OJB Edição 08 - Ano 2017

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 19/02/17

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Ano CXVI Edição 08 Domingo, 19.02.2017 R$ 3,20

Missões Nacionais

Notícias do Brasil Batista

PIB do Pará recebe capacitação para se integrar ao Movimento VIVER

Projetos da CB de Pernambuco promovem capacitação para missionários

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Notícias do Brasil Batista

Coluna Ação Social

Missionários americanos visitam a sede da Convenção Batista de São Paulo

Confira mais um texto da série “Filosofia de Responsabilidade Social da CBB”

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o jornal batista – domingo, 19/02/17

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Leve esperança!

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

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edição desta semana destaca o culto de lançamento da Campanha de Missões Mundiais para o ano de 2017, que traz como tema “Leve Esperança até que Ele venha”. Quando ouvimos ou lemos essa frase, logo pensamos na proclamação do Evangelho ao redor do mundo, principalmente através dos missionários. Contudo, o verbo encontra-se no imperativo, justamente para que o povo de Deus perceba que a responsabilidade do Ide é de todos, e não apenas de um grupo específico. O tema sugere “Leve esperança” e, para nós, cristãos, esperança é acreditar que o nosso Redentor vive, é esperar que Ele tem um lar

celestial preparado para nós, uma vida eterna de alegria em meio ao seu Trono de Glória. Mas, algo que preciso comentar é que, muitas vezes, o que se percebe entre os cristãos é falta de esperança. Muitos vivem como se a alegria da salvação em Cristo, a dádiva do nascer de novo fosse algo hipotético ou sem sentido. Vivem de forma que suas palavras não condizem com suas atitudes. Uma vez ouvi que a vida de um cristão é a Bíblia mais lida por alguém que não conhece a Deus e jamais entrou em uma Igreja ou abriu alguma página da Palavra de Deus. Muitas pessoas criam o desejo de conhecer mais sobre Jesus através da diferença que cristãos genuínos fazem no dia a dia.

Levar esperança nem sempre é ir ao outro lado mundo com os nossos próprios pés. Podemos ir através da oração e através de ofertas. Porém, mais ainda, podemos levar esperança a quem está tão perto de nós, dentro das nossas casas, em nosso trabalho, faculdade, vizinhança, através do nosso testemunho. Existem pessoas ao nosso lado precisando de um abraço, uma palavra amiga, isso também é levar esperança. E não devemos pensar em missões apenas no período de Campanha, pois, como o tema já diz, é “Até que Ele venha”; devemos ser “Firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15.58).

Deus até pode ir nos lugares onde você e eu costumamos ir, mas se Ele permite a nós irmos é porque deseja que sejamos portadores da esperança para essas pessoas. Meu desejo é que sejamos mãos, pés, boca, ouvidos do Senhor nos ambientes em que frequentamos. Que, através de nós, pela Graça e Misericórdia do nosso Bom Deus, o verdadeiro Evangelho, a verdadeira esperança sejam disseminados entre todas as Nações, até que o Rei dos reis venha buscar Sua Igreja. Com carinho, Paloma Furtado, jornalista, secretária de Redação de OJB


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Ajuntai-vos para a grande obra

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Elias, um homem usado e aprovado por Deus

Marinaldo Lima, pastor da Igreja Batista em Sítio Novo - Olinda - PE

Grande e extensa é a obra E longe uns dos outros nós estamos. Separados nada produzimos E nenhum dos alvos alcançamos. Ajuntai-vos para a grande obra; De mãos dadas vamos sem temor. Nosso Deus pelejará por nós. Vamos que a trombeta já soou. Vamos reunir as nossas forças E os inimigos derrotar. Vamos conquistar toda a seara Pois a nossa fé, “Ele valerá”. Juntos nós seremos invencíveis; Nossos alvos vamos alcançar. Cantaremos a nossa vitória E ao nosso Deus vamos louvar.

José Manuel Monteiro Jr., pastor da Igreja Batista do Paiva, em São Gonçalo - RJ

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u não quero somente ser usado por Deus. Quero ser aprovado por Ele. Ser usado por Deus não significa ser aprovado por Ele. Deus usou a mula para repreender Balaão. Deus usou o rei incrédulo Ciro (rei da Pérsia) para libertar o povo do cativeiro Babilônico. Deus usou até mesmo Faraó para manifestar a glória do Seu nome em Israel (Romanos 9.17). O fato de alguém ser usado por Deus não significa que este seja salvo. Jesus disse que muitos profetizariam em Seu nome, e em Seu nome expulsariam demônios, e até fariam milagres. Entretanto, esses mesmos iriam para o inferno porque não estavam preocupados em fazer a vontade do Pai Celestial. O apóstolo Paulo disse ao seu filho na fé, Timóteo, que ele deveria se apresentar a Deus aprovado. Elias, não só foi usado por Deus, mas foi também um

homem aprovado por Ele. O que fez de Elias um homem aprovado por Deus? Vamos elencar algumas credenciais deste homem. Em primeiro lugar, Elias foi um homem que viveu integralmente a Missão de Deus. A maior tragédia na vida de alguém não é a morte, mas sim viver uma vida sem propósito. Elias vivia debaixo da direção de Deus. Ele fazia o que Deus dizia que ele teria que fazer. Em segundo lugar, Elias era um homem quebrantado por Deus (I Reis 17.3). “Retira-te daqui, vai para o lado oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão”. Deus envia Elias para um lugar escondido, isolado de todo o mundo. Para que Elias fosse um importante instrumento nas mãos de Deus, ele deveria ser humilhado. Deus levou Elias a Querite, que significa “cortar, colocar no tamanho certo”. Elias entrou em cena proclamando uma mensagem no palácio para o rei Acabe. Foi porta-voz, mas ainda não era verdadeiramente um homem de Deus. Foi em Querite,

escondido de tudo e de todos, que Deus o tratou e ele passou a ser um homem de Deus. Em último lugar, Elias foi um homem que soube se calar (I Reis 17.17-22). O filho de uma viúva morre e ela coloca a culpa da morte do seu filho em Elias. O que é interessante no texto é o silêncio de Elias. Ele sabia que de nada adiantaria falar para aquela mãe enlutada. Elias nos ensina a não esmagar a cana quebrada. O que Elias pede é que esta mãe coloque seu filho em seus braços. Elias não perde o controle, não argumenta com a mulher. Elias sobe ao quarto para orar, falar com Deus. Ele nos ensina que se falássemos mais com o Pai, nos defenderíamos menos, brigaríamos menos. Se falássemos mais com Deus, veríamos mais os milagres dEle. Após falar com Deus, o Senhor operou o milagre e o filho da viúva voltou à vida. Esta mulher, ao receber seu filho vivo, disse: “Nisto conheço agora que tu és homem de Deus”. Elias, um homem usado e aprovado por Deus.


