OJB EDIÇÃO 10 - ANO 2022

Page 1

ANO CXXI EDIÇÃO 10 DOMINGO, 06.03.2022

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Mulheres virtuosas Dia da esposa de pastor - primeiro domingo de março Dia Internacional da Mulher - 8 de março “ Mulher virtuosa quem a achará?

O seu valor muito excede ao de rubis” (Provérbios 31.10).

Reflexão

Reflexão

Missões Nacionais

Notícias do Brasil Batista

Bastidores

Mudança de paradigmas

SOS Petrópolis

Artigo comenta participação da esposa de pastor no ministério pastoral

Conheça a história de cinco mulheres que lutaram por seus direitos na Bíblia

Junta de Missões Nacionais trabalha para ajudar população de Petrópolis - RJ

Compartilhando o Evangelho

pág. 05

pág. 06

pág. 07

CB do Planalto Central realiza impacto evangelístico em Cocalzinho - GO pág. 10


2

REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

EDITORIAL

O mês de março para os Batistas brasileiros A décima edição de O Jornal Batista em 2022 inaugura o nosso mês de março, que está repleto de datas importantes, para lembrarmos e celebrarmos ao Senhor. O terceiro mês do ano é marcado como o “Mês de Missões Mundiais”. No primeiro domingo do mês temos o Dia da esposa de pastor; no dia seguinte, é tempo de oração pelos filhos de pastores. Na mesma semana, no dia 8, vamos comemorar o Dia Internacional

da Mulher. Voltando a falar de Missões Mundiais, o segundo domingo do mês é o Dia de Missões Mundiais. Março traz, também, outra novidade: a reunião do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira, a primeira pós Assembleia, será realizada de forma híbrida (presencial e online), de 22 a 24 deste mês. Para iniciar este tempo importante em OJB selecionamos textos que falam

sobre a mulher na Bíblia, esposa de pastor, maternidade, suas conquistas etc. Trouxemos alguns artigos da revista Visão Missionária, da União Feminina Missionária Batista do Brasil, (UFMBB) lançada no primeiro trimestre, para falar desses assuntos tão importantes. Também convidamos as meninas do Ela, Vida & Missão, projeto para jovens mulheres da UFMBB, para colaborar, além de artigos do blog da Associação dos Educado-

res Cristãos Batistas do Brasil (AECBB). As notícias do Brasil Batista falam da atuação da Junta de Missões Nacionais (JMN) em Petrópolis-RJ e os trabalhos da Convenção Batista Carioca (CBC), Convenção Batista de Rondônia (COBARO), Convenção Batista do Planalto Central (CBPC) e Convenção Batista Alagoana (CBAL). Ótima leitura a todos! Que março seja um tempo abençoado. n

( ) Impresso - 120,00 ( ) Digital - 50,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB

EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com

FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza

REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557

Fax: (21) 2157-5560 Site: www.convencaobatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: GrafMec


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

3

DICAS DA IGREJA LEGAL

Por que o estatuto da sua Igreja precisa ser atualizado? (Parte 2) Jonatas Nascimento No artigo anterior falei da possibilidade de as Igrejas inserirem em seus estatutos atividades típicas das Organizações da Sociedade Civil, (OSCs) sem risco de perda da imunidade tributária. Agora resta-me desejar ardentemente que as Igrejas enxerguem essa grande possibilidade que se lhe apresenta para mudar a sua história a partir do desenvolvimento de atividades sociais. Isso mesmo! Está provado que Igrejas que desenvolvem atividades sociais gozam de maior credibilidade junto à comunidade em que se encontra inserida. Hoje, eu quero falar sobre o tempo de mandato da diretoria estatutária. Como se sabe, por tradição e em nome do valorizado sistema de governo congregacional democrático, defendido e praticado pelos

Batistas, ainda hoje em dia prevalece o tempo de mandato da diretoria estatutária de um ano, apenas. Acontece que esse costume vem de um tempo longínquo, quando praticamente não havia exigências paralelas. Explico: no passado, não havia necessidade de se registrar em cartório as atas de renovação de diretoria, tampouco os bancos exigiram que essas atas fossem levadas a registro cartorial. Não havia Certificado Digital nem e-Social. Com o passar do tempo surgiu a exigência de publicação do extrato da ata de fundação e também do estatuto primitivo e eventuais alterações dele em dois jornais de grande circulação. O tempo passou e as exigências se multiplicaram, de formas que sem ata da diretoria devidamente atualizada e registrada em cartório, a Igreja não consegue dar um passo sequer. Diga-

-se de passagem, algumas instituições financeiras costumam rejeitar estatutos não reformados ou não adequados ao Código Civil em vigor desde 2003. Uma das primeiras alterações que o Código Civil de 2003 sofreu só veio beneficiar as organizações religiosas, cujo dispositivo áureo diz o seguinte, em seu art. 44, § 1º: São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. E foi isso que nos levou a refletir a possibilidade de elaborarmos um estatuto mais prático, mais funcional, mais enxuto e menos burocrático, inclusive no tocante ao tempo de mandato. Feita esta introdução, apresento a

seguinte sugestão: Considerando que para toda eleição é necessário reconhecimento de firmas do presidente e da secretária e o registro da ata em cartório e, com isso gera despesas, burocracia e tempo, o mandato de um ano para a diretoria deve ser descartado. Sendo assim, o ideal é que a Igreja amplie o tempo de mandato para essa diretoria para dois, três ou até quatro anos. Mas atenção: os cartórios costumam divergir quanto às exigências e pode ser que um ou outro negue o registro para mandatos muitos longos. n Empresário contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” E-mail: jonatasnascimento@hotmail.com WhatsApp: (21) 99247-1227

Tocou-me, o hino que continua soando

Samuel Vieira Barros

presidente da Associação dos Músicos Batistas do Brasil

A história começa com três personagens: um pregador, um cantor e um pianista. Doutor William Dale Oldham (1903 - 1984) era o pregador daquela noite de avivamento; seu filho, Dough Reed Oldham (1930 - 2010) era o cantor, e William (Bill) J. Gaither (1936 - ) o pianista acompanhador. Voltavam para Anderson, (Indiana - EUA) a fim de deixar Bill em casa após um culto em Huntig-

nton (Indiana - EUA). Antes de Bill descer do carro, doutor Oldham diz: “Você deveria escrever uma música que diga: ‘Ele me tocou, oh, ele me tocou’”. (Austrália, 2004, n.p.). Bill se dedicou uma noite inteira para compor a canção, e na manhã seguinte submeteu o resultado a sua esposa Glória. Nasce assim “He Touched Me”, conhecida em português por “Tocou-me”. A primeira gravação desta canção foi feita pelo próprio Doug Oldham, em 1964; logo em seguida, o Bill Gaither Trio gravou a canção. Vale a pena destacar

as gravações do “The Imperials”, em 1965, no álbum “The Happy Sounds of Jake Hess”, e em 1969 para o álbum “Love Is The Thing”; e de Elvis Presley, em 1971, rendendo-lhe o Grammy, em 1972. A modelo Terry Meeuwsen cantou uma versão de “He Touched Me” por ocasião do concurso Miss América 1973. Ela ganhou o título naquele ano. Em 1976, “He Touched Me” apareceu em “Himns for the Family of God (Nashville)”, editado por Fred Bock. Bill Gaither também é autor de outros clássicos da música evangélica e que

são bastantes cantados no Brasil, como: “The King Is Coming” - 1970 (O Rei está voltando) e “Because he Lives” - 1971 (Porque Ele Vive). NO BRASIL, “He Touched Me” (Tocou-me) popularizou-se na voz de Luiz de Carvalho, (1925 - 2015) por ocasião do lançamento do LP - “O Rei está voltando”, em 1978. É possível encontrar esta canção em forma de hino no Hinário Adventista, número 197, com o título “Cristo tocou-me”. De lá pra cá, diversos cantores registraram a música. n


4

REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

Marta ou Maria, eis a questão! Raimundo Passos

(extraído do site da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil)

“Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas” (Lc 10.41). Na minha caminhada cristã já conheci uma porção de “Martas”, de “Marias” e também “Martas” que viraram “Marias”, e vice-versa! Não se é permitido parar! É preciso fazer! O fazer tem se tornado mais importante que o ser! Marta e Maria são duas personagens bíblicas muito próximas de Jesus, segundo é relatado nos Evangelhos. No contexto do verso acima, Marta e Maria vivenciam experiências opostas. Enquanto Marta vive no seu ativismo desenfreado, Maria aproveita-se do ócio e fica aos pés do Senhor! Mas, estar parado em nosso tempo não é permitido para os padrões neoliberais. No contexto moderno, Marta representa exatamente o que procuram mulheres e homens! Já não temos mais tempo! Alguns não conseguem

mais parar (Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. (Lucas 10:40)). Como Marta, reclamamos (para Deus e o mundo!) dos outros. Já Maria é mais tranquila, busca o sossego e o ensino do seu Senhor. No futuro, ela vai lembrar (na morte do irmão) que confiar e esperar no seu Senhor é o mais importante. Reflexo de estar aos pés do Mestre! Já Marta, inconsolada chorará a morte do irmão e não conseguirá entender as palavras de consolo de seu Senhor! Em algum momento da vida, também nos tornamos “Marta”, deixando a segurança de estar aos pés do Mestre e nos confortamos com o ativismo, porque acreditamos que podemos por nossas forças suprir nossa própria necessidade! O Mestre continua ali, nos olhando em nossas aflições e dizendo: “Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa”. Resta-nos ouvir e decidir: queremos ser “Marta” e continuar com nosso ativismo desen-

freado, ou queremos estar aos pés do Mestre, como Maria, e ouvir sua doce voz nos dizendo: “Maria, pois, escolheu

a boa parte, e esta não lhe será tirada”? Marta ou Maria, eis a questão! n

Ao chegar em casa e contar o ocorrido, meu pai me perguntou porque não o trouxe para comer conosco. Levei-o até meu pai, que logo o trouxe para morar na nossa casa. Depois de algum tempo, fui dada em casamento a Moisés, que se tornou também um pastor de ovelhas; vivemos por mais de 20 anos em Midiã e tivemos dois filhos: Gérson e Eliezer. Deus chamou o meu esposo, Moisés, para ser o líder do povo de Israel e voltar à terra de onde ele saíra. Sou quase desconhecida na história. Meu nome, Zípora, aparece apenas em três passagens no Antigo Testamento. Sou a esposa do homem que Deus usou para libertar o povo de Israel do Egito. Vivi praticamente no anonimato durante toda minha vida, fazendo o trabalho nos bastidores. Era necessário ajudar e apoiar meu esposo na liderança daquele povo.

Não foi fácil passar tanto tempo no deserto, acompanhando meu esposo no pastoreio de tanta gente… Tive que cuidar da nossa família e, ao mesmo tempo, orientar de alguma forma as mulheres, num tempo em que sequer éramos contadas como pessoas. Mas Deus me escolheu para caminhar ao lado do homem que ele chamara para libertar Seu povo das mãos de Faraó. Eu não me importava por meu trabalho ser apenas nos bastidores: acompanhando e apoiando meu esposo no pastoreio de tanta gente. O mais importante era estar servindo ao meu Deus. Hoje percebo que apesar de muitos séculos terem se passado, a esposa do pastor segue trabalhando nos bastidores. Conheço esposas de pastor que exercem seus dons nos mais diversos

ministérios. Muitas, apesar de todo esse trabalho na Igreja, ainda precisam de um trabalho secular para ajudar a manter a família. Mas eu, Zípora, tenho uma boa notícia: Jesus veio para trazer liberdade à mulher, ele valorizou a esposa do pastor quando disse: “Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo” (Gl 3.28). Igreja de Jesus Cristo, valorize a esposa do seu pastor, essa mulher que está nos bastidores! Mulher, o melhor de Deus ainda está por vir! Feliz Dia da Esposa do Pastor!

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

Sem Cristo, somos inúteis “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Nossa vida espiritual deve estar centrada na pessoa do Cristo. A fim de ilustrar o tipo de dependência que devemos cultivar, Jesus usou a figura da videira: “Eu sou a videira e vocês são os ramos. Quem está unido Comigo e Eu com Ele, esse dá muito fruto, porque sem Mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15.5). Em uma árvore, a vida dos ramos

depende do tronco central. Jesus Cristo é o nosso tronco central: é Dele que provém toda a nossa capacidade pessoal de produção e de comunicação da vida eterna. A decisão é nossa. Queremos dedicar nossos esforços para a manutenção de uma estrutura religiosa tradicional ou queremos nos submeter à “mente de Cristo”, revelada nas Escrituras Sagradas? Escrevendo aos Coríntios, Paulo nos revela: “Certamente vocês sabem que são o templo de Deus e que o Espírito de Deus vive em vocês” (I Co 3.16).

Zípora, uma grande esposa (Monólogo para o Dia da esposa do pastor)

Teremar Lacerda Rocha

missionária da Junta de Missões por 31 anos na Bolívia; professora, educadora cristã, musicista, teóloga, missióloga, poetisa e escritora

Eu me chamo Zípora, a primeira das sete filhas de Jetro. Meu nome significa “pássaro”, e quer dizer “mulher livre, mulher inteligente”. Meu pai era pastor de ovelhas e sacerdote entre os midianitas. Vivíamos no deserto de Midiã. Como pastores de ovelhas, percorremos todas as terras ao redor do Sinai. Encontrei Moisés junto ao poço, onde, com minhas irmãs, dávamos de beber ao rebanho do nosso pai. Ele nos defendeu de outros pastores, que nos impediam de tirar água, e ainda tirou água para que déssemos de beber ao rebanho.

REFERÊNCIAS: SHEDD P. RUSSELL. O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo. https://www.nomesbiblicos.com/ zipora n


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

5

Esposa de pastor: bastidores do ministério Lúcia Cerqueira psicóloga clínica

Sabemos o quanto uma pessoa influencia outra em sua caminhada. Em relação à esposa do pastor, não é diferente. O pastor tem destaque natural na Igreja, e quando, ao lado desse homem, há uma mulher que o apoia, certamente o ministério pastoral será influenciado por ela e será abençoado. Um detalhe, porém, nem sempre é percebido: a vida da esposa do pastor como mulher, sua individualidade, sonhos, conquistas, realizações. Às vezes, o casal pastoral é visto de forma tão coesa que muitos pensam que tudo o que é bom para um é bom para o outro também. Será? Às vezes, sim, mas nem sempre. O casal é constituído de duas pessoas que compartilham desejos, sonhos e realizações, mas continuam sendo duas pessoas. Cada uma com sua especificidade, como gosto de destacar. O pastor está sempre em mais evidência, e a esposa - em algumas realidades - fica mais voltada para um trabalho específico na Igreja, muitas vezes nos bastidores. Hoje quero destacar essa mulher, a esposa do pastor, em sua vivência nos bastidores do ministério pastoral, o que vê e vive essa mulher tão especial para nós. A vida nos bastidores Gosto do seguinte pensamento: Deus procura mulheres fortes para serem esposas de pastores. Por que será? Ele conhece as especificidades do ministério pastoral, e nem todas as mulheres conseguem dar conta das exigências externas e internas do ministério. Afinal, quem é essa mulher? Uma

mulher com todas as questões, sonhos, desejos e idealizações que todas as outras mulheres possuem. O que a diferencia é ter abraçado, com seu marido, o ministério pastoral. Aqui está o ponto principal: o ministério. Ela deverá conseguir unir em sua caminhada diária todas as questões referentes a sua vida como mulher e mais as atribuições e papéis que se esperam da esposa de um pastor. Isso porque, no imaginário de muitas pessoas, idealiza-se um tipo especial de mulher para ser esposa de pastor. Elas esperam um comportamento de acordo com aquilo que idealizaram. O tempo passa e a sociedade se modifica, mas esse ideal permeia o imaginário da Igreja. Ao ver uma esposa de pastor à frente de alguma liderança, ficamos empolgados, mas nem sempre pensamos que a sua jornada de trabalho fora e dentro de casa é grande, pois fazem parte de sua vida: aconselhamentos, eventos, liderança de ministérios, acompanhar o esposo em seus afazeres pastorais, trabalhar durante a semana toda e no fim de semana também, às vezes, até mais, renunciar ao tempo com seu marido, pois ele precisa estudar para preparar sermões, precisa resolver questões referentes à Igreja que pastoreia, e essas demandas chegam a qualquer momento, seja noite, seja dia. Além disso, a esposa do pastor - nos bastidores - lida com os mais diversos tipos de pessoas que fazem parte da Igreja: as controladoras, que querem influenciar a todo custo a vida ministerial e pastoral na Igreja e, às vezes, até no âmbito familiar; pessoas extrovertidas demais; outras, tímidas demais, tristes, deprimidas, aquelas que não se importam com o que acontece na vida da Igreja, os irmãos que insistem

