OJB EDIÇÃO 33 - ANO 2021

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ANO CXX EDIÇÃO 33 DOMINGO, 15.08.2021

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Coluna Dicas da Igreja Legal

Missões Nacionais

32 perguntas que toda Igreja precisa responder

Evangelho aos pequeninos Batistas de Rondônia

Farinha Enriquecida

Criança entrega seu coração a Jesus no Piauí

Nova diretoria é eleita durante 26a Assembleia anual

Alimento ajuda no alcance de famílias na Venezuela

pág.07

pág. 10

pág. 11

Coluna traz checklist para gestão de Igrejas; confira! pág. 03

Notícias do Brasil Batista

Missões Mundiais


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/08/21

EDITORIAL

Dia do Jovem Batista O jovem Batista está em todo lugar, não só no ministério de jovens, como muitos pensam. Como escrevi na primeira edição do mês (01/08/2021), a juventude da nossa Igreja está inserida em toda a estrutura eclesiástica, da parte musical a comunicação. O jovem Batista está tão inserido no contexto da Igreja e denominacional, que até um deles é o atual editor de O Jornal Batista há quase três anos. Eu mesmo que vos escrevo, Estevão Júlio. Para mostrar ainda mais a importância história do jovem Batista em nossa denominação, a seguir vou apresentar algumas informações que estão sendo

divulgadas através de uma série de publicações em nossas redes sociais, intitulada “A história da Juventude Batista Brasileira”, baseada no livro “Juventude Batista Brasileira”, do pastor Vinicius Vargas, da Coordenadoria de Capacitação da JBB. Durante os anos de 1922 a 1968, a Junta de Mocidade esteve ligada à Junta de Escolas Dominicais. Juntas, elas formavam a Junta de Escolas Dominicais e Mocidade. No ano de 1968, na 50ª Assembleia da CBB, em Fortaleza (CE), foi criada a Junta de Mocidade, (JUMOC) numa votação que teve 170 votos a favor e 34 contra. A partir de

então, as estratégias de evangelização e de produção de conteúdo eram responsabilidades da JUMOC, que publicou vários livros e revistas voltados para adolescentes, jovens, universitários e casais recém-casados. A partir de 2009, a Junta de Mocidade passou a se chamar Juventude Batista Brasileira. O mês de agosto passou a ser o mês da juventude nas Igrejas Batistas desde 1977, porque o primeiro domingo era o Dia da Mocidade Batista. Antes disso, desde 1909 a data que celebrava a mocidade nas nossas Igrejas era o terceiro domingo de novembro.

Que história inspiradora, queridos. Pedimos ao Senhor que abençoe os jovens Batistas brasileiros e a JBB, na sua missão de servir mobilizar, equipar e preparar líderes, e suas juventudes para o exercício do ministério da juventude na Igreja local. Apoie o ministério de juventude da sua Igreja. Dê palavras de ânimo, força, incentivo, compartilhe experiências, aconselhe. Ore. Faz toda a diferença. n Estevão Júlio

jornalista no Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

( ) Impresso - 120,00 ( ) Digital - 50,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida


REFLEXÃO

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DICAS DA IGREJA LEGAL

32 perguntas que toda Igreja precisa responder (2) Jonatas Nascimento O título deste mesmo assunto na edição passada ficou feio: “16 coisas...”. Na verdade, não são coisas, mas perguntas sérias que toda Igreja precisa saber responder. Como disse, este material é produto de uma checklist (lista de conferência ou controle) de autoria não confirmada, mas peço a devida vênia para utilizá-la para bem das Igrejas em geral. 1. Há políticas e procedimentos justos e escritos para contratação de empregados? 2. Os horários de trabalho, benefícios de férias, licença médica, previdência social e aposentadoria, 13º salário são observados? 3. A folha de pagamento mensal está sendo processada de acordo com a legislação trabalhista e de acordo com o e-Social? 4. Os empregados assinam recibos de salários, de acordo com o artigo 464 da CLT? 5. Todos os encargos e impostos sobre os salários são devidamente cal-

culados, descontados e recolhidos aos órgãos governamentais dentro dos prazos estabelecidos? 6. As Normas Regulamentadoras, especialmente o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) estão atualizados? 7. Todos os empregados celetistas são registrados regularmente? 8. Há controle de férias dos empregados para evitar pagamento em dobro? Há provisão de férias? 9. Há alguma ação trabalhista contra a Igreja? 10. Há pessoal contratado sem carteira assinada? 11. Os registros dos empregados estão atualizados? 12. A Igreja tem diretrizes claras de contratação? 13. Há pastas individuais de cada empregado que constem todos os documentos exigidos em lei? 14. A Igreja paga seguro de vida em grupo? 15. A RAIS - Relação Anual de Informações Sociais - é entregue anualmente

dentro da data limite? 16. A Contribuição Previdenciária (INSS) está em dia? 17. O FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - está em dia? 18. O recolhimenrto do PIS - Programa de Integração Social está em dia? 19. A convenção coletiva da categoria do empregado é conhecida e aplicada? 20. Todos os empregados têm contrato válido, assinado com a Igreja? 21. Além das prebendas, o pastor titular recebe da Igreja outros benefícios? Sobre o total há incidência de IRFON? 22. Além do pastor titular, há outros ministros religiosos vinculados à Igreja mediante remuneração? 23. São recolhidos o imposto de renda na fonte dos ministros religiosos sempre que há incidência? 24. Pastor e demais ministros encontram-se inscritos no INSS e suas contribuições encontram-se em dia? 25. Estão sendo informados no e-Social os pagamentos efetuados ao pastor e demais ministros religiosos? 26. Há código de conduta e ética,

conflito de interesses, política e procedimentos para funcionários na Igreja? 27. As políticas e procedimentos estão disponíveis para todos os empregados contratados e são lembradas periodicamente? 28. Os funcionários acusam (assinam) o recebimento de tais políticas e procedimentos? 29. Os contratos de trabalho estão em conformidade com as leis e regulamentos vigentes? 30 Há empregados parentes da diretoria executiva, diretoria estatutária e do Conselho Fiscal? 31. A Igreja mantém declaração assinada por seus voluntários em seu ambiente (cantina, ação social, evangelismo, recepção, serviços de sonoplastia, mídias, diaconia, ensino, mutirões etc)? 32. A Igreja possui Certificado Digital? n Empresário contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” E-mail: jonatasnascimento@hotmail.com WhatsApp: (21) 99247-1227


