CBB 116 anos
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Lourenço Rega comenta a busca pela unidade doutrinária
ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXII EDIÇÃO 26 DOMINGO, 25.06.2023 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901 Pioneiras no trabalho Batista no Brasil União Feminina Missionária Batista do Brasil celebra 115 anos de história Na Pátria e no estrangeiro Conheça a história de Missões Mundiais e Missões Nacionais
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Semana de celebração e reflexão
A 26ª edição de O Jornal Batista em 2023, datada para o dia 25 de junho, último domingo do mês, foi finalizada alguns dias antes, mais precisamente no dia 19; uma segunda-feira, pela manhã.
Nesta mesma semana celebramos o aniversário de 116 anos da Convenção Batista Brasileira (CBB), Junta de Missões Mundiais (JMM) e Junta de
Missões Nacionais (JMN). Comemoramos também os 115 anos da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB). Sem dúvidas, dias de muita gratidão a Deus.
Além disso, no mesmo dia 19 tivemos uma edição especial do “Batistas em Pauta”. O programa institucional da CBB na Rede 3.16 recebeu o pastor Doronézio Andrade, 2° vice-presidente da
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista
Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB
FUNDADOR
W.E. Entzminger
PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim
DIRETOR GERAL
Sócrates Oliveira de Souza
CBB; pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN; pastor João Marcos Barreto Soares, diretor executivo da JMM; e Marli Gonzalez, diretora executiva da UFMBB. Nesta edição, celebramos a história Batista no Brasil, refletirmos como chegamos até aqui e o que podemos fazer para avançar e completar a missão. Também lembramos
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dos pioneiros do trabalho Batista no Brasil. Caso você não tenha acompanhado ao vivo, o conteúdo fica armazenado também nas plataformas de streaming e no canal da CBB no Youtube.
Parabéns, Batistas brasileiros! Que estejamos cada vez mais lado a lado, para completar a missão, ensinando que só Jesus Cristo Salva. n
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(Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ)
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Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).
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A TRIBUNA
2 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23
EDITORIAL
REFLEXÃO
Pr. Julio Oliveira Sanches
Nos anos 2020 e 2021, no auge da pandemia da COVID-19, apareceram no cenário evangélico alguns futuristas com prognósticos de esperança para as Igrejas, que viam com desespero, o esvaziamento dos templos. Algumas trocaram seus bancos por cadeiras, na tentativa de minimizar o impacto sobre os membros que restaram. A previsão era que finda a pandemia os que abandonaram os cultos e os templos, voltariam em grande número, saudosos da comunhão com os irmãos que ficaram. Ocorreria um verdadeiro avivamento espiritual, atraindo inclusive não salvos ao aprisco do Senhor.
A pandemia não terminou. Deixando sequelas em muitos que fomos contaminados pelo vírus fatídico. Uma das sequelas que ficou foi o esquecimento de certos fatos gravados na memória. Sair de casa e não saber voltar à residência. Aconteceu comigo. A perda da noção de tempo. Os médicos consultados não sabiam o que prescrever para eliminar os resultados deixados. O meu oftalmologista, em tom de brin-
cadeira, disse que havia esquecido a esposa. Talvez, por não acreditar no que lhe dizia. Aqueles que acreditaram em ver Igrejas repletas com o retorno dos que foram embora, não conseguiram vencer ainda a frustração do não retorno de algumas ovelhas queridas. Foram embora e não voltarão jamais. Compreender o acontecido não é tarefa fácil. Consola-nos o fato de que até Jesus, em alguns momentos do seu ministério terreno, também foi abandonado por parte dos Seus discípulos.
O texto de João 6.60-71 explica porque as pessoas abandonaram o Mestre. A ação de Jesus nos proporciona lições importantes para os nossos dias. Por que as pessoas abandonam a Igreja do Senhor? Algumas abandonaram Jesus por considerar seus sermões duros. “Duro é este discurso: quem o pode ouvir?” (v. 60). Nem sempre o sermão é fácil de ser ouvido. O sermão de Jesus era diferente daquela água com açúcar repetido nas sinagogas. O que Jesus disse? “Que era necessário comer da sua carne e beber do seu sangue (v. 51). Nem sempre o ouvinte está disposto a comer o pão da vida. Prefere leite
Timóteo, o jovem que conhecia a palavra de Deus
Ycléa Cervino
membro da Igreja Batista do Feitosa - PE
O nome “Timóteo” significa “aquele que adora a Deus”; ele se converteu pela pregação do apóstolo Paulo e foi seu companheiro de trabalho nas viagens missionárias. Na primeira carta aos Coríntios (4.17) é chamado de “meu filho muito amado e fiel no Senhor”, e na primeira a Timóteo (1.2) de “amado filho na fé”.
Paulo o encontrou em Listra; sua mãe Eunice e sua avó Lóide já eram crentes (I Timóteo 1.5); o pai era grego (Atos 16.1). Ele foi instruído na Lei por sua mãe (II Timóteo 3.15), mas não foi circuncidado aos oito dias de nascido (Atos 16.3), como prescrevia a Lei.
O nome de Timóteo é mencionado
três vezes em Atos e doze nas cartas de Paulo. Tinha bom testemunho dos irmãos em Listra e em Icônio (I Timóteo 1.18). Paulo convidou o jovem para acompanhá-lo nas viagens missionárias e impôs as mãos sobre ele (I Timóteo 4.14).
Para não ofender aos judeus e poder entrar no templo e na sinagoga Timóteo foi circuncidado (Atos 16.3,5).
Viajou pela Galáxia, Trôade, Filipos, Tessalônica e Beréia e junto com Paulo escreveu cinco cartas às Igrejas.
Timóteo pastoreou a Igreja em Éfeso onde teve de corrigir os falsos doutores, nomear os oficiais da Igreja e combater o pecado dos crentes.
Quando Paulo estava perto da morte desejou a presença de Timóteo (II Timóteo 4,9,21) e ele esteve na prisão
desnatado pregado pelos pregadores da mídia televisiva. Sem compromisso doutrinário. Prefere louvor sem doutrina, sem métrica aos hinos que ensinam a boa doutrina, que leva o salvo a meditar nas verdades bíblicas.
Paulo, o apóstolo, enfrentou a mesma dificuldade em Corinto. Apesar do tempo, os ouvintes não estavam preparados para receber alimento sólido. Preferiam louvor sem doutrina, repetitivos, que não produz edificação (I Coríntios 3.1-2). O apóstolo afirma não poder oferecer manjar às ovelhas. Como é triste não poder oferecer os deliciosos manjares da Palavra de Deus às ovelhas. Crentes que não crescem espiritualmente e limitam a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. Gostam de sermões sem doutrinas, sem vida, onde o pregador se perde na mensagem contando estórias, sem sentido e às vezes inverídicas. O povo delira com os pseudos milagres vividos pelo pregador. Anjos que aparecem e ajudam a trocar pneus furados. Onde não há doutrina, tudo é válido.
Os ouvintes se escandalizavam com as mensagens de Jesus. Razão
simples: havia conteúdo. Por isso Jesus pergunta: “Isto escandaliza-vos? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? (v. 62). O Mestre revela-nos que muito do que tinha a dizer, não foi possível fazê-lo, pela incapacidade dos seus ouvintes compreenderem as Boas Novas anunciadas por Jesus. Ele já havia dito aos discípulos, em particular: “Ainda tenho muito que vou dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16.12). A esperança é que Jesus deixou ao Espírito Santo a missão de aprofundar o nosso conhecimento a respeito de Jesus. Mas, tristemente o que o Espírito Santo nos revela e nos estimula a crer, é algo mui pequeno do que podemos saber”. “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade (João 16.13), porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” Quem ouve a voz do Espírito Santo, não abandona a Igreja de Cristo e não domina a Igreja do Senhor, como se fosse propriedade humana. Em matéria do Espírito Santo somos mais do que ignorantes. n
dando força e suporte para o amigo.
Paulo escreveu duas cartas para o jovem Timóteo, que são, com a de Tito, chamadas epístolas pastorais, pois exortam aos pastores e falam de aspectos práticos da vida cristã.
A primeira carta, escrita da Macedônia, trata das dificuldades eclesiásticas e do cuidado pelo bem-estar de Timóteo. Destaques: os apóstolos são enviados de Deus (1.1); cuidado com os diáconos e com as viúvas escolhidas para exercerem o ministério da caridade (38.13 e 5.9-16); a Igreja pertence “ao Deus Vivo” (3.15); “tem cuidado de ti mesmo” (4.12-16); a fé devia ser transmitida e devia combater as heresias (6.11-20).
A segunda carta, escrita da prisão de Roma, e foi o último escrito de Pau-
lo com a finalidade de encorajar Timóteo, é a carta mais pessoal e terna de toda a Bíblia (II Timóteo 2.11,12; 4.24,8). Timóteo é exortado a organizar o culto, escolher os futuros ministros e orientá-los.
Conclusão: O que podemos aprender hoje?
