ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 08/03/15
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Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXIV Edição 10 Domingo, 08.03.2015 R$ 3,20
RM 15.15B-16
8 DE MARÇO DIA DE MISSÕES MUNDIAIS
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MISSOESMUNDIAIS.COM.BR
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o jornal batista – domingo, 08/03/15
reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
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segundo domingo de março marca o Dia de Missões Mundiais. A data foi instituída em 1946 e faz parte do calendário oficial da Convenção Batista Brasileira. O dia é apenas o simbolismo daquilo que devemos cultivar em nosso dia a dia: o amor por missões. Há um clamor vindo de todas as nações. O mundo clama por paz, saúde, educação, justiça, amor. O mundo clama por Cristo. Somente no Senhor Jesus é possível encontrar as respostas aos questionamentos da humanidade. Ele chama todos os alcançados pela sua Boa Nova a fazer com que a resposta chegue aos lugares mais remotos. Não importa qual é o seu papel dentro desta missão. De alguma forma, Deus o usará para levar a sua mensagem até os confins da Terra no tempo e lugar escolhidos por Ele. Este é o foco da Campanha 2015 de Missões Mundiais – “Meu Chamado, Voz de Deus às Nações”: levantar vocacionados a fazer parte dos planos
Hoje é Dia de Missões Mundiais de Deus com tudo o que são, sabem e têm. Aproveite este dia para refletir: até onde seus dons e talentos podem levar a voz de Deus? Talvez não seja possível mensurar o alcance da mensagem do Evangelho a partir do uso da sua vocação. O importante é saber que a partir do momento em que você decide dedicar a sua vida para o Reino, o Senhor a usará. Aquele momento em que você leu as notícias dos campos missionários e resolveu conversar com o Pai sobre as necessidades ali apresentadas, a voz de Deus foi além. A oferta entregue para o Dia Especial de Missões Mundiais também foi voz de Deus. A viagem voluntária ao campo não foi turismo; foi emprego de dons, tempo e talentos na prática do amor do Pai. O momento em que compartilhou sobre missões com outra pessoa foi a forma encontrada por Deus para fazer ecoar a Sua poderosa voz. Sabemos que Deus chamou todos nós, mas a cada um Ele deu um projeto, um
Ca do rtas s le ed ito ito r@ ba r tis tas es .co m
As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail (editor@batistas.com), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).
ministério. A partir da descoberta desta nossa vocação, alcançaremos o resultado que Deus espera de nós. Vocação não é coisa apenas de pastor. Vocação é de todo cristão. Todos somos vocacionados. Inúmeras vezes a Bíblia nos mostra que Deus nos vocacionou como um povo para louvá-lo, mas, principalmente, para levar a mensagem do Evangelho às nações. Por isso, escolhemos para esta Campanha o texto do apóstolo Paulo que diz que Deus, pela graça, lhe deu o desafio do apostolado em relação aos gentios. Pegando o exemplo de Paulo, queremos apresentar esse desafio às pessoas. Foi a partir de Paulo que cresceu a visão de alcançar não somente judeus, mas também os gentios. De certa forma nós estamos aqui porque o apóstolo Paulo respondeu a essa vocação, a esse chamado. Hoje ainda há mais de 4 bilhões de pessoas que não foram alcançadas, e nós precisamos entender que todos temos responsabilidade com elas. Precisamos alcançar
essas pessoas orando, contribuindo, indo, mobilizando. Deus nos chama para isso. Há uma clara compreensão hoje entre os que estudam missões de que o Brasil é uma das forças principais nessa ação. Nós precisamos entender que vivemos nesse tempo e precisamos responder às questões desse tempo. Você tem um chamado. Todos temos um chamado. Permita-se ser usado por Deus. Na sua cidade, no seu estado, no seu país ou do outro lado do mundo, não importa o local ou a circunstância. Deus quer falar através de você, seja resposta àqueles que clamam. E a JMM está aqui para conectar a Igreja de Cristo aos campos missionários. Não cale o seu chamado. Vamos viver de forma que todos os dias sejam “Dia de Missões Mundiais”, dias de ganhar vidas para Cristo, não importa de qual continente elas sejam. Vem com a gente ser voz de Deus às nações.
Vontade de Deus
situações que vivenciamos hoje em dia no seio das igrejas. Indo direto ao ponto, mas com tom paternal, o artigo definitivamente induz à reflexão. Parabéns ao escritor e parabéns ao O Jornal Batista pela publicação, a qual acredito que tenha sido da “vontade de Deus”. Todos nós, leitores, saímos enriquecidos com ela.
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ou leitor de O Jornal Batista há um bom tempo e tenho apreciado todos os artigos publicados, porém, o artigo intitulado “Vontade de Deus”, escrito pelo pastor Julio Oliveira Sanches, publicado na edição de 22/02/2015, realmente me induziu a escrever-lhes para agradecer pelo conteúdo. O autor foi muito feliz ao redigi-lo, pois, com clareza, concisão e fundamentação bíblica, expôs
João Marcos Barreto Soares, pastor, diretor-executivo da Junta de Missões Mundiais
Benjamim Tercio de Araujo, membro da Primeira Igreja Batista em Cruzeiro – SP
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Acredite, milagres ainda acontecem!
Almir Luiz Gabardo, diácono da Primeira Igreja Batista de Curitiba - PR
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uitas vezes, quando lemos as Escrituras Sagradas, imaginamos que os milagres aconteciam, na maioria das vezes, nos tempos de Jesus. Cegos eram curados, paralíticos voltavam a andar, endemoniados eram libertos, água se transformava em vinho, pães e peixes eram multiplicados para saciar a fome da multidão que seguia Jesus, e tantos outros que, pelo espaço reduzido que me sobra para escrever este artigo, deixo que a imaginação dos irmãos continue trabalhando para fazê-los lembrar de tantos outros milagres operados por Jesus e seus discípulos. Milagres continuam a acontecer nos dias em que
vivemos, ou só ansiamos termos vivido na época em que todos eles aconteceram? Eu sei que muitos de nós, que vivemos pela fé e sabemos quem é o nosso Deus, o grande Eu Sou, podemos testemunhar de impossibilidades que se transformaram em realidade em nossas vidas e nas vidas daqueles a quem amamos. Permitam-me compartilhar o que aconteceu com minha família durante o casamento do meu filho no dia 18 de outubro de 2014. O local escolhido pelo meu filho e pela minha nora foi uma linda chácara cercada por belas árvores e um lindo lago ao centro do local onde foi montada toda a estrutura da cerimônia, incluindo o púlpito. Durante duas semanas, eles e nós, acompanhávamos a previsão do tempo
para nos precavermos em caso de chuva. As informações eram que não haveria chuva, apenas o céu estaria encoberto por nuvens. Confiamos na previsão do tempo, mas, nos esquecemos que moramos em Curitiba e, por aqui, tudo pode mudar muito rapidamente. E foi o que aconteceu. No dia 17 de outubro tivemos um grande temporal na cidade e nos arredores com destruição de casas e alagamentos. Esta chuva continuava severa até as primeiras horas do dia dia do casamento. Acordei cedo, olhei para o céu carregado de nuvens e falei com o Senhor: “Eu acredito em milagres”. De hora em hora eu orava e dizia: “Eu continuo acreditando em milagres. Orei e falei com Deus até as 16h do dia da cerimônia, quando fui buscar minha esposa
que estava em um salão de beleza a 50 minutos de carro do local do casamento. A cerimônia aconteceria às 17h30min. Ao sairmos do salão, alguns pingos de chuvas batiam contra o para-brisa do nosso carro e continuei falando com o Senhor: “Continuo crendo em milagres”. Ao nos aproximarmos do local da cerimônia, olhei para o céu e percebi que entre as nuvens carregadas, havia um céu azul e sem nenhum pingo de chuva batendo contra o vidro do carro. Estacionei na parte alta da chácara e tive uma visão maravilhosa. Todos os 300 convidados sentados ao redor do lago e o querido pastor Ricardo Lebedenco esperando os noivos para celebrar o casamento. Nenhuma gota de chuva caiu sobre o local durante toda a festa que se encerrou por
volta da 1h. A palavra foi abençoadora, tocando o coração de todos que ainda não tiveram um encontro com Jesus. Pude testemunhar para muitas pessoas o que Deus fizera com toda a alegria da minha alma. Mais milagres? No dia seguinte, dia 19 de outubro, a chuva reiniciou às 7h e se prolongou durante todo o dia sem dar descanso a nós, curitibanos. Deus é bom. Deus é muito bom. Sim, milagres acontecem e eu louvo a Deus porque Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Como é bom adorar a um Deus assim. Muitas vezes se não vivenciamos os milagres em nossas vidas, é porque precisamos exercitar a nossa fé, nem que seja do tamanho de um grão de mostarda, e a resposta virá com toda a certeza. Deus os abençoe. Fiquem na paz.
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GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia
Mulher virtuosa, joia preciosa Rogério Araújo, jornalista, escritor, diácono da Igreja Batista Neves – São Gonçalo - RJ
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busca constante na vida do homem – por mais que alguns prefiram a quantidade para demonstrar-se ser um “homem de verdade” – é a qualidade em alguém que tenha tudo o que precisa para lhe fazer o bem e para lhe completar. Provérbios diz: “Mulher virtuosa, quem a achará? Ela vale muito mais do que joias preciosas” (Pv 31.10). E não é verdade? Riqueza nenhuma, tesouro algum pode ser melhor do que achar essa pedra preciosa chamada mulher.
