EDITORIAL Isabel Guimarães
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Diretora Editorial
amos as boas vindas à nova edição do Jornal Astrológico 4 Estações, edição de Outono Nº 14. Nesta edição reformulamos todo o design, conteúdos, algumas dicas e áreas para publicidade que, como vão verificar, estão distribuídas por todo o Jornal. Teremos um novo espaço onde colocaremos os eventos dos nossos membros e parceiros, para além de eventos internacionais que nos fazem chegar, uma rubrica de banda desenhada astrológica e muito mais que poderá acompanhar ao desfolhar cada página. Apesar de estarmos com o Mercurio retrógrado em Balança, o nosso compromisso para com os nossos leitores ultrapassa todas as dificuldades, e neste ingresso do Sol no mesmo signo primamos pelo intercâmbio dos nossos relacionamentos, assim como pela reformulação de toda a nossa equipa. Não podemos avançar sem deixar o nosso agradecimento à anterior editora deste Jornal, nossa membro e conselheira da direção Luiza Azancot, que nos presentiou com a responsabilidade das edições dos números anteriores, e que nos deu todo o impulso e motivação para continuarmos nesta nossa jornada rumo à divulgação da qualidade da astrologia em língua portuguesa. Como os tempos exigem mudança e reestruturação, e aproveitando os aspetos astrológicos que nos orientam, acreditamos que a nossa remodelação será do agrado da exigência dos nossos leitores, que nos gratificam com mais de 15000 acessos a cada trimestre. É graças a si que nos empenhamos neste projeto que a partir desta edição conta com o código identificador da Biblioteca Nacional Portuguesa - ISSN 218357139. O trabalho desempenhado por todos os membros e parceiros da Aspas tem-nos permitido alcançar novos degraus de evolução, sendo o 1º Simpósio Luso-Brasileiro um marco na história da astrologia em Portugal, congregando o empenho e dedicação de todos os que fazem parte desta nossa associação.
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É com muito orgulho que temos vindo a ser congratulados com a deslocação de astrólogos brasileiros às nossas instalações divulgando, assim, os seus preciosos trabalhos como profissionais desta nossa área. Recentemente tivemos a presença de Elizabeth Nakata com varios cursos e seminários, para além de Alexandre Chut, e a vinda da equipa médica de Men-Tsee-Khang a Portugal, com o intuito de divulgar e promover a Medicina/Astrologia Tradicional Tibetan.
A presença, nos ultimos 3 anos, no programa “Grandes Manhãs“ do Porto Canal, televisão do Norte, em direto com os nossos membros na rubrica “Pergunte ao Astrólogo”, permite-nos a divulgação da astrologia praticada em língua portuguesa. Uma forma de celebrarmos o nosso público passa pela recente campanha promocional das gravações das palestras dos nossos congressistas que nos honraram com a sua participação no nosso 1º Simpósio Luso-Brasileiro que, como pode verificar na página anterior, encontra-se a respetiva forma de adquiri as palestras. É um privilégio podermos seguir rumo às pontes criadas, e podermos ser abençoados com o nosso fiel leitor das nossas redes sociais, e com o aumento crescente de participantes nos nossos eventos e encontros astrológicos. Temos como missão construir cada vez mais pontes e fazer da astrologia uma prática diária de apoio e suporte aos profissionais, estudantes, clientes e publico interessado de uma forma geral. Com a entrada de Saturno em Sagitário, estamos a aproximar-nos de outros níveis de compreensão cuja base passa fundamentalmente pela estruturação do conhecimento adquirido, onde a maestria dos saberes alcançados deverão refletirse, não só no que dizemos, mas, essencialmente nas nossas ações do quotidiano. Neste ponto, o papel das escolas e dos formadores será a chave para o desafio lançado por este posicionamento de Saturno até 2017 - o de integrar o saber fazer e o saber ser. A manifestação de Saturno em Sagitário impulsionará a procura do que precisamos para melhorar os nossos conhecimentos e para estruturar a nossa ação profissional, seja através de viagens, investir em novas formações e especializações, ou mesmo voltar para a faculdade. A vontade essencial será a procura de novos conhecimentos com o objetivo de melhorar a nossa ação profissional pautada por um cada vez maior compromisso e ética. Neste espírito de busca de conhecimento, convidámo-lo a ver os cursos lecionados pelos nossos membros, dada a excelência na área em que atuam. Imbuídos por esta energia de estruturação, a ASPAS começou por melhorar este jornal, esperando que seja do seu agrado, convidando-o a dar a sua opinião e a se inteirar no separador Re-Un(ir) de como participar no nosso jornal que criamos só para si! Juntos Fazemos a Diferença continuamos a contar consigo! Saudações Astrológicas.
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Calendário Astrológico 4 Estações
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Ficha Técnica Propriedade Aspas - Associação Portuguesa de Astrologia
PREVISÕES
Apontamentos Astrológicos 14 Ciclo de Lunação 18 Equinócio de Outono 20 Efemérides 22
Direção Editorial Isabel Guimarães
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Secretaria Direção Editorial Inês Miranda Coordenação e Redação
CARTOONS Zodiotas 26
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Inês Miranda João Medeiros Luís Resina Realização gráfica Ana Cláudia Marques
RUBRICAS
Pergunte ao Astrólogo 30 Astrologia Infantil 34 “Ó Tempo volta para trás...” 38 Astrolovers 40
www.d-signanaclaudia.com
Distribuição
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Online | BasePoint Formato Papel | EuEdito Contactos Av. da República, 1226 6.ºFrente 4430-192 Vila Nova de Gaia
GERAIS
Uma Nova Astrologia 46 Astrologia Polar Taoísta ZI WEI DOU SHÚ 50 A Astrologia Psicológica 52 Aprendendo a Dançar a Vida 54
Portugal Tel +351 919 284 281
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www.associacaoportuguesadeastrologia.com geral@associacaoportuguesadeastrologia.com jornal@associacaoportuguesadeastrologia.com
Direitos
Eventos / Cursos 58
AGENDA
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RE.UN(IR)
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Este jornal em formato digital não pode ser reproduzido, no todo ou em parte, por qualquer processo mecânico, fotográfico ou electrónico, nem ser introduzido numa base de dados, difundido ou de qualquer forma copiado para uso público ou privado – além do uso legal como breve citação em artigos e críticas – sem prévia autorização dos autores. Decreto Lei nº 334/97 Os artigos publicados revelam as opiniões dos seus autores e a Direção não censura desde que os mesmos tenham a devida qualidade.
ISSN 2183-5713
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CALENDÁRIO ASTROLÓGICO 4 ESTAÇÕES ‘Tempo Circular’, o encontro de Cronos e Kairos no tempo simbólico da astrologia
E
stamos em Setembro, mês em que o planeta Saturno ingressa no signo de Sagitário novamente, após a sua primeira passagem entre Dezembro de 2014 e Junho deste ano. Na qualidade de artista e astróloga responsável pelo conceito e desenho do ‘Calendário 4 estações’, venho partilhar um pouco acerca da motivação de fundo para todo esse trabalho e do conceito de ‘tempo circular’ que ancora o projecto que lhe deu origem, no início de 2013. O seu núcleo centraliza questões relacionadas com a natureza, a vivência, a percepção e a representação do Tempo. Faz convergir Astrologia e Artes Visuais para pontos de encontro potenciadores de complementaridade: aproximar rigor e intuição, ligar informação a significado, reunir ferramenta e símbolo. Tem tido um desenvolvimento que pode ser considerado como ‘desenho de infografias’, adaptado ao contexto de uma astrologia contemporânea de orientação humanista e psicológica, baseada numa visão integradora para o desenvolvimento do Ser Humano, para a evolução da consciência e para a abertura à espiritualidade. Sob o actual mote sagitariano, que reúne Saturno e Júpiter, continuemos!
Dois aspectos Tempo
fundamentais
do
Tempo é um conceito vasto e estrutural à existência humana, filosoficamente abordado a partir de múltiplos ângulos e culturas. O referencial de base para o desenvolvimento do projecto ‘tempo circular’ associa-se ao Tempo sob dois dos seus aspectos fundamentais, que a cultura clássica denominou Cronos e Kairos. Esta temática motivou-me a investigar e a desenvolver soluções de representação em que eles possam co-existir e relacionar-se entre si. Eis como os entendo: O primeiro endereça-se ao Tempo projectandose no contínuo espaço-tempo da nossa realidade física, o que lhe confere um carácter sequencial,
em que um instante ou momento que nomeamos de presente ou que tomamos como nosso referente, implica um percurso que o precedeu – o Passado - e um potencial percurso que se lhe seguirá – o Futuro. Esta é a face tripla do tempo linear, por assim dizer, existencial, aquela que melhor conhecemos na vida quotidiana e que habitualmente apelidamos de ‘tempo’. Ela pode ser compreendida como uma superfície exterior do próprio Tempo. Esta é a face personificada pelo Deus Cronos da mitologia grega : uma superfíce passível de ser medida e uma face que se dá a conhecer pela sua história, pela sua narrativa. Vejo-o como um ‘tempo exteriorizado’, intrínseco à nossa relação objectiva com o mundo e os outros. Pragmático, normativo, social... Na linguagem comum é o ‘tempo que corre’, ‘o tempo que é igual para todos’, ‘o tempo que nunca pára’, e também o ‘tempo que é dinheiro’ da cultura materialista. O segundo endereça-se ao Tempo que não se move. Ele não pára, mas também não corre, pois não se projecta no continuo espaçotempo. Um Tempo que é percepcionado e vivido interiormente, psicologicamente, psiquicamente, qualitativamente. Ele não é mensurável, não se manifesta em unidades quantitativas e parece estar dimensionado pela qualidade que lhe associamos. Este tempo é tangencial ao nosso quotidiano através do aspecto ‘presente’ do tempo linear, em que é sentido como um ‘agora significante’ e é mais ou menos expandido no tempo cronológico consoante a qualidade que nos transmite. É aquele tempo subjectivo que ‘nunca mais passa’ - associado a qualidades psicologicamente negativas como tédio, impotência, dor, sofrimento, medo, repetição, automatismo - ou então aquele que ‘nem damos por ele’ - associado a momentos de alegria, prazer, entusiasmo, relaxamento, concentração, descoberta, aprendizagem. Vivemo-lo através do significado e sentido de um momento presente e também através do grau de consciência e atenção que lhe dedicamos. Este é Kairos, um ‘tempo interiorizado’, é o coração e o olhar de Cronos, que subjaz à relação que temos conosco próprios e às relações qualitativas com o mundo e com os outros. É o tempo que sentimos no estado de graça do enamoramento e de outras experiências sublimes da vida. Aí parece-nos que o tempo pára e tudo é possível.
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Na relação Saturno-Urano cria-se acesso a uma quinta dimensão e ligação a outras estrelas além do nosso sistema, permitindo a transição da humanidade para uma nova etapa civilizacional. (Em termos esotéricos, Aquário passa a ser regido por Júpiter, Leão mantém-se regido pelo Sol e Urano passa a reger Balança).
Saturno, Lua, Sol e Urano – a face e o coração de Cronos Saturno, o Cronos dos gregos, é o planeta mais directamente conotado com a passagem do tempo na existência humana, cuja acção exerce uma autoridade universal estruturadora, tanto quanto as leis da física como, por exemplo, a gravidade. A função limitadora de Saturno, considerado astronomicamente como o último planeta do nosso sistema até ao século XVIII (descoberta de Urano), foi integrada na interpretação astrológica como significador de autoridade, poder e hierarquias mundanas e de tudo o que determina limites e fins na vida, sendo associado à morte, ao confinamento, à velhice mas também à sabedoria e ao estatuto que a idade ou o recolhimento conferem a um ser humano : o ancião/o mestre/o eremita. No entanto, Saturno também está conotado com outros tipos de autoridade e leis. Após a descoberta astronómica e a integração dos planetas transpessoais e alguns asteróides na astrologia moderna e contemporânea, nomeadamente na sua vertente humanista e psicológica, a consciência que temos deste planeta evoluiu e transformou-se. Passou a integrar também factores de natureza interior e a permitir a aproximação às tradições esotéricas e o desenvolvimento de uma astrologia transpessoal, que aprofunda a psicologia na direcção da espiritualidade. O Saturno do nosso tempo, não é o confim do sistema mas a porta de passagem para Urano, Neptuno, Plutão – aos quais Dane Rudhyar chamou de ‘embaixadores da Galáxia’. Saturno está associado às noçóes de estruturação ao longo da passagem do tempo, de amadurecimento através da experiência de limitações, de aprendizagem da responsabilidade mediante o retorno das acções passadas. Estes processos estão implicados na realização objectiva e concreta de ideias e impulsos criativos que materializam a nossa expressão individual e colectiva no mundo. No seu ritmo cíclico, compassado de sete em sete anos, Saturno rege as fases da vida de um Ser Humano e está subjacente aos respectivos períodos planetários. Em relação com Júpiter, ele determina ritmos mais lentos e significativos para o desenvolvimento colectivo da Humanidade. Assim, remete para uma natureza gradual e processual da nossa evolução, que se vai revelando ao longo do tempo,
realizando-se na expressão da identidade pessoal, contextualizada e condicionada pelo mundo exterior. Saturno remete igualmente para uma maturação interior, psicológica e espiritual que acompanha esses processos : a integração psicológica (processo alquímico ou de ‘individuação’, segundo terminologia de Jung) que representa o padrão de desenvolvimento interior de um Ser Humano. Para poder acolher correntes energéticas mais intensas - de natureza colectiva, transpessoal, cósmica e espiritual – é necessária a uma consolidação individual interna através da integração dos principios Solares e Lunares da psique e da mediação de forças instintivas e arquetípicas. Astrologicamente, as lunações progredidas são uma das formas de compreender esse desenvolvimento, cujos ritmos são análogos aos de Saturno.
O tempo linear – passado, presente, futuro - é a tríplice face de Cronos ligando-se à Lua, ao Sol e a Urano, respectivamente. No coração de Cronos pulsam as mesmas ligações, no tempo interiorizado, psíquico e significante de Kairos. Cada um dos planetas terá uma influência que condiciona e define a qualidade e velocidade relativa que atribuimos subjectivamente ao tempo. A Lua influencia através do inconsciente,dos sonhos, das memórias, da história, da biografia, dos automatismos reactivos e das pulsões instintivas. O Sol, define através da personalidade, da vontade consciente, do ego, dos hábitos, objectivos, escolhas de vida e preferências associadas à identidade pessoal. Urano traz a vivência do tempo instantâneo e da visitação do futuro, dos saltos no tempo, da intuição, da genialidade, da premonição e da epifania, o que pode ser sentido na psique negativamente como algo disrruptor e dissociativo ou positivamente como revolucionário, iluminador e espiritual.
Júpiter, Mercúrio, Nodos Lunares e Neptuno: o olhar de Cronos e a alma do tempo Se o Tempo em Cronos é tendencialmente quantitativo, sequencial, narrativo e automático, em Kairos é qualitativo, convergente, poético e criativo. Se Cronos é linear e Kairos é nuclear, eu lancei-me na busca do encontro entre os dois, no que me parece ser um ‘tempo circular’ : aquele que podendo ser observado e percebido em todas as recorrências mensuráveis e previsíveis no tempo linear enquanto fenómenos cíclicos, aponta interiormente para um sentido, uma direcção, um significado.
Saturno rege Capricórnio e Aquário, e as correspondentes casas 10 e 11. Em Capricórnio, ele significa os processos de crescimento, amadurecimento e realização - em eixo com Caranguejo, o signo da Lua e correspondente à casa 4 – enraíza-nos na vida terrena e ritma a evolução da consciência através do desenvolvimento emocional e da expressão da personalidade no mundo até que esta reconheça a profundidade maior das suas origens, exprima humildade perante falhas e sucessos e possa aspirar a uma realização espiritual. (Na astrologia esotérica, Saturno mantém regência de Capricórnio, Caranguejo é regido por Neptuno e a Lua passa a reger Virgem.) Em Aquário, ele significa os processos de definição e expressão identitárias do indivíduo no colectivo - em eixo com Leão, o signo do Sol e correspondente à casa 5 - abre-nos o coração ao Céu e pauta as etapas de evolução da consciência em aproximação qualitativa à vibração única e essencial de cada ser, o que permite ligações fraternais e co-criativas para além dos vínculos familiares, culturais, sociais, insititucionais, políticos e religiosos. A ligação Saturno-Sol cria a tensão necessária ao processo de individuação. Urano é também considerado regente de Aquário e faz com Saturno, um trabalho de síntese entre tradição e inovação, entre passado e futuro, entre indivíduo e humanidade.
Os ciclos sinalizam uma expansão exterior, através de Cronos, do núcleo central, com uma qualidade específica sentida interiormente, em Kairos. O ‘tempo circular’ é o tempo sagrado e simbólico, o tempo da oração e da meditação, o tempo ritual, aquele que facilita uma condição de acesso a planos mais elevados do Ser. É também o tempo das sincronicidades para as quais Jung nos chamou a atenção há mais de um século e que vulgarmente chamamos de ‘grandes coincidências’ ou ‘obras do acaso’. Este é o tempo simbólico da astrologia que reclama e liga, em consciência e autoconhecimento, a pessoa à proximidade do seu potencial e do seu caminho - únicos e pessoais - através da interpretação da sua matriz natal. É a linguagem sagrada de uma mandala, onde espaço e significado se combinam, tal como Júpiter complementa Saturno astrologicamente num ‘olhar de Cronos’ que traz à sua face um brilho da ‘alma do tempo’. É o planeta que mais se ajusta ao tempo de Kairos, assim como o eixo dos Nodos Lunares, que enquanto eixo direccionador da evolução através da consciência, marca origem – Nodo Sul - e destino – Nodo Norte. A tradição associa Júpiter a uma autoridade radicada no conhecimento das leis e no poder religioso. O seu ritmo acompanha o do zodíaco : leva cerca de um ano – uma revolução Solar - a atravessar um signo e completa o seu ciclo em doze anos, compassado de três em três. Esta afinidade para com os céus e o Sol transmite-nos uma influência sentida como optimista, expansiva, benévola, proporcionadora de aberturas, oportunidades e significado. Em sintonia para com os movimentos celestes, o Ser Humano sente pertença a algo maior, confia para além daquilo que pode provar ou experienciar, ou seja, acredita. Acredita em ideais e tem fé em algo que o transcende, o que o leva a aspirar a ser maior que ele mesmo. Júpiter é também associado a sorte e abundância, significando as fases ou momentos de sincronicidade na vida que nos fazem sentir completos, no caminho certo, em paz e abençoados. Interiormente, Júpiter representa contacto com o nosso Eu Superior, com a Alma. O que tantas vezes chamamos de ‘escutar o coração’ ou ‘a voz interior’. Dificilmente em ocasião de dificuldade, carência e luta, a nossa psique estará em condições de aceder a essa voz. Então é acima de tudo pela nossa vontade consciente Solar aliada à nossa função mental Mercuriana que poderemos entrar neste ‘tempo circular’, que é como um templo de quem somos a níveis mais altos. Escolhemos intencionalmente viver momentos e aprendizagens dentro de registos simbólicos, rituais, contemplativos e meditativos para recuperar a sensação de integridade e completude e para escutar a voz interior. Pegamos numa bússola para saber do Norte e seguir o caminho do mapa da nossa verdade. Aparentemente imóvel, o ‘tempo circular’ é dinâmico mas move-se em torno de um centro ou eixo bem fixos o que lhe traz o sentido de um eterno retorno.
