OJB EDIÇÃO 18 - ANO 2022

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ANO CXXI EDIÇÃO 18 DOMINGO, 01.05.2022

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Vila Minha Pátria é inaugurada em São Paulo

Inaugurada no dia 19 de abril, a Vila Minha Pátria é um projeto que nasceu da parceria entre a Junta de Missões Mundiais e Junta de Missões Nacionais. Localizada em Morungaba (SP), vai receber inicialmente, 15 famílias afegãs. Veja mais detalhes na página 7. Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Investindo em liderança

Tempo de planejamento

50 anos de OJB

Despertar 22

CB do Espírito Santo promove palestra sobre liderança espiritual

OPBB reúne seu Conselho Geral para deliberações

Conheça a trajetória de um dos nossos leitores

Inscrições para congresso nacional da JBB estão abertas

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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

EDITORIAL

Os primeiros destaques de maio Maio é o mês da família de acordo com o calendário da Convenção Batista Brasileira. E um pouco antes do mês começar, os Batistas brasileiros ajudaram diversas famílias afegãs. Foi através da Vila Minha Pátria, projeto que é uma parceria entre a Junta de Missões Mundiais (JMM) e Junta de Missões Nacionais (JMN), para receber refugiados. Inicialmente, o espaço, que fica em Morungaba, no estado de São Paulo,

recebeu 15 famílias, Glória a Deus por esta linda iniciativa de nossas juntas missionárias. Leia mais informações sobre a inauguração, que aconteceu no dia 19 de abril, na página 7. Também destacamos nesta edição a palestra sobre Liderança Espiritual, realizada pela Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBEES), com o pastor Paschoal Piragine Jr., da Primeira Igreja Batista em Curitiba-PR. A matéria

está na página 9. Na página 10, ressaltamos a reunião do Conselho Geral da Ordem de Pastores Batistas do Brasil (OPBB), no dia 19 de abril, com a nova Diretoria participando pela primeira vez. Você também vai conhecer a história do irmão Mário Soares, leitor de OJB há 50 anos. Como é bom sabermos dessas histórias de pessoas que amam ler O Jornal Batista. Este conteúdo está em toda a página 12. E o Despertar, con-

gresso da Juventude Batista Brasileira (JBB) já está com as inscrições abertas. Você, jovem Batista, que quer participar, é só ir na página 13 e apontar a câmera do seu celular para o QR Code que nós disponibilizamos (e quem não é mais jovem e também quer participar, fique à vontade). Que o mês de maio seja de muitas bênçãos para você e sua família. Boa leitura. n

( ) Impresso - 160,00 ( ) Digital - 80,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: GrafMec


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DICAS DA IGREJA LEGAL

Por que o Estatuto da sua Igreja precisa ser atualizado? (Parte 6)

Jonatas Nascimento Creio ser a abordagem de hoje a mais inusitada de todas as pontuadas até agora e, também, das que ainda serão pontuadas aqui neste centenário hebdomadário por muito tempo dirigido pelo saudoso pastor José dos Reis Pereira (resgatei esta palavra para homenageá-lo). Diz a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira que “a Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. a) É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens; b) Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo; c) Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação, edificar os crentes e promover a glória de Deus; d) Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina; e) Revela o destino final do mundo e os critérios pelos quais Deus julgará todos os homens; f) A Bí-

blia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos homens; g) Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo”. Afirma tal documento que através dos tempos, um dos nossos princípios basilares é a “aceitação da Bíblia Sagrada como única regra de fé e conduta”. Sendo assim, nos estatutos das Igrejas filiadas à Convenção Batista Brasileira necessariamente constam esse preceito, até mesmo como forma de autoproteção da instituição contra eventuais ataques de lobos que se infiltram no meio das ovelhas. Acontece que há uma fragilidade na expressão Bíblia Sagrada, pois até as pedras sabem que atualmente há versões falsificadas do Livro Santo circulando por aí. Não vai aqui qualquer crítica aos métodos tradicionais de tradução da Bíblia, quais sejam; a) por equivalência formal (tradução de palavra por palavra); ou b)

por equivalência dinâmica ou funcional (interpretação do original por paráfrase, onde o texto não é adulterado). O problema é quando segmentos ideológicos resolvem subtrair ou acrescentar palavras ou expressões a seu bel-prazer. Neste caso, a capa continuará a mesma (Bíblia Sagrada), mas o conteúdo certamente será a ponte que conduzirá muitos à perdição eterna. À primeira vista pode parecer uma preocupação exagerada, mas se eu fosse você tratava logo de promover a adequação do estatuto da sua Igreja e no artigo que versa sobre a “aceitação da Bíblia Sagrada como única regra de fé e conduta”, que seja a Bíblia Sagrada adotada pela Convenção Batista Brasileira. E não somente este ponto deve ser apreciado, mas também os demais que vem sendo publicados aqui em O Jornal Batista, a saber: a) inserção no estatuto de atividades típicas das Organizações da Sociedade Civil (OSC), sem risco de perda da imunidade tributária prevista na Constituição Federal;

b) ampliação do mandato da diretoria estatutária para que se evite gastos e burocracia; c) previsão de possibilidade de realização de assembleias virtuais ou híbridas, além das tradicionais presenciais; d) categorias diferenciadas de membros sem prejuízo do sistema de governo; e) vínculo do ministro religioso com a Igreja e prestação de serviços voluntários por seus membros; f) fragilidade da expressão Bíblia Sagrada; g) blindagem da Igreja em face questões éticas, morais e ideológicas; e h) reforço das chamadas cláusulas pétreas. Sei que este tema é um tanto complexo, mas coloco-me à disposição dos leitores d’O Jornal Batista através dos canais abaixo, para esclarecer melhor o meu ponto de vista. n Empresário contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” E-mail: jonatasnascimento@hotmail.com WhatsApp: (21) 99247-1227


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Obtendo o amparo do Senhor Celson Vargas

pastor, colaborador de OJB

“Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome, porque tu, Senhor, não desamparas os que te buscam” (Sl 9.10). Ser amparado é ser levantado, ajudado, abrigado, guardado. Todos precisamos, de alguma forma, ou em momentos de nossas vidas, sermos amparados. Entre nós exercemos o amparo e o recebemos dos outros. O que acontece nesse nível é que nosso amparo é limitado em muitas situações que não podemos atuar sobre elas, como por exemplo, uma enfermidade incurável, a dor da perda de alguém muito querido, saudades, solidão etc. O texto acima nos leva ao amparo a nível espiritual, que somente pode vir do Senhor Deus, portanto, muito além do que podemos prestar uns aos outros, pois não tem limites de ações, em tudo o Senhor pode ser nosso amparo seguro. Apesar de ser disponível a todos por parte do Senhor, exige de nossa parte atitudes espirituais para obtê-lo. Sobre isso quero falar com

você nesse dia: O primeiro passo para isso, segundo o texto acima, é conhecer o nome do Senhor, ou seja, saber o seu significado dado por Ele mesmo, que é: “Eu Sou o que Sou”; Yhaweh”; “Javé”, significando: O Deus Todo Poderoso, O Autoexistente, O Eterno. (Êxodo 3. 14). Ao conhecê-lo, confiamos em Seu ilimitado amparo. O segundo passo consiste em nossa declaração de fé nesse Senhor, que de forma alguma deixará de amparar os que Nele confiam para isso. Quando falamos em nosso Senhor, precisamos ter consciência que isso implica em sermos Seus servos em todas os Seus mandamentos para nós, para que como servos Ele nos veja e seja nosso Senhor. Como terceiro passo, o texto diz que devemos buscá-Lo. Para isso é necessário acessarmos o único e exclusivo caminho para chegarmos a Ele. Caminho esse que Ele mesmo criou para todos que o desejarem. Caminho esse que é Jesus. Veja isso no texto de João 14.6: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

