Artefato
Ano 15 Número 5 setembro/outubro de 2014
UCB entre flores e espinhos Confira matérias especiais sobre a crise >> p. 10 a 17
Entrevista
CineDebate: sem público
Beleza em novo jardim do Bloco Central
José Nilton Dourado da Silva, presidente da UBEC: “Projeto de reestruturação está parado”.
“É impressionante como o estudante universitário é pouco engajado e não vive o campus”, diz professor.
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Carta ao Leitor Taguatinga - DF, Setembro Outubro de 2014
Se há algo para consternar, que seja a dificuldade. Ela se acopla a outras desvirtudes, como o ócio ou desinteresse, por exemplo, e empaca. Atrapalha todo um processo, atrasa trabalhos, produção e interfere até na construção coletiva. Pior, deslegitima o tempo. Logo ele, tão precioso, imponderado. Amado por todos e odiado também, foi o principal alvo de nossas discussões. Não te assustes com o que digo, digo com propriedade. Talvez assim seja por ser nossa primeira vez. Crua, sem vícios. Com sonhos e vicissitudes. Por alunos e professores que acreditam que podem construir o novo. E podem! Por isso peço gentilmente, que acompanhe esse processo metamórfico. Leia, critique, opine, participe. Esse é o valor que tem o nosso jornal. Prover você, caro leitor, de opinião. Seja ela qual for. Att. Amanda Rodrigues e Daniel Mangueira
Artefato Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília Ano 15, n. 5, setembro/outubro de 2014 Reitor: Dr. Gilberto Gonçalves Garcia Diretor da Escola de Negócios: Dr. Alexandre Kieling Coordenador do curso de Comunicação Social: Dr. Luiz Carlos Assis Iasbeck Professores responsáveis: Me. Lunde Braghini Júnior e Me. Fernanda Vasques Orientação de fotografia: Me. Bernadete Brasiliense Editores chefes: Amanda Rodrigues e Daniel Mangueira Editora de arte: Amanda Costa Editoras de Fotografia: Michele Mendes e Beatriz Carlos Subeditores de fotografia: Isabella Vieira, Manoel Neto, Gabriella Bertoni e Diogo Neves Editores de texto: Fernanda Pinheiro, Jéssica Duarte, Marina Maria, Guilherme Rocha, Eduardo Kirst e Gabriela Costa Editores web: Carolina Vajas e Gustavo Goes Diagramadores: Ana Paula Viana, Sabrina Pessoa, Yago Alves e Carolina Matos Repórteres: Alex Santos, Amanda Bartolomeu, Amanda Rodrigues, Ana Paula Viana, Beatriz Carlos, Bianca Amaral, Carolina Matos, Carolina Vajas, Daniel Mangueira, Eduardo Kirst, Gabriela Costa, Jéssica Duarte, Jéssica Xavier, Juliana Macêdo, Michele Mendes, Patrícia Marques, Paulo Martins, Rafaela Brito, Sabrina Pessoa Fotógrafos: Adriene Ribeiro, Diogo Neves, Isabela Vieira, Gabriela Gregorini, Jelsyanne Albuquerque, João Pedro Carvalho, Lucas Lélis, Manoel Neto, Lorena Carolino, Mariane Paim, Nathalia Melo, Rodrigo Mendonça e Thiago Siqueira Tiragem: 2 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia Universidade Católica de Brasília EPCT QS 07 lote 01, bloco K, sala 212 Laboratório Digital Águas Claras, DF Fone: 3356-9098/9237 Site: pulsatil.com.br Facebook: facebook.com/artefatoucb Acervo: issuu.com/jornalartefato
Esporte 3
Artefato Jogos Olímpicos 2016
A segundos do recorde, a anos-luz de medalha
Comparação entre recordes mundiais e brasilienses mostra distância entre o sonho de ganhar uma medalha em 2016 e a realidade dos resultados
Foto: Rodrigo Mendonça
por Jéssica Duarte
N
Em Brasília, ainda há recordes estabelecidos em 1998
adadores da capital precisam quebrar recordes que foram estabelecidos ainda no século passado para algum atleta local ter chance de chegar ao pódio nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Segundos deixam competidores a anosluz das tão sonhadas medalhas. O recorde brasiliense dos 100m livres ainda é de 1998, quando Tatiana Santos os nadou em praticamente 1 minuto. O tempo de Tatiana fica a 7 segundos da marca de Ranomi Kromowidjojo. Holandesa descendente de
surinameses e javaneses, Ranomi é três vezes medalhista olímpica de ouro, com triunfos nos jogos de Pequim, 2008, e Londres, 2012. Nas piscinas do DF, em 2010, Ricardo Machado ficou longe, a 5,15s, do recorde mundial dos 100m livres. Mas consola saber que o recorde que até hoje se mantém – 46,91s, em 2009 – é de César Cielo, ganhador, em Pequim, da primeira medalha de ouro olímpica brasileira e ainda sinônimo da esperança de nadar e não morrer na praia. As piscinas olímpicas de
50m têm o tamanho da metade de um campo de futebol e em seus 25 metros de largura seria possível estacionar 14 carros lado a lado do modelo Fiat Palio. Divididas em 10 raias de 2,5 metros de largura, foi estabelecido que só as oito raias internas fossem usadas por ter menos formação de marola. Os atletas mais bem classificados largam nas raias 4 e 5, bem no meio, onde não há tanta interferência do movimento da água. Esperança Nessas raias
cabe
um
brasiliense, sim, acredita Glauber Silva, importante competidor brasileiro que começou no esporte aos quatro anos devido a crises de bronquite. O atleta brasiliense que foi afastado das competições após um exame de doping na Tentativa Olímpica acabou perdendo a vaga para os Jogos de Londres em 2012, justo no evento que conseguiu classificação, ao nadar 100 metros borboleta em 52,24s. Ficara a apenas a 1s66 do atual recordista americano Michael Phelps que realizou a prova em 50s58, de acordo com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Glauber Silva não parou de treinar durante a suspensão. O fato de a competição ser sediada por nosso país aumenta as suas possibilidades, acredita. “Depois de 10 anos nadando por outros lugares, estou de volta à cidade onde quero terminar meu ciclo olímpico para 2016”. “Treino de segunda a sábado, algumas vezes há treinos duplos no dia. Tenho acompanhamento na parte física e principalmente na psicológica”, diz o atual recordista brasiliense dos 50m costas – com muita responsabilidade às costas.
4 Mercado de Trabalho
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Exclusão
Egresso com deficiência sem emprego
Casos como os de Heron e de Lucio colocam em xeque país “lindo na teoria, porque na prática é um inferno” por Ana Paula Viana
Foto: Gabriela Gregorini
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essoas com limitações físicas ou mentais galgaram todos os degraus do ensino, fundamental, médio e superior. Destacaram-se como alunos na universidade, mas estão desempregados. Heron Luiz dos Santos, 38, faz parte dos 24,5 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. Ao nascer, sofreu uma paralisia cerebral que compromete sua coordenação motora, sua dicção e seu caminhar. Superando estas dificuldades, ele se formou em Jornalismo pela Universidade Católica de Brasília – UCB, é membro da Tribo das Artes e autor de dois livros. Apaixonado pela profissão teve seu sonho interrompido após a conclusão do curso. Formado em 2009, não encontra emprego. O mercado mantém as portas fechadas para ele, e não deixa sequer mostrar as experiências acadêmicas. “Me dói muito ficar parado, gostar tanto do jornalismo e não poder atuar”, desabafa o jornalista, apaixonado pela profissão que não o deixam exercer. O art. 93 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, obriga a empresa com 100 ou mais funcionários preencher de 2 a 5% dos seus cargos por pessoas com alguma deficiência. “O Brasil é lindo na teoria, porque na prática é um inferno. Há preconceito com tudo, não nos dão oportunidades”, lamenta Heron. O atendimento especializado que as bancas de concurso público
oferecem, no caso dele, deixa a desejar, pois com sua coordenação motora comprometida, sua escrita é demorada e o tempo de prova se torna curto “A minha dificuldade é o tempo de terminar a prova no horário, eu já desisti. Uma vez fui o primeiro a chegar e o último a sair”, conclui. Indignação Outra pessoa com deficiência egresso na universidade, Lucio Jad, graduado em Publicidade e Propaganda, também reclama da falta de inserção do deficiente no mercado de trabalho e vê no concurso público a esperança para sair do desemprego. As dificuldades de Lucio também se baseiam no preconceito das empresas e nas dificuldades de acessibilidade aos locais. “Já fui fazer entrevistas em que não pude nem subir por não ter acesso a cadeirantes”, indigna-se. O art. 2º da Lei 10.098/2000 garante a pessoa com alguma deficiência à “acessibilidade e a condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação.” A desvantagem, além da dificuldade de ingressar no mercado, se encontra também na renda salarial dos que se empregam, cerca de R$ 100 a menos que a média geral, mesmo com uma carga horária de trabalho equivalente.