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Aparentemente deambulante e linear, o tempo existencial do quotidiano pode ser contido pelo propósito e direcção dos seus significados e pela integridade posta em cada escolha.
Júpiter é regente de Sagitário e Peixes, correspondentes às casas 9 e 12. ‘Uma Bússola’: Antecedendo Saturno/Capricórnio, Júpiter em Sagitário, traz conhecimento, lei, verdade, significado, síntese. Funciona em eixo com Gémeos, signo de Mercúrio e da casa 3 onde são as múltiplas experiências, o sentido lúdico, a diversidade, as teses e antíteses, as escolhas, processo de aprendizagem por tentativa e erro, a alternância e os contrastes que nos afinam com o que é justo e verdadeiro. É um eixo de conhecimento que proporciona perspectiva e pontos de referência para a vida, para o caminho do peregrino e do discípulo. Sagitário é um Norte magnético na bússola do nossa consciência : um signo com afinidade com o Nodo Lunar Norte e onde se projecta no zodíaco o centro da nossa Galáxia (24º). (Na astrologia esotérica, a Terra é o regente de Sagitário, Mercúrio passa a reger Carneiro e Júpiter passa a reger Aquário.) ‘Uma Voz do Propósito’: Seguindo-se a Saturno/Aquário, Júpiter em Peixes traz a sublimação do ego, a transcendência, a religação ao todo e o encontro com Deus. Funciona em eixo com Virgem, signo de Mercúrio e da casa 6 onde ritmo, ordem, pureza, simplicidade, humildade, disciplina, rigor e método são concordantes na direcção de uma vida pessoal de serviço à Vida. É um eixo de aceitação, cura e serviço. Virgem tem também afinidade com Quíron, o asteróide que sinaliza o nosso ‘curador ferido’ que lida com a dor aliviando-a nos outros. (Em termos esotéricos, Peixes é regido por Plutão). Em ambos os casos, Júpiter cria uma tensão com Mercúrio, a nossa função mental, o principal instrumento para desenvolver observação, crítica, linguagem, pensamento, sistemas, ferramentas, tecnologia e todo o tipo de canais e ligações: uma vasta rede operacional para a consciência. Em Peixes, signo também associado a Neptuno, Júpiter liga-se a este planeta transpessoal num trabalho de purificação e vasta abertura emocional ao amor impessoal e a planos mais subtis e profundos do Ser. Em termos psíquicos, este contacto com Neptuno pode ter um impacto negativo de dissolução e intoxicação, trazendo idealismos fantasiosos e fanáticos, dependências e comportamentos obssessivos, perda de identidade, amnésia, desistência, apatia e todo o tipo de fugas e desconexão em relação à vida quotidiana. No seu aspecto positivo, traz inspiração criativa e artística, apurada sensibilidade, ligação a planos mais subtis, devoção, conexão profunda, aspiração e êxtase.
Saturno em Sagitário 2014-17: um tempo significante de concertação com Júpiter O contexto astrológico actual expressa e dá continuidade à fase determinante de viragem colectiva que todos temos sentido. Os planetas transpessoais ingressaram novos signos entre 2008 e 2011 e têm vindo a configurar aspectos especialmente desafiadores nos últimos anos. Plutão em Capricórnio sintetiza o imperativo de uma reestruturação efectiva (2008/09-2023/24) com impacto mundano, institucional, social, político e económico.
Vida nova e tempos novos é o que temos estado a determinar e as fundações para a integração das novas energias transpessoais e cósmicas são indissociáveis da mestria de Saturno que, ao longo de seis signos, nos vem redefinindo: de Virgem até Peixes. Signos que, na nossa matriz natal pessoal, nos trazem temas específicos, através das casas e planetas implicados pelo respectivo trânsito. Acabámos recentemente de viver a etapa de Escorpião e entrámos na etapa de Saturno em Sagitário, até ao final de 2017. Isso determina um período de concertação com Júpiter: o tempo actual é um tempo potencialmente significante e direccionador, altura para escutar a voz interior, localizar o ‘Norte’ e sentir a alma dos tempos, a começar pela nossa. A correlação dos dois planetas, traz-nos a oportunidade de reencontrar sentido, verdade e propósito para a nossa existência e a tarefa de nos reestruturarmos em função de tudo isso. É tempo para nos levantarmos do chão e elevar o horizonte do nosso olhar, projectando-o para um plano mais alto, mais claro, que o coração legitime e que a mente compreenda. Tempo para que visão e estrutura possam coordenar-se em vontade consciente, com os dois planetas cooperantes para nos fortalecer e guiar na caminhada, com passadas jupiterianas, em três fases : Júpiter em Virgem (2015-16), Balança (16-17) e Escorpião (17-18). É nesse percurso que poderemos ganhar perspectiva, aprender, conciliar parceiros, definir estratégias, expandir conexões, até que 2018 nos situe num novo patamar de responsabilidade e de compromisso, com Saturno a ingressar no seu domicílio em Capricórnio. Até lá, podemos assimilar e retirar preciosas aprendizagens das provas que cada um viveu ao longo da exigente e transformadora passagem de Saturno por Escorpião, (outono de 2012 - setembro 2015). Que pérolas criámos na nossa concha? Que luz extraímos da nossa sombra? Que fogo renovado anima a nossa vida?
Sabia que... A música “Aquarius/Let the Sunshine In” é uma junção de duas canções do musical Hair, lançada no ano de 1969 (álbum The Age of Aquarius da banda The Fifth Dimension, e foi reeditada, em fevereiro de 2014, pelo grupo Digital Daggers.
Patrícia Nazaré Barbosa Membro 102
2015-17 é um período de percepção de um sentido para as crises vividas nos anos desafiantes de 2009-12 e extremos de 2012-15. Alguns planos que tínhamos para a vida foram comprometidos ou mesmo destruídos. Agora existe a possibilidade de perceber como isso nos fez aproximar do que é verdadeiro e significativo, de estabelecer prioridades claras, para nos alinharmos o mais possível em conformidade com as mesmas e prosseguir num caminho que evolua ao encontro do nosso propósito – o plano que a Vida tem para nós. Em 2018/19, Urano ingressa em Touro e todos os processos de despertar, revolução e iluminação na direcção de novos paradigmas tendem a entrar em fases de consolidação, crescimento e materialização objectivos. O ´futuro’ ganha forma. Mas ele cresce já, nos nossos corações, nas nossas mentes e entregase como obra, ao cuidado das nossas mãos.
Nascida em 74, partilha do chamado geracional de Urano e Plutão em Balança / Neptuno em Sagitário / Quíron em Carneiro, sentindo-se grata por fazer parte da comunidade astrológica e a todos os que a têm guiado e acompanhado no seu percurso. Artista licenciada pela FBAUL em Belas ArtesPintura, a Astrologia surgiu aos 33 e reclamou o seu lugar na vida e no atelier. Frequentou o CEIA (2007-11), onde estudou com João Medeiros e colaborou como formadora. Pratica aconselhamento astrológico desde 2010, ano de início de actividades com o blog ‘raio de seda astrologia’. Tem vindo a aprofundar os seus estudos junto de André Louro de Almeida e Paula Candeias na Airschool, desde 2013. É a autora do ‘Calendário 4 Estações’, editado em 2014 e 2015 pela Aspas, numa parceria com continuidade em 2016. www.raiodesedaastrologia. wordpress.com
Todas as imagens foram retiradas de trabalhos inseridos no projecto Tempo Circular : ilustração ‘Olhar 2015’, ‘Mandala Astrológica 2013’ e folha do Outono 2015 do ‘Calendário 4 Estações’. (direitos de autor reservados) Através das mandalas de efemérides gráficas do ‘Calendário 4 Estações’ podem acompanhar e observar intuitivamente os arcos e cores dos planetas em movimento o ano inteiro e em cada lunação. Exemplares disponíveis por encomenda no site da Aspas.
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PREVI SÕES
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APONTAMENTOS ASTROLÓGICOS
TOURO
Advertência pré-leitura A minha proposta é que tenha em consideração que estas dicas astrológicas, foram pensadas e escritas para cada um dos doze signos solares que constituem o zodíaco, baseando-me para o cálculo da posição do sol no dia em que ingressa em cada um dos signos e considerando os horários das efemérides astrológicas para o horário legal em Portugal, e por isso, devem ser entendidas como notas gerais e não substituem a análise do vosso tema natal. Para mais detalhes, mensalmente podem encontrar orientações astrológicas para cada signo em: https://www.youtube.com/ user/Nemsodelua e mesmo assim nada como consultar um profissional competente que podem/encontrar aqui: http://www. associacaoportuguesadeastrologia.com/pt-pt/page/lista-de-membros
Outubro 8 • Vénus ingressa em Virgem. 9 • Mercúrio movimento direto 13 • Lua Nova grau 19º Balança (02hrs06 m) 23 • Sol ingressa em Escorpião 27 • Lua Cheia
Novembro
Dezembro
2 • Mercúrio ingressa em Escorpião. 8 • Vénus ingressa em Balança. 11 • Lua Nova grau 18º Sagitário (18hrs,47 m). 12 • Marte ingressa em Balança. 18 • Neptuno, movimento directo. 20 • Mercúrio ingressa em Sagitário. 22 • Sol ingressa em Sagitário. 25 • Lua Cheia
6 • Vénus ingressa em Escorpião. 10 • Mercúrio ingressa em Capricórnio. 11 • Lua Nova grau 19º Sagitário(11hrs,29m). 22 • Solstício Inverno (04h,48m).Sol ingressa em Capricórnio 25 • Lua Cheia. 26 • Urano em movimento direto 30 • Vénus ingressa em Sagitário.
CARNEIRO Iniciamos com algumas notas relativas ao planeta Marte, que em Outubro transita o signo Virgem, associado a assuntos como trabalho e saúde. Poderão estar sujeitos a uma espécie de vontade ir mais longe é possível que os limites vos pareceram menos importantes. Aconselha-se alguma precaução e cuidado para que este acréscimo energético seja utilizado da melhor maneira possível e assim permitirá que terminem este mês com muito trabalho feito. Respeitem os sinais do vosso corpo e descansem sempre que necessário. Por volta do dia 10, contem com algumas surpresas e imprevistos, talvez até umas ideias quase extravagantes, que poderão ser utilizadas e vos poderão beneficiar a médio/longo prazo. Para Novembro, essa tendência será reforçada e uma excessiva concentração em pequenos detalhes que pode ser temperada com algumas atividades como a leitura de livros de suspense, poderá ser mais agradável que nunca.
Nos relacionamentos em geral, poderão viver um momento bem romântico. No entanto, esta energia estará menos confortável por volta do dia 10, traduzindo-se em questões como ciúmes e sentimentos de posse, seja da vossa parte, seja de alguém das vossas relações. Durante todo o mês, a aliança positiva de Júpiter e Plutão, continuará a trazer-vos recompensas e benefícios profissionais. No dia 22, as coisas começarão a ficar mais entusiasmantes e é natural que se sintam mais livres e com vontade de viajar. Seja física ou mentalmente, um novo entusiasmo e confiança serão mais visíveis. Para Dezembro, o ambiente nas vossas relações íntimas poderá ficar mais sensual e apaixonante, no entanto, um dos focos principais deste mês será ainda a questão profissional.
Os posicionamentos astrológicos no mês de Outubro indicam uma forte disponibilidade para momentos de lazer e romance, apesar dos efeitos do sol transitando pela vossa casa do trabalho. A mistura destas duas áreas poderá revelar-se bastante agradável e produtiva. Já mais perto do final do mês o ingresso do sol no signo oposto, poderá indicar uma fase de maior envolvimento com as parcerias em geral. Nos inícios de Novembro, esta fase continuará em foco e é possível que sintam que os vossos relacionamentos precisar tomar um rumo mais sério e formal.
Já nos finais deste mês, poderão estar demasiados exigentes no que concerne ao que recebem dos outros e talvez seja aconselhável alguma moderação para contrariar essa possibilidade. No último mês do ano, será mais fácil sentirem-se confortáveis e em segurança e poderão viver uma fase bastante romântica e inspiradora. Apesar de ser uma altura festiva, a partir do dia 10 e depois do solstício, é natural que surja uma ânsia por adquirir mais conhecimentos que possam vir a ser úteis no vosso futuro. Mesmo antes do final do ano, o vosso regente ingressa em Sagitário, o que sugere uma altura mais dinâmica e confiante.
GÉMEOS No dia 9 de Outubro, Mercúrio deixa o seu movimento de retrogradação, o que deverá facilitar bastante a vossa expressão criativa, dado que este evento astrológico do vosso regente costuma ter um impacto considerável nas vossas vidas. Aproveitem a energia extra que vão sentir para investir na vossa casa e nos vossos laços familiares para se sentirem mais confortáveis. Em Novembro, a presença de Vénus na área dos divertimentos e identidade, sugere que poderão viver um momento mais romântico que será reforçado, quando o sol, no dia 22, se situar na
vossa área dos relacionamentos, o que poderá ser bastante benéfico para uma relação romântica. Para terminar o ano, o vosso regente ingressa num signo de terra, Capricórnio, é natural que se sintam mais estáveis e os vossos pensamentos sobre o que virá a ser importante a longo prazo serão mais frequentes. Mesmo antes do ano acabar, Vénus chega ao signo oposto e traz a possibilidade de mais acontecimentos agradáveis nos vossos relacionamentos.
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CARANGUEJO O mês de Outubro começa com uma energia muito dedicada à família e à casa, que podem aproveitar para organizar os assuntos familiares e domésticos, o que vos agradará bastante. Depois do ingresso do Sol no signo de Escorpião, a vossa energia estará mais criativa e é possível que sintam mais vontade de se divertirem um pouco e pode ser uma boa altura para descobrirem um hobby para os vossos tempos livres. Em Novembro mantêm-se alguma tendência doméstica, por isso, é provável que passem bons momentos em família ou em casa. O que ajudará a atenuar a tensão acerca da possibilidade dum aumento de responsabilidades no vosso quotidiano. No início de Dezembro, o ambiente de trabalho parece ficar mais sério e poderão ter que enfrentar algum sentido de desânimo ou desorientação sobre o rumo que pretendem. O ingresso do Sol no signo de Capricórnio e a energia da lua cheia do dia de Natal começa a mudar o tom geral e os relacionamentos mais próximos tomam um lugar mais importante.
VIRGEM Melhorar a vossa aparência física e cuidar da vossa imagem, talvez até optando por algum tipo de mudança poderá ser uma excelente maneira de aproveitar a energia do mês de Outubro. No entanto, devem evitar qualquer opção que possa ultrapassar o vosso orçamento até porque precisarão de pouco para se sentirem bem melhor. Para o final de Novembro, as coisas estarão mais serenas e é possível que alguns assuntos familiares se tornem mais exigentes e as vossas responsabilidades nesta área vos tomem mais tempo do que gostariam. A energia disponível no início do mês de Dezembro, desaconselha a compras de impulso e o melhor é que aguardem uns dias e ponderem bem antes da escolha definitiva para evitar arrependimentos futuros. O impulso de satisfazerem as vossas vontades de momento será um desafio exigente mas algum familiar mais sábio pode ajudar a contornar esta tendência.
ESCORPIÃO Enquanto o Sol percorre o signo anterior, até dia 23 de Outubro, é natural que se apercebam que esta é uma fase de balanço e recolhimento, aproveitem para preparar o novo ciclo anual que se aproxima. Agora que Saturno saiu do vosso signo, talvez possam fazer uma análise das aprendizagens dos últimos dois anos e meio e iniciar um novo ciclo com mais maturidade e sabedoria. Em Novembro, ocorrerá a lua nova do vosso signo, o que é excelente para a energia necessária para novos projetos. Alguns desses projetos poderão ter um caracter mais espiritual ou de índole humanitária, portanto poderão estar mais envolvidos em alguma atividade desse género. No último mês do ano, Dezembro, alguns cuidados com a comunicação poderão ser úteis já que esta pode estar excessivamente centrada na vossa visão das coisas e isso pode não ser bem entendido pelos outros na vossa vida. Nem todos os assuntos podem ser cirurgicamente esquartejados e percebidos, por isso, experimentem não dar tanta importância a todos, mesmo aos mais pequenos detalhes, e os resultados podem ser surpreendentes.