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Escravos das dívidas

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Humilhação produz exaltação Natanael Cruz, pastor, colaborador de OJB “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta.” (Pv 22.7)

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tualmente, muitas pessoas vivem algemadas, preocupadas, ameaçadas por causa das dívidas. O Brasil está passando por uma crise muito grande e, por isso, existem muitas ofertas e tentações para que se compre “fiado”. É preciso ter muito cuidado com essas propostas. A Bíblia nos adverte que devemos fazer tudo de acordo com as nossas forças e nossas possibilidades. “Tudo

quanto te vier à mão para fazer faze-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10a). Um dito popular afirma: “Não coloque o chapéu onde sua mão não alcança”. Não firmem compromissos financeiros se não podem honrá-los. Muitas famílias vivem ansiosas, angustiadas, por causa das dívidas. Eu já tive que falar com agiotas para livrar irmãos nossos do “sufoco” e de sérias ameaças. Isso porque gastam mais do que podem, compram mais do que ganham. Duas coisas essenciais que o cristão deve administrar as realidades: espiritual e financeira. Muitos são escravos das dívidas porque gastam o dinheiro naquilo que têm von-

Na vida desportiva, cam“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, peão não é o atleta que, tade. Há uma diferença entre para que a seu tempo vos durante os jogos, segue o comportamento que lhe dá a vontade e a necessidade. exalte” (I Pe 5.6). na telha. Atleta de alto nível Nem sempre querer é poder. é aquele que obedece rigom uma série de conNem sempre o que se quer é selhos para os crisrosamente as regras do jogo: o que se precisa. Então, não corredor de cem metros rasos tãos, o apóstolo Pedro é sensato tomar emprestado, não treina de acordo com as escreveu: “Portanto, principalmente quando isso exigências da maratona. No sejam humildes, debaixo da se torna um vício. Quem se caso da vida cristã, as regras poderosa mão de Deus, para habitua em dívidas acaba do jogo estão escritas na Bíque Ele os honre no tempo perdendo o crédito, o nome, certo” (I Pe 5.6). blia. Crente que “inventa os bens, a paz e, em algumas No contexto bíblico, humimodas” e segue as regras situações, até a própria vida. do mundo, o máximo que lhar-se não deve ser encarado Por isso, não é prudente receberá serão as medalhas como rebaixamento, como contrair dívidas sem planejamundanas. Pedro, então, depreciação. Humilhar-se mento e sem possibilidades segue a lógica bíblica: quem diante de Deus, consequende honrá-las, para não se obedece, disciplinadamente, temente, deve ser visto como tornar escravo delas. Aprecieos mandamentos do Senhor, uma conduta positiva. Quanmos as declarações paulinas sempre recebe os benefícios do pregou a série dos “bemem Romanos: “Não fiqueis do poder do Espírito de Cris-aventurados”, Jesus incluiu devendo coisa alguma a ninos “Humildes, pois receberão to. Para o cristão, a regra é guém, a não ser o amor de o que Deus tem prometido” bem clara: humilhação, para uns para com os outros” (Rm (Mt 5.5). receber a exaltação. 13.8a).

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Nem toda fé salva; há aquela que condena ainda mais! É impressionante como Genevaldo Bertune, pastor podemos aprender com a adjunto da Igreja Batista da Família em Higienópolis – SP Palavra de Deus. Aqui, por exemplo, temos um ensino or aquele tem- claro, também reafirmado po, Herodes, o em diversos outros lugares tetrarca, ouviu da Bíblia, de que nem toda os relatos sobre fé salva; e existe aquela que os feitos de Jesus. E disse aos condena seu possuidor ainda seus servos: ‘Este é João Ba- mais. Vejamos: 1. Herodes cria na ressurtista; ele ressuscitou dos mortos e, por isso, nele operam reição dos mortos. Tanto, poderes para fazer milagres’. que acreditava que Cristo Porque Herodes tinha man- era João Batista ressuscitado. dado prender João, amarrar Isso significava que ele cria suas mãos e jogá-lo na prisão. em uma vida após a morte; o Isso por causa de Herodias, que, porém, não o impediu mulher de Filipe, seu irmão, de viver o que viveu; comepois João o havia adverti- ter os pecados que cometeu; do, dizendo: ‘Não te é lícito desprezar essa possibilidade esposá-la’. Herodes, portanto, e se agarrar a todos os valoqueria matá-lo, mas temia o res desta vida: poder, status, povo, pois este o considerava dinheiro, corrupção, para se ter cada vez mais; enfim, profeta” (Mt 14.1-5).

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escolheu, conscientemente, desprezar um conhecimento que sua fé lhe proporcionava: A minha vida não consistirá somente nisto aqui. 2. Herodes cria no Poder de Deus. Cria na ressurreição de João Batista e que, agora, ele tinha poder para operar milagres. O fato de crer na ressurreição e no poder de Deus não o impediu de prosseguir no seu plano de matar o profeta e casar fora dos padrões de Deus. 3. Herodes cria que João Batista era um homem de Deus, um profeta. Tanto, que temos a informação, pela Bíblia, de que ele tinha o hábito de ouvi-lo com frequência. Creio que isso nos esclarece muito a respeito do que tem acontecido na atualida-

de, tanto no meio secular, fora dos arraiais de nossas Igrejas, como dentro dele. Políticos, empresários, religiosos creem em Deus, na ressurreição dos mortos, no poder que Deus tem para operar milagres; que “verdadeiros homens de Deus” apesar de tudo o que está por aí, continuam pregando o verdadeiro Evangelho, a verdadeira Palavra de Deus; e, mesmo assim, continuam irremediável e irreversivelmente escolhendo o pecado, enganar as pessoas e praticar o mal. É por isso que as Escrituras dizem que a mesma fé que salva, condena; que o mesmo Evangelho que produz vida, produz morte. Isso explica tantos líderes ditos evangélicos que vivem da

indústria dos milagres. Eles creem em Deus, mas não o temem. Muito mais que crer em Deus, é necessário aceitar Seu reino, seu governo, seu plano maravilhoso em Cristo para nossa salvação pela fé, pela graça, onde deve acontecer esta morte do “eu”, onde cada um deve “Renunciar a si mesmo e tomar e levar sua cruz”; optando por uma vida de santificação; afinal: “Porquanto, está escrito: ‘Sede santos, porque Eu Sou santo!’” (I Pe 1.16); “Esforçai-vos para viver em paz com todas as pessoas e em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Mais do que crer, é preciso confessar Jesus Cristo como Senhor e Salvador, fazendo Sua vontade.


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reflexão

DIFICULDADES BÍBLICAS

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Ebenézer Soares Ferreira

Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ

E OUTROS ASSUNTOS

Aparentes discrepâncias

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s Evangelhos sinópticos narram a cura de dois cegos perto de Jericó. Mateus e Marcos dizem que Jesus ia saindo da cidade (Mateus 20.29; Marcos 10.46). Lucas, porém, diz que Cristo se aproximava de Jericó quando o cego lhe rogou que o curasse (Lucas 18.35). Os críticos aproveitam-se dessas aparentes discrepâncias para dizer que a Bíblia é inverossímil. De vez que os Evangelhos se contradizem. Não obstante achar que em várias circunstâncias o episódio narrado em Lucas é semelhante aos narrados por Mateus e Marcos, Santo Agostinho objeta, dizendo que o de Lucas não é o mesmo. Estriba-se na palavra usada por Lucas (aproximar-se), dizendo que o milagre é outro. Morisson, Maldonado e Bengel são de parecer que a discrepância é aparente, pois o cego podia ter ido clamando atrás de Jesus desde a entrada da cidade, e o milagre se ter dado quando Jesus saía.