Entrega ao Senhor “Entrega o teu caminho ao SEEscrevendo aos Romanos, Paulo NHOR; confia nele, e ele o fará” (Sl revela: “Todos pecaram e estão afas37.5). tados da presença gloriosa de Deus. Mas pela Sua graça e sem exigir nada, Quando damos algo a alguém, de- Deus aceita todos por meio de Cristo claramos nossa disposição de transfe- Jesus, que os salva. Deus ofereceu rir-lhe nossos direitos de propriedade. Cristo como sacrifício para que, pela Por isso, quando uma criança é legal- Sua morte na cruz, Cristo se tornasse o mente adotada como filha, ela passa meio de as pessoas receberem perdão a ter os mesmos direitos de que todos dos Seus pecados, pela fé Nele… No gozam na família adotiva. passado, Ele foi paciente e não castiMembros de uma família, além de gou as pessoas por causa dos seus se beneficiarem dos direitos da sua pecados - mas agora, pelo sacrifício comunidade, aceitam legalmente as de Cristo, Deus mostra que é justo e responsabilidades próprias do seu gru- aceita os que creem em Jesus” (Rm po humano. Dívidas financeiras, por 3:23-26). A proposta das Escrituras exemplo, não devem ser ignoradas, é: “Ponha a sua vida nas mãos do Semas devem ser assumidas por todos, nhor, confie Nele e Ele o ajudará” (Sl no grupo humano a que pertençam. 37.5). Talvez, você precise, nesse momento, do amparo que somente o Senhor

pode te dar. Siga esses passos, e, certamente, o encontrará em Jesus. n

graça veio a todos, como um depósito em conta que precisamos sacar ou um arquivo que precisamos baixar. Enquanto a separação de Deus ocorreu por herança, a reconciliação com Deus ocorre por decisão. Quem rejeita o presente não recebe a salvação. Adão desobedeceu a Deus por causa dos seus interesses particulares, enquanto Cristo obedeceu a Deus pensando na solidariedade aos seres humanos, com quem se misturou, para apontar o caminho da reconciliação com Deus, cumprindo as exigências divinas, a fim de pagar pela desobediência humana, decorrente da herança adâmica e da rejeição deliberada de todas as pessoas à oferta de salvação (v.19). A Lei apenas foi o exame que ressaltou a doença, mas a graça foi o remédio oferecido para que os doen-

tes fossem curados. Isto é possível se considerarmos a receita médica (v.17), confiando na eficácia do remédio que nos devolve a vida perdida no Éden (v.20). “… como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (v.21). Digamos que haja um remédio para a cura de uma doença herdada geneticamente e o doente se recuse a tomar tal remédio. Como ele seria curado se não quisesse tomar o remédio? Embora disponível para tal doente, o remédio não o curará se ele não o ingerir! Parece que, para Deus, as pessoas são responsáveis pelos seus atos. Incluindo as decisões que afetam a eternidade delas! n

Herdamos a morte, mas, Cristo morreu por nós!

Roberlan Julião

pastor da Segunda Igreja Batista em Vila Pauline, Belford Roxo - RJ

“Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos. A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna,

mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5.18-21). De acordo com Romanos 5.18, o juízo veio sobre todos. Mas, a justiça e a graça vieram sobre todos, também! “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida”. (Almeida Corrigida e Revisada Fiel). O texto diz que “por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação de vida”. Quando o texto diz que veio a graça sobre todos para a justificação, parece que esta justificação está disponível para todos! Enquanto o juízo veio sobre todos por causa da herança do pecado, como uma doença, a


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Famílias fortalecidas que abençoam a Igreja

José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB

O saudoso pastor Nilson do Amaral Fanini repetia uma frase que marcou muito minha vida. Ele dizia: “A Igreja nunca é mais forte do que as famílias que a compõem”. Famílias fortalecidas abençoam de fato a Igreja. Na Bíblia, uma família que retrata bem esta realidade é a família dos irmãos Marta, Maria e Lázaro. Era uma família muito especial, que tem sua história contada pelos quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João). O que faz essa família ser tão especial? Poderíamos responder dizendo que os irmãos (Marta, Maria e Lázaro) quebram o estereótipo de família. Em nossa cabeça está fixada a concepção que só é família se houver a presença de um casal e filhos - família nuclear. É interessante observar que esses irmãos eram solteiros e ainda assim formavam uma família, aliás - podemos dizer: uma bela família. O pastor e escritor Gilson Bifano faz uma observação muito per-

tinente: “Como ferimos e prejudicamos os solteiros – quando afirmamos direta ou indiretamente, que só serão felizes quando se casarem. Afirmações como essas têm empurrado muitos solteiros para casamentos fadados ao fracasso”. Uma família forte, equilibrada, abençoa profundamente uma Igreja. Jesus foi profundamente abençoado pela família de Lázaro. Gostaria rapidamente elencar alguns pontos para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, famílias fortalecidas abençoam a Igreja porque estão aos pés do Salvador (Lucas 10.39). O lugar mais importante para uma família estar é aos pés do Salvador. Não foi por acaso que Jesus nutria um apreço especial por essa família. Sempre que Ele (Jesus) estava disposto a falar, eles estavam dispostos, prontos para ouvir e acolher os ensinamentos de Cristo. Uma Igreja é profundamente abençoada por famílias que estão aos pés de Cristo Jesus. Famílias que não estão aos pés de Cristo no contexto da Igreja geralmente trazem problema, pois, querem mandar,

derrubar a liderança. Em segundo lugar, famílias fortalecidas abençoam a Igreja por estimularem as pessoas a recorrerem a Cristo nos momentos de crise (João 11.2-3). A crise quando chega, na maioria das vezes, é de forma inesperada. Lázaro adoeceu - não sabemos qual era a enfermidade dele. O fato era que esta enfermidade logo transformou-se em óbito. Entretanto, o que chama atenção, é que as irmãs de Lázaro recorrerem imediatamente a Jesus quando a crise se abateu na família. Igrejas são abençoadas quando tem famílias que fazem de Jesus a alternativa primeira para solução de suas crises. Famílias que têm Jesus como alternativa primeira para solução de suas crises tornam-se incentivadoras, pois, tornam-se um exemplo de fé em meio as tribulações no contexto da Igreja. O teólogo William Barclay faz uma declaração interessante: “É bonito notar que a mensagem não solicitava que Jesus fosse a Betânia. Sabiam que a mera informação de que necessitavam de ajuda

levaria Jesus até elas”. Em terceiro lugar, famílias fortalecidas abençoam a Igreja por testemunharem os grandes feitos de Deus (João 12.1). O nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, ao chegar em Betânia, é recebido com alegria e lhe oferecem um banquete. A mesa estava a prova da intervenção miraculosa de Deus. Lázaro, a quem fora ressuscitado dentre os mortos estava ali. Família é o palco das grandes intervenções de Deus. Creia que o mesmo Deus que operou na vida de Lázaro pode agir de forma milagrosa em seu casamento, em sua casa e na vida de seus filhos. Em último lugar, famílias fortalecidas abençoam a Igreja porque tem prazer em servir (João 12.2). Marta servia. Vemos que não havia dificuldade para os integrantes desta família em servir. É justamente no contexto da família que aprendemos a servir a Deus. Um princípio importante a ser agasalhado em nosso coração é: se não servirmos as pessoas de nosso próprio lar, não serviremos na Igreja. n