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REFLEXÃO

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A vida é movimento e experiência (Êxodo 3.1-15) Rebeca Andrade

coordenadora do Vem pra Vida, da Juventude Batista Brasileira

Como viver sem parar, sem cessar, sem vacilar? A vida é movimento e experiência. De certo, alguns trajetos, pessoas e momentos da vida podem marcar, de maneira negativa, nossas histórias. Jesus disse que teríamos dificuldades. A promessa, no entanto, vai além: Ele venceu o mundo, e tal verdade nos impulsiona a continuar vivendo apesar das mágoas e dos tropeços. Moisés foi um homem que viveu de maneira plena. Ele foi chamado por Deus para conduzir o povo de Israel do Egito à Terra Prometida. Não foram poucos os contratempos e adversidades que Moisés passou durante sua vida. E, mesmo assim, permaneceu firme. Exerceu uma liderança enraizada no relacionamento que tinha com o Eu Sou e foi capaz de transmitir a todo um povo uma coragem vinda do alto. O Egito era um cenário marcado pela escravidão, aflição, dor. A fé de Moisés no Eterno contagiou a todos a seguiram em frente com coragem. O exemplo de Moisés continua

ecoando em nossos dias. Uma das histórias bíblicas que comprova uma verdade incrível: viver os sonhos e a missão de Deus é uma aventura com certos riscos, porém, não estamos sozinhos. Ele promete que irá nos proteger em cada etapa da jornada e Seu amor lança fora todo e medo que poderá surgir no caminho. Esse é o segredo para viver uma vida sem parar, sem cessar, sem vacilar: um relacionamento firmado e seguro com Jesus. O desejo de Deus é que sejamos constantes, pessoas reais que possuem relacionamentos firmados Nele. Nesse movimento que é a vida, alguns ritmos talvez surjam para nos abalar. São nesses momentos que devemos nos apegar à graça imutável do nosso Deus. Ele permanece sendo Deus, mesmo quando o mundo desaba ao nosso redor. E Sua infinita graça nos leva a seguir adiante com os corações cheios de coragem, porque sabemos que Ele sabe para aonde devemos ir e nos conduz em paz. O Senhor criou a vida e Ele espera que desfrutemos das montanhas e dos vales. Uma jornada que requer coragem, que nos ensinará a sermos fortes, que

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

Renovação de nossas forças “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40.31). O Senhor Jesus não veio ao nosso mundo para reforçar os privilégios dos poderosos e dos ricos, repetindo a insensibilidade característica até daqueles que conseguiram riqueza e poder através do engano e do roubo. Escrevendo aos Romanos, Paulo ensinou: “Não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, cada um, uma pessoa nova e diferen-

te, mostrando uma sadia renovação em tudo quanto faz e pensa. E assim vocês aprenderão, de experiência própria, como os caminhos de Deus realmente satisfazem a vocês” (Rm 12.2). Há uma promessa do Senhor para todos aqueles que dependem do Seu poder e do Seu amor: “Até os jovens se cansam; até os moços perdem as forças e caem, de tanto cansaço – mas os que esperam no Senhor sempre renovam suas energias. Sobem, voando como águias. Correm e não se cansam. Caminham e não perdem as forças” (Is 40.30-31).

nos levará ao destino. A nossa viagem para chegarmos em Casa já começou. Até lá, andaremos seguros, firmes, constantes, crendo que cada instante fez e

fará diferença em todo o processo. Um pé e depois o outro, confiando que Ele conduzirá todo o caminho. Um passo de cada vez. E todos eles com Jesus. n

toda a graça que Jesus o havia dado e desonrado a missão que o havia confiado. Ele, provavelmente, perdeu toda a esperança de ser aceito de volta por Deus e ter sua honra restaurada, tanto que Ele nem sequer esteve presente na crucificação de Cristo! Mas a Bíblia conta, em João 21.114, que, ao contrário do que Pedro pensava, Jesus, após ressuscitar, foi ao seu encontro enquanto ele pescava nas margens do mar de Tiberíades e o convidou para compartilhar uma refeição; o convidou a sentar-se em Sua mesa e, novamente, desfrutar da comunhão com o Senhor. Não só isso, após Sua ascensão, Jesus também cumpriu o que havia prometido a Pedro, que a Ele seria confiado o pastoreio de Sua Igreja.

Quando Pedro sentiu-se indigno e pensou que havia exaurido as misericórdias do Senhor, Jesus mostrou-lhe que seus erros não seriam capazes de impedi-Lo de cumprir Suas promessas, e também mostrou o que o Apóstolo Paulo haveria de ensinar aos Romanos: “onde aumentou o pecado, transbordou a graça”. Para nós, que estamos em Cristo Jesus, não há mais condenação. Para nós que fomos justificados pelo Seu sacrifício, as derrotas e falhas não significam um ponto final, mas uma nova oportunidade para levantar e tentar mais uma vez. Onde nossa carne vê um ponto final, o Senhor vê um recomeço. Abracemos isso, ergamos nossa cabeça e vivamos na graça do Pai! n

Deus é um Deus de recomeços Sergio Augusto

membro da Igreja Batista Cida Viva - PB

Deus é um Deus de recomeços, de segundas chances, restauração, de novos capítulos. Em nenhum momento na narrativa bíblica vemos Deus dizer ao Seu povo, depois de uma batalha perdida: “É isso, não tem mais jeito, não adianta tentar novamente, a derrota é certa, não há possibilidade de restauração”. Pelo contrário, quando o povo de Deus foi escravizado por grandes nações, Ele prometeu libertação; quando o povo caiu no pecado, Ele prometeu perdão; quando os discípulos de Jesus O abandonaram, Ele os estendeu a mão. Podemos ter certeza de que esse caráter perdoador de Deus ainda está em atuação em nossas vidas hoje. Os

recomeços oferecidos pelo Senhor não ficaram no passado, mas também realidades do presente, que podemos experimentar em nossas vidas se tão somente crermos Nele! Quando pecamos em algo que tanto lutamos para vencer, é comum termos pensamentos como: “essa foi a gota d’água para Deus, certamente ultrapassei os limites de Sua misericórdia para mim. Sem dúvida perdi minha última oportunidade de acertar”. Comparemos, porém, esses pensamentos tão comuns para nós com a maneira que Deus agiu na vida do apóstolo Pedro. Pedro negou a Jesus, deliberadamente, três vezes, como o próprio Senhor já havia previsto. Pedro não conteve suas lágrimas quando o galo cantou, lembrando-o de que ele havia rejeitado


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Quase Marcos Vieira Monteiro

pastor da Primeira Igreja Batista em Fortaleza - CE

Nesta época de Olimpíadas, sempre me impressiono com a beleza estética de várias modalidades esportivas. Admiro muito a competência dos atletas, que individualmente ou em grupo, nas pistas, nas quadras, nas piscinas, nos lagos e no mar, estão ali, depois de meses ou até anos de preparação, representando os seus países. Gosto de conhecer também a história de vida e superação dos que conquistaram o direito de participar deste grande torneio mundial. Presto atenção nos relatos, não apenas daqueles que tem o privilégio de subir ao pódio. Na realidade, o fato de um atleta participar de uma Olimpíada Mundial já é uma grande vitória. Ali estão geralmente os melhores do mundo em cada esporte. Nenhum deles chegou a Tóquio “por acaso”. A maioria se submeteu a grandes sacrifícios e renúncias. Mesmo aqueles que sabem que as suas chances de uma medalha são muito pequenas.

É inspirador ouvir o depoimento dos atletas que realizam o seu sonho de conquistar uma medalha de ouro, de prata ou de bronze. Porém, acho igualmente interessante ouvir o depoimento dos não subiram ao pódio por muito pouco. Faltou apenas mais 1 ponto, 1 segundo a menos, 1 centímetro a mais... A vitória olímpica depende não apenas do talento individual ou do grupo, mas de muitos outros fatores: o investimento que foi feito no atleta, sua maturidade emocional, a estrutura que teve ao seu dispor para sua preparação, seu condicionamento físico, sua disciplina pessoal e a intensidade de seu desejo de ser um campeão. Observando com mais detalhes as competições podemos afirmar que às vezes é difícil saber quem é, de fato, “o melhor”. Para cada medalhista existem tantos outros que viveram o “quase”. O “quase” entra na história de muitos através de um pequeno vacilo, um descuido, um vento contrário, um erro do adversário, um resultado acima de média de um concorrente, um julgamento equivocado