Heron apresenta livro de sua autoria sobre Mário Eugênio
Universidade 5
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Foto: Jelsyanne Albuquerque
Inclusão
Ensino superior acolhe mal os docentes surdos Primeiro mestre surdo da UCB e da área de educação do Distrito Federal estuda trajetórias de docentes surdos no ensino superior por Carolina Matos
“H
istória de vida e concepção de docentes surdos acerca das políticas de inclusão na educação superior”. Este é o tema da dissertação de Mestrado defendida pelo professor, agora mestre, Falk Moreira, 39 anos, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Brasília (UCB). O trabalho de Falk mostra como o docente surdo, que atua no ensino superior, pode ter seus direitos garantidos pormeiodepolíticaspúblicasdeinclusão asseguradas pela Lei 10.436/2002. “Trata-se de uma pesquisa qualitativa com base na metodologia da História de Vida, que procura dar voz e visão a um determinado grupo ou minoria social”, explica o mestre. Apesquisa feita para a elaboração do trabalho contou com a colaboração de cinco professores surdos que trabalham em instituições de ensino superior do DF e ministram a disciplina de Língua Brasileira de Sinais. “Os resultados apontaram histórias de vidas marcadas por obstáculos, mas também por luta, organização coletiva e superação”. Os dados também constataram condições precárias de trabalho e políticas de inclusão que atendem às necessidades dos surdos se mostrando ineficazes, seja por culpa da instituição ou do Estado.
Brilhante A orientadora de Falk, professora doutora Ranilce Mascarenhas Guimarães-Iosf, comenta que o processo de elaboração do trabalho teve de ser adaptado, pois ela não domina a língua de sinais. “No início, fiquei um pouco indecisa se aceitaria pelo fato de não dominar o idioma Libras. Mas depois pensei: trabalho com cidadania e ele é um estudante brilhante, vou aprender muito com essa orientação”, conta Ranilce. “Eu acredito que o Falk contribuiu para que o Programa da Universidade Católica de Brasília se tornasse mais inclusivo. E mostrou para todos os surdos do DF e do Brasil que é possível entrar na academia, permanecer nela e fazer trabalhos de qualidade, sendo surdo ou não”, afirmou Ranilce. Com apenas um ano e sete meses, Falk contraiu meningite. A doença provocou a surdez bilateral profunda, comprometendo totalmente a sua audição. Mesmo em uma família de ouvintes, Falk não se deixou abalar, apesar de, na época, as famílias serem aconselhadas pelo governo a não ensinarem libras. Falk desenvolveu a habilidade de leitura labial, estudou em escola regular e mesmo com todos os obstáculos concluiu os estudos. Desde 2008, ministra a disciplina de Libras na UCB e, pelo menos, mais de 6 mil estudantes já
Falk Moreira é o primeiro pesquisador surdo formado pelo mestrado em educação da UCB passaram pelos ensinamentos de Falk. O trabalho produzido pelo professor e com orientação da professora doutora Ranilce Mascarenhas Guimarães-Iosf recebeu nota máxima da banca examinadora que, ao final da apresentação, sugeriu para Falk a publicação da dissertação. Pouca cobrança O cenário da inclusão de docentes surdos na educação superior cria novos desafios, já que nem todas as Instituições de Ensino Superior (IES) possibilitam condições equitativas para que os profissionais surdos possam concorrer às vagas abertas, tanto em instituições públicas como privadas. “A realidade social mostra que eles não apreendem facilmente conceitos que fazem rupturas no paradigma neoliberal e têm como base a competição e a produção”, afirma o professor. “Isso implica as perpetuadas questões de desrespeito às diversidades culturais que colorem e caracterizam o Brasil na sua composição de culturas diversas, isto é, formatando o multiculturalismo”, enfatiza.
Na pesquisa feita para a criação do trabalho não foi constatado um sistema de acessibilidade diferenciado para o docente surdo. “Não é fácil estar inserido num contexto no qual sua língua não é respeitada, ou seja, em um ambiente em que não há o mínimo de acessibilidade ante as necessidades do docente surdo, em especial, na área de comunicação”, diz Falk. Após a pesquisa, fica claro que os docentes surdos ainda não têm uma postura de cobrança com as IES onde atuam, devido ao espaço ser pouco acessível e sem prioridade para a diversidade linguística. No trabalho do professor é possível identificar a falta de visão do sistema político social, ou seja, essencial para a formação do caráter de qualquer cidadão. Com a criação da Lei 10.436/2002, o surdo no Brasil pôde lutar por seus direitos, por meio da inserção e permanência no ambiente acadêmico, seja como discente ou docente. Isso se deve ao reconhecimento da lei e, como consequência, de Libras como língua materna do surdo, facultando ao sujeito a conquista de sua identidade.
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Universidade
Novidade
Foto: Diogo Neves
Novo jardim se destaca no Bloco Central
Desenvolvido durante o recesso acadêmico, projeto mostra a força do trabalho quase anônimo dos jardineiros da universidade por Eduardo Kirst e Gabriela Costa
O
campus da Universidade Católica de Brasília, em Águas Claras, conta agora com um novo jardim. A novidade localizada no bloco central tem despertado a atenção de quem passa. O projeto para a construção do novo espaço começou em meados de maio, mas só foi concluído no início de agosto. A reforma só pôde ser iniciada no mês de junho com a liberação do espaço, após a saída da lanchonete Maria’s Café. O motivo da retirada teria sido o fim do contrato e o grande número de reclamações recebidas na ouvidoria da universidade, de pessoas que alegavam a difícil circulação na
área, já que o ponto é de grande movimento, pois conta com as instalações da copiadora Print, do banco Santander e do Atende. Outros fatores alegados para a criação do jardim foram os problemas estruturais que o prédio do bloco central começou a apresentar, além da falta de circulação de ar e as questões relacionadas à aparência, já que o ambiente estava visualmente poluído. Esforço coletivo Na construção do jardim do bloco central toda a equipe trabalhou arduamente em alguma parte do projeto. Alguns auxiliaram na pintura das pedras e da areia, outros realizaram
o nivelamento do terreno e o restante da equipe contribuiu na colocação das plantas no local. Os coordenadores do setor deram as diretrizes iniciais que o projeto deveria atender e então, os auxiliares, jardineiros, operadores e encarregados iniciaram as discussões de suas ideias, planejando o novo espaço. João Domingos, jardineiro que trabalha há dois anos na universidade, acredita que este foi o jardim onde ele e seus companheiros mais trabalharam. “Eu trabalhei na parte de pintura das pedras, mas posso dizer pra você que esse foi o jardim mais trabalhoso de todos que eu já ajudei a fazer aqui na Católica”, disse.
Bem-estar De acordo com Yara Regina Oliveira, doutora em Urbanismo pelo Institut D’urbanisme de Paris e também professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da universidade, os jardins existentes na UCB demonstram um grande desejo do criador, ou criadores, em contribuir para o bem-estar de quem passa pelo campus. “Os jardins, desde a antiguidade têm uma força de atração mitológica, estética, funcional no prazer, na proximidade do homem com a natureza, no alimento e em reguladores térmicos”, explica a professora Yara. Segundo ela, “os da
Universidade 7
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Variedade O novo ambiente conta com três espécies de plantas distintas, que foram escolhidas respeitando o ambiente do jardim, que é frio e não conta com iluminação solar. Entre as variedades de plantas selecionadas estão a “Mussaenda”, conhecida cientificamente como “Mussaenda alicia”, as “Lágrimas de Cristo”, cientificamente chamadas de “Clerodendrum thomsonae” e também a “Arundina”, conhecida popularmente como “Orquídea de Bambu ou de jardim” e chamada cientificamente de “Arundina graminifolia”. O local também recebeu “grama esmeralda” e pedras brancas que formam os traços curvos do jardim e são chamadas de “seixos brancos”. Na preparação do solo, a equipe responsável utilizou calcário, adubo e terra vermelha. Para a aquisição das plantas e dos materiais necessários para a preparação do terreno, a Universidade Católica de Brasília, por meio do setor de compras, investiu cerca de R$ 7.420,00, mas, deste total, apenas R$ 5.000,00 foram utilizados. O restante do material será aplicado
em outros locais do campus. “Seria muito fácil conduzirmos a área administrativa da UCB tendo recursos financeiros para isso, mas nosso setor não dispõe de grandes verbas, então nós precisamos remodelar os espaços solicitados buscando sempre o baixo custo em nossas obras”, explica Jailson João Barbosa, responsável pela gerência da Prefeitura da Universidade Católica. Desanimados Vinte e seis funcionários realizam a manutenção externa da Universidade Católica de Brasília, ou seja, são responsáveis pelo zelo dos jardins e pela poda de árvores e plantas. Eles trabalham em dois turnos: o primeiro trabalha das sete da manhã às 17h e o segundo das oito da manhã às 18h, ambos com duas horas de intervalo para almoço. De acordo com alguns trabalhadores do setor, a média salarial da instituição está defasada, fazendo com que muitos deles procurem por outras oportunidades de trabalho. O auxílio-alimentação diário não passa de sete reais e o salário mensal é de pouco mais de mil reais, sem contar os descontos na folha de pagamento. Para os auxiliares, a situação é ainda mais complicada, pois recebem cerca de R$ 800. Com a defasagem nos salários e o serviço cansativo e pesado, muitos deles se sentem desanimados e não confiam mais nas promessas da instituição, já que há dez anos o setor recebe promessas de melhorias que não são cumpridas.