Temperando com amor Eliszangela Santos de Oliveira

extraído do site do Associação dos Educadores Cristãos Batista do Brasil

“O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um” (Cl 4.6). Em Colossenses 4.6 aprendemos que devemos agir sabiamente com o nosso próximo, testemunhando e dialogando com a mesma cordialidade, pois, ao relacionar-se com diferentes pessoas devemos ser um tempero agradável, que chamamos de Sal. Esse tempero, em dose certa na comida, torna-a deliciosa; assim devemos ser na vida do próximo, uma pessoa agradável e atraente como nosso Deus. Para sermos uma pessoa agradável é preciso estar em uma constate conversa com Deus, para que nossos relaciona-

mentos com amigos(as) e familiares sejam melhores. A prática de temperar uma comida não quer dizer que será a mesma todos os dias, mas será de temperar várias vezes, na dose certa. Ao conversarmos com outras pessoas que não são do nosso convívio, surgirá assuntos sobre os tópicos comuns do dia, temperando na dose certa, você será capaz de responder com um espírito amável, gentil e afável. Caso o conteúdo da conversa seja sobre coisas das quais você é ignorante, como introduzir algum tópico da ciência com o qual você não está familiarizado, você não terá vergonha de confessar sua ignorância e buscar instruções. Se a pessoa que você está conversando age de maneira arrogante, insolente e dominadora, você poderá reprimir os sentimentos de seu temperamento e responder com gentileza e

bondade. A Palavra de Deus nos orienta isso em Jeremias 33.3: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”. Estejamos bem informados de conteúdos próprios ou de conteúdos diversos para que possamos ter um diálogo que transmitirá a mensagem sob o comando de Deus. Minha indagação a você é: Como você tem gastado o seu tempo com seus amigos(as) e familiares? Tem aproveitado toda e qualquer oportunidade para apresentar Cristo Jesus como Senhor e Salvador? Peça a Deus para o orientá-lo(a) nessa caminhada, escolha três pessoas para que você possa temperar a vida delas com a Palavra de Deus, estreitando a amizade e transformando seu relacionamento de forma saudável, através da oração e da Palavra de Deus. Converse

com Deus todos os dias, para que possa ser esse sal na dose certa, mostrando o quanto os seus ensinamentos, os conselhos e mandamentos de Deus transformam diariamente o nosso viver, para que possamos cuidar do próximo de forma acolhedora e empática. Se você ainda não conversou com Deus, busque hoje e transforme essa prática no seu viver diário para uma vida mais esperançosa ao lado de nosso Pai celestial. “A diferença entre as pessoas que conversam com Deus diariamente para as que não o fazem é ser mais segura diante de suas atividades diárias”. REFERÊNCIAS: Bíblia Nova Versão Internacional Colossenses 4.6 Bíblia Shedd – SBB: Editora Vida Nova n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22 VIDA EM FAMÍLIA

Bodas de quê? Há alguns anos, a imprensa noticiou algo difícil de acontecer: um casal britânico, Percy e Florense, estava completando 80 anos de casamento. Quando um casal completa 25 anos, está comemorando Bodas de Prata. Quando chega aos 50, todos sabem que são Bodas de Ouro. E quando completa 80 anos? Pesquisei na internet e achei a resposta: Bodas de Carvalho. Logo pensei: “Por que o carvalho?”. Procurei conhecer um pouco mais as características dessa árvore. Fiquei sabendo que o Carvalho é comum no Canadá e nos Estados Unidos. É uma das árvores mais valiosas que existe, tanto pela beleza quanto pelo valor comercial. De sua casca extraí-se uma resina, o storax, de alto preço no mercado farmacêutico. Suas folhas ficam amarelas e vermelhas em abril. Em junho, elas caem e em setembro voltam

a brotar. Aprendi também que se trata de uma árvore muito resistente a fungos. Num site sobre botânica, soube que o carvalho é a árvore que mais resiste às tempestades. Quanto mais temporais e tempestades enfrenta, mais forte ele fica. Uma tempestade, para essa árvore, é pretexto para torná-la mais robusta e suas raízes ficarem mais arraigadas ao solo. Cada tempestade é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça! Perguntado sobre o segredo de chegar aos 80 anos, Percy e Florense deram uma receita fácil, mas que muitas vezes esquecemos no dia a dia da vida conjugal: não esticar uma discussão, beijar-se com frequência e dar as mãos para ir para a cama. Não falaram em dinheiro, em viagens constantes ou em bens materiais. Por isso, estão no livro dos recordes e comemoraram Bodas de Carvalho.

Mas, do Carvalho, podemos extrair algumas lições para os casais que desejam chegar lá. A primeira delas, na minha ótica, é o poder renovador da árvore. Se queremos construir um casamento duradouro é preciso saber se renovar, de criar. O que mata um casamento é a rotina. É não pensar coisas novas para alegrar o outro, para tornar o casamento dinâmico e criativo. A segunda: se queremos comemorar Bodas de Carvalho é preciso tornar o nosso casamento resistente aos “fungos” invisíveis que podem se instalar na relação. São aquelas indelicadezas, aquelas palavrinhas que ferem, são aquelas atitudes imaturas que vão matando, ao longo dos anos, a vida conjugal e tirando dela toda a beleza. Acho também que para termos um casamento duradouro é preciso saber lidar com as tempestades que se aba-

tem sobre ele. Ao longo da vida conjugal, tempestades como do desemprego, de uma crise financeira, de uma enfermidade, com certeza farão parte da história. Mas, como um carvalho, devemos aproveitar os momentos difíceis para fortalecer ainda mais o matrimônio. Percy e Florence, certamente tiveram motivos, ao longo desses 80 anos, de se separarem. Mas, com sabedoria comemoraram Bodas de Carvalho. Por que é tão difícil, muitas vezes, cultivar hábitos e atitudes que podem fazer de nosso casamento uma relação renovadora, resistente aos “fungos” e firmes mesmo diante das tempestades? O segredo, talvez, é olhar para Percy, Florence e também para os carvalhos. n Por: Gilson e Elizabete Bifano Escritores e palestrantes na área de casamento e vida famíliar.

Quando a inovação reconstrói lares Kelly Sodré

extraído do site da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil

Em uma das reuniões de negócios com uma empresa centenária que fiz, sobre novas tendências de mercado para a educação, provoquei a diretoria com a seguinte pergunta: “acessar é mais importante do que ter e que usufruir tem mais valor do que comprar?” A sociedade mudou. Agora, a cultura não é o fazer acumular, mas dividir. Ter coisas por ter está perdendo a graça. O mundo é melhor quando este ter é compartilhado. Trata-se de um comportamento voltado à coletividade, de troca. As pessoas estão mais comunicativas e interativas e nós, como influenciadores, temos que se valer dessa vantagem. Estamos diante de uma geração leve, ágil e inconformada. É exatamente assim que essa turma vai impondo seu jeito de consumir conhecimento e crescimento. Como acompanhar este

ritmo - com qualidade? Como nós, educadores cristãos, daremos conta, já que nosso principal instrumento de consulta e inspiração para o ensino é um livro milenar? Esta resposta está no preparo. É verdade que a velocidade da mudança imposta pela tecnologia assusta. Entretanto, o povo escolhido por Deus para servir, edificar e instruir Sua igreja deve procurar se ferramentar bravamente para combater o combate com a excelência. A causa de nos prepararmos se resume basicamente em saber o valor de incluir, manter e manejar os princípios bíblicos alinhados à nossa cultura. É crescer e se desenvolver como cristãos. Por todos estes anos de dedicação a estudos e atividade eclesiásticos percebo que a necessidade de nos mantermos atualizados é constante. Já tenho visto pastores, líderes e pais se conformarem com os moldes deste século e renunciarem ao que é de cunho prioritário, no caso, o ensino. Existe uma máxima na administração que diz “Jamais terceirize o que