de um juiz, uma preocupação excessiva com o resultado, a pressão excessiva de ser o “favorito”, um deslize inexplicável, uma distração, uma lesão, um pequeno acidente... Em muitos esportes, as diferenças de performance entre os concorrentes em uma Olimpíada me parecem bem pequenas. Lamentável que os que “quase” conquistam, mas não conseguem a vitória, muitas vezes são valorizados apenas pelos familiares e amigos. O “quase” frequentemente vem acompanhado de lágrimas, de muito sofrimento, às vezes de decepção consigo mesmo e vergonha. Há aqueles que diante de um resultado adverso desistem de tudo. Outros tiram lições preciosas e descobrem como podem se preparar para melhores resultados. Nem todos os que “quase” conseguiram realizar o seu sonho hoje serão campeões em uma Olimpíada no futuro. Mas, mesmo assim, o seu esforço não terá sido em vão. Até os que jamais experimentaram o gosto de subir ao pódio podem servir de inspiração para tantos outros de

seu país ou para aqueles que estão em semelhante condição social, mas que no futuro estarão entre os primeiros. Precisamos aceitar o fato que na vida muitos de nós nem sempre estaremos entre os primeiros. Mas, isso não significa que sejamos necessariamente “inferiores” ou que não estivemos dispostos a “pagar o preço” para alcançar o sucesso. É um gesto de amor e sabedoria apoiar também os que “quase” chegam lá. Muitos se empenham tanto ou até mais do que os campeões. Devemos compreender que nós, quando estamos no time do “quase”, se demos o nosso melhor, se nos empenhamos ao máximo e ainda assim não atingimos o nosso objetivo final, não significa que fracassamos totalmente. No plano espiritual, nos tornamos “campeões” não quando vencemos um adversário, mas quando melhoramos a nossa performance com o passar do tempo e nos tornamos cada vez mais parecidos com o grande vencedor Jesus Cristo. n

reino de Deus na terra. Esse texto de Neemias apresenta sua oração ao Deus de Israel depois que recebeu as notícias que os muros de Jerusalém estavam caídos, as portas derrubadas e o povo de Israel aflito diante dessa notícia. Neemias teve uma profunda empatia, orou, jejuou e entendeu que mesmo sua ocupação sendo somente de copeiro do Rei, ele sentiu a vocação divina de ir a Jerusalém para reconstruir os muros. Esse texto me toca muito, porque a função ocupada por Neemias era simplesmente de um copeiro, mas sua vocação era de fazer a diferença na história sendo aquele escolhido para reconstruir os muros. Aprendo que não importa sua ocupação, Deus tem uma vocação para você. Neemias poderia se conformar em con-

tinuar sendo apenas o copeiro, mas ele entendeu que Deus o queria servindo ao Seu povo; ele sentiu as dores e se moveu em direção as necessidades das pessoas. Essa é uma excelente reflexão para ponto de partida da sua vocação. Quais são as necessidades ao seu redor tem mexido com você? O que você pode fazer para servir as pessoas ou alguma causa específica? Neemias não recebeu o título de ninguém, nenhuma autoridade o designou, ele simplesmente entendeu que deveria fazer algo para resolver aquele problema. Nosso grande desafio é diariamente, em nossas ocupações, entender qual a vocação de Deus para nossas vidas. Não podemos viver no “piloto automático”, precisamos constantemente lembrar que nossa vida e missão tem como objetivo principal o Reino de Deus. n

Ocupação e vocação (Neemias 1) Augusto Junior

diretor executivo do Instituto Anga

“Senhor, que os teus ouvidos estejam atentos à oração deste teu servo e à oração dos teus servos que têm prazer em temer o teu nome. Faze que hoje este teu servo seja bem-sucedido, concedendo-lhe a benevolência deste homem. Nessa época, eu era o copeiro do rei” (Ne 1.11). Existe uma diferença entre ocupação e vocação. Ocupação tem relação em como você usa seu tempo para ganhar dinheiro, ter alguma troca comercial. Vocação é a relação que você ganha sua vida. Podemos dizer que todas as pessoas possuem uma ocupação. Ministro de louvo, advogado, missionário, estudan-

te, empreendedor, concursado público, todas essas são ocupações. O que diferencia uma ocupação de uma vocação é: 1. A consciência que existe um Senhor que nos vocaciona 2. A consciência que nossa vocação é para servir aos outros. 3. A consciência que a vocação é como servimos na história com os olhos na eternidade. Ocupação é quando você faz para dar check em uma atividade. Ocupação você faz para ganhar seu sustento. Não necessariamente você leva em consideração seus dons e talentos, suas paixões e a singularidade que Deus te deu. Enquanto a ocupação é o alinhamento consciente das suas atividades com todos os presentes que Deus te deu, vocação é a consciência que você tá usando sua atividade atual para empreender o


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REFLEXÃO

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Uma nova razão de viver Celson de Paula Vargas

pastor, colaborador de OJB

“logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). Antes de conhecer e se converter a Jesus, a razão de vida do apóstolo Paulo era a de, em suas convicções religiosas legalistas, perseguir os seguidores de Cristo, o qual ele considerava uma ameaça às leis mosaicas. Convertido a Jesus, sua razão de

viver mudou de perseguidor de Cristo, a seu proclamador; de perseguidor a perseguido pela Sua causa. “e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Que és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;” (At 9.4-5). Assim também é com todos os seres humanos, antes de um encontro restaurador com Jesus. Vivemos em razão de nós mesmos, empenhados nas satisfações de nossas necessidades pessoais, apegados a meros rituais religiosos, buscando a Deus por obrigação ou tradicionalismo religioso, ou quando passamos

por alguma dificuldade, e muitas vezes criticando ou perseguindo os seguidores de Jesus. Tudo isto, entretanto, sem nenhum vínculo de comprometimento irrefutável com Deus e com o Evangelho de Jesus, no sentido de aceitação, obediência e proclamação. Convertidos a Jesus, nossa razão de viver é radicalmente mudada, pois, a partir deste momento, a vida que vivermos na carne, ou seja, o tempo de vida que nos resta neste mundo, passará a ser na fé em Jesus, a ponto de sentir que é o próprio Jesus que vive através de nós, ou que nossas atitudes se assemelhem às Dele, ao ponto de elas refletirem o

próprio Salvador ao mundo que ainda o persegue. Sabemos que Cristo vive em nós quando: amamos e obedecemos ao Pai acima de todas as coisas; amamos nosso próximo como Deus o faz; perdoamos uns aos outros como Deus em Cristo nos perdoa; eliminamos dia a dia as práticas pecaminosas de nosso passado; e passamos a viver como novas criaturas por atos que glorificam a Deus; elegemos Jesus como nosso único Salvador e Senhor. Qual é a sua razão de viver neste tempo de sua vida? Continua vivendo para si mesmo, ou já vive por e para Cristo? n

