentes peles”,
explica o oftalmologista. Ainda que a pessoa não apresente nenhum sintoma, pode estar contaminada e transmitir infecções ao próximo usuário. A conjuntivite virótica é apenas uma das infecções que podem ser transmitidas. É possível haver contágio até mesmo de doenças de pele, como as dermatites infecciosas. “Na pele do rosto de uma pessoa pode haver bactérias às quais ela tem imunidade e não lhe causam infecção, mas que podem desenvolver doenças em outros que não possuam a mesma resistência”, afirma Canrobert. O médico diz que o ideal seria cada pessoa ter seus próprios óculos 3D. Como não é possível, é fundamental que o cinema ofereça ao usuário óculos devidamente higienizados e embalados. “Cada cinema deveria ter também uma série de dispensadores de álcool em gel para que as pessoas pudessem limpar suas mãos”, acrescenta. O oftalmologista lembra ainda a importância de deixar clara aos usuários a informação de que os óculos foram higienizados. Higienização: como é feita? O Artefato entrou em contato com duas grandes redes de cinema para saber como é realizada a limpeza. O Kinoplex garante que todos os seus óculos são submetidos a um processo rigoroso, realizado entre cada sessão. A lavagem é feita com uma máquina industrial que utiliza uma técnica de remoção mecânica de sujeira e desinfecção térmica por pasteurização em alta temperatura. “Em nenhum momento do procedimento há contato manual com os óculos. Os
funcionários usam luvas descartáveis em todas as etapas”, comentou a assessoria por e-mail. Na rede Cinemark, a higienização ocorre em máquinas de lavar louças. Os óculos são lavados com água quente e sabão neutro, além de serem submetidos a altas temperaturas. A rede informa que também é feita uma limpeza com álcool a 70% para retirar qualquer resíduo. Segundo eles, todos os óculos são embalados em plásticos completamente lacrados. Os produtos são utilizados em média oito vezes antes de serem descartados. Fiscalização A Vigilância Sanitária aponta que desde 2009 é feito um trabalho intensivo de fiscalização nos cinemas do Distrito Federal. Manoel Silva Neto, atual diretor do órgão, explica que quem define o procedimento de higienização é o próprio cinema. Se
Ilustração: Moacir Macedo
for considerado adequado, é aprovado e há uma equipe que observa regularmente se está sendo seguido. O auditor de Vigilância Sanitária Gustavo de Lima conta que atualmente dois tipos de procedimentos básicos são aceitos no país: a tripla lavagem e a esterilização iônica por vibração. “Caso uma rede de cinemas não cumpra as normas, terá as sessões suspensas imediatamente até que o processo esteja adequado”, afirma. Em caso de reincidência, pode ser obrigado a pagar multa. Quanto à necessidade do uso de embalagens, Gustavo comenta que é importante para garantir que a limpeza foi feita, mas ainda não existe uma legislação brasileira que estipule a obrigatoriedade. Para encaminhar reclamações à Vigilância Sanitária, disque 160.
PROJETO DE LEI 3.505/12 Atualmente a Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 3.505/12, do deputado André Moura (PSC-SE), que obriga os cinemas a higienizarem os óculos utilizados na exibição de filmes em terceira dimensão. A limpeza deverá obedecer às recomendações dos fabricantes e, depois de realizada, os óculos deverão ser entregues em embalagem plástica individual, esterilizada e com fechamento a vácuo. Além disso, o espectador ficará isento de qualquer taxa extra pela utilização dos óculos quando de sua devolução após a sessão cinematográfica. O descumprimento da lei sujeitará o infrator às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor. O projeto está aguardando voto do relator, deputado Osmar Terra (PMDB-MS) na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. A matéria irá tramitar, ainda, pela Comissão de Seguridade Social e Família e pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Caso sejam aprovadas, as normas não se aplicarão a óculos descartáveis. Fonte: Agência Câmara de Notícias
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R A T S EM E
DERMATOLOGIA
PROTEJA A PELE DOS EFEITOS DA ESTAÇÃO MAIS SECA DE BRASÍLIA