LEÃO
CAPRICÓRNIO
É possível que este trimestre se inicie com a necessidade de busca de conforto e segurança que a passagem do planeta Vénus na vossa casa dos valores materiais pode provocar. Podem surgir algumas recompensas fruto dum sentido de economia mais pragmático. A mudança de signo do sol no dia 23, irá pedir-vos algum recolhimento e passar algum tempo no conforto do vosso lar, poderá ser a resposta mais adequada nesta fase. Para Novembro, a comunicação pode ganhar um sentido mais criativo e simultaneamente mais ponderado e responsável Algum nervosismo e inquietação podem marcar o início do mês de Dezembro e se não tomarem algumas precauções poderão sentir-se exaustos com tantas tarefas. No final do mês a mudança de signo de Vénus para uma área mais leve e criativa, na casa 5 melhorará bastante o ambiente geral o que permitirá viver esta época festiva com espírito verdadeiramente de celebração.
Em Outubro, as aprendizagens e viagens, desde que sirvam para aprender serão mais apetecíveis e poderão trazer bons resultados. Novos hábitos no quotidiano também vos parecerão mais aplicáveis e é possível que optem por diferenciar a vossa dieta ou iniciem um plano de fitness para se sentirem mais saudáveis. No dia 23, inicia-se uma fase com espirito mais grupal e convívio será mais importante para o vosso bem estar conviver com amigos. Já em Novembro, as ideias podem estar confusas e sem saberem muito vem em que acreditar, portanto, avancem com precaução se tiverem que tomar alguma decisão importante. Ainda assim serão possíveis avanços e benefícios em termos de carreira. No dia 22, o sol entra
BALANÇA Outubro é o vosso mês, por excelência, por isso, e especialmente depois do dia 9, será mais fácil centraremse e expressarem os vossos propósitos. A lua nova do dia 13 abrirá novas possibilidades, portanto, é uma boa altura para pensarem no que desejam para este novo ciclo anual. Mesmo que encontrem alguns imprevistos e alguém os possa surpreender contrariando os vossos planos, vale a pena estar consciente do que realmente desejam. No mês de Novembro, o pensamento racional e simultaneamente intuitivo pode ajudar a encontrar boas oportunidades financeiras, talvez possa até trazer boas ideias sobre a gestão dos vossos dinheiros ou sobre novas formas de os conseguirem. É natural que possa ocorrer um ao aumento da necessidade descanso e silêncio, respeitem os vossos horários de sono e podem até ponderar começar a fazer meditação, de forma a responder a este momento energético. Para Dezembro, os cuidados com o vosso porta-moedas continuam a ser um dos temas mais importantes e além dos gastos habituais desta época festiva, pode acontecer alguma boa e reconfortante surpresa para a vossa segurança financeira.
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numa época de recolhimento e preparação o novo ciclo anual. O ideal é fazer uma análise do ciclo que se está a encerrar para melhor preparar o seguinte. Em Dezembro, os avanços profissionais poderão trazer algum desconforto familiar, como sensação de falta de apoio no núcleo familiar. Esta insegurança tem sido sentida nos últimos tempos e a partir do dia 26, é natural que alguma coisa se componha e seja mais fácil estabelecer bases seguras. A lua nova, no dia 11 e a lua cheia no dia 25, no vosso próprio signo trazem um impulso energético importante. Neste final do ano, estabelecer boas conversas com pessoas com quem partilhem ideiais amigas pode ser o bálsamo que precisam.
AQUÁRIO No início do mês de Outubro, Vénus, o significante dos apegos e afetos, ainda transita a vossa casa sete, o que indica a possibilidade de estarem a viver um momento feliz nesta área de vida, quando ela se mudar para o signo seguinte, o ambiente romântico tenderá a intensificar-se e poderão disfrutar de momentos apaixonantes. No dia 23, o Sol ingressará numa energia e casa do elemento terra, o que significa que poderão estar mais conscientes do que desejam como rumo para a vossa vida.
Em Novembro, caso vos seja possível, será uma boa fase para viajar ou aprender línguas estrangeiras, ou qualquer outro tipo de contato com o estrangeiro. Quando o Sol mudar de signo, no dia 22, a vossa natural sociabilidade será ainda mais marcante. Urano, o vosso regente muda de tipo de andamento no dia 26 de Dezembro, o que poderá significar uma espécie de alívio e desenvolvimento nos vossos planos que tem estado um pouco “embrulhados”. Uma boa surpresa vinda dum ou através dum amigo rematará em beleza este mês e este ano.
SAGITÁRIO Apesar de estarem a viver um momento de sentimento de responsabilização e talvez até de limitação, em Outubro podem esperar expansão e oportunidade de divulgar a vossa imagem pública, ou seja, evoluções positivas na vossa carreira. Pode ser um desafio aceitar esta exposição do vosso valor, mas é, definitivamente uma fase de progresso. Novembro, é natural que estejam a passar por um momento mais sociável e com elevado sentido de integração em equipa e trabalho comunitário. O ingresso de Mercúrio no vosso signo pode ajudar a expressão e a comunicação dos vossos valores de justiça. Aproveitem a energia da lua nova no vosso próprio signo para criar as bases do novo ciclo anual. Em Dezembro, este ambiente poderá ser contrariado com algum tipo de desafio vindo do grupo, e com alguma moderação poderão encontrar uma via de acordo, mantendo a vossa identidade e verdade pessoal, sem que isso tenha que ser uma imposição aos outros. Quando no dia 22, o sol ingressar no signo seguinte, Capricórnio, uma energia de terra a vossa consciência começará a ocupar-se da dinâmica dos ganhos e gastos e no final do mês, o ingresso do planeta Vénus ingressa em Sagitário representará um acréscimo de energia positiva e benéfica.
Membro 44
Estudante de Astrologia desde 2004, primeiro como mero objeto de estudo, depois duma vida a ensaiar outros caminhos profissionais, em 2006 começa a trilhar este Caminho assumidamente e inicia a atividade de Consultora Astrológica. Em simultâneo, as formações em Hipnose Regressiva e Hipnose Ericksoniana, assim como outras áreas de estudo, culminam no ano de 2013 com a licenciatura em Psicologia, fundamentando e alicerçando o seu trabalho no acompanhamento e aconselhamento psicológico/ astrológico. Membro da Associação Portuguesa de Astrologia; Vice-Presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Hipnose Clinica e Hipnoanálise. www.nemsodelua.wordpress. com
PEIXES A entrada de Júpiter no signo de Virgem, deu início a uma fase anual de benefícios ou aquilo que habitualmente se associa a este planeta, sorte e expansão, na área de vida que está associada ao outro na nossa vida. Aliada a esta tendência estará a dinâmica de Marte e as recompensas de Vénus. Pode, portanto ser um mês memorável a este nível. A confiança e visão alargada natural quando o Sol transita a nona casa, sugerem um mês animado e com muitos eventos sociais onde poderão até conhecer gente nova, o que será bastante agradável. Em finais de Novembro, o apelo do Sol torna-se mais sério, assim sendo precisarão encontrar formas de encontrar
Carmen Ferreira
formas de responder e aproveitar este apelo dos astros e assumirem a vossa responsabilidade social. A época das compras natalícias pode ser uma tentação demasiado apelativa, ou pode surgir algum imprevisto, o que aconselha compras com muita moderação. Pode ser uma boa altura para apresentarem á vossa família e amigos um novo sistema, mais criativo e menos custoso, de presentes. Mesmo antes de Dezembro acabar, é possível que recebam uma boa notícia, talvez uma promoção ou algum tipo de recompensa que fechará em beleza o ano.
Sabia que... O espetáculo musical brasileiro “A dança dos signos”, de Oswaldo Montenegro, encontra-se em cena, com imenso sucesso, há 33 anos, na companhia Oficina dos Menestreis.
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Bárbara Bonvalot Membro 64
CICLO DE LUNAÇÃO - O REFLEXO DE TODOS OS CICLOS
L
ogo a seguir ao ciclo diário, o ciclo mensal da Lua é o mais fácil e imediatamente observável nos céus. Todos os meses podemos assistir às mudanças da Lua: como ela fica invisível e vai crescendo até, passadas duas semanas, se tornar redonda e cheia, partilhando connosco a luz que recebe do Sol, para depois voltar a diminuir até se tornar novamente oculta sob os raios solares. Desde a força das marés ao ciclo menstrual das mulheres, a Lua rege os fluídos da Terra e marca o ritmo de vários processos orgânicos. O ciclo lunar é a interacção entre a Lua e o Sol do ponto de vista da Terra, é chamado mês sinódico e dura cerca de 29 dias. Estes dois astros, não sendo os únicos na análise de um mapa natal, são os mais importantes. Eles definem a nossa essência, aquilo que é mais intrínseco ao nosso ser. A Lua é o nosso instinto e o nosso passado, é a matéria que toma forma, o inconsciente que se vem conhecer. Ela é a Grande Mãe, o colo primordial e a rainha da noite, ela exerce a sua força sobre o que é oculto e mutável. O Sol é o nosso potencial de realização, o devir, o espírito que anima a matéria, o consciente que se conhece a si mesmo. O astro-rei é o Herói mitológico, o centro do Self, a objectividade e a constância, ele rege a nossa vontade e a nossa força vital. Em Astrologia, os dois são chamados de luminares, pois ambos iluminam a Terra: o Sol durante o dia, quando os seus raios incidem sobre a nossa metade do planeta; e a Lua quando, pela noite, reflecte a luz que recebe do Sol.
Esta dança entre os dois luminares é dividida em quatro grandes fases: a Lua Nova, o Quarto Crescente, a Lua Cheia e o Quarto Minguante. O princípio implícito a cada uma destas fases é análogo a todos os outros ciclos: a Lua Nova corresponde à meia-noite no ciclo diário, ao solstício de Inverno, a noite mais longa do ano, e ao momento zero de todos os acontecimentos; o Quarto Crescente seria o nascer do dia, o equinócio da Primavera e todas as etapas de crescimento e desenvolvimento; a Lua Cheia é o meio-dia, o solstício de Verão, o auge anual da luz, e o momento de culminação e de força de cada processo; segue-se o Quarto Minguante, o pôrdo-sol, o equinócio do Outono e o período de assimilação e entendimento da experiência. Dane Rudhyar identifica a primeira metade deste ciclo, desde a Lua Nova até à Lua Cheia, como um período de actividade instintiva. O propósito deste hemiciclo é o fortalecimento e definição da forma. Na segunda metade, da Lua Cheia à Lua Nova, depois de alcançado o auge do crescimento, quando já somos aquilo que podemos conhecer, o trabalho é ao nível da consciência, do sentido e do significado do acontecimento. Esta estrutura simbólica aplica-se a todos os ciclos e à nossa própria experiência enquanto seres humanos, tanto no plano individual como no plano colectivo. De uma forma mais prática, podemos usar as fases lunares na análise de um mapa natal – a relação Lua/ Sol no momento do nascimento dá muita informação sobre a personalidade –, como técnica biográfica nas progressões secundárias, ou simplesmente no dia-a-dia, com intenção para estimular uma fase específica de algum processo a decorrer nas nossas vidas.
Nasceu em 1971, com o Sol em Escorpião. Tem formação em Desenho Gráfico e trabalhou como arte-finalista na área da publicidade. Começou a estudar Astrologia em 2005, frequentou a Formação Dinâmica em Astrologia do CEIA e tem certificação em Coaching. Actualmente é consultora, formadora e investigadora na área da Astrologia e da simbologia arquetípica e membro da ASPAS - Associação Portuguesa de Astrologia. www.barbarabonvalot.com
É sempre importante analisar as casas do mapa natal onde se encontram a Lua e o Sol e levar em conta os planetas natais que são tocados pelos dois astros para entender quais os temas da nossa vida que estão a ser influenciados pela lunação, seja esta por trânsito ou por progressão secundária. Desde a última lunação de Caranguejo que escrevo todos os meses sobre o mapa da Lua Nova. Estes artigos estão disponíveis no meu blog: http://www.barbarabonvalot.com/ blog. A LUA NOVA Este é o momento da conjunção, quando a posição dos dois astros relativamente à Terra é coincidente. A Lua fica acima do horizonte durante o dia, mas oculta sob os raios do Sol. Esta fase é de inconsciência e subjectividade, o ponto de fecundação e tem implícita a natureza da semente que vai crescer durante as semanas seguintes. É aqui que começa o processo e tudo é pleno potencial. As pessoas nascidas nesta fase são mais criativas, muito intuitivas e autosuficientes. Elas têm um mundo interior muito rico e encontram as suas referências dentro si próprios. Esta Lua protege os inícios e todos os processos que pedem intuição, criatividade ou secretismo e é uma boa altura para implementar mudanças. Podemos semear intenções que se irão realizar na Lua Cheia seguinte. O QUARTO CRESCENTE Nesta fase, a Lua fica visível a Ocidente no início da noite, ela faz quadratura ao Sol e está à frente dele no zodíaco. É uma etapa de crescimento, na qual o impulso é feito para fora, em direcção ao que é exterior a nós, mas este movimento também gera alguma instabilidade e crise. Quem nasceu nesta fase procura definir-se em relação ao que está fora de si, são pessoas dinâmicas e insatisfeitas, que vivem o esforço permanente de se libertarem do passado. Agora é o momento para intensificar tudo o que queremos que cresça e que aumente, é também uma boa altura para tornar visível um projecto ou uma criação, ou ainda para termos uma conversa aberta e honesta com alguém, pois tudo o que estava escondido vai começar a vir à superfície. A LUA CHEIA Quando a Lua se opõe ao Sol e este a ilumina com os seus raios, ela começa o seu espectáculo a nascente, logo após o pôr-do-sol, e segue aclarando toda a
noite com a sua luz difusa e indefinida. Esta é a fase de realização do potencial implícito na Lua Nova, o ponto de maior visibilidade e o início do segundo hemiciclo, da consciência e do significado. Quando os dois luminares fazem oposição no mapa natal, a pessoa tem mais tendência para se relacionar, para procurar o outro e as experiências fora de si como motores de auto-conhecimento, mas também pode ser um pouco dependente ou indecisa. Nesta fase iremos colher os frutos daquilo que plantámos na Lua Nova. Este momento favorece a visibilidade e a popularidade e é uma boa altura para festas, inaugurações ou qualquer outro evento pontual mas que se quer memorável. Os instintos também estão mais à flor da pele e tudo o que for feito agora terá mais força e impacto. O QUARTO MINGUANTE A Lua faz novamente quadratura ao Sol, mas agora ela encontra-se atrás deste na ordem do zodíaco. Ela nasce à meia-noite e por isso é visível no céu nocturno apenas durante a madrugada. Este é um período de enfraquecimento e finalização, mas também de revisão e desconstrução de estruturas, crenças e ideologias. As pessoas com os luminares em quadratura minguante no seu mapa vivem o processo de voltar a si mesma através do desapego daquilo que lhes é supérfluo e exterior a si próprias. Estão favorecidas todas as acções que têm como intenção fechar ciclos, limpar algo que ficou por resolver. Podemos também aproveitar esta fase para actividades que exijam introspecção, pesquisa e sigilo ou para o planeamento do ciclo seguinte.
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Saturno em Sagitário também pode pesar como fundamentalismo religioso, nas obrigações que a fé enquanto política ditar, nos limites á liberdade religiosa alheia, na imposição de princípios omnipresentes. Mas, Saturno em Sagitário pode ainda, pelo contrário, mostrar-nos a importância do conhecimento, da sabedoria, do alargar de horizontes culturais para desfazer os nós da ignorância que é a verdadeira barreira ao crescimento da consciência. Neste equinócio, as posições do Sol e Nódulo em relação a Saturno em Sagitário anunciam oportunidades de em colaboração e abertura para desenvolvermos novos princípios e regras que tenham consequências práticas construtivas e sem fantasiasjá que Saturno faz também quadratura a Neptuno em Peixes. O facto de Marte em Leão estar quadratura a Saturno lembra-nos, pela frustração que não podemos fazer o que queremos, como queremos, com base na expressão pura da vontade egocêntrica.
EQUINÓCIO DE OUTONO
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Rosita Iguana Membro 41
Fig.2
Fig.1
Fig.3
de Janeiro de 2016 a 1 grau de quadratura a Plutão. Este equinócio marca assim um tempo de arranque de novas transformações profundas nas estruturas em que nos inserimos mas que só podem acontecer se nos pusermos de acordo com parceiros, procurando o equilíbrio das relações pessoais, amorosas, políticas, financeiras, porque o Sol está em Balança em conjunção ao Nódulo Norte. Fig.1
A
cabou o Verão em Portugal e o Inverno no Brasil. O equinócio de Setembro activa as marés vivas de mudança para duas novas estações, o Outono no hemisfério norte e a Primavera no Sul. É assim desde sempre, ano após ano, século após século, milénio após milénio devido ao movimento da Terra em torno do Sol. O que varia é a posição dos restantes planetas do sistema solar nessa mesma data que são assim os sinais do que está em causa no processo de evolução colectivo dentro do qual as cartas astrais de cada um se inserem. Traçar o mapa deste ingresso do Sol em Balança dá-nos posições e aspectos para projectar generalidades sobre o que nos espera esta estação. Ver onde essas energias caem no nosso céu individual é o que melhor permite criar consciência e distância para não ir atrás de impulsos e aproveitar bem a maré. Há que ver o pano de fundo em que se insere a entrada do Sol em Balança e reflectir sobre em que é que o “agora” está ligado ao que já passou e pode influir no que pode vir a acontecer. Fig.4 UM CENÁRIO DE ALTA TENSÃO O que se tem estado a passar nos últimos dois anos e só termina no início do próximo ano é um série de quadraturas de Urano em Carneiro a Plutão em Capricórnio que, no mundo e em casa, causam tensão profunda entre os endividamentos estruturais - emocionais ou financeiros - e a vontade de quebrar
Fig.2
dependências, inovar processos, partir noutra direcção. No momento do equinócio, a órbita da quadratura entre Urano e Plutão é larga, 7 graus, e ambos estão retrógrados. Uma leitura possível é que estamos ainda numa fase de introspecção das consequências dos extremos de crise a que chegamos no equinócio passado quando, em Março, os dois planetas estiveram em quadratura exacta. Lembra-se do que fez ou aconteceu então e parece estar suspenso? As mudanças externas só podem acontecer depois de Plutão entrar directo, o que acontece já no dia 27 de Setembro, mas o movimento francamente libertador só tem ímpeto depois do solstício de Inverno quando Urano entrar directo a 27 de Dezembro e passar o mês de
HÁ QUE FAZER PARCERIAS Caminhamos assim para a mudança, mão na mão, em casamento, parceria ou coligação mas queremos no entanto guardar o amor-próprio e sentir que não perdemos a nossa identidade criativa ou riqueza pessoal no processo de junção de esforços para uma vida mais justa, seja ela doméstica ou colectiva. É Vénus, regente da Balança em Leão que pede a defesa desse amor-próprio e o seu trígono a Urano em Carneiro que garante que vamos encontrar uma via original para levar por diante esse projecto de união diferente e transformadora. O outro aspecto importante a ter em conta no mapa deste equinócio é o sextil do Sol e do Nódulo Norte a Saturno, recém entrado em Sagitário. Saturno já tinha estado em Sagitário no final do ano passado, tendo avançado até ao grau 4 em Março para depois ficar retrógrado voltando aos últimos graus de Escorpião e só ficar directo novamente, ainda em Escorpião, no início de Agosto. Saturno em Escorpião mostrou-nos o peso das dívidas, ónus, encargos, poderes partilhados, na vida pessoal e na vida dos países, as dívidas estruturais a terem de ser pagas, a revisão das contas conjuntas e restruturação dos bens comuns. Em Sagitário mostra-nos como é preciso definir uma verdade, uma filosofia, princípios condutores, sem especulações, sem inflação, sem exageros, com o crescimento e desenvolvimentos controlados por uma ordem, definida por quem tem poder para o fazer ou impor. LIMITES OU RESPONSABILIDADES? Não são só as ideias da verdade que rege cada um de nos que têm de ser estruturadas por Saturno em Sagitário, nem o baixo crescimento ou efeito de recessão na economia ou o controlo da expansão bancária nas finanças, o peso dos tratados internacionais na vida política, ou os anéis ou muros que apertam e travam as migrações estrangeiras.