Pais por excelência

José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB

Confesso meu desconforto em trazer uma palavra para os pais. Já ouvi, algumas vezes, que não poderia falar algo acerca do que seja ser pai, ou sobre educação de filhos pelo fato de não ser pai. Como filho posso lhes dizer que os filhos guardarão boas e más lembranças dos pais, terão elogios e queixas sobre a forma como nos trataram. Deus criou a Paternidade humana para ser um retrato de si mesmo. O pastor e escritor Pascoal Piragine Jr diz: “Assim, quando você vê um bom pai, você está vendo, ainda que de modo distorcido pelas falhas humanas, uma foto de Deus”. Temos, na Bíblia, numerosos exemplos de pais que amaram seus filhos e lhes transmitiram a fé no único Deus. São pais por excelência. Não são perfei-

tos, mas são inspiradores. Nas Sagradas Escrituras temos alguns pais inspiradores, que exerceram a paternidade com excelência. Vamos elencar alguns deles e extrair lições preciosas para nós. Em primeiro lugar, José foi alguém com quem Deus pode contar para educar Seu Filho (Mateus 1.16). Dentre todos os pais descritos na Bíblia, ninguém teve missão mais árdua que o carpinteiro. Talvez, você pergunte: por que? Possivelmente, uma possível resposta seja que Deus confiou a homens como Davi um reino. A Moisés, Deus delegou a condução de um povo. A homens como Elias, Jeremias, Isaías, Ezequiel, Deus confiou Sua Palavra. Entretanto, a José, Deus confiou Seu Filho. Ao lermos o relato do médico e historiador Lucas (Lucas 2.52), percebemos que José cumpriu sua tarefa com maestria. Jesus crescia em sabedoria - ele possibilitou educação

formal a Jesus. Crescia em estatura José providenciou uma alimentação balanceada e saudável para o crescimento de Jesus. Crescia em graça - José viabilizou educação religiosa para Jesus. Sem dúvida, José foi um pai por excelência. Em segundo lugar, Jacó - o pai que amou profundamente a mãe de seus filhos (Gênesis 29.20). Como este homem amou a esposa! O maior presente que um pai pode dar a um filho, é amar profundamente a mãe de seu filho (a). O relato bíblico nos informa que os anos de trabalho que Jacó teve para ter sua mulher amada foram como poucos dias, tamanho amor ele tinha por Raquel. O pai que ama a mãe de seu filho (a), não trai, não usa de violência para com ela seja física ou psicológica. Bianca Toledo, no artigo intitulado “Pai segundo coração de Deus”, afirma: “Ao amar e cuidar da esposa, o homem cria um ambiente

seguro e faz os seus filhos se sentirem amados também”. Em último lugar, Jó - o pai que intercedia por seus filhos (Jó 1.4-5). Essa, talvez, seja uma das cenas mais belas das Escrituras. Jó se levantava de madrugada para clamar, interceder por seus filhos. Eles eram conhecidos no céu por ser ele um intercessor. Ele era um homem rico, um empresário de sucesso, mas sua agenda cheia de compromissos não impediu que ele colocasse seus filhos diante de Deus em oração. O saudoso pastor e escritor Isaltino Gomes Filho diz: “Um pai cristão que se preza, digno do nome de pai, ora pelos filhos. Dobra os joelhos para pedir por eles. Pai cristão transmite valores espirituais aos filhos. Não os manda à Igreja. Vai com eles”. Ver o evangelho na vida dos pais é a mais poderosa pregação que um filho pode receber. n


MISSÕES NACIONAIS

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Criança entrega seu coração a Jesus no estado do Piauí “Então disse Jesus: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas’” (Mt 19.14). Para a glória de Deus, a obra missionária avança no nosso país e alcança também as crianças. No Piauí, onde atua o casal missionário Cleilton Martins e Sthéfany Simão, os frutos do trabalho têm sido vistos e o pequeno Johnny é prova disso. O menino entrou em contato com os missionários, querendo que eles o ensinassem sobre a Bíblia, porque queria ser batizado. Nesse tempo, o casal ouviu que o irmão de Johnny, que já era membro da Igreja, era uma inspiração de vida e de fé para ele. Uns dias se passaram, Johnny foi ao culto e pediu oração por seu batismo. O missionário explicou que para ser batizado ele precisava crer em Jesus. “Quem disse que eu não creio em Jesus?”, respondeu o menino, de forma inusitada, e toda a Igreja se alegrou com o que acabara de acontecer. Ao fim de um culto, Cleilton perguntou se alguém queria receber Jesus. Johnny levantou as duas mãos e declarou crer em Jesus publicamente. A decisão foi um momento de muita felicidade, pois o menino é fruto das orações missionárias e também de Iago, seu irmão, que sempre orou pela salvação de toda a sua família. Ore você também pela obra missionária no Piauí! n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/08/21

Primeira Igreja Batista em São Marcos, em Salvador - BA, empossa novo pastor Pastor Raimundo Alves de Lima tem mais de 40 anos de ministério.

Primeira Igreja Batista em São Marcos, em Salvador - BA A Primeira Igreja Batista em São Marcos, em Salvador-BA, empossou em seu pastorado o pastor Raimundo Alves de Lima, em culto festivo, presencial, realizado no dia 04 de julho, em seu templo. O pastor Raimundo Alves de Lima tem reconhecida experiência ministerial. Com mais de 41 anos de ministério, tendo pastoreado várias Igrejas ao longo de sua caminhada. Possuidor de reconhecidos méritos e habilidades, caracterizando-se pelo amor à Palavra de Deus, valorização da oração e do cuidado das ovelhas do Senhor Jesus Cristo, que lhe são confiadas para pastorear. Além disso, desfruta de estreito relacionamento com pastores dentro e fora da denominação, bem como, exerce liderança entre colegas de diferentes denominações, através do projeto de pastoreio de pastores, denominado “Cuidar de Quem Cuida”. Em sua prática de oração, é um dos titulares do Cenáculo de Oração, virtual, que reúne pastores, líderes e membros das Igrejas para a práxis não só da comunhão, mas também da edificação pela Palavra de Deus, oração, clamor e

Oração de posse do pastor Raimundo Alves de Lima súplicas pelo Brasil, por Israel e por Missões, em âmbito nacional, internacional e interdenominacional, com ramificações na Croácia, Portugal, Alemanha e Peru. O pastor Raimundo Alves de Lima tem reconhecimento dos colegas pastores, demonstrado em vídeos apresentados durante a celebração do Culto para a Igreja conhecer. É casado com a irmã Maria Gorette de Santana Alves, e são pais de de cujo Gustavo Henrique Santana Alves e Maria Luísa Santana Alves, hoje em sua juventude. O pastor Raimundo Alves de Lima é, também, advogado militante, operador do Direito. O Culto de Posse, dirigido pelo irmão Visoberto Santos de Jesus, presidente da Igreja, foi transmitido pelo Instagram, o que possibilitou a muitos

colegas e amigos do empossado assistirem de outros Estados da Federação. Ademais, o culto foi enriquecido com as presenças dos pastores: Jonathas de Gusmão, Antônio Barros, Osvaldo Novaes, Paulo Bispo, Alex Santos e o evangelista Ivan Martins. Durante a celebração: louvores, cânticos, orações, palavras de saudação, apresentação da família do empossado à Igreja. A mensagem da Palavra de Deus, ministrada pelo pastor Jonathas Gusmão, destacou a importância das boas relações entre o pastor e as ovelhas e ovelhas e o pastor, reciprocidade de relacionamento; em seguida, o pastor Raimundo, empossado, assume a direção do culto, cumprimenta a Igreja, os colegas pastores e faz seu discurso

de posse, concluído com as seguintes palavras: “Somos todos aqui servos, independentemente da função que exerçamos e todos na condição honrosa de servos do Altíssimo, servimos todos aos desígnios de Deus, e assim devemos partilhar do mesmo propósito. Ademais, o nosso compromisso é manter nossa lealdade à Palavra de Deus em tempos de tantas inovações religiosas pseudocristãs. Sendo assim, urge lembrar que o nosso desafio é buscar a excelência da nossa devoção a Cristo, adorando-O em espírito e em verdade, sem perdermos de vista que somos sal da Terra e luz do Mundo; por conseguinte, a vocação da Igreja e do pastor é servir a Deus que nos chamou, e nos enviou a Seu serviço, em benefício da sociedade que tanto carece conhecer a grande Salvação de Deus, por Cristo Jesus, Senhor nosso! Destarte, Agradeço a oportunidade de servir a esta causa tão gloriosa neste lugar! Que seja assim, e assim será! Muito obrigado!”. Após discurso, o pastor fez os agradecimentos e encerrou o Culto com a bênção apostólica. Ao final, os cumprimentos ao pastor Raimundo e a sua família, pelos membros da Igreja e os colegas pastores presentes. n

Cidade paulista de Cunha receberá seu primeiro trabalho Batista Associação local e quatro Igrejas cooperam com o projeto.