Foto: Diogo Neves
Universidade Católica têm um potencial grande de desenvolver uma lógica com mais força de expressão, pois as formas são contundentes e se aproximam de uma instalação artística, já que foram fundamentados no ritmo das plantas, ou seja, os vegetais são implantados como elementos de decoração e deverão ser constantemente trocados”.
Jardim atrai olhares por contraste entre as cores
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Cinema
Sessão do CineDebate teve gente de menos Participação zero de estudantes faz professor lamentar falta de investimento dos estudantes na própria formação universitária
por Juliana Macêdo e Rafaela Brito
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Foto: Manoel Neto
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primeira sessão conseguimos encontrar um eco do CineDebate do dentro da Universidade. É mais curso de Relações fácil atrair a participação de Internacionais, realizada no dia pessoas de fora da UCB do que 27 de agosto, programada para dos nossos próprios alunos”, debater o filme Adeus, Lenin, destaca o professor. não teve público. A iniciativa Os motivos que levaram ao teve participação zero dos fracasso do projeto, segundo estudantes. A sala reservada Rogério Lustosa, estão muito para a exibição do filme além da Universidade Católica contava apenas com a presença de Brasília. “É impressionante do professor Rogério Lustosa, como o estudante universitário responsável pelo trabalho, e brasileiro é pouco engajado na das alunas Bianca Silvino e atividade de realmente ser um Geysa Sanchez, que ajudam na estudante universitário. Ele não organização. vive o campus, não tem política Inspirado estudantil”. Pensei: Vamos pela sessão A programação fazer o mesmo de cinema do CineDebate das Ciências no cerrado. Mas prevê ainda a Humanas da exibição dos filmes não dá certo. Universidade No e A Queda! Paul Valery, As Últimas horas Faça pamonha da cidade de de Hitler, que no cerrado Montpellier, abordam temas Rogério Lustosa na França, o que contrapõem professor Rogério implementou tipos de política e debatem um programa semelhante na as consequências geradas por Universidade Católica de cada regime. Em Intocáveis, Brasília (UCB). último filme a ser exibido, a Nomeada CineDebate, a temática envolve questões de iniciativa do curso de Relações multiculturalismo, divisão de Internacionais busca promover classes e superação. discussões que instiguem a A iniciativa só deve continuar aquisição de conhecimentos se houver a participação dos e o pensamento crítico dos estudantes ou caso se tornet um estudantes universitários. projeto de extensão, que conte Contudo, Lustosa encontrou com a participação do público algumas dificuldades. Enquanto externo. “É desmotivador. O na universidade francesa o professor é vencido e vai dar programa foi bem sucedido, aqui a aulinha que eles querem: os estudantes universitários não escrever no quadro. Se tiver demonstraram nenhum tipo de que voltar para o ensino médio, interesse pela iniciativa. “Não a gente volta”, critica Lustosa.
Rogério Lustosa, professor do curso de Relações Internacionais e idealizador do CineDebate Indicações de Rogério Lustosa, para ver e ler:
Filme: Good bye, Lenin (2003) Diretor: Wolfgang Becker
Livro: O outono do patriarca (1975) Autor: Gabriel Garcia Marquez
Filme: O homem das estrelas (1995) Diretor: Giuseppe Tornatore
Livro: Por que os líderes mentem? Autor: John J. Mearsheimer
Filme: Betty Blue (1985) Diretor: Jean-Jacques Beineix
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Artefato Matriz
Aos quinze anos, sob nova direção Após 15 anos a agência júnior de publicidade da UCB enfrenta o desafio da primeira mudança na coordenação docente
por Jéssica Xavier
D
esde o início do mês de julho, o professor Gerson Scheid assumiu a coordenação da Matriz, agência de publicidade junior da Universidade Católica de Brasília, que ganhou vigor e visibilidade pelos profissionais inseridos no mercado publicitário de Brasília. Escolhido entre os professores de comunicação da Universidade Católica de Brasília, em eleição feita pelos membros efetivos da agência júnior, Gerson Scheid atuou em diversas áreas e possui
bagagem e conhecimento para encarar seu novo desafio em parceria com a equipe de alunos da Matriz. A agência tem orgulho pelo histórico dos “ex-Matrizes” – como são conhecido os alunos que já passaram pela agência – que atuaram e atuam em renomadas agências nacionais, como Lew’Lara\TBWA, Giacometti Comunicação, Isobar Brasil, entre muitas outras. Autogestão A presidente
da
Matriz,
Gabrielly Sousa, explica que trabalham através de uma hierarquia seguida desde a sua fundação. “A agência é gerida por seus próprios estagiários. O presidente é responsável por gerir a equipe e a tomada de decisões de maior importância; o vicepresidente atua na administração da parte financeira da agência, os dois atuam juntamente com os diretores de cada departamento que são responsáveis por gerir suas equipes”, diz. A chegada do novo coordenador agrega outras possibilidades às características bem sucedidas da Matriz, orientada desde a fundação pelo professor Ronaldo Carvalho. “Buscamos uma reformulação, um novo posicionamento junto aos clientes, às agências de publicidade e ao curso de comunicação social para conquistar maior força de marca e espaço no mercado publicitário”,
explica Gerson Scheid. Para adotar tais medidas, foram executadas pesquisas com diferentes públicos, chegando a resultados motivacionais para o reposicionamento que será executado a partir de outubro. Abertura do Semestre Dentro da universidade, a agência junior também é conhecida por ser organizadora de eventos tradicionais. No semestre inaugural do ano, promove a Abertura do Semestre da Matriz, quando os alunos de Comunicação Social podem frequentar uma semana de palestras com profissionais, além de diversas oficinas. Os integrantes da Matriz afirmam que os preparativos da próxima edição da Abertura estão a todo vapor. A presidente Gabrielly já vende o peixe: “A próxima edição da Abertura do Semestre será incrível!” Foto: Beatriz Carlos
A partir de outubro, a empresa júnior implementa ações de reposicionamento junto aos clientes
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História
Linha do tempo: de Nazareth a Gilberto Foto: Faira Assis (Divulgação - UCB)
Primeiro diretor geral da UCB, prof. Nazareth ajuda a reconstruir a memória da Universidade e apoia as manifestações estudantis de abril uma mantenedora, a União por Beatriz Carlos, Marina Brasileira de Educação e Cultura Barbosa e Daniel Mangueira (UBEC), parte necessária para a criação de uma instituição de m dos primeiros ensino superior. Dois anos após a criação atos do novo reitor, Professor Doutor da UBEC, começaram a ser Gilberto Gonçalves Garcia, ministrados os primeiros cursos foi participar da inauguração das Faculdades Integradas do espaço cultural Prof. Católicas de Brasília (FICB), José Nazareth, no dia 21 embrião da Universidade. Por de julho, no intuito de ainda não ter espaço próprio, homenagear o secretário geral as aulas eram ministradas em da Universidade e primeiro salas cedidas pelos colégios Administração, diretor geral da Católica, entre associados. Pedagogia e Economia eram os 1974 e 1978. Até os dias atuais, o professor três cursos oferecidos. Com a ideia de unificar os Nazareth continua vinculado à UCB, onde sempre almoça no cursos e a estrutura acadêmica, a restaurante entre os blocos M e fim de se tornar uma Universidade, K. Ele nos contou a história da a UBEC comprou nos anos 1980 o criação da Universidade desde terreno de 600.000 m² destinado 1972, quando dez escolas a construção do campus I da religiosas uniram-se para criar Universidade Católica de Brasília.
U
No centro “Fomos mandados para a periferia, mas como Deus escreve certo por linhas tortas, estamos no centro geográfico de Brasília”, disse o professor Nazareth. “Até nos ofereceram um terreno próximo a Universidade de Brasília (UnB), mas era muito pequeno. E já tínhamos em mente construir algo grande”, disse. Ao longo de todos esses anos, o professor esteve sempre próximo à instituição. Mesmo no tempo em que se afastou dos cargos que ocupava, acompanhou a evolução e a consolidação dos cursos. Sobre as manifestações que ocorreram em abril deste ano devido à implantação de um novo sistema de ensino pela
mantenedora da Universidade, ele afirma: “Eu gosto muito da juventude de hoje em dia, vocês não foram por bagunça ou arruaça, apenas estavam atrás da educação em que acreditam e conseguiram o que queriam.” Atual reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB), Gilberto Gonçalves Garcia é doutor em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB) e preside a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE). Além disso, foi reitor do Centro Universitário Franciscano do Paraná, entre 1998 e 2007, e da Universidade São Francisco (USF), entre 2007 e 2009.