Um ditado popular diz que “Atrás de todo grande homem existe uma grande mulher”, porém, não seria, na verdade, ao lado, em vez de atrás? A mulher não é sombra do homem, mas alguém que o coloca para frente, o apoia, e sempre está ao seu lado. As qualidades de uma mulher que a fazem joia preciosa na vida do homem são: Confiável - Aquela pessoa em quem se pode contar para tudo: “O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro” (Pv 31.11) Bondosa - Uma pessoa do bem, calma, agradável: “Ela não faz bem, não tem mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12)
Sobre o que estamos conversando? Não é preguiçosa – Guerreira, que luta pela vida a dois ou pela família inteira: “Ela busca lã e vinho, e trabalha de boa vontade com as mãos” (Pv 31.13). Forte - Uma fortaleza que não se abala por nada e incentiva, não desestimula: “Dedica-se com determinação e se esforça” (Pv 31.17). Com todas essas “virtudes”, será uma joia que brilha junto com a vida do homem, confirmando o que o próprio Deus falou em Gênesis: “Não é bom que o homem esteja só; eu lhe farei uma ajudadora que lhe seja adequada” (Gn 2.18). Parabéns às mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, em 8 de março!
“E ele lhes disse: que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?” (Lc 24.17)
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á ressuscitado, Jesus se encontra com dois discípulos, indo para Emaús. Eles estavam tão abatidos que “Jesus perguntou – O que vocês estão conversando pelo caminho?” (Lc 24.17). Sobre o que conversamos, na caminhada de nossa vida cristã? Não parece que gastamos nosso tempo só lamentando as circunstâncias em que vivemos, neste mundo de maldade? Será que facilmente nos esquecemos das previsões de Jesus, dizendo que “No mundo tereis tribulações?”. Mais ainda, será
que, acima tudo, não levamos a sério a Sua promessa – “Tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33)? O Jesus com quem nos comunicamos hoje, é o Cristo ressuscitado. Por que razão só falamos da nossa tristeza, por causa da sua morte? Na frase “Eu venci o mundo” o nosso mundo está incluído. Nossas tentações, frustrações, tristezas estão incluídas. Sobre o que, então, deveríamos estar conversando, pelo caminho? Não deveria ser sobre as vitórias garantidas pelo Senhor? Saibamos ou não, Ele está caminhando conosco. Por isso, é melhor aceitar esta realidade vitoriosa da vida eterna dentro de nós, não importando as dificuldades do caminho.
Mulheres de Deus vitoriosas
D’Israel (Israel Pinto da Silva ), colaborador de OJB, membro da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro Mulheres de Deus são diferentes Nos corações; nas mentes Mulheres de Deus ficam buscando Santificação por completamente
Não ficam sentadas em mesas de bares Sujeitas a certos olhares Nunca praticam a idolatria Não consultam mortos e não acreditam Em Quiromancia, Tarô e Horóscopo Em Mapa Astral e não ficam fazendo Regressão Não dão sua mão pra cigana ler São boas esposas, noivas e namoradas São confiáveis e respeitadas Mulheres de Deus estão sempre orando Ficam vigiando constantemente E ficam lendo a Bíblia Sagrada Sempre estão pensando nas coisas de Deus São fortalecidas espiritualmente Mulheres de Deus só querem fazer A Sua vontade por completo E buscam sempre o Reino de Deus Mulheres de Deus amam o seu semelhante como a si mesmas São caridosas e prestativas, mui ponderadas
Andam com Jesus no caminho reto Que as levam ao céu diretamente Mulheres de Deus têm palavras vivas Saídas da boca de Deus Não são faladeiras; não são revanchistas São pacientes e equilibradas; mui conselheiras Não perdem de vista a sua missão Na face da terra- Evangelizar Martha, Maria, Ana e Ruth Ester, Judith, Débora, Dorcas Foram mulheres de Deus; mulheres levitas Sempre dobrando joelhos no chão A Deus suplicando, com toda certeza Sabedoria, discernimento da sua Palavra Perseverança na sua fé e libertação Mulheres de Deus são aquelas que dizem Nós e nossas casas a Deus serviremos Não as derrubam com suas mãos Nas suas portas colocam os seus mandamentos Para serem cumpridos e obedecidos em todos os momentos E têm certeza de que vão entrar no seu Paraíso Mulheres de Deus são virtuosas Têm o perfume de Cristo; são vitoriosas Salve o Dia Internacional da Mulher- de Deus!
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PARÁBOLAS VIVAS
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João Falcão Sobrinho
Trinta anos depois, a parábola viva Silvia Néli Falcão Barbosa, filha
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eu pai escrevia. Escrevia poesias, livros, mas era conhecido mesmo por suas parábolas, publicadas na coluna semanal de O Jornal Batista “Parábolas Vivas”. Esta Coluna teve início em 1952, mesmo ano da sua formatura no Seminário do Sul, aos 22 anos de idade. Durante 62 anos foi colaborador fiel deste Jornal, trazendo para estas páginas histórias da vida cotidiana. Sim, meu pai era um colecionador de histórias da vida real. Na semana antes de partir para junto de Jesus - sua maior inspiração enquanto escritor - me contava o esboço de sua mais recente parábola, que ficou rascunhada em meu coração. Dia 13 de dezembro de 2014, o irmão Apolônio o levou à Primeira Igreja Batista de Irajá - RJ, com seu táxi missionário. Era o culto de gratidão pelos 80 anos da
Igreja e 10 anos de ministério do pastor. João Emílio à frente daquela Congregação. Meu pai estava feliz, contou-me depois o irmão Apolônio, ao descrever a emoção do culto no retorno para casa. O culto fora lindo, mas beleza maior ficou incógnita. Esta, meu pai nos contou ao longo daquela semana. No sábado, dia 19, pedi que ele me contasse os detalhes da história, que compartilho agora com seus fiéis leitores. Ao final do culto, junto com o pastor João Emílio, meu pai foi para o alpendre da Igreja cumprimentar o povo, coisa que ele gostava de fazer com a devoção de quem ama as pessoas. Entre os muitos abraços e cumprimentos, uma mulher de seus 50 anos segurou-lhe a mão e disse, já com a voz emocionada: “Posso lhe falar um instante?”. Como era de seu costume prestar atenção nas pessoas, meu pai voltou-se para a senhora à sua frente com interesse: “Claro irmã, pode falar”. Afastaram-se um pouco do aperto da saída e
veio a confissão: “Sabe pastor Falcão, quando eu soube que o irmão estaria aqui hoje, fiz um esforço especial para vir, pois precisava lhe contar uma coisa”. E com a voz embargada continuou: “Há trinta anos eu estava em uma sala de espera para realizar um aborto. Uma mulher desconhecida colocou em minhas mãos um exemplar de O Jornal Batista. Comecei a folheá-lo, apenas para apressar o tempo daquela espera sem fim. Mas a palavra aborto em uma de suas parábolas me fez parar e ler o que estava escrito1. Falava dos motivos pelos quais uma mulher não deveria fazer um aborto. Era uma agressão à vida que eu trazia, e a escolha era minha”. A senhora conteve as lágrimas para continuar, disse-me o meu pai. Mas nesse momento eram as lágrimas dele mesmo que estavam abafadas no canto dos seus olhos. E, com a sensibilidade de quem conta a vida, ele continuou a narrativa da 1 Parábola Viva, publicada no O Jornal Batista de 18/11/1984, com o título “Salvo duas vezes”.
mulher: “Ali no meu ventre estava uma pessoa que Deus já amava como tal. Terminei de ler a parábola aos prantos e saí daquela sala de espera decidida a não fazer aquele aborto. Era uma menina! Eu me converti e hoje minha filha está com 29 anos, uma bênção. Deus usou aquela parábola para mudar o rumo da nossa história”. Meu pai não perguntou o nome daquela senhora que saiu apressada. A emoção já não podia ser contida. Outros cumprimentos vieram, mas a imagem daquele rosto pleno de gratidão marcou sua memória. Em seguida, com toda simplicidade de quem não se dá conta da grandeza do seu próprio caminho, meu pai me diz: “É incrível como Deus usa uma simples parábola para mudar o curso de duas vidas. E eu nem sei o nome delas ou onde encontrá-las”. “Pai, isso dá uma parábola!”, eu exclamei. E ele respondeu: “Essa é uma verdadeira parábola viva”. Tudo o que ele desejava, do mais profundo do seu ser, é que
seus escritos fossem canal de bênção para as pessoas, que suas parábolas gerassem vida no coração dos seus leitores. E assim foi. O Jornal Batista completa 114 anos. Essa história é a prova de que, mais do que informação, esses mais de cem anos estão comprometidos com a transformação de vidas. Meu pai escreveu. O Jornal Batista publicou, e Jesus transformou o caminho certo da morte em esperança de vida. Meu pai não teve tempo de colocar essa parábola no papel. Mas escreveu-a em sua própria história. O autor da vida levou o escritor das parábolas. Acredito que ainda ouviremos muitos outros testemunhos como esse, mas fico agradecida que Deus tenha permitido ao meu pai uma última vez contemplar o agir de Deus através de suas histórias. Que os escritos deste Jornal e seus colaboradores continuem a ser instrumentos que Deus usa para abençoar o outro que anseia pelo bálsamo da palavra certa, na hora certa.
