ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
R$ 3.60
ISSN 1679-0189
Jornada Tetelestai
Missões Nacionais promove campanha evangelística para a Páscoa
Verão Missões
Convenção Batista de Pernambuco destaca ações missionárias durante início do ano
Novo semestre, novos alunos
Seminário Equatorial recebe calouros durante Aula Magna
Uma vida que inspira
Texto conta a trajetória do Pr. Edgard Barreto Antunes, presidente Emérito da CBB
ANO CXXIII EDIÇÃO 10 DOMINGO, 10.03.2024
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Missões Nacionais Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Obituário
CM21 - O cumprimento da Grande Comissão!
A Grande Comissão, o mandato final de Jesus Cristo para a Igreja, continua a ecoar através dos séculos, incentivando os seguidores de Cristo a fazerem discípulos de todas as nações.
Embora tenhamos feito progressos significativos nas últimas décadas, a tarefa de Completar a Missão ainda está longe de ser cumprida.
As últimas palavras de Jesus para os Seus discípulos, antes de subir aos
céus, foram “[...] vão e façam discípulos de todas as nações” (Mt 28.18-20). O precursor das missões modernas, William Carey (1792), traduziu essas palavras de Jesus como a “Grande Comissão”. Uma tarefa a ser cumprida pela Igreja até que todas “as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7.9) ouçam sobre o Evangelho de Jesus Cristo. Como corpo de Cristo, precisamos Completar a Missão Hudson Taylor, certa vez, disse: “A
Grande Comissão não é uma opção para ser considerada, mas uma ordem a ser obedecida”. Jesus, após nos entregar a Grande Comissão, também nos deu a promessa e o incentivo para Completar a Missão: “[...] eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.20).
Como seguidores de Jesus, a nossa única opção é obedecer ao chamado da Grande Comissão e Cumprir a Missão. Ele nos entregou a tarefa, tem nos
capacitado e tem nos dado todos os recursos para realizá-la ainda neste século.
Quase dois mil anos depois, temos os recursos humanos e financeiros disponíveis, com as novas tecnologias e a Inteligência Artificial, com o mundo interligado e conectado como nunca. Você pode agir para que Completar a Missão da Grande Comissão se cumpra.
Vamos juntos? n
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)
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2 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24
EDITORIAL
REFLEXÃO
Pr. Julio Oliveira Sanches
As lágrimas doem, especialmente quando provocadas por um suposto amigo. Você confiou totalmente nas palavras que lhe foram ditas. Mas, em determinado momento, descobre que foi traído. O amigo, que não era amigo, tem outro objetivo; inclusive, quer usá-lo para alcançar objetivos espúrios. A traição dói muito, leva tempo para você se refazer. Você confiou e até concordou com o amigo traidor. No fim, foi traído e desprezado.
No Salmo 55.13-15, o salmista descreve a experiência amarga que viveu com um suposto companheiro de adoração. Iam juntos à casa de Deus, adoravam juntos, cantavam os mes-
mos hinos de louvor ao Senhor, oravam pelos mesmos objetivos. Tudo parecia normal, mas o traidor tinha outras finalidades. Não é fácil conviver com pessoas que têm caráter dúbio. É um defeito que engana todos, inclusive os que são sinceros em seus propósitos diante de Deus. O Senhor permite que sejamos envolvidos por tais indivíduos, para que confiemos somente nEle.
A lição de aprendizagem é difícil de ser absorvida. Mas compensa servir somente ao Senhor, que nunca nos decepciona. Revelado o intento do amigo traidor, redobramos nossa confiança única e exclusivamente no Senhor, crescemos em nossa comunhão com Ele, lutamos intimamente com Deus para que as mágoas e os
desejos de vingança não tomem lugar em nosso coração. As mágoas e os ressentimentos não podem ceder espaços em nosso ser. Aprendemos a amar como Jesus nos amou, sem rancor, não permitindo que as mágoas tomem lugar em nosso coração. Conseguimos vencer a etapa do verdadeiro amor, certos de que a vingança pertence ao Senhor e não ao homem. No tempo certo, Deus dará a recompensa e o infiel pagará por seu pecado.
Nada pode ficar impune perante o altar do Senhor. Deus é paciente e misericordioso. No tempo próprio, cada um receberá a recompensa pelo mal ou bem que praticou. A justiça divina sempre prevalece na vida dos homens. A história comprova essa verdade. Ao
longo dos séculos, nenhum ímpio escapou da justiça divina. Nenhum déspota ficou livre do julgamento divino. O Dia do Juízo revelará a obra de cada um.
Fica a experiência amarga que se transforma em lágrima que queima a alma, pois nada disso deveria acontecer, especialmente entre o povo chamado, povo de Deus. Porém, Satanás semeia a sua semente até mesmo na vinha daqueles que semeiam trigo. O joio cresce junto com o trigo, mas será queimado no dia do juízo divino. Caberá a Deus arrancá-lo e destiná-lo ao fogo eterno.
Prossigamos em fazer o bem, pois a seu tempo receberemos a recompensa do Senhor (Gálatas 6.9). n
Perea Merlo pastor, colaborador de OJB
“Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
O mês de março gera grande expectativa para todos os que amam a obra missionária. É uma oportunidade para começar o novo ano e investir bens, talentos e recursos financeiros, aquilo que nem é nosso. Tudo é do Senhor! Sim, tudo que, muitas vezes, pensamos ser nosso não é. Somos apenas os administradores da vida que o Senhor nos cede, dos bens ma-
teriais, o que inclui o trabalho. Podemos exclamar como Davi: “Porque quem sou, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de ti, e da tua mão te damos” (I Cr 29.14).
Em março, celebramos o Dia Internacional da Mulher, uma comemoração dos tempos modernos para lembrar o triste episódio de operárias nos EUA, que reivindicavam melhorias salariais e foram queimadas vivas num incêndio. Mais de 100 mulheres morreram, um massacre. Precisamos lutar para que a mulher seja, de fato, valorizada e honrada.
Mas, em março, celebramos Missões Mundiais. Um período para refle-
tirmos se pessoalmente e como Igreja valorizamos e levamos muito a sério a segunda e última vinda gloriosa de Jesus Cristo. O tema da Campanha de Missões Mundiais, não poderia deixar de ser tão oportuno: “No Poder do Espírito, Vamos Completar a Missão” (Atos 1.8).
O que significa estar “no poder do Espírito”? Significa que todos os cristãos verdadeiros, autênticos e pecadores, salvos pela graça, temos o poder que habita em nossos corações, pois fomos batizados pelo Seu Espírito, e o que precisamos fazer é deixar que Ele trabalhe em nossas vidas. Paulo exortava a Igreja dizendo: “Enchei-vos do Espírito”. Estarmos cheios do Espírito significa que o poder de Deus está em
ação em nós e nos deixa aptos para a batalha espiritual!
E o que significa “completar a Missão?” É levar a mensagem poderosa e salvadora do Senhor Jesus Cristo até os confins da terra, pois é a ordem dEle para cada servo-discípulo. Por quê? Para que a volta visível e gloriosa do Senhor se complete e, então, venha o fim. O fim não vem com guerras, rumores de guerras, pestes, falsos profetas, anticristos, homem da iniquidade - isso tudo é princípio de dores. O fim já está definido por Jesus em Mateus 24.14: “E este Evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”. Então, vamos trabalhar para completar a missão! n
3 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 Vivendo o verdadeiro amor através da obra missionária mundial A dor de uma lágrima BILHETE DE SOROCABA
Levir
REFLEXÃO
A esposa de Pedro
Marinaldo Lima
pastor, colaborador de OJB
Uma homenagem à minha esposa, Alcione Lima, e às esposas dos pastores Batistas do Brasil.