Crise 11
Artefato Padre José Teixeira da Costa Nazareth Diretor-Geral (1974-1978) Irmã Almerinda dos Anos Diretora-Geral (1978-1980) Irmã Querubina Silva Diretora-Geral (1980-1984) Irmão Eugênio Alberto Fossá Diretora-Geral (1985-1987) Padre Wagner de Oliveira Brandão Diretora-Geral (1987-1988) Padre Décio Batista Teixeira Diretora-Geral (1988-1994) Padre Décio Batista Teixeira Reitor (1995-1999) Prof º Dr. Guy Capdeville Reitor (1999-2003) Profª Drª Débora Pinto Niquini Reitora (2003-2006) Profº Msc. Padre José Romualdo Degasperi Reitor (2007-2010) Profº Dr Cícero Ivan Ferreira Gontijo Reitor (12/05/2011 - 07/12/2012) Profº Dr Ricardo Spindola Mariz Reitor (07/12/2012 - 31/05/2013) Profº Dr Afonso Celso Tanus Galvão Reitor (29/05/2013 - 07/2014) Profº Dr Gilberto Gonçalves Garcia Reitor (Atual)
12 Crise
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UBEC
Reestruturação ainda nos planos
Na União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC), presidente defende mantenedora que sugeriu a polêmica reestruturação por Sabrina Pessoa Foto: Sabrina Pessoa
Quadro acompanha o presidente desde 1999, quando era diretor em João Pessoa
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a quadra 05, conjunto 13 do Park Way, os meios-fios do lote 08, ainda pintados com as cores da bandeira do Brasil neste pós-Copa do Mundo, direcionam a uma área residencial que abriga a estrutura administrativa e tecnológica da União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC). Lá, o irmão marista José Nilton Dourado da Silva, atual presidente da UBEC, mantenedora da Universidade Católica de Brasília (UCB), defendeu a proposta de reestruturação que acabou arranhando a imagem da UCB e manchando a da UBEC. Em sua gestão, apenas o curso de Filosofia saiu do presencial e pulou para o virtual, mas o fato amedronta outros cursos. Afável, carregando no sotaque maranhense natural de Balsas, José Nilton é incisivo: “Se eu não fechar os cursos, o MEC fecha após três avaliações seguidas com notas baixas”.
estrutura de poder é composta em primeira instância por uma assembleia, da qual três representantes de cada congregação associada fazem parte juntamente com duas pessoas não religiosas que estão fixas na parte administrativa. O projeto de reestruturação que acabou maculando a imagem da UBEC foi sugerido pela empresa de consultoria Carlos Monteiro (CM), que faliu a Gama Filho ao tentar uma reestruturação. A empresa ainda tem contrato com a mantenedora?
José Nilton - O projeto de reestruturação foi definido pela assembleia através de um diagnóstico negativo da Universidade Católica. Foi aplicado inicialmente na mantedora para depois ser desenvolvido de maneira distinta nas mantidas. É a reestruturação que queremos – e vocês vão ter que optar por isso, porque as concorrentes estão se adaptando e a nossa universidade vai ter Hoje a União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC) possui dez que se adequar ao mercado. Ainda existe contrato com a CM e nunca tivemos mantidas. Qual é a estrutura de poder da mantenedora e até onde ela vai problema algum com ela. dentro da nossa universidade? O polêmico projeto de reestruturação foi enterrado? José Nilton - Primeiramente, a UBEC interfere apenas na parte administrativa das mantidas, para manter a qualidade de ensino. Como toda mantenedora, a José Nilton - O projeto de reestruturação está parado, buscando que a
Artefato universidade note a necessidade de passar por ele e não falar que foi algo imposto pela UBEC! Precisamos alinhar as faculdades, centro universitários, universidades e às concorrentes. Irá acontecer uma reunião com todos os reitores e diretores das mantidas para ver como vão caminhar. No próximo ano não vai entrar reestruturação. Se for entrar, será no fim de 2015 a partir de uma análise criteriosa das bases das universidades. A implantação do projeto de reestruturação resultou em barulho da parte acadêmica. Os protestos ocorridos geraram que perda financeira para a universidade? José Nilton - Alunos protestaram por conta da falta de comunicação. Todas as universidades do país tem que passar por uma reformulação de matriz curricular. Os alunos não estavam gritando por uma autonomia.Amantenedora nunca invadiu a universidade para ditar algo e nunca tirou a autonomia da UCB. Estavam lutando por uma independência, mas a UCB não consegue se manter sem a UBEC. Poderia criar uma estrutura de gerência, envolvendo, por exemplo, os reitores, pró-reitores e gerentes, mas a universidade é propriedade da UBEC em todos os aspectos. Não tem como você tirar uma casa de sua mãe. Não estou sendo contra o projeto, apenas a forma e o momento como foi implantado não foi o certo. Também não foi uma perda financeira, mas sim para a universidade toda. Muitos alunos saíram da Universidade e por consequência esvaziaram as salas, resultando em fechamento de turmas e/ou cursos? José Nilton - Saída dos alunos é algo comum em várias universidades, não creio que seja resultado dos protestos, não tenho esses dados. Se uma universidade concorrente é mais barata e tem um índice no ENAD maior que o da UCB, ela arrecada os alunos. Universidade do porte da Católica e com uma nota 2,9 favorece os concorrentes que cobram menos e têm uma nota maior. Esse Índice Geral do Curso deve subir para 4 ou 5. Existem cursos na UCB que não valem a pena. Não devem ser fechados, mas o que devemos fazer para que isso melhore? Deve ser realinhado o curso, a universidade está precisando de doutores em tempo integral, de RTI. Queremos ter um grupo de doutores e uma base de pesquisa, onde o aluno entre na graduação e a siga com seu projeto acadêmico até o final de um doutorado, por exemplo. O aluno que entra na graduação muitas vezes acaba saindo, mas se ele tiver essa continuidade de projeto acadêmico, ele será motivado e fidelizado. O curso de Filosofia foi fechado presencialmente por conta da falta de alunos. Por que não investir em marketing para fisgar novos alunos e não fechar outros cursos? José Nilton - Sendo profissional da área de marketing, posso afirmar que só se realiza marketing em algo que já esteja bom. As ações devem mostrar apenas o que é bom e não fazer propaganda enganosa de algo que não se tem. Então, não vale a pena investir em marketing na universidade para atrair novos alunos. Primeiro é necessário qualificar profissionais e dar sustentação ao curso. Se eu não fechar os cursos, o MEC fecha após três avaliações seguidas com notas baixas. Coisas que não são boas na sua vida, você corta.
Crise 13 Num curto espaço de tempo, a UCB já conta quatro reitores diferentes. A UBEC errou na seleção? José Nilton - Nós temos uma empresa chamada Soma que faz uma seleção de currículo, analisa experiência no mercado e apresenta quatro ou cinco pessoas para que a mantenedora escolha uma. Com a saída do Padre Romualdo, surgiram quatro pessoas indicadas pela empresa e foi escolhido o doutor Cícero. Ele não era do meio universitário, mas do meio jurídico. Professores universitários são extremamente ciosos do seu status, corpus, e a universidade não engoliu o Cícero. Os próprios professores e diretores o recusaram. “O cara não é daqui, trouxe duas pessoas que também não estavam dentro da universidade” – e deu no que deu. Meu primeiro ato como presidente foi a demissão do Cícero e dos seus pró-reitores. Não foi porque eu quis, mas fui levado pela crítica da universidade. Bom, quem é a pessoa que dentro da Universidade que poderia responder pelo Cícero? Ricardo Spindola, que era o pró-reitor acadêmico. Diante de todo o processo, que foi muita coisa, não dava pra ir buscar a Soma porque a coisa era muito “psiu-psiu”. Eu fui à Universidade no Campus 2 apresentar a situação para os diretores dos cursos e, ao falar do projeto de reestruturação, o professor Afonso se colocou a disposição. E eu disse: É o cara! Doutor, coordenador do curso, que veio da Inglaterra, que já queria que esse projeto fosse implantado. E foi o cara até o dia 6 de maio, quando ele rompeu. O doutor Gilberto já tinha passado pela avaliação na época do Cícero, mas a assembleia optara pelo Cícero. Um currículo fantástico, faz um bom trabalho, é do Ministério da Educação, entende de educação e de regulação, presidente do Conselho... E eu digo: Se o Doutor Gilberto está aqui, eu vou buscá-lo. Enquanto estavam brigando lá – porque eu não briguei não, sou uma pessoa extremamente calma –, dizendo que a UBEC é isso ou aquilo, a única coisa a fazer era o movimento. Fui ao Ministério da Educação e lancei o convite: Olha, não dá pro Afonso ficar... E como fui eu que fiz o convite, tinha que passar pela assembleia. Daí convoco uma assembleia. Tinha que receber uma autorização do provincial dele, já que ele não pertence as associadas. Teve um convite meu e do chanceler. E ele está aí. Acredito que agora as coisas vão andar.