Greswell perfilha a opinião esposada por Agostinho, isto é, que o milagre de Lucas não é o mesmo que o relatado por Mateus. De Wette, pretendendo elucidar a incoerência aparente, traduziu assim o texto: “Como Ele, de Jericó, se aproximasse de Jerusalém (...)”. A palavra do historiador Eusébio parece esclarecer este ponto. Narra ele que, no tempo de Josefo, havia duas Jericós: uma antiga e outra nova. Mesmo que não tivéssemos o testemunho de Eusébio, poderíamos estribar-nos nos textos de Josué 6.26 e I Reis 16.34, que falam da maldição que se cumpriu no tempo de Hiel de Betel. Existiu outra cidade com o mesmo nome, as Escrituras a mencionam como pertencente à tribo de Benjamim, construída não distante da antiga, e que deve ter desaparecido logo que esta foi restaurada. Logo, Mateus e Marcos falavam da velha Jericó, ao passo que Lucas, um gentio – talvez helenista -, escrevendo para os gentios, dizia: “(...)

Quando ele ia chegando a Jericó (...) (Lc 18.35). Ademais, Lucas é o único evangelista que narra a história de Zaqueu. E, como hábil historiador, mostraria que o encontro com o publicano deu-se depois de Jesus entrar na cidade. Talvez, o encontro de Jesus com o chefe dos publicanos tenha se dado bem no centro da cidade. Outra aparente discrepância é quanto ao número de cegos. Mateus diz que eram dois; Marcos e Lucas referem-se a um cego. Como harmonizar essas informações?

Opinam uns que Marcos, além de concordar com a narrativa de Lucas, dizendo ser um cego somente, ainda lhe declinou o nome, o que indica que, provavelmente, tornara-se cristão da Igreja Primitiva. Acham outros comentadores que Marcos e Lucas citam o mesmo cego, porque foi este (como no caso dos gerasenos) o que mais chamou a atenção de todos, por causa da gravidade de sua doença. Supõem outros que, não alcançando o beneplácito de Jesus na entrada (pois

o Mestre gostava de provar primeiro a fé, como no caso dasiro-fenícia), um dos cegos foi postar-se à saída. Nesse ínterim, encontra-se com outro cego (provavelmente seu conhecido) e, unindo-se a este, recorre a Jesus. Essas discrepâncias não desmerecem o valor dos Evangelhos. Pelo contrário, acentuam a sua importância. As discrepâncias aparentes provam a independência das narrativas, isto é, cada autor escreveu seu Evangelho, sem se cingirem todos a uma mesma fonte, a uma mesma obra.

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA ORDINÁRIA DA AMBB Na qualidade de Presidente da Associação de Músicos Batistas do Brasil, usando as atribuições que o cargo me confere (Art. 13, do Estatuto), convoco os sócios para a Assembleia Ordinária Anual, que acontecerá no dia 19 de abril de 2017, nas dependências da Faculdade Batista Equatorial, BR-316, Km 01, 6241 - Castanheira, Belém - PA, 66645-003. São Paulo, 10 de fevereiro de 2017. Ery Herdy Zanardi – Presidente - AMBB


6 vida em família

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Namoro de Casagrande e Baby do Brasil

Gilson e Elizabete Bifano

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á tinha visto nas redes sociais um depoimento interessante do ex-jogador de futebol, Walter Casagrande. Neste depoimento, que circulou no WhatsApp, Casagrande dá detalhes, acompanhado de Baby do Brasil, de uma experiência que teve com Deus. Recentemente, Casagrande e Baby do Brasil apareceram no “Fantástico”. No programa, o casal falou para o grande público sobre o namoro recente. Na entrevista, Casagrande e Baby do Brasil disseram que estão namorando há alguns meses. O que achei mais interessante é que ambos não tiveram nenhum constrangimento em dizer, na maior rede de televisão do Brasil, para milhares de brasileiros, que ainda não tiveram nenhuma relação sexual e

reflexão

só pensam em ter quando se casarem. O mais lindo, foi ouvir do próprio Casagrande, que por não terem relação sexual, fazia da Baby uma namorada ainda mais sensacional. Foi um belo testemunho do que vem a ser um namoro verdadeiramente cristão. Vivemos hoje, dentro das nossas próprias Igrejas, uma certa permissividade preocupante, especialmente entre os pais cristãos. Já há pais, membros de Igrejas evangélicas, que apoiam os filhos a terem relações sexuais no período do namoro, acolhendo, inclusive, o casal dentro do próprio lar, reservando um quarto para que os namorados durmam juntos. Parece incrível, mas isso já é mais comum do que imaginamos. Sendo assim, a entrevista de Casagrande e Baby do Brasil

foi um clarim de Deus para lembrar aos jovens que esse é o melhor caminho. Casais de namorados cristãos precisam ser relembrados que a união sexual não se restringe somente a corpo, órgãos sexuais, mas é uma união que transcende aos aspectos físicos. A Bíblia lembra que quando um homem e uma mulher se unem sexualmente passam a ser uma só carne (Gn 2.24). Paulo, mais adiante, afirma que quando um homem se relaciona, até mesmo com uma prostituta, está se casando com ela (I Co 6.16). Veja quão profunda é esta afirmação de Paulo! Isso significa que o casamento, aos Olhos de Deus, se dá somente quando há o ato sexual. Precisamos lembrar aos jovens que a união sexual não é somente para a busca do

prazer que o mesmo oferece. No ato sexual, projetado por Deus, no contexto do casamento, entre um homem e uma mulher, devem estar presentes sentimento como o do amor, da comunicação, da entrega, da ternura. Não se restringe apenas a explosão de prazer que oferece. Restringir ao prazer é fazer da relação sexual algo tão pequeno diante da grandiosidade projetada por Deus. Por último, casais de namorados cristãos precisam saber que a vontade de Deus para a geração de filhos é que aconteça no contexto do casamento. Como é triste ver tantas crianças geradas por casais que se relacionam sexualmente, mas sem o compromisso de que permanecerão casados para sempre. Deus projetou o casamento

para que os filhos nasçam neste contexto, onde crianças sintam a segurança necessária para o crescimento saudável nos aspectos físico, emocional, social e espiritual. Crianças que nascem fora deste contexto também são amadas por Deus e o próprio Deus derrama Sua graça sobre elas, mas o ideal do Criador não é este. Não sabemos qual será o futuro do namoro de Casagrande e Baby do Brasil, mas ao serem entrevistados pelo Fantástico eles lembraram esta mensagem já esquecida em muitas Igrejas e lares cristãos. Pr. Gilson Bifano é palestrante e escritor na área de casais e famílias. Coach para casais, pais e famílias. gilsonbifano@ ministeriooikos.org.br

Construir escolas ou penitenciárias? Roberto do Amaral Silva, pastor em Goiânia, educador e escritor