é vital para o seu negócio”. Na realidade educacional cristã, é cumprir Mateus 28.19 e 20 à risca “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos”. Resultado disto não são apenas indivíduos perdidos, confusos e sem identidade, mas famílias destruídas, infelizes, ambientes onde o inimigo de nossas almas encontrou morada e ali realiza seus feitos de destruição e morte. Ao longo de quase três décadas de dedicação ao ministério do ensino posso dizer que o corpo de Cristo - na realidade brasileira -, em grande representatividade, ainda carece de preparo adequado para alcançar resultados desejados. Precisa de gente com qualificação profissional, visão estratégica, vontade de servir e muita unção. Um obreiro capacitado tem seu caráter transformado, vontades dominadas,

ego equilibrado, armas certas para ataque e defesa, estratégia de ação, prêmio adquirido. Que tal voltar ao início deste parágrafo e reler atentamente as palavras na ordem em que seguem as ações até impregnar em seu entendimento? Agora, por favor, imagine uma sociedade com o perfil descrito. É ou não é a imagem de uma geração vitoriosa? Pessoas bem equipadas têm condições de enfrentar uma guerra e vencê-la. Pessoas bem equipadas e com seu interior voltado para o querer de Cristo não têm batalha perdida. O livro que temos como ferramenta é milenar, mas é vivo. Suas palavras, seu poder, suas promessas fazem novas todas as coisas: “…eis que surgiram coisas novas.” (II Coríntios 5.17) Precisamos crer na Palavra, criar coragem e nos munir de conhecimento suficiente para conduzirmos nossos seguidores com confiança e segurança ao céu. n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

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Vila Minha Pátria é inaugurada em São Paulo e recebe refugiados afegãos

Redação de Missões Nacionais A quarta edição do Relatório Refúgio em Números – do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Governo Federal – informa que 61.681 das solicitações de reconhecimento da condição de refúgio no Brasil recebidas em 2018 são de venezuelanos e, destas, 81% foram apresentadas no estado de Roraima. Por isso, Missões Nacionais desenvolveu um Programa de Interiorização para Refugiados, em parceria com o Ministério da Cidadania e com o Alto

Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), a Força Aérea Brasileira (FAB), Igrejas Batistas e outras instituições. O trabalho começou recebendo, em sua maioria, venezuelanos, mas se expandiu e, pela graça de Deus, também está recebendo afegãos que buscam esperança de dias melhores. Eles chegaram no mês de abril e já foram recepcionados no aeroporto com muita alegria por uma equipe de Missões Nacionais. Os afegãos são os primeiros moradores da Vila Minha Pátria, inaugurada na terça-feira, 19 de abril, em Morungaba,

no estado de São Paulo. Neste novo local, muitas outras pessoas conhecerão o amor e cuidado do nosso Senhor, e saberão que, em Cristo, há vida em abundância. Junto aos missionários, os afegãos têm sido acolhidos e discipulados, e estão conhecendo a verdade que liberta. Eles buscavam ao menos a possibilidade de sobreviver, mas encontraram compaixão, graça, amor e vida. No dia a dia, isso representa ter onde dormir todas as noites, ter a garantia das refeições diárias, ter auxílio com o idioma e com os documentos, e ter homens

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e mulheres dispostos a compartilhar a Salvação em Cristo Jesus. “Vamos receber diversos refugiados. Você é parte disso conosco. Ore, sustente, participe! Juntos, nós podemos fazer mais!”, foram as palavras da missionária Fabiola Molulo, coordenadora da Vila Minha Pátria, no dia da inauguração da Vila. Abençoe este projeto! Ore pelas famílias que chegaram em nossa terra e oferte para que a obra avance ainda mais. A Vila Minha Pátria é um lugar para abençoar as nações! n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

Convenção Batista do Pará organiza 11° encontro orientação ministerial Participantes se aprofundaram em quatro eixos temáticos.

Extraído e adaptado das redes sociais da Convenção Batista do Pará A Diretoria Executiva da Convenção Batista do Pará (COBAPA) realizou o 11° Encontro de Orientação Ministerial no dia 07 de abril. O objetivo do trabalho é contribuir na atualização e capacitação de líderes e pastores e foi estruturado em quatro eixos temáticos: liderança, tecnologia, jurídica e pastoral. Os missionários coordenadores foPastores e líderes se atualizaram em Regiões de trabalho da COBAPA foram bem ram importantes neste encontro, pois diversos temas ligados à liderança representadas na programação através deles, o trabalho contou com a representatividade de líderes de quase apoio e logística. “Igreja híbrida: O papel das novas tec- tor Nixon Rocha todas as Regionais. Entendendo o apelo e a necessidade nologias na Igreja” - missionário Wagner Agradecemos a todos os participanOs assuntos abordados e preletores Souza; tes que aceitaram o convite para esta- das lideranças, estaremos, no segundo foram: “Aconselhamento pastoral” - pastor rem neste momento ímpar de edificação semestre, realizando mais um Encon“Características de líderes que per- Benildo Veloso; e fortalecimento ministerial e a equipe tro. n manecem” - pastor Ruy Gonçalves; “Noções jurídicas para líderes” - pas- executiva do escritório da COBAPA, pelo

Verdadeiro significado da Páscoa é ensinado nas escolas de Pocrane – MG Radicais da CB Mineira relatam experiência de contar a Páscoa às crianças. Extraído do site da Convenção Batista Mineira No dia 14 de abril atendemos a duas escolas em Pocrane-MG. Pela manhã fomos à Escola Municipal Nucleada Adhemar Laignier, localizada em Córrego Safira, um distrito de Pocrane, a convite de Maraline Ferreira, coordenadora municipal de Educação. Como estávamos na Semana Santa, fomos chamados para fazermos uma programação de Páscoa. A equipe se dividiu para servir as escolas, mas todos contribuíram para o grande dia, cujo objetivo era transmitir o verdadeiro significado da Páscoa. Como lidamos com crianças pequenas (educação infantil), a fim de transmitirmos a mensagem de forma clara e divertida, fizemos o uso de diversas estratégias evangelísticas. Iniciamos nossa programação com um teatro de fantoches que envolveu os Radicais Felipe Gomez, Rebeca Lima e Gabrielle Costa, o que desde o início

Radicais da CBM atuaram como voluntários nas escolas de Pocrane-MG serviu para deixar claro para as crianças e funcionários da escola que Jesus é o protagonista da verdadeira Páscoa. O momento de dança e engajamento com as crianças ficou por conta das Radicais Cristina Nanene e Rebeca Lima; em seguida, fizemos o teatro de Páscoa “O Coelho e o Cordeiro”, realizado pelos Radicais Cristina Nanene, Felipe Gomez e Gabrielle Costa. Foi incrível poder mos-

Crianças puderam entender o real sentido e significado da Páscoa com a ressurreição de Jesus

trar que, apesar de ser gostoso comer chocolate, Páscoa é livramento e salvação, que temos somente em Cristo Jesus, através de Sua morte e ressurreição. O fechamento do nosso momento ficou por conta do pastor Érico, que se certificou de que as crianças tinham compreendido a mensagem transmitida e ainda fez uma mágica para que elas entendessem como Jesus nos purifica

de todo pecado e nos dá um novo coração quando O aceitamos. Finalizamos o nosso dia com brincadeiras e uma caça ao tesouro, que movimentou todos da escola. A cada nova oportunidade temos visto Deus nos ensinando a confiar Nele, a sair da nossa zona de conforto e a fazermos mais por Ele, pelo Reino e pelo nosso próximo. n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

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CB do Estado do Espírito Santo promove palestra sobre liderança espiritual Mais de 500 pessoas participaram de maneira presencial.