Victor Lino Pinheiro

pastor da Primeira Igreja Batista em Cunha - SP

No dia 21 de agosto de 2021, inicia-se a implantação do primeiro trabalho Batista no município paulista de Cunha. A cidade está dentro do Planejamento Paulista de implantação de Igrejas em cidades onde não há presença Batista. A Associação Batista do Cone Leste Paulista (AIBACOLESP), composta por 60 Igrejas no Vale do Paraíba, representada por seu presidente, pastor Luciano Santagueda, da Primeira Igreja Batista em Taubaté-SP, mobilizou mais quatro pastores e Igrejas para compor a cooperação: pastor Fernando Coelho Sanchez, da Primeira Igreja Batista em Jacareí-SP, coordenador do projeto; pastor André Bahia, da Primeira Igreja Batista em Caçapava; pastor Paulo Wailler, da Primeira Igreja Batista Nova Canaã, em São José dos Campos; e pastor Maurício Fernandes,

Família Missionária: Pr. Victor Pinheiro, sua esposa, Tatiane, e os filhos, Heloisa e Rafael da Primeira Igreja Batista em Lorena. “Tudo começou quando conhecemos um casal e fomos conectar a Igreja de Lorena. Pastor Maurício nos apresentou o desafio de sermos os pioneiros a plantar uma Igreja em Cunha-SP, começamos a orar e fizemos uma reunião com o presidente, pastor Luciano. Foi quando tomamos ciência da atuação em outras cidades, como Silveiras, onde

está o pastor David e família. Durante a pandemia, a cooperação fez a diferença em Aparecida do Norte-SP. Após Cunha-SP será vez de Potim. Ore por isso”, disse o pastor Victor Pinheiro, que estará com a sua família à frente da Igreja. A cidade de Cunha é um dos municípios que faz parte da Estância Climática do Estado de São Paulo. A quase 1000 metros de altitude, com seu clima agradável e lindas paisagens, possui atrações turísticas, entre elas o Mirante do Lavandário, com o nostálgico pôr do sol e os conceituados ateliês de artesãos ceramistas. Possuía em 2010 (último Censo do IBGE) 22 mil habitantes e a previsão que esse número em 2021 seja de 30 mil. Possui festas que vão desde a Gastronomia, passa por festas culturais e religiosas, até as exposições de carro (capital do Fusca), os rodeios e o Festival de Inverno de Música, onde a temperatura pode chegar a zero. Hoje, os evangélicos somam 21%, sendo os

irmãos Metodistas os pioneiros no trabalho de evangelização; os católicos, hoje, somam 75% da população. A Missão conta com a cooperação de um Grupo de Trabalho de irmãos de Paraty-RJ. Mesmo sendo de diferentes Igrejas, tem o mesmo sentimento de levar a Palavra de Deus à nossa região, liderados pelo pastor Victor Lino Pinheiro e sua família, o qual tem sido mantidos pelo Grupo de Igrejas Parceiras da AIBACOLESP. “Nosso maior desafio agora é herdar um projeto desativado com 40 crianças num bairro carente da cidade e oramos por um veículo que transporte essas crianças e suas famílias aos cultos”, comentou a irmã Tatiane, esposa do pastor Victor. Para saber como ajudar nessa empreitada de implantação, mande-nos um e-mail ou mensagem: batistasemcunha@gmail.com ou (12) 9 9781-6269. Acompanhe-nos nas redes sociais: @batistasemcunha n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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Convenção Batista de Rondônia promove 26a Assembleia e elege nova diretoria Tempo de duração do evento foi diminuído por conta da pandemia.

Plenário da 26ª Assembleia da COBARO

Cindi Carvalho Silva

auxiliar administrativo da Convenção Batista de Rondônia

A Convenção Batista do Estado de Rondônia realizou sua 26ª Assembleia nas dependências da Primeira Igreja Batista em Presidente Médici. Tradicionalmente, este evento é realizado com três dias de duração, porém, desta vez, toda a assembleia aconteceu em apenas um dia, 31 de julho, devido às novas regras sanitárias por conta da pandemia. Esta assembleia, que deveria ter acontecido em 2020, e precisou se can-

Nova Diretoria da Convenção Batista de Rondônia

celada, foi realizada seguindo todos os protocolos de biossegurança e cumprindo o decreto vigente do Governo do Estado de Rondônia. O evento contou com a presença de 275 Batistas de Rondônia. A programação iniciou às 13:00. Durante a primeira e segunda sessão, os irmãos puderam acompanhar as apresentações de relatórios do gestor administrativo, Oziel Lima do Nascimento, e do gestor de Campo e Missões, pastor Ananias Ramos, bem como o parecer do Conselho Fiscal, que na oportunidade aprovou todos os relatórios financeiros dos anos de 2019 e 2020.

Em seguida, na terceira sessão houve a eleição da Nova Diretoria Estatutária, a qual ficou composta da seguinte forma: Presidente: pastor Sergio Eduardo Cardoso da Silva; 1º vice-presidente: pastor José Ferreira Neto; 2º vice-presidente: pastor Carlos Alberto Severo de Morais; 1ª secretária: Vilma Barreto Monarin; 2ª secretária: Adalgiza do Nascimento e 3º secretário: Éder Souza Silva. Também houve renovação do Conselho de Planejamento e Coordenação da COBARO. Na oportunidade, o pastor Guilherme de Oliveira Nossa recebeu homenagem pelo trabalho como presidente da CO-

Oziel Nascimento, gestor administrativo da COBARO, e José Augusto D’Avila, pastor da PIB em Presidente Médici BARO nos últimos cinco anos, e que foi parte importante e fundamental da história dos Batistas de Rondônia. O gestor administrativo, Oziel Nascimento, agradece em nome dos Batistas de Rondônia: a Equipe COBARO, envolvida na organização do evento; a Primeira Igreja Batista em Presidente Médici, na pessoa do seu presidente, pastor José Augusto de Oliveira D’Avila, por ter aceitado com alegria receber a 26ª Assembleia da COBARO em seu templo; aos irmãos voluntários da Igreja; e a cada Batista de Rondônia que esteve presente neste momento memorável. n

“Conexão Missionária” dos Batistas Grapiunenses, na Bahia, desenvolve trabalho na cidade de Ilhéus Mesmo com número limitado de missionários, bons resultados foram alcançados. Neirival Souza

pastor, coordenador de evangelismo pessoal da Caravana Missionária da Esperança (Associação Batista Grapiunense)