Ela um dia apaixonou-se por um jovem pescador
E com ele planejou um casamento abençoado.
Deus os uniu em um santo matrimônio E passaram a viver com harmonia, lado a lado.
Em alto mar, pescava com o seu irmão
André
E com João e Tiago, colegas de profissão,
Sabendo que sua esposa estava no doce lar,
Aguardando a sua volta em fervente oração.
Juntamente com o esposo, ela aguardava a promessa
De que o Deus Poderoso enviaria o Messias.
O Redentor de Israel e de todas as nações
Viria a ser conhecido, cumprindo as profecias.
Na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, Nascido sob a lei, do ventre de uma mulher.
A virgem deu à luz numa humilde manjedoura
Aquele que veio a ser o Autor da nossa fé.
Jesus Cristo, o Messias, convocou o
seu esposo
E Pedro foi servi-Lo por toda a Galileia. Acompanhou o Mestre em Decápolis e Fenícia; Passou pela Samaria e por toda a Judeia.
E a serva do Senhor entendeu perfeitamente
A enorme importância desse santo apostolado.
Pois a esposa de Pedro tinha resignação
E alegria pelo esposo ter aceito o chamado.
Em certa ocasião, ela mesma recebeu
O Mestre em sua casa com grande recepção.
Jesus curou sua mãe, que estava muito enferma, Pelo que para sempre nutriu grande gratidão.
O Mestre foi preso, julgado e crucificado;
Tudo se cumpriu conforme as Escrituras.
No terceiro dia, houve a ressurreição E, depois, Jesus Cristo foi elevado às alturas.
A Igreja do Senhor iniciou sua História E o apóstolo Pedro teve papel importante.
Foi um pastor de almas e um grande pregador; Foi coluna* da Igreja, sendo muito relevante.
Em Jerusalém e em toda parte, ele andou;
Em Lida, Sarona, Jope e também em
Jesus é o poder da oração
Olavo Fe ijó
Cristo veio para salvar o mundo
“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10).
Os antigos profetas eram conhecidos pela ênfase revolucionária de suas mensagens: elas descreviam detalhadamente os pecados imundos dos seus ouvintes. A pregação profética, entretanto, ainda não era acompanhada pela autoridade espiritual com que Cristo e os Seus discípulos anunciavam a vida eterna: “Então, Jesus continuou: – [...] “Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo [...] O ladrão só vem para
Samaria.
Em Cesareia, ele pregou na casa do centurião E, durante um período, viveu em Antioquia.
A sua amada esposa sentiu muito a sua falta
Durante todo o tempo em que sozinha ficou.
Mas também teve a alegria de compartilhar
Deste santo ministério, quando o acompanhou.**
A esposa de Pedro no seu grande ano-
roubar, matar e destruir; mas Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa” (Jo 10.9-10).
Cristo revolucionou a pregação da Palavra e a abordagem com que se prega o Reino de Deus. Assim, também, Ele revoluciona a nossa vida, quando abrimos o nosso coração e a nossa mente para a Sua mensagem, deixando-O entrar. Ele veio para ser o nosso Pastor, o nosso Salvador. “Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai Me conhece, e Eu conheço o Pai, assim também conheço as Minhas ovelhas, e elas Me conhecem” (Jo10.14-15).
nimato
É grande exemplo de vida, digno de louvor.
É a “Mulher Sem Nome”***, que virou título de livro.
Porém, é bênção na Igreja; é a esposa do pastor.
* Gálatas 2.9
** I Coríntios 9.5
*** “Mulher Sem Nome” é o livro da professora Nancy Dusilek sobre esposas de pastores, publicado pela Editora Vida, do qual fiz uma resenha publicada na revista Educador da Convicção Editora. n
Missões Mundiais
O Dia de Oração por Missões Mundiais é celebrado no segundo domingo do mês de março. Neste ano de 2024, no dia 10 de março. É data escolhida pela Convenção Batista Brasileira para que Igrejas Batistas promovam ações de oração e levan -
tem a oferta do Dia Especial. “E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (Jo 14.13-14).
Orar em nome de Jesus é o poder que há na oração. É nesse poder que confiamos, para que nossa súplica,
clamor e intercessão cheguem até os confins da Terra. É por esse poder que acreditamos que os joelhos no chão mantêm a obra missionária de pé.
Quando não puder ir: ore
Quando não puder ofertar: ore
Quando não puder mobilizar: ore Missões é oração! Por isso, con -
tamos com você para unir o máximo de pessoas que puder e promover campanhas de oração por Missões Mundiais.
Orar é um ato de fé e amor. Você pode orar pela campanha de Missões Mundiais 2024 agora mesmo?
Agradecemos por ser um intercessor de missões. n
4 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia
Importância de orarmos
Missões Mundiais
Ao orarmos pela obra missionária mundial, somos conectados diretamente aos que ainda não conhecem Jesus. Através do poder do Espírito Santo, ultrapassamos as barreiras geográficas e culturais, revelando a onipresença de Deus aos que se sentem desamparados e vazios, que buscam o sentido da vida, que é Jesus.
A união da Igreja brasileira em oração pelos missionários, pelos
projetos e por Missões Mundiais, traz sobre eles a proteção e autoridade divina necessária para anunciar a Palavra. Nossa intercessão capacita os missionários a superarem obstáculos e compartilharem o Evangelho com autoridade, fortalecendo-os nas adversidades.
Ao orarmos pela transformação de histórias de vida, vemos como Deus usa também seus pequeninos para alcançar outros, como é o caso de Sofia Mendoza. Num incidente traumático, a casa de Sofia foi as -
saltada e o pai ferido. Os líderes do Programa de Educação Pré-Escolar (PEPE) do Panamá auxiliaram a família no hospital, que aceitou ouvir a palavra de Deus, deixando que pequena Sofia ouvisse e participasse dos ensinamentos do PEPE também. Neste momento difícil, a família viu o poder de Deus na vida do pai de Sofia. Eles se tornaram mais abertos ao Evangelho, percebendo, inclusive, como Sofia orava a Deus pela vida de seu pai.
Como resposta às orações da pe -
quena Sofia, seu pai saiu do hospital, depois de três dias, e sua família está bem. Nossa pequena missionária continua frequentando as atividades do PEPE e leva o Evangelho para sua família, que, embora tenha uma crença diferente, segue participando dos estudos bíblicos e eventos especiais realizados na unidade do PEPE. Que a história de Sofia nos sirva de exemplo e inspiração para, como Igreja brasileira, continuarmos a orar pelo agir do poder do Espírito Santo de Deus ao redor do mundo. n
Roberlan Julião pastor
Entre a radiografia e o medicamento
“Descobri que o próprio mandamento, destinado a produzir vida, na verdade produziu morte” (Romanos 7.10).
Em Romanos 7, percebemos que não basta apenas saber o que não deve ser feito. É insuficiente saber o que agrada ou desagrada a Deus sem transformações internas e rupturas, como ocorre com uma viúva, livre para um novo casamento, e como acontece com pessoas que só se livram dos seus maus desejos depois que morrem.