É

sabido que construir escolas, ser justo para com professores, dando-lhes salários dignos e melhoria na qualidade da educação, não dá voto a nenhum candidato a cargo de executivo neste país. Parece que o povo só pensa que bom político é aquele que rouba, mas faz. Faz o quê? Obras faraônicas. Mas, ai do povo que não tem educação como base para seu futuro. Todos já estamos carecas de saber que até os políticos e governantes necessitam da educação, desde seu nível mais elementar até chegar aonde chegam. Mas nosso assunto está ligado ao dilema: educação ou sistema carcerá-

rio? Na atual situação crítica em que vive o Brasil, parece que é necessário construir mais presídios. O sistema carcerário brasileiro hoje está com sobrecarga de presos em relação às vagas existentes. Infelizmente, o Brasil precisa de mais presídios, mas não deveria ser assim. Nossa real necessidade é construir escolas e melhoria da educação e valorização dos professores. Há uma frase atribuída a Pitágoras, que diz: “Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”. E em 1992, o grande educador Darcy Ribeiro já alertava em uma sábia afirmação, hoje correndo as redes sociais: “Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”. Sua afirmação foi uma resposta ao

terrível massacre do Carandiru, ocorrido no mesmo ano. O professor Darcy era um profeta secular. Pois a crise penitenciária que resultou no massacre de Manaus, de Roraima, no início de 2017, e agora, infelizmente, no Rio Grande do Norte, mostra o quanto ele acertou. Sabemos que o problema da violência se deve à corrupção do coração humano, derivado do pecado das origens, como lemos na Bíblia: “Ora, a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência” (Gn 6.11 - NVI). O pecado, portanto, é nosso problema maior; todavia, cabe ao Estado seu papel de inibir a violência e a criminalidade. Os governantes não se importam com a educação. Por quê? Educar o povo ameaça

o privilégio das elites às quais muitos dos nossos representantes são aliados e se constituem o sustentáculo. Educar questiona o modus operandis de parte do nosso quadro político. Educar exige investimento, mas é melhor do que pagar mais caro depois. A média de custo de um preso hoje está bem acima do que seria investido na educação. Todavia, não cremos que a educação secular, por si só, resolva o problema da violência e da criminalidade que assola nosso país, pois, conforme o ensino de Jesus, o problema é mais profundo; origina-se do interior do ser humano do qual “Saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.18 - NVI).

Agora, o problema é nosso. Enquanto o governo cuida da educação secular, cabe-nos, como cristãos, cuidar da educação embasada na sabedoria bíblica. Como Igrejas Batistas, dediquemo-nos ao ensino da Escola Bíblica Dominical, “Pois a sabedoria é mais proveitosa do que a prata e rende mais do que o ouro” (Pv 3.14). Os problemas espirituais necessitam de verdadeiros pregadores do Evangelho e discípulos discipuladores. Como Batistas, necessitamos “ampliar nossas tendas” da pregação do Evangelho, que é o Poder de Deus. Nossas Igrejas precisam fazer com que a sabedoria de Deus clame em alta voz nas ruas, erga a voz nas praças públicas e nas esquinas das ruas barulhentas das nossas cidades (Provérbios 1.10).


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missões nacionais

PIB do Pará recebe capacitação para se integrar ao Movimento VIVER

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Primeira Igreja Batista do Pará - PA recebeu o treinamento do Movimento VIVER, com o pastor Fabrício Pacheco, da gerência de Ação Social da Junta de Missões Nacionais. O objetivo foi capacitar líderes e voluntários para implementar o movimento na Igreja. Durante um fim de semana, a Igreja recebeu workshops de capacitação do VIVER. Líderes da juventude e outros irmãos se mobilizaram para aprender sobre as possibilidades de atuação na comunidade através de ações promovidas pelo movimento. O pastor Fabrício Pacheco teve a oportunidade de falar à Igreja nos cultos do domingo, abordando o tema da prevenção ao uso de drogas e de que forma a Igreja pode atuar diante deste desafio. O pastor pôde compartilhar com a Igreja as experiências já vividas com os projetos Cristolândia e VIVER, da JMN. Desejamos que a PIB do Pará seja um canal de benção e transformação na comunidade em que está inserida, resgatando vidas e motivando crianças e adolescentes com o desejo de Viver! O VIVER tem sido bênção em muitas Igrejas e comunidades do nosso Brasil. A sua Igreja também pode fazer parte deste movimento! Saiba como participar no site: http://www.movimentoviverjmn.org.br/.

Pastor Fabrício Pacheco fala do VIVER na PIB do Pará

PIB do Pará recebeu workshops do VIVER

Líderes da PIB do Pará são capacitados para o VIVER

Trans Crianças em São Gonçalo-RJ reúne 90 voluntários na evangelização infantil

Trans Crianças promoveu cultos infantis em São Gonçalo - RJ

Crianças ouviram a mensagem do Evangelho de forma contextualizada

90 voluntários participaram da Trans Crianças

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ão Gonçalo, no Rio de Janeiro, recebeu a Trans Crianças, promovida pela Primeira Igreja Batista em Santa Luzia-RJ. Cerca de 90 voluntários saíram às ruas dos bairros Jardim Bom Retiro, Jardim Catarina e Santa Luzia, para falar do Amor de Jesus para crianças e adolescentes. O resultado foi uma comunidade impactada pelo Amor e Poder de Deus, com centenas de pessoas de todas as idades abordadas. Muitas crianças foram evangelizadas em sua própria linguagem e puderam entender quem é Jesus e o que Ele fez por nós. Durante os dias, os voluntários promoveram, além da evangelização infantil, brincadeiras, gincanas e cultos.

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Jesus Transforma! Márcio foi resgatado do mundo das drogas pela Cristolândia São Paulo quando foi encontrado nas ruas da cracolândia. Depois de ser tratado e transformado por Cristo, formou-se em Teologia, fez pós-graduação em Ciência da Religião, participou do programa Radical Brasil como missionário por dois anos e hoje se prepara para iniciar um mestrado em Pernambuco, onde mora há cinco anos. Matheus, ex-aluno da Cristolândia, viajou recentemente para Dallas, nos Estados Unidos, onde vai morar com a família. Ele foi encontrado pela Missão Cristolândia RJ em 2013, época em que dormia nas ruas de Niterói-RJ. Após passar pelo processo de regeneração e conversão, Matheus, hoje com 34 anos, conseguiu retomar sua vida e está completamente transformado! Damos glórias a Deus pela Cristolândia, que tem sido agente de transformação, levando a Palavra de Deus e restaurando famílias. Seja um parceiro Cristolândia e ajude a transformar vidas! Saiba como no site da Junta de Missões Nacionais.