Um trabalho desenvolvido pela Associação Batista Grapiunense, a fim de auxiliar as Igrejas na proclamação do Evangelho, no cumprimento do “Ide”, aconteceu no dia 01 de agosto, na Igreja Batista Betesda, em Ilhéus. A “Conexão Missionária contou com a força de 35 Associação Batista Grapiunense ofereceu diversos serviços para a população de Ilhéus voluntários e realizou diversos serviços para a população local. Mesmo com um número muito limitado de missio- • Pedidos de estudos: 24; • Aferição de pressão arterial: 30; das as nações, batizando-os em nome nários, Deus fez maravilhas naquela • Conversões: 5; • Teste de glicemia: 32; do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; localidade. • Reconciliações: 2; • Orientações com psicólogos: 9 Ensinando-os a guardar todas as coisas • Decisões de crianças: 2; que eu vos tenho mandado; e eis que Alcançamos os seguintes resultados: • Evangelho de Marcos distribuídos: 51; Louvamos a Deus pelo êxito no tra- eu estou convosco todos os dias, até • Casas visitadas: 82; • Escovas dentais distribuídas: 55; balho. A Deus seja a glória. a consumação do mundo. Amém” (Mt • Folhetos distribuídos: 150; • Cortes de cabelos: 47; “Portanto ide, fazei discípulos de to- 28.19-20). n


MISSÕES MUNDIAIS

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Povos alcançados na Guiné-Bissau Adriana Justino

missionária na Guiné-Bissau

A missionária Adriana Justino, que atua na Guiné-Bissau, conta a bênção de poder realizar estudos bíblicos com um dos povos mais supersticiosos da região e sobre como tem sido compartilhar o amor de Jesus naquele lugar. Iniciamos, na capital Bissau, um grupo de 30 pessoas que desejam estudar a Bíblia, num bairro de predomínio da etnia pepel. Esse povo é muito supersticioso e invoca muito a feitiçaria, o engano é o que mais predomina. Louvo a Deus, pois o grupo está muito motivado em conhecer mais sobre as Escrituras e se prepararem para compartilhar o Evangelho para outros. O curso tem 23 lições de discipulado e como aconselhar as pessoas com os princípios bíblicos. Ore para que os objetivos deste estudo sejam alcançados e para que o grupo continue firme no estudo das escrituras. Tive a oportunidade de compartilhar o Evangelho com várias pessoas em atendimento nos hospitais onde estou estagiando. Um dos momentos que me tocou foi o contato com uma mulher da Libéria, que não tem família aqui e foi abandonada pelo marido, que viajou para o Canadá. Ela perdeu o bebê, aos

oito meses de gestação. Compartilhei do amor de Deus e o consolo que só Ele pode dar, com frases em inglês, e depois de cuidar e fazer os procedimentos ela foi embora bem mais tranquila e consolada. Continue orando por minha vida,

pedindo por sabedoria e proteção nas diversas atividades; pela vida das 30 pessoas que começaram o estudo de discipulado e aconselhamento bíblico; pela situação da educação e saúde na Guiné-Bissau, que continua em greve. Obrigada por me apoiar em oração e

com suas ofertas. Que Deus te abençoe para que você e sua família cresçam na graça e no conhecimento de Cristo Jesus e continuem vivendo o poder de transformar! n

O milagre de fazer parte do PEPE Gabriela Mendes

missionária de Missões Mundiais

Pela graça do Pai, e por sua colaboração fiel, no mês de agosto aumentaremos os recursos para a fabricação e distribuição da FE (Farinha Enriquecida) na Venezuela. Com isso, o número de crianças alcançadas mensalmente passará de 500 para 700. As crianças beneficiadas pela FE, desde outubro de 2020, estão sendo reabilitadas fisicamente, e puderam, em julho, participar da formatura no PEPE (Programa de Educação Pré-Escolar) e estão prontos para continuar a caminhada secular para se transformarem em profissionais. Mateo, um aluno da Unidade do PEPE Angelitos de Dios, da região de Portuguesa, na Venezuela, junto com a sua missionária-educadora, que se chama Carmen Villegas, esteve durante muito tempo falando de Jesus para a Yesenia, mãe desse lindo menino. Yesenia estava sofrendo muito e precisando se submeter a transfusões de sangue periodicamente. Em consenso com a

coordenação do PEPE, Yesenia começou a usar a FE e, milagrosamente, já foi liberada pelos médicos da necessidade de se submeter a transfusões e tomar medicamentos. Esse testemunho tem impactado toda a família que se entregou a Jesus e está na Igreja, aprendendo os primei-

ros passos na vida cristã. Sabemos que a FE foi preparada para as crianças, mas Mateo compartilhou com a mãe enferma, e o milagre aconteceu. Mateo melhorou visivelmente a sua saúde nutricional, e ganhou toda a sua família para Cristo. Louvamos ao Senhor pela bênção e privilégio de ver mudanças e

transformações acontecendo! Glorificamos ao Pai por sua vida e empenho em seguir segurando as cordas e apoiando este projeto! Muito obrigada, novamente, por participar conosco do que o Senhor tem feito no mundo. Seguimos juntos, firmados nAquele que nos fortalece! n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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OBITUÁRIO

Pr. Ebenézer Soares Ferreira - Joia rara, uma vida inspiradora (19/09/1926 – 30/07/2021) Gilmar Pereira de Souza

diácono, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói-RJ

Pastor querido, dedicado às ovelhas, esposo, pai, avô, bisavô, tio, irmão, escritor, professor, reitor, diretor, tradutor; tantos títulos, conhecimentos e predicados, mas que nunca lhe tiraram a legítima simplicidade, de ser - sempre, o pastor amigo mais chegado que irmão. Sempre atencioso e carinhoso, o pastor Ebenézer não economizava beijos fraternos: que prazer era receber o seu cumprimento sempre personalizado, com um abraço e o beijo fraterno característico; o beijo da igualdade, da simplicidade, do amor cristão. Ebenézer Soares Ferreira nasceu no dia 19 de setembro de 1926, na localidade de “Fazendinha”, no município de São João da Barra - RJ, em uma casa pequenina e muito simples, localizada ao lado do templo da Igreja Batista de Cacimbas, da qual seu pai era o pastor; ele é o filho primogênito do casal pastor Antônio Soares Ferreira e professora Ana Pires Ferreira. Ebenézer significa “pedra de ajuda” e durante toda a sua vida o pastor Ebenézer honrou mesmo esse nome, mantendo a mão sempre estendida para abençoar a quantos dele precisavam. Pastor Ebenézer foi casado com a professora Élcia Barreto Soares, durante 34 anos e meio. Desse consórcio, receberam do Senhor quatro filhos: Ebenézer Júnior, Ilce Helena, Miriam e João Marcos. Ebenézer Júnior é medico, casado com Jocelaine, que é dentista. Estes deram ao pastor Ebenézer os netos André, casado com Priscila, Débora e Tito; o bisneto Paulo (filho de André e Priscila) veio abrilhantar ainda mais a família. Ilce Helena é arquiteta, casada com Neyveraldo, que é professor. Estes lhes deram os netos Alice e Rafael. Miriam, que é bióloga, é casada com Robson, advogado; deram-lhe os netos Sofia e Davi. E João Marcos, pastor, diretor executivo da Junta de Missões Mundiais (JMM), casado com Elzi, psicóloga; estes deram ao pastor Ebenézer os netos João Gabriel, Rafaela e Pedro Marcos. Com o falecimento da esposa, em agosto de 1988, o pastor Ebenézer contraiu segundas núpcias em 15 de dezembro de 1990, com a professora Noemí Lucília Soares Ferreira, que viúva do pastor Jader Malafaia, tinha a filha