Embora Paulo faça alusão à sua interpretação do divórcio neste texto, ele está usando o mesmo para ilustrar o relacionamento entre o crente e a lei (de Moisés), até que a morte aconte-
ça e o vínculo seja rompido, oportunizando ao crente a experiência de um relacionamento com Cristo (Romanos 7.1-6).
Segundo Gênesis 2.23,24, assim como a união conjugal é física (uma só carne, pela intimidade), a ruptura também deve ser física (até que a morte os separe). Jesus abriu uma exceção para tal ruptura sem o falecimento do cônjuge, apenas em caso de relação sexual ilícita, em Mateus 5.31,32; 19.3-9. Paulo nem isso mencionou a respeito! Além disso, outro ponto importante é que não há novo casamento enquanto o cônjuge anterior estiver vivo, segundo Romanos 7.2,3!
Voltemos à analogia do casamento, segundo Paulo. Saindo de um relacionamento obrigatório, imposto, com um cônjuge do qual a pessoa não pode separar-se (exceto pela morte), ela se torna livre para desfrutar de outro re-
lacionamento, amoroso, voluntário e com quem deseja conviver, contraindo novo casamento após o início da viuvez!
Como acontece com homens e mulheres que só se livram dos maus desejos depois da morte, nós morremos para o pecado (juntamente com Cristo) e, portanto, saímos 1) da jurisdição do pecado, 2) do reino do pecado, 3) da escravidão do pecado, 4) da ditadura do pecado (não da tentação!). Morremos (junto a Cristo) para a lei e passamos a pertencer a Ele.
Antes, frutificávamos para a morte, porque as proibições atiçam desejos corrompidos e punem comportamentos previsíveis, oriundos de um coração doente. Pois a lei apenas era uma radiografia. Não era o remédio nem o médico! O problema não está na lei (exame), mas no pecador (doente).
Agora, frutificamos para Deus. Não
por obrigação, mas por vontade própria, influenciada pela união com Cristo. União esta que ocorre por favor divino, como um remédio, um suplemento que altera o nosso ser, neutralizando ou reduzindo a doença e seus efeitos, de modo que somos motivados, mesmo com limitações e tentações, a vivermos para Deus!
Enfim, observamos que saber o que fazer e o que não deve ser feito, o que agrada a Deus ou não, sem condições de praticar o que é esperado, só aumenta a dor da culpa e da vergonha. Nisto consiste a diferença entre a lei e a graça. A lei era como um raio-X que mostrava o problema, mas não o resolvia. O problema estava em nós, em nossos corações enfermos.
Agora, em Cristo, não somos mais escravos. Pertencemos a Ele e vivemos uma vida nova, marcada pela graça e pela liberdade. n
5 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 REFLEXÃO
Missionário
Alexandre Peixoto gerente de Missões e Financeiro da Junta de Missões Mundiais
O DNA Missionário consiste em capacitar e apoiar líderes, Igrejas e instituições denominacionais para se envolverem na obra missionária global, tornando-os agentes enviadores de missionários transculturais. É fundamental compartilhar esse DNA, multiplicando a visão missionária entre nossas Igrejas.
Esse compartilhamento é o combustível que impulsiona a abordagem
estratégica e transformadora para o envio de missionários e a evangelização dos Povos Não Alcançados. Tornar Igrejas agentes enviadores de missionários transculturais para lugares assim é inadiável.
É fundamental que compreendamos a magnitude dos Povos Não Alcançados, que totalizam cerca de 4,6 bilhões de pessoas, em mais de 7.000 grupos étnicos distintos. Essas pessoas ainda não tiveram a oportunidade de ouvir a mensagem transformadora do Evangelho. Além disso, muitos desses povos enfrentam res -
trições ao trabalho missionário, o que torna o desafio ainda maior.
A Junta de Missões Mundiais (JMM) destaca algumas ações missionárias inspiradoras, como o envio de chineses para outras nações, liderança chinesa em Igrejas locais em Cabo Verde e missionários venezuelanos atuando em ações humanitárias e na plantação de Igrejas na Colômbia e na própria Venezuela.
No contexto da mobilização e conscientização, a JMM destaca algumas ações de compartilhamento do DNA Missionário em países como
Cuba, Venezuela, Peru, Espanha, Togo, Uruguai, Argentina e Portugal. Essas parcerias têm promovido o fortalecimento das Convenções Batistas locais, capacitando-as a se tornarem agentes enviadores de missionários transculturais.
Nesse sentido, Missões Mundiais convoca todos a se envolverem nessa grande obra. Temos a oportunidade de participar ativamente, mobilizando as Igrejas, compartilhando recursos e estratégias, e enviando missionários para pregar o Evangelho. n
Mauricio Bastos gerente Administrativo e de Mobilização Missionária da Junta de Missões Mundiais
A passagem de Atos 1.8 nos fala sobre a importância da mobilização para cumprir a missão designada aos seguidores de Cristo. Esta é uma convocação direta para que todos se envolvam ativamente na eficácia de compartilhar o Evangelho.
A mobilização das Igrejas é essencial, porque traz uma força coletiva. Quando as Igrejas se reúnem para essa causa, compartilham recursos, habilidades e conhecimentos. Tornam-se um corpo mais eficiente para levar a mensagem de esperança e amor a todos os lugares.
É neste cenário que o promotor de Missões, a ponte entre sua Igreja e Missões Mundiais, tem papel imprescindível para se engajar, para que todos
abracem a missão de coração. Não é apenas um chamado para se envolver, mas um convite para ser agente ativo de transformação na vida de outras pessoas. Cada cristão é convocado a ser testemunha de Cristo, não apenas em suas palavras, mas também em suas ações, a refletir o amor e a compaixão de Jesus em cada interação diária.
Os missionários Mobilizadores desempenham papel crucial nesse processo, sendo os responsáveis por
atender as Igrejas. Eles são os que capacitam, inspiram e auxiliam outros na missão. Os mobilizadores são facilitadores de conexões entre as Igrejas, abrindo portas para parcerias estratégicas e compartilhamento de recursos.
Por isso, querido(a) promotor(a), conte com o apoio de Missões Mundiais e dos mobilizadores para engajar sua Igreja no levantamento de ofertas, para que mais vidas sejam alcançadas em 2024. n
6 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 REFLEXÃO
Mobilize pelo poder do Espírito Santo
O DNA
como chave para completar a missão
O que é a Jornada Tetelestai?
Redação de Missões Nacionais
Todos nós conhecemos muitas pessoas diferentes, com as quais interagimos o tempo todo. Pessoas que dizemos amar, mas com quem, muitas vezes, nem sequer compartilhamos sobre o amor de Deus. É hora de mudar isso!
O Ministério Sammy Tippit, em parceria com a Junta de Missões Nacionais, está realizando um grande movimento evangelístico com a participação das Igrejas e seguidores de Jesus em todo o Brasil na “Jornada Tetelestai”.
“Tetelestai” significa “Está consumado”. Essas foram as últimas palavras de Jesus na cruz. Nesta Páscoa, estaremos juntos na mesma missão: conduzir nossos amigos e familiares a um encontro com o Salvador.
Durante essa jornada, você terá a chance de compartilhar a mensagem do Evangelho de forma dinâmica e inspiradora, com um conteúdo audiovisual da melhor qualidade. A cada episódio, conheceremos mais sobre a Palavra de Deus, desde a criação do homem e a queda, até o ápice: a redenção.