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Retrocesso
O ano em que a extensão universitária sucumbiu Foto: Isabela Vieira
Com a redução de verbas, extinção de diretorias e afastamento de cargos, trabalhos de extensão não estão inseridos no atual contexto da UCB. Eles estão sem previsão de retomada por Amanda Rodrigues
O
ano de 2014 foi de crise na UCB e nas suas atividades de extensão. A Pró-reitoria de Extensão (Proex) foi extinta, professores que coordenavam projetos acadêmicos de extensão foram afastados e não ocorreu a publicação de editais que abrem espaço à apresentação de novos projetos acadêmicos de extensão para cada curso. Iniciativas classificadas como
serviços comunitários estão sendo interpretados e realizados como projetos de extensão vigentes, e não há registro de qualquer curso de extensão acadêmico ativo custeado pela universidade durante este ano. O único em execução é o dos “Empreendedores Informais”, do curso de administração, conduzido pelo professor Edson Kondo. Mesmo assim, porque tem financiamento externo.
No site da universidade são apresentados 13 iniciativas. Oito são da diretoria de projetos comunitários e cumprem o papel de assistencialismo interno. Os outros quatro estão listados na diretoria de programas de extensão, sendo eles o Alfabetização Cidadã, o Centro de Convivência do Idoso (CCI), o Ser+ e o Rondon, oriundo de uma parceria do Ministério da Defesa e opera em instituições de ensino
superior de todo o Brasil. O único projeto que teve seu fim decretado foi o Programa de Arte e Cultura (PAC), uma parceria da UCB com o grupo Invenção Brasileira, que promovia oficinas de teatro, música e dança. A proposta do ex-reitor Afonso Galvão era de montar uma orquestra da Universidade, mas não foi colocada no papel. No site ainda consta o projeto, apesar dele não existir mais.
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Crise 15
que já foram objetos de análise e conclusão de curso para muitos estudantes, que identificavam o cumprimento do papel social da universidade como o Ciranda, tiveram seu fim. Segundo a diretoria de projetos acadêmicos e comunitários, o projeto Ciranda era diferenciado dos demais e interagia diretamente com crianças residentes no Areal. Teve início em 2009 e atendeu em todos os seus cinco anos de funcionamento, cerca de 3,4 mil crianças da comunidade no entorno. Ele nasceu para ser filantrópico, mas questionado no ano passado pela mantenedora sobre sua funcionalidade, a Universidade optou pelo encerramento. Não há perspectiva de retomada. Outra sugestão experimental que teve seu fim foi a Ilha da Sucessão, que faz parte do Projeto de Educação Ambiental (PEA), implementado pelo professor Genebaldo Freire. A proposta era de acompanhar a sucessão ecológica de um local quando o gramado é retirado. Atualmente, a placa do projeto foi arrancada. e formigueiros tomam conta da área. Segundo a diretoria, foi feito um estudo da ilha pela professora do curso de biologia e doutora em ecologia, Morgana Arcanjo Bruno. Ela alega que, da forma em que foi projetado na universidade, o estudo não correspondia com o parecer inicial. Isso porque a ilha está em área urbana e junto com sementes próprias do cerrado vinham também sementes que não são naturais da ecologia Bom enquanto durou local. A contraproposta de Projetos que promoviam plantar árvores e plantas nativas, a cultura, estudo de casos no lugar onde outrora foi à ilha, específicos e até mesmo trabalhos não foi apresentada oficialmente.
Foto: Lorena Carolino
Já foi referência Em 2013 a UCB fechou o relatório com 20 projetos executados de cada curso específico com o total de 8,5 mil pessoas envolvidas, segundo os documentos. O de maior interação foi o Projeto Museu Itinerante de História Natural, do curso de biologia, que alcançou 2,5 mil pessoas de Taguatinga, especialmente crianças do ensino fundamental. A Universidade Católica de Brasília, única de iniciativa privada do Distrito Federal, já foi referência em extensão, com projetos e teve seu auge em 2011 com quase 30 projetos acadêmicos ativos com participação popular, de estudantes e professores. No ano de 2009 foi criada uma cartilha da reitoria e próreitoria de extensão que descreve as diretrizes de extensão da Universidade Católica de Brasília, baseando seu compromisso educacional em duas leis, o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2001 e no Sistema Nacional de Avaliação Superior de 2004. De acordo com as diretrizes bases da educação nacional e curricular de uma universidade, consolidadas na constituição de 1988, a universidade é caracterizada pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, assinalado no artigo 207. Apesar de não haver um documento que trata especificamente da extensionalidade universitária, existem documentos setoriais que dirigem orientações às instituições de ensino superior.
Críticas, cortes e formigas destruiram a Ilha da Sucessão
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Movimento Estudantil
Estudantes analisam nova situação Foto: João Pedro Carvalho
Ao barrar “reestruturação”, alunos da UCB contribuíram para a construção de um momento histórico na instituição. Agora, analisam as incertezas do presente por Bianca Amaral e Paulo Martins
D
esde o final de 2013, a Universidade Católica de Brasília (UCB) anunciava mudanças na estrutura. Reformulação dos currículos, proposta pedagógica, outra organização interna e mudança na carga horária estavam entre as propostas da reestruturação. O novo modelo, entretanto, não foi bem acolhido pela comunidade acadêmica que se sentiu agredida com a proposta e derrubou o projeto. De acordo com Maxwel dos Santos, estudante do 7º período do curso de pedagogia da UCB e membro do Diretório Central dos Estudantes, a ausência da participação dos diversos atores da instituição, principalmente os alunos, na construção do novo modelo, foi um erro. “Nesse processo de reestruturação poderia ter algumas
coisas que fossem benéficas, mas isso não foi debatido com os estudantes”, argumentou Maxwel. Outra liderança estudantil, Lício Jônatas, disse que a reestruturação prevista iria prejudicar o ensino na universidade. “Foi uma coisa imposta para a comunidade acadêmica, sem ninguém ter participado do processo de construção, com vários pontos prejudiciais, como a obrigatoriedade de 20% de matérias virtuais, mudanças nas grades curriculares de todos os cursos, mudança no horário das aulas, mudança de estrutura da universidade e a nova remuneração dos professores”, afirmou. A insatisfação dos estudantes com o novo projeto educativo da UCB gerou uma série de manifestações e atos públicos na universidade. Em abril desse ano,
milhares de alunos ocuparam o Pistão Sul. A intenção era chamar a atenção dos gestores da mantenedora da instituição, a UBEC – União Brasiliense de Educação e Cultura, para buscar o diálogo com os estudantes e ouvir sua opinião acerca do projeto que se estava implantando na Católica. De acordo com as lideranças do movimento estudantil, o que se está por detrás do modelo de reestruturação não é a educação como ponto primordial, mas um projeto financista, rentista com o propósito de ver a universidade obter lucro. Sucessões Nos três últimos anos, passaram quatro reitores pela universidade. Para o estudante Maxwel, a rotatividade está diretamente ligada ao projeto
de reestruturação. “Esses reitores só estão sendo mudados porque o projeto que a mantenedora (UBEC) tem, não está sendo implementado por eles, ou por falta de força política, ou por equívocos, ou, ainda, por causa da força do movimento estudantil, que já conseguiu barrar isso algumas vezes”, disse ele. “Mas todas essas trocas só servem a único objetivo, ao nosso ver, é mais financeiro, voltado ao lucro e não à qualidade de educação”, concluiu Maxwel. Lício Jônatas diz que a rotatividade de reitores na UCB é reflexo da crise instaurada entre a mantenedora e universidade. “A UBEC tem um projeto pra UCB, que não é um projeto de quem está na universidade. Quem a constrói no dia a dia, os estudantes, os professores e os técnicos administrativos pensam
Artefato
Crise 17
de uma forma e a mantenedora pensa de outra, por isso a mudança dos reitores. Eles não conseguem implementar o que a UBEC quer, porque na universidade tem pessoas que pensam e questionam, e isso faz com que se troque de gestor a todo o momento para tentar conter o processo de crise na instituição”, declarou Jônatas. Com as manifestações de abril e maio deste ano, o processo de reestruturação foi interrompido. De acordo com comunicado da reitoria para os alunos, o modelo em processo de implantação seria revisto e somente aplicado a estudantes que ingressassem na universidade a partir de janeiro de 2015, o que não impactaria na grade dos estudantes em curso ou que fizessem o vestibular no meio do ano, o que possibilitou um final de semestre mais tranquilo para os estudantes.
Galvão, pediu afastamento do cargo e retornou para a docência e pesquisa, no setor de pós-graduação em educação da universidade. Assumia o cargo, naquele momento, o professor Frei Gilberto Gonçalves Garcia. Em nota, o movimento estudantil reprovou a ação da mantenedora pela troca na reitoria. “Nós estudantes acompanhamos de perto as dificuldades enfrentadas pela reitoria junto a mantenedora UBEC, que há algum tempo faz uma gestão autocrática, precarizando a universidade e dificultando o desenvolvimento do seu papel como tal. Os estudantes são ignorados em todos os processos institucionais e não lhes é facultado o direito a voz. Jamais lhes perguntaram sobre qualquer decisão acadêmica, mesmo sendo esses o principal motivo de existência da universidade”, afirmava a nota do DCE.