Conselhos práticos sobre o valor de estudar e ensinar a Bíblia na EBD: o obreiro não deve ser “neófito”, novo no Evangelho e inexperiente (I Timóteo 3.6); deve ter cuidado de si mesmo e do ensino (I Timóteo 4.16); deve apresentar-se aprovado (II Timóteo 2.15); ser apto para ensinar (II Timóteo 2.24); ser perfeito e preparado para toda boa obra (3.15-17). n
3 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23
Abandonaram Jesus BILHETE DE SOROCABA
REFLEXÃO
Igreja, rebanho de Deus
dos pastores chamados por Cristo é alimentar bem às ovelhas que são do Senhor Jesus.
Nosso ideal missionário
Atos 20.28 diz: “Portanto, tende cuidado de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com o próprio sangue”.
Paulo usa a expressão rebanho para a Igreja de Cristo. Nos tempos bíblicos era comum ver pastores e ovelhas (animais) sendo cuidados, eles viviam em um ambiente agrícola. Rebanho é uma analogia para membros da Igreja de Cristo. E temos o Sumo Pastor, que é Jesus. Ele é o dono do rebanho, Ele comprou com o Seu próprio sangue, Ele salva a todos os que creem nEle.
O dono do rebanho colocou pastores para cuidar do Seu povo. O papel
Como alimentar o rebanho de Deus? O rebanho é alimentado com a Palavra de Deus; a Palavra é o alimento espiritual para o rebanho. O rebanho bem alimentado cresce em qualidade e quantidade; o crescimento natural da Igreja é notório, pois estão bem alimentados.
O rebanho e o pastor devem caminhar juntos, não pode haver divisão entre os dois. O pastor deve orar diariamente pelo rebanho e o rebanho deve orar sempre pelo pastor.
No segundo domingo de junho foi comemorado o Dia do Pastor. Que as Igrejas sejam sempre gratas a Deus pela vida dos seus pastores que dedicam-se com muita seriedade nesta árdua tarefa. n
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
As estruturas religiosas, através da história, sempre serviram para expressar as convicções políticas dos seus seguidores. A mensagem de Jesus, com que Ele instruiu Seus discípulos, rompeu todas as limitações institucionais e sociológicas: “Então, Jesus disse - Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15-16).
É muito significativo constatar que o movimento missionário da modernidade cristã surgiu acompanhado do movimento das so -
ciedades bíblicas. Os líderes das sociedades missionárias se deram conta de que usar bem o vocabulário bíblico requeria apresentar as Escrituras “na linguagem do povo”. Paralelamente, então, os melhores seminários teológicos também se ocuparam em oferecer pesquisa e aprendizagem de caráter vocabular, lecionando grego e hebraico aos seus alunos.
Ainda hoje as pessoas ficam admiradas quando ouvem a mensagem de Jesus “na sua própria língua” (Atos 2.6). O bom missionário, consequentemente, é o obreiro que domina bem a “palavra da verdade”, anunciando-a tanto através da sua língua, quanto através da língua dos povos a quem dirige.
Dia do Missionário Batista
Marinaldo Lima
pastor, colaborador de OJB
Dia do missionário batista.
Intenso é o seu amor pelos perdidos; é um evangelista!
A seara é realmente grande, a perder de vista.
Do Senhor recebeu a grande comissão; Obedece ao Mestre com total dedicação.
Missionários e missionárias ao serviço do Senhor
Irão ainda mais longe pregando com amor, Servindo como obreiros com alegria e destemor, Semeando a semente no “labor, com fervor”. Investem as suas vidas pra salvar o pecador; Orando pelos que estão em desespero e pavor. Não olham para trás, pegam no arado com vigor. Árduo é o caminho onde anunciam o Salvador, Resolutos proclamando que só Cristo é o Redentor. Indo pelo mundo eles ouvem o clamor; O Evangelho anunciam debelando toda dor.
Batistas brasileiros com imensa gratidão
Abraçam mulheres e homens que com abnegação
Trabalham na seara, cumprindo a nobre missão. Integram o exército dos que nos confins do mundo vão
Sempre proclamando que só em Cristo há salvação. Também em cada estado e em nossa imensa nação
A tempo e fora de tempo empreendem a pregação. n
4 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23
Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB
Olavo Fe ijó
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia
Quem canta seus males espanta?
Gleyds Silva Domingues educadora cristã
“Naquele dia Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico: “Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel. Voluntariamente o povo se apresenta. Louvem o Senhor! “Ouçam, ó reis! Governantes, escutem! Cantarei ao Senhor, cantarei; comporei músicas ao Senhor, ao Deus de Israel. “Ó Senhor, quando saíste de Seir, quando marchaste desde os campos de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, as nuvens despejaram água! Os montes tremeram perante o Senhor, o Deus do Sinai, perante o Senhor, o Deus de Israel. “Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam desertas; os que viajavam seguiam caminhos tortuosos. Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me levantei; levantou-se uma mãe em Israel. Quando escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo ou lança entre quarenta mil de Israel. Meu coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo. Louvem o Senhor! “Vocês, que cavalgam em brancos jumentos, assentam-se em ricos tapetes, que caminham pela estrada, considerem! Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os justos feitos
do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel. “Então o povo do Senhor desceu às portas. ‘Desperte, Débora! Desperte! Desperte, desperte, irrompa em cânticos! Levante-se, Baraque! Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão! “Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor! Mas os que te amam sejam como o sol quando se levanta na sua força”. E a terra teve paz durante quarenta anos” (Jz 5.1-12;31).
Com certeza você já ouviu esta frase, “quem canta seus males espanta”, ou até mesmo já a proferiu em alguns momentos da vida. Geralmente, as pessoas associam esta frase quando estão passando por problemas, mas será que isso é verdadeiro? O ato de cantar tem por objetivo afastar os males?
Bom, é com certa frequência que repetimos frases, gestos e dizeres que estão enraizados na nossa cultura, mas não paramos para pensar no seu sentido, principalmente porque é algo que sai instantaneamente e, quando nos damos conta, já reproduzimos os famosos ditos populares. Você pode até mesmo citar alguns de cor, não é mesmo? E tem aqueles que são usados em situações especiais ou estratégicas, afinal são ditos que carregam um fundo moral.
Na história do povo de Israel, porém, o sentido do cantar não es -
tava associado à tristeza e nem a um problema, mas à vitória. Vitória esta atribuída ao Senhor Deus, então quando cantavam o sentimento era de alegria e júbilo, diante da ação e intervenção divina. Interessante que o cântico era uma maneira de expressar gratidão a Deus pela sua ação sempre presente.
Um dos cânticos que revelam isso está registrado no livro de Juízes 5 (que tal conferir), e é ele denominado o “Cântico de Débora”. Este cântico não é muito explorado, nem mesmo muito conhecido, mas o seu teor é belíssimo, porque resume em forma de louvor o processo de ação estratégica do Deus Todo Poderoso na libertação do povo da servidão do inimigo.
Você deve estar se perguntando, mas o que torna este cântico tão especial, para que possa ser apontado como um cântico de vitória? É agora que vem a parte essencial que pode ser evidenciada assim: o cântico brota quando há reconhecimento de quem Deus é, afinal, Ele é o motivo da adoração, por isso bendizemos ao Senhor. Mas não fazemos isto por obrigação, antes nos entregamos voluntariamente a Ele, pois sabemos que dEle vem a nossa força. Por esta razão, não podemos fraquejar e nem desanimar, antes devemos estar atentos para esta realidade. Assim, enchemos nossos corações de esperança e júbilo.
Veja que interessante, antes mesmo de entrar numa batalha devemos crer que Deus está presente nela; e que Ele é fiel para mudar a história, mesmo diante do impossível aos nossos olhos.
É esta esperança que nos faz seguir avante com ousadia e confiança, naquele que faz infinitamente mais, diante do que pedimos ou pensamos.
O cântico de Débora reflete como deve ser o coração do adorador, que canta para aquecer a alma, busca o encorajamento e manifesta o sentido de submissão a Deus, ou seja, cantar para alegrar-se e regozijar-se no Senhor, pois Ele é a fonte que derrama vida, alegria na nossa vida. Que motivos você tem para cantar? O que impulsiona o seu louvor? Em que momentos você entoa cânticos de adoração? São reflexões pessoais para que você possa encontrar o sentido do seu louvor.
Débora responde em seu cântico sobre as razões do seu louvor, ao afirmar que o cântico que sai dos lábios é proveniente daqueles que “amam ao Senhor e por isso brilham como o sol, quando se levanta no seu esplendor”. Então, quem canta, seu brilho irradia, pois reflete a luz do Senhor. Pense nisso, e irradie a luz de Cristo em sua vida. Compartilhe esta história com alguém que esteja passando por dias difíceis. Ore, louvando o Senhor em todos os momentos e circunstâncias. n
5 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23 REFLEXÃO
Uma análise sobre o papel da liderança eclesiástica para a formação integral na perspectiva da cosmovisão cristã - Parte 2
Donato Farinelli de Souza pastor; mestre em Teologia bíblica; pós-graduado em Teologia Bíblica e Sistemática; bacharel em Teologia; pastor Auxiliar na Igreja Batista Casa Viva e coordenador de educação cristã
Um líder ministerial é formado para exercer sua missão no contexto eclesiástico, mantendo um posicionamento cristocêntrico, mesmo diante dos desafios das perspectivas secularistas e seus pressupostos. Assim, faz-se necessário, conceituar o que se denomina cosmovisão, sua estrutura e finalidade, com o intento de minimizar o impacto da perspectiva secularista na comunidade eclesiástica.