Aline, considerada pelo pastor Ebenézer como filha. Aline é engenheira, casada com Érico, também engenheiro, e deram ao pastor Ebenézer duas “netinhas do coração”, Beatriz e Manuela. Pela Graça do Senhor, o pastor Ebenézer viu cumprir em sua vida as promessas divinas: “E verás os filhos de teus filhos” (Salmos 128.6) . “E todos os teus filhos serão ensinados pelo Senhor e a paz de teus filhos será plena” (Is. 54.13). Estudos, Igrejas pastoreadas e funções na denominação O pastor Ebenézer é bacharel em Teologia pelo Seminário do Sul, em que foi reitor por 14 anos; por 20 anos foi diretor do Colégio Batista Fluminense, em Campos dos Goytacazes-RJ, onde fundou o Seminário Batista Fluminense, do qual foi também diretor por 21 anos. Cursou Faculdade de Filosofia, Faculdade de Direito e o Mestrado em Psicopedagogia; concluiu ainda os Mestrados em Teologia e em Educação, no Southwestern Baptist Theological Seminary, no Texas, EUA; doutor em Divindade, pelo Seminário do Sul, doutor Honoris Causa pela UNIGRANRIO e doutor em educação, pela American World University, Iowa, EUA. Foi consagrado ao ministério pastoral no dia 18 de dezembro de 1952, na Segunda Igreja Batista de Campos-RJ, Igreja em que atuou até dezembro de 1956, ao lado do pastor João Barreto da Silva, seu primeiro sogro, então obreiro titular daquela Igreja. Foi, por 30 anos, pastor da Primeira Igreja Batista de Guarus, em Campos-RJ; durante seu pastorado ali, foram organizadas 13 Igrejas e construídos 16 templos; por 10 anos, pastoreou a Igreja Batista Jardim da Prata, em Nova Iguaçu-RJ; e por um ano e seis meses, pastor interino da Primeira Igreja Batista Niterói-RJ, recebendo dessa Igreja o título de pastor Emérito; exerceu o cargo

de diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói (STBN) por mais de 20 anos consecutivos, recebendo, por sua dedicação e apoio, o título de diretor-geral Emérito. Atuante na denominação, pastor Ebenézer Soares Ferreira foi, por seis vezes, presidente da Associação Batista da Planície; por 17 vezes, presidente da Convenção Batista Fluminense (CBF), por duas vezes, Ppresidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), da qual é presidente Emérito. Entusiasta da educação cristã, foi por várias vezes presidente da Associação Nacional de Escola Batistas (ANEB) e e da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET) -, instituição da qual foi executivo e que lhe concedeu, também em vida, o merecido título de presidente emérito. Pastor Ebenézer tem 42 livros publicados nas áreas teológica, educacional, jurídica, histórica e biográfica, o que certamente lhe favoreceu o ingresso como membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, da Baptist Historical Society, da Inglaterra, e a American Schools of Oriental Research, dos Estados Unidos da América, além da Academy of Letters of London. Dentre os citados livros, destacam-se os conhecidos “Manual da Igreja e do Obreiro” (na 15ª edição) e o “Perfil do Pastor”, publicado também em espanhol e em italiano. Culto gratulatório O significativo e lindo culto gratulatório, dirigido pelo pastor David Marcos Soares Ferreira, ocorreu no templo da SIB de Campos-RJ, oportunidade em que diversos líderes da denominação transmitiram a gratidão dos Batistas brasileiros e expressaram palavras de conforto aos familiares e irmãos presentes. Representando a Convenção Batista Brasileira, fez uso da palavra o seu vice-presidente, pastor Vanderley Marins, representando ainda a Academia Evangélica de Letras do Brasil, da qual é

o seu presidente; pela Convenção Batista Fluminense, o seu presidente, pastor Elildes Fonseca, e o diretor executivo, pastor Amilton Vargas Representando a Ordem dos Pastores Batistas da Planície, o seu Presidente, pastor Mageski; fizeram também uso da palavra, o pastor Felipe Oliveira, da JMM; e representando a família, o doutor Ebenézer Soares Ferreira Júnior, pastor Joélcio Barreto (cunhado do pastor Ebenézer, que foi representado por seu filho Israel) e a professora Neli Soares Ferreira (irmã do pastor Ebenézer). A mensagem, “A benção de Esaú“, apresentada pelo próprio filho, pastor João Marcos Barreto Soares, baseada em Gênesis 27.39-40, impactou a todos, pela profundidade e grandes ensinamentos transmitidos, destacando-se: a) você não precisa de outras bênçãos: use as que Deus já te concedeu: valorize-as e aplique-as; você será bem sucedido; b) as privações te aproximam de Deus; afastam você do perigo da auto-suficiência; c) as provações tornam você mais forte, produzem paciência e aumentam a sua resiliência para enfrentar os problemas; d) as provocações te tornam mais sábio, porque você é levado a aprender e praticar o auto-controle. E acima de tudo: chegue aos seus limites para fazer a vontade de Deus. Agradecemos imensamente ao Senhor da Seara pela vida frutífera e abençoadora do nosso sempre querido e admirado pastor Ebenézer Soares Ferreira, rogando ao Senhor (nas palavras do pastor João Marcos Soares) que possamos viver de tal forma que as pessoas com quem convivemos sejam efetivamente impactadas, expressando testemunhos de fidelidade, dedicação ao Senhor e amor ao próximo como o pastor Ebenézer nos ensinou a todos, com o seu legado. Glória, pois, ao Senhor absoluto da vida. “Deus o deu, Deus o tomou, bendito seja o nome do Senhor”. n


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PONTO DE VISTA

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Gênesis 39

Maraísa Lins

membro da diretoria da Juventude Batista de Pernambuco

Uma história que conhecemos bem é a de José: jovem, de apenas 17 anos, pastor de rebanhos, filho preferido de Jacó, odiado pelos irmãos e com sonhos que eram revelações concedidas pelo Senhor, mas que ainda não faziam sentido no contexto em que estava inserido. Após esses sonhos, José foi vendido como escravo e foi parar no Egito: sozinho, subjugado, num ambiente totalmente oposto do que ele estava acostumado.

Mas, por três vezes, ao longo desse capítulo e em momentos diferentes, é repetida uma frase que foi essencial para os processos de vida dele: “o Senhor estava com José” (v. 2, 3, 21). Foi necessário que José recomeçasse no Egito e, mesmo num momento de dor e sofrimento, o Senhor estava com ele. Mesmo que as circunstâncias em que ele se encontrava pudessem deixar sem sentido a sua confiança nessa certeza, o Senhor permanecia com ele - e essa presença era perceptível a todos os que estavam ao seu redor, inclusive a Potifar, seu senhor. Enquanto José permanecia seguindo

e confiando em Deus, mais um problema acontece: ele é tentado pela esposa de Potifar. Mesmo se recusando a todo custo, a ponto de fugir para não cometer uma perversidade e pecar contra seu Deus (v. 9), é acusado e preso injustamente, partindo para um outro momento de recomeço, marcado pela mesma frase: “o Senhor estava com ele”. De modo semelhante ao que aconteceu com José, nossa vida é marcada por processos e provações e, em cada um, um recomeço a ser vivido. A cada momento difícil devemos ter a certeza de que o Senhor está conosco! Ele prometeu que estaria com os Seus todos os

dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20), e essa relação de confiança nos ordena que entreguemos o senhorio das nossas vidas a Ele, da mesma forma que José deixou, ao servi-Lo em todos os momentos, quer estivesse ao redor de pessoas, quer estivesse sozinho. E, para cooperar com essa certeza, existe uma música dos Arrais chamada “Outono”, que nos relembra que os processos para recomeçar são repletos de dúvidas, dores, provações, tentações, cicatrizes, sofrimento, solidão. Mas, apesar de tudo isso, devemos ter a plena convicção de que “mesmo sem sentir Sua presença sei que estava aqui”. n