em continuar fazendo as mesmas coisas anos e anos seguidos, outros que a todo instante aparecem com ideias mirabolantes e insistem que são excelentes, idosos que se sentem preteridos pelos jovens, jovens que se sentem preteridos pelos mais velhos, pessoas que se sentem insatisfeitas com o andamento da vida da Igreja e começam a minar relacionamentos; outros que amam e admiram tanto o pastor e sua família que acabam lhes causando certos constrangimentos… Graças a Deus que, em meio aos extremos, existem aqueles que em boa medida cuidam e compartilham da companhia do pastor e de sua família de maneiras especiais e abençoadoras. Quantas situações essa mulher vive nos bastidores! Ela precisa de amor e cuidados. Demonstre amor! Cuide de quem cuida de você! Neste tempo que estamos vivendo, quando todas as famílias foram afetadas direta ou indiretamente pelas consequências da pandemia da COVID-19, a família pastoral não ficou de fora. A esposa do pastor, independentemente de estar nos bastidores ou à frente de uma liderança na Igreja, esteve e está diretamente vivenciando as mais diversas situações que se apresentam no exercício do ministério pastoral. Ela teve e tem que lidar com os afazeres de seu marido e administrar seus sentimentos e emoções diante de tantas realidades doloridas. O pastor e sua esposa têm um maior conhecimento e informações sobre os acontecimentos referentes aos membros da Igreja do que os demais líderes, por isso, a carga emocional acaba sendo maior para eles. Isso deve ser

motivo de oração de todos em favor da família pastoral. E quando o pastor falece, como fica essa mulher que se torna viúva? A Igreja perde o seu pastor, mas a mulher perde seu marido, seu companheiro de vida, sua identidade como esposa do pastor. Essa mulher, além de lidar com a dor da perda do seu amado, acresce a essa perda a outras tantas. É natural que, passado um período, a Igreja procure um novo pastor. E como ficam essa mulher e sua família? Ela tem casa e salário? Quantas aflições essa mulher passa a vivenciar em tão pouco tempo. Ela e seus filhos precisam de cuidados. Todas nós, mulheres cristãs em missão, precisamos ter um olhar mais sensível para essa nova realidade que algumas esposas de pastores estão vivendo. Torne-se sensível à voz do Espírito Santo e demonstre amor e cuidado para com a mulher que Deus colocou ao lado do seu pastor. Peça a Deus que lhe dê uma boa estratégia para chegar até ela e demonstrar o reconhecimento e o amor que o Senhor tem colocado em seu coração. Tenho certeza de que ela precisa desse carinho. Cuide dessa mulher, que, como todas as outras, deseja ser amada, protegida e se sentir segura. A esposa do pastor é uma bênção para o seu marido, para a Igreja e para o Reino de Deus. É bênção porque, antes de tudo, tem alegria em ser uma mulher comprometida com Deus. Ela procura estar ligada à videira, pois sabe que sem Jesus nada pode fazer (João 15.5). Ligada à videira, ela se mantém abundante e saudável em todas as dimensões de seu viver. Ela e todos os que por ela passam sentirão o agir de Deus em sua atuação nos bastidores do ministério pastoral. n


6

REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

As cinco garotas que mudaram uma lei Senhorinha Gervásio

(extraído do site da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil)

08 de março, Dia Internacional da Mulher. A luta pelos direitos humanos de forma geral e pelos direitos da mulher, de forma particular é mais antiga do que, às vezes, reconhecemos. Eis aqui uma história milenar de cinco garotas, que pela união e proatividade conseguiram a atenção de um grande líder e do próprio Deus em favor da justiça às mulheres. Uma mulher entrou no supermercado cantarolando baixinho. Riu para algumas pessoas, pegou alguns itens e, ao passar pelo caixa, recebeu de presente um vasinho de flores, como as demais consumidoras naquele dia. Agradecendo, quis saber por que estavam ganhando flores. – Minha senhora, é porque hoje é o Dia Internacional da Mulher, respondeu o atendente. Ela riu para mais pessoas, cantarolou alto e saiu radiante. No dia 8 de março, milhares de mulheres recebem

Fabiana Matias

responsável pelo perfil Ela, Vida & Missão, da UFMBB

O Dia Internacional da Mulher está chegando e, por isso, escolhemos uma mulher especial para ser nossa referência hoje. Você conhece Abi? Ela pode ser encontrada também como “Abia” em algumas traduções bíblicas. Se nunca ouviu falar, não se culpe! Realmente não há muitos relatos sobre ela nas Sagradas Escrituras, mas o que se tem já é suficiente para nós. Abi era filha de Zacarias, o profeta que recebeu visões de Deus. Por algum motivo, não revelado, ela se tornou esposa do rei Acaz, rei de Judá, e mãe do rei Ezequias (II Crônicas 29.1). Acaz é conhecido como um rei mau, capaz de queimar seus próprios filhos. Ele era extremamente idólatra e nem um pouco temente a Deus. Um exemplo disso foi quando ele tomou tesouros do templo em Jerusalém para dar ao rei da Assíria em troca de apoio militar. Em contrapartida, seu filho, o rei Ezequias, foi um rei incrível! Nos primeiros versos de II Reis 18, vemos que Ezequias, quando subiu ao trono, fez o que era reto aos olhos do Senhor. Ele

flores. Umas ficam contentes, outras aceitam por educação, outras são categóricas em dizer que não existe nada a comemorar. Porém, quem reconhece os benefícios vindos dos resultados do empenho, ao longo da história, de centenas de mulheres em conquistar para si e para outras, direitos iguais sabe que há, sim, algo a comemorar. São mudanças perceptíveis no quadro ideológico social e na desmistificação da ideia da superioridade masculina. A origem da data não é concorde. Uns afirmam ser 1911, nos Estados Unidos, com a greve das mulheres e o incêndio que as vitimaram dentro da fábrica onde trabalhavam. Outros atribuem a origem às manifestações das mulheres russas, em 1917, evento que ficou conhecido como “Pão e Paz”, pela luta por melhores condições de trabalho, contra a fome e a primeira guerra mundial (1914-1918). A verdade é que a luta pelos direitos da mulher não é de agora, é milenar. O episódio que dá título a esta reflexão aconteceu no tempo do Antigo Testa-

mento, antes mesmo de Israel se tornar uma nação, no tempo do Êxodo pelo deserto. O povo confiado na promessa de Deus, através de Moisés, caminhava rumo à terra prometida há centenas de anos aos seus antepassados. Em lá chegando, tomariam posse do território, cada chefe de família, recebendo seu pedaço de terra de acordo com sua tribo, que eram doze. Enquanto viajavam em um deserto assolador, ora acampados, ora caminhando, crianças nasciam, acrescentando número ao povo. Numa determinada família nasceu uma menina; depois outra; mais outra; ainda outra; e para completar, o quinto bebê foi também uma menina. Aconteceu que o chefe da família, pai das cinco garotas morreu, e como não tinham um irmão para receber o pedaço de terra da herança, lei regida por um sistema patriarcal, as cinco garotas estavam destinadas a ficarem sem a herança, que no caso iria para um tio, ou seja, para outro membro da família que fosse homem. Inconformadas com a si-

tuação, as cinco garotas marcaram uma audiência com o líder e apresentaram a questão. O líder levou o assunto a Deus e Ele considerou justa a reivindicação das cinco mulheres, concedendo-lhes não só o pedido, como alterando a lei para situações futuras. Esta é a história das filhas de Zelofeade e pode ser lida na Bíblia no livro de Números capítulo 27. A decisão das filhas de Zelofeade não foi fácil, foi perigosa. A atitude poderia ter sido encarada como desrespeitosa, trazendo castigo a todas elas. A certeza da injustiça pelo simples fato de serem mulheres e a confiança na disposição de Deus em fazer justiça a todos impulsionaram-nas à ousadia de reivindicar seus direitos à herança. Nenhuma mulher deve aceitar ser punida pelo simples fato de ser mulher, pois não há flores que possam pagar tal preço.