Pastor João Falcão Sobrinho, um homem de paz Dinelcir de Souza Lima, pastor da Igreja Batista Memorial de Bangu - RJ
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os idos de 1968 fui trabalhar na Junta Executiva da Convenção Batista Brasileira. Era um menino de 18 anos, influenciável e pensava que influenciava; dependente, e pensava que era independente, sem saber quase nada, e pensava que sabia tudo; obediente, e reativo à subserviência. Era um jovem bem menino ainda, um simples auxiliar de escritório. Como crente em Cristo, estava encantado. Podia trabalhar para o Reino de Deus e, como companheiros, encontrei irmãos em Cristo dos
quais guardo lembranças até hoje. Dona Léa era a cozinheira. Analfabeta, pedia que lêssemos os conteúdos de caixinhas e embalagens para armazenar de maneira a poder identificá-las. Já idosa, tinha um coração de avó para conosco. Professor Paulo Araújo, diácono, alegre, conduzia o escritório com eficiência e amizade. Quase todo dia me dava carona até Guadalupe, onde residia. Jônia Curvacho Cerqueira, jovem dedicada, amável, cumpria seu papel de secretária com muita dedicação. Mas, nós, tínhamos um chefe, o secretário-executivo, pastor João Falcão Sobrinho. Comecei a ter contatos com ele. Chamava-me em sua sala
e me dava pequenas tarefas. Seu modo de falar era manso, ponderado e sem “superioridades”. Tratava-me mais como um irmão em Cristo do que como um funcionário subalterno. Às vezes, nos encontrávamos nos corredores e sempre me dirigia palavras além de bom dia, ou boa tarde. Gostava de orientar e dar conselhos. E, o que mais me impressionou em nosso relacionamento profissional, foi um dia ter me pedido que orasse por ele, por algum projeto que tinha em sua vida familiar. Não revelou qual projeto, mas me pediu para orar. Nunca me esqueci daquele momento. Os tempos passaram. Saí da Junta Executiva e fui tra-
balhar com o pastor Ubiracy, na Junta Patrimonial. Era só a diferença de um andar. Continuamos nos encontrando ocasionalmente e conversando brevemente. E pude aproveitar muito para a minha vida. Fui dar uma volta por empresas do governo, e terminei me entregando para o ministério pastoral. Encontrei o pastor João Falcão no Seminário e, depois, em encontros de pastores e Convenções. O último encontro que tive com ele foi em um acampamento de pastores em Rio Bonito há cerca de dois anos. Conversamos longamente e nossa conversa terminou com a seguinte frase dele: “Já posso partir, Deus
tem permitido que eu veja a paz entre o povo dele”. No final do ano passado fui surpreendido com a notícia de que o pastor João Falcão Sobrinho havia partido para a presença de Deus. Fiquei triste, não quis acreditar, procurei notícias e não as encontrei. Fui conhecendo os fatos aos poucos, através de informações pessoais. Esta semana li o artigo do seu filho, a quem também chamo de pastor Falcão, e dei graças a Deus por ter convivido com um homem tão simples, porém, de tanta importância para sua família e Reino de Cristo. Sei que ele partiu preparado, em paz, como quem cumpriu a sua tarefa deixada por Cristo.
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notícias do brasil batista
Dia Internacional da Mulher Maria Nery, colaboradora de OJB “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de joias preciosas” (Pv 31.10).
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dia 08 de março é considerado o Dia Internacional da Mulher. Assim, é comemorado no Brasil e em vários países um dia especial em homenagem a todas as mulheres. E, neste dia, é muito importante exaltar o valor da mulher na sociedade e o êxito alcançado por algumas delas, quando conquistaram um lugar de destaque, como presidente de um país, por exemplo, demonstrando a capacidade de governar uma nação. É também muito importante exaltar as mulheres que se dedicam ao trabalho de uma maneira geral, e as que exercem as suas profissões na área da justiça, medicina, engenharia e na área da Educação e saúde. Todas estas mulheres, no geral, colaboram para o progresso dos países. No Dia Internacional da Mulher é também muito importante chamar a atenção das autoridades mundiais, mostrando que é necessário preservar as leis do direito da mulher com dignidade e respeito, sem nenhuma discriminação. Estas leis existem e precisam ser cumpridas. Lamentavelmente, é impossível não mencionar a triste situação das mulheres que estão sofrendo em vários países por serem discriminadas, humilhadas, desrespeitadas e sem nenhuma liberdade. Àquelas que vivem na pobreza, que não têm nem o que comer e como alimentar os seus filhos, clamando às autoridades do mundo (os Direitos Humanos) que elas precisam de proteção e ajuda. Para estas mulheres tão sofredoras, é preciso que elas mantenham a esperança de que Deus, com o seu poder, e os governantes das nações, juntos, atendam ao seu clamor. É também necessário falar a respeito das mulheres que, por certas situações, entram pelo caminho da perdição, destruindo suas vidas e perdendo a sua dignidade e o seu respeito, entrando na prostituição, nas drogas e outras situações desagradáveis e tris-
Missionária Helga Kepler Fanini, Igreja Batista Memorial - Niterói - RJ
Senhora Sara Mendoza Barrios, presidente UFBAL - União Feminina Batista da América Latina
Aildes Soares Pereira, vicepresidente da UFBAL Brasil
Senhora Raquel Contreras, presidente DFBAB Mundial - Departamento Feminino Aliança Batista Mundial
tes. Para estas mulheres, é preciso acreditar que existe um Deus de poder, que está sempre perdoando e transformando provações em bençãos. Esta é a esperança para todas as mulheres que querem mudar de vida e serem dignas de respeito, como realmente são as mulheres. Neste dia tão significativo, é muito importante exaltar as mulheres religiosas, que são mensageiras do ensino da Palavra de Deus para que as pessoas encontrem o caminho da salvação. Apresento com muita satisfação algumas mulheres cristãs evangélicas da denominação Batista, que muito colaboram para evangelização, a fim de ganhar o Brasil e o mundo para Cristo, e ocupam um lugar de destaque internacional: senhora Raquel Contreras – presidente do Departamento Feminino da Aliança Batista Mundial. Ela é de nacionalidade chilena, um dos países da América Latina. Está exercendo esta missão cristã com muita dedicação.
É uma mulher admirável, muito consagrada a Deus, e uma serva do Senhor que, por onde passa, deixa mensagens sábias demonstrando ser ela grande conhecedora dos ensinos da Palavra de Deus. Nestas suas mensagens, ela fala sobre a grande importância das mulheres terem fidelidade para com Deus, demonstrando a Ele a sua fé, o seu amor, e a sua esperança em seguirem em direção ao caminho da salvação. Ela fala que a fidelidade para com Deus a acompanha todos os dias de sua vida, por isso, ela se considera uma mulher cristã feliz. A senhora Raquel como presidente do Departamento Feminino da ABM, visita vários países dos cinco continentes, recebe o apoio e a colaboração das mulheres Batistas que sã o pr esidentes da U FB de cada continente - UFB da Ásia , África , Europa, América Latina, América do Norte, Caribe e Sudeste do Pacifico. E com esta união, elas promovem um trabalho muito abençoado. Senhora Raquel, que Deus
te abençoe e te guarde hoje e sempre. Senhora Sara Mendoza Barrios – presidente da União Feminina Batista da América Latina - está exercendo este cargo no período de 2013 a 2018 com muita dedicação. A senhora Sara é de nacionalidade Venezuelana, um outro país da América Latina. É uma mulher cristã, serva do Senhor, meiga, e muito culta. É professora de nível superior de Espanhol e Literatura. Entre todas as suas atividades, que vem realizando e promovendo atividades entre as mulheres da América Latina, ela conserva o trabalho do PEPE - Programa de Educação Pré Escolar para América Latina -, como também incentiva as mães que levem os seus filhos para a Igreja e aprendam os ensinamentos da Palavra de Deus na EBD - Escola Bíblica Dominical. O Brasil, em abril de 2014, foi prestigiado com a presença da senhora Sara, que foi recebida com muita alegria pelas irmãs em Cristo da UFMB Brasil no Rio de
Janeiro.Que Deus, com sua bondade, abençoe a senhora Sara e a UFBAL. Aildes Soares Pereira – vice-presidente da UFBAL (Brasil) - está exercendo esta função no período de 2013 a 2018. Aildes é de nacionalidade brasileira, nasceu no estado de Minas Ger ais, é um a líder Batista muito dedicada da UFMBB - União Feminina Missionária Batista do Brasil -; por mais de 20 anos ocupa o cargo de secretaria de Promoção com muita dedicação. Neste cargo de vice-presidente da UFBAL (Brasil), ela já visitou vários países da América Latina, dando assim a sua valiosa colaboração. Que Deus te abençoe e guarde, irmã. Missionária Helga Kepler Fanini, é uma mulher batista internacional e, por vários anos, percorreu muitos países como presidente da UFMBB. Exerceu este cargo por 12 vezes em muitos anos, com muito empenho. É uma mulher muito consagrada, culta e, por vários países por onde passou, deixou mensagens da Palavra de Deus em português, espanhol, inglês e Alemão. Senhora Helga foi esposa do inesquecível pastor Nilson do Amaral Fanini, que foi presidente da Aliança Batista Mundial no período de 1995 a 2000. O casal Fanini, junto, de mãos dadas, percorreu mais de 100 países dos cinco continentes levando a Palavra de Deus, contribuindo, assim, para que os povos e nações encontrem o caminho da salvação por Jesus Cristo. E por este trabalho tão abençoado foram muito homenageados. Receberam da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ um lindo presente muito significativo: 103 bandeirinhas representando cada país por onde passaram. Senhora Helga está apresentando estas bandeirinhas através de O Jornal Batista. Senhora Helga é membro da Igreja Batista Memorial em Niterói - RJ e ocupa o cargo de presidente do Diaconato e da MCA da Igreja. É presidente de honra do programa evangélico “Reencontro”, na TV Brasil, onde ocupa o cargo de entrevistadora e mensageira da Palavra. Neste dia Internacional da Mulher, que Deus abençoe, guarde, e faça feliz todas as mulheres! “Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres” (Sl 126.3).