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notícias do brasil batista

Associação das Igrejas Batistas do Vale do Ribeira -SP dá posse à nova diretoria Estatutária e Organizações

Pastor Edmilson, pastor Cleverson, pastor Adilson e pastor Gerson

Nova diretoria

Diretoria e Delegados

Plenário

Edmilson de Morais Lara, pastor, mobilizador Estratégico da CBESP

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m um clima bastante festivo, as Igrejas Batistas da Associação das Igrejas Batistas do Vale do Ribeira (AIBAVAR) reuniram-se no dia 28 de janeiro de 2017, no templo da Primeira Igreja Batista de Jacupiranga-SP, às 19h30, para

a realização de culto solene de posse da nova diretoria Estatutária e Organizações, que foi eleita no dia 22 de outubro de 2016, bem como a posse dos novos delegados que representam suas Igrejas junto à Associação. Na ocasião, tivemos a alegria de receber como orador oficial, o diretor executivo da CBESP, pastor Adilson Ferreira dos Santos, e o repre-

sentante da Junta de Missões Mundias, pastor Cleverson Kauffman Bigarani, que apresentou desafios da obra missionária. O culto esteve sob a liderança do presidente, pastor Gerson Aparecido de Oliveira, com a presença de várias Igrejas representadas junto aos seus pastores, e participação musical do ministério de louvor da PIB de Jacupiranga e Quarteto

Plenitude, da Igreja Batista de Lavras, em Cajati-SP. A oração de posse foi feita pelo pastor Eurico Balduino, da Primeira Igreja Batista de Miracatu-SP. A diretoria da AIBAVAR ficou assim constituída: Pastor Gerson Aparecido de Oliveira (presidente); pastor Edmilson de Morais Lara (primeiro vice-presidente); pastor Hélio Silva Rocha (segundo vice-presidente); pastor An-

tonio Alcir Cunha (terceiro vice-presidente); pastor Joel da Silva Júnior (primeiro secretário); pastor Cristiano Martins (segundo secretário); Almir Martins (primeiro tesoureiro) e Luiz Félix (segundo tesoureiro). Além da diretoria e Organizações, os 136 delegados que representam suas Igrejas junto à Associação das Igrejas Batistas do Vale do Ribeira, também foram empossados.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA A 88ª ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA UNIÃO FEMININA MISSIONÁRIA BATISTA CARIOCA - UFMBC Na qualidade de presidente da União Feminina Missionária Batista Carioca - UFMBC em cumprimento ao Artigo 6º do Estatuto da União Feminina Missionária Batista Carioca, convoco as mensageiras das Organizações Femininas das Igrejas Batistas deste Município para a realização da 88ª Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 01 de abril, sábado, a partir das 08h30m., na IGREJA BATISTA DO MÉIER, situada à Rua Hemengarda, 31, Méier - RJ, para eleição da Diretoria 2017/2018, bem como analisar e deliberar sobre assuntos gerais de interesse da União. Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2017 Roseli Martins Xavier Pinto Presidente - União Feminina Missionária Batista Carioca


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Capacitação do PEPE e Espaço Voar é realizada em Pernambuco Fotos: Acom CBPE

Acom CBPE

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Programa de Educação Pré-escolar (PEPE) e o Espaço Voar realizou de 02 a 04 de fevereiro de 2017, a capacitação anual para os missionários facilitadores que atuam com os programas nas suas Igrejas locais. O treinamento foi realizado no Seminário de Educação Cristã (SEC). O PEPE em Pernambuco é um dos projetos do programa de mobilização missionária “Eu me importo”, da Área de Missões Estaduais (AME) da Convenção Batista de Pernambuco (CBPE) e atende crianças entre 04 e 06 anos, e suas famílias. E o Projeto Voar - aterrissando na cidadania, é para crianças entre 07 e 12 anos e atua como uma ferramenta de continuidade ao trabalho do PEPE. Ao todo, mais de 730 crianças,

Pastor Israel Guerra Filho representando a CBPE

em 40 unidades em todo o estado, são contempladas. Essas crianças recebem atendimento social, espiritual, educacional e missionário, tendo assim, uma oportunidade de conhecer a Deus, contribuindo para um desenvolvimento físico, mental, emocional e espiritual. Na capacitação, os líderes tiveram acesso as Novas Diretrizes do Programa, Centro de Aprendizagem, “Eu e minha identidade”, “Encontro com Jesus”, Linguagem e Letramento e “Regiões do Brasil”.

Equipe de Coordenação do PEPE em Pernambuco

“Os missionários estão recebendo um treinamento de como colocar as apostilas em prática, como lidar com as crianças, as características de cada idade”, explica a professora Inês Nascimento, coordenadora do PEPE em Pernambuco. Durante a programação, houve a apresentação do Grupo Transforma’Som, um projeto que usa a música como instrumento de evangelismo e faz parte do PEPE da PIB Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR). São

10 crianças que têm aula de flauta doce e percussão. Para o segundo vice-presidente da CBPE, pastor Israel Guerra Filho, o PEPE é um “Sinal de que as Igrejas investem, com a sua contribuição através do Plano Cooperativo, na realização e ampliação” do trabalho Batista “Capacitando, comissionando, incentivando a fazer a coisas na área social, de evangelismo, comunhão, desenvolvimento cristão, educação religiosa e missões. Todas as áreas que fazem

com que o Reino de Deus se desenvolva aqui no estado”. A previsão é de que 16 novas Igrejas iniciem o trabalho em suas localidades ainda em 2017. Irlane Medeiros, facilitadora do PEPE na Igreja Batista Arthur Lundgren II, Paulista (RMR), reforça que “Esse trabalho é a realização da nossa missão” e vem a “Consolidar e ampliar o conhecimento, a troca e vai nos fortalecendo, nos dando ânimo para continuar”, finaliza. Você pode ajudar o PEPE em Pernambuco. Faça a sua doação na CEF - Caixa Econômica Federal. Agência 1584 / Operação 013 / Conta 3460-7. Para informações sobre capacitações ou sobre como implantar um PEPE em sua Igreja, é só entrar em contato com a professora Inêz Nascimento: (81) 3231-1409 / misn_@hotmail.com.

JCA e MR da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - RJ se unem e realizam I Chá Literário Estevão Júlio, membro da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - RJ

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iz o ditado popular, que “a união faz a força”. No meio do povo de Deus, isso é muito mais forte. E não foi diferente com as Jovens Cristãs em Ação (JCA) e Mensageiras do Rei (MR) da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora, em Belford Roxo - RJ. Juntas, elas realizaram o I Chá Literário, no dia 04 de fevereiro deste ano. As meninas decidiram falar de sonhos nesta primeira edição do evento, que teve como base bíblica Jeremias 29.11: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jr 29.11). A programação também contou com louvores e uma dinâmica. A convidada para palestrar no Chá foi Lycia Barros. A autora já tem 11 livros publi-

Maior parte do público de Lycia é feminino

cados por grandes editoras, como Novo Século, Autêntica, Seleções e Arqueiro. Seu primeiro romance, “A Bandeja, qual pecado te seduz?”, ganhou o prêmio de melhor romance do ano, em 2013, no prêmio literário Codex de Ouro. Foi lançado em Portugal e na África, e está em processo de adaptação para o cinema. Ela também dá palestras em todo o Brasil e ministra cursos de escrita para novos autores do mundo. Este foi um dos seus últimos eventos no Brasil, já que, em abril, a escritora vai morar em Portugal. Lycia falou para as meninas sobre a importância da leitura