promoveu grandes reformas religiosas, administrativas e políticas. Dedicou-se para exterminar toda idolatria no meio do povo, reabriu e purificou o templo em Jerusalém. Em seu tempo, a verdadeira adoração ao Senhor foi reestabelecida. Sim, mas e Abi? O que tem ela a ver com isso tudo? Acredita-se que toda influência benéfica que o rei Ezequias recebeu veio de sua mãe. Porque do pai, sabemos bem que não foi. Abi poderia ter se deixado corromper pelas más atitudes de seu marido. Ela poderia ter doutrinado seu filho com ensinos pagãos e feito com que ele não servisse ao Senhor. Mas ela não fez isso. Ela permaneceu convicta de suas crenças e influenciou positivamente seu filho. Este não é um texto dedicado a mães. Abi pode ser um exemplo para nós também, jovens cristãs submersas em um mundo ao qual não pertencemos. Somos estrangeiras aqui, não é mesmo? Talvez, você ainda não tenha um marido, como Abi tinha, mas pode ter um chefe ou os próprios colegas no trabalho com princípios extremamente diferentes dos seus. Ou amigos na faculdade. O ano letivo começou; talvez, você esteja voltando agora para o presencial. Então, fique atenta! Nossas universidades, além de conteúdo

acadêmico, muitas vezes oferecem inúmeros caminhos de perdição. Até mesmo dentre seus amigos da Igreja pode haver pessoas que não temem a Deus, que não veem verdadeiramente a Bíblia como manual de fé e prática, e você precisa ser firme, garota! “Não se deixem enganar: ‘As más companhias corrompem os bons costumes’” (I Co 15.33). Não se deixe levar pelas crenças e práticas erradas daqueles que estão seu redor. Não podemos nos esquecer também das redes sociais, onde somos bombardeadas por “inúmeras verdades”. A cada semana, um novo assunto está em voga, e somos pressionadas a tomar uma posição. Não estimulamos debates vazios, mas acaso seja preciso falar, não ceda! Posicione-se sempre à luz das Escrituras Sagradas, afinal, ela é inerrante, “porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Vivemos, recentemente, um exemplo nítido de “pressão” nas redes. Há poucos dias, foi noticiado por todo lado que a Colômbia descriminalizou o aborto até a 24ª semana de gestação. Não muito

tempo atrás, em 2020, a Argentina também aprovou a legalização do aborto. Se você ainda não foi impulsionada a falar sobre isso, prepare-se, porque em algum momento poderá ser indagada. E então, o que você responderá? Jeremias 1.5 diz: “Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações.” Esse texto claramente faz menção ao início da vida antes de sua concepção. Mesmo aquele que ainda está sendo formado no ventre tem valor para Deus e um propósito a cumprir. Devemos sempre ser a favor da vida! Essa minha convicção não é gratuita. Ela é fruto do que aprendo ao estudar a Bíblia. Caminhando para o fim, quero dar dois conselhos para você: 1. Medite na Palavra. Suas convicções se tornarão mais firmes (II Timóteo 3.15-17); 2. Empenhe-se em ser exemplo para quem caminha com você (I Timóteo 4.12). Imagine se as pessoas que influenciarmos fizerem a diferença, como o rei Ezequias? Como Abi, não se corrompa e busque sempre compartilhar os princípios e valores que norteiam sua fé. É possível permanecer convicta! Vamos juntas? n

Convictas

Referência https://www.todamateria.com.br/ dia-internacional-da-mulher/ n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

7

Ação missionária abençoa moradores de Petrópolis Thatiana Cordeiro

Redação de Missões Nacionais

“E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40). Na tarde do dia 15 de fevereiro, uma tempestade atingiu fortemente a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e foi considerada a maior chuva da história da cidade. Era uma situação, sem medo de exagerar, assustadora. Os prejuízos são incontáveis e as dores de quem perdeu alguém são inimagináveis. Diversas famílias, de uma hora para outra, não tinham mais onde morar. Muitas casas foram soterradas ou alagadas pela lama, carros foram parar em cima de telhados e a destruição impressionava. Diversas regiões de Petrópolis pareciam ter sido viradas de cabeça para baixo. Diante desse contexto, a Igreja do Senhor Jesus não poderia ficar parada. Fomos chamados para amar o Senhor sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos. Era preciso orar, enviar doações e recursos financeiros, mobilizar pessoas e estar presente.

Pela graça de Deus, uma equipe de missionários e voluntários da Cristolândia Rio de Janeiro, liderada pelo coordenador pastor Raphael Scotelaro, foi até Petrópolis para trabalhar. Assim que chegaram, um morador, que teve a casa atingida, pediu ajuda para limpar uma escadaria e liberar o acesso a diversas casas na região. “Eu

agradeço a todos vocês pela ajuda. Vai me ajudar muito”, disse o morador emocionado. Além do trabalho de limpeza e remoção de entulho, outra ação realizada foi a de apoio aos enlutados. Já na primeira ação, a equipe encontrou uma moradora que estava enterrando a filha e a neta, e ainda procurava por outros

nove familiares desaparecidos. Ela teve a oportunidade de receber o carinho dos missionários e uma palavra de graça, amor e esperança. Louvado seja Deus pela obra missionária, que segue avançando e abençoando o nosso país. Ore pelos moradores de Petrópolis. Ainda há muito trabalho pela frente. n

Sola Scriptura única regra de fé e prática

8 a 10 de Março

Para mais informações, acesse:

www.seminariodosul.com.br


8

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

Pastores Batistas cariocas refletem sobre pregação nos dias de hoje

9

Programação registrou cerca de 400 inscritos.

Tiago Monteiro

coordenador de Comunicação da Convenção Batista Carioca

A contextualização da mensagem exige novas reflexões, amparadas por um alinhamento seguro com as Escrituras. Foi pensando nesse assunto que os pastores Batistas cariocas realizaram, no dia 19 de fevereiro, nas dependências da Primeira Igreja Batista de Madureira-RJ, o primeiro Seminário de Pastores e Líderes de 2022. A programação, que registrou cerca de 400 inscritos, trouxe para o centro das discussões o tema “Pregação para Hoje - Exposição Bíblica Contextualizada”. Para tratar da questão, foi convidado como palestrante o pastor Irland Pereira de Azevedo, cujo histórico ministerial e acervo intelectual garantiram uma ótima experiência de capacitação. “Depois de tanto tempo de distanciamento, foi auspicioso ver um grupo tão grande de pastores, suas esposas e líderes num encontro deste dia. O tema central foi exatamente a pregação, a pregação bíblica. Como precisamos de bons pregadores e de boa pregação! Que continue esse ministério abençoado

Cerca de 400 inscritos participaram da programação e capacitador da OPBB Carioca”, comentou o pastor Irland. O Seminário de Pastores e Líderes contou ainda com cinco oficinas e um encontro de esposas de pastores - este último com o objetivo de tratar assuntos relacionados aos bastidores do ministério, tendo como palestrante a psicóloga Lucia Cerqueira. As oficinas abordaram os seguintes temas: “Formas e tipos de exposição bíblica” - com Valtair Miranda, coordenador acadêmico do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB); “Tipos de ouvintes (a quem estamos falando hoje)” - pastor Carlos Novaes, da Igreja Barão da Taquara-RJ; “Temas de hoje

O tema central foi aprofundado em cinco oficinas de apoio

para abordagem do pregador” - pastor João Emílio, da Primeira Igreja Batista de Irajá-RJ; “O Pregador para hoje e seu preparo intelectual, emocional e espiritual” - com pastor Luiz Roberto, da Igreja Batista Memorial da Tijuca-RJ; e “Fidelidade na interpretação, fidelidade na exposição” - com o professor João Boechat, do STBSB. Presente ao evento e feliz com o clima de capacitação ofertado às Igrejas, o presidente da Convenção Batista Carioca, pastor Sérgio Dusilek, ressaltou a vocação da estrutura denominacional: “A alegria de participar de qualquer tipo de capacitação promovida por alguma organização da Convenção está alinha-

do a duas grandes coisas: a primeira delas é a finalidade de um trabalho convencional que é justamente ser meio, instrumento de bênçãos para a vida das Igrejas; a segunda é perceber como o nosso povo ama a Igreja, ama a palavra de Deus e gosta de coisa bem feita. Por isso, sempre que for oferecida a possibilidade de participar de um treinamento da Convenção, participe”. A OPBB Carioca já prepara, para os próximos dias, o lançamento das inscrições para o “Fórum de Pastores e Líderes: Ministério 4.0”, que acontece no dia 26 de março, das 9h às 14h, na Primeira Igreja Batista de Campo Grande-RJ. Até lá! n

Batistas de Rondônia promovem Treinamento e Capacitação para Ministério Diaconal Diáconos da capital Porto Velho participaram do evento.