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missões nacionais
Missões Nacionais celebra 30 anos de ministério do pastor Cirino Refosco
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astor Cirino Refosco e sua esposa, Regina Refosco, completaram 30 anos como missionários dos Batistas brasileiros através de Missões Nacionais. Em celebração a esta data tão especial, foi realizado no dia 22 de fevereiro pela manhã, um culto de gratidão pela vida do casal na Primeira Igreja
Batista do Fonseca, em Niterói - RJ. Nesse tempo de trabalho, os missionários viveram uma linda história missionária através da vontade e permissão de Deus, onde puderam abençoar grande parte de nosso país. E por tanta dedicação ao Evangelho, Missões Nacionais está muito feliz com o aniversário de ministério do
Casal missionário que dedica suas vidas em Missões Nacionais
casal. O mensageiro no culto foi o pastor Samuel Moutta, gerente-executivo de Missões, que esteve falando sobre a necessidade de referenciais de homens de Deus para nossa geração, citando o testemunho do moço de Saul acerca de Samuel, descrito em I Sm 9.6. Além dele, pastor Valdir Soares, gerente nacional de Evangelização dos Povos Indígenas, irmão Juarez Solino, gerente de administração e suporte da JMN, e outros missionários e funcionários de Missões Nacionais, também participaram desta manhã de muito louvor e adoração a Deus. Que o nosso Deus continue abençoando o ministério do casal pastor Cirino e Regina Refosco em seu trabalho por Missões Nacionais e toda a sua família.
Irmão Juarez Solino agradecendo pelo ministério e família do pastor Cirino e da irmã Regina
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Visão da Igreja Multiplicadora envolve ministério com Surdos em Arapiraca - AL
Parte do grupo de membros da Igreja Batista em Libras, em Arapiraca - AL
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s missionários Flavio Alan e Patrícia Xavier estão em Arapiraca - AL, a fim de promover a expansão do Evangelho entre os surdos que lá existem. Por meio de diversas estratégias, eles têm alcançado vidas na cidade onde plantaram uma Igreja Batista em Libras. Um bom exemplo dessas estratégias é a oportunidade de relacionamento discipulador que surge durante os encontros com surdos que ocupam a praça no bairro Bosque, todas as sextas-feiras. Lá, os missionários têm a oportunidade de compartilhar a Palavra, de maneira mais informal. Às quintas-feiras, Flavio Alan e Patrícia exercem ações de Compaixão e Graça – dentro da proposta de Igreja Multiplicadora – por meio de palestras sobre
saúde. A última foi sobre Acidente Vascular Cerebral (AVC). Recentemente, foi realizada a primeira reunião de um Pequeno Grupo Multiplicador (PGM). “A mensagem foi sobre Lucas 10.38-42. É um maravilhoso motivo de mais relacionamento entre nossos irmãos. Nós oramos para que sejamos fortalecidos. Que Bênção!”, declaram os missionários. Todos os domingos, eles também lideram a Igreja Multiplicadora, que faz parte do Ministério com Surdos da Igreja Batista do Farol, em Maceió - AL, com estudos bíblicos discipuladores sobre o caminho para a salvação. Interceda por este ministério, a fim de que o Senhor continue capacitando os missionários e transformando vidas em Alagoas.
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Os Batistas na “Fazenda do Vovô” Francisco Cerqueira Bastos, pastor, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói – RJ
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propósito deste artigo é fazer o registro histórico de um testemunho de dois célebres batistas, que fizeram história aqui no nosso estado e no Brasil: pastores Erodice Fontes de Queiroz e doutor Virgílio Faria. Muitas das memórias do início da evangelização na Fazenda do meu avô paterno - Francisco de Cerqueira Bastos - estão registradas nos livros “Razão de Viver”, do saudoso pastor Erodice, e em várias publicações do notável historiador pastor Ebenézer Soares Ferreira, que passo a relatar sucintamente. O pastor Erodice, em seu livro de recordações, no capítulo XII, páginas 50 a 53, conta que em 1928 assumiu o pastorado das Igrejas Batista de Pádua e Cabeceira de Ubá, ocasião em que, a convite do irmão Juquinha Alvarenga, percorreu mais de 60 Km para pregar na casa de um interessado, fora do seu campo de trabalho, de nome Osório Garcia, membro de uma grande família - Cerqueira Garcia e Cerqueira Bastos. Erodice se refere àquele culto, relativamente pequeno, dizendo: “...Eu mal podia supor que ali estava o gérmen, e a origem do maior e mais glorioso trabalho do meu ministério no estado do Rio de Janeiro”. E o pastor Erodice prossegue, no seu já citado livro, contando o capítulo mais emocionante: “Quando voltávamos da casa do irmão Osório e passávamos junto da grande sede da Fazenda Santa Rosa, disse-me o companheiro: ‘Aqui mora uma grande família dos troncos Garcia-Cerqueira e Cerqueira-Bastos, gente para ser evangelizada’”. Pastor Erodice orou em seu
Sede da Fazenda do Vovô, onde foi organizada a Igreja Batista de São João, em 23 de março de 1931
coração: “Senhor, pelo menos, dá-me uma das almas desta esplêndida fazenda, para Cristo!”. Pastor Erodice conta que na sua segunda ida à casa de Osório Garcia, já agora acumulando a direção do Colégio Batista Fluminense, na cidade de Campos dos Goytacazes - RJ, desembarcando em Lage (distrito de Itaperuna - RJ, naquele época) e não encontrando a condução que o levaria ao local da pregação, hospedou-se no hotel e perguntou ao hoteleiro “Se conhecia ali uma família que pudesse ter interesse em matricular seus filhos no Colégio”, no que este indicou a casa da família Cerqueira, dona da Fazenda Santa Rosa, que estava veraneando ali. E prossegue o pastor Erodice - que ganhou o epíteto de “Príncipe dos Pregadores Fluminenses”: “Lá chegando, apresentei-me pelo nome e também como diretor do Colégio”. Tia Lília - Lília Mendes Cerqueira, casada com meu tio doutor José Cerqueira Garcia -, uma mulher resoluta e de comunicação fácil, foi logo dizendo: “Nós já o conhecemos pelo nome, pois costumamos assistir
Errata Onde se lê: “Maria Nery, colaboradora de OJB”, na autoria do texto intitulado como “Trinta anos de mães unidas em oração no mundo”- (Edição 05, de 01/02/2015, página 12). Leia-se: “Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa”
aos cultos em casa do senhor Osório Garcia e em outros lugares lá por perto da fazenda onde moramos. Já temos a Bíblia e nos consideramos crentes”. Pastor Erodice pediu-lhe a Bíblia e ao abri-la deparou com uma nota de um mil reis - a nota de maior valor naquele tempo - e, ao que tudo indicava, estava ali havia muito tempo. E mais uma vez uma das famosas frases do grande obreiro: “Vocês estão com o pão dentro de casa, todavia, estão com fome”. Tia Lília foi batizada pelo pastor Erodice no açude da Fazenda São João, de propriedade do meu avô, local onde a Igreja foi organizada. A partir dali, as conversões ocorreram em todas as famílias e nos colonos da fazenda - meu
avô já havia dado alforria aos seus escravos. A Igreja Batista organizada na Fazenda do meu avô paterno, no dia 23 de março de 1931, transferida mais tarde para a Fazenda Santa Rosa, com o nome de Igreja Batista de Santa Rosa, foi pastoreada, nos seus primórdios, pelo pastor Erodice, tendo como secretário Nilo Cerqueira Bastos - mais tarde consagrado ao ministério -, e como tesoureiro, Manoel Cerqueira Garcia - meu pai. Foi a Igreja de zona rural, na época, a mais próspera do Campo Batista Fluminense, chegando, inclusive, a hospedar a Convenção Batista Fluminense. Um outro testemunho eloquente, vár ias vezes repetido, é o do saudoso pastor e brilhante advoga-