Calor e baixa umidade são fatores responsáveis pelo aumento de problemas como ressecamento, coceiras e vermelhidão
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atento e tomar algumas precauções para evitar que os sintomas se agravem. Ingerir bastante líquido e usar hidratantes adequados ajudam no processo de revitalizaPor Narla Bianca
líquido, isto é essencial para manter a pele hidratada e sempre saudável”, afirma. pele é o órgão mais sensível e Algumas outras precauções deprejudicado na época da seca, vem ser levadas em consideração. pois fica mais exposta aos fatores O uso excessivo de sabonete e banho muito quente são fatores que prejudicam ainda mais a saúde da pele. Isso porque acabam retirando a oleosidade natural, deixando-a ressecada. Ricardo aconselha o uso moderado de sabonetes e, de preferência, banhos mais rápidos, em água morna. O uso constante do hidratante e do filtro solar também é importante. Vale ressaltar que as precauções são as mesmas para todas as pessoas. Porém, idosos e crianças, por terem a pele menos lubrificada, devem redobrar as maneiras de hidratação. Ricardo explica que a pele tem a função de proteger e regular a temperatura do corpo. “Funciona como uma barreira protetora à perda de líquidos, à penetração de microorganismos, aos efeitos do sol, além de ser s A ingestáo de líquidos e uso de hidratantes mantém a pele saudável Por Narla Bianca ede de reações imunológicas relacionadas com a defesa ção da pele, mantendo-a sempre do organismo”, afirma. Por isso é climáticos e à baixa umidade. Segundo os dados do Instituto Na- saudável. Não há, contudo, dados tão importante cuidar dela. cional de Meteorologia (Inmet), consolidados sobre o aumento Alternativas nos primeiros dias do inverno de da incidência de doenças de pele nesse período do ano. Uma alternativa para manter a Brasília em 2012, a umidade relatiAo falar sobre o assunto, Ricardo saúde da pele é buscar tratamentos va do ar chegou a 22%, limite entre os estados de atenção e de alerta, Fenelon, presidente da Sociedade que auxiliem na hidratação. Consegundo critérios da Organização Brasileira de Laser em Medicina sultar regularmente uma esteticisMundial de Saúde (OMS). De acor- e Cirurgia, seccional Centro-Oes- ta é uma delas. Para a esteticista Mysleide Ferdo com especialistas, durante esse te e dermatologista, ressalta que período é natural que sintomas manchas, ressecamento e alergias reira, a alimentação é um fator idecomo ressecamento, coceiras e ver- são os sintomas mais comuns que al para manter a pele hidratada. “É melhidão, entre outros, apareçam aparecem durante o inverno. “O importante também a hidratação pelo corpo. Por isso é preciso ficar primeiro passo é ingerir bastante oral: tomar bastante líquido, água, Alana Letícia e Paula Morais
água de coco e ingerir frutas ricas em vitamina C, como morango, framboesa, laranja, mexerica, limão, cereja.” Essas frutas devem fazer parte do nosso cardápio no inverno. Para evitar o ressecamento e o aparecimento de cravos e espinhas e estimular a circulação sanguínea é recomendado que se faça uma esfoliação no rosto e no corpo. Isso facilita a absorção. A melhor hora para cuidar da hidratação é antes de dormir, pois durante o dia a circulação é ativada, fazendo com que se percam as propriedades nutritivas do hidratante mais rapidamente. Mysleide recomenda que se faça a esfoliação apenas uma vez por semana, mas se a pele for muito seca, o mais indicado é que se faça a cada 15 dias. Prevenida Consciente dos riscos que corre durante o período da seca, a jornalista Carolina Sales não deixa de lado os cremes hidratantes. Sempre tem algum em mãos para salvá-la na hora da necessidade. “A minha hidratação começa de dentro para fora. Tento beber dois litros de água por dia e uso cremes todos os dias. Para cada parte do corpo tenho creme específico”, explica.Carolina chega a gastar aproximadamente R$ 200 reais por mês com hidratantes para o rosto, corpo, pés e mãos. “Tenho excesso de cuidado com o meu rosto, por ser oleoso. Com isso, uso produtos específicos para combater a oleosidade facial”, conta.