Cindi Carvalho

Comunicação da Convenção Batista de Rondônia

No mês de janeiro de 2022, nos dias 8 e 9, a Convenção Batista do Estado de Rondônia (COBARO) realizou o Treinamento e Capacitação para Ministério Diaconal. O evento foi recepcionado pela Igreja Batista Betel de Porto Velho-RO, liderada pelo pastor Jairo Batista. Mais de 20 irmãos, membros das Igrejas da capital, participaram. Este Treinamento/ Capacitação teve como objetivo tanto a capacitação de novos diáconos, como

também a atualização de conhecimentos daqueles já atuam em suas Igrejas. Na oportunidade, o gestor de Campo e Missões da COBARO, pastor Ananias Ramos, falou sobre a importância do Ministério Diaconal para a Igreja, o apoio ao Ministério Pastoral e as funções do diácono perante a Igreja e seus membros. A COBARO tem o intuito de realizar mais treinamentos e capacitações no decorrer do ano de 2022, visando levar mais conhecimentos aos nossos irmãos e contribuir para o crescimento das nossas Igrejas. n

Mais de 20 irmãos puderam participar da capacitação


10

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

Cocalzinho de Goiás recebe tarde de evangelismo da Convenção Batista do Planalto Central Trabalho resultou em novos convertidos. Comunicação da Convenção Batista do Planalto Central A Convenção Batista do Planalto Central, (CBPC) em parceria com a Igreja Batista em Águas Lindas-GO, (IBAL) realizou, na tarde de 19 de fevereiro, um Impacto Evangelístico em Cocalzinho de Goiás-GO, cidade que fica cerca de 110 km de Brasília-DF. Ao todo, contamos com a participação de 102 voluntários e várias Igrejas representadas. No período da tarde,

tivemos evangelismo nas ruas da cidade, onde foram entregues cerca de 300 evangelhos de João, além de folhetos com porções da Palavra de Deus. Logo após o evangelismo, nos dirigimos para o Ginásio Municipal para um culto de adoração a Deus, onde vidas se entregaram a Jesus. O nome de Jesus foi proclamado, assim oremos para que o trabalho continue e a Igreja Batista, que é do Senhor Jesus Cristo, venha crescer e a população de Cocalzinho-GO seja alcançada

para honra e glória de Deus. Em dezembro de 2021, nosso diretor executivo, pastor Luís Claudio Pessanha, já havia realizado uma visita estratégica, com os pastores Joaquim Pereira (IBAL), João Batista, presidente da Associação Oeste Batista, e o pastor Joaquim Otávio, diretor executivo da OPBB-DF, com o objetivo de conhecer a realidade do campo, tendo em vista que a Congregação Batista de Cocalzinho-GO, pastoreada pelo pastor Reginaldo, é filha da Igreja Batista em Águas Lindas-GO. n

Impacto evangelístico promovido pela CBPC contou com 102 voluntários

IB Memorial da Tijuca - RJ celebra aniversário ministerial do pastor Luiz Roberto dos Santos Comemoração também abrangeu aniversário de casamento e tempo na Igreja. Texto: Jeremias Nunes Revisão: Celina Veronese No dia 13 de fevereiro, a Igreja Batista Memorial da Tijuca-RJ promoveu um momento de louvor a Deus pela vida do querido casal Luiz Roberto e Loide Antunes Santos, que, no mesmo mês, completou 40 anos de Ministério Pastoral, de casamento e também cinco anos no ministério nesta Igreja. Confira um pouco desta história. Luiz Roberto dos Santos nasceu em 1956, na cidade de Piracicaba-SP, e cresceu na cidade de São Paulo. De uma família de 11 irmãos, seu pai Agostinho, advogado e evangelista, e sua mãe Mercedes, professora e líder de crianças, cuidaram de sua formação cristã desde o berço. Aos sete anos, tomou sua decisão de seguir a Cristo, no ministério do pastor Mario Doro. Aos nove anos, foi batizado na Primeira Igreja do Brás-SP, pelo pastor Ilgonis Janait. Foi Embaixador do Rei e viveu sua adolescência na Igreja Batista Unida do Brás-SP, no ministério do pastor Ivênio Santos. Ainda jovem, retornando à Igreja Batista em Vila Maria-SP, tornou-se líder da ju-

Foto: Aparecida Mariano

Pr. Luiz Roberto dos Santos ventude, onde conheceu a jovem Loide Antunes. Durante esse tempo, trabalhou na organização da Igreja Batista Central em Vila Maria-SP, da Igreja Batista em XV de Novembro-SP e da IB em Cidade Seródio, em Guarulhos-SP. Em 1978, foi impactado pelo Congresso da Juventude Batista Brasileira, realizado em Porto Alegre-RS. Por orientação do pastor Zacarias de Aguiar Severa, seu pastor à época, iniciou seus estudos teológicos na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e depois ingressou no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, onde concluiu seu curso

de Teologia em 1981. Durante seus estudos, foi seminarista na Igreja Batista de Neves, em São Gonçalo-RJ, no ministério do pastor Alberto Araújo. Ao concluir seu curso, aceitou o convite para trabalhar na docência do Seminário Teológico Batista Ana Wollerman, em Dourados-MS. Assim, em 6 de fevereiro de 1982, foi ordenado ao ministério pastoral, e em 13 de fevereiro, casou-se com Loide Antunes. Pastoreou a Igreja em Jardim Flórida, em Dourados-MS (1982 a 1989), e retornou ao Rio de Janeiro para completar seu curso de Mestrado em Teologia, por meio de uma bolsa de estudo da Missão de Richmond (EUA). Enquanto estudava, recebeu permissão para pastorear a Igreja Batista Alvorada, em Santa Cruz, Rio de Janeiro-RJ (1991-1995). Após esse período, aceitou o convite para pastorear a Igreja Batista de Neves, em São Gonçalo-RJ (1996-2007), onde fora seminarista. Depois, pastoreou a Igreja Batista em Vila Maria, em São Paulo-SP (2007-2017). Atualmente, é pastor da Igreja Batista Memorial da Tijuca-RJ (desde 2017). Sua vida ministerial foi sempre con-

jugada com o magistério teológico. Lecionou no Seminário Ana Wollerman (Dourados-MS), na Faculdade Teológica Oeste do Brasil (Campo Grande-MS), no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (Rio de Janeiro-RJ), onde ocupou a Direção Acadêmica, na reitoria do Pastor Ebenézer Soares Ferreira, no Seminário Teológico Batista de Niterói, e como professor convidado de outras instituições teológicas. Atuou como secretário da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET). Professora Loide Antunes nasceu em Serrolândia-BA. De uma família de oito irmãos, o pai Roque faleceu jovem, aos 40 anos. De sua mãe Elenita, diaconisa, ela recebeu o exemplo de dedicação ao serviço cristão. Foi batizada aos 10 anos, na Igreja Batista em Vila Maria-SP. Como Mensageira do Rei, ainda em sua adolescência, consagrou sua vida à obra missionária. Estudou no Colégio Batista Shepard, no qual serviu como professora ao longo de 15 anos. Loide e Luiz tiveram cinco filhos: Adriana, Claudia, Bruno, Rafael e Fernanda. São avós de sete netos. Deus é fiel. n


MISSÕES MUNDIAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

11

A compaixão que revela Jesus Freddy Ovando

missionário na Guiné-Bissau

Hoje quero compartilhar um testemunho, uma Marca da Compaixão: “Parecia que aquele seria o último dia da minha vida! Perdi muito sangue devido a um parto mal sucedido que fizeram em mim. Lembro, vagamente, de minha mãe lutando como uma leoa, dizendo aos enfermeiros que o nosso dinheiro tinha acabado, e que eles não poderiam me deixar naquela situação. Eles simplesmente viraram as costas e a deixaram falando sozinha. Depois daquilo, não vi mais nada. Não sei exatamente quanto tempo eu fiquei desacordada, mas ao acordar percebi que tinha um homem branco dentro da sala. Ele falava com os enfermeiros e dizia que, a partir daquele momento, eu era de sua responsabilidade, e que me levaria para a capital do país a fim de ser atendida em um hospital evangélico. Os enfermeiros discutiam, mas ele se mantinha calmo e falava que assumiria todos os custos e se responsabilizaria por minha vida. Enquanto traziam um papel para aquele homem branco assinar, a minha mãe entregava para um primo meu o corpo do meu filho, morto no parto. Fechei os olhos para não presenciar aquela cena. Minha mãe estava muda naquele momento, e o homem branco assumiu o controle de nossos destinos. Ele me tomou em seus braços, pois eu não conseguia andar. O sangramento não cedia, mesmo assim ele me acomodou na parte de trás do carro da Missão Batista em Bafatá e saiu acelerando rumo à capital. O homem branco dirigia calado. Eu não sentia mais as pernas e, por diversas vezes, apaguei. Acordei mais uma vez e ouvi aquele homem branco chorar baixinho, pedindo a Deus que me livrasse da morte. Lembro-me dele como se fosse hoje. O enfermeiro Ruan, do Hospital Evangélico Casa Emanuel, nos esperava e mais uma vez desmaiei nos braços daquele homem branco. A partir dali, o Ruan assumiu a situação e disse que eu precisaria de sangue, pois estava muito fraca. Foram várias bolsas de sangue, soro, vitaminas, e após 10 dias tive alta daquele hospital. O homem branco foi me buscar, com minha mãe. Ele pagou Eu tinha muito ódio no coração por- sabilidade, simplesmente sumiu. Mas, toda a conta do hospital e voltamos para que o meu então namorado me engra- naquele dia, eu ganhei um verdadeiro Bafatá. vidou e, na hora de assumir a respon- pai. Aquele homem branco nos visitava,