Trabalho da autora brasileira já chegou a Europa e a África

em nossa vida. Não só a Bíblia, mas livros de diferentes áreas do conhecimento. Para ela “Crente tem que ler, pois é na Palavra que está a nossa energia”. Falou também que o hábito da leitura deve ser cultivado desde a infância. A autora criticou o uso excessivo do celular. Disse que se perde o ócio (momentos livres, parar para pensar). Segundo ela, “A vida no celular faz com que a nossa geração seja “emburrecida”. “Isso é um plano de Satanás”, disse. Ela ainda orientou as meninas sobre as escolhas feitas no decorrer da vida: “Seja seletiva, não vá pela multidão. Ou

você é princesa ou não é”. A escritora também deu o seu testemunho, falou da escolha da graduação, o desafio para ingressar em uma instituição pública, depressão, casamento e como Deus transformou a vida do seu esposo. A ideia de levar o I Chá Literário para a PIB surgiu em uma simples conversa entre Lidia Campista, uma das líderes das MR, e Liliane Santos, integrante da JCA, e também pela simpatia com o trabalho da escritora cristã Lycia Barros. Lidia estava lendo o livro “A bandeja, qual pecado te seduz?” e Liliane já conhecia a autora de outros eventos como

esse e também por participar de um retiro da JCA Belforroxense em Paty de Alferes - RJ. Foi quando a jovem sugeriu a Maurinéa Marques e Vanessa Lima, líderes de MR e JCA, respectivamente, que elas realizassem o I Chá Literário. A intenção de realizar o projeto, até então inédito por lá, já existe desde meados de 2016, mas, só agora saiu do papel. O resultado do evento foi melhor do que o esperado. As meninas gostaram do evento e disseram que colocarão em prática tudo o que aprenderam e darão mais testemunho. No fim da programação, Lycia abriu espaço para as participantes tirarem suas dúvidas sobre os livros, o #Lyciaresponde. Após a palestra, foi servida uma mesa com bolos, sucos e frutas. Mas este não foi o último encontro, as participantes foram convidadas para irem ao Chá Literário que Lycia Barros realizará em abril, na Barra da Tijuca - RJ; o evento será uma despedida para os fãs.


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Roberto Maranhão e seus bonecos na Europa - III viagem

arte do teatro de bonecos é milenar! É uma das mais completas formas de arte, onde reúne um conjunto de possibilidades artísticas em uma só. A engenharia, a música, a dança, as artes plásticas, o texto, a leitura dramática ou cômica e etc. O ator bonequeiro tem o poder de se transformar nas mais diferentes formas, concretas ou abstratas. O bonequeiro é o controlador dos mais diversos tipos de formas inanimadas, que uma vez manipuladas, ganham vida e se transformam em seres com um poder de atração surpreendente. É através desta arte que o artista profissional, Roberto Maranhão alegra nações por cerca de 35 anos. Foram incontáveis apresentações, onde o artista trocou a exposição da sua arte e recebeu em retorno o sorriso e a reflexão sobre a vida em diferentes momentos, quando a proposta da mudança de vida foi sempre bem ilustrada. “O show não pode parar”, pois foi o próprio Senhor Jesus que nos colocou para apresentarmos aos mais diversos públicos a mensagem das Boas Novas do Seu amor. É com esta convicção que Roberto Maranhão dá continuidade em sua missão, agora no continente Europeu. Já na sua terceira viagem à Europa tem como oportunidade o avançar até a Alemanha, onde apresentará o seu teatro de bonecos para famílias refugiadas, depois segue para Portugal, Espanha, Estônia e Itália. E você é convidado a fazer parte da vida deste missionário artista e de sua família, apoiando com oração, contribuição financeira e promoção.

Qual a missão? •Promover o relacionamento saudável com os europeus através da boa exposição da arte do teatro de bonecos; •Criar um Teatro Escola, motivando os europeus a ressuscitarem essa arte milenar;

• Mobilizar a formação de novos discípulos; •Estabelecer uma amizade saudável entre outros artistas, com o objetivo de desenvolver bons relacionamentos culturais; •Dar continuidade na iniciativa de levar o teatro de bonecos às escolas e biblio-

tecas, com apresentações durante a Semana da Leitura e outros projetos artísticos e transculturais; •Cooperar com a revitalização de ministérios locais e projetos de plantação de Igrejas, através de atividades criativas envolvendo Artes e Esportes;

•Promover treinamentos de capacitação artística e treinamento de reciclagem para missionários no campo. Contato: WhatsApp: 11 949 807808 marapuppet@hotmail.com Facebook: Roberto Maranhão Puppet Ministry


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“Até que Ele venha”: JMM lança campanha 2017 Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

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issões Mundiais lançou oficialmente a Campanha que vai mobilizar as Igrejas em 2017. Com o tema “Leve esperança até que Ele venha”, queremos trazer à memória dos crentes que a missão só estará cumprida com a volta de Cristo. Realizado no dia 07 de fevereiro no templo da Primeira Igreja Batista de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o culto contou com testemunhos e participações especiais de missionários, além da palavra do diretor executivo da JMM, pastor João Marcos Barreto Soares, e do cantor e compositor da música “Até que Ele venha”, Alexandre Magnani. O culto foi aberto com uma palavra de saudação do pastor João Emílio Cutis Pereira, da PIB Irajá. Ele deu as boas-vindas ao público presente e às pessoas que acompanhavam a transmissão ao vivo em www.youtube.com/ canaljmm, destacando que o culto era um momento para “Clamar pela obra missionária ao redor do mundo”. “Queremos pedir a Deus que abençoe todo o exército de missionários pela Terra”, afirmou. Antes de cantar a música “Até que Ele venha” acompanhado do Ministério Adore, da PIB Irajá, Alexandre Magnani falou um pouco sobre o processo de composição da música oficial da Campanha 2017, destacando que era uma “responsabilidade espiritual”. “Quando recebi o convite de Missões Mundiais para compôr a música-tema para este ano, fiquei muito feliz, de verdade. É um misto de alegria, mas também de muita responsabilidade. Orei e pedi ao Senhor que me desse uma canção que, de fato, viesse aquecer os nossos corações”, disse Magnani. Outro ponto lembrado pelo cantor e compositor é que, “De um tempo para cá, temos cantado muito pouco sobre a volta de Jesus”.

Pastor João Marcos lembrou que a missão só estará cumprida com a volta de Cristo

Culto de lançamento oficial da campanha 2017 aconteceu no templo da PIB Irajá

Pastor João Emílio, da PIB Irajá, saudou o público presente e as pessoas que acompanharam a transmissão ao vivo pela internet

“Queremos que todas as pessoas tenham conhecimento do Amor de Jesus. Quando a JMM me passou o tema, achei fantástico, inclusive por isso. Essa é a nossa missão: levar esperança àqueles que não conhecem o Amor de Deus”, afirmou. “Minha alegria não é por fazer essa canção, mas por poder fazer parte. Entendi um tempo atrás que todos nós somos vocacionados. Então usei aquilo que sei fazer de melhor para servir ao Senhor da melhor maneira, através da minha música”, completou. Você pode ouvir a música “Até que Ele venha”, de Alexandre Magnani, acessando www.missoesmundiais.com. br/campanha e baixar as versões cantada e playback em www.soundcloud.com/missoesmundiais. O clipe oficial e outros vídeos da Campanha 2017 estão em www.youtube.com/canaljmm. Na mensagem, o pastor