BEM
PREVENÇÃO
CUIDADO COM O FOGO
Segundo dados do HRAN, casos de queimaduras aumentam entre junho e setembro Bruno Bandeira e Roberley Antonio
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agentes comuns provocadores de queimaduras. Do total de crianças entre um e cinco anos internadas no hospital, “35% são internadas justamente por terem sofrido graves lesões na pele por queimaduras”, acrescenta o médico. A dona de casa Erenita Pereira, 65 anos, sofreu um acidente doméstico há quatro anos. Ela conta que estava fazendo o café da manhã. Colocou a garrafa na mesa e o coador de pó de café em cima da garrafa. Despejou a água quente no pó até que o recipiente se enchesse. Abaixou-se para pegar um objeto que estava no chão e, ao levantar, acabou batendo na garrafa, que virou e derramou o líquido quente no rosto, pescoço e braço direito. “Foi uma dor terrível, um desespero. Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo”, conta. Erenita foi socorrida por familiares, que ajudaram jogando água fria na região afetada. Depois a levaram para a emergência de um pequeno hospital municipal. A gravidade e profundidade da queimadura foram classificadas como de segundo grau, que é muito dolorosa, pois compromete as raízes nervosas da área atingida. Depois do acidente, ela redobrou os cuidados e, hoje, faz o café com a garrafa dentro da pia.
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Como agir A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica afirma que o melhor a ser feito é cuidar imediatamente do local. O primeiro passo é interromper o processo de queimaduras e, em seguida, colocar no local água corrente fria até a dor diminuir. Segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), somente nesse primeiro semestre foram cerca de 100 chamadas decorrentes de acidentes com queimaduras. Para o chefe do departamento de comunicação social do CBMDF, major Eduardo Luís Gomes, muitas chamadas são por conta de acidentes domésticos: “As pessoas sofrem graves lesões por queimaduras, às vezes, por pura distração”, afirma. O major ainda alerta para os hábitos errados de muita gente quando sofre esse tipo de acidente: “As pessoas passam as mais absurdas substâncias no local da lesão, acreditando na superstição de que assim as dores possam ser amenizadas. São costumes errados, como a tradição de passar pasta de dentes e manteiga. Essas substâncias podem, na verdade, aquecer ainda mais a superfície queimada e aumentar o risco da lesão se agravar”, destaca. Em 2011, o CBMDF recebeu 136 chamadas decorrentes de acidentes com queimaduras.
onsiderado referência no O dr. Mário Fratine explica: atendimento a queimados “Muitos pacientes que internamos de alta complexidade no Centro- nesse período sofrem diversas le-Oeste, o HRAN realiza em média sões por péssimo manuseio de fo22 internações por mês e cerca de gos de artifícios. Alguns fogos não 250 por ano. Esse número sobe saem como o previsto e causam entre os meses de junho e setem- mutilações”, revela o especialista. bro, quando o hospital registra Ele também lembra que muitos caum aumento de 60% de casos, sos de queimaduras são causados ocasionado principalmente pelas pelo tradicional pulo da fogueira brincadeiras com nas festas dos fogos de artifício santos João, As pessoas passam nas festas juninas. Pedro e Antôas mais absurdas “Queimaduras nio. “Muitas substâncias no local são lesões tecidupessoas ainda da lesão, acreditando ais decorrentes da mantêm a trana superstição de que exposição a agendição de pular as dores possam ser tes térmicos quífogueiras nas amenizadas micos, elétricos grandes festas Major Eduardo Luís Gomes ou radioativos”, juninas. Elas explica o diretor calculam mal a da Unidade de Queimados do distância e o tamanho das labareHospital Regional da Asa Norte das, e é aí que se queimam.” (HRAN) e presidente da Sociedade Brasileira de Queimados Em casa Foto: Flávia Simone (SBQ) do Distrito Federal, dr. MáQuem está dentro de casa rio Frattini Gonçalves Ramos. também não escapa de sofrer Uma simples distração pode um grave acidente. Dados provocar sequelas graves, cicatrizes do HRAN revelam que 85% irreversíveis e até levar à morte. As das queimaduras domésticas lesões por queimaduras represen- ocorrem por negligência e tam a terceira maior causa de morte por pequenas distrações. As acidental em todas as faixas etárias crianças ainda são as maiores e um grave problema de saúde pú- vítimas. “Muitas mães ainda blica. Dados do Departamento de têm o hábito de cozinhar Informática do Sistema único de segurando os filhos, e isso é Saúde (Datasus) revelam que anu- extremamente perigoso”, afirma almente são prestados cerca de 100 Frattini. mil atendimentos, dos quais 2.500 Vela acesa perto de berço, acabam em mortes. E a situação pio- tomadas elétricas e fósforos ao ra justamente nessa época do ano. alcance das crianças são outros Ala de queimados do Hospital Regional da Asa Norte é referência em Brasília