Fabio Daniel Ribeiro

pastor, coordenador de Missões e Evangelização da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo

A Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBEES), preocupada com a saúde espiritual da liderança capixaba, convidou o pastor Paschoal Piragine Jr., da Primeira Igreja Batista de Curitiba-PR, para trazer uma palestra baseada no seu mais novo livro “O Líder Espiritual”, aberta a todos os membros e líderes de igrejas do Estado, no dia 09 de abril, na Primeira Igreja Batista em Guarapari-ES. Após uma palavra de boas-vindas realizada pelo pastor Raphael Abdalla, da PIB de Guarapari-ES, o pastor Paschoal Piragine Jr., iniciou falando de como surgiu a ideia de escrever o livro ao longo do seu ministério: “Percebi que grande parte dos livros escritos sobre liderança retiravam seus princípios dos conceitos do mundo corporativo e usavam referências bíblicas, os adaptavam ao contexto da Igreja. Foram poucos os livros que

Pr. Paschoal Piragine Jr. abordou pontos sobre a vivência espiritual de um líder faziam o caminho inverso, partindo de uma teologia bíblica sobre liderança e aplicando-a aos contextos da Igreja.” Dentro desta visão, com mais 500 participantes presenciais e dezenas online, pastor Paschoal discorreu sobre as atitudes e qualidades da vida de um líder, bem como sobre a unção de Deus na vida do mesmo. Falou sobre o papel importantíssimo do Espírito Santo de Deus e Sua graça, sem o qual o líder não terá êxito, pois tudo vem da graça de

Deus: nossa salvação, chamado e missão. Usando o texto bíblico de I Samuel 10, falou sobre as qualidades da vida de um líder, baseado no chamado e unção do rei Saul. “O Senhor nos chamou com um propósito e uma missão sobre a sua unção. Para que Deus vai derramar graça nas nossas vidas senão para cumprir os seus propósitos?”. Para cumprir a missão de Deus, assim como ele fez com Saul, precisamos ser transformados por Deus em novos

homens (v. 6). Deus confirma nossa liderança através de sinais (v. 7), que são as marcas da transformação e amadurecimento do novo homem, do líder. Precisamos ter experiências profundas com Deus no nosso caminho de liderança. O líder espiritual precisa aprender a ouvir a voz de Deus, e não tentar fazer as coisas do seu jeito. Concluiu dizendo que o líder espiritual não pode ficar atrás da bagagem. Se Deus o chamou é para ter coragem e disposição para estar no lugar onde Deus sonhou para ele. “E, fazendo chegar a tribo de Benjamim, pelas suas famílias e dela se tomou Saul, filho de Quis; e o buscaram, porém não se achou. Então tornaram a perguntar ao Senhor se aquele homem ainda viria ali. E disse o Senhor: Eis que se escondeu entre a bagagem” (I Sm 10.21-22). Saul, após ter sido ungido por Samuel e tendo as confirmações de Deus, se escondeu no meio da bagagem com medo. Deus não nos deu, como líderes, espírito de covardia, mas de autoridade e poder. n

Juventude Batista Carioca retoma atividades evangelísticas e sociais “Tempos de Paz” é um dos principais projetos da JBC.

Extraído e adaptado das redes sociais da Convenção Batista Carioca e da Juventude Batista Carioca A Juventude Batista Carioca (JBC) retomou suas atividades evangelísticas e sociais com o “Tempos de Paz”, realizado no dia 19 de março, em apoio ao trabalho da Primeira Igreja Batista em Vila Kennedy, em Bangu-RJ. “Foi um momento ímpar de jovens, Batistas e cariocas se conectando para proclamar a verdadeira Paz”, comentou o presidente da JBC, Davi Guimarães. O “Tempos de Paz” é um dos projetos-chave da JBC, que leva aos cariocas o amor de Cristo através de impactos evangelísticos e atendimentos sociais. A JBC entende “que em tempos tão complexos é necessário fazermos a nossa

Ações de evangelismo pessoal nortearam a retomada do trabalho parte e com pequenos gestos propagar a verdadeira Paz que é Jesus Cristo”. O pontapé dado neste dia última marca o retorno a um viés importante, que é a cooperação de voluntários de várias Igrejas Batistas na obra missionária. A

Ideia da JBC é ampliar trabalho para o âmbito social nas próximas edições

ideia é que nas próximas edições o trabalho social também ganhe relevância, fazendo jus à proposta original. “Cremos que Jesus é a Paz que excede todo entendimento e convictos dessa afirmação fomos até as ruas de

Vila Kennedy proclamar e apresentar a verdadeira Paz. O Tempo de Paz voltou e unidos continuaremos proclamando essa mensagem”, escreveu a Juventude Batista Carioca em seu perfil no Instagram (@jbcarioca). n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

Ordem de Pastores Batistas do Brasil reúne Conselho Geral para deliberações Foi a primeira reunião liderada pela nova Diretoria.

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

(com informações da Ordem de Pastores Batistas do Brasil)

O Conselho Geral da Ordem de Pastores Batistas do Brasil (OPBB) se reuniu no dia 19 de abril, de maneira virtual, para deliberações. Esta foi a primeira vez que a nova diretoria, eleita em Vitória-ES, liderou o encontro. Programação teve momento devocional com o músico Vitor Quevedo, membro da Primeira Igreja Batista em Araras-SP, e o pastor Ismael Anderson, terceiro secretário, que trouxe uma reflexão. Além disso foi apresentado o Relatório de Atividades da OPBB relativo OPBB apresentou relatórios e os destaques para o Congresso em 2023 aos anos de 2020 e 2021 e os informativos, com destaque para o Congresso em 2023, na Semana Batista da 102a lizado nos dias 17 e 18 de janeiro de cidade do Recife-PE, com a participação Assembleia da CBB. O evento será rea- 2023, na Igreja Batista da Capunga, na da Associação dos Músicos Batistas do

Brasil (AMBB) e da União de Esposas de Pastores Batistas do Brasil (UEPBB). Em suas redes sociais, a OPBB disse que louva a Deus “pela vida e instrumentalidade de toda nossa liderança nacional, representada pelos presidentes e executivos das nossas Seções e Subseções”. Atualmente, a organização tem 14.390 pastores filiados em 33 seções estaduais. Nova diretoria da OPBB Presidente: José Maria de Souza (RJ) Vice-presidente: Marcio Santos (MG) Segundo vice-presidente: Mãnu Mezabarba (ES) Terceiro vice-presidente: Riedson Filho (BA) Primeiro secretário: Linaldo Guerra (PB) Segunda secretária: Ioneida Petinati (RJ) Terceiro secretário: Ismael Anderson (ES) n

Congresso da Juventude Batista Jaguarense, na Bahia, chega a 34a edição Cerca de 400 jovens participaram do evento no feriado da Páscoa.