Eleição recorde Uma das conquistas do movimento estudantil, em meio à crise, foi a reestruturação do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Em maio desse ano, houve as eleições. Na disputa, estiveram presentes três chapas. Quase três mil alunos participaram do processo eleitoral, o maior registro de toda a história. Segundo a estudante do 8º período de psicologia, Carliene Cunha, o diálogo com a universidade até então estava fragilizado porque a reitoria não reconhecia o movimento estudantil. Com a eleição do DCE a representação dos estudantes passa a ser legitimada. “Precisávamos legitimar a representatividade dos estudantes junto a universidade, só assim pudemos ser ouvidos”, afirmou Carliene. No retorno às aulas, estudantes, professores e funcionários foram pegos de surpresa com mudança na reitoria. O então reitor, professor
Desconfiança De acordo com Maxwel, o DCE já realizou dois encontros com o reitor. O objetivo foi conhecer o novo gestor da universidade e estabelecer um diálogo. Segundo o militante estudantil, Frei Gilberto foi bastante receptivo, mas os estudantes veem esse momento, ainda, com desconfiança. “A princípio ele é bastante receptivo, mas não mostra a que veio”, afirma Maxwel. “Nossas desconfianças são de que a UBEC, mantenedora da universidade, só contratou ele porque tem um projeto e quer que ele o implemente. Temos que ver até que ponto ele vai querer implementar isso e com quais canais de diálogo”, questiona Maxwel. Segundo ele, o movimento estudantil não se coloca contra a reestruturação, apenas quer que todos os atores da universidade sejam consultados nesse processo, a fim de que a universidade tenha o rosto daqueles que a compõem.
Reivindicações Na conversa realizada entre estudantes e reitoria, Frei Gilberto solicitou que o movimento estudantil apresentasse propostas concretas para a universidade. Desta forma, os estudantes realizaram no dia 28 de agosto um encontro promovido pelo Fórum do Movimento Estudantil/FORME e DCE. O resultado da reunião foi uma carta aberta à reitoria, com pauta propositiva do movimento estudantil. Entre as propostas destacam-se:
1
Paridade entre Discentes, Docentes e Reitoria nos conselhos universitários (CONSUN e CONSEP)
Desburocratizar os espaços de comunicação interna
3
Desburocratizar as bolsas da UCB e garantir a acessibilidade de outros beneficiados Retorno das monitorias remuneradas
5
8
Melhoria na estrutura física (Ar Condicionado, redes wi-fi, projetores e computadores) Maiores investimentos na Biblioteca
11
6
Ampliação da rede bancária
Estacionamento gratuito para estudantes e funcionários
9
4
Transparência nas receitas e despesas da UCB Que orçamento da UCB seja aprovado e respeitado pela UBEC/Reitoria
7
2
10
Implantação de lanchonetes em todos os blocos
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Educação
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Ensino Superior
Sistema de educação superior exibe desproporções Condição de única universidade privada no Distrito Federal não livra a UCB de concorrer com oferta crescente de cursos presenciais e virtuais por Gustavo Goes Foto: Lucas Lélis
se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano.
As universidades se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão - e são apenas duas
O
Distrito Federal tem 71 instituições de ensino superior. Quatro são públicas e outras 67, particulares. A Universidade de Brasília (UnB), a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) e o Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP) são as instituições públicas. As IES particulares são divididas entre as que têm e as que não têm fins lucrativos. No total, são 30 privadas sem fins lucrativos e 37 com fins lucrativos.
No DF, há duas universidades, a Universidade de Brasília e Universidade Católica de Brasília; seis centros universitários, Uniceub, UDF, Uniplan, Iesb, Unieuro e Facitec; um instituto, o Instituto Federal de Educação; e outras 62 faculdades. As instituições de ensino superior, primeiramente, são credenciadas como faculdades. O credenciamento como centro universitário ou universidade acontece posteriormente. Mais exigidas do que as outras IES, as universidades
Concorrência Um retrato da oferta de cursos no ensino superior do DF mostra que, à exceção de engenharia ambiental, a Universidade Católica de Brasília convive com a concorrência de várias IES do DF e mesmo de fora do DF, na plataforma virtual:
• Administração – 98 cursos (27 virtuais) • Arquitetura e Urbanismo – 15 cursos • Biomedicina – 5 cursos • Ciência da Computação – 10 cursos • Ciências Biológicas – 25 cursos • Ciências Contábeis – 59 cursos (20 virtuais) • Ciências Econômicas – 12 cursos (5 virtuais) • Jornalismo – 9 cursos • Publicidade e Propaganda – 8 cursos • Direito – 26 cursos • Educação Física – 28 cursos (4 virtuais) • Enfermagem – 23 cursos (2 virtuais) • Engenharia Ambiental – 1 curso • Engenharia Civil – 17 cursos (1 virtual) • Farmácia – 28 cursos • Filosofia – 18 cursos (9 virtuais) • Física – 5 cursos (1 virtual) • Fisioterapia – 21 cursos • Letras - 38 cursos (17 cursos) • Matemática – 67 cursos (40 virtuais) • Medicina – 5 cursos • Nutrição – 26 cursos • Odontologia – 9 cursos • Pedagogia – 186 cursos (103 virtuais) • Psicologia – 24 cursos • Relações Internacionais – 16 cursos • Serviço Social – 65 cursos (44 virtuais) • Sistema de Informação – 30 cursos
Artefato
Política 19
Eleições no DF
Candidaturas brancas são maioria no DF Além de homem, casado, servidor público e de nível superior, candidato dominante no Distrito Federal se declara branco por Patrícia Marques
P
reto, pardo, branco amarelo ou indigena? Nas eleições de 2014, responderam à pergunta por meio de uma autodeclaração obrigatória. Os autodeclarados pretos no Distrito Federal somam apenas 10% de um total de 1.195 candidatos que disputam as eleições esse ano. O Artefato realizou a pesquisa nos perfis do banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral. 37% dos candidatos se autodeclaram pardos e 52% se reconhecem como brancos. Os dados complementam o perfil dos candidatos a deputado distrital
e federal, a senador e a governador divulgado pela imprensa. O candidato dominante no DF é homem, casado, servidor público, de nível superior e, agora sabemos, branco. A participação de negros (pardos e pretos) e brancos nesta eleição ainda não coincide com a presença de cada grupo racial na população. Os negros estão sub-representados e os brancos super-representados. Segundo o censo de 2010, os pretos e pardos correspondem a 51% da população. “O Brasil é um país de negros. De uma forma geral, o racismo tem feito historicamente que as pessoas
Eleições Gerais 2014 DF-1º Turno – 05/10/2014 Cor/raça
Candidatos DF
Proporção
Censo DF 2010
Amarela
01
0,08
0,6
Branca
622
52,05
41,2
Parda
450
37,66
51,2
Preta
120
10,04
6,8
Indígena
02
0,17
0,6
negras não participem de forma ativa e plena na sociedade brasileira. Um dos espaços em que o racismo atua de uma maneira muito forte é a política”, avalia a professora Isabel Clavelin, da UCB, que dá aulas sobre sistemas e política em comunicação. “Existe um preconceito no parlamento, e ele está absolutamente caracterizado. É óbvio que não temos a possibilidade de 200 milhões de pessoas atuarem todos os
dias no parlamento, por isso temos uma democracia representativa. A representação democrática dá sinais de esgotamento em razão desse processo de seleção e escolha desses representantes (homens e mulheres)”, afirma Isabel. Em 2010 o Congresso Nacional elegeu 43 deputados e deputadas negros, chegando ao número total de 8,5% de representantes negros no parlamento brasileiro.
20
Política
Artefato
Eleições
Declaram-se graduados, mas não apresentam diploma Sem a informação, não é fácil descobrir em que são formados ou qual instituição, pública ou privada, fez a cabeça dos candidatos a governador e senador por Michele Mendes
A
GDF Entre os seis candidatos ao governo do DF, cinco deles possuem nível superior completo, e apenas um possui nível superior incompleto.