Um olhar sobre o conceito de cosmovisão
A cosmovisão pode ser representada a partir de uma complexa inter-relação da consciência humana com o mundo externo, o qual faz emergir um senso sofisticado de quem é o ser humano e da natureza que existe a sua volta. Somando-se a isso, ela pode conter, ainda, um senso de valores, pavimentando o caminho para uma ordem mais elevada do comportamento prático de cada pessoa a um plano mais abrangente de vida. Naugle (2017, p. 128) fornece um resumo útil para uma compreensão mais ampla do conceito de cosmovisão, ao esclarecer que a estrutura metafísica e moral de uma cosmovisão deriva dos consti -
tuintes da psique – intelecto, emoção e vontade.
Assim, percebe-se a necessidade da compreensão da realidade e das estruturas que são inerentes a mente humana (mente, emoção e vontade), como uma estrutura modeladora da pessoa, podendo flutuar acrescentando ou subtraindo ideias, valores e ações consistentes ou inconsistentes e, que apesar dos seres humanos formularem suas perspectivas de vida na mente, nem sempre obtém o resultado esperado, pois a cosmovisão obtida em função da fé, precisa estar ancorada nas águas dinâmicas, as quais estão sempre fluindo dos rios da vida. Segundo Domingues (2020), uma cosmovisão pode iniciar-se a partir de uma história contada ou de um conjunto de pressuposições de como os grupos sociais tecem leituras da realidade. Um ponto que define a cosmovisão é que ela parte do princípio de um raciocínio lógico, que contém premissas e que serão consideradas verdadeiras ou falsas, diante do resultado apresentado.
Os pressupostos são estruturados de maneira lógica, a fim de que possam ser validados ou não na realidade. Sua validação ocorre por intermédio do grupo social, ao encontrar correlações e correspondências entre as premissas levantadas. As premissas podem ser verdadeiras ou falsas, por isso que cabe analisá-las e confrontá-las com as conclusões desenvolvidas. Pode-se, ainda, entender o conceito de cosmovisão por meio da ilustração de lentes
que são utilizadas pelo ser humano para fazer interpretações sobre a realidade. Neste sentido, é possível dizer que, segundo Geisler (2002, p. 188), que a cosmovisão é o modo pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. A vida. Influenciando a maneira em que a pessoa vê Deus.
Assim, a partir do conceito exposto, pode-se compreender que a cosmovisão que permeia a vida da pessoa e que envolve aquilo que cada indivíduo é, o que ele defende, o que ele vive, está pautado nas razões e nos sentimentos que dão sentido às interpretações efetivadas. Sire (2019, p. 179) desenvolve um conceito que vai mais além de leituras, visto que na sua percepção a cosmovisão não atinge apenas o esquema mental, mas alcança profundamente o coração, ou seja, aquilo que cada ser humano atribui valor para a existência e que provê o fundamento sobre o qual vivemos, nos movemos e existimos.
O conceito de Sire introduz o tema da narrativa, que se fundamenta em pressupostos, embora ressalte o desejo do coração, bem como o sentido da vida e das respostas essenciais. Ele defende que a cosmovisão a partir de uma história narrada e de um conjunto de pressupostos, possibilita aos grupos sociais se moverem, viverem e existirem, visto que elas pavimentam o caminho que sustentará o modo de pensar a realidade. A cosmovisão, então, faz parte da vida.
Diante deste conceito, compreende-se que a cosmovisão não faz parte de teorias abstratas, visto que está
envolvida com a necessidade de o ser humano encontrar e dar respostas a situações que incomodam e afetam as suas certezas, tendo em vista que a sua finalidade é obter significados para viver e continuar vivendo. A cosmovisão parte do princípio de que é necessário a utilização de lentes distintas de interpretação sobre a realidade, que buscam refletir o posicionamento de diferentes grupos sociais, os quais defendem seus pressupostos que ultrapassam defesas ideológicas.
Referências
PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta: libertando o Cristianismo de seu cativeiro cultural. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
GEISLER, Norman L. Enciclopédia de apologética: resposta aos críticos da fé cristã. São Paulo: Editora Vida, 2002.
SIRE, James W. Dando nome ao Elefante: cosmovisão como um conceito. Tradução Paulo Zacharias e Marcelo Heberts. Brasília, DF, Editora Monergismo, 2019, 246 p.
DOMINGUES, Gleyds Silva. Diretrizes para a Educação Cristã Bíblica: para onde vamos? Curitiba: Editora Emanuel, 2018.
DOMINGUES, Gleyds Silva. Visão de mundo e a lente bíblica para ler a realidade. 1ª Ed.: Curitiba, Discipular, 2020.
NAUGLE, David K. Cosmovisão: a história de um conceito. Tradução Marcelo Heberts: Brasília, DF, Editora Monergismo, 2017. 488 p. n
6 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23 REFLEXÃO
Redação de Missões Nacionais
No dia 25 de junho de 1907, era fundada a Junta de Evangelização Nacional, hoje, Junta de Missões Nacionais. Desde então, muitos irmãos e irmãs têm empenhado suas vidas para que a Palavra de Deus seja conhecida em nossa nação e para que todos os que por aqui passarem possam ouvir a Verdade que liberta.
São 116 anos de Missões Nacionais!
Nosso coração está repleto de gratidão a Deus pela vida de todos os missionários que ao longo desses anos dedicaram suas vidas para anunciar a mensagem transformadora do Evangelho de Cristo Jesus. Também agradecemos a Deus pela visão missionária das igrejas batistas em todo o Brasil e pelos inúmeros parceiros e voluntários que diariamente oram, ofertam e trabalham no cumprimento da missão.
No texto da Comissão que apresentou o relatório para a criação de Missões Nacionais no dia 25 de junho de 1907, fica muito clara a visão dos Batistas naquela época, que nos norteia até hoje: “Não podemos ficar estacionários, temos que avançar”. Nosso DNA é missionário e onde houver uma vida precisando de Cristo, ali nós estaremos.
Temos muitos motivos para celebrar! Louvamos a Deus por tudo
o que já foi feito em nossa terra e rogamos a Ele coragem e ousadia para continuar nessa tão nobre missão de pregar o Evangelho a toda a criatura. Estamos há 116 anos avançando e seguiremos até a volta do nosso Senhor, anunciando por todo o país que “A Solução é Jesus Cristo”!
Querido apoiador da obra missionária, você faz parte dessa história! Esse aniversário também é seu! n
7 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23
MISSÕES NACIONAIS
Batismos na Amazônia, em 2023
Ação Jesus Transforma na Amazônia, em 1974
Informações do site www.ufmbb.org.br
Desde o início da obra Batista no Brasil, as mulheres têm se reunido para orar e trabalhar por missões. Estas duas colunas – oração e serviço – têm marcado essa gloriosa trajetória que teve início em 1908. Mesmo antes de ser uma organização em nível nacional, as senhoras reuniam-se nas Igrejas para orar e estudar como evangelizar e praticar beneficência. Foi organizada, em 23 de junho de 1908, a União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil, composta de 20 Sociedades de Senhoras e 05 Sociedades de Crianças.
No ano de 1922 saiu a primeira revista, intitulada Revista Para Trabalho de Senhoras Batistas, contendo programas para senhoras, moças e crianças. Também, nesse ano, as Sociedades de Moças foram incluídas e a União passou a adotar o nome: União Geral de Senhoras do Brasil, órgão auxiliar da Convenção Batista Brasileira. Pouco a pouco, o trabalho da União Geral foi se desenvolvendo, tanto na publicação de literatura, como na expansão de seu ministério.
O pioneirismo das mulheres
Batistas do Brasil
UFMBB completa 115 anos de história
Mensageiras do Rei, a organização mais jovem, surgiu em 1949, sob a liderança da missionária Minnie Lou Lanier, alcançando as pré-adolescentes e as adolescentes, assim completando a família da União Geral.
O nome União Geral não estava condizendo com o ideal que a organização abraçava com amor e dedicação – Missões. Por isso, em 1963, passou a chamar-se União Feminina Missionária Batista do Brasil. Feminina, porque não era só para as senhoras, mas abrangia todo o elemento feminino; missionária, porque a sua razão de ser é Missões.
A UFMBB já não era mais um filete de água, mas um riacho onde podiam ser encontradas muitas pedras preciosas, de grande valor para o reino de Deus.
A trajetória de bênçãos da UFMBB começa em 1893, quando um grupo de mulheres, lideradas pela missionária americana Emma Morton Ginsburg, (esposa de Salomão Ginsburg) reúne-se para oração e estudos de missões na Bíblia, na PIB de Niterói - RJ. As agradáveis notícias da organização da primeira sociedade logo se espalharam, e em pouco tempo, outras
sociedades foram organizadas. Em 1902 consta a organização da primeira Sociedade de Crianças - Raio de Luzno dia 02 de agosto, na Igreja Batista do Engenho de Dentro - RJ. É provável que outros grupos já existissem. Em 1907, em uma das reuniões da primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, dona Emma, uma apaixonada pelo trabalho das mulheres, apresentou o projeto para a criação de uma organização que reunisse todas as sociedades de senhoras numa organização nacional.