Comunicação da Juventude Batista Jaguaquarense Com o propósito de propagar a mensagem do Evangelho e solidificar no coração dos jovens o desejo unificado de seguir a vida cristã, foi realizado no feriado da Semana Santa, da quinta-feira ao domingo, 14 a 17 de abril, a 34ª Edição do Congresso da Juventude Batista Jaguarense, popularmente conhecido como Conjubaja. O evento religioso recebeu cerca de 400 jovens de várias Igrejas Batistas e demais denominações, no tradicional Colégio Batista Taylor-Egídio, localizado no município de Jaguaquara, pertencente ao território do Vale do Jiquiriçá, na Microrregião de Jequié, no Sudoeste da Bahia, e contou com a participação dos idealizadores do projeto, Everton Andrade e Tiago Nogueira, além dos

Temáticas ajudaram os jovens a crescerem espiritualmente e solidificar a sua vida cristã pastores pregadores, Bruno Loureiro e Matheus Vinícius, da Primeira Igreja Batista de Jequié-BA; Júnior Dantas, da Primeira Igreja Batista de Lafaiete Coutinho-BA, tendo sido prestigiado pelos demais pastores Adelson Santa

Cruz, Rogério Pinheiro, Nilson Aragão, Valdinei Sobrinho, Josevaldo dos Santos, Adilson Cardoso, Erivaldo Andrade, Linaldo Alves, Juscelino Guimarães e Cristiano Franca. Com uma programação diversifica-

da e voltada para o público jovem, que permaneceu alojado no local durante todo congresso, programação proporcionou uma experiência espiritual enriquecedora, com momentos de oração em grupo, voz e violão, Festival + Que Uma Voz, Campeonato de Futsal, festa e apresentações musicais, teatrais e de dança. Realizados no período da manhã e da noite, no auditório do Taylor-Egídio, os cultos foram bastante animados com muito louvor, adoração e pregações com temáticas voltadas ao universo jovial. Imersos em um contexto bíblico desafiador, a série de pregações conduziu à reflexão sobre temáticas importantes para o entendimento do que é ser um verdadeiro discípulo, enfrentando os desafios da juventude e do tempo atual para a formação de uma nova postura, ancorada em Deus. n


MISSÕES MUNDIAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

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Um ato de amor e compaixão Carmen Lígia

coordenadora do PEPE nas Américas

“Vocês entenderam o que eu acabei de fazer a vocês?” (Jo 13.12). Esta foi a pergunta que Jesus fez aos discípulos após lavar os seus pés. Ele mostrava a importância de servir aos outros. Os pés, cheios de poeira, eram a parte mais suja do corpo e ninguém queria lavá-los, principalmente ao chegarem de uma longa viagem. Mas, o nosso salvador mostrou a importância do amor e da compaixão, que rompem barreiras e nos levam a uma ação tão impactante. No PEPE da Venezuela, localizado na região amazônica, essa mesma cerimônia acontece quando missionárias educadoras demonstram o grande amor de Deus lavando os pés e as mãos das crianças, como uma atividade não só de saúde, mas também de compaixão. Essas crianças

trabalham para ajudar os seus pais nas tarefas da casa, e caminham diariamente em ruas de terra, mas com muito ânimo, para chegar ao lugar feliz: o PEPE! Essa é a maneira das missionarias educadoras demonstrarem o quanto

as crianças são importantes e amadas por Deus e por elas. O que você tem feito para mostrar o amor de Jesus às crianças que encontra diariamente, dentro ou fora da sua casa? Outra grande bênção foi o nascimento de três novas unidades do

PEPE na Venezuela. Mesmo com tantos desafios financeiros do país, a nossa coordenadora nacional conseguiu doações de mesas, cadeiras e materiais escolares para as 60 crianças que nasceram em lares sem oportunidades de desenvolvimento físico, emocional, intelectual ou espiritual, mas agora chegou o PEPE! Que grande vitória, e você faz parte disso! Continue em oração pelos PEPE’s na Venezuela e pelas 1.420 crianças que precisam de ajuda para reabilitar a saúde nutricional porque continuam sofrendo com a grave escassez de medicamentos e suprimentos médicos essenciais. Ore pela possibilidade de levar o PEPE para Cuba e Belize. Estamos orando e as portas estão se abrindo. Obrigada por estar comigo! Deus abençoe os teus planos e os anelos do teu coração. Continuamos juntos, vivendo a compaixão de Cristo! n

Compaixão que promove a expansão do Evangelho Marcos Vinícius Araújo

pastor, missionário na Espanha

Eliezer é um jovem que teve a oportunidade de, desde a infância, frequentar uma Igreja Batista e receber o ensinamento bíblico que passou a fazer parte da sua vida. Quando chegou à adolescência, várias circunstâncias marcaram sua vida como cristão na Igreja local e que, de alguma maneira, trouxeram o desânimo e a frustração. Depois de algumas situações não muito agradáveis, seus pais decidiram se mudar para a Igreja onde pastoreávamos. A família foi bem recebida e com o passar do tempo foram integrados nas atividades da Igreja. À medida que Eliezer se envolvia mais com a obra de Deus, eu o convidei para fazer parte do nosso ministério de discipulado individual. Começamos a ter encontros semanais para desenvolver o seu caráter cristão e descobrir os planos de Deus para a sua vida. Nesta ocasião, ele retornou ao colégio

para concluir o ensino médio e pouco a pouco vimos o seu desenvolvimento enquanto participava das atividades na Igreja. No entanto, depois de um tempo de

caminhada discipular, algo inesperado e desagradável chegou à família: seu pai foi diagnosticado com um câncer no cérebro. Foram tempos difíceis de tristeza, desânimo, de choro, mas também

de oportunidade para reforçar a sua fé em Cristo. Depois de um tempo de muitas lutas, seu pai veio a falecer e então consolamos e recuperamos o seu ânimo sobre os planos de Deus para a sua vida. Ele, então, entendeu que Deus tinha um chamado para ele enquanto ao ministério pastoral. Em seguida à confirmação do seu chamado, comunicamos à Igreja da sua decisão e passamos a orientá-lo a fim de que fosse se preparar de forma adequada para servir ao Senhor Jesus na liderança pastoral de uma de suas congregações. Com muita alegria, no dia 27 de novembro de 2021, participei do seu concílio e fui o pregador no ato da sua ordenação e posse na Igreja Batista da cidade de Almeria, no sul da Espanha. É muito prazeroso ser instrumento de Deus para deixar marcas da Sua compaixão na vida das pessoas. Marcas estas que resultam na expansão e glorificação do seu Reino. n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

50 anos de história com O Jornal Batista Conheça Mário Soares, leitor de OJB.