João Marcos disse que o motivo de sua alegria não era por causa do lançamento de mais uma Campanha, mas sim “Porque estamos vendo que Jesus está voltando”. “Quero lembrá-lo um pouco dessa missão de cada cristão: levar esperança. Mas não é levar por um pouco de tempo, mas até que Ele venha, por isso o nosso tema deste ano. Precisamos recuperar a ideia de que Jesus está voltando, pois muita gente tem se esquecido disso”, disse o executivo. Ao citar o texto de Mateus 28.19-20, escolhido para a divisa da campanha 2017, o pastor João Marcos frisa que o próprio Jesus nos apresentou à missão e, ao nos apresentá-la, ordenou ir fazer discípulos de todas as nações. “Hoje temos o hábito de achar que a gente abre as portas do templo, que as pessoas virão até nós e então

Alexandre Magnani apresentou e cantou a música oficial da campanha 2017, composta por ele

pregaremo-lhes o Evangelho. É para ir até elas. E aonde formos, fazer discípulos e alcançar pessoas. Esse é o nosso papel: sair das quatro paredes, sair da zona de conforto, sair do habitual e ir cada vez mais longe”, destacou. “Hoje estamos em 92 países, e nos últimos sete anos chegamos aos países mais fechados do mundo”, ressaltou. Este evento de lançamento da Campanha 2017 realizado pela JMM em nada interfere no calendário das Igrejas Batistas, que, tradicionalmente, dedicam o primeiro semestre do ano, sobretudo o mês de março, para a mobilização em prol de Missões Mundiais. Vale ressaltar que as ofertas do Dia Especial (destinadas à campanha anual) podem ser enviadas a qualquer tempo (para melhor aproveitamento do câmbio e remessa do sustento para os missionários nos campos) e sempre até o

último dia de expediente bancário de cada ano (para serem computadas no respectivo exercício e serem publicadas na revista “Gratidão”, com as ofertas de todas as Igrejas). Se a sua Igreja ainda não recebeu o kit da Campanha 2017 ou precisa de mais boletos para a oferta do Dia Especial, entre em contato com Missões Mundiais pelo e-mail centraldeatendimento@jmm. org.br ou ligue para 21221901/2730-6800 (cidades com DDD 21) e 0800-7091900 (demais localidades) nos dias úteis, das 08h às 19h (horário de Brasília). Também estamos no WhatsApp 98216-7960, 98884-5414, 98055-1818 e 98368-9999, todos com DDD 21. Acesse também o site da Campanha, em www.missoesmundiais. com.br/campanha. Junte-se a Missões Mundiais para levar esperança às nações até que Ele venha!


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Missionários da Convenção Batista Fluminense se reúnem em retiro Fonte: O Escudeiro Batista

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s dias 09, 10, 11 e 12 de janeiro de 2017 foram marcados com sol, confraternização, oração e boas palestras. Não faltou bom conteúdo no Retiro dos Missionários da Convenção Batista Fluminense (CBF). No Acampamento Batista em Rio Bonito-RJ, eles estiveram presentes com suas famílias a fim de trocar ideias e experiências, aprender sobre o projeto Igreja Multiplicadora - já que também são plantadores -, e para interagir mais uns com os outros. Pastor Marcelo Farias, responsável pela área de treinamento da Igreja Multiplicadora, fez palestras sobre como fazer e multiplicar discípulos. Explicou que Igreja Multiplicadora não é metodologia nem pequeno grupo, é princípio (oração e evangelização

Pastor Renato, do campo missionário em Miguel Pereira, divide testemunho

Explicações, incentivo e tira-dúvidas com o pastor Marcelo Farias, que ministrou sobre Igreja Multiplicadora aos missionários

discipuladora, plantação de Igreja. Para ele, a Igreja se tornou instituição demais. “Não fique perguntando ou cobrando muito se uma pessoa ganhou muitas vidas para Cristo porque ela não foi estimulada nem treinada para ganhar”. Os missionários puderam compartilhar suas dificulda-

des e suas conquistas. Pastor Ebenézer Alves apresentou um vídeo com as atividades que exerce em seu campo missionário na comunidade do Palácio, no Ingá, em Niterói. Atuando em Miguel Pereira, o pastor Renato expôs sua dificuldade na cidade, já que os jovens que são evangelizados, logo partem

Coordenação do evento sob a liderança do pastor Daniel Cunta, do DEM

Dupla de missionários na música: pastores Rodrigo, de Itaperuna, e Paulo Ogg, capelania Hospitalar

de Miguel Pereira, que não possui qualquer faculdade. E faz um apelo porque não possui suficiente material de trabalho para estudo e para evangelismo. Cerca de 50 pessoas estiveram neste encontro com a liderança do pastor Daniel Cunta, diretor do departamento de Missões e

Evangelismo da CBF. Entre atividades ao ar livre, com piscina e jogos, e ainda com programação devocional e informativa, o retiro de quatro dias foi oportunidade para que Missões tenha prioridade na vida dos Batistas e que fazer e multiplicar líderes seja extremamente valioso.

Missionários de Kentucky - EUA visitam CBESP por parceria Chico Júnior, jornalista da Convenção Batista do Estado de São Paulo

U

m grupo de 13 missionários, composto por membros de Igrejas Batistas do estado de Kentucky (EUA), visitou no início da tarde do dia 01 de fevereiro deste ano a CBESP. Segundo um dos integrantes da comitiva, o objetivo principal da viagem dos americanos é conhecer a cidade paulista e construir “Um relacionamento que vai permanecer”. A equipe foi recebida pelo pastor Adilson Santos, diretor executivo da CBESP, que falou das ações deste ano, como a campanha de missões #SP645, o movimento de oração por todas as cidades paulistas e a formação continuada de ministros. Com destaque especial, pastor Adilson citou algumas

Missionários do Kentucky e Equipe CBESP

Pastor Adilson expôs detalhes das atividades e projetos da CBESP ao grupo

estratégias para atingir os 172 municípios ainda sem a presença Batista e falou sobre a necessidade de “Acender a luz entre as trevas”. “Elas [as trevas] estão em todas os lugares, mas em alguns são mais intensas. Nós estamos descobrindo a situação dessas regiões e queremos implantar mais

Igrejas e investir nos pastores”, afirmou. Liderando a equipe estrangeira, o pastor Scott Pittman gostou da proposta. “É exatamente isso que queremos fazer também [aqui]”, disse. Ele e a mulher, Joyce Pittman, são missionários da Junta de Richmond.

Perspectiva é aprender sobre São Paulo, conhecer Igrejas e criar intercâmbios, diz pastor Scott

Frente entre universitários O pastor Zé Libério fez apresentação da organização Toca do Estudante, que oferece suporte a universitários. O apoio do grupo de missionários pode vir por meio do ensino de inglês aos alunos como forma de ampliar as oportunidades, disse. Para encerrar o encontro, o

pastor Joe Bufford, da Hillcrest Baptist Church, fez uma das orações em que agradeceu a Deus a visão e o desafio proposto aos missionários e pediu a ação do Senhor nessas tarefas. “Seguindo o exemplo de Jesus, queremos ir em todas as cidades onde ainda não chegamos”, contou o pastor Adilson Santos.