UM DISCURSO EQUILIBRADO E CONSCIENTE E como vamos exprimir tudo isto? Mercúrio, planeta da comunicação, razão, an-álise, está em Balança o que permite a escolha de palavras certas para garantir o equilíbrio as relações, seja qual for a sua natureza.
Fig.4
Falamos bem, falamos justo, falamos com o coração nas mãos lá posto pelo sextil a Vénus em Leão. Mas a aproximação da oposição a Urano e quadratura a Plutão é o sinal de que este equinócio anuncia rupturas, apesar da busca de consenso ou que os consensos futuros só são possíveis de houver rupturas com as estruturas do passado que não servem mais os propósitos evolutivos. Os quincúncios de Mercúrio e de Vénus a Quíron em Peixes dão-nos a chave para o que está mal e tem de ser corrigido, curado, ultrapassado: a ferida de amor, de solidariedade, de dádiva, de universalidade, de respeito humanitário e global- grandes causas, todas actuais, todas prementes em qualquer ponto do mundo. E isto leva-nos ao último aspecto a analisar, o da oposição, nesta semana de equinócio, de Júpiter em Virgem a Neptuno em Peixes, ambos os regentes desse Quíron, símbolo das dores de aceitação e regeneração universais. Ou seja, como sarar essas feridas se estamos divididos? Júpiter entrou em Virgem em Agosto e chegará a Balança a 10 de Setembro de 2016, para estar conjunto ao Sol desse Equinócio. Júpiter em Virgem, regido por Mercúrio, exacerba o foco no detalhe, a expansão dos serviços, mais trabalho, mais análise, mais sentido crítico, as ideias arrumadas, a escrita em dia, para quando, para o ano, chegar a Balança poder alargar as relações, expandir acordos com bases até lá assim bem trabalhadas. Neptuno em Peixes pede uma consciência colectiva, ideais espirituais que a todos sirvam, imagens em que se diluam as fronteiras do ego, a noção de que bebemos todos das mesmas águas emocionais e ancestrais. Opostos, Júpiter e Neptuno, de Virgem para Peixes, fazem-nos oscilar entre estar perdidos no detalhe ou estar perdidos no mar alto, partir em todas as direções ou boiar numa só tábua. O grande esforço é assim o de tentar conciliar, de forma consciente o que de facto é uma dilaceração inconsciente entre a razão de fazer e o sonho de alcançar.
Socióloga, jornalista, autora. Blogger diária de “Céus”, dá aulas em Lisboa no Quíron de Astrologia política. www.rositaiguana.com
A 27 de Setembro na Catalunha, as coligações organizam-se para definir autonomias ou independência face a Madrid. A 4 de Outubro, em Portugal veremos que coligações subsistem ou se formam para governar ainda em tempo de restruturação de dívidas. Um ascendente Balança e a presença do Sol em Balança na casa XII mostra quantas negociações de bastidores vão decorrer até que se forme governo…. E tanto mais que vamos ainda descobrir…...
Fig.3
UMA SOMA DE SINAIS Que mundo desejamos para todos e para nós próprios, que temos de fazer para lá chegar e ultrapassar as carências? – este o dilema da oposição Júpiter/Neptuno a reger Quíron em Peixes. Os princípios orientadores têm de ser definidos por Saturno em Sagitário, regido por Júpiter, sem lugar a fantasias, com restrições e ordem, pela quadratura de Saturno a Neptuno. Não é sozinhos que conseguimos. Temos oportunidades de fazer relações equilibradas, justas que nos levem na direcção certa, graças ao sextil de Saturno a Sol e Nódulo em Balança. Não queremos excluir ninguém e vamos de falar de e com amor com Mercúrio em Balança em sextil a Vénus em Leão. O trígono desta a Urano em Carneiro traz soluções originais. Só não podemos é ser voluntariosos, Saturno em quadratura a Marte em Leão impede o triunfo do narcisismo ou arrogância. O equinócio prepara a próxima fase de transformações profundas das estruturas em que estamos inseridos ou nos governam e temos de estar prontos para mudar, não passivamente mas como agentes de mudança devido à quadratura de Urano a Plutão e ao facto deste entrar directo no final de Setembro. Neste equinócio a Lua está em Capricórnio, em detrimento, a fazer-nos sentir a precaridade dessas mesmas estruturas e a levar-nos a ansiar por uma ordem que nos garanta um futuro com mais segurança emocional, fundamental. Poucas horas depois entra em Aquário e faz trígono ao Sol e ao Nódulo Norte. Estamos no mundo e vamos em conjunto e harmonia fazer o que tem de ser feito- doa a quem resistir…. No dia 20 de Setembro, as eleições na Grécia mostram os limites da aceitação das restrições financeiras externas e qual a coligação que pode gerir a crise.
Sabia que... O príncipe Carlos de Inglaterra e Grace Kelly do Mónaco, que por amor abdicaram ao trono e a uma promissora carreira artística, partilham o signo solar em Escorpião?
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EFEMÉRIDES
Efemérides para Novembro Dia Posicionamento 02/11 Mercúrio Ingressa Escorpião 03/11 Vénus Conjunção Marte 07/11 Mercúrio Trígono Neptuno 07/11 Sol Sextil Plutão 08/11 Vénus Ingressa Balança 11/11 Sol Sextil Júpiter 11/11 Mercúrio Sextil Plutão 11/11 Lua Nova 19º00’ Escorpião 12/11 Marte Ingressa Balança 14/11 Mercúrio Sextil Júpiter 14/11 Vénus Sextil Saturno 17/11 Saturno Quadratura Neptuno 18/11 Neptuno Estacionário 20/11 Mercúrio Ingressa Sagitário 22/11 Vénus Quadratura Plutão 22/11 Sol Ingressa Sagitário 24/11 Marte Sextil Saturno 24/11 Vénus Oposição Urano 25/11 Mercúrio Sextil Marte 25/11 Mercúrio Conjunção Saturno 25/11 Mercúrio Quadratura Neptuno 25/11 Lua Cheia 03º20’ Gémeos 30/11 Sol Quadratura Neptuno
Posicionamentos para dia 01/10/2015 às 00:00 Hora legal Hora legal Lisboa Rio de Janeiro Sol 07° 27’ Balança 07° 37’ Balança Lua 17° 19’ Touro 19° 45’ Touro Mercúrio 06° 43’ Balança Rx 06° 32’ Balança Rx Vénus 24° 05’ Leão 24° 12’ Leão Marte 03° 39’ Virgem 03° 45’ Virgem Júpiter 10° 49’ Virgem 10° 51’ Virgem Saturno 01° 00’ Sagitário 01° 01’ Sagitário Urano 18° 57’ Carneiro Rx 18° 57’ Carneiro Rx Neptuno 07° 37’ Peixes Rx 07° 37’ Peixes Rx Plutão 12° 58’ Capricórnio 12° 58’ Capricórnio
Efemérides para Outubro Dia Posicionamento 01/10 Sol Conjunção Mercúrio 06/10 Júpiter Trígono Plutão 06/10 Mercúrio Sextil Saturno 07/10 Marte Oposição Neptuno 07/10 Sol Quadratura Plutão 08/10 Vénus ingressa em Virgem 09/10 Mercúrio Estacionário 12/10 Vénus Quadratura Saturno 13/10 Sol Oposição Urano 13/10 Lua Nova 19º20’ Balança 17/10 Marte Trígono Plutão 18/10 Vénus Oposição Neptuno 20/10 Marte Conjunção Júpiter 23/10 Mercúrio Quadratura Plutão 23/10 Sol Ingressa Escorpião 24/10 Vénus Trígono Plutão 26/10 Mercúrio Oposição Urano 27/10 Vénus Conjunção Júpiter 27/10 Lua Cheia 03º44’ Touro 31/10 Sol Trígono Neptuno
Hora Legal Lisboa/Rio de Janeiro
Hora Legal Lisboa/Rio de Janeiro 07:06/05:06
15:30/13:30 17:47/15:47 21:40/19:40
16:30/14:30 19:43/17:43 15:25/13:25
22:44/20:44
Efemérides para Dezembro 18:29/14:29 15:57/11:57 00:05/20:05 (12/10)
18:46/15:46
12:05/10:5
Inês Miranda Membro 06
Nascida a 26 de Junho de 1982, licenciada em Educação de Infância. De Setembro de 2011 a Setembro de 2014 realizou com mérito o curso de Formação em Astrologia nas Faces Isabel Guimarães. A convite de Isabel Guimarães, acabou por integrar o projeto embrionário da ASPAS estando presente na sua fundação em 2012, fazendo atualmente parte dos orgãos sociais da Associação Portuguesa de Astrologia como Secretária da Direção.
Autora do “Sabia que?...” Continua na Pág.62
Dia Posicionamento 01/12 Sol Conjunção Saturno 02/12 Mercúrio Trígono Urano 05/12 Vénus Ingressa Escorpião 05/12 Mercúrio Quadratura Júpiter 08/12 Marte Quadratura Plutão 08/12 Sol Sextil Marte 09/12 Sol Trígono Urano 09/12 Marte Oposição Urano 10/12 Mercúrio Ingressa Capricórnio 11/12 Lua Nova 19º02’ Sagitário 12/12 Vénus Trígono Neptuno 15/12 Mercúrio Sextil Neptuno 15/12 Sol Quadratura Júpiter 18/12 Vénus Sextil Plutão 20/12 Mercúrio Conjunção Plutão 21/12 Mercúrio Quadratura Urano 22/12 Sol Ingressa Capricórnio 25/12 Vénus Sextil Júpiter 26/12 Urano Estacionário 26/12 Mercúrio Trígono Júpiter 29/12 Mercúrio Quadratura Marte 30/12 Vénus Ingressa Sagitário 30/12 Sol Sextil Neptuno
Hora Legal Lisboa/Rio de Janeiro 04:14/02:14
02:34/00:34 10:29/08:29
04:47/02:47 03:52/01:52 07:16/05:16
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Carlos Hollanda Membro 105
CAR
TOONS
Astrólogo há 26 anos, autor de “Progressão Lunar e Kabbalah” (1999), atuante em congressos internacionais de astrologia, entre eles os promovidos no Brasil pelo SINARJ (Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro), CNA (Central Nacional de Astrologia), UnB (Universidade de Brasília), UNIPAZ-Sul (Universidade da Paz), GEA (Gente de Astrologia – Buenos Aires), KIRON - Centro Português de Astrologia (atendendo e dando cursos no Porto, Lisboa e em Braga). Leciona cursos à distância desde 1999, pela Escola Astroletiva e em 2014 via Skype em grupos independentes. www.projetoluminar. wordpress.com
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Balança
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AGENDA 2016 Faces
Isabel Guimarães
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Sagitário
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RU
BRI CAS
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PERGUNTE AO ASTRÓLOGO
ASTROLOGIA HORÁRIA - OBJETOS PERDIDOS OU FURTADOS “Onde está a naninha do meu filho?”
I
NTRODUÇÃO: A rubrica “Pergunte ao Astrólogo” é uma das que sigo com mais interesse, porque sinto a astrologia a funcionar na prática, como eu gosto de a viver e sentir, auxiliando as pessoas no seu dia-a-dia. Ao longo das próximas edições trarei exemplos de questões horárias centradas numa especialização deste ramo da astrologia: a procura de objetos perdidos ou furtados. Qualquer questão com vista a uma análise horária deve relacionar-se diretamente com assuntos relevantes para a pessoa e estar no centro das suas preocupações. No caso de objetos perdidos ou furtados será recomendável tratarem-se de objetos da própria pessoa ou de um dependente, e que esta faça a questão depois de ter realizado uma investigação persistente, com objetivo de procurar e recuperar o o referido objeto. Idealmente, será no momento em que as possibilidades estão esgotadas, com um sentimento de impotência, que a pessoa deve colocar a questão ao astrólogo, por email, telefone ou outro canal disponível.
”
ONDE ESTÁ A NANINHA DO MEU FILHO?
ENQUADRAMENTO A mãe, o pai e o seu filho, à hora de deitar, procuraram incessantemente a naninha, sem sucesso. A naninha é um objeto do pequenino de 3 anos, que utiliza para adormecer. No dia seguinte, a mãe continuou a procurar sem sucesso e com a noite a aproximar-se o pequenino perguntava ansioso pela sua naninha. A preocupação e o sentimento de impotência da mãe imperavam, era o momento para colocar a questão.
O astrólogo calculará o mapa horário para o momento que entender completamente os contornos da situação. Todos os pormenores são úteis para análise, desde a descrição detalhada do objeto, se o objeto é da pessoa que pergunta ou de outrem, onde foi visto pela última vez e quando, o que já fez para o procurar, etc. A casa que queremos analisar é a 2 dos bens móveis, ou a segunda casa derivada, no caso do objeto não ser pertença de quem pergunta. Identificamos, então o signo e o seu regente, que representa o objeto e o seu estado, a casa onde este estiver é onde se encontra o objeto.
RADICALIDADE Hora do Sol. Sol e regente do ascendente, Mercúrio, estão ambos em escorpião, ou seja, na mesma triplicidade. Regente do ascendente na casa sobre a qual se pergunta.
Marte dispõe Mercúrio que significa a mãe e o filho. O regente da casa 1 e os dois regentes da casa 5 estão na casa 6 – focados na naninha e todos dispostos por Marte – a própria naninha.
Querente – a mãe Casa 1 em Gémeos. Regente casa 1 - Mercúrio em escorpião na casa 6, peregrino, sob os raios do Sol. Lua em Leão conjunta ao Fundo do Céu. A Lua tem um papel duplo uma vez que também é significador universal de objetos perdidos.
Marte em capricórnio está exaltado – indica que a naninha está em bom estado, mas está na casa 8, um local sujo, que pode indicar casas de banho, lixo, coisas sujas. A posição numa casa sucedente indica que estará relativamente perto. Capricórnio indica lugares baixos e escuros, próximos do chão e indica a direcção Sul.
Quesito – objeto do filho, naninha Casa 6 em escorpião, que representa a casa 2 (objetos, bens móveis) a partir da casa 5 (filhos). Os planetas na casa 6 entre outros significados, representam as pessoas envolvidas na busca, especialmente a mãe e o filho – Mercúrio. Regente Marte em Capricórnio na casa 8, tem regência, triplicidade, termo e face.
Mercúrio aplica-se a um sextil com Marte, que favorece a recuperação por parte da mãe e do filho. A Lua junto ao Fundo do Céu indicará que com a questão horária o assunto seria resolvido de forma célere e além disso indica que o objeto está próximo, pela angularidade do luminar.
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RESULTADO Com estas indicações a mãe dirigiu-se mais uma vez à casa de banho e procurou em todos os lugares baixos e dentro do caixote do lixo e não estava. De seguida foi ao cesto da roupa suja e encontrou a naninha, dentro da camisola que o filho tinha despido para tomar banho no dia anterior. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nestes casos é importante analisar uma série de fatores que apontam a favor e contra a recuperação do objeto perdido, e pesar esses fatores na análise. Neste caso existiam bons sinais de recuperação, o bom estado de Marte, a ligação favorável entre o significador da mãe/filho e a naninha, a Lua angular e na casa 4, Júpiter na casa 4, aspeto entre a Lua e o Sol. Como fatores contra a recuperação tínhamos a Lua e o Sol abaixo do horizonte, Marte na casa 8 e a Lua a aplicar-se a uma quadratura com Saturno. Como se pode verificar pela análise acima, a astrologia horária é uma ferramenta valiosa, aplicável desde as situações mais complexas até às mais triviais e por consequência o pequenino e os seus pais voltaram a dormir descansados.
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Patrícia Azenha Henriques Membro 12
Nasceu em Coimbra em 1972 e reside no Funchal, ilha da Madeira. Depois de um longo flirt, rendeu-se à astrologia em 1998 e mantem com esta uma relação permanente e apaixonada. Fundadora da empresa “Estudante de Astrologia”, exerce a sua actividade nas áreas do ensino, investigação, divulgação e consultoria em astrologia. www.estudantedeastrologia. com
Sabia que... O presidente Theodore Roosevelt mantinha o seu mapa natal montado num tabuleiro de xadrez, na famosa Sala Oval. Quando questionado, respondeu simplesmente: “Eu mantenho sempre visível a minha oposição da Lua na 7ª casa com Marte na 1ª casa.”