do doutor Virgílio Faria, companheiro e protagonista daqueles tempos ao lado do pastor Erodice, que, nas nossas Assembleias, toda vez que me encontrava, dizia: “Nunca mais se levantará um trabalho como aquele da fazenda do seu avô”. De lá saíram vários pastores, a começar pelo patriarca Nilo Cerqueira Bastos, neto do vovô e administrador da Fazenda de São João, antes da sua divisão entre os herdeiros, seus filhos Jair, Josué, Judson e seu primo - autor deste artigo, e mais: João Lemos, Berilo Rosa, Francisco Rosa, Isidoro Santos e Macre. Vovô faleceu na Fazenda, no ano de 1935 - ano que eu nasci e, por isso, recebi o seu nome. Segundo o testemunho do pastor Erodice, no livro citado, morreu crente, mesmo sem ser batizado. Os ex-escravos fizeram questão de levar o seu caixão, percorrendo muitas léguas, até Retiro do Muriaé, na época, distrito de Itaperuna, onde está sepultado na capela da família. Pastor Erodice encerra suas recordações de Lage, naquele tempo distrito de Itaperuna, e de toda a região, dizendo: “A recompensa de não se desprezar o ‘dia das coisas pequenas’ (Zc 4.10), traz-me à memória uma saudosa lembrança do primeiro culto na casa do irmão Osório: Eu plantei, o Nilo regou, e Deus deu o crescimento, que há de perdurar até Jesus voltar!”.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA A 86ª ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA UNIÃO FEMININA MISSIONÁRIA BATISTA CARIOCA – UFMBC Na qualidade de presidente da União Feminina Missionária Batista Carioca UFMBC - em cumprimento ao Artigo 6º do Estatuto da União Feminina Missionária Batista Carioca, convoco as mensageiras das Organizações Femininas das Igrejas Batistas deste município para a realização da 86ª Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 11 de abril, sábado, a partir das 08h30min., na Primeira Igreja Batista da Vila da Penha, situada à Av. Meriti, 2.470 - Vila da Penha - RJ, para eleição da diretoria 2015/2016, bem como analisar e deliberar sobre assuntos gerais de interesse da União. Rio de Janeiro, 08 de março de 2015 Márcia Fernandes Kopanyshyn Presidente - União Feminina Missionária Batista Carioca
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Retiro “Integralmente Submissos a Cristo” Paulo Francis Jr., colaborador de OJB
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Primeira Igreja Batista de Presidente Venceslau - SP, sob o comando do pastor Jaime Deocleciano, realizou nos dias 16 e 17 de fevereiro, o Retiro Espiritual “PIB & PIB”, na aconchegante Chácara Bethelsdorf, no Jardim Ipanema, de propriedade do irmão em Cristo, Walter Ramsdorf. O encontro teve como base o tema deste ano da Igreja Batista, de acordo com a 95º Assembleia da Convenção Batista Brasileira, “Integralmente submissos a Cristo”. Muitos irmãos e jovens, inclusive da capital paulista, fizeram questão de participar da programação evangélica nos dois dias do evento. Basicamente, foi servido, por volta das 8h30, o café da manhã; depois louvores, devocional e pregação; almoço, lanche, jantar reforçado e culto a partir das 20h, além de gincanas bíblicas que uniram os participantes em busca de conhecimento e sabedoria, em volta do Senhor Jesus, sempre destacando a ênfase do desafio de submissão ao Mestre. Também a divisa deste ano da PIB foi motivo de extensa reflexão. O texto, que encontra-se em Romanos, norteou grande parte das meditações: “Libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para
a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6.22). O encontro também foi regado pelas chuvas tão aguardadas, não somente em Presidente Venceslau, como também no Brasil. As orações tiveram também esse momento de gratidão ao Senhor, pela misericórdia de molhar a terra. No último dia do retiro espiritual, à noite, o culto de encerramento esteve a cargo do irmão Paulo Francis Jr., que
emblematicamente reforçou a necessidade de obediência e submissão diante de Deus. Para que a noite e a instrução de Deus jamais fossem esquecidas, o “irmão Paulo”, como é carinhosamente conhecido, trouxe uma telha que mostrou aos irmãos antes de começar sua prédica. Pediu aos jovens que prestassem bastante atenção para o que seria dito, pois aquele objeto ajudaria no processo de lem-
brança das palavras que comporiam o sermão. O tema da sua pregação foi: “Desça do seu pedestal”, meditação que teve como núcleo a carta aos Filipenses, no capítulo 2, versículos de 1 ao 11. Explanou que “Devemos considerar os outros sempre superiores a nós mesmos. Onde aparece a nossa humildade? Nos nossos relacionamentos uns com os outros”. Reforçou que a humilhação vem sempre antes da exaltação; Cristo passou por isso. Destacou para que todos “Fossem ao momento do Getsêmani, em que Jesus demonstrou sua plena submissão ao Pai, chorando lágrimas de sangue por cada um de nós, sem desistir da sua nobre missão”. Alertou sobre o perigo do orgulho, principalmente o orgulho espiritual. Fez considerações sobre a arrogância destes tempos onde “Nós gostamos de ‘ostentar’ as
coisas para ver o nosso irmão humilhado”. Não adianta, prosseguiu, “Erguer as mãos e cantar freneticamente na Igreja, se o seu coração está cheio de soberba, de falta de perdão, de vingança”. Reforçou a necessidade de aceitar a autoridade do pastor de sua igreja. “Se você não consegue ser submisso ao pastor da igreja, dificilmente você será submisso a Deus”, concluiu. O cristianismo verdadeiro exige humildade, serviço e amor ao próximo. Ao final de sua fala, o irmão Paulo Francis trouxe um desfecho memorável. Ao erguer a telha novamente com o braço direito, arrematou: “O cristão verdadeiro não pode falar o que der na telha. O exímio cristão não pode fazer o que der na telha. O cristão tem de ser integralmente submisso ao Senhor Jesus”.
Igreja Batista em Sabaúna - SP comemora 56 anos
Bruna Costa, jornalista
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mês de fevereiro foi comemorado com muita animação na Igreja Batista em Sabaúna, em Mogi das Cruzes - SP. Isso porque a Congregação, de 60 membros, celebrou mais um aniversário. “Comemoramos 56 anos no dia 08 de fevereiro e só temos que agradecer a Deus pelos seus feitos e por permitir que a Palavra dEle
fosse proclamada em todo distrito”, revela o pastor presidente Ricardo Willian Alves. Entre a programação de aniversário, o pastor presidente conta que a Igreja preparou algumas atividades, dentre elas, uma caminhada pelo distrito para anunciar as Boas Novas do Evangelho. “Este ano estamos trabalhando com o tema “Seja Luz”, que faz referência ao texto bíblico de Mateus 5.16. E, para fazer deste versículo uma ver-
dade, no dia do aniversário realizamos a ‘Caminhada da Oração’. Infelizmente, nosso bairro é popularmente conhecido pelas marchinhas de carnaval e bonecos grandes, por isso, tivemos a ideia de andar pelas ruas e orar pelo comércio e pela população”, comenta o pastor, ao dizer que os membros se reuniram ainda para uma vigília durante a semana. Além disso, o pastor Ricardo conta que os cultos tam-
bém tiveram pregadores de outras igrejas, como o pastor antecessor de Sabaúna, Josias Prado. “Foi um grande prazer receber o pastor Josias aqui na Congregação, uma ver-
dadeira bênção. Recebemos também pastores de outras igrejas que, com certeza, alegraram a Deus e tocaram o coração dos presentes com a mensagem”, conclui.