passou três anos na Arábia e, depois, foi para Jerusalém arriscar falar do Jesus da estrada de novo. Não funcionou. E ele voltou para o começo, Tarso. Ficou mais um tempo ali. Até Barnabé bater a sua porta e a primeira viagem missionária acontecer. Gálatas 2 revela que essa viagem aconteceu 14 anos depois da última tentativa em Jerusalém. Paulo precisou de tempo para recomeçar. Depois de matar o egípcio e fugir, Moisés precisou de 40 anos no deserto para recomeçar. E quem ler com calma vai conhecer uma Bíblia costurada por recomeços lentos. Mas a gente nem sempre lê com calma. A gente faz pouca coisa com calma. A gente é cobrado a bater meta, dar resultado, mostrar serviço. Cobrado

por alguém ou por nossas melhores intenções. A gente quer ser útil logo, afinal “pessoas estão indo pro inferno”. Mas, um dia a gente também erra feio como Moisés. Um dia a gente também beija a estrada como Paulo. Um dia a gente precisa recomeçar. E antes de sair correndo, é bom respirar. Sentar. Se cuidar. Orar. Com calma. Paciência. Cautela. Sabedoria. Tirar um tempo. Tempo para recomeçar. Talvez leve 14 anos. Ou 40. E tudo bem. Deus entendeu o tempo de Moisés. O de Paulo. Ele não despreza o tempo que um coração quebrantado e contrito precisa. Não somos máquinas. Homens é o que somos. Ele sabe. n

Não vendemos Ferrari gospel (Gálatas 2)

Geandre Moret

membro da Coordenadoria 29+ da Juventude Batista Brasileira

“Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. [...] Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. [...] Não sois máquina! Homens é que sois!” (Charlie Chaplin, O Grande Ditador, 1940). “Quatorze anos depois, eu voltei para Jerusalém...” (Gl. 2. 1a). A gente lê a Bíblia com pressa, às vezes. Parece bonito ler tudo em um ano. Mas toda pressa atropela alguma coisa. O livro de Atos tem 28 capítulos bem envolventes. Tem Jesus flutuan-

do pro Céu, apóstolo falando estranho, tradução simultânea espiritual, Paulo com escama, Paulo sem escama, gente dormindo no culto e caindo da janela e muito mais. Série digna de maratona. Mas, nem sempre maratonar é bom. Porque nem todo mundo nota que a jornada de Atos se passa durante 34 anos. É um detalhe que faz diferença quando olhamos para Paulo. Quando a gente lê sua história, Paulo pode parecer uma Ferrari gospel voando para lá e para cá e fazendo uma coisa incrível atrás da outra. Mas não. Depois de ser nocauteado por Jesus na estrada e curado da cegueira momentânea, Paulo quis logo falar de Jesus em Damasco, mesmo. Mas seu passado sinistro assustava as pessoas. Então, ele


PONTO DE VISTA

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Recomeçar é sempre preciso

Paula Hadassa Sales

membro da Igreja Batista da Redenção, em Olinda - PE

Se Rembrandt tivesse desistido de pintar no primeiro desenho torto, jamais teria criado “Cristo no caminho de Emaús”. De acordo com Rookmaaker, essa obra aponta para a solução de um conflito experimentado por cristãos holandeses do século XVII: pintar uma cena verdadeiramente histórica, que comunicasse uma verdade profunda e atemporal. Alguns pintores abandonaram a pintura, Rembrandt cresceu na arte superando o conflito. Saber começar de novo é fundamental para o cumprimento da vocação humana: multiplicar, encher, governar e dominar a terra (Gênesis 1.28). Não há outra matéria-prima para

esta tarefa senão o mundo de Deus; um mundo bom (Gênesis 1.31), mas também quebrado, desafiador e frustrante (Romanos 8.22). Neemias é um artista de ordem diferente de Rembrandt, é um tipo de artesão social, envolvido na arte da reconstrução de muros, casas, famílias e religião. E sua história nos aponta dicas para quem precisa recomeçar. É este seu caso hoje? Neemias inicia sua trajetória artesã reconhecendo a hora de chorar (Eclesiastes 3.4a). As notícias sobre Jerusalém o põe diante do Grande Criador para lamentar o pecado do povo, reconhecer sua corrupção e reafirmar as promessas feitas pelo Resgatador de Israel (Neemias 1). Em um belíssimo soneto barroco, escreve Gregório de Matos: “Pequei, Senhor mas não porque hei pecado /

de vossa alta clemência me despido / porque quanto mais tenho delinquido / vos tenho a perdoar mais empenhado.” No lamento por Jerusalém, Neemias encontra-se com o Santo, cujo empenho em perdoar salta aos olhos de seu povo desde o início de todas as coisas, quando antes de haver transgressão já havia redenção (I Pedro 1.20). Em meio aos conflitos e frustrações é preciso lembrar que isolar-se do mundo quebrado não é uma opção. Neemias contou com pessoas em toda trajetória de reconstrução (Neemias 2), para obter recursos, para partilhar da mesma visão e objetivo, para levantar os muros, refazer as casas e o templo de Deus. Por fim, aprendemos com ele, que o trabalho nunca acaba, recomeçar é sempre preciso porque este mundo está

quebrado e as pessoas sujeitas ao pecado (Neemais 13). Fomos chamados a cultivar o mundo de Deus; como bons mordomos devemos guardar o jardim, construir famílias e casas, edificar comunidades e cuidar da criação (Jeremias 29.5-7). Retomamos o trabalho, dia após dia, com o objetivo de glorificar ao Senhor. Se há algo quebrado em sua vida, recomece: arrependa-se do pecado (I João 1.9); governe a parte do mundo que te cabe (I Tessalonicenses 4.11); recobre suas forças em Deus (Isaías 40.31); olhe para frente (Filipenses 3.13,14); desfrute da vida que tem (Eclesiastes 2.24,25) e desenvolva a sua salvação (Filipenses 2.12-13). Desenhe mais um dia, pinte mais um quadro, só pare quando o Criador concluir a obra que Ele está realizando. n

Vai amanhecer e nós poderemos recomeçar

Petherson Costa

membro da coordenadoria de Capacitação da Juventude Batista Brasileira

Durante toda a vida seremos convidados ou, até mesmo, forçados a efetuar algumas pausas. Muitos desses momentos de parada não serão necessariamente ruins. Podemos enxergar isso na forma como o Criador organizou o universo. No nosso caso, aqui na terra,

o pôr do sol é um convite à preparação para um momento de pausa nas atividades. Às vezes, não atendemos a esse convite para um momento de pausa e nossos corpos transformam o convite numa ordem. Assim são as pausas normais da vida, que marcam fins de ciclos como os dias, estações, fases da vida e gerações. Essas pausas podem até incomodar, mas logo nasce um Sol que nos convida ao recomeço.

Porém, nem todas as pausas são tão naturais quanto o pôr do sol. Infelizmente, com alguma frequência seremos surpreendidos com rupturas abruptas que deixarão nosso céu escuro num momento inesperado. Nesses casos, recomeçar pode não ser tão fácil. Por mais que tenhamos ouvido dizer que a alegria vem ao amanhecer, muitas vezes essa manhã parece demorar demais para chegar. Em pausas

como essas, a palavra de Deus nos convida a confiar num Sol que brilha mesmo quando não vemos. Mesmo após as mais dolorosas rupturas, o Criador do Universo nos garante que podemos acreditar num novo amanhecer. Vai amanhecer e nós poderemos recomeçar. Salmo 13 | Salmo 74.16-17 | Malaquias 4.2 n



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