Lela Pontes Membro 75
Nasceu em setembro de 1944. Com Formação do Magistério Primário, em Coimbra, de 1962/63, começou a trabalhar como professora em Lourenço Marques, Moçambique no mesmo ano e mais tarde em 1975 na cidade onde vive Povoa do Varzim, exerce as mesmas funções. Tem formação profissional nas áreas de fotografia, escrita criativa, literatura infantil, sendo autora de 3 livros com publicações da editora Marus, Lisboa. Formou-se em astrologia no ano de 1996, com várias especialidades, em São Paulo, Brasil. Participou em vários eventos, congressos em Portugal e no brasil. Exerce astrologia no seu espaço na cidade da Povoa do Brasil. É membro da AstroBrasil e da Aspas.
ASTROLOGIA INFANTIL
FAÇA-AS SENTIREM-SE À VONTADE E...DEIXE-AS FALAR!
C
onheci um menino na praia de Santa Cruz, durante o Ocean Spirit, um campeonato internacional de desportos nas ondas, e estávamos na “ praia Neptuno”. Chama-se Jota e é uma daquelas crianças que “ vieram para fazer a diferença”. Além de ir controlando, ao mesmo tempo, tudo o que se estava a passar, falou sem parar: foi do “ sobe e desce” do terreno, preocupação com a possível sujidade do fundo do mar, da praia e até das estradas. Essas ele observou bem, que até fez um mapa do Porto a Torres Vedras. Contou-me o que viu pelo caminho, falou dos incêndios nas florestas e da falta de cuidado das pessoas com a natureza. Deus não há-de gostar disto, e é muito mau para o planeta, concluiu. Um rapaz ao lado, do mesmo grupo de amigos disse-lhe: olha, pergunta a essa senhora quem é o deus Neptuno, já que eu não te soube explicar. Quer dizer, explicar ele explicou, só que o miúdo queria mais. -Sabes, como é que ele pode ser Deus se na minha catequese me disseram que só há um Deus? –perguntou rapidamente o Jota. A mãe afastou-se e nós tivemos uma conversa interessantíssima que, passando pela história do tempo, pelas pessoas e suas crenças, pelos hábitos de cada povo, pela necessidade de se criarem exemplos e regras para que o ser humano se comportasse o menos mal possível, as pessoas foram criando os seus deuses, como exemplos de bem, e às vezes de mal; perguntou tanta coisa, tanta coisa … que a nossa conversa só acabou no reconhecimento de que, na verdade, há coisas que não entendemos. Aí ele parou de falar. Sentiamse os seus neurónios a processarem tudo. Esperei até que ele falasse. - Compreendo, compreendo tudo, só tenho medo que as pessoas façam muitas asneiras, há muito lixo, muitas doenças e muitas guerras …. e medo que a Terra acabe antes de o meu pai morrer… Fiquei pasmada, ele não pensava nele, pensava no colectivo e mais especificamente no pai, que deve dar-lhe a segurança que ele precisa, como é natural. - Todos os seres vivos um dia morrem, meu querido. Nós, as plantas, os animais, nenhum ser vivo é imortal. Temos um corpo, uma forma, que um dia aparece, nasce, depois mantemse viva, e depois morre. Falámos então de planetas, que ele observa muito, e da ordem do universo. E da desordem do ser humano. Levei-o lá acima à estátua de Neptuno de onde se tinha uma vista maravilhosa e ele disse: eu sabia que a Terra é redonda, mas nunca tinha reparado na linha do horizonte; assim, olhando ao longe, e de um lugar tão alto, dá para perceber bem. Soube que ele tinha acabado de fazer 6 anos, ia entrar na escola, e desejei do fundo do coração, que lhe aparecesse uma professora capaz de o deixar ser ele próprio, que lhe respondesse às perguntas e que não o formatasse com o programa desactualizado que usamos ainda, em muitas escolas. É que, manifestando ou não a sua opinião, esta geração do 3º milénio não é igual a nós, ela veio e continua a vir para despertar a consciência do Homem. As transformações acontecem no mundo a cada minuto, é preciso que, com os dons e dificuldades que todos trazemos ao nascer, estas crianças saibam ajustar-se às cada vez maiores diferenças entre uns e outros, às injustiças e discriminação, ao avanço da tecnologia, à globalização e a tudo o que de diferente possa surgir. Que se sintam parte da natureza, aceitem os seus ciclos, as fases da vida, enfrentem as dificuldades. E, ou nós (mães e pais, professores, astrólogos, psicólogos) aprendemos a direccionar as tendências que eles trazem e lhes damos uma base sólida para a vida, ou os reprimimos e os empurramos para formas negativas de pensar e de agir.
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É aqui que a Astrologia infantil se pode tornar uma grande ajuda. E uma ajuda que nos é dada desde que a criança nasce, ensinando- nos, através do seu mapa astrológico, a lidar com ela e a dar-lhe uma orientação no sentido de aproveitar os seus dons ou facilidades e ensinar a conviver, corrigindo, com os desafios com que nasceu. É que aquele bonequinho lá no berço aprende rápido a sentir tudo. Como nos quase 2 primeiros anos ele depende da mãe para sobreviver, não leva muito tempo para a conhecer. Vai testando e aprendendo: chorando, ou chamando a sua atenção de qualquer jeito. No caso do Jota, de certeza que foi chorando e sorrindo. O sorriso dele cativa. É a sua Lua a manifestar-se, a 1ª manifestação da sua personalidade, as necessidades físicas e emocionais que ele precisa de ter resolvidas: a alimentação, o sono, o seu humor, a percepção das coisas e sentimentos. É através do signo lunar da criança que as mães vêem como essa lua trabalha. E para que serve esse conhecimento? Para que desde o começo se possam criar hábitos que satisfaçam as necessidades emocionais do seu filho. A Lua trabalha no inconsciente, lá, onde repousam as memórias dos nossos antepassados, os hábitos de vida, tudo o que nós, por estudos psicológicos já feitos, sabemos ser importante na vida de uma pessoa. Vem ao de cima de vez em quando e é o motivo de muitos desajustes. E, como dizia o querido professor que me iniciou na Astrologia “Numa pessoa, não há Sol que brilhe, que se cumpra, se a sua Lua não estiver resolvida”. E este menino é exemplo disso. Passaram-se exactamente 2 anos. Reencontrei recentemente o Jota. Tem 8 anos e vai iniciar o 3º ano de escolaridade. Pedi os dados de nascimento à mãe - 26 de Maio de 2007 – 23:00h – Póvoa de Varzim - imprimi o mapa dele e combinámos um encontro, para conversar, uma 1ª vez. Já mais consciente da criança que ele é, abordei-o de uma forma carinhosa e brincalhona, relembrei o nosso encontro em Santa Cruz ( que ele não esqueceu )e perguntei se ele gostou do espaço onde trabalho. Adorou que tivesse plantas, e o barulho de água a correr. Gostou imenso do quadro do sistema solar, feito por uma criança, na altura com mais ou menos a sua idade actual. Para quem tem pouca Terra no mapa e outras necessidades, aproveitei e propus-lhe fazermos um para ele, mas por fases, dizendo que nem eu nem ele gostamos muito de actividades muito demoradas. Aceitou. A paciência é uma necessidade que procurarei ajudar a resolver. Ele muda constantemente de actividade, especialmente se não dominar o assunto que queremos conversar com ele, ou não gostar da actividade. De resto, continua a ser o menino amoroso e cativante que conheci. Com a Lua em Balança, foi amável comigo, e ficou meio sem jeito quando o elogiei dizendo que já tinha sabido do sucesso dele na escola (é comum pessoas com esta Lua ficarem desarmadas com um elogio).
Dê o seu contributo nesta rubrica. Saiba mais na Pág. 62
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- Sabes, disse eu, adoro olhar o Céu à noite, ver tantos milhares de pontinhos de luz. Antes de fazermos o painel havemos de ver uns vídeos que eu tenho sobre o Universo, para tirarmos ideias e fazermos um painel diferente deste. - Por exemplo, ali só Saturno tem anéis, feitos de papel de alumínio, podemos fazer outros mais coloridos, e noutros planetas que também os têem; sabes isso não sabes? -perguntou - Sim. Reparaste que o painel já não tem Plutão? Quando eu era da tua idade, tinha. - Vi, e tu, sabes que já fotografaram Putão?? Chegaram tão perto que até é perigoso, disseram que ele é gelado… Parecíamos duas comadres a trocar novidades. Fiquei admirada com a rapidez com que avaliou tudo ao pormenor, e de saber que vê muitos programas de Astronomia na televisão e vídeo. - Quem sabe um dia vais trabalhar com esses assuntos … gostas tanto de saber, da natureza e especialmente do Céu e das profundezas da Terra… Fui aproveitando as oportunidades e tentei mostrar-lhe a necessidade que temos de criar confiança em nós, de aceitarmos elogios, mas também de aprendermos a dizer não quando as situações não são do nosso agrado; ou até a tecer críticas e dizer a nossa opinião. É que isto de só nos sentirmos bem quando temos a aprovação dos outros, pode intensificar a tendência à harmonia e com essa preocupação, reprimirmos sentimentos de raiva. E ele tem Marte em Carneiro, na casa 3; é mais que provável que seja na escola, ou na vizinhança que ele tenha as suas briguinhas. Ou que as esconda, com medo de não agradar a todo o mundo. - E a tua escola? Gostas de lá andar? Como acabou o ano? perguntei. O espertinho rapidamente respondeu: tirei as notas máximas! - Sim, mas gostas do ambiente, tens feito muitos amigos? - Nem por isso, tem uns miúdos meio chatos…. - A sério? Mas por que é que os achas chatos? - Não gosto das conversas deles. - Já experimentaste falar de algum assunto que lhes agrade? Experimenta tomar a iniciativa e faz um “ recreio” diferente, onde todos conversem, mostrem a sua opinião, e se fiquem a conhecer melhor. Tu gostas de algum desporto? - Eu gosto, pratico natação e vólei, mas eles só querem futebol, até brigam, não me quero meter nisso. A não ser quando eles se agridem uns aos outros e precisam que os separe.
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Arranjei uma forma de ele sair para comer um gelado, e falei com a mãe. É um facto que ele é muito ligado a ela, e acho muito importante a sua presença sempre que ele precise de fazer escolhas, quiser procurar informação e conhecimento, para que não se foque só numa coisa. Parece-me que apesar do Marte estar domiciliado, ele nem sempre consegue agir como deseja por medo de magoar os outros (oposição exacta de Marte em Carneiro à Lua em Balança – quadratura ao Asc em Capricórnio - semiquadratuta a Neptuno). Aconselhei a mãe a dizer-lhe que o que é importante nesta fase, é ele tomar iniciativas, conscientemente. E se não tomar, há necessidade de lhe dar um empurrão. Ela até pode ajudar, o pai também, mas que seja o filho a trazer as ideias novas. E eles a cobraremlhe que as leve até ao fim. Ele vai entender tudo, desde que lhe expliquem. O convidar um colega a ir lá a casa seria bom, de vez em quando. Aconselhei-a também a não falar tanto aos outros do “ realmente surpreendente” conhecimento sobre assuntos que normalmente não interessam a crianças da idade dele. Além de fazê-lo sentir-se superior, cria-lhe uma obrigação de o continuar a ser. Como é que um menino tão esperto vai ter acessos de raiva, se vai defender de ofensas físicas, vai exprimir o seu Marte? Não pode ser sempre por palavras, ou evitando situações; há coisas que temos de enfrentar. Opiniões e interesses diferentes é uma delas. Fiquei preocupada porque vi nele, e confirmei com a mãe, certa dificuldade em fazer amigos fora do ambiente familiar, ou do ambiente que conhece bem ( Saturno na VII). O Jota voltou do passeio. Depois de me falar de várias espécies de gelados, disse-me que preferia vir para ali do que estar a conversar com a menina que foi com ele. Claro, quis marcar a diferença de conhecimentos sobre astros, enquanto a menina só lhe queria dar o gelado que ele mais gostasse. Aproveitei para lhe mostrar que adaptar-se a todo o tipo de gente é bom, a não ter medo de se relacionar com pessoas diferentes dele. É um objectivo a conseguir com o tempo. Que depois, viver mesmo, é por si só, seguindo os seus interesses, sem depender de ninguém. Na nossa cabeça ninguém manda, somos livres. No entanto, respeitar a opinião e modo de viver dos outros, temos de fazer. Incentivei-o a tomar iniciativas por si próprio, sem precisar de se preocupar tanto com os outros. E de levar as iniciativas até ao fim. Se não acabarem bem, paciência, ele precisa de aprender paciência, e de aceitar que há assuntos que desconhece.
Olhou para o computador, viu que tinha um desenho ( mapa astrológico) com o nome dele e perguntou: - Isso que tem o meu nome o que é? Adorou saber que era a fotografia do Céu na hora do nascimento dele, falou de outras constelações, além das que davam o nome aos signos, e perguntou-me que escala era aquela, onde tinha Fogo , Terra, Ar e Água e uma pontuação. Depois de breve explicação dos elementos, ele exclamou: ah, sou mais mental, sim. Gosto de aprender e de falar. - Mas olha que conversar tem via dupla, tens de deixar o outro falar também. Mesmo que não concorde contigo, disse eu. Ele não sabe, mas os elementos são muito importantes nos mapas de crianças, elas vivem a energia de forma pura, ainda não sabem que mais tarde vão ter de compensar o elemento que lhes falta. - Lela, podes mostrar-me o mapa da minha mãe e do meu pai? Perguntei à mãe, com o olhar, se os podia colocar, e ela concordou. Acho que se arrependeu logo a seguir, apesar de ter dado uma gargalhada. - Mãe, tu tens metade do meu mental, que é 12 pontos… és menos inteligente que eu????
Despedimo-nos pouco depois, como se fossemos velhos amigos, ficando marcada uma consulta para a mãe e outra para o filho.
Sabia que... Na 3ª maior catedral do mundo, a Duomo de Milão, podemos encontrar, no pavimento da entrada, um calendário solar composto pelos signos do zodíaco, construído no final do século XVIII.
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Armadura de Ouro de Sagitário
“Ó TEMPO VOLTA PARA TRÁS...”
Saori Kido com a flecha a perfurar a zona do peito rodeada pelo relógio do Santuário que possui doze casas correspondentes a 12 horas, á medida que as horas passam as chamas vão se apagando uma a uma.
Saori Kido a reencarnação da Deusa Atena
VIVÊNCIA DE UM ESTUDANTE DE ASTROLOGIA
”
Ó tempo volta para trás…” Esta é a frase que resume o que sinto quando recordo tudo o que aconteceu desde o início do curso de Astrologia que comecei com as FacesIsabelGuimaraes!
São 3 anos que passam muito rápido, o que é normal quando fazemos algo que gostamos. Foram muitas as pessoas que conheci, amizades que se iniciaram, muitas alegrias, algumas tristezas, muito esforço e dedicação, a conciliação de estudos com trabalho. O stress antes dos exames, a falta de confiança que surgirá com a prática e experiencia, as inúmeras dúvidas que surgem quando estudamos. Os workshops que frequentamos com variadas abordagens que são ferramentas muito importantes para o futuro astrólogo aplicar em consulta. A participação na organização do 1º Simpósio de Astrologia em Portugal; A viagem de comboio com os meus colegas de curso para Lisboa; A correria com as malas para o IPJ para depois rumar á Sociedade de Geografia, a tensão e a ansiedade começava a surgir “será que vai correr bem?” Nos dois dias seguintes lá estava no Simpósio com a camisa da ASPAS que orgulhosamente vesti. Simbolizava o início, a camaradagem, o espírito de grupo e responsabilidade. Foi um simpósio que superou as expectativas, com muitas partilhas de saberes em que no final foi muito difícil aceitar que já tinha terminado e regressar a casa. São muitas as histórias e os momentos que guardo na memória de um percurso que prolongue para o resto da vida. E como comecei “Ó tempo volta atrás”, farei uma pequena viagem para vos ilustrar como tudo começou: Por volta dos meus 7 anos de idade, estava eu a viver com os meus pais em Bruxelas e foi aí que através de uma série de televisão animada comecei a ver e a ouvir falar de cosmos, constelações e signos. O fascínio instalou-se e a curiosidade estava sempre presente momentos antes de começar cada episódio de “Os cavaleiros do Zodíaco” apesar de não entender muito bem do que se tratava. Dez jovens órfãos, foram retirados dos seus orfanatos, para fazerem parte do projeto “os Cavaleiros de Atena”, liderado por
Mitsumasa Kido, um velho milionário. Cada um desses órfãos foi enviado para treinar numa parte do mundo com o objetivo de conseguir trazer uma das Armaduras de Bronze, para mais tarde poder competir no torneio Galáctico, cujo vencedor ganharia a armadura sagrada de Ouro do Sagitário. Após alguns anos e durante a competição do torneio galáctico, um desses dez órfãos, Ikki agora cavaleiro de bronze de Fénix, auxiliado por quatro cavaleiros Negros, roubam a Armadura de ouro. Quatro cavaleiros, ficaram com a missão de a recuperar (Eram eles: Seiya cavaleiro de Pégasus, Shiryu cavaleiro do Dragão, Shun irmão de Ikki, cavaleiro de Andrómeda e Hyoga cavaleiro do cisne). Conseguiram recuperá-la através de terríveis batalhas, momentos depois, Ikki de Fénix acabou por juntar-se a eles. Mais tarde, descobriu-se que Saori Kido (neta de Mitsumasa Kido) era na verdade a reencarnação da deusa Atena, que é enviada a cada 100 anos para parar o mal, que na verdade era o próprio grande Sacerdote do Santuário de Atena, possuído por Aries irmão de Atena e deus da guerra, que tentou matá-la na noite do seu nascimento. Os cinco jovens Cavaleiros de Bronze juntos com Atena, iniciaram uma grande batalha contra o exército de Cavaleiros de Bronze e Prata liderados por Aries. Cada um deles foi enviado para destruir os cinco jovens. Durante essa grande batalha, os Cavaleiros resolvem invadir o Santuário, mas Atena é atingida por uma flecha de ouro, enviada por um Cavaleiro de Prata. Esta flecha iria matar a Deusa no espaço de 12 horas, a menos que os cinco cavaleiros de bronze conseguissem alcançar o Sacerdote. O sacerdote era o único capaz de arrancar a flecha, mas, para isso tinham de atravessar as 12 casas do Zodíaco, protegidas pelos cavaleiros de ouro correspondentes a cada casa. Os cinco jovens invadiram uma a uma as Casas do Zodíaco, e lutaram contra os guerreiros mais fortes, os Cavaleiros de Ouro que estavam a ser manipulados por Aries, e com a ajuda de Atena e do despertar do sétimo sentido, conseguiram vencê-los.