Nomes da organização
O nome inicial União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil foi mudado em 1910 para União Geral das Sociedades de Senhoras, auxiliar da Convenção Batista Brasileira. Em 1919, com o objetivo de participar mais diretamente da CBB, a União Geral torna-se uma Junta de Trabalho de Senhoras, dentro da estrutura da Convenção.
A experiência, porém, não deu certo e em 1922 - três anos depois - a União pediu para desmembrar-se da Junta e passou a denominar-se União Geral de Senhoras do Brasil - auxiliar da CBB,
com o direito de convocar as reuniões e ter sua própria Assembleia.
Somente em 1963 passou a ter o nome atual: União Feminina Missionária Batista do Brasil, UFMBB, nome que expressa bem os objetivos e os propósitos da organização:
• Envolver as crianças e todo o elemento feminino para uma ação dinâmica no reino, comprometidas com a propagação da mensagem do evangelho.
Em 23 de junho de 1908, quando da 2ª reunião da Convenção Batista Brasileira, organizou-se a União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil, já eram 20 sociedades de senhoras e cinco organizações de crianças. Poucas mulheres, nenhuma literatura, apenas muito amor a Deus e desejo de servi-lo.
A presidente da nova organização foi a missionária Graça Entzminger e a vice-presidente, dona Jane Soren, que na ocasião estava ausente, pois havia nascido, dois dias antes, o seu filho João Filson Soren, que anos mais tarde se tornaria um grande líder denominacional. Outros membros da diretoria foram: Isabel Costa - 1ª secretária; Edelvira Rodrigues - 2ª secretária; Elisa Miranda Pinto – tesoureira. n
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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Primeira diretoria da UFMBB
99ª Assembleia da UFMBB, em janeiro de 2023, na cidade de Recife - PE
Centro Integrado de Educação e Missões e Seminário de Educação Cristã, as casas de ensino da UFMBB
Os detalhes da criação da Convenção Batista Brasileira
Entre os dias 22 e 27 de junho de 1907, CBB e organizações foram criadas.
Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira
Segundo José dos Reis Pereira, Salomão Ginsburg foi a primeira pessoa a pensar na organização de uma Convenção Nacional dos Batistas Brasileiros.
Mas, somente em 1907, a ideia foi concretizada. A. B. Deter, Zacharias Taylor e Salomão Ginsburg concordaram em dar prosseguimento ao plano. Eles conseguiram a adesão de outros missionários e de líderes brasileiros, inclusive Francisco Fulgêncio Soren, que tinha, inicialmente, algumas reservas.
A comissão organizadora optou pela data de 22 de junho de 1907 para organizar a Convenção, na cidade de Salvador, quando transcorreriam os primeiros 25 anos do início do trabalho Batista brasileiro, também iniciado na referida cidade.
No dia aprazado, no prédio do ALJUBE, onde funcionava a PIB de Salvador - BA, em sessão solene, foi realizada a primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, composta de 43 mensageiros enviados por Igrejas e organizações. A casa estava cheia. O clima era de festa, celebrando o que Deus fizera a partir daquele início tão pequeno!
Os mensageiros da primeira Assembleia da CBB
Queremos lembrar dos 43 mensageiros (também chamados de delegados na época) que participaram da 1° Assembleia da CBB. Pioneiros, usados pelo Senhor, e que marcaram seus nomes na história dos Batistas brasileiros.
Salomão Luiz Ginsburg, W. H. Cannada, Dr. João W. Shepard, Mme. S.L. Ginsburg, Arvilla H. Ginsburg, Pr. Pedro Falcão, Ludgero Barreto, Capitão Galvão, José Ferreira do Couto, Carlos Edington, Isaias C. de Carvalho, Manoel C. de Carvalho, Belino Antonio Gonçalves, Pr. Manoel Ignacio Sampaio, Mme. Luiza Sampaio, Pr. Alexandre de Freitas, Pr. E. A. Jackson, João Izidro, Pedro Pereira, Izidoro Pereira, Professor Alipio Doria, Pr. Z. C. Taylor, Henrique Nascimento Gonçalves, Pr. R. E. Pettigrew, D. L. Hamilton, Venceslau
Baptista, Mme. Z. C. Taylor, Manoel
Avelino de Souza, Pedro Borges D’Almeida, Pr. L. M. Reno, Mme. L. M. Reno, Francisco José da Silva, Pr. A. L. Dunstan, Joaquim Lessa, D. F. Crosland, F.
F. Soren, Theodoro R. Teixeira, Mme. F.
F. Soren, Pr. O. P. Maddox, A. B. Deter, Mme. A. B. Deter, J. V. Montenegro, Dr. W. B. Bagby.
da 1a Assembleia da CBB
Ao ler a Ata da 1° Assembleia da CBB encontramos muitas propostas importantes, comentários, decisões e, até mesmo, fatos engraçados. Separamos alguns pontos deste documento histórico e compartilhamos com vocês neste dia especial para nós, Batistas brasileiros.
“Joaquim Lessa propôs e foi aprovado que se lançasse em ata um voto de louvor e agradecimento aos implantadores do trabalho Batista no Brasil”.
“Antes que suspendesse a sessão, o irmão Dr. Bagby propôs e foi aprovado que cada delegado que não estivesse no recinto na hora marcada, 2 horas da tarde, pagasse 5$000 de multa para Missões Nacionais”.
“O irmão presidente disse que como todos vieram prontamente para a sessão poderia parecer que nós não queríamos contribuir para Missões Nacionais, então sugeriu que mesmo sem culpa, todos pagassem a multa. Aprovada a sugestão, todos os delegados e mais
amigos foram depositando quantias na mesa as quais atingiram a 125$000”.
“O irmão Dr. W. B. Bagby propôs e foi aprovado que se desse um voto de agradecimento aos irmãos da Bahia pela maneira afetuosa, gentil e cristã por que tem recebido os delegados da Convenção”.
Primeira Diretoria da Convenção Batista Brasileira
Por conta da programação extensa de uma das sessões da 1° Assembleia da CBB, Dr. W. B. Bagby sugeriu que fosse eleita verbalmente uma Diretoria provisória até a aprovação da Constituição da Convenção. Assim foi feito, e estes são os irmãos que formaram a primeira Diretoria da Convenção Batista Brasileira.
Presidente: F. F. Soren;
1º vice-presidente: Joaquim Fernandes Lessa;
2º vice-presidente: João Borges da Rocha;
1º secretário: Theodoro R. Teixeira;
2º secretário: Manuel I. Sampaio; Tesoureiro: Z. C. Taylor
As primeiras Comissões e Juntas da Convenção Batista Brasileira
Durante a 1ª Assembleia da CBB, o presidente F. F. Soren apresentou a necessidade da composição de Comissões e Juntas para realizar o trabalho na Convenção Batista Brasileira. Os mensageiros formaram 10 Comissões e, depois, 7 Juntas.
Hoje, nós contamos com 15 organizações, contando nossos seminários e juntas missionárias. Cada uma tem papel fundamental em nossa missão de expandir o Reino de Deus e o trabalho dos Batistas brasileiros.
Conheça as primeiras Comissões e Juntas organizadas na 1ª Assembleia da CBB.
Comissões: Constituição, Missões Nacionais e Evangelização, Educação, Escolas Dominicais, União da Mocidade Batista, Publicações e literatura, Sociedades de Senhoras, Sociedades Juvenis, Missões Estrangeiras e Estatística.
As juntas: Evangelização Nacional, Missões Estrangeiras, União da Mocidade Batista, Educação e Seminário, Escolas Dominicais, Casa Publicadora, Administração do Seminário.
Teses apresentadas durante a 1ª Assembleia da CBB
Alguns mensageiros chegaram em Salvador (BA) com excelentes ideias para o trabalho da Convenção Batista Brasileira. Durante a 1° Assembleia da CBB, eles tiveram a oportunidade de apresentar suas teses aos mensageiros. Foram 11 temas, que falam de trabalho missionário, sociedade, educação e outros assuntos.
“Influência político-social dos Batistas no Brasil” - Dr. Alfredo Freire
“O Brasil como campo missionário”
- Pr. Salomão Luiz Ginsburg
“Evangelização interior” - E. A. Jackson
“Pontos estratégicos de evangelização” - O. P. Maddox
“Dever e privilégio de contribuir”Joaquim Lessa
“Cortesia interdenominacional” - A.
L. Dunstan
“Literatura evangélica” - Theodoro
R. Teixeira
“Sistema educacional” - W. H. Cannada
“Educação da mulher” - Archiminia Barreto
“Serviço teológico e seminário” - Dr. João W. Shepard
“Sustento próprio” - Z. C. Taylor n
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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Ata da 1ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira
Assembleia da CBB nos anos 1930
A 1ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira
A linha do tempo da Junta de Missões Nacionais
Conheça a história da organização missionária para evangelização do Brasil.