David Pinheiro Soares

membro da Primeira Igreja Batista de Muniz Freire-ES

Confesso que me bateu uma tristeza, ao ouvir de meu pai a resposta que eu deveria dar ao e-mail recebido de uma colaboradora da Convenção Batista Brasileira: não renovaria a assinatura anual de O Jornal Batista, apontando o motivo de estar, atualmente, com dificuldade para ler. A verdade é que meu pai teve um abalo em sua saúde, desde que sofreu uma queda e relou um dos braços, quando retornava de sua caminhada diária, já próximo do centro da cidade. Caminhar seis quilômetros e olhar suas criações no pasto, o seu hobbie preferido. E em casa, na sua cadeira, ler a Bíblia, o livro de meditações diárias “Manancial” e outros livros de autores cristãos, e O Jornal Batista. Sempre gostou de ler, o que muito o ajudou a manter a mente lúcida aos 95 anos de idade. E lê sem óculos. Ele tem andado um pouco deprimido desde o incidente, muito provavelmente por não conseguir realizar suas habituais caminhadas. Diz que não se sente seguro em caminhar distâncias maiores, pois está caindo com facilidade. O médico pediu exame antes de medicá-lo. Mas, ainda comparece ao culto dominical matutino da Igreja Batista de Muniz Freire-ES, que fica a uns 100 metros de sua casa. Serventuário de justiça aposentado, meu pai foi assinante até agora de O Jornal Batista - órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, e isto por mais de cinquenta anos. O jornal, publicado sema-

Mário Soares em uma de suas muitas leituras de O Jornal Batista nalmente, está agora também no formato digital (seguindo a tendência de toda a imprensa nesses tempos de domínio da tecnologia), mantendo a edição impressa e enviada pelos Correios para atender aos assinantes que preferem o papel. Coleciona os exemplares d’O Jornal Batista, embora muitos dos antigões

se perderam com a mudança para uma outra casa, na época da construção da nova residência no seu endereço tradicional. Como pregador leigo, era comum ver o meu pai pregar no culto usando um artigo d’O Jornal Batista, inspirando-se no articulista do jornal para trazer a reflexão

bíblica. Ou então, em muitas conversas na hora do jantar, ouvi-lo dizer: “O Jornal Batista disse isso, disse aquilo”, citando o autor do artigo do jornal. Perguntei a ele, mas já sabendo porque acompanhei a sua trajetória como assinante do jornal da denominação a qual pertence, os seus articulistas ou colunistas preferidos, ao longo desses mais de 50 anos como assinante. pastores Almir Gonçalves Junior (Facetas da Vida Cristã), José dos Reis Pereira (antigo e por muitos anos diretor do jornal, com seus editoriais de primeira), Falcão Sobrinho (Parábolas Vivas), Isaltino Gomes Coelho Filho, Rubens Lopes e Júlio de Oliveira Sanches (Bilhete de Sorocaba). Destes, somente o último está vivo e ainda mantém a sua coluna no jornal. Digno de nota o fato de que, em uma das últimas edições do jornal na assinatura que se encerra, aparece na capa da edição de 23 de janeiro de 2022 a foto da nova diretoria eleita da Convenção Batista Brasileira, em sua 101a Assembleia anual, realizada em Vitória-ES. O seu neto, pastor Márcio da Silva Soares, está na foto como o segundo secretário eleito da nova diretoria da Convenção. O Jornal Batista, fundado em 1901, é o jornal denominacional que contribui para noticiar o Brasil Batista, e defender e divulgar o pensamento e convicções doutrinárias dos Batistas. Infelizmente, ao longo de sua existência, chegando ao formato digital hoje, muitos pastores e lideranças leigas não lhe deram ou dão o devido valor, embora ele contribua para o fortalecimento da identidade denominacional. n


O JORNAL BATISTA Domingo, 01/05/22

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PONTO DE VISTA

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A construção de uma pedagogia saudável na família Welington Carrijo Fortaleza

extraído no site da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil

Percebe-se que o grande desafio do ser humano não se encontra na busca desenfreada na conquista e na descoberta de novas tecnologias ou em soluções para os males sociais que tem assolado o nosso mundo. Na era tecnológica, isso sempre foi buscado e estudado para uma sociedade melhor. E isso é louvável. Entretanto, o nosso maior desafio, enquanto seres humanos, que enfrentamentos o dia a dia, é na solidificação da família, na criação e educação dos filhos a partir dos padrões divinos. O cenário em que estamos inseridos é deveras caótico e hostil. A sociedade tem descaracterizado e deteriorado a família. A família tem sofrido sérios ataques. Especialistas mostram que as mudanças sociais pelas quais a família tem passado trouxeram consequências para a sua constituição. Por isso, a ne-

cessidade da construção de uma pedagogia saudável na família. A sociedade está cada vez menos desprovida com a construção dos ideais de ética e moral. Do ponto de vista sociológico, eles são os responsáveis pela manutenção da ordem entre as pessoas. E a família acaba sendo influenciada nos arcabouços de uma sociedade de valores e de mecanismos pecaminosos e impuros. Nossos filhos são bombardeados por estímulos cada vez menos saudáveis. E do ponto de vista psicológico - “psicologia-sócio-histórica”, essas informações, esses ambientes construirão o seu caráter, determinando o comportamento presente e futuro da família e em toda a sociedade. O papel da pedagogia cristã no âmbito da educação, é crucial para proteger a família e nossos filhos. Ou seja, o intelecto, as emoções e a espiritualidade dos filhos, levando-os a uma consciência bíblica para construção do seu caráter.

É salutar ressaltar que a importância da Bíblia para a educação cristã consiste no fato de que ela é o registro e a revelação escrita de Deus. Neste sentido, um dos principais pontos da “filosofia cristã de educação no âmbito familiar é a autoridade bíblica”. Em se tratando de educação cristã, temos que passar para a nossa família que a Bíblia é mantida como a fonte primária e o único critério inerrante da verdade absoluta. Para Pazmiño, “ao manter a Bíblia como sua fonte de autoridade final, não vai ser ignorado os estudos contemporâneos nem as necessidades de desenvolvimento. Pelo contrário, ele se sente livre para investigar todos os campos do saber humano com a confiança de que Deus é o autor de toda a verdade” (2008, p. 56). De tudo que é ensinado à criança a respeito de Deus, o exemplo fundante que fará toda diferença no processo de ensino aprendizagem é a vida dos pais. Certa vez me deparei com uma seleta frase de um livro que me inquietou e

que guardo até hoje: “Somos por vezes gigantes no falar, mas anões no viver”. E isso é uma realidade. O exemplo, as atitudes, as ações falam mais alto que as palavras. Não adianta ensinar nossos filhos algo que eles percebem que não está condizendo com o nosso próprio testemunho. Em síntese, os pais precisam urgentemente educar os seus filhos por meio de um testemunho coerente, fidedigno, praticando aquilo que ensinam. Que esta premissa esteja latente nos nossos corações.

Devemos tomar cuidado para não transformar a família numa receita salgada, que será intragável no mundo e que aumente a pressão sobre os que nos rodeiam, causando uma série de problemas. A pitada precisa ser na medida certa e feita pelo melhor dos chef: o Pai Celestial. E uma receita doce? É bom desde que não seja melada. Quem trata filhos com muito mino pode fazê-lo enjoar ou ser enjoado. Mas ser doce, amável, é o

melhor ponto de uma vida cristã saudável e segundo o propósito divino. É preciso constante comunhão em família para que uns ajudem os outros e não disputem entre si. Afinal de contas, a vitória de um é a vitória de todos. E isso só é possível se Deus estiver como Senhor dessa casa, guiando cada passo de seus membros para que esta “receita” seja uma bênção dentro e fora do próprio lar. n

BIBLIOGRAFIA ARANHA, Maria Lúcia de Arruda (Org.). Filosofia da educação. São Paulo: Editora Moderna,1989. PAZMIÑO, Robert W. Temas fundamentais da educação cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. RICHARDS, Lawrence O. Teologia da educação cristã. São Paulo: Vida Nova, 1983. n

Família, uma receita divina! Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB

Uma receita é algo muito importante e algumas pessoas correm atrás para aprendê-la. Mas por que será que mesmo tendo todas as informações detalhadas, ainda assim o resultado, às vezes, não é o esperado ou igual ao de outras pessoas? Porque falta um “toque especial” que somente a experiência de

quem já fez pode dar. A família é uma receita divina e feita por quem soube criar muito bem esta que é a maior instituição do mundo: o nosso Deus. É através dela que todas as coisas se originam, tanto boas quanto más também. Um grande herói no mundo começou pelos bons exemplos que viu na família e os grandes vilões se tornaram assim porque viu desajustes desde sua infância.