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Oferta do Dia Especial: bênção para a igreja local e para o mundo João Emílio Cutis, pastor da Primeira Igreja Batista de Irajá, - RJ
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odos os anos as igrejas filiadas à Convenção Batista Brasileira são desafiadas a levantar uma oferta para contribuir com o avanço da obra missionária no mundo. Trata-se de uma ocasião repleta de significado. As igrejas que se envolvem nas campanhas são muito beneficiadas. Há um ganho intangível para a igreja local. Por isso, a liderança da igreja deve ser zelosa para que a campanha seja bem feita e transmita aos crentes a grandeza da Campanha de Missões Mundiais. Uma boa campanha possui alguns elementos que passo a destacar: Desafio A campanha existe para que a igreja dê um passo adiante. É relevante o estabelecimento de um alvo a ser alcançado. Ele deve representar um desafio, que dependa de empenho para ser conquistado. Quando existe um alvo, naturalmente há um maior empenho. A experiência demonstra que o alvo serve como ajuda para a igreja chegar mais longe. As igrejas que se envolvem nos desafios missioná-
rios, estão mais prontas para seus desafios locais. Esse é um importante ganho que a igreja tem quando colabora. Quem consegue enxergar para longe, enxergará bem o que está perto. O pastor que sonha com uma igreja ativa, deve abraçar a oportunidade das campanhas para gerar em sua igreja a vibração com desafios. O estabelecimento de um alvo ajuda nisso. Os desafios alimentam o ânimo das igrejas. Elas precisam ser constantemente desafiadas; nada de mesmice e conformismo em apenas manter o trabalho local. Os crentes vibram quando fazem parte de um ambiente desafiador, quando o alvo é ultrapassado. Há um clima de conquista que abre caminhos para que a igreja abrace novos desafios, pois já está condicionada a ser ousada e não temer desafios. O desafio é um componente essencial na empreitada missionária. Não há cumprimento da missão sem desafio, sem ousadia. O mundo atual exige uma ação corajosa da igreja. Temos o enorme clamor dos povos não alcançados. São pessoas sem acesso à Palavra de Deus em seu idioma nativo. Elas vivem em grandes regiões onde a presença missionária exige o emprego de torrentes
de recursos financeiros e humanos, sem os quais é impossível a comunicação constante e abundante do Evangelho. Devemos ser cheios de paixão e fé pela obra missionária. Todo desafio, para ser superado, exige fé. A igreja local precisa crer que Deus pode usá-la na salvação do mundo. Com fé, todas as igrejas podem colaborar, até mesmo as mais pequeninas e com menos recursos financeiros. O que viabiliza a participação de uma igreja na campanha não é a renda per capita de seus membros, mas a fé que abraça desafios. Parceria na evangelização do mundo A oferta do Dia Especial ajuda a igreja a se sentir parceira na evangelização do mundo. Que grande privilégio. Cada real ofertado representa uma gota da graça de Deus em algum lugar do mundo. Quem oferta pode se sentir ao lado do médico missionário que realiza um procedimento, pode se sentir junto a um pregador que leva a preciosa mensagem ou com um missionário que realiza um estudo bíblico em um país distante. Sua contribuição está lá, ainda que seus pés estejam no Brasil. Ao participar da oferta missionária, o crente colabora para uma
obra maior do que ele, pois sua contribuição roda o mundo. A igreja local sabe que sozinha não pode abraçar toda a Terra, mas ao dar as mãos a outras igrejas, ela se torna parte da empreitada missionária global. É bonito quando uma igreja consegue vislumbrar suas responsabilidades para além de seus muros e portões. As igrejas que se fecham não fazem bem a elas próprias, acabam enroladas num emaranhado de lamentações internas que sufocam a essência da missão, perdendo objetividade e foco. É um movimento autofágico. A igreja não deve se iludir com o voo solo. Já dizia o antigo ditado: “Uma andorinha sozinha não faz verão”. O esforço pelo crescimento local é correto e bom, mas sem deixar de lado o princípio estabelecido no Novo Testamento, que incumbe a igreja de realizar sua missão simultaneamente, em vários níveis e regiões, como descreve Atos 1.8. Alegria no cumprimento da Grande Comissão O dia da entrega da Oferta Especial precisa ser uma festa. A festa da Grande Comissão. O olhar da igreja deve se voltar para a execução da obra determinada por Jesus
em Mateus 28.19-20. Esse olhar é ao mesmo tempo desafiador, envolvente e alegre. Não se pode realizar uma campanha missionária com um sentimento de abatimento. Lembremos que “A alegria do Senhor a nossa força é” (Ne 8.10). Além disso, a Palavra de Deus nos ensina: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama a quem dá com alegria, como está escrito em II Coríntios 9.7. Há um componente de felicidade na doação. Doar não é um ato pesaroso. O pesar vem sobre a vida do crente quando ele erra, quando faz o que desagrada ao Senhor. Contribuir para missões é fazer a coisa correta. Fazer missões é uma ordem dada por Jesus. Sempre que esta ordem é cumprida, há sentimento de realização. Quando o cristão faz a coisa certa, a alegria nasce naturalmente em seu coração. Esta é a hora de mais uma vez fazer a diferença no mundo. Este é o momento de levar sua igreja a participar do gigantesco esforço missionário empreendido pelas Igrejas Batistas brasileiras. É o tempo de levantar os olhos com fé, alegria e determinação. O mundo será beneficiado e sua igreja frutificará.
Um dia inteiro de oração por Missões Mundiais
Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais
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ste ano, o segundo domingo de março tem um significado particular para a JMM: além de ser o nosso dia especial, também é celebrado o Dia de Oração por Missões
Mundiais. A intercessão é um dos pilares que ajudam a sustentar a obra missionária no mundo, e um dia inteiro dedicado à oração é o que Missões Mundiais propõe a você e a sua igreja para, juntos, cobrirmos nossos obreiros com orações durante o período de 24 horas.
A intercessão deve fazer parte da vida de todo cristão, pois a comunhão com o Pai é primordial para ser voz de Deus às nações. Muitos são os relatos de nossos missionários sobre oração. Uma dessas histórias é a do missionário Davi, do Norte da África. Certo dia, Davi e a esposa, a missionária Ester, davam aulas em sua escola de futebol quando foram surpreendidos por agentes que os levaram a uma delegacia. O motivo era a simples suspeita de serem missionários, atividade considerada ilegal naquele país. “Apesar de já termos passado por essa situação, estávamos preocupados. Foi então que o milagre aconteceu. Depois de várias perguntas,
o delegado nos pediu um documento a fim de reunir provas de nosso trabalho no país. Seria só mais um documento, se nele não constasse a informação de que éramos sustentados pelas igrejas brasileiras, dado suficiente para sermos presos”, relata Davi. O documento foi entregue, e o delegado mudou de assunto, liberando o casal logo em seguida. Dias depois, o missionário ligou para o Brasil para falar com sua mãe, que começou a chorar após ouvir o relato do filho. “Quando ela parou de chorar, fiquei surpreso com o que me disse, pois no exato momento em que eu e minha esposa estávamos na delegacia, ela estava na igreja com
um grupo de irmãs orando por nós e pedindo a Deus que nos protegesse”, conta Davi, emocionado. Esse episódio narrado por Davi está gravado em vídeo e faz parte do DVD enviado junto com o material da Campanha 2015 às Igrejas Batistas de todo o país. Organize ou ajude a organizar uma programação especial para este Dia de Oração por Missões Mundiais na sua igreja. O importante é participar e se unir a milhares de crentes no Brasil e no mundo, que estarão com os joelhos dobrados em intercessão pelos missionários. Participe e envolva-se com Missões Mundiais. Todos também fomos chamados para orar.
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Carta Missionária - Pastor Caleb & Rebeca Mubarak
O clamor dos refugiados! “[…] seja o defensor de todos os desamparados…” (Pv 31.8b - NVI) “Escutem os fugitivos e refugiados…” (Jr 50.28a - NVI) ! (Paz seja convosco!) Hoje, milhões de indivíduos chamados de refugiados, peregrinam pelo mundo em busca de esperança. E o mais interessante é que a Bíblia reconhece esta realidade e dá recomendações sobre como tratá-los. Nos Escritos Sagrados encontramos histórias de guerra e triunfo, deslocamento e dor, frustração e esperança. A própria história do povo de Deus é marcada por significantes peregrinações por muitos lugares: José como escravo em uma terra estranha (Gênesis 37- 46); Moisés fugindo para Midiã (Êxodo 2.15-22); Rute acompanhando Noemi para uma terra estrangeira (Rute 2); José e Maria fugindo para o Egito com Jesus ainda bebê. Quem são os Refugiados hoje? A agência para refugiados da ONU – ACNUR - define o refugiado como aquela pessoa que, “Temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”1. Esses refugiados enfrentam o desafio constante de deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar sua liberdade. Geralmente, não contam com a proteção de seu próprio Estado e, em alguns casos, é seu próprio governo que ameaça persegui-los. O que será dessas pessoas se outros países não a receberem? Eles poderiam ser condenados à morte ou a uma vida insuportável nas sombras, sem sustento e sem direitos. Refugiados do Mundo Árabe Desde o início das manifestações da Primavera Árabe, vários países da região têm visto seu povo sofrendo com dramáticos deslocamentos, e isso ocorre dentro de seus limites fronteiriços. Mas quando o tema é escapar de sua própria terra, podendo durante essa fuga sofrer perseguição severa, não há o que se discutir, pois os dois países da região que mais se destacam nesse tema são: Líbia e Síria.