Informações do site www.missoesnacionaisnais.org.br
1907-1917: organização da Junta de Evangelização Nacional, mais tarde, Junta de Missões Nacionais; • Criação da Sede da JMN, na cidade de Campos, RJ; • O primeiro missionário enviado foi Crispiniano Dario da Silva; • Organização de 2 igrejas, no Acre e em Santa Catarina; • Realização de 15 batismos em Paranaguá-PR, por William Buck Bagby.
1918-1928: mudança da sede para a cidade do Rio de Janeiro; • Realização da primeira viagem missionária de Lewis Malen Bratcher pelos Vales do Tocantins e Araguaia; • Ida de Zacharias e Noemi Campelo para evangelização dos índios Kraôs.
1929-1939: realização da segunda viagem missionária de Bratcher pelos Vales do Rio São Francisco e Tocantins; • Realização da terceira viagem missionária de Bratcher à Amazônia; • Início das atividades do Colégio Batista do Tocantins – TO; • Realização da quarta viagem missionária de Bratcher pelo interior da Bahia, Goiás e Maranhão; • Nomeação de Sarah Cavalcanti como primeira enfermeira dos batistas brasileiros e seu envio para Pedro Afonso, GO; • Realização da quinta viagem missionária de Bratcher pela Amazônia.
1940-1950 : inauguração do Lar Batista F. F. Soren em Itacajá, TO; • Lançamento da Revista A Pátria para Cristo; • Nomeação do casal José Júlio da Silva Júnior e Carmem Guarita para evangelização dos hansenianos na Colônia de Marituba, PA.
1951-1961: inauguração da Congregação Tabernáculo Batista em Marituba, PA; • É iniciado o trabalho entre os índios Xerente, em Goiás, com o Pr. Guenther Carlos Krieger e Wanda Braidotti Krieger; • Publicação da primeira cartilha e do primeiro hinário na língua xerente; • Batismo do primeiro índio xerente convertido, “Joãozinho”; • Primeiro Congresso Missionário com a presença de 44 obreiros do Vale do Tocantins.
1962-1972: início da evangelização da tribo Munduruku, PA; • Inauguração do Lar Batista David Gomes, em Barreiras, BA; • Realização da Campanha Nacional de Evangelização, com o tema “Jesus Cristo é a Única Esperança”.
1973-1983: realização da primeira Operação Transtotal, projeto missionário na Transamazônica; • Realização do Simpósio sobre Mutirão Missionário; • Início das atividades no Dispensário Batista de Pacatuba, SE.
1984-1994: realização de seis congressos regionais da Consulta Nacional de Evangelização “Novos Rumos”; • Rea-
lização da Primeira Clínica de Crescimento de Igreja (CCI); • Realização do Simpósio sobre Núcleos de Estudos Bíblicos; • Início do Plano Nacional de Evangelização; • Início da evangelização na Casa de Detenção de São Paulo, SP; • Início das atividades da Tenda da Esperança; • Evangelização de diversas tribos indígenas no Brasil; • Lançamento do dicionário Xerente-Português e Português-Xerente.
1995-2005 : mais evangelização de diversas tribos indígenas no país;
• Operação missionária Trans-Ribeirinhos, no Amazonas; • A Tenda da Esperança foi montada em Juazeiro do Norte, CE; • Operações Missionárias Jesus Transforma no Acre e em Porto Alegre, RS; • Tenda da Esperança em Belém do Pará, durante o Círio de Na-
zaré; • Criação do Radical Brasil.
2006-2016: finalização da tradução do Novo Testamento em Xerente;
• Projeto Radical Brasil leva voluntários à cracolândia paulista; • Nomeação dos 6 primeiros missionários surdos;
• Lançamento da Visão de Igreja Multiplicadora; • Inauguração da primeira unidade do Projeto Cristolândia, em SP;
• Abertura de 37 unidades da Cristolândia em SP, RJ, MG, BA, ES, DF e PE; • Abertura da primeira Cristolândia Criança em Guarulhos, SP; • Criação dos Radicais Cristolândia, Amazônia e Sertanejo; • Implantação do Projeto Novo Sorriso da Amazônia; • Lançamento do Programa Nacional de Prevenção ao Uso de Drogas – VIVER. 2017 até agora: criação da Missão Brasil-Venezuela, de acolhimento para refugiados que entram no país através do estado de Roraima; • Inauguração da Casa Minha Pátria, em São Paulo; • Início do Radical Surdos, Metropolitano, Cerrado e Sul; • Aniversário de 10 anos do Projeto Cristolândia; • Início da parceria com a UniEvangélica, para encaminhamento de alunos egressos da Cristolândia para o ensino superior; • Criação do Projeto Novo Sorriso do Sertão; • Mobilização nacional para atendimento a famílias necessitadas em virtude da pandemia da COVID-19. n
Missões Mundiais: há 116 anos trabalhando “para que o mundo creia”
Batistas brasileiros sempre tiveram olhar atento para a evangelização de outras nações.
Informações do site www.missoesmundiais.com.br
Missões Mundiais é a organização missionária da Convenção Batista Brasileira para os povos estrangeiros, presente em 82 países com 1.988 missionários, segundo relatório de outubro a dezembro de 2021 enviado em 15 de fevereiro de 2022 à CBB. Fundada em 1907, sua atuação consiste na expansão do trabalho missionário além das fronteiras do Brasil, no despertamento e preparo de vocacionados para missões, dentre muitas outras ações que contribuem para a proclamação do Evangelho no mundo. O objetivo é levar o amor de Deus aos povos através de ações pensadas de acordo com as necessidades de cada país.
Desde as últimas décadas, Missões Mundiais tem adotado estratégias para alcançar países fechados à pregação do Evangelho, especialmente na Ja-
nela 10/40, onde se concentram as nações menos evangelizados. Para isso, temos um plano de metas que regula e norteia o avanço missionário no mundo. O objetivo do trabalho missionário é que todos os povos sejam alcançados e transformados pela mensagem do amor de Deus.
Antecedentes e fundação
Os Batistas brasileiros, por ocasião da reunião anual da União das Igrejas em Cristo do Sul do Brasil, constituída pelas Igrejas do Rio de Janeiro (1884), Campos - RJ (1891), Niterói - RJ (1892), São Fidélis - RJ (1894), Juiz de ForaMG (1889), Barbacena - MG (1892) e de Santa Bárbara d’Oeste - SP (1871), reuniram-se a fim de levantar recursos para sustentar um missionário. E a União, durante sua curta existência, muito se esforçou para o desenvolvimento do espírito missionário. Dois
anos depois, em Juiz de Fora - MG, a União permanecia com os mesmos propósitos e os representantes das Igrejas deliberaram fervorosamente a necessidade de sustento próprio a fim de ajudar na evangelização do Brasil e do mundo. O assunto foi tão entusiasticamente debatido que foi votado, por unanimidade, a decisão de sustentar um obreiro nacional da África. Tais an-
tecedentes comprovam o amor que os brasileiros têm pela obra missionária.
A Junta de Missões Estrangeiras, seu nome original, surgiu mediante parecer apresentado pelo missionário Willim B. Bagby na sexta sessão, no último dia da Convenção, em 27 de junho de 1907. Foram membros da histórica e altamente qualificada comissão: Salomão Luiz Ginsburg, Eurico Alfredo Nelson, Albert Lafayette Dunstan e Francisco Fulgêncio Soren.
Na mesma assembleia dois mensageiros, Eurico Alfredo Nelson e W. H. Cannada, propuseram, com apoio, que a recém-criada junta enviasse o missionário Bagby ao Chile para conhecer os Batistas ali existentes e definir se aquele país deveria ser ou não o primeiro campo missionário estrangeiro dos Batistas brasileiros; e também que a Junta de Missões Estrangeiras estudasse a possibilidade de abrir um trabalho batista em Portugal.
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1929-1939 Colégio Batista de Tocantins
Abertura de Missões Mundiais em 2020, na cidade de Goiânia - GO
Novos desafios
Redação Missões Mundiais
A missionária Carmen Lígia novamente passou pelo processo de deixar a família e ir a um novo campo missionário. Agora ela está no Panamá, uma nova terra para a qual o Senhor lhe chamou para servir. O foco da missionária é também ajudar no desenvolvimento do Programa de Educação Pré-escolar, o PEPE, um programa missionário e socioeducativo.
Veja a seguir as notícias que a missionária mandou sobre sua chegada ao país e os novos desafios que a aguardam.
“Estou no processo de aprender a amar o povo que habita nesta terra. Não sei completamente o que Deus tem para mim aqui, ou quais os desafios que enfrentarei, mas aqui estou!
O povo panamenho é muito amável e atencioso, o que me deixa muito feliz. Estou no centro das Américas, o que vai facilitar muito o trabalho com os PEPE’s em toda a região. O Panamá é um país da América Central, localizado entre o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe, fazendo fronteira com Colômbia e Costa Rica. Tem atualmente mais de 4,4 milhões de habitantes, sendo que, segundo as estatísticas, 18% são evangélicos. Aqui está o famoso Canal do Panamá, construído há 108 anos, abrindo o caminho entre os oceanos Pacífico e Atlântico, facilitando a rota para o comércio marítimo mundial. Contudo, quero que você conheça um pouco da realidade das crianças no país para que ore por esse grande desafio. Todos os anos, 70 mil meninos e meninas nascem no país. Um terço dessas crianças cresce em condições de pobreza multidimensional, vivendo em bairros marginais e áreas de difícil acesso.