PONTO DE VISTA

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Pastores se cansam Sérgio Dusilek

pastor da Igreja Batista Marapendi - RJ; presidente da Convenção Batista Carioca

Algum tempo atrás presenciei uma conversa em que um membro de Igreja evangélica se mostrava surpreso com a informação de que pastor tira férias. Para ele, isso era inconcebível… afinal, como um pastor pode deixar de ganhar almas, dar uma pausa nessa magnífica missão? Na sua compreensão havia, logicamente, algumas distorções: a de que o pastor é quem ganha almas (fruto do papel do púlpito no movimento puritano), de que pastor não se cansa até mesmo porque não trabalha (segundo alguns, numa clara confusão de ausência de uma agenda definida com as demandas do ministério. Fato é que pastores se cansam. Jesus se cansou. Não foram poucas as vezes que o Mestre se retirou para um monte para orar e descansar da demanda das multidões. Mas o cansaço pastoral é bom sinal? Eu diria que sim, caso seja observado como um sinalizador para uma parada. Isso porque uma Igreja que tem um pastor que se cansa pode ter consigo o privilégio de ter alguém que é humano e que tem realmente um coração pastoral. Isto posto, gostaria de sugerir uma pequena lista (que não se esgota em si mesma) de fatores que podem levar ao cansaço pastoral: 1. Peso institucional: há certas comunidades que possuem tanto “script” a ser cumprido que as relações perdem sua naturalidade e se tornam artificializadas. Todos ali cumprindo seus papéis, o que termina fomentando a criação de máscaras. A falta de autenticidade gera perda de combustível emocional, cansando os que ali estão; 2. O excesso de demanda também cansa: há comunidades que absorvem demais o pastor. Ou porque são imaturas demais para poder lidar com suas questões, trazendo ao líder tudo que acontece; ou porque o pastor é tão bom que dá vontade de ficar perto dele o tem-

po todo. Não há “Moisés” que consiga se manter com saúde emocional diante de uma demanda que ultrapassa os limites do que é razoável. Igrejas imaturas não caminham sozinhas; 3. A crítica desgasta, especialmente aquela que é fruto de incompreensão: pastores que são “julgados” numa determinada situação, quando os membros não sabem da história e passam a desconsiderar a trajetória daquele líder que diz exatamente o contrário do que se passou a pensar e a verbalizar sobre ele. Essa incompreensão desgasta muito e acaba por drenar a energia emocional do pastor; 4. Perseguição: existem alguns membros que elencam o pastor como alvo de suas frustrações. Outros, por motivações infernais, passam a perseguir o líder. Como ao pastor não cabe retribuir na mesma moeda, a perseguição o conduz para o enfado e, não raras vezes, à precipitação do tempo de ministério pastoral numa localidade; 5. Desgaste familiar: a família pastoral é composta de gente. Por esta razão, sofre por vezes com conflitos. Nem o pastor, nem ninguém mais, tem família perfeita; portanto, a Igreja precisa ter certa dose de compreensão e apoio para com a família pastoral, especialmente com os filhos. Se o pastor e a esposa estavam cônscios de sua missão como casal, ou mesmo da missão do marido, os filhos por sua vez não foram chamados a opinar. Por vezes o cansaço do pastor advém do seu abatimento ao ver a insana expectativa que é colocada sobre seus filhos, como se “pastorzinhos” fossem; 6. Falta de descanso programado: há pastores que não respeitam sua folga semanal, necessária para recarregar baterias. Há muitos irmãos que também não respeitam essa folga, esperando um problema agudizar, explodir, para então chamar o pastor. E como explodem situações nos dias de folga e feriado! Perceba: há coisas que acontecem de modo inesperado, como uma perda. No entanto, há outras que podiam ser

tratadas antes, evitando a explosão. O fato que ao ultrapassar os limites do descanso, princípio estabelecido por Deus na Criação, e fazendo-o de modo sistemático, o cansaço se acumula minando a saúde pastoral; 7. A traição da liderança é outro fator de desgaste: É um componente ético-emocional. Pessoas que lhe acompanham ou que você acompanha e que, de repente, rompem com sua liderança. Pessoas que lhe acompanham ou que você acompanha sobre as quais se descobre posteriormente (daí a estupefação e o cansaço dela decorrente) que elas já estavam rompidas com todo projeto de liderança cristã, de santidade e coerência que o Reino requer. Essa traição é doída, e por ser assim enrijece o coração. O problema é que não há ministério possível com coração endurecido. Essa é uma área de extremo enfado… e deserto; 8. A imaturidade dos membros que criam tensões desnecessárias: pequenos choques sem reconciliações ou alguém com uma palavra de sabedoria para contornar essas rusgas acabam respingando no pastor. Ao fazê-lo, há uma perda de energia emocional, a qual vai sendo sugada a conta-gotas. Contudo, o fato de sair aos poucos não desmerece pra onde ela aponta: o esvaziamento do tanque emocional; 9. Falta de retorno da Igreja: Uma Igreja que não responde, nem “sim”, nem “não”, às demandas, provocações e ideias pastorais, pode trazer um profundo desgosto e questionamento de chamado ao pastor. É quando o ralo está dentro do coração pastoral, escoando toda a energia emocional ali presente. Essa frustração ministerial ao lidar com “walkingdeads” eclesiásticos desgasta o coração do pastor; 10. Uma Igreja essencialmente carnal: lidar com uma Igreja que busca o lenitivo espiritual e pastoral, ao mesmo tempo que se fere com o pecado, fere o pastor. Embora ele esteja ali também para escutar os membros mediante

aconselhamento pastoral, é muito angustiante para o pastor ver suas ovelhas se machucando nos arames farpados do pecado. Ouvir como algumas, embora com a vida (ou seria sobrevida?) preservadas, tiveram pedaços inteiros arrancados pelas garras de lobos, ursos e leões, dói. Faz o coração chorar! Por fim, cansa ver tanta gente cansada e que insiste nesse projeto de vida que na verdade é um convite à morte diária. Ao propor esta lista, não quero dizer que não existam outros fatores que fomentem o cansaço pastoral. Nem tampouco quero dizer que ministério se faz sem se cansar. Aliás, tendo a pensar que pastores que não se cansam são aproveitadores, falsos profetas, sugadores da gordura alheia. Entretanto, ao expor e propor essa lista, convido-lhe: a) a orar e a cuidar do seu pastor. Cabe aos membros da Igreja este cuidado com o pastor. Está percebendo seu pastor mais irritadiço, mais cansado, menos atento? Sugere a ele e à liderança um tempo de descanso… se a Igreja puder, envie o pastor e sua esposa para uma pousada. Investir no cuidado e na família pastoral beneficia a própria Igreja; b) aos queridos colegas, sugiro que se leiam, se percebam. Uma vez cansados, é melhor parar um pouco, para, depois, poder terminar a corrida. Em meio de maratona, exausto, não é hora de se dar um “Sprint”. Pare, respire um pouco, volte andando e se sentir condições, corra novamente. Um desavisado poderia dizer nesse momento: mas eu não gosto e nem corro maratonas. Para você eu responderia: você é uma pessoa excelente e útil em muitas coisas; contudo, muito possivelmente não sirva para o ministério pastoral. Aos pastores que exercem o ministério com dedicação, comprometimento e que por isso estão cansados, minha admiração e oração para que vocês sejam renovados. Há muito mais à nossa frente. Que Deus nos abençoe. n



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