com sua esposa, a doutora Elaine Cristina Ovando. Eles oraram por mim, várias vezes, e a doutora me ajudava com um dinheirinho para eu comprar amendoim e vender na feira. Após quatro anos, o meu namorado voltou e disse que queria se casar comigo. Fomos até a casa do meu novo pai e ele deu um sermão no meu namorado por me abandonar. Ele aceitou meu casamento e hoje vivo com meu esposo há vários anos. Temos uma filha e nos convertemos verdadeiramente ao Evangelho. Tenho uma família honrada, e não guardo mais ódio em meu coração. Peço a Deus para guardar o meu pai, Freddy Ovando, aquele homem branco que cuidou de mim na hora que a morte tentou me levar. Eu sou a Kunsa, esposa do Midana, e mãe da Abene. Sou uma mulher balanta* que conheceu a Jesus, verdadeiramente, através da dedicação e do cuidado de um homem branco por mim”. Agradeça a Deus pela vida da Kunsa e toda a sua família. Agradeça por termos tido a oportunidade de apresentar-lhe a compaixão de Jesus, e também porque fomos instrumento de Deus para que ela e toda sua família tivesse sua vida transformada. Neste momento, também conto com suas orações pela minha família: a saúde da minha esposa, a missionária Elaine, pelos estudos da Isabela e pela vida do Breno, que está em fase de alistamento no Exército. Sobre a obra missionária, interceda pela região de Bambadinca e a conversão de outras etnias não-alcançadas aqui. Ore pelo nosso futuro projeto, por sabedoria e pela provisão do Senhor. Interceda pela obra missionária na Guiné-Bissau e em todo o mundo, bem como pela Junta de Missões Mundiais, seu diretor executivo, gerentes de missões, coordenadores e colaboradores, para que sejam sempre instrumentos de Deus. Continue compartilhando de Jesus, viva a compaixão. *Os Balanta são um grupo étnico que pode ser encontrado no Senegal, Gâmbia e na Guiné-Bissau. Na Guiné-Bissau, eles formam o maior grupo étnico do país, representando um quarto da população. n


12

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

Projeto Barnabé, da CB Unidas do Ceará, promove capacitação em Frente Missionária Ministério Infantil, Comunicação e Louvor foram os temas trabalhados.

Site da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará No fim de janeiro, a Frente Missionária em Ibiapina-CE recebeu capacitação para o Ministério Infantil, de Comunicação e Louvor, por meio de uma parceria do Projeto Barnabé, da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC), com os irmãos João Paulo, Camilla e Rebeca. João Paulo é ministro de Música da Igreja Batista Aldeota-CE, que, com sua esposa, Camilla Quirino, tem se dedicado em apoiar às Igrejas e Congregações através do Projeto Barnabé, no qual a Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC) cria uma ponte entre as necessidades de uma Igreja com as habilidades dos irmãos de outras Igrejas.

CIBUC cria uma ponte entre as necessidades de uma Igreja com as habilidades dos irmãos de outras Igrejas Em 2019 o casal já deu um treinamento de Música e Ministério Infantil para a Frente Missionária em Carnaubal-CE. Neste ano abençoaram Ibiapina, com Rebecca Quirino, que levou uma capacitação para a área de comunicação.

Em mensagem o pastor Max afirmou sobre a bênção deste projeto. “Foi muito edificante e abençoador receber este maravilhoso projeto em nossa frente missionária. Com certeza, algo muito necessário para o desenvolvimento e con-

solidação do trabalho do Senhor aqui em Ibiapina! Muito gratos à CIBUC, as vidas do João Paulo, Camila e Rebeca, que nos proporcionaram esta experiência riquíssima!” n

Conheça pastor Guedes, um servo que construiu 16 templos Durante 58 anos pastoreou cinco Igrejas.

Raimundo Gomes

jornalista parceiro da Convenção Batista Alagoana

de Vitória de Santo Antão-PE, por quatro anos. Depois, na Primeira Igreja Batista de Jequié-BA (seis anos). Em 1962 chegou a Alagoas para exercer seu mais longo ministério, na Igreja Batista do Farol. Em 1999 assumiu a Igreja Batista Ebenézer, em Cruz das Almas-BA (quatro anos). Em 2004 foi pastorear a Segunda Igreja Batista do Tabuleiro-AL (sete anos e meio). Foram 58 anos de ministério pastoral exercido integralmente em cinco Igrejas. Em duas delas levou seus líderes e membros a construírem 16 templos - 14 quando estava na Igreja do Farol e dois na Segunda Igreja Batista do Tabuleiro, que também ganhou um amplo moderno templo com primeiro andar. “Por último, a Igreja construiu o templo de nossa congregação em Flexeiras”, recorda Edivaldo Nunes, na época, primeiro vice-moderador.

Aos 92 anos de idade, pastor José Guedes dos Santos, que trabalhou 58 anos pastoreando Igrejas, ao ser indagado se ‘valeu a pena dedicar toda uma vida a serviço de Deus?’, respondeu afirmativamente sim. Ele é o pastor que mais construiu templos Batistas em Alagoas, entre os quais, a Igreja Batista do Farol, que pastoreou por 36 anos e meio. “Eu não poderia empregar melhor os meus dias fora da pregação do Evangelho de Jesus Cristo! Pregava com muito amor e sou grato a Deus por Ele ter me usado nesse trabalho e me tornado uma benção na vida de tantas pessoas sobre as quais exerci benéfica influência com a minha vida, com minhas mensagens e ministério desenvolvidos nas Igrejas que AMIGO CONSELHEIRO tive o privilégio de servir”, afirmou o pastor. Consagrado em 1952, pastor Guedes Devido à idade e aos cuidados nesiniciou seu ministério na Igreja Batista ses tempos difíceis em que as infecções

Foram 58 anos dedicados ao ministério pastoral por COVID-19 e as síndromes gripais aumentaram grandemente, as visitas ao pastor Guedes foram limitadas por recomendações médicas. Mas, sua família fez uma exceção, seguindo os protocolos de prevenção, para que ele recebesse o pastor Jilton Moraes, alagoano que reside no Recife-PE, e o jornalista Raimundo Gomes. “Tenho uma amizade de mais de

meio século pelo pastor Guedes! Ele tem sido para mim um daqueles raros amigos conselheiros que somente Deus nos dá! Foi em uma mensagem pregada por ele que senti o desafio divino para ser pastor”, disse o professor e escritor Jilton. Ovelha do pastor na Igreja Batista do Farol por 27 anos, o jornalista contentou-se em fazer a pergunta ‘valeu a pena…’, do início do texto. n


O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

13


14

PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

A mãe está off: deixando a sobrecarga e a culpa aos pés de Jesus Carollina Bittencurt Breder

pastora, pedagoga e formada em Louvor e Adoração pelo CTMDT, membro da Primeira Igreja Batista de Campo Grande-MS