Com relação ao sistema educacional panamenho, oito em cada dez meninos e meninas nos distritos não atingem níveis básicos de leitura, contra quatro em cada dez nas áreas urbanas. Além disso, aproximadamente 40% das crianças entre 4 e 5 anos não recebem educação pré-escolar, apesar de ser obrigatória. Quanto aos que estudam, os números da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estabelecem que 127 mil estão fora da escola, e 190 mil correm o risco de deixar o sistema. Por isso, a importância de trabalhar para ajudar as crianças a entenderem que são prioridade, a fim de receberem um cuidado integral através do PEPE.
Estive em uma unidade PEPE daqui e recebi os abraços carinhosos das crianças e das missionárias-educadoras, que celebravam o Dia Nacional da Etnia. Uma menina, chamada Daniela, se aproximou e, ao ouvir que eu vim de longe, me perguntou por que vim ao Panamá. Eu respondi que foi para dizer que ela é muito linda e que Jesus
a ama muito! Ela sorriu e me disse: ‘Eu sei que Jesus me ama, eu aprendi isso aqui no PEPE’. Fiquei muito feliz com a resposta porque é justamente para isso que o PEPE existe, para fazer as crianças sorrirem conhecendo a Jesus, e tendo a oportunidade de um futuro melhor.”
Ore pelo início do trabalho da missionária Carmen Lígia no Panamá. Interceda por sabedoria para superar os obstáculos e ajudar as crianças. E, nas palavras dela, “Ore por esse tempo no Panamá; porque tudo o que eu quero, como foi com Abraão, é ser bênção para esta nação!”.
Vamos Completar a Missão no Panamá
O QUE É O PEPE?
O Programa de Educação Pré-escolar (PEPE) é um programa missionário e socioeducativo, desenvolvido a partir da implementação de unidades pré-escolares organizadas e administradas pelas Igrejas cristãs locais. Uma unidade do PEPE é considerada um projeto da Igreja local que implementa uma série de ações organizadas e estruturadas para atender crianças na faixa etária aproximada de 4-5 anos, prestando um serviço de educação pré-escolar, com base em princípios cristãos. O programa socioeducativo integra os valores da Palavra de Deus aos conteúdos cur -
riculares e favorece o crescimento intelectual, emocional e espiritual da criança.
O objetivo principal é possibilitar à criança melhor desenvolvimento integral que facilitará seu ingresso no ensino fundamental com boa autoestima e com mais entusiasmo.
Os principais desafios são a expansão do Programa para o alcance de maior número de crianças e famílias, o despertar da responsabilidade missional das Igrejas, a sustentabilidade para manutenção do trabalho local e sustento dos missionários educadores.
Conheça mais: http://pepeglobal. org/ n
11 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23 MISSÕES MUNDIAIS
Batistas Sul-Mato-Grossenses mostram que estão
construindo o futuro durante 76ª Assembleia
CBSM, organizações auxiliares e Missões Estaduais atuaram durante encontro.
Mara Sílvia de Almeida Costa segunda vice-presidente da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense
“Mãos à obra, construindo o futuro até que Ele venha!”, tema da 76ª As sembleia da Convenção Batista Sul -Mato-Grossense, realizada na Igreja Batista Central em Amambai - MS, foi uma realidade neste conclave cheio de alegria, trabalho e fé!
Os dias 08 a 10 de junho foram de muito trabalho não só para a Mesa Diretora, bem conduzida pelo presidente, pastor Jonas Xavier de Pina, mas também para as organizações auxiliares, que se reuniram em uma das tardes: UFMB/MS, UEPAS/MS, UHMB/MS, OPBB/MS e Jubams.
Os Batistas sul-mato-grossenses estão hoje construindo o futuro, com muitas mãos: mãos dos colaboradores, do núcleo gestor, dos ministros de relacionamento e de dezenas de Igrejas, seus pastores, missionários...
Os pastores Marcos Vinícius Petrucci da Silva, da Primeira Igreja Batista de Moça Bonita - RJ, e o pastor Manoel Neto, da Terceira Igreja Batista de Campo Grande - MS, orador oficial e substituto respectivamente, foram usados por Deus para transmitir a mensagem dEle aos nossos corações.
A Orquestra Filarmônica Music & Hope, sob a regência do maestro
e ministro André Luis da Silva Rosa, foi o destaque da noite de abertura, trazendo-nos uma belíssima audição musical e conduzindo a adoração. A noite de abertura também contou com a presença do prefeito de Amambai, sr. Edinaldo Luiz de Melo Bandeira, da vereadora Lígia Borges, e do deputado federal Dr. Luis Ovandro.
O pastor Roberto Fernando Marchetto foi homenageado com o título de Presidente de Honra, pelos relevantes serviços prestados à obra batista no estado. Ele e a esposa, a esposa irmã Gedália Borges Held, sempre foram fiéis cooperantes denominacionais.
Na sexta-feira aconteceu a Noite de Missões e contou com a participação da Trupe do Reino, um grupo de teatro que leva a mensagem de salvação por meio das artes de maneira muito
descontraída. Durante o culto foram apresentadas as famílias missionárias do Mato Grosso do Sul, e destacado o quanto eles têm sido preciosos na obra da evangelização.
Temos visto grande avanço da obra missionária no estado. Além da presença de missionários na plantação e fortalecimento de Igrejas em pontos estratégicos, a Convenção desenvolve diversos projetos, dentre eles, o Radical Pantanal, o Projeto de Missionários Construtores e a capelania escolar. Desde novembro de 2022, os radicais estão morando no Pantanal para alcançar os assentamentos rurais e os ribeirinhos. O Projeto Missionários Construtores atenderá uma lacuna que tínhamos no trabalho Batista: atender as necessidades de Igrejas pequenas e missões, tanto na manutenção do patrimônio, como na construção de casas pastorais para estas igrejas, em conjunto com as associações.
O próximo biênio será conduzido pela seguinte Diretoria, eleita durante a 76ª Assembleia: Presidente: Pr. Ozeias de Gois Dias; 1º vice-presidente: Pr. Ataliba Silva de Albuquerque; 2ª vice-presidente: Mara Sílvia de Almeida Costa; 1ª secretária: Laudicéa Cordeiro de Pina; 2º secretário: Pr. Israel Mauro Ramos de Alcântara.
A Convenção está ampliando o lugar da sua tenda e estendendo as corti-
nas das suas estacas, nas palavras de Isaías 54. 2-3, texto base do encontro, considerando estar ampliando o alcance do trabalho missionário, os relacionamentos e até o patrimônio físico.
A educação teológica também avança em nosso estado: curso de formação teológica presencial e semipresencial, e também o oferecimento dos cursos de capelania e aconselhamento de casais e de jovens e adolescentes, pelo Seminário Batista Sul-Mato-Grossense.
A Convenção também se prepara para ampliar a sua tenda, quanto ao patrimônio físico. Deve iniciar a construção da nova sede, no centro de Campo Grande, ainda este ano. O terreno já foi adquirido.
Por fim, a Convenção Batista louva a Deus pela hospitalidade da Igreja Batista Central em Amambai, em nome de seu pastor presidente, pastor Ataliba Silva de Albuquerque, por recepcionar a referida assembleia convencional dispondo dos serviços de irmãos compromissados com o Reino de Deus. Destaca-se o empenho e dedicação para que todos os presentes fossem acolhidos em cordialidade e alegria.
Se Jesus não voltar até lá, mãos à obra até a próxima Assembleia, na Segunda Igreja Batista de Campo Grande - MS, de 30 de maio a 01 de junho de 2024! n
Primeira Igreja Batista em São Marcos, em Salvador - BA, empossa novo pastor
Pr.
Hilquias Paim foi o orador da posse de Raian Sátiro.
Departamento de Comunicação da Primeira Igreja Batista em São Marcos - BA
No dia 03 de junho foi realizado o Culto de Posse do pastor Raian Santana de Jesus Sátiro, na Primeira Igreja Batista em São Marcos, na cidade do Salvador - BA.
O orador oficial foi o pastor Hilquias Paim, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), que trouxe uma mensagem inspiradora e encorajadora.
A solenidade de posse foi dirigida pelo pastor Jorge Mariano, vice-presidente da Ordem de Pastores Batistas do Brasil - Seção Bahia (OPBB-BA), e contou com a participação de mais de 35 pastores de Salvador e da Região Metropolitana.
Estiveram presentes representantes
de instituições e organizações, como o Capelão do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, pastor tenente-coronel PM Paulo Cézar, o presidente da União dos Militares Evangélicos da Bahia (UMEB), pastor major PM Vila-Nova, o presidente da ABS, pastor Robson Leandro, o presidente da ASBARE, pastor Jean
Santos, o presidente da OPBB-BA da Subseção da Região Metropolitana, pastor Anilton Santos, e o vice-presidente da OPBB-BA da Subseção de Salvador, pastor Ivan Luna. Foram exibidos, também, vídeos de saudação e congratulação do presidente da Convenção Batista Baiana
(CBBA), pastor Erivaldo Barros, e do presidente da OPBB-BA, pastor Odirlei Carneiro.