Hilda representante de Odin
12 Cavaleiros de Ouro correspondentes aos 12 signos do zodíaco
Os cavaleiros de ouro eram: Mu do signo do Carneiro, Aldebaran de Touro, Saga de Gémeos, Mascara da Morte do Caranguejo, Aioria do leão, , Shaka da Virgem, Donko da Balança, Miro do Escorpião, Yoros de Sagitário que morreu para proteger Atena, Shura do Capricórnio, Camus do Aquário, e Afrodite de Peixes. Na batalha morreram: Mascara da Morte, Camus, Shura, Afrodite e Saga. Em seguida iniciou-se um confronto com o Sacerdote, que na verdade era Saga, o Cavaleiro de Ouro de Gémeos, possuído por Aries. Os Cavaleiros não conseguiram vencê-lo. Somente Atena, usando seu poder de deusa, retirou o espírito de Aries da alma de Saga, que morreu pedindo perdão. Depois que o mestre fora derrotado, os cinco Cavaleiros, seguiram para Asgard, no extremo norte da Europa. Hilda, a representante de Odin, tornou-se maligna depois de colocarem no seu dedo o Anel dos Nibelungos. Iniciou-se mais um confronto de morte. Os Cavaleiros de Atena tiveram que enfrentar os terríveis guerreiros divinos, que defendiam arduamente Hilda. Esta pretendia tomar o lugar de Atena, no santuário. Com a ajuda de Odin e Atena, Hilda foi salva. Logo depois surge o misterioso deus que raptou Saori. Poseidon deus dos mares. Depois de Hilda ser derrotada, os cavaleiros invadiram o santuário submarino, nos domínios do imperador Poseidon.
Atena foi presa no Pilar Central do templo. Para salvá-la, os cavaleiros deveriam destruir os 7 Pilares que sustentavam os oceanos, mas cada um destes suportes eram protegidos por 7 Generais Marinhos. Depois de uma longa batalha, os Cavaleiros conseguiram deter Poseidon. Atena foi salva mais uma vez, mas um exército de 108 guerreiros foi libertado. Uma nova guerra sagrada começava...Era o início da saga de Hades.
Hugo Carneiro Membro 58
Nasceu em 1985, em Vila Nova de Famalicão. Fruto de um interesse desde criança na área da Astrologia ingressou, em 2012, nas Escola Faces Isabel Guimarães, estando a concluir o terceiro nível do Curso de Formação Profissional em Astrologia. Tem formação em Medicina Natural, Master em Homeopatia e Reiki, assim como várias especialidades em diversas áreas da Astrologia.
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ASTROLOVERS
Seguem-se as nossas conclusões:
O QUE TÊM OS AMANTES DE ASTROLOGIA - PROFISSIONAIS E ESTUDANTES - EM COMUM
I
ntrodução: Este trabalho de investigação surgiu de uma vontade em descobrir o que têm os amantes da astrologia em comum: será que existe algum padrão astrológico para isso, será que existem explicações astrológicas para esse amor ao estudo e prática desta arte que é a Astrologia? Será possível que, com base num tema natal, ter fundamento para aconselhar alguém a estudar a astrologia como ferramenta de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal? Foram estas as perguntas que nos motivaram a pedir os mapas natais a todos aqueles que encontrámos em aulas de astrologia, grupos de astrologia no facebook e na nossa lista de contactos pessoais.
Seguiu-se um período de análise exaustiva de todos os mapas, nomeadamente dos elementos, polaridades e posicionamentos de planetas pessoais e sociais, ascendente e meio-do-céu. Complementarmente analisámos, em pormenor, aspetos e destacamento nos mapas do Sol, Lua, Mercúrio, Júpiter e Saturno. As percentagens obtidas foram confrontadas com as probabilidades esperadas para cada um dos ângulos de análise, aquelas não relevantes foram excluídas dos resultados. A análise dos planetas transpessoais será efectuada numa segunda etapa. Este estudo foi efectuado com base numa amostra de 12 astrólogos profissionais e 42 estudantes de astrologia conforme a distribuição na tabela seguinte:
ESTUDANTES » Encontrámos um padrão que indica, à partida, que um estudante tem um SOL Yin [touro (signo da exaltação da Lua) e caranguejo] e uma LUA Yang [em sagitário]. Ou seja, indica pessoas mais introvertidas, receptivas e passivas porém, com uma vontade entusiástica [elemento do signo lunar: fogo] de saber mais e de descobrir novos mundos, crenças e verdades que lhe alimente a alma e dê sentido à sua vida! » Enquanto os Estudantes têm esta sensibilidade determinada, forte e expansiva em aprender uma nova forma de sentir os outros e o mundo, a sua forma de ser/estar é intuitiva, produtiva e concreta [elementos do signo solar: ÁGUA e TERRA], agindo por impulso [modo CARDINAL] na busca apaixonada e sem medo dessas descobertas/conquistas [elemento do signo lunar: FOGO], sendo sensível e flexível nesse caminho e com os outros.
Alexandra Rua Membro 79
» No Universo dos Estudantes quem “rege” o Sol é, em maioria, a LUA e quem dispõe da Lua, é curiosamente, JÚPITER, o planeta do conhecimento superior, da expansão, da fé e da espiritualidade (ou seja, porque não, da Astrologia). Alexandra Rua, que também usa Alexandra Lua e se apresenta a todos como “Chá na Lua” descobriu a sua paixão pela astrologia muito cedo. Assim, fez a sua primeira consulta aos 17, assim que conseguiu reunir os escudos necessários para tal. Licenciou-se em Direito em 2000 e agregouse à Ordem dos Advogados em 2002. E logo de seguida, iniciou a sua formação em algumas escolas de astrologia de Lisboa: de Juliana Estevez, Rosário Magalhães, Luis Resina, Narciso Saramago e João Medeiros. Começa agora a dar os seus primeiros passos em consultas e investigações astrológicas. Sol em touro, Ascendente em Leão e Lua em Sagitário.
Sexo
Estudantes
Profissionais
Total Geral
Feminino Masculino
37 5
5 7
42 12
Total Geral
42
12
54
A maioria dos estudantes pertencem à escola CEIA do João Medeiros e iniciaram o seu estudo em Janeiro de 2014, quando Júpiter se encontrava em caranguejo.
» O SOL [4, 7 e 9] e a LUA [4, 7 e 9] encontram-se nas mesmas casas e ambos no Hemisfério Ocidental, ou seja, estão posicionados em áreas de vida onde o Outro reina e ensina.
» Aqui, os Estudantes vão à descoberta de novos mundos [o SOL encontra-se em casas ANGULARES na sua maioria]. Porém, a sua sensibilidade é ainda imatura e com pouca expressão em relação a quem já navega há mais tempo nestas águas [LUA encontra-se em maioria em casas CADENTES]. Assinala-se o enorme potencial e destaque da LUA como instrumento de expressão e desafio na sua vida [pois, em maioria, têm a LUA ÚNICA no quadrante]. » A imagem que os Estudantes mostram aos outros, é de uma criança que começa a dar os seus primeiros passos [em maioria, ASC em caranguejo, signo lunar, mas também ASC em peixes e capricórnio], ricos no seu mundo inconscientes, sensível e intuitivo, curiosos em busca por algo Maior que dê sentido a todas as suas perguntas, que o ajudem a estruturarse, a sentir e a perder o medo quanto à sua existência [REGENTES do ASC: em maioria, respectivamente, a LUA, JÚPITER E SATURNO].
42 • 4 estações • jornal astrológico PROFISSIONAIS » Encontrámos aqui um padrão diferente: pessoas seguras, produtivas, inteligentes e trabalhadoras, com muita capacidade para a comunicação ou o ensino [em maioria, SOL em touro, gémeos e virgem e LUA em gémeos]. Apesar de se repetir o padrão do SOL YIN e da LUA YANG [repete-se aqui também o elemento TERRA do signo solar], a novidade é tratarem-se de pessoas onde a sabedoria e a necessidade de comunicação impera pois o elemento AR encontra-se em maioria tanto no SOL como na LUA e, ao contrário da impetuosidade dos Estudantes, aqui, o modo de estar é flexível, as palavras “relacionar, sintetizar e adaptar” são ilustrativas [modo MUTÁVEL quer quanto ao signo solar como lunar]. » Agora quem inspira, na maior parte dos casos, o SOL e a LUA é o planeta MERCÚRIO, como não podia deixar de ser, depois do que se disse atrás. Aqui a diferença, é além disso, serem pessoas de enorme trato social que sabem cativar e amar os outros exemplarmente [pois, além de Mercúrio, VÉNUS também é dispositor da Lua]. » À semelhança dos Estudantes, o Sol é um SOL “social”, encontra-se também no mundo dos outros [no HEMISFÉRIO OCIDENTAL]. A LUA agora serve de substrato e ferramenta de trabalho no dia-a-dia para quem faz da Astrologia a sua profissão [casas 1, 2 e 6]. » A imagem para o exterior deste Universo deixa de ser ingénua ou imatura, em sintonia com a criança interior, como acontecia com os Estudantes [ASC em touro e caranguejo], e passa a ser estável, segura e produtiva, surgindo como figura de autoridade e sabedoria [ASC em capricórnio]. Quem rege a imagem (ASC) é quem lhe dá a estrutura e experiência, o planeta SATURNO.
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» Quanto ao Meio do Céu, encontrámos maioritariamente o seu posicionamento em signos fortes [MC em escorpião e carneiro] ambos regidos por Marte, planeta responsável pela coragem em assumir as suas convicções, crenças e valores, promovendo profissionais independentes sem medo de entrar em choque, quebrando tabus e preconceitos sociais e trazendo ao mundo uma nova verdade e forma de olhar o mundo, sendo poderosos curadores [MARTE no MC]. » Alguns pontos curiosos é serem pessoas bastante reservadas [SOL em casa CADENTE] e com uma sensibilidade apurada [LUA em casa SUCEDENTE] e trabalharem muito com a profundidade dos seus pensamentos, introspecção, estudos, persistência nas suas convicções [75% têm ASC YIN!]. » Por outro lado, JÚPITER, o planeta dos saberes e da espiritualidade, brilha: ou por estar em aspecto ao Meio do Céu, ou por estar destacado no mapa [inicio/fim da “Locomotiva”; pega do “Balde”] ou por estar oriental ao Sol e por isso, sendo mais luminoso e visível no céu, tendo mais força a sua energia. » Quanto ao aspecto da comunicação e do ensino nestas pessoas, o seu planeta regente, MERCÚRIO tem uma relação viva [QUADRATURA] com Júpiter, o planeta da espiritualidade e uma relação harmoniosa [SEXTIL] com Saturno, o planeta da estrutura e do Tempo, tão vital para o bom ensino da Astrologia.
Isabel Parreira Membro 197
Sol em Caranguejo , Ascendente Touro, Lua em Sagitário. Isabel licenciou-se em Engenharia Informática pela UNL em 1991 e tem exercido a sua atividade profissional entre Portugal e a Alemanha. Desde cedo o seu Mercúrio em Gémeos tem sido incansável e procura satisfazer a sua infinita curiosidade. Em 2009 o seu Meio do Céu em Aquário descobre a Astrologia e em 2013 decide iniciar a formação no CEIA, com João Medeiros. Vive em Lisboa e sonha um dia viajar até à Lua.
CARACTERÍSTICAS COMUNS - ESTUDANTES E PROFISSIONAIS » Em comum, tanto nos Estudantes como Profissionais, encontrámos o padrão do SOL YIN e da LUA YANG, ou seja, de personalidade introvertida quanto a si mesma mas dada ao outro apaixonadamente; bem como o padrão da LUA única num quadrante, que se traduz no destaque da sua enorme sensibilidade. Adicionalmente, o padrão de JÚPITER oriental ao Sol, que promove e conspira a favor dos saberes superiores em detrimento do ego e por fim, o padrão de MERCÚRIO se encontrar, na sua maioria, em casas fortes e de iniciativa [casas ANGULARES: 1, 4, 7 e 10] , ou seja, de todos os amantes da Astrologia terem facilidade em comunicar a terceiros a mensagem ou em partilhar com os outros este conhecimento. Seguramente, em todos encontrámos a paixão pela Astrologia, claro! Continua.....
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GE
RAIS
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UMA NOVA ASTROLOGIA
N
um contexto de grandes mudanças sociais e de alteração de paradigmas importa a nós, astrólogos, fazer uma reflexão e avaliar o atual contexto da Astrologia e sua relação com o público geral. Neste texto, procura-se reconsiderar esse papel que cabe ao astrólogo do século XXI, em que face a uma nova realidade pede-se uma nova actuação da Astrologia. A nova Astrologia aqui referida diz respeito a um novo enquadramento social que solicita aos astrólogos uma diferente abordagem e uma maior responsabilização. A responsabilização, neste caso, passa essencialmente pela transmissão e divulgação de uma boa prática astrológica. Assim, uma das perguntas mais importantes a serem colocadas logo a inicio, poderá ser “O que é e o que não é a Astrologia?”. Ao fim de vários séculos, os mitos e as superstições em torno desta área continuam a ser muitos, demasiados, para que não sintamos, muitas das vezes na pele, os efeitos de tanto equívoco. Todo este texto visa igualmente desmistificar e clarificar esses preconceitos. A Astrologia é uma das mais antigas formas de conhecimento existentes produzidas pela humanidade. A busca por respostas e por um sentido de ordem para a vida na terra sempre levou o Homem, desde tempos ancestrais, a “questionar” o Céu, procurando entender as mensagens através dos movimentos dos principais astros. Dane Rudhyar, importante astrólogo humanista do último século descreve a essência do estudo deste conhecimento da seguinte maneira:
Esta afirmação vem reforçar e colocar por outras palavras, antigas e importantes premissas que são hoje tão válidas como nos tempos remotos. “O que está em cima é como o que está em baixo. E o que está em baixo é como o que está em Cima”, postulou Hermes Trismegisto. Uma consideração que pode ser melhor entendida ao se contemplar o Homem como um microcosmos, um pequeno mundo, inserido no macrocosmos, o grande mundo, ou o Universo. Mundos que partilham entre si os mesmos princípios. Não existe melhor maneira, no entanto, de se começar a perceber um conhecimento que nos dirigindo à raiz de seu nome e procurando desfragmentar as palavras-chave que compõem esse conhecimento, que tantas vezes são faladas e, contudo, tão pouco compreendidas. Astrologia, por exemplo, deriva das palavras Astro ou Astron (estrela, corpos celestes) + Logos (estudo, razão); assim desde logo percebemos que a Astrologia é, antes de mais, o estudo dos astros ou corpos celestes. Zodíaco, por sua vez, pode ser entendido pela junção da palavra “Zoê” (vida ou existência em grego) com “Diakos” (Roda), ou seja, a Roda da Vida ou o Circulo da Existência. Já “Horóscopo” é dividido pela palavra “horos” (hora) e “skopeo” (observar, examinar). Temos então presente a observação das horas. Quando olhamos as horas buscamos orientação, buscamos ordem na nossa vida… Essa é de facto a grande tarefa da Astrologia, isto é, dar sentido ao que fazemos.
”
A Astrologia é o estudo das correlações que se podem estabelecer entre a posição dos corpos celestes em redor da Terra e os acontecimentos físicos e as mudanças psicológicas ou sociais na consciência do homem.
Para buscar esse sentido o astrólogo conhecedor deverá saber interpretar as grandes componentes que constituem os fundamentos da leitura astrológica, a saber: O mapa astral, que é a “fotografia” exata do céu no momento de nascimento. Ela representa a grande ferramenta de trabalho do astrólogo, na qual está condensada um conjunto de símbolos passíveis de serem interpretados por aqueles que conhecem
a linguagem e que indicam, numa interpretação voltada para o ser humano, a estrutura e as dinâmicas básicas de uma personalidade, bem como suas principais tendências. Os planetas representam os agentes impulsionadores da atividade da psique. Os signos são 12 tipos ou modos de comportamento pelos quais os planetas transitam e se revestem constituindo uma base para que possam exprimir seus significados. As Casas astrológicas são as áreas de vida onde se vão manifestar os significados, sendo que todas as experiências se podem enquadrar nessas 12 casas. Os aspectos astrológicos representam, por fim, a última grande componente da interpretação astrológica e que serve para descrever as relações dinâmicas que os planetas estabelecem entre si, formando a dinâmica do psiquismo. Através do que já foi dito poderemos então chegar a algumas conclusões acerca do que é e o que não é a Astrologia.
jornal astrológico • 4 estações • 47 No Médio Oriente procedeu-se à divisão da eclíptica em arcos de 1/12 de circunferência, cada um com 30 graus, fazendo-se a associação de cada signo a casa de acordo com os ciclos da natureza. Os egípcios, por sua vez, fizeram correlação do corpo humano com os signos. Porém, foi através dos gregos que a Astrologia torna-se um estudo estruturado e adquire um estatuto escolástico. O Tetrabiblos de Ptolomeu é um compêndio de todo o conhecimento astrológico elaborado desde então. Encontraremos, mais tarde, pela Idade Média, alguma desconfiança do Cristianismo em relação aos deuses pagãos ainda associados à Astrologia. Contudo, o maior golpe aconteceu com o advento da Teoria Heliocêntrica que colocava o Sol no centro do Sistema Solar e que supostamente derrubaria a teoria astrológica. Com a Criação da Academia das Ciências (1666) nascia paralelamente a Astronomia Moderna, criando-se a separação com a Astrologia que passou a ser marginal e conotada ao charlatanismo.