Rollemberg e Perci Marrara (PCO) são os únicos que possuem diploma superior em instituições de Brasília. Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) se graduaram em outros estados. Perci Marrara, segundo o site www.eleiçoes2014.com. br, é formada em jornalismo no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). Antônio Carlos de Andrade (Toninho do PSOL) é formado em psicologia pela Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). O candidato Luiz Carlos Pietschmann (Pitiman) é o único que não possui nível superior. Segundo o mesmo site, eleições2014, Agnelo tem graduação em medicina pela Universidade Federal da Bahia. Arruda informa em sua página do Facebook que é graduado em Engenharia Elétrica pela Escola Federal de Engenharia, em Itajuba, Minas Gerais (MG). Senado Além de Reguffe, que comprova a escolaridade, apenas o candidato Aldemario Araujo Castro (PSOL) disponibiliza sua formação acadêmica em seu site de campanha. Aldemario é graduado em Direito pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e possui mestrado em Direto pela Universidade Católica de Brasília (UCB), onde leciona. Segundo o candidato, o diploma de graduação e mestrado foi entregue ao seu
partido. “A gente entrega para o partido e o partido que faz esse perfil. Eu entreguei o diploma de graduação e também o de mestrado. O candidato tem que apresentar seu currículo para o eleitor em seu site. É direito do eleitor, como ele vai votar em alguém que não conhece?”, disse o candidato. Expedito Mendonça (PCO), Geraldo Magela (PT), Jorge Afonso Argelo (Gim Argelo), do PTB, não comprovam o nível de escolaridade em seu perfil do TSE com o anexo e nem disponibilizam em seu site sua formação acadêmica. Robson Raymundo da Silva (PSTU), Sandra Sueli Quezado Soares (PSDB) e Jamil Magari (PCB) não informam no perfil do TSE seus sites de campanha eleitoral e nem disponibilizam
em anexo o diploma, mas todos declaram ter nível superior. De acordo com o site do TSE, entre todos os candidatos do Distrito Federal, 55,65% possuem nível superior, 8,54% superior incompleto e 23,68% apenas o nível médio completo. Segundo a assessoria do tribunal, o comprovante de escolaridade deve ser entregue junto com o pedido de registro do candidato, prazo encerrado no dia 5 de julho. A lei das eleições § 4º diz que a ausência do comprovante de escolaridade a que se refere o inciso IV do caput poderá ser suprida por declaração de próprio punho, podendo a exigência de alfabetização do candidato ser comprovada por outros meios, desde que individual e reservadamente. Foto: Adriene Ribeiro
maioria dos candidatos ao governo e ao Senado no Distrito Federal não divulgou em seu perfil no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o comprovante de escolaridade. Rodrigo Rollemberg (PSB) é o único entre os seis candidatos ao governo que tem seu diploma no portal do TSE. Ele é formado em História na Universidade de Brasília (UnB). Dos candidatos ao Senado, apenas José Reguffe (PDT) anexou o diploma de graduação, em Comunicação Social, pelo Instituto de Educação Superior (IESB). O tribunal divulga em seu site o perfil de todos os candidatos à eleição de 2014. Os eleitores podem ter acesso a informações básicas do candidato, além de declarações de renda, certidão criminal, e nível de escolaridade. No entanto, não é fácil descobrir em qual instituição o candidato se formou. A lei não exige diploma. Apenas diz que os analfabetos são inelegíveis. Basta o candidato dizer que não é analfabeto. A lei também não define o que é ser analfabeto. Para o Tribunal, compete ao juiz eleitoral analisar o pedido de registro e questionar ou não o nível de escolaridade.
Aldemario comprova formação acadêmica em seu site
Artefato
Política 21
Eleições
Equipes que candidatos montam para divulgar suas campanhas ouvem “propostas indecentes” e não acreditam muito na política e nos candidatos, à exceção dos seus
Foto: Thiago Siqueira
Trabalhador temporário levanta as bandeiras por Amanda Costa
A
Foto: Mariane Paim
equipe que o candidato a deputado distrital Eduardo Pedrosa, sobrinho da candidata à deputada federal e empresária Eliana Pedrosa, reúne na cidade satélite do Gama é de aproximadamente 60 pessoas, que se dividem entre a região administrativa e o Engenho das Lajes. Além dessa equipe, existem mais 33, espalhadas por várias cidades satélites do Distrito Federal. A maioria dos integrantes são pessoas desempregadas que encontram uma forma de ganhar alguma renda com o trabalho temporário. Caso da Rosinélia Batista, 22 anos, que não estava fazendo nada em casa e acabou aceitando o convite do coordenador da equipe do Gama, para trabalhar durante esse período. Uma jornada de
é empresário, caso apareçam oportunidades de empregos que se encaixem no perfil dos cabos eleitorais, eles receberão a preferência Coordenador de campanha recolhendo material dentro das empresas da família. de rua após agenda Everaldo Braga, 39 anos, também trabalhando na campanha, diz que “Nunca me interessei por política, três campanhas eleitorais, sendo uma está muito feliz, que é um homem humilde, e só deseja um espaço para só apoio o Eduardo. Não apoio delas, em Goiás. “Só estou trabalhando por causa nenhum outro candidato. Acho que trabalhar na área da limpeza. o maior erro do governo é não testar do dinheiro. Mas também irei levar novos candidatos. Existem muitos as amizades que fiz aqui. Acredito Apoio “real” O trabalho do dia 26 de agosto candidatos novos que merecem que para ocorrer mudança na política é concentrado na Vila Roriz. Em uma chance, mas os eleitores ainda é preciso colocar pessoas jovens à torno de 17 pessoas vão para as preferem continuar votando nos frente do governo”, afirma o jovem. Em meio a tantas estrelas, ruas, com bandeiras, “santinhos”, antigos”, relatou o jovem estudante. Dia 27 de agosto, é dia de números 13 e cor vermelha, chega placas e adesivos para falarem sobre o candidato. Eduardo, presente, acompanhar o trabalho do candidato uma senhora, por volta dos seus acompanhatodooprocesso.Oscabos a deputado federal Policarpo, do PT, 60 anos, com uma proposta para eleitorais vão à frente, conversando na região administrativa do Gama. A os cabos. Em troca de 8 votos, ela com os moradores sobre as casa de apoio principal fica localizada pede apenas R$380 reais e uma propostas do jovem candidato, e em ao lado da rodoviária do Gama, mas, cesta básica. A conversa se alonga seguida ele chega para um bate papo além do local ele conta com apoio e um dos cabos eleitorais sai da mais direto com no comitê de mais 6 candidatos a casa de apoio com a autora da deputados distritais, somente nessa “proposta indecente”. os eleitores. Composta em sua maioria por T a l y s o n cidade satélite, além do trabalho que Rocha, 20 anos, vem sendo desenvolvido em outras jovens, a equipe põe ênfase no fato de o candidato não ter faltado estudante de regiões administrativas. Na principal casa de apoio, a a nenhuma reunião do Congresso. Educação Física na Universidade equipe tem em torno de 10 cabos Maicon Marques, 23 anos, Paulista (Unip), eleitorais. Durante a semana, eles ensino médio completo, realiza começou o panfletam nas rodoviárias e espalham o trabalho pelo dinheiro. Vota trabalho pela cavaletes com a propaganda do em Policarpo, já no governador Agnelo frisa que jamais votaria. renda-extra no candidato por toda a cidade. Candidatos investiram em equipes no Gama “Antigamente petista morria final do mês, 4h de trabalho, durante um mês, mas acabou se interessando mais Proposta indecente petista. Hoje em dia, não. Se a resulta em R$ 400 no bolso do pela política. Diz que realmente está Leonardo Veloso, 20 anos, pessoa vota no Policarpo, não cabo eleitoral. apoiando o candidato e acreditando estudante de gastronomia na significa que o voto dela também Além disso, como o candidato em seu plano de governo. Unieuro, relata que já trabalhou em seja da Dilma e do Agnelo”, diz.