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ponto de vista

Departamento de Ação Social da CBB

Série: Filosofia de responsabilidade social da CBB

20 anos do documento: filosofia de responsabilidade social da CBB - II

O

documento Filosofia de Responsabilidade Social da CBB expressa o modo como a denominação Batista concebe a atuação social cristã à luz da Bíblia. Por esse motivo, merece sua leitura e reflexão (disponível em: http://www.batistas.com/portal-antigo/images/ acao_social/FILOSOFIA%20 DE%20RESPONSABILIDADE%20SOCIAL%20DA%20 CBB%20-%20012013.pdf). Em sua primeira parte, as Considerações Preliminares, os Batistas expressam seu interesse em influenciar a sociedade brasileira. Para

tanto, caminhos são apresentados: ampliar a ocupação dos espaços físicos da Igreja em benefício da comunidade ao redor, envolver ainda mais os jovens, participar de fóruns públicos visando maior influência na política pública, entre outros caminhos possíveis. Ainda nas Considerações Preliminares, somos desafiados a reconhecer a dívida social com os pobres e a reconhecer a grave realidade social das crianças e adolescentes, ao ponto de fomentar ações organizadas de misericórdia e justiça. Nos incita a rejeitarmos o preconceito e

a reconhecermos como parte de nossa missão profética a denúncia da corrupção. A essas posturas práticas, somos lembrados sobre a necessidade de mantermos nossa coerência teológica e ética, ressaltando que nosso discurso de amor precisa estar acompanhado por ações práticas, afinal, o cristão ama pessoas, o que inclui necessariamente sua dimensão espiritual e social. Portanto, a evangelização e ação social precisam andar juntas, pois, se assim não for, haverá uma descaracterização do Evangelho, afinal, a fé sem obras é morta.

No seu ponto 2, onde se expressam seus fundamentos, há uma afirmação de amplo impacto na missiologia cristã. Declara-se que o agir social do cristão “Busca cumprir os propósitos do Reino de Deus na sociedade, com o objetivo de propiciar condições para a plena realização da pessoa, em relação a si mesma, ao próximo, à natureza e a Deus”. Tendo isso em mente, insta os cristãos Batistas a “Serem modelos para a sociedade e uma alternativa para o mundo.” O documento apresenta a relevante compreensão de que a responsabilidade

social do cristão se dá a nível individual, quando ele produz ações concretas de misericórdia e justiça, mas também de forma comunitária, por meio da Igreja e Convenção. Há ações que somente tornam-se viáveis se realizadas por um grupo organizado, ainda mais quando potencializadas pelo agir poderoso do Espírito Santo. Precisamos reconhecer que a força da Igreja/ Convenção em seus atos de amor (evangelização e ação social) são gigantescos. Nossa coerência é expressa em nossos atos, mais do que em nossas palavras.


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ponto de vista

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Antes de criticar os evangélicos Saulo José da Silva, bacharelando em Teologia, membro da Primeira Igreja Batista Bento Ferreira Vitória - ES

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comum encontrar nas redes sociais diversas pessoas apresentando opiniões a respeito dos mais variados temas, tais como política, futebol, saúde, games e, até mesmo, sobre economia. Disso decorre a fala do escritor italiano Umberto Eco, que esse tipo de tecnologia concedeu a expressão “Uma legião de imbecis”. No que concerne à religião

não é diferente. Muitos criticam o segmento protestante, que no Brasil se popularizou como “evangélico”. Entretanto, é convenientemente sensato tomar alguns cuidados antes de iniciar qualquer análise sobre tal parcela religiosa. Não os considere como um grupo único e monocromático. Pois quando se diz “os evangélicos”, abarca-se uma pluralidade de denominações que, em muitos casos, são doutrinária e liturgicamente divergentes entre si, como água e óleo. Não é possível colocar todas as denominações em uma mesma

caixa, com um único rótulo. Antes de criticar os evangélicos, tenha como referência as Igrejas que são a regra, não as que são exceções. Antes de tachar “os evangélicos” de reacionários, machistas, homofóbicos ou sectários, tome como parâmetro os discursos de lideres sérios, não as falas do pastor e deputado Marcos Feliciano. Antes de criticar “os evangélicos”, não tenha como referência apenas as Igrejas que vendem a religião por meio de pirotecnias que compelem o espectador a uma fé pecuniosa. Estas organizações transfiguram-se

em verdadeiras anomalias religiosas, aspergindo princípios bíblicos deturpados de seus respectivos contextos. Geralmente possuem robusto aporte financeiro que os possibilita, até mesmo, comprar espaços na mídia televisiva, alcançando um público cada vez maior, e desfigurando o que venha ser, de fato, a proposta de fé protestante. Com isso, logo de saída, tais empreendimentos religiosos corrompem o significado primeiro da palavra Evangelho, que é Boa Notícia. Portanto, qualquer indivíduo, até mesmo um pós-

-doutor em Teologia, que se proponha a analisar o fenômeno religioso brasileiro, especificamente os grupos evangélicos, e não leve em conta a diversidade protestante, tão pouco considere a pluralidade dos discursos peculiares de cada segmento evangélico, inevitavelmente incorrerá em generalizações rasas, pouco calcadas na realidade e, sobretudo, incitará impressões equivocadas a respeito dos diversos grupos evangélicos existentes em nosso país. Além de correr o risco de sua opinião ser classificada de descartável e alienada.

Que Igreja é essa? Aurecino Coelho da Silva, pastor, vice-presidente da Igreja Batista do Jardim Carioca - Realengo - RJ

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greja! Mas, afinal, o que vem a ser Igreja? Uma tenda de milagres? Um pronto socorro? Uma associação filantrópica? Ah, já sei, um clube social! Ou um palanque para politiqueiros fazerem promessas frívolas?

Essa Igreja tão misteriosa, de quem é? A quem ela pertence? São perguntas para as quais é difícil achar respostas. Durante minhas viagens em uma cidadezinha, visitei três “cultos”, aproximei-me, e notei: o mesmo “programa”, mesmo ritmo, mesmo “louvor” e a mesma eloquência na coleta de ofertas. Insisti para ver em que momento seria

proclamada a mensagem de salvação; perdi meu tempo. A Bíblia foi citada apenas para estimular os ofertantes. Que Igreja é essa minha gente? Aprendi que ela foi edificada por Jesus; é propriedade dEle. Estão modificando o conceito de Igreja. e a sua tarefa principal. Sua função deveria ser adorar a Deus, pregar o verdadeiro Evangelho. A vida

dos crentes deveria ser a de testemunhar. Que pena! Jesus tem sido relegado a um segundo plano. A Igreja edificada por Ele vem sendo confundida com o “comércio gospel”. A Igreja, que é identificada como: “O grupo de pessoas salvas e regeneradas, para se reunirem a fim de proclamar as Boas Novas de Salvação”, com exceções, tem assumido

outras “funções” como, por exemplo, a de arrecadação de dinheiro. É, mas Deus está vendo. Não é assim que conseguiremos apressar a volta do Senhor para buscar a Sua Igreja. E, certamente, os “arrecadadores” não subirão. Cuidado, irmãos! Ainda bem que o alicerce da Igreja na qual servimos é Jesus, a cobertura é o Espírito Santo, mas o corpo, somos nós. Quanta honra!



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