Então, venha fazer parte disso e apresente a verdade da salvação, dAquele que pagou o preço absoluto para nos resgatar. Dessa forma, poderemos amar pessoas de verdade, com um amor que durará por toda a eternidade.
A Jornada começou no dia 03 deste mês e vai até o dia 29. Embarque nesse desafio. Você pode baixar o conteúdo disponível em nosso site e incentivar a sua Igreja a participar deste movimento evangelístico. Acesse www.missoesnacionais.org. br/tetelestai e confira todos os materiais, como: vídeos, banners, dicas, artes para redes sociais e muito mais!
Precisamos evangelizar os nossos amigos! Amém? n
7 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24
MISSÕES NACIONAIS
Verão Missões 2024 alcança
Litoral e Sertão de Pernambuco
Convenção Batista de Pernambuco
A Convenção Batista de Pernambuco (CBPE) impactou o estado através do projeto Verão Missões 2024, dos dias 04 a 21 de janeiro. A iniciativa missionária realizada pela Área de Missões Estaduais (AME), alcançou do centro ao interior pernambucano. No Litoral, organizamos polos de atuação em Ponta de Pedras, Tamandaré e Porto de Galinhas. No Sertão, os voluntários se reuniram em Araripina e Serra talhada. Foram dias inspiradores, de muita oração, dedicação e trabalho. Tivemos viagens longas, dias de verão inclemente, situações desafiadoras, mas, em tudo, a certeza que a mão de bondade e poder do Senhor conduzia todos.
O Verão Missões teve o objetivo de motivar Igrejas e instituições Batistas no estado a se envolverem nesta tão bíblica tarefa, o cumprimento do Ide de Jesus. A edição deste ano atuou nas perspectivas de:
a) expandir o trabalho missionário nas regiões onde foi iniciado; b) despertar vocacionados para o ministério cristão, através do trabalho em parceria com a Igreja local; c) servir como espaço de aproximação da Igreja com a comunidade local através de atividades, seja nas ruas, praças e casas ou nas Igrejas/Congrega -
Kátia Brito
jornalista da Convenção Batista Mineira
A cidade de Divino - MG recebeu nos dias 10 a 13 de fevereiro mais um Congresso da Juventude Batista do Leste da Mata Mineira (JUBACEL). Com o tema “A Cura”, os jovens pre sentes puderam ouvir a pregação da palavra de Deus através do pastor Wes ley Jacob (Igreja Batista em Mimoso do Sul - ES), pastor Thiago Estorino (Primeira Igreja Batista no Alto Capa raó - MG), pastor Amaury Bertoqui juntamente com o ministério Fortaleza da Adoração, Alessandra Rangel e PG. “É um sentimento inexplicável ver tantos jovens se rendendo a Jesus e tendo suas vidas restauradas pelo Espírito”, diz Marcela Sobreira, presidente da Jubacel.
Ações missionárias foram realizadas no início deste ano.
ções circunvizinhas, proclamando o Evangelho de Cristo; d) incentivar a prática de evangelização pessoal e em pequenos grupos; e) acompanhar as pessoas abordadas durante a missão, através do Qr-code e WhatsApp disponibilizados nos materiais distribuídos, como propósito de continuar caminhando com essas pessoas e direcioná-las a uma Igreja próxima a sua residência.
O resultado foi vidas ganhas por Jesus, reconciliação de ovelhas desgarradas que voltaram ao aprisco e vocações despertadas para o ministério da Palavra, Música e Missões.
Diversos pastores apoiaram em oração, orientaram e participaram do Verão Missões 2024 em suas cidades e campos missionários, através das Igrejas, Congregações e Associações.
O Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB) e o Seminário de Educação Cristã (SEC) participaram da ação através da direção, professores e alunos (vocacionados). Integrados e em espírito de servidão, eles atuaram em todos os polos.
Uma juventude cheia de amor, saudável e bela participou de corpo e alma e perfumou vidas com o incomparável perfume do amor de Cristo, do Litoral ao Sertão. Pessoas das diversas classes sociais, idades e residentes em longínquos rincões foram alcançadas pela Palavra de Deus!
Somos gratos a Deus pela vida e ministério dos coordenadores dos polos: pastores Cleiton Alberto (Ponta de Pedras), Humberto Umbelino (Araripina), Jorge Ribeiro (Porto de Galinhas) e João Batista Januário (Tamandaré).
Também agradecemos ao seminarista Augusto Rodrigues (Serra Talhada). Em amor e fé, todos eles se dedicaram muito nas ações de suas áreas.
Gratidão especial ao pastor Epitácio Silva, coordenador de Missões da CBPE, pela dedicação e empenho, em todo o decorrer do Verão Missões, bem como a todos os funcionários da CBPE por seu apoio e empenho.
Agradecemos aos cooperadores, que estiveram tão próximos dos coordenadores (seminaristas/secistas). Aos colaboradores, a quem Deus de igual forma usou, no apoio às várias ações que ocorreram antes e durante o evento. À Diretoria da CBPE, pelo carinho com que participou das ações. E à AME, que, com dedicação quase exclusiva, tornou possível esse momento tão abençoador dos Batistas pernambucanos.
Nosso agradecimento às Igrejas, pastores e irmãos em geral, que serviram nesta Missão com amor e decicação.
Nossa oração é que o Senhor da Seara, no tempo próprio, os abençoe e guarde todos. A todos que de alguma maneira serviram no Verão Missões 2024, nossa eterna gratidão! Lembramos da epístola de Paulo, que afirma, em saudade: “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós” (Fl 1.3). n
Congresso da JUBACEL, em Minas Gerais, reúne cerca de 700 jovens
Programação aconteceu durante feriado de Carnaval.
nossos jovens serem curados, totalmente quebrantados diante do Senhor. Pudemos ver cada jovem experimentando, de fato, o amor, a graça e a misericórdia de Deus e o poder do Espírito Santo. Hoje, cremos que nossos jovens saíram totalmente diferentes da forma que entraram. Houve salvação e libertação naquele lugar! Houve cura! Foi um tempo precioso diante de Deus”.
Segundo Washington Marçal de Souza, líder da UniJovem, juventude da Igreja Batista Central de IpanemaMG, o congresso proporcionou a todos experiências incríveis em Deus “Vimos
O pastor Ronaldo, da Igreja Batista Central de Ipanema - MG, secretário-executivo da JUBACEL, também conta como este congresso foi impactante. “Foram dias abençoadores, onde pudemos receber palavras maravilhosas da parte do nosso Deus. O tema foi a cura e eu creio que vários jovens saíram curados. Tenho relatos de vários jovens que aceitaram Jesus ali nas ministrações.
Ainda durante o congresso foi eleita a nova diretoria (2024-2026) que continuará com os trabalhos que estavam sendo realizados, como o “JubaFire”, que nada mais é, do que um projeto missionário da própria JUBACEL que visa levar a Palavra em locais de difícil acesso da região do leste da Mata mineira, encontros entre as Igrejas da Associação Batista Leste da Mata (ABALEMA) marcados pela troca de conhecimento e comunhão.