Na oportunidade, a PIB em São Marcos - BA e o Pr. Raian Sátiro, receberam uma Moção de Congratulação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), encaminhada pela deputada Estadual Kátia Oliveira e lida pelo pastor Fidelis, assessor parlamentar da ALBA.
Oramos para que Deus abençoe ricamente a amada PIB em São Marcos - BA e que, com o pastor Raian Sátiro, continuem avançando no cumprimento da missão da propagação do Evangelho do Senhor Jesus Cristo, através da instrumentalidade do Espírito Santo de Deus, nessa importante comunidade.
A Deus a Glória para todo o sempre. Amém! n
12 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Nova Diretoria da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense
Momento da oração de posse do pastor Raian Sátiro
13 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23
As narrativas feitas por Jesus no capítulo 15 de Lucas revelam de modo muito claro a realidade do amor de Deus e o coração perverso do homem. O filho mais moço, a ovelha e a moeda estavam perdidos e foram encontrados. O pai atraiu o filho com seu imenso amor. A ovelha foi resgatada pelo pastor. E a moeda foi encontrada por sua proprietária. As parábolas revelam um Deus que toma a iniciativa. O foco de Jesus é a realidade do amor de Deus. Por causa da Sua natureza, Deus sempre toma a iniciativa e coloca em nosso coração um desejo forte de arrependimento e de fé na obra perfeita do Seu maravilhoso Filho Jesus. Na parábola contada por Jesus em Lucas 15.11-32, temos o ensino acerca de três pródigos. O Pai - um Deus de profundo amor que busca o perdido por meio de Jesus Cristo (Lucas 19.10); o filho mais novo que é pródigo em ‘curtir a vida’ em farras, orgias, prostituição, bagunça, violência; e o filho mais velho, que é pródigo, esbanjador em legalismo, incompreensão, preconceito, egoísmo e insensibilidade. Não entende de recepção, de festa, mas de ambiente de tradicionalismo. Ele é implacável para com o seu irmão. Simplesmente não o aceita. Por isso, não o recebe de volta. Na verdade, ele o havia rejeitado no seu coração.
Vamos começar pela prodigalidade do pai . Quem é o pai? Ele ilustra bem o Pai de João 3.16; Romanos 5.8; e Isaias 49.15. O Pai que faz tudo bem e de forma perfeita. Provavelmente, se o filho ficasse em casa, nunca teria sido levado a reconciliar-se com ele. É a representação vívida de um Deus que permite ao homem andar nos seus próprios desejos, imundícias, paixões (Romanos 1.24,26,28).
A coisa mais terrível que pode acontecer ao homem é deixar o Senhor para confiar em si mesmo. E o Pai o faz somente porque anseia que Seu querido Filho caia em si e volte à casa paterna, não apenas em corpo mais em espírito (Boyer). Vale a pena considerar o amor do Pai. É um amor terapêutico, que nos leva à reflexão;
Os três pródigos
perdoa; restaura; disciplina; educa e traz segurança. É o Pai que busca o filho insistentemente. As Suas motivações são a Sua glória e o Seu amor. Por esta razão, ele perdoa, aceita e justifica. Como nos ensina Boyer: “Sem d ú vida, o pai olhava todos os dias para aquela estrada esperando que seu filho querido voltasse. Grande é o anelo do Pai eterno que espera a volta do pródigo à casa paterna”. Jesus afirmou: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14.2).
Um segundo exemplo é o do filho mais moço, chamado também de pródigo. Quem é ele? É o pecador perdido, infeliz, com o coração perverso, mau (Jeremias 17.7-10; Romanos 3.23; 6.23). Ele é ingrato, pois se apropria de sua herança antes do tempo. Como filho mais moço, ele tinha direito a 1/3 da herança. Agora, ele esbanja os recursos do pai como irresponsável, farrista e hedonista. Ele confia em si mesmo. Acha que por si mesmo resolverá todos os seus problemas. Mas ele não tinha razão por que o pai não era severo demais, nem negava ao filho coisa alguma que fosse justa. Aqui é o retrato fiel da pessoa que quer seguir a sua própria vontade, fazer o que bem entende, não reconhece limites, ele é seu próprio deus, sentimento que é a raiz de todo o pecado. Aliás, este foi o projeto satânico no Jardim do Éden: levar o homem a ser independente de Deus, a ser autônomo (Gênesis 3.5). Diz o texto que ele foi a uma terra longínqua, longe de Deus onde o povo não fala de Deus. “Este estado revela a condição miserável do coração do pródigo que não quer os cultos e nem a convivência onde se fala do Pai celestial” (Boyer). Naquela terra distante ele dissipou os seus bens. Esta é a realidade de “todos os verdadeiramente pródigos que estão gastando seu tempo, talentos, bens, força, saúde e corpos só nas coisas terrestres e carnais” (Boyer). Sabemos que as coisas que podem ser vistas são passageiras. A nossa tendência é nos apegarmos a elas. Elas são “por um pouco de tempo” (Hebreus 11.25). Mas houve uma grande fome (v.14). Aqui não é só a fome por falta de pão. É a fome que se caracteriza pela ausência do Pai.
Ele está longe daquele que tem em si mesmo todo o alimento que verdadeiramente supre. Ele é a fonte de toda a boa dadiva e todo o dom perfeito. Mas longe do pai, ele se aproxima de pessoas que não o tratarão com amor. Só na casa do pai ele tem o melhor. Ele é mandado a apascentar porcos, o que era uma infâmia para um judeu. O porco era considerado um animal imundo (Levítico 11.7). Ele desejava se alimentar da planta que os porcos comiam (v.16). Mesmo assim ninguém lhe dava nada.
Enquanto tinha dinheiro e saúde, não lhe faltaram companheiros, mas ao cair em necessidade, todos o abandonaram. Agora ele está no “fundo do poço” e começa a olhar para cima esperando o socorro. Ele pensa no pai (v.18). Aqui começa a sua decisão de retornar ao lar. Ele finalmente chega ao nível do arrependimento. Aqui inicia o processo de restauração, de cura. Reconhece que pecou contra o céu e contra o pai. No verso 20, diz que ele levantando-se foi para seu pai. A sua determinação é fruto do conhecimento que ele tinha do pai. Ele sabia do caráter do pai. Que este o receberia. Deixou uma vida de infelicidade e se voltou para aquele que podia fazê-lo verdadeiramente feliz. Ele estava consciente de que o coração do pai era amoroso e perdoador. Leon Morris diz: “E assim voltou. É relevante que Jesus não diz para sua aldeia ou até mesmo para seu lar, mas sim, para seu pai. Fica claro que o velho tinha esperança em tal volta, e que ficava vigiando. Jesus enfatiza as boas-vindas que o Pai deu para seu filho indigno. Vi-o enquanto estava ainda longe, compadeceu-se dele, e, correndo (coisa notável num oriental de idade) o abraçou, lançou-se ao seu pescoço e o beijou. Este último verbo pode significar ‘beijou-o muitas vezes’ ou ‘beijou-o ternamente’. O verbo indica uma saudação e não a cortesia forçada”. Então, este filho estava morto e reviveu (v.24). Por que estava morto? Porque estava longe do pai. Agora temos o terceiro pródigo, o filho mais velho. Todos os bens que restaram eram dele (2/3). Ele esbanjava legalismo, religião escravizadora. Era um religioso perdido. Dentro
de uma casa, mas muito distante no coração e da comunhão. Ele cumpria todos os deveres como um bom adorador. Oferecia sacrifícios. Andava no templo e na sinagoga, mas era implacável quando se tratava de julgar os outros. Ele achava que era o centro das atenções do pai. Para ele, o seu irmão era “esse teu filho” (v.30). Para ele, o irmão era um zero à esquerda. A volta dele trouxe indignação para as suas entranhas. Ele o havia rejeitado. O filho mais velho era sem amor, incrédulo, religioso, insensível, egoísta, ingrato, amargurado e murmurador. Ele seguia uma religião, mas não o Evangelho. Um sistema, mas não o Senhor. O judeu era assim: se achava o único merecedor do amor e da salvação de Deus. O profeta Jonas é um exemplo clássico. Todo judeu ‘agradecia’ a Deus por não ser mulher e nem gentio. Era um povo preconceituoso e que não suportava outros povos. Jesus conta a parábola do samaritano para ensinar que o amor supera as barreiras étnicas e sociais. O amor não age com base na pele, no nível social, econômico, mas com o mesmo sentimento de Cristo. Possuímos um pouco do filho mais velho. Por isso, devemos ser imitadores de Deus, o nosso Pai Pródigo, como filhos amados e andarmos em amor como Cristo nos amou e a si mesmo se entregou por nós a Deus como oferta e sacrifício com aroma suave (Efésios 5.1,2). Por isso, devemos estar longe da religião, vivendo o Evangelho da aceitação, do perdão e da festa.