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STROGONOFF
CARNE ALTERNATIVA
A soja é uma opção saudável que pode ser adaptada em diferentes pratos Aline Marcozzi
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e alimentar de forma saudável para alguns é opção, para outros uma questão de saúde, pois alguns alimentos não são recomendados para diabéticos, obesos ou alérgicos. Com as substituições de alguns deles é possível conciliar o bom ao agradável: cuidar da saúde e satisfazer um desejo. Uma dessas opções é a carne de soja, que surgiu há 500 anos e é um dos alimentos que substitui a carne vermelha. Mas até que ponto a carne de soja faz bem e a carne animal faz mal? A carne de soja pertence ao grupo das fibras e é um alimento saudável, pois não possui gordura. Porém, em algumas fases da vida ela não e recomendável, principalmente para crianças, pois não contém os nutrientes encontrados na carne animal. Já para adultos e idosos ela é uma boa opção, pois possui proteínas facilmente absorvidas pelo organismo. De acordo com o nutricionista Marcus Cerqueira, diretor do curso de nutrição da Universidade Católica de Brasília, a alimentação saudável é especifica para cada idade e depende da necessidade de cada pessoa. Assim, para pensar em uma dieta balanceada é importante acrescentar alimentos de outros grupos da cadeia alimentar como fibras e frutas, pois em nenhum deles é possível encontrar todos os nutrien-
tes necessários para o funcionamento do nosso organismo. Entre os consumidores mais fieis da carne de soja estão os vegetarianos. Para os eles não falta criatividade. Hoje é possível reproduzir todos os pratos feitos com carne animal, como lasanha, feijoada e strogonoff, preservando a essência e o sabor original. Em busca desses pratos alternativos o Artefato encontrou um restaurante totalmente dedicado ao vegetarianismo em Taguatinga Sul. Sergio dos Santos, responsável pelo restaurante Boa Saúde, conta detalhes da produção dessa carne. Segundo ele, o segredo do sabor está no modo como ela é preparada, e vai do tempero de cada um. Já no preparo, em comparação à carne comum, o que muda é o tempo: a carne de soja, por ser fibrosa, leva mais tempo para ser cozida. O quilo varia entre R$ 4,50 e 6. Tudo começa a partir de um grão chamado de “proteína texturizada de soja”. Para transformá-lo em carne o processo é simples e pode ser feito em casa. O primeiro passo é colocar a proteína de soja em uma vasilha e cobri-la com água quente, acrescentando sal e molho shoyu. Em seguida deixe absorver por cerca de 20 minutos. O segundo passo é espremer bastante até retirar todo o líqui-
do. Logo depois acrescente sal, alho, óleo e temperos a gosto e leve ao forno por 30 minutos ou até obter consistência. Feito isso está pronta a carne de soja. Depois desse processo podemos preparar os mais diversos pratos. Um deles, conhecido mundialmente, é o strogonoff. De acordo com o Sergio, os únicos ingredientes que mudam são a carne e o creme de leite, que também é feito da proteína de soja.
SERVIÇO
Strogonoff de soja Ingredientes: (Porção para quatro pessoas) 250 gramas de carne de soja 200 ml de creme de leite de soja 100 gramas de azeitona 100 gramas de cogumelo 1 cabeça de cebola média 3 dentes de alho amassado com sal 2 colheres sopa de extrato de tomate 1 colher de cebolinha e pimentão picado 500 ml a um litro de água Modo de fazer: Leve ao fogo o óleo, a cebola e o alho para fritar por cinco minutos em fogo brando, logo depois acrescente a carne, a água e deixe ferver. Após cozido adicione os demais ingredientes e deixe criar consistência. Desligue e sirva a gosto. Acompanhamentos: Sirva também com arroz, e batata palha.
Boa Saúde: área especial 10, setor B. Entre a Samdú Sul e a Comercial, próximo à Igreja de Cristo. Telefone: 3352-3240 Funcionamento: sexta a domingo, das 11h às 15h.
Foto: Nikelly Moura