Para finalizar, Marcela Sobreira, presidente da JUBACEL, incentiva a todos os jovens que participaram a continuar buscando mais a Deus e servi-lo: “A Obra não para por aqui. A cura que chegou até nós, precisa ser levada a outros. Vamos completar a Missão”. n
8 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Equipes do Verão Missões atuaram em diversas áreas de Pernambuco
Juventude Batista do Leste da Mata Mineira durante congresso “A Cura”
Evento no Piauí promove troca de experiências e fortalece Igrejas com visão de multiplicação
Próximo encontro já tem data marcada.
Rossi Sousa Matos
assessora de Comunicação da Convenção Batista Piauiense
A Igreja Batista da Vermelha, em Teresina - PI, sediou o evento “Amigos da Visão: a Cultura da Multiplicação - Mindset de Expansão”, no dia 04 de fevereiro. Sob a condução do palestrante, pastor Raimundo Rodrigues, diretor-executivo da Convenção Batista Piauiense (CBPI), o encontro reuniu três Igrejas Batistas da região que atuam com Pequeno Grupo Multiplicador (PGM): Alvorada, Vermelha e Parque Poty.
A programação do evento foi marcada por testemunhos emocionantes, louvores que tocaram os corações dos presentes e insights valiosos sobre os trabalhos realizados pelas Igrejas participantes. Foi uma oportunidade única de compartilhar experiências
e fortalecer laços fraternais entre as comunidades de fé.
O sucesso do Amigos da Visão já garantiu sua continuidade. Com nova data agendada para o próximo dia 14 de abril, a Igreja Batista do Poty - PI será o próximo local a receber esse importante evento. Esperamos que a próxima edição mantenha o espírito de
união e aprendizado, consolidando os laços entre as Igrejas com a mesma visão.
Além disso, o evento lançou um convite especial aos interessados em se engajar ainda mais nessa jornada de multiplicação. O Encontrão Amigos da Visão, voltado para Igrejas que trabalham com PGM é uma oportunidade
única de fazer parte desse movimento de transformação e crescimento. Não fique de fora dessa oportunidade de fortalecer sua Igreja e expandir seus objetivos. Junte-se a nós no próximo encontro e faça parte desta história de sucesso e união entre as Igrejas da região. n
Seminário Equatorial recebe calouros em início de ano letivo
Posse de novo capelão e Aula Magna marcaram a chegada dos alunos.
William Costa jornalista, doutorando em Comunicação, membro da Primeira Igreja Batista em Murinin - PA
O Seminário Teológico Batista Equatorial (STBE) deu início às atividades acadêmicas do primeiro semestre de 2024, no dia 06 de fevereiro. A recepção de calouros e veteranos dos cursos de bacharelado em Teologia (presencial e EaD), História e Pedagogia (ambos à distância) marcou o primeiro dia de aula. A recepção foi feita pelo corpo docente, técnicos, coordenação e direção da instituição. A Aula Magna foi ministrada pelo ex-diretor Geral, professor e pastor Benildo Veloso.
Em tempo, o professor mestre Ulicélio Valente, coordenador do curso de Teologia, apresentou os professores aos novos estudantes, orientou sobre as práticas do curso e a importância histórica e denominacional do STBE na formação de líderes e pastores para a região.
Novo Capelão
Sob a condução do pastor e professor Jefferson Dantas, também coordenador administrativo do Seminário Equatorial, os alunos foram convidados a partilhar de mais um passo importante da jornada de reestrutura-
cionados caminharão na formação de excelência com diversas disciplinas que apontarão para o aprofundamento no entendimento das Sagradas Escrituras. Um dos novos alunos é Frédyson de Carvalho Flexa, membro da Primeira Igreja Batista em Castanhal, no nordeste do Pará.
ção da instituição: a posse do pastor Benildo Veloso, que retorna ao STBE como capelão.
“Benildo é referência em pastorado em toda nossa região. É filho desta casa, geriu e formou inúmeros líderes por mais de 30 anos. Nos alegra muito o termos de volta, inicialmente como capelão de nosso Seminário. É um homem íntegro, pastor, que sabe ouvir, aconselhar e mentorear. Nossos alunos continuarão com uma formação singular, de qualidade e excelência, sustentada na Palavra de Deus”, pontuou Jefferson.
Com um diálogo sobre Mentoria, o pastor Benildo, empossado capelão do STBE, ministrou a Aula Magna de abertura do semestre, centrando sua fala na diferença entre o coach e o mentor
e na importância da mentoria entre pastores. Veloso enfatizou o cuidado que a Instituição demonstra ao abrir esse canal de acolhimento para seus alunos.
“Pensamos que a mentoria é um zelo com a vida pastoral, um suporte indispensável para o caminhar na jornada cristã. É um acolhimento que vai além do compartilhar das dores, lutas e dificuldades do ministério, é um momento de oração, ajuda mútua e de contemplarmos o poder de Deus agindo em nós”, ponderou o capelão.
Novos alunos de Teologia
O tradicional curso de bacharelado em Teologia presencial abriu mais uma turma neste semestre. Os novos voca-
“Entre os vários motivos para eu escolher estudar no Seminário Equatorial, estão seu compromisso com os princípios Batistas e a larga experiência de formação de grandes líderes denominacionais atuantes na região. Além disso, possui professores que tanto admiro e tem sido a casa de formação dos meus pais. Estou cheio de expectativas para o semestre que se inicia, certo de que foi o direcionamento do Senhor para eu ser preparado ao ministério pastoral”, contou o jovem.
Vestibular 2024
Para você que quer conhecer mais das atividades do Seminário Equatorial ou atender o chamado vocacional do Senhor para o ministério, não só em Teologia, mas em História, Pedagogia e cursos de formação livre, como Música e Instrumentos, acesse o site seminarioequatorial.edu.br ou entre em contato pelo WhatsApp (91) 9 8493-8572 n
9 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Pastores e membros de Igrejas participaram da capacitação sobre Pequenos Grupos Multiplicadores
Recepção de novos alunos do Seminário Teológico Batista Equatorial
Sob a mão de Deus, Ituverava - SP ganha 1ª congregação batista
Trabalho é fruto de campanha missionária da CBESP.
Chico Junior
jornalista da Convenção Batista do Estado de São Paulo
Com dois cultos de gratidão, um celebrado dia 10, e outro no domingo, 11 de fevereiro, Ituverava - SP recebe a abertura da Primeira Congregação Batista. O trabalho é fruto da atuação do casal Sebastião e Eliana Santos, ambos responderam ao desafio desse campo e se tornaram missionários conveniados da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP).
O município do interior paulista ainda não contava com uma Igreja Batista até 2020, ano em que a Equipe CBESP visitou a cidade para a campanha de Missões Estaduais “Seja uma ponte: conectando pessoas a Jesus”, e, em seguida, começou um movimento de oração pela região.
A plantação da Igreja teve início mesmo durante o período de pandemia e foi motivo de ação de graças já na campanha missionária do ano seguinte, cujo tema foi “Pesca para a vida”. Em gravação recente referente à campanha 2023 (#PazCompartilhe), Eliana e Sebastião agradeceram o apoio e a visão missionária dos Batistas para essa frente de Missões.
Sebastião e Eliana Santos, missionários conveniados da Convenção Batista do Estado de São Paulo
“É uma alegria imensa ver esse resultado abençoado por Deus do empenho de nosso povo Batista no estado para chegarmos em todos os municípios paulistas. Louvamos ao Senhor pela vida do casal missionário e bendizemos muito a Deus pelo amor das Igrejas locais por Missões, o qual
é manifesto pelas orações e ofertas às campanhas estaduais”, disse pastor Alípio Coutinho Jr., diretor executivo interino da CBESP.