Astrologia é: » Orientação e Previsão; » Cálculo de Posições Planetárias; » Tendencial; » Sistema de autoconhecimento e evolução pessoal, » Estudo de Linguagem Simbólica; » Um Mapa com todos os signos, planetas e casas astrológicas… »… Portanto, em nenhum momento, seria correto atribuir à Astrologia uma qualidade de adivinhação sobrenatural, associada a uma concepção de um destino implacável. É incorreto igualmente atribuir à Astrologia um papel religioso pois a Astrologia não se baseia num sistema de crenças para que nele se acredite, isto é, para o seu estudo, nada tem que ver com fé ou com palpites intuitivos. Muito menos poderemos reduzir a Astrologia aos signos solares de revista que pululam genericamente pelos meios de comunicação e que não traduzem fidedignamente o verdadeiro saber astrológico. Há uma longa história que precisa de ser respeitada. São mais de 5000 anos de observação dos corpos celestes que teve sua origem na antiga Mesopotâmia (atual Iraque). Para os povos sumérios, caldeus, era fato indiscutível que o Sol, a Lua e os planetas eram deuses que tinham sua influência sobre a vida na terra. Os primeiros mapas pessoais foram feitos aos reis, como representantes de seus povos e o mapa do Rei falaria do destino de todos. Depois surgiu o mapa de pessoas comuns e a partir desse momento a Astrologia não parou de se aprimorar e aperfeiçoar. Foi precisamente nesses tempos remotos que se estabeleceram os primeiros zodíacos e efemérides e se começaram a ter observações sistematizadas dos céus através das torres da Babilónia. Os caldeus, por exemplo, foram os primeiros a identificar o aparente caminho do Sol à volta da Terra – a Eclíptica.
No século XIX houve um novo despertar da Astrologia e Alan Leo criou a primeira grande revista científica, procurando retirá-la do caracter ocultista em que havia mergulhado, apesar de quase simultaneamente, nos anos 20 do século XX, proliferarem em todos os meios culturais uma Astrologia Comercial. Foi a partir do século XX, porém, que nasceu uma nova era da Astrologia, com a Astrologia Humanista defendida por Dane Rudhyar. Deste brevíssimo esboço temporal foram vários os nomes famosos e altamente eruditos que ficaram associados ao estudo da Astrologia, tais como Isaac Newton, Kepler, Fernando Pessoa… Inegavelmente a Astrologia encontra, por si, sua validade atual pelo número de pessoas instruídas que dela fazem uso, reconhecendo suas potencialidades. Se atentarmos nas várias especialidades existentes dentro da Astrologia decerto que constamos como ela é promissora. Para além da Astrologia Natal temos também a Astrologia Médica, a Astrologia Empresarial, a Astrologia Mundana, etc… Cada uma dessas áreas representa um desenvolvimento de um determinado ramo do saber astrológico. Devido à sua amplitude e cobertura dos temas e interesses de maior relevância para a humanidade, a especialização torna-se num processo natural resultante do aprofundamento do saber. Posto isto, poderemos então pensar, com base em todo este percurso histórico e na sua multidisciplinaridade, se a Astrologia pode ou não ser concebida como ciência.
Sabia que... O filme de 2015 “A ascensão de Júpiter” (Jupiter Ascending) recebeu o seu nome devido ao posicionamento de Júpiter no ascendente no momento do nascimento da personagem principal “Júpiter”
48 • 4 estações • jornal astrológico Mas afinal o que é a Ciência? A palavra deriva do termo latino “scientia” cujo significado era conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da prática, baseado em princípios certos. Nós olhamos para a pluralidade existente dentro da Ciência e verificamos suas diferentes áreas que vão desde as ciências naturais, às ciências sociais, etc…que se debruçam sobre o conhecimento do homem em si, da sua relação com o mundo e do próprio mundo percebido como exterior. Porque não considerar igualmente a Astrologia como uma ciência se, como vimos, ela procura, pelo seu método, dar resposta a essas questões e se, por vários dos seus aspectos, ela pode ser relacionada a cada um desses tipos de ciência? Reflitamos: a Astrologia se baseou desde sempre num registo de dados, na assimilação/compreensão desses dados, retirando deles suas conclusões. Há milénios que se compilam essas observações.
jornal astrológico • 4 estações • 49 Jung definiu sincronicidade como “a ocorrência simultânea de um certo estado psíquico com um ou mais eventos externos que aparecem como paralelos significativos para o estado subjectivo momentâneo”. Jung considerava, neste sentido, os signos e os planetas da Astrologia como símbolos de processos arquetípicos que se originavam no inconsciente coletivo. Estas são duas comprovações que atestam a validade da Astrologia, mas que não se esgotam, visto que poderão ser encontrados vários registos, mesmo que científicos, de conclusões que corroboram o estudo astrológico. Como referido no início do texto, um novo paradigma tem surgido, seguindo as pisadas da vertente humanista de Dane Rudhyar. A Astrologia centra-se cada vez mais no desenvolvimento do ser humano. É uma nova Astrologia porque os tempos são de evolução no sentido em que existe uma nova consciência coletiva que acaba por exigir a mesma evolução no que diz respeito desde à produção das técnicas para adquirir conhecimento até à própria consultoria.
De fato a ideia do astrólogo como aquele que detinha todas as respostas e sabia de tudo deve ser abandonada em favor de uma relação equilibrada e sinergética com o consulente, em que mediante a história que este nos traz se procura ajudar e aconselhá-lo no encontro com a resposta necessária. Isto exige do astrólogo e do papel que ele desempenha um maior sentido de responsabilidade social. Assim, em minha opinião, o astrólogo é aquele que tem um comprometimento sério com o conhecimento astrológico, sabendo previamente separar o que é a Astrologia de outros saberes para não confundir o público.
ISABEL GUIMARÃES Membro 01
Isabel Guimarães começou estudar astrologia em 2003, e realizou várias especialidades na mesma área. Tem formação em Reiki- nivel mestrado; PNL – Programação Neurolinguística; Hipnoterapia Clínica; Psicologia Multifocal; Medicina Psicossomatica.Formadora Homologada pelo IEFP. Leciona cursos de Astrologia e de ReiKi.Fundadora e Presidente da 1ª Associação Portuguesa de Astrologia, autora de 2 livros de astrologia, sendo o último direcionado a crianças. Fundadora e diretora das Faces Isabel Guimarães. www.facesisabelguimaraes.com
Depois sabemos que toda a sua fundamentação se firma no cálculo da posição dos movimentos dos corpos celestes em relação à faixa zodiacal, correlacionando com a vida na Terra e que esses movimentos são físicos e concretos, ou seja, a Astrologia faz interpretações em dados quantitativos e observáveis. No entanto, precisaremos verdadeiramente de séculos para compreender seu funcionamento? Não serão, por exemplo, as mudanças das estações em ressonância com a mudança dos estados psicológicos, por si, uma prova da sua validade? Mas podemos fazer mais e refletir sobre todas as outras áreas associadas à previsão. Pois prever o futuro não é um estudo a que apenas a Astrologia se devota, então porque não considerar as previsões meteorológicas, as previsões económicas, as previsões do ritmo de crescimento de uma dada população…que, ainda assim, estão igualmente predispostas a serem falíveis em várias condições…então e a Astrologia? Porque não? Há vários argumentos favoráveis ao reconhecimento da validade do saber astrológico e mesmo até considerando testes científicos como veio a ser as estatísticas de Michel Gauquelin que tendo ele analisado milhares de mapas deparou-se com incidências acima da média que comprovavam a predominância de certos posicionamentos planetários em diferentes agrupamentos. Ou então considerar os escritos de Carl Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, que por sua vez avançou com a sua Teoria da Sincronicidade.
Na forma como vejo a Astrologia e naquilo que entendo que possa ser uma boa prática astrológica considero de relevância um enquadramento holístico em vez de uma atitude separatista em relação ao conhecimento, pois o objetivo é unificação de perspetivas. Vejo a Astrologia como uma forma de se chegar às causas em vez de nos ficarmos nos efeitos dessas causas e assim chegar mais perto da resolução de um problema, isso implica que seja uma Astrologia orientadora, que forneça caminhos e consiga atribuir significado à vida, sabendo como trabalhar com uma determinada estrutura psicológica. Dentro daquilo que o astrólogo pode dizer, ele deve contudo dar a responsabilidade e o poder de decidir ao consulente e nunca decidir por ele.
Deve saber, em consulta, adequar suas práticas e abordagens, sabendo por exemplo utilizar uma linguagem de tendências e não de acontecimentos exatos, uma linguagem que seja, porém, devidamente percetível ao cliente e que o ajude no seu processo de crescimento e de descoberta do seu potencial. Reconhecendo que não podemos ser tudo ao mesmo tempo é igualmente importante ter a humildade de se saber quando encaminhar o consulente para as pessoas corretas, por exemplo na áreas das medicinas complementares, de modo a que possam auxiliar no acompanhamento. Por fim, o respeito pela diferença, o cultivo da tolerância para quem procura ajuda. Nesta construção de um astrólogo mais bem preparado o processo educativo e a formação de astrólogos qualificados é de suma importância para o próprio reconhecimento e credibilização pública da Astrologia. Nesse sentido, tornase crucial o reconhecimento e uso do Código de Ética e Deontologia Profissional, praticado pelos astrologos da AspasAssociação Portuguesa de Astrologia.
50 • 4 estações • jornal astrológico
jornal astrológico • 4 estações • 51 Dou do Norte ou Bei Dou: é simplesmente o que conhecemos no ocidente como a Constelação da Ursa Maior.Esta constelação é composta de sete estrelas de primeira grandeza ou principais como são chamadas e 2 estrelas complementares que são: » Tang Lang (lobo da avareza –aquele cujo desejo é forte) » Ju Meng (a grande porta – o grande articulador) » Lu Chuen (prosperidade resguardada – a consciência prospera) » Wen Qu (literatura Sutil – consciência requintada) » Lien Zeng (retidão incorruptível – aquele que organiza) » Wu Qu (canção do guerreiro-aquele que enriquece) » Po Jung (exército da destruição – aquele que destrói para reconstruir) » Zuo Fu e You Bi (as ajudas do céu e da terra). E o Dou do Sul ou Lan Dou que é composto apenas por seis estrelas principais saber: » Tian Fu (palácio celestial – aquele que preserva) » Tian Liang (viga celestial – aquele que protege) » Tian Ji (circunstancia celestial – aquele que têm muitas idéias) » Tian Tong, (comunhão do céu -aquele que promove conforto e bem estar). » Tian Xiang (ministro do céu – aquele que é digno de confiança) » Qi Sha (sete destruições – o grande reformador estrategista) Os chineses têm Zi Wei dou Shú, ou Estrela Polar, como sua referência suprema e apesar deste sistema utilizar em média cento e cinqüenta estrelas na interpretação da carta, existe uma certa quantidade dessas estrelas que são de maior relevância chamadas de “estrelas principais” e outras estrelas de menor relevância que são chamadas de estrelas complementares, por serem energias que aprimoram e detalham o mapa. Dentro da mecânica celeste deste sistema utiliza-se estrela fictícia do ponto de vista físico/astronômico, o que não representa ser este sistema desprovido de embasamento objetivo e assertividade. Na sua elaboração, pois, contou com a observação e a estatística dos antigos mestres taoistas: Lu Yen, Chen Tuan e Bai Yu Chan primordialmente.
ASTROLOGIA POLAR TAOISTA ZI WEI DOU SHÚ
Z
i Wei significa literalmente violeta sutil; Zi é violeta; wei é sutil isto significa que esta estrela no céu emana uma luz sutilmente violeta, daí o nome sutil. Por essa razão os antigos imperadores usavam mantos violetas, e por essa razão também muitos mestres espirituais usavam mantos violetas. A palavra Dou pode ser traduzida de várias maneiras: Primeiro pode significar constelações e depois pode ser traduzido como instrumentos de medição que era um objeto em formato de losango e que era um medidor de volumes e pesos. Portanto Dou também transmite a idéia de medidas ou o instrumento medidor da qualidade e da energia de uma pessoa, entidade ou evento, podendo ser medido a nobreza, o peso e a importância de uma pessoa na sociedade; dou também pela idéia de medição tem o significado de matemática ou números. SU: vem de Qi Su que é o número de sopros que detecta ou sinaliza grandes momentos da nossa vida, grandes momentos da sociedade, grandes momentos da humanidade.
Os taoístas conhecem Bai Yu Chan como o mais importante patriarca da tradição da linha da alquimia do Sul, que também é conhecido como responsável pela transmissão do ensinamento do Feng Shui da escola Chen Ko, e mestre do ‘lori fá’, a magia do Trovão, porque tinha poderes de causar raios e trovões. Estes homens atravessaram séculos de estudo comprovando e aprimorando a técnica até atingirem a excelência na prática de interpretação. Mais tarde este conhecimento foi passado dentro da linhagem iniciática para seus discípulos até aos dias de hoje e há mais ou menos 100 anos encontrou sua atual sistematização.O que se quer dizer com “estrelas fictícias” è o fato da disposição das estrelas no mapa em cada Setor (Palácios=sistema de casas dentro da visão ocidental) não se dá de acordo com o real posicionamento das estrelas que estão no céu, ou com o Zodíaco e sim através de um sistema particular numerológico e matemático que partiu do I CHING e atingiu maestria enquanto técnica. Portanto, estas estrelas são traduzidas como sinais ou códigos de energias da natureza. A partir das complexas teorias originadas do I Ching os mestres da tradição taoísta contaram com os ensinamentos, sabedoria e experiência extraídas da natureza, dos ciclos humanos e lunares, da sucessão das estações e da observação minuciosa de tudo o que é natural para o aprimoramento desta técnica. As “estrelas”, por assim dizer, seriam significadores dos códigos ocultos e ciclos da natureza.
Erica Poonam Membro 164
Lu Yen também chamado de Lu Chun Yang e carinhosamente conhecido como Lu Tzu pelos taoístas nasceu em 798 D.c foi um alquimista e um mestre ascencionado, foi um dos mestres mais importantes da história do taoísmo e seus conhecimentos de astrologia estão registrados na coletânea oficial de textos sagrados muito importantes e dentre estes textos encontra-se uma versão da astrologia polar Zi Wei Dou Shú.
Na China antigamente, quando se falava de potencialidades da vida de uma pessoa se chamava isso de Qi Su; Qi = sopro e su = número. Todos nós possuímos um Qi Su (número de sopros); o que significa que se respiramos mais rápido nosso tempo acaba mais rápido ao passo que se respiramos mais lento nossa vida será mais longa. Portanto a potencialidade vital de uma pessoa se chama Qi Su. Em síntese do Zi Wei Dou Shú significa exatamente o numero da potencialidade da vida, o número que indica grandes momentos e as circunstânciais de transformação. Pela Estrutura astronômica dentro da qual foi construído este sistema existem cinco subdivisões, ou cinco Dous: Dou do norte, sul, leste, oeste e do centro; destes cinco subgrupos existem os mais importantes que são o dou do norte e do sul, ou seja, as constelações do norte e as do sul.
Lu Yen posteriormente passou seus conhecimentos, a quem é hoje considerado o patriarca desses ensinamentos que se chama Chen Tuan. Nasceu no ano 871 D.c e viveu até 989, um pouco mais de cem anos. Posteriormente, um outro mestre de grande importância, chamado Bai Yu Chan, cuja data de nascimento não se tem notícia, e viveu até 1229 ajudou a desenvolver a técnica.
Sabia que... Segundo recentes descobertas, a primeira Carta Astrológica data de 20 de abril de 409 a.C.
Formou-se em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeira (Cal) do Rio de Janeiro, pela Somatic Experiencing Trauma Institute como Practitioner e em Astrologia Polar Taoísta Zi Wei Dou Shú, com especialização atribuída pela Sociedade Taoísta do Brasil através da orientação do mestre Wu Chy Cherng. Lançou no Brasil, e em 2007, em Portugal, o livro “Zi Wei – Astrologia Das Estrelas”, o primeiro livro em português a abordar o tema. É pesquisadora dos conceitos e símbolos arquetípicos, psicologia Junguiana, bioenergética e neuropsicologia. www.curaarquetipica.com
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A ASTROLOGIA PSICOLÓGICA
René Magritte - A Grande Família, 1963
Jorge Lancinha Membro 56
A
Astrologia é um vasto corpo de conhecimento com diversas abordagens e aplicações. Neste artigo iremos falar de uma delas: a Astrologia Psicológica. Esta nasce do casamento entre a tradição astrológica e a psicologia moderna. O trabalho de C. G. Jung continua ainda hoje a ser um dos pilares fundamentais que sustenta teoricamente esta abordagem astrológica. Destaco dois conceitos desenvolvidos por Jung que estabelecem esta base essencial: os conceitos de Arquétipo e o processo de Individuação.