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Política
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Eleições
Entrevistas com presidenciáveis geram críticas Foto: Ichiro Guerra (Divulgação)
Apresentadores do Jornal Nacional roubam a cena durante entrevistas. Postura é questionada por especialista por Alex Santos e Amanda Bartolomeu
A
participação dos candidatos à Presidência da República no Jornal Nacional foi tema de discussões. A relação entre entrevistadores e entrevistados aqueceu o debate em espaços públicos, universidades e redes sociais. Qual o limite para se estabelecer uma interlocução entre jornalistas e fontes? Os quatro candidatos à presidência do país, com melhor atuação nas pesquisas do Datafolha e Ibope, participaram do quadro com ordem estabelecida por sorteio, acompanhada de representantes das campanhas. Aécio Neves (PSDB), o primeiro na segunda-feira, 11 de agosto. Na terça-feira, 12, esteve presente Eduardo Campos (PSB) em seu último ato político antes do acidente. Pastor Everaldo (PSC), terça-feira, 19. A presidenciável Dilma Rousseff
na segunda-feira, 18, em Brasília. Já Marina Silva (PSB) compareceu na bancada do JN, quarta-feira, 27, após assumir o lugar de Eduardo Campos. Após o fim de todas as entrevistas para o “Jornal Nacional”, os apresentadores Willian Bonner e Patrícia Poeta tiveram uma média de 30 interrupções feitas durante as respostas dos candidatos. No total, os apresentadores consumiram por volta de um terço dos 15 minutos com perguntas, observações e pausas. A primeira participação do quadro, com o candidato Aécio Neves, Bonner falou durante cerca de 3 minutos e Poeta chegou perto dos 2 minutos. Analisando também a entrevista de Eduardo Campos, o tempo usado pelos apresentadores foi ainda maior, chegando a mais
de 4 minutos e meio. Na entrevista com Dilma Rousseff, o âncora do Jornal Nacional fez 21 interrupções. A palavra “corrupção” ou questionamentos que abordaram o tema foram apontados pelos apresentadores dez vezes na entrevista com a petista, sendo três na do tucano e nenhuma na participação do candidato do PSB. Marina Silva, por exemplo, usou cerca de 10 minutos do tempo e o restante foi utilizado pelos apresentadores do telejornal. Foram seis perguntas feitas para acandidata, que consumiram mais de cinco minutos do tempo total. Marina extrapolou o tempo em 16 segundos, enquanto a candidata Dilma Rousseff, do PT, ultrapassou 50 segundos. Candidata do PSB, quando questionada
sobre o desempenho nas eleições passadas no estado do Acre, Marina do PSB não respondeu diretamente e utilizou a oportunidade para falar sobre sua “difícil’ história política, dando ênfase de que “é muito difícil ser profeta em sua própria terra”. Ela redirecionou a seriedade da questão, para um lado emocional, com a justificativa de ter participado de um partido pequeno. Críticas e desvios A atuação do âncora do Jornal Nacional, Willian Bonner, gerou muita repercussão e foi motivo de criticas nas redes sociais. Piadas, montagens cômicas, brincadeiras de todos os tipos não faltaram. A entrevista com a atual presidente Dilma esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter. As interrogações realizadas
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chama a atenção é a entrada do Bonner na lista. Ele não sabe a diferença entre entrevista dura e grosseira. O problema é que ele chegou ao cargo de editor-chefe do JN tendo sido uma única coisa na vida: apresentador do JN. Nunca, jamais, foi para a rua entrevistar fontes, arrancar informações, apertá-las até que digam o que precisa ser dito. Trata-se de um mero amador de rosto bonito e simpático. Na hora que mandaram ser duro, não sabia como fazêlo. A Poetinha então, nem se fala... Era a moça do tempo, a mais linda até hoje. Até que de repente casou-se com o diretor da Globo e.... E eis que ambos são escalados para entrevistar os presidenciáveis. Ex-repórteres de rua como Alexandre Garcia, Heraldo Pereira ou Délis Ortiz sabem a diferença entre ser
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duro de grosseiro”, pontou o (…) O que eu posso garantir é que, no caso do PSDB, se professor. eventualmente alguém for condenado, não será, como Uma dose de cálice Patrícia Poeta: Candidato, o foi no PT, tratado como herói seu partido é crítico ferrenho nacional. Porque isso deseduca. Exemplo 2: William Bonner: de casos de corrupção que envolvem o PT. Mas o seu Então, me deixa agora perguntar partido também é acusado de à senhora. E em relação a seu envolvimento em escândalos partido? O seu partido teve graves de corrupção. (…) Por um grupo de elite de pessoas que o eleitor iria acreditar que corruptas, comprovadamente exista diferença entre os dois corruptas, eu digo isso porque partidos quando o assunto é foram julgadas, condenadas e mandadas para a prisão pela esse: corrupção? Aécio Neves: Patrícia, eu mais alta corte do Judiciário acho que a diferença é enorme. brasileiro. Eram corruptos. Porque no caso do PT houve E o seu partido tratou esses uma condenação pela mais condenados por corrupção como alta corte brasileira. Estão guerreiros, como vítimas, como presos líderes do partido, pessoas que não mereciam esse tesoureiros do partido, pessoas tratamento, vítimas de injustiça. que tinham postos de destaque A pergunta que eu lhe faço: isso na administração federal, não é ser condescendente com a por denúncia de corrupção. corrupção, candidata? Foto: João Cotta (Divulgação - Rede Globo)
pelos jornalistas foram muitas vezes desviadas de foco principal. Os candidatos respondiam com argumentações e davam voltas em torno de questões que geraram tensões ao longo das entrevistas. As perguntas “quentes” acabaram sendo negligenciadas. Os diálogos entre jornalista e presidenciáveis podem ser comparados a uma luta de “sumô”, ou seja, a bancada do jornal se transformou num verdadeiro ringue. O âncora tentava trazer o candidato o mais próximo possível de sua linha de pergunta e raciocínio, e o candidato, por sua vez, tentava obter o máximo de força e ganhar a batalha. Na última entrevista, a candidata Marina Silva (PSB), reagiu com rispidez às perguntas de Patrícia Poeta e Willian Bonner. Ao longo da “luta”, Marina Silva levou a melhor ficando a frente no placar. A agressividade deu a Willian Bonner um grande destaque durante a série de entrevistas com os candidatos. As provocações e a hostilidade estiveram presentes em praticamente todas as entrevistas com os cinco candidatos. Mas o que chamou a atenção foram as reações distintas dos candidatos. Segundo o professor de jornalismo econômico e político da Universidade Católica de Brasília e doutor em história, Hugo Studart, os jornalistas tiveram um posicionamento contrário ao que competiria à função deles. “O que mais
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Marina Silva foi a última a participar da série de entrevistas para o Jornal Nacional
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Lições do brigadeiro sobre crise
Um dos doces mais conhecidos e amados pelos brasileiros passa por transformações e promete um futuro cheio de novidades por Carolina Vajas
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acabou irritando muita gente. Ao provar guloseimas adoradas pelos brasileiros, como o quindim, o beijinho, e o protagonista da polêmica - o tão amado brigadeiro -, Oliver afirmou em alto e bom som que aquilo não passava de “um monte de porcaria”. Depois da declaração, diversas mensagens de
da aeronáutica. O nome do docinho, segundo a história, surgiu em homenagem ao bonitão e solteiro brigadeiro Eduardo Gomes (1896 – 1981), que concorreu à presidência da República pelo partido da União Democrática Nacional (UDN) em 1946 e em 1950. Foto: Nathalia Melo
m meio a tantas crises no Brasil, poucos falam sobre como o brigadeiro supera a sua. A guloseima, um dos autênticos doces brasileiros, também passa por uma crise de imagem. Para quem pensa que o clássico docinho das festas não passa de uma simples mistura de leite condensado, achocolatado e manteiga... Cuidado! O brigadeiro sofreu mudanças em sua receita tradicional. O granulado industrializado perdeu seu lugar para especiarias, como o pistache, amêndoas, raspas de limão e até açúcar queimado. E assim, da noite para o dia, o brigadeiro virou uma espécie de sobremesa gourmet. Alguns acreditam que essa nova versão do doce veio para ficar, como Juliana Motter, chef e dona do primeiro atelier de brigadeiro gourmet em São Paulo, o Maria Brigadeiro. Em entrevista para a Uol, Juliana afirma que o brigadeiro deve ser tratado com respeito. “Fico muito feliz de ver que o brigadeiro está ganhando outra dimensão. Ele é nosso doce principal, um dos únicos 100% brasileiros”, diz. Outros acham que isso não passa de uma bobagem, como o comediante Danilo Gentili, que em sua conta do twitter brincou “Brigadeiro Gourmet... O cara só colocou quick no leite moça”.
O doce mineiro é sensação em quase toda festa de aniversário reprovação e indignação tomaram conta das redes sociais. Talita Avelino, chef especializada em doces e chocolate belga, é a favor do brigadeiro tradicional, mas acredita que Jamie Oliver fez um comentário infeliz. “Por se tratar de um chef de cozinha, ele tinha que ter uma mente aberta. Ele pegou um pouco pesado”, diz em entrevista. Já para Juliana Motter, se o doce for feito com achocolatado, granulado artificial e margarina, ele pode ser considerado uma porcaria.
Pelo seu físico e beleza avantajados, o candidato conquistou um grupo de fãs que organizava festas para promover sua candidatura. O docinho, na época sem nome, foi criado para uma dessas festas e acabou conquistando todos. Assim, a sobremesa se popularizou e as pessoas passaram a se juntar para comer o “docinho do brigadeiro”, que logo virou “brigadeiro”. Outra história que se conta é a de que o doce – que não leva ovos - foi criado também em homenagem (ou será que foi Crise História por maldade?) ao brigadeiro Em passagem pelo Brasil, o A palavra “brigadeiro”, Eduardo Gomes, mas não porque chef-celebridade Jamie Oliver inicialmente, era só uma patente o doce era o seu favorito, e sim
porque ele havia sofrido um ferimento nos testículos. Apesar da polêmica declaração e das críticas feitas por internautas, Oliver não está totalmente errado. Historicamente, o brasileiro usa muito açúcar em suas receitas por influência portuguesa. Com a vinda de religiosos portugueses para o Brasil, a circulação de seus doces caiu no gosto dos brasileiros e o sabor tropical logo foi sendo incorporado nas tradicionais receitas. O tempo foi passando e a confeitaria brasileira evoluiu até o brigadeiro virar o que é hoje. Lições Crises de imagem são essencialmente uma ameaça à reputação de uma pessoa, organização ou produto, neste caso, a do brigadeiro. Todos estão sujeitos a enfrentar crises, e quando algo ou alguém é criticado na mídia, essas situações ficam mais suscetíveis a acontecer. Atualmente, os profissionais da área gastronômica buscam novas inspirações para dar ao clássico docinho uma cara nova. Quando criticadas na mídia, as organizações devem se valorizar e mostrar ao público que seus produtos possuem um diferencial. Esta é a lição do brigadeiro – buscando se reinventar, os chefs de cozinha procuram dar um ar mais sofisticado ao docinho que não falta em nenhuma festa. Mas, sejamos francos, sendo gourmet ou não, o brigadeiro sempre será um dos doces preferidos dos brasileiros.