O nosso exemplo não está no filho mais moço e nem no filho mais velho, mas no pai. Por esta razão, o nosso verdadeiro irmão mais velho é Jesus, que morrendo e ressuscitando por nós, garantiu a nossa festa no céu (Tim Keller). Ele é o exemplo máximo de amor, perdão, aceitação, afeto, graça, justiça, misericórdia e alegria na comunhão. É no Pai que encontramos a razão de viver. Ele é o dono da festa. Somente Ele não nos decepciona. Que o Senhor nos livre da prodigalidade dos filhos mais moço e mais velho e nos conceda por Sua graça e por Seu Espírito a Sua prodigalidade. No Pai nós podemos confiar perfeitamente porque Ele é amor. Sim, pródigo em amar. n
14 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Batistasdoutrinas e busca pela unidade!
Lourenço Stelio Rega
Uma das mais importantes características ou marcas que permeiam a história Batista é a constante busca pela unidade. Desde sua origem no Século XVII é possível ver alternativas ou possibilidades de compreensão bíblica, lembrando aqui dos Batistas gerais e dos Batistas particulares, que, em termos simples, os primeiros seriam mais tendentes ao arminianismo, e os segundos ao calvinismo. Conta a história que os dois grupos se uniram, apesar de suas diferenças, para formar sua primeira organização associativa Batista.
Ao longo de nossa história é possível ver essa situação se repetindo e, algumas vezes, infelizmente permeada de processos bélicos e ácidos que chegaram a resultar em divisões.
Aqui nesta coluna já escrevi diversos artigos para demonstrar caminhos para o tratamento dessas divergências no modo de ser e pensar como Batistas e algumas perguntas que necessitam ser consideradas em que a principal delas seria: “quais são os nossos fundamentos aos quais não é possível abrir mão por serem inegociáveis?”
Ao longo do tempo, a resposta se localiza na compreensão do que chamamos de Princípios Distintivos dos Batistas em que a Bíblia é colocada como nosso ponto de partida, nosso fundamento a partir do qual é possível construir nosso pensamento doutrinário.
Preliminarmente já demonstrei nestes artigos como é nosso modo de ser e pensar e como lidar com as possibilidades de interpretação bíblica, além da busca de unidade diante das variedades da compreensão teológica ou doutrinária que são naturais como resultado de nosso modo de ser e pensar.
Claro que só tenho a lamentar observando colegas líderes e mesmo organizações nacionais e até estrangeiras que preferem a busca do caminho da controvérsia, da desunião, em vez do diálogo, da reflexão e do crescimento da comunhão que disso pode resultar. Mesmo porque doutrina não se decide pelo voto, mas por sério estudo hermenêutico-exegético da Bíblia, permeado por diálogo aprendente e humilde. Queiramos ou não esse é o modo Batista de ser.
Daqui temos outra pergunta: “cristianismo é só caracterizado por compreensão doutrinária?” Ou “o que torna o cristianismo, cristianismo?”
Em outras palavras, se cristianismo é mais do que doutrina, o que é mais?
Temos o cristianismo-servir, temos o cristianismo-missão, temos o cristianismo-missões, cristianismo-ministério, cristianismo-adoração, cristianismo-missional influência da vida no mundo, cristianismo-oração/devoção, cristianismo-comunhão, cristianismo-relacionamento, cristianismo-valores éticos e morais etc. etc. etc.
Podemos ver, portanto, que ser cristão é mais do que apenas crer em um conjunto de compreensão doutrinária, mesmo porque, quando tocamos em construção doutrinária, alguns componentes prioritários necessitam ser considerados, pois doutrina se constrói:
• ... não com leitura a partir das traduções bíblicas, afinal nosso idioma é bem pobre em relação aos idiomas bíblicos escolhidos por Deus para expressar Sua revelação;
• ... por meio de profundo e desapaixonado trabalho a partir de séria abordagem hermenêutica, exegética e de contexto histórico da Palavra de Deus;
• ... considerando que é uma busca humana finita e limitada por compreender a revelação divina que é infinita e ilimitada e que ainda foi dada por Deus em uma linha de tempo diferente e distante da nossa, portanto exige de “forma exigente” que saibamos tomar cuidado em compreender as Escrituras dentro do tempo e contexto em que foi inspirada, para aplicarmos suas verdades eternas em nosso tempo.
Na prática, como é possível encontrar um caminho razoável para conseguirmos manter nossa unidade diante das variadas possibilidades de interpretação bíblica?
Neste sentido torna-se necessário visitar um estágio essencial sobre nosso modo de ser e pensar, que poderemos chamar de estágio das preliminares hermenêuticas
Para isso vamos unir a contribuição de dois teólogos Batistas (que alguns até acham localizados em terrenos distantes): Edgard Yong Mullins, já falecido, e Richard Albert Mohler Jr, ainda vivo, e colocando no meio desse “diálogo” o conhecido Alva Bee Langston.
Entre assuntos discutidos por Mullins na abordagem das características distintas dos Batistas, temos o cimento fundante da competência da alma que aprofunda o princípio do sacerdócio universal dos santos da Reforma Protestante. A competência da alma não apenas dá ao crente acesso direto a Deus para sua salvação, mas também acesso direto e livre exame das Escrituras. Daqui podemos caminhar para a liberdade de consciência e expressão atribuindo a cada crente
o papel de responsabilidade diante de suas convicções.
Neste sentido, para Langston “Deus reconhece todos os homens como livres e iguais à Sua presença. Não resta dúvida de que Ele reconhece todos os homens estritamente responsáveis pelo uso que fazem de sua liberdade. É claro também que a competência da alma, para entender-se diretamente com Deus, não pode, razoavelmente, ser negada”. (“O princípio de individualismo...”, p. 45-46).
O dilema é que, levado ao pé da letra, este princípio aplicado ao livre exame das Escrituras pode ser confundido com a liberdade ampla, total e irrestrita, o que, necessariamente, levaria à anarquia e caos teológico, tema que acaba sendo a preocupação de Mark Dever em seu livro “Igreja: Evangelho Visível” ao afirmar que a competência da alma é defesa errônea da capacidade humana que levaria ao humanismo semirreligioso destruindo ideias de autoridade e liderança na Igreja.
Mas o que Mark Dever não consegue alcançar é que a extensão da competência da alma descrita por Mullins nos leva a entender que, ao possuir acesso direto à Palavra revelada
de Deus, naturalmente o ser humano tem condições de compreendê-la, e, ao compreendê-la, poder expor suas conclusões. Aliás, ao mencionar que o conceito de competência da alma tem colorido humanista, Mark Dever desconsidera que a interpretação sempre será humana, por isso mesmo finita, provisória, enquanto a Palavra de Deus, infinita, perfeita, permanente. Se não for assim, teremos de considerar o ser humano como perfeito e infalível à semelhança de Deus.
Como resolver então isso e evitar o caos? Quem nos ajuda é o teólogo Batista (considerado por alguns como fundamentalista) R. Mohler Jr, em um artigo (em seu site na Internet), quando nos aponta para a necessidade de submetermos nossas conclusões à Igreja Assim, cada crente, tendo acesso livre às Escrituras, a lê, busca compreendê-la interpretando-a, e submetendo suas conclusões aos demais irmãos na fé no ambiente de sua Igreja.
Portanto, será necessária a promoção de continuado diálogo, aprendizagem colegiada na compreensão das Escrituras. Veja a seguir um diagrama para ilustrar isso.
Como isso pode ocorrer no cenário Batista se cada Igreja é local e autônoma? Aí apenas transferiríamos o mesmo dilema do indivíduo para cada Igreja. Partindo da compreensão de que, em geral, Igrejas Batistas se unem em Associações ou outro tipo de organizações cooperativas, tal como no Brasil, Convenções, é possível operacionalizar este processo de diálogo teológico no ambiente em que minha e sua Igreja estão unidas, não apenas para a obra cooperativa em termos operacionais, missionários.
Assim, será necessário desenvolvermos espírito maduro, respeitoso, colegiado de aprendizagem humilde numa Convenção, devendo haver espaço para o diálogo não apenas teológico, mas também de discussões no campo dos valores humanos (Ética). Algo que vai muito mais além de um plenário em assembleias juridicamente constituídas.
Assim, nosso papel é mantermos a unidade buscando diálogo aprendente e colaborativo para que consigamos o máximo possível mantermos a unidade, apesar da diversidade. Mais ainda, por que desenvolver uma apologética segregadora, bélica e ácida entre nós que fomos todos salvos pelo mesmo Jesus, se as Escrituras estão sendo o ponto de partida para a construção doutrinária? Por que não lutarmos por nossa comunhão? Por que não buscamos aperfeiçoar cada vez mais nosso trabalho interpretativo das Escrituras tomando o devido cuidado em não substituir as Escrituras por nossas afirmações teológicas ao estilo dos fariseus que foram por Jesus reprovados?
São algumas reflexões que necessitamos fazer nesse momento.
Contato: rega@batistas.org
Instagram: @lourencosteliorega
15 O JORNAL BATISTA Domingo, 25/06/23 OBSERVATÓRIO BATISTA PONTO DE VISTA
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