Líbia Segundo as agências que trabalham com refugiados, hoje já são mais de 2 milhões de líbios fora do país. Nessa fuga, a maioria perdeu tudo e hoje depende exclusivamente dos países que os têm recebido como refugiados. A Tunísia tem sido o “lar por empréstimo” da maioria desses refugiados, mas mesmo ali, eles precisam ser melhor tratados e cuidados. O número oficial de cristãos dentro do país não chega a um centenar deles, e alguns desses podem estar entre os que já deixaram o país. Síria A guerra civil naquela nação já dura mais de três anos e já causou danos que a geração atual jamais poderá superar. Esses refugiados não têm a mínima ideia se algum dia poderão voltar às suas casas, às suas famílias, e às suas próprias vidas. Líbano e Jordânia são os países onde a maioria dos refugiados sírios estão vivendo hoje. O inverno rigoroso dessa temporada (um dos piores das últimas décadas) tem causado muitos danos a essa população. Vivendo em barracas de lona, várias famílias têm enfrentado vários problemas de saúde e algumas presenciaram dezenas de suas crianças morrendo por causa do frio. É incrível pensar que aquela terra hoje devastada pela guerra, pelo terror e pelo medo foi um dos berços de nossa fé. Lembramos também que alguns dos refugiados conseguem chegar a outros países fora da região do Oriente Médio e Norte da África. Há testemunhos deles em países da Europa, América do Norte e América do Sul. O que diz a Bíblia? Nosso livro Sagrado mostra que o próprio Deus se preocupa pelo bem-estar dos estrangeiros, foragidos e refugiados, e Ele mesmo nos diz como tratá-los: Não os maltratando: Êxodo 22.21; Não tirando vantagem de sua situação: Deuteronômio 24.14; Devemos amá-los e cuidá-los: Mateus 22.39. Nossa resposta Como missionários, chamados a sermos voz de Deus ao povo árabe, não podemos ignorar essas ordens do Mestre, e por isso queremos sim estar envolvidos efetivamente na ajuda aos refugiados. Estamos orando ao Pai e pedindo a Ele a Sua direção de como fazê-lo para também sermos partícipes na “Defesa dos desamparados e necessitados” (Pv 31.8-9). Convidamos você também a se envolver conforme a sua realidade, pois pode ser que alguns deles (refugiados) estejam bem perto de você agora mesmo, mais perto do que você imagina. Eles precisam ser tratados como iguais (Colossenses 3.11); Eles precisam ser bem recebidos - hospitalidade (Romanos 12.13); Eles precisam ser defendidos (Provérbios 31.8-9). Ore conosco Pelos Refugiados da Líbia e da Síria: que eles possam ser alcançados pelo amor do Pai através de Seus filhos e de Sua Igreja; Pelo Servo Generoso: aqui, esse zeloso muçulmano, é também tido como refugiado e, portanto, precisa ser tratado como a Bíblia ensina; Por nossa saúde física e espiritual. 1 http://www.acnur.org
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OBITUÁRIO
Joel Ferreira da Silva Roberto Torres Hollanda, colaborador de OJB
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epois de longa enfermidade, faleceu, na madrugada de 18 de fevereiro de 2015, o irmão Joel Ferreira da Silva (19252015), político amazonense, radicado em Brasília. Frequentando, desde a adolescência e a fundação da Igreja Batista de Constantinópolis - AM, no bairro dos Educandos, recebeu a influência benéfica do seu pastor, doutor Albérico Antunes de Oliveira (1921-1988) que exerceu como suplente, diversas vezes, mandato de deputado federal. Joel Ferreira, depois de Joaquim Nogueira Paranaguá e Aurélio Vianna, foi mais um leigo batista eleito para a Câmara dos Deputados. Natural de Manaus, onde exerceu o cargo de inspetor do trabalho e conquistou o grau de bacharel em direito, colaborou com a Fundação Amazônica. Incentivada pelo pastor Antunes de Oliveira, sua carreira política se iniciou quando, com apenas 29 anos de idade, foi eleito deputado estadual (legislaturas de 1955/1958, 1959/1962 e 1963/1966), tendo exercido, durante 12 anos, funções em comissões permanentes, na liderança do governo e na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, e a de go-
vernador interino do estado (1961/1962). Com a extinção, pelo golpe de 1964, dos partidos políticos, o deputado estadual Joel Ferreira filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB – oposição). Foi deputado federal (legislaturas de 1967/1971, 1971/1975, 1975/1979 e 1979/1983) durante 16 anos, tendo exercido a vice-liderança do MDB (1970, 1972 e 1974) na Câmara dos Deputados, como ardoroso oposicionista, ocupando quase diariamente a tribuna. A convite do governo da Alemanha Ocidental, visitou esse país para estudar o problema habitacional (1968). Por indicação do MDB, participou, em 1971, de um congresso de turismo, em Ancara (Turquia). Em 1979, o deputado paraense Jorge Wilson Arbage, vice-líder da Arena, apresentou projeto de lei propondo a instituição de Nossa Senhora Aparecida, como “Patrona das Forças Armadas”. O papa Pio XI tinha proclamado N.S.Aparecida como Padroeira do Brasil, por isso, em 31 de maio de 1931, na presença de Getúlio Vargas, foi proferido o ato de consagração (GV, Diário, Vol.I, p.64). O relator disse em seu voto que a proposição “Virá satisfazer aspiração não apenas dos militares, mas de todo o povo brasileiro”. Em seu parecer, lúcido e ponderado,
Joel Ferreira afirmou: “As Forças Armadas não podem ser envolvidas em assuntos religiosos, em uma pátria que tem livre a manifestação de pensamento. Até hoje, Nossa Senhora Aparecida é a Padroeira do Brasil, sem necessidade de legislação específica. É padroeira de todos os brasileiros que professam a religião católica. Se sairmos deste ideário de liberdade, poderemos pagar preços demasiadamente altos”. Escrevemos que “Sua destemida atitude, em um episódio muito delicado de nossa história parlamentar, embora pouco divulgado, foi ditada pela necessidade de defender a liberdade religiosa, em perigo iminente. Um valoroso parlamentar batista, honrando a tradição dos evangélicos no Brasil, no momento oportuno, desfechou um golpe decisivo contra a idolatria” (OJB, 20 abril 1980). Graças ao corajoso parecer, o projeto foi rejeitado, unanimemente, por pressão dos militares membros da Comissão de Segurança Nacional, em novembro de 1979. Em conformidade com dispositivo regimental, a proposição deveria ser arquivada. Para surpresa dos constitucionalistas, em 30 de junho de 1980, o general João Figueiredo aceitou a argumentação da bancada católica e sancionou a Lei nº 6.802, declarando feriado nacional o dia 12 de outubro, para cul-
to público e oficial à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Na legislatura de 1983/1987, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional/ Partido Democrático Social, mas não obteve assento na Câmara dos Deputados. Em 1983, concluído o mandato, saiu da arena parlamentar e foi para a área administrativa, sendo nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, do qual foi presidente (1987/1988). Serviu como assessor especial, depois de 1995, do governador Joaquim Roriz.
Em todos os cargos, funções e mandatos, exercidos com honestidade e competência, procurou ajudar os cidadãos. Em 1968 ingressou na associação dos “Gideões Internacionais”, na qual foi, durante vários anos, secretário de distribuição do Novo Testamento em escolas, quartéis, hospitais e presídios. Em 13 de setembro de 2000 tornou-se membro da Igreja Memorial Batista, onde teve importante participação na Assessoria Jurídica. A Igreja realizou um culto de gratidão a Deus por sua vida.
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Orando nos Salmos (1) Salmo 1
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recioso Pai, graças Te dou pela exatidão da Tua Palavra. Ela declara firmemente que é mais que feliz o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e nem se assenta na roda dos escarnecedores. O segredo da felicidade está no prazer em
meditar na Lei do Senhor e fazê-lo dia e noite. Por esta prática muito salutar, o Senhor faz uma analogia com a árvore plantada junto às águas. Ela fica verde, bonita, saudável e produtiva, pois cumpre a missão para a qual foi criada, glorificando o Criador. O Senhor nos ensina que o segredo da felicidade, da vida bem-sucedida, é andar em comunhão plena contigo.
Como é feliz o homem que tem no Senhor contentamento, que tem prazer na comunhão contigo através da Tua Revelação. Que considera o Senhor como a prioridade. É uma vida amorosa, serviçal e comprometida com o caráter de Deus Pai. Mas, Senhor, não são assim os ímpios, os injustos, os que andam na contramão da Tua vontade, em desobediência e
em rebeldia constante. Estes, são como a folha seca, sem vida, como a palha que o vento espalha. São jogados de um lado para outro. São sequíssimos. Vivem uma vida infeliz, sem fruto, sem reconhecer que o Senhor é sempre bom, uma fortaleza no dia da angústia e conhece os que em Ti confiam, segundo o que diz Naum 1.9. Eles são condenados por andarem na incredulidade,
pois “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). O grande contraste entre justos e ímpios está em ter e não ter o Senhor. A Tua Palavra diz que o Senhor recompensa os justos, mas os ímpios serão destruídos, serão condenados eternamente por viverem na injustiça, rejeitando o Senhor e a Sua Palavra. Benditos os que têm prazer na Lei do Senhor porque amam o Senhor.
observatório batista LOURENÇO STELIO REGA
Obedecer a Deus por dever ou por alegria?