A maternidade é um privilégio. Quando nos tornamos mães, participamos mais efetivamente de algo que o próprio Deus idealizou, que é a família. Além disso, entendemos com mais sensibilidade o coração paterno de Deus. Entretanto, não vamos focar aqui no quanto nós, mães, somos privilegiadas - o que é uma verdade -, mas, no fato de tantas mulheres estarem confusas acerca do seu papel, vivendo tensas e sobrecarregadas em seu dia a dia. Muitas mães, diante de tantos desafios, estão precisando ficar off para aprender a colocar sua sobrecarga aos pés de Jesus. O desafio da maternidade A maternidade é, se não o maior, um dos maiores desafios que uma mulher pode viver. E nesse processo, a culpa, a cobrança e a exaustão vêm junto num mesmo pacote. E agora, o que fazer? Você pode e deve aprender algo muito importante com a Palavra de Deus: encontrar descanso em Jesus. Esse é o seu desafio. Não só o descanso físico, que é muito importante, desejado e necessário para todas as mães, mas também o descanso emocional. Será possível? Por incrível que pareça, sim. No evangelho de Mateus, capítulo 11, versos 28 a 30, lemos: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Essa fala de Jesus, aplicada ao contexto das mães, mostra que diante das pressões, da exaustão, privação de sono e dos desafios do dia a dia, encontramos descanso nEle e aprendemos a lidar com os problemas da mesma forma que ele lidou: com humildade e mansidão. Ou seja, uma vez que as dificuldades fazem parte da condição humana, podemos aprender com Jesus a lidar com os problemas com humildade e mansidão. Para que isso aconteça, é fundamental que nós, mulheres, tenhamos um relacionamento profundo e pessoal com Jesus, pois, dessa forma, a Palavra de Deus vai frutificar em nosso coração e se tornar

prática. Precisamos parar para estar a sós com o Senhor, e, assim, sua voz se tornar audível no meio de tantas vozes do cotidiano. Jesus está dizendo: “Vincule-se a mim, caminhe do meu lado e ande como eu ando.” Ele está falando de descanso e de compromisso, e é seguindo por esse caminho que somos renovadas e encontramos forças para prosseguir. O jugo é o arreio/canga de madeira que se colocava sobre o pescoço de dois bois, geralmente atrelado ao equipamento que eles deveriam puxar para trabalhar a terra. Esses dois animais não têm outra opção senão trabalharem juntos, irem na mesma direção e caminharem no mesmo ritmo. Assim funciona conosco também. O jugo de Jesus sincroniza os nossos passos com os dEle. E todas as vezes que você olhar para o lado, ele estará ali. Fique tranquila, o jugo de Jesus não irá machucá-la, pois ele é suave. O fardo é a carga a ser carregada. Geralmente, um animal carrega sobre os seus ombros mantimentos e água. Ou seja, fardos possíveis de ele carregar segundo a sua estrutura e força. E você, mamãe? O fardo que você está carregando sobre os seus ombros é leve ou pesado? Você tem conseguido descansar física e emocionalmente? Maternidade e descanso: é possível? Eu tenho duas filhas, uma com cinco anos de idade e outra com um aninho. Meu marido e eu vivemos dificuldades que todos os pais de filhos pequenos vivem: estresse, privação de sono, dificuldade em estabelecer uma rotina e ser completamente fiéis a ela… Você se identifica com isso? Como somos pastores em nossa Igreja local e lideramos o ministério de ensino, muitas vezes o descanso parece uma missão impossível. Entretanto, decidimos viver um dia de cada vez, observando quais são as prioridades, necessidades e urgências do dia. Uma das coisas que estabelecemos como prioridade na vida familiar, especialmente com relação a nós dois, é o descanso. Assim, entendemos que para termos descanso, o revezamento é fundamental. Durante as madrugadas, por exemplo, se a menorzinha acorda, revezamos no cuidado com ela. Nos fins de semana e feriados, quando elas estão conosco o tempo todo, também nos organizamos para que cada um possa ter o seu momento de descanso, inclusive durante

o dia. É o nosso intervalo desse intenso trabalho de cuidar de nossas meninas, da casa e do trabalho. Algumas vezes no meu “intervalo”, entro em meu quarto, fecho a porta e simplesmente assisto a um vídeo interessante no YouTube ou um pedaço de um filme de que eu goste (ainda não consegui assistir a um filme inteiro), leio um livro ou até mesmo tiro um cochilo. Nesse momento, quem está com as meninas sabe que elas não podem entrar no quarto do casal, para que esse intervalo seja de qualidade. Confesso que esse descanso tem me renovado muito, inclusive emocionalmente, pois após esse período curto, mas proveitoso, de descanso, consigo lidar com a rotina de uma forma mais leve e produtiva. O marido e a esposa devem ser parceiros na criação dos filhos, devem se preocupar com as necessidades das crianças e com as necessidades um do outro também. Por algum tempo, por exemplo, eu não conseguia ser constante em minha vida devocional, principalmente em relação ao horário do dia que reservaria para oração e leitura da Palavra, mas, com essa organização familiar que buscamos ter, estou conseguindo manter o meu período devocional mais constante no período da manhã, antes de as meninas acordarem. E isso já é uma vitória muito grande. Precisamos celebrar cada conquista. Em sua organização prática da rotina, qual tem sido a sua prioridade ou a sua maior necessidade? Cuide de você, cuide do seu corpo e da sua mente. Isso é agradável aos olhos do Senhor, pois o seu jugo é suave e o seu fardo é leve. A maternidade e suas prioridades Em tempos de muitas demandas familiares, é muito importante que possamos definir quais são as nossas prioridades, até que consigamos incluir outras atividades em nossa rotina. É muito comum ouvirmos que a mulher foi feita para sonhar, conquistar, ser bem-sucedida, pois ela consegue dar conta de tudo: carreira, serviço de casa, lhos e tantas outras coisas. Entretanto, precisamos ter muito cuidado com as expectativas que são colocadas sobre a mulher neste tempo. O aparente “empoderamento” trouxe, na verdade, mais fardos pesados para os nossos ombros. Porque é impossível dar conta de tudo. As prioridades precisam ser definidas para que possamos usufruir do descanso que o próprio Deus já preparou

para cada uma de nós. Além disso, vale lembrar que aquilo que é prioridade na família hoje sofrerá alterações daqui a alguns anos. Por exemplo: pais de filhos pequenos, entre 0 e 6 anos, naturalmente precisarão se dedicar muito às crianças, o que envolve investimento de tempo com eles e para eles. Uma das razões dessa dedicação é que as atividades mais básicas, os filhos ainda não são autônomos para realizá-las sozinhos. Pais de filhos adolescentes, apesar de ainda precisarem investir tempo na criação, provavelmente não se preocupam mais em qual parquinho da cidade a família pode ir no sábado à tarde, o que abre um pouco mais a agenda daquele pai e daquela mãe para outras atividades e interesses. É comum ver mulheres que, após os filhos completarem certa idade, resolveram voltar a estudar, fazer faculdade ou até mesmo uma pós-graduação. Por não estabelecerem prioridades, quantas mães cobram perfeição de si mesmas! Esse, com certeza, é um fardo muito pesado. O Senhor não espera que você seja perfeita, mas que apresente aos seus filhos um estilo de vida de temor e amor a Deus, de dependência dEle. Essa deve ser a sua prioridade como mãe. Você não deve, inclusive, comparar-se às outras mães. Se outra mãe dá ao seu filho uma educação de alto nível e tem alguns métodos interessantes, isso nos inspira, mas a mãe ideal para o seu filho é você. Você, mãe, deve se preocupar em ensinar aos seus filhos o mesmo caminho da graça que você está conhecendo através de Jesus. Não se preocupe tanto em falar o que você sabe. Fale e ensine sobre o que você está aprendendo em sua caminhada diária com Jesus. Traga os seus filhos para esse processo. Os nossos filhos não são nossos troféus para serem exibidos. Eles, assim como nós, são discípulos de Jesus em constante aprendizado. Portanto, não tome sobre você o jugo agressivo e o fardo pesado de trabalhar incansavelmente para que a sua família seja perfeita, porque família perfeita não existe. Todos nós erramos. Todos nós precisamos pedir perdão uns para os outros. Todos nós necessitamos de “intervalos” para descanso emocional e físico. Todos nós precisamos da intervenção poderosa de Deus na nossa história. Portanto, fique off e deixe a sobrecarga aos pés de Jesus. n


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 06/03/22

15

Busquemos a paz com misericórdia Marisa Janaina Costa Vieira

Missionária da Junta de Missões Nacionais; graduada em Missões pelo Centro Integrado de Educação e Missões