Pastor Alípio destacou a dedicação da liderança da CBESP, que encampou essa cidade. À época, a Diretoria estava sob a condução do pastor Genil-
son Vaz, no cargo de presidente, e do pastor Adilson Santos, como diretor executivo do extinto Conselho de Administração e Missões da CBESP. O interino enfatizou também a participação das Igrejas Batistas Boas Novas, de Jundiaí - SP, e de Campos Elíseos, em Ribeirão Preto - SP. n
CB Sul-Mato-Grossense reúne presidentes e executivos das Associações locais
Estado no Centro-Oeste conta com seis Associações.
Redes sociais da Convenção Batista
Sul-Mato-Grossense
O presidente da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense, pastor Ozeias de Gois Dias, com os ministros de relacionamento da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense (CBSM), pastor Paulo José da Silva e o pastor Jonathan de Oliveira Júnior, promoveu um encontro com os presidentes e executivos das seis associações da nossa denominação no estado.
Nesta oportunidade, a Convenção e Associações apresentam seus relatórios, demandas e estratégias para alinhamento, com o objetivo de que as ações sejam realizadas de forma estratégica e eficiente, para atender às necessidades de cada região.
Ore para que nossos líderes sejam dirigidos por Deus e que o nome dEle seja glorificado por meio do trabalho batista em Mato Grosso do Sul. n
10 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Líderes da CBMS, presidentes e diretores-executivos das Associações locais
Redação de Missões Mundiais
Neste mês de Missões Mundiais convocamos as Igrejas Batistas brasileiras a transformar uma vida. A adoção missionária de um projeto ou missionário, permite que a obra de Deus continue alcançando os povos da Terra. Seu compromisso com missões, nos ajuda a avançar cada vez mais no cumprimento da Grande Comissão (Mateus 28.1820) ao mesmo tempo que permite que vidas sejam transformadas pelo amor salvador de Jesus Cristo.
Conheça as formas de mudar a vida de alguém este mês:
Espanha
Há anos atuamos no país na plantação de Igrejas e nesse tempo, fomos desafiados a atuar diretamente junto à liderança espanhola para o despertamento e ampliação da visão missionária no país.
Fomos desafiados a somar forças através do compartilhamento de nosso DNA missionário, onde ações conjuntas estão sendo geradas para mobilizar as Igrejas espanholas e despertar novos discípulos, pastores e missionários, não apenas para a própria Espanha, mas também para serem enviados a outros países.
O Projeto de Plantação de Igrejas na Espanha conta com trabalho já nas cidades de Cáceres e Zamora através da parceria com os Batista Espanhóis.
Escola Pamosi
O Projeto Escola Pamosi trata-se de uma escola com cerca de 200 crianças desde a pré-escola até o 6º ano do ensino básico. Na escola os alunos têm aulas de Educação Cristã e muitos que já passaram por aqui aceitaram a Jesus. Além das aulas, visitamos as famílias e levamos cestas básicas. O objetivo é investir nas crianças a fim de torná-las cidadãos relevantes na comunidade seja como missionários, seja como professores, seja na construção de suas carreiras profissionais. Missões Mundiais possui um terreno de 1 hectare e sonhamos em construir uma escola grande com recursos para um atendimento adequado que contribua para o desenvolvimento das potencialidades dos alunos.
Tenda de brincar
O projeto Tenda de Brincar é uma estratégia evangelística para alcançar as crianças com o maior presen -
Adoção missionária transforma vidas
te que podem receber: Jesus Cristo. O Projeto surgiu para oferecer às crianças um lugar onde pudessem resgatar a alegria e ao mesmo tempo acolher e ressignificar as suas emoções e traumas gerados pelas mudanças e situações vividas no processo migratório.
Através de atividades lúdicas, reforço escolar e muito amor, nossos missionários levam a Luz do evangelho dentro dos campos de refugiados. As famílias notam a transformação das crianças e isso também se torna uma oportunidade de evangelizá-las.
Programa Voluntários
Sem Fronteiras
Este é um programa de voluntariado de Missões Mundiais, cuja finalidade é enviar voluntários vocacionados para assistir, servir e apoiar os Projetos da organização
em diferentes campos missionários através dos seus dons, talentos, habilidades e profissão. O programa organiza também caravanas que impactam nações com atividades nas áreas de educação, saúde, capelania, desenvolvimento comunitário, esportes, recreação, entre outras.
Além dos projetos de Missões Mundiais, o VSF apoia e serve juntamente com parceiros da nossa organização, envia voluntários para oferecer Ajuda Humanitária aos países vitimados por catástrofes naturais ou por conflitos sociais, e também está presente em Grandes Eventos Esportivos.
Estamos em campanha!
Missões Mundiais conta com a sua mobilização na campanha 2024, NO PODER DO ESPÍRITO SANTO, VAMOS COMPLETAR A MISSÃO. Contamos com o envolvimento de todas
as Igrejas Batistas brasileiras para sinalizar o Reino de Deus ao redor do mundo. Por isso ORE, OFERTE, VÁ e MOBILIZE.
ORE pelos missionários e líderes nos povos estrangeiros.
OFERTE para que a provisão possa chegar às crianças e adultos que vivem em vulnerabilidade ao redor do mundo.
VÁ conheça o Voluntários Sem Fronteiras e programe sua viagem: voluntarios@jmm.org.br
MOBILIZE todo povo batista a fazer mais e melhor por missões.
Vamos, juntos, COMPLETAR A MISSÃO.
Acesse: https://missoesmundiais.com/campanha2024/ n
11 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 MISSÕES MUNDIAIS
Frederico Antunes
pastor (sobrinho do pastor Edgard Barreto Antunes)
Um misto de sentimentos estranhos nos tomou de assalto no início da noite de 17 de fevereiro. Algo que não conseguíamos mensurar nem depurar com clareza, a notícia do falecimento de pastor Edgard trazia consigo um turbilhão de emoções. Uma dor dilacerante envolvida por um terno sentimento de gratidão, salpicada da alegria de saber que as limitações físicas que fustigaram aquele homem de Deus nos últimos meses foram terminantemente vencidas.
Na prática, aquele foi o momento mais glorioso de sua existência, a promessa da ressurreição se cumpriu, recebendo a coroa da vida e o direito de passar a eternidade nos braços do Pai celestial. O que foi dito por tio Edgard ao contemplar o Cordeiro de Deus face a face ou que saudação teria recebido do Criador ao adentrar nas mansões celestiais, ninguém sabe. Porém, todos experimentamos um sentimento de completitude que, com certeza, tomou conta dos seus últimos suspiros nesta terra.
“Combati o bom combate, comple tei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará na quele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (I Tm 4.7-8).
A história é um processo. Nada é instantâneo. O testemunho observado na vida do pastor Edgard por médicos, enfermeiros e trabalhadores dos hospi tais, a maneira como impactava vidas anunciando o Evangelho para cada um que passava por seu leito de enfermi dade era apenas o resultado de uma vida dedicada ao Senhor. Um homem comprometido com a oração e a Pala vra de Deus, sobre a qual se debruçava todos os dias, não somente lendo-a por completo ao menos quatro vezes ao ano como em certa ocasião que transcreveu toda a Bíblia num período de 10 meses e um dia.