O
verbo “dever” é um dos mais utilizados em nossas pregações, palestras e aconselhamentos. Devemos obedecer a Deus, devemos praticar os dez mandamentos, devemos produzir os frutos do Espírito, devemos praticar as bem-aventuranças, etc. Depois de ouvir uma mensagem assim, uma jovem me confessou que a cada domingo era maior o seu sentimento de impotência, por mais que desejasse obedecer a Deus era cada vez mais difícil, pois ela não tinha forças para cumprir com as elevadas exigências que ouvia nas mensagens pregadas. Reinhold Niebuhr menciona que o Evangelho está repleto de possibilidades impossíveis. O próprio apóstolo Paulo menciona no capítulo 7 de Romanos a impotência humana no viver os princípios do cristianismo – “O querer está em mim, mas não o reali-
zar” (Rm 7.18). Em Gálatas 5.16-17 ele novamente fala que há uma guerra espiritual em nós para que não realizemos o que queremos. Isso dá indicações de que nosso querer não foi tão tocado pelo “vírus” do pecado edênico, mas de nada adianta, se temos dentro de nós uma tendência para o pecado - natureza pecaminosa. Há quem acredite que Romanos 7 se refira aos não cristãos, mas o contexto não permite. O capítulo 5 trata da justificação, o capítulo 6 da vida de um justificado, o capítulo 8 da vitória da vida pela graça, então a sequência coloca o capítulo 7 bem no meio da explicação sobre a vida cristã. Penso que o conceito de dever que temos em nossa pregação possa ter duas origens: 1) - doutrina da retribuição e penitência católica – devemos obedecer para não sermos castigados ou para sermos premiados com alguma bênção – daqui surge
o legalismo; e, 2) - doutrina do imperativo categórico de Kant, que tingiu a Teologia Ocidental. Deste último vem o conceito da Ética na Filosofia ser chamada de Deontologia – a ciência do dever. Consultando outros textos bíblicos poderemos ver que o relacionamento nosso com Deus ultrapassa o senso precário do dever. Por exemplo, em I Timóteo 6, temos a descrição do senso de piedade que é aceito por Deus. A piedade aqui não está relacionada com rituais a serem observados, mas a piedade que é aceita por Deus é quando existe contentamento. A palavra contentamento no grego é “autarquia”, que também significa autossuficiência, autorrealização, indica também o concurso da voluntariedade. Uma pergunta chave: você faria algo com contentamento se fosse obrigado? O contentamento é produto de uma opção, da vontade de fazer. Portanto, o exercício da vida cristã, antes
de vir pelo dever, é mobilizado pela voluntariedade, pela alegria, pelo desejo de amar a Deus, de ser leal a ele, de desejar cumprir os alvos para os quais fomos criados, em vez de nossos alvos. A questão, então, não é se devo ou não fazer isso ou aquilo, se devo ou não pecar, mas que eu não quero pecar, pois meu sonho é viver em harmonia e comunhão com meu Deus, Criador e Recuperador de minha vida. O querer eu posso, o realizar fica pela ação de Deus em minha vida pela sua graça, pelo seu Espírito. Aliás, eu não preciso produzir o fruto do Espírito, o fruto é que é produzido pelo Espírito por intermédio de minha vida, como indica Gálatas 5.22-23, assim como as bem-aventuranças. Quando avançamos para além da cruz, chegando na ressurreição, compreendemos que, pelo poder da ressurreição, Jesus não apenas nos dá o céu, mas uma nova vida e
vida em abundância, como diz João 10.10. Viver a vida cristã deixa de ser dever para ser opção de vida, de acordo com Lucas 9.23 – voluntariamente tomar a nossa cruz, morrer e prosseguir até a ressurreição, isto é, entregando nossos corpos como instrumentos da justiça, como relata Romanos 6. Paulo ainda ensina que quando nos sentimos fracos aí é que Deus nos fortalece , como está escrito em II Co 12.10. Basta confessarmos a Deus que não conseguimos ser leais a Ele, pedindo que seu Espírito produza por meio de nós seu fruto, veremos milagres acontecendo em nossa vida, pois não viveremos com medo da punição, nem tentando um dever que não conseguiremos concretizar, mas viveremos com alegria tendo consciência de que o relacionamento nosso com Deus é voluntário, é opção – isso é o centro da vontade de Deus.
o jornal batista – domingo, 08/03/15
ponto de vista
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Um ex-paquito me deixou envergonhado
Neemias Lima, pastor da Igreja Batista do Braga Cabo Frio - RJ
N
o dia 18 de janeiro, no culto noturno, pedi oração pelo missionário brasileiro Alexandre Canhoni, que teve sua casa totalmente destruída no Níger. Mas não sabia que se tratava do ex-paquito da Xuxa, chamado Xand. Na terça-feira, dia 20, foi veiculada uma matéria na “Rede Record” sobre a destruição de sua casa. Ele participou
ao vivo. Assisti a matéria e fiquei envergonhado. Na década de 90, Xand era um dos famosos paquitos e o glamour da televisão não lhe trouxe paz. Em entrevista anterior afirmou: “Era muita competitividade. Muita inimizade. Não me dava bem com ninguém. Um queria ser melhor do que o outro. Se eu disser que era uma família, tudo uma maravilha, mentiria. Até peço perdão aos fãs porque só queria dinheiro e fama. Tinha 17 anos, sem conhecimento nenhum da
vida, filhinho de papai deslumbrado com a fama, com mulher, com carro do ano. Tinha de tudo [em relação a bens materiais], me envolvia com mulheres, usei drogas, experimentei de tudo. Era uma loucura”. Na matéria, Xand destaca: “Assim que me converti, senti grande necessidade de ajudar as pessoas. Pensei em ir a um lugar que ninguém gostaria de ir. Descobri o Níger, não é a Nigéria. É o país mais pobre do mundo, o último em IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. Viemos pra cá e começamos a ajudar essas pessoas”. Em matéria do Jornal “O Globo”, lê-se: “Mais conhecido no passado como paquito Xand, do ‘Xou da Xuxa’, Alexandre desenvolve trabalhos humanitários com crianças na organização evangélica Guerreiros de Deus, com a mulher e quatro brasileiros. Um dos projetos da organização, que oferece refeições à crianças da capital Niamey, tem base no quintal da casa. Por isso, a destruição afetou, tam-
bém, o seu trabalho. O casal oferece, diariamente, 250 pratos de comida para as crianças atendidas. Em todo o Níger são 1.200 refeições. O trabalho é voluntário e conta com a ajuda de cerca de 90 pessoas”. Destaca “O Globo”: “Xand se preparava para o almoço, por volta de 13h do último sábado, quando ouviu gritos e, do segundo andar, viu fumaça saindo de outras casas e templos queimados, além de manifestantes com pedaços de pau se aproximando. Ouviu gritarem ‘casa do Alex’ e se dirigiam a ela. Ele diz que é conhecido em Niamey por seu trabalho humanitário”. Afirmou Xand: “Estamos aqui há muitos anos. Todo mundo me conhece, sabe que somos cristãos. Aqui eles me conhecem não por ser ex-paquito da Xuxa, pelos filmes, de cantar e dançar. Aqui eles nos conhecem como um casal de brancos que chegou em 2001 e começou a ajudar as pessoas”. Xand e esposa conseguiram fugir antes que os mani-
festantes atingissem sua casa e, ao voltarem, viram o estrago: “Tudo foi afetado. Desde panela e prato, levaram tudo. Saquearam, quebraram, queimaram, roubaram. Foi bem difícil para a gente voltar e dar uma olhada. Foi bem triste, a casa está sem luz e sem água e as janelas e o portão estão quebrados, graças a Deus ninguém ficou ferido”. O momento é de emergência, pois terão que começar do zero. Na “TV Record”, chorando, disse: “Não sairemos daqui, conversamos eu e minha esposa, só sairemos se Deus nos der uma ordem muita clara ou o governo nos expulsar dizendo que só ficarão os muçulmanos”. Sinceramente, fiquei envergonhado com minha participação em missões. E, sem presunção, tentamos fazer alguma coisa. Mas vi que, diante de uma decisão como a de Xand, tenho feito muito pouco. Ainda este mês, nossa Igreja começará a ajudar o projeto. Não esperava, mas um ex-paquito me deixou envergonhado.
que faço sempre tem resultados imediatos. Se ofendo alguém, esse alguém nos dá o troco. Se sou um consumista, isso me leva a contrair dívidas. Nenhum ato escapa das consequências. É, em virtude disso, que Paulo exclama: “Miserável homem que sou, quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”. Eis ai o alerta do que somos e do que fazemos. Somos uma bomba pronta a explodir e causar enormes danos. Davi foi um homem muito adiante de nós. Ele reconhecia em si a presença
das duas teologias, conforme ele diz em Salmos, quando afirma: “Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e meu pecado sempre me persegue” (Sl 51.3). Fico imaginando a paz, os frutos, o crescimento, a comunhão, e tantos outros benefícios que teriam nossas comunidades, se cada um permitisse ao Espírito franca liberdade de agir com ambas as teologias em nossas vidas. Seria um antecipar da vinda do Senhor Jesus, e uma grande mudança em nossa sociedade.
Duplicidade teológica Manoel de Jesus The, colaborador de OJB
E
m Romanos 7.14-25, o apóstolo Paulo fala do que ele é e do que ele faz. Temos aqui a teologia do que sou e a teologia do que faço. É interessante que este texto mostra o cristão como um soldado convocado para uma guerra, sempre de prontidão. Este texto é muito conhecido, mas um dos mais difíceis de ser praticado. Paulo é muito lembrado pela sua grande produção literária, mas, apenas esse
texto, já seria suficiente para ser lembrado. Cada vez que o soldado falha, ele produz fruto para a morte. Um mau testemunho gera a morte espiritual do meu vizinho, do colega de trabalho, do meu filho, da felicidade conjugal, nenhuma ação escapa de produzir resultados. Seria bom mentalizarmos o que aconteceria se nossa produção rendesse apenas frutos de vida. A teologia do que sou sugere para muitos um estado neurótico continuado. É falso, pois a paz está sempre presente em cada vitória.
Dissemos paz, não ufania. Não o desfilar de bondade ou boas obras, para que os outros nos vejam como vitoriosos. Reconhecer o que sou me leva a um arrepender contínuo, pois nos torna sensíveis à ação do Espírito. Ela nos torna alertas no tocante aos nossos sentimentos, sensíveis às dificuldades e fraquezas do nosso semelhante, e prontos a compreendê-las. A teologia do que sou é mais difícil, pois os resultados são invisíveis aos nossos olhos - mas não aos olhos de Deus - e a teologia do
mundo
Um de oportunidades para servir.
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