Neste ano de 2022, o tema da nossa Convenção Batista Brasileira é “Busquemos a paz com misericórdia”, e a divisa é “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef 4.32). Baseado em nosso tema, vamos falar sobre o coração perdoador, que compreende a dinâmica de quem recebe e de quem doa perdão, de quem recebe e de quem doa misericórdia para que haja paz. Coração perdoador Perdão é um precioso presente. Presente que traz paz, alívio, que tira a carga, que dá oportunidade de recomeçar. É um presente geralmente apreciado, afinal, quem não gostaria de ser chamado no banco para ouvir que todas as suas dívidas estão perdoadas? Ou ser perdoado pelo chefe por um erro cometido no trabalho? Mais do que uma sensação agradável, o perdão faz parte do caráter do nosso Deus, e dentro dos padrões dEle, perdão é uma via de mão dupla: é tanto para ser recebido quanto para ser doado. Lembra a oração do Pai nosso: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12)? O coração que recebe perdão torna-se também um coração perdoador. Vamos observar, então, como se dá a dinâmica do perdão em nossas vidas. Coração que foi perdoado O perdão não é apenas uma ordem para cumprirmos. O perdão, primeiramente, é resultado de uma experiência com Deus. Fomos perdoados por Ele e recebemos vida. É o perdão de Deus o presente mais precioso que recebemos em nossas vidas. Recebemos perdão pelo nosso pecado original. Ele nos liberta do pecado e nos dá a garantia da salvação eterna. Como, porém, estamos neste mundo, sujeitos ao pecado, quando pecamos, por vezes, tratamos nossos pecados diante de Deus de maneira que contrapõe o que cremos sobre perdão. O que quero dizer é que cremos que, mediante o arrependimento, Deus nos perdoa todos os pecados (I João 1.9). Para tanto, precisamos ter nosso momento com Deus para que o Espírito Santo nos mostre nossos pecados. Nesses momentos, precisamos falar como o

salmista: “Sonda-me, ó Deus [...] vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24). No entanto, em vez de agirmos assim, passamos a dar desculpas a Deus pelas nossas falhas, tais como: não tenho tempo para ter um momento com Deus diariamente, estou sendo hostil com minha família porque meu trabalho tem me estressado muito, repassei uma informação errada sobre uma pessoa apenas porque me contaram. De acordo com o que a Bíblia nos ensina sobre confessar pecados, nossa atitude deveria ser: “Perdoe-me, Senhor, por não priorizar tempo na minha agenda para nos relacionarmos”, “Perdoe-me, Senhor, por não cuidar com zelo da minha família”, “Perdoe-me, Senhor, por ter propagado uma fofoca sobre aquela pessoa. Da mesma maneira que Deus concede perdão para salvação, ele continua a nos conceder perdão quando pecamos (Salmos 51.17). Ele conhece nosso coração, por isso, não faz sentido algum darmos desculpas a Ele. Quando Davi foi confrontado por Deus pelo profeta Natã, por tomar a mulher de Urias e matá-lo, sua atitude diante do seu pecado foi arrependimento: “Então Davi disse a Natã” (II Samuel 12.13). Independentemente de ser rei ou não, Davi conhecia a justiça de Deus e sabia as consequências que teria que enfrentar. Ele foi perdoado pelo Senhor depois de se arrepender, no entanto, precisou lidar com as consequências - ele perdeu seu filho. O Senhor conhece nossas intenções. É necessário ter um coração sincero, que reconhece e confessa as falhas, deseja mudança e sabe que precisa da misericórdia do Senhor. Além do perdão de Deus, precisamos do perdão do outro. Coração que recebe perdão dos outros É inevitável que um dia precisemos do perdão de alguém. Somos falhos não apenas com Deus, mas também com as pessoas. O desejo de sermos perdoados por aqueles contra quem cometemos uma falta nos inquieta. Quando nossas palavras e ações ferem, desejamos ser perdoados, e isso acontece frequentemente com quem está perto de nós nos acolhendo, dando suporte, cuidando de nós. Costuma acontecer com familiares, amigos, irmãos em Cristo. Jacó prosperou muito em sua vida: ele tinha riquezas, família, empregados, tinha as bênçãos de Deus, mas ainda não tinha o perdão do irmão. No passado, ele trapaceou Esaú, levando dele os direitos de filho

mais velho e as bênçãos do primogênito, dadas por seu pai. Então Esaú planejou matá-lo, o que fez Jacó fugir dele. Apesar de tantas conquistas, Jacó não tinha algo muito importante - o relacionamento com seu irmão. Passado um tempo, Deus mandou Jacó voltar. Ao voltar à terra de sua família, enviou presentes para apaziguar Esaú. Jacó traçou muitos planos para tentar uma mínima aproximação com seu irmão, mas ao encontrá-lo, recebeu um surpreendente abraço, que comunicava: saudade, alívio, reconciliação, recomeço, pertencimento de duas pessoas ligadas pelo sangue e que perderam tanto tempo por erros humanos. Jacó sentiu paz, que é o que sentimos ao resolver as pendências de relacionamentos quebrados, e deixou de fugir do irmão. Não perca tempo, busque ao Senhor e promova você também a reconciliação com aquele que você feriu. Coração que perdoa Conhecemos a famosa frase popular: “Errar é humano, mas perdoar é divino.” Realmente, o perdão vem de Deus, mas essa frase parece querer nos isentar de responsabilidade. Perdoar é uma condição para que tenhamos o perdão de Deus (Mateus 6.12). Ele parte do coração de quem compreendeu a profundidade do perdão recebido pelo Senhor. Não está condicionado ao erro de quem o cometeu. Não nos foi dada autoridade para selecionar quais falhas são ou não são dignas de perdão. Sem nenhum merecimento, o Senhor nos perdoa, mesmo quando cometemos as mesmas falhas. Ele quer de nós um coração perdoador como é o dEle. Junto ao perdão, caminham a justiça, a graça, o amor e a misericórdia. Perdoar é um dos princípios do Reino ilustrado por Jesus por meio de uma parábola (Mateus 18.21-35). Nessa parábola, o servo, que tinha uma dívida altíssima com seu senhor, não recebeu prazo para pagar, mas o perdão de toda a dívida. Recebeu a misericórdia e tornou-se livre de seu débito. Não foi, porém, capaz de agir com a mesma misericórdia para com seu próprio servo, que lhe devia bem menos. Agir com misericórdia e perdoar é responsabilidade do crente perdoado. Não é uma escolha que tem como princípio nossa vontade. É submeter-se à vontade de Deus. Se pela vontade dEle fomos perdoados, é também pela vontade dEle que perdoamos. Da mesma maneira que precisamos do perdão das pessoas, preci-

saremos inevitavelmente perdoar. Lembro-me de quando meu filho precisou, aos dois meses de idade, submeter-se a uma cirurgia cerebral. Perguntamos ao médico quais eram os riscos e ele nos disse que poderia errar e acertar uma artéria. Ao lidar com a sinceridade daquele médico, deparamo-nos com um fato: por mais que tivéssemos procurado o melhor profissional para operar nosso filho, ele ainda seria operado por um homem, que poderia cometer um erro. Por melhores que as pessoas possam parecer, elas são suscetíveis a falhas, como nós. Pode ser mais fácil perdoar quem comete uma grande falta conosco do que aqueles que estão perto de nós cometendo pequenas faltas todos os dias. Deixar de perdoar o marido por cooperar pouco com as tarefas domésticas pode, com o tempo, culminar no desejo de divórcio. Deixar de perdoar parentes por brigas políticas pode gerar relacionamentos rompidos. Deixar de perdoar uma falha de seu pastor pode afastar você da autoridade pastoral e até mesmo tirar o seu desejo de congregar. Perdoe, mesmo aquele que não se arrependeu de ter lhe feito algum mal; mesmo que você tenha razão, perdoe, para que haja cura entre você e seu próximo (Tiago 5.16). Perdoe porque você e eu, enquanto vivermos, necessitaremos do perdão de Deus e dos outros. Deus nos perdoa, mesmo sabendo que erraremos novamente. Não perdoamos um lho apenas pelo que ele fez, mas porque o amor nos faz perdoá-lo. Reconhecer que pessoas falham, compreender o perdão dado a nós pelo próprio Deus e substituir a alta expectativa que temos das pessoas pela misericórdia é o que nos faz ter um coração perdoador. Como diz C. S. Lewis, “ser um cristão significa perdoar o imperdoável, porque Deus perdoou o indesculpável em você” O coração perdoador vem da experiência de termos sido alcançados pelo perdão de Deus, assim somos capazes de receber o perdão do nosso próximo e também de oferecer-lhe o nosso perdão. Confesse a Deus, sem desculpas, os pecados que você vem carregando na bagagem, busque reconciliação com quem você falhou, humildemente peça perdão e perdoe quem falhou com você. Busquemos a paz, sendo misericordiosos e perdoando-nos uns aos outros. Referência Bibliográca LEWIS, C. S. O peso da glória. Trad. Estevan F. Kirschner. Rio de Janeiro: omas Nelson Brasil, 2017, p. 176 n



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.