Esse era Edgard, nascido na an tessala da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ, em 14 de fevereiro de 1939, durante o ministério do pastor Manuel Alvelino de Souza. Nesse mesmo lugar, seu pai, o pastor Edmundo Antunes da Silva, foi seminarista e sua mãe, Jesuína Barreto Antunes, atuava na Sociedade de Senhoras.
Aceitou o Evangelho e foi batizado pelo próprio pai, no dia 31 de dezembro de 1948, na Primeira Igreja Batista de Macaé - RJ. Com 18 anos, foi para a cidade do Rio de Janeiro servir ao Exér
Pr. Edgard Barreto Antunes, uma vida que inspira
assumiu a liderança da Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu - RJ, sendo ali jubilado depois de 44 anos, 10 meses
Em 1967, casou-se com Marylena de Macedo. Desta união nasceu seu primogênito, Mauricio, casado com Mayara e pai dos netos Rebeca, Leonardo, Isabella e Stephanie. Em 1985, Deus recolheu a jovem Marylena, dei-
Em 1987, foi novamente agraciado por Deus, recebendo em casamento sua segunda esposa, aquela que o acompanharia por 37 anos, a educadora Cristã Márcia Villar. Desta união nasceu o talentoso Guilherme.
tor Edgard era a denominação Batista, na qual exerceu inúmeros cargos de liderança. Tamanha dedicação o levou a receber, em janeiro de 2022, o honroso título de presidente emérito da CBB.
Um de seus legados é o sentimento de missão cumprida, de vitória. Apesar de todos os embates da vida, a fé no Soberano foi guardada. Sua vida sobrevive ao tempo. Sua grande contribuição não foi o enfrentamento a governos injustos, revoluções ou acúmulo de riquezas. Deixa-nos um patrimônio espiritual incomensurável. Um exemplo de vida na dependência de Deus. n
12 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 OBITUÁRIO NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
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13 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24
Não sejamos reféns das opiniões alheias.
Em nossos contatos, não criemos expectativas
que nos agradem
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Temos a tendência de vivermos em função das ações e reações das pessoas com as quais lidamos. Somos vagarosos no entendimento. Ficamos tristes ou alegres dependendo de como as pessoas nos tratam. De uma vez por todas, precisamos compreender que as pessoas são diferentes, pois agem e reagem de várias maneiras.
Tanto no primeiro contato quanto em encontros mais frequentes, não podemos ficar reféns das posturas alheias, criar expectativas que nos apetecem. As pessoas não têm o direito de definir as nossas reações, nem podemos ficar submissos às suas provocações e outras atitudes que não têm a aprovação da Palavra de Deus. Aprendamos com o Senhor Jesus a tratar todos da melhor maneira possível, mesmo que não sejamos bem tratados ou valorizados. É preciso que descansemos no Senhor que sabe todas as coisas e que é o doador da nossa alegria interior.
Se as pessoas nos olham com rosto pesado, se são antipáticas, com um certo desprezo, a nossa postura deve
ser sempre de contentamento, educação e graciosidade em Cristo Jesus, vivendo as bem-aventuranças (Mateus 5.1-12). Dispensemos amor e empatia (Mateus 5.43-48). Mais uma vez: não podemos reagir ao agravo de forma negativa, crítica ou ácida.
A nossa postura amorosa certamente há de resultar em ternura partilhada. É a lei da semeadura (Gálatas 6.7). Como diz Brennan Manning, há uma sabedoria da ternura que precisamos vivenciar, e ela está em Cristo Jesus (I Pedro 2.21-25). Portanto, não criemos expectativas positivas em relação a ninguém. Cristo é a nossa suficiência, é Ele quem nos satisfaz.
Você já ouviu falar dos três D’s? Aprendi com um obreiro experiente que, quando olho para mim, me deprimo, porque vejo incoerência em mim, sou vil; quando olho para o próximo, me decepciono, porque ele frustra as minhas expectativas, fica abaixo delas; mas, quando olho para Cristo, descanso, porque Ele me sustenta com Sua graça e Seu amor, Ele é suficiente e não me decepciona.
Esses três D’s são infalíveis, especialmente o terceiro. Olhar para as pes-
soas deve ser sempre a partir de Cristo Jesus. Não deve haver cobranças ou exigências da nossa parte. As pessoas não me satisfazem, mas Cristo me satisfaz plenamente. As pessoas são transitórias, mas Cristo é permanente.
Os nossos relacionamentos devem acontecer na perspectiva do descanso (Salmos 23; 37.7). As pessoas podem nos decepcionar, mas Cristo não. Ele é a fonte do contentamento, da sabedoria e do amor. Há pessoas que, por qualquer coisa, se melindram, ficam de biquinho, ressentidas. Não, não podemos agir assim. O Senhor Deus, em Cristo Jesus, nos redimiu para uma vida de liberdade praticando o fruto do Espírito (Gálatas 5.1; 22,23). Não devemos responder ao agravo, mas deixar que Jesus assuma a nossa causa, pois Ele é o nosso Advogado (I João 2.1).
A nossa vida cristã é caracterizada pelo desprendimento de qualquer reação negativa. Estamos apegados a Cristo e desapegados das opiniões e avaliações humanas. Que reajamos positivamente a qualquer tratamento negativo conferido a nós. Ofereçamos o melhor tratamento às pessoas, mas não fiquemos esperando a recompensa.
Seja o nosso olhar para Cristo, o Autor e Consumador de nossa fé (Hebreus.12.2). Ele é a nossa suficiência (Colossenses 3.11). Não permitamos que as pessoas sequestrem a nossa alegria, o nosso entusiasmo. Não deixemos que a autoestima baixa, o sentimento de rejeição e a expectativa de sermos reconhecidos tomem o nosso coração. Devemos viver a nossa vida em profundo amor, simpatia e relacionamentos sem cobranças. Cumprimentou, bem. Não cumprimentou, está tudo bem. Falou com a gente, tudo bem. Não falou, está tudo bem igualmente. Não sejamos reféns do reconhecimento por parte de quem quer que seja.
A nossa confiança não deve estar no ser humano, mas no Senhor (Jeremias 17.5-10). Toda a nossa esperança está em Deus Pai que nos criou e nos redimiu em Cristo Jesus para vivermos uma vida exuberante, de liberdade interior, de doação fraternal. Não sejamos reféns das opiniões do próximo e não criemos expectativas de retorno que nos agrade acerca de quem quer que seja. Vivamos a suficiência de Cristo Jesus para a Glória de Deus! n
14 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA
A Igreja como nova humanidade
Lourenço Stelio Rega
O Novo Testamento traz inúmeras figuras metafóricas ilustrativas para demonstrar e explicar as diversas facetas da Igreja. Por meio dessas ilustrações, é possível compreender com mais profundidade o que é a Igreja e aplicar essa compreensão para agirmos melhor nos nossos dias.
Assim, temos a Igreja como corpo de Cristo (I Coríntios 12; Romanos 12); edifício (I Coríntios 3.9); lavoura (1Co 3.6-9); família de Deus (Gl 6.10); comunidade (At 2.44-47); exército de Deus (1Tm 2.3,4); embaixada do Reino de Deus (1Co 5.20) etc.
Mas há uma figura que, embora não esteja explicitamente nomeada, é de elevada importância para este tempo –a Igreja como nova humanidade. Essa figura já aparece nos estudos missiológicos há certo tempo e pode muito nos dar suporte para compreendermos nosso papel diante deste mundo complexo e volátil.