Nasceu em 1975 na cidade de Évora e é formado em Pintura pela FBAUL. Estuda Astrologia e Esoterismo desde 2000. No presente dedica-se prossionalmente à Astrologia na vertente de consultoria de desenvolvimento pessoal e à investigação e formação na área da simbologia astrológica, e da psicologia analítica. www.astrologia.jorgelancinha.com
De forma sucinta, Jung propõe a existência de um inconsciente colectivo, estruturado por ideias primordiais que se refletem na psique individual. Estas ideias primordiais, a que chamou de arquétipos, estão simbolicamente representados nas figuras mitológicas, que no caso da cultura ocidental correspondem aos deuses greco-romanos, directamente associados à linguagem astrológica. Assim, estes deuses são representações culturais de estruturas reais que constituem a psique, o que nos permite encontrar na simbologia astrológica, um sistema de referência: um modelo completo da psique humana. Nesta perspectiva a Astrologia assume-se como uma ferramenta extremamente poderosa na caracterização e compreensão dos processos internos de cada individuo. É Dane Rudhyar, que mais tarde aprofunda esta abordagem psicológica à Astrologia, integrando a visão evolutiva contida no processo de Individuação de Jung, que fornece um propósito para a vivência interna: a integração das qualidades inatas da personalidade em torno de um todo coerente e auto-consciente. Com Rudyhar a Astrologia passa a fornecer uma orientação existencial: o mapa revela o potencial e o propósito individual de cada ser.
dizendo, da possibilidade de escolha. Somos entidades conscientes, criativas e infundidas de subjectividade, não máquinas programáveis e absolutamente lógicas. Logo uma astrologia centrada na compreensão e potenciação do ser humano tem necessariamente de ser orgânica e abrangente na sua abordagem. Como tal, o enfase é colocado na busca de sentido para as experiências vividas, sendo o aspecto formal que essas assumem um factor secundário. Por exemplo, um trânsito de Plutão em conjunção ao Descendente natal, indica um período em que é proposta uma transformação profunda da dinâmica relacional da pessoa. Os conteúdos inconscientes, reprimidos por serem percepcionados como “maus”, e que são projectados sobre os outros, têm a oportunidade de serem reconhecidos e transformados. Ultrapassado este processo, a pessoa tem a possibilidade de ganhar uma percepção dos outros mais objectiva e verdadeira, e assim viver relacionamentos mais equilibrados. Neste contexto, é secundário se os eventos externos que se desencadeiam no processo são uma separação litigiosa ou uma violenta e compulsiva paixão. Mais uma vez, não que os acontecimentos não sejam importantes, e são de facto cruciais para a pessoa envolvida, mas o papel do astrólogo na perspectiva psicológica, é fornecer o contexto dessa crise dentro do processo de desenvolvimento da pessoa e facilitar a sua transformação, e não simplesmente identificar probabilidades de desenlace para o enredo dos acontecimentos. Direi inclusivamente, que essa informação preditiva, pode até vir a prejudicar o processo, fornecendo vias de boicote e fuga das questões. E isto é algo que qualquer estudante pode verificar por si próprio em relação ao seu mapa, pois certamente já reflectiu sobre isso: o conhecimento antecipado de crises e dificuldades implica um certo grau de maturidade psicológica para que não nos condicione negativamente.
Esta visão da Astrologia é como vemos, fundada em importantes princípios de ética e responsabilidade para com aqueles que procuram este valioso conhecimento, em busca de orientação e sentido para as suas vidas. A Astrologia tem vindo a renascer após séculos de obscuridade, e apesar da grande diversidade de abordagens que hoje proliferam, não tenho dúvidas em afirmar que a integração da linguagem astrológica com o conhecimento avançado pela psicologia profunda é incontornável numa prática de aconselhamento astrológico.
Carl Gustav Jung - Mandala, 1919 A Astrologia Psicológica centra-se maioritariamente na análise e compreensão dos processos internos da pessoa, e menos na procura de prever acontecimentos externos que a influenciarão. Não quer isto dizer que essa não seja uma demanda válida, mas na perspectiva psicológica, o objectivo maior é o empoderamento do individuo, ou seja, fornecer informação que possa torna-lo mais consciente dos seus processos e consequentemente mais livre para fazer escolhas, dirigindo a sua experiência de vida no sentido de uma maior realização pessoal. No entanto, a utilização de técnicas de previsão faz naturalmente parte da abordagem psicológica, mas uma vez mais, o seu foco centra-se na identificação de janelas de oportunidade para a transformação e maturação psicológicas do individuo. Neste sentido, um trânsito de Saturno em conjunção ao Sol, não profetiza necessariamente um período depressivo e de bloqueio da expressão individual, mas sim uma oportunidade de obter maior estrutura e resiliência ao nível da identidade, através do esforço de superação de possíveis inibições e obstáculos. No fundo a simbologia não é alterada, mas o foco interpretativo é diferente daquele que caracteriza visões deterministas da astrologia.
Sabia que... O Führer Adolf Hitler afirmava que acreditar em astrologia era “estupidez própria de mentes infantis”, porém, mantinha sempre a seu lado um astrólogo - o suíço Karl Ernest Kraft. Alguns investigadores defendem que terá sido o alinhamento dos planetas que definiu o começo das principais campanhas da Alemanha na 2ª Guerra. A crítica que muitas vezes é feita a esta abordagem psicológica, é que o elevado grau de subjectividade que as interpretações podem apresentar, deixa a desejar no que respeita ao rigor e à precisão. De facto, a gramática interpretativa da Astrologia Psicológica é bastante mais subtil e portanto menos precisa ao nível da materialização concreta, como sendo a identificação e previsão de eventos específicos na vida da pessoa. No entanto ela é surpreendentemente precisa no objecto do seu estudo: na identificação dos processos internos da psique, que por sua vez se materializarão externamente numa infinitude de possibilidades, de acordo com as escolhas de cada individuo. A grande amplitude na determinação de eventos e caracterizações externas, não é uma falha ou limitação, mas uma consequência da inclusão do “factor humano”, ou melhor
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APRENDENDO A DANÇAR A VIDA A leitura de um mapa astral é sempre um bom pretexto para iniciar uma conversa cheia de desafios. Desafios emocionais, mentais e há um deles que requer um trabalho constante por parte do astrólogo: não interpretar através da sua perspetiva pessoal – não julgar. Para todos nós, habituados a viver num mundo dual, é preciso disciplina e treino diários para não tendermos a catalogar as situações, os objetos, as pessoas e tudo o mais que existe, como bom/mau, feio/bonito, agradável/desagradável… Presos a esta forma de olhar o mundo, construímos obstáculos, os protagonistas da nossa incapacidade de ter uma vida plena e alinhada. Somos os responsáveis pelos caminhos que percorremos, mas muitos de nós, sem a luz da consciência. E é esta luz que vamos acender quando olhamos para a nossa vida a partir do nosso mapa. Olavo de Carvalho diz-nos que «um traço da ciência tradicional [e nela incluímos a Astrologia Tradicional] é que a sua meta não se esgota no discurso, na formulação racional dos dados, mas vai além e visa uma transformação profunda do sujeito (…). Ela nunca é uma ciência anónima, voltada para um sujeito igualmente anónimo e quantitativo, mas visa sempre a um sujeito humano concreto, que ao absorve-la, nunca mais será o mesmo.»
jornal astrológico • 4 estações • 55 Marte é considerado, na Astrologia Tradicional, um planeta maléfico. Maléfico é um termo negativo. No entanto, precisamos dele. E porquê? Na verdade os termos maléficos e benéficos têm a sua origem nos primórdios e na sua aplicação à agricultura. Esse planeta, neste caso Marte, que representa a destruição, poderá ter um papel benéfico. É importante e benéfico, ao longo da nossa vida, destruirmos situações que nos são prejudiciais, tais como uma uma crença que nos impossibilita ter qualidade devida. De assunto em assunto, passando pelos elementos que compõem um mapa, que são iguais para todos os seres humanos – todos os mapas têm os 12 signos,12 casas e os 7 planetas, sendo a diferença a forma como estão distribuídos - de fragmento em fragmento, acendendo a luz da consciência, vamos ressignificando conceitos, destruindo obstáculos, permitindo em nós, sem mudar o mapa de nascimento, claro, a transformação desejada. Se é a transformação que procuramos como pode um mapa natal ajudar? O mapa é uma base de dados riquíssima e um ponto de partida importantíssimo para uma consciência de nós em particular e do ser humano em geral. O mapa natal é um elemento estático, mas está sujeito ao movimento dos elementos no céu ao longo do tempo, que fazem espoletar situações nas nossas vidas, ao tocarem com o corpo ou por aspeto em pontos do nosso mapa natal, por exemplo. Também as nossas características como ser único estão sujeitas a interações com situações diversas no tempo e no espaçoE esta dança, entre o que somos e o que são os nossos parceiros de dança, vai gerar resultados. Esses resultados são avaliados como bons ou maus.
A vantagem do conhecimento do nosso mapa à luz da consciência é dançarmos a dança da nossa vida. E isso acontece quando o nosso ritmo e o da natureza se aliam. Se a vida for uma dança, temos de dançar ou deixarmo-nos morrer. E essa dança é o que é visível, é o que podemos avaliar e classificar, nós e os outros. E o que pode acontecer? Podemos estar a dançar fora do ritmo, ou um estilo de dança de que não gostamos (ainda que tecnicamente possa ser excelente), entre muitas outras situações. O que quero dizer é que a dança pode ser vista como o resultado da interação de um mapa e o pulsar rítmico do mundo cuja consciência do bailarino projetada e integrada nos oferece um espetáculo fascinante. É a dança com alma. Mario Sergio Cortella, um filósofo brasileiro, afirma o seguinte: . « Quero ser importante. O que é que eu faço durante a minha vida (…) para que ela não seja banal, superficial, fútil. Quero ser importante e para isso eu preciso de ter uma vida que não seja pequena.(…) Eu preciso transbordar, ir além da minha borda(…)»
Falando de perspetivas em relação aos símbolos, estes reganham significado específico no seu contexto. Pressupondo que o nativo tem um Marte preponderante (situado nos eixos, regente do ascendente…), qual a sua perspetiva desse planeta? Um desastre? Uma mais-valia? Um componente importante e integrado? Que feedback foi tendo ao longo da vida relativamente à sua forma de reagir, à maneira como compete... é considerado assertivo? Violento? É expresso de forma livre e saudável ou está contido e explode em situações inadequadas? Como são catalogadas na sua família, nas suas amizades, no seu trabalho, na sociedade em que está inserido, na sua cultura, a expressão marcial? E o astrólogo, que perspetiva tem de Marte?
Membro 31
Ser importante é «elevar-se a, valer, ter importância, ser útil», de acordo com o dicionário Priberam. Se o nosso mapa for conhecido por nós somente com curiosidade e olharmos para ele com um encolher de ombros e a expressão «eu sou assim» a nossa vida será pequena. Se for visto como um desafio, com uma vontade de «ir além da borda», teremos condições para que a nossa vida não seja banal. Não nascemos prontos e acredito que tal como a Jessie J, estamos a trabalhar na nossa «masterpiece». Não no sentido de dar festinhas ao nosso ego mas no sentido de cumprirmos o nosso ser em consciência. Dançando a astrologia e a vida, tendo uma vida integra, inteira, alinhada, podemos igualmente apreciar todas as danças que não são a nossa. Se a vida é uma dança, precisamos de saber que música é que ouvimos, qual o seu ritmo e transbordar.
Para além de todo o conhecimento do estudo simbólico de um mapa está a transformação interior que é o prémio supremo para uma vida alinhada com o que somos, já desfragmentados e em sintonia com os ritmos da natureza. Ainda que procuremos ser seres humanos integrais, é através do discurso das partes que começamos o nosso caminho. Encontramonos perante um mapa e um «sujeito humano concreto». Por onde começamos? Há protocolos tanto de astrologia como de coaching para iniciar uma consulta. Porém, se por um lado, o facto de o que é humano ser análogo e isso é que permite a comunicação, criar pontes de ligação entre as margens, por outro, há assuntos que no tempo e no espaço em que decorre a consulta se perspetivam como prioritários como por exemplo configurações que se apresentam destacadas no mapa ou estados emocionais intensos, que podem ser excelentes pontos de partida. Não há um guião pré-definido, mas sim uma consciência posta ao serviço da integridade do ser humano.
Isabel Figueiras
Ao trilhar caminhos no Ensino, Publicidade, Jornalismo, Marketing Editorial, Produção Editorial e Coaching em paralelo foi surgindo e instalando-se a Astrologia. A sua utilidade é cada vez mais consciente e clara: primeiro como auto-conhecimento, depois como conhecimento humano e promotor de uma maior compreensão na interação com o outro. www.astrocoachingif.weebly. com
Sabia que... O astrólogo pessoal de Marco António foi uma prenda de Cleópatra. O casal partilhava, ainda, o posicionamento solar em Capricórnio, signo dos líderes natos.
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A
GENDA
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jornal astrológico • 4 estações • 59 EVENTOS ASPAS
[C.E.I.A. - João Medeiros Membro 19] Inscrições: geral@ceia-astrologia.com www.ceia-astrologia.com
Brasil Porto [Carlos Hollanda Membro 105 Márcia Mattos Menbro 123]
[Isabel Guimarães Membro 1]
Inscrições: srpall-astro@yahoo.com.br
Inscrições: facesisabelguimaraes@gmail.com www.facesisabelguimares.com
» Formação Online em Astrologia Matrículas abertas
[Daniela Rossi Membro 137] Inscrições: contato@casadosolfloripa.com.br
» Viagem Astrológica à Grécia 3 a 21 de outubro
[Márcia Ferreira Silva Membro 82] Inscrições: contato@astrologiaceap.com.br
» Curso Astrologia e Psicopatologia 8 de setembro e 7 de novembro » Palestra “O Caos psíquico em algumas configurações astrológicas, em destaque: Saturno e Netuno” 24 de outubro | SINARJ
» Novo ano letivo - Curso de Formação Inicial em Astrologia (certificado pela DGERT) 14 de outubro » Workshop Astrologia/Psicossomática 24 de outubro » Formação em Astrologia/Psicossomática 7 de novembro
[Luís Resina Membro 22] Inscrições: espacosalitre@sapo.pt www.espacosalitre.net
» Curso de Astrologia: 1º Nível 23 de setembro » Curso de Astrologia - Iniciação 3 de outubro
» Início do Curso de Astrologia e Psicopatologia 7 de novembro | sede do C.E.A.P., Campinas - SP
» Workshop de Astrologia Mundial outubro
» Início do Curso Fases do Desenvolvimento 11 e 12 de novembro | sede do C.E.A.P., Campinas SP
» Workshop de Geometria Sagrada por Narciso Saramago outubro
[Patrícia Ungarelli Membro 14]
[Vanda Neto Membro 86]
Inscrições: patricia@harmonizar.com.br
Inscrições: astrologiavandaneto@gmail.com www.astrologiavandaneto.blogspot.pt
www.harmonizar.com.br/h2/cursos/magiaastrologica-modulo-i » Curso de Magia Astrológica
» Curso de Iniciação à Astrologia 2015/2016 12 de outubro
17 e 18 de outubro | das 10 às 18h [Bárbara Bonvalot Membro 64] » Curso de Magia Astrológica 7 e 8 de novembro | das 10 às 18h
Inscrições: barbara@barbarabonvalot.com www.barbarabonvalot.com/curso
» Curso de Astrologia 8 de outubro 2015 a 30 junho 2016
» Visita de Equipa Médica de MEN-TSEE-KHANG 1 a 11 de outubro
» Nível 2 - FD Astrologia 9 a 11 de outubro » Nível 5 - FD Astrologia 16 a 18 de outubro
Porto » Medicina e a Astrologia Tibetana
» Astrologia Kármica e de Integração 24 e 25 de outubro » Nível 3 - FD Astrologia 6 a 8 de novembro » Nível 6 - FD Astrologia 13 a 15 de novembro
6 de outubro | Sede da ASPAS » Introdução à Ciência Tibetana de Astrologia e o Papel da Astrologia na prática médica Tibetana 7 de outubro | Sede da ASPAS
Informações e Inscrições: Sérgio Carvalho: sergioc@medicinatibetana.pt (nacional)
Algarve Lisboa
Porto • Lisboa • Paredes de Coura
[Alexandre Gonçalves Membro 80]
Abel Carvalho: abelcarvalho@medicinatibetana.pt (Porto) Sónia Gomes : soniagomes@medicinatibetana.pt (Porto e Paredes de Coura)
Inscrições: starlight.albufeira@gmail.com www.starlight-albufeira.pt
» Curso de Astrologia 2015/2016 | Nível I Introdutório setembro
CONGRESSOS
Brasil | RJ Madeira [Patrícia Azenha Henriques Membro 12]
» XVII Simpósio Nacional e VIII Simpósio Internacional de Astrologia – Cosmo & Caos Nas ondas da quadratura Saturno-Netuno
Inscrições: geral@estudantedeastrologia.com www.estudantedeastrologia.com
24 e 25 de outubro | Centro de Convenções do Hotel Flórida RJ
» Curso de Astrologia 2015/2016 | Regime E-learning
Inscrições: sinarj@sinarj.com.br | www.sinarj.com. br
matrículas abertas Venezuela » Alianza Venezolana de Astrología - ALVA . XVII CONGRESSO VENEZUELANO DE ASTROLOGIAALVA 17 e 18 de outubro | Centro de Convenções do Hotel Flórida RJ Inscrições: alva.venezuela@gmail.com
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RE.
UN(IR)
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“Sabia que…” é um espaço da responsabilidade de Inês Miranda e Patrícia Almeida de partilha de curiosidades relacionadas com a Astrologia. Aqui pretendemos, ao longo de todo o jornal, de forma leve, dinâmica e diretiva, dar a conhecer alguns factos, acontecimentos e curiosidades. Convidámo-lo a participar neste desafio enviando as suas sugestões ao cuidado das responsáveis para jornal@ associacaoportuguesadeastrologia.com. As sugestões selecionadas serão integradas nas edições seguintes do jornal.
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A rubrica trimestral de Astrologia Infantil da astróloga Lela Pontes pretende, através das ferramentas disponibilizadas pela Astrologia, ir ao encontro das necessidades e desafios dos pais e educadores inerentes ao processo educativo das suas crianças, através da partilha de casos concretos. Sendo que o objetivo primordial é auxiliar os pais, convidámo-los a partilhar as suas dúvidas, receios e casos pessoais através do endereço jornal@associacaoportuguesadeastrologia. com (colocando no assunto ao cuidado de Lela Pontes).
Patrícia Almeida
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Patrícia Almeida, nascida a 5 de Setembro de 1982, concluiu a sua licenciatura em Professora do 1º ciclo do Ensino Básico em 2004. Iniciou a sua formação inicial em Astrologia em 2012, na Faces de Isabel Guimarães, que ultimou em 2014. Convidada a fazer parte do projeto ASPAS, tornouse membro integrante dos órgãos sociais da Associação Portuguesa de Astrologia em finais de 2014.
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Em 1513, a Universidade de Lisboa fundou a cadeira de Astrologia, lecionada pelo físico Tomás de Torres, espelhando o reconhecimento do prestígio que a disciplina tinha diante dos reis e da nobreza.
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