Vamos lembrar que o Evangelho vai além de atender nossa condição individual de pecado, pois Deus se lança na história para restaurar e redimir toda a criação que, no fundo, foi afetada pela rebelião no Éden. A Igreja recebe de Deus essa Sua missão (missĭo Dei – missão de Deus), como Seu instrumento.
Temos aqui um ponto de partida para entender a missão da Igreja como parte da missão do Deus triúno, cujo clímax foi a vinda de Jesus. E o próprio Cristo afirmou que nos enviaria: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20.21).
O mundo conhecerá a Deus por meio de nós – a Igreja. Assim, em certo sentido, como nova humanidade não somos meramente um ajuntamento de salvos que se reúnem apenas para atividades, programas, eventos. Não somos uma instituição que existe para atender a vida religiosa na esfera privada e particular em um dia da semana.
É uma “nova humanidade que se formou para se tornar o que a humanidade adâmica falhou em ser […] a Igreja não pode ser reduzida à sua expressão institucional. Essa ênfase na Igreja como a nova humanidade é feita também por sua relação com o Reino: a Igreja é um sinal, antecipação e instrumento do Reino do fim dos tempos” (Newbigin).
Como nova humanidade, a Igreja é Igreja tanto quando está reunida para a adoração e o serviço mútuo, como quando seus membros estão espalhados nos demais dias da semana na vida pública, no exercício profissional, nos relacionamentos na família e sociedade, na vida estudantil, no exercício da cidadania. “Seus membros são representantes da Igreja, não importa onde estejam” e a obra dispersa dos cristãos no mundo “nasce da redescoberta da verdadeira natureza da Igreja como povo de Deus” (The Evanston Report).
Goheen e Sheridan nos lembram que “esse tipo de eclesiologia dá expressão à noção bíblica de que Deus está reunindo um povo cuja vida inteira é imagem da nova humanidade que habitará a nova criação. Essa visão eclesiológica abre caminho para uma visão muito mais ampla da missão como a humanidade distinta e restaurada em toda a vida em todo contexto cultural para o bem do mundo”.
Essa concepção além da recuperação eclesiológica, antropológica, nos presenteia com visão escatológica que ultrapassa a percepção que foi drasticamente reduzida ao futuro do indivíduo. Sai de um pensamento focado apenas na salvação da alma, que apenas beneficia o indivíduo, limitando-se ao perdão dos pecados e à justificação pela fé. Esse tipo de entendimento nos leva ao céu, mas no fundo, teria como alvo final apenas acertar as contas com Deus e fugir do mundo.
Em um caso assim, a missão torna-se apenas uma estratégia evangelística destinada a salvar indivíduos para o céu. No entanto, a salvação de Deus é mais profunda e alcança a pessoa inteira que se arrepende, o mundo inteiro como criação decaída e sob os efeitos do pecado.
A missão de Deus transferida para a Igreja não pode assim ser dicotomizada – vida privada e individual –, pois, diante deste mundo corroído pela rebelião, temos um papel integral, uma missão holística, ampla.
A visão da Igreja como nova humanidade pode ser mais bem compreendida quando o apóstolo Paulo menciona que Adão deve ser considerado como o primeiro Adão e o primeiro homem (no grego, ἄνθρωπος – anthropos , ser humano ). Jesus é
chamado de segundo homem. Assim, enquanto em Adão pertencemos à raça adâmica, a primeira humanidade, em Jesus pertencemos à nova humanidade.
O interessante é que Paulo não fala que Jesus é um segundo, mas o último Adão. Portanto, enquanto Adão dá início à humanidade, Jesus encerra a velha humanidade (I Coríntios 15). Pois “se alguém está em Cristo é nova criação (no grego, κτἄσις). As coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas!” (II Co 5.17; veja também Fp 3.12-14).
Se somos a Igreja, somos essa nova humanidade, quando estamos reunidos ou quando enviamos missionários e evangelistas para anunciarem as Boas Novas onde ainda não foram alcançadas. Isso podemos chamar de intencionalidade missionária. Nesse caso, a Igreja deixa de ser centrípeta para ser centrífuga, indo até os confins da Terra.
Mas a Igreja também cumpre sua missão centrífuga quando é uma comunidade dispersa na vida pública como nova humanidade. E aqui é que precisamos recuperar o aspecto da dimensão missional , que coloca cada membro como enviado a viver no mundo as Boas Novas e demonstrar a transformação de seu interior, de sua essência, de seu caráter. Estes dois aspectos são como que dois trilhos de uma ferrovia: onde um para, a viagem para.
Infelizmente, me parece que temos, de certa maneira, nos mobilizado na intencionalidade missionária, nem sempre investindo na formação do povo de Deus como nova humanidade para cumprir a dimensão missional. São dois aspectos de nossa missão e não podemos separar o que Deus ajuntou. Será preciso ir mais longe.
O mundo necessita ouvir a mensagem de esperança, arrependimento e redenção do Evangelho, mas também precisa vê-la concretizada em atos que se expressam no viver diário de cada salvo. Billy Graham nos lembrou que nossa vida é o sermão que o mundo está ouvindo, nossos atos são a Bíblia que o mundo está lendo. Como nossos atos na vida pública estão expressando sermão e Bíblia para o mundo sem o Evangelho?
Como nova humanidade, a Igreja foi restaurada ao papel criacional que
a humanidade adâmica perdeu. Isso implica em descobrir que nossa vida, como imagem de Deus, está sendo restaurada dia a dia e que toda a vida de todo cristão faz parte dessa nova humanidade. Portanto, “missão é viver essa nova humanidade juntos e em meio à vida pública da cultura. Há uma dimensão de missão em todas as áreas da vida, pois todas testemunham a cura da vida humana. Isso tem enormes implicações para o ministério de discipulado da Congregação local” (Goheen e Sheridan).
Isso nos leva a mais um passo: buscar caminhos para que as pessoas que forem salvas sejam formadas e transformadas como nova humanidade, para que expressem em atos concretos as características de nova humanidade. E daí precisamos recuperar o discipulado, a educação na Igreja, o companheirismo e comunhão entre os irmãos, o aconselhamento, de modo que nossa vida seja equilibrada e atraente no nosso viver diário.
Cada cristão precisa ser preparado e capacitado para ser devolvido ao mundo no cotidiano social para demonstrar essa nova vida.
Vamos lembrar o que o missiólogo Ed Stetzer nos desafiou ao dizer que, “se vivo uma vida missional, vivo uma vida moldada pela missão de Deus”. Assim, ao se converter, a pessoa terá diante de si o convite a replanejar a sua vida, a ser moldada, a partir daquele momento, pela missão de Deus (missĭo Dei).
Então, a partir de minha conversão, o meu projeto de vida é agora o projeto da missĭo Dei. Eu me entrego a Ele, para que, em Sua missão de restaurar toda a criação – inclusive o indivíduo –, Ele me tenha como instrumento em anunciar verbalmente + viver concreta e responsivamente + ser realmente nova humanidade.
Igreja, como nova humanidade, é uma figura que nos desafia a um novo modo de viver, pois “quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.21-24). n
15 O JORNAL BATISTA Domingo, 10/03/24 OBSERVATÓRIO BATISTA PONTO DE VISTA